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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE, SÃO PAULOFORO CENTRAL - FAZENDA PUBLICA/ACIDENTES6^ VARA DE FAZENDA PUBLICAViaduto Dona Paulina, 80, 6o andar - sala 615 - CentroCEP: 01501-020 - São Paulo - SPTelefone : 3242-23 3 3t2 | 15 - E-mai l: spífaz@tj sp j us. br
SENTENCA
Processo no:Classe - AssuntoRequerente:Requerido:
Juiz(a) de Direito: Dr(a). Luiza Barros Rozas
Autos no 15l4l20l2
Vistos.
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79.20t2.8.26.00s3Procedimento Ordinário - Indenização por l)ano Moral
KFEËE|IE e outrossFazenda do Estado de São Paulo
pedido de tutela antecipada, em face da FAZENDA PUBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO,
alegando, erÌÌ síntese, que prestaranì cCIncurso publico para provimento do cargo de Auditor da
Secretaria daFazenda e, após aprovação e exercício no aludido cargo, encontram-se na iminência
de serem exonerados ad nutum. Sustentaram que tais cargos não ostentam a natureza de cargos em
comissão, razão pela qual pretendem o reconhecimento de tais funções como sendo de provimento
efetivo, bem como a declaração de estabilidade, e condenação da ré ao pagamento de indenízação
por danos materiais e morais. Juntaram os documentos de fls. 381212.
O pedido de tutela antecipada foi indeferido (fls. 320/321).
Regularmente çitada (fls. 322), a requerida ofertou contestação a fls. 3251331,
refutando os argumentos aduzidos na petição inicial.
Replica a fls. 3491354.
E O RELATORIO.
DECIDO.
O feito prescinde de outras provas, bastando aquelas existentes nos autos para a
formação da convicção do julgador, motivo pelo qual, remanescendo apenas questões de direito,
passo ao julgamento da lìde no estado em que se encontra o processo.
O pedido é parcialmente procedente.
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m7g.zol2,g.26.oos3 - lauda 1
fls. 2
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE SÃO PAULOFORO CENTRA L - F AZENDA PUBLICA/ACIDENTES6" VARA DF,F AZENDA PURLICAViaduto Dona Paulina. 80. 6" andar - sala 615 - CentroCEP: 01501-020 - São Paulo - SPTelefone : 3242-2333121 15 - E-mail: spífaz@tj sp j us.br
Com efeito, embora o cargo de auditor tenha sido previsto como sendo cm
comissão, as funções exercidas pelos autores eram sim típicas de cargo ef-etivo e de natureza
técnica.
Ora, o processo seletivo contou inicialmente com a fase de inscrição que exigiu o
preenchimento de requisitos pessoais, escolaridade, apresentação tle documentos, curriculurn vitae
e o recolhimento de taxa. Numa segunda etapa foram realizadas provas de apticlão, cle
conhecimentos gerais e cle conhecimentos específicos descritos no edital, além de análise do
currículo. Houve julgamento das provas e, inclusive, reserva de vagas a portadores de deficiência,
tudo como se de concuÍso público tratasse.
Não se Írata, na espécie. de contratação temporária para suprir necessidade
emergencial ou ainda de transforÍnar servidor celetista em ocupante de cargo público.
O que se vislumbra no caso é que muito embora o processo seletivo tenha sido
realizado para o provimento de cargo em comissão, a natureza do cargo ocupado em nada se
parece com um cargo ern comissão.
Conforme se depreende do exame dos autos, o cargo ocupado pelos autores
apenas se classifica colno cargo em comissão porque assim previsto na lei que o criou. Celso
Antônio Bandeira de Mello define em Regime Constitucional dos Servidores da Administração
Direta e Indireta, RT, 2a8d.,1991: 'cargo em comissão, ou de provimento em comissão, é aquele
predisposto, ott vocacionado, a ser preenchido por um ocupanle transitório, da confiança da
autoridade que o nomeor/t e que nele permanecerá enquanto dela gozar'.
O cargo de auditor, no entanto, ostenta nalneza eminentemente técnica.
Deste modo, é inconstitucional a lei que cria cargo em comissão para o exercício
de funções técnicas, burocráticas ou operacionais, de natureza puramente profissional, fora dos
níveis de direçã::":tÏ-,ï""":-"..
-::i", o*l.** pa{a s,eÍemprovidos em comissÈo, sem que
se enquadrem na exceção constitucional, tem-se por inconstitucionais as normas enfoçadas.
Mas, pronunciamento acerca dessa inconstitucionalidade, de carater incidental, se
insere no âmbito de çompetência do Colendo Órgão Especial, nos termos do art. 97 da Carta da
República e da Súmula !'l'nculante n" 10 do Supremo Tnürmal Fetleral (reserva de plenánoÌ. A
este juízo é possível apenas o recoúecimento difuso da inconstitucionalidade, razão pela qual o
pedido, neste aspecto, não comporta procedência.
Os danos materiais, por sua vez, não restaram demonstrados, pois os requerentes
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TRIBUNAL DE JUSTTÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE SÃO PAULOFORO CENTRAL - FAZENDA PUBLICA/ACIDENTE,S6" VARA DE, F'AZENDA PURLICAViaduto Dona Paulina, 80, 6o andar - sala 615 - CentroCEP: 01501-020 - São Paulo - SPTelefone : 3242-233 3r2 | 15 - E-mai l: spífaz@tj sp j us. br
não comprovaram eventual exoneração no curso do feito.
Da mesma forma, o assédio mot'al descrito na petiçã,o inicial, bem como as
supostas humilhações sofridas pelos requerentes não foram comprovados, pois os documentos
juntados aos autos não têm o condão de demonstrar tais fatos.
Destarte, não comprovados os fatos, não há como se acolher o pedido de danos
morais, pois só deve ser reputado como dano moral a dor, o vexame, o sofrimento ou a
humilhação que, fugindo a normalidade, irrterfira intensamente no comportamento psicológico do
indivíduo. O dano moral não está necessariamente vinculado a alguma reação psíquica da vítima;
pode haver ofensa à dignidade da pessoa humana sem dor, vexame, sofrimento, assim como pode
haver dor, vexame e sofrimento sem violação da dignidade.
Dor, vexame, sofrimento e humilhação são conseqüência, e não causa; somente
podem ser considerados como dano moral quando tiverem por causa uma agïessão à dignidade de
alguém, o que. no presente caso, não foi comprovado.
Diante do exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE a presente
ação, nos termos do afi. 269, inciso I, do Código de Processo Civil, para o fim de declarar os
cargos dos autores de auditor da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo como sendo de
provimento efetivo, bem como para reconhecer a estabilidade a partir do biênio seguinte às
respectivas nomeações, devendo a requerida promover o adequado enquadramento funcional dos
requerentes' com o devido apostilamento.
Em razão da sucumbência recíproca, cada ì,lma das partes arcará com os
honorários de seu respectivo patrono e as custas judiciais serão igualmente divididas.
Com o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, Çorn as cautelas de praxe.
P.R.I .
São Paulo, 18 de janeiro de 2013.
DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LET 11.419/2006,CONFORME IMPRESSÃO A MARGEM DIREITA
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