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CAMÕES

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Page 1: CAMÕES

TESTE DE AVALIAÇÃO DE PORTUGUÊS – 10-º ANO

GRUPO I

Lê com atenção o poema de Camões e responde ao questionário.

Ah! minha Dinamene! Assim deixaste

Quem não deixara nunca de querer-te!

Ah! Ninfa minha, já não posso ver-te,

Tão asinha esta vida desprezaste!

Como já pêra sempre te apartaste

De quem tão longe estava de perder-te?

Puderam estas ondas defender-te

Que não visses quem tanto magoaste?

Nem falar-te somente a dura Morte

Me deixou, que tão cedo o negro manto

Em teus olhos deitado consentiste!

Ó mar! Ó céu! Ó minha escura sorte!

Que pena sentirei que valha tanto,

Que inda tenha por pouco viver triste?

Luís de Camões

I

1. O poema pode ser dividido em três partes lógicas. Delimita-as e apresenta uma

frase que sintetize cada uma delas.

2.O sujeito poético interpela o «tu».

2.1 Refere a acusação que lhe é dirigida.

2.1.1 Transcreve expressões que fundamentem a resposta.

3. Refere os sentimentos que dominam o sujeito poético.

4.Mostra a possibilidade de se caracterizar este poema como autobiográfico, baseando-te em

elementos linguísticos e na vida atribulada de Camões.

5. Encontra exemplos dos seguintes recursos estilísticos: perífrase; metáfora; apóstrofe.

6. Procede à análise formal do poema, incluindo a escansão do primeiro verso.

II

2. No poema, o sujeito poético refere-se ao passado, ao presente e ao futuro.

2.1 Selecciona do texto formas verbais que fundamentem a afirmação anterior.

3. «que tão cedo o negro manto» / «Em teus olhos deitado consentiste» (vs. 10-

11).

3.1 Identifica o sujeito e o complemento directo na oração transcrita.

Tanto de meu estado me acho incerto,

Que, em vivo ardor, tremendo estou de

frio;

Sem causa, juntamente choro e rio,

O mundo todo abarco, e nada aperto.

É tudo quanto sinto um desconcerto;

Da alma um fogo me sai, da vista um rio;

Agora espero, agora desconfio;

Agora desvario, agora acerto.

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Estando em terra, chego ao Céu voando;

Num'hora acho mil anos, e é de jeito

Que em mil anos não posso achar

um'hora.

Se me pergunta alguém, porque assi

ando,

Respondo que não sei; porém suspeito

Que só porque vos vi, minha Senhora.

GRUPO I

1. Este soneto de Camões apresenta uma estrutura bipartida.

1.1. Delimite as duas partes lógicas que a constituem e resuma o conteúdo de cada uma

delas.

2. Faça o levantamento das antíteses/paradoxos que realçam o carácter contraditório do

"estado" em que o sujeito poético se encontra. 2.1. Aponte, justificando a sua opção, mais

dois recursos estilísticos que contribuem para a intensificação expressiva dos

sentimentos do sujeito lírico. 2.2. Copie o verso em que se revela a causa do "desconcerto"

do sujeito poético. 2.3. Comente o valor expressivo do advérbio "só", presente no último

verso.

3.Indique a classe e subclasse da palavra “agora”(vv. 7,8).

4. Explicite o tema deste soneto. 5. Evidencie as características que conferem a este soneto

um pendor claramente petrarquista.

6.Identifique, agora, o acto ilocutório presente na afirmação seguinte:

6.1- Camões é tido como um grande vate português.

7 . Diz-se que Camões tinha sempre uma mão na pena e outra na espada.

7.1 Escreva três frases , formando um campo semântico, com a palavra destacada.

8.Divida e classifique as orações seguintes:

a) Ainda que tenha vivido pobremente, Camões será sempre lembrado.

b)Vou ler a obra lírica camoniana uma vez que quero saber mais sobre o grande vate

português.

c) Camões foi tão desafortunado no amor, que viveu amargamente. 3 2º Período/ 1º Teste

Camões Lírico Vanda Sousa

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9.Classifique, justificando a sua resposta, as palavras presentes nas frases abaixo

escritas, de acordo com as relações gráficas, fonéticas e semânticas que elas exercem entre

si.

Luís de Camões forma um rio com as suas lágrimas.

Rio de uma piada que Camões escreveu no seu tempo.

10.Apresente hipónimos das espécies poéticas da medida tradicional em Camões.

11. Imagine que Luís de Camões, no seu tempo, deu uma entrevista a um jornal local. Em

que tipologia textual inscreveria a entrevista dada?

11.1 Apresente três características desse tipo de texto.

GRUPO II

1. Proceda à análise da estrutura formal(externa) do poema, preenchendo, devidamente,

as lacunas.

Estamos perante uma composição poética que se chama_______________ pois é constituída

por_____ _______________ e_____ _________________. Os seus___________são_________________pois

têm ____ ______________ métricas.

O seu esquema rimático é o seguinte:

__________________________________________________________.

Nas _______ __________________ ________________, a rima é____________________

e______________________. Nos ____ ___________________ ___________________, a rima apresenta-

se_____________________ e_________________.

Em”incerto”/”aperto”, a rima é ________________ e_____________; em “frio”/”rio”,

é___________________ e___________________; em “desconcerto”/”acerto” é_________________

e____________________; em “desconfio”/”rio” é ______________________

e__________________________ ; em “voando”/”ando” é_____________ e______________; em

“jeito”/”suspeito”, é ____________e________________e em “hora”/”senhora” é__________ e

_________________.

Faça, agora, a escansão do verso 12, colocando, na folha de enunciado , o resultado obtido.

____________________________________________________

Guia de Correcção do Teste (Camões Lírico)Grupo I

1-Segundo o sentido do texto, podemos fazer uma divisão do mesmo em duas partes lógicas.

A primeira, abrange as duas primeiras quadras e o primeiro terceto. Aqui, o sujeito poético,

dá conta do seu triste estado de a_____________. O último terceto pode ser considerado a

segunda parte pois, aqui, o “eu” lírico apresenta o m_____________ que está na origem da sua

inquietação.

2- As a_______________ e os p__________________ que marcam a euforia/incerteza vividas pelo

poeta são: “ardor”/“frio”;”choro”/“rio”;“O mundo todo abarco”/”e nada aperto”.

2.1 A h__________________presente no verso 6, “(…)da vista um rio”, serve para intensificar

a tristeza do poeta, as l_________________ tão tantas que formam um rio. A

a____________________ presente nos versos 7 e 8 ”Agora”/Agora” está ao serviço da

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amplificação do número de vezes que o sujeito se sente emocionalmente incerto, triste e

perdido.

2.2- “Que só porque vos vi, minha Senhora.”

2.3- O advérbio traduz uma ideia de c____________________. O poeta encontra-se naquele

estado apenas porque viu/conheceu a “Senhora” do seu coração.

3-A palavra “agora” é um __________________________________________.

4-O tema do poema é a euforia e a t_________________, causadas pelo sofrimento amoroso.

5- O poema manifesta um certa tendência petrarquista pois o sujeito lírico parece estar a

sofrer de amor por uma mulher que lhe despoleta sentimentos paradoxais. Ela lembra-nos o

ser angelical, delicado, idílico e espiritual, vivido por Petrarca (Laura). Os sentimentos de

euforia/angústia e desespero, surgem, provavelmente, pois o poeta tenta alcançá-la, não o

conseguindo, em virtude de ela fazer parte do mundo espiritual. Por outro lado, o texto,

formalmente, é um soneto, espécie poética pertencente à Medida Renascentista (criada em

Itália por Petrarca), facto que confirma a ligação à medida clássica.

Auto da Barca do Inferno - cena do Corregedor e do Procurador - resolução de um teste

6- O ato ilocutório presente na afirmação é _____________________

7- ●Tenho pena do rapaz.

●O rapaz pena na prisão.

●A pena do pássaro voou.

●Outrora, escrevia-se com uma pena.

8-

a)Ainda que tenha vivido pobremente, ► Oração subordinada adverbial concessiva (Embora… apesar de …)

Camões será sempre lembrado. ► Oração subordinante

b)Vou ler a obra lírica camoniana ► Oração subordinante

uma vez que quero saber mais sobre o grande vate português.► Oração subordinada adverbial causal (Visto

que…porque…)

c)Camões foi tão desafortunado no amor,► Oração subordinante

que viveu amargamente.► Oração subordinada adverbial consecutiva (ideia de consequência… de tal modo

que…; de tal maneira que…)

9-As palavras destacadas são homónimas pois apresentam grafia e sons idênticos, tendo, no entanto,

significados diferentes.

10-Podemos considerar hipónimos da medida velha o vilancete, a cantiga, a trova ou a endecha e a

esparsa.

11- A tipologia textual seria a dialogal- conversacional.

11.1- As características próprias desta tipologia textual são: marcas de diálogo e marcas linguísticas da 1ª e

da 2ªpessoas; indicadores gráficos: aspas, travessões, itálicos, parêntesis e parágrafos.

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1. Percurso cénico.

2. Símbolos cénicos e seu simbolismo.

3. Caracterização directa e indirecta da personagem-tipo.

4. Argumentos de defesa e argumentos de acusação.

5. Tipo(s) de cómico usado(s).

6. Registo de língua usado pela personagem-tipo.

7. Função do Parvo.

8. Relação do Corregedor e de Brísida Vaz.

9. Levantamento das palavras do campo lexical de justiça.

10. Intenção crítica do autor.

11. Levantamento das diferentes formas como o Diabo é referido nesta cena.

12. Exemplos do texto dos seguintes recursos expressivos: a. Antítese; b.

Eufemismo; c. Ironia. 13. Ao entrar na barca do Inferno, o Corregedor reconheceu

Brísida Vaz. Imagina um diálogo entre estas duas personagens, em que ambas

refiram os motivos pelos quais foram condenados e comentem, na sua perspectiva,

a injustiça da sua condenação.

Respostas:

1. Percurso cénico de corregedor: cais –> barca do inferno –> barca da glória –> barca do

inferno –> embarcaPercurso cénico do procurador: cais –> barca do inferno –> barca da

glória –> barca do inferno –> embarca

2. Os símbolos cénicos do corregedor são: os feitos e a vara. Os feitos simbolizam a

manipulação da justiça e a vara simboliza o poder judicial. O símbolo cénico do procurador é:

os livros. Os livros simbolizam a injustiça. Mas em geral os símbolos simbolizam a corrupção.

3. Caracterização do corregedor: Indirecta – presunçoso (vv.609-610) , confiante (v. 647),

bajulador (v. 607), resignado (vv. 738-739), implorativo (vv.715-716), corrupto (vv. 648-650),

pecador (vv. 698-700), mentiroso (vv.655-658), ladrão (vv. 718-719)Caracterização do

Procurador: Indirecta – convencido (v. 688, 690), pela linguagem que usa é vulgar (v.706),

corrupto (vv.717-720), ladrão (vv.718-719)Também se sabe que o Procurador é pecador e

mentiroso.

4. Argumentos de acusação do diabo ao corregedor: -aceitou subornos, até dos judeus que

eram mal vistos naquele tempo-confessou-se, mas mentiuArgumentos de acusação do parvo

ao corregedor e ao procurador: - roubaram coelhos- levavam a religião de uma forma

superficialArgumentos de defesa do corregedor: - um juiz não pode ser condenado- era a

mulher que aceitava os subornosArgumento de acusação da Brísida Vaz ao corregedor: -

acusa-o de ele não a deixar em paz, de a mandar castigar por ela ser alcoviteira

5. O tipo de cómico usado é o cómico de linguagem.Ex: ‘Nom é de regulae júris, não!’ (v.622)

6. O registo de língua usado pelo corregedor é a gíria.Ex: ‘Nom entendo esta barcagem,Nem

hoc non potest esse.’ (vv.633-634)O registo de língua usado pelo procurador é a gíria.Ex:

‘Quia speramus in Deo.’ (v.706)

7. A função do parvo é acusar e criticar o Corregedor e o Procurador das corrupções e dos

roubos que eles cometeram na Terra.

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8. O corregedor e a Brísida Vaz já se conheciam da vida terrena, tinham uma relação de

cumplicidade, contudo na Terra a alcoviteira era o réu e o Corregedor o juiz, mas no Inferno

os papeis inverteram e o Corregedor passou a réu.

9. As palavras do campo lexical de justiça são: corregedor, feitos, vara, juiz, direito, meirinho,

ouvidor, escrivães e procurador.

10. O autor fez crítica à: parcialidade por parte de homens cultos e responsáveis pela justiça

humana, à prática hipócrita da religião, Gil Vicente crítica também os Judeus e os Escrivães.

11. As formas como o diabo é referido na cena são: arrais infernal, arrais e barqueiro.

12. a) Exemplos de Antítese:“há-de ir um corregedor?Santo descorregedor.”b) Exemplos de

Eufemismo:“Ires ao longo dos cães.”“E na terra dos danados”c) Exemplos de Ironia:“Santo

descorregedor”“Como vindes preciosos,Sendo filhos da ciência”

13. Brí – Houlá Santo descorregedor!Que fazes por cá?Cor – O mesmo que tu…Brí – Mas

porque foste condenado?Cor – Pela minha corrupção,tu sabes perfeitamente isso.E tu?Brí –

Pela minha profissão epelas moças que vendi.Cor – Acho injusta a minha condenação…

Apenas fiz o meu trabalho.Brí – Também acho a minha injusta,limitei-me a fazer à vida.Cor –

Não há nada a fazerpara mudar os nossos actos!Brí – Cá se fazem,cá se pagam!