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Manhã fria... Cobertores quentes... Cama confortável... Fim de semana... Realmente meu pai não poderia ter escolhido um dia melhor para essa viagem. 06:00 AM No meio da minha reflexão matinal sobre o belo dia de sábado, ouço a música de meu despertador, na qual já não aguento mais ouvi-la normalmente sem me irritar. De fato, a teoria “se colocar uma música que eu gosto como toque do despertador, vou odiá-la” é verídica. Tentei preguiçosamente mover meus membros, o que não era nada fácil nesse frio, e por fim resolvi apressar- me, ainda tinha malas para organizar e um caminho inteiro à frente com o destino ao inferno, ou algo bem parecido, às 12hrs. Após meu desjejum e higiene matinal, resolvi que era hora de começar a despedir-me de meu “lar doce lar”. É estranho sentir-me apegado a essa cidade depois de tê-la odiado tanto, talvez eu a culpasse por erros de pessoas ao meu redor, no final, Mokpo não era a culpada. Após organizar todas minhas roupas e objetos que julguei necessários ou especiais, resolvi tomar um banho e, já com as malas, ir ao lugar que mais frequentei durante todos esses anos morando aqui. [Insira nome do bicho da família Lau] Fui caminhando, afinal não era tão longe de minha casa e logo avistei Henry. Ele era um ano mais novo que eu, ou seja, dezessete anos de idade, mas mentalmente talvez ele tenha bem menos, mas com certeza era um bom garoto e talentoso também. Logo ele veio me recepcionar com um sorriso no rosto. Também sorri. – Hae! Pensei que não vinha se despedir de mim – fez um bico totalmente forçado e engraçado, sorri. – Só fiquei com fome e vim ao local que possui comidas maravilhosas e meu café favorito, não se iluda.

Cap1

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Manhã fria...

Cobertores quentes...

Cama confortável...

Fim de semana...

Realmente meu pai não poderia ter escolhido um dia melhor para essa viagem.

06:00 AM

No meio da minha reflexão matinal sobre o belo dia de sábado, ouço a música de meu despertador, na qual já não aguento mais ouvi-la normalmente sem me irritar. De fato, a teoria “se colocar uma música que eu gosto como toque do despertador, vou odiá-la” é verídica. Tentei preguiçosamente mover meus membros, o que não era nada fácil nesse frio, e por fim resolvi apressar-me, ainda tinha malas para organizar e um caminho inteiro à frente com o destino ao inferno, ou algo bem parecido, às 12hrs.

Após meu desjejum e higiene matinal, resolvi que era hora de começar a despedir-me de meu “lar doce lar”. É estranho sentir-me apegado a essa cidade depois de tê-la odiado tanto, talvez eu a culpasse por erros de pessoas ao meu redor, no final, Mokpo não era a culpada. Após organizar todas minhas roupas e objetos que julguei necessários ou especiais, resolvi tomar um banho e, já com as malas, ir ao lugar que mais frequentei durante todos esses anos morando aqui. [Insira nome do bicho da família Lau]

Fui caminhando, afinal não era tão longe de minha casa e logo avistei Henry. Ele era um ano mais novo que eu, ou seja, dezessete anos de idade, mas mentalmente talvez ele tenha bem menos, mas com certeza era um bom garoto e talentoso também. Logo ele veio me recepcionar com um sorriso no rosto. Também sorri.

– Hae! Pensei que não vinha se despedir de mim – fez um bico totalmente forçado e engraçado, sorri.

– Só fiquei com fome e vim ao local que possui comidas maravilhosas e meu café favorito, não se iluda.

– Donghae sendo Donghae, mas estou feliz por você, finalmente vai poder realizar seu sonho. Não se esqueça de mim quando ficar famoso, já imagino diversas notícias com o nome “Lee Donghae” estampado nelas e muitas fotos suas com maquiagens e figurinos espalhafatosos típicos dos ídolos e quem sabe um cabelo azul? Você vai preferir um nome artístico ou-

– Chega Henry! Controle-se, por isso você assusta os clientes com seus falatórios. – logo pude notar o bico fazer-se presente novamente em seus lábios, realmente uma criança, sentirei sua falta.

– Eu sei que você vai morrer de saudades, “hyung”. – falou fazendo o gesto das aspas com os dedos e até me assustei por ele ter falado o que eu pensara antes.

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Era engraçado ver o Henry usando termos da cultura coreana, afinal ele era mestiço e viveu anos no Canadá, foi bem estranho acostumar-me com seus costumes e até mesmo com os assuntos das conversas quando nos conhecemos ou sua mania de misturar inglês quando não sabia como falar tal palavra em coreano, mas estamos aqui hoje e talvez ele seja o mais próximo de “melhor amigo” que eu tenha.

Não o respondi e ele anotou meu pedido, somente o café, afinal eu já havia comido algumas frutas antes de sair e não estava faminto, só queria deliciar-me e aproveitar meu último Caramel Macchiato antes de viajar.

Despedi-me de Henry e toda a família Lau, na qual me apoiara e me tratava como um membro da família. Após várias promessas de não perder o contato com eles, ligar sempre, dar notícias e acima de tudo conseguir realizar meu sonho, consegui partir.

Por ter acordado cedo, acabei dormindo durante o caminho inteiro dentro do trem. Mesmo que isso resultasse em belas broncas vindas de minha tia, que me criara desde recém-nascido, por não atender seus telefonemas e de meu pai. Eu ainda não acredito que estou realmente a caminho de Seoul, não que eu não gostasse da cidade, mas eu teria que morar temporariamente com meu pai e consequentemente com meu amável irmão. Tão amável que foi a razão para eu ter vivido todos esses anos a cuidados de parentes secundários e não de meus próprios pais.

Não é como se eu pudesse ter minha mãe para cuidar de mim, então essa parte não era sua culpa e sim minha. Minha mãe faleceu durante o parto, até hoje sinto-me culpado e como se isso não bastasse, me culpam. Acho que isso durará eternamente, talvez até mesmo minha mãe me culpe por sua morte? Seja lá onde ela esteja agora. Não pude conhecê-la, não possuo nenhuma lembrança sequer da mesma, afinal eu sequer sabia o que havia acontecido com ela e que minha tia não era minha mãe, acabei vivendo muitos anos... enganado. Não que isso seja importante agora, não é como se eu guardasse magoa por isso.

Após algumas horas de sono e sem sonhos, ou talvez eu simplesmente não lembre do que sonhei. Acordei com o aviso de funcionários, finalmente cheguei em Seoul. Senti-me estranho e ao mesmo tempo feliz, afinal essa seria uma maravilhosa oportunidade para obter sucesso em minha carreira, ou pelo menos a carreira na qual eu pensava em seguir. Cantor. Sempre gostei de música e mesmo sabendo que nem sempre pessoas que arriscam nesse ramo fazem sucesso ou sequer debutam, resolvi tentar. Não é como se eu fosse a pessoa mais talentosa de Mokpo, ou que eu possuísse uma voz única em meio a tantas outras que hoje estavam presentes nas músicas que tocavam nas rádios, nos vídeos do YouTube ou que viajam juntamente com seu grupo ou sozinhas para turnês mundiais. Mundiais e não somente as “mundiais” que consideram apenas a Ásia.

Eu não era o mais talentoso, mas estava confiante, eu tinha meu ponto forte: a determinação. Não importa se vão me pedir pra atuar, cantar, tocar, participar de programas de variedade ou qualquer coisa que eu não saiba, mas que posso aprender futuramente, eu farei. Hoje em dia um músico acaba sendo envolvido por todas essas outras e diferentes áreas, e eu queria ser completo assim também. Não que meu foco fosse a fama em si, eu só

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quero ser valorizado e tocar o coração das pessoas ao meu redor com a música, assim como um dia a mesma me tocou e por isso sigo esse caminho.

Como eu esperava, já havia um carro me esperando e como sempre, meu pai ausente. Não acredito que ele me deixará sozinho para enfrentar a fera que possui em casa, preciso de sorte. Entrei no carro e o silêncio fez-se presente, aproveitei o momento para dar notícias a todos que haviam me ligado enquanto eu estava no mundo dos sonhos.

E finalmente, chegamos. Lembro-me dessa mansão e ela não mudou nada. Esqueci-me de citar, mas eu já havia frequentado esse local, após ter passado um longo tempo em Mokpo e meu pai ter tido a maravilhosa ideia de aproximar seus filhos, coisa que não deu nada certo, pois seu querido filho ainda estava em surtos e parecia me odiar ainda mais. Na época tínhamos oito e doze anos, sendo ele o mais velho.

Tentei ajudar o motorista com minhas malas, mas fui proibido pelo mesmo e ele acabou ficando encarregando dessa ação, então resolvi seguir em direção à entrada da minha mais nova, não tão nova assim, casa. Adentrei o local e aparentemente ele estava vazio, o que foi um alívio enorme, não estava com paciência pra aguentar xingamentos e encontro-me cansado demais para discutir. Logo, segui o caminho de “meu” quarto, no qual fui guiado por uma das empregadas, e joguei-me na cama para dormir, adiando o banho e o trabalho que terei para desfazer minhas malas.

Após algumas horas de sono, acordei-me assustado com o barulho de uma música extremamente alta e como eu não conseguiria voltar a dormir, finalmente fui ao banho. Já limpo, com as malas desfeitas e quarto organizado, ouço batidas na porta.

– Donghae, vamos jantar. – reconheci a voz, meu pai em casa? Realmente um milagre.

– Já vou.

Avistei meu pai já sentado na sala de jantar e fui cumprimenta-lo e posicionar-me para comer, mas com a proximidade pude ver um rapaz ao seu lado e tentei me preparar para o que vinha a seguir.

– O que ele tá fazendo aqui?! – meu irmão e sua ótima maneira de dar “boas vindas”.

– Hyukjae, sem brigas. Por favor. – meu pai se pronunciou e eu sentei-me do outro lado, já aguardando os gritos e brigas que viram a seguir, como sempre acontece entre “irmãos” ou apenas desconhecidos que nutrem sentimentos negativos pelo outro.