24
8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 1/24 Cap. 1 - A Contabilidade Social 1.1 Introdução Há várias maneiras de indicar, para efeitos de uma primeira aproximação com o tema, qual é o sentido disso que se convencionou chamar contabilidade socialA mais usual delas é lembrar que a contabilidade social congrega instrumentos de mensuração capazes de aferir o movimento da economia de um pas num determinado perodo de tempo! quanto se produziu, quanto se consumiu, quanto se investiu, quanto se vendeu para o exterior, quanto se comprou do exterior. "ontudo, pode# se, com razão, retrucar! mas por que medir tudo isso sob a forma de contas$ %or que fazer uma &contabilidade'$ (ão é esse um instrumento mais adequado para lidar com a vida econ)mica de uma empresa do que de um pas$ (ão foi para isso que nasceu a*nal a contabilidade$ +  A resposta a essa questão passa inescapavelmente pela prpria histria do pensamento econ)mico, particularmente pela evolução daquilo que os economistas vieram a denominar macroeconomia . "omo indica o prprio nome, a macroeconomia trabalha numa dimensão macroscópica , de modo que suas variáveis são sempre agregados, como o consumo agregado, o investimento agregado, o produto nacional e a renda nacional. "omo se sabe, a ci-ncia econ)mica nasceu, ao *nal do século /000, sob a égide da preocupação com o crescimento econômico e a repartição do produto social. Adam 1mith 2+345#+3678, 4  9avid :icardo 2+334#+;458 5  e  <ohn 1tuart =ill 2+;7>#+;358, ?  os autores mais importantes da chamada escola clássica, debruçaram#se todos sobre tais quest@es de modo que, quando investigavam as leis de funcionamento da economia, era na dimensão agregada de seus resultados que eles estavam interessados.  Além disso, trabalhos como o do franc-s <ean aptiste 1aB 2+3>3#+;548 Cá revelavam a preocupação com os aspectos de simultaneidade, interdepend-ncia e identidade entre determinadas relaç@es econ)micas.  Antes dos economistas clássicos, os *siocratas, D  precursores do estabelecimento de uma ci-ncia espec*ca dos fen)menos econ)micos, haviam demonstrado preocupação semelhante ao tentar articular, num arcabouço lgico coerente, o conCunto das relaç@es econ)micas observáveis 1   A contabilidade e seu sistema de &partidas dobradas' nasceu em +?6? e foi inventada pelo italiano Euca %acciolo. 4  %ensador escoc-s, tido por muitos como o pai fundador da ci-ncia econ)mica, publicou em +33> sua obra mais conhecida, Investigação sobre a Natureza e as causas da Riqueza das  Nações. 3  Autor de Princípios de Economia Política e ributação, publicado em +;+3, este grande homem de negcios ingl-s é considerado o terico mais rigoroso dentre os economistas clássicos. 4  "onciliando 9avid :icardo e <eremB entham 2+3?;#+;548, 1tuart =ill promoveu a Fltima grande tentativa de integrar a teoria do valor#trabalho 2perspectiva terica inaugurada por 1mith e :icardo8 G perspectiva utilitarista 2que, ao *nal do século 0 virá a constituir o referencial *los*co de uma nova perspectiva terica8. %ossui muitas obras clássicas, dentre as quais Princípios de Economia Política, de +;?;. 5  s *siocratas constituam um grupo de reformadores sociais franceses, que exerceu inIu-ncia imediata sobre os assuntos econ)micos e polticos da Jrança durante a segunda metade do século /000. 1ua *gura mais conhecida foi Jrançois KuesnaB 2+>6?#+33?8.

Capítulo 1 revisto - Satanismo

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 1/24

Cap. 1 - A Contabilidade Social

1.1 Introdução

Há várias maneiras de indicar, para efeitos de uma primeiraaproximação com o tema, qual é o sentido disso que se convencionouchamar  contabilidade social.  A mais usual delas é lembrar que acontabilidade social congrega instrumentos de mensuração capazes deaferir o movimento da economia de um pas num determinado perodo detempo! quanto se produziu, quanto se consumiu, quanto se investiu, quantose vendeu para o exterior, quanto se comprou do exterior. "ontudo, pode#se, com razão, retrucar! mas por que medir tudo isso sob a forma decontas$ %or que fazer uma &contabilidade'$ (ão é esse um instrumentomais adequado para lidar com a vida econ)mica de uma empresa do que de

um pas$ (ão foi para isso que nasceu a*nal a contabilidade$+

 A resposta a essa questão passa inescapavelmente pela prpria histriado pensamento econ)mico, particularmente pela evolução daquilo que oseconomistas vieram a denominar macroeconomia. "omo indica o prprionome, a macroeconomia trabalha numa dimensão macroscópica, de modoque suas variáveis são sempre agregados, como o consumo agregado, oinvestimento agregado, o produto nacional e a renda nacional.

"omo se sabe, a ci-ncia econ)mica nasceu, ao *nal do século /000, soba égide da preocupação com o crescimento econômico  e a repartição doproduto social. Adam 1mith 2+345#+3678,4 9avid :icardo 2+334#+;4585  e

 <ohn 1tuart =ill 2+;7>#+;358,?

  os autores mais importantes da chamadaescola clássica, debruçaram#se todos sobre tais quest@es de modo que,quando investigavam as leis de funcionamento da economia, era nadimensão agregada de seus resultados que eles estavam interessados.

 Além disso, trabalhos como o do franc-s <ean aptiste 1aB 2+3>3#+;548 Cárevelavam a preocupação com os aspectos de simultaneidade,interdepend-ncia e identidade entre determinadas relaç@es econ)micas.

 Antes dos economistas clássicos, os *siocratas,D  precursores doestabelecimento de uma ci-ncia espec*ca dos fen)menos econ)micos,haviam demonstrado preocupação semelhante ao tentar articular, numarcabouço lgico coerente, o conCunto das relaç@es econ)micas observáveis

1  A contabilidade e seu sistema de &partidas dobradas' nasceu em +?6? e foi inventada peloitaliano Euca %acciolo.4 %ensador escoc-s, tido por muitos como o pai fundador da ci-ncia econ)mica, publicou em+33> sua obra mais conhecida, Investigação sobre a Natureza e as causas da Riqueza das

 Nações.3 Autor de Princípios de Economia Política e ributação, publicado em +;+3, este grandehomem de negcios ingl-s é considerado o terico mais rigoroso dentre os economistasclássicos.4 "onciliando 9avid :icardo e <eremB entham 2+3?;#+;548, 1tuart =ill promoveu a Fltimagrande tentativa de integrar a teoria do valor#trabalho 2perspectiva terica inaugurada por1mith e :icardo8 G perspectiva utilitarista 2que, ao *nal do século 0 virá a constituir oreferencial *los*co de uma nova perspectiva terica8. %ossui muitas obras clássicas, dentreas quais Princípios de Economia Política, de +;?;.5  s *siocratas constituam um grupo de reformadores sociais franceses, que exerceuinIu-ncia imediata sobre os assuntos econ)micos e polticos da Jrança durante a segundametade do século /000. 1ua *gura mais conhecida foi Jrançois KuesnaB 2+>6?#+33?8.

Page 2: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 2/24

em determinado perodo de tempo. Lles protagonizaram, assim, o primeiroesforço sistemático de entender e medir esse complexo de relaç@es. 1uafragilidade conceitual M imposta pela prpria imaturidade histrica docapitalismo M, porém, impediu que esses estupendos esforços tivessemresultados mais efetivos do ponto de vista da constituição de um sistema

capaz de dar conta do conCunto das transaç@es econ)micas."om a chamada revolução marginalista,> que tem incio no *nal doséculo 0, essa tend-ncia de preocupação com o nvel agregado perdeforça e passa a ser predominante a dimensão microeconômica, ou seCa, ocomportamento dos agentes econ)micos em geral 2consumidores eempresas8. (esse contexto, a preocupação com o nvel agregado sobreviviana idéia do equilíbrio geral, desenvolvida por Een Nalras, e na teoriamonetária neoclássica com sua equação quantitativa da moeda!"  %orém,tanto num quanto noutro caso, essa sobreviv-ncia se dava numa chavedistinta daquela que despertara a atenção dos pais da ci-ncia econ)mica2Adam 1mith e 9avid :icardo8. (o esquema de Nalras, a preocupação com

a dimensão agregada dos fen)menos econ)micos ganhava contornosinteiramente abstratos! o equilbrio geral aparecia tão#somente como umresultado logicamente necessário das premissas assumidas comorepresentativas do comportamento dos agentes econ)micos e carecia assimde concretude. A teoria neoclássica, de seu lado, apesar de comungarprincpios caros aos prprios economistas clássicos, acabava construindoum mundo dividido em dois lados, o real e o monet#rio, que terminava porse afastar da preocupação efetiva com o crescimento da riqueza e a divisãodo produto, para cuCa análise tornam#se fundamentais a exist-ncia de

 variáveis agregadas e a possibilidade de sua mensuração. Além disso, coma consolidação dessa teoria, Cá no incio do século , a ci-ncia econ)mica*ca marcada pela idéia de equilíbrio parcial, por conta da grande

inIu-ncia de Alfred =arshall 2+;?4#+64?8.;

(esses marcos surge em +65>, como crtica G dominOncia dopensamento marginalista, a eoria $eral do Emprego% do &uro e da 'oeda,de <ohn =aBnard PeBnes 2+;;5#+6?>8, e é a que a macroeconomia vaiencontrar seu berço.6

É a partir da Teoria Geral de Keynes que ganham contornosdefinitivos os conceitos fundamentais da contabilidade social, bem

6 (ome pelo qual *cou conhecida a guinada no pensamento econ)mico propiciada pelostrabalhos dos economistas Nilliam 1tanleB <evons 2+;5D#+;;48, "arl =enger 2+;?7#+64+8 e

Eéon Nalras 2+;5?#+6+78.3  (o "aptulo 6 veremos com mais detalhes do que trata essa equação e quais suasimplicaç@es do ponto de vista da interpretação do funcionamento do sistema econ)mico.8 "umpre ressalvar, porém, que o prprio =arshall não esteve alheio G necessidade de seconsiderar agregativamente as relaç@es econ)micas. Qomando a produção como umprocesso de criação de &utilidades' 2ele Cá trabalhava nos marcos do marginalismo8,=arshall, em seus Principles o( Economics, de +647, vai referir#se, por exemplo, G produçãoagregativa dessas utilidades, bem como Gs deduç@es que deveriam ser feitas nesse produtobruto para compensar os efeitos do desgaste do capital. (ão foi por consideraç@es comoessas, porém, que =arshall tornou#se uma refer-ncia para toda uma geração deeconomistas e sim por suas consideraç@es no nvel microecon)mico.9 Atualmente, a macroeconomia, na discussão terica, parece estar fazendo o movimentocontrário Gquele que deu origem a seu surgimento, uma vez que está em busca doschamados microfundamentos das relaç@es macroecon)micas. 0sso, todavia, não afetou, nem

deve afetar, seCa a exist-ncia, seCa o formato geral das contas nacionais, visto que suautilidade concreta, para efeito da aferição do desempenho das economias reais, continuaintacta, seCam quais forem os caminhos trilhados pelas discuss@es tericas.

Page 3: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 3/24

como a existência de identidades no nível macro e a relaço entre osdiferentes agregados!

 Assim, a partir da obra terica de PeBnes, os economistas passaram asaber o que  medir em nvel agregado e  como  faz-#lo. A difcil situaçãoenfrentada pela economia mundial na década de +657, depois do colapsode +646 e da recessão e desemprego dele resultantes, vinha por sua vezdemonstrando por que era cada vez mais importante medir agregadamenteas transaç@es econ)micas. Assim, a revolução keynesiana, como costumaser chamada a intervenção de PeBnes no debate acad-mico, conferiu aoseconomistas a capacidade de veri*car o comportamento e a evolução daeconomia de um pas numa dimensão sist)mica, ou seCa, não s medindoprodução, renda e consumo, mas fazendo isso de modo a perceberexatamente a relação entre esses agregados e a lgica do sistemaecon)mico como um todo.

 A partir dos primeiros esforços para fechar logicamente o sistema de

contas nacionais, a teoria macroecon)mica e a contabilidade socialexperimentaram desenvolvimentos conCuntos, bene*ciando#se mutuamente.

 Além disso, a evolução prática da contabilidade social, rumo G produção deestatsticas sistematizadas sobre variáveis agregadas, foi tornando possvela veri*cação emprica das proposiç@es tericas derivadas damacroeconomia, seCa no que tange a leis fundamentais, seCa no que dizrespeito a modelos espec*cos.

%or raz@es que *carão claras mais G frente, a contabilidadeempresarial, com seu princípio das partidas dobradas  M a umlançamento a débito, deve sempre corresponder um outro de mesmo valora crédito M e com sua exig-ncia de equilíbrio interno M exig-ncia de

igualdade entre o valor do débito e o do crédito em cada uma das contas Me de equilíbrio externo M necessidade de equilbrio entre todas as contasdo sistema M, mostrou#se um instrumento bastante adequado para darconta da tarefa de mensurar sist-mica e logicamente a evolução dosagregados econ)micos.

" princípio das partidas dobradas re#a que, a um lançamento ad$bito, deve sempre corresponder um outro de mesmo valor a cr$dito!" equilíbrio interno refere%se & exigência de igualdade entre o valor dod$bito e o do cr$dito em cada uma das contas, enquanto o externoimplica a necessidade de equilíbrio entre todas as contas do sistema!

Jrente a outros tipos de mensuração sist-mica, como a matriz insumo#produto,+7 o sistema de contas nacionais apresenta ainda a vantagem damaior facilidade de apuração estatstica das variáveis.++

Lscolhida a contabilidade como o instrumento por excel-ncia deaferição macroscpica do movimento econ)mico, tudo se passa, então,como se a economia de todo um pas pudesse ser vista como a de umaFnica grande empresa! os resultados de seu funcionamento durante um

10 A matriz insumo#produto é tratada em maiores detalhes no anexo do captulo 4.++ Atualmente, porém, os sistemas de contas nacionais v-m sendo desenhados de modo a

compatibilizar as informaç@es por eles geradas com aquelas produzidas pelas matrizes deinsumo e produto. =ais G frente, no "aptulo ?, quando estudarmos o formato atual dascontas nacionais no rasil, veremos como se dá concretamente essa Cunção.

Page 4: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 4/24

determinado perodo de tempo M convencionalmente um ano M sãoapresentados pelas contas integrantes do sistema de contas nacionais.

"ontudo, o que se convencionou chamar contabilidade social não sereduz ao sistema de contas nacionais,+4  cuCa apresentação e discussãotericas faremos nos dois captulos que se seguem. utras peças#chave

também integram esse conCunto, por exemplo, o balanço de pagamentos eas contas do sistema monet#rio, que serão vistas nos "aptulos > e ;,respectivamente. %or isso, a analogia da contabilidade social com acontabilidade empresarial deve resumir#se tão#somente G forma   M comocontas, balancetes e lançamentos contábeis. 1ua substOncia e seusobCetivos são inteiramente distintos.

(a medida em que a contabilidade de que estamos falando é social,toda a &trabalheira' estatstica de mensuração dos agregados e de fecha#mento das contas tem de servir para que as autoridades governamentais,aqueles que estão em postos de comando no setor privado e a sociedadecivil como um todo possam ter uma idéia mais clara dos rumos de um pas

e possam, assim, intervir nesses rumos, quando for o caso. 9entro dessa visão também fazem parte da contabilidade social, por exemplo, osindicadores de distribuição de renda, os indicadores de desenvolvimento*umano 209H8 e a comparação desses indicadores entre diferentes pases2assuntos que trataremos no "aptulo +78.

Kuanto G contabilidade nacional propriamente dita, é a partir dos anos+6?7 que se avolumam os esforços para mensurar todos os agregadosnecessários e desenhar logicamente o sistema.+5  (o rasil, as contasnacionais começaram a ser elaboradas em +6?3 pela Jundação RetFlio

 /argas do :io de <aneiro, passando, em +6;>, para o 0RL. (o prximocaptulo apresentaremos um breve histrico sobre o desenvolvimento das

contas nacionais no rasil e, no "aptulo ?, discutiremos o formato queelas atualmente apresentam.

 1.2 Conceitos Básicos: Produto, Renda e espesaA!re!ada e o "lu#o Circular da Renda

1.2.1 Consideraç$es Iniciais

 A partir das consideraç@es sobre os obCetivos da contabilidade social,apresentadas na introdução deste captulo, faremos agora umaapresentação dos conceitos básicos que tornam possvel a estruturação dosistema de contas nacionais como um todo, bem como de cada conta emparticular.

12 (esse uso diferenciado dos adCetivos nacional e social estamos seguindo, entre outros, ogrande economista ingl-s 1ir <ohn HicSs. Lm seu *e +ocial ,rame-or., HicSs utiliza otermo social  quando se refere genericamente aos agregados e a sua mensuração,reservando o adCetivo nacional para o sistema de contas.13 s economistas que se destacaram na tarefa de estruturar o sistema de contas nacionaisforam 1imon Pusnetz e :ichard 1tone, além do sueco LriS Eindahl. "oube a :. 1tone o

desenho &*nal' do sistema, que daria a base para o +/stem o( National 0ccounts, adotadopela (T e que constitui, até hoCe, a refer-ncia básica dos sistemas de contas nacionais de

 vários pases, inclusive do rasil.

Page 5: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 5/24

"omo assinalamos na 1eção +.+, a preocupação com a sistematização ea mensuração das transaç@es econ)micas constitui, de certa forma, partebastante signi*cativa da prpria histria da ci-ncia econ)mica. =edir ain*nidade de transaç@es ocorridas na economia de um pas numdeterminado perodo de tempo sem ter idéia de como se relacionam entresi essas diversas operaç@es é praticamente inviabilizar a mensuração. =asmesmo que, nessas condiç@es, ela fosse possvel, não adiantaria grandecoisa, uma vez que não se saberia como interpretar os resultadosnuméricos obtidos. (esse sentido, como Cá apontamos, é que a teoriaSeBnesiana deu o grande empurrão que faltava para que se desenhasseanaliticamente o sistema de contas nacionais.

 A primeira caracterstica a destacar numa avaliação sist-mica doconCunto de transaç@es realizadas pela economia de um pas é a identidadeque existe entre determinados tipos de operação. (esta seção discutiremosas identidades b#sicas do sistema econômico e como se constitui o que sechama de 1u2o circular da renda.

 Antes disso, porém, é preciso esclarecer um ponto de fundamental

importOncia para a compreensão mais precisa das identidades. Qodossabemos que as transaç@es econ)micas envolvem uma enorme gama debens e serviços de diferentes qualidades, ou seCa, que servem para*nalidades inteiramente distintas e, além disso, num determinado momentodo tempo, podem encontrar#se nos mais variados estágios de produção."omo agregaramos, por exemplo, toneladas de bananas, metros de tecido,toneladas de *os, unidades de camisas, unidades de aparelhos de Q/,unidades de automveis, cabeças de boi, unidades de apartamentos,toneladas de aço, toneladas de fertilizantes, pés de alface, litros de leite,quiloUatts de energia, dFzias de ovos, horas de aula, horas de serviçosmédicos, horas de serviços de segurança, horas de serviços de telefonia e

horas de trabalho de atores de teatro$ A resposta evidente é! avaliando#seisso tudo por meio de uma Fnica unidade de medida M a moeda, ou odinheiro.+?

=as o que é a moeda$ "omo veremos mais adiante, particularmente no Anexo 3.+ 2"aptulo 38, este é um conceito extremamente complexo doponto de vista terico, que provoca diverg-ncias profundas e até hoCeinsolFveis entre economistas *liados a correntes tericas distintas. (oentanto, para nossos propsitos no presente captulo, a Fnica coisa queprecisamos saber é que!

'o sistema econ(mico em que vivemos, tudo pode ser avaliadomonetariamente, de modo que toda a imensa gama de diferentes bense serviços que uma economia $ capa# de produ#ir pode ser transformada em algo de mesma subst)ncia, ou se*a, moeda  oudinheiro!

Qorna#se possvel com isso a agregação e mensuração de toda umain*nidade de diferentes transaç@es e, assim, a obtenção de informaç@escomo a quantidade total, monetariamente avaliada, dos bens e serviçosproduzidos por um pas durante um ano, a magnitude da renda monetária

+? Apesar de correntemente utilizados como sin)nimos, para algumas correntes tericas,como a marxista, os termos din*eiro  e moeda podem signi*car coisas diferentes. (este

livro, excetuada explcita menção em contrário, os dois termos serão usadosindistintamente.

Page 6: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 6/24

disponvel nesse mesmo perodo e assim por diante. =ais importante queisso, esses resultados permitem avaliar a evolução da economia! se, porexemplo, de um perodo a outro, o produto cresceu ou se reduziu e a quetaxa, como a economia está sendo *nanciada etc.

:etomemos então a questão das identidades. Kuando falamos em

identidades, a primeira relação que nos vem G cabeça é! venda 3 compra."omo é evidente, ninguém pode comprar o que quer que seCa M porexemplo, uma camisa por V +7 M, se não houver, do outro lado do balcão,alguém vendendo tal camisa por V +7. Qrata#se de uma troca! o vendedor,que tinha a camisa, *ca com os V +7, mas tem de abrir mão da camisa, e ocomprador, que tinha os V +7, *ca com a camisa, mas tem de abrir mão dosV +7.

 + troca implica, portanto, duas operaçes, que so o inverso umada outra - o comprador troca . /0 por uma camisa e o vendedor trocauma camisa por . /0 -, mas que, do ponto de vista analítico,conformam uma identidade, *1 que uma não pode existir sem a outra!

 Apesar de bastante simples e mesmo intuitiva, é essa idéia básica quepreside a constituição de identidades no plano macroecon)mico, ainda queelas não seCam tão bvias, nem tão visveis. Lssa semelhança, é precisolembrar, não é casual! o sistema capitalista tem na troca o seu mecanismobásico de funcionamento. A troca, portanto, constitui a forma porexcel-ncia de organização da vida material do homem na sociedademoderna. Eogo, torna#se sempre possvel identi*car, por trás de qualquertransação, e de modo imediato, uma troca.

%or exemplo, uma pessoa que aplicou dinheiro abrindo uma caderneta

de poupança, ainda que saia, num primeiro momento, sem nada na mão,trocou, efetivamente, a posse de seu dinheiro pela promessa de um ganhofuturo, promessa essa que, para ela, assume, concretamente, a *gura deum documento. (ada garante que ela receberá de fato tal ganho em funçãode ter aberto mão de sua disponibilidade monetária M por exemplo, obanco em que ela aplicou o dinheiro pode quebrar ou pode haver umamoratria. =as, sem o papel ou o registro eletr)nico garantindo que elatem o direito a esse rendimento futuro, ela simplesmente não entregariaseu dinheiro.

:aciocnios semelhantes podem ser feitos para o caso de pessoas quecompram apartamentos na planta M elas não recebem o apartamento, mas

uma promessa futura de entrega, que assume a forma concreta de umcontrato M e de instituiç@es *nanceiras que adiantam capital de giro ou*nanciam proCetos de empresas do setor produtivo. W essa homogeneidadedas operaç@es M todas elas são trocas M que garante, também, afuncionalidade do método das partidas dobradas e da exig-ncia deequilbrio interno e externo das contas para a avaliação do desempenhoecon)mico de um pas num determinado perodo.

 Assim, tentaremos demonstrar que, da mesma forma que não podeocorrer uma compra sem que veCamos do outro lado uma venda, tambémnão pode haver uma produção que não constitua um disp-ndio e não seCasimultaneamente geração de renda. 1imilarmente, poupança implica

necessariamente investimento, e investimento não pode ser entendido semque o consideremos, em contrapartida, como poupança. W a partir daidentidade produto disp)ndio renda que se deriva o fuxo circular da

Page 7: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 7/24

renda e a melhor forma de analisar e compreender essas identidades, bemcomo esse Iuxo, é por meio de um exemplo.

 Antes dele, no entanto, cumpre esclarecer um Fltimo ponto queprovoca normalmente muitos mal#entendidos quanto ao verdadeirosigni*cado das identidades. (ão é raro que se enxergue, numa identidade,

mais do que ela de fato expressa. Kuando se diz, por exemplo, quepoupança 3 investimento existe uma tentação muito grande de se ler talexpressão como se ela estivesse dizendo a poupança precede oinvestimento, ou sem poupança não *# investimento ou a poupança e2plicao investimento. Qais a*rmaç@es envolvem relações de causa e e(eito  quenão podem ser legitimamente extradas da expressão poupança 3investimentoX ela signi*ca tão#somente a exist-ncia de uma identidadecontábil entre os dois elementos. %or isso, a forma mais adequada paraexpressar as identidades é a utilização do smbolo de identidade 2≡8 em vezdo smbolo de igualdade 2Y8.

Kuanto Gs a*rmaç@es anteriores, o prprio PeBnes discorda de todas

elas. %ara ele, o investimento é que precede a poupançaX a renda adicionalcriada pelo investimento produz a posteriori  a poupança exigida. Eogo,pode haver investimento sem poupança M por exemplo, via criação decrédito+D  M e, por conseguinte, não é a poupança que explica oinvestimento e sim um conCunto de outras variáveis, como a prefer-nciapela liqZidez, a e4ci)ncia marginal do capital e a taxa de Curos.+> (em porisso, contudo, PeBnes deixava de reconhecer a identidade contábilexistente entre poupança e investimento. "oncluindo, temos então que!

2ma identidade cont1bil  +34 no implica nenhuma relaço decausa e efeito da vari1vel A para a vari1vel B ou vice%versa!/5

1.2.2 A identidade produto disp%ndio renda 

 /oltemos então G identidade produto disp-ndio renda e tentemoscompreend-#la por meio de um exemplo. /amos imaginar uma economiahipotética H, em que não exista governo e que não realize transaçãoalguma com o exterior, ou seCa, com outros pases. 0maginemos tambémque, nessa economia, existam apenas quatro setores, cada um deles comuma empresa! o de produção de sementes 2setor +8, o de produção de trigo2setor 48, o de produção de farinha de trigo 2setor 58 e o de produção depão 2setor ?8. "onsideremos então a seguinte situação 2que, para ns, seráa situação +8! ao *nal do ano , contaram#se entre esses setores astransaç@es mostradas no Kuadro +.+.

15  "omo sugere também outro economista extremamente reputado, <oseph 1chumpeter2+;;5#+6D78, que, aliás, confere enorme importOncia a esse tipo de fen)meno na explicaçãodo desenvolvimento.16  (ão é este o lugar adequado para discutirmos, em detalhes, a teoria SeBnesiana,particularmente sua teoria do investimento. Qodavia, no captulo 5, faremos uma exposiçãomuito breve das principais contribuiç@es dessa teoria, visando relacionar a macroeconomiaG contabilidade nacional.17 (o captulo 5 discutiremos em detalhes essa questão e mostraremos como, da teoria

SeBnesiana, surgiram os preceitos básicos da contabilidade nacional, instrumento esse, noentanto, que é constitudo não por igualdades  decorrentes de proposiç@es tericas que

 vinculam efeitos a causas, mas por identidades.

Page 8: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 8/24

&uadro 1.1'ransaç$es ocorridas na (cono)ia * no ano + -

situação 1

 A empresa do setor + produziu sementes no valor de V D77e vendeu#as G empresa do setor 4X

 A empresa do setor 4 produziu trigo no valor de V +.D77 e vendeu#o G empresa do setor 5X

 A empresa do setor 5 produziu farinha de trigo no valor deV 4.+77 e vendeu#a G empresa do setor ?X

 A empresa do setor ? produziu pães no valor de V 4.D47 e vendeu#os aos consumidores *naisX

"omo devemos proceder para descobrir qual foi o produto  dessaeconomia no ano $ A primeira pergunta a que temos de responder é! oque foi que ela produziu nesse perodo$ Lssa resposta não é difcil e estáapresentada no Kuadro +.4.

&uadro 1.2

Produção da (cono)ia * no ano + -situação 1

1ementes no valor de

Qrigo no valor de

Jarinha de trigo no valor de

%ães no valor de

 Valor total da produção

VD77

V+.D77

V4.+77

V4.D47

$66!"

9e acordo com esse cálculo, o produto dessa economia no ano  teriasido uma coleção de bens no valor de V >.>47. "ontudo, se observarmoscom cuidado, ao *nal do ano essa economia não tem a sua disposiçãotodos esses bens simultaneamente, ou seCa, sementes no valor de V D77,mais trigo no valor de V+.D77, mais farinha de trigo no valor de V4.+77 emais  pães no valor deV 4.D47. As sementes foram consumidas na produção do trigo, que, por sua

 vez, foi consumido na produção da farinha, que, por sua vez, foi consumidana produção dos pães. que se tem, portanto, são tão#somente pães no valor de V 4.D47. Qodos os demais bens foram produzidos para serem

Page 9: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 9/24

utilizados, em diferentes estágios da cadeia produtiva M ou seCa, comoinsumos M, na produção dos prprios pães, os quais constituem, no *naldas contas, o produto efetivo de tal economia.

Lssa, portanto, é a primeira distinção importante que temos de fazerpara entender corretamente o que signi*ca o produto de uma economia

num dado perodo de tempo! aquilo que chamamos anteriormente de valor total da produção  denomina#se, mais rigorosamente, de  valor bruto daprodução e indica o valor de tudo que foi produzido, inclusive daquilo quefoi utilizado como insumo na produção de outros bens, ou seCa, inclusive ochamado consumo intermediário, que no nosso caso são as sementes, otrigo e a farinha de trigo. Eogo!

6ara se chegar   ao valor do produto da economia, ou produtoagregado, $ preciso dedu#ir do valor bruto da produção o valor doconsumo intermediário!

 A forma mais fácil e prática de se chegar  ao valor do produto daeconomia é considerar apenas o valor dos bens #nais produzidos, ou, nonosso exemplo, apenas o valor dos pães. =as o que signi*ca bens *nais nocaso espec*co da contabilidade nacional$ 1erá que é apenas a natureza dobem que determina se ele é intermediário ou *nal e, portanto, se o valor desua produção deve ou não fazer parte do produto da economia$ 1erá que,por exemplo, a produção de aço ou celulose, que nunca são vendidosdiretamente a consumidores *nais, Camais integrará, por isso, a lista debens cuCo valor é levado em consideração quando do c)mputo do produtoda economia$ %ara responder a essa pergunta retornemos a nosso

exemplo.1uponhamos que, por uma razão qualquer, a empresa do setor 4 não

 vendeu G empresa do setor 5 a totalidade do trigo que produziu, masapenas uma parte, no valor de V +.777, *cando com uma quantidade detrigo no valor de V D77. 1endo assim, a empresa do setor 5 s p)deproduzir farinha de trigo no valor de V +.?77, quantidade essa que foi

 vendida integralmente ao setor ? para a fabricação de pães. "om essamenor quantidade de farinha, porém, a empresa do setor ? s p)deproduzir e vender aos consumidores *nais pães no valor de V +.>;7. Kuadro +.5 dá o resumo das operaç@es desta que chamaremos situação 4.

&uadro 1.'ransaç$es ocorridas na (cono)ia * no ano + -

situação 2

 A empresa do setor + produziu sementes no valor de V D77e vendeu#as G empresa do setor 4X

 A empresa do setor 4 produziu trigo no valor de V +.D77 e

 vendeu G empresa do setor 5 uma parcela equivalente aV +.777, *cando com uma quantidade de trigo no valor deV D77X

Page 10: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 10/24

 A empresa do setor 5 produziu farinha de trigo no valor deV +.?77 e vendeu#a G empresa do setor ?X

 A empresa do setor ? produziu pães no valor de V +.>;7 e vendeu#os aos consumidores *naisX

Kual será, na situação 4, o valor do produto da economia  H no perodo$ 1e considerarmos que o que determina a classi*cação do bem comointermediário ou *nal é apenas sua natureza, diremos que o valor doproduto dessa economia no perodo em questão é apenas V +.>;7, ou seCa,o valor dos pães. =as essa conclusão não está correta.

Lm tais circunstOncias, ao calcular o valor do produto, não devemosnos esquecer que, além dos pães efetivamente vendidos aos consumidores*nais, a economia produziu, no perodo , também trigo, no valor de V D77,

que ainda não foi consumido e que, com certeza, irá se transformar emfarinha e depois em pão, no perodo [+. (esse caso, portanto, apesar de otrigo não ser um bem *nal e sim um bem intermediário, pois não se vendetrigo in natura  diretamente aos consumidores *nais, o valor de suaprodução tem de ser contabilizado. Assim, o valor do produto dessaeconomia no perodo  será de V 4.+;7 e não de V +.>;7, como G primeira

 vista poderia parecer.

Eogo, não é a natureza do bem que determina, para efeitos dacontabilidade social, se ele é intermediário ou *nal e sim qual sua situaçãono momento em que se está apurando o valor do produto. 1e, nessemomento, o trigo, apesar de ser um bem intermediário por de*nição, tiver

sido produzido, mas não tiver sido ainda consumido na produção de outrobem, para efeitos da contabilidade nacional e do cálculo do valor doproduto ele é considerado como se fosse um bem *nal. Assim!

Todo bem que, por sua nature#a, $ final, deve ter seu valor considerado no c1lculo do valor do produto, mas nem todo bem cu*ovalor entra no c1lculo do produto $ um bem final por nature#a!

Lssa forma de enxergar o produto de uma economia, ou essa ticacomo se costuma dizer, privilegia o disp)ndio  da economia numdeterminado perodo e é conhecida como tica da despesa ou tica do

disp%ndio. W como se estivéssemos fazendo a seguinte pergunta! paraproduzir quais tipos de bens a economia despendeu  seus esforços, suaforça de trabalho, seus recursos, seu capital material$ (o caso de estarmosconsiderando nossa economia  H  na situação 4, essa resposta será! aeconomia H, no perodo , despendeu mão#de#obra e outros recursos naprodução de pães, que alimentaram sua população nesse perodo, e naprodução de trigo, que deverá ser consumido no perodo subseqZente. Tmaoutra forma de dizer a mesma coisa é a*rmar que, por raz@es as mais

 variadas, a economia H, no perodo , demandou a produção de pães no valor de V +.>;7 e a produção de trigo no valor de V D77. "oncluindo,podemos então dizer que!

Page 11: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 11/24

 + ótica da  despesa  ou ótica do dispêndio avalia o produto deuma economia considerando a soma dos valores de todos os bens eserviços produ#idos no período que não foram destruídos 7ouabsorvidos como insumos8 na produço de outros bens e serviços!

(o exemplo da situação 4, os VD77 de farinha ainda não foramabsorvidos como insumos 2s-#lo#ão no futuro8 e os V+.>;7 de pão tambémnão foram absoridos como insumos em produção alguma, mas simconsumidos pelos consumidores *nais.

=as essa não é a Fnica maneira ou a Fnica ótica  por meio da qualpodemos averiguar e mensurar qual foi o produto de uma dada economianum determinado perodo de tempo. Lxistem ainda mais duas formas defazer isso, mais duas óticas. W a consideração conCunta das tr-s ticaspossveis que nos fará perceber a identidade produto ≡  despesa ≡  renda.%assemos então G segunda delas.

 A tica de que agora trataremos pode ser chamada de tica do

produto  propriamente dito e considera aquilo que os economistashouveram por bem denominar valor adicionado. %ara compreendermos oque isso signi*ca, retornemos ao Kuadro +.+ e Gs transaç@es veri*cadas naeconomia H, no perodo , na situação +.

Qentemos investigar agora o que foi que a economia  H  efetivamenteproduziu no perodo , mas não olhando para seu resultado *nal e simfazendo uma investigação unidade produtiva por unidade produtiva, que,em nosso caso, coincide com uma investigação setor por setor , Cá que cadasetor possui apenas uma empresa.

setor + produziu sementes no valor de V D77. "omo, nessa nossaeconomia hipotética, esse setor produziu essas sementes sem a

necessidade prévia de nenhum insumo 2produziu, por assim dizer, &a partirdo nada'8, seu produto é realmente V D77, concretizado nas sementes queesse setor vendeu ao setor 4. L o que foi que o setor 4 produziu, ou, dito deoutra forma, qual foi o produto do setor 4 no perodo $ (ossa primeira emais imediata resposta é! trigo, no valor deV +.D77. Lssa resposta é verdadeira do ponto de vista, digamos assim,&concreto' M de fato, ninguém poderá negar que o setor 4 produziu, noperodo , uma determinada quantidade de trigo avaliada em V +.D77 M,mas ela não é correta do ponto de vista da mensuração do produto.

1e repararmos bem, o setor 4 s p)de produzir trigo no valor de V+.D77 porque tinha sementes, no valor de V D77, que havia comprado do

setor +. Eogo, estão includos no valor produzido pelo setor 4, durante operodo , os V D77 que ele recebeu, sob a forma de sementes, do setor + eque, portanto, não foram por ele produzidos. Assim, o produto que pode edeve ser legitimamente creditado ao setor 4, é apenas V +.777, isto é, adiferença entre o valor de sua produção 2V +.D778 e o valor da produçãoque ele adquiriu do setor + 2V D778. Joi essa, efetivamente, a contribuiçãodo setor 4 para a constituição do produto total da economia H, e não os V+.D77, como somos levados a crer quando olhamos direta e exclusivamentepara a produção do setor.

(a realidade, o setor 4, uma vez de posse dos V D77 sob a forma desementes, utilizou#os como insumos e, depois de um determinado perodo

de tempo, transformou#os em V +.D77, que assumiram a forma de uma dadaquantidade de trigo. Lntão, do ponto de vista da produção considerada em

Page 12: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 12/24

 valor M e não em termos de bens M, o que o setor 4 fez foi adicionar   V+.777 aos V D77 que havia recebido do setor +, operação essa que,concretamente, consistiu na transformação das sementes, no valor de VD77, em trigo, no valor de V +.D77. 1e raciocinarmos da mesma forma emrelação aos setores 5 e ?, teremos os resultados expostos no Kuadro +.?.

&uadro 1.

Produto da (cono)ia * no ano + - situação 1

%roduto 2ou valor adicionado8 do setor +!

%roduto 2ou valor adicionado8 do setor 4!V+.D77 # VD77 Y

%roduto 2ou valor adicionado8 do setor 5!V4.+77 # V+.D77

%roduto 2ou valor adicionado8 do setor ?!V4.D47 # V4.+77

&roduto total ou valor adicionado total

VD77

V+.777

V>77

V?47

$!'!"

leitor atento Cá terá percebido que o valor obtido para o produto totalda economia H, adotando#se a tica do valor adicionado por unidadeprodutiva ou a tica do produto propriamente dito, é id-ntico ao valorobtido para o mesmo agregado adotando#se a tica da despesa ou dodisp-ndio. L isso, claro, não é casual. Qrata#se, em realidade, de enxergar emensurar, por ticas diferentes, o mesmo agregado, ou seCa, o produto daeconomia num dado perodo de tempo.

1e passarmos agora da situação + para a situação 4, na qual a empresado setor 4 vende G empresa do setor 5 não a totalidade do trigo queproduziu M uma quantidade equivalente a V +.D77 M mas apenas a parcelarelativa a V +.777, *ca fácil compreendermos por que, na situação 4, cai oproduto total da economia, relativamente G situação +! tendo recebido dosetor 4 uma quantidade menor de trigo, reduziu#se proporcionalmente o

 valor que a empresa do setor 5 p)de adicionar a esse insumo, por meio desua transformação em farinha de trigoX da mesma maneira, a empresa dosetor ?, ao receber um valor reduzido do setor 5, viu também diminuda, na

mesma proporção, sua capacidade de adicionar valor G farinha de trigo, pormeio de sua transformação em pão. Assim, o produto total, que atinge V4.D47 na situação +, alcança apenas V 4.+;7 na situação 4. "onclui#se entãoque!

6ela ótica do produto, a avaliaço do produto total da economiaconsiste na consideraço do valor efetivamente adicionado  peloprocesso de produço em cada unidade produtiva!

utra forma de dizer a mesma coisa é a*rmar que, para obtermos oproduto de uma dada economia num determinado perodo de tempo

Page 13: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 13/24

precisamos deduzir do valor bruto da produção de cada unidade produtivao valor de seu consumo intermediário, conclusão G qual Cá havamoschegado anteriormente quando discutimos a diferença entre valor daprodução e valor do produto.

 A partir da consideração da tica do produto, torna#se Cá bastante

evidente uma primeira &perna' da identidade que estamos investigando!produto ≡ disp%ndio. Lla signi*ca que, se quisermos avaliar o produto deuma economia, poderemos tanto calcular o valor dos bens *naisproduzidos, quanto, alternativamente, estimar o valor adicionado em cadaunidade produtiva e calcular seu somatrio. s resultados deverão serid-nticos, qualquer que seCa o caminho escolhido.

=as esclarecemos, com isso, apenas parte da identidade. %ara que acompreendamos integralmente, ou seCa, para que compreendamos por queela inclui também a renda, resta considerar a terceira tica ou forma deenxergar o produto da economia, a saber, a tica da renda. W também apartir dela que vamos poder entender a forma de funcionamento do Iuxo

circular da renda, do qual trataremos na prxima seção. %ara começarmos a compreender a identidade produto ≡  renda, a

primeira coisa que temos de lembrar é que a produção do que quer queseCa demanda, além da matéria#prima e de outros insumos, o consumodaquilo que chamamos (atores de produção. Qomemos novamente nossaeconomia H na situação +. %ara que, por exemplo, a empresa do setor 5tenha podido transformar V +.D77 na forma de trigo em V 4.+77 na formade farinha de trigo, ela precisou dispor de máquinas+;  M máquinas debene*ciamento e outros tipos de equipamentos que fazem parte de ummoinho M e de mão#de#obra, ou seCa, horas de trabalho dos operários domoinho.

1em a colaboração desses dois fatores, interagindo com o trigocomprado da empresa do setor 4 e constituindo aquilo que se chama

18 %ara que nosso exemplo *que correto do ponto de vista terico, é preciso considerar asmáquinas como bens não econômicos, ou seCa, que não t-m preço e cuCa oferta é abundante.(ão sendo assim, nossa economia não poderia ser considerada como uma economia queproduz apenas pães 2e seus insumos8, Cá que as máquinas também teriam que serproduzidas e, portanto, teriam que entrar no c)mputo do valor do produto da economia H.

 Além disso, um pequeno valor destinado a contemplar a depreciação das máquinasutilizadas em cada etapa da produção dos pães teria também que aparecer no consumointermediário de cada setor, pois esses bens também são insumos. "omo a intenção aqui éexplicar, da forma mais simples possvel, a identidade econ)mica básica entre produto,

disp-ndio e renda, evitam#se todas essas complicaç@es ao se considerar as máquinas eequipamentos como bens não econ)micos, tornando assim mais cristalino o argumentocentral que se quer demonstrar.

Page 14: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 14/24

processo de produção, a farinha de trigo Camais poderia ter sidoproduzida. mesmo raciocnio pode ser estendido aos demais setores daeconomia.

"onsideremos, pois, sob esse Ongulo, todos os setores conCuntamente. que percebemos$ %ercebemos que, para a produção dos V 4.D47 em

 valor, que tomaram concretamente a forma de pães, foram consumidashoras de trabalho e máquinas de vários tipos, como colheitadeiras,máquinas de bene*ciamento e fornos. %ara efeitos de simpli*cação doraciocnio, vamos, por ora, deixar de lado o fato de que a terra tambémdeveria ser considerada como um fator de produção M sem ela, porexemplo, as sementes não se transformariam em trigo.+6 

"onsideremos, então, que s existam dois fatores de produção, ou seCa,trabalho e um outro a que daremos genericamente o nome de capital Mconcretamente isso envolve, além das máquinas e demais equipamentos,todo o conCunto de elementos que conformam as condiç@es obCetivas semas quais o processo de produção não pode acontecer, por exemplo, a

padaria onde se faz o pão, o imvel no qual está abrigado o moinho e osceleiros onde se estoca o trigo. W entre capital e trabalho, portanto, quedeve ser repartido o produto gerado pela economia, pois foi suaparticipação no processo produtivo que garantiu a obtenção desse produto.

(a sociedade em que vivemos, a forma encontrada para distribuir oproduto gerado pela economia entre os diferentes fatores de produção éatribuir a cada um deles uma remuneração  determinadamonetariamente. \ remuneração do fator trabalho damos o nome desalário e G remuneração do fator capital damos o nome de lucro.

 Assim, num dado perodo de tempo, as remuneraç@es de ambos osfatores, conCuntamente consideradas, devem igualar, em valor, o produto

obtido pela economia nesse mesmo perodo, visto não ser o primeiroelemento M as remuneraç@es M nada mais do que a divisão do segundo Mo produto M entre esses fatores.

 As remuneraç@es pagas constituem o que chamamos de renda. (ão épreciso muito esforço para perceber que, com isso, consuma#se aidentidade produto ≡  renda. :etomemos então nossa economia H, nasituação +, e suponhamos que as remuneraç@es atribudas aos fatorestenham sido as apresentadas na Qabela +.+.

"omo *ca claro, o total das remuneraç@es atribudas aos fatores deprodução da economia H no perodo  é id-ntico, em termos de valor, ao

+6 A terra, de fato, presta uma contribuição muito importante G produção, tão importanteque os *siocratas, por exemplo, acreditavam que s poderia ser considerado trabalho aqueletrabalho despendido na terra 2na agricultura, por exemplo8. (ada mais Custo, portanto, doque considerá#la um fator de produção. A terra, porém, diferentemente das máquinas, dosimveis e da prpria mão#de#obra, oferece seus serviços de modo, digamos assim,&gratuito', uma vez que é dada pela natureza. "ontudo, em nossa sociedade, a terra temsempre um dono, que exige uma renda para permitir sua utilização. A esse tipo de renda sedá o nome de aluguel, que seria então a remuneração do fator de produção terra. (essemomento supusemos aqui, para simpli*car, que as terras são livres, de modo que os fatoresa serem remunerados são apenas dois! trabalho e capital. "aminhando um pouco mais notexto, o leitor poderá notar, contudo, que pouca coisa mudaria em nossa histria se osaluguéis tivessem entrado no rol das remuneraç@es. Qeriam sido gerados o mesmo conCuntode bens, o mesmo produto total e a mesma renda total, ou seCa, teria sido gerada a mesmaidentidade. A diferença seria simplesmente que a renda total gerada seria dividida também

com os donos da terra, de modo que, certamente, seria reduzida a parcela destinada Gremuneração do trabalho ou G remuneração do capital 2ou a ambos8.

Page 15: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 15/24

total do produto obtido pela economia  H  no mesmo perodo. Eogo, oproduto gerado por uma economia num determinado perodo de tempo éigual G renda gerada nesse mesmo perodo. /eCa que, em nosso exemplo, adivisão estabelecida entre salários e lucros 2;7] para os salários, 47] paraos lucros8 é uma dentre in*nitas possveis. A identidade entre produto erenda, contudo, mantém#se, qualquer que seCa essa divisão, ou seCa, ela ésempre verdadeira, independentemente da proporção segundo a qual arenda é dividida entre os dois fatores de produção.

'abela 1.1

Renda da (cono)ia * no ano + -situação 1

)etor 

)alários

*ucros +enda,acional

-salários .lucros/

1etor+

V ?77 V +77

1etor4

V ;77 V 477

1etor5

V ?;7 V +47

1etor?

V 55> V ;?

0otal$

!"16

$ '"2 $!'!"

:epare também que, para cada setor, a soma das remuneraç@es igualaprecisamente o produto, ou seCa, o valor adicionado por esse setor Geconomia. "ontudo, a avaliação e mensuração do produto pela tica darenda não exigem, como acontece com a tica do produto, que seinvestigue unidade produtiva por unidade produtiva M o que, no nossocaso, coincide com a investigação setor por setor. asta apenas quesomemos, no agregado, as remuneraç@es atribudas aos diferentes fatoresde produção, ou seCa, o total dos salários pagos com o total dos lucrosauferidos, como demonstra a Fltima linha da Qabela +.+. %ortanto!

6ela ótica da renda, podemos avaliar o produto  gerado pelaeconomia num determinado período de tempo, considerando omontante total das remunerações  pagas a todos os fatores deprodução nesse período!

"onsideradas as tr-s ticas conCuntamente podemos, então, concluirque!

 + identidade produto ≡ dispêndio ≡ renda  significa que, sequisermos avaliar o produto de uma economia num determinado

período, podemos somar o valor de todos os bens finais  produ#idos7ótica do dispêndio8 ou, alternativamente, somar os valoresadicionados em cada unidade produtiva 7ótica do produto8 ou, ainda,

Page 16: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 16/24

somar as remunerações  pagas a todos os fatores de produção7ótica da renda8!

1.2.3 

1.2. "lu#o Circular da Renda

"omo demonstramos, a identidade produto ≡  disp)ndio ≡  rendaexpressa, de fato, tr-s maneiras diferentes de considerar, num dadoperodo de tempo, os efeitos resultantes de um conCunto de atividades etransaç@es responsáveis pelo aspecto material da vida em sociedade.

%ara compreender melhor o que isso signi*ca, esqueçamos, por ummomento, que existe a coisa chamada dinheiro. 1e colocarmos isso de lado,o que é que enxergamos como resultado *nal de um dado perodo deatividades econ)micas$ Tm determinado conCunto de bens e serviços. L

para que eles servem, com que *nalidade foram produzidos$ Lles foramproduzidos para serem consumidos pela prpria sociedade que os produziue servem, portanto, para garantir a reprodução material dessa sociedade.

"s membros que constituem a sociedade aparecem duas ve#esno *ogo de sua reproduço material e desempenham dois pap$isdistintos9 num determinado momento, so produtores: no outro,surgem como consumidores daquilo que foi produ#ido!

%ara que eles seCam consumidores basta que seCam seres humanos. Wnessa condição que eles vão demandar, por exemplo, alimentos, vestuário e

moradia. L qual a condição para que seCam produtores$ em, paradesempenhar esse papel, precisam dispor de fatores de produção, ou seCa,precisam ser proprietários de (atores. Lxcetuados teoricamente osidosos, as crianças e os doentes, todos são proprietários de fatores, vistoque, no mnimo, cada um tem a força de trabalho como sua propriedade.

;omo produtores, os membros da sociedade se organi#am emcon*untos aos quais se d1 o nome de unidades produtivas  ouempresas: na condiço de consumidores, eles so membros decon*untos de outra nature#a, aos quais denominamos famílias!

"olocadas as coisas nesses termos, diramos que as empresasproduzem para que as famlias possam consumir os bens e serviçosproduzidos. que garante que esses bens e serviços revertam para oconsumo das famlias é o fato de que os consumidores, ou seCa, as famlias,são também os proprietários dos fatores de produção. As famlias &cedem'esses fatores Gs empresas para que eles possam ser utilizados na produçãode bens e serviços e fazem isso Custamente para obter, em troca, a garantiade sua participação na divisão do produto resultante. Lm outras palavras!

 +l$m de desempenhar o papel de consumidores,  as famílias

detêm tamb$m a condiço de proprietárias dos fatores de produção

Page 17: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 17/24

e $ nessa condiço que elas garantem seu acesso aos bens e serviçosprodu#idos pelas empresas!

1e lembrarmo#nos agora das tr-s ticas que dão origem G identidade

produto disp)ndio renda, torna#se fácil perceber que a ótica do produtorefere#se G atividade dos membros da sociedade como produtores, ou seCa,G atividade das unidades produtivas ou empresas M recordemos que a ticado produto é precisamente aquela que exige uma avaliação por unidadeprodutiva. 9e outro lado, a ótica do disp)ndio 2ou do gasto, ou da demanda8refere#se a sua atuação como consumidores, ou seCa, como famlias. (ãoexistindo ainda, por hiptese, o dinheiro, o Iuxo a ser observado nessaeconomia seria apenas um Iuxo de bens e serviços. Tma seqZ-nciapossvel seria!

1 as famlias transferem Gs empresas os fatores de produção de que são

proprietárias 2trabalho e capital material8X! as empresas combinam esses fatores num processo denominado

processo de produção e obt-m, como resultado, um conCunto de bens eserviçosX

3 fechando o Iuxo, as empresas transferem Gs famlias os bens e serviçosproduzidosX

2 as famlias consomem os bens e serviços.

 A Jigura +.+ dá conta desse conCunto muito simples de transaç@es,nessa economia muito simples na qual, não custa repetir, ainda não existe o

dinheiro.

:eparemos que, apesar desses quatro passos, existem, no diagrama,apenas duas linhas M ou dois movimentos! aquele que leva os fatores deprodução das famlias para as empresas e aquele que leva, posteriormente,os bens e serviços das empresas até as famlias. 0sso ocorre porque, defato, s dois daqueles passos, o de nFmero + e o de nFmero 5, constituemefetivamente transaç@es, ou seCa, trocas entre membros da sociedade.

Page 18: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 18/24

passo de nFmero 4, ao contrário, indica a realização de atividades internasGs empresas, ou seCa, trata#se da produção propriamente dita. 9a mesmamaneira, o consumo é uma atividade interna Gs famlias.

L a tica da renda$ %ara que possamos considerá#la é precisoabandonar nossa hiptese simpli*cadora e reintroduzir o dinheiro. "omo se

sabe, na economia em que vivemos, as mercadorias não se trocamdiretamente umas pelas outras. Qodas as transaç@es, ou seCa, todas astrocas são mediadas, ou intermediadas% pelo dinheiro.

 Assim, nosso esquema muito simples de transaç@es, que s carrega deum lado para outro bens e serviços concretos 2horas de trabalho e capitalmaterial, primeiro, bens e serviços *nais, depois8, vai#se complicar umpouco, porque vai#se duplicar! a partir de agora teremos, sempre, comocontrapartida de um Iuxo de bens e serviços concretos, também um fuxomonetário.

9essa maneira, nosso esquema viraria alguma coisa do seguinte tipo!

1 as famlias cedem Gs empresas os fatores de produção de que sãoproprietárias e, em troca, recebem das empresas uma renda, ou seCa,uma remuneração sob a forma de dinheiroX

! as empresas combinam esses fatores num processo denominadoprocesso de produção e obt-m, como resultado, um conCunto de bens eserviçosX

3 com a renda recebida em troca da utilização, na produção, dos fatoresde que são proprietárias, as famlias compram das empresas os bens eserviços por estas produzidosX

2 as famlias consomem os bens e serviços.

 A Jigura +.4 apresenta essas transaç@es utilizando linha cheia para osIuxos de bens e serviços concretos e linha pontilhada para os Iuxosmonetários.

 A Jigura +.4 mostra o movimento dos bens e serviços concretos e omovimento do dinheiro. (o passo +, há um Iuxo de bens e serviços

concretos M os fatores de produção, trabalho e capital material M dasfamlias em direção Gs empresas e um Iuxo monetário das empresas em

Page 19: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 19/24

direção Gs famlias M a renda recebida, sob a forma de salários e lucros. (opasso 5, a situação se inverte! há um Iuxo de bens e serviços concretos Mos bens e serviços *nais produzidos M das empresas em direção Gs famliase um Iuxo monetário das famlias em direção Gs empresas M a rendadespendida. s passos 4 e ?, tal como no esquema anterior, dão conta deatividades desenvolvidas internamente a cada um dos conCuntos Mprodução, pelas empresas, e consumo, pelas famlias M e não constituem,portanto, transaç@es.

 Acreditamos que Cá tenha *cado claro que a ótica da renda consideraos membros da sociedade em sua condição de proprietários de fatores deprodução. "om isso podemos concluir que!

'a sociedade em que vivemos e que $, no aspecto material,inteiramente organi#ada pela troca, a ótica do produto  considera aatividade dos indivíduos como produtores, ou se*a, a atividade dasunidades produtivas ou empresas! <1 a ótica do dispêndio 7ou do

gasto, ou da demanda8 refere%se a sua atuaço como consumidores,ou se*a, como famílias! =inalmente, a ótica da renda  analisa osindivíduos em sua condiço de proprietários de fatores de produção! +s transaçes ocorrem entre famílias e empresas20 e envolvem fluosreciprocamente determinados de bens e serviços concretos, por umlado, e de dinheiro, por outro!

 Assim, além da percepção de que há uma identidade entre produto,disp-ndio e renda, uma outra forma de considerar o conCunto dasatividades e transaç@es efetuadas por uma economia é precisamente notarque o vaivém de bens e serviços concretos e de dinheiro orquestrado pelastrocas conforma um Iuxo a que se dá o nome de fuxo circular da renda.

Qrata#se de Iuxo porque expressa um movimento, ou seCa, um trOnsito, e écircular porque passa sempre, ainda que em momentos diferentes e emcondiç@es diferentes, pelos mesmos pontos. Além disso, a idéia do Iuxocircular está associada exclusivamente ao lado monetário das transaç@es, epor isso o Iuxo é da renda e não da despesa ou do produto. (ão é difcilentender o porqu- disso.

Lm primeiro lugar temos de lembrar que o dinheiro é &aquele algo' demesma substOncia que nos permite somar 2ou, em outras palavras, avaliarconCuntamente8 bananas e laranCas, automveis e cotonetes, computadorese horas de aula, pães e espetáculos de pera.

Lm segundo lugar, se repararmos bem, o que de fato circula é odinheiro! o dinheiro que remunera os fatores de produção é o mesmo quereverte Gs empresas na compra dos bens e serviços *nais. 0sso nãoacontece com os bens e serviços concretos. s fatores de produção Mhoras de trabalho e capital material como máquinas, equipamentos eedi*caç@es M, por exemplo, fazem uma Fnica viagem M das famlias Gsempresas. Kuando retornam, Cá não são mais os mesmos bens e serviços Mfatores de produção M, mas sim bens e serviços *nais, que vão ser

20 (a realidade, as transaç@es também podem ocorrer, e ocorrem muito frequentemente,também entre empresas, como o demonstra, aliás, o conCunto das transaç@es ocorridas noano em nossa hipotética economia H. "omo se recorda, apenas a Fltima dessas transaç@esse dá entre empresas e famlias 2a empresa do setor ?, de um lado, e os consumidores *nais

dos pães, de outro8, sendo, todas as demais, transaç@es que envolvem apenas empresas. Wpara indicar esse tipo de transação que se inseriu, no espaço das empresas da Jigura +.4, opequeno desenho que envolve crculos e Iechas.

Page 20: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 20/24

utilizados pelas famlias para seu sustento e reprodução. 9a mesmamaneira, os bens e serviços *nais não circulamX eles fazem uma Fnica

 viagem! das empresas Gs famlias.

=as por que precisamos dessa idéia de Iuxo circular$ %or que não*camos apenas com as identidades$ em, o que essa idéia nos possibilita é

incorporar, ao mundo imvel das identidades, uma dimensão extremamenteimportante na análise do sistema econ)mico! a de que o processoprodutivo, as trocas e a reprodução material da sociedade como um tododesenrolam#se necessariamente no tempo.

 Assim, a relação que existe entre esses dois modos de enxergar ascoisas M a identidade e o Iuxo M reside no fato de que as diferentes ticaspodem também ser encaradas como diferentes momentos do Iuxo. %orexemplo, se o observamos quando da entrada de recursos monetários nasempresas, provenientes das compras das famlias, estamos utilizando atica do disp-ndioX se, ao contrário, o analisamos no momento daremuneração aos fatores de produção, estamos partindo da tica da renda.

Jinalmente, a tica do produto implica avaliar monetariamente a atividadedas unidades produtivas no momento mesmo da produção.

Lsse Iuxo, porém, é contnuo e ininterrupto, ainda que possa sofrermudanças de intensidade ao longo do tempo. %ortanto, as seqZ-ncias queapresentamos para efeitos de compreensão do movimento e da lgica desseIuxo t-m apenas função heurstica, ou seCa, servem apenas para facilitarnosso entendimento.

(a economia verdadeira e real, o Iuxo nunca começa a partir de umponto determinado, e nunca começa porque de fato nunca para! ele Iuisempre, tal qual o leito de um rio. %ortanto, quando avaliamos o resultadodesse movimento, ou seCa, quando medimos quanto a economia produziu,

despendeu ou consumiu, simplesmente escolhemos arbitrariamente umponto do tempo 2por exemplo, 5+ de dezembro do ano 8 e &paramos'analiticamente esse Iuxo. "onsiderando um outro ponto do tempo anteriora este 2por exemplo, +^ de Caneiro do ano 8 temos então um período detempo 2o ano 8, em relação ao qual podemos efetuar a mensuração.

Kuanto maior for a intensidade do Iuxo no perodo escolhido, maiorestará sendo a produção, a renda e o disp-ndio da economia. Assim, umaumento do 1u2o em relação a um perodo anterior 2por exemplo, o ano #+8 indica crescimento econômico! maior produção, maior emprego, maiorrenda, maior consumo. Tma redução do Iuxo, ao contrário, indicaexatamente a situação oposta. Lvidentemente, do ponto de vista do pas eda sociedade como um todo, é sempre prefervel a primeira G segundasituação.4+

%ara terminar este captulo, apresentamos a seguir o cálculo doproduto da economia brasileira 2%08 no ano de 4773 segundo as tr-s ticasaqui estudadas. (ão nos preocupemos, por enquanto, em entender cadaum dos agregados que a aparecem, tampouco qual é o exato signi*cado dasigla %0. Qrata#se aqui do cálculo efetivamente elaborado 2pela Jundação0RL8 para uma economia real 2a economia brasileira8, num ano real247738.

21 (ão entraremos aqui, porque foge do escopo do presente captulo, nos questionamentos

que podem ser feitos a esta Fltima consideração do ponto de vista da necessidade, que seimp@e de modo cada vez mais forte, de se preservar o meio ambiente e os recursos naturaisdo planeta. (o captulo D estudaremos essa questão.

Page 21: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 21/24

Tma economia real, em primeiro lugar, tem governo 2e, portanto,gastos pFblicos e tributos, dentre outras coisas8. Lm segundo lugar, ela nãoé fechada, ou seCa, apresenta transaç@es com outros pases 2comoexportação e importação, por exemplo8. Lm terceiro lugar, existe toda umagama de elementos intermediários que se interp@em entre as categoriasbásicas até aqui estudadas. Assim, por exemplo, entre o salário e o lucro,ou seCa, entre os trabalhadores assalariados e os donos de empresas,existem as categorias dos pro*ssionais liberais, daqueles que trabalhampor conta prpria, dos aposentados, dentre outras, cuCas remuneraç@es nãose enquadram adequadamente em nenhuma dessas duas categorias básicasde rendimento.

Qodas essas operaç@es e variáveis serão devidamente explicadas nomomento adequado. A intenção, aqui, é apenas ilustrar, com um exemplo, aapuração do produto 2que, para ns, por enquanto, pode ser entendidocomo sin)nimo de %08 de uma economia de verdade, bem como aexist-ncia das tr-s ticas possveis para sua mensuração. 9e qualquerforma, os elementos até aqui apontados são Cá su*cientes para que se

perceba, por detrás dos detalhes, as estruturas básicas de cada uma dessastr-s ticas.

'abela 1.2

Produto da econo)ia brasileira /PIB0 se!undo as tr%s ticas 2334

5tica doproduto

R6)il7$es

5tica doisp%ndio

R6)il7$es

5tica daRenda

R6)il7$es

Valor Bruto daProdução 4.628.740

Consumo Final 2.133.194

Rmunraçãodm!r"ados

1.099.903

#m!ostosso$r!rodutos

374.744Formação Brutad Ca!ital Fi%o 487.761

&%'dnt(!ra'ionalBruto)

1.155.630

*+, -u$sdios a!rodutos *+, 1.258

&%!ortação d$ns sr/iços 355.672

#m!ostosso$r a!rodução

411.629

*+, Consumointrmdirio

*+,

2.340.882

*+, #m!ortaçãod $ns sr/iços

*+,

315.283

*+, -u$sdios !rodução *+, 5.818

PIB 2.881.

PIB 2.881.

PIB 2.881.

Font Fundação #B& -istma d Contas a'ionais

)in'lui Rndimnto isto Bruto *rndimnto d autnomos,.

Resu)o

s principais pontos vistos neste captulo foram!

Page 22: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 22/24

1 W a eoria $eral de PeBnes 2+65>8 que confere contornos de*nitivos aosconceitos fundamentais da contabilidade social, bem como é a partir delaque são reveladas a exist-ncia de identidades no nvel macro e a relaçãoentre os diferentes agregados.

! princípio das partidas dobradas, que conforma logicamente o sistemade contas nacionais, reza que, a um lançamento a débito, deve semprecorresponder um outro de mesmo valor a crédito. equilíbrio internorefere#se G exig-ncia de igualdade entre o valor do débito e o do crédito emcada uma das contas, enquanto o equilíbrio externo implica a necessidadede equilbrio entre todas as contas do sistema.

3 que se convencionou chamar &contabilidade social' não se reduz aosistema de contas nacionais, mas inclui outras peças#chave como o balançode pagamentos, as contas do sistema monetário  e os indicadoressociais, como distribuição de renda e ndice de desenvolvimento humano.

2 (o sistema econ)mico em que vivemos, tudo pode ser avaliado

monetariamente. Assim, a imensa gama de diferentes bens e serviços queuma economia é capaz de produzir pode ser transformada numa coisa demesma substOncia, ou seCa, dinheiro. W isso que torna possvel amensuração dos agregados como o produto nacional e a renda nacional.

' Tma das noç@es fundamentais da contabilidade social é a de identidade2por exemplo, produto ≡  renda ≡ disp-ndio ou poupança ≡  investimento8.=as não se pode esquecer que uma identidade contábil  0 ≡ 5 não implicanenhuma relação de causa e efeito da variável  0 para a variável 5 ou vice# versa.

6 %ara se chegar ao produto agregado da economia é preciso deduzir, do valor bruto da produção, o valor do consumo intermediário.

4 Qodo bem que, por sua natureza, é um bem #nal, deve ter seu valorconsiderado no cálculo do valor do produto, mas nem todo bem cuCo valorentra no cálculo do produto é um bem *nal por natureza.

5  A tica da despesa ou do disp%ndio avalia o produto de uma economiaconsiderando a soma dos valores de todos os bens e serviços produzidos noperodo que não foram destrudos, ou absorvidos como insumos, naprodução de outros bens e serviços.

%ela tica do produto, a avaliação do produto total da economia consistena consideração do valor efetivamente adicionado pelo processo deprodução em cada unidade produtiva.

1" %ela tica da renda, podemos avaliar o produto gerado pela economianum determinado perodo de tempo considerando o montante total dasremuneraç@es pagas a todos os (atores de produção nesse perodo.

11 A identidade produto disp%ndio renda signi*ca que, se quisermosavaliar o produto de uma economia num determinado perodo, podemossomar o valor de todos os bens *nais produzidos M tica do disp-ndio Mou, alternativamente, somar os valores adicionados em cada unidadeprodutiva M tica do produto M ou, ainda, somar as remuneraç@es pagas atodos os fatores de produção M tica da renda.

1! "omo produtores, os membros da sociedade se organizam em conCuntos

aos quais se dá o nome de unidades produtivas ou empresasX na condiçãode consumidores eles são membros de conCuntos de outra natureza, aosquais denominamos (amílias.

Page 23: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 23/24

13 Além de desempenhar o papel de consumidores, as famlias det-mtambém a condição de proprietárias dos fatores de produção e é nessacondição que elas garantem seu acesso aos bens e serviços produzidos.

12 (a sociedade em que vivemos e que é, no aspecto material, inteiramenteorganizada pela troca, a tica do produto considera a atividade dos

indivduos como produtores, ou seCa, a atividade das unidades produtivasou empresas. <á a tica do disp-ndio 2ou do gasto, ou da demanda8 refere#se a sua atuação como consumidores, ou seCa, como famlias. Jinalmente, atica da renda analisa os indivduos em sua condição de proprietários defatores de produção. As transaç@es ocorrem entre famlias e empresas eenvolvem Iuxos reciprocamente determinados de bens e serviçosconcretos, por um lado, e de dinheiro, por outro.

1' fuxo circular da renda deixa bem claro que o que de fato circula é odinheiro! o dinheiro que remunera os fatores de produção é o mesmo quereverte Gs empresas na compra dos bens e serviços *nais. 0sso nãoacontece com os demais bens. s fatores de produção fazem uma Fnica viagem! das famlias Gs empresasX os bens e serviços *nais também fazemuma Fnica viagem! das empresas Gs famlias.

&uest$es para re9isão

1 %or que razão torna#se possvel mensurar e agregar a in*nidade dediferentes bens e serviços que uma economia é capaz de produzir$

! "omo devem ser entendidas as identidades macroecon)micas e qualé a relação que existe entre troca e identidade contábil$

3 Kual é a diferença entre valor bruto da produção e produto$

2 "onsiderando a tica do disp-ndio, como se deve de*nir um bem*nal$

' 9e que forma se avalia o produto agregado da economia quandoutilizamos a tica do produto$

6 %or que a soma das remuneraç@es pagas aos diversos fatores deprodução pode ser um caminho para a avaliação do produto da

economia$ 9e que tica estamos falando$4 %or que o produto, a renda e o disp-ndio agregados conformam uma

identidade$

5  Além de consumidores, em que outra condição as famlias aparecemno Cogo da reprodução material da sociedade$ Kuais asconseqZ-ncias disso$

%or que, numa sociedade organizada materialmente pela troca, arelação entre famlias e empresas produz aquilo que chamamos deIuxo circular da renda$

1" 1e o produto de uma determinada economia cresce, o que acontececom seu Iuxo circular de renda$

Page 24: Capítulo 1 revisto - Satanismo

8/17/2019 Capítulo 1 revisto - Satanismo

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-1-revisto-satanismo 24/24

Reer%ncias

L"PL:=A(, Nilfred.  Introdução 6 0n#lise da Renda Nacional. :io de <aneiro!_ahar Lditores, +636.

J:`L(, :ichard Q. 'acroeconomia. 1ão %aulo! Lditora 1araiva, +666.PL`(L1, <ohn =. A Qeoria Reral do Lmprego, do <uro e do 9inheiro. 1ão %aulo,

 Abril "ultural, "oleção &s Lconomistas', +65>+6;?.

10=(1L(, =ario H. :ubens %enha "Bsne. 'acroeconomia% 4a edição. :io de <aneiro! Jundação RetFlio /argas Lditora, +66>.

;a internet

anco "entral do rasil 2uma das fontes mais completas de informaç@es sobre aeconomia brasileira8! http://www.bcb.gov.br

anco (acional de 9esenvolvimento Lcon)mico e 1ocial M (9L1!http://www.bndes.gov.br

"onfederação (acional da 0ndFstria M "(0 2indicadores mensais da atividadeprodutiva e comercial das empresas e da evolução do mercado de trabalho8!http://www.cni.org.br

9epartamento 0ntersindical de Lstatstica e Lstudos 1cio#Lcon)micos M 90LL1L!http://www.dieese.org.br

Jederação das 0ndFstrias de 1ão %aulo M J0L1%! http://www.fiesp.org.br 

Jundação 0nstituto de %esquisas Lcon)micas M J0%L 2acesso aos 0ndicadores de=ovimentação Lcon)mica no Lstado de 1ão %aulo M 0=L"1%8!http://www.fipe.com/ 

Jundação 1istema Lstadual de Análise de 9ados M Jundação 1LA9L!http://www.seade.gov.br

0nstituto rasileiro de Reogra*a e Lstatstica M 0RL 2o mais completo site  deinformaç@es estatsticas sobre o rasil8! http://www.ibge.gov.br

0nstituto de %esquisa Lcon)mica Aplicada M 0%LA! http://www.ipea.gov.br; www.ipeadata.gov.br 

=inistério do Qrabalho! http://www.mtb.gov.br