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8 - Rudge Ramos Jornal - SEXTA - FEIRA - 30 de setembro de 2011 ESPECIAL SEXTA - FEIRA - 30 de setembro de 2011 - Rudge Ramos Jornal - 9 FOTOS: MARISTELA CARETTA/RRJ Bancas de jornal viram lojas de conveniência GABRIELI MELLO q Jornais e revistas não são os únicos produtos vendi- dos nas bancas de jornal nos dias de hoje. De acordo com uma pesquisa comandada pela empresa ToolBoxTM, consultoria especializada em PDV (ponto de venda), em 2009 e 2010, os perfis das bancas se modifica- ram de acordo com os novos consumidores. A pesquisa apontou que 68% dos estabelecimentos visitados comercializam gomas e confei- tos; 52%, bebidas refrigeradas, e ainda 12% oferecem serviço de fotocópia. Além desses produ- tos, cartões telefônicos, rotativo cidadão, brinquedos e até chip de celulares são vendidos nas bancas. De acordo com o diretor de desenvolvimento da ToolBoxTM, Luiz Sedeh, com os novos in- vestimentos as bancas estão se tornando um canal de con- veniência. “As bancas de jornal têm demanda para inúmeras oportunidades de negócios. O gargalo está na mentalidade do empreendedor em inovar. Ele precisa deixar de ser apenas um jornaleiro para ser um varejista”, afirmou Sedeh. A pesquisa também revela que as bancas estão se adap- tando para ter a capacidade de colocar refrigeradores, máquinas de fotocópia e até geladeiras de sorvete, agregando mais valor ao ponto de venda. Duas bancas na região de São Bernardo já estão se adaptando aos novos serviços. Regiane Franco de Aguiar, funcionária da Banca Fórum, em frente ao Cemitério da Vila Euclides, comenta sobre os no- vos perfis dos consumidores e as adaptações que tiveram que fazer para continuar vendendo os produtos e lucrar no final do mês. “Hoje, a procura por lan- ches, bebidas ou até mesmo os cartões telefônicos e o rotativo cidadão é muito maior do que a procura pelos jornais diários ou as revistas. Geralmente, quem vem comprar um jornal são os clientes mais antigos que já têm esse costume”, afirmou Regiane. A pesquisa apontou também um crescimento constante da co- mercialização de livros, presente em 82% das bancas pesquisadas no último período. Já a venda de revistas se manteve estável no período. A funcionária Maria Aparecida da Silva, da Revistaria Matriz, na rua Marechal Deodo- ro, explicou que no último ano a banca fez um investimento gran- de em livros. “Os clientes vinham procurar alguns livros e com isso tivemos que investir nesse produto. Hoje, temos uma parte só dedicada aos lançamentos e aos livros mais vendidos”. A professora universitária em Ciências Jurídicas Danira Enides Gil Realis não acha que esses novos serviços sejam uma boa opção. “Quando venho pro- curo mais os jornais e revistas importantes que costumo ler e coisas do gênero. Já está cheio de barraquinha e vendedores ambulantes que vendem bola- chas, salgadinho e refrigerantes. Em minha opinião, cada depar- tamento tem o seu lugar”, afirmou. Já o gerente co- mercial Luis André Danezin falou que esses serviços são de grande utilida- de para todo mun- do. “Geralmente, o que mais compro aqui é o rotativo cidadão e o jornal diário que tenho mais costume de ler, mas sempre acabo levando um cho- colate, ou um refrigerante e uma bala. Acho que essa diversidade de produtos facilita muito”, co- mentou Danezin. De acordo com a ToolBoxTM, outro dado, de julho de 2010, apontou que 40% das bancas de jornal visitadas faturam até R$ 900 ao dia, o que representa um faturamento anual de cerca de R$ 300 mil. g Novos produtos como doces, chocolates e li- vros são comer- cializados nas bancas de jor- nal para atrair mais clientes e aumentar o lucro FOTOS: GABRIELI MELLO/RRJ AMANDA SEQUIN A Câmara Municipal de São Bernardo realizou uma sessão solene em comemo- ração ao Dia Nacional da Imprensa, nesta segunda- feira (26), no Teatro Cacilda Becker. Foram homenageados: a Universidade Metodista de São Paulo, por meio da FAC (Faculdade de Comunicação), pelo trabalho na formação de profissionais de imprensa, e o jornalista Fausto Polesi (ho- menagem póstuma), um dos fundadores do jornal “Diário do Grande ABC”, morto no último dia 24 de agosto. A iniciativa do ato foi do vereador Admir Ferro (PSDB). Teve a presença de jornalistas, estudantes, empresários do setor de comunicação, repre- sentantes políticos, da Univer- sidade e da família de Polesi. O evento também teve a apre- sentação de alguns integran- tes da Orquestra Filarmônica Jovem Camargo Guarnieri, da Universidade Metodista de São Paulo. A Universidade recebeu a medalha João Ramalho, uma homenagem oficial que a cida- de presta às pessoas físicas ou jurídicas que colaboram com o município. “A Metodista foi escolhida porque, ao comemorar o Dia da Imprensa, nós não poderíamos só homenagear as empresas e os profissionais dessas em- presas, mas também aqueles que preparam os profissionais de jornalismo”, justificou o vereador. Para o reitor da Metodista, Marcio de Moraes, o reconhe- cimento é fruto do trabalho feito há 39 anos pela área. O curso de Jornalismo foi fundado em 1972. “É muito importante esse reconhecimento, mas sem os alunos e alunas que fazem o nosso curso continuar sen- do respeitado, assim como o trabalho de professores e fun- cionários, a universidade não existe”, disse. O diretor da Faculdade de Comunicação, Paulo Rogério Tarsitano, aponta a importân- cia da ética e a influência do jornalismo no cotidiano da po- pulação. “O Rudge Ramos Jor- nal, por exemplo, é um veículo que interage com a comunidade há mais de 31 anos. E não só no bairro, mas em São Bernardo e no ABC.” Para o coordenador do curso de Jornalismo, Rodolfo Marti- no, “essa medalha traz implícito um desafio para a instituição sempre se renovar na busca de uma melhor qualidade de ensi- no e também de transformações sociais para a região”. Para o estudante do segun- Câmara realiza homenagem ao Dia da Imprensa Essa medalha traz implícito um desafio de que a instituição sempre se renove na busca de uma melhor qualidade de ensino e também de transformações sociais para a região Rodolfo Martino, coordenador do curso de Jornalismo da Universidade Metodista g Não poderíamos só homenagear as empresas e os profissionais dessas empresas, mas também aqueles que preparam os profissionais de jornalismo Admir Ferro, vereador autor da sessão do semestre de Jornalismo Eric Luiz de Araújo, um reconhe- cimento desse tipo valoriza o curso, tanto para os alunos, ao ingressarem no mercado de trabalho, quanto para a uni- versidade. “O curso fica mais conceituado, as pessoas dão mais valor”, afirmou. Já a aluna do sexto semestre Adriana Guimarães ressalta a importância do trabalho social na profissão. “A missão do jor- nalismo é justamente fazer a transformação da comunidade. Deveria ser obrigatório atender a necessidade, a carência, ser a voz do povo.Um dos filhos de Fausto Po- lesi, Alexaandre Polesi, recebeu pelo pai o título de cidadão são- bernardense in memorian. “O sentimento de regionalismo na nossa região foi criado por Faus- to Polesi, a bandeira do Grande ABC foi levantada por ele.” “Homenagens como essa deveriam ser feitas mais vezes, para que não se perca a impor- tância que a imprensa tem para a nossa cidade e para o nosso país”, declarou o deputado fe- deral William Dib (PSDB), que também esteve no evento. g Sessão reuniu estudantes, professores, profissionais da imprensa e representantes políticos no Teatro Cacilda Becker Reitor da universidade, Mar- cio de Moraes (à esquerda), o diretor da Faculdade de Comunicação, Paulo Rogé- rio Tarsitano (no centro) e o coordenador do curso de Jornalismo Rodolfo Martino

Câmara realiza homenagem ao Dia da Imprensa

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Rudge Ramos Jornal - Edição 970 Publicada em 30/09/11

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Page 1: Câmara realiza homenagem ao Dia da Imprensa

8 - Rudge Ramos Jornal - sexta - FeIRa - 30 de setembro de 2011 EspEcial sexta - FeIRa - 30 de setembro de 2011 - Rudge Ramos Jornal - 9

Fotos: maristela caretta/rrj Bancas de jornal viramlojas de conveniênciaGabrieli Mello

q Jornais e revistas não são os únicos produtos vendi-dos nas bancas de jornal nos dias de hoje. De acordo com uma pesquisa comandada pela empresa ToolBoxTM, consultoria especializada em PDV (ponto de venda), em 2009 e 2010, os perfis das bancas se modifica-ram de acordo com os novos consumidores.

A pesquisa apontou que 68% dos estabelecimentos visitados comercializam gomas e confei-tos; 52%, bebidas refrigeradas, e ainda 12% oferecem serviço de fotocópia. Além desses produ-tos, cartões telefônicos, rotativo cidadão, brinquedos e até chip de celulares são vendidos nas bancas.

De acordo com o diretor de desenvolvimento da ToolBoxTM, Luiz Sedeh, com os novos in-vestimentos as bancas estão se tornando um canal de con-veniência. “As bancas de jornal têm demanda para inúmeras oportunidades de negócios. O gargalo está na mentalidade do empreendedor em inovar. Ele precisa deixar de ser apenas um jornaleiro para ser um varejista”, afirmou Sedeh.

A pesquisa também revela que as bancas estão se adap-tando para ter a capacidade de colocar refrigeradores, máquinas de fotocópia e até geladeiras de sorvete, agregando mais valor ao ponto de venda. Duas bancas na região de São Bernardo já estão se adaptando aos novos serviços.

Regiane Franco de Aguiar, funcionária da Banca Fórum, em frente ao Cemitério da Vila Euclides, comenta sobre os no-vos perfis dos consumidores e as adaptações que tiveram que fazer para continuar vendendo os produtos e lucrar no final do mês. “Hoje, a procura por lan-ches, bebidas ou até mesmo os cartões telefônicos e o rotativo cidadão é muito maior do que a procura pelos jornais diários ou as revistas. Geralmente, quem vem comprar um jornal são os clientes mais antigos que já têm esse costume”, afirmou Regiane.

A pesquisa apontou também

um crescimento constante da co-mercialização de livros, presente em 82% das bancas pesquisadas no último período. Já a venda de revistas se manteve estável no período. A funcionária Maria Aparecida da Silva, da Revistaria Matriz, na rua Marechal Deodo-ro, explicou que no último ano a banca fez um investimento gran-de em livros. “Os clientes vinham procurar alguns livros e com isso tivemos que investir nesse produto. Hoje, temos uma parte

só dedicada aos lançamentos e aos livros mais vendidos”.

A professora universitária em Ciências Jurídicas Danira Enides Gil Realis não acha que esses novos serviços sejam uma boa opção. “Quando venho pro-curo mais os jornais e revistas importantes que costumo ler e coisas do gênero. Já está cheio de barraquinha e vendedores ambulantes que vendem bola-chas, salgadinho e refrigerantes. Em minha opinião, cada depar-

tamento tem o seu lugar”, afirmou.

Já o gerente co-mercial Luis André Danezin falou que esses serviços são de grande utilida-de para todo mun-do. “Geralmente, o que mais compro aqui é o rotativo

cidadão e o jornal diário que tenho mais costume de ler, mas sempre acabo levando um cho-colate, ou um refrigerante e uma bala. Acho que essa diversidade de produtos facilita muito”, co-mentou Danezin.

De acordo com a ToolBoxTM, outro dado, de julho de 2010, apontou que 40% das bancas de jornal visitadas faturam até R$ 900 ao dia, o que representa um faturamento anual de cerca de R$ 300 mil. g

Novos produtos como doces, chocolates e li-vros são comer-cializados nas bancas de jor-nal para atrair mais clientes e aumentar o lucro

Fotos: Gabrieli mello/rrj

aManda Sequin

A Câmara Municipal de São Bernardo realizou uma sessão solene em comemo-ração ao Dia Nacional da Imprensa, nesta segunda-feira (26), no Teatro Cacilda Becker. Foram homenageados: a Universidade Metodista de São Paulo, por meio da FAC (Faculdade de Comunicação), pelo trabalho na formação de profissionais de imprensa, e o jornalista Fausto Polesi (ho-menagem póstuma), um dos fundadores do jornal “Diário do Grande ABC”, morto no último dia 24 de agosto.

A iniciativa do ato foi do vereador Admir Ferro (PSDB). Teve a presença de jornalistas, estudantes, empresários do setor de comunicação, repre-sentantes políticos, da Univer-sidade e da família de Polesi. O evento também teve a apre-sentação de alguns integran-tes da Orquestra Filarmônica Jovem Camargo Guarnieri, da Universidade Metodista de São Paulo.

A Universidade recebeu a medalha João Ramalho, uma homenagem oficial que a cida-de presta às pessoas físicas ou jurídicas que colaboram com o município.

“A Metodista foi escolhida porque, ao comemorar o Dia da Imprensa, nós não poderíamos só homenagear as empresas e os profissionais dessas em-presas, mas também aqueles que preparam os profissionais de jornalismo”, justificou o vereador.

Para o reitor da Metodista, Marcio de Moraes, o reconhe-cimento é fruto do trabalho feito há 39 anos pela área. O curso de Jornalismo foi fundado em 1972. “É muito importante esse reconhecimento, mas sem os alunos e alunas que fazem o nosso curso continuar sen-do respeitado, assim como o

trabalho de professores e fun-cionários, a universidade não existe”, disse.

O diretor da Faculdade de Comunicação, Paulo Rogério Tarsitano, aponta a importân-cia da ética e a influência do jornalismo no cotidiano da po-pulação. “O Rudge Ramos Jor-nal, por exemplo, é um veículo que interage com a comunidade há mais de 31 anos. E não só no bairro, mas em São Bernardo e no ABC.”

Para o coordenador do curso de Jornalismo, Rodolfo Marti-no, “essa medalha traz implícito um desafio para a instituição sempre se renovar na busca de uma melhor qualidade de ensi-no e também de transformações sociais para a região”.

Para o estudante do segun-

Câmara realizahomenagem aoDia da Imprensa

“Essa medalha traz implícito um desafio de que a instituição sempre se renove na busca de uma melhor qualidade de ensino e também de transformações sociais para a região

rodolfo martino,coordenador do curso de

jornalismo da Universidade metodista

g

Não poderíamos só homenagear as empresas e os profissionais dessas empresas, mas também aqueles que preparam os profissionais de jornalismo

admir Ferro,vereador autor da sessão

do semestre de Jornalismo Eric Luiz de Araújo, um reconhe-cimento desse tipo valoriza o curso, tanto para os alunos, ao ingressarem no mercado de trabalho, quanto para a uni-versidade. “O curso fica mais conceituado, as pessoas dão mais valor”, afirmou.

Já a aluna do sexto semestre Adriana Guimarães ressalta a importância do trabalho social na profissão. “A missão do jor-nalismo é justamente fazer a transformação da comunidade. Deveria ser obrigatório atender a necessidade, a carência, ser a voz do povo.”

Um dos filhos de Fausto Po-lesi, Alexaandre Polesi, recebeu pelo pai o título de cidadão são-bernardense in memorian. “O sentimento de regionalismo na

nossa região foi criado por Faus-to Polesi, a bandeira do Grande ABC foi levantada por ele.”

“Homenagens como essa deveriam ser feitas mais vezes, para que não se perca a impor-tância que a imprensa tem para a nossa cidade e para o nosso país”, declarou o deputado fe-deral William Dib (PSDB), que também esteve no evento. g

Sessão reuniu estudantes, professores, profissionais da imprensa e representantes políticos no Teatro Cacilda Becker

Reitor da universidade, Mar-cio de Moraes (à esquerda), o diretor da Faculdade de Comunicação, Paulo Rogé-rio Tarsitano (no centro) e o coordenador do curso de Jornalismo Rodolfo Martino