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Em Camões coexistem a poética tradicional, herdada da poesia trovadoresca (poesia da Idade Média na qual se inserem as cantigas de amigo, amor e escárnio e maldizer) e do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende (“medida velha ”) e uma poesia cujos modelos formais e temática (“medida nova ”) revelam a cultura renascentista do autor, que soube encontrar em Platão ou Petrarca mestres. Camões, senhor de uma cultura vastíssima e de um talento raro, soube passar para os poemas a sua experiência de vida (os seus amores, ilusões e desenganos, as frustrações, cansaços e recordações, o seu desespero. I - INFLUÊNCIA TRADICIONAL (aproveitamento das temática já tratadas na poesia trovadoresca e no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende) Temas: tradicionais e populares, como a fonte, o mar, os olhos verdes, o amor, a mulher como ser superior, quase divino, o ambiente cortesão com as suas futilidades, o humor ou a sátira. O ambiente pastoril (serra, pastores, vales, água, corrente) Verso: medida velha – uso do verso de 5 sílabas métricas (redondilha menor) e de 7 (redondilha maior). Variedade estrófica: vilancete, cantiga, esparsa, trova, endecha… VILANCETE – Poema formado por um mote de 2 ou 3 versos; uma ou mais voltas ou glosas, geralmente de 7 versos, no qual o último verso da glosa repete o último do mote (com ou sem variantes). CANTIGA – Poema formado por um mote de 4 ou 5 versos (assunto); uma glosa de 8, 9 ou 10 versos (desenvolvimento); com ou sem variantes, repete-se o último verso do mote no último da glosa. ESPARSA – Poema de assunto melancólico, triste, formado por uma só estrofe (mínimo de 8 versos e máximo de 16); TROVA – Poema formado por um número indefinido de estrofes (oitavas); ENDECHA – Poema que encerra pensamentos delicados/sentimentos de melancolia, composto por várias quadras, normalmente em redondilha menor II - INFLUÊNCIA CLÁSSICA RENASCENTISTA (de influência italiana, trazida por Sá de Miranda) Temas: o amor platónico; a saudade, o destino, a beleza suprema; a mudança; o desconcerto do mundo; a mulher petrarquista, a experiência de vida. Verso: medida nova – uso do verso decassílabo Variedade estrófica: soneto, canção, sextina, écloga, elegia, ode… SONETO – Poema constituído por duas quadras e dois tercetos, com versos decassilábicos. Ao último terceto costuma chamar-se chave de ouro, uma vez que contém a síntese do poema. DESCALÇA VAI PARA A FONTE Mote Descalça vai para a fonte Descobre a touca a garganta, Lianor pela verdura; Cabelos de ouro entrançado Vai fermosa, e não segura. Fita de cor de encarnado, Tão linda que o mundo espanta; Voltas Chove nela graça tanta, Que dá graça à fermosura; Leva na cabeça o pote, Vai fermosa e não segura. O testo nas mãos de prata, Cinta de fina escarlata, Luís de Camões Sainho de chamelote; Traz a vasquinha de cote, Mais branca que a neve pura. Vai fermosa e não segura. 1. Tema: Exaltação da b_____________ de Leanor. 1.1 Poderá o tema deste vilancete ligar-se à poesia trovadoresca? Justifique. O tema do vilancete, os elementos bucólicos nele presentes (a f_____, o caminho cheio de v_________) bem como a concepção da mulher e do amor aproximam este poema da lírica t ______________.

Camões deíticos orações

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Page 1: Camões deíticos orações

Em Camões coexistem a poética tradicional, herdada da poesia trovadoresca (poesia da Idade Média na qual se inserem as cantigas de amigo, amor e escárnio e maldizer) e do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende (“ medida velha”) e uma poesia cujos modelos formais e temática (“medida nova”) revelam a cultura renascentista do autor, que soube encontrar em Platão ou Petrarca mestres. Camões, senhor de uma cultura vastíssima e de um talento raro, soube passar para os poemas a sua experiência de vida (os seus amores, ilusões e desenganos, as frustrações, cansaços e recordações, o seu desespero.

I - INFLUÊNCIA TRADICIONAL

(aproveitamento das temática já tratadas na poesia trovadoresca e no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende) Temas: tradicionais e populares, como a fonte, o mar, os olhos verdes, o amor, a mulher como ser superior, quase

divino, o ambiente cortesão com as suas futilidades, o humor ou a sátira.O ambiente pastoril (serra, pastores, vales, água, corrente)

Verso: medida velha – uso do verso de 5 sílabas métricas (redondilha menor) e de 7 (redondilha maior). Variedade estrófica: vilancete, cantiga, esparsa, trova, endecha…

VILANCETE – Poema formado por um mote de 2 ou 3 versos; uma ou mais voltas ou glosas, geralmente de 7 versos, no qual o último verso da glosa repete o último do mote (com ou sem variantes).

CANTIGA – Poema formado por um mote de 4 ou 5 versos (assunto); uma glosa de 8, 9 ou 10 versos (desenvolvimento); com ou sem variantes, repete-se o último verso do mote no último da glosa.

ESPARSA – Poema de assunto melancólico, triste, formado por uma só estrofe (mínimo de 8 versos e máximo de 16); TROVA – Poema formado por um número indefinido de estrofes (oitavas);ENDECHA – Poema que encerra pensamentos delicados/sentimentos de melancolia, composto por várias quadras,

normalmente em redondilha menor

II - INFLUÊNCIA CLÁSSICA RENASCENTISTA(de influência italiana, trazida por Sá de Miranda)

Temas: o amor platónico; a saudade, o destino, a beleza suprema; a mudança; o desconcerto do mundo; a mulher petrarquista, a experiência de vida.

Verso: medida nova – uso do verso decassílabo Variedade estrófica: soneto, canção, sextina, écloga, elegia, ode…SONETO – Poema constituído por duas quadras e dois tercetos, com versos decassilábicos. Ao último terceto costuma chamar-se chave de ouro, uma vez que contém a síntese do poema.

DESCALÇA VAI PARA A FONTE

Mote

Descalça vai para a fonte Descobre a touca a garganta,Lianor pela verdura; Cabelos de ouro entrançadoVai fermosa, e não segura. Fita de cor de encarnado,

Tão linda que o mundo espanta; Voltas Chove nela graça tanta,

Que dá graça à fermosura;Leva na cabeça o pote, Vai fermosa e não segura.O testo nas mãos de prata, Cinta de fina escarlata, Luís de CamõesSainho de chamelote;Traz a vasquinha de cote,Mais branca que a neve pura.Vai fermosa e não segura.

1. Tema: Exaltação da b_____________ de Leanor.1.1 Poderá o tema deste vilancete ligar-se à poesia trovadoresca? Justifique.

O tema do vilancete, os elementos bucólicos nele presentes (a f_____, o caminho cheio de v_________) bem como a concepção da mulher e do amor aproximam este poema da lírica t ______________.

2. Assunto: o poeta traça o r_____________ de Leanor quando esta vai buscar água à ________, ressaltando a sua graça e beleza através:

- da expressividade do nome “_______”, dos adjectivos “______”, “__________”, “_____________”;- da expressividade do verbo “__________”, carregado de sentido hiperbólico (a sua _________ era tão abundante como a chuva);- da cuidadosa associação de c_______ (o ___________ do vestuário, o _______ da pele me o _________ dos cabelos) para sugerir a a________, a pureza e a perfeição de Leanor.- da expressividade dos __________________ “sainho”, “Vasquinha”, sugerindo a ideia de delicadeza e simpatia;- Pela utilização de recursos estilísticos:- as m______________ “mãos de ________”, “cabelos de ________”, fazem ressaltar a b__________ das mãos e o louro dos cabelos, características da mulher p________________;

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Voltas

Campo, que te estendescom verdura bela;ovelhas que nelavosso pasto tendes:d’ervas vos mantendesque traz o Verão,e eu das lembrançasdo meu coração.

A verdura amena,gados que pasceis,sabei que a deveisaos olhos de Helena.Os ventos serena,faz flores de abrolhoso ar de seus olhos.

- as ___________ nas expressões “mais branca que a neve pura”/”tão linda que o mundo espanta”/ acentuam a brancura e ___________ de Leanor;

3. Com base no poema, caracterize a mulher e o amor visionados pelo poeta.Neste retrato idealizado de Leanor, em que, mais que a beleza f_________, se visiona a graça e a beleza e__________, paira a concepção p_____________ do amor, assim como o modelo da mulher p______________.

4. Faz a análise formal da composição apresentada:___________________ em redondilha __________, composto por _______ de três versos e duas ________ de _______ versos. O último verso do ______ repete-se, também como último, nas duas voltas. A rima é e________________ e i __________________ como se pode verificar no esquema r___________: __________________________.

VERDES SÃO OS CAMPOSMote alheio

Verdes são os campos Gado que paceisda cor do limão; co contentamentoassi são os olhos vosso mantimentodo meu coração. não o entendeis;

isso que comeisnão são ervas, não:são graças dos olhosdo meu coração

1. Tema: Elogio dos olhos _________ da amada, cuja cor e beleza são comparadas com o encanto e a verdura do _________ em que o __________ se apascenta.

2. Indica o recurso estilístico/figura de estilo presente no mote, explicando-a. O mote alheio apresenta a _____________________ entre a cor do limão e a dos ___________ da amada do eu poético.

3. Explicita a divisão das voltas em três momentos. Esta divisão tripartida corresponde às três a____________ dirigidas ao campo, às _______________ e ao ____________.

4. Elabora o retrato da mulher.- tem olhos ____________ da cor do limão- é b___________(causa a verdura bela dos campos)- é g______________ (o alimento do gado são as graças dos olhos)- provoca sentimentos de s______________ no sujeito- provoca alegria e c___________________ na natureza. 5. A exaltação da cor e da beleza superior dos olhos da amada que encantam o sujeito resulta de diversos factores:a) a grande musicalidade e equilíbrio e uniformidade, sobretudo nas voltas, que resultam das r_________ em en, ei e ão e das aliterações em “____” (verdura, ovelhas, vos, ervas, Verão).b) o jogo de palavras da f_____________ do verbo ter: tendes e m_______________;c) a repetição do ______________ de negação não com o objectivo de transmitir a ideia de que tudo o que é _________ é uma graça dos ________ da amada;d) a aliteração

6. Estrutura Formal.___________________ em redondilha __________, composto por mote de _______ versos e duas ________ de _______ versos. O último verso do ______ repete-se, também como último, nas duas voltas. A rima é ________________ e i __________________ como se pode verificar no esquema r___________: __________________________.

SE HELENA APARTAR

Mote

Se Helena apartar

do campo seus olhos,nascerão abrolhos.

Voltas

Faz serras floridas,faz claras as fontes

Os corações prendecom graça inumana;de cada pestana ua alma lhe pende.Amor se lhe rendee, posto em geolhos,pasma nos seus olhos.

Page 3: Camões deíticos orações

Se isto faz nos montes,que fará nas vidas?Trá-las suspendidas,como ervas em molhos,na luz dos seus olhos.

1. Tema e Assunto do poema. Exaltação da ________________ de Helena, os quais não só irradiam a sua beleza e suavidade sobre a ______________, mas também seduzem e prendem os _____________ dos homens.

2. Quais os efeitos dos olhos de Helena na Natureza? O seu olhar serena os __________, faz flores de ___________ (ervas daninhas), faz florescer as _________ e clareia as ____________.

3. E na vida dos homens? P___________ e conquista corações.4. Explica o sentido dos últimos três versos do poema. Até o próprio ________ do Amor, C_________, se ajoelha

aos pés de ______________, fascinado pela sua beleza.5. Faz a classificação formal do poema. ___________________ em redondilha __________, composto por mote de _______ versos e _______ voltas de _______ versos. A rima é ________________ e i __________________ como se pode verificar no esquema r___________: __________________________.6. Faz o levantamento dos recursos expressivos do poema:- a__________________ expressiva (amena, i_____________, suspendidas, f______________, claras);- c__________________ (como ervas em molhos), salientando a abundância de vidas conquistadas.

- h__________________ (de cada pestana / ua alma lhe pende.), que realça a sedução exercida sobre os homens; - p__________________ (Amor se lhe rende e, posto em geolhos, pasma nos seus olhos.) – o próprio A_______ é considerado um vassalo ajoelhado frente à sua suserana. 7. Há no poema uma visão petraquista da mulher e do amor. Baseando-te no poema, confirma ou nega esta afirmação.Neste poema é a beleza espiritual que é posta em evidência. Trata-se daquele tipo de mulher idealizada (objecto de amor p______________) que vem já da poesia t_____________ e da poesia dos cancioneiros.

Page 4: Camões deíticos orações

CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO TEXTO POÉTICO:

Preenche o quadro que se segue com as seguintes palavras:

TIPOS DE RIMA1. Rima Cruzada (os versos rimam

alternadamente)

"No dia de S. João aHá fogueiras e folias b Gozam uns e outros não, aTalqual como os outros dias." b (Fernando Pessoa)

2. Rima Interpolada (os versos rimam separados por dois ou mais versos)

"A cena é muda e breve: a Num lameiro, b Um cordeiro b A pastar ao de leve..." a (Miguel Torga)

3. Rima Emparelhada (os versos rimam dois a dois ou três a três)

"As águas beijei, a As nuvens olhei, a As árvores cantei," a (Francisco Bugal

Existem três Modos Literários:1. Narrativo 2. Dramático 3. Lírico (Poético)

Nós vamos estudar o modo narrativo.

DEFINIÇÃO:

I.AS CINCO CATEGORIAS DO TEXTO NARRATIVO

1. Acção

2. Espaço

3.Tempo

4. Personagens

5. Narrador:

II. MODOS DE APRESENTAÇÃO DA NARRATIVA

1. Narração:

2. Descrição

DEFINIÇÃO DE TEXTO POÉTICO: Texto de 1ª pessoa que exprime o mundo interior do poeta e as emoções da sua alma.

1. Predomina o ___, a ____ pessoa; 2. Não existe ____________ (normalmente); 3. Explora o ritmo, a ______________ e a rima para criar _____________;4. Prende-se mais com o mundo _________ do poeta com os seus sentimentos e ________; 5. Organiza-se em _______ e estrofes.

Descrição versos musicalidade interior emoções eu significados 1ª

O texto narrativo é aquele através do qual um narrador conta uma história em que entram personagens que se envolvem numa acção, situada num determinado tempo e espaço.

Desenrolar dos __________________ _____ _____________ ___ _________________. Estes acontecimentos são considerados ___________________ ou _____________________A acção divide-se em três momentos: situação inicial; ______________________ e desenlace.

______________ onde decorre a __________.

______________ em que ocorre a __________.

Intervenientes na acção. Quanto ao RELEVO podem ser classificadas de:1. Principal ou Protagonista 2. ___________________ 3. FiguranteExistem dois MODOS DE CARACTERIZAÇÃO DE PERSONAGENS:1. caracterização directa: as características das _________________ são fornecidas ao ________ pela fala do ________________ ou das personagens;2. caracterização indirecta: as características das personagens são deduzidas pelo _________ a partir do ________________ das personagens.

Aquele que conta a ______________. Quanto à PRESENÇA podemos classificar o narrador de:1. Participante: o _____________ participa na acção como personagem principal ou ________________.

(narração de _______pessoa)2. Não Participante: O narrador não participa na __________ (narração de ____ pessoa).

Apresentação de acções e _________________. A classe gramatical predominante é o ____________, e os verbos aparecem no ______________________ do indicativo . AVANÇO NA ACÇÃO

Descrição das personagens, dos _____________, dos ambientes, etc. A classe gramatical predominante é o ______________, e os verbos aparecem no __________________ do indicativo . PAUSA NA ACÇÃO

Page 5: Camões deíticos orações

3. Diálogo

A. Faz corresponder cada Modo de Apresentação da Narrativa a cada um dos excertos.

1. Descrição "-Quem é aquele pretinho tão giro que está com a Nina?"

2. Narração "Também não sei para que é que ele é assim alto e bonito; se fosse pequeno e feioso talvez desse menos nas vistas."

3. Diálogo "Envolvemo-nos numa daquelas discussões sem pés nem cabeça, que nos fez perder a paciência e, por pouco, o autocarro."

B. A que modo literário pertence o texto "Palavras Azedas"? Justifica a tua resposta.Este texto pertence ao modo _________________, porque trata-se de um texto através do qual um _____________ conta uma história em que entram _______________ que se envolvem numa ________, situada num determinado ___________ e num determinado ____________.

1. Faz corresponder cada figura de estilo à sua definição.

1. Comparação

2. Enumeração

2. Repetição

3. Personificação

5. Dupla adjectivação 2. Identifica as figuras de estilo presentes nas frases seguintes.

1. Comparação a) "Não sei para que é que ele é assim, alto e bonito;"

2. Enumeração b) Os céus calaram-se para ouvir a discussão da Nina e do Vítor.

3. Repetição c) Ela acha o colega Vítor estúpido, mesmo estúpido.

4. personificação d) A paragem do autocarro parecia a feira.

5. dupla adjectivação e) "se fosse pequeno e feioso, talvez desse menos nas vistas." f) O primo da Nina é muito, muito alto. g) "...repreensões dos professores, chacota dos meus colegas, um ralhete da mãe, de certeza. h) As varetas do guarda-chuva zangaram-se com os collants de Nina.

i) Os olhos da Nina brilhavam como pérolas. j) Nina e o primo almoçaram na cantina e comeram um bife, batatas fritas, arroz e salada.

3. Elabora o retrato físico e psicológico de Daniel.Fisicamente, Daniel era um rapaz mulato, _________ e _______________. Psicologicamente era um rapaz calmo, c____________ e i___________________.4. "Que ignorante que tu és!"

4.1 Que modo de caracterização (directa ou indirecta) está presente nesta citação?Estamos na presença da caracterização _________________ porque as características do personagem _____________ são-nos fornecidas a nós, l_____________, pela fala da personagem ___________.5. Classifica a narradora quanto à presença e justifica a tua resposta.Estamos na presença de uma narradora _________________, uma vez que p_______________ na h_____________ narrada.

A descrição consiste na representação, através de palavras, de tudo aquilo que é importante na acção narrada: pessoas, animais ambientes, paisagens, etc.Quando descreves, deves ter em atenção alguns recursos adequados:1. Um vocabulário expressivo , relativo às diferentes sensações:- nomes- adjectivos e advérbios- verbos (predomínio do pretérito imperfeito do indicativo/variar os verbos evitando repetir ser, estar,ter e haver)2. comparação, personificação, repetição, enumeração e adjectivação É através dos nossos cinco sentidos (visão, audição, olfacto, gosto e tacto) que apreendemos tudo o que nos rodeia. Assim, há tantos tipos de sensações quantos os sentidos que possuímos:

Sensações Visuais Sensações Auditivas Sensações Gustativas

Sensações Olfactivas

Sensações Tácteis

Cores, formas, tamanho, luminosidade, movimento

Os sons Os sabores Os cheiros A suavidade, a aspereza, a dureza, a

temperatura A. Aplica os teus conhecimentos.1. Reúne as frases que se seguem em dois grupos, conforme exprimam sensações ou sentimentos.

a) Os passageiros não escondiam o seu descontentamento. _______________________________b) Uma brisa morna e suave tornava repousante o entardecer. ____________________________

Conversa entre __________________

a) Consiste em estabelecer uma relação de semelhança por meio de uma expressão comparativa (como) ou de verbos que também sirvam para comparar (parecer, lembrar)

b) Consiste na atribuição de características humanas a animais, coisas ou ideias.

c) Consiste na apresentação sucessiva de vários elementos da mesma natureza.

d) Consiste na repetição de alguma palavra ou expressão, no sentido de intensificar uma situação.

e) Consiste na apresentação de dois adjectivos seguidos ligados pela conjunção "e".

Page 6: Camões deíticos orações

c) Pôs a maçã de lado, pois era rija e sem sabor. ______________________________________d) O aroma a café deixava-a relaxada. _____________________________________________e) O sino tocava alegre e ruidosamente. ____________________________________________

Page 7: Camões deíticos orações

A FERMOSURA DESTA FRESCA SERRAA fermosura desta fresca serra, enfim, tudo o que a rara1 natureza e a sombra dos verdes castanheiros, com tanta variedade nos of’rece, o manso caminhar destes ribeiros, me está (se não te vejo) magoando.donde toda a tristeza se desterra;

O rouco som do mar, a estranha2 terra, Sem ti, tudo me enoja3 e me aborrece;o esconder do sol pelos outeiros, Sem ti, perpetuamente estou passando,o recolher dos gados derradeiros, nas mores4 alegrias, mor tristeza.

das nuvens pelo ar a branda guerra;

Luís de Camões

1. Indica o tema e o assunto do poema. O tema é a saudade. Esta faz com que todos os elementos da ________________ - belos, amenos, singulares – que, com a presença da amada são agradáveis, se tornem, na sua a____________, fonte de sofrimento para o ______________ poético.2. O poema divide-se em duas partes lógicas:

1ª parte (2 quadras)Descrição de uma n_________________ harmoniosa (locus amoenus), propícia ao a_______.

2ª parte (2 tercetos)O advérbio “e__________”, que marca a ruptura com a descrição inicial, remete para a irrelevância da b_____________ da natureza sem a mulher a_____________.3. A 1ª parte do poema é constituída pela enumeração dos elementos da natureza, os quais são

qualificados ora por adjectivos ora por substantivos:

Elementos da paisagem(enumeração)

CaracterizaçãoAdjectivos Substantivos

Serra Castanheiros O caminhar dos r___________

F_________ V_________ M_________

Fermosura S________

O som da m________ A terra O esconder do sol pelos o_________ O recolher dos ___________ As n__________

___________ ___________

_____________

____________ guerra

4. Repara na descrição que é feita em cada quadra. Relaciona-a com o estado de espírito do eu lírico nos tercetos. Que concluis?

Enquanto que na primeira quadra se privilegia a amenidade, a f____________ e a serenidade, na segunda, embora perdure a calma emanada pelos diversos elementos (mar, t_________, sol, g__________, nuvens), há a introdução de características conotadas com um fim, implicando alguma nostalgia, alguma s____________ – o som e_________ do mar, a singularidade da t________, o fim do dia, a cessação das pastagens, a não limpidez do c_____. Estes elementos funcionam como que uma transição, uma antecipação no poema para a constatação patente nos tercetos quanto à necessidade da presença da _________ amada para a natureza se apresentar em todo o seu esplendor.5. Identifica os recursos de estilo presentes no último terceto e menciona a expressividade de cada um.A a____________ (Sem ti) remete para a certeza do eu de que a presença da amada traz a___________ à sua vida, uma vez que a sua ausência traz consequências dramáticas. A h__________ “perpetuamente estou passando…” prolonga no tempo o sentimento do eu lírico e a a_____________ (alegrias/tristezas) que reforça a ideia de que sem a amada tudo parece triste. 6.Explicite a relação Eu /Natureza.A natureza funciona como reflexo do estado de ___________ do eu. Assim, é fonte de a_____________ quando a amada está presente e motivo de t____________ e conflito quando esta está ausente.6. Faz a análise formal do poema.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ rara: invulgar.2 estranha: admirável.3 enoja: entristece. 4 mores / mor: formas contraídas de maiores e maior

ALEGRES CAMPOS VERDES ARVOREDOS

Alegres campos, verdes arvoredos,Claras e frescas águas de cristal,Que em vós os debuxais ao naturalDiscorrendo da altura dos rochedos;

Silvestres montes, ásperos penedos,Compostos em concerto desigual:

Sabei que, sem licença de meu mal,

E pois me já não vedes como vistes,Não me alegrem verduras deleitosasNem águas que correndo alegres vêm.

Semearei em vós lembranças tristes,Regando-vos com lágrimas saudosas,

1 rara: invulgar.2 estranha: admirável.3 enoja: entristece.4 mores / mor: formas contraídas de maiores e maior.

Page 8: Camões deíticos orações

E nascerão saudades de meu bem.Já não podeis fazer meus olhos ledos.

1. Tema e assunto do poema.O tema é a tristeza saudosa de um a___________ passado, que faz com que a beleza e a alegria da n_______________ desapareçam, restando ao sujeito apenas a possibilidade de nela semear as suas “lembranças __________”.

Page 9: Camões deíticos orações

2. Divisão em 3 partes:Na 1ª parte , correspondente aos primeiros _________ versos, o sujeito traça os contornos de uma p___________ à qual se dirige.Na 2ª, respeitante aos versos 7 e 8 e ao 1º t______________, o i_____________ (“Sabei”) vem marcar a ruptura com a descrição inicial e revelar a existência de uma situação de t___________ (“meu mal”), evidenciando a oposição passado/_________ (vedes/vistes).A 3ª parte abrange o último terceto, e nela exprime-se a tristeza s_______________ do eu, que projecta semear as suas lembranças tristes na naquela paisagem e dela vir a colher as s____________ que há-de regar com ______________.

1ª parte 2ª parte 3ª parteA natureza como era (p______________)

A natureza como é vista agora (p____________)- Ruptura provocada pela tristeza (m________) do Eu

A natureza no f__________ (“E nascerão saudades do meu bem”

3. Faz o levantamento dos recursos utilizados pelo eu para invocar a natureza.- A______________ /p_______________(Alegres campos, verdes arvoredos”), uma vez que o eu se dirige à natureza, sua confidente, chegando mesmo a interagir com ela.4. Faz o levantamento dos recursos utilizados pelo eu para a descrever.- A______________ quase sempre anteposta (claras e frescas, silvestres, ásperos). Estes adjectivos aparecem organizados através da e________________ assindética, o que imprime um ritmo mais r______________ ao soneto.5. Explicita a relação EU/NATUREZA.Mais uma vez, verificamos que a natureza é o reflexo, o espelho do e___________ de alma do eu. Assim, é fonte de a_____________ quando a amada está presente e motivo de t____________ e conflito quando esta está ausente.6. Explica o último terceto.A correspondência Eu/Natureza é total neste terceto, uma vez que se remete para um ciclo terra/vida num encadeamento natural de causa/consequência: semear, r__________, n___________.

7. Faz a análise formal do poema.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

AMOR É FOGOAmor é ______ que arde sem se ver; É querer estar perto por vontade;É ferida que dói e não se sente; É servir a quem vence, o ____________;É um ____________ descontente; É ter com quem nos mata _____________;É dor que ____________ sem doer;

É um não querer que bem querer; Mas como causar pode seu favorÉ ____________ andar por entre a gente; Nos corações humanos _______________,É nunca contentar-se de contente; Se tão contrário a si é o mesmo ________?É cuidar que se _________ em se perder;

1. Indica o tema do poema.2. O poema divide-se em duas partes lógicas. Explicita o assunto de cada uma delas.1ª parte (2 quadras e 1º terceto)2ª parte (2º terceto)3. Qual o recurso estilístico que permite dar ao leitor a ideia que Camões quer transmitir?

Comprova a tua resposta com exemplos do poema.4. Qual é a conclusão a que o poeta chega no último terceto acerca da definição do amor?5. Faz a classificação formal do poema.

ESCOLA SECUNDÁRIA HOMEM CRISTO – AVEIRO – CÓD. 400245

PROVA ESCRITA DE PORTUGUÊS

3 páginas

10º ano Fevereiro 2007

Duração da prova: 90 minutos

Nome: _______________________________________________ Data: _____ / ____ / ____

Page 10: Camões deíticos orações

GRUPO I – COMPREENSÃO ORAL (200 p.)

1. Luís Vaz de Camões nasceu:

a) na 2ª metade do século XV b) no 1º quartel do século XVI c) no 2º quartel do

século XV

2. Na sua biografia, torna-se difícil distinguir factos históricos de factos

a) cronológicos b) reais c) lendários

3. Admite-se que tenha passado a sua primeira juventude, entre paixões e estudos,

em:

a) Lisboa b) Coimbra c) Constância

4. Atraído pela vida da corte, terá vindo para Lisboa, onde se afirmou como poeta,

suscitando admiração e, em contrapartida:

a) amor b) altivez c) inveja

5. Indique o título nobiliárquico da dama por quem, segundo alguns biógrafos,

Camões se apaixonou:

______________________________________________________________________________

6. Refira a consequência desta ousadia:

______________________________________________________________________________

7. Camões perdeu um dos olhos em:

a) Goa b) Ceuta c) Constância

8. As redondilhas “Sôbolos rios” pertencem ao modo:

a) lírico b) dramático c) narrativo

9. Identifique a composição poética através da qual Camões cantou a sua

companheira oriental :

______________________________________________________________________________

10.Registe o título do livro que, segundo Camões, era “douto” e “erudito”.

______________________________________________________________________________

11.Nomeie o rei que financiou a impressão de “Os Lusíadas”:

______________________________________________________________________________GRUPO II - LEITURA/COMPREENSÃO ESCRITA (112 p)

AQUELA CATIVAEndechas a ua cativa com quem andava de amores na Índia, chamada Bárbora.

Aquela cativa

que me tem cativo,

porque nela vivo

já não quer que viva.

Eu nunca vi rosa

em suaves molhos,

que para meus olhos

fosse mais fermosa.

Nem no campo flores,

nem no céu estrelas

me parecem belas

como os meus amores.

Rosto singular,

olhos sossegados,

pretos e cansados,

mas não de matar.

Ua graça viva,

que neles lhe mora,

para ser senhora

de quem é cativa.

Pretos os cabelos,

onde o povo vão

perde opinião

que os louros são belos.

Leia atentamente o enunciado do teste. Responda às questões que lhe são apresentadas de forma clara, objectiva e correcta, registando todas as respostas na folha de teste. Não se esqueça que, num teste de Português, não há lugar para esquemas nem para abreviaturas. Use a palavra!

Page 11: Camões deíticos orações

Pretidão de Amor,

tão doce a figura,

que a neve lhe jura

que trocara a cor.

Leda mansidão,

que o siso acompanha;

bem parece estranha,

mas bárbora não.

Presença serena

que a tormenta amansa;

nela, enfim, descansa

toda a minha pena.

Esta é a cativa

que me tem cativo,

e, pois nela vivo,

é força que viva.

Luís de Camões

1. Nestas endechas, Camões exalta a beleza oriental e exótica de Bárbora.

1.1 Indique os processos de hiperbolização usados para realçar a sua beleza. (8 p)

2. Recorde o modelo da mulher petrarquista.

2.1 O retrato de Bárbora enfatiza ou contraria esse modelo? Justifique a sua resposta. (10 p)

3. A linguagem do poema é enriquecida pelo recurso aos trocadilhos.

3.1 Identifique-os e comente a sua expressividade. (6)

4. O final do poema retoma o seu início com ligeiras alterações.

4.1 Estabeleça uma relação de sentido entre o determinante e o pronome demonstrativo usados:

“Aquela cativa” (v. 1) e “Esta é a cativa” (v. 37). (8)

5. O fascínio do sujeito poético por esta mulher oriental leva-o a transgredir e a ultrapassar

convenções sociais e estéticas.

5.1 Explique, recorrendo a exemplos do texto e a recursos expressivos, como os papéis de Bárbora

e do eu poético se invertem na relação amorosa. (8)

6. Faz a análise formal da composição. (10 p)

1.

P

ela organização lógica do discurso, podemos considerar que o poema se divide em

três partes.

1.1 Delimita cada uma dessas partes e sintetize o conteúdo de cada uma delas. (9 p)

2. Neste poema, a natureza adquire um papel central.

2.1 Identifique dois dos recursos estilísticos utilizados para a invocar. (6 p)

2.2 Aponte mais dois recursos usados para a descrever. (6 p)

3. Atente nos versos que se seguem:

“sabei que, sem licença de meu mal”,/já não podeis fazer meus olhos ledos”.

3.1 Explique a alteração de estado de espírito que o sujeito lírico expressa nestes versos. (8 p)

3.2 Evidencie as razões que originam essa mudança. (6 p)

4. O adjectivo é, talvez, a classe de palavras mais importante na primeira parte do texto.

4.1 Verifique o facto e justifique-o. (8 p)

ALEGRES CAMPOS, VERDES ARVOREDOSAlegres campos, verdes arvoredos, E, pois me já não vedes como vistes, claras e frescas águas de cristal, não me alegrem verduras deleitosas3,que em vós os debuxais1 ao natural, nem águas que alegres correndo vêm.discorrendo da altura dos rochedos;

Semearei em vós lembranças tristes,Silvestres montes, ásperos penedos, regando-vos com lágrimas saudosas,compostos em concerto2 desigual: e nascerão saudades de meu bem.sabei que, sem licença do meu mal,já não podeis fazer meus olhos ledos. Luís de Camões

debuxais: retratais. 2 concerto: harmonia 3 deleitosas: agradáveis..

Page 12: Camões deíticos orações

5. A mensagem poética organiza-se em torno destes pólos antitéticos: natureza/estado de alma

e passado/presente.

5.1 Com base no texto confirme a afirmação. (8 p)

6. Faça a análise formal da composição. (10 p)

GRUPO III – FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA (41 p)

1. Com base no segundo poema, escreve cinco palavras que pertencem ao campo lexical

de “Natureza”. (5 p)

2.Atente na frase “…sabei que, sem licença do meu mal”

2.1 Construa o campo semântico da palavra sublinhada. (5 p)

3. “não me alegrem verduras deleitosas”

3.1 Identifique o tempo e o modo da forma verbal presente na frase. (6 p)

3.2 Coloque esta frase em todos os tempos simples dos modos indicativo e no condicional. (9 p)

4. Diz-se que Bárbora terá sido uma escrava de Camões.

4.1 Reescreva a frase no pretérito perfeito, imperfeito e futuro do modo indicativo e no condicional.

(8 p)

5. Indica a relação de forma entre os seguintes pares de palavras. (8 p)

5.1 Os operários da serração estão em greve./Com a noite aumentou a cerração.

5.2 A colher de sopa caiu ao chão./ Eu vou colher flores para o jardim.

5.3 Ele está agora a expiar por todas as maldades que cometeu. / Não é correcto estar a espiar o

trabalho das outras pessoas.

5.4 A velha fiava o linho / Ele fiava aos clientes.

5.5 O meu primo nada muito bem. /Não gosto nada dele.

5.6 Esterno é o osso do peito./ Externo significa do lado de fora.

5.7 A garagem está situada da parte de trás do prédio. /Traz a gramática amanhã.

5.8 Eu adoro molho de cebolada. / Ele carregou o molho de lenha.

GRUPO IV – EXPRESSÃO ESCRITA (47 p)

Das duas propostas apresentadas, opta por UMA, e desenvolve-a num texto bem estruturado, de cento e

cinquenta a duzentas palavras.

1. Construa um texto de opinião crítica sobre o poema estudado na aula que lhe pareceu mais

belo, explicando os motivos da sua escolha.

2. Muitos de nós refugiamo-nos na Natureza quando estamos tristes. Recorda um desses

momentos e exprime aquilo que pensaste e sentiste.

Page 13: Camões deíticos orações

1. “Eu e tu gostamos

DEIXIS (do grego “mostrar”):

As expressões deícticas têm como função “apontar”, indicar referentes no contexto onde são usados

e, por essa razão, ficam dependentes desse mesmo contexto para a interpretação plena das

referências pessoais, espaciais e temporais que abarcam. Os intervenientes no acto de fala (eu-tu)

situam-se num determinado espaço/tempo (aqui-agora).

Deixis Pessoal Deixis Espacial Deixis Temporalindica os participantes na situação de interacção: “eu” refere, na situação, o locutor; “tu”, “você”, “vocês” indicam o interlocutor ou interlocutores da pessoa que diz “eu”;

Refere a localização no espaço relativamente ao AQUI enunciativo. Os deícticos espaciais determinam a relação de proximidade ou afastamento relativamente ao lugar ocupado pelo locutor.

Refere a utilização do momento da enunciação (AGORA) como marco de referência para a localização. Presente, passado e futuro não são noções absolutas, são relativas ao momento de enunciação.

Deícticos Pessoais- pronomes pessoais (eu, tu, me, te, lhe, se…), - determinantes/pronomes possessivos (meu, teu, seu…) - flexão verbal (compro (eu), vais (tu).. Vocativos (Ó João, …/Pedro, …)

Deícticos Espaciais- advérbios e locuções de lugar(aqui, aí, ali, cá, lá, além, em cima, debaixo, acolá…) - determinantes/ pronomes demonstrativos(este, aquele, esse…)- verbos de movimento (ir, vir, trazer, levar)

Deícticos Temporais- tempos verbais (ex. pretérito perfeito – valor de anterioridade…) - - - advérbios e locuções de tempo (ontem, hoje, amanhã, no dia seguinte…)

Eu – indica o locutor / Tu – indica o interlocutor

Dele (ele) – indica aquele de quem se fala (não participante no acto

de comunicação)Esse/aí – pressupõe afastamento relativamente ao aquiTrá-lo (trazer) – implica a deslocação para o aqui (proximidade)

Este enunciado é facilmente interpretado como um

convite formulado por um _____________ (“eu”), dirigido

ao seu ____________________ (“tu”, implícito na flexão

verbal - vem) para que se desloque posteriormente (“logo”) ao local onde se encontra o locutor

(“____”), com o intuito de o interlocutor ver os móveis que o locutor comprou no dia _____________ ao

momento em que profere o enunciado (“___________”) – ontem só tem sentido face ao dia de “hoje”.

É a partir do triângulo enunciativo eu/aqui/agora – que se estabelece um antes ( No

______________) e um depois (____________), num determinado lugar (No Centro Comercial) e em relação a um determinado referente (os saldos)

EXERCÍCIOS

1. Identifica as referências deícticas e explique o seu uso.

Minha boa JennyContra o que lhe tinha prometido, não me é possível hoje ir aí visitá-la. Não me sinto boa e

receio ter de me conservar cá em casa por alguns dias. Meu pai mostra-se inquieto pela minha saúde e, ainda que não seja senão para o tranquilizar, preciso de privar-me do prazer de a ver. Jenny,

2. “Esse livro não pertence aí; trá-lo para aqui!”

3. “Vem cá logo, para veres os móveis que eu comprei ontem.”

4. “No sábado fui ao Centro Comercial e voltarei amanhã se ainda houver saldos.”

Page 14: Camões deíticos orações

lembre-se de mim e peça a Deus que me conceda a bondade de coração e a serenidade de espírito da menina, pois, com este meu génio e cabeça, duvido da felicidade da vida. Adeus e até ao próximo sábado.

Sua amiga. CecíliaJúlio Dinis, Uma Família Inglesa (adapt)

Deixis Pessoal Deixis Espacial Deixis Temporal- pronomes pessoais (o EU - locutor, (me, a mim) dirige-se a um VÓS, i________________(lhe, la, a, se) e menciona um ELE, não participante no acto de comunicação (se, o) -determinantes p_________________ (EU - meu, minha) - flexão verbal (1ª pessoa sing. - sinto, preciso… ) (2ª p plural - lembre-se) (3ª p sing.- mostra-se) .. V_________________ (Minha boa Jenny/Jenny)

- advérbios de lugar (_______/_________), o primeiro indicando proximidade e o segundo afastamento relativamente ao lugar onde o locutor se encontra.- verbos de movimento (_________), que indica a deslocação para o aí (afastamento)

- tempos verbais (pretérito mais que perfeito composto (_______________________________) – valor de anterioridade; presente do Indicativo (sinto, mostra-se, preciso, duvido) – valor de simultaneidade advérbios e locuções de tempo (“___________”, que remete para o momento do acto de comunicação e “até ao próximo ____________”, que remete para um momento posterior ao acto de comunicação)

A frase é simples se for constituída por uma só oração. A frase é complexa quando contém duas ou mais orações, as quais podem relacionar-se entre si através da Coordenação e da Subordinação.

- A COORDENAÇÃOA coordenação é a ligação que existe entre duas orações com sentido próprio, isto

é, independentes umas das outras. Na coordenação, as orações podem ser coordenadas assindéticas. quando aparecem ligadas por meio de vírgulas (Ex. "O João fala, fala, fala...") ou sindéticas, quando aparecem ligadas por uma conjunção ou locução coordenativa (Ex. " A Joana ouve e não percebe nada").

As orações coordenadas sindéticas subdividem-se em várias subclasses, consoante a conjunção ou locução coordenativa que as liga.

ESCOLA EB 2,3 FERNANDO CALDEIRA9º ano

Page 15: Camões deíticos orações

COORDENAÇÃO

ORAÇÕES FUNÇÃO CONJUNÇÕES LOCUÇÕESCOORDENATIVAS

Copulativas Adição e, nem, também não só...mas tambémDisjuntivas Alternância ou ou...ou, ora...ora,

quer...quer, seja...sejaAdversativas Oposição mas, porém, todavia,

contudoainda assim, no

entanto, não obstanteConclusivas Conclusão logo, portanto por conseguinte, por

issoExplicativas Explicação pois ____________________

- A SUBORDINAÇÃO

- As orações subordinadas podem ser introduzidas por conjunções ou locuções subordinativas, cuja função é relacionar as orações.

- As orações subordinantes contêm a ideia principal da frase e têm um sentido mais ou menos completo.

- As orações subordinadas dependem da subordinante e podem classificar-se como ADJECTIVAS, SUBSTANTIVAS e ADVERBIAIS ou CIRCUNSTANCIAIS.

Ex. Então como é que sabias que podias mexer-te?

1. Orações Subordinadas SubstantivasSão normalmente introduzidas pela conjunção integrante/completiva "que" ou "se".Ex. Ele respondeu que gostava de flores. Ela ignorava se tinha boa memória.

2. Orações Subordinadas AdjectivasSão normalmente introduzidas por um pronome relativo.Ex. Joana era a rapariga que contava histórias.

3. Orações Subordinadas Adverbiais/Circunstanciais São introduzidas por uma conjunção ou locução subordinativa.

SUBORDINAÇÃO

ORAÇÕES FUNÇÃO CONJUNÇÕES LOCUÇÕES SUBORDINATIVAS

Condicionais Condição se, caso desde que, salvo se, contanto que, a menos

queCausais Causa porque, porquanto,

comopois que, já que

Finais Fim que para que, a fim de que

Temporais Tempo quando, enquanto até que, à medida que, depois que

Concessivas Concessão embora, conquanto por mais que, se bem que, ainda que,

mesmo que, apesar de

Page 16: Camões deíticos orações

Consecutivas Consequência que de modo que, de maneira que, de forma

queComparativas Comparação como, conforme,

segundo, consoanteassim como

A. Divide e classifica as seguintes orações.

1. Para que a boneca falasse alto, o boneco encorajou-a.2. A boneca não se mexia porque tinha medo.3. Como tinha estudado, fez o teste sem medo, mas não abusou da sorte.4. Quando ela entrou, o pai lia o jornal, porque estava disponível, enquanto a mãe tricotava.5. Ora cantarolava, ora dava saltos de alegria.6. Ou fazes isso ou não sais de casa quando quiseres.7. Logo que o dinheiro chegue, comprará um carro novo, porque o outro está muito velho.8. Tu levantas-te quando te apetece. 9. Os bonecos falaram tanto, que ficaram amigos.10.Mexes-te à tua vontade como se fosses uma pessoa.11.Embora o homem desconfiasse, nunca os vira mexer.12.Comeu tanto que tiveram de chamar um médico.13.Se ninguém estivesse no quarto, o boneco falava.14.Os alunos entraram na sala de aula e sentaram-se.15.Estou muito cansada, portanto não me incomodes.16.Ora chorava, ora ria.17.Não dera importância ao jogo, mas gostava de ter vencido.18.Prefiro estudar agora para as provas, pois a matéria é muita.19.O mar do Norte rodeava Vig e as espumas varriam os rochedos escuros, mas Hans não temia a

tempestade.20. Hans era feliz, porém, faltava-lhe qualquer coisa, logo ainda não tinha atingido a felicidade total.21.Quando a mulher e a filha se levantaram da mesa, Soren continuou sentado e disse a Hans.22.Hans não queria ser médico, nem advogado nem engenheiro, portanto saiu de casa.23.Ora pensava na vontade do pai ora na sua.24.A tempestade, como uma boa orquestra, afinava os seus instrumentos.25.Hans pensou muito, até que decidiu sair de casa.26.Logo que soube do naufrágio, Soren fica perturbado, pois não contava com ele.27.Como estava infeliz, Hans parte numa aventura.