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Capítulo 10 - Busca de informações sobre produtos químicos na Internet INTRODUÇÃO ALGUNS CONCEITOS & DEFINIÇÕES BÁSICAS FONTES DE INFORMAÇÕES & BASES DE DADOS COMO BUSCAR AS INFORMAÇÕES O QUE É IMPORTANTE. DADOS RELEVANTES COMENTÁRIOS FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Capítulo 10 - Associação Nacional de Medicina do …€¦ · A figura 10.1 apresenta o “website” do Chemical Abstracts Service ... amianto, tetracloreto de ... FISPQ – Fichas

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Capítulo 10 - Busca de informações sobre produtos químicos na Internet

INTRODUÇÃO

ALGUNS CONCEITOS & DEFINIÇÕES BÁSICAS

FONTES DE INFORMAÇÕES & BASES DE DADOS

COMO BUSCAR AS INFORMAÇÕES

O QUE É IMPORTANTE. DADOS RELEVANTES

COMENTÁRIOS FINAIS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

INTRODUÇÃO

Os produtos químicos estão presentes na vida das pessoas, direta ou indiretamente e são

essenciais para a produção de alimentos, medicamentos e para o estilo de vida das pessoas.

Está presente o potencial de exposição de trabalhadores a esses produtos químicos e ter

informações adequadas sobre as propriedades perigosas e medidas de controle desses produtos

químicos disponíveis ao longo de seu ciclo de vida permite que a produção, transporte, uso e

disposição sejam gerenciados adequadamente, como forma de proteger a saúde humana e o meio

ambiente.

Chemical Abstracts Service (CAS) é uma divisão da Sociedade Americana de Química

(American Chemical Society) que produz os Chemical Abstracts contendo informações sobre os

agentes químicos. É a única organização no mundo cujo objetivo é localizar, coletar e organizar

toda a informação sobre agentes químicos divulgados publicamente. Os Chemical Abstracts são

publicados desde 1907. A CAS mantém também o registro CAS, uma base de dados de agentes

químicos. Cada agente químico desta base de dados recebe um número CAS único e estes

números são muitas vezes utilizados para descrever de maneira única os agentes químicos.

A figura 10.1 apresenta o “website” do Chemical Abstracts Service (CAS) de onde pode ser

visto em destaque um contador de agentes químicos adicionados à base de dados.

Figura 10.1. Website do Chemical Abstracts Service (CAS)

Uma equipe de cientistas continuamente adiciona informações sobre agentes químicos

divulgados no mundo para o CAS REGISTRYSM, considerado como padrão ouro para obter

informações sobre agentes químicos. Pode ser visto que estamos próximos a 70 milhões de

agentes químicos (acesso em 14/11/2012).

As informações sobre produtos químicos estão dispersas em várias fontes de dados e a internet se

constitui em uma excelente fonte, contudo, há que se ter muito cuidado sobre a origem de tais

dados.

Muito recentemente foi disponibilizada pelo American Chemical Society a base de dados on-line

gratuita da CAS (Chemical Abstratcs Service - Serviço de Resumos de Produtos Químicos da

Sociedade Americana de Química) e direcionada ao público em geral através do endereço

http://www.commonchemistry.org/.

A base ainda não possui todas as substâncias químicas com número de registro, mas já é bastante

útil. No resultado da pesquisa aparece o nome indexado no Chemical Abstracts (CA Index Name

– não necessariamente é um dos nomes recomendados pela União Internacional de Química –

IUPAC), sinônimos (nomes sistemáticos, triviais, genéricos e comerciais patenteados), fórmula

química e fórmula estrutural.

A base de dados contém aproximadamente 7.800 agentes químicos de interesse geral e

generalizado, bem como todos os 118 elementos da tabela periódica. Com exceção de alguns

elementos, todos os outros agentes químicos nesta base foram considerados de grande interesse

por ter sido citado 1.000 ou mais vezes em bancos de dados do CAS.

O presente capítulo se inicia com a descrição de conceitos básicos aplicados, especialmente em

toxicologia e que serão extremamente úteis não só no seguimento desse capítulo como para as

pesquisas que certamente ocorrerão após o entendimento sobre como e o que pesquisar.

Em seguida serão descritas as fontes de informações dispostas em bases de dados organizados, a

maioria deles de acesso gratuito e de fontes acreditadas.

Conhecendo as fontes dos dados e suas bases organizadas, será necessário aprender como buscar

as informações importantes e relevantes de forma prática e rápida.

ALGUNS CONCEITOS & DEFINIÇÕES BÁSICAS

Os conceitos descritos a seguir foram extraídos da publicação “Manual para interpretação de

informações sobre substâncias químicas”.

Substância química. Substância química é qualquer material com uma composição bem

definida que não se consegue separar por qualquer método mecânico ou físico e que mantém as

mesmas características físicas e químicas em qualquer amostra obtida. Pode ser simples ou

composta (BUSCHINELLI, J. T. E KATO, M., 2011).

Substância química simples. É formada por somente um elemento químico. Por exemplo: o

hélio (He) é formado por um só átomo deste elemento; o hidrogênio, formado por dois átomos

desse elemento ligados (H-H, e escreve-se H2); o cloro (Cl), formado também pela ligação de

dois átomos e o enxofre, formado por oito átomos (S8) (BUSCHINELLI, J. T. E KATO, M.,

2011).

Substância química composta. É formada por mais de um elemento, como a água, que tem

molécula formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio (H2O), o sal de cozinha, que

é formado por cloro e sódio (NaCl), o clorofórmio (CHCl3), que é formado por um átomo de

carbono, três de cloro e um de hidrogênio, e o benzeno, formado por seis átomos de carbono e

seis de hidrogênio (C6H6) (BUSCHINELLI, J. T. E KATO, M., 2011).

Dose letal 50 (DL50). É a dose média que levou à morte metade (50%) da população de animais

de laboratório submetida à administração daquela dose. A administração pode ser por diferentes

vias: oral, intravenosa ou outras (intraperitoneal, subcutânea, dérmica). Os dados obtidos são

extrapolados com reservas para os seres humanos, mas podem dar uma ideia do perigo imediato

de uma substância química. Os resultados são apresentados em miligramas ou gramas por

quilograma de peso (mg/kg, ou mg kg -1, ou g/kg, ou g kg-1) e variam de acordo com a espécie,

a idade, o sexo do animal e a via de introdução (BUSCHINELLI, J. T. E KATO, M., 2011).

Concentração letal 50 (CL50). Tem o mesmo conceito do DL50, mas é definido para a

concentração média da substância no ar ambiente inalada por animais de laboratório, variando de

acordo com a espécie animal e o tempo de exposição. É semelhante à exposição ocupacional no

que diz respeito à via de introdução no organismo, pois se refere à contaminação do ar inalado.

Os resultados são apresentados em miligramas por litro de ar (mg/L) ou ainda em partes por

milhão (ppm) para contaminantes na forma de vapor de gás e miligramas por metro cúbico

(mg/m3) (BUSCHINELLI, J. T. E KATO, M., 2011).

IPVS ou IDLH. IPVS significa Imediatamente Perigoso para Vida ou Saúde, tradução de IDLH

(Immediately Dangerous to Life or Health). É o parâmetro para toxicidade aguda mais

importante em saúde ocupacional. Em meados da década de 1970, a Occupational Safety and

Health Administration (OSHA) e o NIOSH (The National Institute for Occupational

Safety and Health) dos Estados Unidos estabeleceram o valor IPVS ou IDLH para muitas

substâncias. É a concentração da substância no ar ambiente a partir da qual há risco evidente de

morte, ou de causar efeito(s) permanente(s) à saúde, ou de impedir um trabalhador de abandonar

uma área contaminada. A OSHA exige que, para o trabalhador estar em um ambiente com

concentração do agente químico superior ou igual ao IPVS, ele deve estar protegido com

respiradores com reserva de ar ou ar mandado. A preocupação principal é com substâncias

corrosivas, asfixiantes ou com efeitos agudos sobre o sistema nervoso central. Este parâmetro é

derivado de dados obtidos com animais de laboratório e acidentes ocorridos com trabalhadores

expostos, quando disponíveis, e é expresso em ppm ou mg/m3 (BUSCHINELLI, J. T. E KATO,

M., 2011).

Efeitos agudos ou por exposição de curto prazo (Acute effects or effects of short-term

exposure). Efeitos agudos são aqueles que se desenvolvem rapidamente devido a exposições de

menos de 24 horas de duração, em geral com elevadas doses/concentrações do agente químico.

Para fins de estudos laboratoriais com inalação, esse tempo é definido como de até 4 horas. Esses

efeitos podem ser locais, ou seja, nos locais de contato da substância, como pele ou olhos, por

exemplo, ou sistêmicos, ou seja, com efeitos em órgãos internos em função da absorção da

substância. Uma exposição de curto prazo a concentrações mais altas de um agente tóxico pode

ser causadora de efeitos agudos com ou sem sequelas (BUSCHINELLI, J. T. E KATO, M.,

2011).

Efeitos crônicos ou por exposição de longo prazo (Chronic effects or effects of long-term

exposure). Os efeitos crônicos são geralmente persistentes e causados por exposições repetidas a

baixas doses ou concentrações por longos períodos, de meses a anos. Esses efeitos tóxicos

podem ocorrer em órgãos e sistemas que são alvos daquela substância em particular, como

fígado, rins, sistema nervoso, pulmão etc., razão pela qual as substâncias são classificadas como

hepatotóxicas, nefrotóxicas, neurotóxicas etc. (BUSCHINELLI, J. T. E KATO, M., 2011).

Órgãos alvo (End point). É o termo usado com frequência para designar o sítio ou local do

organismo que interage com o agente tóxico e apresenta a resposta biológica correspondente.

Pode ser referido como uma molécula (DNA, proteína, etc.), um receptor ou um órgão (fígado,

rim, cérebro, etc.).

NOEL (No Observed Effect Level). Nível de dose a que não se verifica qualquer efeito.

NOAEL (No Observed Adverse Effect Level). Nível em que ainda não se observa o efeito

adverso. LOEL (Lowest Observed Effect Level). Nível mais baixo ao qual se verifica a

existência de um efeito. LOAEL (Lowest Observed Adverse Effect Level). A mais baixa dose a

que se verifica a ocorrência do efeito adverso (TOXICOLOGIA, 2009).

O gráfico 10.1 apresenta os conceitos NOEL, LOEL, NOAEL e LOAEL.

Gráfico 10.1. Representação dos conceitos NOEL, LOEL. NOAEL e LOAEL

Carcinogenicidade. A carcinogênese induzida por substâncias químicas, apesar dos mecanismos

não serem totalmente conhecidos, desenvolve-se segundo um processo complexo, em que as

características genéticas têm elevada importância em alguns tipos de cancro e que envolve vários

acontecimentos sequenciais:

Ativação: processo de biotransformação originando substâncias intermediárias capazes

de induzir mutagênese;

Iniciação: mutação dos genes envolvidos no crescimento celular e na diferenciação (ex.:

cloreto de vinila, cádmio, benzopireno);

Promoção: estímulo da expansão clonal das células sujeitas à mutação em colônias, isto

é, os agentes químicos podem estimular o desenvolvimento de células pré-cancerosas

(ex.: amianto, tetracloreto de carbono, benzopireno);

Progressão: ocorrência de mutações adicionais que favoreçam o crescimento e a

diferenciação das células. (TOXICOLOGIA, 2009)

Classificação de carcinogenicidade da IARC (International Agengy for Research on Cancer)

(IARC, 2012)

Grupo 1. Carcinogênico para humanos

Grupo 2A. Provavelmente carcinogênico para humanos

Grupo2B. Possivelmente carcinogênico para humanos

Grupo 3. Não classificável em relação à carcinogenicidade para humanos

Grupo 4. Provavelmente não carcinogênico para humanos

Embriotoxicidade. Potencial que uma determinada substância química tem para induzir efeitos

adversos no embrião no primeiro trimestre da gravidez (entre a concepção e o estado fetal)

(TOXICOLOGIA, 2009).

Fetotoxicidade. Potencial que uma determinada substância química tem para induzir efeitos

adversos no feto (TOXICOLOGIA, 2009).

Teratogenicidade. Potencial que uma determinada substância química tem para produzir

malformações estruturais ou defeitos num embrião ou num feto (TOXICOLOGIA, 2009).

FONTES DE INFORMAÇÕES & BASES DE DADOS

Fontes de informações

Existem diversas fontes de dados disponibilizadas nas quais podem ser encontradas informações

sobre a toxicidade de substâncias químicas. Aqui foram selecionadas três fontes básicas:

(1) MSDS - Material Safety Data Sheet (Ficha de Dados de Segurança)

(2) GHS - Globally Harmonized System of Classification and Labelling of Chemicals

(Sistema Globalmente Harmonizado para Classificação e Rotulagem de Produtos

Químicos)

(3) FISPQ – Fichas de Informação de Segurança de Produtos Químicos

MSDS - Material Safety Data Sheet (Ficha de Dados de Segurança)

São parecidas com as FISPQs brasileiras, mas cada país tem suas próprias normas e, assim, são

muito heterogêneas, não só em relação aos itens que as compõem, mas também quanto às

definições dos perigos. Existem FISPQ e MSDS tanto para produtos comerciais de

responsabilidade dos produtores/fornecedores, quanto para substâncias puras.

GHS - Globally Harmonized System of Classification and Labelling of Chemicals (Sistema

Globalmente Harmonizado para Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos)

(ABIQUIM/DETEC, 2005)

Trata-se de uma abordagem lógica e abrangente para:

Definição dos perigos dos produtos químicos;

Criação de processos de classificação que usem os dados disponíveis sobre os produtos

químicos que são comparados a critérios de perigo já definidos, e;

A comunicação da informação de perigo em rótulos e FISPQ (Fichas de Informação de

Segurança para Produtos Químicos).

Muitos países, órgãos e agências reguladoras já têm sistemas implantados para cumprir todos ou

alguns dos objetivos estabelecidos pelo GHS. Esses sistemas, no entanto, nem sempre são

compatíveis, o que obriga as empresas a manter vários esquemas para atender as exigências de

diferentes agências reguladoras nos EUA (CPSC - Consumer Product Safety Commission, DOT -

Department of Transportation, EPA - Environmental Protection Agency, OSHA - Occupational

Safety and Health Administration, etc.) e dos países para os quais exportam.

O GHS não é uma regulamentação. As instruções apresentadas fornecem um mecanismo para

atender à exigência básica de qualquer sistema de comunicação de perigos, que é decidir se o

produto químico fabricado ou fornecido é perigoso e preparar um rótulo e/ou uma FISPQ

apropriada. O documento do GHS, também conhecido como “Purple Book”, é composto por

requisitos técnicos de classificação e de comunicação de perigos, com informações explicativas

sobre como aplicar o sistema.

O documento GHS integra o trabalho técnico de três organizações: OIT (Organização

Internacional do Trabalho), OECD (Organisation for Economic Co-operation and Development)

e UNCETDG (United Nations Committee of Experts on the Transport of Dangerous Goods),

com informações explicativas. Ele fornece blocos para construção ou módulos de implantação

para os órgãos reguladores desenvolverem ou modificarem programas nacionais existentes que

garantam o uso seguro de produtos químicos ao longo de todo seu ciclo de vida.

FISPQ – Fichas de Informação de Segurança de Produtos Químicos (ABNT NBR 14725,

2009)

A FISPQ é parte integrante da Norma ABNT NBR 14725 elaborada sob o título geral “Produtos

químicos – Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente” no Comitê Brasileiro de

Química (ABNT/CB-10), pela Comissão de Estudo de Informações sobre Segurança, Saúde e

Meio Ambiente Relacionados a Produtos Químicos (CE-10:101.05) e está composta da seguinte

forma:

Parte 1: Terminologia;

Parte 2: Sistema de classificação de perigo;

Parte 3: Rotulagem;

Parte 4: Ficha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ).

A parte 1 da ABNT NBR 14725 define os termos empregados no sistema de classificação de

perigo de produtos químicos, na rotulagem de produtos químicos perigosos e na ficha de

informações de segurança de produtos químicos (FISPQ) e podem ser consultados na ABNT

NBR 14725-1:2009 disponível gratuitamente na internet e facilmente localizada através do

mecanismo de busca Google.

A parte 2 da ABNT NBR 14725 estabelece critérios para o sistema de classificação de perigos de

produtos químicos, sejam eles substâncias ou misturas, de modo a fornecer ao usuário

informações relativas à segurança, à saúde humana e ao meio ambiente e se aplica a todos os

produtos químicos (substâncias químicas puras e suas misturas).

A elaboração desta parte da ABNT NBR 14725 foi embasada nas seguintes premissas básicas do

GHS:

A necessidade de fornecer informações sobre produtos químicos perigosos relativas à

segurança, à saúde e ao meio ambiente;

O direito do público-alvo de conhecer e de identificar os produtos químicos perigosos

que utilizam e os perigos que eles oferecem;

A utilização de um sistema simples de identificação, de fácil entendimento e aplicação,

nos diferentes locais onde os produtos químicos perigosos são utilizados;

Necessidade de compatibilização deste sistema com o critério de classificação para todos

os perigos previstos pelo GHS;

A necessidade de facilitar acordos internacionais e de proteger o segredo industrial e as

informações confidenciais;

A capacitação e o treinamento dos trabalhadores, e;

A educação e a conscientização dos consumidores.

A parte 3 da ABNT NBR 14725 estabelece critérios para a inclusão das informações de

segurança no rótulo de produto químico perigoso (de acordo com o sistema de classificação),

devendo ser observados os demais requisitos legais aplicáveis à rotulagem de cada tipo de

produto.

A parte 4 da ABNT NBR 14725 apresenta informações para a elaboração de uma ficha de

informações de segurança de produto químico (FISPQ) e define especificamente:

O modelo geral de apresentação da FISPQ;

As 16 seções obrigatórias;

A numeração e sequência das seções;

As informações a serem preenchidas na FISPQ e as condições de sua aplicabilidade ou

utilização.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou, em 03/08/2012, a norma ABNT

NBR 14725:2012-Parte 4 Ficha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ) que

revisa a versão de 2009 da mesma Parte 4 desta norma.

A nova versão da Norma (2012) traz modificações em alguns títulos-padrão e subtítulos das 16

Seções da FISPQ, seguindo o modelo proposto pelo Purple Book, 4ª. revisão, ONU (2011). As

novas regras deverão entrar em vigor no dia 03/02/2013 para substâncias e 01/06/2015 para

misturas.

Segundo consta na própria norma, a mesma deve ser adotada conforme cronograma:

Para substâncias, as FISPQ podem ser elaboradas de acordo com a edição anterior desta

Norma (ABNT NBR 14725:2009) ou devem ser elaboradas com esta edição antes de

03/02/2013. A partir de 03/02/2013, as FISPQ devem estar de acordo apenas com a nova

edição (ABNT NBR 14725-4:2012).

Para misturas, as FISPQ podem estar de acordo com as edições anteriores desta norma

(ABNT NBR 14725:2005 ou ABNT NBR 14725:2009) ou devem ser elaboradas de

acordo com esta edição até 31/05/2015. A partir de 01/06/2015, as FISPQ devem estar de

acordo apenas com a nova edição (ABNT NBR 14725-4:2012). As alterações estão

incorporadas no texto apresentado a seguir.

Uma FISPQ deve fornecer as informações sobre o produto químico nas seções abaixo, cujos

títulos, numeração e sequência não podem ser alterados:

1. Identificação. Esta seção deve informar o nome do produto (nome comercial) conforme

utilizado no rótulo de produto químico, o código interno de identificação do produto utilizado

pela empresa (quando existente), bem como o nome da empresa, o endereço e o número de

telefone de contato de uma das unidades da empresa. O telefone para emergências utilizado pela

empresa deve ser dado. O número de fax e o e-mail da empresa também podem ser dados.

2. Identificação de perigos. Esta seção deve apresentar clara e brevemente os perigos mais

importantes e efeitos do produto (efeitos adversos à saúde humana, efeitos ambientais, perigos

físicos e químicos) e, quando apropriado, perigos específicos. Principais sintomas também

podem ser informados. A classificação do produto químico e o sistema de classificação utilizado

devem ser informados. A classificação do produto deve ser feita de acordo com a ABNT NBR

14725-2. Uma visão geral de emergências também pode ser fornecida.

3. Composição e informações sobre os ingredientes. Esta seção deve informar se o produto

químico é uma substância ou uma mistura. No caso de uma substância, o nome químico ou

comum deve ser informado. Pelo menos um sinônimo, se houver, e o número de registro no

Chemical Abstract Service (CAS) devem ser fornecidos. Impurezas que contribuam para o

perigo também devem ser indicadas, acompanhadas do número de registro CAS. No caso de uma

mistura, a natureza química do produto deve ser informada. Não é necessário informar a

composição completa.

4. Medidas de primeiros-socorros. Esta seção deve apresentar clara e brevemente os perigos

mais importantes e efeitos adversos à saúde humana e as medidas de primeiros-socorros a serem

tomadas e indicar quais as ações devem ser evitadas. A informação deve ser simples e

compreensível, tanto para a vítima quanto para pessoa que está prestando o atendimento. A

informação deve ser subdividida de acordo com as vias de exposição, por exemplo, inalação,

contato com a pele, contato com os olhos e ingestão. Quando pertinente, devem-se incluir

recomendações para a proteção do prestador de socorros e/ou notas para o médico. Entende-se

por “notas para o médico” aquelas medidas que só devem ser executadas por ou sob orientação

deste profissional.

5. Medidas de combate a incêndio. Esta seção deve informar quais são os meios de extinção

apropriados e os não recomendados. Devem ser indicados os perigos específicos referentes às

medidas e métodos especiais de combate a incêndio e equipamentos especiais para proteção das

pessoas envolvidas no combate a incêndio. Devem ser indicados também perigos específicos que

podem surgir da combustão do produto químico.

6. Medidas de controle para derramamento ou vazamento. Esta seção deve conter

informação sobre:

Instruções específicas de precauções pessoais (por exemplo, remoção de fontes de

ignição, controle de poeira, prevenção da inalação e do contato com a pele, mucosas e

olhos) em caso de derramamento ou vazamento (ver Seção 8 da FISPQ);

Procedimentos a serem adotados quanto a precauções ao meio ambiente (por exemplo,

não limitativos - interdição, barreiras de contenção, valas), impedindo que sejam

atingidos esgotos, solo e cursos d´agua;

Procedimentos de emergência e sistemas de alarme (por exemplo, necessidade de

abandono da área);

Métodos para limpeza (por exemplo, coleta, neutralização, descontaminação, materiais

absorventes e aspiração de poeiras). Para destinação final, proceder conforme a Seção 13

da FISPQ.

Essas informações devem incluir prevenção de perigos secundários (por exemplo, fontes de

ignição, uso de ferramentas antifaiscantes etc.). Se houver diferenças entre as ações de grandes e

pequenos derramamentos ou vazamentos, estas ações devem ser distinguidas.

7. Manuseio e armazenamento. Esta seção fornece orientação de manuseio e armazenamento

da substância ou mistura.

8. Controle de exposição e proteção individual. Devem ser indicados parâmetros de controle

específicos para as substâncias ou ingredientes da mistura (ver Seção 3 da FISPQ), como limites

de tolerância e/ou indicadores biológicos de exposição ou outros limites e valores com suas

referências indicadas e preferencialmente datadas. Quando listar os limites de exposição

ocupacional, deve-se utilizar o nome químico ou comum; ou número de registro CAS, como

especificado na Seção 3 da FISPQ. Devem ser indicadas, se pertinentes, as medidas de controle

de engenharia necessárias para eliminação ou minimização do risco. A descrição dos controles

de engenharia deve relatar as condições de uso da substância ou mistura. Para definição dos

controles apropriados de engenharia, deve ser realizada uma avaliação de risco. Por exemplo:

a) Manter as concentrações da substância ou mistura no ar abaixo dos limites de exposição

ocupacional;

b) Utilizar sistema de ventilação geral ou exaustor local;

c) Utilizar somente em sistema fechado ou hermético;

d) Utilizar somente em cabine;

e) Utilizar sistema automatizado para reduzir contato humano com o produto químico, ou;

f) Utilizar controles de manuseio de poeiras explosivas.

A informação fornecida nesta seção deve complementar a Seção 7 da FISPQ. De acordo com as

boas práticas de higiene ocupacional, o equipamento de proteção individual (EPI) deve ser usado

em conjunto com outras medidas de controle, incluindo controles de engenharia (ver Seção 5 da

FISPQ). Identificar o EPI necessário para minimizar o potencial de danos à saúde, devido à

exposição à substância ou mistura, incluindo:

a) Proteção dos olhos/face: especificar o tipo de proteção ocular e/ou facial conforme o

perigo da substância ou mistura e seu potencial de contato;

b) Proteção da pele: especificar o equipamento de proteção para ser utilizado (por exemplo,

tipo de luva, calçado, proteção ao corpo) com base nos perigos associados à substância

ou mistura e seu potencial de contato;

c) Proteção respiratória: especificar tipos apropriados de proteção respiratória com base no

perigo e potencial de exposição, incluindo equipamentos de proteção respiratória

dependentes (máscaras com elemento filtrante) ou independentes (autônomo), e;

d) Temperaturas extremas, altas ou baixas (perigo térmico): quando o produto representar

um perigo térmico, informar o EPI específico para esta condição. Exemplo: peróxidos

orgânicos.

Exigências especiais podem existir para luvas ou outras vestimentas de proteção, para prevenir

exposição à pele, olhos ou pulmões. Quando pertinente, este tipo de EPI deve estar claramente

especificado, por exemplo, luvas de PVC ou luvas de borracha nitrílica, espessura e tempo de

desgaste do material da luva. Exigências especiais também podem existir para equipamentos de

proteção respiratória. Devem ser mencionados nesta seção os EPI’s necessários para o

tratamento e disposição dos restos de produtos e embalagens usadas, conforme Seção 13 da

FISPQ. O EPI para atendimento de emergência deve ser especificado nesta seção, quando ele for

diferente do EPI de manuseio e armazenagem do produto químico perigoso.

9. Propriedades físicas e químicas. Esta seção deve incluir informações sobre o produto

químico. No caso de uma mistura, deve-se indicar claramente para qual ingrediente aplica-se a

informação, salvo se for válido para a mistura como um todo. Esta seção deve conter os

seguintes itens e suas respectivas informações:

Aspecto (estado físico, forma, cor);

Odor e limite de odor;

pH;

Ponto de fusão/ponto de congelamento;

Ponto de ebulição inicial e faixa de temperatura de ebulição;

Ponto de fulgor;

Taxa de evaporação;

Inflamabilidade;

Limite inferior/superior de inflamabilidade ou explosividade;

Pressão de vapor;

Densidade de vapor;

Densidade;

Solubilidade;

Coeficiente de partição;

Temperatura de autoignição;

Temperatura de decomposição;

Viscosidade.

10. Estabilidade e reatividade. Esta seção deve indicar:

a) Estabilidade química;

b) Reatividade;

c) Possibilidade de reações perigosas;

d) Condições a serem evitadas;

e) Materiais incompatíveis;

f) Produtos perigosos da decomposição.

11. Informações toxicológicas. Essa seção é utilizada principalmente por profissionais médicos,

toxicologistas e profissionais da área de segurança do trabalho. Deve ser fornecida uma

descrição concisa, completa e compreensível dos vários efeitos toxicológicos, bem como os

dados disponíveis para identificar esses efeitos, devendo ser fornecido:

Toxicidade aguda;

Corrosão/irritação da pele;

Lesões oculares graves/irritação ocular;

Sensibilização respiratória ou da pele;

Mutagenicidade em células germinativas;

Carcinogenicidade;

Toxicidade à reprodução e lactação;

Toxicidade sistêmica para certos órgãos-alvo – exposição única;

Toxicidade sistêmica para órgão-alvo específico – exposições repetidas;

Perigo por aspiração.

Deve ser declarado se a informação para um desses perigos não estiver disponível. A informação

incluída nesta seção deve ser aplicada para a substância ou mistura. Devem ser fornecidos os

dados toxicológicos da mistura. Se essa informação não estiver disponível, devem ser fornecidos

os dados toxicológicos dos ingredientes perigosos da mistura.

Os efeitos à saúde incluídos na FISPQ devem ser consistentes com aqueles descritos nos estudos

usados para a classificação da substância ou mistura. Frases gerais como “tóxico” (sem dados

que justifiquem esta classificação) ou “seguro se adequadamente usado” não são aceitáveis.

Frases como “não aplicável”, “não pertinente” ou deixando espaços em branco na seção de

efeitos à saúde podem causar confusão ou desentendimento e não podem ser usadas. Efeitos e

distinções pertinentes à saúde devem ser descritos, por exemplo, dermatites alérgicas de contato

e dermatites de irritação de contato devem ser distinguidas.

Quando houver uma quantidade substancial de dados de ensaio sobre uma determinada

substância ou mistura, estes devem ser resumidos. Fornecer também informação quando os

dados de ensaio sobre uma determinada substância ou mistura forem negativos. Por exemplo:

“estudos de carcinogenicidade em rato não mostraram aumento significativo na incidência de

câncer”. Esta seção deve indicar, se pertinente:

a) Vias de exposição: informar as vias de exposição (inalação, ingestão e exposição

dérmica/olhos) e os efeitos da substância ou mistura para cada uma delas. Uma

declaração deve ser feita se efeitos à saúde não forem conhecidos;

b) Sintomas relativos às características físicas, químicas e toxicológicas: descrever os

potenciais efeitos adversos à saúde e sintomas associados à exposição, substância ou

mistura e seus ingredientes ou subprodutos conhecidos; fornecer informação dos

sintomas relativos às características físicas, químicas e toxicológicas da substância ou

mistura conforme os usos. Descrever os sintomas, tanto os observados em exposição a

baixas concentrações/doses quanto às exposições mais severas. Por exemplo: “podem

ocorrer dores de cabeça e tonturas, evoluindo para desmaio ou inconsciência; grandes

doses podem resultar em coma e morte”;

c) Efeitos tardios e imediatos e também efeitos crônicos de curto e longo períodos de

exposição: fornecer informação se podem ser esperados efeitos tardios ou imediatos após

curto ou longo período de exposição; também fornecer informação sobre efeitos agudos

ou crônicos relativos à exposição humana para substância ou mistura. Quando dados

humanos não estiverem disponíveis, os dados animais devem ser resumidos e as espécies

claramente identificadas. Deve ser indicado se os dados toxicológicos foram obtidos com

base em dados humanos ou em animais;

d) Dados toxicológicos (tais como estimativas de toxicidade aguda): fornecer informação da

dose, concentração e condições de exposição que podem causar efeitos adversos à saúde;

as doses devem ser associadas aos sintomas e efeitos, incluindo o provável período de

exposição para causar dano;

e) Substâncias que podem causar interação, adição, potenciação e sinergia: informação

sobre reações deve ser incluída, se pertinente e disponível;

f) Dados químicos específicos não disponíveis: nem sempre é possível obter informação

dos perigos de uma substância ou mistura. Quando os dados específicos da substância ou

mistura não estão disponíveis, podem ser usados dados da classe química, se apropriado.

Quando dados gerais são utilizados ou não estão disponíveis, isto deve ser mencionado;

g) Misturas: se uma mistura não for testada para seus efeitos à saúde como um todo, então a

informação de cada ingrediente listado na Seção 3 da FISPQ deve ser fornecida e a

mistura deve ser classificada de acordo com a ABNT NBR 14725-2; mistura versus

informações dos ingredientes: é necessário considerar se a concentração de cada

ingrediente é suficiente para contribuir para os efeitos finais à saúde da mistura; a

informação dos efeitos tóxicos deve ser apresentada para cada ingrediente, exceto:

1) Se a informação for duplicada, não é necessário listar mais do que uma vez. Por

exemplo, se dois ingredientes causarem vômito e diarreia, não é necessário listá-

los duas vezes. A mistura geralmente é descrita como causando vômito e diarreia;

2) Se não houver a probabilidade que os efeitos ocorram nas presentes

concentrações. Por exemplo, quando um “irritante leve” é diluído em uma solução

não irritante, é improvável que a mistura cause irritação;

3) Prognosticar as interações entre ingredientes é extremamente difícil, e quando a

informação sobre reações não está disponível, suposições não podem ser feitas.

Neste caso, os efeitos à saúde de cada ingrediente devem ser listados

separadamente.

12. Informações ecológicas. Devem-se fornecer informações para avaliar o impacto ambiental

da substância ou mistura quando liberada ao meio ambiente. Essas informações podem auxiliar

em casos de vazamentos/derramamentos, bem como nas práticas de tratamento de resíduos. Esta

seção deve indicar claramente as espécies, o meio, as unidades, as condições e duração dos

ensaios. Algumas propriedades ecológicas de substâncias específicas tais como bioacumulação,

persistência e degradabilidade, devem ser fornecidas, quando disponíveis, para cada ingrediente

da mistura. Quando as informações não estiverem disponíveis, isto deve ser declarado. Fornecer

também um resumo de dados, conforme segue:

Ecotoxicidade;

Persistência e degradabilidade;

Potencial bioacumulativo;

Mobilidade no solo;

Outros efeitos adversos.

13. Considerações sobre destinação final. Esta seção deve informar os métodos recomendados

para tratamento e disposição segura e ambientalmente aprovados. Estes métodos de tratamento e

disposição (por exemplo, co-processamento, incineração etc.) devem ser aplicados ao produto,

restos de produtos e embalagens usadas. Deve ser chamada a atenção do usuário para a possível

existência de regulamentações locais para tratamento e disposição.

14. Informações sobre transporte. Esta seção deve conter informações sobre códigos e

classificações de acordo com regulamentações nacionais e internacionais para transporte,

diferenciadas pelos modais de transporte, tais como:

Terrestre (ferrovias, rodovias);

Hidroviário (marítimo, fluvial, lacustre);

Aéreo.

Quando o produto for classificado como perigoso para transporte, devem ser indicados, quando

apropriado:

Número ONU;

Nome apropriado para embarque;

Classe/subclasse de risco principal e subsidiário, se houver;

Número de risco;

Grupo de embalagem;

Outras informações específicas, por exemplo, indicar se a substância ou mistura é

conhecida como poluente marinho para o transporte hidroviário (código IMDG),

terrestre ou aéreo.

15. Informações sobre regulamentações. Esta seção deve conter informações sobre as

regulamentações especificamente aplicáveis ao produto químico. Deve ser chamada a atenção do

usuário para a possível existência de regulamentações locais. Deve-se descrever, se pertinente,

qualquer outra informação de regulamentação sobre o produto químico que não esteja descrita

em outras seções desta parte da ABNT NBR 14725, como, por exemplo, exigências do

Ministério da Saúde (ANVISA), Ministério do Exército, Departamento de Polícia Federal,

Acordo Mercosul, Convenção de Armas Químicas, Convenção de Estocolmo, Convenção de

Rotterdam, Protocolo de Montreal, Protocolo de Kyoto etc.

16. Outras informações. Esta seção deve fornecer qualquer outra informação que possa ser

importante do ponto de vista da segurança, saúde e meio ambiente, mas não especificamente

pertinente às seções anteriores. Por exemplo, necessidades especiais de treinamento, o uso

recomendado e possíveis restrições ao produto químico podem ser indicados. Referências podem

ser indicadas. Legendas e abreviações usadas na FISPQ devem ser evidenciadas nesta seção.

Bases de dados

São indicadas a seguir algumas bases de dados de informações toxicológicas para a busca de

informação relevante.

Portal de Informações de Substâncias Tóxicas da ATSDR

A figura 10.2 apresenta o “website” da ATSDR.

Figura 10.2. Website do ATSDR

A ATSDR (Agency for Toxic Substances and Disease Registry) é a agência norte-americana para

registro de doenças e substâncias tóxicas (http://www.atsdr.cdc.gov/substances/index.asp).

Podem ser destacados alguns serviços oferecidos:

ToxFAQs. São resumos de efeitos toxicológicos sobre substâncias perigosas desenvolvidos pela

Divisão de Toxicologia da ATSDR.

ToxGuides. São guias de referência rápida fornecendo informações sobre propriedades físicas e

químicas, fontes de exposição, vias de exposição, níveis de risco mínimo e efeitos na saúde.

MRL. O MRL (Minimal Risk Level) ou níveis mínimos de risco é composto por uma lista com

centenas de substâncias químicas descrevendo o perfil toxicológico de onde pode se extrair

informações sobre órgãos-alvo (end point) dessas substâncias químicas.

O “website” da ATSDR é extremamente rico e permanentemente atualizado com acesso

inteiramente livre.

NIOSH Pocket Guide to Chemical Hazards (NPG)

A figura 10.3 apresenta o “website” do NIOSH Pocket Guide to Chemical Hazards (NPG).

Figura 10.3. Website do NIOSH Pocket Guide to Chemical Hazards (NPG)

O NIOSH Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional disponibiliza o guia de bolso

(http://www.cdc.gov/niosh/npg/default.html), fonte de informações gerais de higiene industrial

de várias centenas de substâncias químicas que inclui:

Nomes químicos, sinônimos, nomes comerciais, CAS e RTECS;

Fórmula química e estrutura, fatores de conversão;

Recommended Exposure Limits (RELs) (limites de exposição recomendados) do NIOSH;

Permissible Exposure Limits (PELs) (limites de exposição permitidos) da OSHA

(Occupational Safety and Health Administration);

Immediately Dangerous to Life and Health values (IDLHs) (valores imediatamente perigosos

para a saúde e vida) do NIOSH;

Propriedades físicas e químicas;

Métodos de avaliação;

Equipamentos de proteção recomendados;

Proteção respiratória recomendada;

Incompatibilidades e reatividades de agentes;

Vias de exposição, sintomas, órgãos alvos e informações de primeiros socorros.

O NIOSH Pocket Guide to Chemical Hazards (NPG) é permanentemente atualizado com acesso

inteiramente livre.

Projeto eChemPortal

A figura 10.4 apresenta o “website” do eChemPortal.

Figura 10.4. Website do eChemPortal

O eChemPortal (http://www.echemportal.org/) permite uma pesquisa simultânea de dados por

número CAS e nome químico. Links diretos para bases de dados com informações sobre riscos e

perigos viabilizam a obtenção da informação. Resultados da classificação de acordo com

esquemas de classificação de risco nacionais, regionais ou para o sistema global harmonizado de

classificação e rotulagem de produtos químicos (GHS) são fornecidos quando disponível.

Atualmente, as seguintes bases de dados participam do projeto eChemPortal:

1) ACToR. U.S. EPA Aggregated Computational Toxicology Resource;

2) AGRITOX. Base de données sur les substances actives phytopharmaceutiques;

3) CCR. Canadian Categorization Results;

4) CESAR. Canada’s Existing Substances Assessment Repository;

5) Combined Exposures. Collection of Case Studies on Risk Assessments of Combined

Exposures to Multiple Chemicals;

6) ECHA CHEM. European Chemicals Agency’s Dissemination portal with information

on chemical substances registered under REACH;

7) ECHA CHEM2. Test participant;

8) ENVICHEM. Data Bank of Environmental Properties of Chemicals;

9) ESIS. European Chemical Substances Information System (ESIS);

10) GHS-J. The Result of the GHS Classification by the Japanese Government;

11) HPVIS. High Production Volume Information System (HPVIS);

12) HSDB. Hazardous Substance Data Bank;

13) HSNO CCID. New Zealand Hazardous Substances and New Organisms Chemical

Classification Information Database;

14) INCHEM. Chemical Safety Information from Intergovernmental Organizations

(INCHEM);

15) J-CHECK. Japan CHEmicals Collaborative Knowledge database;

16) JECDB. Japan Existing Chemical Data Base;

17) NICNAS Other. Australian National Industrial Chemicals Notification and

Assessment Scheme assessments of existing chemicals other than Priority Existing

Chemical assessments;

18) NICNAS PEC. Australian National Industrial Chemicals Notification and Assessment

Scheme (NICNAS) Priority Existing Chemical Assessment Reports;

19) OECD HPV. Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD)

Existing Chemicals Database;

20) OECD SIDS IUCLID. OECD Existing Chemicals Screening Information Data Sets

(SIDS) Database;

21) SIDS UNEP. OECD Initial Assessment Reports for HPV Chemicals including

Screening Information Data Sets (SIDS) as maintained by United Nations

Environment Programme (UNEP) Chemicals;

22) SPIN. Substances in Preparations In the Nordic countries;

23) UK CCRMP Outputs. UK Coordinated Chemicals Risk Management Programme

Publications;

24) US EPA IRIS. United States Environmental Protection Agency Integrated Risk

Information System;

25) US EPA SRS. United States Environmental Protection Agency Substance Registry

Services.

O eChemPortal é um esforço da Organisation for Economic Co-operation and Development

(OECD) em colaboração com a European Commission (EC), European Chemicals Agency

(ECHA), United States, Canada, Japan, The International Council of Chemical Associations

(ICCA), Business and Industry Advisory Committee (BIAC), World Health Organization's

(WHO) International Program on Chemical Safety (IPCS), United Nations Environment

Programme (UNEP) e organizações ambientais não-governamentais.

O eChemPortal é permanentemente atualizado com acesso inteiramente livre.

TOXNET®: Toxicology Data Network

A figura 10.5 apresenta o “website” da TOXNET®: Toxicology Data Network.

Figura 10.5. Website da TOXNET®: Toxicology Data Network

TOXNET (TOXicology Data NETwork) (http://toxnet.nlm.nih.gov/) é um grupo de bases de

dados contendo informações sobre substâncias químicas, doenças e o ambiente, saúde ambiental,

segurança e saúde ocupacional, intoxicações, avaliações de risco e regulamentos. O projeto é

gerenciado pelo Toxicology and Environmental Health Information Program (TEHIP) da

Division of Specialized Information Services (SIS) da National Library of Medicine (NLM) e

disponibiliza as seguintes informações:

Substâncias químicas específicas e misturas;

Nomenclatura química;

Químicos desconhecidos;

Efeitos tóxicos especiais em seres humanos e animais;

Citações da literatura científica.

Bases de dados integrantes do projeto TOXNET

ChemIDplus®. O ChemIDplus contém mais de 390.000 registros de substâncias químicas. Mais

de 299.000 destes registros incluem também as estruturas químicas. É possível fazer pesquisas

no ChemIDplus por nome, sinonímia, número CAS, fórmula molecular, código de classificação,

código localizador, estrutura e/ou propriedades físicas. No ChemIDplus Advanced existe

visualização da estrutura em modo melhorado.

CCRIS (Chemical Carcinogenesis Research Information System). CCRIS é desenvolvido e

mantido pelo National Cancer Institute (NCI). Contém mais de 9.000 registros de substâncias

químicas com carcinogenicidade, mutagenicidade, resultados de testes de crescimento e inibição

de tumores. Os dados são derivados de estudos citados nas principais publicações, ferramentas

de conscientização atualizadas, relatórios do NCI, e outras fontes especiais. Resultados dos testes

foram revistos por experts em carcinogenicidade e mutagenicidade.

CPDB (Carcinogenic Potency Database). CPDB provê análise padronizada de resultados de

6.540 testes de longa duração de câncer crônico conduzidos desde a década de 1950 e citados e

publicados nas literaturas de forma ampla ou pelos National Cancer Institute e National

Toxicology Program. Este banco de dados foi desenvolvido na University of California,

Berkeley, e no Lawrence Berkeley Laboratory.

CTD (Comparative Toxicogenomics Database). O Comparative Toxicogenomics Database

(CTD) elucida os mecanismos moleculares pelos quais as substâncias químicas afetam a saúde

humana. Contém dados manualmente trabalhados descrevendo interações substância-

gene/proteína entre espécies e relações entre substância-gene e substância-doença. CTD é

desenvolvido na North Carolina State University (NCSU). A equipe de desenvolvimento fica

localizada na NCSU e no Mount Desert Island Biological Laboratory (MDIBL).

GENE-TOX (Genetic Toxicology). O GENE-TOX foi criado pela U.S. Environmental

Protection Agency (EPA) e tem resultados de testes de toxicologia genética em mais de 3.200

substâncias químicas. Uma literatura selecionada foi revisada por cientistas experts em cada um

dos sistemas de teste em avaliação.

HSDB® (Hazardous Substances Data Bank). O HSDB provê dados de toxicidade para mais de

5.000 substâncias químicas potencialmente perigosas. Tem também informação de

procedimentos de emergência, higiene industrial, interações com o meio ambiente, exposição

humana, métodos de detecção, e requisitos legais. Os dados são completamente referenciados e

revistos por uma junta científica.

Haz-Map®. O Haz-Map é um banco de dados de saúde ocupacional projetado para profissionais

das áreas de saúde e segurança e consumidores procurando informações sobre efeitos adversos

de exposição no ambiente de trabalho a substâncias químicas e biológicas. As principais

conexões no Haz-Map são entre substâncias químicas e doenças ocupacionais. Estas conexões

foram estabelecidas usando evidências científicas atualizadas. No Haz-Map, doenças

ocupacionais crônicas são relacionadas a cargos e empresas, enquanto que doenças agudas são

relacionadas apenas a cargos.

Household Products Database. O Household Products Database tem informação de efeito

potencial à saúde de substâncias químicas contidos nos produtos comuns usados dentro de casa e

nos arredores. Os produtos podem ser pesquisados pelo nome comercial, tipo de produto,

fabricante, nome químico ou ingrediente e pelos efeitos à saúde. O registro de cada produto

mostra seus compostos como apresentado pelas fichas de produto (FISPQs/MSDS) fornecidas

pelos fabricantes e incluem mais informações como manuseio, descarte e efeitos à saúde.

IRIS (Integrated Risk Information System). O IRIS é desenvolvido pela U.S. Environmental

Protection Agency (EPA). Contém informação de risco carcinogênico e não carcinogênico

referente a mais de 500 substâncias químicas. Os dados de mensuração de risco do IRIS foram

revisados por cientistas da EPA e representa o consenso da EPA.

ITER (International Toxicity Estimates for Risk). O ITER tem foco na identificação dos

perigos e mensuração da dose-resposta à saúde humana. O banco de dados dispõe de uma tabela

de comparação de mensuração de risco internacional e explica as diferenças em valores

derivados de diferentes organizações. É compilado pelo Toxicology Excellence for Risk

Assessment (TERA) e contém mais de 650 registros de substâncias químicas. Os dados são

extraídos de cada uma das organizações incluídas no estudo e contém links para a documentação

disponível em cada uma delas.

LactMed (Drugs and Lactation). Um banco de dados de drogas e outras substâncias químicas

que podem afetar o aleitamento materno. Inclui informação dos níveis das substâncias químicas

no leite materno e no sangue do bebê, e os possíveis efeitos adversos no bebê em fase de

amamentação. Declarações da Academia Americana de Pediatria sobre a compatibilidade de

uma droga com a amamentação são fornecidos, como também se sugere alternativas terapêuticas

para essas drogas se for o caso. Todos os dados são obtidos a partir de literatura científica e

sempre com as respectivas referências.

Toxics Release Inventory (TRI). Conjunto de bases de dados disponíveis publicamente que

contêm informações sobre as emissões de substâncias químicas tóxicas específicas e sua gestão

como resíduos, como relatado anualmente à EPA pelo parque industrial dos EUA e instalações

federais. Este inventário foi estabelecido sob o Emergency Planning and Community Right to

Know Act de 1986 (EPCRA). Os dados do TRI, começando com relatório anual de 1987,

abrange o ar, água, terra e lançamentos de resíduos no subterrâneo, bem como transferências de

resíduos para empresas de tratamento. De acordo com a Lei de Prevenção da Poluição, de 1990,

reduções na origem e dados de reciclagem também estão incluídos nos dados do TRI.

TOXMAP. Sistema de Informação Geográfica (SIG/ GIS), utilizando mapas dos Estados Unidos

para mostrar a quantidade e localização de produtos químicos tóxicos lançados no meio

ambiente. Os dados são obtidos a partir do inventário TRI da EPA, que fornece informações

sobre os lançamentos de produtos químicos tóxicos para o meio ambiente como relatado

anualmente por instalações industriais ao redor dos Estados Unidos. O TOXMAP também

contém informações do programa da EPA Superfund.

TOXLINE®. Fornece informações bibliográficas (de 1965 até hoje) que cobre os efeitos

bioquímicos, farmacológicos, fisiológicos e toxicológicos de drogas e outras substâncias

químicas. Ele contém mais de 4 milhões de referências, a maioria com resumos, termos de

indexação, números CAS. O subconjunto de toxicologia do MEDLINE/PubMed é parte do

TOXLINE. O TOXLINE também contém referências de revistas especializadas, relatórios

governamentais e resumos de reuniões.

DART Banco de Dados de Toxicologia Reprodutiva e de desenvolvimento (Developmental and

Reproductive Toxicology Database - DART). O DART cobre a literatura científica sobre

toxicidade reprodutiva e de desenvolvimento. O DART é gerenciado pela NLM e financiado

pela EPA, pelo Instituto Nacional de Ciências de Saúde Ambiental (National Institute of

Environmental Health Sciences - NIEHS) e pelo NLM. O DART contém referências à literatura

de toxicologia reprodutiva e de desenvolvimento publicados desde 1965.

O TOXNET (TOXicology Data NETwork) é permanentemente atualizado com acesso

inteiramente livre.

IPCS INCHEM

A figura 10.6 apresenta o “website” do IPCS INCHEM.

Figura 10.6. Website do IPCS INCHEM

IPCS INCHEM (http://www.inchem.org/) foi produzido através da cooperação entre o Programa

Internacional de Segurança Química (IPCS) e do Centro Canadense de Saúde e Segurança

Ocupacional (CCOHS).

IPCS INCHEM contém informações das seguintes bases de dados:

Concise International Chemical Assessment Document (CICADS);

Environmental Health Criteria (EHC) monographs;

Harmonization Project Publications;

Health and Safety Guides (HSGs);

International Agency for Research on Cancer (IARC) - Summaries and Evaluations;

International Chemical Safety Cards (ICSCs);

IPCS/CEC Evaluation of Antidotes Series;

Joint Expert Committee on Food Additives (JECFA) - Monographs and evaluations;

Joint Meeting on Pesticide Residues (JMPR) - Monographs and evaluations;

KemI-Riskline;

Pesticide Data Sheets (PDSs);

Poisons Information Monographs (PIMs);

Screening Information Data Set (SIDS) for High Production Volume Chemicals;

UK Poison Information Documents (UKPID).

O IPCS INCHEM é permanentemente atualizado com acesso inteiramente livre.

Hazmap

A figura 10.7 apresenta o “website” do HAZ-MAP.

Figura 10.7. Website do HAZ-MAP

HAZ-Map (http://hazmap.nlm.nih.gov) é uma base de dados de saúde ocupacional projetado

para profissionais de saúde e segurança e para os consumidores que procuram informações sobre

os efeitos na saúde decorrente de exposição a substâncias químicas no trabalho. HAZ-Map

associa postos de trabalho e tarefas perigosas com doenças ocupacionais e seus sintomas. É um

dos produtos e serviços disponibilizados pela Biblioteca Nacional de Medicina (NLM) através

do Programa de Informações de Saúde Ambiental e Toxicologia.

O HAZ-Map é permanentemente atualizado com acesso inteiramente livre.

Right to Know Hazardous Substance Fact Sheets

A figura 10.8 apresenta o “website” do Right to Know Hazardous Substance Fact Sheets.

Figura 10.8. Website do Right to Know Hazardous Substance Fact Sheets

Right to Know Hazardous Substance Fact Sheets (http://web.doh.state.nj.us/rtkhsfs/search.aspx)

é uma base de dados composta por fichas toxicológicas de cada substância que figura na lista de

substâncias perigosas do Programa Rigth to Know (direito de saber) do estado de New Jersey

(New Jersey Right to Know Hazardous Substance List). Existem mais de 1.600 fichas

toxicológicas em inglês e entre elas mais de 900 tem versão em espanhol. Cada ficha

toxicológica se refere a uma substância química pura e contém informações sobre os perigos

para a saúde, limites de exposição, equipamentos de proteção individual, manipulação correta,

primeiros socorros e procedimentos de emergência em caso de incêndio ou vazamento.

O Right to Know Hazardous Substance Fact Sheets é permanentemente atualizado com acesso

inteiramente livre.

CHEMINFO

A figura 10.9 apresenta o “website” do CHEMINFO®.

Figura 10.9. Website do CHEMINFO®

Produzido pelo CCOHS (Canadian Centre for Occupational Health and Safety), CHEMINFO®

(http://ccinfoweb.ccohs.ca/cheminfo/search.html) é um dos recursos disponíveis mais

abrangentes e com informações sobre saúde e segurança ocupacional relacionada com

substâncias químicas. A base de dados está formada por mais de 1.700 substâncias químicas

relacionadas aos ambientes de trabalho. Cada perfil de substância química contém:

avaliação detalhada e descrição dos riscos de incêndio, saúde e reatividade;

medidas de controle;

classificações de perigo, incluindo WHMIS, OSHA e da União Europeia (UE);

recomendações sobre práticas seguras de trabalho, manuseio e armazenamento,

equipamentos de proteção individual, liberações acidentais e primeiros socorros.

O acesso aos dados dispostos pelo CHEMINFO® somente é efetivado através de assinatura.

RTECS

A figura 10.10 apresenta o “website” do RTECS.

Figura 10.10. Website do RTECS

RTECS® (http://ccinfoweb.ccohs.ca/rtecs/search.html) ajuda a encontrar informações

toxicológicas críticas com citações sobre mais de 174.000 substâncias químicas de mais de 2.500

fontes, incluindo:

Publicações internacionais;

Livros didáticos;

Relatórios técnicos;

Procedimentos científicos;

Compêndios e muito mais.

O acesso aos dados dispostos pelo RTECS somente é efetivado através de assinatura.

COMO BUSCAR AS INFORMAÇÕES

Foram apresentadas as fontes de dados e bases de dados específicas para a busca de informações

sobre substâncias químicas.

Uma grande vantagem da Internet é o seu tamanho, mas tanto o excesso de informações como a

sua falta são cenários perversos. Assim, é necessário ter mecanismos eficazes para a pesquisa e

recuperação de dados e informações com eficiência e eficácia.

Mecanismos ou ferramentas de busca são websistes especializados em pesquisar na Internet,

usando parâmetros definidos pelo usuário. O usuário acessa o website da ferramenta de busca,

escreve os parâmetros da pesquisa e a ferramenta de busca, como um bibliotecário, encarrega-se

de encontrar as informações que atendem aos parâmetros pesquisados.

Existem alguns mecanismos de busca, podendo ser citados o Bing (www.bing.com.br), o Yahoo

(www.yahoo.com.br) e o mais utilizado Google (www.google.com.br), mais detalhado a seguir.

O Google tem como uma de suas principais características a simplicidade. Sua página é bastante

simples e leve. A figura 10.11 apresenta o website de pesquisa do Google.

Figura 10.11. Website de pesquisa do Google

Algumas regras simples podem ser utilizadas para fazer buscas no Google:

1. Use mais de uma palavra para fazer a busca

Buscas por apenas uma palavra tendem a ser muito amplas, devolvem muitos resultados. É

possível, inclusive, utilizar um link, no rodapé da página de resultados (“pesquisar nos

resultados”) que oferece a possibilidade de realizar outra pesquisa nos resultados apresentados. O

usuário deve então digitar apenas o novo parâmetro de busca.

2. Caso precise buscar uma frase, escreva tudo entre aspas

Se desejar informações sobre Contabilidade de Custos, simplesmente escrever as três palavras

trará qualquer página que contiver os três elementos. Você obterá resultados sobre Contabilidade

de Custos, mas surgirão também resultados que tratam sobre “os custos da Contabilidade”...

Portanto, sempre que o assunto puder ser descrito numa frase, escreva-a entre aspas:

“contabilidade de custos”, “economia brasileira”, “direito tributário”, etc.

3. Use o “sinal de menos” para eliminar palavras que não interessam

Muitas vezes encontramos páginas relacionadas ao assunto pesquisado, mas que usam um

enfoque diferente do desejado. Para evitar perdermos tempo filtrando essas páginas parecidas,

por meio do operador “-” (sinal de menos), podemos solicitar ao Google que pesquise o nosso

assunto e exiba todos os resultados, menos os que contiverem uma determinada palavra. Por

exemplo, para pesquisarmos por ações e bolsas de valores exceto a Bovespa, podemos usar o

parâmetro “-bovespa”.

4. Use o “caractere-curinga”

Quando precisar pesquisar frases em que um termo é variável, use o caractere “*” (asterisco). Ele

será substituído por qualquer palavra encontrada. Ou seja, uma busca por “sistema * brasileiro”

trará como resultado, páginas referentes ao “sistema tributário brasileiro”, “sistema econômico

brasileiro”, “sistema monetário brasileiro”, “sistema constitucional brasileiro”, etc.

Muitas outras dicas de pesquisas avançadas podem ser obtidas e basta realizar uma breve

pesquisa no próprio mecanismo de pesquisa do Google.

Na busca de informações sobre substâncias químicas, em decorrência da complexidade da

nomenclatura, o grande número de sinônimos e a língua na qual está descrita, teremos que

utilizar o CAS NUMBER, número único que neutraliza todas essas dificuldades.

A figura 10.12 descreve a busca do registro CAS da substância química benzeno.

Figura 10.12. Busca de informações utilizando o mecanismo Google

A busca tem sucesso ao identificar o CAS do benzeno como 71-43-2. A partir desse achado a

pesquisa será mais eficaz na busca das informações desejadas.

A figura 10.13 descreve a pesquisa no mecanismo de busca Google utilizando o CAS NUMBER

obtido.

Figura 10.13. Busca de informações do CAS 71-43-2 utilizando o mecanismo Google

A figura 10.14 descreve a busca de informações toxicológicas do benzeno.

Figura 10.14. Busca de informações toxicológicas do benzeno

utilizando o mecanismo Google

Os resultados mostram fichas toxicológicas da substância química benzeno.

As pesquisas realizadas com ferramentas de pesquisas são extremamente úteis, rápidas e simples,

contudo, os resultados, mesmo adotando-se critérios específicos, ainda são genéricos e deverão

acarretar algum trabalho para identificar informações com a qualidade desejada.

Já sabemos que foi disponibilizado pelo American Chemical Society a base de dados on-line

gratuita do CAS (Chemical Abstratcs Service - Serviço de Resumos de Produtos Químicos da

Sociedade Americana de Química) e direcionada ao público em geral através do endereço

http://www.commonchemistry.org/.

Lembrando que a base de dados contém aproximadamente 7.800 agentes químicos de interesse

geral e generalizado, bem como todos os 118 elementos da tabela periódica. Com exceção de

alguns elementos, todas as outras substâncias químicas nesta base foram consideradas de grande

interesse por ter sido citada 1.000 ou mais vezes em bancos de dados do CAS.

A figura 10.15 apresenta o website disponibilizado pela American Chemical Society viabilizando

a pesquisa do CAS NUMBER.

Figura 10.15. Website para a pesquisa do CAS NUMBER

A partir do website disponibilizado pela American Chemical Society será possível pesquisar o

número do CAS e a nomenclatura correta da substância química que se deseja.

A figura 10.16 descreve a pesquisa da substância química etileno glicol (ethylene glycol).

Figura 10.16. Pesquisa do etileno glicol

A figura 10.17 apresenta o resultado da pesquisa do etileno glicol.

Figura 10.17. Resultado da pesquisa do etileno glicol

A figura 10.18 apresenta o resultado final da pesquisa do agente químico etileno glicol.

Figura 10.18. Resultado final da pesquisa do etileno glicol

A pesquisa pode ser mais rápida ao se marcar a opção “Exact Chemical Name Match” na página

inicial.

Considerando que ultrapassamos a etapa de busca do nome correto e do CAS NUMBER,

podemos direcionar a pesquisa para as bases de dados organizadas e descritas nesse capítulo.

Tomamos como exemplo o echemportal, que oferece uma metapesquisa (sistema de busca na

web que permite ao usuário a pesquisa em vários mecanismos simples de busca simultânea).

Nesse caso, pesquisa em 25 bases de dados simultaneamente.

A figura 10.19 apresenta a metapesquisa da substância química benzeno através do CAS

NUMBER 71-43-2.

Figura 10.19. Metapesquisa do benzeno no echemportal

Para essa pesquisa, foram assinaladas todas as 25 bases de dados viabilizando assim uma ampla

pesquisa.

A pesquisa pode ser realizada também utilizando o nome químico com o cuidado extremo

quanto à nomenclatura.

A figura 10.20 apresenta o resultado da metapesquisa do benzeno através do CAS NUMBER 71-

43-2.

Figura 10.20. Resultado da metapesquisa do benzeno no echemportal

O resultado da pesquisa pode ser salvo nos “favoritos” do navegador bastando dar um clique no

link “save as bookmark”. A pesquisa realizada retornou com 22 resultados distribuídos em três

níveis, sendo que os resultados do nível 1 representam os achados mais diretamente relacionados

à pesquisa.

Resolvemos explorar a primeira linha dos resultados de primeiro nível bastando para isso dar um

clique em um dos links.

A figura 10.21 apresenta o resultado da pesquisa disposto na primeira linha dos achados de

primeiro nível.

Figura 10.21. Achados de primeiro nível da metapesquisa do benzeno no echemportal

Será necessário fazer uma breve análise dos achados através de exploração. Nesse caso, optamos

em conhecer o disponibilizado pela base de dados INCHEM, também apresentada nesse capítulo

como uma das boas referências para pesquisa dirigida.

As figuras 10.22 e 10.23 apresentam os achados.

Figura 10.22. Achados do INCHEM para a pesquisa do benzeno no echemportal

Figura 10.23. Achados do INCHEM para o benzeno

As bases de dados apresentadas no presente capítulo como sugestão conduzem ao estado da arte

das informações toxicológicas necessárias para a gestão das questões de Segurança e Saúde no

Trabalho. Obviamente, existem inúmeras outras bases de dados não descritas neste capítulo, mas

pode ser indicado um website que mantém atualizado permanentemente uma lista de bases de

dados. Esse website está apresentado na figura 10.24 a seguir e pode ser acessado no endereço

http://alttox.org/ttrc/resources/databases.html.

Figura 10.24. Lista de bases de dados

Como dito, a lista de bases de dados foi atualizada em 17/10/2012.

O QUE É IMPORTANTE. DADOS RELEVANTES

Para entender melhor o que é importante e o que são dados relevantes, tomamos como exemplo a

base de dados CHEMINFO, uma das fontes de informação referenciadas neste capítulo e uma

das mais completas, contudo, com acesso pago. Abre-se aqui um parêntesis para informar que a

biblioteca da FUNDACENTRO em São Paulo disponibiliza acesso gratuito a essa base de dados,

contudo, com acesso apenas local. Tomamos como referência a ficha do benzeno.

A figura 10.25 descreve os tópicos da ficha toxicológica disponibilizada na CHEMINFO.

Figura 10.25. Sumário da ficha toxicológica disponibilizada na CHEMINFO

Pode ser verificado que os tópicos apresentados se assemelham aos previstos na FISPQ brasileira

descrita neste capítulo.

O quadro 10.1 descreve as seções da ficha toxicológica destacando o importante e relevante para

as questões de saúde.

Quadro 10.1. Ficha toxicológica do CHEMINFO®

SEÇÃO DA FICHA DESCRIÇÃO

Seção 1. Identificação química

Informações gerais sobre o agente químico,

incluindo a nomenclatura IUPAC, o registro

CAS e RTCES, a família química, a fórmula

molecular e estrutural e o status do registro.

Seção 2. Descrição

Informações gerais sobre aparência e odor,

limite para o odor, composição e pureza,

principais usos.

Informações importantes para a Medicina do

Trabalho, especialmente os limites para odor

acima dos limites de tolerância.

Seção 3. Identificação de perigos

Apresenta os principais efeitos, incluindo os

efeitos agudos por inalação, contato com a pele,

olhos e ingestão e os efeitos crônicos incluindo a

pele, sangue e órgãos formadores, sistema

nervoso, carcinogenicidade, teratogenicidade e

embriotoxicidade, toxicidade para reproduçao,

mutagenicidade e potencial para acumulação.

Informações importantes e relevantes para a

Medicina do Trabalho.

(continução)

SEÇÃO DA FICHA DESCRIÇÃO

Seção 4. Primeiros socorros

Descreve as medidas de primeiros socorros em

caso de inalação, contato com a pele, olhos e

ingestão.

Informações importantes e relevantes para a

Medicina do Trabalho.

Seção 5. Medidas de combate a incêndio

Descreve as características de inflamabilidade

do agente e instruções para combate a incêndio.

Seção 6. Medidas de prevenção de acidentes

Descreve medidas de precaução para evitar

acidentes.

Seção 7. Manuseio e armazenamento

Descreve medidas de manuseio e estocagem.

Seção 8. Controle da exposição e proteção

individual

Apresenta instruções para amostragens e

análises, métodos de análise preconizados pela

OSHA e NIOSH, controles de engenharia,

equipamentos de proteção individual, IDLH,

proteção dos olhos e face, proteção da pele,

roupas protetoras, limites de exposição

recomendados pelo NIOSH e ACGIH e limites

de exposição permitidos pela OSHA.

Seção 9. Propriedades físicas e químicas

Apresenta os dados de peso molecular, fatores

de conversão, ponto de fusão, ponto de ebulição,

densidade relativa, solubilidade em água e

outros líquidos, pressão de vapor, temperatura

crítica e outros.

(continução)

SEÇÃO DA FICHA DESCRIÇÃO

Seção 10. Estabilidade e reatividade

Apresenta os dados de estabilidade,

incompatibilidade, produtos perigosos de

decomposição, corrosividade de metais, entre

outros.

Seção 11. Informações toxicológicas

Apresenta os dados sobre LC50 e LD50,

irritação dos olhos e pele, efeitos de exposição

aguda (curto prazo) e crônica (longo prazo),

sensibilização pela pele, carcinogenicidade,

teratogenicidade, embriotoxicidade, toxicidade

reprodutiva e mutagenicidade.

Informações importantes e relevantes para a

Medicina do Trabalho.

Seção 12. Informações ecológicas

A base de dados CHEMINFO não descreve esse

tipo de informação e remete para outras bases de

dados.

Seção 13. Considerações sobre disposição

Orienta a disposição e eliminação.

Seção 14. Informações sobre transporte

Descreve orientando o transporte com base em

regulamentos.

Seção 15. Informações sobre regulamentos

Apresenta os dados sobre toxicidade da

substância com base em diversos regulamentos.

Informações importantes e relevantes para a

Medicina do Trabalho.

Seção 16. Outras informações

Apresenta bibliografia sobre a substância

química.

Informações importantes e relevantes para a

Medicina do Trabalho.

A análise da ficha disponibilizada pela base de dados CHEMINFO, que se assemelha à FISPQ

brasileira, permitiu identificar as seguintes seções com informações importantes para a Medicina

do Trabalho. São elas:

Seção 2. Descrição. Informações gerais sobre aparência e odor, limite para o odor, composição e

pureza, principais usos.

Seção 3. Identificação de perigos. Apresenta os principais efeitos, incluindo os efeitos agudos

por inalação, contato com a pele, olhos e ingestão e os efeitos crônicos, incluindo a pele, sangue

e órgãos formadores, sistema nervoso, carcinogenicidade, teratogenicidade e embriotoxicidade,

toxicidade para reproduçao, mutagenicidade e potencial para acumulação.

Seção 4. Primeiros socorros. Descreve medidas de primeiros socorros em caso de inalação,

contato com a pele, olhos e ingestão.

Seção 11. Informações toxicológicas. Apresenta os dados sobre LC50 e LD50, irritação dos

olhos e pele, efeitos de exposição aguda (curto prazo) e crônica (longo prazo), sensibilização

pela pele, carcinogenicidade, teratogenicidade, embriotoxicidade, toxicidade reprodutiva e

mutagenicidade.

Seção 15. Informações sobre regulamentos. Apresenta os dados sobre toxicidade da substância

com base em diversos regulamentos.

Seção 16. Outras informações. Apresenta bibliografia sobre a substância química.

COMENTÁRIOS FINAIS

O conhecimento sobre as substâncias químicas e sua toxicidade é de fundamental importância

para a gestão de Segurança e Saúde no Trabalho, especialmente no planejamento de programas

de prevenção, norteando a vigilância da exposição e dos efeitos.

O conhecimento adequado e correto tende a ocupar o espaço com a necessária competência sem

dar espaço para informações destituídas de embasamento técnico científico.

Um potencial uso do disposto neste capitulo está na esfera judicial onde ocorrem inúmeros

processos de natureza trabalhista ou cível com alegação de variadas doenças relacionadas ao

trabalho em decorrência de exposição a uma enorme gama de substâncias químicas, requerendo

o aprofundamento do conhecimento da toxicidade dessas substâncias químicas.

Como diz Paulo Freire, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a

sua própria produção ou a sua construção”.

O propósito deste capítulo não é “entregar o peixe”, mas sim “entregar a vara e ensinar a pescar”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TRIVELATO G. C. ESTUDO ORIENTADO 2 – busca de informações sobre produtos químicos

na internet – Parte I- BUSCA RÁPIDA. FUNDACENTRO – Centro Regional de Minas Gerais.

CURSO GESTÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS NO AMBIENTE DE TRABALHO. Belo

Horizonte, março/abril de 2008.

BUSCHINELLI, J. T. E KATO, M. Manual para interpretação de informações sobre substâncias

químicas. SÃO PAULO: FUNDACENTRO, 2011.

O que é o GHS? Sistema harmonizado globalmente para a classificação e rotulagem de produtos

químicos. São Paulo: ABIQUIM/DETEC, 2005. 69p. Adaptação de: U.S. Department of Labor,

Dictorate of Standards and Guidance, Ocupational Safety and Health Administration .GHS

Guidance Document – draft April 2004.

Produtos químicos — Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente. Parte 1:

Terminologia. ABNT NBR 14725-1:2009.

Produtos químicos — Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente. Parte 2: Sistema de

classificação de perigo. ABNT NBR 14725-2:2009.

Produtos químicos — Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente. Parte 3: Rotulagem.

ABNT NBR 14725-3:2009.

Produtos químicos — Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente Parte 4: Ficha de

informações de segurança de produtos químicos (FISPQ). ABNT NBR 14725-4:2009.

CAS (Chemical Abstratcs Service). Disponível na internet: http://www.cas.org/. 2012

Common Chemistry™ from Chemical Abstracts Service (CAS). Disponível na internet:

http://www.commonchemistry.org/. 2012.

Curso de Toxicologia da Gerência Geral de Toxicologia da Agência Nacional de Vigilância

Sanitária, 2002. Disponível na internet: http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mIII.area.htm

Toxicologia. Disponível na internet: http://www.forma-te.com/mediateca/view-document-

details/9072-toxicologia.html. Lisboa, 2009.

Classificação de carcinogenicidade da IARC (International Agengy for Research on Cancer)

http://monographs.iarc.fr/ENG/Classification/index.php. 2012