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CAPÍTULO XV VIDROS

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CAPÍTULO XV

VIDROS

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15.1 INTRODUÇÃO

De todos os materiais produzidos que nós usamos no nosso dia-a-dia, provavelmente nenhum tem uma maior utilização na construção moderna como o vidro.

A arte de fabricar o vidro é muito antiga e nos dias de hoje a industria usa basicamente os mesmos materiais que os antigos vidraceiros. No entanto, os métodos de produção foram evoluindo, resultando num maior nível de produção, melhorando o vidro e conseguindo uma grande variedade de tamanhos e formas deste, que outros métodos não conseguiram fazer.

Existem vários tipos de vidro, como por exemplo, os vidros reflectores de paisagem, utilizados em fachadas de edifícios, o que melhora o isolamento térmico.

Normalmente são utilizados com fins estéticos. Utilizam-se muito vidros em interiores, como divisórias, com fins puramente decorativos.

Geralmente estes vidros apresentam formas trabalhadas (relevos) e agradáveis. Estas divisórias aumentam o espaço de que se dispõe.

15.2 CONSTITUINTES DO VIDRO – FABRICO

O vidro obtém-se por fusão da matéria prima seguida de um abaixamento de temperatura, tomando nessa altura um aspecto viscoso. É sob esta forma viscosa que o vidro é moldado, obtendo-se o objecto pretendido. Quanto á sua composição química, é difícil ser-se preciso numa definição, mas poderemos dizer que o vidro é uma dissolução sólida de vários silicatos de sódio, cálcio, chumbo ou potássio.

Portanto na constituição do vidro temos um certo número de moléculas de sílica (m), um certo número de moléculas (n) de óxido de cálcio ou chumbo (na vidraça corrente é óxido de cálcio) e temos um certo número de moléculas (p) de óxido de sódio ou potássio, isto é:

O2NaO2KpOCa

OPbn,2SiO,m •

Figura XV.1 – Composição química do vidro

Na matéria prima o elemento predominante é a sílica – areia siliciosa (entre nós utiliza-se a areia de Rio Maior). O óxido de cálcio é fornecido pelo carbonato de cálcio e o óxido de sódio é fornecido pelo sulfato de sódio ou pelo carbonato de sódio.

Previamente à fusão há necessidade de juntar fundentes, em geral são bocados de vidro finamente moídos, que são misturados com a matéria-prima e ainda certos aditivos, com vista a corrigir a matéria prima. A areia pode conter óxido de ferro que dá ao vidro uma tonalidade esverdeada, quando isto acontece limpamos o vidro com aditivo que é o dióxido de manganês (MnO2), a que os vidraceiros chamam sabão.

No fabrico do vidro libertam-se, em consequência de utilizarmos carbonatos de cálcio ou sódio, vapores de dióxido e óxido de carbono e ainda dióxido de enxofre. Para auxiliar a libertação destes gases do vidro, adiciona-se óxido de arsénio (As2O3).

Estes dois aditivos anteriormente referidos são os mais importantes. A matéria-prima é moída, doseada, homogeneizada e depois vai a cozer ao forno. Este pode ser de produção intermitente ou contínua.

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Figura XV.2 - Mistura dos constituintes dos materiais numa fornalha de vidro

Depois de calcinada, isto é, depois de ter perdido toda a água que contém, junta-se à massa o fundente. Em seguida eleva-se a temperatura até á fusão do material, até cerca de 1200 a 1400 ºC, de acordo com a composição da matéria-prima. Nesta altura dão-se as reacções químicas que darão origem ao vidro e adiciona-se o dióxido de manganês quando o usarmos. Podemos lançar também corantes com vista á coloração que se pretenda dar ao vidro. Por exemplo se se pretender obter vidro azul junta-se cobalto, mas a coloração do vidro tem truques e segredos profissionais.

Limpa a matéria-prima por acção dos aditivos as escórias ficam, tal como no aço, a sobrenadar. Para trabalhar o vidro reduz-se a temperatura para valores da ordem dos 800ºC. O vidro fica sob a

forma não de material fundido, mas pastoso, e é nesta altura que é moldado. O processo tradicional de fazer o vidro é como se sabe por insuflação tal qual como fazemos

bolhas de sabão, conseguindo assim, soprando e rodando a cana, formar na extremidade desta uma bola. A partir desta obtém-se um cilindro que depois é cortado, segundo a linha a traço ponto que está na figura a seguir.

Figura XV.3 - Insuflação

Em seguida aplana-se, conseguindo-se uma chapa de vidro. Hoje há processos de insuflação mecânicos, portanto máquinas que fazem precisamente aquilo que

primitivamente o homem fazia com a boca. O processo mais importante do fabrico do vidro é sem dúvida a estender. É feita da seguinte

forma: Temos uma tina com o vidro que sai do forno, no estado pastoso. Há um dispositivo montado

sobre uns flutuadores, umas pinças que recolhem a massa pastosa e a conduzem através de um dispositivo com rolos. A distância entre rolos será a espessura que irá ter a folha de vidro.

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Obtemos então a folha de vidro com o comprimento variável (geralmente 4 a 5 m) que depois pode ser cortada em vários bocados.

Este é o chamado processo de Fourcault. Os americanos introduziram um outro processo semelhante a este, mas em vez de se obter uma

chapa de vidro, obtêm-se chaminés cilíndricas que se cortam ao longo de uma geratriz.

Figura XV.4 - Estiragem

Podemos fazer vidro armado, aumentando a sua resistência ao choque e estilhaçamento. Neste caso o processo de fabrico é a laminagem. Temos duas chapas de vidro, obtidas pelo processo anterior, que são obrigadas a passar pelo intervalo entre dois rolos (laminador) e há uma malha de arame que entra entre duas camadas de vidro.

Figura XV.5 - Vidro armado

Podemos ter vidros armados com plástico, em vez de arame, que é o que se faz mais correntemente.

Podemos obter os produtos através de moldes que é o processo usado no fabrico de garrafas, por exemplo. Há um molde metálico que dá forma ao produto que queremos obter, havendo primeiro uma insuflação.

Para completar os processos de fabrico falemos na prensagem que é o processo utilizado nos mosaicos, nos blocos e no vidro martelado.

15.3 PROPRIEDADES DOS VIDROS

15.3.1 Reflectividade do vidro

O principal objectivo de usar vidros num edifício é de proporcionar a transmissão de luz para o seu interior. A transparência é resultante do estado amorfo, pois o estado cristalino conduz à não transparência. O vidro também pode ser opaco e neste caso é usado para o fabrico de produtos para substituir a porcelana. A transparência do vidro está ligada ao estado amorfo, pois verifica-se que se o

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deixarmos estar à temperatura de amolecimento durante um tempo suficientemente elevado, para que as moléculas se disponham convenientemente dá-se a cristalização e o vidro torna-se opaco.

A proporção de luz transmitida varia com a espessura do vidro e com o tipo de acabamento à superfície. O uso de vidro transparente resulta muitas vezes num inconveniente brilho e clareza. Este poderá ser ultrapassado com o uso de imitação de vidro em chapa de vidro de cor neutra acizentada. A transmissão de luz para o interior, mais recentemente é de 44%.

Quando a radiação solar incide no vidro ou noutro material transparente, alguma da energia incidente é reflectida, alguma é absorvida pelo material, e a restante radiação é transmitida para o interior do edifício, resultando num ganho de calor (energia) no edifício.

Para janelas ordinárias, a absorção existe numa pequena fracção, enquanto que a transmissão envolve a maior parte da energia total envolvida. A reflexão varia consideravelmente com o ângulo de incidência – o ângulo entre os raios de luz e uma linha perpendicular com a superfície de reflexão. Quanto maior é o ângulo de incidência, maior será a quantidade de energia reflectida.

Figura XV.6 - Variação da reflexão, absorção e transmissão das radiações solares de uma chapa de vidro ordinária

numa parede a sul a 45º de latitude.

A quantidade de calor que se ganha com a transmissão de radiações solares é significante. Esta energia calorífica terá de ser removida através de equipamento de ventilação e ar condicionado. É por isso importante remover o mais possível o calor ganho.

Isto pode ser feito de várias formas. A reflectividade do vidro pode ser aumentada cobrindo a superfície com uma película metálica ou uma película de material dieléctrico que tem um elevado índice de refracção.

Blindar é outro dos métodos do controle solar. Uma luz blindada colorida reflecte alguma radiação e absorve o resto. Se uma luz colorida blindada pode ser colocada entre os panos de uma janela dupla, ajudará a reduzir o calor acumulado.

O vidro absorsor de calor é também extensamente utilizado para reduzir o calor solar ganho. Os vidros são eficazes através da transmissão de energia de mais ou menos 20% para o interior quando o ângulo de incidência é pequeno, e menos de 20% quando o ângulo de incidência é grande. No entanto esta energia absorvida deve ser dissipada e, para manter uma energia calorífica no interior diminuta deverá ser dissipada para o exterior. Isto pode ser possível se o vidro absorsor de calor for usado no pano exterior de uma janela duplamente vidrada. Uma grande fracção da energia absorvida pode ser transmitida para a atmosfera existente no exterior, se existir circulação livre do ar exterior no espaço entre os panos da janela dupla.

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15.3.2 Propriedades mecânicas do vidro

Quanto às resistências mecânicas, no que se refere à compressão e à tracção, podemos dizer que elas são apreciáveis. Na vidraça corrente a resistência à compressão é cerca de 200 MPa e a resistência à tracção é cerca de 20 MPa, um valor nitidamente inferior. Isto marca a fragilidade do vidro.

Mas a fragilidade do vidro é sentida sobretudo no que se refere à resistência ao choque. Sabemos que o vidro tem resistência à compressão e à tracção, mas efectivamente a resistência ao choque é modesta, pois o vidro parte com extrema facilidade. Supõe-se que isso seja consequência das tensões residuais que subsistem no vidro, dado que é mau condutor de calor. Sendo assim o arrefecimento dá-se mais rapidamente no exterior do que no núcleo provocando uma contracção das camadas exteriores, o que conduz a deformações do vidro.

É prática corrente melhorar as características do vidro, com vista à eliminação das tensões residuais, fazendo um recozimento, portanto um tratamento térmico, evitando assim que o vidro seja demasiado frágil.

Muitas vezes além do recozimento pode fazer-se uma têmpora por imersão em óleo, tudo com vista a diminuir a fragilidade.

No que se refere às resistências mecânicas, em certos vidros elas podem ser muito elevadas. Encontramos, por exemplo vidros que podem atingir à compressão os 1000 MPa.

É o caso de vidros utilizados na observação submarina que estão sujeitos a enormes pressões. A resistência à tracção, que no caso da vidraça corrente é como já foi referido de 20 MPa, nos fios

de vidro que têm vindo a substituir os cabos de sisal temos valores de 2500 MPa, um valor superior ao do aço.

15.3.3 Outras propriedades dos vidros

- Têm boa resistência química, excepto ao ácido fluorídico pelo qual se deixam atacar; - São praticamente impermeáveis tanto para líquidos como para gases; - São maus condutores do calor e da electricidade; - Os vidros comuns têm densidades à volta dos 2.5, aumentando esta à medida que aumenta a percentagem de chumbo. Assim o cristal tem 3.3 de densidade, enquanto que para o vidro flint este valor sobe já para 6.0; - Aderem perfeitamente ao alumínio e isto explica, em parte, a utilização, hoje em dia, da caixilharia de alumínio. 15.4 APLICAÇÕES DOS VIDROS

Como produtos fabricados com vidro podemos referir as vidraças utilizadas por exemplo em clarabóias e em janelas, o vidro armado utilizado com o fim de que o vidro ao partir não se fragmente, ficando preso pela malha de armação, a telha de vidro, por exemplo com a forma de telha marselha e que se destina a deixar passar a luz, os blocos de vidro que se aplicam em pavimentos com vista a obter a iluminação de galerias ou garagens subterrâneas, ladrilhos, tijolos e cabos de fibra de vidro.

O cristal é obtido a partir do vidro depois deste já fabricado, por polimento. Este polimento é obtido artificialmente por desgaste com o auxílio de discos.

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15.4.1 Classes dos vidros

15.4.1.1 Vidro de janelas

Designações e medidas:

Designação Espessura mm

Tolerância mm

Tamanho máximo fornecível,

mm

Vidro simples

1.8

+0.2 -0.05 600 (700) x 1800

Vidro médio 2.8 +0.2 -0.1 1100 x 2300

Vidro duplo

3.8

±0.2 1400 x 2400

Vidro grosso

4.5

5.5 6.5

+0.3 -0.2 ±0.3 ±0.3

1860 x 2500

2760 x 6500 2760 x 6500

Vidro extra-grosso

7.5 8.5 9.5

11.0 13.0

±0.5 ±0.5 ±0.5 ±1.0 ±1.0

2610 x 4500 2610 x 4020 2610 x 3510 2520 x 3510 2400 x 3000

Tabela XV.1 – Designações e medidas de vidros de janelas.

15.4.1.2 Chapa de vidro

A chapa de vidro, é um vidro fundido e laminado que depois de um cuidadoso arrefecimento é esmerilado em ambas as faces e brunido. As chapas de vidro são transparentes e isentas de distorsão, tanto por reflexão como por refracção. As chapas de vidro ou vidro para espelhos, em geral incolores, podem conseguir-se também com as seguintes cores: cinzento rato, verde de sinalização, amarelo de ouro, cinzento claro, verde claro, amarelo claro, ametista, azul claro e cinzento claro especial.

Figura XV.7 – Máquina horizontal de fundição Figura XV.8 – Remoção de chapa de vidro

cortada de uma máquina de fundição Vidro flutuante é uma chapa de vidro produzida por um novo processo. A razão do seu sucesso é a

combinação do processo de fundição da chapa, com o seu processo de planura, e finalmente com o amolecimento e o polimento da mesma chapa de vidro.

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Figura XV.9 – Controle de um circuito fechado

da operação da produção do vidro Figura XV.10 – Tira de vidro a sair de

uma máquina de fundição

Figura XV.11 – condutor de vidro de uma máquina

de cortar automática

Designação e medidas:

Designação Espessura mm

Tamanho máximo Fornecível, mm

Chapas normais (de 2 a 8 mm)

4 – 6 6 – 8

9000 x 3090 6360 x 3780 7500 x 3150

Chapas grossas (de 8 a 10 mm) 8 – 10 5700 x 3600

Chapas brunidas (de 10 a 42 mm)

(as de espessura superior a 22 mm só se fabricam por encomenda especial)

10 – 12 12 – 14 14 – 16 16 – 18 18 – 20 20 – 22

5700 x 3000 5700 x 2550 5700 x 2310 5700 x 2100 2850 x 2010 2850 x 1830

Chapas de cor 5.5 – 8 6000 x 3000

Chapas em bruto (uma fase lisa, a outra

estriada)

9 – 11

10 – 12 11 – 13 12 – 14 13 – 15 15 – 17 17 – 19 19 – 21 21 – 23 24 – 26

(uma fase lisa, a outra areada)

32 (±2) 37 (±2) 42 (±2) 47 (±2)

Fabricado por encomenda

especial

Tabela XV.2 - Designações e medidas de chapas de vidros de janelas.

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15.4.1.3 Vidros opacos

São vidros fundidos opacos e de cor com uma face polida a fogo ou posteriormente tratada e a outra estriada. Cores: preto, branco marfim, bege, amarelo, verde pastel, verde mar, azul pastel, cinzento pérola, cinzento pomba, cinzento rato, rosa salmão e vermelho coral. Superfície lisa, sem fendas capilares, facilmente laváveis e higienicamente impecáveis. Espessura: 6 ± 1 mm, em algumas cores também 9 ± 1 mm. Tamanhos de fabricação ≤ 1500 ⋅ 3500 mm.

– Placas para revestimento de paredes: tamanho conforme o método de aplicação. Mosaicos de vidro (segundo norma).

Figura XV.12 - Fixação de placas de vidro

Aplicação: as grandes placas de revestimento sobre uma camada com 5mm de espessura de betume especial. Largura das juntas ≥ 2 mm. No revestimento de vergas e fachadas a partir do primeiro andar estas placas devem ser fixadas com dispositivos mecânicos que reforcem a sua fixação ao betume. Os parafusos devem ser montados com manguitos que não permitam apertá-lo de forma a produzirem uma pressão directa sobre o vidro.

15.4.1.4 Mosaicos, placas e tijolos de vidro para tabiques e clarabóias

Para tabiques que resistam ao fogo e deixem passar a luz. Por estampagem, efeitos decorativos, difusores e refractares. Placas de vidro

Figura XV.13 – Placas de vidro em máquina

de amolar dupla Figura XV.14 – Máquinas duplas de amolar

placas de vidro

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Figura XV.15 – Placas de vidro em máquina de polir

Dimensões de tijolos

Os tabiques constroem-se com argamassa de cimento e armadura de varões, geralmente, só em direcção horizontal. Largura das juntas (alhetas) ≥10 mm. Estes tabiques devem ter liberdade de movimento em relação à estrutura contígua de forma a não ter sobrecargas verticais.

Comp. ± 2 mm

Largura ± 2 mm

Espessura ± 2 mm

190 190 240 240 240 300

190 190 115 157 240 300

50 80 80 80 80

100

Tabela XV.3 – Dimensões dos tijolos de vidro. 15.4.1.5 Placas para tabiques de uma só peça

Placas Espessura mm

Superfície até m2

Com um comp. de lado

até mm

Maciças

30 6 6000

Ocas 50 80

1000

10 18 24

6000

Tabela XV.4 – Dimensões de placas para tabique.

15.4.1.6 Ladrilhos de vidro para clarabóias

Clarabóias planas e com trânsito de carros de «vitrobetão armado», resistentes a fagulhas e ao calor por radiação. Nas clarabóias de superfície > 18 m2 ou de comprimento > 18 m devem existir juntas de dilatação.

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Comp. mm

Largura mm

Espessura mm

110 115 160 195 200 220

Ø115 Ø130 Ø140 Ø150 Ø190

110 115 160 195 200 220

30 60 22 22 22 22 60 80 32 80 32

Tabela XV.5 - Dimensões de ladrilhos de vidro para clarabóias.

15.4.1.7 Vidros isolantes

Os vidros isolantes são constituídos por duas ou mais chapas de vidro unidas por fusão dos bordos (Gado) ou ensambladas com perfis especiais (Thermopane, Thermolux e Cudo) com ar interior dessecado. Índice de amortecimento acústico das unidades normais, de acordo com o ângulo de incidência do som, desde 36 até 25 db. Dimensões iguais aos vidros correntes de janelas. Não podem ser cortados na obra.

Vidros Simples

5mm K = 6.30

Vidros Duplos

Dist. entre As chapas

1 x 4 1 x 8 1 x 10 1 x 12

3.40 3.00 2.85 1.75

Vidros Triplos

2 x 4 2 x 12

2.60 1.75

Vidros duplos DIG

1 x 10 1 x 20

2.30 2.00

Tabela XV.6 – Coeficiente de transmisão térmica K de vidros (kcal/m2.h)

Figura XV.16 – Corte de envidraçado

assemblado com aro metálico Figura XV.17 – Vidros

com tira de chu

- XV.10 -

Placa de vidro com 6mm

Tira de chumbo

assemblados mbo

Figura XV.18 – Vidros unidos por fusão dos bordos

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15.4.1.8 Vidros de protecção contra o calor

Este tipo de vidro é usado no controle do aquecimento e na redução do calor solar. São vidros fundidos ou laminados com cor própria ligeiramente verdeazulada. Deixam passar

somente 57% do calor, enquanto que o vidro incolor deixa passar 85%. Espessuras de 4 a 8 mm. Dimensões δ 3000 ⋅ 6000 mm

Figura XV.19 - Edifício envidraçado com vidro reflector prateado

15.4.1.9 Vidros compostos de segurança

Vidro inestilhaçável, constituído pela sobreposição de duas ou mais chapas extremamente elásticas, que se utiliza para tabiques, parapeitos, portas, montras e automóveis.

Vidro blindado: com três ou mais chapas de vidro, para tesourarias, balcões de bancos, montras de joalharias, etc. Dimensões: δ 1200 ⋅ 2300 mm.

15.4.1.10 Vidro Sekurit

Vidros de segurança de uma só folha esmerilados por ambas as faces e chapas de segurança brunidas, que tenham sido pré-esforçadas por tratamento térmico especial dando-lhes elasticidade, resistência à fractura, adaptação às flexões e sensibilidade à temperatura, tornando-os inestilhaçáveis.

Utilizam-se para portas sem caixilho (com fecho no chão), parapeitos, varandas, degraus, tampos de mesas e na construção de veículos.

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Figura XV.20 – Tabiques de vidro securit

15.4.1.11 Portas de vidro

Dimensões máximas e mínimas:

Espessura do vidro mm

Comp. máximo

mm

Largura máxima

mm

Largura mínima

mm

20 – 22 18 – 20

16 – 18

14 – 16

12 – 14

10 – 12

8 – 10

6 – 8

4.5 - 6

2000

2200

2500

2600 2600

3200 2500

2500 2200

2500 2000 1500

2500 2000 1500

1000

1200

1300

1600 1400

1600 1200

1500 900

800 1000 1100

700 1000 1100

100

100

100

150 -

200 -

200 -

200 400 200

200 400 200

Tabela XV.7 – Dimensões máximas e mínimas de portas de vidro.

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15.4.1.12 Vidro temperado

Vidro de uma só lâmina pretensado; de chapa de vidro ou de vidro grosso. Utilizado para parapeitos e revestimentos de fachadas de grande segurança.

Espessura

mm Medidas

mm Tolerância

mm

4 – 5 5 - 6 6 - 7

1200 x 800

1600 x 1000 1750 x 1000

± 1

± 1.5 ± 1.5

Tabela XV.8 – Dimensões de vidros temperados.

15.4.1.13 Vidro policolor

Chapas pretensadas de cor, brunidas, em bruto ou sem brilho. Cor fundida sobre o vidro, opaco e resistente aos arranhaços.

Colocação em caixilhos, ou aplicado com betume especial, δ 1300 ⋅ 600 mm.

Espessura mm

Medidas mm

4.5 – 6 6 – 8 8 – 10 10 – 12

1600 x 600 2000 x 1300 2400 x 1400 2800 x 1480

Tabela XV.9 - Dimensões de vidros policolor.

15.4.1.14 Elementos construtivos do vidro

Elementos compostos de lâmina de vidro policolor ou opaco, camada isoladora e placa de fibrocimento ou gesso.

Elementos colados, ou emoldurados com uma tira de chumbo hermética ao vapor. Consideram-se resistentes ao fogo se a espessura da camada isoladora for ≥35 mm. Medidas: δ 2200 ⋅ 1500 mm.

Figura XV.21 – Elemento construtivo de vidro.

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15.4.1.15 Vidros curvos

Figura XV.22 – Tipo de vidros curvos.

15.4.1.16 Telhas de vidro

De vidro prensado com a espessura de 10 mm, para clarabóias em telhados. Designações e formas iguais às das telhas cerâmicas. Coloca-se sobre o ripado, e devem ser ligados entre si com argamassa de cal. São resistentes aos choques (granizadas) e às faíscas. Têm grande poder de dispersão da luz.

15.4.1.17 Fibra de vidro

Material de isolamento térmico e acústico, incombustível, imputrescível, de grande elasticidade e resistente às acções químicas e mecânicas.

A fibra de vidro obtém-se por extensão à fieira, tal qual como o aço, dando origem a fios de vidro com diâmetros da ordem das dezenas de micrómetros, que posteriormente são muito utilizados em produtos têxteis e em cabos por exemplo.

Faixas de 10 e 12.5 m de comprimento com largura de 500 e 1000 mm; espessuras de 10, 15, 20 e 25 mm.

Placas de 1200 ⋅ 500 mm com a espessura de 6, 10, 15, 20 e 25 mm. A lã de vidro (outro produto com base no vidro) é constituída por fibras de vidro muito curtas, que

são obtidas da seguinte maneira: deixa-se cair vidro fundido sobre um disco animado de um movimento de rotação a grande velocidade, existe um jacto de ar comprimido que incide no disco produzindo-se então uma pulverização que dará origem a fibras entrelaçadas muito curtas – lã de vidro.

Existe um outro produto muito semelhante à lã de vidro que como esta é utilizado muito frequentemente em isolamentos, é a chamada espuma de vidro.

15.4.1.18 Blocos de vidros

São utilizados em pavimentos aligeirados com vista à iluminação de caves cobertas com pavimentos de betão armado, que não têm outra forma de receber a luz exterior a não ser através desses pavimentos.

Esta utilização é feita da seguinte maneira: Temos uma laje de betão armado na qual são incorporados blocos de vidro. Naturalmente o bloco de vidro tem que ocupar toda a altura da laje, pois é através dele que passa a

luz. Os coeficientes de dilatação do betão e do vidro são de 6E-6/ºC e 9E-6/ºC, portanto muito semelhantes. As resistências do vidro são boas. Há no entanto que chamar a atenção para o seguinte: o

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módulo de elasticidade do vidro é superior ao do betão 4 vezes, logo para a mesma deformação as tensões no vidro são 4 vezes maiores que no betão (as deformações num e noutro material têm que ser iguais). Isto conduz a roturas nos blocos de vidro. Devido a isto a colocação dos blocos deve fazer-se com a interposição entre o bloco de vidro e a parte de betão de uma camada plástica que faz com que não se transmitam esforços.

Geralmente isto faz-se com asfalto ou qualquer produto betuminoso. Para evitar que se veja a cor preta do asfalto e que escureça a luz, antes de aplicarmos o asfalto deve pintar-se a parede do bloco de vidro lateralmente, com uma cor clara e só depois ser encaixado com a aplicação de uma camada de asfalto.

Evita-se assim que o bloco de vidro fique aderente ao betão com a consequente concentração de grandes tensões no vidro que poderia levar a que os blocos partissem.

15.4.1.19 Vidro fundido

1. Vidro armado

2. V. Arm. ornamental

3. Vidro bruto

4. Vidro ornamental

Vidro catedral

5. Vidro claro

de jardim Observações

Espessuras correntes no mercado, mm

4 – 6 6 – 8 8 - 10

6 – 8 8 - 10

4 – 6 6 – 7 7 – 9 9 - 10

3 - 4 ≈ 3 ≈ 3.8 ≈ 5

Cor Semibranco, amarelo, verde

Semibranco, amarelo, verde

Semibranco, amarelo, verde

Semibranco, amarelo, verde, cinzento, azul, violeta

Semibranco,

Superfície Laminada lisa

Uma fase laminada lisa, outra ornamentada

Uma fase laminada lisa, outra martelada, estriada ou reticulada

Uma fase laminada lisa, outra ornamentada

Uma fase laminada lisa, outra ponteada

O vidro fundido incolor designa-se como «semibranco»

Permeabilidade Média à luz

Até 82%, conforme a amadura

Até 78% (malha soldada por pontos)

4 – 6 mm até 92% 6 – 7 mm até 91%

Até 92%, Conforme a ornamentação

Até 92%, com espessura de ≈ 3 mm

Dispersão à luz Fraca Forte Forte De fraca a forte Forte

Iluminação pela luz do dia

Empregando vidros ornamentados por uma ou por ambas as faces, pode-se melhorar a qualidade da iluminação, com um aumento de claridade até 60% a 5 m a janela até 20% a 8 m de distância

Resistência ao fogo

Os vidros armados correntes, ornamental e difulit, com espessuras de 6 – 8 mm e dimensões de 2000 x 500 mm são suficientemente resistentes ao fogo (DIN 4102) e podem incluir-se nos elementos de construção resistentes ao fogo

Medidas de armazém em mm (de acordo com o tipo de fabricação da fundição)

Até 3600 ou » 4200 ou » 4500 de comp. com a 1260 de larg.

Até 3600 ou » 4200 ou » 4500 de comp. com a 1260 de larg.

Até 3600 ou » 4200 ou » 4500 de comp. com a 1260 de larg.

Até 2010/2100 De Comprimento e Até 1260 de largura

Veja-se Mais abaixo

Medidas especiais

Com larguras até 2000 mm podem ser fornecidos com qualquer comprimento. Não obstante, por causa da manipulação, embalagem e transporte convém sujeitarmo-nos às medidas de armazém. Para medidas especiais consulte-se o fabricante

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Medidas normais

Somente para o vidro claro de jardim Espessura ≈ 3mm Espessura ≈ 3.8mm Espessura ≈ 3mm 300 x 300 480 x 600 730 x 1430 480 x 600 480 x 1200 600 x 1200 480 x 1200 440 x 1410 440 x 1410 730 x 1430 730 x 1430 460 x 1440 460 x 1440 (300 x 1440) (300 x 1440) (320 x 1480) (320 x 1480) 600 x 2000 600 x 2000

Também podem ser fornecidos com medidas não normalizadas se a construção da estufa a exigir

Aplicações

Envidraçados de grande segurança, até contra a factura. Sem efeito decorativo. Vidro armado ondulado: tamanhos e ondulações iguais aos das chapas de fibrocimento

Envidraçados de grande segurança, com dispersão da luz e efeito decorativo

Envidraçados sem a segurança do vidro armado mas resistentes aos esforços naturais da construção

Inúmeros modelos para envidraçados com fins decorativos. A mesma resistência que o vidro liso

Construção de estufas: dispersão dos raios luminosos e caloríficos, que favorece o crescimento das plantas

Outras espécies de vidro

Difulit armado 4 – 6; 6 – 8; 8 – 10 mm Okulit armado 8 – 10 mm

Difulit 4 – 6; 6 – 7 mm Vidro dispersor 4 – 6 mm Vidros absorventes de calor: 3 – 4; 4 – 5; 6 – 7; 7 – 9; 9 – 10 mm Vidro ondulado 6 – 8; 8 – 10 mm

Difulit 3 – 4 mm Edelit 3 – 4; 4 – 6 mm Karolit vidro raiado: Listral: 3 – 4; 4 – 6 mm Alemão antigo Vidro matizado Fundido antigo Vidro de rosáceas

Peso liquido médio kg/m2

6 – 8 mm / 17 – 18 kg/m2

8 – 10 mm / 22.5 kg/m2

3 – 4 mm / 10 kg/m2

4 – 6 mm / 10 – 15 kg/m2

6 – 7 mm /15 – 17.5 kg/m2

7 – 9 mm / 17.5 – 22.5 kg/m2

9 – 10 mm / 22.5 – 25 kg/m2

8.25 kg/m2

≈ 3 mm /7.5 kg/m2

≈ 3.8 mm /10 kg/ m2

≈ 5 mm /12.5 kg/m2

Tabela XV.10 – Características dos vidros fundidos.

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