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1capítulo uM DeLICIOSO
CaFÉ COMMINHOCa
Cuidado com o monstro, Al!– Onde? – Alexander gritou.Uma semana antes ele saberia
que seu pai estava fazendo uma brincadeira. Agora que haviam se mudado para Stermont, po-rém, não podia mais ter tanta certeza disso, pois a cidade estava cheia de monstros.
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– GRRRRR! – rugiu o pai, passando-lhe um prato. – Um café da manhã monstro!
Alexander suspirou aliviado.– Este monstro ficou sem boca porque o bacon aca-
bou – explicou o pai. – Agora, coma! Tenho que pegar o jornal antes que sumam com ele!
Olhando a rua pela janela, Alexander percebeu que es-tava chovendo.
CLAC. Assim que ouviu a porta da frente se fe-char, Alexander tirou da mo-chila um caderno de anota-ções surrado.
Na capa do velho cader-no, havia uma caveira horri-pilante e as iniciais P.S.C.M. Alexander vinha estudando esse caderno desde quan-do o encontrara. Suas pági-nas estavam repletas de de-senhos e informações sobre monstros.
O menino não sabia ao certo quem tinha começado o caderno
P.S.C.M.
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de anotações, mas na última semana ele tinha escrito no caderno o próprio relato, depois de derrotar um exérci-to de balões inimigos. Ele ainda não conseguia acreditar que aqueles balões, que dançavam e se balançavam no ar, eram na verdade monstros!
Alexander fechou o caderno quando seu pai entrou novamente em casa, todo ensopado.
O pai atirou um jornal molhado sobre a mesa.
Gotas de água respingaram no prato de Alexander, junto com uma coisa comprida, rosada e ondulante.
– Ecaa! Um verme! – o menino gritou.– É só uma minhoca – corrigiu o pai.– Bem, acho que já estou satisfeito... – disse
Alexander, colocando o garfo no prato e, em se-guida, enfiando o caderno na mochila.
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– Preciso ir para a escola. Eu e Rip vamos juntos. Logo que se mudou para Stermont, Alexander che-
gou a pensar que Rip fosse um valentão. Mas agora eles eram amigos.
– Está bem, Al. Procure não se molhar! – o pai pe-diu, passando a mão na cabeça do filho e desarrumando seus cabelos.
Alexander abriu a porta da frente. As nuvens car-regadas faziam tudo parecer cinzento. Tudo, menos o chão. O chão estava meio cor-de-rosa, e, assim que saiu na varanda, o menino percebeu por quê.
O jardim, a garagem, a calçada e todos os lugares para onde ele olhava estavam cheios de pequenas mi-nhocas cor-de-rosa... Milhares delas, rastejando de um lado para outro!
– Eca! – Alexander exclamou com nojo.
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Seu estômago era a única coisa que se contorcia mais do que aquelas minhocas. Mas, mesmo assim, ele abriu o guarda-chuva e seguiu em frente.
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A lexander caminhou na ponta dos pés pela cal-çada molhada, na direção do parque onde seu amigo Rip o esperava chapinhando na água da chuva.
– Ei, Salamandra! – Rip chamou.Salamandra era o apelido de Alexander, quer ele gos-
tasse ou não. Mas ele até que gostava.– Quer ver uma coisa bem nojenta? – Rip perguntou. Então, ele ergueu a bota sobre uma das minhocas
que rastejavam.– Não, Rip! – interrompeu Alexander. – Não faça isso!Rip abaixou um pouco o pé.– Mas são só minhocas – Rip desdenhou, abaixando
um pouco o pé. – Quem liga para elas?– Rip, quando lutamos com aqueles balões inimigos
2capítulo tOMaRa que
CHOVa SeM PaRaR!
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nós ajudamos todos em Stermont. Até mesmo essas minhocas minúsculas. Se sairmos por aí esmagan-do essas criaturas, nós não seremos melhores do
que os monstros que estamos tentando deter!– Certo – disse Rip um pouco contrariado. – Mas é
esquisito estar cercado de minhocas. Eu me sinto como uma almôndega mergulhada no macarrão!
– Você tem razão. – Os olhos de Alexander se arregalaram. – Isso é mesmo esquisito. Esquisito demais!
Ele tirou o caderno de dentro da mochila.– O caderno! – Rip exclamou. – Ei, qual é afinal o
significado de P.S.C.M.?– Ainda não sei – respondeu Alexander. – Mas veja
só! Há informações aqui a respeito dessas minhocas!
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SUPERMINHOCAS
HÁBITAT
DIETA
COMPORTAMENTO
Uma pequena minhoca azul que parece inofensiva. Mas só no começo! Não se iluda!
Superminhocas podem ser encontradas em solos e cal-çadas molhados.
Superminhocas sempre circulam sozinhas.
Não se sabe o que comem. Provavelmente se alimentam de crianças.
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POP! Superminhocas têm cheiro de pipoca de caramelo.
ATENÇÃO
PONTO FRACO
ANTES DEPOIS
A superminhoca é peque-na no início, mas, quando rece-be luz solar, ela cresce e fica
maior do que um micro-ônibus. Mantenha as superminhocas longe do sol!
Qualquer tipo de som muito al-to e estridente faz essas criaturas mur charem.
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– Isso só pode significar uma coi-sa – Alexander concluiu. – Essas
minhocas devem ser supermi-nhocas!
– É isso aí... – concor-dou Rip. – Ei, espere! Não é, não! No caderno está es-
crito que as superminho-cas andam sozinhas, não
em grupos. Ele apontou o
guarda-chuva na dire-ção de um amontoado
de minhocas perto deles. – Deve haver milhões dessas minhocas por aí. Então
não são superminhocas de jeito nenhum!– Mas e se você estiver enganado, Rip? E se todas es-
sas minhocas ficarem gigantescas e começarem a comer crianças?
Rip deu de ombros.– Al, o caderno dos monstros também diz que as
superminhocas são azuis, e essas minhocas são cor-de--rosa!
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– Então vamos fazer um teste – sugeriu Alexander, erguendo um dedo. – Um grito deve fazê-las murchar.
Ele se agachou perto de uma minhoca, tomou bas-tante fôlego e...
A minhoca se contorceu um pouco.Rip puxou o cotovelo de Alexander.– Vamos lá, Salamandra. Temos que ir para a escola.– Está bem... – Alexander respondeu. – Talvez o sr.
Hoarsely saiba algo sobre esses monstros. Lembra-se do que ele disse na minha festa de aniversário?
– Sim. Ele nos avisou que aqueles balões inimigos eram apenas o começo.
– Se ao menos soubéssemos o que ele quis dizer com isso... – suspirou Alexander.
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