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OS CONCEITOS DA CONTROLADORIA APLICADOS ÀS MICROEMPRESAS.CONTROLLING CONCEPTS APPLIED TO MICROENTERPRISES.
Joice Kelly Ortega Conrado–[email protected]ós-Graduanda em Gerência Contábil, Financeira e Auditoria – UniSALESIANO
Profª. Me. Rosiane Cristina Sozzo Gouvea – UniSALESIANO – [email protected]
RESUMO
Devido ao grande número de pequenas empresas que nascem a cada dia, e com aumento da competitividade no mercado acirrado, é necessário que as empresas tenham o máximo de desempenho e controle garantindo sua sobrevivência, desenvolvimento e continuidade. O objetivo do presente trabalho consiste em identificar os conceitos da controladoria como ferramenta que auxilia as pequenas e médias empresas na gestão e tomada de decisões. Para isso, determina como objetivos específicos: abordar os conceitos de controladoria e microempresa; apresentar as principais ferramentas utilizadas; descrever sua importância para as microempresas. Será demonstrado um estudo de caso em uma microempresa de varejo; conhecendo os controles internos utilizados e comparando as técnicas e procedimentos utilizados pela microempresa e a relação com os conceitos apresentados. A metodologia utilizada foi: pesquisa descritiva e exploratória, com revisão bibliográfica e abordagem qualitativa. Foram utilizados os métodos de estudo de caso, histórico e observação sistemática, com uso de entrevistas e visitas a empresa.
Palavras-chave: Controladoria. Microempresa. Crescimento.
ABSTRACT
The main objective of this work is to identify the concepts of the parent company that help in the management of microenterprises. For this, determine as specific objectives: to approach the concepts of control and microenterprise; presenting as main tools for vehicles; describe the importance of the company in microenterprises; develop a case study in a retail microenterprise; know the internal controls used and compare what a microenterprise is used in relation to the concepts. A methodology used: descriptive and exploratory research, bibliographic review and qualitative approach. Methods of case study, historical and systematic observation were used, with interviews and visits to the company. In this way, it was concluded that the controller presents some instruments when put into operation, can significantly reflect the permanence of a microenterprise in the market, making favorable the achievement of its goals and objectives.
Keywords: Controllership. Micro enterprise. Growth.
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INTRODUÇÃO
Diante a competitividade existente no mercado, as microempresas enfrentam
maior dificuldade competitiva sendo necessário para seu desenvolvimento e
sobrevivência conhecimento dos gestores e ferramentas eficazes que venham
otimizar os resultados e potencializar o desenvolvimento de pequenas empresas.
A controladoria apresenta ferramenta eficaz na gestão das empresas, e
otimização de resultados, que podem ser aplicadas a todas as empresas,
independente do seu porte, visando à melhoria do controle e dos seus resultados
com grandes benefícios. Tanto as grandes, quanto as médias e pequenas empresas
podem utilizar deste serviço.
Segundo Monteiro e Barbosa (2011), a controladoria apresenta-se como um
instrumento contábil de grande utilidade ao desdobramento empresarial, onde tem
por objetivo o estudo e execução das funções de planejamento, controle, registro e
divulgação dos fenômenos da administração econômica e financeira da empresa.
Porém, como afirma Catelli (2011), a controladoria não substitui a
responsabilidade dos gestores pelos resultados obtidos, mas busca induzi-los ao
aperfeiçoamento do resultado econômico.
De acordo com, Monteiro e Barbosa (2011) metade das empresas analisadas
em sua pesquisa, tem suporte da contabilidade apenas na geração de guias e nas
obrigações tributárias. Apenas 17,5% das empresas recebem informações
gerenciais que as auxiliam na tomada de decisão.
Com isso, ressalta-se a importância da controladoria nas microempresas, com
seus recursos limitados, necessitando gerir tais recursos de maneira adequada, com
o intuito de conseguir o melhor retorno possível e se manter-se no mercado.
Segundo o SEBRAE (2007), as pequenas empresas têm dificuldade para
sobreviver, principalmente, nos dois primeiros anos de vida. Pois, nesse momento,
elas estão se adentrando em um mercado competitivo e que exige, sobretudo dos
gestores, um gerenciamento eficaz para sobreviver frente à concorrência.
Dessa forma, o estudo busca através do método de estudo de caso, conhecer
os controles internos utilizados pela microempresa, analisar a adequação aos
conceitos de controladoria e identificar se há limitações quanto à aplicação desses
conceitos.
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Diante do exposto surgiu a seguinte questão: os instrumentos da
controladoria podem ser implantados para auxiliar a gestão, na otimização de
resultados e desenvolvimento de uma microempresa?
Perante esse questionamento, determina-se a seguinte hipótese: os
instrumentos da controladoria atuam como apoio ao desenvolvimento de uma
microempresa, através de controles internos e ferramentas de planejamento,
execução e controle que disponibilizam informações confiáveis e atualizadas.
Dessa maneira a controladoria possibilita o monitoramento e desempenho da
empresa que concede ao gestor a percepção real e medidas corretivas quando
necessárias para que a empresa obtenha vantagens competitivas e
desenvolvimento. Nesse sentido, surge a necessidade de conhecer os controles
utilizados pela empresa em estudo e quais podem ser implementados.
O presente estudo tem como objetivo principal identificar os conceitos da
controladoria que auxiliam na gestão das microempresas.
Para isso, é necessário abordar os conceitos de controladoria e
microempresa; apresentar as principais ferramentas utilizadas pela controladoria;
descrever a importância da controladoria nas microempresas; desenvolver um
estudo de caso em uma microempresa de varejo, na cidade de Getulina – SP;
conhecer os controles internos utilizados e comparar o que a microempresa utiliza
em relação aos conceitos apresentados.
A pesquisa de campo foi realizada em uma microempresa de varejo, na
cidade de Getulina-SP, no período de julho a setembro de 2017.
O estudo foi feito através de pesquisa descritiva e exploratória, com revisão
bibliográfica e abordagem qualitativa. Foram utilizados os métodos de estudo de
caso, histórico e observação sistemática, com o levantamento de dados através de
entrevistas e visitas a empresa.
1 A CONTROLADORIA E AS SUAS PRINCIPAIS FERRAMENTAS
No momento em que as empresas, inclusive as microempresas, objetivam
atingir condições de competitividade para seus produtos e desenvolver-se no
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mercado, o papel da Controladoria ganha um destaque especial, pois será ela, a
responsável por coordenar esse processo. Na busca pela eficácia organizacional, a
controladoria apresenta-se como um instrumento que fornece informações
estratégicas para o processo decisório.
Beuren (2000) menciona que a atribuição da controladoria é dar suporte
informacional em todas as etapas do processo de gestão, com vistas a assegurar o
conjunto de interesses da empresa, na medida em que mantêm os gestores
informados sobre os eventos passados, o desempenho atual e os possíveis rumos
da empresa.
Peleias (2002) define a Controladoria como uma área da organização à qual é
responsável para guiar decisões sobre eventos, transações e atividades que
possibilitem o adequado suporte ao processo de gestão. Já para Mosimann e Fisch
(1999), a missão da Controladoria é empenhar-se para garantir a execução da
missão e a continuidade da empresa.
Conforme Pereira Junior, Pestana e Franco (1997) a principal função da
Controladoria é estabelecer a direção e a aplicação dos sistemas de:
a) Informação: entender os sistemas contábeis e financeiros da organização;
b) Motivação: está relacionada aos efeitos do sistema de controle sobre o
comportamento das pessoas diretamente envolvidas;
c) Coordenação: tem como objetivo concentrar informações vistas à
aceitação de planos;
d) Avaliação: tendo em vista interpretar fatos, informações e relatórios,
avaliando os resultados;
e) Planejamento: busca estabelecer se os planos são consistentes ou viáveis,
se são aceitos e coordenados e se poderão dar informações para uma
possível avaliação posterior; e
f) Acompanhamento: refere-se à verificação da evolução dos planos
traçados, buscando corrigir falhas ou revisar o planejamento.
Segundo Oliveira, Pereira Junior e Silva (2009), a Controladoria deve dirigir a
coleta e organização de informações e dados importantes para a tomada de
decisão, controlar e monitorar as atividades executadas e desempenhadas pela
empresa, e principalmente ter capacidade de influenciar na tomada de decisão.
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Tendo em vista a relevância da controladoria nas organizações, faz-se
necessário conhecer, de maneira simplificada, algumas das principais ferramentas
que a mesma disponibiliza, para auxílio na gestão empresarial.
1.1 Gestão estratégica de custos
Entre as principais ferramentas disponibilizadas pela controladoria, a gestão
estratégica de custos é uma excelente alternativa a ser utilizada pelas empresas
frente à competitividade no mercado. Já que, segundo Hansen; Mowen (2001, p.
423) a gestão estratégica de custos "é o uso de custos para desenvolver e identificar
estratégias superiores que produzirão uma vantagem competitiva".
Prado (2004) salienta que a finalidade principal da gestão de custos, é
fornecer as informações de que as empresas necessitam para proporcionar valor,
qualidade e oportunidade que os clientes desejam.
Para Padoveze (2007), custos são os gastos, não investimentos, necessários
para fabricar os produtos da empresa. Sendo que o objetivo do empresário é
recuperar os gastos e obter lucro, por esse motivo o custo é de presente nas
organizações. Segundo o autor, os custos se classificam da seguinte forma:
a) Custos Diretos: são aqueles que são identificados para um segmento
particular sob consideração. Podem ser fixos ou variáveis;
b) Custos Indiretos: são aqueles gastos industriais que não podem ser
alocados deforma direta aos produtos, caso já tenham atribuído aos
produtos e serviços, será através de critérios de distribuição ou alocação.
Podem ser fixos ou variáveis;
c) Comportamento dos Custos: é a evolução de como os gastos ocorreram,
em alguma relação com dados físicos de produção, vendas e outros;
d) Custos Fixos: são custos e despesas necessários para manter um nível
mínimo ou a atividade operacional; e
e) Custos Variáveis: são os custos e despesas que variam no nível das
atividades empresariais.
1.2 Formação de preço de venda
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Dentre as diversas ferramentas da Controladoria, para este estudo é
relevante destacar seu papel na Formação de Preço de Venda.
De acordo com Crepaldi (2008) a determinação do preço de venda é muito
importante para a empresa. Se a organização praticar um preço muito alto inibirá a
venda, e se o preço for muito baixo poderá não cobrir os custos e despesas.
Carvalho (2007) destaca que o preço, além de cobrir os custos, as despesas e
sobejar o lucro desejado, deve ser utilizado como melhor opção de estratégia de
venda.
Os resultados favoráveis dependem de um preço de venda adequado.
Qualquer que seja a abordagem de fixação do preço de venda, as empresas devem
analisar o todo para maximizar o lucro.
Por fim, Kotler e Keller (2006, p. 431) enfatizam que “empresas inteligentes
procuram estruturar os preços para indicar o melhor valor possível”. Assim, destaca-
se a importância da controladoria no processo de formação de preços, o qual pode
ser um fator estratégico para garantir o desenvolvimento empresarial.
1.3 Sistema de informação
Frente às mudanças no mundo dos negócios, as empresas se vêem
obrigadas a otimizar os seus sistemas de informações gerenciais. Buscam modelos
que sejam capazes de detectar falhas em seus processos para aperfeiçoar seus
recursos evitando distorções, retrabalhos e perda de competitividade.
De acordo com Oliveira, Pereira Junior e Silva (2009) o sistema de
informações gerenciais nada mais é do que a combinação de um conjunto de dados
sobre alguma tarefa de trabalho.
Os sistemas de informações servem de apoio a empresa, a partir de meios
que permitam que os dados sejam armazenados de forma segura e transformados
em informações úteis. Para a controladoria essa ferramenta é um poderoso aliado,
pois possibilita uma visão analítica da empresa, no momento que se fizer
necessário.
1.4 Controle interno
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O controle interno relaciona-se com as funções de planejamento, organização
e direção. Representa um reflexo de todas as demais funções administrativas,
propiciando a mensuração e a avaliação dos resultados da ação empresarial.
Para Fayol (1981), o controle tem por objetivo apontar as faltas e os erros
com a finalidade de poder repará-los e evitar a sua repetição.
O principal meio de controle que dispõe uma administração é a contabilidade.
Sendo meios de controle interno, todos os registros, livros, fichas, papéis,
formulários, pedidos, notas, faturas, documentos, impressos, ordens internas e
demais instrumentos de organização administrativa, que formam um sistema de
vigilância, fiscalização e verificação. Dessa forma permite o gestor exercer o controle
sobre todos os fatos ocorridos na empresa, relacionados com a organização, o
patrimônio e o funcionamento da empresa.
Com um controle interno eficiente, a gestão torna-se ágil e de fácil
entendimento para os usuários das respectivas informações.
2 A IMPORTÂNCIA DA CONTROLADORIA NAS MICROEMPRESAS
A Controladoria exerce um papel fundamental na gestão empresarial, através
das suas ferramentas que propiciam a visibilidade e controle da organização como
um todo.
Porém, estima-se que a Controladoria é aplicável apenas as grandes
empresas, devido a estrutura e investimento requerida. Dessa forma o presente
estudo, tem como objetivo demonstrar que de forma simplificada, os conceitos da
controladoria podem ser implantados na gestão de uma microempresa, para garantir
um controle mais preciso e assim contribuir em seu desenvolvimento.
A ausência dos registros e controles contábeis adequados, confiáveis e
atualizados é uma das causas da má administração, que inibe a real percepção do
gestor sobre seu negócio e como este vem se desenvolvendo. Ainda o autor
entende que, sem registros e controles financeiros adequados, o gestor não
consegue compreender a empresa e uma queda é quase que inevitável.
Com isso, pode-se dizer que a ausência das ferramentas da controlaria, na
gestão das microempresas, pode estar relacionada com a insuficiência de
conhecimentos dos gestores, a carência de conscientização sobre a importância da
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contabilidade, ou até mesmo por omissão dos contadores, já que são os maiores
responsáveis pelo suporte contábil às empresas.
Desta forma, evidencia que uma microempresa pode aperfeiçoar seus
resultados utilizando ferramentas que supram as suas necessidades, e esta é a
função da Controladoria aplicada às microempresas.
3 CONCEITO DE MICROEMPRESA
Segundo o SEBRAE (2016), a Microempresa (ME) será a sociedade
empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada
e o empresário, devidamente registrados nos órgãos competentes, que aufira em
cada ano calendário, a receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00, e que conta
com no máximo dez funcionários.
As microempresas, diferentes das demais, contam com redução nos valores
cobrados de Imposto de Renda, INSS, ICMS, COFINS, PIS e IPI, que são recolhidos
de forma integrada, através de uma única guia.
Vieira (2007) afirma que as microempresas e empresas de pequeno porte são
as grandes responsáveis pelo desenvolvimento econômico brasileiro, de forma a
contribuir para a promoção de empregos e renda, tornando favoráveis as condições
de vida da população.
4 RESULTADOS DA PESQUISA
Nesta seção foram apresentados os resultados obtidos através da aplicação
do questionário e das visitas realizadas na empresa objeto do estudo.
Foi apresentada também a análise dos dados obtidos. Para melhor análise
dos dados, decidiu-se separá-los em dois grupos distintos. O primeiro aborda
característica e informações a respeito da empresa. O segundo grupo trata dos
fatores inerentes à controladoria dentro da empresa, onde se buscou verificar a
aplicação da mesma em suas rotinas e as sugestões de melhorias, com base nos
conceitos da controladoria, que irão contribuir no desenvolvimento da microempresa.
4.1 Perfil da empresa
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A microempresa em estudo foi fundada em 12/05/2012, com uma razão social
diferente da ativa no momento. Nesse período, a loja tinha uma extensão maior, com
mais variedades de produtos, porém, com o passar dos anos, houve a necessidade
de reduzir o espaço, devido as mudanças no mercado que vieram afetar a empresa.
No mês de maio deste ano, a loja sofreu uma alteração em sua razão social, por
motivo não especificado.
A loja localiza-se na estação rodoviária da cidade de Getulina – São Paulo,
desde o início da sua atividade. Seus principais produtos são: utilidades domésticas
em geral, papelaria e brinquedos. Além dos serviços de cópia, encadernação,
impressão e plastificação. E os seus principais clientes são os moradores da cidade
e das cidades vizinhas, que desde o início são clientes assíduos da loja.
A empresa passou por dificuldades e encontra-se em fase de
desenvolvimento, onde o gestor busca por alternativas que contribua com um
crescimento sólido e maior lucratividade.
4.2 Conceitos da controladoria na Microempresa
As dificuldades em que uma microempresa possui para implantar ferramentas
que venham aprimorar sua desenvoltura são perceptíveis, onde a aplicação de
ferramentas contábeis é mínima e o suporte contábil é praticamente inexistente ou
nulo. No entanto, a empresa encontra-se com período de vida superior a
considerada por estudiosos como de “Alto Risco” que está entre zero a cinco anos,
porém é impossível afirmar a extinção dos riscos e a possibilidade de estabilização.
Através das visitas realizadas na microempresa, do questionário aplicado ao
gestor e análise dos meios de controles utilizados, foram levantadas as seguintes
informações: a microempresa encontra-se em fase de crescimento após um período
de estagnação, onde o gestor tem buscado por alternativas que propiciem um
desenvolvimento sólido. Por essa razão, aceitou que fosse realizado esse estudo em
seu empreendimento com o intuito de obter ajuda, através dos resultados apurados
no estudo.
Observou-se que até o momento, não são utilizadas práticas efetivas de
controle na empresa, no que diz a respeito à gestão de custos, formação correta de
preço de venda e sistema de informação.
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O controle diário das vendas é realizado através de anotações em um
caderno específico, sendo que os montantes em reais são separados em caixas
diferentes, que são encerrados ao final de cada dia. É realizado um controle das
contas a pagar por ordem de vencimento, assim como a quantidade de mercadoria
disponível na loja, que é conferida diariamente, para que se houver a necessidade,
seja realizado o pedido junto ao fornecedor.
Em relação às vendas, são realizadas com recebimentos em dinheiro, cartão
e duplicatas, sendo aplicado controle de maneira que não venha afetar seu capital
de giro. Contudo a organização possui um valor considerável em duplicatas a
receber.
Foi observado ainda, que a empresa não realiza uma gestão dos custos, com
o cuidado de embutir todo custo existente na sua atividade, tanto fixo como variável,
na formação do preço de venda. Como exemplo: não considera os custos com
energia elétrica, água, aluguel, internet, telefone e demais custos no momento de
formar o preço de venda. O orçamento de materiais para estoque e uso, não são
realizados de forma correta, onde devem ser inseridos todos os gastos inerentes a
formação do estoque, porém apenas são realizadas cotações para adquirir
mercadoria a um preço mais acessível.
O preço de venda das mercadorias, ou o valor cobrado na prestação dos
serviços de cópia, encadernação, plastificação e impressão, são de acordo com o
praticado no mercado, considerando a concorrência da cidade, onde é aplicada uma
margem de lucro acima do custo da mercadoria ou serviço.
Esse método é utilizado na grande maioria das micros e pequenas empresas
devido a ausência de controles e gastos para a formação de custo do produto,
contudo não o indicado a realizar, pois, quando a empresa iguala seu preço ao do
mercado, não sabido se a concorrência obteve descontos de matéria-prima ou se os
seu custos são menores formando assim um produto mais “em conta”, se igualado o
preço, a conseqüência será prejuízos que levará a microempresa à uma deficiência
financeira.
O processo indicado para a formação de preço de venda, segundo Longuinho
(2015) é denominada como Markup, ferramenta capaz de elaborar o preço
condizente com a realidade do produto, sendo inseridos todos os custos relativos a
ele e também a margem de lucro desejada. É um método muito utilizado e por se
tratar de uma microempresa é de fácil aplicação.
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O sistema de informação, uma ferramenta significante quanto aos acertos das
decisões realizadas pela gestão, não é utilizado de forma eficiente, onde são
realizados apenas controles básicos, onde a empresa não utiliza um sistema de
gerenciamento específico, apenas uma planilha de fluxo de caixa, para onde são
repassadas as anotações feitas no caderno diariamente.
Figura 1. Planilha de Fluxo de Caixa da empresa.
Fonte: Autora, 2017.
Para a emissão de notas fiscais é utilizado o emissor do governo e site
próprio da prefeitura da cidade de Getulina.
Na empresa, todo o controle e os procedimentos de compra e venda, são
realizados pelo proprietário, sendo o responsável pela negociação de preços e
formação de preço de venda, que devido as exigências do dia-a-dia, não têm
dedicado mais tempo para cuidar do gerenciamento da empresa.
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CONCLUSÃO
Neste trabalho, pôde-se perceber que, apesar de não ser uma prática entre a
grande maioria das micro e pequenas empresas, a implementação da controladoria
é uma ação necessária para que estas organizações consigam responder às
mudanças de maneira rápida, e não corram o risco de fazerem parte do péssimo
cenário prevalecente no Brasil nos dias atuais, em que muitas empresas fecham
suas portas antes mesmo de completarem cinco anos de vida.
Dessa forma, o presente estudo propõe que a microempresa adote os
conceitos da controladoria em suas práticas de gestão, implementando e adaptando
se necessários, para o suprimento de informações e a tomada de decisão. É
importante destacar que o gestor deve-se conscientizar da importância da
controladoria e suas ferramentas, buscando obter conhecimento para aplicação dos
seus conceitos.
Diante dos pontos apresentados é notória a relevância do tema controladoria,
onde apesar de ser pouco utilizada pela classe das pequenas empresas, sua
destreza é essencial. Destacando os pontos principais que devem ser melhorados,
como: a gestão de custos e a formação correta do preço de venda, através de
métodos eficazes, que é a essência do negócio. Além do controle interno, que se for
realizado com a colaboração de um sistema de informação mais eficiente,
considerando a relação entre custo e benefício, irá possibilitar uma certificação
maior das informações geradas.
Portanto, concluí-se que a controladoria apresenta alguns instrumentos que
quando colocados em funcionamento, podem refletir significantemente na
permanência de uma microempresa no mercado, tornando favorável a realização de
suas metas e objetivos. Independente do porte da empresa, a aplicabilidade da
controladoria, mesmo que seja da maneira mais simples, desde que permaneça a
essência dos seus conceitos, pode garantir informações certificadas para a tomada
de decisão, e consequentemente o desenvolvimento sustentável do negócio.
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