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Cap. 27 (8a edição)
Circuitos.
Circuitos elétricos, nos dias de hoje, são elementos básicos de qualquer aparelho elétrico e eletrônico, como rádios, TV, computadores, automóveis, aparelhos científicos, etc. Quando desenhamos um diagrama para um circuito, representamos as baterias, capacitores e resistores por símbolos, como mostra a tabela. Fios cuja resistência é desprezível comparado com as outras resistências do circuito são desenhados como linhas retas.
Trabalho energia e força eletromotriz
para que tenhamos movimentação das cargas elétricas no circuito, devemos realizar trabalho sobre elas. Por isso
definimos a força eletromotriz ( - fem) como sendo:
Geradores:
Gerador ideal: r = 0.
Gerador real:
Cálculo da corrente em um circuito.
Resistores em Série
Quando dois ou mais resistores são conectados em sequência são ditos estarem em série. Neste caso, a corrente i é a mesma que passa por cada um dos resistores.
Vamos assumir que o conjunto de resistores do circuito foram submetido a uma diferença de potencial V e que todas as outras resistência do circuito podem ser ignoradas. De acordo com a lei de Ohm, a diferença de potencial entre os terminais de cada resistor é V1=iR1, V2 =iR2 e V3 =iR3.
Estando os resistores conectados em série a conservação de energia estabelece que voltagem V é a soma das voltagens V1, V2 e V3. Assim,
onde R é a resistência equivalente deste circuito, dada por
Isto significa que quando conectamos várias resistências em série, a resistência equivalente é igual a soma direta das resistência em separado, isto é;
Note que quando mais resistência é introduzida no circuito, menor será a corrente no circuito, supondo que a ddp (V) aplicada, se mantenha constante. Isto é uma consequência da lei de Ohm.
Resistores em Paralelo
Uma outra forma simples de conectar resistores é em paralelo, como mostra no circuito. Neste caso, a corrente i produzida pela fonte é dividida em diferentes correntes ik. Lembrando que a
corrente elétrica é uma consequência do fluxo de carga e que a carga total do circuito se conserva, temos que a corrente i do circuito deve separar-se em diferentes correntes ik , menores, de forma que a soma linear de todas ik é igual a i. Isto é;
Quando os resistores estão em paralelo, cada um experimenta ou estão sob a mesma voltagem V. Então pela lei de Ohm temos que;
Usando as equações anteriores, notamos podemos determinar a resistência equivalente para um circuito em paralelo, de forma análoga ao caso dos resistores em série, isto é;
Isto significa que quando conectamos várias resistências em paralelo, a resistência equivalente R pode ser determinada por;
Regras de Kirchhoff
Estudaremos agora circuitos elétricos mais complexos, como por exemplo, circuitos com mais de uma fonte e resistores em série e paralelo. Para isso inicialmente, definimos dois termos importantes, nó e malha:
- Um nó em uma rede é um ponto onde três (ou mais) condutores são ligados. - Uma malha é qualquer caminho condutor fechado.
Como por exemplo, os pontos b e esão nós, mas a, c, d e f não são, veja Fig.1. As malhas possíveis neste circuito são as trajetórias fechadas definidas pelos pontos: abef, acdf e bcde.
Fig. 1 Circuito com várias malhas e nós
Regra dos Nós: A soma algébrica das correntes que se dirigem para qualquer nó é igual a zero;
Este princípio é conhecido por Primeira Lei de Kirchhoff ou lei dos nós. Ele é uma consequência da conservação da carga total existente no circuito. Isto é uma confirmação de que não há acumulação de cargas nos nós.
Regra das Malhas: A soma algébrica das forças eletromotrizes (fem) em qualquer malha fechada é igual a zero.
a qual é conhecida como Segunda Lei de Kirchhoff ou lei das malhas. Esta lei é uma generalização do princípio da conservação da energia em um circuito fechado.
REGRA DA RESISTÊNCIA: Percorrendo-se um resistor no sentido da corrente, a variação no potencial é - iR; no sentido oposto é + iR. Num análogo gravitacional: andando-se corrente abaixo num riacho, nossa elevação diminui; andando-se corrente acima ela aumenta.
REGRA DA FEM : Percorrendo-se um dispositivo ideal de fem no sentido da seta da fem, a
variação no potencial é ; no sentido oposto é .
Aplicação das Leis de Kirchhoff
Observando o circuito da Fig.1, notamos que existem três correntes (i1, i2, i3) desconhecidas. A caracterização do circuito ficará completa com a determinação das correntes, isto é calcular as suas intensidades e sentidos de percurso em cada malha. Neste caso, é necessário construir três equações independentes, pois se tem três incógnitas (i1, i2, i3).
Fig.1 - Circuito elétrico com duas malhas
A solução deste problema pode ser encontrada usando as leis de conservação de Kirchhoff, como discutido acima. Os passos a seguir descrevem este procedimento;
O referido circuito tem dois nós, os pontos b e e , consequentemente existem duas equações;
Lei dos Nós
i) nó (b)
ii) nó (e)
Notamos que estas duas equações não são independentes, portanto devemos escolher uma delas, ficando as duas outras equações a serem determinadas pela lei das malhas. De um modo geral podemos dizer que o número máximo de equação independente que podem ser construídas a partir desta lei é igual ao numero de nós menos um. Isto é, se existem N nós tem-se N-1 equações linearmente independentes.
Lei das Malhas
Neste circuito têm-se três malhas, são elas; abef, acdf e bcde. Consequentemente podem-se construir três equações. Veremos a seguir que apenas duas delas serão independentes. Uma das equações poderá ser escrita como combinação linear das duas outras. De forma similar ao caso anterior, podemos dizer que se existem M malhas, então existirão M-1 equações linearmente independentes. Veja as equações a seguir;
iii) malha (abef)
iv) malha (bcde)
v) malha (acdf)
A dependência linear das equações acima pode ser facilmente verificada, somando as equações iii) e iv) para obter v).
Finalmente a solução final para as correntes é dada resolvendo o sistema de três equações com três incógnitas. Neste caso, podemos usar as equações (i), (iii) e (iv) para construir o sistema de equações. Este sistema pode ser resolvido por qualquer técnica, todas elas levam à mesma solução para as correntes. Neste caso, a solução é dada pelas seguintes equações;
Circuitos RC
Resistores e capacitores são frequentemente encontrados juntos em circuitos elétricos. O exemplo mais simples desta combinação é mostrado no circuito RC.
Quando a chave S é fechada, imediatamente inicia uma corrente que fluirá através do circuito.
Elétrons fluirão do terminal negativo da fonte através do resistor R e ficará acumulado na placa superior do capacitor C. Consequentemente a mesma quantidade de elétrons fluirá da placa inferior do capacitor deixando-a mais negativa. Neste caso, a carga nas placas do capacitor vai aumentando, em módulo, enquanto houver corrente elétrica no circuito. Este
processo ocorrerá até que diferença de potencial entre as placas do capacitor fique igual a . Isto significa que a corrente elétrica deve diminuir com o tempo.
Fig.1 (a) Circuito RC (b) Evolução temporal da corrente no circuito RC.
Usando a lei de conservação da energia ou simplesmente levando em conta as quedas dos potenciais no circuito, este fenômeno pode ser explicado.
Seja q a carga no capacitor e i a corrente no circuito e um dado instante após a chave ter sido ligada. As diferenças de potenciais entre os terminais do resistor e do capacitor podem ser escritas por;
portanto,
Derivando ambos lados da equação acima em relação ao tempo e levando em conta
que é uma constante, temos que;
Resolvendo esta equação diferencial ou integrando ambos os lados com relação tempo, obtemos que
onde io é a corrente máxima no circuito. Esta equação mostra que a corrente no circuito decresce rapidamente a zero a medida que o tempo cresce.
Substituindo na equação podemos determinar uma expressão a carga no capacitor em função do tempo. Assim,
já que, por definição =Rio e C = Qmax é a carga máxima no capacitor. Assim temos:
A equação mostra que a carga no capacitor cresce rapidamente com o tempo, mas tem um valor limite que é igual a Qmax= C.
Fig. 2- Evolução temporal da carga no capacitor no processo de carregamento
No instante t = RC a corrente decresce de um fator igual a 1/e com relação ao seu valor inicial io. O produto RC é denominado tempo de relaxação do circuito. A meia-vida do circuito, tmv é o tempo gasto para a corrente decrescer até a metade do seu valor inicial ou para o capacitor adquirir a metade de sua carga final. Então para i = io/2, temos que:
tmv = RC ln2 = 0,693 RC
Descarga do capacitor.
Quando a chave S é colocada na posição b, o capacitor descarrega, e, portanto temos: