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BELO HORIZONTE, 27 DE NOVEMBRO DE 2012 - ANO XVIII - N” 184 A VERDADEIRA HISTÓRIA DO BRASIL A INTENTONA COMUNISTA DE 1935 ORDEM DO DIA - 27 DE NOVEMBRO LEMBRAI-VOS DE 35! H Æ na Praia Vermelha, na cidade do Rio de Janei- ro, um monumento vo- tivo edificado em memória dos mortos da conhecida Intentona Comunista de 1935. Diante dele, todos os anos, democratas se postam em sinal de respeito, com a esperança de que tempos fatídicos de revoluçıes totali- tÆrias nunca mais tenham lugar entre nós. Essas atitudes mór- bidas e tresloucadas que, 66 anos atrÆs, levaram ao derrama- mento de sangue de inocentes em quartØis do ExØrcito, no Nor- deste e no Rio de Janeiro, sªo apenas sombras indesejÆveis em nossa História, coisas que o tempo dissolverÆ por comple- to. Nem por isso, no entanto, deixarªo de ser lamentÆveis, porque contrapıem-se à idØia de liberdade e democracia. A insurreiçªo de 35, como bem recordamos, teve envolvi- mento de militares contaminados pela doutrina comunista que al- guns desejavam impor ao Bra- sil. Começou em Natal, com a participaçªo de graduados e sol- Ediçªo Histórica Uma Intentona que nunca mais deverÆ acontecer! Honras fœnebres aos mortos da Intentona Comunista de 1935, na Avenida Rio Branco - Rio de Janeiro dados e de quase 300 homens da guarda civil. Os rebeldes sujei- taram a cidade, durante quatro dias, à violŒncia e ao saque de estabelecimentos bancÆrios e co- merciais. Tropas do entªo 20” Ba- talhªo de Caçadores, de Alagoas, e da polícia da Paraíba os conti- veram e restabeleceram a ordem. Em Pernambuco, revoltosos civis, reforçados por oficiais e pra- ças equivocados, encarregaram- se das atrocidades. Durante dois dias, combates violentos foram travados em vÆrios pontos do estado, sem que os rebelados lo- grassem entrar em Recife. Duas unidades do ExØrcito e a polícia bloquearam-lhes a passagem e puseram fim à rebeliªo. No Rio de Janeiro, as pro- porçıes do movimento foram mais amplas e cruØis, tendo sido de- flagrado, simultaneamente, no 3” Regimento de Infantaria, na Praia Vermelha; no 2” Regimento de In- fantaria e no Batalhªo de Comuni- caçıes, na Vila Militar; e na Escola de Aviaçªo, no Campo dos Afonsos. Os amotinados, compa- nheiros de vØspera, feriram e ma- taram indiscriminadamente, ten- tando expandir a rebeliªo a todo custo. Esbarraram na mais fØr- rea resistŒncia das forças lega- listas. E perderam a luta. Nªo foi essa a œltima ten- tativa desses radicais de con- quistar o poder para estabelecer uma tirania no Brasil. Nas dØca- das seguintes, tentaram nova- mente. O ExØrcito viu-se compe- lido a contrapor-se a eles, vencendo-os em comba- tes de rua e em selvas inóspitas, mesmo experi- mentando o desgaste de um conflito prolongado. Nªo apenas os derrotou, mas ajudou tambØm a desenvolver o País. Quase ao final do sØculo passado, o tem- po se encarregou de mostrar ao mundo a de- cadŒncia do comunis- mo, aniquilado por suas próprias contradiçıes, por seus inœmeros erros, por sua violŒncia exacerbada, por mi- lhıes de mortos que impuse- ram à humanidade. Sessenta e seis anos depois daquele trÆgi- co novembro, os quartØis do ExØrcito Brasileiro param, por alguns momentos, para refle- tir sobre essa pÆgina negra de nossa História. Estamos con- vencidos, mais do que nunca, que nossa luta nªo foi em vªo, e que estivemos ao lado da sociedade brasileira todas as vezes em que esta, em sua mai- oria, rejeitou o radicalismo, a desordem e o terror. Brasília, 27 de novembro de 2001 Gen Ex Gleuber Vieira Comandante do ExØrcito A memória de uma naçªo Ø um bem precioso que necessita ser preservado, a todo custo, e relembrada constantemente, para impedir que erros históricos nªo mais se repitam impunemente. A fidelidade às provas documentais existentes e disponíveis , deve ser a pedra de toque, da Øtica dos historiadores, dos professores e dos jornalistas, quando da transmissªo dos fatos aos seus leitores, alunos e ouvintes. IgnorÆ-las e/ou distorcŒ-las, premeditadamente, configura um crime de lesa-pÆtria difícil de se compreender e de aceitar. Todos os grandes jornais e revistas do país dispıem em seus arquivos, de um rico acervo dos fatos relacionados com a Intentona Comunista de 1935, bem como daqueles vivenciados nos anos 60. Porque entªo o silŒncio ? Porque entªo a prÆtica sistemÆtica do engôdo intencional àqueles que desejam se informar ? É preciso que a seriedade e a verdade, voltem a prevalecer sobre a falsidade e que a maior farsa do sØculo XX, o comunismo, seja renegada definitivamente pela sociedade brasileira. A FARSA CONTINUA O COMUNISMO nªo Ø a fraternidade: Ø a inversªo do ódio entre as classes. Nªo Ø a reconciliaçªo dos homens: Ø a sua exterminaçªo mœtua. Nªo arvora a bandeira do Evangelho: bane a Deus das almas e das reivindicaçıes populares. Nªo dÆ trØguas à ordem. Nªo conhece a liberdade cristª. Dissolveria a sociedade. Extinguiria a religiªo. Desumanaria a humanidade. Everteria, subverteria, inverteria a obra do Criador. O COMUNISMO EDI˙ˆO HISTÓRICA E sta Ediçªo Histórica Ø dedicada especialmente aos jovens, civis e militares, de nosso Brasil. Nela constam somente FATOS VERDADEIROS, que nªo podem ser contestados e necessitam ser do conhecimento daqueles que, hoje, estªo sendo vítimas de uma das maiores manipulaçıes de consciŒncias de que se tem notícia em nossa História PÆtria, patrocinada pelo governo federal, atrÆves do MinistØrio da Educaçªo. Rui Barbosa LEIA NA P`GINA 3 [email protected]

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BELO HORIZONTE, 27 DE NOVEMBRO DE 2012 - ANO XVIII - Nº 184

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO BRASILA INTENTONA COMUNISTA DE 1935

ORDEM DO DIA - 27 DE NOVEMBRO

LEMBRAI-VOS DE 35!

Há na Praia Vermelha, nacidade do Rio de Janei-ro, um monumento vo-

tivo edificado em memória dosmortos da conhecida IntentonaComunista de 1935. Diante dele,todos os anos, democratas sepostam em sinal de respeito,com a esperança de que temposfatídicos de revoluções totali-tárias nunca mais tenham lugar

entre nós. Essas atitudes mór-bidas e tresloucadas que, 66anos atrás, levaram ao derrama-mento de sangue de inocentesem quartéis do Exército, no Nor-deste e no Rio de Janeiro, sãoapenas sombras indesejáveisem nossa História, coisas que otempo dissolverá por comple-to. Nem por isso, no entanto,deixarão de ser lamentáveis,porque contrapõem-se à idéiade liberdade e democracia.

A insurreição de 35, comobem recordamos, teve envolvi-mento de militares contaminadospela doutrina comunista que al-guns desejavam impor ao Bra-sil. Começou em Natal, com aparticipação de graduados e sol-

Edição

Histórica

Uma Intentona que nunca mais deverá acontecer!

Honras fúnebres aos mortosda Intentona Comunista de 1935,

na Avenida Rio Branco - Rio de Janeiro

dados e de quase 300 homens daguarda civil. Os rebeldes sujei-taram a cidade, durante quatrodias, à violência e ao saque deestabelecimentos bancários e co-merciais. Tropas do então 20º Ba-talhão de Caçadores, de Alagoas,e da polícia da Paraíba os conti-veram e restabeleceram a ordem.

Em Pernambuco, revoltososcivis, reforçados por oficiais e pra-

ças equivocados, encarregaram-se das atrocidades. Durante doisdias, combates violentos foramtravados em vários pontos doestado, sem que os rebelados lo-grassem entrar em Recife. Duasunidades do Exército e a políciabloquearam-lhes a passagem epuseram fim à rebelião.

No Rio de Janeiro, as pro-porções do movimento foram maisamplas e cruéis, tendo sido de-flagrado, simultaneamente, no 3ºRegimento de Infantaria, na PraiaVermelha; no 2º Regimento de In-fantaria e no Batalhão de Comuni-cações, na Vila Militar; e na Escolade Aviação, no Campo dosAfonsos. Os amotinados, compa-nheiros de véspera, feriram e ma-

taram indiscriminadamente, ten-tando expandir a rebelião a todocusto. Esbarraram na mais fér-rea resistência das forças lega-listas. E perderam a luta.

Não foi essa a última ten-tativa desses radicais de con-quistar o poder para estabeleceruma tirania no Brasil. Nas déca-das seguintes, tentaram nova-mente. O Exército viu-se compe-

lido a contrapor-se a eles,vencendo-os em comba-tes de rua e em selvasinóspitas, mesmo experi-mentando o desgaste deum conflito prolongado.Não apenas os derrotou,mas ajudou também adesenvolver o País.

Quase ao final doséculo passado, o tem-po se encarregou demostrar ao mundo a de-cadência do comunis-mo, aniquilado por suaspróprias contradições,

por seus inúmeros erros, por suaviolência exacerbada, por mi-lhões de mortos que impuse-ram à humanidade. Sessenta eseis anos depois daquele trági-co novembro, os quartéis doExército Brasileiro param, poralguns momentos, para refle-tir sobre essa página negra denossa História. Estamos con-vencidos, mais do que nunca,que nossa luta não foi em vão,e que estivemos ao lado dasociedade brasileira todas asvezes em que esta, em sua mai-oria, rejeitou o radicalismo, adesordem e o terror.

Brasília, 27 de novembro de 2001

Gen Ex Gleuber VieiraComandante do Exército

A memória de uma nação é um bem precioso que necessita serpreservado, a todo custo, e relembrada constantemente, para

impedir que erros históricos não mais se repitam impunemente.A fidelidade às provas documentais existentes e disponíveis , deve

ser a pedra de toque, da ética dos historiadores, dos professores e dosjornalistas, quando da transmissão dos fatos aos seus leitores, alunose ouvintes.

Ignorá-las e/ou distorcê-las, premeditadamente, configura umcrime de lesa-pátria difícil de se compreender e de aceitar.

Todos os grandes jornais e revistas do país dispõem em seusarquivos, de um rico acervo dos fatos relacionados com a IntentonaComunista de 1935, bem como daqueles vivenciados nos anos 60.Porque então o silêncio ? Porque então a prática sistemática do engôdointencional àqueles que desejam se informar ?

É preciso que a seriedade e a verdade, voltem a prevalecer sobrea falsidade e que a maior farsa do século XX, o comunismo, sejarenegada definitivamente pela sociedade brasileira.

A FARSA CONTINUA

�O COMUNISMO não é a fraternidade: é a inversão do ódioentre as classes. Não é a reconciliação dos homens: é a sua exterminaçãomútua. Não arvora a bandeira do Evangelho: bane a Deus das almase das reivindicações populares. Não dá tréguas à ordem. Não conhecea liberdade cristã. Dissolveria a sociedade. Extinguiria a religião.Desumanaria a humanidade. Everteria, subverteria, inverteria a obrado Criador�.

O COMUNISMO

EDIÇÃO HISTÓRICA

Esta Edição Histórica é dedicada especialmente aos jovens,civis e militares, de nosso Brasil. Nela constam somente

FATOS VERDADEIROS, que não podem ser contestados enecessitam ser do conhecimento daqueles que, hoje, estão sendovítimas de uma das maiores manipulações de consciências deque se tem notícia em nossa História Pátria, patrocinada pelogoverno federal, atráves do Ministério da Educação.

Rui Barbosa

LEIA NA PÁGINA 3

[email protected]

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2Nº 184 - Novembro/2012

25 de novembro - edição das 9 horas

25 de novembro - edição das 11 horas

Diario da TardeDirector � Dario de Almeida Magalhães

ediçãoA.1

NUMERO AVULSO: 200 RÉIS BELLO HORIZONTE � SEGUNDA-FEIRA, 25 DE NOVEMBRO DE 1935 ANNO V � MÚMERO 1.455

Sangrentos combates em Recife, tendo as forçaslegaes conseguido retomar a cidade de Olinda �Vencidos os amotinados de Alagôas, depois de

seria lucta em que houve mortos e feridos

Rebentou um movimento militar extremistaem MACEIO�, RECIFE E NATAL

Os rebeldesdominam a

capitalpotyguar, cujo

governo setransferiu para

MacahybaEnviados para o Norte dois

cruzadores e duas esquadri-lhas de aviões de bombardeio ede caça � Rumaram para Re-cife as forças do Exercito e daPolícia da Parahyba, uma ba-teria de artilharia e o 20º B.C.,de Maceió

O governo organizouséria resistencia e

espera desalojar hoje,de seus reductos os

revoltosos

Sangrentoscombates em

Recife

As tropas legaesretomaram a cidade

de Olinda

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1/19

35

27 de novembro de 1935 - 1700h

Declarado o estado de sítio, por trintadias, em todo território nacional

Estado de Minas, 27 de novembro de 1935

Texto do sobreaviso dado hon-tem, por Luís Carlos Prestes aos seuscompanheiros de revolução.

�O Comitê Revolucionario, soba minha direção, frente aos aconte-cimentos que se desencadeiam nonorte do paiz e à ameaça de ins-tallação de uma dictadura reaciona-ria decide que todas as forças daRevolução estejam promptas paralutar pelas liberdades populares epara dar o golpe definitivo no governode traição nacional de Getulio Var-gas

Dia e hora serão opportuna-mente marcados".

Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1935 Luís Carlos Prestes

O AVISO DE PRESTESaos seus companheiros

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Page 3: Camaradas - Jornal Inconfidência.pdf

3Nº 184 - Novembro/2012

Saindo do Clube Militar,

o Presidente Vargas

e o deputado Antônio Carlos,

presidente da Câmara

de Deputados carregam

o caixão de um oficial do 3º RI

PRONUNCIAMENTO DE GETÚLIO VARGAS

O presidente Getúlio Vargas, em pronunciamento nas primeiras horas doano de 1936, sobre a "Intentona", afirmou: "... Padrão eloqüente e insofismáveldo que seria o comunismo no Brasil, tivemo-lo nos episódios da baixa rapinae negro vandalismo de que foram teatro as ruas de Natal e de Recife, duranteo surto vergonhoso do credo russo, assim como na rebelião de 27 de novembro,nesta capital, com o registro de cenas de revoltantes traições e até de assassínio,frio e calculado, de companheirosconfiantes e adormecidos..."

Setenta e seis anos depois, esses bravos militares, mortos em serviço, cujosfamiliares nunca pediram e nunca receberam indenizações, certamente aindamerecem o respeito de todo o povo brasileiro. Eles tiveram a honra e o privilégiode sacrificar a própria vida, defendendo a Pátria!

A FARSA CONTINUA...A maior farsa do século XX, o comunismo,

teve sua origem na Revolução Russa de1917, quando os bolcheviques, liderados porLênin e inspirados na doutrina do �Manifes-to Comunista�, derrubaram o governo provi-sório de Kerensky, trucidaram o Czar e suafamília, além de milhões de cidadãos, paraconquistar o poder. Instalada a ditadura co-munista, é criada a União das RepúblicasSocialistas Soviéticas (URSS). Lênin,Bukharin, Stálin, Trotsky e outros cometem

os maiores crimes contra a humanidade, as-sassinando os adversários e os �camaradas�ou os condenando a trabalhos forçados nosgulags das estepes geladas da Sibéria. O regi-me comunista soviético, em nome dessa ide-ologia ultrapassada, o marxismo-leninismo,fez mais de cem milhões de vítimas e final-mente termina ruindo com o Muro de Berlim,em novembro de 1989.

Terá sido o marco final da desvairadautopia comunista? Não cremos. A China, Cu-ba, Coréia do Norte, Vietnã, Venezuela, Bo-lívia e o Brasil ainda não sabem que o muro davergonha caiu há 23 anos. Em nosso País, essadata passou quase despercebida e os defen-sores dos �Direitos Humanos�, o grupo �Tor-tura Nunca Mais�, a Comissão Nacional daVerdade e o PNDH3 e outros, se omitiram,quando era oportuno lembrar o assassinatode estudantes chineses na Praça da PazCelestial, em Pequim, o "paredón" e constan-tes pedidos de asilo político de desportistas,jornalistas e artistas cubanos, além dos"balseros" que, diariamente, arriscam suasvidas fugindo da ilha da fantasia...

Mistificadores por excelência, repe-tem hipocritamente, �ad nauseam�, sua fi-delidade à democracia e o respeito aos direi-tos humanos. Tentam, por todos os meios,mudar a História do Brasil, transformando se-qüestradores, assassinos, assaltantes de bancose terroristas em �heróis�, dando a eles nomes deruas, praças e criando espaços culturais, etc.

Criado em 1922, o PCB � Partido Co-munista do Brasil, tenta pela primeira vez aconquista do poder em fins de novembro de1935 com a sublevação de unidades militares,assassinando traiçoeiramente seus compa-nheiros, na calada da noite, em Natal, Recifee no Rio de Janeiro.

São derrotados pelo Governo Federale pela total falta de apoio da população. Dolivro �Meu Companheiro� de Maria Prestes:�Em 1935, o casal (Prestes e Olga Benário)estava se dirigindo ao Brasil, onde se prepa-rava o levante armado que abriria umaperspectiva socialista para o maior país daAmérica do Sul�.

No início da década de 1960, no auge daguerra fria, a Nação sente-se ameaçada pelafalta de autoridade, inflação em alta, greves

constantes da CGT, saques, agitações nocampo (MST de hoje), tentativas de quebrada hierarquia e da disciplina nas Forças Arma-das e percebe a revolução comuno-sindicalis-ta iminente. Em 31 de março de 1964, MinasGerais, representando os sentimentos patri-óticos e espontâneos da população brasileira,atendendo ao clamor popular, com o governoestadual e a Polícia Militar, apóia a contra-revolução iniciada pela 4ª RM (Juiz de Fora)e ID/4 (Belo Horizonte). Marcharam para o

Rio e Brasília, sem encontrar qualquerresistência. A adesão foi total e pelasegunda vez os comunistas são derro-tados, sem qualquer vítima. No Rio, a�Marcha da Família com Deus pelaLiberdade� reúne um milhão de pessoasem homenagem às Forças Armadas.

Impedidos de conquistar o poder,os derrotados de 1964 formam grupossubversivos treinados em Cuba, China eURSS, que têm por finalidade a implan-tação de um regime comunista. Perpe-tram atos de terrorismo, seqüestros de

diplomatas e de aviões, assaltos a bancos,"justiçamentos", assassinatos, atentados combomba e ações de guerrilha urbana e rural. Noinício da década de 1970 são derrotados pelaterceira vez!!

Passado o profícuo regime militar, quelevou o Brasil a ser a 8ª economia mundial, apleno emprego, sem massacre da classe médiae do funcionalismo, com um PIB de 9,3%,jamais alcançado pelos governos subseqüen-tes, todos de triste lembrança, é promulgadaa Constituição �cidadã� de 1988 que, a todahora, é estuprada segundo os interesses dosporões do Palácio do Planalto, conforme seconstatou nos governos de FHC e de Lula.

A Lei da Anistia, proposta pelos ven-cedores, no governo Figueiredo, parece obrae conquista dos derrotados. Foram criadas a�Comissão dos Mortos e DesaparecidosPolíticos�, a �Secretaria Especial de DireitosHumanos� e a "Comissão Nacional da Verda-de", que premiam as famílias de �desapareci-dos� e até de vivos, com centenas de milhõesde reais, com o apoio de um governo corruptoe pleno de ex-guerrilheiros, ex-terroristas eex-seqüestradores.

O ex-guerrilheiro urbano, Alfredo HélioSirkis, que participou dos seqüestros dos embai-xadores da Alemanha e da Suíça, no livro �OsCarbonários�, lembra que, apesar de derrotadosna �guerra�, conseguiram criar uma outra versãoda história, �nas obras literárias, memorialísticas,nos audiovisuais, na TV e em CD-ROM� � Dizele �Se na primeira perdemos fragorosamente,na segunda não nos saímos de todo mal�. Aofinal do livro, é demonstrado o posicionamentode grande número de ex-guerrilheiros e ex-terroristas, em atividades editoriais, na cáte-dra universitária, na mídia e em cargos públi-cos, onde muito fazem sucesso contra as For-ças Armadas, tentando denegri-las.

O �Comandante� Fidel (e seu irmão Raúl)era recebido festivamente no Brasil pelas auto-ridades e visitado constantemente pelo entãopresidente Lula e por comitivas do PT, quandoo comissário José (Daniel) Dirceu chorava emseus ombros e a presidente Dilma, agora presen-teia Cuba com milhões de dólares que jamaisvoltarão. Che Guevara é capa permanente emcadernos e camisetas de nossos estudantes e épromovido constantemente no cinema e pela

PTV Globo. Mao Tsé Tung e Lamarca estão nacarteira estudantil da União Colegial de MinasGerais. Mao, Fidel e Guevaraexportaram para nós o ódio, oterrorismo, a subversão e amorte e são exemplos para anossa juventude e endeusadospela mídia venal e pelos livrosdidáticos adotados pelo Mi-nistério da Educação.

Agora, no limiar do sé-culo XXI, tentam pela quartavez. É a hora e a vez de HugoChávez, que procura interfe-rir em nossas relações interna-cionais, tendo sido o espelhodo ex-Presidente Lula, que foiridiculizado pelas ações deEvo Morales, Rafael Correa,Cristina Kirchner e até do "bis-po" Fernando Lugo do Para-guai, que foi defenestrado dapresidência contra a vontadedo governo brasileiro, do Forode São Paulo e da UNASUL.E a farsa continua...

Atualmente, somosquase 200 milhões, sem ação,enganados, desprotegidos, en-tregues à própria sorte, en-quanto os corruptos partidospolíticos de esquerda procu-ram tomar o poder de fato,para dar continuidade a seusodiosos e obsessivos projetos socialistas, utili-zando todos os meios, principalmente os ilícitos,para alcançar seu objetivo principal - a implan-tação de um regime comunista, de acordo com oForo de São Paulo.

Os gulags soviéticos

Constatamos que, um presidente nãovale pelo que fala e sim pelo que faz (ou de-

veria fazer), os partidos polí-ticos estão partidos e são par-tidos pelo próprio governo, aJustiça é lenta e dura com ocidadão comum. Finalmente,vemos agora STF julgando econdenando a sofisticada or-ganização criminosa coman-dada pela quadrilha do PT.

A miséria é cada vez mai-or, com a bolsa-família propor-cionando milhões de votos aLula/Dilma. Constatamos, fi-nalmente, que o PT - Partido dosTrabalhadores, com a parceriado PMDB, montou o maior es-quema de corrupção jamais vis-to no país, ao qual o ex-presiden-te Lula fecha os olhos e aindaprotege os companheiros en-volvidos, fingindo nada saber.

Sabemos que as ForçasArmadas são o último antepa-ro à implantação do comunis-mo no Brasil, estando prontaspara cumprir, com devotamen-to e patriotismo, a missão cons-titucional de manter a nossasoberania, Forças Armadas es-sas que deixaram como princi-pal legado a democracia, im-pedindo a instalação dessa ide-

ologia totalitária em 1935, 1964 e início dosanos 70. E permanecem alertas para impedirmais essa recente investida para comunizar onosso País!

Até quando a farsa continuará?

A "Marcha da Família comDeus pela Liberdade"

�É preciso relembrar o vandalismo desencadeado naquele dia, a atitude afrontosa com quesaíram das ruínas do 3º RI, os autores daqueles crimes, a maneira ostensiva com que alardeavam osprocessos traiçoeiros que conseguiram dominar pelo terror.

Relembrar esses fatos é certamente doloroso. Mas é preciso relembrar, porque a maiorvirtude do brasileiro é ó esquecimento e essa virtude é quase sempre o seu maior defeito��.

Rio de Janeiro, 27 de novembro de 1937 Gen Eurico Gaspar Dutra - Ministro da Guerra

PRONUNCIAMENTO DO GENERAL DUTRA

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Page 4: Camaradas - Jornal Inconfidência.pdf

4Nº 184 - Novembro/2012

27 de novembro - edição das 15 horas

Sexta-feira - 29 de novembro - edição das 11 horas

Este é um breve relato da rebelião comu-nista de 27 de novembro de 1935. Porser apenas um resumo foram omitidos

muitos detalhes e nomes envolvidos nos acon-tecimentos que enlutaram o País. Mesmo as-sim, ficou demonstrado de modo insofismávelaté que ponto pode chegar a ambição políticaa qualquer preço, a demagogia inconseqüente edeletéria, a dissimulação, a mentira e o cinismode receberem dinheiro e orientação externospara entregar a Pátria ao domínio estrangeiro.

Sejam quais forem os disfarces e osprocessos utilizados, os adeptos do comunis-mo perseguem sempre os mesmos fins. Paraisso são capazes, como vimos, de revoltantestraições e, até, de frios assassinatos de compa-nheiros adormecidos.

É oportuno transcrever um trecho daOrdem do Dia do General Dutra, em 27 denovembro de 1937:

"É preciso relembrar o vandalismodesencadeado naquele dia, a atitudeafrontosa com que saíram das ruínas do 3ºRegimento de Infantaria os autores daque-le crime, a maneira ostensiva com quealardeavam os processos traiçoeiros e infa-mes com que abateram os companheirosque conseguiram dominar pelo terror".

"Relembrar esses fatos é certamentedoloroso. Mas é preciso relembrar, porquea maior virtude do brasileiro é o esquecimen-to e essa virtude é quase sempre o seu maiordefeito".

Não sabia, porém , o General Dutra queas suas palavras eram, na realidade, uma pro-fecia. Os revoltosos de 1935 foram anistiadose perdoados pela sociedade, mas nem por issodesistiram de implantar, no Brasil, um regimecomunista contrário à vontade e à índole donosso povo. Voltaram a perseguir os mesmosobjetivos de tomada do Poder em 1964, sendobarrados pela Revolução democrática de 31 deMarço de 1964. Não conseguindo seus inten-tos retornaram, em 1968, os insanos importa-dores do ódio e da violência, a praticar seqües-tros, assassinatos brutais de civis e militares,assaltos a bancos, atitudes do mais baixo erepugnante padrão moral, agindo em nome damesma soturna ideologia de seus mestres co-munistas de 1935. Deixaram um rastro de maisde 200 mortos civis e militares, 500 mutiladose feridos, vítimas da sanha assassina dos her-deiros da intentona de 1935.

Podemos afirmar que o sacrifício da-queles que combateram o comunismo nãofoi em vão.

Hoje no poder, os derrotados de ontemestão podendo dar vazão plena ao ódio que osmobilizara naquela época. No entanto é precisomanter a vigilância, pois as intenções delesparecem estar latentes, só aguardando umaoportunidade para se fazer presentes. Tudodevidamente comprovado com as campanhassórdidas e mentirosas constantemente veicula-das pela mídia venal e vendida contra as ForçasArmadas e, em particular, a permanente tenta-tiva de denegrir o Exército Brasileiro.

A lição de 1935 permanecerá viva. AsForças Armadas e as Polícias Militares jamaisesquecerão as páginas de luto, traição e covar-dia que o comunismo inseriu na nossa Históriae, mesmo à custa do sacrifício de vidas, nuncapermitirão que seja imposto ao Brasil umregime contrário à sua tradição.

Esse é um dever constitucional.

Avenida Pasteur, 28/11/35: Oficiais e praçasinsurretos do 3º RI quando, em atitude de

zombaria, deixam, presos, o quartel.O chefe do movimento, Agildo Barata está

assinalado com um X

Diario da TardeDirector � Dario de Almeida Magalhães

ediçãoA.3

NUMERO AVULSO: 200 RÉIS BELLO HORIZONTE � QUARTA-FEIRA, 27 DE NOVEMBRO DE 1935 ANNO V � NÚMERO 1.457

Dominado, no Rio, o movimento subversivoO 3º. R.I. rendeu-se às 14 horas e 30 minutos, tendo sido a

sublevação da E. de Aviação suffocada desde cêdo

�Estou vencido.Fui preso�

RIO, 27 (Meridional) � A reprotagem dos �Di-ários Associados� conseguiu falar ao capitão AgildoBarata, minutos após a readição do 3º R.I.

O conhecido official, que era o cabeça do movi-mento sedicioso da tropa Praia Vermelha, foi incisivo:

- �Estou vencido. Fui preso�.

Fuzilado pelos rebeldes o 1.º tenenteBenedicto Lopes Bragança

Segundo communicações recebidas hoje pela família Bragrança o 1.º tenenteBenedicto Lopes Bragança foi fuzilado pelos rebeldes por não ter querido adherir aomovimento da insurreição na Escola de Aviação, na qual commandava um corpo deinstrucção.

O malogrado official era relacionadissimo, em Bello Horizonte, aqui tendo servidono 10.º R.I, e aqui feito o seu curso de humanidade.

O corpo do tenente Bragança chegará amanhã nesta capital.

Revista "O Cruzeiro" 07/12/1935

CONCLUSÕES

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5Nº 184 - Novembro/2012

ESTADO DE MINASEDIÇÃO DE HOJE � 10 PAGINAS NÚMERO AVULSO: - 200 RÉIS

ANNO VIII BELLO HORIZONTE, Quarta-feira, 4 de Dezembro de 1935 NUM. 2.779

Extinctos o 21º. e o 29º. Batalhões de Caçadores e o 3º. Reg. de Infantaria

Genese e desenvolvimento da rebellião communistaO capitão Felinto Muller, chefe de Polícia do Districto Federal, expõe detal hadamente aos �Diários

Associados� a trama sinistra e as providencias rapidas e energicas do governo federal

Luiz Carlos Prestes perdeu, em um lance, a legenda que conquistou em 11 annos

Posso assegurar-lhe que, a principio,organisara-se um movimento políti-co-militar de caracter verde e

amarello, no estylo dos golpes a que aRepublica liberal democrática nos acostu-mou, na longa história de sua adaptação aogenio político do povo brasileiro. A forma-ção da Alliança Nacional Libertadora, po-rém, lançou os agentes e possíveis chefesdesse movimento para o segundo plano.

Este partido tinha uma ideologia de-finida nos princípios communistas e o seuchefe, sr. Luiz Carlos Prestes, há cinco annosanunnciára ao povo brasileiro as suas no-vas inclinações anti-democraticas. A rápi-da expansão desse partido, a propagandaintensa dos seus ideaes nesta capital e nosEstados, deram aos lideres a impressão deuma força capaz de prescindir dacollaboração das outras correntes políti-cas, podendo agir por conta própria e reali-zar com a figura legendária do sr. Luiz CarlosPrestes, a conquista do poder que tantosoutros desejavam.

A polícia, como já tive occasião dedemonstrar pela imprensa, numa abundan-te documentação estava certa da absolutaidentidade de ponto de vista da AlliançaNacional Libertadora com o programmacommunista de Prestes. A conspiração po-lítico-militar deixára cahir a bandeira verde-amarella, e surgira em seu logar e pavilhãovermelho do bolchevismo.

Deante das provas irrefutáveis deque a A. N. L. tramava a subversão violentado regime social e político do paiz, o gover-no decidiu fechar a sua séde e os seusnúcleos em toda a Republica, e desde estemomento os seus dirigentes resolveram le-var avante o plano conspiratorio, sob achefia directa e pessoal de Luiz Carlos Pres-tes. Deu-se, portanto, uma evolução natrama primitiva, de natureza política, com ointuito de mudar os homens conservandoas instituições, para uma extensão conspi-ração extremista destinada a implantar emnossa terra o regime russo, ingenuamen-te disfarçado na fórma de um governopopular revolucionário.

A TACTICA DE MOSCOU-Convém não esquecer que os

alliancistas seguiam habilmente a tácticade Moscou. Como ficára resolvido noultimo Congresso do Komintem, os agen-tes bolchevistas e deveriam trabalharsempre com os disfarces da liberal de-mocrocia, fingindo uma alliança com ospartidos republicanos para combater ofascismo, e desta fórma obter a suacollaboração para a obra revolucionaria.Os alliancista que desejavam a coopera-ção dos grupos políticos dissidentes, epara não afugental-os, fingiam ter abando-nado os propósitos vermelhos da ideologiamoscovita, allegando que o comunismorigido seria inadaptavel ás condiçõespsychologicas da sociedade brasileira.

Nesse sentido, procuraram articu-lar-se com elementos políticos e milita-res, que, a tempo, perceberam o encontroe retiraram a solidariedade que haviamempenhado.

A polícia possue documentos pre-ciosos para provar que os communistaspretendiam jogar esses collaboradoresnuma cilada.

O plano era servir-se de seu apoiopara conquistar o poder popular revolucio-nário e, depois de installado este,convertel-o rapidamente, com o auxíliodas massas operarias, camponesas e ar-madas, no regimem communista, segun-do o espírito das infiltrações soviéticas.Possuo no archivo da polícia, cartas emque os líderes communistas explicam esteprojecto a camaradas que se mostramsurprehendidos com a �entente� dealliancismo com os grupos da burguesialiberal democrática.

O governo popular revolucionárioera apenas uma fachada para attrahir ingê-nuos. Viria, logo depois, atrás delle, a ver-dadeira revolução social, inspirada nolemma: �pão, terra e liberdade�, com umgoverno de operários, camponeses, mari-nheiros e soldados de accordo com osmoldes práticos consagrados pelo golpe de1917 na Rússia. (Extrato)

Prestes, ladeado pela Polícia Especial de Vargas, depõe no Conselho de Justiça Militar, fev/37

Medidas energicas paracombater o communismo

As modificações à Lei de SegurançaNacional, apresentadas pelo deputado

Pedro Aleixo, corrigem as deficiências dalegislação em vigor � Definidos novoscrimes contra a ordem política e social

Rio, 3 (Meridional) � Foi assignado napasta da Guerra um decreto concebido nosseguintes termos:

� O presidente da Republica dos EstadosUnidos do Brasil, considerando ser acto dejustiça e afim de que perdera elle nos annaesmilitares, estigmatizando o crime de rebel-dia que cometteram, decreta:

Ficam extinctos os 21º e 29º Batalhõesde Caçadores e o 3º Regimento de Infan-taria.

Artigo 2º - São creados os 30º e 31ºBatalhões de Caçadores e o 14º Regimento deInfantaria que deverão ser immediatamenteorganizados para conservar-se sem alteraçãoo effectivo consignado na organização doExército.

Artigo 3º - Revogam-se as disposiçõesem contrario.

Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 1935.104º da Independência e 47.º da República

(a) Getulio Vargas,Presidente da Republica"

Estigmatizando ocrime de rebeldia

Extinctos o 21.º eo 29.º B. C. e o 3º R.I.

NOSSO COMENTÁRIOQualquer semelhança com os diasatuais não é mera coincidência.

A leitura da entrevista do Chefe dePolícia do Distrito Federal, em 1935,revela que o processo revolucionáriocomunista continua tendo as mesmascaracterísticas nos dias de hoje. Nasfases que antecedem a tomada do podertodas as aparências de legalidade e departicipação democrática no jogo polí-tico. A formação de frentes e aliançaseleitorais com os partidos de esquerda ecom a "burguesia liberal" para a forma-ção de um "governo popular democráti-co" continua a ser a tática dos partidoscomunistas e também de partidos que sedizem socialistas, escondendo sua ten-dência revolucionária.

É a tática da "via pacífica" cujoprimeiro objetivo é a conquista do go-verno pelo caminho eleitoral legítimo. Apartir daí, o partido comunista ou parti-do socialista revolucionário, simulandoum programa social-democrata, faz a"acumulação de força" a que Tarso Gen-ro (PT/RS) denomina de "reformismoradical", tendo por objetivo a tomadado poder.

A Intentona Comunista de 1935que surpreendeu pela violência, poderepetir-se de forma pacífica, pelo menosnas suas fases iniciais, realizada o que osneo-comunistas denominam "RevoluçãoNacional Popular".

Com a chegada de elementos do22º Batalhão de Caçadores e de umabateria de Artilharia da Parahyba,

os communistas pressionados,começaram a recuar no Recife

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6Nº 184 - Novembro/2012

REVELAÇÃO

Num prédio do século XVIII que abrigouum luxuoso hotel na rua Gorki, em Mos-cou, montavam-se conspirações, guer-

ras e rebeliões. Desta verdadeira central derevoluções partiam ordens e delegados para osmais longínquos confins da Terra, inclusive oBrasil. Histórias de espionagem vividas na URSSe, principalmente, no Brasil são contatas pelojornalista William Waack no livro Camaradas,lançado pela Companhia das Letras, que chegouàs livrarias na quarta-feira 20. Mas não se tratade um livro de ficção. Os fatos e personagenscitados são - ou foram - de carne e osso. Cama-radas narra um dos mais dramáticos e aindaobscuros episódios da história do Brasil: achamada Intentona Comunista, o fracassadolevante militar comunista de 1935, contra ogoverno Getúlio Vargas.

Com uma documentação farta e inédita,Waack, revela que a ordem para o levante veio dasede da Internacional Comunista (Komintern).Desaparecem todas as dúvidas sobre essa ordemexterna, negada durante décadas pelos comunis-tas brasileiros. Ou quase todas: segundo Waackfalta ainda descobrir o �cumpra-se� pessoal doditador soviético Josef Stalin para a insurreição.O jornalista está convencido de que a rebeliãoarmada que eclodiu em Natal, Rio de Janeiro eRecife foi autorizada entre 22 e 23 de novembrode 1935 pessoalmente pelo então czar doKremlin. �Conhecendo a estrutura e a mecânicado Komintern, é impossível imaginar que essaagência secreta do Estado soviético se envolves-se numa rebelião armada e a financiasse sem queStalin soubesse e autorizasse�, diz Waack.

As revelações trazidas pelos documen-tos do Komintern provocaram um verdadeiroterremoto ao serem publicados, em 29 de agosto,num caderno especial de O Estado de S. Paulo,do qual Waack é correspondente em Berlim.

O OURO DE MOSCOULivro do jornalista William Waack comprova que Moscou

comandou a Intentona Comunista de 1935Personagens venerados no altar da esquerdabrasileira foram dessacralizados. A começarpelo histórico líder comunista Luiz Carlos Pres-tes (morto em 1990), chefe da rebelião de 1935,que inclusive pagou para entrar no Komintern.Sua primeira mulher, Olga Benário, heroína damitologia comunista por ter sido entregue pelochefe da polícia especial de Vargas, FelintoMüller, aos nazistas e morta num campo deconcentração, era agente da inteligência militarsoviética.

Ironicamente, a revolução mundial rece-beu uma contribuição involuntáriade Getúlio Vargas. O �cavaleiro daesperança� Prestes entregou aoKomintern cerca de US$ 20 mil.Esse dinheiro seria parte de umasoma total de US$ 80 mil quePrestes recebera do caudilho gaú-cho. Vargas tentou inutilmenteganhá-lo para a Revolução de 1930.Mas Waack acha que o dinheironão era o mais importante: �Pres-tes entregou aos agentes doKomintern uma rede de contatose de tipografias clandestinas que aorganização jamais teria condiçõesde criar sozinha no Brasil�.

O trabalho de investigaçãocomeçou em março de 1992 e foiconcluído em agosto deste ano.Waack chegou aos arquivos doextinto Partido Comunista sovié-tico graças a Iuri Ribeiro, filho mais moço de LuizCarlos Prestes, que há seis anos vive em Mos-cou. Obteve cópias ou transcrições de cerca de550 páginas de documentos secretos. O repórterfoi favorecido pelos ventos da tumultuada con-juntura política do pós-comunismo russo. Pou-co depois de ele ter feito a pesquisa que daria

origem ao livro, os arquivos foram fecha-dos. Era uma época em que, no braço deferro com o Parlamento, o presidenteBoris Yeltsin parecia estar levando apior. Por precaução ou força do hábito,os arquivos foram fechados pelos zelo-sos funcionários. Só agora, depois dogolpe de estado de Yeltsin, neste mês, éque a possibilidade de uma devassa nosarquivos ainda secretos do comunismocresceu outra vez.

Camaradas lança luz sobre outraquestão polêmica. Vários historiadoresassinalaram a aparente contradição entre aIntentona Brasileira e o fato de o Kominternestar vivendo uma fase �moderada� a par-tir de 1934. Preocupada em não se isolarainda mais, a URSS de Stalin orientavaos PCs a formarem alianças com outrasforças políticas - eram as chamadas Fren-tes Populares. �É uma premissa teóricafalsa. Ao formarem as Frentes Popula-res, países como Brasil e China, nãovisão do Komintern, estavam direta-mente se encaminhando para a insurrei-ção. A noção de uma grande frenteantiimperialista num país semicolonialera sinônimo de rebelião popular�. concluiWaack. (Publicado na ISTO É de 27/10/1993)

Waack: "A ordem para a rebeliãopartiu de Moscou"

Cópia do original datilografado dotelegrama com o qual a direção daInternacional deu a Prestes e Ewert

ordem para agir

Camaradas - Por William Waack

O que terá sido o comunismo na perspectivafinal de sua análise concreta? Para uns terá

sido fascinação; para outros, sofisma; para tan-tos, os de razão demonstrada, não passou de umatrampolina que se tornaria responsável pelamorte cruel de milhões de inocentes. Vítimas emnome das quais se pretendia trazer ao mundo umanova ordem social, com justiça e igualdade.

O Comunismo tem sido o motivo centralde muitas obras escritas, apologéticas ou de

condenação. Algumasdelas estão centradas nodepoimento, uma via pa-ra escrever a Históriamas que não tem o mes-mo valor do documento.

O documento, sea heurística ou crítica lhedá validade, é a base, porexcelência da interpre-tação histórica. E é so-bre documentos que seescreveu �Camaradas�,obra de William Waack,cujo subtítulo é �NosArquivos de Moscou -A história secreta da re-volução brasileira de1935� (Companhia dasLetras, Rio de Janeiro,1993). A fonte privile-

giada a que recorreu William Waack é o ArquivoHistórico, em Moscou, franqueado, agora, aosestudiosos destes tempos em que o comunismo,é um cadáver embora dele permaneçaminsepultadas algumas partes

Nada atemoriza mais um comunistado que a verdade. Ela sempre funcionou comoum exorcismo em face da mentira vermelha e era,pois, necessário que a verdade permanecesse,segundo as conveniências, guardada em segredo.Assim permaneceu - do ponto de vista da provaobjetiva - até a publicação agora para historiar aintentona de 1935, dos documentos levantadospelo autor.

Contra o livro já se ouviram algumasvozes e, logicamente, dos fascinados que resis-tem ao desencanto. Afinal, como recomeçar? Acrítica literária e histórica tem aplaudido, de pé,um livro como este. Um livro que põe por terramitos de construção laboriosa, como os que

CAMARADASNos arquivos de Moscou

A História Secreta da Revolução Brasileira de 1935

WILLIAM WAACK

* Antônio Gonçalves Meira

fizeram em torno de Luiz Carlos Prestes, de OlgaBenário, das intenções reais do comunismo bra-sileiro - mero joguete do imperialismo russo e deoutras autênticas tramóias preparadas contra oBrasil. É um livro para que as gerações maisidosas recordem as suas próprias vivências dian-te do que se dizia ser e do que, de fato, era ocomunismo. É um livro para que as gerações maisjovens se previnam contra os fabricantes defórmulas de felicidade universal cujos ingredien-tes contenham, obrigatoriamente, o ódio, a vio-lência, o materialismo.

Definitivamente se comprova a respon-sabilidade pessoal de Luiz Carlos Prestes comomandante da bárbara execução de uma partidária- a jovem Elza Fernandes - incursa em suspeitasde colaboração com as autoridades policiais.Esse crime, de que tanto Prestes se dizia inocen-te, era como a mancha que lhe impedia a sacralidadeaos olhos dos que o seguiam ou, até mesmo,admiravam. Negou-o, até morrer em idade avan-çada. William Waack sintetiza, a respeito, rela-tório de Dolores Ibarruri, a Passionária, viragoque, na Espanha, corresponde ao mito de Pres-tes, no Brasil: �A sugestão foi de Stuchevski, aordem de Prestes e a execução coube aosdirigentes do partido�. Stuchevski era o gradu-ado agente de Moscou que, no Brasil, figurouno processo da intentona como o �belga� LeonJulles Vallel e cuja fuga e retorno à Rússia nãolhe propiciaram mais três anos de vida. Execu-tou-o a NKVD, em 1938.

�Camaradas" é um livro cuja leitura sediria recomendável a todos os brasileiros masobrigatória ao público militar. Obrigatória, portraduzir-se o seu texto na mais ampla eirretorquível defesa da ação anti-comunista emque se envolveram as nossas Forças Armadas,desde 1935. A nossa luta, e a nossa vitória foramo triunfo da razão. Honra aos sacrifícios e aosangue derramado em decênios de confrontocom a maior aberração que produziu o pensa-mento humano, o comunismo.

E estejamos certos! O �patrulhamentoideológico� ainda não foi desmontado no Brasil.A obra de Waack não irá figurar nas famosaslistas dos mais vendidos que a mídia repete emseus suplementos. Corrijam-nos, no futuro seestivermos errados! (Publicado na revista doClube Militar de dezembro/1993)

* Tenente-Coronel R/1

Este livro não foi feito para favorecer alguns em detrimento de outros, nem pararetomar debates e pontos de vista totalmente ultrapassados com o fim da Guerra Fria. Noentanto, é inevitável que alguns mitos, imagens, carreiras e reputações � e crenças � saiamprofundamente abalados ao final destas páginas. Berlim, setembro de 1993 W.W.

T ambém usava os nomes de �FridaLeuschner�, �Ana Baum de Revidor�,  �Olga

Sinek�, �Olga Bergner Vilar� e �Zarkovich�;alemã, membro do IV Departamento do ExércitoVermelho (Inteligência Externa); casada na URSScom B. P. Nikitin; viajou em dezembro de 1934ao Brasil, acompanhando Luiz Carlos Prestes,cumprindo missão que lhe fora atribuída pela

OLGA BENÁRIO - A VERDADEEKKI. Foi presa no Brasil em 6 de março de 1936,juntamente com Prestes, com que teve uma filha,sendo deportada para a Alemanha, onde morreu,em 1942, em um campo de concentração.

O seu grau de importância na hierarquia daespionagem soviética deu-se no episódio dereconhecimento de sua morte e nas motivaçõesnazistas para a liquidarem.

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7Nº 184 - Novembro/2012

* Por JarbasPassarinho

* Coronel - Foi ministro de Estado,governador e senador pelo Pará.

O Partido Comu- nista Brasilei-

ro, nascido em 1922,teve vida curta, diri-gido por AstrogildoPereira e OctávioBrandão, quando em

1929 caíram ambos em desgraça daTerceira Internacional fundada porLênin. Poupados por Moscou que de-terminou uma trégua, que não durousenão até 1930. O Komintern criticavaos dirigentes do PCB, proibiu o partidode fazer qualquer aliança nas eleiçõesdaquele ano, para cultivar seus clichês:luta contra o imperialismo, terra paraos camponeses, afastamento dos inte-lectuais (Astrogildo, Brandão, Basbaume Paulo Lacerda) e sua substituição por�trabalhadores mal vestidos e que fa-lassem errado�. Lembro essa passagempara salientar uma interessante coinci-dência: quando o PT foi fundado, há 25anos, pretendia manter o princípio departido exclusivo de trabalhadores, con-trário a toda política de alianças compartidos burgueses e dirigido por ummetalúrgico �mal vestido e que falavaerrado�.

Prestes só seria recebido na Ter-ceira Internacional, ou Komintern, em1931, quando aceitou pagar o que sechamava outrora, nos clubes de grã-finos, uma luva. Para ser recebido nailustre companhia dos revolucionáriosmundiais, pagou �20 mil dólares do fun-do recebido de Getúlio Vargas dezesseismeses antes�, como revelou WilliamWaack, no seu livro Camaradas, com-provado no acesso que teve aos arqui-vos de Moscou, após o colapso daUnião Soviética, Capítulo Ouro ParaMoscou, página 43. João Alberto, emA Marcha da Coluna, confirma o en-tendimento com Getúlio, para que Pres-tes chefiasse a Revolução de 1930. Eledesviou os recursos para cumprir exi-gência do Kominforn, o mesmo Ko-minforn que lhe daria ordem para o le-vante de 1935 e dava (ou retribuia) dóla-res para chefiar o levante no Nordeste eno Rio de Janeiro. É a prova do �Ourode Moscou�.

Acho que Prestes vacinou o Exér-cito com esse levante, que deixou mar-cas indeléveis de traição e covardia, que-brando um princípio de lealdade perti-nente à vida castrense, em exemploshistóricos como o dos aviadores na 1a

Guerra Mundial. Quando um adversá-rio era abatido, o contendor vitorioso

O LEVANTE COMUNISTA DE 1935: REFLEXÕESpassava em vôo rasante sobre o venci-do e lhe fazia continência. Lee, o famo-so general que comandou o Exércitodos Confederados na Guerra de Su-cessão americana, era instrutor emWest Point, quando a guerra eclodiu.Despediu-se da escola,comandada por superio-res seus, adeptos deLincoln, com a tropa queele iria combater forma-da em saudação. Não háduvida que eram temposmuito passados, em quea guerra tinha uma com-ponente romântica. Masem 1935, o comandante do 3o RI, ondeestava preso o capitão comunista Agil-do Barata, tinha absoluta confiançanos seus subordinados. Dois deles,fizeram o contrário dos exemplos ro-mânticos. Um capitão que devia favo-res ao Comandante, jurou-lhe ajoelha-do que era falsa a informação que oCoronel recebera de que o Regimentose levantaria no dia 27 de novembro eque o capitão era um dos seus líderes.Pois ele mesmo, altas horas da madru-gada, cumpriu as ordens que Prestesfizera chegar, escritas, a Agildo Bara-ta. Preocupado com as informaçõesque recebera do Ministério da Guerra,determinou o Comandante a um tenen-te seu secretário, que instalasse umametralhadora visando a subunidade sus-peitada. O tenente, que tinha um pa-rente na intimidade do Palácio do Catete,com Getúlio Vargas � e daí a insuspeiçãodele - acabou usando a metralhadoraem apoio aos comunistas rebelados.

Na Escola de Aviação, um oficialque faço questão de não sujar com seunome este papel em que escrevo, foiencarregado de matar o tenente DaniloPaladini, sabidamente anticomunista.Cobriu o revólver com um jornal e,numa escada em que Paladini se en-contrava, chamou-o perguntando selera o jornal. Quando a vítima desceuuns degraus, o covarde o matou comtiros do revólver escondido no jornal.

Outros covardes, também, su-jaram a história castrense no Brasil.Um exemplo é o do tenente Bragança,aviador. Cumprindo seu dever, diri-giu-se de trem para o subúrbio de Deo-doro, no Rio de Janeiro, com um co-lega, para apresentarem-se em suaunidade, que não sabia já rebelada.Apanhou-os um capitão (um facíno-ra que vim a conhecer no Congresso

quando votamos a lei de anistia), do-no de um pequeno automóvel. Sen-taram-se os dois oficiais nos bancosde trás. O capitão, sacando uma para-belum dirigiu-se primeiro ao tenenteBragança, dizendo estar a unidade de

aviação revoltada obe-decendo Pres tes eperguntou se aderiam.O tenente corajosa-mente respondeu quenão. Levou um tiro fa-tal. O outro abriu a por-ta do automóvel e jo-gou-se para fora ,protegido pelo lusco

fusco e da frágil vegetação de Mare-chal Hermes. Foi salvo porque o ga-tilho da arma não percutiu a bala. De-le eu li, já senador, o depoimento quedeu no Tribunal de Segurança criadopor Getúlio, revelando como se dera amorte do tenente Bragança. Mas, quan-do capitão instrutor do CPOR de Be-

lo Horizonte, fui companheiro de seuirmão, o capitão Bragança, um oficialde escol, cuja família tinha sido com-pelida a não revelar o que sabia, paraque nas Comemorações da Intentona,na Praia Vermelha, a ferocidade e adeslealdade dos comunistas fosse en-fatizada como eles matando até mili-tares dormindo. Coisas de políticos enão exatamente da política como adescreve Max Weber.

O Presidente Collor determinouque as comemorações da Praia Verme-lha, nos 27 de novembro não mais fos-sem realizadas, para reconciliação dafamília brasileira. Passara a ser lem-bradas nos quartéis. Agora, nem isso.São substituídas pelo culto, de DomPaulo Evaristo Arns e do rabino Sobelao comunista Wladimir Herzog. As-sim se faz a história.

(Publicado no Inconfidência nº 88 de 27/11/2005)

Cobriu o revólver com umjornal e, numa escada em

que Paladini se encontrava,chamou-o perguntando se lera

o jornal. Quando a vítimadesceu uns degraus, o covardeo matou com tiros do revólver

escondido no jornal.

Acuse-os do que você faz.Xingue-os do que você é.

Lenine

A INTENTONASilvio Luzardo

No teu corpo o espantoNa tua face o sigiloNa tua farda o exemplona tua vida prostada o mantode quem aprendeu a guardara tua Pátria, Soldado.

Na tua fé a concórdiaNo teu sangue o gritoNa tua espada a cruzNo teu fuzil o silênciode quem morreu traídopela sombra traiçoeira, Soldado.

Na tua guarda pereneNo teu quarto de céuNa tua vigília constanteNo teu braço inerteestende a lição eminentedo alerta, Soldado.

No teu túmulo o prantoNo teu nome a memóriaNa tua história o crimeNo teu serviço o golpeassaltando teus sonhose rompendo tua vida, Soldado.

Na tua canção o ritoNo teu cair o avisoNa tua morte o espasmo Noticiário do Exército de 27/11/1979

No teu partir redivivoficou a noção do perigoque ronda teu filho, Soldado.

Na tua memória o lacreNo teu espanto o limiteNa tua terra a balizaNo teu sentido a continênciados que guardaram a estradapara que não fosse em vão,Soldado.

Na tua jornada o idealNo teu capacete a lideNa tua mochila o teu chãoNo teu coração a Bandeiraque tremula eternamenteao teu compasso, Soldado.

Na tua face a feridaNo teu peito o punhalNa tua alma o sentimentoNa tua morte o triste momentode quem traiu a Pátriapara vestir a Internacional,Soldado.

Em tua memória,nossa guarda.

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8Nº 184 - Novembro/2012

A INSURREIÇÃO DE 27 DE NOVEMBROESCOLA DE AVIAÇÃO MILITAR

O início da revolta na AVIAÇÃOcoincidiu, differença de poucosminutos, com a do 3º REGIMEN-

TO DE INFANTARIA.Em vasta área, quasi toda aberta,

situada entre a Estrada Rio-São Paulo, aEstação de Deodoro e a Invernada dosAffonsos, está a ESCOLA DE AVIAÇÃOMILITAR.

Dentro dessa área vários pavilhõesse distribuem a esmo; uns, servindo dequartéis e alojamentos, outros, de officinase hangares.

Duas entradas lhe dão accesso;ambas situadas à margen da Estrada Rio-S.Paulo, sendo que uma dellas, a mais utiliza-da hoje, está localizada na embocadura deum caminho que vae ter à Enfermaria.

Foi por esta que, pouco antesdas três horas da madrugada de 27,penetrou na ESCOLA o automóvel doCapitão SOCRATES, conduzido, alémdeste, o Capitão AGLIBERTO e os Te-nentes BENEDICTO e DINARCO,emquanto que o Tenente IVAN ali pene-trava pelo outro portão afim de sublevara guarda de serviço.

A promptidão e a vigilância na ES-COLA, em conseqüência dos acontecimen-tos de Natal e Recife, não era rigorosa egeral como no 3º REGIMENTO DE INFAN-TARIA, mas apenas parcial, e comprehendiaa Companhia de Guardas, a Extranumerariae a Companhia de Alumnos do Curso deSargentos Aviadores.

Os serviços de segurança, entre-tanto, foram augmentados na noite de 26para 27, em face dos boatos que circulavam.

O Commandante, Tenente-coronelIVO BORGES, que vinha de há muito des-confiado da actuação dos CapitãesSOCRATES E AGLIBERTO, dera termi-nantes ordens aos elementos encarrega-dos da fiscalização dos portões de entrada,que não permittissem o ingresso na ESCO-LA de qualquer vehiculo, mesmo conduzi-do officiaes.

As ordens não foram, porém, cum-pridas pelo Sargento ALVARO BELGA,que com um Grupo de Combate, guar-dava a Estrada que vae ter à Enfermaria

e por onde penetrou, sem ser embaraçoem sua carreira, o automovel do CapitãoSOCRATES.

Há muito já se achavam na ESCOLA,alli chegados �por acaso� � ou para saberemdas novidades�, os Tenentes CARLOSBRUNSWICK FRANÇA e JOSÉ GAY DACUNHA.

O Commandante, o Major BENTORIBEIRO CARNEIRO MONTEIRO e o Capi-tão JORGE GOMES RAMOS, que ronda-vam pela Estrada Rio- S. Paulo, ao verempassar velozmente, sem encontrar obstácu-los, o automóvel do Capitão SOCRATES,interpellaram o Sargento BELGA, que expli-cou ter deixado passar o vehiculo por con-duzir officiaes da ESCOLA.

Deu-lhe ordem o Tenente-coronelIVO BORGES que o acompanhasse junta-mente com o seu Grupo de Combate, afim deverificarem o que pretendia a ESCOLA,áquellas horas, SOCRATES e seus compa-nheiros.

Foi então que se ouviram os primei-ros tiros partidos das proximidades do localonde parara o automóvel, e acto continuo,

recebiam o Commandante, o Major BENTORIBEIRO e o Capitão GOMES RAMOSuma rajada de fuzil metralhador do Grupodo Sargento BELGA. Gritaram os officiaesque não atirassem, quando nova rajadase fez ouvir.

Surprehendidos e impossibilita-dos de, no local, tomarem qualquer atti-tude de reacção, ou providencia effi-ciente, referem o Coronel IVO e o majorBENTO a fls. 1.536 e 1.540 do 6º volume,dirigiram-se para a Escola Militar, postode commando da 1ª Brigada de Infantaria,onde se apresentaram, tendo por sua vezconseguido o Capitão GOMES Ramos al-cançar o Batalhão Escola, onde solicitouas primeiras providencias.

A esse tempo, o automóvel condu-zindo SOCRATES, AGLI-BERTO, IVAN EDINARCO, defrontava a Companhiade Alunnos, onde nas proximidadesse achavam dois Grupos de Combatecommandados pelos Tenentes BENE-DICTO LOPES BRAGANÇA e OS-WALDO BRAGA RIBEIRO MENDES.

Colhidos de imprevisto e envolvi-dos pelos officiaes revoltosos, emquantoparte da tropa dispersava aos gritos de�Viva a revolução�, eram presos os Tenen-tes Bragança e Mendes e recolhidos aoautomóvel, sob a vigilancia do CapitãoAGLIBERTO VIEIRA DE AZEVEDO.

Foi ahi, que este official, segundorefere o Tenente RIBEIRO MENDES, cujotestemunho é corrobarado pela prova indi-ciaria, friamente assassinou o seu collegaTenente BRAGANÇA.

Em outros sectores, agiam os Te-nentes BENEDICTO DE CARVALHO eIVAN RAMOS RIBEIRO, auxiliados pe-los Tenentes DINAR-CO, GAY e FRAN-ÇA e pelo Aspirante WALTER.

Sublevaram assim a Companhia deAlumnos e a de Guardas, ao mesmo tempoque eram presos os officiaes que nãoadheriam à insurreição.

O Capitão ARMANDO DE SOU-ZA E MELLO, e o Tenente DANILOPALLADINI foram mortos pelosrevoltosos logo no inicio do assalto.

O Tenente Coronel EDUARDO

GOMES, Commandante do 1º REGIMEN-TO DE AVIAÇÃO, quando repellia umataque á sua unidade, dirigido pelosrevoltosos SOCRATES E IVAN, foi feri-do na mão por um dos componentes doGrupo de Combate deste ultimo.

Mas já as forças do Governo ataca-vam a AVIAÇÃO e o Grupo Escola começa-va o bombardeio.

Dentro em pouco os rebeldescapitulavam, e os chefes, sem a cora-gem de enfrentarem a derrota, punham-se em fuga desordenada, abandonan-do seus commandados.

Como tivemos occasião de resaltarem trecho deste relatório, era evidente queos planos do movimento não se poderiamcircumscrever a dois quartéis, elles neces-sariamente envolveriam outras unidades eestabelecimentos militares.

De facto: no Quartel-General da 1ªRegião, o Tenente AUGUSTO PAESBARRETO que, na noite de 26, descera daVilla Militar, commandando uma Compa-nhia do 2º REGIMENTO DE INFANTA-RIA, era preso quando procurava, logo dechegada áquelle Quartel, alliciar elemen-tos para a insurreição armada, queirromperia na madrugada de 27, tendocomo chefes, entre outros, o Capitão LUIZCARLOS PRESTES e o Dr. PEDROERNESTO (Fls. 1.787 do 7º volume).

Na Villa Militar, PAULO MACHA-DO CARRION e possivelmente SOVERALFERREIRA DE SOUZA, SAMUEL LOBO,ALDOBRANTINO CHAVES SEGURA eoutros, juntamente com inferiores e praças,ficaram impedidos de executar os planosque traçaram, dada a acção efficaz doscommandantes de suas unidades.

NO CENTRO DE PREPARAÇÃODE OFFICIAES DA RESERVA eram pre-sos LAURO FONTOURA e HELIO deALBUQUERQUE LIMA, alliciadores deelementos para a rebellião naquelle esta-belecimento de ensino militar.

Finalmente, no GRUPO DE OBUZES,em S. Christovão, foi descoberta a trama darevolta que estava articulada entre infe-riores e praças daquella unidade. (Pági-nas 18, 19, 20 e 21 do relatório)

Ha ainda a referir episodio occorridocom os officiais presos no Casino, paraonde foram transportadas, adredemente,caixas de granadas, e que não teve porepilogo o sacrifício de todos, graças áintervenção do Capitão JOSÉ LEITE

BRASIL, que se oppoz, como chefe quetambém era, ás ordens dos CapitãesAGILDO e ALVARO de SOUZA, que,convencidos da derrota, queriam o ex-termínio dos prisioneiros.

(Página 17 - Setembro/1936)

RELATÓRIO DO DELEGADO EURICO BELLENS PORTODA POLÍCIA CIVIL DO DISTRICTO FEDERAL

Descarga de tiro de fuzil realizadapor uma representação do 12º BI,envergando o uniforme da época,

em homenagem ao CapitãoBenedicto Lopes Bragança, no

cemitério do Bonfim, emBelo Horizonte (2004 )

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9Nº 184 - Novembro/2012

* Cel. Aluísio Madrugade Moura e Souza

Autor dos livros: Guerrilha do Araguaia � Revanchismo

� A Grande VerdadeDocumentário � Desfazendo Mitos

da Luta ArmadaPEDIDOS:

[email protected]

A INTENTONACOMUNISTA

Apre-sento, a se-guir, algunsdetalhes dosassassinatos

do Capitão Danilo Paladini e doCapitão Benedicto Lopes Bragança,para que o leitor tenha para semprena mente, até onde chegou a covar-dia dos que fizeram a Intentona.

Com já citei, o comunista Bar-bosa Lima Sobrinho escreveu naorelha da contra capa do livro deHélio Silva � 1935 - A RevoluçãoVermelha: �não houve ninguém,oficial ou soldado, assassinado nacama pelos companheiros suble-vados. Os que morreram, morreramlutando�, o que é uma grande in-verdade. Barbosa Sobrinho certa-mente não leu os jornais da época enem se aprofundou no tema, ou tevea intenção deliberada de distorceros fatos em defesa de seus camara-das comunistas.

No caso específico, do Te-nente Danilo Paladini, promovido aCapitão pós-morte, tive a grata sa-tisfação de ter sido comandado doGeneral Mário César Azevedo daSilveira, esposo de dona IrmaPaladini Azevedo da Silveira, filhado Capitão Paladini e de dona ZelinaPaladini.

Sabendo que eu estava escre-vendo um livro no qual abordaria aIntentona, gentilmente dona Irmame permitiu acesso a um diário decampanha do seu pai, escrito diaapós dia, iniciado em 1º de agosto de1924 e findo em 23 de março de1927, bastante útil para conheci-mento das questões desse períodoque antecedeu a Intentona.

O referido diário conta a suaparticipação na manutenção da or-dem governamental em duas revol-tas ocorridas no interior do País,mais precisamente na região norte(Pará e Amazonas) e no interior deMinas Gerais e do antigo Estado deGoiás.

Como relatei em artigo ante-rior, consta na página 75 do livro doponderado Gen. José Campos deAragão, participante da resistênciano 3º Regimento de Infantaria noRio de Janeiro a seguinte afirmação:�o capitão Armando de Souza Meloe o tenente Danilo Paladini, querepousavam no momento da insur-reição, foram mortos pelos re-voltosos ainda aturdidos quandose levantavam�.

No entanto, dona Irma temversão diferente das publicadas emlivros a respeito da morte de seupai. Segunda sua mãe, um sargento,cujo nome não se recorda, a procu-

rou e lhe contou como o seu marido,Tenente Paladini, foi assassinadofriamente: disse-lhe o sargento: �eue o Tenente Paladini regressáva-mos da ronda e, quando subíamosas escadas que davam acesso aoalojamento, ouvimos uma voz quechamou. Paladini! Ato contínuoouviu-se um disparo de arma defogo que o atingiu nas costas. Entãoeu o arrastei até o alojamento, co-locando-o sobre um sofá. Começa-va uma grande confusão�.

Como dona Zelina, mãe dedona Irma, fez questão de guardar afarda usada por seu esposo no diaem que foi assassinado, para que aacompanhasse quando do seu fale-cimento, tive a honra de estar coma túnica da farda em questão nasmãos e constatar que o tiro foradado pelas costas, saindo na alturado coração. Pena que dona Zelina jánão possuía memória para nos con-tar detalhes do que soubera pelosargento em questão. Não importa!Matar um ser humano dormindo,ainda sonâmbulo ou pelas costas éa mesma coisa. Não é combate, nãoé luta, é traição e covardia.

Tendo corrido risco de morteem tantas oportunidade, como pudeverificar em seu diário, o CapitãoPaladini jamais imaginou, que porironia do destino, iria morrer dentrodo quartel em que servia e que,portanto, julgava local altamenteseguro, por um ato mesquinho ecovarde, praticado por um compa-nheiro de profissão com quem con-vivia diariamente.

Quanto ao Tenente BenedictoLopes Bragança, segundo depoi-mento do 2º Tenente AviadorOswaldo Ribeiro Mendes, o mes-mo foi �assassinado sem defesa peloCapitão Agliberto Vieira de Azeve-do, dentro do carro do Capitão

Sócrates Gonçalves�.Não estava, portanto, lutan-

do, mas no banco traseiro de umautomóvel.

Declara o Tenente RibeiroMendes:�estávamos de carona nocarro que foi retido quandoadentrávamos no quartel. Ao reti-rar-se o sargento que nos parou,continuamos sob a guarda do Ca-pitão Agliberto. Ao ouvir o primei-ro tiro disparado, ao que parece, nadireção da casa dos pilotos, Agli-berto visou friamente o TenenteBragança e atirou, tendo este sol-tado um gemido e caído para o seulado direito, dentro do carro, assas-sinado sem defesa. Vendo que oCapitão Agliberto, à nossa esquer-da, apontava a arma para mim enotando pela sua fisionomia queia atirar, levantei as mãos excla-mando: mas Agliberto! Apesar dis-so, este apertou o gatilho, tendo orevolver falhado. Aproveitei-me doseu momento de surpresa, conseguiempunhar meu revólver e atirarapressadamente pela porta do car-ro, o que ocasionou sua fuga nadireção do capinzal que vai até aenfermaria�.( pg. 80 do livro doGen. José de Campos Aragão).

Alguns outros exemplospoderiam ser citados. No entan-to, imagina-se que os dados atéaqui fornecidos sejam suficienteso bastante para nos permitir afir-mar que nem todos os que morre-ram, morreram lutando como demaneira desavergonhada os comu-nistas continuam apregoando.

Sobreleva notar que ha nestesautos a prova de que AGLI-

BERTO VIEIRA DE AZEVEDO foiautor do assassinio do Tte. Bene-dito Lopes Bragança.

O Tte. Oswaldo Braga Ri-beiro Mendes a fls. 612 do 3º vo-lume e, posteriormente, no depo-imento de fls. 1.547 do 6º volume,diz:

� A partir do momento dachegada do auto do Cap SO-CRATES não mais vi o Cap. Ar-mando (Armando de Sousa eMello). O Tte. BRAGANÇA (Be-nedito Lopes Bragança) foi de-sarmado immediatamente, attri-buindo eu o facto de não me te-rem desarmado a ter encostadono carro colhido pela surpresa.Ao que aparece na direcção daCasa dos Pilotos, VISOU FRIA-MENTE O TENENTE BRA-GANÇA E ATIROU , TENDO OREFERIDO TENENTE SOL-TADO UM GEMIDO E CAHI-DO PARA O SEU LADO DI-REITO, DENTRO DO CARRO,ASSASSINADO SEM DEFE-SA. Ao ver que o Cap AGLI-BERTO que estava a nossa es-querda apontava para mim enotando pela sua physionamiaque elle ia atirar-me, levantei amão na sua direcção exclaman-do: Mas AGLIBERTO! Apesardisso, o referido Capitão aper-tou o gatilho, tendo o revólverfalhado. Aproveitando-me doseu movimento de surpresa,consegui empunhar meu revól-ver e atirar apressadamente nasua direcção pela porta do carro,o que occasionou sua fuga emdirecção ao capinzal que vae terá Enfermaria�.

O Ex-Sargento AZORGALVÃO DE SOUZA, prestan-do declarações a fls. 2.026. do 9ºvolume, a proposito do factoacima descripto, informa:

RELATÓRIO DODELEGADO EURICO

BELLENS PORTOAgliberto Vieira de Azevedo (Páginas 112 e 113)

�Que quando procuravaessas granadas, notou que umdos officiaes que se achavam noautomovel estava armado; quecumprida essa missão, afasta-va-se do local, no qual já não seencontrava o Tte. BENEDITO(Benedito de Carvalho), quan-do ouviu um disparo de revól-ver, ao mesmo tempo em quevarios elementos que alli seachavam dispersaram, perma-necendo apenas junto ao auto-movel do lado do volante oCap AGLIBERTO, donde con-clue o declarante ter sido esteofficial o autor do tiro... Quereaffirma ter sido o Cap AGLI-BERTO VIEIRA DE AZEVEDOo único official que se achavano momento ao lado do citadoautomovel e que estava arma-do com um revólver nickelado;que logo após o tiro, o Cap AGLI-BERTO sahiu correndo namesma direção em que corria odeclarante�.

A accusação que pesa so-bre AGLIBERTO de ter fria ecovardemente assassinado o Tte.BENEDITO LOPES BRAGANÇA,por isso que este official se acha-va preso e desarmado, emboraelle a conteste nas declaraçõesde fls. 2.151 do 9º volume e naacareação de fls 2.201 está evi-dentemente provada nos au-tos, não só em face dos ele-mentos acima transcriptos, deuma claresa e precisão raras,como ainda frente á prova in-diciaria reunida.

Momentos antes dos fac-tos acima descriptos já o accu-sado, o Cap SOCRATES e o Tte.BENEDITO DE CARVALHO ame-açavam de morte o Tte BRA-GANÇA, affirma o Cabo JANCYSGARBI D´AVILA nas declara-ções que prestou a fls 1.709 do 7ºvolume.

COMO SE VERIFICOU A SENSACIONAL OCORRÊNCIADA MANHÃ DE ONTEM EM CACHAMBÍ

Após prestar declarações na Polícia Central, o chefe extremistafoi recolhido incomunicavel à Polícia Especial -

Pormenores da importante diligencia policial

Luís Carlos Prestes, já na Polícia Central,preso três meses depois do levante communista

A prisãode LuísCarlosPrestes

NR: Este precioso documento histórico � Relató-rio elaborado pelo Delegado Eurico Bellens Porto daPolícia Civil do Districto Federal � A Insurreição de 27de Novembro, com 267 páginas encadernadas peloGrupo Inconfidência, encontra-se à disposição denossos leitores. E também de historiadores, jornalistase professores que fingem não conhecer a verdadeiraHistória do Brasil, deturpando-a com a conivência doMinistério da Educação, das Secretarias Estaduais deEducação e principalmente, da mídia venal e vendidaao governo petista.

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10Nº 184 - Novembro/2012

Acabo de ler seu magnífico livro sobre as�Origens e Transformações do MaterialismoHistórico�. Rica de informes que merecem fé,abundante de ensinos e segura nas conclusõese na crítica, esta obra está destinada a desper-tar na consciência dos brasileiros e na açãodos poderes públicos um sentido de vigilân-cia maior contra os perigos do comunismo.

Na verdade, porque a ideologia políticados Soviets, pela sua crueza materialista e asua técnica de anulação dos valores morais,repugne à nossa compreensão e aos nossossentimentos de povo formado na doutrinacristã, e tambem porque não temos, salvanteos estudiosos do assunto, uma atenção pre-venida capaz de surpreender os índicesesparsos da propaganda bolchevista, - o certoé que damos uma credulidade displicente àexistência daquela propaganda no Brasil.

Da memória pública, que é sempre fraca,se vai apagando, até a lembrança do sanguederramado na revolução vermelha do 3º Regi-mento de Infantaria e da Escola de Aviação, nasrevoltas comunistas de Recife e nos três diasaziagos do governo soviético instalado no RioGrande do Norte, em o ano trágico de 1935...

Raros são os que sabem, como eu, que nofichário do Tribunal de Segurança Nacional figu-ram vários milhares de comunistas cujas ativida-des partidárias se acham documentadamentecomprovadas nos respectivos processos.

Essa parcela, entretanto, é apenas umíndice dos que atuaram às claras. Porque amaioria dos adeptos do credo moscovita con-tinua agindo às ocultas, e cautelosamente, nossetores da vida pública, onde pode penetrar,especialmente, nos círculos publicitários eem outros meios de propaganda.

Os que foram colhidos em processos são,sem sombra de dúvida, muito poucos, em relaçãoaos que continuam agindo subrepticiamente,em liberdade.

Haja vista o que sucede com essa campa-nha de proletarização da literatura e da arte, naqual a propaganda subversiva mal se esconde aargúcia daqueles que bem conhecem a técnica dedisfarce e de embuste dos comunistas.

É assim que, nos romances, a pretextode ser assunto da época, escolhem um temasocial que lhes dará aso à divulgação solertede idéias e de princípios marxistas.

E, propositadamente, investem contra asregras mais elementares de gramática, porque épreciso corromper a linguagem, nivelando-a,quanto possível, à das classes proletárias eincultas, corroendo-se , assim , um dos elemen-tos orgânicos da unidade de um povo.

E isto se faz, disfarçadamente, sob pre-texto de se estar construindo �língua brasileira�.

A obscenidade de palavras ou de cenasaparece também a miude, não com o fim da�verdade na arte� da antiga escola naturalistae, sim, como um ataque premediado à moralburguesa, que precisa ser destruída.

A INSÍDIA COMUNISTA NASLETRAS E NAS ARTES DO BRASIL

Carta do Juiz RAUL MACHADO, membro do tribunal de Segurança Nacional ebrilhante homem de letras, dirigida ao escritor José Getúlio Monteiro Filho.

Os temas escolhidos se resumem igual-mente, na maioria das vezes, em argumentosproletários... com invocação a Nosso Senhor, nofim, para que o poeta revolucionário possa agiracobertado pelo manto do catolicismo.

A música se transforma em violência deruídos, visando também uma finalidade única:- a negação da melodia porque esta leva natu-ralmente a um estado de exaltação espiritual,incomparável com as tendências da doutrinamaterialista.

Também a dansa não escapa à mesma fi-nalidade de instrumento de propaganda dis-solvente. Aquela graça espiritual de outrora, quelhe disfarçava o sentido sensualista, inerente,aliás, a todas artes, desapareceu por completo,dando lugar a uma sucessão de gestos grotescose de atitudes despudoradamente voluptuosas...

Tudo isto é feito, como se vê, com umescopo único: - a perversão das forças vivase puras do sentimento, tornada uma das armassecretas do plano de desagregação nacional...É, em suma, a luta do materialismo contra opredomínio do espírito.

Não se invoque a época, como justifi-cativa dos fatos. O fenômeno se apresenta detal forma, �uno�, nos seus múltiplos aspec-tos, que é inútil querer negar-lhe a causa, que,exponta nitidamente das linhas programáticasde uma inteligência organizadora, ao serviçode um plano de finalidade diabólica...

E essa organização se patenteia, aindamais, nos louvores e aplausos que as igrejolas deelogios mútuos distribuem, por todas os meiosde propaganda, às produções pretensamenteartísticas da camarilha suspeita...

Urge, portanto, reagirmos, tambémorganizadamente, contra essa investida maléfica,mediante uma rigorosa fiscalização oficial noslivros e publicações de toda a espécie, impedin-do-se a venda e a circulação das obras que foremmanifestamente suspeitas; divulgando-se na im-prensa e pelo rádio as melhores páginas em prosae verso dos nossos escritores de nomeada real;fazendo-se a exaltação dos valores morais eintelectuais do passado; promovendo-se confe-rências e estudos destinados a demonstrar comose processa a invasão do organismo nacionalpelas bactérias insidiosas do comunismo; insti-tuindo-se, em suma, uma contra-propaganda,que equivalha a um sistema preventivo deprofilaxia moral, intelectual e política.

Por tudo isto, meu caro, é que me animeia enviar-lhe estas sugestões, valendo-me do en-sejo grato de exprimir-lhe meu entusiasmo debrasileiro pelo seu livro, que, ao lado de outrasvirtudes de pensamento e cultura, é um grito dealerta para que nos congreguemos contra a ame-aça do inimigo traiçoeiro e implacável, que nãodescansa e não perdoa... (Excerto)

Publicado em � Nação Armada�nº 13 de dezembro de 1940.

NR: Qualquer semelhança com a atu-alidade não é mera coincidência.

Com toda oportunidade e prazer espiritual, �Nação Armada� transcreve a seguintepágina de Raul Machado, nome de sobejo conhecido em nossas letras e digno juiz

do Tribunal de Segurança.�Nação Armada� mais de uma vez tem apontado a maneira com que, com sutileza e

artifício, se procura solapar o sentimento pátrio, os fundamentos da nacionalidade e do regimee a maneira desenvolta com que, nas artes, nas letras, no teatro, no cinema, etc., agem, muitasvezes impunemente, forças desagregadoras da Pátria Brasileira.

Ontem, hoje e sempre,a Nação Brasileira

contou, conta e contarácom suas

Forças Armadas paradefendê-la, externa e

INTERNAMENTE.

O SINO VELHO DO CEMITÉRIOBATEU TRÊS PANCADAS:ERAM MORTOS QUE ENTRAVAMPARA SER ENTERRADOS,PARA QUE A TERRA OSACARICIASSE COM TERNURACOMO A VIDA NÃO OS ACARICIARA.PARA QUE A PODRIDÃO DE SEUS CORPOSREFULGISSE, À NOITE, EM FOGOS-FÁTUOS,E, ATRAVÉS DAS RAÍZES DAS PLANTAS,SUBISSEM ÀS FLORES CARREGADASDE PERFUME.ERAM MORTOS QUE ENTRAVAMPARA SER ENTERRADOS...

DE ONDE VINHAM ELES,TANTOS ASSIM, DE UMA VEZ?E QUANTOS ERAM? ERAM MUITOS,ERAM DEZENAS,E ERAM TODOS SOLDADOS DO BRASIL.MATARAM-NOS À TRAIÇÃO QUANDO DORMIAM.E FORAM COMPANHEIROS QUE OS MATARAMNÃO FOI A GUERRA, FOI O CRIME QUE OS MATOU.DORMIAM NO QUARTEL, DE MADRUGADA,MAS A SEU LADOEM SINISTRA VIGÍLIA,COMPANHEIROS SEM ALMA CONSPIRAVAMSEM ALMA PORQUE A TINHAM VENDIDOAO ESTRANGEIRO DE VESTES VERMELHAS...ERAM OS FILHOS MALDITOS DE CAIM.MAS PORQUE OS MATARAM,POR QUE OS MATARAM,SE O SEU PENSAMENTO,SE O SEU SENTIMENTO,ERA O DE HOMENS LIVRESARMADOS PARA QUE A LIBERDADENUNCA DEIXASSE DE COBRIR O MUNDOCOM SEU MANTO DE ESTRELAS?POR QUE OS MATARAM,SE ERAM TÃO PUROS E TÃO NOBRESQUE NEM ACREDITAVAM NA MALDADE,E TÃO PRESOS ESTAVAM AO SEU SONHOQUE DORMIAM TRANQÜILOS.

MATARAM-NOS POR ISSO, MATARAM-NOS PORQUE SABIAMQUE ELES NUNCA SE LEVANTARIAMPARA UNIR-SE A BANDIDOS QUE QUERIAMFAZER DE SUA TERRA UMA TERRADE ESCRAVOS.NAQUELA MADRUGADAO SANGUE DE INOCENTES ENCHARCOU O CHÃO.ALI BEM PERTO,UMA PRAIA TINHA O NOME DE VERMELHA,MAS ERA BRANCA COMO SUA AREIA,COMO A ESPUMA DO MAR...TINGIR-SE-IA, NAQUELA MADRUGADA,COM A TINTA DAQUELE SANGUEDE SOLDADOS TRANQÜILOS QUE DORMIAM.E, DEPOIS, OS CHACAIS DESFILARIAMRISONHOS, COMO HIENAS SATISFEITAS,DENTES À MOSTRA NAS FOTOGRAFIASQUE MUITOS VIRAME LOGO ESQUECERAM...MOÇOS QUE NASCESTES NAQUELE ANO.QUE HOJE TENDES VINTE E SEIS,NÃO PODEIS COMPREENDER AQUELE QUADRO.PORQUE DELE, VAGAMENTE,

VOS FOI DADA NOTÍCIA.O MAIS QUE VOS CONTARAMFOI QUE HOUVE UMA INTENTONA,UM MOTIM DE QUARTEL,E MISTURAM AS PALAVRAS,PARA QUE NA VOSSA MEMÓRIASE CONFUNDISSEMO BANDITISMO E A GLÓRIA.

PARA QUE EM VOSSOS CORAÇÕES INGÊNUOS,VIRGENS DA MARCA DA MALDADE,VIBRASSE APENAS A CORDA DA PIEDADE,O CRIME DEIXARA DE SER CRIME,ERA SOMENTE LOUCURAERA ALUCINAÇÃO DE MOCIDADE...OS MORTOSESTAVAM MORTOS E ENTERRADOSMAS OS VIVOSPRECISAVAM DE SER RECUPERADOS,E A GRANDE PALAVRA,A PALAVRA-ESPONJA,A PALAVRA-ESQUECIMENTOERA CHAMADA À BOCA DESSE PALCO

ONDE SE REPRESENTARIAA COMÉDIA DO SILÊNCIO.O SILÊNCIO ETERNO DOS QUE MORRERAM,O SILÊNCIO ETERNOA PROTEGER OS MONSTROS QUE FICARAM.MOÇOS PATRÍCIOSDE VINTE E SEIS ANOSNADA SABEIS, QUE NADA VOS CONTARAM.

NO CEMITÉRIO,AS CORNETAS DOS SOLDADOSTOCARAM UM DIA O TOQUE DO SILÊNCIO,O TOQUE TRISTEQUE É A ÚLTIMA VOZ DO MUNDOA GERIR OS UMBRAIS DA ETERNIDADE,O TOQUE-LÂMINA SONORAQUE PARECE RASGAR O ARE CORTAR AS ALMAS...O SILÊNCIO... O SILÊNCIO...E ELE TERÁ DE SER CADA VEZ MAIS PROFUNDO,SER UMA PEDRA ESQUECIDASOBRE O TÚMULO DESSES MORTOSQUE FORAM PEDAÇOS VIVOS DO BRASIL,E ERAM CARNE PALPITANTE DO BRASIL!SILÊNCIO... SILÊNCIOPARA QUE ESSES MORTOS NÃO ESCUTEMO QUE SE DIZ CÁ FORA,PARA QUE NÃO OUÇAM, POR MILAGRE,O OUTRO TOQUE DE SILÊNCIO,O TOQUE INFAMEQUE ORDENA AOS VIVOS CALAR A SUA REVOLTA,A AFOGAR A SUA CÓLERANA LAMA DOS PÂNTANOS...SILÊNCIO, QUE OS VIVOS ESTÃO VIVOSE COMANDAM,SILÊNCIO, PORQUE OS MORTOS JÁ MORRERAM.MAS É BOM NÃO ESQUECERQUE HÁ MORTOS QUE SÃO COMO O SOLQUE MORRE TODAS AS TARDESPARA NO DIA SEGUINTE RENASCER...

* Foi escritor, jornalista e político fluminense (Publicado em 1961)

*Carlos MaulTOQUE DE SILÊNCIO

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11Nº 184 - Novembro/2012

Foram promovidos �post-mortem� o Capitão Armando

de Souza e Mello, os Primeirostenentes Danilo Paladini e Be-nedicto Lopes Bragança e os se-guintes soldados, todos mortos nocumprimento do dever na Escolade Aviação Militar, na manhã de 27de novembro: Waltor de Souza eSilva, Péricles Leal Bezerra,Orlando Henrique, José MenezesFilho, José Mário Cavalcante e Wil-son França.

Após apuradas as respon-sabilidades, dos Oficiais envolvi-dos no golpe comunista, o Minis-tro da Guerra baixa o seguinte Avisonº 1, de 3 de janeiro de 1936:

�Para que seja dado cumpri-mento imediato ao decreto nº 558,de 31 de dezembro findo, que de-termina a perda da patente e doposto dos oficiais do 3º Regimentode Infantaria e da Escola de Avia-ção Militar, que participaram do

REVOLUÇÃO DE 1935 NO CAMPO DOS AFONSOSA 23 de novembro de 1935, rebenta a Revolução Comunista em Recife e Natal; a

Aviação Militar, no mesmo dia, envia, para o nordeste, uma esquadrilha de 3 aviõesVought �Corsair�, sob o comando do Cap JOSÉ DE SOUZA PRATA; esses aviõesrealizaram vários vôos, sobre Recife e Natal, tendo concorrido para a sufocação domovimento extremista naquelas capitais.

A 27 de novembro, eclode a Revolução Comunista no Rio de Janeiro: na Escola deAviação Militar, no Campo dos Afonsos, e no 3º Regimento de Infantaria, na PraiaVermelha.

Na Escola de Aviação Militar, os revoltosos, às duas horas da madrugada, assas-sinaram vários oficiais, aprisionaram outros e se apossaram das instalações principais da

�É ainda sob a viva emoção dos trá-gicos acontecimentos irrompidos nesta Ca-pital na madrugada de 27 de Novembroúltimo, e em que os maiores delitos foramcometidos contra a Nação, enlutando-a, epondo em perigo sua organização sociale política, que lamento profundamentea sedição a que foi traiçoeiramente ar-rastada grande parte da Escola de Avi-ação Militar, por alguns maus elementosque nela serviam e para os quais a cruel-dade e a falta de escrúpulos pareciam serfamiliares.

Uma série de homicídios assinala-ram-lhe o surto sangrento. E, colhidos desurpresa pelos rebeldes, foram na maiorcrueza sanguinária, fria e perversamente,abatidos os nossos distintos e brilhantescamaradas Capitão Armando de Souza eMello, 1os tenentes Benedicto LopesBragança e Danilo Paladini, que, ao ladodo seu destemeroso comandante, Tenente-Coronel Ivo Borges, fiéis a disciplina e anobresa de seus sentimentos patrióticos,tentaram opor-se a audaciosa e covardeinvestida.

Cultuemos, na mais elevada reve-rência cívica, a memória desses nossosdevotados companheiros que, com o maisfirme espirito de amor a Patria e respeitoa ordem e as instituições, souberam man-ter, no seu gesto de sacrifício, o prestigiodo Exército e avivar as suas tradições glo-

movimento subversivo de 27 denovembro do ano findo, deveismandar sejam excluidos das dife-rentes armas e serviços os seguin-tes oficiais: (da Arma de Aviação)Capitão Sócrates Gonçalves da Sil-va, Capitão Agliberto Vieira deAzevedo, Primeiro-tenente Bene-dito de Carvalho, Segundo-Tenen-te Ivan Ramos Ribeiro, Segundo-Tenente José Gay da Cunha e Se-gundo-Tenente Carlos BrunswickFrança. Esses oficiais, por sua con-duta aviltante, faltaram as finalida-des sempre sagradas da camarada-gem e aos juramentos prestados àPátria e se tornaram indignos devestir a farda gloriosa do nossoExército".

(a) General João Gomes Ministro da Guerra

Pelo aviso nº 19, de janeiro de1936, o Ministro da Guerra mandouexcluir também, o Aspirante-a-ofici-al Walter José Benjamim da Silva.

Eduardo GomesPatrono da Força Aérea

Escola; por volta das três horas, iniciaram um ataque ao 1º Regimento de Aviação, no outroextremo do Campo dos Afonsos. São repelidos. Ao clarear o dia, a Artilharia da Vila Militarincendeia o pavilhão de comando da Escola de Aviação Militar, que se achava na possedos comunistas: o assalto das unidades de Infantaria e a ação da Artilharia fazem terminara resistência dos revoltosos, que são presos ou se evadem.

Terminada a luta no Campo dos Afonsos, duas esquadrilhas de três aviões Vought�Corsair� decolam, para cooperar no ataque ao 3º Regimento de Infantaria, dominado peloscomunistas; na mesma manhã de 27 de novembro, o foco comunista do 3º Regimento deInfantaria é aniquilado.

Sobre os acontecimentos, o Gen COELHO NETTO publica em Boletim o seguinte:

riosas. Mas, para consolo nosso, quandona escuridão da noite, tudo, ao redor de si,era tumulto e confusão, o 1º Regimento deAviação reagiu intrepidamente, ante aameaça dos traidores que, inesperada-mente, atacavam, e, numa repulsa formalcontra a desordem, com a confiança, acalma e a certeza da vitória, bateu-se he-roicamente na defesa da causa da Pátria,até o completo triunfo.

O seu heróico coman-dante , Tenente-CoronelEduardo Gomes, ferido logoao inicio da áspera luta, masconsciente no seu valor e se-reno na sua bravura, soubedesassombradamente, e semesmorecimento, fazer, por umareação magnífica, de cada umdos seus companheiros umbravo e dar-nos o exemplomáximo de grandeza moral epatriótica e das excepcionaisqualidades de soldado.

Tornou-se, assim, o Te-nente-Coronel Eduardo Gomes, mais umavez, credor de profunda admiração e degrande reconhecimento. Louva-se com or-gulho pela sua ação serena, enérgica edecisiva, pela sua bravura indômita, peloalto valor de seus excepcionais predicadosde caráter e pelos seus sentimentos depatriotismo e de grande amor ao Brasil,

que ele acaba de servir com tanta honra,abnegação e lealdade militar.

É merecedoura de elogiosa mençãoa conduta que teve o Tenente-Coronel IvoBorges, Comandante da Escola de Avia-ção. No momento em que este digno oficialfiscalizava o dispositivo de segurança, nasvizinhanças da escola, foi traiçoeira e co-vardemente alvejado pelos elementos em

que depositava confiança, aodar-lhes o encargo de guardar oestabelecimento. Não podendovoltar ao interior do quartel,onde já imperava a sublevação,procurou acertadamente ligar-se aos corpos da Vila Militar,dando assim ensejo às medidasprontas de supressão com queagiram essas unidades.

Faço ainda ressaltar o seuconcurso pessoal na ofensivacontra os rebeldes da Escola, nacondução, com energia e deno-do, ao assalto, elementos do 1º RAv postos à sua disposição.

É deveras reconfortante, a oportuni-dade, que temos para enaltecer a atitudeda abnegação e lealdade do cabo telefo-nista do 1º R Av, Alfredo de Jesus.

No momento em que era mais intensoo tiroteio dos amotinados contra a suaUnidade, esta praça, fiel ao cumprimentodo dever, conservou-se serena e calma, no

desempenho das funções que lhe tinhamsido confiadas. Os estragos produzidospelos projéteis nas imediações do seu pos-to, o crepitar incessante das metralhado-ras em torno de si não pertubaram a firme-za de sua voz, nem a presteza com queatendia às ligações telefônicas. Constitu-em prova incontestável do seu alto espiritode sacrifício, da compreensão perfeita dosseus deveres e do seu grande sangue-frio,virtudes militares essas que devem ser apon-tadas como exemplo aos seus companhei-ros.

Ao 3º Sargento Coloriano FerreiraSantiago e ao 2º Cabo José Hermito de Sá,ambos do 1º R Av, cuja vida deram emholocausto à causa do dever, demonstran-do assim que a nobreza do ideal que osestimulava se sobrepunha à própria con-servação individual, rendo a homenagem,a que fizeram jus, pela grandeza de espiritoe pela superioridade de sentimento quepatentearam�.

Aos Tenentes-Coronéis EduardoGomes e Ivo Borges, Comandante, respec-tivamente, do 1º Regimento de Aviação eEscola de Aviação Militar, autorizo a elo-giarem, em meu nome, aos Oficiais e Praçasde suas unidades que, pela sua conduta nocumprimento do dever, tornaram-se mere-cedores.

(a) José Antonio Coelho NettoGeneral-de Brigada, diretor da Aviação Militar

Em nosso poder o livro �EPI-SÓDIOS MILITARES� editado re-centemente pelo EME, CCOMSEX e3º RCGd (?), sem ficha catalográficae sem data de sua edição.

Em rica edição e esmeradadiagramação e editoração, papelgessado, a cores, apresenta cópias dosquadros pintados pelo coronel PedroPaulo Estigarríbia, com os princi-pais episódios da História Militar doBrasil, desde Guararapes, passandopelo Império, República e se encer-rando com a FEB.

No capítulo 8 � As águiaschegaram: � Em 1927, a Aviaçãopassou a ser a 5ª Arma do Exército,...a criação do 7º Regimento deAviação e do definitivo alojamen-to da Esquadrilha em Realengo,na Escola Militar... O Exércitolembra-se com orgulho desses pio-neiros. (Página 90)

 E omite o acontecido na Es-

EPISÓDIOS MILITARES - As águias chegaram

cola de Aviação Militar e do 1º Regi-mento de Aviação a 27 de novembrode 1935? Os aviões Waco e KurtissFalcon passaram �voando� sobre o

Campo dos Afonsos e não �aterrisa-ram� durante a intentona comunistanaquele local. Por quê?(Inconfidência nº 134 de 27/11/2008)

"As águias chegaram" -Acervo do QG/V Comar,Canoas/RS - Episódios

militares - Pág. 91

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12Nº 184 - Novembro/2012

Mao foi responsável pela morte de 70 milhõesde chineses. Ele foi totalmente imoral.

Os jovens chineses acreditam que Mao foi umgrande herói que cometeu alguns erros ... Algunsaspectos da ditadura continuam em voga. Aliberdade de expressão é um deles. A internet éhoje controlada. Eles têm uma lista de nomes quesão bloqueados.

Mao sabia a importância da informação.Jung Chang � Autora do �best-seller�:

Mao � A história desconhecida (Estado de Minas / 22.nov.06)

�Le livre noir du communismè�. (Edi-ções Robert Laffont. Paris, 1997), escrito porseis historiadores europeus, com acesso aarquivos soviéticos recém-abertos, é umaespécie de enciclopédia da violência do comu-nismo. O chamado �socialismo real� foi umatragédia de dimensões planetárias, superiorem abrangência e intensidade ao seu êmulototalitário do entreguerra - o nazi-fascismo.

Ao contrário da repressão episódica eacidental das ditaduras latino-americanas, aviolência comunista se tornou um instrumen-to político-ideológico, fazendo parte da roti-na de governo. Essa sistematização do terrornão é rara na História humana, tendo repon-tado na revolução francesa do século XVIII nafase violenta do jacobinismo, na �industriali-zação do extermínio judaico� pelos nazistas,e - confesso-o com pudor - na InquisiçãoCatólica, que durante séculos queimava oscorpos para purificar as almas.

O �Livre noir� me veio às mãos nummomento oportuno em que, reaberto na mídiae no Congresso o debate sobre a violência denossos �anos de chumbo� nas décadas de 60e 70, me pusera a reler o �Brasil, nunca mais�,editado em 1985 pela arquidiocese de SãoPaulo. Comparados os dois verifica-se que oBrasil não ultrapassou o abecedário da violên-cia, palco que foi de um miniconflito da Guer-ra Fria, enquanto que o �Livre noir� é umtratado ecumênico sobre as depravaçõesínsitas do comunismo, este sem dúvida oexperimento mais sangrento de toda a Histó-ria humana. Produziu cem milhões de vítimas,em vários continentes, raças e culturas, indi-cando que a violência comunista não foi meraaberração da psique eslava, mas sim algodiabolicamente inerente à engenharia socialmarxista, que, querendo reformar o homem

pela força, transforma os dissidentes primei-ro em inimigos e depois em vítimas.

A aritmética macabra do comunismoassim se classifica por ordem de grandeza -China (65 milhões de mortos); União Sovié-tica (20 milhões); Coréia do Norte (dois mi-lhões); Camboja (dois milhões); África (1,7milhão, distribuídos entre Etiópia, Angola eMoçambique); Afeganistão (1,5 milhão);Vietnam (um milhão); Leste da Europa (ummilhão); América Latina (150 mil entre Cuba,Nicarágua e Peru); Movimento Comunista

O LIVRO NEGRO DO COMUNISMO* Roberto Campos

Internacional e partidos comunistas no poder(dez mil).

O comunismo fabricou três dos maio-res carniceiros da espécie humana - Lenin,Stalin e Mao-Tsé-Tung. Lenin foi o iniciadordo terror soviético. Enquanto os czares rus-sos em quase um século - 1825 a 1917 -executaram 3.747 pessoas, Lenin superouesse recorde em apenas quatro meses após arevolução de outubro de 1917.

Alguns líderes do Terceiro Mundo fi-guram com distinção nessa galeria de assassi-nos. Em termos depercentagem da po-pulação, o campeãoabsoluto foi PolPot, que exterminouem 3,5 anos umquarto da popula-ção do Camboja.Fidel Castro, porsua vez, é o cam-peão absoluto da�exclusão social�,pois que 2,2 milhõesde pessoas, equiva-lentes a 20% da po-pulação da ilha tiveram que fugir. Juntamentecom o Vietnam, Fidel criou uma nova espéciede refugiados, os �boat people� - ou sejam, os�balseros�, milhares dos quais naufragaramengordando os tubarões do Caribe.

A vasta maioria dos países comunistasé culpada dos três crimes definidos no artigo6º do Estatuto de Nuremberg - crimes contraa paz, crimes de guerra e crimes contra aHumanidade.

A discussão brasileira sobre, os nossos�anos de chumbo� raramente situa as coisasno contexto internacional da Guerra Fria, a

qual alcançou seu apogeu nosanos 60 e 70, provocandoum �refluxo autoritário� noTerceiro Mundo.

Houve intervençõesmilitares no Brasil e na Bo-lívia em 1964, na Argentinaem 1966, no Peru em 1968,no Equador em 1972, e noUruguai em 1973. Fenôme-no idêntico ocorreu em ou-tros continentes. Os milita-res coreanos subiram ao Go-verno em 1961 e adquirirampoderes ditatoriais em 1973.Houve golpes militares naIndonésia em 1965, naGrécia em 1967, e, nessemesmo ano, o presidenteMarcos impunha a lei marci-al nas Filipinas e IndiraGandhi declarava um �regi-

me de emergência�. Em Taiwan e Cingapurahouve autoritarismo civil sob um partidodominante.

O grande mérito dos regimes democrá-ticos é preservar os direitos humanos, estig-matizando qualquer iniciativa de violá-los.Mas por lamentáveis que sejam as violênciase torturas denunciadas no �Brasil, nunca mais�,elas empalidecem perto das brutalidades docomunismo cubano, minudenciadas no �Li-vre noir�. Comparados ao carniceiro profis-sional do Caribe, os militares brasileiros pa-

recem escoteiros destreinados apartando umconflito de subúrbio... Enquanto Fidel fuzi-lou entre 15 e 17 mil pessoas (sendo dez milsó na década dos 60), o número de mortos edesaparecidos no Brasil, entre 1964 e 1979,a julgar pelos pedidos de indenização, seriaem torno de 288 segundo a Comissão deDireitos Humanos da Câmara dos Deputa-dos e de 224 casos comprovados, segundo aComissão de Mortos e Desaparecidos doMinistério da Justiça. O Brasil perde de longenessa aritmética macabra.

Em 1978,quando em nos-so Congresso jáse discutia da�Lei da Anistia�,havia em Cubaentre 15 e 20 milprisioneiros po-líticos, númeroque declinoupara cerca de 12mil em 1986. Noano passado, 38anos depois daRevolução de

Sierra Maestra, ainda havia, segundo a Anis-tia Internacional, entre 980 e 2.500 prisionei-ros políticos na ilha. Em matéria de prisões etorturas, a tecnologia cubana era altamentesofisticada, havendo �ratoneras�, �gavetas�e �tostadoras�. Registre-se um traço deinventividade tecnológica - a tortura �mer-dácea�, pela imersão de prisioneiros namerda.

Não houve prisões brasileiras compa-ráveis à La Cabaña (onde ainda em 1982houve cem fuzilamentos), Boniato, Kilo 5,5ou Pinar Del Rio. Com estranha incongruên-cia, artistas e intelectuais e políticos quedenunciam a tortura brasileira visitam Cubae chegam mesmo a tecer homenagenslíricas a Fidel e a seu algoz adjuntoChe Guevara. Este, como procura-dor-geral, foi comandante da prisãoLa Cabaña, onde nos primeiros mesesda revolução ocorreram 120 fuzila-mentos (dos 550 confessados porFidel Castro), inclusive a execução deJesus Carreras, guerrilheiros contra aditadura Batista, e de Sori Marin, ex-ministro da Agricultura de Fidel.Note-se que Che foi o inventor dos�campos de trabalho coletivo�, napenínsula de Guanaha, versão cubanados �gulags soviéticos� e dos �cam-pos de reeducação� do Vietnam.

A repressão comunista tem ca-racterísticas particularmente selvagens. Aresponsabilidade é �coletiva�, atingindo nãoapenas as pessoas, mas as famílias. É habitualo recurso a trabalhos forçados, em campos deconcentração. Não há separação carcerária,ou mesmo judicial, entre criminosos comunse políticos. Em Cuba, criou-se um institutooriginal, o da �periculosidade pré-delitual�,podendo a pessoa ser presa por mera suspei-ta das autoridades, independentemente defatos ou ações.

Causa-me infinda perplexidade, na mídiainternacional e em nosso discurso político local,a �angelização� de Fidel e Guevara e a �sa-tanização� de Pinochet. Isto só pode resultar de

ignorância factual ou de safadeza ideológica.Pinochet foi ditador por 17 anos; Fidel está nopoder há 39 anos. Pinochet promoveu a aberturaeconômica e iniciou a redemocratização do país,retirando-se após derrotado em plebiscito e elei-ções democráticas, como senador vitalício (solu-ção que se imitada em Cuba facilitaria o fim doembargo). Fidel considera uma obscenidade aalternância no poder, preferindo submeter anação cubana à miséria e à fome, para se manterditador. Pinochet deixou a economia chilenanuma trajetória de crescimento sustentado de6,5% ao ano. Antes de Fidel, a economia cubanaera a terceira em renda por habitante entre oslatino-americanos, e hoje caiu ao nível do Haiti eda Bolívia. O Chile exporta capitais, enquantoque Fidel foi um pensionista da União Soviéticae agora, para arranjar divisas, conta com remessasde exilados, e receita de turismo e prostituição.Em termos de violência, o número de mortos edesaparecidos no Chile foi estimado em três mil,enquanto que Fidel fuzilou 17 mil!

Apesar de fronteiras terrestres porosas, oChile, com população comparável a Cuba e semos tubarões do Caribe, sofreu em êxodo de apenas30 mil chilenos, hoje em grande parte retornados.Sob Fidel, 20% da população da ilha, ou seja, algoque nas dimensões brasileiras seria comparávelà Grande São Paulo, tiveram que fugir. Em suma,Pinochet submeteu-se à democracia e tem bomsenso em economia. Fidel é um PhD em tiraniae um analfabeto em economia.

O �Livre noir� nos dá uma idéia da besti-alidade de que escapamos se triunfassem osradicais de esquerda. Lembremo-nos que, em1963, Luís Carlos Prestes declarava desi-nibidamente que �nós os comunistas jáestamos no Governo mas não ainda no po-der�. Parece-me ingenuidade histórica imagi-nar que, na ausência da Revolução de 1964, oBrasil manteria, apenas com alguns tropeços,sua normalidade democrática. A verdade é que

Jango Goulart não planejara minimamentesua sucessão, gerando suspeitas de continuís-mo. E estava exposto a ventos de radicalizaçãode duas origens: a radicalização sindical, quelevaria à hiperinflação; e a radicalização ideoló-gica, pregada por Brizola e Arraes, que podiaresultar em guerra civil.

É sumamente melancólico - porém nãoirrealista - admitir-se que no albor dos anos 60este grande país não tinha senão duas miserá-veis opções: �anos de chumbo� ou �rios desangue�...

 

* O Autor é deputado federal pelo PPB-RJ.Transcrito da Folha de São Paulo de 19.04.98e da REVISTA DO CLUBE MILITAR - Maio/1998

Mais de 200 desenhos feitos em segredo, nos idos de 1940, pelocoronel russo da reserva Danzig Baldaiev, comprovam o horror

dos gulags. Sigla em russo de Diretório Geral de Campos, ogulag abrangia o complexo de prisões e campos de trabalhos

forçados a que eram condenados os opositores do regimecomunista soviético.

Buick modelo 1959 - Os "balseros" sofisticados

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13Nº 184 - Novembro/2012

Digamos �não� ao comunismo russo,que ameaça subverter a liberdade e acivilização no Brasil. Estamos diante

de um crime contra a ordem. O anarquismoeslavo não tem o direito de prevalecer contraela. A Internacional russa está impondo aosmarxistas indígenas o seu espírito das trevas,as larvas negras da sua índole negativa, os seusmétodos selvagens, as suas fórmulas assassi-nas. É a bête humanine querendo a todo otranse transformar o caráter doce e compas-sivo de uma nação civilizada, nesse bivaque decurdos ferozes, que são os sovietes. Possui oBrasil uma formação moral preciosa, herdadado trono ibérico donde descendemos. Dassituações mais delicadas, dos problemas po-líticos mais difíceis, logramos sair até hojesem haver manchado a nossa história com osdelitos cobardes, que têm feito a Rússia con-temporânea recuar às épocas mais primitivasda sua existência.

A nossa ordem se inspira nos manda-mentos da lei de Cristo. É, pois a própria or-dem cristã, dentro das normas serenas e lím-pidas da sua moral. É com essa ordem que setem construído o nosso equilíbrio entre osmovimentos mais opostos entre os contráriosmais chocantes, vamos cada dia que passamais engrandecer o Brasil e fazer respeitar oseu gênio no concerto dos outros povos. Nãotemos nenhum motivo para mudar a substân-cia e o cerne de nossas instituições por ummodelo exótico atéhoje, sustentadopela maior organi-zação de terror queainda concebe umaminoria para gover-nar e se manter notimão da nau do Es-tado. Não vamosaqui nos dispor atrocar instruções li-vremente consentidas por uma ordem de coi-sas que é o fruto do arbítrio e da opressão deuma minoria, a qual, governa blasfemando eincentivando os povos dirigidos pelo jugo dosgovernos populares, saídos do pronuncia-mento das maiorias. A nossa regra é a velhaordem humana. No plano eslavo que se ergueé uma paródia no caos. E não foi feita paradurar, porque da sua essência é a desordem emque ele dissolve. A manobra comunista é tãodifícil no Brasil, como estabelecer para ummujique russo um regime democrático funda-do no sufrágio universal A personalidadehumana é para o brasileiro, um fim, um ideal,que ele pretende ver cada dia mais alto e maisprotegido.

Para a ditadura marxista ela não passade um meio, destinado a constituir o maismonstruoso tipo de Estado que o individuoaté hoje executou. Nesse conflito de tendênciareside todo o drama da nossa incompreensãoe da resistência dos nossos reflexos à máquinado Estado comunista.

O sangue dos oficiais do exércitolegalista que tombaram anteontem no cumpri-mento do dever, não terá corrido inutilmente.E presença do sacrifício dos bravos que mor-reram, há uma reflexão que se faz sensível aocoração dos mais empedernidos. Que ideolo-

TÁRTAROS E MONGÓISAssis Chateaubriand.

gia bárbara é essa que nos chega da Rússiatentando abrir caminho pela porta do crime?A propaganda, o debate das idéias, a paixãoda doutrina, o entusiasmo dos princípios, jánão serão então armas de convicção que épreciso ir direito ao assassino para afirmar ajustiça do credo político?

Mas é esse apelo ao terror, nessa trági-ca assiduidade no crime, que o comunismofixa, antes de tudo, as suas linhas antibra-sileiras, ou, direi melhor, a seu caráter anti-ocidental. A embriaguez do sangue derrama-do é a nota tônica dos tropelos do conquis-tador asiático. No crime político, o domi-nador oriental encontra quase invariavel-mente o seu compasso. Se as idealidadessuperiores faltam ao comunismo brasilei-ro, a crueldade, a truculência, a aptidão pa-ra barbárie, traços da alma elementar da este-pe, nele vêm atingindo acesso em proporçõesinquietadoras.

A humanidade foi, em todos os tem-pos, em todas as idades, a expressão ale-vantada da nossa têmpera. Nas nossas lu-tas políticas, nas nossas jornadas parti-dárias, nunca se evangelizou uma idéia com opunhal ou o trabuco. A Independência, a Abo-lição, a República, tanto a primeira como asegunda, nem um desses movimentos contana sua eclosão esse material abominável deassassinos que a população carioca registrouterça-feira última na Escola de Aviação e no 3º

RI. A glória dasjornadas cívicasdo País é que ne-nhuma delas sealicerça no ho-micídio políticodo tipo que en-contramos emseus aspectossinistros na ma-drugada de São

Bartolomeu, que o Rio acaba de assistir tran-sido de horror.

Não. Tanta perversidade, tão frio des-prezo pela vida humana, tanta aridez de sen-sibilidade, tamanha vocação para a eclosão dosangue inocente, nunca foram reações do ca-ráter brasileiro. É um erro capital supor queos inspiradores ocultos desse canibalismo,organizado, em seita política, sejam brasilei-ros, ou se encontrem ao serviço de uma causabrasileira. A guerra civil que o capitão Prestesse dispôs a desencadear aqui não é bem umaluta interna. A declaração de guerra foi man-dada ao Governo do Brasil e ao seu povoliberal pela III Internacional. Estamos emguerra externa contra uma potência estran-geira, que jurou destruir os padrões éticose jurídicos da nossa civilização centenária.É, pois, a pátria quem está em perigo, nesseduelo contra um inimigo que, ou combate-mos com todas as forças da nossa vontadede viver, ou ele terá feito do Brasil umamiserável colônia da tirana vermelha, ímpiae execrando, dos tártaros e mongóis dossovietes.

* Artigo publicado em O Jornal de 29 denovembro de 1935, reproduzido em

comemoração ao centenário de nascimentode Assis Chateaubriand pelo Correio

Braziliense de 20 de julho de 1992.

1892 - 19925 de Outubro

A VERDADE HISTÓRICA

Nos idos de 1950/1960, Assis Chateau-briand comandava o império jor-

nalístico dos �Diários Associados� (jor-nais, revistas, emissoras de rádio e detelevisão), que influenciava a opinião pú-blica, mantinha relações com os altos po-deres do governo, incluindo a Presidência daRepública, criava ídolos de pés de barro,derrubava quem desejasse. Tal qual, hoje, asOrganizações Globo, que começaram a cres-cer no final da década de 60, em plenogoverno �autoritário� (havia autoridade).

De comum, entre os dois impérios: on-tem, o apoio irrestrito ao Movimento Cívico-Militar de 1964 e a lembrança sobre a covar-de e traiçoeira Intentona Comunista e hoje,a mentira deslavada deturpando as realiza-ções do regime militar que levou o país ao

Rendição dos militares comunistas sublevados na Praia Vermelha,

a 27 de novembro de 1935

maior crescimento jamais registrado em 500anos, com um PIB de 14% e tentando mudar asua História. Por quê? A máquina da desin-formação montada nas redações de jornais erádios e nas centrais de telejornalismo, tudofaz para que a verdade não seja conhecida.Preferem a meia verdade ou a mentira, divulgadaspelos jornalistas petistas que ocupam 80% dasredações e são amantes de Fidel, Guevara eChávez. O �Estado de Minas� apesar do acervohistórico de sua Gerência de Documentação(microfilmagem de todos os seus jornais e revis-tas), não o utiliza como referência, intencional-mente, pois não é do interesse da mídia e dogoverno petista mostrar a Verdade à nossagente. · Quem tem medo da Verdade?

· Quem está mentindo?· A resposta é sua, prezado leitor!

CENTENÁRIO

A INTENTONA COMUNISTAVISTA PELOS LIVROS DIDÁTICOS

Nova História Crítica8ª Série / 2001

O revolucionário queOlga iria acompanhar era LuisCarlos Prestes, que voltavasecretamente ao Brasil para lu-tar contra Vargas na revolta li-derada pela ANL. Getúlio man-dou prender milhares de pesso-as. O chefe de Polícia, era oterrível Filinto Müller, nazistaassumido, torturava barbara-mente os presos que caíamsob suas botas (pág. 145)

História - Uma abordagemintegrada / 2001

(Questões dos ENEMs)Em novembro de 1935, a Intentona

Comunista, um movimento armado que su-blevou três quartéis, um em Natal, outro emRecife e o terceiro no Rio de Janeiro. Os re-voltosos acreditavam queoutras unidades militaresiriam aderir ao movimen-to, garantindo a sua vitó-ria contra o governo deVargas. Mas a revolta nãose alastrou, ficando restritaaos militares que deramos primeiros tiros.

A repressão promo-vida pelo governo foi vio-lenta, com prisão, torturae até mesmo execução dosenvolvidos no conflito.Aproveitou-se para pren-der, torturar e matarpessoas que nada tinhama ver com a Intentona, masque eram opositores dogoverno.

A maior crueldadedesse período de repres-são foi a deportação paraa Alemanha de Olga Be-nário, esposa de Prestes (Pág. 227) - O grifoé nosso.

COMENTÁRIOCom estes pequenos exemplos, devidamente comprovados, conclui-se que os livros

didáticos (e a imprensa) procuram deturpar a verdadeira História do Brasil, invertendo osautores de crimes hediondos, de traição e dos assassinatos cometidos em novembro de 1935e, posteriormente, nas guerrilhas urbanas e rurais nos anos 60/70. Onde estão os professorese pais que não reagem a essa lavagem cerebral marxista da nossa juventude?

Para conter as agitações,o governo fechou a ANL � Ali-ança Nacional Libertadora emjulho de 1935, prendeu e depor-tou diversas lideranças operári-as e promulgou a Lei de Seguran-ça Nacional. Com a ANL postana ilegalidade, seus membros

mais moderados se afastaram do movimento,e a liderança ficou apenas com comunistas emilitares de esquerda.

Em novembro de 1935, eles deram inícioa um levante armado, nas cidades de Natal, Recifee Rio de Janeiro. A rebelião foi rapidamentecontrolada pelo governo, e muitos militantes esimpatizantes da ANL foram presos e tortura-dos. Pág 152 � Capítulo 10.

História - 8ª SérieCotidiano e Mentalidades

PNLD/2005

HISTÓRIA INTEGRADACAPITULO 18

A Conspiração Comunista de 1935Contra a lógica mais elementar, já que

o governo estava de sobreaviso, os militaresdo III Regimento de Infantaria, no Rio deJaneiro, atendendo aos apelos da Aliança

Nacional Liberta-dora, desencadearam o mo-vimento para depor Getúlio. Em menos dedoze horas, a rebelião foi sufocada pelo gover-no. Cerca de cinqüenta jovens recrutas forammortos. ( pág. 99)

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14Nº 184 - Novembro/2012

A INTENTONA COMApós a Revolução Bolchevista de

1917, na Rússia, intensificou-seno mundo inteiro a propaganda

ideológica marxista-leninista.No Brasil, desde 1919 foram

registradas várias tentativas de implan-tação do comunismo, mas somente em1922 foi criado o Partido Comunista, gra-ças à mobilização ocorrida no Rio de Ja-neiro e Niterói, de 25 a 27 de março.

O Congresso Constitutivo do PClogo aderiu ao Movimento Comunista In-ternacional (MCI), aceitando as 21 condi-ções de admissão à Terceira Internacio-nal(1), também conhecida como Komin-tern(2). Em janeiro de 1924, graças aosecretário geral Astrogildo Pereira queviajou a Moscou, foi conseguida a filiaçãodo PCB à Terceira Internacional.

Dentre as 21 condições, destaca-mos a 6ª, como expressão do fanatismoideológico que o Komintern procuravaincutir nas organizações bolchevistas:

�Todos os Partidos Comu-nistas devem renunciar não so-mente ao patriotismo como tam-bém ao pacifismo social e de-monstrar sistematicamente aosproletários que sem a derrubadarevolucionária do capitalismonão haverá desarmamento e pazmundial�

Como não conseguiu o apoio po-pular, o PCB sentiu a necessidade deatrair um líder que pudesse polarizar aatenção e admiração das massas dandoautenticidade ao MCI. Aí surgiu o nomedo ex-capitão do Exército, Luís Carlos Pres-tes, que participara da Grande Marcha,comandada pelo general Miguel Costa,como chefe do Estado-Maior (1925/27).

Após a internação da ColunaMiguel Costa na Bolívia, Prestes foi pro-curado em Porto Suarez por AstrogildoPereira, do qual recebeu, após longasconversas, várias obras de doutrinaçãomarxista-leninista. A semente estavalançada.

Em 1930, vivendo em BuenosAires, foi convidado para entrevistar-secom Getúlio Vargas e Oswaldo Aranha.Ao regressar à Argentina, Prestes con-denou a revolução que se articulava efazia nova profissão de fé, aderindo aoComunismo.

Em 1931, os agentes soviéticosMax e Olga Pandarkye convenceram Pres-tes a seguir para a União Soviética a fim

de aprimorar seu doutrinamento político.Em Moscou fez cursos de liderança ecapacitação marxista-leninista e foi mem-bro do Comitê Executivo do Komintern.Transformara-se em fanático do credovermelho, abdicando de seus própriossentimentos nacionalistas. Em novem-bro de 1935 iria comprová-lo, quando sobseu comando foram assassinados covar-demente na calada da madrugada seuscompanheiros de farda. Também em 1946,anistiado e senador, surpreendera o paíscom a declaração de que, se o Brasilestivesse em guerra com a União Sovié-tica, jamais pegaria em armas contra ossoviéticos.

Regressouao Brasil em abril/1935, acompanhadode Olga Benário,para assumir a lide-rança do movimen-to comunista, tor-nando-se ainda opresidente de honrada ANL - AliançaNacional Libertado-ra, mentora da rebe-lião traiçoeira quese preparava. No li-vro �Meu Compa-nheiro� de MariaPrestes: �Em 1935,o casal (Prestes eOlga Benário) estava se dirigindo aoBrasil, onde se preparava o levante ar-mado que abriria uma perspectiva soci-alista para o maior país da América doSul�.

Em fins de 1934 a Conferência Co-munista da América Latina já havia deli-berado iniciar a revolução no Brasil, mes-mo sem as condições ideais. A decisãofoi tomada por sugestão do delegadorusso Dimitri Sacharovich Manuilsky ede delegados brasileiros que preferiamuma ação rápida e violenta a uma demo-rada ação subversiva.

Para preparar o movimento, oKomintern enviou o agitador internacio-nal Arthur Ernest Ewert (Harry Berger), osecretário geral do PC argentino Ro-dolpho Ghioldi, os ucranianos Pavel eSofia, agentes da cúpula do Komintern, oitaliano Amleto Locatelli, Franz Gruber,Elize Saborowiski, Olga Benário(3), agen-te russa, e outros.

Os comunistas sentiram crescen-te oposição a suas atividades de propa-ganda e agitação. A 11 de julho de 1935,

o governo decretou o fechamento daANL e a dissolução da União Femininado Brasil e a Aliança por Pão, Terra eLiberdade. A polícia agia com energiaefetuando prisões que abalaram o mo-vimento. O Komintern exigia ação. Pres-sionado, Prestes concordou com odesencadeamento do movimento arma-do.

A INTENTONAEm fins de novembro, foi deflagrada

a chamada Intentona, que apesar de efêmera,manchou a história pátria com o sangue denumerosos brasileiros.

RIO GRANDE DO NORTEEm Natal, a revolta eclodiu quatro

dias antes da data prevista, a 23, um sábado.Os sargentos, cabos e soldados do 23ºBatalhão de Caçadores, com o auxílio decivis extremados assumiram o governo dacidade, com o nome de Comitê PopularRevolucionário. Foram três dias e três noi-tes de horror e desespero. Saques, estu-pros e arrombamentos foram praticadospelos comunistas.

A contra-revolução veio do inte-rior com o chefe político de Seridó, DinarteMariz, mais tarde governador do Estado.

Tropas do Exército e das políciasestaduais capturaram em pouco tempotodos os implicados, que passaram aresponder perante à Justiça por 20 mor-tes.

PERNAMBUCODos três levantes comunistas de 1935,

o de Pernambuco foi o mais sangrentosegundo o historiador Glauco Carneiro,resultando em cerca de 720 mortes só nas

operações da frente do Recife. O movimen-to eclodiu no dia 24, simultaneamente no29º Batalhão de Caçadores e no QG da 7ªRegião Militar. Ao mesmo tempo, civisarmados atacaram as delegacias de políciade Olinda, Torre, Casa Amarela e a CadeiaPública. Na ocasião, as principais autorida-des encontravam-se ausentes do Estado,em viagem no dirigível Hindemburg. Aantecipação da revolta de Natal prejudi-cou a surpresa do movimento em Recife,com a guarnição alerta. A resistênciadesenvolvida no interior do quartel do29º BC, sediado em Socorro a 18 quilôme-tros da capital, a reação das tropas doExército em Alagoas e na Paraíba e daPolícia Militar de Pernambuco desfize-ram em curto prazo qualquer possibilida-de de vitória comunista.

É de se destacar a atuação do Ca-pitão Malvino Reis Neto, Secretário deSegurança, organizando tropas para im-pedir a invasão do Recife. No QG da 7ªRegião Militar o sargento Gregório Be-zerra chefiando um grupo de amotinadostentou prender os tenentes José SampaioXavier e Aguinaldo de Oliveira, que rea-giram, sendo morto o primeiro e grave-mente ferido o outro. O sargento Gre-gório, também ferido, foi preso.

Na manhã do dia 25 ainda havialuta no 29º BC e no Largo da Paz. Com achegada de tropas do 20º BC de Maceió,uma bateria de Artilharia da Paraíba, ele-mentos do 29º BC e da Brigada Militarcomeçaram a recuar, sendo batidos naaltura do Engenho de Santana. Os queescaparam foram perseguidos e presospelas tropas legais. Na terça-feira, 26,cessara a luta em Recife e proximidades:Nesse mesmo dia, com autorização doCongresso Nacional, o Presidente da Re-pública, Getúlio Vargas, decretou a vi-gência do estado de sítio em todo o país.

RIO DE JANEIROO terceiro e mais importante surto

subversivo eclodiu no Rio de Janeiro. Osplanos apreendidos com Harry Berger es-clareciam que a insurreição deveria abran-ger várias unidades: 3º RI na Praia Verme-lha, o 2º RI na Vila Militar, o Batalhão deTransmissões, o CPOR, o Grupo de Obuzes,o Ministério da Guerra e a Escola de Avia-ção Militar, na região do Campo dosAfonsos. Os civis só participariam do com-bate quando este se estendesse às ruas. O3º RI possuía armamento moderno e umgrande efetivo: 100 oficiais, 200 sargentose 1700 soldados e seus quadros estavam

Quartel da Polícia Militar em Natal apóso ataque dos insurretos

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MUNISTA DE 1935

infiltrados por comunistas. O cap. AgildoBarata, marxista, lá se encontrava cumprin-do punição disciplinar e logo se articuloucom o tenente Francisco Antônio LeivasOtero que liderava a célula do PC e assumiua liderança dos preparativos para o levante.Nas companhias do Regimento havia pelomenos um elemento designado para pren-der os militares legalistas e assumir o co-mando no momento oportuno.

Na tarde de 26 de novembro, o 3ºRI encontrava-se em prontidão por cau-sa dos acontecimentos do Nordeste. Nes-sa tarde o cap. Agildo Ribeiro recebeua ordem assinada por Prestes:

�O 3º Regimento Popular Re-volucionário deverá levantar-se àsduas da madrugada de 27 de novembroe a partir das três horas deslocar tropaspara as proximidades do Arsenal deMarinha e do Palácio do Catete, deven-do outras impedir a ação da Polícia Espe-cial e do Batalhão de Polícia Militar darua São Clemente.�

Na hora prevista ouviram-se tirosno pelotão do tenente Leivas Otero, um dosrevoltosos. Era o sinal esperado para osamotinados aprisionar os legalistas quesurpreendidos com a rapidez da ação ofere-ciam pouca ou nenhuma resistência. Ascompanhias de metralhadoras do I e II Ba-talhões, comandados pelos capitãesAlexínio Bittencourt e Álvaro Braga, não se

intimidaram e responde-ram ao fogo. Nessa oca-sião o major Misael deMendonça, legalista, foiatingido mortalmente.

O comandante, celAfonso Ferreira, juntocom outros oficiais, fi-cou isolado no pavilhãoprincipal e por telefoneinformou o Ministro deGuerra da situação. Maistarde os dois batalhõesrenderam-se e o coman-dante e oficiais forampresos devido ao des-moronamento do pré-dio onde estavam abri-gados.

Apesar de domi-nar o 3º RI, os rebeldesnão puderam cumprir asordens de Prestes, poisas tropas da 1ª RegiãoMilitar comandada peloGeneral Eurico GasparDutra impediam que dei-

xassem o quartel. Intimado a render-se ocapitão Agildo negou-se por não saber queo levante da Escola de Aviação malograra.As tropas legalistas intensificaram os fo-gos até que após o meio-dia surgiu umabandeira branca.

Na Escola de Aviação a propagandacomunista procurava aliciar adeptos,dirigida pelos capitães Agliberto Vieira deAzevedo e Sócrates Gonçalves da Silva,além de mais 6 oficiais, graduados e solda-dos. Desde setembro a Escola vivia umclima de inquietação com o aparecimento,entre os alunos, de boletins de doutrinaçãomarxista-leninista. Posteriormente foi en-contrado um pacote de panfletos subver-sivos com o capitão Sócrates, que rece-beu ordem de prisão mas se evadiu.

Após as 14 horas do dia 26, ouvi-ram-se tiros, gritos e correrias. Eclodira omovimento sedicioso e se alastrava.

Sucederam-se lances dramáticos,com atos de heroísmo e de covardia,conforme relata o historiador GlaucoCarneiro: �dois oficiais legalistas, ca-pitão Armando de Souza e Melo e otenente Danilo Paladini, foram mortosna ocasião, ainda dormindo, por Agli-berto e pelo tenente Ivan Ramos Ribei-ro�. O mesmo capitão Agliberto assas-sinou o tenente Benedicto Lopes Bra-gança, quando este se encontrava pre-so e desarmado.

Dominando a situação, de possede todo o armamento e munição, os rebel-des comunistas ocuparam os hangares afim de acionar os aviões e alastrar omovimento.

O 1º Regimento de Aviação, sob ocomando do tenente coronel EduardoGomes, conseguiu repelir o assalto atéque o general José Joaquim de Andrademanobrasse o Regimento Andrade Ne-ves contra os rebeldes.

As 17 horas do dia 27, os comunis-tas debandavam em fuga. Os prisioneirosforam colocados no navio Pedro I, trans-

Fachada do 3º RI após o confrontoentre as forças legais e os insurretos

Monumento Votivo na Praia Vermelha/Rio

formado em barco-presídio.Após a derrota da Intentona, os

agentes soviéticos conseguiram fugirpara Moscou, onde apresentaram seusrelatórios. Foram todos liquidados noGrande Expurgo estalinista de 1937/38.Amleto Locatelli morreu na Guerra CivilEspanhola. A Gestapo matou as agentesOlga Benário e Elise Saborowiski. Prestesfoi preso no Meier/RJ, em março de 1936e assim permaneceu até abril/1945. Em1943, mesmo na prisão, foi eleito secretá-rio-geral do PCB, permanecendo no car-go até 1980.

MONUMENTO VOTIVONa Praia Vermelha, no

Rio de Janeiro, foi erguido em1968, um monumento votivo àsvítimas da Intentona Comunis-ta de 1935, por iniciativa doMinistro do Exército, general-de-Exército Aurélio de LyraTavares, para �perpetuar empraça pública a homenagemdo povo àqueles que souberamlutar e morrer pela sua liber-dade�. O monumento incor-pora arranjos procedentes domausoléu que fora inicialmen-te construído no Cemitério deSão João Batista, em 1938.

Nossos respeitos e ho-menagens àqueles que tomba-ram na defesa da liberdade e denossas instituições · Natal/RN: 2º Sgt Jaime Pantaleão deMoraes, Cabo João de DeusAraújo e soldado PM LuísGonzaga de Souza; · Recife/PE: Capitão José SampaioXavier, Tenente Lauro Leãode Santa Rosa e soldado PMLino Victor dos Santos; · Rio de Janei-ro/DF: Tenente-coronel Misael de Men-donça; majores Armando de Souza eMello e João Ribeiro Pinheiro; capitãesDanilo Paladini; Geraldo de Oliveira eBenedicto Lopes Bragança; 2º Sgt JoséBernardo Rosa; 3º Sargentos CoriolanoFerreira Santiago, Abdiel Ribeiro dos San-tos e Gregório Soares; 1º cabos Luís Au-gusto Pereira e Antônio Carlos Botelho;2º cabos Alberto Bernardino de Aragão,Pedro Maria Netto, Fidelis Baptista deAguiar, José Harmito de Sá, ClodoaldoUrsulano, Manuel Biré de Agrella e Fran-cisco Alves da Rocha; Soldados WilsonFrança, Péricles Leal Bezerra, Orlando

Henriques, Álvaro de Souza Pereira eGeneroso Pedro Lima.

1) A III Internacional foi fundada em 2 demarço de 1919 por Lenine com a finalidade deimplantar a revolução comunista no mundo.

2) Komintern - abrev ia tura deKommunistitcheski internacional.

3) O único pesquisador brasileiroWilliam Waack, consultou os arquivos deMoscou e reconstituiu uma verdade há longotempo negada, golpeando fundo a mitologiacomunista nacional, liquidando para semprecom a lenda da inocência de Olga Benário,desmascarando-a como agente do ServiçoSecreto Militar Soviético (GRU)

Fonte:O Exército na História do Brasil República

Volume IIIBiblioteca do Exército/1998.

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16Nº 184 - Novembro/2012

ANO XXXII Nº 206 DATA 22 Nov 85, 6ª feira

REDAÇÃO5ª Seção EMG

Informativo interno da AMAN Fundador: Cap RUBENS J. PORTUGAL

DISTRIBUIÇÃOA C P

CINQÜENTENÁRIO DA INTENTONA COMUNISTA

A"Intentona Comunista" de 1935 pode ser resumida em duas palavras: traição ecovardia. Sim, pois companheiros nossos, fardados, coturnos calçados, no cumprimento de

seus sagrados deveres, foram mortos, à socapa, na calada da noite, muitos enquanto dormiam... Mas sempre agiram assim, senão vejamos: Andrei Sakharov, físico russo, confinado por

castigo em Gorki, declarou, tempos atrás: ��A história de 60 anos do comunismo está cheia de umahorrível violência, de crimes odiosos no seu território e fora dele, de destruição, sofrimento ecorrupção de milhões de pessoas. "ESQUECER TAMBÉM É TRAIR!"

ESQUECER TAMBÉM É TRAIR !

Há quem pretenda sepultar no es-quecimento a Revolução de 31 demarço de 1964, como já se deixou

de homenagear, por outro lado, a memó-ria dos heróis militares assassinados naintentona comunista de 27 de novembrode 1935. Que país é este, no qual fatoshistóricos relevantes, que são exemplos,lições e advertências, descambam para odesprezo dos pósteros, que passam acondená-los no repúdio do silêncio e nodesprezo da indiferença? Em ambos oscasos mencionados, a insofismável ins-piração das Forças Armadasfoi, basicamente, defender asinstituições republicanas,salvando-as da frontal amea-ça comunista.

No 27 de novembro, oscomparsas de Luís Carlos Prestes ensangüentaram a en-tão capital da República, as-sim como outros pontos do territórionacional. De armas na mão, assumiram ainiciativa criminosa da mazorca marxista,na Praia Vermelha e nos Afonsos, no Riode Janeiro, em Pernambuco e no Rio Gran-de do Norte. Mataram, covardemente,inclusive companheiros que dormiam, no3º Regimento de Infantaria, e numa uni-dade da Aviação Militar feriram a balaEduardo Gomes, um dos 18 do Forte deCopacabana. Na orfandade e na viuvezficaram dezenas de pessoas, porque seuschefes sacrificaram a própria vida emdefesa da nação. A Revolução de 31 emarço, por sua vez, nasceu da reconhe-cida aliança do povo com os cidadãosfardados. Tornou-se inevitável e obriga-tória, como condição essencial de umareação coletiva organizada, capaz de eli-minar o caos que infelicitava a vida geraldos brasileiros. Durante pouco mais de

ANISTIA TORTA20 anos, por força da ação revolucionáriadireta e indireta, modernizou-se a admi-nistração, retirou-se a economia do atra-so, implantou-se a telecomunicação, vi-veram novos corredores de exporta-ção, multiplicaram-se os investimen-tos , ampl iou-se nossa capacidadeenergética, voltaram a disciplina e ahierarquia, a paz, a ordem e a autorida-de. O povo era feliz e não sabia.

Numa histórica tentativa global derestaurar a chamada democracia plena, edepois de derrotar a guerrilha rural e

urbana, a Revolução, es-pontaneamente, em nomeda pacificação políticanacional, propôs ao Con-gresso a decretação daanistia ampla, geral eirrestrita, teoricamenteestabelecida. Era, por as-sim dizer, a esponja que se

procurava passar sobre o território da dis-sensão, do ressentimento e do ódio. Entre-tanto, a idéia da Revolução foi inútil. Defato, perdoaram-se os atentados à mão ar-mada, os seqüestros de embaixadores, oscrimes hediondos, os delitos de sangue.Mas as cobranças descabidas acerca desupostas torturas, a busca constante dedesaparecidos, envolvidos em movimen-tos terroristas, o revanchismo, enfim, tudotendo como alvo o denominado �regimemilitar�, isso não sai da ordem do dia. Épauta permanente nos espaços de que dis-põe a incansável insurreição subversiva,ostensiva ou disfarçada.

 Por último, pretende-se revogarhistoricamente a Revolução Democrá-tica de 1964, como se ela não tivessesido, e ainda é, uma idéia-força, geradana alma dos patriotas. A anistia legal �classifiquemo-la assim - só valeu e sóvale para um lado, isto é, para o ladodeles. Ficou sendo, em conseqüência,uma anistia torta. É oportuno advertiros democratas ingênuos de que o co-munismo faliu, mas não faleceu. A es-querda extremista não acredita na que-da do Muro de Berlim. Eis por queinsistem em sepultar a intentona comu-nista e a Revolução de 1964. Não oconseguirão, todavia. Quem viver verá.(Publicado no Correio Braziliense - 11/04/1995)

* Foi líder parlamentar e ministro de Estado.

* Armando Falcão

"A libertação da Espanha da opressãodos reacionários facistas, não é umaquestão privada dos espanhóes. É acausa comum de toda a humanidadeavançada e progressista".

STALIN

A CLASSE OPERÁRIA

Ano XII São Paulo, Março de 1937 Nº 200

Órgão Central do Partido Comunista (S.B.I.C.)

Estandarte apreendido no Rio de Janeiro, em 1934 (ANL)

Insistem em sepultara intentona comunista

e a Revolução de1964. Não o

conseguirão, todavia.Quem viver verá.

JORNAL INCONFIDÊNCIA

O CRUZEIRO EXTRAEdição Histórica da Revolução

10 de abril de 1964

Assinatura anualA. VIA POSTAL - Recortar (ou xerocar) e preencher o cupom abaixo, anexandocheque bancário nominal e cruzado, cheque dos correios ou vale postal, no valor deR$ 100,00, em favor do Jornal Inconfidência e remetê-los para para Rua Xingu, 497- Alto Santa Lúcia � CEP 30360-690 � Belo Horizonte � MG - Não enviar dinheiro.B. VIA BANCÁRIA - Depositar ou transferir para o Banco do Brasil o valor de R$100,00� agência 2655-7 - c/c 28172-7 e por e-mail, enviar o quadro preenchido e ocomprovante do pagamento para [email protected], ou telefax(31) 3344-1500, ou ainda o cupom citado e o xerox do pagamento para Rua Xingu,497 - Alto Santa Lúcia - CEP 30360-690 - Belo Horizonte - MG.C. Valores superiores serão muito bem recebidos.D. Informações - e-mail: [email protected]. Renovação da Assinatura � a cargo do interessado (idem providências acima).Verifique no canto superior direito da etiqueta de endereçamento postal, o mês/anodo vencimento. E RENOVE!!!

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17Nº 184 - Novembro/2012

CONGRATULAÇÕES À ESQUERDACarlos Azambuja comenta a forma lenta e gradual como os antigos terroristas e militantescomunistas assumiram posições de destaque na política nacional, utizando-as para embolsardinheiro público e humilhar os que impediram seus planos totalitários no passado.

�As feridas e os erros daesquerda precisam sangrar paraque as insuficiências e incompre-ensões possam ser superadas�(JOSÉ GENOÍNO, O Globo, 06Fev 96).

Logo após a Revolução de 31de Março e 1964 que depôs o gover-no comunizante de João Goulart, asorganizações, grupos e partidos deesquerda então existentes em nossopaís, e logo após inúmeras outrasorganizações constituídas pelas ba-ses radicalizadas do chamado�Partidão�, definiram como priori-dade a derrubada do regime institu-ído, utilizando como tática a violên-cia armada e todas as formas de luta,conforme prescrevem os manuaisdo marxismo-leninismo.

Esse projeto de luta armada,no entanto, vinha sendo alimen-tado desde antes de 1964, estimu-lado pelo exemplo da revoluçãocubana. Isso, sem falar nas propos-tas de revolução armada que vinhamde muito antes, na melhor tradiçãobolchevique, como o levante comu-nista de 1935, determinado peloKomintern.

É notório que já no governoJango existiam grupos voltados paraessas formas de luta �mais avança-das�, segundo o jargão marxista.

Nesse sentido, é esclarecedoro depoimento de um ex-guerrilheirourbano, membro dirigente, nos anos60, da Dissidência da Guanabara e,depois, do Movimento Revolucio-nário Oito de Outubro, preso, bani-do do país e posteriormente anisti-ado: �(...)Antes da radicalização daditadura, em 1968, e antes mesmode sua própria instauração, em1964, estava no ar um projeto revo-lucionário ofensivo. Os dissidentesse estilhaçariam em torno de enca-minhamentos concretos, formandouma miríade de organizações e gru-pos, mas havia acordo quanto ao nóda questão: chegara a hora doassalto� (Daniel Aarão Reis, atu-al professor de História Contem-porânea da Universidade FederalFluminense. �Esse imprescindívelPassado�, artigo publicado na re-vista �Teoria e Debate� de julho/agosto/setembro de 1996).

Os seqüestros de aviões, dediplomatas estrangeiros, os rou-bos de armas, os atentados terro-ristas, os assaltos a agências ban-cárias, a estabelecimentos co-merciais e até mesmo a residên-cias, os ataques a quartéis, foramtransformados em tática militar eprecederam o que é denominado de�radicalização da ditadura� emdezembro de 1968, com a edição do

(Publicado no ARAUTO/OPINIÃO

de novembro de 1996)

Ato Institucional nº 5.Em 1970, ao assumir a presi-

dência da República, o generalGarrastazu Médice definiu comoprioritário o fim do terrorismo epara isso criou os DOI/CODI. Noentanto, Marighela não mais exis-tia, pois havia sido morto em umavia pública, em São Paulo, no anoanterior. Essa via pública, assimcomo tantas outras, foi definida,posteriormente, pela Comissão deMortos e Desaparecidos, comoum local assemelhado a uma de-pendência policial ou sujeito à ad-ministração militar.

Ele, Marighela, que a Inteli-gência cubana imaginava transfor-mar no sucessor de Che Guevara(vide o livro de Luis Mir, �A Revo-lução Impossível�) havia deixadoum testamento que iria ser res-ponsável por uma montanha demortos entre os que seguiram seusensinamentos: o Minimanual doGuerrilheiro Urbano.

Lamarca, no entanto, que traiuo Exército, sua mulher e seus filhos,ladrão de armas, assaltante de ban-cos, seqüestrador e assassino deinocentes de forma vil, como a mor-te a coronhadas do tenente AlbertoMendes Junior, no Vale da Ribeira,ainda viveria até o ano seguinte. Emsetembro de 1971 seria morto no ser-tão da Bahia, local que a Comissão deMortos e Desaparecidos definiu queera sujeito à administração militar,para, assim, indenizar sua mulher quejá era pensionista de seu marido.

Em agosto de 1979, com asguerrilhas urbana e rural erradicadase o país pacificado, o presidenteFigueiredo assinou a lei que conce-deu uma anistia ampla, geral eirrestrita. Essa lei libertou todosos que se encontravam presos.

Em maio de 1985, a chamadaNova República legalizou os par-tidos clandestinos graças a umaEmenda Constitucional de autoriado então deputado federal peloPMDB Roberto Freire, ele própriodirigente de um desses partidos clan-destinos, o PCB.

A partir de então, o aparelhoburocrático do governo passou a sertomado, de forma lenta, gradual esegura pela esquerda, derrotada,anistiada, mas não conformada. OsÓrgãos de Inteligência, na eraCollor, foram desmantelados e asForças Armadas economicamentesufocadas, restando-lhes uma úni-ca função: sobreviver.

A Constituição cidadã, de1988, propiciou centenas de retor-nos às Forças Armadas. O Estadopromoveu-os e pagou por isso.

Também os demitidos e expulsos,foram reincorporados a partir de1985 e promovidos.

Como se isso não bastasse,uma Comissão, denominada de�Mortos e Desaparecidos Políti-cos� foi constituída e recompensou econtinua a recompensar as famíliasdaqueles que livremente escolheram ocaminho da luta armada, seqüestra-ram, assaltaram e mataram, sendo,afinal, mortos por aqueles que, cons-titucionalmente, cumpriam suasobrigações de defen-der a Pátria, a Lei e aOrdem, com sacríficioda própria vida, coe-rentes com o juramen-to que fizeram ao en-trar para a carreira mi-litar, de defender a Pá-tria com o sacrifício daprópria vida.

Do lado dos quese opuseram que a Pá-tria fosse transforma-da em uma repúblicapopular democrática,vidas preciosas foramperdidas, muitas fa-mílias ficaram sem osseus chefes, mas ne-nhuma delas, em todosesses anos, nada rei-vindicou.

Com relação,especificamente, aocaso de Carlos Lamar-ca, a relatora, na Comissão de Mor-tos e Desaparecidos, uma ex-guer-rilheira urbana, afirmou cinica-mente que a repressão não respei-tou a Convenção de Genebra e que... �como os guerrilheiros doAraguaia, ele (Lamarca) fez, tam-bém, prisioneiros aos quais respei-tou a integridade" (sic) , e afirmou,também, que o redator da Lei queproporciona a recompensa às famí-lias dos mortos pela repressão,então chefe do gabinete do Ministé-rio da Justiça, legislou por contaprópria, e que ... �foi vontade dolegislador incluir os que morreramem combate direto com as forçasrepressivas�.

Aproveitando o ensejo da re-forma universitária que o atual mi-nistro da Educação diz que fará,este não seria um tema altamenteilustrativo e edificante para ser in-cluído nos currículos de Direito?

Parabéns às esquerdas. Vocêschegaram lá, utilizando os meiospacíficos. Afinal, essa é uma formade luta também revolucionária.

O intento louco de tomadado poder pela força ou a

Intentona Comunista, como ficouconhecido o traiçoeiro, sangren-to e fracassado motim deflagradopor militares comunistas con-tra estabelecimentos militaresde Natal, do  Recife e do Rio deJaneiro, entre os dias 23 e 27 denovembro de 1935, constitui umadas mais negras páginas da his-tória do Brasil.

Maus militares, corrompi-dos por intensa doutrinação

marxista, desprezam a hierarquiae a disciplina, descumprem seusagrado juramento para com aPátria, traem seus próprios com-panheiros e até os matam, mes-mo quando já presos e desarma-dos. Naturalmente, oficiais egraduados fiéis ainda que sur-preendidos pelo vulto do motime principalmente pela traição decompanheiros que, até então,pareciam leais, cumprem seu ju-ramento reagem com bravura,defendem as instituições comrisco de vida e, alguns com osacrifício da própria vida. Findoo dia 27 de novembro, derrota-dos, desmoralizados, os amoti-nados fogem ou se rendem. Dolado dos militares fiéis, morrem,no cumprimento do dever, bra-vos brasileiros.

A deflagração da Inten-tona Comunista em 23 de no-vembro de 1935, foi o  desfechode uma trama que, era verdade,vinha sendo articulada dentroe fora do País. Segundo revelao General José Campos deAragão, em seu livro intitulado�A Intentona Comunista de

A INTENTONA COMUNISTAO mesmo movimento que em 1935 assassinavacompatriotas, traiçoeiramente, foi sufocado,

novamente, em 1964. Mas desta feita os assassinosforam indenizados pela nação brasileira

1935�, em 30 de março de 1935Luis Carlos Prestes fora aclama-do presidente de honra da re-cém-criada Aliança NacionalLibertadora; no VII Congressoda Internacional Comunista, odelegado holandês Van Mine,membro do Conselho Executivodo Komintern e relator dos as-suntos referentes à AméricaLatina, afirmara: �A AliançaNacional Libertadora foi criadasob orientação secreta mas dire-ta do Partido  Comunista Brasi-

leiro (PCB), segundo asinstruções confidenci-ais recebidas da Lega-ção Soviética em Mon-tevidéu. Ela cumpre ce-gamente ordens de nos-so bravo camarada Pres-tes...�; e Dimitrov, em1935, no VII Congressoda Terceira Internacio-nal de Moscou, discor-rendo sobre o papel daFrente Única Anti-im-perialista, declarara:�...no Brasil,o  PartidoComunista, que deuuma base ao desenvol-vimento de uma frentecontra o imperialismoao criar uma Aliança deemancipação nacional,deve empenhar-se comtodas as suas forçaspara  impulsionar essa

frente, conquistando para amesma, sobretudo, os milhôesde camponeses, e orientando omovimento no sentido da for-mação de destacamentos de umExército Popular Revolucioná-rio extremamente devotado, atéque seja alcançado o objetivofinal, e no sentido da organiza-ção do poder dessa AliançaLibertadora Nacional...�.

Torna-se fácil perceber,portanto, a importância do pa-pel dos militares brasileiros emNatal, no Recife e no Rio, osquais, honrando seu sagradojuramento, cumpriram com bra-vura seu dever e impediram queo Brasil passasse a ser controla-do por um Exército Popular Re-volucionário.

As autoridades e os mili-tares de hoje poderão ter esque-cido aqueles que morreram de-fendendo a Pátria. A Pátria, noentanto, certamente jamais osesquecerá.

O autor é Carlos Ilich Santos Azambuja

(Publicado no ARAUTO/HISTÓRIA de novembro de 1996)

Olavo Nogueira Dell'Isola -Coronel Aviador

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18Nº 184 - Novembro/2012

A VERDADE ESQUECIDA* Luiz Gonçalves Alonso Ferreira

Na alvorada de março de 1934, vindo deBuenos Aires portando passaporte ame-ricano, desembarcara no Rio de Janeiro

um sujeito de nome Harry Berger.Preso pela polícia carioca no natal de 1935,

logo revelou-se a identidade secreta do viajante.Chamava-se, o misterioso elemento, Arthur

Ernst Ewert, judeu alemão, fichado em seu paísde origem, no qual era ex-deputado, como espião.Constava também processo por �alta traição�.

Berger era o agente do Komintern, especia-lista em golpes subversivos, enviado para oBrasil com a missão de dirigir intelectualmente oplano traçado em Moscou, que objetivava ainstauração de uma ditadura de tipo stalinista noPaís, por meio de levante armado.

Sob ordens de Berger, lá estava Luiz CarlosPrestes, homem escolhido para encabeçar um�governo popular nacional revolucionário�, se-gundo relatório do próprio Berger para o Ko-mintern.

Prestes angariou simpatia no meio comunis-ta, pela sua participação na famosa coluna mili-tar, que marchou pelo interior do País, nosagitados tempos do movimento tenentista. Pou-co depois, após a conversão de Prestes à doutrinamarxista lininista por Astrogildo Pereira, a hábilpropaganda vermelha batizou esse destacamen-to com seu nome, ainda que para isso tivesse decometer a injustiça histórica de omitir e relegar aoesquecimento a figura do comandante MiguelCosta, principal líder militar da Coluna, ao qualPrestes esteve sempre subordinado.

Pela experiência do período, Prestes recebeua incumbência de chefiar a açãoarmada dos comunistas no Bra-sil. Não poderia haver falhas. Oplano deveria ser executado deforma rápida e eficaz, sem ofe-recer ao governo o tempo neces-sário para o esboço de uma rea-ção.

Para tanto, visando garantiro apoio logístico e os recursosfinanceiros necessários para tãoarriscada empreitada, Moscoufundara em Montevidéu, clan-destinamente, o seu Secretaria-do Latino Americano, órgão cujafinalidade era aproximar as or-ganizações comunistas latinas,a fim de impulsionar o movi-mento vermelho na América doSul. Foi este o fato que gerou,ainda em fins de 1935, após o malogro da tenta-tiva de assalto comunista ao poder no Brasil, orompimento das relações diplomáticas do Uru-guai com a União Soviética.

A Intentona Comunista de 1935, portan-to, fora concebida e preparada em Montevi-déu, como bem atestaram os jornais da épocano Brasil, entre os quais, o Globo.

Durante os preparativos para o golpe,visando despistar quaisquer suspeitas a res-peito de seu enviado revolucionário, destacaMoscou, como esposa de Prestes, a judiaalemã Olga Benário (Olga Ben-Ario), conhe-cida já em seu país pelas suas ações subver-sivas.

Cumpre destacar, nesse ponto, fato desco-nhecido da grande maioria dos brasileiros sobrea chamada Intentona: a do envolvimento diretode grande número de israelitas (infiltrados noPaís) na conspiração comunista de 1935.

De fato, como fartamente registraram osjornais, poucos dias após a supressão do levanteno Rio de Janeiro, a eficiente polícia carioca, najurisdição dos 13° e 14° distritos policiais,deteve 23 comunistas de origem judaica (longoficaria citar a relação dos nomes), todos ligadosà Brazcor, organização revolucionária comunis-ta, mantida e orientada pelo PCB. Essa associ-ação mantinha uma biblioteca popular israelitade nome Schelomo Alcichem, instalada à RuaSen. Euzébio n° 59, bem como, uma cozinhaproletária comunista, que servia refeições naRua Visconde de Itaúna. Publicava a revista decultura moderna Volkekultur.

Quando assistimos ao filme Olga, de JaimeMonjardim, inquietou-nos não somente a la-mentável omissão destes relevantes fatos, comotambém, a superficial abordagem sobre as suble-vações comunistas em Natal, no Recife e no Riode Janeiro.

Querer romantizar as figuras de Luiz CarlosPrestes e Olga Benário, criando um clima nupcialao longo de todo o filme e, por tabela, apresentá-los como porta-vozes e defensores da liberdadehumana e da democracia e, no mínimo, insensa-tez e cinismo puros.

Esquecer (ou omitir tendenciosamente) oassalto à Escola de Aviação, em Marechal Her-mes, onde oficiais brasileiros foram assassina-dos por companheiros de farda enquanto dor-miam, ignorar o covarde ataque-surpresa ao3° Regimento de Infantaria, na Praia Verme-lha, onde a ordem só foi restabelecida apósuma manhã inteira de combates; desdenhar

dos cinco dias em que revolucioná-rios comunistas, em Natal, estabe-leceram um governo que promoveua ação de arruaceiros, assassinos,estrupadores e assaltantes; sugerirque a inocente menina Elza Fer-nandes (trucidada segundo ordensdo Cavaleiro da Esperança, comconsentimento de Olga) era a res-ponsável pelo desastre que somen-te a incompetência de Prestes pro-vocou, menosprezar tudo isso é ris-co muito grande.

É aceitarmos e legitimarmosperante a história o crime, o fana-tismo e o unilateralismo político,a ditadura.

Luiz Carlos Prestes e OlgaBenário não defendiam democra-cia de nenhuma espécie para o

Brasil, tenhamos isso sempre em mente.Pelo contrário, caso lograssem êxito emsua missão, teríamos nosso País reduzidoa simples colônia de Moscou e conviverí-amos com uma ditadura ferrenha, que emnome da �liberdade humana�, cometeu osmaiores crimes e atrocidades da história dahumanidade. Comunistas estrangeiros tra-çaram lá fora este destino para o Brasil,contando para isso com o apoio de brasilei-ros desprovidos de senso patriótico, soma-dos a um punhado de ignorantes.

Se nós, brasileiros, em algum momento denossa história, vivêssemos de fato uma ditaduracomunista, o filme Olga, se viesse a ser produ-zido, tenhamos a certeza, contaria história bemmais trágica.

Publicado em �A Tribuna de Santos�, em 07.09.2004

* Bacharel em História pelaUniversidade Católica de Santos.�

Autor do livro-reportagem "Camaradas", diz que o mito romântico darevolucionária nasceu de propaganda

Profissão: Jornalista, é correspondente da Rede Globo em Nova YorkExperiência: Cobriu oito guerras, entre elas a do Golfo, e morou em BerlimÉPOCA - Que Olga você conheceu em suas pesquisas?William Waack - Uma profissional do serviço secreto militar soviético,

treinada para obedecer em qualquer circunstância, sem jamais duvidar doschefes e da linha estabelecida pelo Partido, disciplinada, mas sem interesse porassuntos teóricos, que ao chegar ao Brasil perdeu o foco da missão. O trágicoem Olga é que ela não tinha saída.

ÉPOCA - Como assim?Waack - A verdadeira dimensão trágica da figura de Olga é o fato de ela

ter sido vítima de dois totalitarismos. Foi liquidada por um deles, o nazista,enquanto todos os seus companheiros de luta no Brasil, que sobreviveram àaventura de Prestes e conseguiram voltar a Moscou, foram destruídos pelo outrototalitarismo, o comunista - foram executados na Rússia antes ainda do assas-sinato de Olga. Mas não era um aspecto que interessava à máquina propagan-dística do PC da Alemanha Oriental, que iniciou o culto ao mito de Olga no finalda década de 50, suprimindo partes de sua real história. O mesmo ocorreu nolivro lançado no Brasil por Fernando Morais, que, na verdade, tem boa partecompilada da primeira biografia de Olga feita pela alemã Ruth Werner, a pedidodo PC alemão, em 1962. Trabalhos que não contam a realidade.

ÉPOCA - Pelo que pesquisou, do que mais não se fala?Waack - Um detalhe fundamental: o fato de que a mãe de Prestes pediu várias

vezes às autoridades soviéticas que tentassem trocar Olga por prisioneiros dossoviéticos. Era impossível que isso acontecesse, pois, naquele momento, pouco antesda Segunda Guerra Mundial, os soviéticos estavam entregando à Gestapo militantesalemães que se refugiaram em Moscou. Uma dessas pessoas, aliás, foi a última a verOlga viva no campo de concentração. Era Margareth Buber-Neuman, uma colegadela de militância, alemã e judia, que chegou a ser preparada para ir ao Brasil, masfoi presa com o marido em Moscou e entregue à Gestapo.

ÉPOCA - Isso tira de Olga e Prestes o romantismo, a luta por ideais?Waack - Prestes e Olga eram, antes de mais nada, soldados do Partido,

e a esses soldados não se admitiam crises de consciência. Dou um exemplo:entre a derrota do levante de novembro de 1935 e a prisão dos dois, no iníciode 1936, Prestes mandou matar a namorada do secretário-geral do PCB,Elza, uma moçainocente e ingê-nua de 18 anos,que foi estran-gulada por mi-litantes do par-tido. Ele sus-peitava, erro-neamente, queElza fosse in-formante da po-lícia. E Olga nãose opôs à deci-são, segundo oagente soviéticono Rio que che-fiava o esquemac l a n d e s t i n o .Não havia nadade românticoali.(Leia a página 6deste jornal)

OLGA NÃO TINHA SAÍDARevista ÉPOCA, Edição 326 - 16 de agosto de 2004

Entrevista com William Waack, o autor de �Camaradas�MARTHA MENDONÇA E ELISA MARTINS

Olga Benário, após prestar depoimentono Rio de Janeiro, em 1936,

acompanhada por um policial

Divulgação

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19Nº 184 - Novembro/2012

Precioso flagrante mostrando uma carga de bayonetta das ForçasLegais contra os rebeldes do 3º R.I. momentos antes da rendição

O Cruzeiro

Os ultimos successos revolucionarios

Tiveram o condão de alarmar funda-mente o espírito da população cari-

oca os sangrentos successos de quartafeira ultima que consubtanciaram na su-blevação de parte de algumas guarniçõesmilitares desta capital, felizmente repri-midas com energia e decisão pelas auto-ridades. O golpe militar communistadesferido sob a chefia do capitão Agil-do Barata e do major Alcedo Cavalcantideterminou a perda de algumas vidaspreciosas, privando os quadros daofficialidade do Exercito Brasileirode algumas de suas mais brilhanteexpressões.

Durante as primeiras horas dodia, enquanto a população não conhe-cia a verdadeira extensão dos sangren-

tos acontecimentos formou-se umaespectativa de alarme, a qual, feliz-mente se atenuou à medida que osrebeldes foram sendo batidos corajo-samente em todos os sectores. O pre-sidente da República, Sr GetúlioVargas, num inclito exemplo de intre-pidez pessoal, logo que teve conheci-mento da eclosão do movimento nestacapital, articulado com as revoltas deRecife e Natal, sob a orientação do ex-capitão Luiz Carlos Prestes, deixou oPalácio Guanabara e, em companhiado Ministro da Guerra e das altaspatentes do Exercito, visitou as diver-sas frentes da luta, quando ainda eraindecisa a situação.

(O Cruzeiro, 07/12/1935)

A Polícia Militar, na Praia do Botafogo, junto ao Pavilhão Mourisco,de prontidão horas após o levante

Foto: Sgt. Ely / CML

Flores no monumento da Praia Vermelha / Rio

* Valmir Fonseca Azevedo Pereira

O contundente, incisivo e conciso�slogan�, uma estaca gravada no

coração dos comunistas, aos poucosperde, num país sem memória, o seu prin-cipal ensinamento - a cautela, a atenção,a prevenção.

À época, considerado um paíssemicolonialista, seu contexto era fértil,assim julgavam, para a execução dos mes-mos métodos aplicados, exitosamente,no golpe bolchevista de 17 de novembrode 1917.

 A tentativa, desencadeada emsolo pátrio contava com o aval, plane-jamento, apoio e monitoramento da In-ternacional Comunista (Moscou), queiludida com as informações de Luís CarlosPrestes, o Cavaleiro da Esperança (rus-sa?), de que as frentes populares esta-vam aos seus serviços e submissas aosseus desígnios, e que o Brasil cairia demaduro aos pés de suas propaladas�colunas de guerrilheiros�.

Pretendiam transpor para o Bra-sil, o modelo de revolução delineadopor Moscou e, as-sim, as mesmasidéias - força e osmesmos temas fo-ram explorados àexaustão, cópiasfiéis daquela açãorevolucionária que contavam como fa-vas contadas, crentes na passividadedo povo e na inépcia das Forças Arma-das.

 O relativo sucesso na área mili-tar, assim entendido o esforço de infil-tração e de recrutamento de adeptosnas Forças Armadas, viria a ser impor-tante fator para o desencadeamento daprimeira tentativa de tomada do poder

LEMBRAI - VOS DE 35!pelos comunistas por meio da luta ar-mada.

A republiqueta sul - americanaestava pronta para cair.

E a tentativa teve lugar, na noitede 23 de novembro em Natal, na manhãde 24 em Recife, e na madrugada de 27no Rio de Janeiro. Em cada, um retum-bante fracasso.

Tolhida no Rio de Janeiro, seu prin-cipal foco, soçobrou nos demais estados.Inerme, sem os sucessos iniciais espera-

dos, sucumbiu noseu nascedouro,graças ao sacrifíciode um punhado deheróis.

Felizmente,apesar das vítimasimoladas no altarda insânia, da co-vardia e da insen-satez, o 27 de no-vembro de 1935,que cobriu de lutoa memória nacio-nal, também foiuma data fatídica,

infausta para os inimigos da democra-cia, que pelas armas, traiçoeiramente,vitimaram inocentes, ao sacudir umanação pacífica e ordeira com ummacabro golpe de força.

Sim, lembrar o quê? Como fracas-sou a PRIMEIRA TENTATIVA DE TO-MADA DO PODER?

Sim, para os subversivos não ébom recordar uma vergonhosa e insanaintentona; portanto, apaguem da memória,dos registros, dos arquivos, para que osincultos cidadãos esqueçam as lições da

história, e como os to-los, recaiam nos mes-mos erros, cometam osmesmos enganos eentronizem falsas ide-ologias e solertes em-busteiros. 

É brasileiros, a DEMOCRACIA épor demais importante e frágil para serdescurada, e ficar à mercê de golpistase interessados em substituí - la porpráticas, sabidamente tiranizadoras.

Portanto, todo o cuidado é pou-co. E, por mais que eles deplorem,

 �LEMBRAI - VOS DE 35�, oumelhor, �DE 27 DE NOVEMBRO DE1935�.

ESQUECER TAMBÉM É TRAIR

ESQUECER TAMBÉM É TRAIR

 �LEMBRAI - VOS DE 35�,ou melhor,

�DE 27 DE NOVEMBRODE 1935�.

* General-de-Brigada

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20Nº 184 - Novembro/2012

CAIXA POSTALINTENTONA COMUNISTA / 1935

CAP PAULO ALBERTO M SILVASão Paulo/SP

Penso que não deve existir �neztepais�qualquer outra publicação tão clara e opor-tuna sobre a intentona comunista desen-cadeada no Brasil, em novembro de 1935,como os dois últimos números do Inconfi-dência.

Deveria ser obrigatória a sua leitura econstar dos currículos de todas as escolasmilitares das Forças Armadas. Inclusive dosPP de soldados e dos TG-Tiros de Guerra.Não há como esconder esse importante acon-tecimento à juventude brasileira. Pergunteià minha neta (14 anos), aluna de colégioparticular, se sabia algo sobre a intentona ecomo era de se esperar, disse-me não!

Não estou mais preocupado comigo,mas sim com o que espera os nossos descen-dentes, com os exemplos dados pelo atualgoverno (30/12)

SO AER MARIO PINTO BARROSGuaratinguetá/SP

CAMPO DOS AFONSOSFazia tempo que não escrevia ao In-

confidência, mesmo sabendo que todas asminhas cartas anteriores foram publicadas.Embora já reformado da Força Aérea, julgoque esta não poderia se omitir nos dias 27 denovembro.

Ao ler o encarte do último jornal, �CAM-PO DOS AFONSOS�, pensei comigo: Se aAviação era a 5ª arma do Exército, a FAB é aatual e a legítima depositária das tradições e dahistória da Aviação Militar Brasileira.

O Comandante, brigadeiro Saito, de-veria ter realizado uma cerimônia cívico-militar no �Campo dos Afonsos�, onde an-tigos companheiros nossos foram friamenteassassinados, tal qual a formatura da PraiaVermelha que contou com a presença doComandante do Exército.

E também, na AFA, em Pirassununga,na EPCAr, em Barbacena e aqui, em Guará,para dar conhecimento e alertar os maisjovens, do que foi realmente a intentona comu-nista de 1935. E palestras, nos clubes de Aero-náutica.

Esquecer, também é trair

Publicado no Inconfidência nº 136 de Jan/Fev. 2009 Pela primeira vez, na história, a so-lenidade em homenagem aos mortos naIntentona Comunista de 1935, que estavapara ser realizada hoje, não aconteceu. OComando Militar do Leste, organizadorda cerimônia, alegou que o cancelamentoocorreu por causa da chuva, mas infor-mou que mesmo que o tempo melhore, asolenidade não será realizada este ano.No entanto, sabe-se que anunciada au-sência do presidente Itamar Franco nasolenidade, caso ela ocorresse, desagra-dou os militares. Tanto que, o GrupoIndependente 31 de março, que reúnecerca de três mil militares da reserva ecivis, no Brasil, já estava estudando umaforma de protestar contra a falta de Itamar.

O presidente do grupo, brigadeiroMax Alvim, disse que este fato foi consi-derado �lamentável�, mas era esperado,porque ele (Itamar Franco) nomeou umnotório comunista (Roberto Freire) comoseu líder no Congresso.

(Correio Braziliense - 28/11/1992)

PELA PRIMEIRA VEZ, INTENTONA NÃO É LEMBRADA

Ao comparecer e participar pessoal eacintosamente das comemorações do 11ºCongresso do Partido Comunista do Brasil(PC do B) em Brasília, no dia 20 de outubrode 2006 � prestigiando adeptos das idéiasdo partido que, no passado, foi o mentor da

tragédia de 1935 � o SrLuiz Inácio Lula da Silvadesfigura nossa Histó-

ria, inverteacintosamen-te o quadrodos valoresherdados dosnossos ante-

passados, afronta a imagem das nos-sas FFAA e agride a memória daquelesque deram suas vidas para impedir ainstalação da ditadura marxista em nos-sa Pátria. (Inconfidência nº 88 de 27/11/2006)

No �Campo dos Afonsos� está instaladoum Museu que apresenta a história da nossaForça Aérea. Haverá nele alguma exposição/informação sobre o 27 de novembro de 1935? OPatrono da Força Aérea, brigadeiro EduardoGomes, era o tenente-coronel comandante do 1ºRegimento de Aviação sediado naquele local,onde foi ferido e mesmo assim, continuou lutan-do contra os traidores da Pátria.

Se algum leitor souber, favor informar aoInconfidência, pois tenho a certeza de que eledivulgará e até apresentaria uma reportagemsobre a maior traição jamais ocorrida em nossaPátria. (10/01)

CEL GILBERTO FREITASRio de Janeiro/RJ

Formidável o caderno especial sobre aintentona e a seguir, a apresentação das solenida-des na Praia Vermelha e no cemitério do Bonfim,em Belo Horizonte.

Pena que a formatura ocorrida no Rio, atarde, não fosse divulgada oportunamente atra-vés do Clube Militar, não só pela internet aosseus sócios, como também nos almoços de tur-mas, com a devida antecedência. Ou com umanúncio nos jornais da cidade do Rio de Janeiro.Mesmo assim, o comparecimento à Praia Verme-lha foi um dos mais concorridos dos últimos anose contou com a presença do comandante doExército, general Pery, pela 1ª vez desde osgovernos �socialistas� de FHC e Lula!

Cumprimento o editor do Inconfidên-cia e lembro a ele, como artilheiro, não poderiater se esquecido de citar a salva de Artilharia,desencadeada durante a cerimônia cívico-mi-litar de 27 de novembro.

Uma pergunta que não quer me calar:Quando o museu do Forte de Copacabana,

tão bem localizado, vai apresentar em seu sofis-ticado recinto, uma exposição permanente sobrea intentona comunista de 1935, tal qual umarealizada recentemente � a inauguração dos retra-tos dos presidentes militares ? (29/12)

 NR: Falha nossa: Peça atirou!!

CEL FRANCISCO FELIX DA FONSECAPorto Alegre/RS

 Mais uma vez o Inconfidência diz a que

veio. Além das suas edições históricas já apre-sentadas neste ano � 31 de março e Duque deCaxias � agora, a da intentona comunista. Deve-ria ser distribuída a todos os alunos dos ColégiosMilitares e dos CPOR/NPOR, principalmentede Porto Alegre. Por quê? Acredite, se quiser.No dia 27 de novembro, aconteceu nesta capital,um treinamento para a formatura de passagemde Comando do CMS. Dificilmente poderiasurgir uma melhor oportunidade para diante datropa da guarnição, ser lembrada a covardeintentona comunista.

No entanto, nada foi rememorado, assimcomo também, no dia seguinte, por ocasião dasolenidade de passagem de comando do generalElito para o general De Nardi.

O que terá acontecido? Ordens superio-res? Não creio, pois o comandante do Exércitose fez presente na formatura da Praia Vermelha,na tarde de 27 de novembro. (19/12)

* ADV JOÃO ARMANIBelo Horizonte/MG

Muito oportuno o comentário publica-do no Inconfidência nº 135 de dezembro/2008à página 13, sobre a rememoração da intentonacomunista.

Ao que parece, somente nas guarniçõesdo Rio de Janeiro, de Belo Horizonte e de SãoLuís/MA, a trágica intentona foi devidamenterumemorada com formatura e leitura da memo-rável Ordem do Dia, assinada pelos generais-de-Exército Luiz Cesário da Silveira Filho, coman-dante do CML e Paulo Cesar de Castro, chefedo DEP. Procuramos saber se aconteceramsolenidades em outras localidades, como emRecife e Natal, cidades que foram os primeirosalvos da insana e covarde traição cometida nacalada da noite, tão bem explicitada na Ordemdo Dia acima referida. Não obtivemos qualquerretorno e também de Brasília, Porto Alegre,Curitiba, Campo Grande, Salvador, Manaus...Ninguém sabia informar, tanto o pessoal daAtiva, como o da Reserva. O que terá aconteci-do? Vergonha de relembrar a verdadeira Históriamilitar e do Brasil? Ou querer ficar de bem como apedeuta comandante supremo das ForçasArmadas, que prestigia Carlos Marighella,Gregório Bezerra, Antonio Conselheiro, JoãoCândido, em detrimento aos verdadeirosheróis que se imolaram pela pátria?

Também nada foi divulgado sobre asformaturas no Rio e em BH, para o públicointerno (Noticiário do Exército, Informexe Resenha) pelo CCOMSEX. Por quê?(31/12)

*Presidente da AREB/BH

Quando candidato à Presidência da Repúbli-ca, em 1998, Luiz Inácio Lula da Silva,

concedeu entrevista ao "O Globo", da qualextraímos alguns tópicos:

�O GLOBO� - Como o PT vai escolheros Ministros Militares, se o senhor for elei-to? O partido tem muitos militantes nasForças Armadas?

Lula: �O PT não tem essa preocupação,porque, possivelmente, nenhum outro partidotenha, no Brasil, outro militar como herói naguerra civil na Espanha. O PT tem um militarcom a maior condecoração que um militar tem,que é o companheiro Apolônio de Carvalho.Duvido que, no Brasil, tenha um general comparticipação em tantas lutas. Para nós, nãohaverá dificuldade alguma em escolher. Pri-meiro, porque a Constituição define que o

O GENERAL DO PTPresidente da República é o Chefe Supremo dasForças Armadas. O que não falta é critério paraescolher um ministro. E, depois, temos váriosamigos militares, que são reformados.�

Deve ser observado, que a resposta doentão candidato Luiz Inácio Lula da Silva, hoje,Presidente da República, ao jornalista de �OGLOBO�, muito se assemelha em seus termos,aos argumentos, recentemente apresentados peloMinistro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, emdefesa da promoção do Oficial, expulso do Exér-cito, Apolônio de Carvalho.

Embora não havendo uma manifestaçãodo Presidente da República, sobre o fato, perce-be-se, desde logo, uma sintonia de pensamentoentre as duas posições, a do Ministro da Justiçae a do Presidente da República, identificando,sem dúvida alguma, o posicionamento, deste

último. O que é, extremamente preocupante paraas Forças Armadas.

Na mesma entrevista ao �O GLOBO�,Lula afirmaa ainda: �Eu reduziria o papel dosmilitares, que tiveram, na constituição, umprivilégio muito grande. Em nome da Lei e daOrdem, eles podem tudo.�

É estarrecedor, que tendo consciência daprerrogativa de que o Presidente da República éo Comandante Supremo das Forças Armadas,possa externar-se dessa forma, desprestigiadorae desrespeitadora, com relação aos futuros co-mandados, colocando-se, aprioristicamente, con-tra os mesmos. Única explicação, de tal conduta,encontra-se nos radicais e fieis compromissosideológicos assumidos pelo candidato, hoje, Pre-sidente da República. Em fins de setembro, Lulaacompanhado do Ministro da Justiça, compare-

ceu ao velório de Apolônio de Carvalho. E emMoscou, no mês passado, constrangiu o presi-dente Putin, ao insistir em visitar o túmulo deLenine (do qual os russos, desde Yeltzin, estãotentando descobrir um meio de livrar-se dele), naPraça Vermelha, onde depositou uma coroa deflores.

É sintomático e não se poderia esperaroutra atitude de quem tanto se empenhou paraeleger como substituto de Severino um políticodo PCdoB, Aldo Rebelo. E porque a suástica éproibida por lei, se a foice e o martelo que come-teram e ainda continuam cometendo assassina-tos e crimes muito maiores, não o são?

Felizmente, Lula não deve comparecer aoMonumento votivo da Praia Vermelha - Seria umescárnio àqueles que ali estão, mortos na lutacontra a selvageria do comunismo.

Publicado no Inconfidência, nº 88 de 27/11/2005

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21Nº 184 - Novembro/2012

Em 1935, as Forças Armadas Brasileiras, parcela fardada de nosso povo,gente alegre e sem ódios, tomaram uma decisão histórica, ratificada

inteiramente em 1964: tolerância zero com o comunismo!

VARGAS E PRESTES Pedro do Couto

O Histórico episódio do aperto de mão dePrestes e Vargas, em 1945, e a entrega de

Olga Benário, grávida de Prestes, à Gestapo, em1936, merecem comentário para que os doisepisódios se tornem ainda mais claros. Em 1988,pouco antes de se eleger prefeito, Marcelo Alencartinha um programa na Rádio Carioca, e meconvidou a participar de entrevista comLuís Carlos Prestes. Ele disse ter aper-tado a mão de Getúlio, em 1945, noEstádio do Vasco, porque o presidentedeixava São Januário, depois de comí-cio do PTB, e ele chegava para o doPCB. Não foi surpresa. Prestes, em1942, da prisão telegrafou a Vargas, emagosto, cumprimentando-o pela decla-ração de guerra à Alemanha de Hitler.Olga Benário fora entregue aos nazis-tas, seis anos antes, com Anita Leocádiano ventre. Na Rádio Carioca, Prestes, já com 91anos, se recusou, polidamente, a responder per-gunta minha sobre Olga. Não quis também falara respeito do argentino Osvaldo Gioldi, que teriadelatado à polícia de Filinto Müller o endereço daconspiração de 1935, na Rua Paul Redfern. Oprocesso Olga, focalizado no clássico de Fernando

de Moraes, não era simples. Em 1934, ela, alemã,invadira um tribunal em Berlim, que julgava seumarido, mata dois guardas e o liberta. Vai paraMoscou, de onde vem clandestinamente para oBrasil com dois outros ativistas alemães, ArturEvert e Elise Evert. Objetivo: articular a revoltainternacional comunista de 1935 e matar Vargas.

Muito torturados, foram condenados, com Pres-tes, pelo Tribunal de Segurança. Olga, não. Issopor que Hitler pediu sua extradição. O que Vargaspoderia fazer? Negar? Era tudo o que Hitlerqueria. Ninguém governou o país num contextointernacional tão difícil. Vargas não podia errar,no plano externo. - Extrato (JB - 28 dez 2003)

Getúlio Vargas e Luís Carlos Prestes

 LUIZ OSÓRIO MARINHO SILVARecife/PE

Quem se lembrará de ti, Tenente Sampaio? Há setenta e quatro anos, em novembro de 1935, aqui em Recife, no interior de um

quartel próximo ao Parque 13 de Maio, foi assassinado, de maneira covarde e traiçoeira, o1º Tenente do Exército José SAMPAIO Xavier.

Em Natal, Recife e Rio de Janeiro, um levante comunista tentou implantar em nossopaís o mais cruel regime da história da humanidade. Outros militares, também apanhados desurpresa e alguns até dormindo, foram assassinados por então companheiros de farda,obcecados pela ideologia marxista e pela sede de poder. Os conspiradores da IntentonaComunista foram derrotados e presos. Um deles, o traidor e ex-sargento GREGÓRIOBEZERRA, foi o assassino do jovem Tenente Sampaio.

Em Recife, no cemitério de Santo Amaro, resta um túmulo onde estão enterrados osque morreram em defesa da Pátria. Os seus nomes já não são lembrados pelo povo brasileiroe os atuais donos do poder desejam apagá-los da nossa História. Mas, as suas mortes nãoforam em vão. Os verdadeiros heróis de 1935 ainda inspiram o soldado brasileiro na eternavigilância em defesa dos princípios cristãos e democráticos da Pátria Brasileira.

Na distorção dos fatos históricos e inversão dos verdadeiros valores, mais uma vez,governistas de plantão e aproveitadores de toda a natureza tentam transformar traidores emheróis e covardes em valentes. Com o dinheiro dos impostos, sob o patrocínio da Petrobras,Governo de Pernambuco, Prefeitura do Recife, BNDES e COPERGÁS (CompanhiaPernambucana de Gás), está sendo rodado em Pernambuco o filme �História de um Valente,feito de ferro e de flor� que, de forma ficcional, contará a história do �líder comunista� GregórioBezerra, no período de 1957 a 1964, quando foi novamente preso e �torturado� nas ruas do bairrode Casa Forte. Aliás, esse será o principal momento da trama, o de maior apelo emocional. Por quea história desse �valente� não é contada desde 1935?

O filme tem locações até mesmo no interior do Palácio do Campo das Princesas, sede doGoverno de Pernambuco. O orçamento, conforme consta no site de divulgação, é de cerca de R$3,5 milhões. As filmagens começaram em setembro e atualmente apresentam alguma dificuldadepara a continuação. Deve ser a necessidade de mais recursos, pois nesse tipo de obra os orçamentosprevistos são sempre insuficientes e, como todos sabem, os patrocinadores �públicos� estãodispostos a dar um pouco mais, em nome da �verdade histórica�.

O título do filme é o mesmo do poema de Ferreira Gullar, do qual cito um trecho: Mas existe nesta terra / muito homem de valor / que é bravo sem matar gente / mas não

teme matador, / que gosta de sua gente / e que luta a seu favor, / como Gregório Bezerra, / feitode ferro e de flor.�

 E quem falará de ti, Tenente Sampaio? Quem te dedicará um filme? Quem te fará um poema?Quem te homenageará no 74º aniversário de tua morte? Partiste muito cedo, quase um menino,com os teus sonhos e esperanças. Mas, deixaste um país livre da nefasta ideologia. O teu algozviveu até os 83 anos, morrendo de �morte morrida�, sem se arrepender do teu sanguederramado.  (27/11/2009)

NOSSO COMENTÁRIO No dia 02 de abril de 1964, Gregório

Bezerra, ex-Sargento do Exército, que na IntentonaComunista assassinou fria e covardemente o 1ºtenente José Sampaio Xavier e atirou contraoutros militares, em Recife, estava sendo espan-cado nas ruas do bairro de Casa Forte.

As Freiras do Colégio Sagrada Família,localizado nas proximidades, telefonaram para oQuartel General relatando o fato. O GeneralJustino Alves Bastos, Comandante do IV Exér-cito, determinou o comparecimento do Ten CelHélio Ibiapina Lima ao local, conhecido comoParnamirim, onde estava ocorrendo o movimen-to, sendo constatado o seguinte: o Ten Cel DarcyUsmar Villoqc Vianna , dirigia um grupo, re-forçado pela população local, que a seucomando levava Gregório Bezerra para o Parquede Motomecanização da 7ª RM.

Gregório tinha uma corda amarrada ao seucorpo, roupa rasgada e estava descalço. Cami-nhava com dificuldade, pois o calor irradiadopelo calçamento da rua, ao meio dia, provocaraferimentos na sola dos pés. Em face da gravidadedo problema, o Ten Cel Ibiapina pediu reforçospara tomar as providências cabíveis. Mesmosabendo que poderia ser agredido pelo grupo,conseguiu libertar Gregório enquanto aguardavaos reforços, colocando-o sentado no meio-fiotendo em vista o ferimento dos pés.

Durante a espera, Ibiapina, acompanhado

somente de dois civis que buscavam garantir suasegurança e a de Gregório, lembrou-se de que oconheceu como Sargento, na segunda metade dadécada de 1930, tempo em que cursou o ginásiono então Colégio Militar do Ceará.

Em um determinado momento dessa es-pera, Ibiapina foi abordado por um operário quefazia um conserto em um poste próximo dedistribuição de energia. O rapaz ofereceu ajuda,recusada por ele, pois poderia colocar em riscoa segurança de Gregório que, por duas vezes,demonstrou temer que �seu dia havia chegado�e que �o contato com o povo, nesse dia, poderialhe ser fatal�.

O Ten Cel Ibiapina conduziu Gregóriopara o Quartel do Forte das 5 Pontas, local onderecebeu atendimento médico, roupa limpa, comi-da e tomou banho, salvando a sua vida.

Ao ler o artigo acima, relembrei-me docaso que me foi contado pelo GeneralIbiapina, nos idos de 1997, quando exerciaa Presidência do Clube Militar. Nessa oca-sião lhe apresentei uma antiga revista daUNE (?), na qual era chamado de �tortura-dor�, como não podia deixar de ser, tãobem ao gosto dos mitômanos petistas/co-munistas. E o Ibiapina, o salvou...

O Gen. Ibiapina autorizou a publicação,a 18/12/2009, após entendimentos telefônicoscom este editor, Cel Carlos Claudio Miguez

�Lulla� recebeu em julho deste ano,em Salvador, a Grã-Cruz da Ordem Dois deJulho � Libertadores da Bahia e, na oportu-nidade, homenageou alguns �heróis brasi-leiros�, citando o nome do facínora GregórioBezerra, como se este crápula pudesse serconsiderado um deles. �Lulla� afirmou quealguns �heróis nacionais� foram relegadosao ostracismo, considerados bandidos eque é preciso resgatar suas �histórias delutas�. Criticou, ainda, o tratamento que sedá a esses personagens, considerados comovítimas, quando deveriam ser tratados comoheróis e complementou dizendo que isso setratava de um equívoco histórico.

O equívoco não é da história, mas da�companheirada� que, como �elle� acha queassassinar brasileiros indefesos, ainda dor-mindo, pode ser considerado um ato herói-co. No mundo real �Lulla, esses bandidosseriam condenados por homicídio tripla-mente qualificado pela covardia, crueldadee torpeza de motivos.

O COVARDE E SANGUINÁRIO HERÓIDO PRESIDENTE: GREGÓRIO BEZERRA

Coronel Hiram Reis e Silva

Trajetória de um AssassinoO ex-sargento do Exército, Gregório

Bezerra, nasceu no Sítio Mocós, em Pa-nelas de Miranda, em 13 de março de1900. A 06 de agosto 1917, participou, emRecife, de uma passeata que reivindicavamelhores salários e se solidarizava aomovimento bolchevique soviético. Be-zerra é preso, julgado .

Mais tarde, no Recife, em 1923, in-gressa no Exército, sendo transferido parao Rio de Janeiro. Em 1927, faz o curso deSargento de Infantaria. Como segundo-sargento, é designado Instrutor da Com-panhia de Metralhadoras Pesadas na VilaMilitar, no Rio de Janeiro e logo em segui-da, pede transferência para o Recife. Emjaneiro de 1930, filia-se ao Partido Comu-nista Brasileiro � PCB passando a �or-ganizar a massa militar na caserna�. Em1935 era um dos líderes do movimentoarmado Aliança Nacional Libertadora(ANL).

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22Nº 184 - Novembro/2012

ORGAO OFFICIAL DO GOVERNO POPULAR REVOLUCIONARIORio Grande do Norte-Natal, quarta-feira, 27 de novembro de 1935

Enfim, pelo esforço invencivel dosopprimidos de hontem, pela collaboraçãodecidida e unanime do povo, legitimamen-te representado por soldados, marinheiros,operarios e camponezes, inaugura-se no Bra-sil a era da Liberdade, sonhada por tantosmartyres, centralizada e corporificada nafigura legendaria - omnipresente no amor ena confiança divinatoria dos humildes - deLUIZ CARLOS PRESTES, o �Cavalleiroda Esperança�!

Fac-símile do jornal da Junta Governativa daAliança Nacional Libertadora - Natal/RN

Vencida a resistência da Polícia, acidade ficou à mercê de uma verdadeiramalta que, acéfala, passou a saqueardesordenadamente os estabelecimentos co-merciais e bancários.

Na manhã de 24, sob a alegação de tersido aclamado pelo povo, um incipiente"Comitê Popular Revolucionário" era dadocomo governo instituído e entrava em plenoexercício de mandato.

O primeiro ato desse Comitê foi aordem de arrombamento dos cofres dosbancos, das repartições federais e das com-panhias particulares para financiar a revo-lução.

Saques em Natal

As instalações do Banco do Brasil emNatal/RN, saqueadas pelos rebeldes

A INTENTONA COMUNISTA EM NATAL

* José Gurgel Guará

23 de novembro de 1935

Na Intentona Comunista, em Natal, eutinha 14 anos de idade. Recordo-meperfeitamente daqueles terríveis dias

por que passamos. Não sofremos fisicamente,graças a Deus, mas a tensão era muito grande.Estando na praia da Redinha com meu irmãoGerardo, fomos despertados alta madrugada dodomingo, 24 de novembro, com sons de verda-deira fuzilaria, que vinha de Natal. Era a Revo-lução Comunista que se iniciara às 19 horas dodia anterior, com a rebelião dos graduados esoldados do 21º Batalhão de Caçadores do Exér-cito. Os amotinados prenderam os poucos ofi-ciais que se encontravam no quartel. A seguir,atacaram o Quartel da Polícia Militar, onde, apósdezenove horas de combate, conseguiram seapoderar daqueles bastião de glórias, apesar daheróica resistência de seu Comandante, o bravoMajor Luis Júlio e do indômito Tenente-CoronelOtaviano Pinto Soares, Comandante do 21ºBatalhão de Caçadores, que, sendo recebido abala ao tentar entrar no seu quartel, já amotinado,resolvera dirigir-se ao Quartel da Polícia Militar,para colaborar na defesa de legalidade, contra oscomunistas. O Major Luís Júlio conseguiu resis-tir até às 14 horas do dia seguinte, domingo 24 denovembro, enquanto permitiram os precáriosmeios de que dispunha. Os comunistas fica-ram senhores da Cidade e na segunda-feira,dia 25, na parte da tarde, se dirigiram aointerior com o objetivo de conquistar Caicó eoutras cidades, mas foram barrados na Serrado Doutor, na região do Trairi, na tarde de 26de novembro, com a defesa organizada porDinarte de Medeiros Mariz e o MonsenhorWalfredo Gurgel, que recrutaram heróicoscombatentes do sertão, para a defesa dasfamílias e de nossas tradições de cristandade.Na Serra do Doutor, houve grande debandadados revoltosos e algumas mortes dentre eles.Finalmente, com a queda e completa derrotados amotinados no Rio de Janeiro e Recife,nos combates do dia 27 de novembro, aIntentona Comunista no Brasil perdeu seuímpeto, sendo completamente aniquilada.

Nos três dias de de dominação de Na-tal, os comunistas cometeram muitos desati-nos, criando um ambiente de incertezas e deterror, em face das tensões dominantes. Fo-ram saqueados o Banco do Brasil e algumascasas comerciais, como a �DespensaNatalense�, o grande empório de secos emolhados da viúva Machado. Na Redinha, foiaprisionado o funcionário público ArnaldoLira, por haver confessado ter conhecimentoda existência de armas escondidas, mas quenão ia revelar o esconderijo. Ao chegar emNatal, foi agredido e furado a baionetaspelos soldados, seus algozes, falecendodias depois, com grandes padecimentos.Houve ainda três mortes, a do comercianteOtacílio Werneck, em frente a sua residência;de uma moça, atingida por uma bala perdida,quando passava de automóvel, pela sede doEsquadrão de Cavalaria da Polícia Militar,onde hoje está a Escola Doméstica de Natal;e na tarde de 24 de novembro, o soldado LuísGonzaga de Souza, da Polícia Militar, mortoquando retraía com os combatentes da PolíciaMilitar sobre o rio Potengi. De resto, foramsaques isolados e mais não aconteceu porque

A Alliança N. Libertadoranão poude nem poderá ser vencida,

porque todos estamos unidos e cada umde nós é um soldado.

Ao tombar um, dez, cém, milaprumar-se-ão nas fileiras.

E contra essa floresta de fuzisnão haverá força que nos possa

separar ou esmagar !Cópia da página 4

permaneceram no poder apenas por três diase não tiveram muito tempo de programarmaiores desordens e atrocidades.

Na praia da Redinha, no dia da prisãode Arnaldo Lira, que cheguei a vê-lo partindosob escolta militar, os revoltosos revolviamos quartos das residências à procura de armase de valores. Revistaram todas as casas, inclu-sive a nossa. Finalmente, a última lembrançadaqueles dias de infância se refere a um aviãobiplano, do Correio Aéreo Militar, que no dia27 de novembro surgiu nos céus de Natal. Oavião jogou uma mensagem no convés de umnavio surto no porto, perguntando se a Cida-

de ainda estava em poder dos rebeldes. Graças aDeus e à Virgem Maria, a nossa Cidade do Natal,já estava livre dos comunistas!

A Intentona Comunista em Natal,deflagrada às 19 horas, daquele fatídico 23 denovembro de 1935, pegou de surpresa o povo eas autoridades do Estado.

Encerradas as solenidades de colação degrau dos quinto-anistas do Colégio Marista, noTeatro Carlos Gomes, os Doutores RafaelFernandes Gurjão, Governador do Estado;Aldo Fernandes Raposo de Melo, Secretário-Geral; Capitão Genésio Lopes, Delegado-Auxiliar; Capitão José Bezerra de Andrade,Ajudante de Ordens do Governador e oscomerciantes Epifânio Dias Fernandes eHeráclio Fernandes de Queiroz conseguiramchegar à residência do Senhor Xavier deMiranda, localizada na Avenida Duque deCaxias, ficando ali abrigados. Posteriormente,foram transferidos para a residência do Agen-te Consular da Itália, Guglielmo Lettieri, aipermanecendo até a manhã de 27 de novem-bro, quando o Dr Rafael Fernandes Gurjãoreassumiu o Governo do Estado, após a der-rocada total do movimento insurrecional.

O restante do secretariado do Go-verno do Rio Grande do Norte, DoutoresGentil Ferreira de Souza, Prefeito de Natal,Paulo Pinheiro de Viveiros, Chefe do Gabi-nete do Governador; Edgar Ferreira Barbo-sa, Diretor do jornal oficial �A República�e o Monsenhor João da Mata Paiva, Presi-dente da Assembléia Legislativa ficaramabrigados na residência do comercianteAmador Lamas, irmão do Agente Consulardo Chile, Carlos Lamas, que igualmente setransferiu para a residência do irmão, coma bandeira e demais credenciais de seu país,de modo a conceder aos ilustres refugiadosas garantias diplomáticas daquele país ami-go. Desse modo, puderam todos ficar tran-qüilos no consulado, sem receber qualquerperseguição ou simples intimação, nadalhes faltando durante os angustiosos diasde dominação comunista.

Nos comentários inseridos em seudocumentado e elucidativo livro sobre aIntentona Comunista de Natal, intitulado�82 Horas de Subversão� (Imprensa Oficial -Natal/1936), o Dr João Medeiros Filho, entãochefe de Polícia do Governo do Dr RafaelFernandes Gurjão, e que esteve preso doscomunistas no Quartel do 21º Batalhão deCaçadores, ameaçado de morte por váriasvezes, referindo-se aos trágicos dias de tensãovividos pelas famílias natalenses, diz que�opovo do Rio Grande do Norte ficou muito adever aos dignos chilenos da família Lamas,e pelo seu heroísmo e dedicação na defesa dosideais de liberdade, dos princípios da boaética e da fraternidade universal�. Igual pro-cedimento devemos ter com o Agente Consu-lar da Itália, Guglielmo Lettieri.

Natal ficou em poder dos insurretos até amanhã de 27 de novembro, quando começou adebandada dos membros do Governo PopularRevolucionário composto por João Lopes, as-sessor do Comitê Central do Partido ComunistaBrasileiro; Sargento Quintino Clementino deBarros, Secretário da Defesa; Lauro Lago, Secre-

* Advogado e Professor UniversitárioAposentado

tário do Interior eJustiça; José Ma-cedo, Secretário deFinanças; Advo-gado João BatistaGalvão, Secretá-rio de Viação e do Sapateiro José Praxedesde Andrade, Secretário de Aprovisiona-mento.

Fugiram para o interior do Estado,sendo aprisionados na localidade de Lajespor tropas da Polícia Militar e recambiadospara a capital. Julgados e condenados, anosdepois foram libertados pela nefária anis-tia, que, neste país, costuma premiar assas-sinos e delinqüentes que se notabilizarampor tramar contra a soberania, a integridadee a segurança da Nação brasileira.

Aqueles dias tumultuosos ficaramimpregnados na mente dos habitantes deNatal, como uma triste lembrança da tragé-dia que se abateu sobre todos os nossoslares. E cada um dos moradores desta cida-de passou a recordar os vários episódios deacordo com sua própria visão e de como seencontravam durante aqueles tristes acon-tecimentos.

Fac-símile da primeira página de "A República"Natal, quinta-feira, 28 de novembro de 1935

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23Nº 184 - Novembro/2012

A INTENTONA EM PERNAMBUCORECIFE - PERNAMBUCO - BRASIL N. 279 - ANNO 111 SEXTA-FEIRA, 29 DE NOVEMBRO DE 1935

Cerca de 10 horas de domingo achava-se o1º tenente José Sampaio Xavier, em um

dos departamentos do CPOR, em companhiado tenente Aguinaldo e do 3º sargento JoséAlexandre Bezerra.

Aquelles militares estavam consertandovários carregadores de metralhadoras quandoapparece, de revolver em punho, o 1º sargentoGregorio Lourenço Bezerra, que os intima àrendição immediata.

Nesta occasião, o agressor alveja otenente Sampaio e tenta disparar novamentea arma contra o tenente Aguinaldo. O sargen-to José Alexandre, porem, empenha-se emviolenta luta corporal com o collega, que,apezar subjugado ainda fez outros disparossem resultado.

O sargento Gregorio no entanto, conse-guiu fugir escondendo-se no próprio quartel.Alguns minutos depois tentava uma nova fuga,embora ferido em uma perna transportou-se àsede do Tiro de Guerra nº 333, com o intuito dealliciar elementos para a resistencia.

Nº 333Auxiliado ali, ao que se presume, por um

soldado, chauffer da Região, o sargento Gregorioapossou-se de fuzis e 2 cunhetes.

Um grupo de 30 solados da Brigada Mi-litar tomou de assalto a sede da corporação,capturando os rebeldes e fazendo apprehensãode armamento.

RECIFE - PERNAMBUCO - BRASIL N. 277 - ANNO 111 QUARTA-FEIRA, 27 DE NOVEMBRO DE 1935

A MORTE DO TENENTE SAMPAIO XAVIERA VICTIMA

O 1º tnente José Sampaio Xavier presta-va serviços na Intendencia da Região e haviaconcluído há pouco tempo o curso de aviador.O seu enterramento verificou-se no mesmo diana necropole de Santo Amaro, com grande acom-panhamento.

OS MORTOSO número de mortos não identificados é

grande principalmente das zonas de Afogados,Estrada dos Remédios, Formigão, Catucá, Bar-riguda, Bongy e da estrada que vai do Giquiá aSoccoro. Em todo o levante, calcula-se em 150o número de mortos.

NO PROMPTO SOCORROAo chegar ao P.S. o sargento Gregorio

Lourenço foi capturado pelo tenente Aguinaldo,que se achava ali em tratamento.

UM SARGENTO DO 20º BCMORTO EM COMBATE

Foi sepultado no cemitério de SantoAmaro, ante-hontem, à tarde na catacumba nº 8da Irmandade da Boa Morte, o sargento JaymePantaleão Moraes do 20º BC morto em combatecontra os amotinados.

O 22º BC SEGUE PARA NATALÀs 14 horas de hoje, ainda chegava ao

Recife uma esquadrilha de aviões do Exercito.

RECIFE - PERNAMBUCO - BRASIL N. 280- ANNO 111 SABBADO, 30 DE NOVEMBRO DE 1935

Em cerimônia começada às 07:30h de 27 de novembro de 1945; a 7ª Região Militar prestouuma homenagem junto ao túmulo do Cap. Ex. José Sampaio Xavier, no cemitério de Santo

Amaro, recordando �os que souberam tombar no cumprimento do dever militar, durante omovimento comunista de 1935 e que se tornaram merecedores do apreço e veneração detodos.�

O 6º Regimento de Aviação compareceu com uma representação de 40 oficiais, sargentose praças. Na oportunidade, foi depositada uma coroa de flores no túmulo do Cap. Sampaio,como homenagem da Força Aérea Brasileira. Em nome da Guarnição de Aeronáutica do Recife,discursou o Ten. Cel. Av. Sinval de Castro e Silva Filho, Comandante da Base.

HOMENAGEM ÀS VÍTIMAS DAINTENTONA COMUNISTA

O MASSACRE DO RECIFE...�Dos três levantes comunistas de !935, foi o de Pernambuco o mais sangrento,recolhendo-se 720 mortos só na operação da frente do Recife�... (Página 424)

A CHACINA NO RIO DE JANEIRO

LARGO DA PAZ

OS QUE MORRERAM DORMINDO"Nesse meio tempo ouviam-se os primeiros tiros partidos da frente do prédio da

Companhia de Alunos, onde dois grupos de combate, dos Tenentes Benedito Lopes Bragança eOsvaldo Braga Ribeiro Mendes, foram surpreendidos por gritos de �Viva a Revolução�, enquantosua tropa se dispersava e eles eram presos e recolhidos ao automóvel invasor, ficando sob vigilânciado Capitão Agliberto de Azevedo. Foi aí, segundo testemunho do Ten. Ribeiro Mendes, que aquêleoficial matou friamente o Ten. Bragança, com um tiro na cabeça.

A ação foi super-rápida, a exemplo da realizada no 3º R.I. O comandante e seus oficiaisforam alvejados pelos soldados do Sarg. Belda, que também era revolucionário, indo abrigar-se por impossibilidade de reação imediata, no posto de comando da 1ª Brigada de Infantaria.Em outros setores, os Ten. Benedito de Carvalho, Ivan Ramos Ribeiro, Dimarco, Françae Asp. Walter sublevavam a Companhia de Alunos e a Guarda do Portão Principal (que davapara a antiga Estrada Rio- São Paulo).Dois oficiais legalistas, Capitão Armando de Souzae Melo e Tenente Danilo Paladini foram mortos na ocasião, diz-se que ainda dormindo, porAgliberto e Ivan�. ( Página 429)

Transcrito do livro �HISTÓRIAS DAS REVOLUÇÕES BRASILEIRAS�, VOLUMEII, de autoria do historiador GLAUCO CARNEIRO.

NR: A conspiração comunista vem de longe. Observem como atuavam.Hoje, identificamos perfeitamente as áreas contaminadas, particularmente nogoverno federal.

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24Nº 184 - Novembro/2012

O Governo, autoridades civis e milita-res e o povo brasileiro recordaram,anteontem, em cerimônias solenes,

os heróis da Pátria, tombados, a 27 de novem-bro de 1935, em defesa da República, quandomaus brasileiros, a serviço do comunismoInternacional, levaram a cabo o "Putsch" daEscola de Aviação, no Campo dos Afonsos edo III Regimento, na Praia Vermelha.

Repousam eles em Mausoléu construídopela Nação para abrigar-lhes os restos mor-tais. Mas como o seu espírito continua vivo,responderam eles ao chamado militar com o"presente" simbólico, ouvido por aqueles quelhes foram levar o seu preito de saudade e deagradecimento.

São trinta heróis � oficiais superiores esoldados rasos � que irmanadosem defesa da bandeira da Pátriaofereceram a necessária resis-tência até que, com a chegada deforças de fora, fosse a Intentonadominada. A minoria, que secolocara a serviço dos inimigosexternos do País, foi esmagadagraças a fidelidade das ForçasArmadas às instituições que nosregem desde que os nossosmaiores proclamaram a inde-pendência do Brasil.

Os inimigos não dormem. E a naçãoque quiser sobreviver e afirmar-se como umaforça histórica a serviço da humanidade teráde estar atenta aos ataques, quer venham defora, quer sejam preparados no interior, coma colaboração dos traidores.

O comunismo internacional olha comcobiça, desde muitos anos, para os países emdesenvolvimento, que, por enfrentarem pro-blemas sociais, são sensíveis à demagogia dosque querem explorar-lhes a pobreza, paradominá-los politicamente.

Logo depois da Primeira Guerra Mun-dial, a tática adotada foi a do "Putsch", isto é,do golpe de surpresa contra o Governo, nacerteza de que, esmagada a cabeça, a conquis-ta do poder seria trabalho de somenos.

Dentro desta linha de golpes, esteve aintentona comunista de 1935, chefiada pelomembro do "Kommintern" Harry Berger eque teve a assessorá-lo o ex-Capitão do Exér-cito Luís Carlos Prestes. Mas o seu golpeespatifou-se contra a fidelidade do Exército àPátria. Demonstrou ele ser mais uma vez,repetindo os seus feitos no passado, aquiloque o General Orlando Geisel, em sua Ordemdo Dia, denominou de "Rochedo inabalável daNacionalidade".

Depois da segunda Guerra Mundial,tendo a União Soviética conquistado muitasimpatia, pela sua resistência à agressão na-zista, a tática foi mudada. O caminho escolhi-do foi o da guerrilha rural e urbana que, porém,também fracassou, a despeito de desenvolvi-da, com o máximo de recursos, na Grécia, naVenezuela, na Bolívia, na Colômbia e nopróprio Brasil. Mas também fracassou.

Este período ainda não está terminado,na América Latina. Desde que Fidel Castro,

ROCHEDO DANACIONALIDADE

* Theóphilo de Andrade

* Filósofo, Escritor e Jornalista

* Olavo de Carvalho

VAIDADE COMUNISTA

A pletora de homenagens presta-das pelo Estado e por empresasparticulares de mídia à memória

do sr. Apolônio de Carvalho basta paramostrar até que ponto a vaidade comu-nista se sobrepôs, na mente nacional, àsexigências corriqueiras da moral e dobom senso, ao ponto de sufocá-las porcompleto.

O homenageado, em vida, foi ser-vidor fiel de ditadores genocidas, aco-bertador de seus crimes e fundador dopartido mais corrupto da história brasi-leira. Essa é a sua folha total de realiza-ções. Os dois feitos mais alardeados dasua carreira, a participação na GuerraCivil Espanhola e na Resistênciaantinazista, só podem ser aceitos primafacie como capítulos honrosos por quemdesconheça qual foi o papeldesempenhado pelos comu-nistas nessas duas ocasiões.

Na Espanha, eles de-sencadearam inevitavelmen-te a brutal reação franquistaincendiando igrejas e matan-do milhares de padres e frei-ras cujo único crime era a suafé. Depois, em pleno comba-te, esforçaram-se mais paradestruir seus aliados anar-quistas e socialistas do quepara vencer o inimigo comum. Por fim,alegando cínicas razões de segurança,transportaram para Moscou todas asreservas de ouro do governo espanhol,acumuladas ao longo de quatro sécu-los, que obviamente nunca mais foramdevolvidas.

Apolônio de Carvalho, como to-dos os outros comunistas envolvidosna Guerra Civil, não combateu em favorda república espanhola, mas da sua com-pleta escravização aos desígnios de umditador sedento de sangue, Stalin, quefez mais de 20 milhões de mortos de fomenos gulags ou assassinando-os.

Quanto à atuação comunista naResistência, os que participaram delaforam os mesmos que logo antes traba-lhavam pelo pacto Ribentropp-Molotov,boicotando o rearmamento francês,abrindo as portas ao invasor nazista esó mudando de lado quando, num girorepentino que surpreendeu o próprioStálin, o governo alemão se voltou con-tra seu cúmplice soviético.

Os comunistas venderam a Fran-ça, suspendendo a entrega quando ocomprador desleal rasgou o contrato.Não espanta que, ao retornar à Françacomo chefe do exército libertador, ogeneral de Gaulle tivesse como prio-

ridade máxima,após expulsar oocupante a le-mão, desarmaros comunistas.Toda uma mito-logia cul tura lfabricada paraglamurizar a par-ticipação comunista na Resistêncianão serviu senão para varrer para bai-xo do tapete do passado culpas que secomparam às dos nazistas e com fre-qüência as transcendem.

Acumular essas culpas e explorá-las como se fossem méritos � tais fo-ram as realizações do sr. Apolônio deCarvalho e de todos os outros comu-nistas históricos que, nos últimos

anos, os jornais e a tevêtentam incansavelmen-te impingir como heróis esantos a uma populaçãocada vez mais desprovi-da de meios para adquiriruma consciência críticada história. Qualquer ten-tativa, mesmo tímida, decolocar esses méritos emconfronto com fatos his-tóricos universalmentereconhecidos é reprimida

de imediato, ante afetações de escânda-lo, como se fossem blasfêmias intolerá-veis.

Jornais, TV, partidos políticosde todas as orientações, empresários,banqueiros, educadores, todos seacumpliciam alegremente a esse em-preendimento de exploração da boa-fépopular, para o qual não precisam se-quer da excusa da fé ideológica. Basta-lhes o oportunismo mais vil. Colabo-ram, assim, para que a auto-adoraçãocomunista se imponha como critériomoral supremo e único, acima da reli-gião, acima das tradições nacionais,acima de todos os valores da civiliza-ção do Ocidente. E ainda acreditamque uma cultura assim intoxicada decomunismo, com exclusão de toda ve-leidade contrária, é compatível com odesenvolvimento do País em direção auma moderna democracia capitalista.

O Brasil não reencontrará o ca-minho da democracia enquanto as clas-ses dirigentes deste país não seconscientizarem de que uma vida delutas em prol do comunismo não énada melhor que um passado demilitância nazista.Publicado pelo Diário do Comércio em 28/09/2005.

O Brasil nãoreencontrará o caminhoda democracia enquanto

as classes dirigentesdeste país não se

conscientizarem de queuma vida de lutas em

prol do comunismo nãoé nada melhor que umpassado de militância

nazista.

em um golpe de traição, tomou conta de Cuba,o comunismo Internacional tudo faz paratransformar os Andes em uma grande SierraMaestra.

Os comunistas, de resto, são ativos.Fazem o seu jogo "à deux façons". O partidotem sempre duas alas: a pública e a subterrâ-nea. Na primeira, tratam de agir como umaagremiação democrática comum, buscandoconcorrer com as outras pela preferência doeleitorado. A outra, a putschista, golpista erevolucionária. Agem, porém em conjunto. Seconseguirem chegar ao poder pelas urnas,pelo descuido dos democratas, como aconte-ceu no Chile, tanto melhor. A ala subterrâneasomente agirá no último momento, para dar ogolpe de graça no regime democrático.

É esta a experiênciado que tem acontecido noMundo, no último meioséculo. Sendo uma mino-ria muito bem organizada,procuram os comunistasinfiltrar-se nas Forças Ar-madas, nos sindicatos, noprofessorado, na impren-sa, nas agências de notíciase muito especialmente noclero. Somente as ForçasArmadas têm demonstrado

capacidade de resistência a esta ofensiva ver-melha.

Foram elas que barraram o passo àsubversão vermelha na Grécia, na Bolívia, naRepública Dominicana, no Chile, recente-mente, e, por duas vezes, no Brasil: em 1935e em 1964.

Na primeira, contra o "Putsch"; nasegunda, contra a infiltração no Governo.

Desde a intentona de 27 de novembrotem o partido comunista manchado a vidabrasileira com sucessivos atentados. Aindaontem, os órgãos da segurança forneceram àimprensa uma lista da ação terrorista, que, nocurto período que medeia entre março de 1965a outubro de 1973, ceifou 106 vidas e fez 343feridos.

São eles também recordados no dia 27de novembro quando tombaram os primeirossoldados da Forças Armadas na luta contra ocomunismo. Trata-se de vítimas de uma sub-versão permanente, diferente do "Putsch",que é um golpe de surpresa. Tem por finali-dade desmoralizar o regime pela infiltração,gota a gota.

Mas para este ataque deve tambémestar preparada a Nação. No dia 27 de novem-bro contou com a reação das Forças Armadas,como instituição guerreira. Na subversão con-tinuada, estão a seu cargo a vigilância, a re-pressão, a prisão e a entrega dos réus a julga-mento.

Por outro motivo, é a luta levada a cabopelas polícias do Exército, da Marinha e daAeronáutica.

Em qualquer dos casos, as Forças Ar-madas "o rochedo inabalável da naciona-lidade". * Jornalista

Publicado no Correio Braziliense de 29/11/1973

O comunismointernacional olha com

cobiça, desde muitosanos, para os países em

desenvolvimento, que, porenfrentarem problemassociais, são sensíveis à

demagogia dos quequerem explorar-lhes a

pobreza, para dominá-lospoliticamente.

Page 25: Camaradas - Jornal Inconfidência.pdf

25Nº 184 - Novembro/2012

O túmulo do Capitão Bragançano Cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte

Desgraçado:Que fizeste do meu filho?Que mal te fez êle?Mataste-o impiedosamente pela tua ambi-

ção de mando e de riqueza.Êle era um servidor da Pátria que tu traíste,

mas não tinha o poder que tu ambiciona-vas nas tuas mãos.

Assassino.Mataste meu filho, que aquela hora

no cumprimento do seu dever velava,enquanto tu, maldito, demente idealistasacrílego, feria tua - Grande Mãe - Mal-vado, se tanto podes juntes com tuaMadrasta -Rússia- e devolva-me meufilho!

Matricida.Rasgaste o peito da boa mãe que

quatro anos embalou a tua mocidade,dando-te roupas, alimentação, ensi-namentos, no meio de centenas de ir-mãos, ferindo-a no coração.

Covarde.Nem a morte te quer; tu que venalmente

quiseste enfrentar um Exército leal não tenscoragem para te matares.

Mata-te, desgraçado, já que traíste mãesque soubessem te guiar à senda do bem e quecertamente não terá sentimento para chorar atua perda.

Estas palavras escritas com lágrimas desaudade de meu filho, certamente, te causarãoraiva.

O meu filho foi bom em tôda a extensão dapalavra - filho abençoado, irmão idolatrado.

Viveu 25 anos porque teve educação a pardos seus bons sentimentos; sempre trabalha-dor, estudioso e leal, - graças a Deus semprecumpriu com o seu dever e cumprindo o devermorreu.

Eu, no meio da tristeza, da amargura e do

Ministério da Guerra - Imprensa Militar, Rio de Janeiro / 1945

CARTA DA PROGENITORA DOCAPITÃO BENEDICTO LOPES BRAGANÇA,

AOS COMUNISTASBello Horizonte, 4 de fevereiro de 1936.

sentimento que tenho de não ver mais meuidolatrado filho, sou mais feliz que tua mãe, essainfeliz, se ainda vive, se não a mataste aindapara ver de onde foste gerado!

O meu Benedicto é mais feliz do que tu,morreu de consciência tranqüila e justo se

acha na paz de Deus, e o seu nome na terra évenerado como símbolo.

O Brasil inteiro, e muito especialmenteMinas, demonstrou nas homenagens quelhe tributaram nos funerais.

E tu, qual será o teu fim?Certamente na pupila do ôlho de Mos-

cou.Demente, olha para o céu, fita o sol se

és capaz!Matricida - pois esta hora tua mãe deve

estar morta de dor, que tu lhe causaste.Traidor.Assassino.Maldito, mil vezes maldito.Ri, desgraçado, das minhas lágrimas,

do meu desespêro.(Ass.) Balbina Lopes Bragança.

Otto Braun levou Olga para o mundodos serviços secretos, atividadeconfirmada pelo bilhete acima

MOSCOU DERRUBA OSTOTENS QUE ERIGIU

Bem mais difícil será medir as conse-qüências das descobertas não apenas

na imagem do movimento comunista noBrasil, que teve em Luís Carlos Prestes seuprincipal tótem, mas especialmente na his-tória do país tal como está nos livros esco-lares. Isso é fácil de pre-ver pelas reações já acu-muladas em poucos diasapós a publicação da re-portagem, no domingopassado, apesar de repre-sentar apenas uma peque-na parte do material com-pleto que o correspon-dente de O Estado de SãoPaulo na Europa vai edi-tar em forma de livro pelaCompanhia das Letras .

Na primeira parteda reportagem, Waackconta como o líder comu-nista brasileiro pagou para entrar na Inter-nacional Comunista, em manobra solitária,já que não se relacionava bem com o PCB.�...para realizar seu movimento, o lídertenentista brasileiro concordou em entre-gar aos representantes de Moscou naAmérica do Sul toda a sua organização(tipografias, contatos, correios) e, princi-palmente, o dinheiro que recebera de Ge-túlio Vargas. A concessão de uma verbapor Getúlio a Prestes, no começo de 1930,é um episódio conhecido na história bra-sileira (ele queria que Prestes participas-se da revolução que liderou em outubrodaquele ano, liquidando a Velha Repúbli-ca), mas seu destino final era um segredoque Prestes pensava ter levado para otúmulo�.

Prestes teria recebido US$80 mil deGetúlio, dos quais US$20 mil foram usadospara abrir portas do Komintern. O chefe definanças da Internacional, Jossip Piatnitski,contabilizou a verba no que chamou de�Fundo Prestes�.

A revelação seguinte refere-se àbela Olga Benário, primeira mulher de Pres-tes, uma judia alemã que em 1936 deixou oBrasil grávida, deportada por Getúlio paraa Alemanha nazista, onde morreu em 1942

REVELAÇÕES QUE MUDAM A HISTÓRIA

Ewert (Albert)assinaria um dos telegramas sobre o salário de Prestes

numa câmara de gás. Os arquivos soviéti-cos indicam que Olga já trabalhava para oserviço secreto do Exército Vermelho desdeos 16 anos. Uma das provas disso é umbilhete escrito a mão por ela mesma ao deixarMoscou em direção ao Brasil em 1934.

"As fichas em Mos-cou sobre Olga Benário eseu namorado dos anos 20e começo da década dos 30(Otto Braun) mostram queseu trabalho para a espio-nagem militar soviéticanão foi circunstancial massim, o desenvolvimento ló-gico de sua carreira comomilitante. Descrita em bio-grafias romanceadas (pu-blicadas na Alemanha e noBrasil) como militante de-dicada sobretudo ao tra-balho entre jovens, na ver-

dade Olga já pertencia desde 1925 aosaparatos ilegais do KPD, o poderoso PCalemão (o maior do mundo na época, de-pois do soviético)�, afirma Waack.

Quanto ao Ouro de Moscou que oKomintern usava para financiar a agitaçãocomunista em todo o mundo, o jornalistarevela que no Brasil ele chegou para a cha-mada Intentona, em 1935, através do milio-nário paulista Celestino Paraventi, que usa-va o Café Paraventi, na Rua Barão daItapetininga, no então centro chique de SãoPaulo, como fachada para repassar recur-sos a Prestes.

A insurreição a ser liderada por Pres-tes recebeu autorização explícita doKomintern, segundo documento consulta-do pelo jornalista. O texto contém as assina-turas dos principais dirigentes da Internaci-onal: Togliatti, Manuilski, Gottwald,Kuusinen, Pieck e Marty. A reportagemconta também as peripécias de Prestes paraesconder-se no Rio depois do fracasso domovimento e dos principais agentes estran-geiros que vieram ajudá-lo.

Waack, um dos raros jornalistas a teracesso a parte dos documentos sobre asrevoltas comunistas no Brasil de 1935, con-ta que obteve cópia e transcrições de mais

de 500 páginas. A maioria, po-rém, continua em Moscou, ina-cessível, sob a guarda deSvetlana Rosenthal, uma fun-cionária do governo russo. Ofilho mais novo de Prestes, IuriRibeiro, é uma dos muitos cu-riosos que moram em Moscoue há cinco anos tenta chegar àsinformações que permitamcompor, finalmente, o corretoperfil político e humano de seupai. (OF). * Jornalista

Publicado no Jornal do Brasilde 05/09/1993

* Olhydes Fonseca

· Irrompeu na madrugada de Domingo, emRecife e Natal um movimento sedicioso de cará-ter extremista. · Depois de violentos combates,os revoltosos ocuparam Natal. · Gravementeferido o commte do 21º BC. · O movimento échefiado por Luiz Carlos Prestes (26.11.35)

· Sublevaram-se na madrugada de hontem,no Rio, o 3º RI e a Escola de Aviação Militar.· O Governo Federal abafou promptamente olevante, de que resultaram dezenas de mortes.(28.11.35)

· Na Escola de Aviação Militar o levante foipromptamente sufocado, morrendo o capitãoSouza Mello e ficando ferido o Major EduardoGomes. l Em São Paulo preso o capitão HenriqueOest. (28.11.35)

· Natal e Recife em calma. Durante arebelião, morreram na capital pernambucana60 pessoas. (29.11.35) · Presos os chefes da

A INTENTONA COMUNISTA DE 1935ESTADO DE MINAS

rebelião em Recife e Natal. · Como o cap. AgildoBarata conseguiu levantar o 3º RI. Sepultado,hontem, o tenente Geraldo Vieira. · A visita daGuarnição Federal de Bello Horizonte ao gover-nador Benedito Valladares. (30.11.35)

Uma mensagem radiográphica dos re-beldes: �O movimento revolucionário estátriunphante em Natal. Duzentos mil operá-rios estão em greve em São Paulo, havendoinsurreição militar apoiada pelo povo. AEsquadra está revoltada. Viva o general Pres-tes, viva a Alliança Libertadora�. (27.11.35)

VICTÓRIA DO DEVER· Por não querer aderir aos revoltosos foi

assassinado o primeiro tenente BenedictoBragança. (28.11.35) · Chegou o corpo do tte,Benedito Bragança assassinado covardemen-te quando dormia - Autoridades compareceramà Central - A missa e o enterro do inditoso official.(29.11.35)

Page 26: Camaradas - Jornal Inconfidência.pdf

26Nº 184 - Novembro/2012

D esde menina, Elvira CupeloColônio acostumara-se a ver, emsua casa, os numerosos amigos

de seu irmão, Luiz Cupelo Colônio. Nasreuniões de comunistas, fascinava-secom os discursos e com a linguagemcomplexa daqueles que se diziam ser asalvação do Brasil. Em especial, admira-va aquele que parecia ser o chefe e que,de vez em quando, lançava-lhe olharesgulosos, devorando o seu corpo adoles-cente. Era o próprio Secretário-Geral doPartido Comunista do Brasil (PCB), Anto-nio Maciel Bonfim, o �Miranda�.

Em 1934, então com 16 anos, ElviraCupelo tornou-se a amante de �Miranda� epassou a ser conhecida, no Partido, como�Elza Fernandes� ou, simplesmente, como a�garota�. Para Luiz Cupelo, ter sua irmãcomo amante do secretário-geral era umahonra. Quando ela saiu de casa e foimorar com o amante, Cupelo viu que achance de subir no Partido havia aumen-tado.

Entretanto, o fracasso da Intentona,com as prisões e os documentos apreen-didos, fez com que os comunistas ficas-sem acuados e isolados em seus própriosaparelhos.

Nos primeiros dias de janeiro de1936, �Miranda� e �Elza� foram presosem sua residência, na Avenida Paulo deFrontin, 606, Apto 11, no Rio de Janeiro.Mantidos separados e incomunicáveis, apolícia logo concluiu que a �garota� poucoou nada poderia acrescentar aos depoimen-tos de �Miranda� e ao volumoso arquivoapreendido no apartamento do casal. Acres-cendo os fatos de ser menor de idade e nãopoder ser processada, �Elza� foi liberada.Ao sair, conversou com seu amante que lhedisse para ficar na casa de seu amigo, Fran-cisco Furtado Meireles, em Pedra deGuaratiba, aprazível e isolada praia da ZonaOeste do Rio de Janeiro. Recebeu, também,da polícia, autorização para visitá-lo, o quefez por duas vezes.

Em 15 de janeiro, Honório de FreitasGuimarães, um dos dirigentes do PCB, aotelefonar para �Miranda� surpreendeu-se ao ouvir, do outro lado do aparelho,uma voz estranha. Só nesse momento, oPartido tomava ciência de que �Miranda�havia sido preso. Alguns dias depois, aprisão de outros dirigentes aumentou opânico. Segundo o PCB, havia um traidor. Eo maior suspeito era �Miranda�.

As investigações do �Tribunal Ver-melho� começaram. Honório descobriu que�Elza� estava hospedada na casa doMeireles, em Pedra de Guaratiba. Soube,também, que ela estava de posse de umbilhete, assinado por �Miranda�, no qualele pedia aos amigos que auxiliassem a�garota�. Na visão estreita do PCB, o bilheteera forjado pela polícia, com quem �Elza�estaria colaborando. As suspeitas trans-feriram-se de �Miranda� para a �garota�.

Reuniu-se o �Tribunal Vermelho�,

RECORDANDO A HISTÓRIA DO PCBO ASSASSINATO DE ELZA FERNANDEScomposto por Honório de Freitas Guima-rães, Lauro Reginaldo da Rocha, AdelinoDeycola dos Santos e José Lage Morales.Luiz Carlos Prestes, escondido em suacasa da Rua Honório, no Méier, já haviadecidido pela eliminação sumária da acu-sada. O �Tribunal� seguiu o parecer dochefe e a �garota� foi condenada à morte.Entretanto, não houve a desejada unani-midade: Morales, com dúvidas, opôs-seà condenação, fazendo com que os de-mais dirigentes vacilassem em fazer cum-prir a sentença. Honório, em 18 de feve-reiro, escreveu a Prestes, relatando que odelator poderia ser, na verdade, o �Mi-randa�.

A reação do �Cavaleiro da Espe-rança� foi imediata. No dia seguinte, es-creveu uma carta aos membros do �Tri-bunal�, tachando-os de medrosos e exi-gindo o cumprimento da sentença. Ostrechos dessa carta de Prestes, a seguirtranscritos, constituem-se num exemplocandente da frieza e da cínica determina-ção com que os comunistas jogam com avida humana:

�Fui dolorosamente surpreendidopela falta de resolução e vacilação devocês. Assim não se pode dirigir o Parti-do do Proletariado, da classe revolucio-nária.� ... �Por que modificar a decisão arespeito da �garota�? Que tem a ver umacoisa com a outra? Há ou não há traição porparte dela? É ou não é ela perigosíssima aoPartido...?� ... �Com plena consciência deminha responsabilidade, desde os primei-ros instantes tenho dado a vocês minhaopinião quanto ao que fazer com ela. Emminha carta de 16, sou categórico e nadamais tenho a acrescentar...� ... �Uma tallinguagem não é digna dos chefes do nossoPartido, porque é a linguagem dos medro-sos, incapazes de uma decisão, temerosos

ante a responsabilidade. Ou bem que vocêsconcordam com as medidas extremas e nes-te caso já as deviam ter resolutamente pos-to em prática, ou então discordam mas nãodefendem como devem tal opinião.�

Ante tal intimação e reprimenda, aca-baram-se as dúvidas. Lauro Reginaldo daRocha, um dos �tribunos vermelhos�, res-pondeu a Prestes:

�Agora, não tenha cuidado que acoisa será feita direitinho, pois a questão dosentimentalismo não existe por aqui. Acimade tudo colocamos os interesses do P.�

Decidida a execução, �Elza� foi leva-da, por Eduardo Ribeiro Xavier (�Abóbo-ra�), para uma casa da Rua Mauá Bastos, Nº48-A, na Estrada do Camboatá, onde já seencontravam Honório de Freitas Guima-rães (�Milionário�), Adelino Deycola dosSantos (�Tampinha�), Francisco Nativida-de Lira (�Cabeção�) e Manoel SeverinoCavalcanti (�Gaguinho�).

Elza, que gostava dos serviços casei-ros, foi fazer café. Ao retornar, Honóriopediu-lhe que sentasse ao seu lado. Era osinal convencionado. Os outros quatro co-munistas adentraram à sala e Lira passou-lhe uma corda de 50 centímetros pelo pes-coço, iniciando o estrangulamento. Os de-mais seguravam a �garota�, que se debatiadesesperadamente, tentando salvar-se. Pou-cos minutos depois, o corpo de �Elza�, comos pés juntos à cabeça, quebrado para queele pudesse ser enfiado num saco, foi enter-rado nos fundos da casa. Eduardo RibeiroXavier, enojado com o que acabara de pre-senciar, retorcia-se com crise de vômitos.

Perpetrara-se o hediondo crime, emnome do Partido Comunista.

Poucos dias depois, em 5 de março,Prestes foi preso em seu esconderijo noMéier. Ironicamente, iria passar por angús-tias semelhantes, quando sua mulher, OlgaBenário, foi deportada para a Alemanhanazista.

Alguns anos mais tarde, em 1940, oirmão de �Elza�, Luiz Cupelo Colônio, omesmo que auxiliara �Miranda� na tentati-va de assassinato do �Dino Padeiro�, par-ticipou da exumação do cadáver. O bilheteque escreveu a �Miranda�, o amante de suairmã, retrata alguém que, na própria dor,percebeu a virulência comunista:

Rio, 17-4-40MEU CARO BONFIMAcabo de assistir à exumação do

cadáver de minha irmã Elvira. Reconheciainda a sua dentadura e seus cabelos.Soube também da confissão que elemen-tos de responsabilidade do PCB fizeramna polícia de que haviam assassinadominha irmã Elvira. Diante disso, renegomeu passado revolucionário e encerroas minhas atividades comunistas.

Do teu sempre amigo,Luiz Cupelo Colônio

Elvira Cupelo Colônio ("Elza Fernandes")

Antonio Maciel Bonfim ("Miranda")

A 27 de novembro de 1935, morandoem Copacabana, fui despertado às 4

da madrugada pelo telefone. Minha mãe,minha irmã e dois primos que eram ir-mãos adotivos, estavam numa casa naesquina da rua Ramon Franco na Urca,que recebeu balaços do tiroteio no quar-tel do 3º Regimento. Ficaram horas deita-dos no chão para não serem atingidospelos tiros. Só à tarde, consegui chegar atélá. Vi a destruição e ainda assisti à retiradade alguns feridos. O edificio antigo de umaexposição internacional onde estava loca-lizado o regimento ainda ardia em chamas.Não só devemos lembrar o morticinio, comotambém, os cem milhões de mortos ou maisque o comunismo provocou no séculopassado, sem esquecer que os 50 milhões

LEMBRAI-VOS DE 35!!!DEPOIMENTO

mortos na II Guerra Mundial resultaram doacordo Molotov-Ribbentrop de agostode 1939, que juntou os dois grandes tota-litários na tentativa de destruir o Oci-dente democrático. Não esqueçamostampouco os milhões que morreram de1945 a 1989, na Guerra dita Fria - Coréia,Vietnam, Cambódia, Hungria, Tchecoslo-váquia, Angola, Chile, Cuba, etc. Usemoscontra esses bandidos exatamente o mes-mo "slogan" que eles usaram na GuerraCivil espanhola, �no pasarán!�.

LEMBRAI-VOS DE 35!NOSSOS MÁRTIRES BARBARAMEN-

TE ASSASSINADOS PELA ESCÓRIA CO-MUNISTA MERECEM RESPEITO!

EmbaixadorJosé Osvaldo de Meira Penna

Page 27: Camaradas - Jornal Inconfidência.pdf

27Nº 184 - Novembro/2012

ORDEM DO DIA DO EXÉRCITOMeus camaradas:Sem ordem não pode haver pro-

gresso; este repousa na garantia dosdireitos reguladores das atividades indi-viduais, e por isso mesmo os elementosincumbidos de velar pela tranqüilidadepública, assegurando aqueles direitos,são os que colaboram eficazmente para oengrandecimento da nação.

E como as consagrações servem deestímulo às gerações porvindouras, nãohá como negar a necessidade de se cultuara memória daqueles que impavidamentesacrificaram a vida no cumprimento domaior dos deveres cívicos: a manutençãoda ordem.

É nesse intuito que procuramoscompletar hoje a galeria dos heróis naci-onais, perfilando os mártires da ordemcom aqueles que destemerosamente su-cumbiram no fragor das refregas com osinimigos externos da Pátria, entre os quaisavultam o soldado Francisco Camerino,o marinheiro Marcílio Dias, o guarda-

27 DE NOVEMBRO DE 1936marinha João Guilherme Greenhalgh, otenente Antonio João, o coronel CarlosCabrita, o general Hilario Gurjão e tantosoutros, ombreados na imortalidade comaqueles que também se imolaram pelobem comum, como os mártires da ciência,Augusto Severo, Álvaro Alvim e quantosmais que amortalharam na sombra doanonimato a glória do sacrifício ao Pro-gresso, na lua incruenta do trabalho.

Evoquemos, pois, meus camaradas,a memória dos que, justamente há umano, encontraram a morte no cumprimen-to do dever, rememorando-os moralmen-

te redivivos, cheios de fé cívica e ardormilitar, incorporados à heróicas falangedos que procederam na missão de defen-der o princípio da autoridade e em cujoconjunto esplendem os bordados doMarechal Machado Bittencourt e do Al-mirante Baptista das Neves.

Neste momento de inquietações,quando um sopro de insânia ameaçaderrocar os mais nobres ideais da huma-nidade, não poderá haver melhor exem-plo estimulativo do que o legado poresses abnegados, que souberam recalcaro próprio instinto de conservação, sacri-

ficando estoicamente as suas vidas nadefesa da coletividade.

Glorifiquemos, portanto, no dia dehoje, os intemeratos camaradas que, a 27de novembro de 1935, ofereceram a vidaem holocausto à lei, à ordem e à legalidade:Tenente-coronel Misael de Mendonça,Major João Ribeiro Pinheiro, Major Arman-do de Souza Mello, Capitães Geraldo deOliveira, Benedicto Lopes Bragança eDanilo Paladini, 2º Sargento José BernardoRosa, 3os Sargentos Coriolano FerreiraSantiago e Abdiel Ribeiro dos Santos, 1ºCabo Luiz Augusto Pereira, 2os Cabos JoséHarmito de Sá, Alberto Bernardino deAragão, Clodoaldo Ursulino, Wilson Fran-ça, Pericles Leal Bezerra, Orlando Rodrigues,José Menezes Filho, Fidelis Baptista deAguiar, Manoel Biré de Agrella, Pedro MariaNetto, Walter de Souza e Silva e JoséMario Cavalcanti.General-de-Divisão João Gomes Ribeiro Filho

Ministro da GuerraTranscrito do Boletim do Exército nº 68 de 10

de dezembro de 1936

Alte EsqIvan da Silveira SerpaMinistro da Marinha

Ten Brig ArLélio Viana Lôbo

Ministro da Aeronáutica

Gen ExZenildo de Lucena

Ministro do Exército

Presta hoje o Exército, como denorma já por quatro lustros, sua

homenagem de respeito e gratidão aosmilitares trucidados no cumprimentodo dever, por ocasião da intentonacomunista de 27 de novembro de 1935.

Tombaram uns sob ação trai-çoeira na calada da noite e resistiramoutros até o supremo sacrifício, to-dos, porém, personificando de manei-ra heróica a consciência do Exércitoem sua repulsa ao credo comunista,que anulando as liberdades fundamen-tais ao homem avilta-lhe a personali-dade, abala nos fundamentos a insti-tuição da família e desintegra a con-cepção basilar da Pátria.

Os sentimentos de solidarieda-de humana e de respeito à dignidade doindivíduo, a crença nos valores espiri-tuais inerentes à tradição brasileira deindependência e de liberdade são oselementos formadores da consciênciado Exército. Essa alma coletiva,educada no culto da Pátria, não podeaceitar, nem quer admitir a nefastaideologia comunista.

Através dessa formação, cujasraízes se enseivam na tradição denossa gente, consoante atestam osanais de nossa história, moldou-seindeformável a feição nacionalista denosso povo e do Exército, que aceitan-

ORDEM DO DIA DO EXÉRCITO - Nov/1956do a inestimável cooperação do traba-lho do capital e da cultura alienígenasna construção de nossa civilização,não quer nem poderá tolerar, sobquaisquer disfarces, a tutela políti-ca do País, a deformação moral dopovo e a exploração econômica denossa terra.

Esse nacionalismo sadio nãosignifica uma restrita orientação par-tidária, nem apenas uma atitude polí-tica passageira, mas exprime em todasua plenitude e de modo indeformávelo sentimento de patriotismo que é avirtude por excelência que vitaliza asinstituições militares.

Tivemos em 1935, tanto aqui,como alhures no Nordeste, a horrendamostra do que seja, em verdade efatos o pesadelo comunista. A friatraição, a solércia na ação, o despre-zo pela lei, o saque, a desonra doslares, o achincalhe da fé, conquantopor horas ou dias, serviram à grande epara sempre alertarem a consciêncianacional estarrecida contra sua im-plantação na terra cristã de Santa Cruz.

E que seus processos não semodificaram, estamos hoje convictos,assistindo ao martírio da milenar terramagiar, cujo heróico povo está sendobrutalmente sacrificado em sua liber-dade, em sua honra e usurpado no

inalienável direito de reger, sem influ-ências estranhas, o seu próprio desti-no.

Dos acontecimentos nefastosde 1935, entretanto, uma lição e umexemplo perdurarão para sempre emnossa história: exemplo da capacidadede viril reação do povo brasileiro àsdoutrinas e processos de ação contrá-rias a seus princípios morais e à suavocação para a liberdade e para ademocracia; lição viva e forte paratodos aqueles que por pressões, ardisou por ações de força, tentem dominarnossa gente e apossar-se da terra quenasceu e pendurará para sempre bra-sileira.

No dia em que o Exército,como toda a Nação, rende homenagemà memória dos que galhardamentedefenderam com a vida a sobrevivên-cia do Brasil, só uma atitude nos cabe:afirmar-lhes, numa oração, que o Exér-cito não os esquece e que saberá, emqualquer tempo, seguir-lhes coeso eresoluto o exemplo viril.

General-de-Exército HenriqueBaptista Dufles Teixeira Lott

Ministro da GuerraTranscrito do BOLETIM DO

EXÉRCTIO nº 49de 8 de dezembro de 1956.

Como muito bem afirmou o General Enzo, Comandante do Exército,recentemente: "Não há Exércitos distintos. Ao longo dahistória, temos sido o mesmo Exército de Caxias".E nada melhor para comprovar do que as Ordens do Dia aqui transcritas: de

1936, 1956, 1992 e 2001 (capa). Lamentamos que não estejam sendo ratificadasultimamente pelo Comando do Exército. Nenhuma tolerância com o comunismo!

ORDEM DO DIA -Nov/1992

A evolução da vida de um país apresenta, não raro, diferentes faces,compondo um quadro de onde se podem extrair múltiplas, perma-

nentes e valiosas lições.As correntes de pensamentos, de idéias e de percepções de uma

conjuntura social e de um momento histórico esclarecem, motivam elevam à ação homens empenhados em concretizar uma nova realidade.O caminho para a materialização desses anseios pode orientar-se poruma miríade de pressupostos, reforçados e influenciados pelas pai-xões individuais e pelos impulsos da ocasião.

27 de novembro de 1935. Um dia marcado pela tristeza e peloaprendizado. A tristeza de ver braços, a se digladiarem, pertencendoa filhos da mesma Nação. A compreensão de que a mera existência dediferentes modos de encarar a realidade fortalece a necessidade dodiálogo e do entendimento.

Quando o objetivo maior é o bem comum, qualquer entrechoqueimplica em enfraquecimento; o progresso de um país como o Brasil,com tantos desafios, tantas carências no campo social, depende daunião de todos os seus filhos. O mundo de nossos dias vive sob osparadigmas da eficiência total e do aproveitamento máximo depotencialidades. Para trilhar tais caminhos, há que se conjugar osesforços de todos os brasileiros.

Há cinqüenta e sete anos atrás, o embate de ideologias e de ideaisexigiu o sangue de patriotas. O exemplo de quem tombou no cumpri-mento do dever permanecerá como uma digna e pura mensagem derespeito à democracia e reafirmação de um compromisso. A homena-gem aos que fizeram, de sua firmeza, o escudo da integridade e da ordemtraduz-se na serena convicção de que esculpir o futuro é trabalhar commãos e espíritos conscientes  dos ensinamentos da História e atentosàs luzes do amanhã.

Que as brumas do tempo sepultem os radicalismos, esmaeçamos rancores, dissolvam os enganos. Mas que a solidez das convicçõesdemocráticas, a madura fé em nossa própria capacidade e a certeza daimportância de nossa união sejam as lições do passado e as ferramen-tas de um novo tempo, para a construção de um Brasil mais forte, justoe soberano.

A SEDIÇÃO DE 1935

Page 28: Camaradas - Jornal Inconfidência.pdf

O então Capitão ReynaldoDe Biasi Silva Rocha,

Comandante da Tropa do 12ºRI, na tradicional homena-

gem prestada ao CapitãoBenedicto Lopes Bragança,

junto ao seu túmulo noCemitério do Bonfim, em

Belo Horizonte (1973).

EM MEMÓRIA ÀS VÍTIMAS DO COMUNISMO NO BRASIL

Em Belo Horizonte, os generais Mendes Ribeiro, Sergio Coutinho, Paulo Cesar de Castro,Amaury Sá Freire de Lima e José Fábrega e a senhora Else Bragança (2003)

Em Belo Horizonte,a 27 de novembro de 2007,no Cemitério do Bonfim, acerimônia cívico-militar,promovida pelo General

João Roberto de Oliveira,Comandante da 4ª RM, em

homenagem ao capitãoBenedicto Lopes Bragança,

assassinado covardemente em27 de novembro de 1935,

no Rio de Janeiro,pelos comunistas.

Solenidades acontecidas a 27 de novembro

Cel Ustra, Gen. Amaury, Cel Abbês, Mauro Bragançae representantes da AREB (BH/2006)

Em Belo Horizonte, a tradicionalhomenagem prestada ao CapitãoBenedicto Lopes Bragança, no

Cemitério do Bonfim, pelos Generais-de-Divisão Amaury Sá Freire de Lima e

José Mário Facioli, Comandante da4ª RM e sobrinhos, Mauro e Cláudio

Bragança (2008)

Foto: ST Camargo

A SEF - Secretaria de Economia e Finanças realizou formatura geral parahomenagear os mortos da Intentona Comunista de 1935. Essa cerimônia, realizada a29 de novembro de 2006, no Saguão �31 de Março�, teve a participação das organizaçõesmilitares diretamente subordinadas sediadas em Brasília. Além da chamada nominal dosmilitares que tombaram naquele lamentável episódio e toque de silêncio em suas homena-gens, a formatura contou com leitura de boletim alusivo, canto da Canção do Exércitoe palavras do Secretário, General-de-Exército Paulo Cesar de Castro.

EM BRASÍLIA

No Rio deJaneiro, na

PraiaVermelha,na tarde de

27 denovembro

de 2009, osgenerais-

de-ExércitoEnzo

MartinsPeri,

comandantedo Exército,Antônio Luiz da Rocha Veneu, ex-Ministro

Chefe do EMFA e Rui Alves Catão,comandante do Comando Militar do Leste,

prestam homenagens às vítimas da intentonacomunista de 1935.

Coroa de flores depositada pelos General-de-Exército Horácio Raposo Borges Neto,vice-Almirante Raul Pereira Bittencourt,

Major Brigadeiro Flávio de OliveiraLencastre e General-de-Exército Fritz de

Azevedo Manso (era Capitão do 3º RI,em 1935).

(Praia Vermelha/RJ - 1999)

O Comandante da 10ª Brigada deInfantaria Motorizada, General-de-Brigada Fernando VasconcellosPereira, designado pelo CMNE,realizou um simpósio sobre aIntentona Comunista, que consis-tiu de três palestras, a cargo do CelJorge Alberto Forrer Garcia, daProfessora Tereza Borger Ermido edo Cel PMPE Carlos BezerraCavalcante, a 27/11/2009 (foto).

Em 2009, o 24º BCrememorou a Intentona, com asseguintes atividades: · Cultoecumênico · Pales t ra (Des .Alberto Tavares, Of R2) · For-matura (com a presença do pre-feito de São Luís, João Castelo)� leitura da Ordem-do-Dia e des-file da tropa · Coquetel

Esperamos que o exemplodo desejo de perpetuação do cultoà histórica data, levada a efeitopelo valoroso Comandante daUnidade, Ten Cel CARLOSHENRIQUE GUEDES, neto doGen Carlos Luís Guedes, Comandante da ID/4 e um dos líderes do Movimento de 1964, sejanos anos vindouros, uma inspiração na data de celebração do evento em tela.

24º BATALHÃO DE CAÇADORES - SÃO LUÍS/MA

Ten Cel Guedes, Comandante do 24º BC

28Nº 184 - Novembro/2012

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