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– Tudo bem, vamos ao oeste. – Talion segura a mão de trevor e com sua ajuda sobe na traseira do animal. Por uma longa distancia andaram em direção ao oeste. Seguiram por dentro da floresta por alguma distancia, avistaram cervos, aves e outros animais assustados devido ao ocorrido. Depois de um tempo encontraram uma estrada e assim continuaram a segui-la. – Você faz alguma ideia do que porra aconteceu mais cedo? – Trevor pergunta. – pedras caindo incandescente do céu? Meu pai um dia me disse que meu avô viu com seus próprios olhos algo parecido com isso. Porém era um troll que arremessava as pedras. – Isso é fabula para crianças. Deveria saber que trolls não existem. – Em Kaltera, sim. – Talion defende. – Assim como Odin? Nunca os vi para crer em sua existência. – Não é preciso ver para crer, trevor. No final daquela estrada de chão havia uma entrada. Havia o que antes poderia ser um arco de madeira sinalizando o nome daquele lugar, porém uma dessas bolas de fogo a destruiu. Logo ao entrar pelo portal a estrada levava ao interior daquele lugar. Ela seguia por alguns metros e lá distante podia se ver alguma construção. Ao lado da estrada haviam algumas arvores distribuídas em uma linha de cada lado e separadas por mais ou menos dois passos largos. O resto da paisagem era campos de trigo, cevada e milho. Deve ser uma fazenda aqui, assim como a de meu pai. Eles seguiram a estrada na esperança de encontrar o dono para lhe oferecer serviço. Ultimamente era assim que

Capitulo 1 - Talion Hulfman

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Primeiro capitulo do projeto Diarios de um cruel Fim

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Page 1: Capitulo 1 - Talion Hulfman

– Tudo bem, vamos ao oeste. – Talion segura a mão de trevor e com sua ajuda sobe na traseira do animal.

Por uma longa distancia andaram em direção ao oeste. Seguiram por dentro da floresta por alguma distancia, avistaram cervos, aves e outros animais assustados devido ao ocorrido. Depois de um tempo encontraram uma estrada e assim continuaram a segui-la.

– Você faz alguma ideia do que porra aconteceu mais cedo? – Trevor pergunta.

– pedras caindo incandescente do céu? Meu pai um dia me disse que meu avô viu com seus próprios olhos algo parecido com isso. Porém era um troll que arremessava as pedras.

– Isso é fabula para crianças. Deveria saber que trolls não existem.

– Em Kaltera, sim. – Talion defende.

– Assim como Odin? Nunca os vi para crer em sua existência.

– Não é preciso ver para crer, trevor.

No final daquela estrada de chão havia uma entrada. Havia o que antes poderia ser um arco de madeira sinalizando o nome daquele lugar, porém uma dessas bolas de fogo a destruiu.

Logo ao entrar pelo portal a estrada levava ao interior daquele lugar. Ela seguia por alguns metros e lá distante podia se ver alguma construção. Ao lado da estrada haviam algumas arvores distribuídas em uma linha de cada lado e separadas por mais ou menos dois passos largos. O resto da paisagem era campos de trigo, cevada e milho. Deve ser uma fazenda aqui, assim como a de meu pai.

Eles seguiram a estrada na esperança de encontrar o dono para lhe oferecer serviço. Ultimamente era assim que os dois sobreviviam naquele mundo. Quando não chegavam a um lugar novo logo procuravam estalagens e serviços. Quando a situação apertava, eles assaltavam e logo mudavam para outro lugar. Por sorte nossa o sistema de prisão daqui não é igual de Kaltera, e ninguém lembra do rosto de ninguém, por minha sorte.

Eles chegam até o final da estrada e se deparam com uma grande arvore no meio. Ela era grande e continha vários frutos. Circundando ela, logo ao fundo podia se ver um casarão de madeira de dois andares. A pintura vermelha dele era desbotada, parecia estar abandonado a anos, o que faz talion pensar se aquela placa no inicio havia seido derrubada de fato com essas pedras.

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– Nós vamos ficar aqui? – Pergunta Trevor.

– É o melhor lugar que podemos ficar. Podemos encontrar algo útil aqui dentro.

Enquanto circulavam pelo lado esquerdo, eles reparam que havia um celeiro, pintado com as mesmas cores vermelhas do primeiro. O portão estava trancado. Eles prendem o cavalo em uma coluna que sustentava o segundo andar da casa.

– Alguem ai?! – Talion bate na porta e logo a abre entrando na sala. Era uma sala grande, cheia de moveis de madeira, caros. Pinturas espalhadas pelas paredes, também desbotadas. Mais ao fundo havia o que poderia ser a cozinha e a direita da sala uma escada que dava acesso ao segundo andar. Teias de aranhas dominavam a casa.

Trevor vinha logo atrás, sem nenhum cuidado ele foi entrando e direto procurar coisas de seu interesse. Talion o repreende.

– O que? Essa casa está abandona faz anos. Olha o estado dela.

– Isso é estranho, porque alguém abandonaria uma casa dessa?

– Sei lá, você abandonou a sua – A expressão de trevor era de querer provocar talion, mas não de forma a insultar, foi mais uma brincadeira dele. Porém talion não gostou.

– Sabe porque sai de lá. Espero não precisar lhe lembrar.

– Não será necessário, senhor. Me desculpe. – Trevor não se mostra arrependido.

Talion e trevor eram amigos a algum tempo. Quando betty levou trevor para a fazenda, talion não o viu com bons olhos, porém seus pais o viu com piores.

Comodo por comodo eles exploram a casa. Procuravam algum item de valor além das clássicas moedas. Subiram as escadas e procuraram nos quartos. Só não procuraram na porta embaixo da escada. Parecia que outros saqueadores já haviam tido a mesma ideia, não havia nada.

– O que foi isso?! – Foi a reação de trevor ao ouvir um barulho de algo se mexendo debaixo do casarão.

– Deve haver um porão. Pode ter sido algum rato ou coisa assim.

– Não, ouvi vozes. Vamos dar uma olhada, talvez tenha algo interessante para nós lá.

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Trevor pega uma lamparina coberta e a acende.

– Sua pistola – Trevor pede.

Talion a entrega. Era um modelo atual, presente de seu pai. Ambas eram, porém trevor deixou-a na loja. Sua estrutura era de madeira envernizada vinda desde sua empunhadura. Era como a versão reduzida de um mosquete, porém ainda matinha suas limitações, antes de cada tiro deve ser introduzida a pólvora e o projetil pela boca do cano. Um processo demorado, mas pode salvar a vida de um homem.

– Tome cuidado com essa. É a única que nos resta agora.

Trevor lhe da um olhar de desgosto, mas aceita como brincadeira.

Trevor abre a portinha que havia debaixo da escada. Essa porta dava acesso a outra escada, essa agora que descia para o porão.

Com cautela ambos descem a escada que levava ao nível abaixo da casa. Eles vão com passos leves.

– Olá? Alguém aqui? Não queremos problemas. – Talion dizia com sua voz de cautela.

– A menos que você queira! – Trevor usa a mesma voz, para provocar.

Talion o repreende com um soco leve no braço.

O porão aparentava ser menor que a casa, deveria ser por causa de caixotes de madeira grandes que tinham encostado às paredes. Pode ser que as coisas de valor estejam dentro dessas caixas. Teias de aranhas e poeira tomavam conta do lugar. Não havia nenhum foco de luz, a não ser a lamparina que Trevor segurava.

De repente um barulho surge por de trás das caixas, poderia ser um animal como um rato ou algo do tipo, mas foi possível ouvir um resmungo de uma pessoa por ter feito o barulho.

– Quem tá ai?! – Trevor ergue a pistola em direção do barulho

Com certa relutância um homem franzino sai de seu esconderijo.

– Por favor, senhor, não nos machuque! – O homem se levanta. Estava morrendo de medo, pernas bambas, quase chorando. Ele levanta de vagar de trás das caixas. Ainda atrás da caixa havia alguém.

– Quem está ali atrás ainda! – Trevor lança o feixe de luz em direção das caixas.

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Por de trás das caixas surge uma mulher agachada, tremendo de medo, mas não tanto quanto seu marido. Com ela havia uma criança que aparentava ter oito anos.

– Não os machuque. Nós fugimos, mas foi por minha família. – O homem se desesperava, olhava fixamente com medo para Trevor.

– Se acalme. Nós não vamos fazer mal a vocês, somos amigos. Fugiram de onde? – Talion se coloca a frente de Trevor para evitar qualquer ação dele.

– Estavamos sendo levados para a prisão de Paleton. Quando aquele barulho soou os cavalos perderam a direção e a carruagem capotou, aproveitamos o caos e fugimos. – Ele tinha estatura média, mas era muito magro, tanto que era possível ver seus ossos através da pele. Suas roupas brancas, porém sujas claramente confirmava que ele dizia a verdade, algumas tatuagens deformadas apareciam nele.

– Espera ai?! Tem mais alguém aqui?! – Trevor fica desconfiado.

– Aqui-aqui não. Logo que parou esse fim do mundo eles saíram para buscar comida. – Ele se coloca na frente de sua esposa e filho. Ele ainda estava apavorado, principalmente quando olha para os olhos castanhos escuros vazios de Trevor, eram quase completamente negros. Logo a visão dele desce para o lado direito de seu pescoço e arregala os olhos – Por-por favor, não nos machuque!

Trevor percebe seu medo. Ele estava apavorado e certamente achava que Trevor o fará algum mal. Trevor o olha e logo o homem vira seu olhar amedrontado para o solo. Era o que Trevor mais odiava. Trevor dá um suspiro e avança devagar em direção do homem.

– Porque está com medo? Meu colega aqui não disse que somos amigos? – Trevor vira para Talion com um sorriso, mas logo fecha a cara em rejeição. Assim que Talion vê a cara de Trevor sabia o que aquele olhar significava. O olhar de um maníaco. – Eu valorizo muito a amizade. Qual o seu nome?

– D-d-dan-Daniel.

– D-d-dan-Daniel, você está com medo de mim? – Zomba Trevor, mas logo muda sua expressão. A sua expressão era vazia e fria. Uma expressão de alguém que iria fazer alguma atrocidade. Isso assustou o pobre homem ainda mais. Os olhos vazios de Trevor passaram a vibrar de fúria. Ele odiava a sensação de alguém sentir medo dele, ainda mais devido a circunstancia.

– Trevor! – Talion o adverte e o puxa.

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De repente se ouve lá de cima o som de portas batendo. Os colegas de Daniel haviam chegado. Daniel corre com sua mulher e filho para cima.

– O quê você está fazendo?! Você está maluco?! Tudo que menos precisamos é de briga. O mundo está um caos e pode acontecer de novo. Então, por favor, mantenha a calma! – Talion pede para Trevor.

Trevor ri, porém segurando sua raiva.

– Aquele idiota estava com medo de mim!

– Claro! Nós invadimos a casa dele, seria estranho se ele não estivesse com medo! Ele estava com a mulher e com o filho.

– Você não entendeu, ele estava com medo DE MIM! – Trevor começa a dizer normalmente, mas no final aumenta seu tom de voz, dando mais ênfase. – Aquela coisa imunda não ficou com medo de você, ficou com medo de mim. Ele olhou para isso e se cagou de medo!

Trevor puxa a lateral da gola de sua camisa e mostra o que Daniel havia visto. Uma mancha de sangue que dominava grande parte da lateral de seu pescoço, ela subia pela sua bochecha próximo a sua orelha e quase chegava a seu olho. Talion só via essa parte, mas sabia que ela continuava descendo pela lateral direita do tronco e espalhava pelo seu braço direito. Parecia que ele havia se banhado com um balde de acido. Essa mancha era de um vermelho vivo e era um pouco saltada. Trevor a carregava desde que nasceu.

– Você sabe como as pessoas são preconceituosas, Trevor. – Talion tenta o acalmar – A maioria delas acham que isso é uma maldição e sentem medo. Elas não têm culpa.

Talion sabia dessa doença, A Mancha Sangrenta. Um dos muitos boatos que se espalharam sobre essa doença era que ela era uma maldição dos deuses por aquela pessoa ter laços com demônios. Outros falam que a pessoa marcada com ela é impura e que deve se manter distancia para não se tornar também. Muitos sacerdotes estudaram essa doença, muitos dizem que o sangue dessa pessoa é maldito, mas que pode ser purificado com uma sangria e tratamento com ervas, mas Talion nunca teve ouro suficiente para fazer isso para seu amigo.

– Agora, os companheiros de Daniel devem estar lá nos esperando – Talion se preocupa.

– Relaxa. Os amigos dele devem ser fracos como ele, um sopro eu já quebro seus ossos.

– Você não vai fazer nada! Nós vamos conversar com eles, tentar explicar e vamos embora daqui sem precisar sujar nossas mãos de sangue.

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– Ah que se foda! – Trevor começa a ir em direção a saída.

– Trevor!

Trevor para e vira para trás para responder a seu amigo.

– Relaxa. Vai acabar tudo bem, senhor. Sempre acaba.

Os dois sobem as escadas.

Talion estava nervoso e olhar para Trevor não o acalmava em nada. Trevor mantinha um sorriso sombrio. Subir aquela escada parecia uma eternidade, principalmente por não saber o que encontraria ali.

Eles caminharam até a sala onde estavam os companheiros de Daniel. Trevor desliga a lamparina e a coloca no chão.

Para a surpresa dos dois, os amigos de Daniel eram bem diferentes dele. O porte físico de ambos eram de dois soldados muito bem treinados, porém suas vestes denunciavam suas vidas. O primeiro usava um gibão de pele, enegrecido como o chão, havia muitos sinais de rasgos e manchas de sangue. Ele era tão alto quanto Talion e sua pele tão suja quanto as roupas. Havia pouco dentes na boca e o que existiam estavam podres. Barba escura e grande, tufos misturados com barro e restos de comida e cerveja. Uma bandana tampava a falta de cabelo. Tripulante, pelas vestes, de um navio pirata, já vi muitos quando viajei pra Kaltera, pensa Talion. O segundo vestia uma causa densa e apenas uma camisa com um colete, tão sujas como a roupa do primeiro. Desenhos podiam ser vistos em sua pele negra. Esse não escondia sua careca, porém seu rosto era mais limpo que o primeiro e aparentemente tinha mais dentes na boca do que seu amigo.

Ambos estavam sentados no sofá da sala quando viu Talion e Trevor. Logo eles se levantam.

O olhar deles vão direto para Trevor, claramente porque Daniel o descreveu primeiro. Além dos olhos negros, Trevor tinha os cabelos médios, castanhos e ondulados. Algumas mechas mais escuras e outras mais claras, ele também tinha a barba falhada. Sua pele seria clara, porém não mais devido ao sol. Ele usava botas de couro e calça preta de tecido comum, camisa vermelha surrada e um manto negro de tecido grosso com capuz que sempre andava levantado para esconder sua marcha. Ele tinha aparência de alguém de 25 anos como era sua idade de fato.

As roupas de Talion não eram diferentes, porém estavam em um melhor estado e ele não usava o manto cobrindo o rosto. Ao invés disso sua camisa era azul e usava um colete preto por cima. Vestia também um casaco de pele negro. Seus longos cabelos negros caiam bagunçados em cima do ombro e

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tinha um cavanhaque característico. Ele era ligeiramente mais alto mais claro do que Trevor e tinha 27 anos.

Talion percebeu o clima e pensa rápido tentando desfazer a situação criada por Trevor:

– Tudo bem pessoal? Desculpe o incomodo, achamos que a casa estava vazia. Só estávamos fugindo daquela chuva de meteoro... – Talion começa a se explicar, mas sem segurança. O clima que Trevor deixou estava pesado demais.

– Nosso amigo aqui disse que um de vocês tentou ameaçar ele. – Diz primeiro homem. Ele tinha a voz rouca e forte – Qual de vocês?

Droga, Talion ficou em silêncio. Tentou pensar em sua próxima fala, porém não deu tempo.

– Fui eu. – Trevor dá um passo à frente sem se sentir intimidado, Trevor ficou frente a frente com o homem – Ele estava tremendo de medo feito um viadinho e então eu fui cumprimentá-lo. Isso deve ser muito ameaçador.

Talion dá um suspiro, fodeu.

– Se acha engraçado, é? Eu não tenho paciência para piadas e já lhe adianto que não fui com sua cara! – Ele aponta e pressiona o dedo sobre o peito de Trevor.

– Digo o mesmo de você. Sua cara não é muito agradável. – Trevor tira a mão do primeiro. O clima estava tenso e Trevor não facilitava.

Talion vai à frente e afasta Trevor. O segundo se aproxima.

– Perdoe meu amigo, ele está com nervoso com o que aconteceu – Talion tenta esfriar a situação. – Não queremos confusão, apenas deixe-nos ir e ficaremos longe de seus caminhos.

– E o que ganhamos com isso? – O primeiro pergunta.

– Cicatrizes a menos na sua cara! – Retruca Trevor.

O primeiro se aproxima de Trevor e o pressiona contra a parede derrubando alguns quadros. Talion vai pra cima tentar ajudar, mas segundo segura-o.

– Não vai querer ficar no meio do caminho de Jack quando ele estiver arrebentando seu amigo.

Talion não sabia o que fazer, por um lado ele queria ajudar seu amigo, mas por outro tinha medo de sair com a cara na mesma situação de trevor.

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– Com quem acha que tá falando? Você se acha fodão daqui? Quando eu tava preso eu matei mais de oito frangos como você! – Diz Jack segurando Trevor pelo colarinho.

Trevor ri.

– Você se orgulha disso?! – As palavras saem com dificuldade – Eu matei alguns mais fedidos do que você, estando bêbado, e melhor, não fui capturado.

Trevor dá uma cabeçada em Carlos que se afasta o soltando, seu capuz sai de sua cabeça. Jack vira um soco na direção de Trevor. Ele erra acertando a parede e derrubando alguns quadros no chão.

O segundo solta Talion e segura seu amigo. Talion vai em direção de Trevor e tenta o acalmar.

– Vamo parar com essa porra! Na situação que estamos, brigar não vai adiantar, lá fora já foi derramado muito sangue, não precisamos de mais. – Ele se referia as mortes que aquela chuva de meteoro havia causado.

– Se nos deixar ir, não causaremos mais problemas. – Talion tenta convencer – Nunca mais nos verá.

–Tenho uma ideia melhor. Vocês querem sobreviver tanto quanto nós, daqui pra frente será um caos completo. Vocês tem um cavalo, podemos consertar uma carroça que tem no celeiro e usar pra buscar coisas na cidade mais próxima. Sobrevivemos como um grupo, apesar das diferenças.

Daniel tremia com a proposta de seu amigo.

Esse homem parecia mais sério, mais culto e formal. Quase tanto quanto Talion. Deve ter sido estudado. Sua fala transmitia diplomacia e transmitia confiança para Talion, porém não para trevor.

– Esse cavalo é nosso! Não vamos fazer trato nenhum com vocês, vamos embora e quero saber oque vai nos impedir!

– Isso pode lhe impedir! – Jack mostra de sua cintura um revolver preso a uma bainha.

Trevor se contem, por mais relutante que pareça. O bom senso finalmente invadiu a mente dele.

Talion pensa na possibilidade, mas sabe as consequências. Não vai dar certo, o primeiro encontro não foi nada amistoso, trevor vai se desentender com os dois, eu conheço ele.

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Trevor sempre teve a cabeça fora do lugar desde quando se conheceram. Qualquer pessoa que desentendesse com ele, seja lá por o que for, ele a marcava com um olhar de ódio. Nada fazia ele mudar seu pensamento. Talion perdeu muitas amizades por manter a de trevor, e coisas mais importantes também.

– Ainda acho melhor ficarmos longe, foi um erro termos vindo pra cá. Caminhos diferentes seria melhor.

– Vocês viram como o mundo está lá fora? Se acham que vai continuar como o nosso velho mundo estão enganados. Pessoas piores do que nós estarão soltas. Coisas piores do que nós estarão soltas.

O tom com que o segundo disse isso causou duvida em Talion, e um pouco de medo. O que ele quer dizer?

– Não sei Carlos, aquele ali vai dar trabalho. Acho que deveríamos passar eles.

Antes que Trevor pudesse fazer qualquer coisa, Talion o para.

– Posso fala com meu amigo em particular? Vo tentar convence-lo.

Carlos assenti. Enquanto talion e trevor vão para a cozinha, carlos vira para seu amigo, como se fosse fazer a mesma coisa com ele.

A cozinha fica no fundo da casa, passava um pequeno corredor que dava acesso a escada que eles acabaram de subir. Era uma cozinha como todas as outras, lareira, lousas e mais quadros. Parecia que aquela casa havia sido abandonada intacta.

Trevor não estava nada calmo, talion podia ver nele. A cada respiração, uma bufada forte. Ele batia em sua perna, inquieto de raiva.

– Olha, nem fodendo que vo ficar aqui! – Diz ele bufando.

– Trevor, não seja imbecil! Não temos escolha, e outra, como poderemos sobreviver sozinhos? Um grupo seria útil, não sabemos o que podemos achar lá fora.

– Eu sei como sobreviver e viver com essas pessoa que nos atacou não é uma opção! Eu não fui com a cara deles e é claro que eles não foram com a nossa. Devem estar armando alguma coisa, possivelmente nos matar quando estivermos dormindo!

– Eles TE atacaram! Porque você provocou eles!

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– Não to entendendo. Agora a culpa é minha?! Talion, não seja burro! Você não entende a cabeça desse tipo de pessoa, acha que tudo é simples igual nas cidades.

– E você entende, não é? – Ele não queria ter dito isso, quando disse foi tarde demais. O olhar de raiva de trevor pra ele o fez acreditar nisso.

– Sim, Talion! Eu entendo como criminosos são! – Ele abaixa seu capuz e espoe a grande mancha de sangue de seu rosto – Eu nasci assim, eu nasci pra ser criminoso. Criminosos não pensam, criminosos fazem!

– Trevor, não quis dizer isso!

– Você sabe que isso não vai dar certo, quando eles descobrirem da minha marca, eles vao fazer a mesma coisa que todos tentam fazer. E sabe o que acontece depois.

– Esconda isso! Não to falando para ficarmos aqui para sempre, mas pelo menos só até as coisas se estabilizarem. Depois damos um jeito de fugirmos daqui.

– E se eles tiverem com história e quiser nos passar? – Pergunta Trevor.

– Eles querem tanto quanto nós sobreviver, Trevor. Vamos ficar aqui até a poeira abaixar, depois arrumamos alguma forma de sair daqui, tudo bem? – Talion tenta argumentar.

Trevor fica com cara de reprovação. Depois de muita discução, trevor não se vê em melhor alternativa.

– Tudo bem Patrãozinho. Eu vou ficar, mas se esses desgraçados fizerem merda eu não vou me responsabilizar.

– Ok, Trevor. – Responde Talion, afinal.

Ambos voltam para a sala onde os três criminosos e a mulher e filho de Daniel estavam.

– Tudo bem, nós aceitamos a oferta de vocês. – Talion diz agora tranquilo.

– Finalmente – Carlos diz com um sorriso – Levarei vocês ao celeiro onde ficarão.

Talion se tranqüiliza finalmente.

Carlos os guia para o celeiro.

O celeiro tinha tudo para ser um bom lugar para se abrigar, exceto por uma daquelas pedras bem no meio dele. Quando caiu fez um grande buraco

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no teto do celeiro. Ela ainda emanava calor. Apesar disso, parecia com um celeiro normal. Já estava anoitecendo.

– Vocês ficam aqui, só não tentem arrumar problema com jack. O gênio dele não é fácil de lidar. Se quebrar alguma regra, eu quebro o braço de vocês. – Diz Jack – Ahh, outra coisa. Não quero vocês bisbilhotando e nem entrando na casa sem permissão. – Responde Jack e finalmente vai para a casa.

...

– Eu não acredito que você me fez aceitar esse acordo! Isso foi estupidez! – Reclama Trevor.

– Estupidez é você tentar enfrentar aqueles dois, você ia apanhar sozinho. O que você tinha na cabeça?

– Meu orgulho! – Diz Trevor – Estaríamos mil vezes melhor se tivéssemos ido embora.

– Olha só, essa conversa não vai a lugar nenhum. – Diz Talion – Já é de noite, vá dormir. Eu vou ficar acordado, para assegurar que eles não mudem de idéia e venha nos matar enquanto dormimos.

– Que se foda. – Responde Trevor.

E assim Trevor foi para um canto caiu no sono. Talion ficou virado em direção da porta do celeiro. Enquanto ele olhava para a lua ele se preocupava com uma pessoa e questionava se ela estava bem.