84
1 CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA BACIA DO RIO PARACATU Vitor Vieira Vasconcelos 1 Paulo Pereira Martins Junior 2 Renato Moreira Hadad 3 1 Assembleia Legislativa de Minas Gerais (Consultor Legislativo de Meio Ambiente e Recursos Naturais). Universidade Federal de Ouro Preto (Doutorando). Doutorando em Geologia, Mestre em Geografia, Especialista em Solos e Meio Ambiente, Bacharel em Filosofia, Técnico em Meio Ambiente, Técnico em Informática. Financiador: Fapemig. E-mail: [email protected]. Endereço: Rua Goitacazes, 201/1402, Centro, Belo Horizonte, Minas Gerais, CEP 30.190-050. 2 Universidade Federal de Ouro Preto (Professor). Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais - CETEC-MG (Pesquisador Pleno). Geólogo. Doutor em Ciências da Terra. [email protected] 3 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Pró-Reitor) Programa de Pós-Graduação em Geografia Tratamento da Informação Espacial (Professor). Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais CETEC-MG (Pesquisador Pleno). Doutor em Ciência da Computação, Mestre em Ciência da Computação, Bacharel em Engenharia Mecânica. [email protected] Universidade Federal de Ouro Preto e Fundação CETEC Projeto: SISTEMAS de ARQUITETURA de CONHECIMENTOS e de AUXÍLIO à DECISÃO na GESTÃO GEO-AMBIENTAL e ECONÔMICA de BACIAS HIDROGRÁFICAS e PROPRIEDADES RURAIS Junho de 2012

CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA BACIA DO RIO PARACATU

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Este estudo empreende uma análise dos estudos existentes sobre a Bacia Hidrográfica do Rio Paracatu. Após apresentar a localização e os limites espaciais da Bacia, avalia-se o conhecimento existente no tocante à Litoestratigrafia, Geologia Estrutural, Geomorfologia, Pedologia, Clima eCobertura Vegetal. São delineadas correlações e interações entre as diversas caracterizações espaciais das temáticas apresentadas. Atenta-se em cada tema, sobretudo, às características que podem ter papel significativo aos processos hidrogeológicos. Por fim, são apresentadas considerações preliminaressobre os processos hidrogeológicos associados a cada sistema de rochas portadoras de aquíferos da bacia.

Citation preview

1

CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL

DA BACIA DO RIO PARACATU

Vitor Vieira Vasconcelos1

Paulo Pereira Martins Junior2

Renato Moreira Hadad3

1 Assembleia Legislativa de Minas Gerais (Consultor Legislativo de Meio Ambiente e Recursos Naturais).

Universidade Federal de Ouro Preto (Doutorando). Doutorando em Geologia, Mestre em Geografia, Especialista

em Solos e Meio Ambiente, Bacharel em Filosofia, Técnico em Meio Ambiente, Técnico em Informática.

Financiador: Fapemig. E-mail: [email protected]. Endereço: Rua Goitacazes, 201/1402, Centro,

Belo Horizonte, Minas Gerais, CEP 30.190-050.

2 Universidade Federal de Ouro Preto (Professor). Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais - CETEC-MG

(Pesquisador Pleno). Geólogo. Doutor em Ciências da Terra. [email protected]

3 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Pró-Reitor) – Programa de Pós-Graduação em Geografia –

Tratamento da Informação Espacial (Professor). Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais – CETEC-MG

(Pesquisador Pleno). Doutor em Ciência da Computação, Mestre em Ciência da Computação, Bacharel em

Engenharia Mecânica. [email protected]

Universidade Federal de Ouro Preto e Fundação CETEC

Projeto: SISTEMAS de ARQUITETURA de CONHECIMENTOS e de

AUXÍLIO à DECISÃO na GESTÃO GEO-AMBIENTAL e ECONÔMICA de

BACIAS HIDROGRÁFICAS e PROPRIEDADES RURAIS

Junho de 2012

2

INTRODUÇÃO

Este estudo empreende uma análise dos estudos existentes sobre a Bacia Hidrográfica do Rio

Paracatu. Após apresentar a localização e os limites espaciais da Bacia, avalia-se o conhecimento

existente no tocante à Litoestratigrafia, Geologia Estrutural, Geomorfologia, Pedologia, Clima e

Cobertura Vegetal. São delineadas correlações e interações entre as diversas caracterizações espaciais

das temáticas apresentadas. Atenta-se em cada tema, sobretudo, às características que podem ter papel

significativo aos processos hidrogeológicos. Por fim, são apresentadas considerações preliminares

sobre os processos hidrogeológicos associados a cada sistema de rochas portadoras de aquíferos da

bacia.

1 – LOCALIZAÇÃO

A Bacia Hidrográfica do Rio Paracatu localiza-se entre os paralelos 15º30’ e 19º30’ de latitude

sul e os meridianos 45º10’ e 47º30’ de longitude oeste. Encontra-se quase totalmente dento do Estado

de Minas Gerais (Região Noroeste), com pequenas áreas de topo adentrando no Estado de Goiás e no

Distrito Federal (mapa da Figura 1). A bacia limita-se, ao sul, com a bacia do Rio Paranaíba; a oeste,

com a Bacia do Rio São Marcos, afluente do Rio Paranaíba; a leste, com as bacias dos Rios Formoso e

Jatobá, afluentes do São Francisco; e, a norte, com a Bacia do Rio Urucuia, também afluente do São

Francisco. Os municípios integrantes da Bacia do Rio Paracatu são apresentados no mapa da Figura 2.

Figura 1 - Localização da Bacia do Rio Paracatu.

3

Figura 2 – Municípios integrantes da Bacia do Rio Paracatu. Fonte: Pruski et al. (2007, p. 201).

A Bacia do Rio Paracatu possui 45.154 km2, sendo a maior bacia dentre os afluentes

diretos do Rio São Francisco. As principais sub-bacias do Rio Paracatu são, pela margem direita, a

do Rio da Prata, com 3.750 km2, e a do Rio do Sono, com 5.969 km2; pela margem esquerda, as

bacias do Rio Escuro, com 4.347 km2, do Rio Preto, com 10.459 km2 e a do Ribeirão Entre Ribeiros,

com 3.973 km2. A hidrografia principal da bacia é apresentada nos mapas das Figuras 3 e 4.

4

Figura 3 – Mapa de drenagem baseado nas aerofotos do voo de 1964 realizado pela USAF derivado na escala de

1:60.000. Fonte: Martins Junior (2006).

5

Figura 4 – Principais cursos de água da Bacia do Rio Paracatu. Fonte: Novaes (2005, p. 40)

2 – LITOESTRATIGRAFIA

A área da bacia do Paracatu é constituída por um conjunto de rochas pré-cambrianas e por

uma sequência de depósitos sedimentares de idade cretácea, além de sedimentos e coberturas detríticas

do Terciário-Quaternário (CETEC-MG 1981). Diversos autores propuseram classificações, colunas

estratigráficas e mapas litoestratigráfico para regiões dentro da Bacia do Paracatu, os quais foram

agrupados no Anexo.

6

Na Figura 5, apresenta-se o mapa de litoestratigrafia, seguido da respectiva coluna geológica,

proposto pelo CETEC-MG (1981), consistido por Martins Junior (2006), na escala de detalhe original

em 1:250.000. Ressalta-se que Freitas-Silva e Dardenne (1991; 1992) e Comig (1994) individualizam,

na Bacia do Paracatu, as formações Paracatu e Vazante, na faixa proximal entre o Grupo Canastra e o

Grupo Bambuí. Essas formações não haviam sido individualizadas pelo CETEC-MG (1981), no mapa

disposto da Figura 5. Os metassedimentos do Grupo Vazante consistem em uma sequência argilosa e

argilo-dolomítica com estromatólitos de barreira recifal (Valeriano et al. 2004), formados por um alto

paleogeográfico regional (Misi 2001, Figura 43 do Anexo). O Grupo Canastra é constituído, ainda, por

rochas metassedimentares siliciclásticas, compostas por camadas de filitos carbonosos (Formação

Paracatu), que cedem lugar a pacotes de quartzitos e filitos cloríticos e sericíticos no topo (Fuck et al.

1994). O mapa litoestratigráfico da Figura 6, com escala de detalhe original em 1:1.000.000,

apresenta a delimitação das duas formações, enquanto o Quadro 1 relaciona o respectivo mapa aos

tipos de rocha.

De acordo com Endo (2006), a correlação cronológica entre o Grupo Bambuí e as Formações

Vazante e Paracatu ainda não é assunto consensuado na literatura acadêmica. Todavia, as

litoestratigrafias completamente distintas, pelas suas litofácies e pela espessura dos sedimentos

observados, não deixam de ser critérios para sua separação (Dardenne 1978; Comig 1994).

7

Figura 5 – Mapa litoestratigráfico da Bacia do Paracatu - escala de detalhe do levantamento em 1:250.000.

Fonte: Martins Junior (2006).

8

COLUNA ESTRATIGRÁFICA do MAPA LITOESTRATIGRÁFICO (Figura 5)

QUATERNÁRIO

Qa – Sedimentos Inconsolidados – Argilas, Cascalhos e Areia

TERCIÁRIO/QUATERNÁRIO

TQd – Sedimentos Detríticos Laterizados ou não ou

TQd – Sedimentos Detríticos Laterizados ou não mais antigos.

– Mais antigo

CRETÁCEO

Formação Urucuia

Ku – Arenitos avermelhados ou róseo claros, localmente silicificados, com horizontes argilosos.

Formação Areado

Ka – Arenitos finos médios, com intercalações de siltitos e argilitos fossilíferos, cores variegadas do

vermelho claro ao verde, localmente calcíferos, arenitos avermelhados com estratificação cruzada e

conglomerados.

Formação Mata da Corda

Kmc – Tufos, Tufitos, Conglomerados e Arenitos Cineríticos

EO-CAMBRIANO

Super Grupo São Francisco

Grupo Bambuí

Formação Três Marias

EoCtm – Arcósios e siltitos arcosianos, micáceos, cores verde a marrom arroxeado.

Formação Paraopeba

EoCp – margas, siltitos argilitos, calcários e ardósias.

EoCpd – margas, siltitos argilitos, calcários e ardósias com predominância de dolomitos.

EoCpc – margas, siltitos argilitos, calcários e ardósias com predominância de calcários e margas.

Formação Paranoá

EoCpa – Quartzitos, filitos e siltitos

PROTEROZÓICO

Grupo Canastra

PCc – quartzitos, filitos, calcários grafitosos e piríticos e xistos

9

Figura 6 – Mapa litoestratigráfico conforme as bases cartográficas da Companhia de Pesquisa de Recursos

Minerais (2003).

10

Quadro 1 – Litologia da Bacia do Rio Paracatu. Fonte: Companhia Brasileira de Recursos Minerais (2003)

Sigla Nome da Unidade Litotipo Primário Litotipo Secundário Classe das Rochas

CPsf Santa Fé Arenito, Rocha pelítica, Diamictito Sedimentar clástica (ou Sedimentos)

ENdl Coberturas detrito-lateríticas com concreções ferruginosas

Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de argila, Depósitos de cascalho

Sedimentar químico (ou Sedimentos inconsolidados)

K1a Areado Folhelho, Arenito, Conglomerado, Siltito Sedimentar clástico (ou Sedimentos)

K2mc Mata da Corda Arenito, Tufo lapíli Rocha vulcânica Sedimentar vulcanoclástica (ou Sedimentos)

K2u Urucuia Arenito conglomerático, Rocha pelítica, Arenito Conglomerado Sedimentar clástica (ou Sedimentos)

MPci Canastra Indiviso Filito, Xisto, Sericita xisto, Grafita xisto, Metarenito Metasiltito, Metargilito, Ardósia

Metamórfica

MPp Paracatu Sericita filito carbonoso Metamórfica

MPpa Paranoá Metarenito arcoseano, Rocha metapelítica Calcário Metamórfica e sedimentar química

MPpa1 Paranoá 1 - Conglomerática Rítmica Quartzítica inferior

Conglomerado oligomítico, Metarritmito Filito, Metassiltito Metamórfica, Sedimentar Clástica

MPpa3 Paranoá 3 - Rítmica Quartzítica Intermediária

Siltito argiloso, Metassiltito Metargilito Metamórfica, Sedimentar Clástica

MPpa3qt Paranoá 3, quartzito Quartzito Metamórfica

MPpa4 Paranoá 4 - Rítmica Pelito-carbonatada Metargilito, Metassiltito Ardósia, Mármore Metamórfica

MPsl Serra do Landim Filito, Sericita filito carbonoso Metamórfica

MPva Vazante - Unidade A Ardósia, Foscorito Ígnea, Metamórfica

MPvb Vazante - Unidade B Calcário dolomito, Chert, Foscorito, Rocha metapelítica Ígnea, Metamórfica, Sedimentar química (ou Sedimentos)

NP2bp Paraopeba Calcarenito, Arcóseo, Dolomito, Siltito, Folhelho, Argilito, Ritmito, Marga

Sedimentar clasto-química (ou Sedimentos)

NP2bpa Paraopeba, arenito Arenito Siltito Sedimentar clástica (ou Sedimentos)

NP2bpc Paraopeba, calcário Calcarenito Dolomito, Marga, Siltito Sedimentar clasto-química (ou Sedimentos)

NP2bpqt Paraopeba, quartzito Quartztito Quartzito Metamórfica

NP2ljc Lagoa do Jacaré, calcário Calcário Marga, Siltito Sedimentar clasto-química (ou Sedimentos)

NP2sh Serra de Santa Helena Siltito Folhelho síltico Sedimentar clástica

NP2sl Sete Lagoas Metapelito Dolomito Metamórfica

NP2ss Serra da Saudade Arenito, Argilito, Siltito Pelito Sedimentar clástica

NP3tm Três Marias Arcóseo, Argilito, Siltito Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica

NQdl Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de argila

Depósitos de silte Ígnea vulcânica, Sedimentar química (ou Sedimentos inconsolidados)

Q1a Depósitos aluvionares antigos Depósitos de argila, Depósitos de areia, Depósitos de cascalho

Sedimentar (ou Sedimentos inconsolidados)

Q2a Depósitos aluvionares Depósitos de areia, Depósitos de cascalho Depósitos de silte, Depósitos de argila

Sedimentar (ou Sedimentos inconsolidados)

Q2a Depósitos aluvionares Areia Argila, Cascalho, Silte Material superficial (Sedimentos inconsolidados)

Qdi Coberturas detríticas indiferenciadas Areia, Argila, Cascalho Material superficial (Sedimentos inconsolidados)

11

3 – GEOLOGIA ESTRUTURAL

Para Almeida (1977), no contexto geotectônico, a região de Paracatu se insere na faixa de

dobramentos Brasília e abrange uma pequena porção de uma unidade geotectônica maior, pré-

brasiliana, denominada Cráton São Francisco. O Cráton do São Francisco estabilizou-se no final do

ciclo Transamazônico e atuou como antepaís para as faixas orogênicas que o delimitam (Mulholland

2009).

A infraestrutura da Faixa Brasília é formada por terrenos do Maciço de Goiás (Província de

Tocantins), o qual representa um fragmento crustal arqueano retrabalhado pela orogênese Brasiliana,

desenvolvido no Neoproterozóico em eventos de colisão continental entre os Crátons Amazônico e

São Francisco (Mulholland 2009). Rochas supracrustais, meso e neoproterozóicas exibem deformação

e metamorfismo com polaridade dirigida para leste (Fuck et al. 1994). A parte meridional da Faixa

Brasília compreende, a nível regional, as unidades litoestratigráficas dos grupos Araxá, Canastra e

Vazante e das formações Ibiá e Paracatu (Mulholland 2009).

Os metassedimentos do Grupo Vazante devem-se à sedimentação de margem passiva

neoproterozóica na borda oeste do Cráton do São Francisco (Fuck 1994). À oeste, o Grupo Vazante é

cavalgado pelo grupo Canastra ou pela sequência de filitos e quartzitos da Formação Paracatu – e a

leste cavalga os sedimentos da porção superior do Grupo Bambuí (Souza 1997).

A Bacia do Paracatu caracteriza-se em sua porção central como parte da plataforma estável do

Cráton do São Francisco, limitada a leste pela Zona de Deformações Marginais (CETEC-MG 1981 –

Ver Figura 47, Anexo). A plataforma estável corresponde a uma área cratônica, onde as rochas pré-

cambrianas (Grupo Bambuí) apresentam-se, de um modo geral, sub-horizontais e com leves

evidências de metamorfismo (Andrade 2007). Em alguns locais dessa plataforma, tais rochas refletem

reativações de falhamentos do embasamento cristalino. As zonas de deformações marginais, por sua

vez apresentam dobras e falhas inversas, com direções (strike) aproximadamente paralelas aos limites

sul e oeste do Cráton do São Francisco.

A faixa proximal oeste do Subgrupo Paraopeba, pertencente ao Grupo Bambuí, coincide com

as zonas marginais de deformação que encerram características de um ambiente litorâneo e sub-

litorâneo (Mulholland 2009). Destarte, apresenta composição litológica formada por calcários silicosos

e dolomíticos com estromatólitos, calcários coolíticos e pisolíticos, turbiditos, siltitos e ardósias

calcíferas, típicos desse ambiente de deposição (Mulholland 2009).

As coberturas detríticas terciário-quaternárias depositam-se em discordância erosiva sobre as

demais coberturas estratigráficas (Ruralminas 1996). São coberturas alóctones e autóctones

(Ruralminas 1996) com diferentes graus de laterização (Barbosa, 1970).

12

As coberturas detríticas mais antigas estão sobre os planaltos de 800 a 1000 metros de altitude,

nas cabeceiras da bacia. São resultantes de uma fase de aplainamento do cretáceo superior/terciário

inferior, desenvolvendo-se predominantemente sobre os Grupos Mata da Corda e Aerado e Formação

Urucuia (Ruralminas 1996). As coberturas na depressão da bacia (400 a 600 metros de altitude), por

sua vez, são mais recentes, mas também originados de detritos de formações cretáceas de matriz

arenítica.

A análise das estruturas dúcteis e rúpteis da Bacia do Paracatu traz informações relevantes

sobre sua tectônica recente. Os mapas das Figuras 7 e 8 apresentam a distribuição de estruturas rúpteis

e dúcteis da bacia, respectivamente. A porção da bacia ao Norte de Brasilândia de Minas (Paralelo

17ºS) apresenta feições estruturais dúcteis dirigidas no sentido NW-SE – equivalendo à Bacia do Rio

Preto e ao Norte da Bacia de Entre-Ribeiros. Ao passo que a porção sul da bacia apresenta estruturas

no sentido NE-SW, evidenciadas pelas linhas de drenagem.

A bacia também pode ser analisada de acordo com os atributos de sua metade leste e oeste,

divididas aproximadamente no meridiano 46º30’. Na metade oeste da Bacia do Paracatu (zona de

deformações marginais), os lineamentos rúpteis e dúcteis são bastante relacionados às estruturas de

relevo (cristas e vales). Ao passo que na metade leste da bacia (plataforma estável) os lineamentos,

embora controlem estruturalmente as redes de drenagem, em nada condizem com relevo arrasado e

aplainado, sem variações topográficas de expressão regional (Ruralminas 1996).

De acordo com Endo (2006), os dois principais eventos deformacionais que moldaram a Bacia

do Paracatu são de idade brasiliana (600 a 560 Ma). O evento E1, de forte natureza dúctil, necessita ser

contextualizado com a formação do Domo de Cristalina (identificável na Figura 29 do Anexo), o qual

se encontra na Bacia de São Marcos (vizinha oeste da Bacia do Paracatu), no Estado de Goiás. A

formação do domo se deve a um dobramento drapeado crustal (drape fold) que gerou um campo de

esforços compressivos de direção EW com vergência e transporte de massas dirigidas para leste,

formando dobras de descolamento (detachement folds) (Endo 2006). Na porção Norte (Bacia do Rio

Preto), a Serra de São Domingos serviu de anteparo aos vetores compressivos, gerando os

dobramentos mais expressivos: as Cristas de Unaí. Essas cristas apresentam uma sequência de falhas

inversas de direção N10ºW e alto grau de mergulho (Mourão 2001). As consequências do Evento E1,

associado ao Domo de Cristalina, sobre as expressões principais de forma da bacia do Paracatu e de

seus lineamentos estruturais podem ser observadas nas Figuras 9 e 10.

O evento E2, por sua vez, teve seu vetor compressivo orientado no vetor NS e teve

características dúctil-frágeis. Como resultados desse evento, observam-se dobras de tipo kink, dobras

com assimetria do eixo axial em S, reativação de falhas anteriores, movimentos transcorrentes e

estruturas em flor (Endo 2006).

13

Figura 7 – Estruturas rúpteis na Bacia do Paracatu.

14

Figura 8 – Estruturas Dúcteis da Bacia do Rio Paracatu.

15

Figura 9 – A – Relação de compressão do bloco do Domo de Cristalina e do bloco do embasamento a leste, e

desses sobre os metassedimentos da faixa de dobramentos na porção oeste da Bacia do Paracatu. O sistema de

dobramento da cobertura é delimitado na base por uma superfície de descolamento. B – Complementa a Figura

A indicando o modus operandi e os dobramentos como resultantes das compressões de oeste para leste do Domo

de Cristalina sobre os metassedimentos do Paracatu. As dobras são "dobras de descolamento" (detachement

folds). A Serra de São Domingos, com os mais expressivos anticlinais nucleados por calcários cinza-escuros,

parece ter sido uma área de maior resistência – daí oferecer um sistema mais plissado, portanto com expressão

mórfica de uma serra. Fonte: Endo (2006).

Figura 10 – O Domo de Cristalina foi objeto de um processo de compressão de direção oeste-leste sobre os

metassedimentos do Paracatu, pertencentes a faixa de dobramentos Brasília. Gerou na área-volume do atual vale

dos rios Paracatu e Preto um sistema de dobras isomófricas que, no domínio sul, têm a direção NE-SW e, no

domínio norte, NW-SE. As estruturas de primeira ordem desse sistema interceptam-se próximas a Brasilândia de

Minas. Fonte: Endo (2006).

Os resultados tridimensionais desses eventos deformacionais foram estudados por Rostirolla et

al. (2002), analisando a Formação Vazante. Foram propostos 5 eventos de deformação (Figura 11),

sendo que D1 e D2 correspondem, em termos gerais, ao evento E1 de Endo (2006), enquanto D3 a D5

correspondem ao evento E2. Rostirolla et al. (2002) também propõem que as falhas de empurrão do

16

evento D2, associadas ao descolamento dos acamamentos dobrados em D1, são as mais importantes em

termos de controle do fluxo hidrogeológico.

Figura 11 – Eventos deformacionais sobre a Formação Vazante, na Bacia do Rio Paracatu. D1: vergência das

dobras e cisalhamentos na direção E-SE. D2: Falhas de Empurrão. D3: Movimentação transcorrente e bandas de

tipo kink. D4: reativação e falhas distencionais, com abatimento de blocos para NW. D5: Falhas transcorrentes

dextrais EW e deformação distencional condicionada pelas falhas NW. Abaixo, à direita: feições planares que

controlam a percolação das águas subterrâneas. Adaptado de Rostirolla et al. (2002).

17

4 – GEOMORFOLOGIA

Ferreira et al. (2005) analisaram a evolução do perfil de equilíbrio topográfico da bacia do

Paracatu, avaliando sua correlação com índices de drenagem de Horton e Strahler. Os resultados

condizem com uma bacia de máxima estabilidade, o que coincide com os baixos resultados de

potencial erosivo determinados por Ruralminas (1996) por meio da equação universal de perda de

solos.

A Bacia do Rio Paracatu pode ser compartimentada entre três unidades geomorfológicas:

Planaltos do São Francisco, Depressão São Franciscana e Cristas de Unaí (Figura 12).

Figura 12 – Unidades Geomorfológicas da Bacia do Rio Paracatu. Fonte: IGAM (2006), a partir das bases

cartográficas de Ruralminas (1996).

Os planaltos do São Francisco correspondem a capeamentos sedimentares amplos, com topos

de cotas de 800 a 1000 metros. O topo das chapadas é constituído por latossolos bem desenvolvidos e

permeáveis, com escoamento superficial pouco denso e bastante reduzido que converge para vales

rasos de fundo plano com surgências em veredas (Mulholland 2009). Os limites desses planaltos são

definidos pelos rebordos erosivos em escarpas. Litoestratigraficamente, remetem-se a coberturas

detrito-lateríticas terciário-quaternárias sobrepostas a formações do Proterozóico Médio.

O retrabalhamento erosivo remontante dessas superfícies tabulares, provocadas pelo

aprofundamento da drenagem da Bacia do Paracatu, deu origem a formas identificadas como

superfícies tabulares reelaboradas e superfícies tabulares onduladas, que ocorrem em geral em

altitudes intermediárias, entre as cotas de 600 a 800 metros (Ruralminas 1996). Essas áreas

18

retrabalhadas evidenciam as estruturas dúcteis e rúpteis da zona de deformação ocidental da bacia.

A Depressão São Franciscana, por sua vez, é constituída por extensas áreas rebaixadas e

aplainadas ao longo do leito do Rio Paracatu, com cotas entre 400 e 600 metros, em que se remarca a

presença de lagoas e veredas. A evolução horizontal dessa depressão teve início a partir do momento

em que o progressivo entalhamento das drenagens principais, dissecando as formações cretáceas,

atingiu o substrato representado pelas rochas do Grupo Bambuí (IGAM 2006).

As cristas de Unaí estendem-se do Município de Vazante até o Vale do Rio Preto, com direção

NNW-SSE. São constituídas de formas erosivas desenvolvidas sobre sinclinais e anticlinais, entre as

quais se intercalam zonas rebaixadas e aplainadas (IGAM 2006). No trabalhamento erosivo das

estruturas dúcteis, afloram ardósias, siltitos, quartzitos e calcários dos Grupos Vazante, Paranoá e

Bambuí (Mulholland 2009). Os vales dos cursos de água principais cortam as estruturas

transversalmente, truncando os núcleos de anticlinais em gargantas e boqueirões, enquanto seus

afluentes desenvolvem-se seguindo os lineamentos de sinclinais escavadas (Ruralminas 1996). Suas

áreas rebaixadas são geralmente cobertas por colúvios e constituem prolongamento da Depressão

Franciscana (Mulholland 2009). Há também formações kársticas, com presença de sumidouros, grutas,

cavernas e dolinas.

Os mapas de altimetria e de declividade estão nas Figuras 13 e 14, respectivamente. O mapa

geomorfológico detalhado da Bacia do Paracatu pode ser conferido na Figura 15, com um

agrupamento esquemático apresentado na Figura 16.

19

Figura 13 – Altimetria da Bacia do Rio Paracatu

20

Figura 14 – Declividade da Bacia do Rio Paracatu. Gerada pelo método de cálculo do momento de derivação

sobre superfície quadrática obtida por meio de regressão polinomial a partir das bases de altimetria SRTM, no

software Envi 4.7.

21

Figura 15 – Mapa geomorfológico da Bacia do Paracatu escala disponível 1:250.000, baseado no Planoroeste do

CETEC-MG (1981). Fonte: Martins Junior (2006).

22

LEGENDA do MAPA GEOMORFOLÓGICO (Figura 15)

FORMAS EVOLUÍDAS por PROCESSOS de PEDIMENTAÇÃO

st - superfície tabular – superfície de aplainamento em área de planalto, com depósitos de cobertura arenosos e argilosos e

rede de drenagem pouco densa, constituída por veredas. Ocorrência de áreas de infiltração acentuada, sobre formações

arenosas.

str - superfície tabular reelaborada – superfície de aplainamento em área de planalto, com depósitos de cobertura

predominantemente arenosos; rede de drenagem constituída por veredas em densidade relativamente elevada.

sa - superfície tabular aplainada – superfície de aplainamento em área de depressão, com depósitos de cobertura de textura

variada, rede de drenagem constituída por veredas e vales pouco aprofundados.

pd - pedimentos – vertentes de declividade inferior a 8% elaboradas sobre rochas expostas ou cobertas por formações

superficiais que se integram com os depósitos colúvio-aluviais das superfícies de aplainamento. Áreas com escoamento

superficial difuso.

FORMAS EVOLUÍDAS por PROCESSOS de DISSECAÇÃO FLUVIAL

r - vertentes ravinadas – vertentes dissecadas pelo escoamento fluvial concentrado, elaboradas predominantemente sobre

rochas de baixa permeabilidade.

rv - vertentes ravinadas e vales encaixados – vertentes íngremes dissecadas pelo escoamento fluvial, concentrado em

talvegues profundos.

ch - vertentes em chevron – vertentes litólicas ravinadas e/ou com vales encaixados, elaboradas sobre flancos de estruturas

dobradas. Áreas de escoamento superficial concentrado e difuso intenso.

c - colinas – formas côncavo-convexas elaboradas pelo escoamento superficial concentrado. Áreas com padrão de

drenagem predominantemente dendrítico.

k - cristas – formas erosivas e/ou estruturais, constituídas por alinhamento de topos com vertentes abruptas.

cr - colinas com vertentes ravinadas.

crv - colinas com vertentes ravinadas e vales encaixados.

carv - colinas de topo aplainado com vertentes ravinadas e vales encaixados.

cv - colinas com vales encaixados.

crvk - colinas com vertentes ravinadas, vales encaixados e cristas esparsas.

ckrv - colinas e cristas com vertentes ravinadas e vales encaixados.

ker - cristas estruturais com vertentes ravinadas - Cristas elaboradas sobre estruturas dobradas, truncadas e posteriormente

ressaltadas por processos erosivos. Área de escoamento superficial concentrado.

kr - cristas com vertentes ravinadas.

kv - cristas com vales encaixados.

krv - cristas com vertentes ravinadas e vales encaixados.

kerv - cristas estruturais com vertentes ravinadas e vales encaixados.

kcrv - cristas e colinas, com vertentes ravinadas e vales encaixados.

ckerv- colinas e cristas estruturais com vertentes ravinadas e vales encaixados.

rvk - vertentes ravinadas, vales encaixados e cristas esparsas.

rcd - vertentes ravinadas e cones de detritos.

pt - patamares rochosos – superfícies de aplainamento exumadas resultantes da atuação de processos de erosão diferencial

entre formações cretáceas e rochas do Grupo Bambuí. Áreas de escoamento superficial difuso intenso, com ocorrências de

cascalheiras remobilizadas.

gf2 - formas evoluídas por processo de dissecação fluvial.

FORMAS de ORIGEM MISTA, EVOLUÍDAS por PROCESSOS de PEDIMENTAÇÃO e de DISSECAÇÃO FLUVIAL

sto - superfície de aplainamento degradada em área de planalto, com depósitos superficiais pouco espessos. Predomínio de

escoamento superficial concentrado.

sor - superfície ondulada com vertentes ravinadas.

stot - superfície tabular ondulada com formas tabulares esparsas.

ptpd - patamares pedimentados – superfícies de aplainamento exumadas reelaboradas por processos de pedimentação; áreas

de escoamento superficial difuso.

pdr - pedimentos ravinados.

pdrv - pedimentos ravinados com vales encaixados.

ptpdr - patamares rochosos e pedimentos ravinados.

ptr - patamares rochosos com vertentes ravinadas.

ptrv - patamares rochosos com vertentes ravinadas e vales encaixados.

pto - patamares ondulados – superfícies exumadas em degradação pelo escoamento superficial concentrado.

ptkrv - patamares rochosos, cristas com vertentes ravinadas e vales encaixados.

it - interflúvios tabulares – grupamentos de formas tabulares resultantes da dissecação fluvial de superfícies de

aplainamento.

itrv - interflúvios tabulares com vertentes ravinadas e vales encaixados.

itk - interflúvios tabulares e cristas.

kt - cristas e formas tabulares.

kit - cristas e interflúvios tabulares.

krv - cristas com vertentes ravinadas e vales encaixados; formas tabulares esparsas.

krvit - cristas com vertentes ravinadas e vales encaixados; interflúvios tabulares esparsos.

rc - rampas de colúvio – vertentes recobertas por depósitos de origem coluvial, com predomínio de escoamento superficial

difuso.

23

crc - colinas e rampas de colúvio.

gf1 - formas de origem mista, evoluídas por processo de pedimentação e dissecação fluvial.

FORMAS EVOLUÍDAS por PROCESSOS de EXUDAÇÃO

ve - veredas – vales rasos com vertentes côncavas arenosas, de caimento pouco pronunciado; ocorrências de solos

hidromórficos.

d - depressões rasas de fundo plano – áreas de má drenagem com rebaixamento pouco pronunciado evoluídas sobre as

superfícies de aplainamento, com ocorrências de solos hidromórficos e concentração de lagoas temporárias.

FORMAS EVOLUÍDAS por PROCESSO CÁRSTICOS

v - verruga – elevação em rocha calcária envolvida por áreas rebaixadas de origem kárstica.

kav - grupamento de formas kársticas com concentração de verrugas calcárias

kka - crista kárstica – crista elaborada em calcário, com desenvolvimento de formas kársticas.

soka - superfície onduladas com desenvolvimento de formas kársticas.

FORMAS EVOLUÍDAS por PROCESSOS de DEPOSIÇÃO FLUVIAL

pf - planície fluvial – terraços e várzeas não diferenciados; ocorrência de áreas de permeabilidade acentuada (sobre

aluviões arenosas) e de lagoas (sobre aluviões argilosas).

pfve - planície fluvial e veredas degradadas.

pfc - planície fluvial em vale colmatado – Planície fluvial resultante de assoreamento das várzeas.

cd - cones de detritos – formas originadas do escoamento torrencial resultantes da deposição de detritos colúvio-aluviais

em confluências e/ou em sopés de escarpas.

pfcd - planície fluvial e cones de detritos não diferenciados.

tf1 - terraço baixo.

tf2 - terraço alto.

FORMAS EVOLUÍDAS por PROCESSOS de EROSÃO ACELERADA

A - erosão acelerada – grupamentos de formas de relevo, resultantes da atuação de processos erosivos intensificados pela

ação antrópica. Erosão laminar, ravinas e voçorocas.

Nota: a ordem das letras indica a predominância das formas de relevo.

Figura 16 – Mapa geomorfológico agrupado da Bacia do Rio Paracatu

24

4.1 – Geomorfologia Fluvial

A análise sobre a disposição e os padrões de drenagem da hidrografia da Bacia do Paracatu,

quando interpretados de forma integrada aos seus aspectos geomorfológicos e geológicos, possibilitam

inferências sobre a heterogeneidade espacial dos processos hidrológicos e hidrogeológicos. Martins

Junior (2009) propõe, sobre esse tema, a identificação dos sistemas hídricos da Bacia do Rio Paracatu,

como subsídio para sua gestão ambiental.

Os mapas da Figura 17 apresentam as taxas de bifurcação e a densidade de drenagem das sub-

bacias para o Rio Paracatu. De uma maneira geral, as áreas com maior densidade de drenagem e de

taxa de bifurcação correspondem a áreas com maior declividade e rugosidade de relevo, facilitando o

transporte hídrico superficial, consequentemente com menor infiltração. Castany (1971) e Silva (2009)

apontam que a densidade de drenagem geralmente apresenta-se inversamente correlacionada à

permeabilidade dos solos, com influência direta na recarga dos aquíferos subsuperficiais e profundos.

As áreas com menor densidade de drenagem podem se enquadrar em duas situações: nas áreas de

topo, indicariam áreas preferenciais de recarga, enquanto nas áreas de baixadas, correspondem a áreas

de confluência fluvial.

Figura 17 – Mapas de Taxa de Bifurcação (à esquerda) e Densidade de Drenagem (à direita) para a Bacia do Rio

Paracatu.

25

O mapa da Figura 18 apresenta isopadrões de tecituras. Por meio da análise dos padrões de

drenagem e dos mapas das Figuras 17 e 18, foram propostos os sistemas de drenagem do mapa da

Figura 19, com base na classificação de Lima (2002) e do IBGE (2009). Nos sedimentos terciários

quaternários e cretáceos que se apresentam sob a geoforma de superfícies tabulares sedimentares, a

hidrografia apresenta padrão dendrítico, com controle estrutural mais ameno. Nas regiões onde

afloram as rochas do pré-cambriano, especialmente na zona de deformação marginal, predomina o

padrão de treliça, com drenagem paralela bidirecional e maior controle estrutural.

Figura 18 – Áreas de isopadrões de rede de drenagem do Paracatu, incluindo densidade de drenagem,

direcionamento e controle estrutural. Fonte: Martins Junior (2009, c. 1, p. 20).

26

Figura 19 – Sistemas Hídricos diferenciados por Padrões de Drenagem na Bacia do Rio Paracatu.

Ainda no que se refere à geomorfologia fluvial, importa considerar o atrito do leito (ou

rugosidade), em seu efeito no amortecimento nas ondas de cheia. Lyra et al. (2010) estimaram que o

atrito do leito no médio Paracatu (entre as estações fluviométricas Santa Rosa – 17º17’S e 46º28’W –

27

e Caatinga – 17º10’S e 45º53’W) apresenta o maior coeficiente de rugosidade de Manning durante a

época seca. Nas cheias, o baixo Paracatu (a partir da estação Caatinga) apresenta maior rugosidade, em

virtude do papel mais acentuado das planícies de inundação no abatimento de vazão.

O mapa da Figura 20, abaixo, apresenta uma conjugação entre as áreas de maior densidade de

nascentes, maior densidade de corpos d’água (lagoas) e maior densidade de mesofraturas, para a Bacia

do Paracatu. No interior das áreas de maior densidade de nascentes, possivelmente o fluxo freático

apresenta distâncias mais curtas entre a área de recarga e a de descarga do aquífero. De maneira

análoga à densidade de drenagem, a densidade de nascentes pode estar correlacionada a

predominância do escoamento subsuperficial em detrimento da infiltração subterrânea profunda

(Castany 1971; Silva 2009). Além disso, as áreas de maior densidade de nascentes encontram-se

regionalmente a jusante das áreas de descarga por contato litológico, nos limites onde os aquíferos

porosos dão lugar às litologias fraturadas. Tal conjugação entre áreas mais fraturadas e áreas de

densidade de nascentes também podem ser avaliadas no mesmo mapa (Figura 20). Essas áreas de

maior fraturamento podem contribuir para uma relativamente maior infiltração das águas, quando

comparados com o restante da estratigrafia não porosa. Ademais, as áreas de maior fraturamento

também podem apresentar pontos de emersão de águas subterrâneas nos locais onde coincidam as

mesofraturas com os cursos de água. As áreas de maior densidade de lagoas correspondem às baixadas

da bacia hidrográfica, tanto como função das planícies de inundação, como também como afloramento

de lençóis freáticos dos aquíferos porosos das litologias porosas detríticas do terciário quaternário.

As Figuras 50 a 52, no anexo, apresentam diversas variáveis morfométricas e

hidromorfométricas para a Bacia do Rio Paracatu, cuja metodologia é explicada nos Quadros 6 a 8,

também anexo. A análise conjunta dessas variáveis evidencia os contrastes entre os domínios

geomorfológicos internos à bacia (Depressão São Franciscana, Cristas de Unaí e Planaltos do São

Francisco).

28

Figura 20 – Mapa de áreas máximas de densidade de nascentes e corpos de água (lagoas), pela hidrografia do

IBGE e de mesofraturas, pela interpretação de aerofotos. Fonte: Martins Junior et al. (2006).

5 – PEDOLOGIA

As grandes classes de solo presentes na bacia do Paracatu são os Latossolos, Cambissolos,

Neossolos Quartzarênicos, Solos Hidromórficos, Neossolos Flúvicos e solos com horizonte B textural.

A seguir, essas classes serão comentadas de acordo com a influência de seus atributos no ciclo

hidrogeológico, a partir dos dados primários do levantamento pedológico do CETEC-MG (1981).

Os Neossolos Quartzarênicos ocorrem a sudeste e nordeste da bacia, especialmente do

intemperismo de rochas areníticas cretáceas. São os solos com melhor drenagem, em virtude da

textura arenosa e grande profundidade. Os teores de argila são abaixo de 15% e não apresentam

estrutura, predominando grãos simples. A porosidade é constituída predominantemente por

macroporos, que acentuam a capacidade de drenagem.

29

Os Latossolos se apresentam com elevada capacidade de drenagem. Os óxidos de ferro livres

contribuem para agregação das partículas de silte e argila, fazendo com que estes solos sejam bem

arejados e friáveis. Os agregados de solo apresentam alto grau de estabilidade, resultando em teores

inexistentes ou baixos de argila natural (argila dispersa em água) na maioria dos horizontes B.

Apresentam ampla distribuição na bacia, ocupando os planaltos, depressões e superfícies tabulares.

Os Cambissolos são bem drenados superficialmente, em virtude da declividade topográfica e

do gradiente hidráulico. Entretanto, em razão da pequena espessura, seu encharcamento em eventos

pluviais pode dificultar a drenagem subsuperficial e originar processos erosivos. A textura e demais

atributos dependem da rocha matriz, se mais argilosa ou arenosa. São espacialmente mais abundantes

na unidade geomorfológica das Cristas de Unaí. Frequentemente estão associados a Neossolos

Litólicos.

Os Neossolos Litólicos ocorrem em áreas dissecadas com relevo forte ondulado a

montanhoso. Seus perfis são rasos, resultando em baixa capacidade de armazenamento de água. Essa

característica leva a intenso déficit hídrico na estação seca, bem como a elevado escoamento

superficial nos fenômenos de precipitação pluvial.

Os solos com horizonte B textural têm ocorrência restrita, sobre as florestas caducifólias de

relevo forte ondulado do Município de João Pinheiro. A textura do horizonte B é argilosa, com

presença de cerosidade e estrutura moderada pequena e média granular. Na estrutura, predominam os

blocos sub-angulares e angulares, forte e moderadamente desenvolvidos de tamanho médio. A

porosidade total do horizonte B é relativamente menor do que a dos demais solos. Queiroz Neto (2002,

p. 80-82) ressalta, quanto a esses solos, que a drástica redução da macroporosidade entre os horizontes

A e B acarreta forte restrição à circulação hídrica vertical.

Os Solos Hidromórficos apresentam encharcamento permanente ou sazonal. Ocorrem sobre as

partes planas e rebaixadas do relevo, onde o aquífero freático apresenta-se aflorante, próximo aos rios,

lagoas e veredas. Oferecem as condições de drenagem mais restritas. Incluem variedades argilo-

arenosas até areias quartzosas. No caso de solos aluviais (Neossolos Flúvicos), a camada hidromórfica

imperfeitamente drenada surge em subsuperfície, no contato de flutuação do aquífero freático.

O mapa detalhado de pedologia se apresenta na Figura 21, enquanto o mapa da Figura 22

apresenta as classes de solo agrupadas.

30

Figura 21 – Mapa pedológico da Bacia do Paracatu. Bases cartográficas da Fundação CETEC-MG, disponível na

escala de 1:250.000, derivado e atualizado do Plano Noroeste.

31

LEGENDA dos SOLOS - Atualização da nomenclatura do Planoroeste 2, para o Sistema Brasileiro de

Classificação de Solos (Embrapa 1999), por Marques, A.F.S.M. (2004)

LVAd1 – LATOSSOLOS VERMELHO AMARELOS Distróficos típicos argilosos A moderado álicos fase

cerrado relevo plano e suave ondulado

LVAd2 – LATOSSOLOS VERMELHO AMARELOS Distróficos plínticos argilosos A moderado álicos fase

campo cerrado relevo plano

LVAd3 – LATOSSOLOS VERMELHO AMARELOS Distróficos típicos textura média A moderado álicos fase

cerrado relevo plano e suave ondulado

LVAd4 – LATOSSOLOS VERMELHO AMARELOS Distróficos típicos argilosos A moderado álicos +

LATOSSOLO VERMELHOS Distróficos típicos argilosos A moderado álicos fase cerrado relevo plano e suave

ondulado

LVAd5 – LATOSSOLOS VERMELHO AMARELOS Distróficos plínticos argilosos A moderado álicos +

NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Órticos típicos A fraco e moderado álicos fase campo cerrado relevo plano

e suave ondulado

LVAd6 – LATOSSOLOS VERMELHO AMARELOS Distróficos típicos argilosos A moderado álicos +

NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Órticos típicos A fraco e moderado álicos fase cerrado relevo plano e

suave ondulado

LVAd7 – LATOSSOLOS VERMELHO AMARELOS Distróficos típicos argilosos A moderado álicos +

LATOSSOLOS VERMELHOS Distróficos típicos argilosos A moderado álicos + LATOSSOLOS VERMELHO

AMARELOS Distróficos típicos textura média A moderado álicos fase cerrado relevo plano e suave ondulado.

LVAd8 – LATOSSOLOS VERMELHO AMARELOS Distróficos típicos argilosos A moderado álicos +

LATOSSOLOS VERMELHOS Distróficos típicos argilosos A moderado álicos fase cerrado relevo plano e

suave ondulado + CAMBISSOLOS HÁPLICOS Tb Distróficos argilosos e textura média A moderado álicos

fase campo cerrado relevo suave ondulado e ondulado

LVd1 – LATOSSOLOS VERMELHOS Distróficos típicos argilosos A moderado álicos fase cerrado relevo

plano e suave ondulado

LVd2 – LATOSSOLOS VERMELHOS Distróficos típicos argilosos A moderado álicos fase floresta

subperenifólia relevo plano e suave ondulado

LVd3 – LATOSSOLOS VERMELHOS Distróficos típicos textura média A moderado álicos fase cerrado relevo

plano e suave ondulado

LVd4 – LATOSSOLOS VERMELHOS Distróficos típicos argilosos A moderado álicos + LATOSSOLOS

VERMELHO AMARELOS Distróficos típicos argilosos A moderado álicos fase cerrado relevo plano e suave

ondulado

LVe – LATOSSOLOS VERMELHOS Eutróficos típicos argilosos A moderado fase floresta subperenifólia

relevo plano e suave ondulado

PVAe – ARGISSOLOS VERMELHO AMARELOS Eutróficos típicos argilosos A moderado + NEOSSOLOS

LITÓLICOS Eutróficos textura indiscriminada A moderado fase floresta caducifólia relevo ondulado e forte

ondulado + AFLORAMENTOS DE ROCHAS

CXbd1 – CAMBISSOLOS HÁPLICOS Tb Distróficos típicos argilosos e textura média A moderado álicos fase

campo cerrado relevo e suave ondulado e ondulado

CXbd2 – CAMBISSOLOS HÁPLICOS Tb Distróficos típicos argilosos textura média A moderado álicos +

NEOSSOLOS LITÓLICOS Distróficos textura indiscriminada A fraco e moderado álicos fase campo cerrado

relevo ondulado

CXbd3 – CAMBISSOLOS HÁPLICOS Tb Distróficos típicos argilosos textura média A moderado álicos fase

campo cerrado + LATOSSOLOS VERMELHO AMARELOS Distróficos típicos argilosos A moderado álicos

fase cerrado fase relevo plano e suave ondulado

GXbd – GLEISSOLOS HÁPLICOS Tb Distróficos típicos textura indiscriminada A moderado álicos fase campo

de várzea + LATOSSOLOS VERMELHO AMARELOS Distróficos plínticos argilosos A moderado álicos fase

campo cerrado fase relevo plano

GMd – GLEISSOLOS MELÂNICOS Distróficos típicos textura indiscriminada A proeminente álicos +

GLEISSOLOS INDISCRIMINADOS fase vereda relevo plano

RQg – NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Hidromórficos típicos A fraco e moderado álicos fase campo

cerrado relevo plano

RQo1 – NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Órticos típicos A fraco e moderado álicos fase cerrado relevo

plano e suave ondulado

RQo2 – NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Órticos típicos A fraco e moderado + NEOSSOLOS

QUARTZARÊNICOS Hidromórficos típicos A fraco e moderado álicos fase campo cerrado relevo plano

RQo3 – NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Órticos típicos A fraco e moderado álicos + LATOSSOLOS

VERMELHO AMARELOS Distróficos típicos textura média A moderado álicos fase cerrado relevo plano e

32

suave ondulado

RQo4 – NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Órticos típicos A fraco e moderado álicos + LATOSSOLOS

VERMELHO AMARELOS Distróficos típicos textura média A moderado álicos fase cerrado relevo plano e

suave ondulado.

RQo5 – NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Órticos típicos A fraco e moderado álicos fase campo cerrado e

cerrado relevo suave ondulado + CAMBISSOLOS HÁPLICOS Tb Distróficos típicos argilosos e textura média

A moderado álicos fase campo cerrado e cerrado relevo ondulado + NEOSSOLOS LITÓLICOS Distróficos

típicos textura indiscriminada A fraco e moderado álicos fase campo cerrado relevo ondulado

RUbe1 – NEOSSOLOS FLÚVICOS Tb Eutróficos típicos textura indiscriminada A moderado +

PLANOSSOLOS HÁPLICOS INDISCRIMINADOS fase caatinga hipoxerófila formação de vazante relevo

plano + GLEISSOLOS INDISCRIMINADOS fase campo de várzea relevo plano

RUbe2 – NEOSSOLOS FLÚVICOS Tb Eutróficos típicos textura indiscriminada A moderado fase floresta

subcaducifólia e perenifólia de várzea relevo plano + GLEISSOLOS INDISCRIMINADOS fase campo de

várzea relevo plano

RLd1 – NEOSSOLOS LITÓLICOS Distróficos típicos textura indiscriminada A fraco e moderado álicos fase

campo cerrado relevo forte ondulado

RLd2 – NEOSSOLOS LITÓLICOS Distróficos típicos textura indiscriminada A fraco e moderado álicos +

CAMBISSOLOS HÁPLICOS Tb Distróficos típicos argiloso e textura média A moderado álicos fase campo

cerrado relevo ondulado e forte ondulado

RLd3 – NEOSSOLOS LITÓLICOS Distróficos típicos textura indiscriminada A fraco e moderado álicos fase

campo cerrado relevo forte ondulado + LATOSSOLOS VERMELHO AMARELOS Distróficos típicos argilosos

A moderado álicos + LATOSSOLOS VERMELHOS Distróficos típicos A moderado argilosos álicos fase

cerrado relevo suave ondulado

RLd4 – NEOSSOLOS LITÓLICOS Distróficos típicos textura indiscriminada muito cascalhenta A fraco álicos

+ NEOSSOLOS LITÓLICOS Distróficos típicos textura indiscriminada A fraco e moderado álicos fase campo

cerrado relevo ondulado a escarpado

RLq – NEOSSOLOS LITÓLICOS Psamíticos típicos A fraco álicos + NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS

Órticos lépticos e típicos A fraco e moderado álicos fase campo cerrado relevo ondulado a escarpado

RLe1 – NEOSSOLOS LITÓLICOS Eutróficos chernossólicos + NEOSSOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS

típicos A moderado ambos textura indiscriminada fase floresta caducifólia relevo montanhoso + NEOSSOLOS

LITÓLICOS Distróficos típicos A moderado, textura indiscriminada fase campo cerrado relevo montanhoso +

AFLORAMENTOS DE ROCHAS

RLe2 - NEOSSOLOS LITÓLICOS Eutróficos chernossólicos + NEOSSOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS

típicos A moderado ambos textura indiscriminada + CAMBISSOLOS HÁPLICOS Tb Eutróficos lépticos e

típicos argilosos A moderado fase floresta caducifólia relevo ondulado e forte ondulado

33

Figura 22 – Mapa de classes de solo agrupadas da Bacia do Rio Paracatu

6 – INTEGRAÇÃO PARCIAL DAS BASES DE ATRIBUTOS FÍSICOS

Agregando os dados espaciais de litoestratigrafia, geomorfologia e pedologia, e partindo das

correlações conceituais propostas pelo CETEC-MG (1981) e de correlações estatísticas em Martins

Junior (2006), apresenta-se o Quadro 2. Com base nesse quadro, torna-se possível inferir os processos

e produtos que se correlacionam às formações de solo e relevo a partir dos efeitos eluviais, coluviais e

aluviais de intemperismo, transporte e deposição que agem sobre as litologias de origem.

34

Quadro 2 – Relações principais entre solos, geoformas, rochas e materiais de origem na Bacia do Paracatu.

Classes de Solos Superfícies

Geomórficas

Geologia Materiais de Origem

LVA, textura

argilosa

st TQda

Ku

Kmc

Depósitos de cobertura do Cretáceo Superior / Terciário Inferior

sto TQda

Eop

sa TQd

Eotm

Sedimentos detríticos pleistocênicos

pd

LVA plíntico

textura argilosa

d, st TQda

Ku

Depósitos de cobertura do Cretáceo Superior / Terciário Inferior

d TQd Sedimentos detríticos pleistocênicos

LVA, textura

média

str Ka, Ku

Eop

Sedimentos detríticos provenientes da alteração de arenitos

cretáceos sto

sa TQd Sedimentos detríticos pleistocênicos

LVd, textura

argilosa

st TQda

Ku

Kmc

Depósitos de cobertura do Cretáceo Superior / Terciário Inferior

sto TQda

Eop

sa TQd Sedimentos detríticos pleistocênicos, com provável influência de

sedimentos, provenientes da alteração de rochas da F. Paraopeba soka Eop

LVd, textura

média

st Kmc Depósitos de cobertura do Cretáceo Superior / Terciário Inferior

sa Eotm

TQd

Sedimentos detríticos pleistocênicos

vx, pt, rv Eop Sedimentos detríticos provenientes da alteração de arenitos

cretáceos, com provável influência de sedimentos, provenientes

da alteração de rochas calcíferas da F. Paraopeba

LVe, textura

argilosa *

dissecação/

mistas

sa

Eop Sedimentos detríticos pleistocênicos provenientes da alteração de

rochas calcíferas da F. Paraopeba

TQd Sedimentos detríticos pleistocênicos, com provável influência de

sedimentos, provenientes da alteração de rochas calcíferas da F.

Paraopeba soka Eop

LVe, textura

média

vx, pt, rv Eop Sedimentos detríticos provenientes da alteração de arenitos

cretáceos, com provável influência de sedimentos, provenientes

da alteração de rochas calcíferas da F. Paraopeba

soka TQd Sedimentos detríticos pleistocênicos provenientes da alteração de

rochas calcíferas da F. Paraopeba

LVdf* st, rc, crv Kmc Sedimentos provenientes da alteração de rochas básicas da F.

Mata da Corda

PVAe, textura

média

soka TQd

Eop

Sedimentos detríticos pleistocênicos provenientes da alteração de

rochas calcíferas da F. Paraopeba

PVAe, textura

argilosa

dissecação/

mistas

Eop Sedimentos provenientes da alteração de rochas calcíferas

soka, sa

PVAe, textura

média/argilosa

soka TQd Sedimentos detríticos pleistocênicos, provenientes da alteração de

rochas da F. Paraopeba

NV similar * dissecação/

mistas

Eop Sedimentos provenientes da alteração de rochas calcíferas da F.

Paraopeba

PLe vértico,

textura

siltosa/argilosa *

teka TKd Sedimentos detríticos pleistocênicos

PLd plíntico,

textura

siltosa/argilosa *

teka TKd Sedimentos detríticos pleistocênicos

35

Classes de Solos Superfícies

Geomórficas

Geologia Materiais de Origem

CXbd, textura

argilosa e média

sto TQda

Eop, tm

Eomb

Rochas essencialmente ardosianas dos Grupos Bambuí

sa Eop, tm

dissecação/

mistas

CXe, textura

argilosa *

sa – soka Eop Sedimentos detríticos pleistocênicos, provenientes da alteração de

rochas calcíferas da F. Paraopeba Te TQd

tf, te Qa Sedimentos detríticos pleistocênicos e recentes, provenientes da

alteração de rochas calcíferas da F. Paraopeba

dissecação/

mistas

Eop Rochas ardosianas e calcárias da F. Paraopeba

RLd dissecação/

mistas

Eop

Eotm

pc

Ka, mc

Rochas essencialmente ardosianas, mas também quartzíticas e

areníticas do Pré-cambriano, Eo-cambriano e Cretáceo

(formações Aerado e Mata da Corda).

RLd,

concrecionário

dissecação/

mistas

Eop, tm

Pec

Rochas essencialmente ardosianas, provenientes do grupo

Bambuí, com influência dos materiais lateríticos, provenientes do

desmonte de níveis de acumulação

RLd arenoso dissecação/

mistas

Ka, Ku Arenitos Cretáceos

RLe* dissecação/

mistas

Eop Rochas ardosianas e calcárias da F. Paraopeba

GMd ve Qa Sedimentos recentes colúvio-aluviais

GXbd, textura

argilosa

d TQda

Ku

TQd

Depósitos de cobertura do Cretáceo Superior / Terciário Inferior

RQg d TQd

Eotm

Sedimentos detríticos pleistocênicos

sa

RUbe pt, tf Qa Sedimentos aluviais recentes

RQo d TQd Sedimentos detríticos pleistocênicos

sa

sto Eop, tm Sedimentos provenientes da alteração de arenitos cretáceos

str Ka, Ku

dissecação

V* tf, pf, sa TQd, Qa Sedimentos pleistocênicos e recentes, detríticos e aluviais,

provenientes da alteração de rochas calcíferas da F. Paraopeba

NV* st, rc, crv Kmc Sedimentos provenientes de rochas básicas da F. Mata da Corda

LVef* st, rc, crv Kmc Sedimentos provenientes de rochas básicas da F. Mata da Corda

*Classes de solo com representatividade em nível de inclusão – sem representação cartográfica para a escala do

mapa da Figura 20. Para esses solos: NV= nitossolos vermelhos; PL= planossolos; V = vertissolos; f= atributo

férrico (teores de teores de 180g/kg a < 360g/kg de solo).

As variáveis morfométricas de drenagem (densidade de drenagem, taxa de bifurcação, índice

de compacidade gravelius, altitude média e variação de altitude) e as coberturas de litoestratigrafia,

geomorfologia e pedologia foram calculadas por sub-bacias e interpretadas por técnicas estatísticas de

análise de agrupamento (cluster), cujo produto cartográfico encontra-se na Figura 23. O trabalho foi

realizado junto à equipe de pesquisa do CETEC-MG, UFOP e IGA. Por meio desse mapa, é possível

inferir uma diferenciação preliminar dos sistemas geoambientais dispostos ao longo da bacia. A

análise conjunta de pedologia e morfometria mostra contraste significativo entre o Leste da bacia, o

Oeste da bacia e o extremo Noroeste. Também é possível notar, no mapa de integração geral, como as

características das cabeceiras da bacia diferenciam-se das baixadas nas entre-bacias de 2ª e 3ª ordem.

36

Figura 23 – Análise de agrupamento das Sub-Bacias do Rio Paracatu, com as variáveis de morfometria,

litoestratigrafia, geomorfologia e pedologia.

37

7 – CLIMA

A bacia hidrográfica do Rio Paracatu apresenta clima megatérmico chuvoso do tipo Aw

(IGAM 2006). Trata-se de um clima tropical chuvoso típico, com temperaturas elevadas, e

precipitação de oscilação unimodal concentrada no período de outubro a abril, quando chove em

média 93% do total anual (Mulholland 2009).

A influência do anticiclone semifixo do Atlântico Sul e a massa de ar tropical continental são

responsáveis pela estabilidade do tempo na região, com predomínio de dias ensolarados (Ruralminas

1996). Todavia, esses sistemas influenciam pouco no regime pluviométrico, em virtude efeito da

continentalidade sobre os teores de umidade oriundos das frentes oceânicas, bem como pela barreira

orográfica do Espinhaço (Ruralminas 1996).

As correntes perturbadas de sul atingem a Bacia na estação do inverno, causando abaixamento

temporário da temperatura (Ruralminas 1996). Todavia, não provocam alteração da pluviosidade, pois

seu trajeto continental extenso já lhe retirou o excesso de umidade.

A pluviosidade é praticamente comandada pelas correntes perturbadas de oeste, advindas por

linhas de instabilidade tropical (Ruralminas 1996). As linhas de instabilidade se formam por

depressões barométricas induzidas de dorsais de altas (Gamache & Houze Junior 1982; Dias 1987),

habitualmente sobre os estados de Mato Grosso e Goiás, deslocando-se em rajadas para o oeste de

Minas Gerais. Tais dados condizem com os ventos predominantes na direção E e NE para a bacia

(Ruralminas 1996).

Com base nos dados das estações pluviométricas e climatológicas apresentados por

Ruralminas (1996) e por Nunes & Nascimento (2004), em acordância com os aspectos de gênese

climática, é possível deduzir uma forte correlação espacial entre os atributos climáticos. Dessa forma,

percebe-se que, partindo dos limites das cabeceiras a noroeste, oeste e sudoeste, seguindo na direção

das bacias de leste e da foz a nordeste, constatam-se as seguintes tendências:

- os totais precipitados normais do período chuvoso são decrescentes de 1350mm para 900mm;

- a temperatura média anual aumenta em apenas 2ºC (de 22°C a 24°C), obedecendo a controle

topográfico, sem variações latitudinais significativas;

- a umidade relativa do ar média anual aumenta, de 69% para 79,4%;

- a insolação média anual é crescente, com 2.106,8 horas em Paracatu e com 2.596,1 horas em

João Pinheiro.

- a nebulosidade é decrescente; com média de 5,7 décimos de céu descoberto em Paracatu e 5,2

décimos em João Pinheiro e Bonfinópolis.

- as taxas de evapotranspiração potencial são crescentes, de 1000mm para 1350mm;

- as taxas de evapotranspiração real são crescentes, com 823,9mm em Cabeceiras e com

38

1.036,2mm em Cachoeira Paredão;

- o excesso hídrico diminui (na estação úmida), com 738,3mm em Guarda-Mor e com 143,5mm

em Porto Alegre;

- o déficit hídrico aumenta (na estação seca), com 132,1mm em Guarda-Mor e com 498,5mm em

Porto Alegre;

- aumento na frequência de veranicos de 5 e de 10 dias.

Em virtude do número de estações pluviométricas ser mais bem distribuído que o de estações

climatológicas, essa variação espacial dos atributos climáticos pode ser observada de forma integrada

pelo mapa de pluviosidade (Figura 24).

39

Figura 24 – Mapa de pluviosidade normal anual na Bacia do Paracatu.

40

8 – COBERTURA VEGETAL E USO DO SOLO

A Bacia do Rio Paracatu encontra-se sobre o Bioma Cerrado. Os tipos de vegetação existente

são: veredas, cerradão, campo cerrado, parque de cerrado. Também estão presentes na sub-bacia,

ecossistemas de mata fluvial ciliar e mata seca (CETEC-MG 1989), bem como sistemas hidromórficos

como lagoas marginais e campos hidromórficos (Ruralminas 1996).

Até 1975, como evidenciado por análise de imagens de satélite Landsat 1 (Vasconcelos 2010),

predominava na maior parte do Paracatu, uma região ainda conhecida como Sertões, ou seja, vastas

áreas utilizadas para pecuária extensiva de baixa tecnologia, em pastagens naturais (CETEC-MG,

1981).

Os processos de conversão de uso do solo na região foram iniciados pelo reflorestamento de

Pinus e Eucaliptus, respaldado pela Lei Federal nº 5.106, de 1966, que concedia incentivos fiscais a

essas atividades (Gonçalves 2006; Vasconcelos 2009). O relativamente irrisório preço das terras foi

um dos motivos determinantes na ocupação dos cerrados (Silva 2000). Com os programas e incentivos

de ocupação do Noroeste de Minas Gerais, a partir da década de 1970, houve uma aceleração brusca

da expansão agropecuária na região.

As condições planas do relevo permitiram o uso de mecanização agrícola, modificando-se

rapidamente a paisagem através da retirada expressiva da cobertura vegetal natural (Silva 2000).

Apesar de a ocupação maciça ter se passado nas décadas de 1970 e de 1980, ainda hoje existe um

movimento de expansão da área cultivada e intensificação do uso de recursos naturais, buscando

atingir níveis produção mais elevados (Vasconcelos 2009).

Em um primeiro momento, predominou a agricultura de sequeiro, nos vales de maior aptidão

agrícola (Andrade 2007), enquanto a associação pecuária/carvoejamento avançava por frente ao

Cerrado, rumo às cabeceiras das bacias hidrográficas. A partir da década de 1980, a Companhia de

Produção Agrícola (Campo) empregou a uma estratégia de arregimentar agricultores de outras regiões

do país (especialmente a Região Sul), fornecendo assistência técnica e trabalhando com

cooperativismo rural, tornando possível o estabelecimento de projetos agrícolas de irrigação mais

modernos (Moreira 2006).

Na década 1990, as margens de lucro para o agronegócio tornaram-se cada vez mais estreitas,

não sendo difícil observar o resultado desse cenário econômico sobre a viabilidade da agricultura de

sequeiro tradicional. Como resultado, observa-se na Bacia do Paracatu o abandono de extensas áreas

de agricultura de sequeiro (Andrade 2007). Torna-se um cenário de ocupação do solo contrastante, em

que a agricultura irrigada procura avançar sobre as áreas aptas, em busca de ganhos de escala,

ganhando espaço sobre as outras formas tradicionais de ocupação do solo, que se tornaram

41

praticamente inviáveis. Nas áreas onde não se consegue instalar a agricultura irrigada, observa-se o

impasse quanto a qual deve ser o seu uso adequado – e na falta de outra atividade, retorna-se algumas

vezes ao uso para pecuária (Andrade 2007).

Segundo dados de 1998 (Dino 2001), a porção Oeste da bacia do Paracatu, onde se encontram

as sub-bacias de Entre-Ribeiros e do Rio Preto, era mais desenvolvida e mais ocupada do que a porção

Leste, por possuir clima e solos mais aptos à produção agropecuária. Justamente nessa região estão

concentradas as maiores cidades do Noroeste de Minas.

A partir do ano de 2001, o cenário econômico nacional e internacional tornou-se ainda mais

favorável à expansão da frente agrícola irrigada do Noroeste de Minas Gerais. A securitização e

renegociação de dívidas agrárias também contribuíram para esse novo pulso de desenvolvimento

(Andrade 2007). Na região Noroeste de Minas, de acordo com a pesquisa agrícola do IBGE, a área

plantada por agricultura temporária ocupava em 1996 a extensão próxima de 350.000ha, chegando a

mais de 600.000ha em 2005. Isso equivale a um crescimento de 250.000ha em menos de uma década,

ou seja, um aumento de área equivalente acima de 70%. Schmidt et al. (2004) confirmam que, no ano

de 2002, o Noroeste de Minas Gerais possuía a maior concentração de pivôs de irrigação circulares do

Sudeste brasileiro.

Martins Junior (2006), Andrade (2007), Vasconcelos (2009), Vasconcelos (2010) e Alvarenga

(2010) conduziram estudos detalhados sobre os impactos ambientais ocasionados pela expansão das

atividades agropecuárias na Bacia de Entre-Ribeiros. Os principais vetores de impacto identificados

foram o desmatamento extensivo das áreas de cerrado com redução de 69,99% de 1975 a 2007

(Vasconcelos 2010), levando à sua consequente fragmentação; bem como também o uso intensivo de

água para irrigação. Outros impactos relevantes, em áreas determinadas, foram a erosão laminar e a

intervenção de drenagem e/ou barramentos em veredas e lagoas marginais.

Nos anos de 2005 a 2007, a conversão para uso do solo agropecuário continuou acelerada no

Município de Paracatu. De acordo com os dados de Carvalho e Scolforo (2008), o Município de

Paracatu, neste período está entre os quatro municípios mineiros que mais apresentaram incremento de

área utilizada para agricultura e, ainda, está entre os sete municípios que mais converteram seu uso do

solo para a pecuária.

Os mapas de vegetação e uso do solo da Bacia do Rio Paracatu, para os anos de 1999 e 2007,

são apresentados nas Figuras 25 e 26. Apesar das metodologias de classificação supervisionadas não

tornarem as classes de cobertura vegetal estritamente comparáveis, é possível perceber o avanço da

ocupação antrópica sobre as áreas de cerrado.

Vasconcelos (2010) sintetiza os seguintes processos e tendências para a região, entre os

períodos de 1975 a 2008:

42

1) Ecossistemas Nativos:

a. Regeneração de florestas em terrenos de ravinas relativos a pastagens abandonadas,

especialmente em áreas declivosas, por se mostrarem inadequadas para essa atividade econômica

(Latuf 2007).

b. Relativa conservação de algumas áreas de preservação permanente de matas ciliares e

terrenos de inclinação elevada, além de algumas áreas de reserva legal.

2) Agropecuária de baixa e média tecnologia.

a. Avanço das áreas de cultivo de sequeiro sobre as áreas de cerrado, no período dentre 1985

a 2000 (Latuf 2007).

b. Abandono recente das áreas de cultivo de sequeiro com baixo potencial de conversão para

áreas irrigadas (Andrade 2007).

3) Assentamentos de Reforma Agrária (a partir da década de 1990)

a. Mosaico heterogêneo de paisagem nas áreas loteadas, com grande variação temporal de

uso, devido à constante troca e venda de lotes.

b. Soltio generalizado de gado nas Reservas Legais e Áreas de Preservação Permanente

relativas a cerrados degradados em diferentes estágios de regeneração (Universidade Federal de

Viçosa/Funarbe 2004, 2005a, 2005b, 2005c, 2006).

c. Ciclos de desmate vinculados a autorizações de desmate e financiamento rural autorizados

pelo Incra.

4) Agricultura Irrigada de Alta Tecnologia.

a. Expansão das áreas de pivôs centrais, vinculada historicamente a ciclos de financiamento

rural e a renegociações de dívidas.

b. Aumento na quantidade de barragens de pequeno porte para irrigação (Latuf 2007),

inclusive em áreas de veredas (Andrade 2007) e lagoas marginais (Andrade 2007).

c. Os únicos remanescentes preservados, em meio à área de maior predominância de projetos

de irrigação, correspondiam às delimitações de reservas legais (Assad et al. 1991 e 1992). Em

muitos casos nem mesmo foram respeitadas as áreas de proteção permanente das margens dos

cursos d’água (Assad et al. 1991; 1992).

5) Áreas Alagadas.

a. Diminuição das áreas alagadas, pela drenagem para agricultura tradicional e irrigada,

especialmente nas áreas de baixada da bacia.

43

Figura 25 – Mapa de vegetação e uso do solo para o ano de 1999, na Bacia do Rio Paracatu. Obtido por meio de

classificação supervisionada de imagens Landsat. Fonte: Silva (2004)

44

Figura 26 – Mapa de vegetação e uso do solo da porção mineira da Bacia do Rio Paracatu, para o ano de 2007.

Obtido por meio de classificação supervisionada de imagens Landsat 5.

45

8.1 Uso de Recursos Hídricos

Com a expansão dessa frente agrícola irrigada, a utilização dos recursos hídricos em

determinadas áreas da Bacia do Rio Paracatu chegou a um nível crítico, especialmente nas sub-bacias

de Entre-Ribeiros e Rio Preto (Ruralminas 1996; Dino 2001). Em períodos de maior estiagem,

chegou-se inclusive a conflitos entre os agricultores pelos recursos hídricos escassos (Pruski et al.

2007). Nessas ocasiões em que não há recurso hídrico o suficiente para atender à demanda, quando os

agricultores disputam a água entre si, pode-se perceber um custo produtivo ocasionado pela escassez

de recursos hídricos. Afinal, por não haver água para todos produzirem, alguns terão que deixar de

utilizar do privilégio produtivo da irrigação, ao menos na escala em que precisariam. Sem contar os

prejuízos ambientais drásticos causados pela redução da vazão dos rios, muito abaixo da vazão

ecológica necessária para a manutenção dos ecossistemas aquáticos e terrestres associados.

Os maiores conflitos por uso de água, bem como os maiores impactos ambientais, tendem a

ocorrer nos anos em que há grandes estiagens (com a consequente baixa na vazão dos rios), como nos

períodos de 1987-89, de 1996 e de 1998, conforme informam as estações fluviométricas localizadas na

Bacia do Rio Paracatu (Carvalho et al. 2004; Latuf 2007). Além desses dois períodos, como atestado

pela Agência Nacional de Águas (2003), no ano de 2003, houve notícia de períodos em que o leito do

Ribeirão Entre-Ribeiros secou. Relatos da população do Município de Paracatu colhidos em Martins

Junior (2006) também confirmam essa informação.

46

9 – HIDROGEOLOGIA

O funcionamento geral dos sistemas hidrogeológicos e das principais áreas de recarga

na Bacia do São Francisco e do Noroeste de Minas Gerais são apresentados nos estudos do

Planoroeste II (CETEC-MG 1981) e em Ramos & Paixão (2004). Os estudos mais

regionalizados das zonas de recarga da bacia do Paracatu foram realizados por Ruralminas

(1996) e Martins Junior (2009). Esses estudos foram importantes por indicar quais unidades

geoambientais (conjugando litoestratigrafia, geomorfologia, pedologia e pluviometria) serão

mais importantes para recarga dos aquíferos da Bacia do Rio Paracatu. Os sistemas aquíferos,

propostos por Ruralminas (1996) são apresentados no Quadro 3 e no mapa da Figura 27. O

funcionamento hidrológico e hidrogeológico dos sistemas hídricos agrupado preliminarmente

por áreas homogêneas encontra-se na Figura 28. A Figura 48, no Anexo, demonstra a divisão

da vazão em cada sub-bacia, separada por Fluxo Rápido, Interfluxo e Fluxo de Base. A Figura

59, por sua vez, apresenta os dados interpolados das características do poços, retirados do

Sistema Siagas.

Quadro 3 – Tipologia de rochas portadoras de sistemas aquíferos da Bacia do Paracatu. Fonte: Ruralminas

(1996)

Tipologia de rochas

portadoras de sistemas

aquíferos

Ocorrência

na Bacia

Litologia Predominante e Unidades Geológicas Associadas

GRANULAR 41,3%

Aquíferos

quaternários

(5,4%) Depósitos aluviais (Qal) – areias, siltes, argilas e cascalhos

Aquíferos

Terciário-

Quaternários

(25,9%) Coluviões e coberturas detríticas – areias finas a médias com

argilas, às vezes lateritizadas, e cascalheiras (TQC)

Aquíferos

Cretáceos

(10%) Fm. Mata da Corda, Fm. Urucuia e Fm. Areado – arenitos

predominantemente finos; secundariamente conglomerados;

argilitos e siltitos intercalados e tufitos (K)

KÁRSTICO 6,7% Fm. Vazante e Fm. Paraopeba do Gp. Bambuí – fácies

carbonatada calcários e dolomitos, com intercalações

argilosas (CaPeB)

KÁRSTICO-FISSURADO 33,6% Fm. Paraopeba do Gp. Bambuí – fácies argilo-carbonatada a

pelítica (ardósias, meta-argilitos, meta-siltitos e margas, com

intercalações de rochas carbonáticas) (PeB)

FISSURADO 18,4% Rochas do Gp. Canastra e Fm. Paracatu – quartzitos e filitos

Fm. Paranoá (filitos e quartzitos grosseiros

interestratificados)

Fm. Três Marias (arcósios predominantemente) (PeC)

47

Figura 27 – Litologia superficial portadora de sistemas aquíferos da Bacia do Paracatu. Adaptado de Ruralminas (1996).

48

Figura 28 – Delimitação das regiões homogêneas dos sistemas hídricos na bacia do Paracatu (Euclydes et al.

2004, apud Novaes 2005).

Com base nas análises físico-químicas coletadas nos leitos da Bacia do Paracatu no período de

águas baixas pelo CETEC-MG (1981), cotejada com a litologia das sub-bacias, é possível inferir a

influência dos principais aquíferos contribuintes na assinatura geoquímica dos cursos de água. Os

parâmetros analisados foram pH, condutividade elétrica (relacionada a sólidos dissolvidos), conteúdo

de sódio, dureza, razão cálcio/magnésio, concentração de cloretos e sulfatos. Essa correlação pode ser

sintetizada no Quadro 4.

49

Quadro 4 – Litologia dos aquíferos preponderantes sobre a assinatura hidrogeoquímica dos cursos de água na

Bacia do Paracatu.

Sub-Bacia (De montante para jusante, conforme

confluem para a foz do Rio Paracatu)

Litologia de aquífero preponderante sobre a Assinatura

Hidrogeoquímica

Santa Catarina Calcário e Dolomito

Alto Paracatu Dolomito

Escuro e Escurinho Coberturas detríticas

Paracatu (Estação da Ponte da BR-040) Diluição mista entre calcário, dolomito e coberturas detríticas

Prata Formação Aerado

Riacho dos Poções Sedimentos TQD

Preto Calcário e Dolomito

Entre-Ribeiros Calcário e Dolomito

Médio Paracatu Diluição entre calcário, dolomito e coberturas detríticas

Sono Formações Aerado e Urucuia

Sub-bacias da margem esquerda do Baixo Paracatu Formações arenosas cretáceas ou terciário-quaternárias

Baixo Paracatu Arenitos Cretáceos e sedimentos TQD

Por meio do Método Gráfico de Barnes (1939), a Ruralminas (1996) estimou que, para a bacia

do Rio Paracatu há uma contribuição de 55% dos aquíferos para a manutenção da vazão dos cursos

d’água. Essa contribuição aumenta na medida em que o curso d’água apresenta mais áreas de recarga

de arenitos cretáceos e de sedimentos de cobertura terciário-quaternária nos planaltos de altitude

(CETEC-MG 1981) – observação que fundamenta a escolha dessas áreas para a delimitação das

zonas preferenciais de recarga dessa bacia hidrográfica (Ruralminas 1996). Ramos e Paixão (2004) e

Mourão (2001) também destacam a importância dos aquíferos areníticos para a perenização dos rios

da Bacia do São Francisco. O CETEC-MG (1981), ao executar o Método Gráfico de Barnes (1939)

para separação do escoamento subterrâneo, considerou que a infiltração e contribuição proveniente das

formações fraturadas e kársticas do aquífero Bambuí seria muito reduzida ou praticamente nula,

quando comparada aos aquíferos granulares.

As unidades geológicas da Formação Areado (Período Cretáceo) caracterizam-se por aquíferos

livres que fornecem significativa quantidade de água por meio de fontes de encosta (CETEC-MG

1981). São formadas por arenitos espessos (até 140 metros) e repousam diretamente sobre substrato

relativamente menos permeável do grupo Bambuí (Período Eo-Cambriano) (CETEC-MG 1981).

Entretanto, as mesofraturas subjacentes identificadas na formação Bambuí podem aumentar a

complexidade desses aquíferos através da combinação de aquíferos granulares com aquíferos

fraturados sotopostos (Martins Junior et al. 2006). A Formação Mata da Corda, com até 100 metros de

espessura, também forma aquífero poroso, sobreposto à Formação Aerado (Ruralminas 1996).

Morfologicamente, os aquíferos porosos de cobertura terciário-quaternária mais antigos jazem

50

sob parte dos Planaltos Residuais do São Francisco, formando superfícies tabulares em cotas acima de

900m (Andrade 2007). No caso da Bacia do Paracatu, trata-se de superfícies tabulares pouco

retrabalhadas, com praticamente ausência de drenagem, o que caracteriza uma espessa camada

sedimentar com elevada capacidade de infiltração potencial (CETEC-MG 1981). As áreas de

descarga principais situam-se ao sopé das elevações, ao longo do flanco ou rebordo das chapadas, no

contato do aquífero com o substrato impermeável. Esses aquíferos possuem espessura média de 10m,

embora excepcionalmente alcancem 30 metros (Ruralminas 1996), havendo registro de até 80 metros

(Mourão 2001).

Os aquíferos sedimentares terciário-quaternários mais recentes, que se localizam em regiões

nas planícies de baixada da Bacia do Rio Paracatu, recobrem os pelitos de baixa permeabilidade do

Grupo Bambuí; é observada frequentemente a exsudação na área de contato entre essas duas litologias

(CETEC-MG 1981; Mourão 2001). Pela geomorfologia predominante de superfícies de aplainamento

para essa litologia (Andrade 2007), pode-se hipotetizar a existência de fluxos de base locais e

regionais, quando se verifica uma conexão hidráulica entre esses aquíferos e os rios – dessa forma, os

aquíferos funcionam como reguladores das vazões desses cursos d’água (CETEC-MG 1981). Seu

potencial de armazenamento de água é menor que nos demais aquíferos porosos da bacia, em virtude

da pouca espessura – em média de 5 metros (Ruralminas 1996), salvo em depressões (até 100 metros)

(Mourão 2001).

Em determinadas zonas planas de latossolo presentes sobre o aquífero sedimentar terciário-

quaternário, bem como sobre toda a planície de inundação do médio-baixo Paracatu, há zonas com alta

densidade de lagoas marginais e áreas alagadas temporárias. De acordo com Ruralminas (1996),

alguns desses corpos hídricos se devem a afloramentos do aquífero freático, e outros se devem ao

aporte de inundação em abaciamentos e depressões rasas sobre formações argilosas relativamente

impermeáveis. Apesar da forte perda de água por evaporação - o que indica o caráter intermitente

desses corpos d’água (CETEC-MG 1981), essas áreas alagadas contribuem lentamente para os fluxos

subsuperficiais. Nos casos em que há conexão direta com o aquífero freático, todavia, essas áreas

alagáveis podem evidenciar zonas de descarga de aquíferos.

Os aquíferos fissurados correspondem especialmente aos Grupos Bambuí e Canastra; e pelas

Formações Paracatu, Paranoá e Três Marias. Caracterizam-se por apresentar permeabilidade de

fissuras e diáclases. A potencialidade destas rochas para armazenamento e circulação hídrica depende

da extensão, continuidade e interligação dos fraturamentos, bem como da abertura ou volume de

vazios no interior dessas estruturas. As possibilidades de infiltração direta de água nestas rochas-

reservatórios a partir das águas pluviais são reduzidas, dado que as descontinuidades de fraturas

constituem feições relativamente localizadas (Mourão 2001). A recarga se dá pela infiltração vertical

descendente através do freático superior ou de infiltração mais profunda do capeamento sedimentar

51

cretáceo e terciário-quaternário, bem como pelos pontos de coincidência fratura-drenagem, ou seja,

através dos leitos dos cursos d’água controlados por direções de fratura (Ruralminas 1996).

Os árcósios da Formação Três Marias, por sua matriz arenosa, apresentam potencial de

armazenamento relativamente maior do que os demais sistemas de aquíferos fissurados da bacia.

Todavia, a cimentação feldspática e argilosa entremeante à matriz arenosa limita bastante o potencial

aquífero, quando comparado aos aquíferos porosos das formações Areado, Urucuia e Mata da Corda.

A Ruralminas (1996) ressalta que a análise do coeficiente de recessão na área de contribuição da

Formação Três Marias evidencia o potencial limitado dessa litologia como portadora de aquíferos.

Os aquíferos kársticos da Bacia do Paracatu correspondem predominantemente a áreas

geomorfológicas de cristas e vertentes encaixadas (Andrade 2007) de declividade acentuada. Como se

distribuem pela Zona de Deformação, submetida a forte tectonismo (falhamentos de empurrão, falhas

transcorrentes e estruturas de dobramentos), pressupõe-se um alto grau de fraturamento. Ademais, a

presença de dolinas, cavernas e sumidouros indica um desenvolvimento endokárstico ativado por

dissolução. Em vista disso, pressupõe-se que tais aquíferos possam permitir um fluxo hidrogeológico

significativo. Todavia, em função da expressividade do escoamento em dutos inerentes às formas

kársticas evoluídas, seus aquíferos apresentariam recessão mais acentuada, esgotando-se mais

rapidamente e provendo, pois, menos água às nascentes durante o ápice do período de estiagem.

A Formação Paraopeba representa uma complexa estratigrafia que combina fácies fissurais

pelíticas com fácies kársticas. Na parte ocidental, há um predomínio maior de fácies carbonatadas

(Ruralminas, 1996). As características hidrogeológicas, por conseguinte, apresentam atributos ora

kársticos, ora fissurais, ora de caráter misto. Mourão (2001) aponta poços que atingiram reservas

expressivas de aquíferos kársticos sotopostos a acamamentos impermeáveis fraturados do Grupo

Bambuí, na Bacia do Paracatu, ressaltando a importância da comunicação entre os dois meios

fraturados.

Os aquíferos de depostos aluviais do quaternário são encontrados de forma generalizada ao

longo da rede de drenagem, nas planícies de inundação e terraços. Constituem zonas ativas de troca de

água, recebendo recarga dos rios nos períodos de águas altas, com restituição nos períodos de estiagem

(Mourão 2001).

Realizadas as observações sobre cada sistema de rochas portadoras de aquifero, ainda

remanesce o interesse em estimar o porte das reservas aquíferas da Bacia do Rio Paracatu. Ruralminas

(1996) estimou as reservas permanentes (ou acumuladas) dos aquíferos por meio da seguinte equação:

52

Rp = A x Ho x

onde:

A = área de ocorrência do aquífero em m2

Ho = Espessura saturada estimada em metros

= Porosidade efetiva estimada

As estimativas dos valores de A, HO e encontram-se na Tabela 1.

Tabela 1 – Estimativa de área, espessura saturada em metros e porosidade efetiva estimada para os sistemas de

rochas portadoras de aquíferos na Bacia do Rio Paracatu

Sistema Aquífero Área (em m2) Ho (em metros)

Aluvial – Qal 2.463, 7 E + 6 5 0,1

Cobertura Terciário-

Quaternária – TQd

11.816, 8 E + 6 3 0,05

Creácicos – K 4.562,5 E + 6 60 0,07

Kársticos 3.056 E + 6 60 0,001

Fissurados 38.006 E + 6 60 0,001

Dessa forma, as reservas permanentes ou acumuladas seriam iguais a:

Qal = 1,23 E+9 m3

TQc = 1,77 E+9 m3

K = 19,1 E+9 m3

CaPB = 0,18 E+9 m3

PB+PBC = 2,28 E+9 m3

___________

Total 24,5 x E+9m3

Com base na estimativas de escoamento de fluxo de base (Método Gráfico de BARNES 1939)

a Ruralminas (1996) estimou as reservas reguladoras como 8.022 E + 6 m3 anuais. A estimativa foi

comparada à capacidade de armazenamento pela análise de recessão do aquífero (Método de

MAILLET 1905), a qual chegou a um resultado mais conservador, na ordem de 5.764 E + 6 m3 por

ano. Ambas às estimativas referem-se aos resultados da Estação Porto Alegre (mais a jusante na

bacia), com área de drenagem de 42.367 km2.

53

10 – SÍNTESE

A Estratigrafia da Bacia do Rio Paracatu condiciona distintos sistemas de rochas portadoras de

aquíferos. Os acamamentos sedimentares profundos (cretáceos, e coberturas detríticas terciário-

quaternárias nos planaltos de cabeceira) apresentam-se como principais áreas potenciais para recarga e

armazenamento das águas subterrâneas. As coberturas detríticas terciário-quaternárias rasas de

baixada, assim como as coberturas aluviais, possivelmente possuem um papel secundário, mais

voltado à regulação de vazões.

Os sistemas aquíferos ligados a acamamentos kársticos e metamórficos dependem bastante da

heterogeneidade espacial proveniente da história geológica estrutural ligada à formação da Bacia do

Rio Paracatu. Nesse contexto, as estruturas rúpteis e dúcteis demandam uma atenção particular.

A configuração espacial dos atributos climáticos e de geomorfologia fluvial (variáveis

morfométricas) apresenta uma gradual transição das características e processos geoambientais no

percurso das cabeceiras para a foz da Bacia do Rio Paracatu, demonstrando inclusive a gradação de

processos locais e regionais hidrogeológicos. A distribuição cartográfica de Geomorfologia e Solos

correlaciona-se espacialmente, por um viés, com as bases litoestratigráficas (relativo aos processos de

edafização e de formação do relevo), embora também apresente uma forte correlação com a transição

geoambiental da cabeceira para foz.

54

ANEXOS

CLASSIFICAÇÕES LITOESTRATIGRÁFICAS: COLUNAS,

CORRELAÇÕES, MAPAS E PERFIS GEOLÓGICOS PARA A BACIA

DO RIO PARACATU

Quadro 5 – Estratigrafia da região de Unaí-Paracatu-Vazante. Fonte: Marini et al. (1984), adaptado por Endo

(2006).

ERA PERÍODO GRUPO SUB-

GRUPO

FORMAÇÃO DESCRIÇÃO

LITOLÓGICA

Cenozóico Terciário-

Quaternário

Sedimentos areno-

argilosos vermelhos e

marrons

Fanerozóico Cretáceo Urucuia Arenito

Areado Arenito

Proterozóico

Superior Bambuí

Três Marias Metarenitos arcoseanos

Paraopeba

Metapelitos verdes e

pretos, calcários e

quartzitos

Ibiá Xistos cloríticos e

Calcixistos verdes

Jequitaí Metadiamictitos

Médio

Vazante Metapelitos, ardósias,

quartzitos e dolomitos

Paranoá Quartzitos

Canastra Quartzitos e xistos

55

Quadro 6 – Propostas de nomenclatura estratigráfica para a região de Unaí-Paracatu-Vazante

Fonte: Endo (2006)

Braun (1968) Almeida

(1968)

Dardenne

(1976)

Madalosso e Valle

(1978)

Dardenne

(1978) Madalosso (1980) Rigobello et al. (1988)

Coelho et

al. (2005)

Fm

. P

arao

peb

a

Fm.

Paracatu

Fm

. P

arao

peb

a

Un

idad

e A

Un

idad

e A

Fm. Paracatu Fm. Paracatu Fm. Paracatu

Fm

. P

arao

peb

a

Un

idad

e B

Un

idad

e B

Fác

ies

dolomítica

grafitosa

arenosa-

síltica

Fm

. V

azan

te

Mb.

Morro do

Calcário

Fm

. V

azan

te

Fác

ies

Morro

Agudo

Fm

. L

apa

Fácies Serra do Landim

Gr.

Bam

bu

í

Serra do

Landim

Fácies Serra da Lapa

Serra da

Lapa

Fácies Serra do Velosinho

Serra do

Velosinho

Superior

Fácies Cercado Serra do

Velosinho

Inferior

filito

ardoseano

grafito-

carbonoso Mb. Serra

do Poço

Verde

Mb.

Morr

o d

o C

alcá

rio

Fm

. V

azan

te

Mb.

Pam

plo

na

Fácies Superior

Fácies Médio

Fácies Inferior

recife

Mb.

Morr

o

do P

inhei

ro

Fácies Superior

Fácies Inferior

Un

. C

Un

. C

Mb. Serra

do

Garrote

Mb. Serra do

Garrote Fm. Serra do Garrote

56

Figura 29 – Esboço geológico da Faixa Brasília. Distribuição do grupo Bambuí, da formação Vazante, da

Formação Ibiá e do grupo Paranoá na faixa de dobramentos Brasília. Notar o Domo de Cristalina,

aproximadamente entre 17ºS e 48ºW, à oeste da Bacia do Paracatu. Fonte: Schobenhaus et al. (1984).

57

Figura 30 – Mapa indicando os perfis, colunas e correlações estratigráficas realizados por diversos pesquisadores na região do Paracatu. Fonte: Martins Júnior et al. (2005). A

numeração é indicada entre as figuras deste anexo.

58

Figura 31 – Coluna estratigráfica dos grupos Vazante e Canastra. Fonte: Dardenne (2000) e Valeriano et al.

(2004).

59

Figura 32 – Perfil Geológico 1. Fonte: Dardenne (1987)

Figura 33 – Perfil Geológico 2. Fonte: Dardenne (1987)

60

Figura 34 – Perfil Geológico 3. Fonte: Dardenne (1987)

Figura 35 – Perfil Geológico 4. Fonte: Dardenne (1987)

61

Figura 36 – Correlação Litoestratigráfica, 5 (Fonte: Dardenne 1987), para o grupo Bambuí típico nos Estados de Goiás, Minas Gerais e Bahia.

62

63

Figura 37 – Correlação Litoestratigráfica para a formação Vazante entre Lagamar e Unaí, 6. Fonte: Dardenne (1987)

64

Figura 38 – Mapa Geologico da Região de Vazante,7. Fonte: Dardenne (1987)

Figura 39 – Coluna litoestratigráfica na Região de Vazante e Paracatu, 8. Fonte: Bettencourt (2001)

65

Figura 40 – Coluna Estratigráfica na Região de Paracatu, 9. Fonte: Freitas-Silva & Dardenne (1991)

66

Figura 41 – Perfil simplificado da Região de Paracatu, 10, mostrando imbricamento regional das litologias e a provável

configuração preterida em duplex. Em preto, está ressaltado o duplex Morro do Ouro. GC = Grupo Canastra, FP =

Formação Paracatu, FP-M = Fácies Morro do Ouro, FP-S = Fácies da Anta, FV = Formação Vazante, FV-M = Fácies

Morro do Calcário, FV-P = Fácies Psamo-Pelíticas. Fonte: Freitas-Silva & Dardenne (1991).

Figura 42 – Correlações Litoestratigráficas entre as sequências do Supergrupo São Francisco na região de Vazante, 11,

Fonte: Misi (2001).

67

Figura 43 – (a) Paleogeografia e fácies sedimentares da Formação Vazante, 13 (Misi 2001); (b) seção estratigráfica

composta da Formação Vazante, antes da deformação (Madalosso 1979).

68

Figura 44 – Perfil Geológico do Morro do Ouro, 14. Fonte: Moller (2001).

Figura 45 – Perfil Geológico da Região de Vazante, das Falhas de Vazante e da Serra do Garrote, 16 (Rostirolla 2002).

Seção Esquemática representando a estruturação da área (A – Zona de Falha de Vazante; B – Zona de Falha da Serra do

Garrote; 1 – metapelitos da Fm Serra do Garrote; 2 – filitos quartzosos Fm Serra do Garrote; 3 – metadolomitos do

Membro Morro do Pinheiro Inferior, Fm Vazante; 4 – filitos intermediários do Membro Morro do Pinheiro, Fm

Vazante; 5 – metadolomitos do Membro Morro do Pinheiro Superior, Fm Vazante; 6 – metapelitos e metadolomitos do

Membro Pamplona Inferior; 7 – metadolomitos do Membro Pamplona, Médio a Superior; 8 – colúvios; 9 – alúvios).

69

Figura 46 – Perfil geológico da Formação Ibiá entre Coromandel e Guarda-Mor, 15. Fonte: Pereira (1992).

70

Figura 47 – Mapa Esquemático do Cráton de São Francisco e das Zonas Marginais de Deformação no Noroeste de

Minas Gerais. Fonte: CETEC-MG (1981).

71

Figura 48 – Mapa com a vazão específica e os componentes de fluxo de cada seção

da bacia hidrográfica (em m3.s/km2)

72

Figura 49 – Mapas com as características os poços perfurados, constantes no sistema

Siagas.

73

Figura 50 – Mapas com variáveis hidromorfométricas.

74

Figura 51 – Mapas das variáveis morfométricas.

75

Figura 52 – Mapas com as variáveis morfométricas.

76

Explicações sobre índices utilizados para as variáveis morfométricas e

hidromorfométricas

Quadro 6 – Variável obtida com o programa Envi 4.8

Variável Explicação Referência

Declividade Razão máxima de mudança de altitude de uma célula para com suas vizinhas. Obtida por meio do cálculo do momento de derivação sobre uma superfície quadrática construída por regressão polinomial a partir das bases de altimetria.

Jenness (2011)

Quadro 7 – Variáveis obtidas com o programa ArcGis 10, extensão Spatial Analyst

Variável Explicação Referência

Curvatura Trata-se da segunda derivada da superfície de elevação (a primeira derivada é a declividade). A curvatura geral é calculada a partir das 8 células vizinhas. A curvatura positiva indica convexidade, enquanto a curvatura negativa indica concavidade.

Jenness (2011)

Módulo da Curvatura

Indica a expressividade de ondulação do terreno.

Distância ao exutório

Distância de drenagem de cada ponto até a foz da bacia hidrográfica (no caso, a foz da Bacia do Rio Paracatu)

Nível de Nascentes

Superfície interpolada por kriggagem ordinária exponencial com base na altitude nas nascentes

Quadro 3 – Variáveis obtidas com o programa SAGA 2.0.8

Variável Explicação Referência

Declividade Acumulada

Razão entre a altitude e a distância horizontal entre um ponto e o divisor de águas mais alto que drena para esse ponto. Calculado por processamento paralelo das células, sobre o modelo de direção de fluxos múltiplos (MFD).

Freeman (1991) Quinn et al. (1991)

Nível de Base Interpolação da altitude ao longo da hidrografia para o restante do terreno. Na perspectiva germorfológica, corresponderia idealmente ao perfil de equíbrio, representando a superfície em que há um equilíbrio entre erosão e deposição, sendo o ponto mais baixo em que um rio poderia chegar sem prejudicar o escoamento de suas águas (Guerra & Guerra, 2006).

Distância vertical ao nível de base

Subtração da altitude pelo nível de base. É considerado como bastante correlacionado à profundidade até o aquífero freático.

Bock & Köthe (2008)

Altitude até o rio

Distância vertical entre um ponto e o local da hidrografia para onde ele verte suas águas pluviais.

Freeman (1991) O’Callaghan (1984) Nobre et al. (2011)

77

Distância horizontal até o rio

Distância horizontal entre um ponto e o local da hidrografia para onde ele verte suas águas pluviais.

Freeman (1991) O’Callaghan (1984) Nobre et al. (2011)

Altura de encostas

Índices morfométricos mensurados com referência na linha de cumeada e no talvegue. Os vales e encostas são definidos em razão dos pontos de sela do terreno, em função da variação de sua curvatura e de seu aspecto (azimute). Altitude normalizada: Normalização geoestatística da altitude, entre o vale (valor 0) e a cumeada (valor 1). Altitude Padronizada: Padronização geoestatística da altitude geral e a altitude normalizada, por meio do desvio padrão. Uma gradação do macro-relevo para o micro-relevo seria a seguinte: altitude, altitude padronizada, altitude de encosta, altitude normalizada, índice de balanço de massas.

Conrad et al. (2006) Bock et al. (2007)

Altitude normalizada

Altitude padronizada

Índice de Balanço de

Massas

Expressa o balanço entre erosão e acumulação, considerando a altura em relação à rede de drenagem, a declividade e a curvatura, por meio da integração da meia encosta da área de drenagem.

Onde CA (Área de contribuição) STI= Índice de transporte de sedimentos MBI = Índice de balanço de massas

Moeller et al. (2008) Boehner & Selige (2006)

Índice topográfico de umidade

Equivale a ln(Área Específica de drenagem / tangente do ângulo da declividade). Onde A é a area específica de drenagem e B é a declividade. Área específica é a área a montante por unidade de comprimento de fluxo [m

2/m=m]

Gruber & Peckham (2008) Beven & Kirkby (1979): Boehner & Selige (2006) Moore et al. (1991)

Índice topográfico de escoamento subsuperficial (downslope distance gradient index)

Onde Ld é a distância horizontal do ponto com elevação de “d” metros abaixo da elevação da célula inicial, seguindo a direção de drenagem de maior inclinação. Considera-se que essa inclinação acumulada, com “d” igual a 10 metros, possa ser um indicador da potencialidade de drenagem do solo para escoamento subsuperficial.

Hjerdt et al. (2004)

78

Índice de rugosidade

Calcula a diferença na elevação entre a célula central e suas 8 células vizinhas.

Onde xij = elevação de cada célula vizinha à célula (0,0)

Riley et al.

(1999)

Índice vetorial de rugosidade

Índice de rugosidade baseado na dispersão vetorial do relevo. I.e., mede a rugosidade do terreno pela variação tridimensional da orientação entre as células vizinhas. A análise vetorial mede a dispersão dos vetores ortogonais (normais) em relação às células vizinhas. Esse índice é menos correlacionado com o valor da declividade do terreno do que o índice de rugosidade tradicional. A rugosidade, teoricamente, vai de 0 (terreno uniforme) a 1 (variação completa do terreno).

Sappington et al. (2007) Hobson (1972)

Radiação Solar Total

Modelo que estima a soma da radiação direta e da radiação difusa, por meio da consideração da orientação e inclinação das encostas, do sombreamento da encosta oposta e do ângulo de incidência da luz solar ao longo de cada dia do ano.

Jochem et al. (2009) NREL (2002)

Índice de aquecimento anisotrópico diurno

Índice que estima o potencial de aquecimento do solo tendo em consideração a orientação das encostas e a sua declividade.

Dispersão de fluxo (flow width)

Variável calculada em razão da divisão (divergência) do escoamento de uma célula fonte para as células vizinha.

Gruber & Peckham (2008) Quinn et al. (1991)

Índice de convergência

Índice de modelagem hidrológica calculado por meio do gradiente (curvatura) e azimute, demonstrando a convergência do fluxo para a célula, em relação a suas vizinhas.

Koethe & Lehmeier (1996)

Fator de visão do terreno

A visibilidade do céu pode ser compreendida como a porcentagem de um hemisfério de visão do céu a partir de um ponto no terreno. Por exemplo, o hemisfério visível do céu é mais amplo do alto de uma montanha do que no fundo de um vale encaixado. O fator de visão do terreno e o fator de visão do céu são parâmetros complementares para o cálculo da visibilidade do céu.

Boehner & Antonic (2009) Hantzschel et al. (2005) Oke (2000) Zakšek et al. (2011)

Fator de visão do Céu

Visibilidade do Céu

Índice de barlavento predominante (NEE)

Modelo de ventos que utiliza uma estimação da direção predominante do vento, com aceleração constante, sendo modificada pelo sotavento (proteção da encosta ao vento) e pelo barlavento (exposição da encosta ao vento) dentro de um raio de influência predeterminado. Na Bacia do Rio Paracatu, o vento predominante é NEE (Ruralminas, 1996).

Índice de sotavento predominante (NEE)

Índice de Efeito do Vento predominante (NEE)

Força Efetiva do Vento predominante (NEE)

79

REFERÊNCIAS

Agência Nacional de Águas – ANA. 2003. Análise Sobre a Implantação de Sistemas de Barragens de

Regularização em Afluentes do Rio São Francisco. Projeto de Gerenciamento Integrado das Atividades

Desenvolvidas em Terra na Bacia do São Francisco. Subprojeto 4.5C– Plano Decenal de Recursos Hídricos da

Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco -PBHSF (2004-2013) . ANA/GEF/PNUMA/OEA. Brasília. Distrito

Federal. 53 p.

Almeida F.F.M. 1967. Origem e evolução da Plataforma Brasileira. DNPM. 36p. (Boletim nº 241).

Almeida, F.F.M. 1968. Evolução tectônica do centro-oeste brasileiro no Proterozóico Superior. In: Anais da

Academia Brasileira de Ciências, 40:285-296.

Almeida, F.F.M. 1977. Evolução Tectônica do Centro Oeste Brasileiro no Proterozóico. In: Anais da Academia

Brasileira de Ciências. Rio de Janeiro. 285-295.

Alvarenga, L.J. 2010. Avaliação geológico-ambiental da compatibilidade da legislação atual à conservação do

Cerrado. Dissertação de Mestrado. DEGEO-UFOP.

Andrade, L.M.G. 2007. Uso Optimal do Território de Bacia Hidrográfica com fundamentos no conceito de

Geociências Agrárias e Ambientais - Bacia do Ribeirão de Entre-Ribeiros no vale do Rio Paracatu. Dissertação

(Mestrado) - UFOP - Escola de Minas - Dep. de Geologia - Ouro Preto, 2007. 203 p.

Assad, E.D., Sano, E.E., Moreira, L., Valente, B.C. 1991. Caracterização ambiental dos projetos Entre Ribeiros II e

III (PCPER II e III) e das reservas em condomínio dos PCPER I e II, Paracatu (MG). Brasília: Embrapa-CPAC

/ Campo. 21p..

Assad, E.D.; Sano, E.E.; Moreira, L.; Valente, B.C. 1992. Caracterização de áreas nativas através do

sensoriamento remoto e do sistema de informações geográficas; caso dos projetos de irrigação entre Ribeiros,

Paracatu (MG). Embrapa - Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados, Planaltina, DF (Brasil). Planaltina,

DF (Brasil). 23 p.

Barbosa, O. 1970. Projeto Goiânia. DNPM, Prospec. 74p.

Barnes, B.S. 1939.The structure of discharge recession curves. Transactions of the American Geophysical Union,

20: 721-725.

Bettencourt J. S., Monteiro L. V. S., Bello R. M. S., Oliveira T. F. & Juliani C. 2001. Metalogênese do zinco e

chumbo na região de Vazante – Paracatu, Minas Gerais. In: Pinto, C. P. & Martins-Neto M. A. Bacia do São

Francisco: Geologia e Recursos Naturais, p.161-198 – SBG/MG – Belo Horizonte.

Beven, K.J., Kirkby, M.J. 1979. A physically-based variable contributing area model of basin hydrology. Hydrology

Science Bulletin 24(1), p.43-69.

Bock, M., Böhner, J., Conrad, O., Köthe, R., Ringeler, A. 2007. Methods for creating Functional Soil Databases and

applying Digital Soil Mapping with SAGA GIS. In: Hengl, T., Panagos, P., Jones, A., Toth, G. [Eds.] 2007.

Status and prospect of soil information in south-eastern Europe: soil databases, projects and applications. EUR

22646 EN Scientific and Technical Research series, Office for Official Publications of the European

Communities, Luxemburg, p.149-162

Bock, M., Köthe, R.: Predicting the Depth of hydromorphic Soil Characteristics influenced by Ground Water. In:

Böhner, J., Blaschke, T., Montanarella, L. [Eds.] 2008. SAGA – Seconds Out. Hamburger Beiträge zur

Physischen Geographie und Landschaftsökologie, Vol.19, 113pp. p. 13-22

Boehner, J., Selige, T. 2006. Spatial Prediction of Soil Attributes Using Terrain Analysis and Climate

Regionalisation'. In: Boehner, J., McCloy, K.R., Strobl, J.: SAGA – Analysis and Modelling Applications,

Goettinger Geographische Abhandlungen, Vol.115, p.13-27

Boehner, J., Antonic, O. 2009. Land-suface parameters specific to topo-climatology. in: Hengl, T., Reuter, H. (Eds.):

Geomorphometry - Concepts, Software, Applications', Developments in Soil Science series, volume 33. Elsevier.

772p.

Braun O. P. G. 1968. Contribuição à estratigrafia do Grupo Bambui. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE

GEOLOGIA, 22. Anais..., Belo Horizonte, SBG, 155-166.

80

Carvalho, F.E.C.; Firmiano, R.G.; Martins Junior, P.P. 2004. Análise Fluviométrica de Estações em Operação na

Bacia do Paracatu. Finep, Igam, Cetec. In: Martins Junior (coord.) Projeto CRHA, Nota Técnica: NT- 22 / 2004.

224 p.

Carvalho, L. M. T. & Scolforo, J.R.S. 2008. Inventário Florestal de Minas Gerais: Monitoramento da flora nativa

2005-2007. Lavras: Editora UFLA. 357p.

Coelho J.C.C., Martins-Neto M.A., Marinho M.S. 2005. Delimitação da Província Alóctone da Fase thin-skinned de

Deformação na Borda Oeste da Bacia do São Francisco. In: SIMPÓSIO SOBRE O CRÁTON DO SÃO

FRANCISCO, 3. Anais... Salvador, SBG-NBa/SE, SGM, CNPq.

Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM. 2003. Geologia, Tectônica e Recursos Minerais. Serviço

Geológico do Brasil. CD-ROM.

Conrad, O., Krüger, J.P., Bock, M., Gerold, G. 2006. Soil Degradation Risk Assessment Integrating Terrain

Analysis and Soil Spatial Prediction Methods. Proceedings of the International Conference Soil and

Desertification - Integrated Research for the Sustainable Management of Soils in Drylands, 5-6 May 2006,

Hamburg, Germany. Internet-Publication edited by the Coordination of Desert*Net Germany.

Cukrov N.; Alvarenga C.J.S.; Uhlein A. 2005. Litofácies da Glaciação Neoproterozóica nas Porções Sul do Cráton

do São Francisco: Exemplos de Jequitaí (MG) e Cristalina (GO). Revista Brasileira de Geociências. 35(1):69-76.

Dardenne M.A. 1976. Tipos de depósitos Pb-Zn no Grupo Bambui de Minas Gerais. In: Congresso Brasileiro de

Geologia, 29. Ouro Preto. Resumos dos trabalhos. Belo Horizonte, SBG, 1976. p289.

Dardenne, M.A. 1978. Síntese sobre a estatigrafia do Grupo Bambuí no Brasil Central. In: CONGR. BRAS. GEOL.,

30, Recife, Anais..., 2:597-602. 1978.

Dardenne M.A., 1987. Os grupos Paranoá e Bambuí na faixa dobrada Brasília, Anais do simpósio sobre o cráton do

São Francisco e suas faixas marginais, pp 140-154.

Dias, M.A.F.S. 1987. Sistemas de mesoescala e previsão de tempo a curto prazo. Rev. Bras. Meteorologia, v. 2, p.

133-150.

Dino, K. J. 2002. A Bacia do Rio Paracatu, Minas Gerais. Projeto Marca D’água. Núcleo de Pesquisas em Políticas

Públicas, FINATEC, Asa Norte, Brasília DF - Junho. Disponível em http://www.marcadagua.org.br/paracatu.pdf

em 15 de outubro de 2008. 47 p.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (Rio de Janeiro,

RJ). 1999. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: Embrapa Produção da Informação; Rio de

Janeiro: Embrapa Solos. 412p.

Endo. I. 2006. Geologia Estrutural Regional do Paracatu. Belo Horizonte: Fundação CETEC-MG, UFOP-EM-

DEGEO. Nota Técnica NT-CRHA 59/2006.

Euclydes et al. 2004. Ferramenta para o planejamento e gestão de recursos hídricos nos Estado de Minas Gerais –

HIDROTEC. Viçosa: UFV, DEA; Brasília, DF: MMA; Belo Horizonte, MG: Ruralminas. Disponível em:

www.ufv.br/dea/hidrotec.

Ferreira, O.C.; Martins Junior, P.P.; Vasconcelos, V.V.; Novaes, L.A.d’A. 2005. Método Empírico de Prospecção de

Pequenos Potenciais Hídricos. SIMPÓSIO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS. ABRH. Anais... João

Pessoa. 10p.

Freeman, G.T. 1991. Calculating catchment area with divergent flow based on a regular grid, Computers and

Geosciences, 17:413-22

Freitas-Silva F.H. & Dardenne M.A. 1991. Quadro estratigráfico das formações Vazante e Paracatu na região de

Paracatu – MG. In: SIMP. GEOL. MINAS GERAIS, 6º, Anais.... Ouro Preto, 1991.

Freitas-Silva F.H. & Dardenne, M.A. 1992. Evolução estrutural das formações Paracatu e Vazante na região de

Paracatu – MG. REM. R. Esc. Minas, Ouro Preto, 45 (1 e 2): 57-59, jan. jun. 1992.

Fuck R.A., Pimentel M. M., Silva L.J.H.D.A Faixa Brasília e a Compartimentação Tectônica na Província

Tocantins. In: SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DO CENTRO OESTE, 4. Brasília. Anais... Brasília, SBG. p. 184-

81

187. 1994.

Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais – CETEC-MG. 1981. II Plano de Desenvolvimento Integrado do

Noroeste Mineiro: Recursos Naturais. Belo Horizonte.

Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais – CETEC-MG. Mapeamento, Inventário e Monitoramento da

Cobertura Vegetal Nativa e de Florestas Plantadas em Parte do Estado de Minas Gerais. CETEC/IEF. Belo

Horizonte: 1989.

Gamache, J.F. & Houze Junior, R.A.: 1982: Mesoscale air motions associated with a tropical squall line. Mon. Wea.

Rev., 110, 118-135.

Gonçalves, M.T. 2006. A Formação da Economia das Plantações Florestais nos Vales do Rio Doce e do Aço de

Minas Gerais (1940-2000): notas sobre história econômica e ambiental de uma região. Anais do XII Seminário

sobre a Economia Mineira [Proceedings of the 12th Seminar on the Economy of Minas Gerais], 19p.

Guerra, A. T. & Guerra, A. J. T. 2006. Novo Dicionário Geológico-Geomorfológico. 5 ed. Revisada e ampliada. Rio

de Janeiro: Bertrand Brasil. 652p.

Gruber, S; Peckham, S 2008. Land-Surface parameters and objects in hydrology. In: Hengl, T; Reuter, H I.

Geomorphometry. Amsterdam, 171-194.

Hantzschel, J., Goldberg, V., Bernhofer, C. 2005. GIS-based regionalisation of radiation, temperature and coupling

measures in complex terrain for low mountain ranges. Meteorological Applications, V.12:01, p.33–42,

doi:10.1017/S1350482705001489.

Hjerdt, K. N., J. J. McDonnell, J. Seibert, and A. Rodhe 2004. A new topographic index to quantify downslope

controls on local drainage, Water Resour. Res., 40, W05602, doi:10.1029/2004WR003130.

Hobson, R.D. 1972. Surface roughness in topography: quantitative approach. Pages 221–245 in R. J. Chorley,

editor. Spatial analysis in geomorphology. Harper and Row, New York, New York, USA.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. 1991 a 2009. Produção Agrícola Municipal. Brasil..

Disponível em: http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/agric/, em outubro de 2010.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. 2009. Manual Técnico de Geomorfologia. Coordenação de

Recursos Naturais e Estudos Ambientais. 2ª ed. 192p.

Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM. 2006. Plano Diretor de Recursos Hídricos do Rio Paracatu:

Resumo Executivo. Governo de Minas Gerais. Comitê da Sub-bacia Hidrográfica do Rio Paracatu. Belo

Horizonte: Instituto Mineiro de Gestão das Águas. 384p.

Jenness, J. 2011. DEM Surface Tools v. 2.1.292. Jenness Enterprises. Available at:

http://www.jennessent.com/arcgis/surface_area.htm. Access in 5/2/2012.

Jochem, A.; Wichmann, V.; Höfle, B. 2009. Point Cloud based Solar Radiation Modeling. Hamburger Beiträge zur

Physischen Geographie und Landschaftsökologie – Heft 20.

Koethe, R.; Lehmeier, F. 1996. SARA – System zur Automatischen Relief-Analyse, Benutzerhandbuch, 2. Auflage

[Geogr. Inst. Univ. Goettingen, unpublished]

Latuf, M.O. 2007. Mudanças de Uso do Solo e Comportamento Hidrológico nas Bacias do Rio Preto e de Entre-

Ribeiros. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Viçosa, Programa de Pós-Graduação em Engenharia

Agrícola. 103 f.

Lima, L.I.C. 2002. Análise de Drenagem e seu Significado Geológico-Geomorfológico. Edição revisada e ampliada.

Brasil, Pará, Belém. 206p.

Lyra, G.B.; Cecilio, R.A.; Zanetti, S.S. 2010. Coeficiente de rugosidade de Manning para o rio Paracatu. Revista

Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental v.14, n.4, p.343–350.

Madalosso, A. & Valle, C.R.O. 1978. Considerações sobre a Estatigrafia e Sedimentologia do Grupo Bambuí na

Região de Paracatu – Morro Agudo (MG). In: CONGR. BRAS. GEOL., 30, Recife, Anais..., 2:622-631.

Marini O.J., Fuck R.A., Danni J.C.M., Dardenne M.A., Loguercio S.O.C., Ramalho R. 1984. As Faixas de

82

Dobramentos Brasília, Uruaçu e Paraguai-Araguaia e o Maciço Mediano de Goiás. In: Schobbenhaus, C.;

Campos, D. A.; Derze, G.R.; Asmus, H. E. 1984. Geologia do Brasil. MME/DNPM. Brasília, p. 251-303.

Marques, F.S.M. 2003. Manual para Levantamento Utilitário do Meio Físico e Classificação da Terra no Sistema

de Capacidade de Uso. In: Martins Junior., P. P. (coord.). Projeto CRHA - Conservação de Recursos Hídricos

no âmbito de Gestão Agrícola de Bacias Hidrográficas. MCT/Finep/CT-Hydro 2002-2006. NT-07/2003.

Martins Junior., P.P.; Novaes, L.A. d’A.; Pereira, M.A.S.; Franca, R.R. 2005. Comentários Lito-Estratigráficos

sobre a Base de Informações Existentes: Bacia do Rio Paracatu. Belo Horizonte: Fundação Cetec, UFOP-EM-

DEGEO. Nota Técnica NT-CRHA 40 / 2005.

Martins Junior, P. P. (coord.). 2006. Projeto CRHA - Conservação de Recursos Hídricos no âmbito de Gestão

Agrícola de Bacias Hidrográficas. MCT/Finep/CT-Hydro 2002-2006. Relatório Final em 2006.

Martins Junior, P. P. (coord.). 2009. Projeto GZRP - Gestão de Zonas de Recarga de Aqüíferos Partilhadas entre as

Bacias de Paracatu, São Marcos e Alto Paranaíba. Cetec/Fapemig - 2007-2009. Relatório Final em 2009.

Martins Junior, P.P.; Endo, I., Vasconcelos, V.V; Novaes. L.A.d’A; Sequetto, M. A. 2006. Modelo de Integração de

Conhecimentos Geológicos para Auxílio à Decisão sobre uso da Terra em Zonas de Recarga de Aqüífero.

Revista Brasileira de Geociências (RBG), v. 36, n. 4 - 12 p.

Misi, A., 2001. Estratigrafia isotópica das seqüências do Supergrupo São Francisco, coberturas Neoproterozóicas do

cráton do São Francisco. Idades e correlações. In: Pinto, C.P & Martins-Neto, M.A. – Bacia do São Francisco:

Geologia e Recursos Naturais, cap 5, p. 67-92 – SBG/MG – Belo Horizonte.

Moeller, M., Volk, M., Friedrich, K., Lymburner, L. 2008. Placing soil-genesis and transport processes into a

landscape context: A multiscale terrain-analysis approach. Journal of Plant Nutrition and Soil Science, 171, pp.

419-430, DOI: 10.1002/jpln.200625039

Moller J.C., Batelochi M., Akiti Y., Sharratt M. & Borger A. L. 2001. Geologia e caracterização dos recursos

minerais de morro do ouro, Paracatu, Minas Gerais. In: Pinto C. P & Martins-Neto M.A. Bacia do São

Francisco: Geologia e recursos naturais, p. 199-234 – SBG/MG – Belo Horizonte.

Moore, I.D., Grayson, R.B., Ladson, A.R. 1991. Digital terrain modelling: a review of hydrogical,

geomorphological, and biological applications. Hydrological Processes, Vol.5, No.1.

Moreira, M.C. 2006. Gestão de Recursos Hídricos: Sistema Integrado para otimização da Outorga de Uso da Água.

Tese (Doutorado). Universidade Federal de Viçosa. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola. 94 p.

Mourão, M.A.A. (coord.). 2001. Caracterização Hidrogeológica da Microrregião de Unaí. Projeto São Francisco.

Província Mineral Bambuí (MG). CPRM. Ministério das Minas e Energia. 86p.

Mulholland, D.S. 2009. Geoquímica Aplicada à Avaliação de Qualidade de Sistemas Aquáticos da Bacia do Rio

Paracatu (MG). Dissertação de Mestrado. Brasília-DF: IG/UNB. 95p.

Nobre, A.D., Cuartas, L.A. Hodnett, M., Rennó, C.D., Rodrigues, G. Silveira, A., Waterloo, M., Saleska, S. 2011.

Height Above the Nearest Drainage – a hydrologically relevant new terrain model. Journal of Hydrology. Vol.

404, Issues 1-2, pp. 13-29. ISSN 0022-1694, 10.1016/j.hydrol. 2011.03.051

Novaes, L.F. 2005. Modelo para a Quantificação da Disponibilidade Hídrica na Bacia do Paracatu. Tese de

Doutorado. Universidade Federal de Viçosa, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola. Viçosa.

NREL 2002. NREL 2000 - Solpos Documentation, National Renewable Energy Laboratory, Center for Renewable

Energy Resources Renewable Resource Data Center.

Nunes, H.T. & Nascimento, O.B. 2004. Base de Dados Meteorológicos. Belo Horizonte: Nota Técnica NT-CRHA

17/2004. Em: MARTINS JUNIOR (coord.). Projeto CRHA. Memória Técnica da Fundação CETEC. 40p.

O’Callaghan, J.F. 1984. Extraction of drainage networks from digital elevation data. Computer Vision, Graphics and

Image Processing, 28-323-344.

Oke, T.R. 2000. Boundary Layer Climates. Taylor & Francis, New York. 435pp.

Oliveira, A.A.C. Valle, C.R.O.; Féboli, W.L. 2002. Geologia. Nota explicativa do mapa geológico integrado.

Folhas SE 23-V-D. Belo Horizonte, Projeto São Francisco. CPRM-Comig.

83

Pereira L.F., Dardenne M.A., Souza J.C.F., & Albuquerque M. A. C. 1992. A formação Ibiá entre Coromandel e

Guarda-Mor, MG. In: REM: R. Esc. De Minas, Ouro Preto, 45 (1 e 2): 83-84, jan. jun. 1992.

Pruski, F.F.; Rodriguez, R.G.; Novaes, L.F.; Silva, D.D.; Ramos, M.M.; Teixeira, A.F. Impacto das vazões

demandadas pela irrigação e pelos abastecimentos animal e humano, na Bacia do Paracatu. Revista Brasileira de

Engenharia Agrícola e Ambiental v.11, n.2, p.199-210, 2007.

Quinn, P.F., Beven, K.J., Chevallier, P., Planchon, O. 1991. The prediction of hillslope flow paths for distributed

hydrological modelling using digital terrain models. Hydrological Processes, 5:59-79

Ramos, M.L.S. & Paixão, M.M.O.M. 2004. Disponibilidade Hídrica de Águas Subterrâneas – Produtividade de

Poços e Reservas Explotáveis dos Principais Sistemas Aqüíferos. In: Plano Decenal de Recursos Hídricos da

Bacia do Rio São Francisco. 41 p.

Rigobello, A.E., Branquinho, J.A., Dantas, M.G.S., Oliveira, T.F., Nieves Filho, W. 1988. Mina de zinco de

Vazante, Minas Gerais. Departamento Nacional da Produção Mineral – DNPM. Principais Depósitos Minerais

do Brasil. Brasília. 4v. (v. 3). 101-110p.

Riley, S. J., S. D. DeGloria and R. Elliot 1999. A terrain ruggedness index that quantifies topographic heterogeneity,

Intermountain Journal of Sciences, vol. 5, No. 1-4, 1999.

Rodriguez, R.G. 2004. Metodologia para Estimativa de Demandas e Disponibilidades Hídricas: estudo de caso da

Bacia do Paracatu. Dissertação (mestrado). Universidade Federal de Viçosa, Programa de Pós-Graduação em

Engenharia Agrícola. 94 p.

Rodriguez, R. G. 2008. Proposta Conceitual para a Regionalização de Vazões. Tese de Doutorado. Universidade

Federal de Viçosa.

Romagna G., Costa R. R. 1988. Jazida de zinco e chumbo de Morro Agudo, Paracatu, Minas Gerais. Departamento

Nacional da Produção Mineral – DNPM. Principais Depósitos Minerais do Brasil. Brasília. 4v. (v. 3). 111-121p.

Rostirolla S.P., Mancini F., Neto J.M.R., Figueira E.G., Araújo E.C. 2002. Análise estrutural da mina de Vazante e

adjacências: geometria, cinemática e implicações para a hidrogeologia. In: SBG, Congr. Bras. Geol., 32,

Salvador, Anais..., vol.1, pp. 59-68.

Ruralminas. 1996. Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paracatu – Planpar. Consórcio MAGNA /

DAM / EYSER - Governo de Federal, Governo do Estado de Minas Gerais, Governo do Distrito Federal, Brasil,

Fevereiro.

Sappington, J.M., Longshore, K.M., Thompson, D.B. 2007. Quantifying Landscape Ruggedness for Animal Habitat

Analysis: A Case Study Using Bighorn Sheep in the Mojave Desert. Journal of Wildlife Management

71(5):1419–1426. Avaliable at:

http://www.werc.usgs.gov/lasvegas/pdfs/Sappington%20et%20al%20JWM%202007.pdf. Access in 5/2/2012.

Schmidt, W.; Coelho, R.D.; Jacomazzi, M.A.; Antunes, M.A.H. 2004. Distribuição espacial de pivôs centrais no

Brasil: I - Região Sudeste. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, PB,

DEAg/UFCG. v.8, n.2/3, p.330-333.

Schobenhaus, C. 1984. Geologia do Brasil. DNPM, pp501.

Silva, L.L.O. 2000. Papel do Estado no Processo de Ocupação das Áreas de Cerrado entre as Décadas de 60 e 80.

Programa de Pós-Graduação em Geografia. Instituto de Geografia UFU. Revista Caminhos da Geografia. n. 1,

v. 2, p. 24-36, dez.

Silva, V.C. 2004. Estimativa da Erosão Atual da Bacia do Rio Paracatu (MG / GO / DF). Pesquisa Agropecuária

Tropical, 34 (3): 147-159.

Silva, R. F. G. 2009. Estimativa de parâmetros hidrodinâmicos de aquíferos em áreas de embasamento através de

métodos indiretos. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Ouro Preto. Departamento de Geologia.

Escola de Minas. Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Contribuições às

Ciências da Terra, Série M, v.67, n. 285. 112p.

Souza, C.F. 1997. Litoestratigrafia e sedimentologia da Formação Vazante na região de Coromandel – MG.

Dissertação de Mestrado. Instituto de Geociências, Universidade de Brasília, Brasília, 76p.

84

Souza, H.T. 2009. Sistema Computacional para Regionalização de Vazões. Dissertação de Mestrado. Universidade

Federal de Viçosa. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola. 86p.

Universidade Federal de Viçosa/Funarbe. 2004. Diagnóstico Socioeconômico e Ambiental e Projeto Final de

Assentamento do Projeto de Assentamento Nova Lagoa Rica. Márcio Mota Santos (cord.).

Universidade Federal de Viçosa/Funarbe. 2005a. Diagnóstico Socioeconômico e Ambiental e Projeto Final de

Assentamento do Projeto de Assentamento Tiro e Queda. José Ambrósio Ferreira Neto (cord.).

Universidade Federal de Viçosa/Funarbe. 2005b. Diagnóstico Socioeconômico e Ambiental e Projeto Final de

Assentamento do Projeto de Assentamento Herbert de Souza. Márcio Mota Santos e José Ambrósio Ferreira

Neto (cord.).

Universidade Federal de Viçosa/Funarbe. 2005c. Diagnóstico Socioeconômico e Ambiental e Projeto Final de

Assentamento do Projeto de Assentamento XV de Novembro. José Ambrósio Ferreira Neto (cord.).

Universidade Federal de Viçosa/Funarbe. 2006. Diagnóstico Socioeconômico e Ambiental e Projeto Final de

Assentamento do Projeto de Assentamento Belo Vale. José Ambrósio Ferreira Neto (cord.).

Valleriano, C.M.; Dardenne, M.A.; Fonseca, M.A. Simões, L.S.; Seer; H.J. 2004. A evolução tectônica da Faixa

Brasília. In: V. Mantesso-Neto. A. Bartorelli; C.D.R. Carneiro; B.B. Brito Neves (Eds.) Geologia do Continente

Sul Americano: Evolução da Obra de Fernando Flávio Marques de Almeida. São Paulo, Beca, p. 355-368.

Vasconcelos, V.V. 2009. Impactos e Custos Econômico-Ambientais da Agricultura Moderna: estudo de caso da

frente agrícola do noroeste de Minas Gerais. Monografia de Especialização em Solos e Meio Ambiente.

Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais. 83 p.

Vasconcelos, V.V. 2010. Frentes agrícolas de irrigação e zoneamento ecológico-econômico: estudo de caso da

bacia de Entre-Ribeiros – Noroeste de Minas Gerais. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em

Geografia – Tratamento da Informação Espacial. PUC-Minas. Belo Horizonte. 142p.

Vasconcelos, V.V. Martins Jr., P.P., Novaes, L. A. d’A. 2005b. Sistema Inteligente de Apoio à Decisão em Gestão

de Recursos Hídricos e Projetos Agrícolas, XVI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos. Anais…, 20 p.

Zakšek, K.; Oštir, K.; Kokalj, Ž. 2011. Sky-View Factor as a Relief Visualization Technique. Remote Sens. 3, 398-

415; doi:10.3390/rs3020398