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Capítulo III - Saiba Mais 1...
VISITAS DE CAMPO EM BRASÍLIA-DF
Tem sido uma constante dos encontros formativos a inserção de atividades de
campo, como estratégia vivencial de conexão com o local (cidade/estado/bacia
hidrográfica) onde os encontros ocorrem, na perspectiva da EA e sua relação
com a água, com a história, com o imaginário, com as experiências e
perspectivas do lugar.
Assim, foram agregadas como atividades opcionais extras ao V Encontro
Formativo de Educação Ambiental e Gestão de Águas duas visitas de campo
que aconteceram na manhã do dia seguinte ao encerramento (12/05), sendo
uma à Estação Ecológica de Águas Emendadas (ESECAE) e outra à Serrinha
do Paranoá, ambos locais muito significativos para a questão hídrica e as
ações de educação ambiental desenvolvidas no Distrito Federal.
Brasília, Capital das Águas Situado no Planalto Central, o Distrito Federal encontra-se totalmente inserido
no bioma Cerrado, que é um berçário de águas, região de cabeceiras que
formam grandes bacias hidrográficas brasileiras.
Das 12 regiões hidrográficas nacionais, três são nutridas pelos divisores de
água do Distrito Federal: Paraná, Tocantins-Araguaia e São Francisco.
As bacias do rio Paranoá e dos rios Descoberto, Corumbá, São Bartolomeu e
São Marcos integram a bacia do rio Paranaíba, situada na Região Hidrográfica
do Paraná. A bacia do rio Maranhão pertence à Região Hidrográfica Tocantins-
Araguaia e a bacia do Rio Preto pertence à Região Hidrográfica do São
Francisco.
São ao todo 7 bacias hidrográficas com 41 unidades hidrográficas que
englobam o território do Distrito Federal, perfazendo uma rede hídrica de
aproximadamente 700 cursos d´água (rios, ribeirões, córregos, grotas, lagoas,
riachos, represas, lagos e lagoinhas).
Figura1:AsRegiõesHidrográficaseoterritóriodoDistritoFederal–áreaepopulação
Fonte:PNRH–SRH,2005
Destaca-se, das bacias que conformam a RH Paraná, a do rio Paranoá,
contribuinte do Lago Paranoá, onde se situa Brasília e seu Plano Piloto, ou
seja, a sede da Capital Federal.
No sentido sul, além de nutrirem a bacia do rio Paranaíba, que à jusante se
encontra com o rio Grande, formando o grande rio Paraná, as águas do Distrito
Federal também contribuem para a conformação da segunda maior bacia de
águas transfronteiriças da América do Sul, a bacia do Prata, que abrange
territórios de cinco países: Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.
No ano de 2018, Brasília será considerada a “Capital Mundial das Águas”,
devido à realização na cidade do 8º Fórum Mundial da Água – 8FMA, de 23 a
28 de março de 2018 (informe-se neste link:
http://www.worldwaterforum8.org/pt-br/); e também o Fórum Alternativo Mundial da Água – FAMA, de 17 a 19 de março de 2018 (informe-se neste
Figura2:MapaHidrográficodoDistritoFederal
Fonte:SEMA-DF,2016
link: http://www.fama2018.org/).
Desde os primórdios da transferência da Capital Federal do Rio de Janeiro
para o Planalto Central, as águas de Brasília também se tornaram fonte de
inspiração poética e musical. O córrego do Catetinho, por exemplo, inspirou o
poema-canção bossa-novista “Água de Beber”, de Vinícius de Morais e Tom
Jobim, quando lá estiveram em visita (1961), acompanhados de Juscelino
Kubitschek e Israel Pinheiro.
As fotografias a seguir, reunidas pelo poeta TT Catalão, documentam aquele
momento histórico: “o córrego do Catetinho despertou em JK, Israel Pinheiro e
Tom, com Vinicius, fazendo trilha e o murmurujar do córrego friinho no ritmo
sincopado entre pedras... “água de beber, água de beber camará...”
Figura3:FotodeBentoViana–Brasíliavistadocéu
Fonte:https://bentoviana.wordpress.com/2012/07/24/brasilia-vista-do-ceu-45/
MERGULHANDO (fique por dentro)
Saiba mais sobre a passagem de Tom Jobim e Vinícius de Moraes pelo Catetinho (neste link: http://brasiliapoetica.web1509.kinghost.net/a-
passagem-de-tom-jobim-e-vinicius-de-moraes-pelo-catetinho-2/#more-2719) e também sobre a história do palácio do Catetinho (neste link: https://www.youtube.com/watch?v=w33lyejE8T8 ).
Figura4:FotosdeTomJobim,ViníciusdeMorais,JuscelinoKubitscheckeIsraelPinheironocórregodoCatetinhho
Fonte:https://www.facebook.com/ttcatalao/posts/1420969091531087
Visita à Estação Ecológica de Águas Emendadas
A visita à Estação Ecológica de Águas Emendadas (ESECAE) do Distrito
Federal foi realizada por um grupo de cerca de 20 participantes do V Encontro
Formativo na manhã do dia 12/05/2017.
Situada na Região Administrativa (RA) de Planaltina-DF, com uma área de 10,5
mil hectares de Cerrado com mais de 50 nascentes, a ESECAE é uma Unidade
de Conservação (UC) de proteção integral. De acordo com o Mapa Ambiental
do DF, as Estações Ecológicas possuem grande importância para “a
preservação dos ecossistemas naturais no interesse da pesquisa científica,
sendo as visitas rigorosamente controladas e geralmente fechadas ao público.
Em uma Estação Ecológica, o ecossistema é protegido de forma integral em
90% da área, onde a interferência humana deve ser sempre a mínima
possível”.
Criada no ano de 1968, sendo a mais importante reserva natural do Distrito
Federal, na Estação Ecológica de Águas Emendadas ocorre um “fenômeno
Figura5:VisitaàESECAE
único da união de duas grandes bacias da América Latina, a Tocantins-
Araguaia e a Platina, em uma vereda de 6 km de extensão. Essa característica
faz dela um dos acidentes geográficos de maior expressão existentes no
território nacional”.
MERGULHANDO (fique por dentro)
Confira este vídeo com uma curta reportagem sobre a Estação Ecológica de Águas Emendadas (ESECAE). Acesse pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=D_roZHj4634.
Os visitantes do Encontro Formativo estiveram no Centro de Visitação, fizeram
caminhada e também puderam apreciar a Lagoa Mestre D´Armas (ou Lagoa
Bonita).
Figura6:ReconhecimentocartográficodaESECAE
Visita à Serrinha do Paranoá
O outro grupo, de aproximadamente 30 participantes do V Encontro Formativo,
visitou a Serrinha do Paranoá, sendo recepcionado pelo Instituto OCA do Sol,
uma das organizações civis que atuam com a educação ambiental e a proteção
das águas da bacia do rio Paranoá.
A Serrinha do Paranoá faz parte da região administrativa do Lago Norte e fica
localizada entre o Varjão e o Paranoá. É também conhecida como Chapada da
Contagem, sendo berçário de aproximadamente 100 nascentes já catalogadas
que abastecem o Lago Paranoá na sua porção norte.
Figura7:VisitaàSerrinhadoParanoá
Foto:ArquivoVEncontroFormativo
As diferentes fitofisionomias do Cerrado que compõem a paisagem da Serrinha
e a vista panorâmica da Capital tornam o lugar um atrativo para o ecoturismo.
A região conta, ainda, com trilhas de trekking, mountain bike, parques
ecológicos, mirantes, museu a céu aberto, Torre de TV Digital, entre outros
atrativos.
Nos nove núcleos rurais que compõem a região da Serrinha do Paranoá, há
produção orgânica de alimentos, projetos de permacultura, sistemas
agroflorestais, educação ambiental e de reflorestamento.
Cerca de 40 participantes estiveram na visita, inclusive toda a delegação latino-
americana de diretores de EA, dentre outras pessoas que participaram do V
Figura8:VisitaàCachoeiradoCórregodoUrubunaSerrinhadoParanoá
Encontro Formativo de EA e Gestão de Águas. A visita ocorreu na manhã do
dia 12/05 (sexta-feira), conforme a seguinte programação:
• 09:00 às 09:15 - Abertura e boas vindas o Lêda Bhadra, da Escola da Natureza e representante da
Administração Regional do Lago Norte
o Solange Sato, representante do Instituto OCA do Sol
• 09:15 às 09:50 - relatos breves de 6 experiências do DF em EA e gestão de águas/bacias hidrográficas:
o Projeto Águas do Paranoá (Solange Sato/OCAdoSol)
o Projeto Descoberto Coberto (Luiz Felipe/IBRAM)
o Projeto Águas do Cerrado (Cláudio Jacintho/InstitutoIPOEMA)
o Movimento Rio São Bartolomeu Vivo (Paulo César
Araújo/RedeMaisCerrado)
o Projeto ARIE Granja do Ipê (Regina Fittipaldi/UNIPAZ)
o CIRAT-Centro Internacional de Água e Transdisciplinaridade
• 09:50 às 10:20 - roda de conversa: dinâmica "fórum"
• 10:20 às 11:15 - caminhada e visita à Cachoeira do Córrego do Urubu
• 11:15 às 12:00 – mirante da Pedra dos Amigos: vista panorâmica do Lago Paranoá e cidade de Brasília
Figura9:ApresentaçãodeexperiênciasnoInstitutoOcadoSol
Dos projetos previstos na programação, não foi possível a presença do
representante do Projeto ARIE Granja do Ipê. Todos os demais estavam
presentes e foram apresentados. Para saber mais sobre os projetos:
v Projeto Águas do Paranoá: http://ocadosol.blogspot.com.br/
v Projeto Descoberto Coberto:
http://www.cbhmaranhao.df.gov.br/descoberto_coberto/default.asp
v Projeto Águas do Cerrado: http://ipoema.org.br/aguas/o-
projeto/aguas-do-cerrado/
v Movimento Rio São Bartolomeu Vivo:
https://www.facebook.com/projetoriosaobartolomeuvivo
v Centro Internacional de Água e Transdisciplinaridade – CIRAT:
http://cirat.org/
A visita foi bastante proveitosa do ponto de vista pedagógico, proporcionando
aos participantes do V Encontro Formativo que conhecessem mais intimamente
experiências de base social que são desenvolvidas em Brasília, bem como aos
atores locais se apresentarem, gerando significativos diálogos, intercâmbio de
saberes e experiências. A página do Instituto Oca do Sol no Facebook publicou
nota sobre a visita, disponível neste link:
https://www.facebook.com/OcaDoSol/posts/1287558828007013.
Para saber mais sobre a Serrinha do Paranoá:
• http://guiadolagonortemkt.wixsite.com/guialagonorte/serrinha
• https://www.youtube.com/watch?v=EglP-7mmED0
• https://www.facebook.com/SerrinhaDoParanoa/
VÍDEO - Confira o vídeo da visita à Serrinha do Paranoá, que contou com um bate papo com organizações da sociedade civil do Distrito Federal, caminhada no Cerrado, parada no mirante e confraternização na cachoeira do Córrego do Urubu!
• https://www.youtube.com/watch?v=au9ZQDVn7gY
• http://tvbrasil.ebc.com.br/reporter-df/episodio/serrinha-do-paranoa
• http://df.divirtasemais.com.br/app/noticia/programe-
se/2014/01/03/noticia_programese,146456/serrinha-do-paranoa-tem-
area-de-cerrado-nativo-e-trilha-de-mountai-bik.shtml
• https://www.youtube.com/watch?v=URWh8c2DE1c
MERGULHANDO (fique por dentro)
A toponímia (nomes próprios) dos quase 700 cursos d´água do Distrito Federal no geral representam uma variedade de acontecimentos, nomes de pessoas, nomes de santos e de aspectos da natureza local. Confira, a seguir, o levantamento realizado por Irene Mesquita, servidora da SEMA-DF:
Fauna: córrego das Antas, córrego Araras, córrego Capivara, córrego Gavião,
ribeirão Jacaré, córrego Lôbo, córrego da Onça, etc.
Flora: córrego Almécega, córrego Arniqueira, córrego Aroeira, ribeirão
Bananal, córrego Barbatimão, córrego Buriti, córrego Jatobá, córrego Fumal,
córrego Lobeiral, córrego Pequizeiro, ribeirão Palmeiras, córrego Piteira, etc.
Geológico e Mineralógico: córrego Areias, córrego Cristal, ribeirão Ouro,
córrego Pedreira, córrego da Prata, etc.
Fatos ocorridos: córrego Acampamento, córrego Batalha, córrego Currais,
córrego Não Dá Caminho, ribeirão Saia Velha, córrego Tapera do Anselmo,
córrego da Viúva, etc.
Paisagem natural: Rio Alagado, córrego Brejinho, córrego Capão, córrego
Capoeira, córrego Chapadinha, córrego Matão, córrego Vereda, etc.
Nomes de pessoas: córrego Abadia, córrego Almeida, córrego Antônio
Rodrigues, córrego do Barbosa, córrego Cândido, córrego Estanislau, córrego
Eugênio, etc.
Nomes de Santos: córrego Santa Bárbara, ribeirão Santa Maria, ribeirão
Santa Rita, córrego Santo Antônio, etc.
Fonte: Apresentação dos estudos de Toponímia do DF em reunião de
15/04/2015 do Conselho de Recursos Hídricos do Distrito Federal (CRH-DF).
OCEANO (amplie a sua formação)
Acesse as cartografias hídrica e ambiental do DF:
> Mapa Hidrográfico do Distrito Federal (2016), frente e verso. Disponível neste link: http://www1.sema.df.gov.br/mapa-hidrografico-do-
df/;
> Mapa Ambiental do Distrito Federal (2014). Disponível neste link: http://www.ibram.df.gov.br/pdfs/institucional/Mapa%20Ambiental%202014.
pdf;
Amplie o seu conhecimento sobre as Regiões Hidrográficas e territorialidades hídricas conectadas ao Distrito Federal:
> Sobre a RH Paraná, disponível neste link: http://www2.ana.gov.br/Paginas/portais/bacias/parana.aspx;
> Sobre a Bacia do Prata, o Programa Marco para a Gestão Sustentável e Visão Geral da Bacia, disponível neste link:
https://proyectoscic.org/documentos-tecnicos/documentos-de-
base/Programa%20Marco;
> Sobre a RH Tocantins-Araguaia, disponível neste link: http://www2.ana.gov.br/Paginas/portais/bacias/tocantinsaraguaia.aspx;
> Sobre a RH São Francisco, disponível neste link: http://www2.ana.gov.br/Paginas/portais/bacias/saofrancisco.aspx;
Saiba também sobre os Comitês de Bacias Hidrográficas do DF:
> CBH rio Paranoá: http://www.cbhparanoa.df.gov.br/;
> CBH Afluentes do rio Preto: http://www.cbhpreto.df.gov.br/;
> CBH Afluentes do rio Maranhão: http://www.cbhmaranhao.df.gov.br/;
E sobre os Comitês de bacias interestaduais dos quais o DF participa:
> CBH rio Paranaíba: http://cbhparanaiba.org.br/;
> CBH rio São Francisco: http://cbhsaofrancisco.org.br/2017/.