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JULIANA BESSA DE ALMEIDA CARACTERIZAÇÃO DE FLUIDO MAGNÉTICO À BASE DE ÓLEOS VEGETAIS DE BABAÇU, COPAÍBA E MAMONA. ORIENTADORA: PROFª. Drª. LUCIENE BATISTA DA SILVEIRA Ji-Paraná-RO, dezembro de 2009.

CARACTERIZAÇÃO DE FLUIDO MAGNÉTICO À BASE DE ÓLEOS ... · CARACTERIZAÇÃO DE FLUIDO MAGNÉTICO À BASE DE ÓLEOS VEGETAIS DE BABAÇU, COPAÍBA E MAMONA. JULIANA BESSA DE ALMEIDA

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JULIANA BESSA DE ALMEIDA

CARACTERIZAÇÃO DE FLUIDO MAGNÉTICO À BASE DE ÓLEOS

VEGETAIS DE BABAÇU, COPAÍBA E MAMONA.

ORIENTADORA: PROFª. Drª. LUCIENE BATISTA DA SILVEIRA

Ji-Paraná-RO, dezembro de 2009.

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR

CAMPUS DE JI-PARANÁ

JULIANA BESSA DE ALMEIDA

CARACTERIZAÇÃO DE FLUIDO MAGNÉTICO À BASE DE ÓLEOS

VEGETAIS DE BABAÇU, COPAÍBA E MAMONA.

Ji-Paraná-RO, dezembro de 2009.

Monografia apresentada na

Universidade Federal de Rondônia -

Campus de Ji-Paraná, como parte dos

requisitos para obtenção do título de

graduação em Licenciatura Plena em

Física, sob a orientação da Profª. Drª.

Luciene Batista da Silveira.

CARACTERIZAÇÃO DE FLUIDO MAGNÉTICO À BASE DE

ÓLEOS VEGETAIS DE BABAÇU, COPAÍBA E MAMONA.

JULIANA BESSA DE ALMEIDA

Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do Grau de

Licenciatura Plena em Física e aprovado em sua forma final.

Banca Examinadora:

__________________________________________________

Profª. Drª. Luciene Batista da Silveira

Orientadora - UNIR

__________________________________________________

Prof. Dr. Judes Gonçalves dos Santos Membro – UNIR

__________________________________________________

Prof. Dr. Marcos Lazaro de Souza Albuquerque

Membro - UNIR

Ji-Paraná - RO, dezembro de 2009.

iv

DEDICATÓRIA

A Deus, por me dar força, coragem, saúde e sem a vontade dele eu não teria

conquistado essa vitória nem conseguiria trilhar este caminho.

Aos meus pais João Martins de Almeida e Ana Ramos de Bessa, por terem

acreditado em mim e por nunca me desampararem em minhas escolhas e decisões. Amo

muito vocês.

Ao meu esposo Milton Vicente Batista Junior, que sempre me motivou e

acompanhou todos os meus passos nessa longa caminhada e pela paciência que teve em

ser trocado muitas vezes pela Física, te amo muito.

A minha irmã Jéssica Ramos de Almeida e a minha sobrinha Amanda Almeida

Alexandrino que enche minha vida de alegria.

Aos amigos maravilhosos que encontrei nessa caminhada que quero que estejam

sempre comigo: Letícia Farage de Carvalho, Gisele Pedra da Silva, Gilma Carine da

Silva Santos, Ernani Marco Rodrigues dos Reis, Marcos Leandro Nunes, Gislaine

Izidoro, Marluce Pereira Oliveira, Fernanda Fabian Antunes, Gilciano Soares de

Oliveira e por fim em especial a grande amiga Patrícia Matos Viana que me ajudou

tanto nos estudos quanto há compreender o poder de Deus, uma amiga que quero

cultivar para o resto da vida.

A amiga Eunice Aquino Batista, Adriana Aquino Batista, Juraci Rodrigues e

Milton Vicente Batista, por terem colaborado inúmeras vezes de todas as formas que

precisei.

v

AGRADECIMENTO

Nunca conseguirei expressar o quanto sou grata a essas pessoas que diretamente

e indiretamente contribuíram para a conclusão deste trabalho deixo aqui registrado

algumas dessas pessoas:

A professora Drª. Luciene Batista da Silveira por me orientar neste trabalho de

pesquisa, e em todos os momentos que a solicitei em minha formação acadêmica e até

mesmo como uma amiga preocupada com meu bem estar.

Ao professor Dr. Judes Gonçalves dos Santos que sempre me ajudou nas horas

que eu o solicitei, não medindo esforços para ajudar e colaborar nas pesquisas. Pela

criação do Departamento de Física e por ter sido contemplado com o Programa de

Educação Tutorial PET.

Aos professores da graduação pelas aulas ministradas e pela paciência e

motivação passada por eles.

Agradeço à professora Drª. Eliane Costa técnica da central analítica do IQ-UFG

pelas medidas de raios-X.

Agradeço aos companheiros do grupo PET, onde tivemos a oportunidade de

ampliar nosso conhecimento e vivenciamos varias experiências.

Agradeço ao PET, SEPLAN/CNPq pelo apoio financeiro.

vi

Então Deus disse: “Haja

luz, e houve luz”.

(Gênesis)

vii

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA----------------------------------------------------------------------------------IV

AGRADECIMENTOS----------------------------------------------------------------------------V

LISTA DE FIGURAS----------------------------------------------------------------------------IX

LISTA DE TABELAS-------------------------------------------------------------------------- XI

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS----------------------------------------------XII

RESUMO----------------------------------------------------------------------------------------XIII

ABSTRACT-------------------------------------------------------------------------------------XIV

1-REVISÃO DE LITERATURA---------------------------------------------------------------1

1.1-Óleos vegetais-------------------------------------------------------------------------1

1.1.1-Óleo de babaçu-------------------------------------------------------------1

1.1.2-Óleo de copaíba------------------------------------------------------------3

1.1.3-Óleo de mamona-----------------------------------------------------------4

1.2-Nanopartículas magnéticas----------------------------------------------------------5

1.3-Fluido magnético----------------------------------------------------------------------6

1.4-Aplicações----------------------------------------------------------------------------10

2-PREPARAÇÃO DOS MATERIAIS E CARACTERIZAÇÃO BÁSICA----------11

2.1- Preparação das amostras--------------------------------------------------------11

2.1.1-Preparação da mistura de óleos vegetais (BCM)---------------------11

2.1.2-Preparação da maguemita-----------------------------------------------13

2.1.3-Preparação de fluido magnético----------------------------------------14

2.2-Caracterização básica-------------------------------------------------------------15

viii

2.2.1-pH---------------------------------------------------------------------------15

2.2.1.1-Medidas de pH à temperatura ambiente--------------------15

2.2.2-Condutividade------------------------------------------------------------16

2.2.2.1-Medidas de condutividade à temperatura ambiente ------16

3-TÉCNICAS-------------------------------------------------------------------------------------18

3.1- Raios-X------------------------------------------------------------------------------18

3.1.1-Medidas de raios-X------------------------------------------------------19

3.1.2- Difratograma de raios-X -----------------------------------------------20

3.2- Espectrofotometria----------------------------------------------------------------22

3.2.1- Medidas de espectrofotometria ---------------------------------------25

3.2.1.1-Medidas de espectrofotometria dos óleos------------------27

3.2.2-Medidas de fluido de nanopartículas magnéticas de

maguemita suspensas em óleo BCM-------------------------------36

4-CONSIDERAÇÕES FINAIS---------------------------------------------------------------48

5-REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS----------------------------------------------------49

ix

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - À esquerda temos o cacho da palmeira e a direita o fruto do babaçu mos-

trando seu interior (www.paty.posto7.com.br/frutababacu.htm)-------------2

Figura 1.2 - À esquerda é a árvore copaibeira e a direita imagem de extração de óleo

de copaíba (www.fiocruz.br/)---------------------------------------------------- 3

Figura 1.3 - Ilustração a esquerda de um galho de mamoeira e a direita foto da mamo-

na (www.ipea.gov.br//edições/23)----------------------------------------------- 4

Figura 1.4 - Representação da célula unitária da maguemita (SANTOS, 2004)----------6

Figura 1.5 - (a) Representação de fluido surfactado e (b) representação de fluído iôni-

co (SILVEIRA, 2009)----------------- -------------------------------------------8

Figura 1.6 - Esquema de preparação de fluido magnético iônico pela técnica de

moagem (MORAIS, 2001)---------------------------------------------------------8

Figura 1.7 - Esquema de preparação de fluido magnético por condensação química

(MORAIS, 2001)-------------- --------------------------------------------------9

Figura 2.1 - Foto das amostras in natura dos óleos vegetais e de álcool de cereal------12

Figura 2.2 - Foto das amostras de maguemita e dos fluidos magnéticos-----------------14

Figura 3.1 - Montagem do tubo de raios catódicos onde Roetgem observou os

raios-X (http/upload.wikimedia.org/Wikipédia/Roetgen)------------------- 18

Figura 3.2 - Difratograma de raios-X das nanopartículas de maguemita---------------- 20

Figura 3.3 - Difratograma de raios-X das nanopartículas de maguemita na região

de maior reflexão (311)-----------------------------------------------------------21

Figura 3.4 - Reflexão, refração, espalhamento e absorção fazem com que a luz que

sai da amostra tenha uma intensidade menor do que a luz que incide

(ATKINS & PAULA, 2004)----------------- -----------------------------------23

Figura 3.5 - Esquema referente à lei de Lambert-Beer--------------------------------------24

Figura 3.6 - Foto do aparelho espectrofotômetro conectado ao computador ------------26

Figura 3.7 - Espectro da absorção pelo comprimento de onda das amostras de baba-

çu, mamona, copaíba e BCM --------------------------------------------------- 27

x

Figura 3.8 - Espectro da absorção pelo comprimento de onda das amostras compôs-

tas por óleo BCM diluídas em álcool de cereal nas concentrações de

(2,5,7,10, 15,20, 25, 30, 35, 40, 45, 50 %) e do óleo BCM------------------28

Figura 3.9 - Gráfico dos picos de absorção pela concentração das amostras de BCM

diluídas em álcool de cereal e do BCM ----------------------------------------29

Figura 3.10 - Espectro da transmissão pelo comprimento de onda das amostras puras

de óleo (babaçu, mamona e copaíba) e do óleo BCM ----------------------30

Figura 3.11 - Espectro de transmissão pelo comprimento de onda das amostras de

BCM diluídas em álcool de cereal nas concentrações de (2, 5, 7, 10, 15,

20, 25, 30, 35, 40, 45, 50 %) e do óleo BCM -------------------------------31

Figura 3.12 - Gráfico de transmissão do pico mais intenso das amostras puras (baba-

çu, mamona e copaíba), das amostras de BCM diluídas em álcool de

cereal nas concentrações de (2, 5, 7, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45,

50 %) e do BCM --------------------------------------------------------------32

Figura 3.13 - Espectro de energia das amostras de óleos puros de (mamona, copaíba,

babaçu) e da mistura de óleos BCM -----------------------------------------33

Figura 3.14 - Espectro de energia pelo comprimento de onda das amostras de óleo

BCM diluídos em álcool de cereal nas concentrações de (2, 5, 7, 10,

15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50 %) e da mistura de óleo BCM---------------34

Figura 3.15 - Gráfico de pico de energia pela concentração das amostras de óleo

BCM diluídas em álcool de cereal nas concentrações de (2, 5, 7, 10,

15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50 %) e do BCM -----------------------------35

Figura 3.16 - Espectro de absorção das amostras de fluido de nanopartículas

magnéticas de maguemita nas seguintes concentrações; 0,01, 0,05 e

0,5 % suspensas em óleo BCM e do óleo BCM----------------------------36

Figura 3.17 - Pico de absorção das amostras de fluido magnético de nanopartículas

de maguemita e do óleo --------------------------------------------------------37

Figura 3.18 - Área em função da concentração das amostras de fluido magnético de

nanopartículas de maguemita e do óleo BCM ------------------------------38

Figura 3.19 - Gráfico da largura de linha em função da concentração das amostras de

fluido magnético de nanopartículas de maguemita e do óleo BCM -----39

Figura 3.20 - Espectro de transmissão das amostras de fluido magnético de nanopar-

tículas de maguemita e do óleo BCM ----------------------------------------40

xi

Figura 3.21 - Espectro de pico de transmissão das amostras de fluido magnético de

nanopartículas de maguemita e do óleo BCM ------------------------------41

Figura 3.22 - Gráfico da área em função da concentração das amostras de fluido

magnético de nanopartículas de maguemita e do óleo BCM -------------42

Figura 3.23 - Gráfico da largura de linha em função da concentração das amostras de

fluido magnético de nanopartículas de maguemita e do óleo BCM -----43

Figura 3.24 - Espectro de energia das amostras de fluido magnético de nanopartículas

de maguemita e do óleo BCM--------------------------------------------------44

Figura 3.25 - Gráfico de pico de energia de ligação em função da freqüência da

amostra de óleo BCM-----------------------------------------------------------45

Figura 3.26 - Gráfico de energia de ligação dos picos em função da freqüência das

amostras de fluido magnético de nanopartículas de maguemita ---------46

Figura 3.27 - Gráfico de picos de energia de ligação em função da concentração de

óleo BCM presente nas amostras de fluido magnético de nanopartí-

culas de maguemita------------------------------------------------------------- 47

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 2. 1 - Diluição de óleo BCM em álcool de cereal-----------------------------------12

Tabela 2.2 - Suspensão das nanopartículas de maguemita em óleo BCM (mistura dos

óleos babaçu, copaíba e mamona)----------------------------------------------14

Tabela 2.3 - Valores obtidos das medidas de pH das amostras de óleo------------------16

Tabela 2.4 - Valores obtidos das medidas de condutividade das amostras de óleos----17

Tabela 3.1 - Posição dos picos de difratograma de raios-X comparados com ASTM

da amostra de maguemita --------------------------------------------------------21

xiii

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

BCM - Copaíba, Babaçu e Mamona

LCM - Laboratório de Ciências dos Materiais

DMSA - Ácido 2,3 dimercaptossuccinico

FM - Fluido Magnético

NPMs - Nanopartículas Magnéticas

UV - Ultra Violeta

VIS - Visível

NIR - Infravermelho próximo

(γ-Fe2O3) - Maguemita

xiv

RESUMO

Este trabalho consiste em realizar a caracterização de óleos vegetais in natura,

Babaçu (Orbignia Speciosa), Copaíba (Copaífera Langsdorffi) e Mamona (Ricinus

Communis). A partir desses óleos foi possível montar uma mistura dos mesmos em

porcentagens iguais essa mistura é chamada BCM que foi utilizado para fluído em

dispersão de nanopartículas magnéticas. As nanopartículas foram preparadas no

Laboratório de Ciências dos Materiais da UNIR. Para fazer a caracterização foram

realizadas medidas de: pH , condutividade, Espectrofotometria e Raios-X .

Palavras-Chave: Óleos vegetais, Espectroscopia, Fluido Magnético.

xv

ABSTRACT

This work is to perform the characterization of vegetable oils in natura, Babassu

(Orbignia speciosa), Copaiba (Copaifera langsdorffi) and castor bean (Ricinus

communis). From these oils to mount a mixture thereof in equal percentages this

mixture is called BCM that was used for fluid dispersion of magnetic nanoparticles. The

nanoparticles were prepared at the Laboratory of Materials Science of UNIR. To make

the characterization measurements were performed: pH, conductivity,

spectrophotometry and X-rays.

Key words: Vegetable oils, Spectroscopy, Magnetic fluid.

1-REVISÃO DE LITERATURA

A seguir será abordada uma breve revisão literária sobre os óleos vegetais,

nanopartículas, fluido magnético e algumas aplicações.

1.1 - Óleos Vegetais.

Os óleos vegetais são gorduras extraídas de plantas principalmente nas sementes

formadas por triglicerídeos. As gorduras por sua vez são ésteres de glicerina e uma mistura

de ácidos graxos e são insolúveis em água, mas solúveis em solventes orgânicos.

Em relação ao fato de ser uma fonte de energia renovável, o óleo vegetal apresenta

enormes vantagens nos aspectos ambientais, sociais e econômicos, podendo ser

considerado como importante fator de viabilização do desenvolvimento sustentável, sem

agressões ao meio ambiente.

A extração pode utilizar-se a maneira moderna de processamento através de

solventes que permite obter em maior quantidade tornando-se mais rápido e barato. O

solvente mais comum para esse processo é o hexano um derivado do petróleo. Outra forma

é a extração física, a qual não ocorre solvente. Baseia-se na extração através de processos

mecânicos como, por exemplo, a prensagem.

1.1.1 - Óleo de Babaçu

O Babaçu é o fruto de uma palmeira nativa da região norte do Brasil e que

apresentam em seu interior várias sementes ou amêndoas de onde é extraído o óleo do coco

babaçu. O babaçu é uma cultura extrativista, do fruto apenas 6 a 8 % são sementes. Destas

sementes são extraídos de 65 a 68 % de um óleo de cor branca a levemente amarelada. Esta

cor vai depender da temperatura, pois o óleo de coco babaçu apresenta-se como uma

gordura à temperatura ambiente. O óleo de coco babaçu apresenta odor e sabor suave

característico (BARSA, 2001).

A denominação babaçu é comum a várias palmeiras brasileiras conhecidas também

por outros nomes, como aguaçu, uauaçu, coco-de-macaco e coco-pindoba. Embora sejam

conhecidas várias espécies do gênero Orbignia, assumem particular importância, por serem

boas produtoras de frutos, Orbignia speciosa, O. martiana e O.olifera, de frutos maiores

2

que a primeira. O caule ou estipe pode alcançar 15 m de altura e quarenta centímetros de

diâmetros a Orbignia speciosa, que começa a frutificar com sete a oito anos (BARSA,

2001).

Existem, em conjunto, 15 a 20 folhas ou palmas, de cinco a dez metros de

comprimento, com bainha e pecíolo persistentes e fibrosos. As flores sésseis, providas de

cálice, são protegidas por espadas por espadas lanceoladas. O fruto, castanho (Figura 1.1)

quando maduro, mede de 8 a 15 cm de comprimento e 5 a 7 cm de diâmetro. Esse tamanho

depende das condições ecológicas e das variedades de cada espécie (BARSA, 2001).

Calcula-se que cada palmeira produtiva é capaz de dar cerca de 3,5 kg de óleo por

ano, não há plantações sistemáticas de babaçu, toda a produção provém de palmeiras

espontâneas. Os estados do Maranhão e Piauí são os maiores produtores. A cada ciclo de

floração e frutificação, formam-se de dois a seis cachos, cada qual com 150 a 300 frutos,

de modo que uma palmeira produz por ano cerca de 800 frutos (BARSA, 2001).

Cresce espontaneamente nas matas da região amazônica, 2.000 frutos anualmente,

porém não suporta longos períodos.

Figura 1.1: À esquerda é o cacho da palmeira e a direita o fruto do babaçu mostrando seu interior

(www.paty.posto7.com.br/frutababacu.htm).

3

1.1.2 - Óleo de Copaíba.

A copaíba (Copaifera) são árvores nativas da região tropical da América Latina e

também da África Ocidental. É popularmente conhecida como copaibeiras ou pau d`óleo, a

copaíbas são encontradas facilmente nas regiões amazônicas e centro-oeste do Brasil

(VEIGA JR. & PINTO, 2002).

No Brasil, a espécie Copaífera langsdorffii (Figura 1.2) é particularmente

importante por esta distribuída por todo o território da Amazônia a Santa Catarina, no

Nordeste e Centro-Oeste, e por possuir quatro diferentes variedades: C. langsdorffii Var.

grandiflora, laxa e glabra (VEIGA JR. & PINTO, 2002).

O óleo de copaíba é um líquido transparente cuja coloração varia do amarelo ao

marrom. Somente na espécie Copaifera langsdorffii o óleo de copaíba apresenta-se

vermelho, recebendo a denominação popular de copaíba vermelha (VEIGA JR. & PINTO,

2002).

Figura 1.2: À esquerda é a árvore copaibeira e a direita imagem de extração de óleo de copaíba

(www.fiocruz.br/).

A designação correta para o óleo da copaíba é a de óleo-resina por ser um exudato

constituído por ácidos resinosos e compostos voláteis. Também é chamado erroneamente

de bálsamo de copaíba, apesar de não ser um bálsamo verdadeiro, por não conter derivados

do ácido benzóico ou cinâmico.

4

O óleo resina de copaíba é uma resina líquida rica em sesquiterpenos e diterpenos e

diferentes concentrações. Sua fração mais volátil é composta de sesquiterpenos, enquanto a

fração mais pesada, resinosa, é composta por diterpenos. A fração óleo essencial compõe-

se basicamente de sesquiterpenos e pode chegar a compor 80 % do óleo-resina,

dependendo da espécie de copaíba. A fração resina compõe-se de ácidos diterpênicos

biciclídeos e tetracílicos derivados dos grupos labdano, kauramo e clerodano (VEIGA JR.

& PINTO, 2002).

1.1.3 - Óleo de Mamona.

Comum na Etiópia e na Índia, a mamona adaptou-se tão bem ao Brasil que muitas

vezes cresce como mato em terrenos baldios. Seu cultivo racional é, no entanto feito em

larga escala, pela utilidade do óleo extraído de suas sementes (BARSA, 2001).

Figura 1.3: Ilustração a esquerda de um galho de mamoeira e a direita foto da mamona

(www.ipea.gov.br//edições/23).

Planta da família das euforbiáceas, a mesma de outras espécies que dão um suco

leitoso, como a mandioca e a seringueira, a mamona (Ricinus communis), também

chamada rícino ou carrapateira, é de ciclo anual ou semiperene, e de porte baixo (até 1,5

m), médio (1,5 a 2 m) ou alto (mais de dois metros). As variedades de mamona ora

produzem frutos deiscentes, que se abrem quando maduros para deixar cair às sementes,

ora indeiscentes. Os frutos são cápsulas espinhentas (Figura 1.3), com três divisões e uma

semente em cada uma. As mamoneiras de porte alto e semiperenes, que duram de três a

5

cinco anos, predominam nas plantações do Norte e Nordeste, enquanto as de porte médio

ou baixo e de ciclo anual, que a cada ano, após a colheita, exigem novo plantio, são mais

comuns no restante do Brasil (BARSA, 2001).

A propagação, em todos os casos, é feita por sementes. A planta precisa de chuvas

regulares durante o crescimento e período seco na fase de maturação dos frutos. Típica de

clima tropical e subtropical desenvolve-se melhor entre 200 e 30

0 C, não suporta geada ou

ventos fortes e, em climas mais frios, a produção de óleo é prejudicada (BARSA, 2001).

Colhidas a máquina ou a mão, as sementes ou bagas são depois secas (ao sol ou em

secadouros), batidas, ventilada e classificadas. O óleo é extraído por pressão, a frio (para

usos medicinais) ou a quente (para fins industriais).

Usado antigamente como purgante (a ricina contem albumina tóxica), esse óleo

encontra hoje grande diversidade de aplicações. Por ser viscoso pouco solúvel em gasolina,

ter grande aderência e não deixar resíduos constitui excelente lubrificante para motores de

alta rotação, como os dos aviões. O óleo de mamona entra em fórmulas de sabonetes,

pomadas, tintas e vernizes. O resíduo ou torta, depois de eliminadas as toxinas, serve de

adubo ou forragem. Do óleo decomposto ao calor combinado com exposição à alcolóides,

obtêm-se materiais para a fabricação de perfumes ou ácidos na síntese de plastificantes e

resinas (BARSA, 2001).

1.2- Nanopartículas Magnéticas

Nanopartículas magnéticas (NPMs) são partículas nanométricas formadas por

metais. São considerados os óxidos de ferro os mais comumente estudados, incluem a

maguemita (γ-Fe2O3) e a magnetita (Fe3O4), (GUPTA e GUPTA, 2005 apud FUENTES,

2009).

Uma característica fundamental das suspensões coloidais é a tendência natural de

aglomeração das nanopartículas. Para se obter a estabilidade, deve-se minimizar a

possibilidade de aglomeração. As partículas devem ser pequenas o suficiente para que não

haja precipitação, permitindo que o movimento Browniano atue como agente dispersante

(SILVEIRA, 2006).

As nanopartículas magnéticas utilizadas neste trabalho são de maguemita. A

maguemita apresenta uma estrutura espinélio inversa, com uma distorção de sub-rede

tetragonal, maguemita pode ser vista como uma forma de magnetita deficiente em ferro

(WEBLER, 2008). A maguemita é obtida por meio de um processo de oxidação da

6

magnetita, processo este que pode ser natural ou induzido. Na Figura 1.4 temos esquema

da estrutura da maguemita.

Figura 1.4: Representação da célula unitária da maguemita (SANTOS, 2004).

1.3 - Fluido Magnético.

Os Fluidos Magnéticos (FM) ou Ferrofluidos se originaram na década de 1960, em

tentativas da agência americana NASA - National Aeronautics and Space Administration de

criar combustíveis que pudessem ser controlados na ausência de gravidade (PAPELL,

1965, apud SILVA, 2009). A solução encontrada foi moer partículas magnéticas e

dispersá-las no combustível, de modo que ele pudesse ser direcionado por meio da

aplicação de um campo magnético. Desde então, as técnicas de síntese se aperfeiçoaram, e

hoje se produz fluidos magnéticos das mais diferentes formas e características, usadas nas

mais diversas aplicações tecnológicas e biomédicas.

Embora o nome sugira de outra forma, os ferrofluidos não indicam o

ferromagnetismo, visto que não conseguem reter a magnetização na ausência de um campo

externo. Na verdade os ferrofluidos são superparamagneticos, devido a sua grande

susceptibilidade magnética. Esse comportamento é resultado da grande tendência de

alinhamento dos momentos magnéticos das partículas com o campo magnético aplicado.

7

Campos magnéticos da ordem de 1 Tesla, que na maioria dos materiais não induz

magnetização observável, pode levar a um nível de alinhamento dos momentos magnéticos

próximo de 100% (correspondente a todos os momentos magnéticos perfeitamente

alinhados com o campo magnético externo). Ferrofluidos permanecem como os únicos

líquidos com propriedades magnéticas acentuadas e úteis para aplicações. As teorias atuais

não descartam a possibilidade física da existência de um fluido ferromagnético, mas até

hoje tal forma de fluido nunca foi observado.

O que chamamos de fluido magnético é uma suspensão de pequenas partículas (de

cerca de 10 nm) magnéticas em um líquido carreador apropriado de modo a formar uma

dispersão coloidal estável. A suspensão das nanopartículas superparamagnéticas deve ser

estável no tempo, inclusive quando submetidos a forças magnéticas. A alta estabilidade

coloidal do fluido magnético deve-se ao balanço de interações do tipo partícula-partícula e

da partícula com moléculas ou íons do líquido dispersante. Podem-se listar quatro

parâmetros fundamentais para a manutenção desta estabilidade:

Agitação térmica (movimento Browniano);

Interações entre os dipolos magnéticos;

Interações de Van der Waals;

Repulsão gerada pela cobertura da partícula podendo ser: histérica, (por contato),

eletrostáticas, ou ambas as anteriores.

Desta forma existem basicamente três tipos de fluidos magnéticos: Surfactados,

iônicos e híbridos. Nos fluidos surfactados a aglomeração das partículas, provocada pela

interação magnética atrativa de longo alcance (interação dipolar), é impedida através de

uma cadeia polimérica (apolar) que não permite a aproximação entre estas. Já no fluido

iônico a aglomeração é impedida através da repulsão eletrostática, visto que a carga em

torno das partículas pode ser positiva quando estão dispersas num meio ácido ou negativo

quando em meio básico. No fluido híbrido, os dois efeitos são encontrados, ou seja,

moléculas orgânicas são quimeosorvida na superfície da nanopartícula deixando grupos

ionizáveis voltados para o fluido dispersante (SILVEIRA, 2006), na Figura 1.5 temos a

representação de um fluido surfactado e de um fluido iônico.

8

(a) (b)

Figura 1.5: (a) Representação de fluido surfactado e (b) representação de fluído iônico (SILVEIRA,

2009).

Há duas estratégias distintas para a preparação de fluido magnético, em ambas,

inicia-se o processo com a produção de nanopartículas magnéticas. A primeira é a técnica

de moagem onde os materiais são postos em um moinho de bolas, esse processo de

produção pode exigir semanas de processamento (MORAIS, 2001). Este processo pode se

visto na Figura 1.6.

Figura 1.6: Esquema de preparação de fluido magnético iônico pela técnica de moagem (MORAIS,

2001).

Solvente

Estabilizante Mistura Material Magnético

Moagem

Centrifugação

Concentração

Ferrofluido

9

A Figura 1.6 mostra o fluxograma típico de preparação de fluido magnético iônico

pela técnica de moagem, o principal motivo de se utilizar esse processo é devido a moagem

do material magnético ser na presença do agente estabilizante e do fluido dispersante

(MORAIS, 2001).

A segunda estratégia é a técnica de condensação química, a mais utilizada

atualmente é a precipitação alcalina de soluções aquosas contendo íons metálicos pré-

estabelecidos. As etapas de preparação podem ser vistas na Figura 1.7.

Figura 1.7: Esquema de preparação de fluido magnético por condensação química (MORAIS,

2001).

A Figura 1.7 mostra o fluxograma típico de preparação de fluido magnético por

condensação química. Este processo de produção leva de um a dois dias, o processo

Água Mistura M2+/M3+

Condensação

Peptização Iônicos

Separação

Dispersão

Concentração

Base concentrada

Surfactados

Separação

Filtragem

Concentração

10

inicia-se com a dissolução de íons metálicos em meio aquoso em proporções adequadas.

Em seguida, sob condições otimizadas de agitação e temperatura o meio é alcalino

por adição de uma base resultando na peptização do precipitado (MORAIS, 2001), neste

ponto duas rotas distintas podem ser seguidas, dando origem aos fluidos surfactados ou

iônicos.

1.4 – Aplicações.

As nanopartículas magnéticas têm um potencial enorme para aplicações em

diversas vertentes tecnológicas. Pode ser utilizado para fabricar nanocompósitos

magnéticos, preparar fluidos magnéticos e magnetolipossomas, estes na forma de colóides

ultra-estáveis (LACAVA & MORAIS, 2004).

Os fluídos magnéticos têm se mostrado úteis nas mais diversas aplicações, sendo

utilizado, por exemplo, em áreas tão diversas como engenharia, biomedicina e

nanobiotecnologia. Entre as várias aplicações tecnológicas pode-se citar o uso de fluidos

magnéticos em selos magnéticos para sistemas a vácuo ou disco rígido, no aumento da

performance de alto-falantes de alta fidelidade, transformadores e os biocompativeis são

usados na separação e purificação de células, no sistema de entrega de drogas, agente de

contraste para imagem de ressonância magnética, aplicações terapêuticas

(magnetohipertemia) entre muitas outras aplicações (SILVEIRA, 2006).

2 – PREPARAÇÃO DOS MATERIAIS E CARACTERIZAÇÃO BÁSICA.

Neste capítulo será apresentada a preparação dos materiais e como foram realizadas

a caracterização básica das amostras de óleos, maguemita e fluido magnético.

2.1 – Preparação das amostras

As amostras foram preparadas no LCM, e os procedimentos utilizados estão

contidos nos itens a seguir.

2.1.1 – Preparação da mistura de óleos vegetais (BCM)

Em um bécker foi colocado 50 ml de cada óleo depois o composto foi agitado em

agitador mecânico durante 45 minutos. Depois foram montadas 16 amostras de 3 ml cada.

Uma amostra de cada óleo individualmente e uma da mistura BCM as outras 12 compostas

por BCM foram feitas diluições em álcool de cereal em proporções como mostra a Tabela

2.1, e na Figura 2.1 temos a foto das amostras dos óleos e do álcool de cereal utilizados

para preparação da amostra de óleo BCM.

Figura 2.1: Foto das amostras in natura dos óleos vegetais e de álcool de cereal.

12

Tabela 2.1: Diluição de óleo BCM em álcool de cereal.

Concentração (%)

Óleo BCM

Concentração

(%) Álcool de

cereal

Volume (ml)

Óleo BCM

Volume (ml)

Álcool de cereal

98 2 2,94 0,06

95 5 2,85 0,15

93 7 2,79 0,21

90 10 2,70 0,30

85 15 2,55 0,45

80 20 2,40 0,60

75 25 2,25 0,75

70 30 2,10 0,90

65 35 1,95 1,05

60 40 1,80 1,20

55 45 1,65 1,35

50 50 1,50 1,50

13

2.1.2 – Preparação da Maguemita

Na preparação das partículas magnéticas de maguemita foram utilizados os

seguintes materiais:

9,93 g de FeCL24H2O (cloreto de ferro)

27 g de FeCL36H2O (cloreto férrico)

200 ml de H2O destilada

80 ml de NH4OH (hidróxido de amônia)

50 ml de ácido oléico

100 ml de álcool etílico

Colocou-se em um bécker 100 ml de H2O destilada e 27 g de FeCL36H2O, depois

foi para o agitador magnético térmico (2000 rpm em 60 0C) depois da diluição

acrescentou-se os 9,93 g de FeCl24H2O e mais 100 ml de H2O destilada, deixando esta

mistura no agitador por 30 minutos. Após adicionou-se 80 ml de NH4OH obtendo um

líquido escuro que voltou para o agitador por mais 30 minutos com o auxilio de uma barra

magnética (bailarina). Logo após foi retirado do agitador e posto para descansar sobre um

ímã durante 2 h, em seguida foi realizado o processo de lavagem onde foi retirado os

resíduos com 200 ml água destilada. Quando secou, a magnetita ficou exposta ao ar

passando por processo de oxidação transformando-se em maguemita.

A maguemita por sua vez foi recoberta com ácido oléico, neste preparo foram

utilizados: 5 g de magnetita e 50 ml de ácido oléico. Foi colocado em um bécker as 5 g de

magnetita e 50 ml de ácido oléico, depois foi colocado no agitador magnético térmico por

10 minutos com a bailarina. Logo após foi realizado a lavagem com 100 ml álcool etílico.

Deixou a amostra sobre um ímã durante 4 h.

14

Figura 2.2: Foto das amostras de maguemita e dos fluídos magnéticos.

A Figura 2.2 mostra a foto das nanopartículas de maguemita e do fluido magnético

em três amostras de concentrações diferentes utilizados para caracterização neste trabalho.

2.1.3 – Preparação do Fluido Magnético

A preparação do fluido magnético foi realizada suspendendo as nanopartículas

magnéticas de maguemita em três proporções de (γ-Fe2O3) no óleo BCM.

Tabela 2.2: Suspensão das nanopartículas de maguemita em óleo BCM (mistura dos óleos

babaçu, copaíba e mamona).

Massa (g) de

(γ-Fe2O3)

Volume (ml) de

(γ-Fe2O3)

Volume (ml)

óleo BCM

0,01 0,009 2,991

0,05 0,046 2,954

0,50 0,461 2,539

15

Na Tabela 2.2 temos os valores das concentrações de maguemita suspenso em óleo

BCM.

2.2 – Caracterização básica

Nos tópicos abaixo, será feita uma breve revisão literária sobre as técnicas de

caracterização básica: pH e condutividade. Será apresentado também os dados obtidos

neste trabalho.

2.2.1 – pH

pH é o símbolo para a grandeza físico-química potencial hidrogeniônico. Essa

grandeza indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de uma solução líquida. Uma

solução ácida tem pH < 7, uma neutra possui pH = 7 e uma classificada como

básica/alcalina tem pH > 7. A escala de pH varia de 0 a 14.

O termo pH foi introduzido em 1909, pelo bioquímico dinamarquês Soron Peter

Lauritz Sorensen (1868-1939) com o objetivo de facilitar seus trabalhos no controle de

qualidade de cervejas. O “p” vem do alemão potens, que significa poder de concentração, e

o “H” é para o íon de hidrogênio (H+). Matematicamente, o “p” equivale ao simétrico do

logaritmo (cologaritmo) de base 10 da atividade dos íons a que se refere.

2.2.1.1 – Medidas de pH a temperatura ambiente

Inicialmente foi realizada a medida de pH e da temperatura dos óleos durante três

horas, em intervalos na primeira uma hora em 1 em 1 minuto na segunda hora em 5 em 5

minutos e na ultima hora em 10 em 10 minutos. Tais medidas foram feitas em medidor de

pH modelo HI Calibration Check Microprocessor pH Meter com termômetro acoplado. As

medidas foram realizadas no LCM-UNIR. Os valores obtidos são mostrados na Tabela

2.3.

16

Tabela 2.3: Valores obtidos das medidas de pH das amostras de óleo.

Óleo pH Temperatura ( °C)

Babaçu 4,74 25,0º

Copaíba 3,72 25,5º

Mamona 6,70 29,0º

BCM 4,88 25,8º

Os valores obtidos para as medidas de pH mostrados na Tabela 2.3 indicam que

todos os óleos são ácidos, com variação de 3,72 a 6,70 onde a mamona obteve menor

acidez e maior temperatura em relação as outras amostras.

2.2.2 – Condutividade

A condutividade em eletricidade (condutividade elétrica) é o inverso da

resistividade. Pode ser definida como a condutância de um condutor cuja seção é reta e

uniforme, sendo igual a uma unidade de área, onde o comprimento é igual a uma unidade

de comprimento (CARSLAW, 1989).

Em termodinâmica, a condutividade térmica é a quantidade de calor que se propaga

através de uma determinada unidade de área num condutor térmico por unidade de tempo,

no qual existe um gradiente de temperatura uniforme igual a um grau de temperatura por

unidade de comprimento (CARSLAW, 1989).

2.2.2.1 – Medidas de condutividade à temperatura ambiente

Foram realizadas medidas de condutividade e da temperatura dos óleos durante três

horas, em intervalos na primeira uma hora em 1 em 1 minuto na segunda hora em 5 em 5

minutos e na ultima hora em 10 em 10 minutos. A medida foi obtida utilizando

condutivímetro AT -250 disponível. As medidas foram realizadas no LCM-UNIR.

17

Tabela 2. 4: Valores obtidos das medidas de condutividade das amostras de óleos.

Óleo Temperatura (°C) Condutividade

(mSc-1

)

Babaçu 25,0º 1,34

Copaíba 25,5º 1,31

Mamona 29,0º 0,94

BCM 25,8º 1,48

A Tabela 2.4 mostra os valores obtidos das medidas de condutividade à temperatura

ambiente das amostras de óleo (babaçu, copaíba, mamona e BCM). Os valores de

condutividade variaram de 0,94 a 1,49, onde verificamos que o óleo BCM foi o que

apresentou maior condutividade.

3-TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO

Os tópicos a seguir mostram uma breve revisão literária sobre as técnicas de

raios-X e de espectrofotometria. Suas utilizações, dados e espectros obtidos neste trabalho.

3.1 – Raios-X

O físico alemão W. C. Roentgen descobriu os raios-X (Figura 3.1) em 1895,

quando trabalhava com tubos de raios catódicos. O cientista observou que os raios

produzidos no ponto em que os raios catódicos (elétrons) atingiam o tubo de vidro, ou um

alvo instalado no interior do tubo, podiam atravessar objetos opacos e excitar uma tela

fluorescente ou um filme fotográfico. Os raios-X começaram a ser usados na medicina

alguns meses após a publicação do primeiro artigo de Roentgen (TIPLER &

LLEWELLYN, 1999).

Figura 3.1: Montagem do tubo de raios catódicos onde Roetgem observou os raios-X

(http/upload.wikimedia.org/Wikipédia/Roetgen).

Os raios-X são emissões eletromagnéticas de natureza semelhante à luz visível. Seu

comprimento de onda vai de 5 pm até 1 nm. Embora de comprimento de onda muito

menor, sua natureza eletromagnética é idêntica à da luz. O processo físico de geração da

radiação eletromagnética consiste num feixe de elétrons gerados por um filamento

aquecido com uma diferença de potencial em kV e direcionados, em alta velocidade, sobre

uma placa de metal resultando na radiação eletromagnética depois do choque com o alvo.

19

.

A difração de raios-X do material magnético (na forma de pó) é utilizada para

confirmar a estrutura cristalina e para estimar o tamanho médio das nanopartículas

magnéticas. A partir do difratograma os picos de difração são comparados com valores da

ficha padrão (ASTM) para identificar a estrutura cristalina da nanopartícula. A estimativa

do diâmetro médio D das nanopartículas pode ser obtida pela determinação da largura à

meia altura da reflexão mais intensa, usando a relação de Scherrer (CULLITY, 1978),

mostrada a seguir pelas equações 3.1 e 3.2.

cos9,0

BD . (3.1)

onde λ é o comprimento de onda do raio-X, θ ângulo de difração e

22

padrãoamostra BBB , o valor corrigido de largura de linha à meia altura (em relação

a uma amostra padrão).

3.1.1 – Medidas de Raios - X

As medidas foram realizadas na Central Analítica do IQ-UFG. Os difratogramas

foram obtidos nas seguintes condições:

As amostras foram suportadas em vidro. Os difratogramas foram obtidos de

e 10 e 80 graus 2theta, em um equipamento Schimadzu, modelo XRD 6000,

utilizando-se radiação Cu-K (λ=1, 54056), 40 kV e 30 mA. Utilizou-se o modo

contínuos e a velocidade de aquisição de 2 graus 2theta por min.

Apenas o maior pico das amostras e do silício foi obtido usando o modo

fixed time com tempo de 2.5 seg. Essa medida foi feita para a análise de

tamanho de partículas. As médias dos ângulos e largura a 1/2 altura obtidas

após refinamento dos dados no Basic Process.

20

3.1.2 – Difratograma de Raios-X

O difratograma de raios-X foi plotado com o auxílio do programa Origin 6.0. O

ajuste foi feito utilizando uma função Lorentziana.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

0

20

40

60

80

100

120

(440)

(511)(400)

(311)

(220)

Inte

nsid

ade (

u.a

.)

2 (graus)

Dados

Ajuste

Figura 3.2: Difratograma de raios-X das nanopartículas de maguemita.

A maguemita do tipo espinélio (Figura 3.2), obteve reflexões (220), (311), (400),

(511), (440), sendo estas as mais intensas. As intensidades (220), (311) e (400), foram

comparados aos valores da ficha padrão ASTM como é mostrado na Tabela 3.1, com a

comparação foi possível identificar que a amostra é do tipo maguemita. Para a estimativa

preliminar do diâmetro médio da nanopartícula foi utilizada a reflexão (311) conforme

figura 3.3.

21

Tabela 3.1: Posição dos picos de difratograma de raios-X comparados com ASTM da amostra de

maguemita.

Valores Obtidos

ASTM

HKL Intensidades 2θ Intensidades 2θ

220 44 30,278 30 30,122

311 100 35,719 100 35,455

400 24 43,322 20 43,099

28 30 32 34 36 38 40 42-25

0

25

50

75

100

125

x

y

Inte

nsid

ade

(u

. a

.)

2 graus)

Dados

Ajuste

Figura 3.3: Difratograma de raios-X das nanopartículas de maguemita na região de maior reflexão

(311).

22

A Figura 3.3 mostra a região de reflexão mais intensa (311) do difratograma onde x

é a largura e y a meia altura utilizada para estimar o diâmetro médio das nanopartículas. A

partir deste espectro foi possível usando a equação (3.1) estimar o diâmetro médio D da

amostra de maguemita produzida e estudada neste trabalho. O diâmetro obtido foi de 15

nm.

3.2 - Espectrofotometria

Consiste em usar o espectro radiante para inspecionar sistemas biológicos,

especialmente soluções. No procedimento básico, um feixe de energia atravessa a solução,

e a sua absorção oferece informações sobre a quantidade e qualidade dos componentes do

sistema (HENEINE, 2001).

A Espectrofotometria de luz é uma técnica de medidas de absorção de radiação

eletromagnética que se restringe a região do ultravioleta (190-380 nm), sem a necessidade

de vácuo, a faixa do visível (380-680 nm) uma pequena faixa do infravermelho próximo

(680-1100 nm) (ATKINS & PAULA, 2004).

A luz usada em experiências e medidas espectrofotométricas é a chamada luz

monocromática (monos = um, cromos = cor). A luz monocromática é, pois a de um único

comprimento de onda. Na pratica quanto menor o espalhamento do espectro, melhor a

monocromaticidade (HENEINE, 2004).

A radiação incidente I0 pode sofrer reflexão, refração, espalhamento ou ser

absorvida pelo material. Disso resulta que somente uma parte da radiação incidente é

transmitida I através do material. O processo de absorção ocorre ao nível molecular.

Assim, como acontece num átomo, cada molécula caracteriza-se por possuir níveis de

energia moleculares quantizados, os quais podem ser ocupados pelos elétrons das

moléculas. Por outro lado a radiação carrega energia, sendo que o valor dessa energia

depende do comprimento de onda da radiação. A absorção da radiação se dá quando a

energia que ela transporta é igual á diferença entre os dois níveis de energia da molécula;

nessa situação, a energia da radiação é transferida para a molécula e ocorre a chamada

absorção de radiação (ATKINS & PAULA, 2004).

Como moléculas de substâncias de diferentes substâncias têm diferentes níveis

moleculares de energia, ocorre que cada substância absorve a radiação de maneira peculiar

23

ou seja os comprimentos de onda que uma certa substância absorverão são característicos

da sua estrutura e outras substâncias absorverão outros comprimentos de onda. Se

levantarmos dados referentes à intensidade de luz absorvida por uma substância, em

função do comprimento de onda da radiação, obteremos uma curva chamada espectro de

absorção da substância. O importante é que cada substancia tem um espectro característico

e, desse modo, se quer identificar um material desconhecido, poderemos fazê-lo a partir de

sua curva de absorção, comparada com curvas de substâncias conhecidas (ATKINS &

PAULA, 2004).

Uma vez conhecido o espectro de absorção de uma dada substância pode-se

também determinar em que quantidade essa substância se apresenta em uma solução. Isso é

feito através da medida da intensidade de luz que atravessa a amostra.

Na Figura 3.4 temos o esquema do que pode acontecer com a radiação incidente em

uma amostra.

Figura 3.4: Reflexão, refração, espalhamento e absorção fazem com que a luz que sai da amostra

tenha uma intensidade menor do que a luz que incide (ATKINS & PAULA, 2004).

Lambert-Beer estudou a transmissão de luz por sólidos homogêneos. Beer estendeu o

trabalho de Lambert ao estudo das soluções. Podem-se apresentar as conclusões dos dois

pesquisadores na forma de uma lei conhecida como Lei de Lambert-Beer. Através dessa

lei, intensidades da radiação incidente e emergente podem ser relacionadas com as

concentrações do material presente na solução.

Espalhamento

Radiação transmitida

Refração

Reflexão

Radiação incidente

24

Figura 3.5: Esquema referente à lei de Lambert-Beer.

Para se utilizar a lei de Lambert-Beer é necessário que sejam considerados

desprezíveis os efeitos de relaxação, reflexão e espalhamento (Figura 3.4).

Muitas vezes, a intensidade transmitida decai exponencialmente com o aumento do

caminho percorrido na solução (largura da Figura 3.5), e também com o aumento da

concentração c.

A seguir temos as equações com relação à lei de Lambert-Beer;

I = Io10-εLc

. (3.2)

Sendo c a concentração do material em estudo, L o comprimento interno do

recipiente que contem a solução, e ε(λ), o coeficiente de extinção ou absortividade ou

coeficiente de absorção, um fator característico da substância absorvedora (e o solvente),

que depende do comprimento de onda da radiação. A grandeza que medimos

experimentalmente é a transmitância T que é a razão entre a intensidade incidente e a

transmitida:

T = I/I0. (3.3)

Em relação a essa grandeza, a lei de Lambert-Beer assume então a forma

T = 10 –εLc

.

(3.4)

Io

I

I

L

25

A absorbância A é definida como

A = -log 10 T . (3.5)

Assim, em relação á absorbância a lei de Lambert-Beer é escrita.

A = -log10 T = log10(1/T ) = log10(10εLc

) . (3.6)

e portanto,

A = εLc . (3.7)

Vemos o porquê da definição da absorbância: nas condições da validade da lei de

Lambert-Beer é uma quantidade proporcional á concentração. O espectrofotômetro se

torna um medidor de concentração seletivo para uma determinada substância, através da

relação c = A/εL.

De uma maneira geral, para uma solução de dada substância, em um certo solvente,

analisada a um certo comprimento de onda da radiação, pode-se traçar uma curva da

absorbância A em função da concentração c; a partir dessa curva ser á possível determinar

a concentração de qualquer amostra dessa solução.

3.2.1 – Medidas de Espectrofotometria

As medidas de Espectrofotometria foram realizadas utilizando um

espectrofotômetro Nova 2102 UVPC, com um computador conectado ao aparelho usando

o software Win-sp UV work station.

As amostras com volume de 3 ml depois de preparadas foram colocadas em cubeta

de quartzo e acondicionadas no carro porta-amostra do espectrofotômetro. A cada amostra

medida a cubeta foi lavada com detergente e água, esterilizada com álcool e água destilada

e seca com papel toalha.

As medidas foram feitas na faixa do espectro com comprimento de onda de 190 nm

a 1100 nm. Para plotar os gráficos dos espectros obtidos foi utilizado programa Origin 6.0.

26

Figura 3.6: Foto do aparelho espectrofotômetro conectado ao computador.

A Figura 3.6 mostra a foto do espectrofotômetro conectado a um computador que

foi utilizado para realizar as medidas de espectrofotometria das amostras deste trabalho.

27

3.2.1.1- Medidas de espectrofotometria dos óleos

Nas figuras a seguir são apresentados os gráficos dos espectros obtidos para

medidas de espectrofotometria das amostras de óleo.

200 400 600 800 1000 1200-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0 Pico

Ab

so

rçã

o (

u.a

.)

Comprimento de Onda (nm)

Babaçu

Mamona

Copaíba

BCM

Figura 3.7: Espectro da absorção pelo comprimento de onda das amostras de babaçu, mamona,

copaíba e BCM.

Na Figura 3.7 temos o espectro de absorção das amostras puras (babaçu, mamona e

copaíba) em relação à amostra de óleo BCM. Foi possível observar que a intensidade de

absorção foi à mesma para todas as amostras, ocorreram diferenças nos comprimentos de

onda em que cada óleo começa a absorver. As absorções compreendem 380 - 450 nm que

corresponde ao VIS.

28

200 400 600 800 1000 1200-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0 Pico

Absorç

ão (

u.a

.)

Comprimento de Onda (nm)

2%

5%

7%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

BCM

10%

Figura 3.8: Espectro da absorção pelo comprimento de onda das amostras compostas por óleo

BCM diluídas em álcool de cereal nas concentrações de (2, 5, 7, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50

%) e do óleo BCM.

A Figura 3.8 apresenta o espectro de absorção das amostras puras em relação a

amostra de óleo BCM, foi possível observar que a intensidade de absorção foi à mesma

para todas as amostras e todas começam a absorver na faixa de 410 nm. Em relação ao óleo

BCM as diluições não modificaram a faixa de absorção onde a amostra BCM também

absorveu na faixa de 410 nm.

29

-10 0 10 20 30 40 50 601,5

2,0

2,5

3,0

3,5

Lei de Lambert-Beer

Ap(c) = 2,9 + 6,2 x10

-5C

Ajuste Linear

Pic

o d

e A

bso

rção (

u.a

.)

Concentração (%)

Alcool

de cereal

2%

5%

7%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

BCM

Figura 3.9: Gráfico dos picos de absorção pela concentração das amostras de BCM diluídas em

álcool de cereal e do BCM.

A Figura 3.9 mostra o gráfico de absorção de pico pela concentração das amostras

de óleo BCM diluído em álcool de cereal e do óleo BCM. Este gráfico mostra com clareza

que os picos de absorção foram de mesma intensidade para todas as amostras mesmo

variando as concentrações. Verificou-se também que para as amostras puras (babaçu,

mamona e copaíba) da Figura 3.7 observa-se que o pico de absorção tem a mesma

intensidade que as amostras da mistura BCM e BCM diluídas em álcool de cereal.

A reta que se refere à lei de Lambert-Beer foi inserida neste gráfico para obtermos

uma comparação e foi visto que os dados experimentais não seguiram tal lei.

30

100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200

0

20

40

60

80

100

120

140

Pico

Tra

nsm

issão (

u.a

.)

Comprimento de Onda (nm)

BCM

Babaçu

Mamona

Copaíba

Figura 3.10: Espectro da transmissão pelo comprimento de onda das amostras puras de óleo

(babaçu, mamona e copaíba) e do óleo BCM.

A Figura 3.10 mostra o espectro das amostras de óleos puros (babaçu, mamona e

copaíba) e do BCM, temos que os óleos começam a transmitir em 300 - 400 nm com

elevada intensidade em 1000 nm.

31

200 400 600 800 1000 1200

0

20

40

60

80

100

120

140

Pico 1

Tra

nsm

issã

o (

u.a

.)

Comprimento de onda (nm)

2%

5%

7%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

10%

BCM

Figura 3.11: Espectro de transmissão pelo comprimento de onda das amostras de BCM diluídas em

álcool de cereal nas concentrações de (2, 5, 7, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50 %) e do óleo BCM.

A Figura 3.11 mostra o espectro de transmissão das amostras onde temos o inverso

da absorção obtida. Neste espectro a transmissão iniciou em 400 nm e a intensidade

máxima de transmissão foi de 900-1000 nm que corresponde ao espectro eletromagnético

no infravermelho onde ocorre energia vibracional entre as moléculas. A amostra de óleo

BCM apresentou maior transmissão em relação às amostras de BCM diluídas em álcool de

cereal.

32

50 60 70 80 90 100 11090

95

100

105

110

115

120

125

130

Ajuste Linear

Tp(C) = 76,2 + 0,4 (C)

Pic

o d

e T

ransm

issã

o (

u.a

.)

Concentração (%)

BCM

10%

7%

5%

20%

30%

35%

25%

15%

40%

50%

2%

45%

Figura 3.12: Gráfico de transmissão do pico mais intenso das amostras puras (babaçu, mamona e

copaíba), das amostras de BCM diluídas em álcool de cereal nas concentrações de (2, 5, 7, 10, 15,

20, 25, 30, 35, 40, 45, 50 %) e do BCM.

A Figura 3.12 mostra o gráfico de transmissão do pico mais intenso das amostras

(babaçu, mamona e copaíba), das amostras de BCM diluídas em álcool de cereal e do BCM, este

gráfico fornece que na medida em que se aumentam a concentração de óleo BCM,

aumenta-se também a transmissão.

33

200 400 600 800 1000 1200-50

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500Pico

Z

T

Energ

ia (

J)

Comprimento de Onda (nm)

Mamona

copaíba

BCM

Babaçu

Figura 3.13: Espectro de energia das amostras de óleos puros de (mamona, copaíba, babaçu) e da

mistura de óleos BCM.

A Figura 3.13 mostra o espectro de energia para as amostras de babaçu, mamona,

copaíba e do óleo BCM, este espectro indica duas regiões distintas do espectro ETM uma

chamada de T que compreende os comprimentos de onda (350 - 600 nm). Nesta região T o

espectro mostra transições eletrônicas entre as moléculas.

Na região Z (940 - 1100 nm), mostra energia de ligação vibracional entre as

moléculas com maior intensidade para a amostra de óleo BCM em 1000 nm. A amostra de

óleo BCM apresenta maior energia.

34

200 400 600 800 1000 1200-50

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Pico

Z

T

Energ

ia (

J)

Comprimento de Onda (nm)

2%

5%

7%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

BCM

10%

Figura 3.14: Espectro de energia pelo comprimento de onda das amostras de óleo BCM diluídos em

álcool de cereal nas concentrações de (2, 5, 7, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50 %) e da mistura de

óleo BCM.

A Figura 3.14 mostra o espectro de absorção para as amostras de óleo BCM

diluídas em álcool de cereal nas seguintes concentrações; 2, 5, 7, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40,

45, e 50 %, o espectro apresenta as regiões chamadas T (400-600 nm) e Z (940-1100 nm).

As amostras diluídas apresentam menor energia em relação à amostra de óleo BCM.

35

800 850 900 950 1000 1050 1100280

300

320

340

360

380

400

420

440

460

480

Ep(C) = 301,7 + 0,9 (C)

Ajuste Linear

Pic

o d

e E

nerg

ia (

u.a

.)

Concentração (%)

BCM

2%

5%

7%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

Figura 3.15: Gráfico de pico de energia pela concentração das amostras de óleo BCM diluídas em

álcool de cereal nas concentrações de (2, 5, 7, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50 %) e do BCM.

A Figura 3.15 apresenta o gráfico de pico de energia mais intenso das amostras de

BCM diluídas em álcool e do óleo BCM. Este mostra que quanto maior a concentração

maior será a intensidade de energia. Os dados foram retirados dos picos de cada amostra de

maior intensidade da Figura 3.13 e 3.14.

.

36

3.2.2- Medidas de fluido de nanopartículas magnéticas de maguemita suspensas em

óleo BCM.

Nas Figuras a seguir estão contidos os espectros de absorção, transmissão e energia

em função dos comprimentos de onda e os gráficos dos picos de energia de ligação em

função da freqüência, área pela concentração e largura de linha pela concentração para as

amostras de fluido de nanopartículas magnéticas de maguemita suspensas em óleo BCM

comparados com a amostra de óleo BCM.

200 400 600 800 1000 1200-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

Pico 2

Pico 1

Abso

rção (

u.a

)

Comprimento de onda (nm)

0,01 ml de - Fe2O

3

0,05 ml de - Fe2O

3

0,50 ml de - Fe2O

3

BCM

Figura 3.16: Espectro de absorção das amostras de fluido de nanopartículas magnéticas de

maguemita nas seguintes concentrações; 0,01, 0,05 e 0,50 % suspensas em óleo BCM e do óleo

BCM.

O espectro da Figura 3.16 mostra a absorção das amostras de fluido de nanopartículas

magnéticas de maguemita nas seguintes concentrações; 0,01, 0,05 e 0,50 % suspensas em óleo

BCM e do óleo BCM em função do comprimento de onda do espectro eletromagnético.

37

O óleo BCM absorve com maior intensidade na região de 390 - 400 nm, na faixa de

420 nm ocorrem um decaimento induzido nos níveis moleculares, os fluidos absorveram

com maior intensidade na faixa de 250 - 390 nm e na região de 400 – 1100 nm ocorreram

transições estimuladas e vibrações eletrônicas para todas as amostras onde se destaca o

fluido de concentração de 0,05 % de maguemita que obteve maior absorção e a amostra de

óleo BCM obteve menor absorção.

100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

Ap (C) = 4,15 - 0,33 C (P1)

Ap (C) = 1,42 - 0,45 C (P2)

Ajuste Linear Pico 2

Pico 1

Pic

o d

e A

bso

rção (

u.a

.)

Concentração (ml)

Dados P1 e P2

BCM

0,50 ml de - Fe2O

3

0,05 ml de - Fe2O

3

0,01 ml de - Fe2O

3

Figura 3.17: Pico de absorção das amostras de fluido magnético de nanopartículas de maguemita e

do óleo BCM.

A Figura 3.17 apresenta o gráfico de pico de absorção das amostras de fluido

magnético de nanopartículas de maguemita e do BCM, os dados dos picos foram retirados

da Figura 3.16. Foi possível observar que existe uma queda no coeficiente de extinção das

amostras quando se aumenta a concentração de maguemita, o pico 1 apresenta maior

intensidade de absorção em relação ao pico 2.

38

-1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,00

30

60

90

120

150

180

210

240

270

300

330

360

Ajuste Linear

Áre

a (

u.a

.)

Concentração (ml)

BCM

0,50 ml de -Fe3O

2

0,05 ml de -Fe3O

2

0,01 ml de -Fe3O

2

A (C) = 8,02 - 2,69 C

Figura 3.18: Área em função da concentração das amostras de fluido magnético de nanopartículas

de maguemita e do óleo BCM.

Na Figura 3.18 temos o gráfico da área em função da concentração para as amostras

de fluido magnético de nanopartículas de maguemita e do BCM, os dados foram retirados

da Figura 3.16, nota-se que existe um decrescimento da população de transições eletrônicas

com o aumento da concentração de maguemita presente nos fluidos.

39

-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

0

100

200

300

400

500

600

700

800

L (C) = 4,71 - 1,57 C

Ajuste Linear

Larg

ura

de lin

ha (

u.a

.)

Concentração (ml)

BCM

0,5 ml de - Fe2O

3

0,05 ml de - Fe2O

3

0,01 ml de - Fe2O

3

Figura 3.19: Gráfico da largura de linha em função da concentração das amostras de fluido

magnético de nanopartículas de maguemita e do óleo BCM.

A Figura 3.19 mostra o gráfico da largura de linha em função da concentração das

amostras de fluido magnético de nanopartículas de maguemita e do BCM, os dados foram

retirados da Figura 3.16. Com este gráfico foi possível observar que a largura de linha é

máxima quando a concentração é mínima.

40

200 400 600 800 1000 1200-20

0

20

40

60

80

100

120

140 Pico

Pico

Tra

nsm

issã

o (

u. a.)

Comprimento de Onda (nm)

0,01 ml de - Fe2O

3

0,05 ml de - Fe2O

3

0,50 ml de - Fe2O

3

BCM Puro)

Figura 3.20: Espectro de transmissão das amostras de fluido magnético de nanopartículas de

maguemita e do óleo BCM.

A Figura 3.20 mostra o espectro de transmissão das concentrações de maguemita

(0,01 ml, 0,05 ml e 0,50 ml) em óleo BCM e da amostra de óleo BCM, esse espectro nos

fornece as diferentes bandas que ocorrem as transmissões, onde para as concentrações de

maguemita ocorreram transmissões na faixa de 250 – 400 nm com variação de intensidade

para a amostra de 0,50 ml de maguemita enquanto para a amostra de óleo BCM a

transmissão ocorreu a partir de 350 nm e foi aumentando continuamente até 600 nm,

chegando a uma máxima transmissão de 900 - 1000 nm.

41

-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8

60

70

80

90

100

110

120

130

140

Ap (C) = -117,73 + 75,46 C

Ajuste Linear

Pic

o d

e T

ransm

issã

o (

u.a

.)

Concentração (ml)

BCM

0,5 ml de -Fe2O

3

0,05 ml de -Fe2O

3

0,01 ml de -Fe2O

3

Figura 3.21: Espectro de pico de transmissão das amostras de fluido magnético de nanopartículas

de maguemita e do óleo BCM.

A Figura 3.21 apresenta o gráfico de pico de transmissão em função das

concentrações de maguemita (0,50 ml, 0,05 ml e 0,01 ml) em óleo BCM e da amostra de

óleo BCM. Os dados foram retirados da Figura 3.20, foi possível observar que quanto

maior a concentração mais intensa será o pico transmissão.

42

-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,80

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

A (C) = -16121,06 + 6455,64 C

Ajuste Linear

Áre

a (

u.a

.)

Concentração (ml)

BCM

0,5 ml de -Fe2O

3

0,05 ml de -Fe2O

3

0,01 ml de -Fe2O

3

Figura 3.22: Gráfico da área em função da concentração das amostras de fluido magnético de

nanopartículas de maguemita e do óleo BCM.

Na Figura 3.22 temos o gráfico da área em função da concentração para as amostras

de fluido magnético de nanopartículas de maguemita e do BCM, nota-se que existe um

aumento da população de transições eletrônicas com o aumento da concentração de

maguemita presente nos fluidos.

43

-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

L (C) = - 291,30 + 147,71 C

Ajuste Linear

Larg

ura

de L

inha (

u.a

.)

Concentração (ml)

BCM

0,50 ml de -Fe2O

3

0,05 ml de -Fe2O

3

0,01 ml de -Fe2O

3

Figura 3.23: Gráfico da largura de linha em função da concentração das amostras de fluido

magnético de nanopartículas de maguemita e do óleo BCM.

A Figura 3.23 mostra o gráfico da largura de linha em função da concentração das

amostras de fluido magnético de nanopartículas de maguemita e do óleo BCM, os dados

foram retirados da Figura 3.20. Com este gráfico foi possível observar que a largura de

linha tende a aumentar junto a concentração.

44

200 400 600 800 1000 1200-50

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Energ

ia (

J)

Comprimento de Onda (nm)

0,01 ml de -Fe2O

3

0,05 ml de -Fe2O

3

0,50 ml de -Fe2O

3

BCM

P1

P2

P3

P4

P5

P6P7

P8

P9

Figura 3.24: Espectro de energia das amostras de fluido magnético de nanopartículas de maguemita

e do óleo BCM.

A Figura 3.24 mostra os espectros de energia de ligação para as amostras de

fluido magnético de nanopartículas de maguemita e do BCM. Para as concentrações (0,01

ml, 0,05 ml, 0,50 ml) de maguemita dispersas em óleo BCM as intensidades de energia

foram baixas em relação ao óleo BCM que obteve uma crescente intensidade em 400 - 600

nm e 900 - 1000 nm.

A amostra de fluido magnético que continha 0,50 ml de maguemita foi à de maior

intensidade comparada às outras duas amostras.

Para um maior esclarecimento foram feitos alguns gráficos com os picos de

energia de ligação em função da freqüência.

45

2 3 4 5 6 7 8

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Pic

o d

e E

nerg

ia d

e L

igação (

J)

Frequência x 105 (Hz)

Figura 3.25: Gráfico de pico de energia de ligação em função da freqüência da amostra de óleo

BCM.

A Figura 3.25 representa o gráfico do pico de energia de ligação em função da

freqüência dos picos, os dados foram retirados do espectro apresentado na Figura 3.24. Foi

observado que o pico de maior energia esta na freqüência de 3x105

Hz. A equação utilizada

para calcular a freqüência (F) é:

F = C/λ. (3.8)

Onde C é a constante da luz e λ é o comprimento de onda.

46

2 3 4 5 6 7

12

14

16

18

20

22

24

26

28

30

32

Pic

o d

e E

nerg

ia d

e L

igação (

J)

Frequência x 105 (Hz)

0,01 ml -Fe2O

3

0,05 ml -Fe2O

3

0,5 ml -Fe2O

3

Figura 3.26: Gráfico de energia de ligação dos picos em função da freqüência das amostras de

fluido magnético de nanopartículas de maguemita.

A Figura 3.26 mostra o gráfico dos picos de energia de ligação do espectro da

Figura 3.24, para as amostras de fluido magnético em três concentrações de nanopartículas

de maguemita.

Neste gráfico foi possível analisar que as amostras sofreram energia de ligação de

intensidades baixas e de mesmas freqüências em relação ao gráfico da Figura 3.25 do óleo

BCM.

47

2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 2,9 3,0 3,1-50

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Pic

o d

e E

nerg

ia (u

.a.)

Concentração (ml)

P1

P2

P3

P4

P5

P6

P7

P8

P9

Ajuste

Figura 3.27: Gráfico de picos de energia de ligação em função da concentração de óleo BCM

presente nas amostras de fluido magnético de nanopartículas de maguemita.

A Figura 3.27 mostra o gráfico do pico de energia de ligação em função das

concentrações de óleo BCM. Os dados foram retirados da Figura 3.24. Foi possível

analisar que o pico P9 foi o que apresentou maior intensidade destacando-se a amostra de

óleo BCM em relação às amostras que continham nanopartículas de maguemita.

4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Pela técnica de espectrofotometria foi feita a caracterização de absorção,

transmissão e energia das amostras, fornecendo as regiões distintas em cada comprimento

de onda.

Através da espectrofotometria foi possível observar que o fluido magnético de

nanopartículas de maguemita disperso em óleo BCM começa a absorver no espectro

eletromagnético a partir de 400 nm ocorrendo absorção intensa na amostra de fluido

magnético de concentração de 0,05 ml de nanopartícula de maguemita.

Foi obtido através da difração de raios-X que a nanopartícula produzida é de

maguemita e obteve diâmetro médio de 15 nm.

Para observar se a mistura BCM pode ser utilizada como fluido (saber se as

moléculas ligaram na superfície das nanoparticulas) é necessária à utilização de outras

técnicas como: Fotoacústica, Microscopia Eletrônica de Transmissão, Infravermelho entre

outras.

5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.

ATKINS, P; PAULA. J.de. Físico-Química. V.2. Ed. LTC, Rio de Janeiro, 2004.

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Magnéticas. Revista eletrônica parcerias estratégicas, nº18, 2004.

MORAIS, P.C. de. Ferrofluídos Biocompatíveis e Magneto lipossomas. III Escola

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de Mestrado, 2009.

SANTOS, J.G. dos. Estudos de Propriedades Magnéticas e Magneto. Ópticas de

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SILVEIRA, L. B., Tese de Doutorado – IF-UNB, 2006.

TIPLER, P.A., LEWELLYN, R.A., Física Moderna. 3º edição, Ed. LTC. Rio de

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VEIGA JR, V.F.; PINTO, A.C. O GÊNERO Copaifera L. Química Nova. v.5, Rio de

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