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8/17/2019 Carla Cassidy - Lições de Amor (Sabrina Noivas 21) http://slidepdf.com/reader/full/carla-cassidy-licoes-de-amor-sabrina-noivas-21 1/63 Lições De Amor Something New Carla Cassidy Um homem especial, inesquecível! A vida pacata em uma cidade pequena deixava Eva Winthrop ansiosa por conhecer algo novo e excitante. E conheceu — isso e muito mais —, quando Brice Maxell, de casaco de couro e caelo comprido, apareceu com sua motocicleta. Ele n"o s# $oi morar no apartamento ao lado do de Eva como era o novo diretor da escola onde ela lecionava! %s revolucion&rios m'todos de ensino de Brice sacudiram a antiga administra("o e suas normas ultrapassadas. )eu *eito irreverente deixou Eva tentada a conhecer o lado louco e alegre da vida.)e ele conseguisse tudo o que pretendia, o Estado de %+lahoma e Eva Winthrop nunca mais seriam os mesmos. Digitalização e correção: Nina Revisão: Alessandra

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Lições De AmorSomething New

Carla Cassidy

Um homem especial, inesquecível! A vida pacata em uma cidade pequena deixava Eva Winthropansiosa por conhecer algo novo e excitante. E conheceu — isso e muito mais —, quando BriceMax ell, de casaco de couro e ca elo comprido, apareceu com sua motocicleta. Ele n"o s# $oi morar no apartamento ao lado do de Eva como era o novo diretor da escola onde ela lecionava! %srevolucion&rios m'todos de ensino de Brice sacudiram a antiga administra("o e suas normasultrapassadas. )eu *eito irreverente deixou Eva tentada a conhecer o lado louco e alegre da vida.)eele conseguisse tudo o que pretendia, o Estado de %+lahoma e Eva Winthrop nunca mais seriam osmesmos.

Digitalização e correção: NinaRevisão: Alessandra

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CAPÍTU ! "

unca corte o ca elo quando estiver deprimida ou a orrecida. Eva Winthropperguntou/se por que ningu'm lhe dera esse conselho trinta minutos antes, quandoprocurara a tesoura e come(ara a cortar as longas mechas. % que seria apenas um aparodas pontas partidas trans$ormara/se numa mudan(a violenta em seu visual.

Ela se olhou no espelho com horror, o servando como seu ca elo preto e comprido$icara parecido com um ninho de p&ssaros. 2eus do c'u, o que $i@eraI

)o ressaltou/se ao ouvir o tilintar da campainha. Ainda desnorteada pelo queacontecera com sua aparFncia, caminhou at' a porta com a tesoura nas m"os.

A primeira coisa que notou no homem parado a sua $rente $oi o ca elo preto, que lhechegava irreverentemente aos om ros.

% ca elo dele era, com certe@a, muito mais onito e comprido que o dela.8nstintivamente Eva passou a m"o na ca e(a.

— Esse ' o apartamento para alugarI — A vo@ do homem era pro$unda e ela notouum leve sotaque de alguma parte da costa leste.

% tom m&sculo da vo@ $e@ com que Eva voltasse a aten("o para outros atri utos$ísicos do estranho. %s olhos eram do a@ul mais claro que *& vira e a camisa *ustadelineava os mJsculos em de$inidos como uma segunda pele. % rosto, em ora de$ei(1es cin@eladas, tra@ia as marcas de uma vida dura.

erce endo que ele esperava uma resposta, Eva limpou a garganta.— "o. K a porta ao lado — explicou, apontando com a tesoura.

Ele a $itou. Loi um olhar sensual e provocador, $a@endo com que Eva $icassearrepiada.Ele indicou o ca elo rec'm cortado.— ocF $e@ isso de prop#sito, ou $oi erro do ca eleireiroI— "o entendi — ela respondeu surpresa, pensando n"o ter ouvido direito.— )e quer mudar de estilo radicalmente, precisa usar roupas de acordo com o novo

visual.Ela aixou os olhos para o *eans e a lusa larga de malha, sentindo/se constrangida.— % que h& de errado com minhas roupasI — reclamou, o$endida com o

coment&rio. — Acho que est& sendo impertinente.— 8mpertinenteI — ele murmurou sorrindo com malícia e deixando mostra dentes

rancos e per$eitos. — Lalando assim, parece uma pro$essora solteirona e ra ugenta.Ela arqueou as so rancelhas, curiosa.— % que h& de errado em ser pro$essoraI Me orgulho muito da minha pro$iss"o.Ele sorriu com um *eito maroto e ca(oador.— Muito em, ' pro$essora. Ga ugenta, um pouco, talve@. Mas ' solteironaI— 8sso, senhor, n"o ' da sua conta — ela declarou, enquanto $echava a porta com

raiva, esperando que o nari@ dele $icasse preso no atente.NMas que homen@inho petulanteN, pensou, voltando para a $rente do espelho.

Esperava que o )r. Williams, o senhorio, n"o alugasse o apartamento ao lado para aquelegrosseir"o. 2o contr&rio, ela teria muitos pro lemas dali por diante.

— Lalando em pro lemas... — resmungou, olhando para a sua imagem no espelho.Linalmente, constatou que teria de pedir socorro pro$issional para remediar aquele

estrago. 0igou para o sal"o de ele@a e conseguiu convencer a ca eleireira a atendF/ladentro de meia hora.

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Ouando pPs o p' para $ora da porta, encontrou o )r. Williams e o homemimpertinente no p&tio.

— )rta. Winthrop! — o senhorio chamou/a. — ostaria que conhecesse seu novovi@inho.

— ;& nos encontramos — ela declarou.Lor(ando um sorriso, olhou para o senhorio e depois, dis$ar(adamente, o servou

mais uma ve@ seu novo vi@inho. Ele estava usando uma *aqueta de couro cheia derecortes que o $a@ia parecer um mem ro de gangue de *ovens arruaceiros.— )e me d"o licen(a... Estou atrasada para um compromisso — ela enrolou, dando

as costas aos dois e caminhando em dire("o ao estacionamento, consciente de que osolhos a@uis a seguiam.

assou por uma monstruosa motocicleta, dedu@indo que pertencia ao petulante.— Ouerida, *& lhe disse uma centena de ve@es! Ouando precisar de um corte, ligue

para mim, v& a outro sal"o, mas procure um pro$issional! — a ca eleireira aconselhou,enquanto reparava o estrago no ca elo de Eva.

Eva sorriu, contrita.— "o se preocupe, Qath4, *& aprendi minha li("o.— %uvi a mesma coisa da Jltima ve@ — a mulher reclamou, passando creme naspontas das mechas curtíssimas. — ocF s# $a@ esse tipo de coisa quando est& deprimida.

% que 3olleen aprontou agoraIEva $e@ uma careta involunt&ria ao lem rar/se da irm" mais nova.— assei a noite toda tentando tir&/la da cadeia — in$ormou, esperando que Qath4

soltasse uma exclama("o de espanto, antes de continuarC — or n"o estar com osdocumentos do carro em ordem, ultrapassar sinais vermelhos e desrespeitar a lei.

— ocF deveria tF/la deixado na cadeia. :alve@ aprendesse a li("o — sugeriu aca eleireira, rodeando a cadeira para $icar na $rente de Eva.

— "o podia $a@er isso. Minha m"e pensa que ela ainda ' um e e.Qath4 torceu o nari@.— Uma mulher de vinte e trFs anos n"o ' mais crian(a.— elo menos est& gostando do Jltimo emprego que arrumou — comentou Eva.— Bem, *& ' meio caminho andado para crescer e ter responsa ilidade — a

ca eleireira replicou e parou de $alar por um instante, pegando uma escova. — E comoanda sua vida amorosaI

— ida amorosaI % que signi$ica issoI — Eva sorriu. — "o tenho tempo pararomances.

— 8sso porque gasta a maior parte do tempo tentando corrigir os erros dos outros."o tem aparecido nenhum rapa@ atraenteI

Eva meneou a ca e(a com veemFncia ao perce er que o primeiro homem em quem

pensara diante da pergunta de Qath4 $ora seu novo vi@inho motociclista de *eans apertadoe *aqueta de couro.2ecididamente, ele n"o $a@ia seu tipo, mesmo sendo alto, musculoso e de olhos

a@uis rilhantes. E com um irritante ar de de oche. Mas qual seria seu tipo de homemIarecia incrível, mas aos vinte e nove anos ela ainda n"o criara na mente uma imagem

exata do homem por quem gostaria de apaixonar/se.— 3omo v"o as coisas na escolaI

Eva $ran@iu a testa, a orrecida.— Uma agun(a. % )r. )tevens nos deixou h& dois meses e uma escola sem diretor

' como um país sem governo.— Ouando chegar& o su stitutoI

Eva deu os om ros.— "o tenho certe@a. :alve@ nos pr#ximos dias. erdi a reuni"o de pro$essoresonde $oi avisado tudo isso.

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— Acha que o novo diretor vai $icar no cargoI — )e agradar ao conselho.— ocF quer di@er se agradar a velha )ra. Worthington.— Ela ' a che$e do conselho administrativo e sempre $a@ o que quer.Eva lem rou/se de que havia muito tempo n"o questionava a posi("o da )ra.

Worthington na presidFncia do conselho. Al'm disso, sua irm" era secret&ria da velha

ran@in@a. "o diria nada que pudesse chegar aos ouvidos da )ra. Worthington epre*udicasse o emprego de 3olleen.Qath4 terminou o corte passando gel nos ca elos arrepiados e a$astou/se para

admirar o servi(o.— ou ter de deixar assim, por enquanto. "o existe mais nada que eu possa $a@er.

ocF tem, pelo menos, um rosto onito que lhe permite usar o ca elo t"o curto.Ela virou a cadeira girat#ria de $rente para o espelho para que Eva tam 'm pudesse

ver o resultado de sua impaciFncia. Eva estudou seu re$lexo cuidadosamente. 3om ochoque inicial *& ameni@ado, notou que, gra(as aos m&gicos toques reparadores de Qath4,sua aparFncia n"o $icara t"o ruim. % ca elo curto at' real(ava seus olhos verdes.

— Meus alunos pensar"o que sou outra pessoa! — exclamou, pensando na rea("ode sua turma de inglFs, quando ela voltasse escola na segunda $eira. — % rigada,Qath4. Adorei o que tentou $a@er por meu ca elo.

— ara que servem os amigosI — A mulher sorriu para ela. — 0igue/me no pr#ximo$inal de semana. Ouem sa e poderemos ir ao cinema.

Eva concordou. Ent"o, depois de pagar o corte, saiu do sal"o em dire("o aoestacionamento.

)entiu o doce aroma das $lores primaveris pairando no ar. ara onde quer queolhasse, encontrava muitos motivos para dese*ar passar o dia sem $a@er nada, andandopelo parque, o servando as pessoas e as cenas comuns da pequena cidade. a +inah,em %+lahoma, $icava mais onita na primavera do que em qualquer outra 'poca do ano.

Eva gostaria de $icar admirando as ele@as da cidade por mais tempo, masprometera m"e que a a*udaria a preencher o $ormul&rio do imposto de renda e que$alaria com um advogado quanto ao processo de 3olleen. Al'm disso, ainda $altavacorrigir algumas provas de inglFs, e era sua norma rígida colocar o tra alho antes dopra@er.

)uspirando $undo, entrou no carro e tomou o caminho da casa da m"e, grata por n"o existir uma tesoura por perto, pois estava tendo outro ímpeto quase incontrol&vel decortar o ca elo.

— :enho de $a@er alguma coisa para melhorar minha vida social — Eva murmuroupara si mesma naquela noite, sentada na cadeira de pl&stico da lavanderia, esperandoque as roupas secassem.

elo menos n"o era a Jnica ali a n"o ter o que $a@er, al'm de lavar roupas, numanoite de s& ado. Em ora n"o houvesse mais ningu'm na lavanderia, duas outrasm&quinas estavam $uncionando. )a er que existiam outras pessoas solit&rias, por'm, n"oa $a@ia sentir/se melhor.

assava a maior parte do tempo muito ocupada ou cansada para notar sua solid"o.Mas havia momentos em que dese*ava ter uma pessoa a seu lado, que compartilhasseseus sonhos e esperan(as.

or que a pessoa ideal n"o se mudava para o apartamento ao lado do seuI :alve@um elo m'dico ou um advogado procura de uma pro$essora com quem se casar.

)entiu/se empalidecer ao lem rar/se do novo vi@inho. assara o $inal da tarde na *anela do apartamento, o servando/o. 3omo algu'm podia ser t"o impertinente e

$ascinante ao mesmo tempoI Ele era atraente e parecia possuir uma esp'cie maravilhosade li erdade espiritual.Getirando m#veis de um caminh"o alugado, ele tirara a *aqueta, expondo om ros

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largos e ra(os $ortes. Eva imaginara quantas mulheres *& n"o teriam sido envolvidas por aqueles ra(os, mas ela n"o seria uma delas, com toda a certe@a. Licara *anela umlongo tempo, incapa@ de desviar a aten("o daquele homem que tinha a ele@a de umaescultura.

Um trov"o rasgou o c'u, arrancando Eva de seus pensamentos pertur adores. Loiat' a porta da lavanderia e olhou para cima, notando que o c'u estava co erto de nuvens

pesadas. Um trov"o mais $orte ri om ou e as lu@es apagaram/se. Lalta de energia numahora daquelas era tudo o que ela precisava, pensou Eva com irrita("o.:ateando no escuro, andou at' a m&quina onde suas roupas estavam, colocou/as

numa cesta e $oi para seu apartamento t'rreo, antes que a chuva desa asse.:irou apressadamente as chaves do olso e a riu a porta, dando um suspiro de

alívio quando entrou, pois a chuva come(ava a cair.Minutos depois duas velas iluminavam a casa, ela vestira um pi*ama e sentara/se no

so$&.— %l&, Llu$$4 — saudou a gatinha ranca, que pulou em seu colo. — Oual ' o

pro lemaI %s raios assustaram vocFI3ontinuou acariciando o animal, enquanto olhava para as provas ainda sem

corre("o, em cima da mesa.NElas podem esperar at' amanh"N, decidiu, a*eitando/se no so$&. "o $oi capa@ deimpedir que os pensamentos voltassem outra ve@ para o vi@inho de olhos a@uis e $ísico deest&tua. N% que ser& que ele $a@I K mecHnicoI Modelo de agFncia de pu licidadeI0adr"oIN

Ela riu das pr#prias con*eturas. )e o conhecesse du@entos anos atr&s, poderia *urar que se tratava de um pirata invadindo a cidade. Oue ideia! a +inah nem era uma cidadecosteira. Mas o homem tinha ca elos compridos e ar superior e n"o era di$ícil imagin&/lonavegando pelos mares em usca de novas terras, partindo o cora("o de centenas demulheres apaixonadas.

Ela se arrepiou com esse Jltimo pensamento. 2evia estar lendo romances demais.Ele n"o passava de um ca eludo arrogante com uma oca sensual. 3ertamente n"o erao tipo de homem que ha itava seus sonhos.

2ese*ando livrar/se dos pensamentos estranhos, saiu do so$&, colocou a gatinha noch"o e pegou a cesta que trouxera da lavanderia. As roupas estavam secas, mas n"oeram as suas.

— Ah, n"o! — murmurou desolada.a escurid"o da lavanderia, tirara as roupas da m&quina errada.

3ome(ou a colocar as roupas novamente na cesta, pensando em procurar o dono,mas hesitou ao ouvir o arulho do $orte aguaceiro. % mais sensato a $a@er era esperar que a chuva passasse, ou que ao menos diminuísse.

:irou uma cal(a da cesta. Era de homem, o viamente alto, de cintura quarenta edois ou quarenta e quatro. Mas s# quando pegou a camiseta lem rou/se de que vira onovo vi@inho usando uma parecida.

Gevirando a cesta, encontrou duas cuecas estampadas. Eram muito onitas e Eva *amais vira cuecas de tamanho t"o pequeno. 3ome(ou a imaginar como ele $icariausando uma pe(a t"o minJscula. %m ros largos, peito $orte, pernas musculosas.2e$initivamente, precisava parar de pensar aquelas coisas.

aquele momento, ouviu aterem na porta.3orreu para a rir, imaginando quem poderia ser quela hora da noite. 2eparou com

o par de olhos a@uis e rilhantes do homem que estivera ocupando seus pensamentos.— % que dese*aI — perguntou desorientada.

— Acho que est& com algumas coisas minhas — ele explicou.— 3oisas suasI — Eva $itou/o, notando como ele $icava ainda mais sensual,molhado pela chuva.

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Ele estendeu as m"os, mostrando a cesta da lavanderia que segurava.— E acho que essas s"o suas — o servou, esticando o queixo para indicar as

pe(as amontoadas.Eva reconheceu uma de suas velhas calcinhas sem gra(a, de algod"o, dese*ando,

por algum motivo, que $osse uma pe(a sex4 de renda preta.— Ah! )"o, sim... Entre.

2eu, um passo para tr&s para deix&/lo passar. A presen(a dele $e@ a pequena salaparecer ainda menor. )ua poderosa masculinidade a $ascinava. o mundo em que $oraeducada acostumara/se a homens de terno e gravata. Em seu mundo os homens n"ousavam *eans apertados, camisas que marcavam o corpo e muito menos cuecas exíguase estampadas.

— %nde quer que eu ponha issoI — Ele mais uma ve@ indicou a cesta que tinha nasm"os.

— ode deixar em cima do so$&. 3omo sou e que as roupas eram minhasIEle colocou a cesta no so$& e virou/se, examinando Eva dos p's a ca e(a.— :udo ' muito pr&tico e vocF me deu a impress"o de ser pr&tica e sensata. Al'm

disso... — Ele pegou uma camisa ordada. — )eu nome est& escrito aqui.Eva assentiu, imaginando por que ele dissera que ela parecia uma mulher sensata. Aquilo soara quase como um insulto.

e(o desculpa pelo incidente — disse secamente. — Aca ou a lu@, e o viamentepeguei as roupas da m&quina errada.

— "o tem pro lema — ele respondeu, pegando a cesta certa e caminhando para aporta. Antes de sair virou/se para ela. — ocF sa ia que seu pi*ama $ica transparente na$rente da lu@I

3om um sorriso enigm&tico, saiu para o p&tio lavado de chuva.Eva olhou para o pi*ama, o servando que o homem estava certo. Mas $ora um

coment&rio extremamente rude. "o tinha educa("oI "o tinha nenhum tatoI 3omo ela$aria para viver com um ruto daqueles morando no apartamento ao ladoI

Brice Max ell pousou a cesta da lavanderia na mesa da co@inha e sentou/se nacadeira reclin&vel perto da *anela. Admirou a chuva que caía e sorriu.

— Ei, c"o! — disse aixinho, acariciando o pelo do rott eiler que colocara o $ocinhoem seu *oelho, mas com o pensamento no que acontecera no apartamento do lado.

2esde a primeira ve@ em que vira Eva, que $ora a rir a porta com uma tesoura nasm"os e um *eito nervoso, ele *& sentira algo di$erente.

Ela lhe parecera tensa e a orrecida, irradiando $rustra("o com a vida. %lhara paraele como se visse um monstro. Mas, contrariando toda a l#gica, Brice sentira no ar entreos dois, o cheiro da química m&gica que s ve@es parecia acontecer entre um homem euma mulher.

Eva Winthrop... % senhorio dera muitas in$orma(1es so re a atraente vi@inhaCpro$essora dedicada, $ilha amorosa, irm" solid&ria, um exemplo de pessoa.Mas Brice vira outras coisas, muito di$erentes.Eva... a que cometera o pecado original. A m"e da humanidade. 3om olhos da cor

da grama que co ria a terra e l& ios vermelhos, cheios de vida, Eva Winthrop poderiaindu@ir $acilmente um homem ao pecado.

Brice levantou/se da cadeira e parou diante da *anela.Licara preocupado ao aceitar o cargo de diretor de escola numa cidade t"o

pequena. ascera e $ora criado em ova 6or+. A mudan(a para %+lahoma teria de ser traum&tica.

Eva... ostaria de sa er se ela era pro$essora do segundo grau, curso do qual ele

seria diretor. 3aso $osse, como reagiria ao $ato de ele ser n"o s# seu vi@inho, comotam 'm seu superiorIBrice sorriu, olhando a chuva. :ivera receio de sentir/se entediado e desestimulado

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mas, tendo Eva como vi@inha, t'dio seria o Jltimo de seus pro lemas e ele n"o teriadi$iculdade em adaptar/se pequena comunidade provinciana. aquele momento, pelomenos, estava decididamente estimulado.

CAPÍTU ! ""

a manh" de segunda/$eira, Margie Qeller, a pro$essora de artes, alcan(ou Eva naporta da Escola de rimeiro e )egundo raus eo$$re4 Worthington.

— ocF *& o viuI — perguntou, alvoro(ada.— iu quemI — Eva olhou para a amiga com curiosidade, passando a pesada pasta

de provas de um ra(o para o outro.— Brice Max ell, o novo...— % novo diretorI — Eva antecipou/se. — 3omo podia vF/lo se aca ei de chegarI3ome(ou a andar e Margie seguiu/a at' sua sala de aula.— Espere at' vF/lo! — exclamou a colega, sentando/se na orda da mesa. — "o

se parece com nenhum dos diretores que tivemos. K lindo! :em o mais onito par deolhos a@uis que *& vi, usa ca elo comprido...

— E cuecas estampadas — Eva murmurou.— "o entendi — a outra pro$essora replicou, $itando/a com surpresa.— ada, n"o — Eva respondeu, sentindo/se um pouco tonta. )# podia estar

imaginando coisas. 8rene Worthington *amais contrataria um homem parecido com seuvi@inho para ser diretor da escola.

— )e eu n"o $osse casada, n"o perderia tempo em pular no pesco(o do diretor — apro$essora de artes declarou com um sorriso malicioso, descendo da mesa. — Bem, 'melhor organi@ar as coisas na minha sala. ou ensinar as crian(as a $a@er origami, ho*e.

Antes que me esque(a, adorei seu ca elo desse *eito. Apressadamente, caminhou para a porta e saiu da sala.Eva passou os minutos seguintes tentando preparar tudo para a primeira aula, mas

n"o podia deixar de pensar no novo diretor. Era ridícula a ideia de que seu vi@inho e BriceMax ell pudessem ser a mesma pessoa. Mas por outro lado $a@ia sentido. a +inah erauma cidade pequena. "o havia ningu'm por ali como o homem que Margie descrevera,a n"o ser o desconhecido que se mudara para o apartamento ao lado do seu.

NOual ' o pro lemaIN, ela se perguntou, enquanto arrumava os l&pis e canetas. Ouedi$eren(a $aria, se seu vi@inho $osse Brice Max ell, o novo diretor da escolaI Lariadi$eren(a, sim. A presen(a dele provocava nela sentimentos estranhos e desconhecidos.N)e *& vai ser di$ícil conviver com Brice Max ell no mesmo pr'dio, imagine o que ser&

tra alhar com ele!N— e(o a aten("o dos pro$essores. — A vo@ de Ann 3ompton, a secret&ria daescola, soou pelo alto/$alante. — Taver& uma r&pida reuni"o na sala dos pro$essores,dentro de quin@e minutos.

Ann repetiu o aviso e tudo tornou a $icar em silFncio. Alguns minutos depois, Eva andava pelo corredor, dirigindo/se reuni"o. Margie

saiu da sala de artes e come(ou a andar a seu lado.— Mal posso esperar at' que vocF conhe(a Brice Max ell — comentou excitada. —

E quero ver a cara da )ra. Worthington, quando ela desco rir como ele '.— Ela ainda n"o o viuI — perguntou Eva, espantada. —Ent"o, como o contratouI— ocF sa e que a )ra. Worthington estava ansiosa para encontrar um novo diretor.

Ela explicou que, devido ao curriculum vitae dele, n"o havia necessidade de entrevist&/lo. Al'm disso, conhece a $amília dele, gente importante de ova 6or+. Mas tenho aimpress"o de que Brice Max ell n"o ' exatamente o que ela imaginava.

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Mesmo *& estando preparada, Eva surpreendeu/se quando entrou na sala dospro$essores e o viu. Ele estava encostado na m&quina de re$rigerantes, conversando com;e$$ ar+er, o coordenador.

Margie suspirou audivelmente.— Me diga se ele n"o ' uma coisa! — cochichou no ouvido de Eva.Ele Nera uma coisaN, com certe@a, s# que Eva n"o sa ia exatamente o quF. elo

menos, a andonara a *aqueta de motociclista em $avor de um la@er preto e um coletecin@a. A camisa ranca estava desa otoada no colarinho e n"o havia gravata. "o cortarao ca elo, mas o amarrara com um el&stico atr&s da ca e(a. E, para deixar claro que eradi$erente de todos os homens de a +inah, estava de mocassins de couro, sem meias!

enhum ha itante masculino da conservadora cidade@inha usava sapatos sem meias. A coisa mais interessante, por'm, era que ele parecia vontade, ignorando o $ato de

que todos naquela sala o estavam o servando com olhos atentos.Ele se virou, ent"o, e seu olhar caiu so re Eva. Endere(ou/lhe um sorriso íntimo,

como se sou esse que tipo de lingerie ela estava usando.Eva sentiu um $rio no estPmago e rapidamente aquela sensa("o tomou conta de

todo o seu corpo. 2ominou o estranho impulso de virar/se e $ugir quando viu Bricea$astar/se de ;e$$, caminhando em sua dire("o.— %i, Eva! — ele a saudou com aquele sotaque di$erente que $a@ia seu nomeparecer estranhamente ex#tico.

Eva perce eu que Margie a o servava com curiosidade &vida.— %i, )r. Max ell — respondeu em tom quase seco.— )eu ca elo $icou #timo — ele o servou sorrindo.— 3ortar meu pr#prio ca elo ' meu passatempo pre$erido — ela replicou. —

oderia ter me contado quem era, )r. Max ell.— em pensei nisso, quando trocamos as roupas, naquela noite.Eva quase perdeu o $Plego e Margie soltou um gritinho de pra@er e curiosidade.— osso explicar — Eva dirigiu/se amiga e olhou para Brice, que parecia estar

gostando da con$us"o que criara.Ele sorriu inocentemente, como se n"o sou esse que $ornecera assunto para as

$o$oqueiras de plant"o, que teriam so re o que $alar durante um mFs inteiro. ara alívio deEva, a sala agitada $icou em silFncio com a chegada da )ra. Worthington e Brice n"opPde $a@er mais estragos com sua inconveniFncia.

A velha senhora entrou na sala com a dignidade de uma rainha. )eu olhar percorreuo recinto, penetrando nos pensamentos das pessoas, calando, podando quem $osseatingido. Ouando ela encarou Brice, por'm, a m&scara de dama inatingível caiu por terrae $oi su stituída por um ar de pro$undo descontentamento. Mas a mulher recuperou/serapidamente e aproximou/se dele.

— Eva... Margie... 3omo v"oI — cumprimentou as duas com ar altivo e estendeu am"o para Brice. — ocF deve ser Brice Max ell. im dar/lhe as oas/vindas, masgostaria de $alar/lhe em particular, mais tarde. Ouanto mais cedo compreender a $iloso$iae os o *etivos do conselho administrativo, melhor.

Brice apertou/lhe a m"o, mas Eva notou que o rilho @om eteiro sumira de seusolhos. Ouando ele sorriu para a )ra. Worthington, a express"o de seu rosto era cordial,mas distante.

— Acho que n"o ser& possível, )ra. Worthington. )endo este meu primeiro dia naescola, estarei muito ocupado para discutir $iloso$ias de qualquer esp'cie. Mas procur&/laser& a primeira coisa que $arei amanh" — ele prometeu. — Agora, se me d& licen(a,preciso come(ar a reuni"o.

Eva perce eu a express"o de raiva e desapontamento no rosto da )ra. Worthington.— Meu 2eus! — Margie sussurrou, enquanto Brice e a )ra. Worthington se dirigiampara a $rente da sala. — Esse n"o vai ser um dos queridinhos dela.

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

— Ele n"o vai $icar aqui nem um mFs — Eva pro$eti@ou com seguran(a. Alguns minutos mais tarde, n"o tinha tanta certe@a. Ouando Brice apresentou/se aos

seus novos su ordinados e come(ou a $alar so re os pro*etos que seriam iniciadosnaquele ano letivo, uma onda de entusiasmo tomou conta dos pro$essores.

Apesar da antipatia que sentia por ele, Eva tinha de admitir que, como diretor, Briceparecia competente e transmitia autocon$ian(a e dinamismo.

— )into que as coisas v"o mudar — Margie comentou algum tempo depois, quandovoltavam para as classes.— E mesmoI — Eva perguntou secamente.— "o pense que esqueci aquele coment&rio so re uma misteriosa troca de roupas

— Margie alertou. — Estou esperando ansiosamente por uma explica("o. Oue tal se$ossemos tomar um ca$' depois da aulaI

— 2esculpe, mas n"o posso. Minha m"e convidou a mim e 3olleen para *antar, oque signi$ica que tenho de chegar cedo na casa dela para $a@er a comida.

— "o vou deixar que $u*a de mim, Eva. Mais cedo ou mais tarde, ter& de meexplicar o que est& acontecendo entre vocF e Brice Max ell.

— ada. "o est& acontecendo nada entre n#s — Eva a$irmou com veemFncia. A ultima coisa que queria era que Margie imaginasse que havia algo entre ela eBrice Max ell. A colega tinha o p'ssimo ha ito de contar a todos o que sa ia e at' o que

simplesmente suspeitava.— % sinal! :emos de correr! — a pro$essora de artes exclamou, quando a

campainha, chamando os alunos, soou.Eva a$astou todos os pensamentos so re Brice Max ell e entrou na sala para a

primeira aula do dia.o $im da tarde, caminhando para casa pelas ruas tranquilas, Eva perce eu que

nem a ele@a do crepJsculo conseguia melhorar seu humor e livr&/la da irrita("o. areciaque quanto mais $a@ia pela m"e e pela irm", menos as satis$a@ia. "o sa eria di@er quando isso come(ara, mas a verdade era que se colocara no papel de m"e das duas.Estava gastando cada ve@ mais tempo e energia, resolvendo pro lemas que n"o lhedi@iam respeito. Aquela noite $ora a mesma coisa.

3hegara a tempo de a*udar a m"e a preparar o *antar, ouvindo um ros&rio dereclama(1es. iolet Winthrop era uma mulher aixinha de sessenta anos, grandes olhosa@uis, e ar desamparado.

— )into/me t"o solit&ria, Eva! ocF n"o vem me ver com $requFncia e sa e que eupreciso ir ao supermercado duas ve@es por semana. or que n"o me leva para comer $oramais ve@esI

3ontinuara com a lista de queixas, como se $osse uma imperatri@ ditando seusdese*os, sa endo que seriam atendidos.

Ent"o 3olleen chegara e as coisas pioraram. Eva aca ara emprestando cinquentad#lares para a irm" e tam 'm o carro, por dois dias.— A )ra. Worthington me pediu para $a@er servi(o de rua essa semana e vocF sa e

que meu carro est& detido. "o posso pagar a multa e n"o quero perder o emprego —explicara a mo(a.

Eva tam 'm n"o queria que 3olleen perdesse o emprego. Entre andar oitoquarteir1es at' a escola, por apenas dois dias, e sustentar a irm" desempregada, pre$eriaa primeira op("o.

% Jnico momento divertido, naquele *antar, $ora quando 3olleen descrevera a rea("oda )ra. Worthington a Brice Max ell.

— Ela $icou chocada — a mo(a contara, rindo. — )a ia que Brice Max ell n"o

usava m'todos ortodoxos onde tra alhava, em ova 6or+, mas n"o esperava todo aqueleca elo... 2isse que n"o acredita que ele tenha o mesmo sangue dos Max ell que elaconhece. Acha que ele $oi adotado.

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

Eva rira daquela ideia. odia entender o que a )ra. Worthington sentia em rela("o aum tipo t"o di$erente. a +inah, %+lahoma, era a cidade dos homens em/comportados ecorretos. Algu'm como Brice Max ell, andando de motocicleta e com aquela aparFncianada convencional, estava decididamente $ora dos padr1es.

Eva suspirou de alívio, quando entrou na rua de casa. 3aminhava depressa,pensando que tinha provas para corrigir e aulas para preparar. ercorreu a curta alameda

que levava ao pequeno pr'dio de apartamentos e parou a ruptamente quando viu ocachorr"o sentado no degrau de sua porta.Era o c"o mais $eio que *& vira. A ca e(a era desproporcional ao resto do corpo e

$altava um peda(o numa das orelhas. elas cicatri@es que o icho tinha pelo corpo, Evadedu@iu que ele se envolvera em muitos com ates e perdera todos.

Entrar em casa com aquele animal sentado diante da porta, era impossível. Elaandou cautelosamente at' ele e parou, encarando/o.

— & em ora — ordenou, $a@endo um gesto imperioso com a m"o.% cachorro n"o se mexeu. em mesmo piscou. )implesmente $itou/a com seus

olhos assustadores, rosnando aixinho.— VP! )aia daí! — ela tentou mais uma ve@, em v"o. erguntou/se por que, entre

tantas outras casas na cidade, ele parara em na $rente de sua porta. :udo o que elaqueria era entrar, tomar uma oa xícara de ch& e come(ar a colocar suas coisas emordem.

— )uma! — gritou, desesperada.aquele exato momento, a porta ao lado a riu/se e Brice Max ell apareceu.

— 3"o! — ele chamou.— % rigada, )r. Max ell. Eu sei que ' um c"o. )# n"o consigo mand&/lo em ora.

2e quem ser& esse icho $eioI— Ele se chama N3"oN e me pertence — Brice explicou secamente, aproximando/se

de Eva.Espalhava o cheiro delicioso de sa onete e lo("o ap#s ar a e estava sem camisa,

exi indo o t#rax musculoso. Usava cal(a *eans com remendos de couro e n"o penteara oca elo, que lhe cercava o rosto em mechas Jmidas.

or um momento Eva esqueceu tudo. %s pro lemas de $amília e a irrita("o de ver um cachorro inamistoso em sua porta evaporaram/se. Ela estava sendo invadida pelodese*o quase incontrol&vel de tocar aquele corpo per$eito. A pele parecia macia, apesar de co rir mJsculos $ortes. Ela imaginou como seria gostoso passar os dedos por aqueleca elo $arto, sentir o peito vasto comprimido contra o seu, entregar/se $or(a daqueles

ra(os.— EvaI A vo@ de Brice arrancou/a de seu mundo de $antasias. % que estava acontecendo

com elaI :eria Qath4 cortado n"o s# seu ca elo, mas tam 'm seu *uí@oI— Esse cachorro devia estar preso — ela o servou ruscamente. — K um monstro.— "o $ale assim dele — Brice reclamou. — % c"o ' manso. Asso iou suavemente e o cachorro $oi para *unto dele, parecendo olhar para Eva

com despre@o.— )r. Max ell, gostaria muito que no $uturo mantivesse esse cachorro longe de

minha porta! — ela exigiu, $uriosa. — Liquei quin@e minutos tentando entrar em meupr#prio apartamento, sem poder!

— e(o desculpas. Lui tomar anho e esqueci de coloc&/lo dentro — explicou Brice,sorrindo com o costumeiro ar, Eva sentiu o nervosismo aumentar ao notar as gotas de&gua respingadas no corpo viril, rilhando na pele ron@eada. Gespirou $undo e conteve a

vontade de toc&/las.— ocF ' sempre t"o tensa e deprimidaIEva encarou/o, espantada.

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

— % que disse, )r. Max ellI— or que ele tinha sempre de $a@er coment&rios que a surpreendiamI— :oda ve@ que a ve*o, vocF parece estressada. Aposto que os mJsculos de seu

pesco(o s"o duros como pedra, de tanta tens"o. — ovamente o sorriso maliciosoestampou/se em seu rosto. — )ou um #timo massagista. Estas m"os e um #leo in$antil$a@em milagres. Ouer experimentarI

— "o, o rigada. osto dos mJsculos do meu pesco(o exatamente como s"o —ela declarou, dirigindo/se para a porta.— )empre achei que $a@er amor ' #timo para aliviar a tens"o e a$astar

preocupa(1es.or um momento, Eva o $itou, incapa@ de sa er se o que aca ara de ouvir $ora

somente um coment&rio ou alguma esp'cie de convite.— Aposto que n"o tem di$iculdade em arrumar companhia para Naliviar a tens"oN —

respondeu por $im, em tom ríspido.— a verdade, sou astante exigente. — Ele declarou e seu sorriso perdeu um

pouco da malícia. — Ouer um conselhoI "o viva t"o deprimida.— Ouer um conselhoI — ela replicou. — "o se meta na vida dos outros.Mordeu o l& io para segurar o resto das coisas que gostaria e di@er/lheC que deviaser proi ido ser exi icionista, andando sem camisa, para mostrar o $ísico, por exemplo.

"o podia a usar. A$inal, Brice Max ell era seu superior e ela seria imprudente sedeixasse transparecer seu antagonismo.

3ontrolando/se com es$or(o, colocou a chave na $echadura, ronta para entrar emcasa.

— Espero que n"o $ique como aquelas senhoras — ele sugeriu e Eva virou/se para$it&/lo.

— Oue senhorasI — ela perguntou curiosa.— Oue nunca sorriem e s"o t"o chatas que ningu'm consegue $icar perto delas.

Aca am a vida tingindo o ca elo de a@ul e criando um monte de gatos.Eva decidiu n"o discutir e a riu a porta do apartamento, deixando que Llu$$4

escapasse. A gatinha n"o poderia ter aparecido em hora pior.Brice soltou uma gargalhada.— Meu 2eus! ocF *& come(ou a treinar para $icar como elas! Antes que Eva pudesse responder/lhe, Llu$$4 passou correndo na $rente do cachorro,

que disparou atr&s dela. Brice correu atr&s de 3"o e Eva seguiu/o o mais depressa quepPde, sem poder deixar de notar como ele corria com gra(a, movimentando os mJsculosde $orma tentadora. A persegui("o aca ou de repente, quando Llu$$4 $icou encurraladaentre o cachorro e a cerca divis#ria. 3"o aproximou o $ocinho para cheir&/la e a gata,arqueando/se toda, levantou a pata e arranhou/o.

% cachorro voltou para o lado de Brice, ganindo, com o nari@ sangrando, e a gataaproveitou para $ugir, passando por um uraco na cerca.— E vocF tem coragem de $alar mal do meu cachorro — censurou Brice, $itando Eva

com as so rancelhas contraídas.— )eu gato ' uma $era!— Minha gatinha $ugiu por culpa de seu horrível cachorro! — replicou Eva, passando

a m"o no ca elo, num gesto nervoso.— atinhaI— Llu$$4 ' $Fmea, n"o perce euI— Ouer que eu v& procur&/laI — Brice o$ereceu, apontando para o lado por onde a

gata sumira.

Eva meneou a ca e(a negativamente.— Ela voltar& para casa mais tarde, quando tiver certe@a de que vocF prendeu essemonstro.

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3ome(aram a voltar e Eva notou que a respira("o de Brice estava o$egante.— ossa! Essa $oi a primeira oa corrida, desde que $ugi de alguns alunos, um mFs

atr&s — ele comentou.Eva o $itou, curiosa.— ocF costuma $ugir de alunosI— )# quando est"o com muita raiva de mim e s"o mais de trFs.

— %nde vocF tra alhou, em ova 6or+I — Em uma escola no Broo+l4n — ele respondeu vagamente.— or que decidiu vir para c&I— Oueria mudan(as e desa$ios.Gealmente, ele parecia um homem que vivia atr&s de aventuras, achando divertido

tudo o que Eva considerava perigoso.— "o consigo imaginar que tipo de desa$ios vai en$rentar em a +inah, mas tenho

certe@a de que vai encontrar mudan(as, *& que veio de ova 6or+ — ela comentou,quando chegaram diante da porta de seu apartamento.

Um rilho intenso e malicioso apareceu nos olhos de Brice.— Acredite, encontrei desa$ios que estou louco para vencer — ele con$idenciou.Eva sentiu o rosto $icar vermelho, perce endo que Brice n"o estava $alando somentede tra alho. a verdade, teve a nítida impress"o de que ele se re$eria a ela. Mas, se

aquele presun(oso pensava que podia lev&/la para a cama s# por que tinha o ca elocomprido e viera de uma cidade grande, estava muito enganado.

— Boa noite, )r. Max ell — murmurou e entrou rapidamente em seu apartamento.2epois que ela se $oi, Brice sentou/se no degrau da pr#pria porta, acariciando 3"o.Eva Winthrop era um desa$io. Ouando $icava vermelha, como momentos atr&s,

provocava nele uma estranha rea("o, $a@endo/o di@er as coisas mais chocantes, s# paraver o ru or co rir o lindo rosto outra ve@. La@ia muito tempo que ele n"o se interessavarealmente por uma mulher, que n"o se lem rava que existiam outras coisas al'm detra alho.

Tavia algo que o atraía para Eva. Ele chegava a sentir que uma esp'cie de vínculocriara/se entre eles, desde o primeiro encontro. % pro lema era que Eva n"o conseguiarelaxar o astante para perce er o que acontecia em seu pr#prio íntimo. arecia sempreem guarda, sempre preocupada e tensa.

— % que Eva precisa ' aprender como se curte a vida — ele murmurou para ocachorro, que a anou o ra o, parecendo compreendF/lo. — E acho que sou a pessoaindicada para ensin&/la. % que vocF acha, 3"oI :enho alguma chance com ela, ou corroo risco de sair com o nari@ arranhadoI

3"o n"o tinha resposta para dar.

CAPÍTU ! """

% ar matutino parecia pesado, quando Eva saiu de casa para ir escola. Era suaprimeira manh" sem o carro, mas *& estava arrependida de tF/lo emprestado a 3olleen.:ivera de acordar meia hora mais cedo para n"o correr o risco de chegar atrasada.

Andara meio quarteir"o, quando ouviu o arulho do motor de uma motocicletaaproximando/se. irou/se e viu Brice, que parava a moto a seu lado.

— %nde est& seu carroI — ele perguntou com um sorriso amig&vel.

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— Emprestei para minha irm" por alguns dias — Eva respondeu, elevando o tom devo@ para ser ouvida acima do ronco do motor.

— )u a. Eu a levo para a escola — ele convidou, mostrando o peda(o de ancoatr&s dele.

— "o, o rigada. re$iro ir andando.%s olhos dele rilharam, desa$iadores.

— Oual ' o pro lema, EvaI Est& com medoI— 3laro que n"o! — ela mentiu.— Ent"o, venha comigo — ele insistiu, sorrindo.

Loi esse mesmo s#rdido sorriso que a serpente lan(ou primeira Eva, indu@indo/aa comer o $ruto proi idoN, pensou Eva. Ele pegou o capacete de reserva, que estendeupara ela, vamos l&, vocF vai gostar.

Eva $itou o capacete como se olhasse para a ma(" proi ida. Mentira quando disseraque n"o tinha medo. unca montara em uma motocicleta em toda sua vida, mas n"o eras# isso. E se algu'm a visse na moto com eleI % que seria de sua reputa("oI

— )"o s# alguns quarteir1es — ele persistiu. Antes que o lado racional $alasse mais alto, ela pegou o capacete e colocou/o na

ca e(a, aceitando o desa$io.Linalmente, aproximou/se da m&quina, analisando o pequeno espa(o destinado aopassageiro. 3omo podia sentar ali sem tocar no corpo de BriceI aquele momento, erade extrema importHncia evitar qualquer contato $ísico com ele. )ua masculinidade eraaterradora.

— Ent"oI — ele pressionou, esperan(oso.— ;& vou — ela murmurou.)u iu na garupa, um tanto hesitante. Era impossível n"o encostar nas costas de

Brice e isso a aterrori@ava.— rontaI — ele perguntou, virando a ca e(a para endere(ar/lhe um sorriso

encora*ador.Ela meneou a ca e(a, nervosa demais para responder. % que estava $a@endoI

unca andara de moto antes! E se seus alunos a vissemI E se a )ra. Worthington avisseI

— K melhor segurar/se — ele aconselhou.)egurar/se em quFI "o havia nenhuma al(a de seguran(a, n"o havia nada al'm

de Brice e ela n"o ia a ra(&/lo!— Estou em — ela respondeu com um sorriso de $alsa tranquilidade.)entia o cora("o pulsar em ritmo acelerado, quando ele pPs a m&quina em

movimento. Ent"o, pendeu para tr&s, perigosamente, e $oi o rigada a passar os ra(os aoredor da cintura de Brice para n"o cair. Lechou os olhos, decidindo que o Jnico *eito de

suportar aquilo era $ingir que estava sonhando. %u melhor, que estava tendo umpesadelo, mas que logo iria acordar.o entanto, mal haviam alcan(ado o quarteir"o seguinte, quando ela a riu os olhos,

surpresa em notar como tudo parecia mais onito, como era gostoso e calmante sentir arisa $ria da manh" atendo em seu rosto.

Mas havia coisas pertur adoras. % cheiro de Brice, por exemplo. Ele exalava oaroma sensual de noites quentes e de li erdade. % corpo m&sculo era quente e osmJsculos so as m"os dela contraíam/se, ri*os e el&sticos. Eva visuali@ou/o usando umaminJscula cueca, expondo as pernas musculosas, o estPmago chato, a cintura estreita eos om ros largos.

Apesar do constrangimento de estar t"o perto dele, ela se sentiu exultante,

revigorada, cheia de vida e ansiosa por li erdade. unca se sentira assim, antes.Licou quase desapontada quando ele parou a moto no lugar designado, noestacionamento da escola. )altou e corou violentamente ao ver duas alunas paradas,

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olhando para ela e Brice com curiosidade.— %i, )rta. Winthrop — as garotas cumprimentaram.— %i, 2iane... %i, Audre4 — respondeu Eva, desviando o olhar.Entregou o capacete a Brice, que tam 'm saltara da moto.— %i, meninas! Aposto que n"o sa iam que a )rta. Winthrop era aventureira — ele

rincou, $alando com as alunas.

As duas olharam timidamente para Eva e a$astaram/se, dando risadinhas quetentavam su$ocar com as m"os.— Muito o rigada! — Eva exclamou, irritada. — ;& tenho di$iculdade em $a@er com

que meus alunos adolescentes me respeitem. Agora, v"o pensar que sou uma motoqueiradesa*ui@ada.

Brice riu.— Mas eu pensarei em vocF como minha companheira de aventuras. — :ornou a rir,

parecendo @om ar do olhar de desaprova("o de Eva. — 3alma! "o $oi t"o ruim assim.3onhe(o muito em esses adolescentes. aranto que o respeito deles por vocF ser&maior, de ho*e em diante.

— 2uvido — ela resmungou.Ouando come(aram a andar em dire("o ao pr'dio principal, Brice $itou/a commalícia.— Admita que gostou, Eva.Ela sorriu, ent"o. "o $oi um grande sorriso, mas astou para mudar o ritmo do

cora("o de Brice. Ele imaginara que Eva $icaria muito mais onita, sorrindo, e n"o seenganara. %s olhos verdes tornaram/se mais rilhantes e o rosto assumira um ar sensual.Ele, ent"o, pensou em como ela $icaria linda, sorrindo de verdade, $eli@ e descontraída.

— Loi uma experiFncia di$erente — ela respondeu, incapa@ de admitir que $ora amais excitante de sua vida.

a verdade, ainda parecia sentir o vento no rosto e continuava excitada, dominadapor deliciosa sensa("o de li erdade. Mas n"o conseguia de$inir se $ora a motocicleta ou aproximidade do corpo de Brice que a deixara t"o empolgada.

— Estava pensando se vocF me $aria um $avor — ele preludiou ao entrarem naescola.

— Oue tipo de $avorI — ela perguntou, hesitante.re$eria envolver/se o menos possível com Brice. or alguma ra@"o, quando ele

estava por perto, ela $icava num estado esquisito, como se tivesse e ido muitos coposde vinho.

— lane*ei dar uma olhada nas notas dos alunos, ver o que $unciona e o que n"o$unciona na estrutura do ensino. ostaria de $a@er isso com a a*uda de uma pessoa quetra alha diretamente com eles. ocF pode ir ao meu ga inete ho*e tarde, depois das

aulasI ronunciar um en$&tico Nn"oN $oi o primeiro impulso de Eva. Ouanto mais longe$icasse de Brice, melhor. Ainda que seu relacionamento $osse apenas pro$issional, ela sesentia descon$ort&vel na presen(a dele. Mas a*ud&/lo, dar/lhe apoio naqueles primeirosdias num am iente estranho, talve@ $osse seu dever.

— Est& em — concordou, depois de longa hesita("o. A$inal, o que poderia acontecer entre eles na diretoria, em plena tardeI3omo se tivesse lido sua mente, Brice lan(ou/lhe um sorriso provocador.— :enho certe@a de que essa visita ao ga inete do diretor ser& a melhor que *& $e@

em toda sua vida — arreliou.3om essas palavras, virou/se e seguiu pelo corredor at' sua sala.

Ouando as aulas do dia aca aram, Eva chegara conclus"o de que seria perigosoencontrar/se com Brice. "o importava que ele $osse seu che$e e diretor do curso desegundo grau. Ela $ora uma tola, concordando em a*ud&/lo.

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

a hora do recreio, ela se encontrara com outros pro$essores, que lhe contaram queBrice entrara em suas salas de aula e acomodara/se na Jltima carteira, de onde $icarao servando atentamente o m'todo de ensino de cada um.

A ansiedade de Eva aumentou consideravelmente quando ela imaginou comoconseguiria dar uma oa aula, consciente da presen(a de Brice. ior ainda, lem rando/sede como seu corpo encostara/se no dele, no r&pido percurso de moto.

%s passos dela ecoavam no corredor va@io. "o havia ningu'm naquela ala dopr'dio. Alunos, pro$essores e at' a secret&ria de Brice tinham ido em ora.Ela hesitou diante da porta do ga inete. NLoi um erroN, pensou. NEstou me *ogando

na oca do lo oN. 2ecidindo que seus pensamentos eram a surdos, ateu na porta.N)omos pro$issionaisN, recitou para si mesma, quando Brice mandou/a entrar.

Ela avan(ou, sentindo o descon$orto usual que a dominava quando o encontrava.Ele estava sentado atr&s da velha mesa de carvalho, n"o aparentando nenhum cansa(odepois do longo dia de tra alho.

Brice ergueu/se ao vF/la entrar.— or $avor, $ique vontade — pediu, mostrando a cadeira a sua $rente e voltando a

sentar/se. — Estive examinando as notas, lendo relat#rios e atas de reuni1es e pudeperce er que esta escola encontra/se em estado deplor&vel. Eva piscou v&rias ve@es,pro$undamente surpresa.

— % que quer di@erI — perguntou, acomodando/se na cadeira.Ele se levantou e andou at' a *anela, onde parou, olhando para $ora.— A situa("o ' terrível. % índice de evas"o de alunos do segundo grau ' alarmante,

a m'dia das notas ' trinta por cento mais aixa do que a esta elecida como padr"onacional e o time de $ute ol n"o vence um campeonato h& de@ anos.

Le@ uma pausa, passando a m"o pelo ca elo preso na nuca.ela manh", os pro$essores chegam no mesmo hor&rio que os alunos e tarde

saem correndo, mal toca o sinal — prosseguiu. — "o $a@em reuni1es para discutir $ormas de melhorar o ensino. "o respeitam as crian(as e *ovens que est"o aqui para ser educados!

— %h! — exclamou Eva, chocada.Ele a $itou por um momento, perce endo que tinha sido duro demais.— 2esculpe, n"o estou censurando vocF, mas a situa("o.

)# a estou usando como ode expiat#rio.Eva sorriu, concordando.— Acho que $i@ a mesma coisa, ontem a noite, quando riguei com vocF por causa

de seu cachorro.Estava sendo $&cil sorrir. A$inal, a conversa tomara um rumo estritamente

pro$issional.

Brice come(ou a andar pela sala com o olhar perdido, o viamente preocupado.— "o entendo como deixaram isso acontecer. Esta escola tem pro lemasgravíssimos que precisam ser resolvidos o mais r&pido possível.

— "o est& pintando um quadro som rio demaisI — perguntou Eva, sentido/seo$endida. — )e a situa("o ' t"o ruim assim, como a escola conseguiu $uncionar antes desua chegadaI

— "o $a(o a mínima ideia. Mas, de qualquer $orma, tenho alguns pro*etos e vocFpode me a*udar a coloc&/los em pr&tica.

Eva assentiu, $eli@ em notar que a s'rie de insultos chegara ao $im.— A primeira coisa que vou exigir ' que os pro$essores cheguem meia hora mais

cedo, pela manh", e $iquem mais uma hora, depois das aulas, para tirarem as dJvidas

dos alunos — Brice anunciou. — 3omo posso esperar que os estudantes se*am maisaplicados, se os pro$essores n"o s"oIEva sorriu.

?

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— ocF certamente n"o $ar& muitos amigos entre os pro$essores.— "o estou aqui para $a@er amigos, mas para tra alhar pelo em dos alunos.Eva concordou, pensativa.— a verdade, acho que sua ideia ' oa. :emos tra alhado desregradamente,

desde que $icamos sem diretor.Em ora Eva concordasse com o aumento de horas de tra alho, sa ia que muitos

pro$essores $icariam insatis$eitos. Mas Brice estava tomando a atitude certa. Um poucomais de responsa ilidade melhoraria a reputa("o da escola.— ara conhecer outra ideia minha, vocF precisa vir comigo — ele avisou,

caminhando para a porta.— Aonde vamosI — Eva perguntou, enquanto, seguindo/o pelo corredor.— ocF ver& — ele respondeu, sorrindo enigmaticamente.— Uma das coisas mais importantes no ensino ' motivar os alunos, dando/lhes

estímulo para vir escola.— 8sso ' mais $&cil na teoria do que na pr&tica — Eva replicou, quase correndo para

acompanhar seus passos largos.— Minha ideia aseia/se no que $i@emos em ova 6or+ — ele explicou, parando na

$rente da escada de $erro que levava ao terra(o de co ertura da escola. — Lormamos umNclu e de co erturaN. enha comigo.Ela hesitou, incerta se queria $icar so@inha no terra(o com Brice. A$inal, n"o o

conhecia. 3omo podia sa er que n"o se tratava de um maníaco sexualIEle riu de sua hesita("o.— )empre pensa tanto, antes de agirI — perguntou. — unca age por impulsoI— unca — ela respondeu decidida. — )# os tolos s"o impulsivos.— Um pouco de emo("o $a@ em alma — Brice declarou sorrindo.— Ent"o, sua alma deve ser em saud&vel — Eva retrucou, come(ando a su ir a

escada na $rente dele.Brice su iu atr&s, aproveitando para admirar os movimentos deliciosos do traseiro

per$eito. Eva era um encanto. E um enigma. Ela o intrigava com aqueles olhos verdes quedeixavam entrever um espírito apaixonado, mantido so rígido controle, como se elativesse medo das pr#prias emo(1es. Ele tam 'm $ora assim, at' cinco anos atr&s. iveraso o peso de responsa ilidades, preso s correntes dos deveres que se impuseravoluntariamente. Eva precisava de algu'm que a a*udasse a livrar/se dessas correntes. Apergunta eraC seria ele o homem certo para a*ud&/laI

3hegaram ao topo e Eva virou/se para encar&/lo. %s olhos * dela rilhavam comestrelas, mostrando uma mistura de irrita("o e entusiasmo. %lhando/a, Brice re$letiu quegostaria muito de ensin&/la a gostar da vida e do amor.

Ele a seguiu at' o lado do terra(o de onde se via a rua principal. %lharam por cima

da mureta de prote("o de um metro e vinte de altura, o servando a rua que se estendia l&em aixo.— % que as pessoas $a@em nos $inais de semana aqui em a +inahI — ele

perguntou.— T& um oliche no lado norte da cidade, um drive/in no lado sul, e uma pi@@aria

$requentada por garotos, aí na rua Main. Mas vocF me trouxe aqui para discutir os h& itossociais das pessoas, ou para expor sua ideiaI

— odemos discutir os h& itos sociais de Eva Winthrop — ele arriscou.— "o tenho tempo para cultiv&/los — ela declarou. — E se n"o vamos $alar so re

a escola, ' melhor eu ir para casa.— Ouer me explicar o que ' esse Nclu e de co erturaNI

Ele sorriu, decidindo deixar as investidas para um momento mais apropriado. Maiscedo ou mais tarde, Eva aixaria a guarda.— 3ada semana, os alunos ganham pontos pelo om desempenho. Ouando

S

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alcan(am um certo nJmero de pontos, podem su ir ao terra(o na hora do recreio.)ervimos pi@@a e soda para todos. % que vocF achaI 2eu certo, em ova 6or+.

Acho que ' loucura. "o estamos em ova 6or+. Al'm do mais, a )ra. Worthingtonnunca dar& ver a para pi@@a e soda. Eva voltou para a escada e come(ou a descer. Bricea seguiu. — 2esculpe, mas acho que a ideia n"o vai dar certo — ela o servou, quandochegaram ao ch"o.

A )ra. Worthington sa ia exatamente como eu tra alhava, quando me contratou.Meu curriculum mostra que n"o sou adepto dos m'todos convencionais de ensino.— % que est& no papel e o que se $a@ na pr&tica s"o duas realidades di$erentes —

Eva sentenciou, olhando para o rel#gio. —:enho de ir para casa.— 0evo vocF. :am 'm estou indo em ora.

"o, pre$iro andar — Eva recusou com mais rispide@ do que plane*ara, come(ando aa$astar/se.

"o queria outra volta de motocicleta. "o queria outro contato $ísico com Brice.— :em certe@aI — ele perguntou, caminhando ao lado dela.— :enho. Aproximaram/se da moto e ele montou.— retendo ir adiante com a ideia do clu e de co ertura.— )e a )ra. Worthington n"o quiser pagar, tiro o dinheiro do meu pr#prio olso.— or que $a@ tanto empenhoI — Eva indagou, intrigada com a insistFncia dele.— As escolas est"o competindo com videogames e com a M: . recisamos dar a

esses garotos alguma divers"o, uma ra@"o para vir escola, ou ent"o os perderemos.ensei tam 'm em aulas de dan(a.

Eva meneou a ca e(a.— "o temos curso de dan(a h& cinco anos — in$ormou. — A )ra. Worthington acha

que n"o leva a nada.— "o h& nenhuma cl&usula em meu contrato que me o rigue a ser agrad&vel

)ra. Worthington. Ela pode ser dona da cidade inteira, mas eu n"o sou sua propriedade.erten(o apenas a mim mesmo, Eva. ocF pode di@er o mesmoI

Ela n"o podia. a verdade, n"o podia di@er coisa alguma e mal conseguia respirar,a$etada pela proximidade de Brice.

Ele desceu da moto e sem nenhum aviso a ra(ou/a pela cintura. Antes que elapudesse protestar, puxou/a contra o corpo e ei*ou/a na oca. Eva teve a impress"o deque tudo em volta desaparecia e n"o $oi capa@ de resistir. Getri uiu com ardor,entregando/se a uma paix"o que n"o suspeitava possuir.

agarosamente, Brice interrompeu o ei*o e $itou/a com os olhos nu lados dedese*o.

— Loi um impulso.

Eva desvencilhou/se do a ra(o e deu um passo para tr&s, incapa@ de acreditar noque acontecera.— Loi um erro — murmurou, sentindo o sangue su ir ao rosto.Ele sorriu com *eito maroto e colocou o capacete.— )e errei, vocF tam 'm errou.— 3omo assimI — ela perguntou num $io de [email protected] sentou/se na moto e ligou o motor.— Eu a ei*ei, mas vocF correspondeu.3om esse coment&rio, $oi em ora.Ela $icou parada, perplexa. Agira como uma adolescente idiota. 0evou a m"o aos

l& ios, que ainda guardavam o gosto do ei*o impetuoso.

Brice pretendia $a@er mudan(as na escola e causaria muita con$us"o. ara Eva,por'm, o mais preocupante era perce er que ele amea(ava $a@er mudan(as tam 'm emsua vida.

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CAPÍTU ! "#

— % que ser& que est& acontecendoI, Eva perguntou/se, quando virou a esquina eviu o a*untamento na $rente da escola.

Algo $ora do comum, o viamente. Uma multid"o de alunos, espalhada por todo oquarteir"o, gritava de entusiasmo.

— % que houveI or que essa mani$esta("o todaI — ela indagou, $alando com umgrupo de adolescentes.

— % )r. Max ell est& na co ertura do pr'dio — um dos garotos explicou com osolhos rilhando de excita("o e apontando para o telhado. — Ele disse que vai $icar l& at'conseguir melhorar o m'todo de ensino de nossa escola.

— K. Ele armou uma arraca, l& em cima — outro rapa@inho acrescentou,parecendo muito agitado.

%s alunos provavelmente estavam achando Brice um her#i, mas Eva tinha outrosad*etivos para descrevF/loC lun&tico, exi ido e palavras dessa nature@a.

Ela entrou no pr'dio e percorreu o corredor at' sua sala.— Ele ' completamente louco — murmurou, entrando na classe. Um inconsequente.— As pessoas pensar"o que vocF ' maluca $alando so@inha dessa maneira — a

pro$essora de artes avisou, sentada na mesa de Eva. — Mas pelo *eito *& $icou sa endoda novidade. osso novo diretor acampou no telhado.

Eva concordou, arrumando os pap'is em cima da mesa.— Um dos garotos comentou que Brice Max ell est& $a@endo campanha para

melhorar nossos m'todos. Margie sorriu.— E est& determinado a ganhar essa guerra. Loi para o telhado em preparado.0evou uma arraca, cadeiras de armar, lampi1es e um saco de dormir.

— Ouero sa er se est& preparado para en$rentar o conselho administrativo eexplicar essa atitude ridícula — Eva resmungou, pegando alguns livros do arm&rio.

— A Worthington $icar& possessa, com certe@a. %uvi di@er que alguns alunoschamaram a equipe de notícias do canal quatro.

— Esse doido vai pPr a cidade em polvorosa.— E isso n"o ' omI unca acontece nada por aqui! — comentou a pro$essora de

artes, levantando/se e caminhando para a porta.3lu e de co ertura... Acampamento no telhado... Brice Max ell e seus m'todos

pouco convencionais estavam trans$ormando aquela escola num circo. E o conselho n"o$icaria $eli@ com isso.% dia $oi agitado. o meio da manh" apareceram dois cHmeras e uma rep#rter da

emissora de televis"o. 2epois do almo(o, na sala de descanso, os pro$essores s#$alavam de Brice. Mas, de modo inacredit&vel, os mem ros do conselho e a )ra.Worthington mantiveram/se invisíveis, n"o dando a menor demonstra("o de que sa iam oque estava acontecendo.

Loi no $im das aulas que Eva decidiu su ir ao telhado para $alar com Brice. arou notopo da escada para a*eitar o ca elo e as roupas, irritada consigo mesma por esseimpulso a surdo de vaidade.

— Bem/vinda ao meu castelo — ele a saudou, apontando para a pequena arracaa@ul e vermelha.

Eva aproximou/se, meneando a ca e(a em desaprova("o.— :em um enorme talento para agun(ar as coisas, )r. Max ell. Est& criando

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pro lemas para si mesmo, n"o perce eI— )e os resultados $orem positivos, valer& a pena en$rentar alguns pro leminhas —

ele respondeu sorrindo.Loi um sorriso charmoso e *ovial que re$letia uma pitada de re eldia.Ele estava vestido de modo inadequado para um diretor de escola, evidenciando

que uma das $acetas de sua personalidade era a irreverFncia. A cal(a *eans e a

des otada camisa de algod"o a@ul, por'm, o tornavam mais lindo e sedutor.Eva irritou/se com esse pensamento.— Esta cidade estava mesmo precisando de uma c#pia de ;ames 2ean — ironi@ou.% sorriso de Brice alargou/se.— Mas ;ames 2ean era um re elde sem causa. )ou um re elde com causa *usta.— Brice, a Jnica coisa que vai conseguir ' a orrecer a turma do conselho. Aquelas

pessoas s"o poderosas e aca am com todos os que n"o $a@em o *ogo delas.Ele andou at' ela e pegou/a pela m"o, levando/a na dire("o de duas cadeiras de

armar. )entaram/se e $icaram t"o pr#ximos que a perna dele tocava a dela. Eva sentiu ocora("o disparar.

— "o interessa a qualidade dos pro$essores, se eles n"o tFm alunos para ensinar — ele o servou. — %s alunos est"o $altando demais s aulas. )e o que pretendo $a@er trouxer esses *ovens todos os dias s salas de aula, o conselho n"o ter& motivo parapreocupa("o. 3oncordaI

Eva assentiu, achando a explica("o sensata, apesar de toda aquela maluquice. Masera di$ícil pensar com coerFncia perto de algu'm que emanava um magnetismo t"o $orte.Ela saltou da cadeira e a$astou/se depressa, como se $ugisse de um perigo.

— :alve@ a )ra. Worthington e sua corte decidam demiti/lo, sem esperar para ver oque vocF pode $a@er — ela avisou. — As Jnicas ideias que eles aprovam, que acham

oas, s"o as deles mesmos.Ele a presenteou com um sorriso encantador.— ;& lhe disse uma ve@ que a )ra. Worthington sa ia exatamente como eu

tra alhava, quando me contratou. Mas o rigado por se importar comigo. "o sa ia que sepreocupava tanto assim.

Eva sentiu o sangue inundar/lhe as $aces, como de costume. — "o se*a ridículo —censurou. — )# n"o quero que a escola $ique sem diretor outra ve@.

% rosto $icou ainda mais quente, quando ele lhe lan(ou outro sorriso rilhante.Ela n"o conseguia $icar imune magia que Brice parecia espalhar a sua volta.

)entia/se quase hipnoti@ada, quando $itava os incríveis olhos a@uis.— ou em ora — declarou.— :enho dois $avores para pedir/lhe, Eva. lane*ei este acampamento aqui na

co ertura s pressas e n"o tive tempo para organi@ar tudo.

— % que $altouI — ela perguntou, olhando em volta.— Arrumar algu'm para cuidar de 3"o e tra@er comida para mim — ele explicou,tirando um molho de chaves do olso. — ocF daria uma olhada no meu cachorro,enquanto estou aquiI

Ela hesitou, olhando para as chaves na m"o dele. Oueria di@er Nn"oN. Oualquer envolvimento com Brice seria pura insensate@. Al'm disso, n"o tinha a mínima vontade dechegar perto daquele cachorro outra ve@.

— Eu apreciaria muito sua a*uda, Eva — ele insistiu. — 3"o e eu n"o conhecemosmais ningu'm nesta cidade.

— Est& em — ela concordou com relutHncia, pegando as chaves. "o podia deixar que um animal, nem mesmo 3"o, $icasse sem comer.

— Estaria a usando, se lhe pedisse que trouxesse algo para eu comer, mais tardeIagarei esse $avor de alguma $orma, qualquer dia.— "o precisa me pagar — ela respondeu. — 3onsidere isso um $avor que $a(o

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escola. ocF pretende mesmo $icar aqui a noite todaIEle con$irmou com um gesto de ca e(a.E todas as noites, at' conseguir o que dese*o para tornar a escola mais atraente

para os alunos. Agora ' ponto de honra. 2isse aos garotos que levaria minha campanhaadiante, at' alcan(ar vit#ria.

— E se choverI

— :enho a arraca, esqueceuI ou $icar em, Eva. "o se preocupe comigo.Ela concordou, caminhando para a escada.— oltarei mais tarde, ent"o — prometeu.Gespirou aliviada, quando deixou a co ertura. Tavia alguma coisa em Brice que a

envolvia poderosamente, deixando/a @on@a e incapa@ de raciocinar. Ele era maisdinHmico e envolvente do que qualquer outra pessoa que ela *& conhecera.

Enquanto caminhava para casa, decidiu que ligaria para 3olleen e pediria seu carrode volta. Licaria muito di$ícil ir a p' para a escola e voltar para casa duas ve@es, todos osdias. E ela n"o $a@ia a menor ideia de quando aca aria o protesto de Brice.

Entrou em casa e $oi rece ida pela gata, que es$regou/se carinhosamente em suaspernas.

— %i, Llu$$4 — murmurou, acariciando o ichinho. Andou at' a co@inha, depois dedeixar os livros e as provas na mesa da sala. :inha o h& ito de preparar as aulas para odia seguinte e corrigir as provas assim que chegava da escola, mas naquele momento aideia pareceu/lhe entediante.

3omo se tivesse a sorvido um pouco da vitalidade de Brice, sentia/se animada, comvontade de movimentar/se. Al'm do mais, n"o conseguia esquecer que estava com achave do apartamento de Brice no olso. Oueria ver o lugar onde ele morava, sa endoque isso lhe permitiria conhecer um pouco mais de sua personalidade. or mais quetentasse negar, havia em Brice algo que a atraía como um im".

:omou um copo de leite, e tornou a sair, dirigindo/se para o apartamento ao lado. A riu a porta cautelosamente para que 3"o n"o se assustasse, o que poderia lev&/lo aatac&/la. Mas n"o precisava ter/se preocupado. Assim que ela entrou, o cachorro $oi aoseu encontro, sacudindo a cauda amigavelmente.

Eva $echou a porta, mas tornou a a ri/la ao perce er o olhar suplicante de 3"o, quesaiu correndo. or um instante, ela $icou indecisa, imaginando se deveria deix&/lo andar so@inho. E se o cachorro se perdesseI Bo agem. ;& o vira na rua v&rias ve@es, semBrice.

:ranquili@ada, voltou sua aten("o para o interior do apartamento. Era igual ao seu,na estrutura, mas a semelhan(a terminava aí.

% servou a sala de estar, quase va@ia. Tavia um televisor pequeno em cima de umacadeira, um so$& $orrado de tecido cin@ento e um aparelho de som. "o havia discos

espalhados, quadros, ou prateleiras com en$eites.:udo parecia provis#rio, como se Brice estivesse plane*ando mudar/se para outrolugar dentro de pouco tempo. Mas ela sa ia que ele n"o era nPmade. 2e acordo com asecret&ria is ilhoteira do curso de segundo grau, ele $icara seis anos numa mesmaescola, tra alhando como diretor.

Andou at' a co@inha e viu que o $og"o, a pia e a mesa estavam impecavelmentelimpos. %uvira em algum lugar que o conteJdo de uma geladeira $a@ia muitas revela(1esso re a personalidade de uma pessoa. Mas na geladeira de Brice s# havia um vidro decatchup quase cheio, uma *arra de leite e legumes em conserva. Ela suspirou,desapontada. Oue revela("o aquelas coisas corriqueiras poderiam $a@erI

Loi para o quarto, onde havia uma cama de $erro, de casal, ainda desarrumada. %s

len(#is tinham estampa de desenhos geom'tricos, em preto e ranco, e o travesseiroconservava a depress"o onde Brice pousara a ca e(a. Ouase sem querer, ela a$agou otravesseiro.

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:irou a m"o rapidamente ao ouvir arulho na porta de entrada. 0em rou/se de 3"oe, tomando consciFncia de que estava se comportando como uma tola, saiu do quarto.

Ps o cachorro para dentro e, com ele nos calcanhares, voltou para a [email protected] ra("o em um dos arm&rios e encheu a tigela de pl&stico que viu no ch"o, *unto

pia. 3erti$icou/se de que ainda havia astante &gua na acia ao lado da tigela, a$agou aca e(a enorme do cachorro, um tanto descon$iada, e $oi para casa.

8a sentar/se para corrigir as provas, quando se lem rou de ligar para 3olleen. Mas,ou a irm" n"o estava em casa, ou n"o quis atender, porque a secret&ria eletrPnica $oiacionada depois do quarto toque.

— 3olleen, ' Eva. reciso do meu carro para ho*e noite. )e eu n"o estiver emcasa quando vocF chegar, estarei na escola, mais precisamente na co ertura.

)orriu ao desligar o tele$one, imaginando como a irm" $icaria curiosa, quandoouvisse o recado. "o se espantaria, se 3olleen aparecesse na escola, s# para ver o queela estava $a@endo.

)entou/se, ent"o, e dedicou/se tare$a en$adonha de ler as provas dos alunos. Aquela turminha era p'ssima em reda("o!

Eram quase seis horas, quando aca ou de corrigir a Jltima prova. Loi para o quartoe trocou de roupa, vestindo uma cal(a *eans e uma camiseta salm"o de mangascompridas. % estPmago protestou, avisando/a de que era hora de comer. Ela re$letiu queBrice tam 'm devia estar com $ome.

oltando para a co@inha, colocou v&rias coisas numa cesta, decidindo que *antariacom Brice. Ele precisava de companhia, com certe@a.

% sol desaparecera no hori@onte e a risa era morna, prenunciando o ver"o.3aminhando para a escola, Eva imaginou se Brice ainda estaria em a +inah quandocome(assem os dias quentes, pr#prios para piqueniques na eira do rio.

Ele $ora contratado para dirigir a escola at' o início das $'rias e durante todo o anoletivo seguinte. Mas Eva sa ia que a )ra. Worthington encontraria um *eito de romper ocontrato, se Brice a a orrecesse.

3hegando escola, ela $oi para o p&tio dos $undos e su iu a escada que levava co ertura. o topo, $icou o servando Brice por longo tempo. Ele estava sentado no ch"o,de pernas cru@adas como um uda, e de olhos $echados. arecia mergulhado emmedita("o. or $im, pressentiu a presen(a de outra pessoa, a riu os olhos e virou/se,encarando Eva com um sorriso luminoso.

— Est& com $omeI — ela perguntou, andando em sua dire("o.— Es$omeado — ele respondeu, olhando de modo sensual para a oca de Eva.Ela corou e aixou os olhos.— Xtimo. :rouxe $rango.— ada mais gostoso do que um peito macio ou coxas carnudas — ele comentou

com malícia.— ocF n"o tem *eito — ela censurou, n"o contendo um sorriso.Ele riu e apontou para o saco de dormir, estendido $ora da pequena arraca.— )ente/se — convidou, pegando a cesta das m"os dela.

— ossa! elo peso, trouxe comida su$iciente para cinco pessoas. ai.me acompanhar,certoI

Ela assentiu e acomodou/se no saco de dormir. Brice sentou/se a sua $rente e osdois come(aram a tirar as coisas da cesta.

— 3omo achou tempo para $a@er tudo issoI — ele quis sa er, enquanto se serviam.— Li@ a maior parte das coisas ontem — ela explicou. — ormalmente passo o

domingo preparando comida para a semana.

— Minha organi@ada e previdente Eva — ele murmurou, estendendo a m"o etocando/a no rosto. Ent"o, atacou uma coxa de $rango.Eva $icou olhando para o pr#prio prato, sentindo a pele queimar, onde Brice

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encostara a m"o. NMinha organi@ada e previdente EvaN, ele dissera, como se houvesseuma grande intimidade entre os dois.

os minutos seguintes $icaram calados, sa oreando a comida, relaxando no silFncioda noite calma. Acima deles o c'u escuro era um manto aveludado salpicado de estrelas

rilhantes. Brice colocara um lampi"o no ch"o, criando uma atmos$era aconchegante.Eva o o servava dis$ar(adamente, enquanto ele devorava a salada, o p"o caseiro e

o $rango. Brice era $ascinante, dos p's ao Jltimo $io da longa e $arta ca eleira. unca umhomem a atraíra tanto quanto ele e, admitindo esse $ato, Eva sentiu/se mais receosa quenunca.

Um carro passou l& em aixo, devagar e com a u@ina tocando ritmadamente. Bricelevantou/se, andou at' a mureta e de ru(ou/se, acenando.

— %s alunos est"o checando se continuo aqui — comentou, sentando/senovamente ao lado de Eva.

— Esses meninos s"o de amargar — ela o servou.Licaram em silFncio. Brice sentara/se um pouco mais perto e seu *oelho ro(ava no

de Eva, pertur ando/a.— 2ei comida a 3"o — ela in$ormou atropeladamente, s# para di@er alguma coisa.— % rigado. Eu estava preocupado com ele.— E o cachorro mais $eio que *& vi em minha vida — ela declarou com um sorriso.Brice sorriu e concordou.— Mas ' $iel e muito inteligente. Entrou na minha vida no momento em que eu mais

precisava dele.— 3omo assimI — ela perguntou, colocando o prato va@io de lado.— Eu tinha tido um dia p'ssimo. o $im da tarde, sentei/me num anco do parque e

$iquei l&, sentindo pena de mim mesmo. 3"o apareceu e sentou/se ao lado do anco,como se $osse meu.

Brice riu, lem rando/se da cena.— arecia o pr#prio dia o, de t"o $eio — continuou. — As orelhas estavam

sangrando muito e ele tinha $erimentos por todo o corpo. Ge$leti que o po re animalestava em pior situa("o que eu. Ouando saí do parque ele me seguiu e est& comigodesde ent"o.

— or que seu dia $ora p'ssimoI — Eva perguntou, arrependendo/se logo emseguida.

"o queria sa er nada a respeito dos pro lemas de Brice. )a er signi$icariapreocupar/se com ele e ela *& tinha preocupa(1es demais com sua pr#pria $amília.

— or causa de tra alho — ele respondeu. Aquilo n"o era nada pessoal, $eli@mente.— % que aconteceuI — Eva incentivou/o, tranquili@ada.— :ra alhar numa escola de airro po re, em ova 6or+, ' uma experiFncia que

todo pro$essor, todo diretor, deveria ter. Enquanto a gente tenta motivar os alunos paraque estudem, eles s# pensam em algo muito mais importanteC so reviver.Brice levantou/se e de ru(ou/se na mureta. %lhando para as ruas calmas e

ar ori@adas da pequena cidade, ele via um mundo muito di$erente do que aquele queconhecera na $ero@ metr#pole. Acenou para outro grupo de estudantes que passavam l&em aixo.

— %s meninos da escola onde lecionei, em ova 6or+, andam mais armados quepoliciais — contou com amargura, tornando a virar/se para Eva. — 3onsomem drogas ev&rios morrem em rigas de gangues. :entei salvar alguns. Oueria $a@er alguma coisapara melhorar a situa("o, mas depois de seis anos tentando, desco ri que era umpro lema grande demais para eu resolver.

Eva sentiu sua $rustra("o e triste@a. ;untou/se a ele e tocou/o no ra(o, querendocon$ort&/lo.— ode $a@er alguma coisa aqui, Brice. A escola de a +inah precisa de uma

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pessoa como vocF.— E vocF, EvaI recisa de uma pessoa como euI Antes que ela tivesse tempo de

responder, ele a puxou pelos ra(os e colou os l& ios nos dela. Eva suspirou e entregou/se, dese*ando que aquele momento $osse eterno. Enla(ou Brice pelo pesco(o, retri uindoo ei*o com paix"o.

— Ah, Eva... — ele sussurrou, ei*ando/lhe o pesco(o.

Ela deixou a ca e(a pender para tr&s, o$erecendo/se oca quente e &vida. Estavaperdida, pensou. erdida de amor. Brice lhe dava alegria, despertava todos os seussentidos, $a@ia com que se sentisse viva.

3om um leve gemido, ela agarrou/se a ele, pronta para a andonar/se ao dese*o que$a@ia seu corpo late*ar.

— Eva! %nde vocF est&I — algu'm chamou, su indo a escada.Eva arrancou/se dos ra(os de Brice, reconhecendo a vo@ de 3olleen.

CAPÍTU ! #

Eva saiu dos ra(os de Brice e olhou/o como se estivesse vendo um monstro.)entiu/se horrori@ada ao pensar que o deixara envolvF/la nas chamas da paix"o,esquecendo/se de tudo o que a rodeava.

— Eva! — a irm" chamou novamente. — ocF est& aí em cimaIEva correu para a escada.

— Estou — respondeu e virou/se para Brice, in$ormandoC — K minha irm". A lu@ da lanterna, ela pPde ver a express"o divertida nos olhos dele e $icou $uriosa.% que aquele convencido pensava que estava $a@endoI Algum tipo de *ogo, cu*o desa$ioera sedu@ir pro$essorasI

Ela passou a m"o distraidamente pelo ca elo curto, sa endo que estavaexagerando. A$inal, ele apenas a ei*ara.

3olleen chegou ao alto da escada e olhou/a descon$iada.— Oue dia o est& $a@endo aquiI — perguntou em tom rusco. — "o pude

acreditar quando ouvi o recado na secret&ria eletrPnica. % que est& havendoI— ada de extraordin&rio — Eva respondeu, $ingindo calma. — % )r. Max ell est&

$a@endo um protesto em $avor dos alunos e eu trouxe comida para ele.

— %uvimos $alar — replicou a irm" rispidamente, $ixando Brice. — %s estudantesest"o assanhadíssimos por causa disso.Brice olhou/a com curiosidade.— A )ra. Worthington e eu — a mo(a respondeu, tornando a olhar para Eva. —

:rouxe seu carro, mas esperava $icar com ele mais alguns dias.Eva meneou a ca e(a negativamente.— reciso do carro, 3olleen.— Mas eu tam 'm preciso — a irm" protestou em tom de crian(a mimada.Eva lan(ou um olhar para Brice, pedindo licen(a, e puxou a irm" pelo ra(o,

levando/a para um canto.— ;& n"o lhe dei dinheiro para pagar a multa e tirar seu carro do departamento de

trHnsitoI— 2eu, mas acontece que precisei gastar o dinheiro em outra coisa. "o posso $icar

com seu carro por mais alguns diasI — a mo(a pediu com um *eito $alsamente doce. —

-D

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or $avor, mana, se*a [email protected] suspirou.— )e eu lhe der mais dinheiro, promete que pagar& a multa amanh"I — sussurrou,

n"o querendo que Brice ouvisse.— )e me der o dinheiro, darei um *eito de retirar o carro amanh" de manh", apesar

de odiar aqueles caras do departamento de trHnsito.

Eva estendeu a m"o.— Minhas chaves.3om um suspiro de resigna("o, 3olleen entregou/lhe o chaveiro.— ou levar vocF para casa — Eva pronti$icou/se. 3olleen concordou e as duas

caminharam at' onde Brice arrumava os utensílios do *antar na cesta.Eva sorriu para ele, agradecendo, e pegou a cesta.— Acho melhor ir andando. ou levar 3olleen para casa.— % rigado pelo *antar — ele murmurou, erguendo a m"o para a$agar/lhe o rosto,

mas desistindo em seguida. — Est& tudo emI3olleen puxou Eva pela manga.— amos em ora — pediu com impaciFncia.Eva sorriu distraidamente para Brice.— e*o vocF amanh".3omo um reve aceno, a$astou/se com a irm" e as duas desceram a escada de

$erro at' o p&tio.o carro, 3olleen olhou para Eva com express"o mal/humorada.

— Espero que n"o este*a envolvida com esse homem — declarou.Eva deu partida no motor e pPs o veículo em movimento.— or quFI — perguntou, quando *& saíam do estacionamento va@io.

"o podia deixar de imaginar que motivo 3olleen teria para mostrar/se interessadaem sua vida particular, coisa que nunca $i@era antes.

— :em alguma coisa nele de que n"o gosto. Al'm do mais, Brice Max ell n"o $icar&por aqui por muito tempo. A )ra. Worthington n"o est& nada satis$eita com o tra alhodele.

— Ela leu o curriculum de Brice antes de contrat&/lo e checou as re$erFncias. )a iade que modo ele gostava de tra alhar — Eva o servou, surpresa ao perce er que estavade$endendo Brice com veemFncia.

— A )ra. Worthington achava que ele era meio louco porque dirigia uma escola numairro pesado de ova 6or+. "o esperava que trouxesse sua loucura para a +inah.

— "o ' loucura — protestou Eva. — Brice est& apenas lutando para conseguir meios de estimular os alunos.

— E melhor ele encontrar um *eito de estimular a )ra. Worthington, ou $icar&

desempregado — comentou a irm".Eva entrou numa rua lindamente ar ori@ada e parou o carro na $rente do pr'dio de3olleen.

— :udo o que sei — a mo(a continuou — ' que vocF tam 'm aca ar& louca, secontinuar envolvida com esse homem.

— or que insiste em criticar minha ami@ade com BriceI— Eva perguntou irritada.— K s# isso que existe entre n#sC a/mi/@a/de. E super$icial. EntendeuI

— Ent"o, por que levou comida para eleI— Loi um $avor que ele me pediu e eu n"o poderia me negar a a*ud&/lo, n"o achaI3olleen apertou os l& ios e meneou a ca e(a, com ar de descon$ian(a.— % que $oi agoraI — perguntou Eva.

3olleen encarou/a.— Ouando su i ao terra(o, havia um clima esquisito entre vocFs dois. arecia queeu tinha interrompido uma riga ou qualquer outra coisa emocionante.

-R

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— 3olleen! — gritou Eva, sentindo o rosto arder. — )ua imagina("o $'rtil desta ve@$oi longe demais.

— 8magina("o, ou n"o, sei que vocF vai se arrepender, se continuar se relacionandocom Brice Max ell. Ele pode te magoar muito — a mo(a o servou, a rindo a porta docarro.

— "o se*a o a, 3olleen.

— 3uidado, Eva — recomendou a irm", saltando do carro.Bateu a porta e curvou/se para olhar pela *anela. — Ouase ia esquecendo de di@er quemam"e pediu para vocF ir a casa dela amanh". Est& com o ralo da pia entupido.

— or que ela n"o chama um encanadorI— )ei l&.Eva suspirou.— Est& em. erei o que posso $a@er. Ouanto ao dinheiro da multa, levarei para a

escola, amanh". rocure/me.— Est& em. )er& que vocF podia me emprestar seu vestido a@ulI Eddie vai me

levar para *antar na sexta/$eira noite e n"o tenho nada novo para vestir.— asse l& em casa para peg&/lo.— :& legal. :chau.Eva acenou e esperou at' que a irm" entrasse no pr'dio. Ent"o, seguiu seu

caminho para casa.Eva pensava nas palavras da irm", quando levou o *antar de Brice, no dia seguinte.

3olleen dissera que ela $icaria louca, se continuasse a relacionar/se com ele.Gealmente, *& devia estar enlouquecendo, porque mal podia esperar pelo momento

de vF/lo outra ve@, mesmo sa endo que nada de pro$undo poderia nascer entre eles.Eram muito di$erentes, em tudo. Al'm disso, 3olleen comentara que ele n"o $icaria muitotempo em a +inah. Brice iria em ora, mais cedo ou mais tarde, e ela $icaria chorando,se $osse tola o astante para apaixonar/se por ele.

3om esse pensamento, su iu a escada para a co ertura, incapa@ de conter asatidas $ortes do cora("o.

— Est& adiantada, ho*e — ele comentou, pegando o pacote que ela lhe entregou. —Oue delícias me trouxeI

— )anduíches de carne, atatas $ritas e um peda(o de olo de chocolate — Evarespondeu, perce endo que s# conseguia pensar nos ei*os que tinham trocado na noiteanterior.

%s l& ios de Brice eram t"o quentes e $irmes... % que teria acontecido, se 3olleenn"o aparecesseI )# de imaginar, Eva sentiu/se @on@a.

— "o posso $icar muito tempo — avisou. — Estou indo para a casa de minha m"e.reciso a*ud&/la a desentupir a pia. Brice $itou/a pensativo. Era a mesma express"o com

que a o servara na noite anterior, como se quisesse conhecer o $undo de sua alma.— A encanadora da $amília, a locadora de carros, a que concede empr'stimos... )ua$amília sempre tira vantagem de vocFI

— % quFI — Eva encarou/o, incr'dula.— ocF entendeu — ele respondeu, pegando/a pela m"o e $a@endo/a sentar/se a

seu lado, no saco de dormir.— Minha $amília n"o ' aproveitadora — ela protestou. — Bem, talve@ se*a um

pouco, mas n"o me importo. Ouero di@er, n"o me importo muito. 2epois da morte do meupai, $iquei sendo o Jnico apoio de minha m"e e de 3olleen. K natural que eu as a*ude.

— elo que vi ontem noite, n"o conseguem viver sem vocF.Eva ateu nos *oelhos num gesto de irrita("o.

— % que vocF entende de responsa ilidades $amiliaresI A maioria das pessoas ema +inah acredita que vocF $oi renegado pela $amília.Brice gargalhou, n"o se espantando com aquele coment&rio. )a ia que era alvo de

-?

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mexericos, mas teria de acostumar/se com isso. A$inal, era um comportamento típico deha itantes de cidades pequenas.

irou/se para Eva, o servando como a lu@ suave do entardecer lan(ava mati@esrosados em sua pele clara, causando um e$eito sensual. Ela teria ideia de quanto era

onitaI rovavelmente, n"o. Era onita e generosa. :alve@ generosa demais.— Ao contr&rio do que o povo possa pensar, Eva, eu tenho $amília. Meus pais s"o

pessoas maravilhosas e de uma extrema ondade. a verdade, a generosidade delesquase nos destruiu a todos.— 3omo assimI — ela perguntou, intrigada.Ele hesitou por alguns momentos, com o pensamento distante, resgatando

lem ran(as do passado.— asci *& $ora de 'poca — come(ou a contar, sorrindo de leve. — Minha m"e tinha

quase quarenta anos e meu pai completara cinquenta. La@ia muito tempo que tentavamter um $ilho e quando nasci $icaram alucinados de alegria. 2edicaram a mim todo o amor que possuíam represado no cora("o.

Le@ uma pausa e o sorriso nost&lgico desapareceu.— Lui mimado de modo a surdo e logo desco ri que podia cometer todos os erros,

porque meus pais me tirariam de qual quer apuro.0evantou/se, dominado pelas lem ran(as. "o eram recorda(1es $eli@es.— Ouanto mais eu errava, mais eles se es$or(avam por me proteger — continuou.

— Ouando $iquei mais velho, os pro lemas aumentaram. o come(o eram apenastravessuras de adolescente, como $umar no anheiro da escola, ca ular aulas, andar compessoas n"o muito recomend&veis. 3onhece o quadroI

Eva concordou relutante, pensando em 3olleen. os Jltimos trFs anos, gastaramuita energia, tempo e dinheiro, tirando a irm" de encrencas. ada muito s'rio,$eli@mente. o entanto, a situa("o a irritava, porque 3olleen recusava/se a amadurecer.

unca assumia o que $a@ia.— ara encurtar a hist#ria, quando cheguei ao colegial as coisas tornaram/se

insuport&veis e aca ei na cadeia.Eva engoliu em seco, atPnita.— or quFIBrice sorriu.— Eu e alguns garotos decidimos que n"o gost&vamos da cor de uma est&tua, no

*ardim do airro. Gesolvemos, ent"o, pint&/la de rosa choque. os pegaram com as m"osna massa ou, no caso, na est&tua.

— Brice, vocF n"o precisa me contar essas coisas — ela comentou, levantando/setam 'm. — ocF era um garoto e cometeu erros. :odos n#s erramos, quando somos *ovens.

Ele negou, a anando a ca e(a.— or $avor, deixe/me terminar. Acho que ' importante que sai a de tudo. Lui para acadeia, esperando que meus pais, como sempre, $ossem em meu socorro. Eu estavaacostumado a isso. Mas daquela ve@ eles n"o me a*udaram. Esperei e esperei, masnenhum dos dois apareceu.

— % que $e@, ent"oI— o come(o, $iquei com raiva. "o podia entender por que n"o me tiravam

daquela enrascada.Ele parou de $alar e por um momento seus olhos re$letiram o tumulto íntimo daquela

'poca distante. Eva pPde ter uma ideia do garoto que ele $ora. Ge eldia de adolescenteardia nos olhos a@uis. Ent"o, ele suspirou e os re$lexos do passado apagaram/se. Ali

estava o Brice adulto, ainda re elde, mas inegavelmente maduro e respons&vel.— A raiva deu lugar ao medo e $inalmente con$orma("o, $iquei na cadeia trFs diase durante esse tempo re$leti so re mim mesmo e so re meus pais. 2ecidi mudar.

-S

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Ele voltou para o saco de dormir e sentou/se. Eva *untou/se a ele.— % que aconteceu depois, BriceI— Ouando meus pais $oram me uscar, olhei em para eles. Era a primeira ve@ que

os via exatamente como eles eram. erce i o quanto estavam cansados e tristes. A partir daquele momento, minha vida mudou. Aprendi a aceitar as consequFncias dos meus atose adquiri respeito por mim mesmo.

— Brice, n"o entendo por que...Ele a interrompeu, colocando a m"o em seu om ro.— ocF est& $a@endo com 3olleen a mesma coisa que meus pais $i@eram comigo —

acusou em tom rando. — Est& encora*ando sua irm" a ser irrespons&vel.Ela recuou, irritada com o que Brice lhe dissera. A irresponsa ilidade de 3olleen n"o

era culpa sua.— %h, Eva... Ouando olho para vocF, torno a ver meus pais — ele comentou,

puxando/a pela m"o. — Um dia vai acordar e perce er que a vida passou, sem que vocFtenha $eito algo por si mesma.

Era di$ícil continuar com raiva, porque ela sa ia que as palavras de Brice eramverdadeiras e necess&rias.

— Acorde, Eva, e comece a viver sua vida antes que se*a tarde demais — eleaconselhou em tom carinhoso. — K a melhor coisa que $ar& por vocF mesma e tam 'mpor sua m"e e sua irm".

Estendeu a m"o e contornou os l& ios dela com a ponta de um dedo.Eva sa ia que ele ia ei*&/la. A$astou/se, porque precisava de tempo para pensar,

para assimilar tudo o que ouvira. E pensar era algo que n"o conseguia $a@er, quandoestava nos ra(os de Brice.

— Est&... est& $icando tarde — gague*ou, pondo/se de p'. — Minha m"e est& meesperando.

egou a olsa e caminhou para a escada.—EvaIEla parou e olhou para tr&s.— % que ', BriceI— ocF pode come(ar a mudar sua vida neste exato momento. 0igue para sua m"e

e mande/a chamar um encanador, ele sugeriu. — 2epois, volte aqui e comece a viver. ;&$e@ amor numa arraca armada na co ertura de um pr'dioI

— Brice Max ell, o senhor ' um sem/vergonha — respondeu Eva com um sorriso.2esceu a escada e poucos instantes depois saía do estacionamento.

o caminho para a casa da m"e, continuou pensando em Brice. Ele a excitava, acon$undia e, pior que tudo, a assustava.

%$erecia coisas que ela $icava com medo de aceitar. 2emonstrava intensa paix"o

pela vida e pela li erdade. Essa paix"o mudaria a vida de Eva drasticamente, se ela $osseastante imprudente para deixar/se contaminar. Mudan(as a aterrori@avam porquelevavam ao imprevisível.

Estacionou o carro diante da casa da m"e, notando que a grama estava crescida eque os canteiros de $lores precisavam de trato. 3om um suspiro, decidiu que sacri$icaria opr#ximo $im de semana para cuidar do *ardim. Aquela sempre $ora sua tare$a, apesar dopouco tempo livre que tinha.

egou o $rasco de produto desentupidor e desceu do carro, caminhando para acasa.

iolet a riu a porta e saudou/a com um ei*o no rosto.— %h, Eva, pensei que n"o viesse mais — reclamou. — "o sei o que aconteceu

com a pia da co@inha. A &gua n"o est& escoando.Loram para a co@inha e Eva examinou a cu a da pia cheia de &gua su*a. 2epois deler as instru(1es do $rasco, derramou o líquido na &gua.

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

— Agora ' s# esperar trinta minutos. E que tal uma xícara de ch&, enquantoesperamosI

— Xtima ideia — a m"e concordou, sentando/se.Eva pPs &gua para $erver.— Lalou com 3olleen, ho*eI — perguntou, pegando as xícaras e os saquinhos de

ch&. — Oueria sa er se ela $oi uscar o carro.

iolet sorriu com ar complacente.— Loi, sim. Ela me tele$onou na hora do almo(o. Est& adorando tra alhar com a)ra. Worthington.

— )# espero que esse emprego dure mais do que os outros que ela teve —comentou Eva.

— Admito que 3olleen nunca parou muito tempo num emprego — replicou a m"e,tornando a sorrir. — Mas ' porque ainda n"o encontrou um de que realmente goste.3olleen sempre teve espírito livre.

— Mam"e, h& uma grande di$eren(a entre ter um espírito livre e ser irrespons&vel —Eva o servou $riamente.

— "o se*a t"o dura com sua irm" — pediu a mulher, di@endo exatamente o queEva *& esperava.Era uma conversa muito antiga, que se repetia sempre, com pequenas varia(1es.

— Essa era a 'poca do ano de que seu pai mais gostava. — ele $icava no *ardim amanh" toda, cuidando das $lores. Adorava a primavera. )e estivesse aqui...

— Mam"e, papai morreu h& trFs anos e n"o vai voltar — murmurou Eva, colocando&gua $ervente nas xícaras. ocF precisa aprender a viver sem ele.

— Mas me sinto muito so@inha nesta casa t"o grande! or que n"o se muda parac&, EvaI Eu $icaria t"o contente!

Eva sentiu um impulso de concordar para satis$a@er a m"e. Oueria que tudo $osse$&cil e agrad&vel para iolet mas, pensando em tudo que Brice dissera, reconheceu queseria pior para am as.

— Uma oa op("o ' vender esta casa e mudar/se para um apartamento, mam"e.iolet $itou/a, horrori@ada.

— elo amor de 2eus! )eu pai n"o teria sossego, onde est& — declarou.— Mam"e, ele sempre quis sua $elicidade — o servou Eva com do(ura. — Moram

muitos aposentados, nos apartamentos do con*unto Tacienda. %uvi di@er que $a@emviagens *untos e participam de muitas outras atividades. ocF $aria novos amigos.

iolet sorriu e tomou um gole de ch&.— Ah, n"o quero amigos. :enho vocF e 3olleen. "o preciso de mais ningu'm.Eva $or(ou um sorriso, mas teve a impress"o de que su$ocava.Muito mais tarde, quando estava voltando para casa, analisou a conversa que tivera

com a m"e, reconhecendo que havia detalhes inquietantes em seu relacionamento com a$amília.:alve@ Brice tivesse ra@"o, a$inal. iolet e 3olleen podiam, mesmo

inconscientemente, estar tirando vantagem de sua oa vontade.% pro lema era decidir o que $a@er para aca ar com aquilo.

CAPÍTU ! #"

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2urante toda a manh", enquanto os alunos $a@iam provas, Eva $icou pensando na$amília, re$letindo que se acomodara situa("o. 2eixara que 3olleen e a m"e esugassem.

0em rou/se do Jnico relacionamento s'rio que tivera com um homem e que aca araem nada. 2 a4ne Tilton, pro$essor de educa("o $ísica, cansara/se de $icar em segundoplano em rela("o $amília dela e a mandara escolher. Ela escolhera sem hesitar.

Mandara o namorado em ora.Mas, naquele dia, depois de muitas re$lex1es, Eva entendeu que queria mais da vidado que sua m"e e 3olleen podia lhe o$erecer. Ela queria co@inhar para dois, dividir oespa(o de sua casa com um companheiro, ter com quem trocar ideias $a@er planos para o$uturo. E ter algu'm com quem ir para cama, noite.

o almo(o, sentou/se com Margie, mas n"o tinha vontade conversar.— or que est& t"o calada, meninaI — perguntou a amiga.— )# estou pensando — Eva respondeu, $or(ando um sorriso.Margie olhou/a de esguelha. — ensando em quFI— a minha $amília.— Ent"o, tem toda a ra@"o de $icar com essa carinha a orrecida.Eva o servou a companheira empurrar os peda(os de cenoura da salada para umcanto do prato. 2epois, $oi a ve@ das $atias de ce ola. unca entendera por que Margie

pedia salada completa, se n"o gostava de todos os legumes que a compunham.— Ouantos anos $a@ que seu pai morreuI — perguntou. A colega encarou/a, surpresa— Ouase nove. or quFI— )ua m"e $icou dependente de vocF, quando se viu so@inhaIMargie riu.— Minha m"e ' ativa demais para depender de outra pessoa. Lrequenta um grupo

de ridge e tra alha como volunt&ria no hospital. K duas ve@es mais ocupada que eu.Eva suspirou.— 2aria qualquer coisa para a minha ser assim.— 2esculpe perguntar, mas sua m"e est& deixando vocF loucaI— "o, exatamente. Mas desde que meu pai morreu, ela se $echou para o mundo.

"o sai de casa, n"o tem amigos. recisa de mim para tudo.Margie olhou/a com simpatia.— 8sso cansa.— "o me entenda mal — Eva pediu. — Adoro 3olleen e minha m"e e acho

$ormid&vel termos um om relacionamento. Mas $ico pensando se elas n"o est"oa usando de mim.

— )e decidir que est"o, o que vai $a@er a respeitoI

Eva deu de om ros.— Ainda n"o sei, mas acho que terei que $a@er algumas mudan(as dr&sticas.— Lalando em mudan(as, *& sou e da circular que Brice Max ell deixou

disposi("o de todos os pro$essores, na secretariaIEva meneou a ca e(a.— "o tive tempo de ir secretaria, ho*e.— Ele quer que nossos plane*amentos de aulas se*am $eitos com uma semana de

antecedFncia. :am 'm avisou que haver& reuni1es todas as semanas para a discuss"ode o *etivos e possíveis pro lemas.

Margie parou de $alar por um momento e levou uma gar$ada de salada oca.— %uvi rumores de que os pro$essores ter"o de tra alhar horas extras — completou

em tom mais aixo.Eva sorriu.— Ali&s n"o $a@em outra coisa por aqui, a n"o ser espalhar rumores.

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— :em ra@"o, mas dessa ve@ a coisa partiu da )ra. Worthington. 2i@em que ela est&$uriosa com Brice. 8sso me preocupa. E se ela cismar de demiti/loI unca tivemos umdiretor t"o dinHmico.

— :enho a impress"o de que ele sa e cuidar de si mesmo — o servou Eva.Margie deu uma risadinha.— :em impress"o, ou certe@aI arece que vocF e Brice s"o íntimos. Ah, isso me

lem ra de que ainda n"o me contou aquela hist#ria de trocar de roupas com ele.— E n"o pretendo contar, pelo menos agora. — Eva riu, achando gra(a da$rustra("o no rosto da colega. — K melhor aca armos de comer. Ainda temos um longodia de tra alho pela $rente.

A noitinha, Eva deu comida a 3"o e em seguida $oi a uma lanchonete. 3omprou doisham Jrgueres e atatas $ritas para Brice, mas nada para si mesma, porque decidira n"o$a@er/lhe companhia no *antar. Estava $icando cada ve@ mais perigoso passar muito temposo@inha com ele. Brice a pertur ava demais e a $a@ia pensar em coisas que deviam ser esquecidas.

Ouando chegou co ertura e o viu, perce eu que seu cora("o atia com $or(a en"o era por causa da su ida pela escada.

— Tora do *antar — anunciou, mostrando/lhe a em alagem com o lanche.— % rigado.Ele pegou o pacote de suas m"os e Eva notou que o ca elo escuro estava Jmido e

exalando cheiro de xampu de ervas.— A menos que sua arraca se*a equipada com chuveiro, vocF n"o cumpriu o trato

— o servou. — "o podia sair da co ertura.— )ou culpado. ode me condenar. Mas n"o aguentei $icar sem anho e dei uma

corrida ao vesti&rio masculino para tomar uma ducha. )ente/se aqui comigo.Ele apontou o saco de dormir onde haviam se sentado nas ve@es anteriores.— reciso ir para casa... — ela replicou, hesitante.Brice a riu um sorriso sensual que mostrou a covinha que tinha em uma das $aces,

deixando/o quase irresistível.— Essa ' uma palavra que deve a olir do dicion&rio — ele comentou. — Uma delas.— Oue palavraIN recisarN. N recisoN $a@er isso, NprecisoN $a@er aquilo. — K um ver o que sugere

limita(1es e o ser humano n"o deve sentir/se limitado.— "o importa a palavra que eu use, vou continuar tendo de voltar para casa.— or quFI :em alguma coisa l&, esperando por vocFI— "o v& ainda, por $avor — ele pediu, segurando/lhe a m"o.

— elo menos espere eu aca ar de comer. As noites parecem mais compridas quando seest& so@inho.

Eva n"o pPde resistir ao apelo. 3ontrariando sua decis"o de $icar longe dele,sentou/se ao seu lado no saco de dormir.— )into/me muito isolado, aqui — ele se queixou, a rindo o saco da lanchonete. —

3onte/me como $oi seu dia.Ela $alou das aulas, dos alunos que davam muito tra alho e tam 'm daqueles que

eram comportados. Era $&cil conversar com Brice. As palavras $luíam com naturalidade,espontaneamente.

Tavia algo que sugeria intimidade no $ato de estar com ele naquela co ertura. Erauma deliciosa sensa("o de estar separada do resto da cidade, do mundo inteiro.

— ;ohnn4 3leavinger n"o ' um menino mau, mas tenho di$iculdade em $a@F/loparticipar das aulas. Ouando n"o est& dormindo, est& lendo revistas de motociclismo —

ela con$idenciou com um suspiro de $rustra("o.— Liquei surpreso quando desco ri que a escola n"o o$erece cursos de mecHnica— ele Brice.

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

— unca tivemos ver a para cursos desse tipo.— Uma pena. Meninos como ;ohnn4 provavelmente iam sentir/se motivados —

comentou Brice, o$erecendo/lhe uma atata $rita. Ela aceitou.— 8sso me $e@ lem rar quando eu e minha turma apront&vamos o dia o, na escola

— ele prosseguiu. — "o tínhamos nada de interessante para $a@er. recis&vamos deuma atividade motivadora, mas ningu'm se importava com isso. Loi assim que meus

pro lemas come(aram.— ra(as a 2eus saiu dessa antes que $osse tarde demais — Eva o servou comuma ponta de admira("o na vo@.

— Entende por que dese*o tanto $a@er algo por esses meninosI K muito $&cil entrar por um caminho errado. 2i$ícil ' sair.

— % que vai $a@er, BriceIEle deu de om ros.— )e tivesse meios de $a@er alguma coisa, n"o estaria na co ertura da escola.Eva do rou os *oelhos na altura do peito e a ra(ou/os, pensativa.— % que $e@ para estimular as crian(as, em ova 6or+I Ele sorriu com ar

nost&lgico.— :entei de tudo. romovi passeios pela cidade, aluguei um al"o para as crian(asso revoarem o airro, inventei concursos e sho s. Uma ve@, num dos espet&culos,

apresentei um nJmero de canto e sapateado. Acho que $iquei ridículo, de cartola egirando uma engala, mas a galera adorou. Eva sorriu ao imaginar a cena.

— ostaria de ter visto e aposto que n"o $icou ridículo.— "o tenho tanta certe@a, mas participei do sho para ganhar a aposta que $i@

com um aluno e n"o tive medo de ancar o palha(o.— Oue apostaI— Ele queria sair da escola, mas disse que continuaria a estudar, se eu me

apresentasse. 3ontinuou e tirou o diploma.— Ent"o, valeu a pena.— aleu.— ocF conseguiu mudar as coisas por l&, Brice.— Alguma coisa. arece que as pessoas n"o querem mudan(as. "o me iludo. )ei

que encontrarei muitos o st&culos s minhas ideias, aqui nesta escola. A )ra.Worthington sempre $oi presidente do conselhoI

— La@ tanto tempo que ela puxa os cord'is que nem me lem ro de quando assumiuo comando. Ap#s a morte do marido, ela se dedicou inteiramente escola, comverdadeira o sess"o.

— Ela pode ser uma #tima pessoa, mas tem ideias arcaicas.2irige a escola como se ainda lidasse com uma classe de vinte alunos.

Ele $e@ uma pausa, colocando outra atata na oca.— :enho a impress"o de que a )ra. Worthington n"o sa ia o que estava searrumando, quando me contratou para o cargo — comentou.

— Ah, n"o sa ia mesmo! — concordou Eva com uma risadinha.— Ela $oi in$ormada de que o tive ons resultados na escola de ova 6or+, em ora

usasse m'todos nada ortodoxos. 2eve ter imaginado que poderia me controlar, apesar das minhas NloucurasN. E pode, at' certo ponto.

Eva concordou, um tanto distraída. "o estava mais pensando nos alunos, mas napr#pria vida e no que poderia $a@er a respeito de sua $amília.

— Estive pensando no que vocF disse a noite passada, Brice contou, hesitante. — Acho que estou pronta para come(ar a $a@er certas mudan(as.

Brice ergueu as so rancelhas, curioso, e sorriu maliciosamente.— Ent"o, est& pronta para entrar na arraca e $a@er amor comigoIEva sentiu que corava $uriosamente.

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

— "o quis di@er isso. Estava $alando so re as mudan(as no relacionamento comminha m"e e minha irm". Acho que vocF estava certo quando disse que eu devia mea$astar dos pro lemas das duas.

Brice assentiu.— "o s# vocF ser& mais $eli@, como sua irm" e sua m"e tam 'm.— Ouer escrever e assinar essa declara("oI — ela perguntou com sarcasmo.

— )ei do que estou $alando, Eva. Mudan(as s"o muito estimulantes.— % que ' estimulante para vocF, pode ser apavorante para mim — ela o servou.Ele a$agou/lhe a m"o com carinho. 3omo sempre, o simples contato $ísico provocou

em Eva deliciosas e assustadoras sensa(1es.— "o precisa $icar apavorada. )# come(ar& essa luta so@inha, se quiser. Estarei

sempre aqui, para a*ud&/la.a noite seguinte, Eva estava tentando corrigir algumas provas, sentada mesa da

co@inha, mas seu pensamento estava muito longe. Ela s# conseguia pensar nosmomentos que passara com Brice, na co ertura da escola.

;& completara vinte e nove anos e nunca ningu'm a a$etara t"o pro$undamente.unca, ao sentar/se ao lado de um homem, $ora envolvida por onda t"o $orte de

sensualidade.3"o levantou/se de onde estivera dormindo e $oi at' ela, pousando a ca e(a em seucolo e olhando/a com triste@a.

— Eu sei, menino. )ei que sente $alta dele — Eva consolou, acariciando/lhe o$ocinho.

aquela manh", 3"o a acordara, latindo e arranhando sua porta. Ela $ora o rigada adeix&/lo entrar e o cachorro instalara/se em seu apartamento, o que provocara um ataquede ciJme em Llu$$4.

Eva sempre gostara mais de gatos do de que cachorros mas, como Brice, 3"o *&conquistara lugar especial em seu cora("o.

Ela olhou pela *anela, quando ouviu um arulho estranho. 3"o ergueu as orelhas,completamente alerta. Eva levantou/se e $oi at' a *anela.

Estava chovendo. A chuva despencara com $or(a, chegando como uma visitaindese*&vel, completamente inesperada.

Eva $icou olhando o aguaceiro, preocupada com Brice, na co ertura da escola. At'ent"o o tempo estivera cooperando, o$erecendo dias ensolarados e noites $rescas eestreladas. Ela sa ia que ele n"o desistiria da NgreveN. )a ia tam 'm que n"o estavapreparado para en$rentar uma tempestade.

)aiu da *anela, imaginando se a arraca era prova de &gua. Mesmo que $osse, elen"o levara capa de chuva e roupas apropriadas. Aca aria pegando uma pneumonia.

3omum suspiro, ela tirou uma lata de sopa do arm&rio e a riu/a. 3olocou o

conteJdo numa panela, que levou ao $ogo aixo, e dirigiu/se ao arm&rio do vestí ulo.rocurou at' que encontrou uma velha capa de chuva, tamanho/Jnico, que compraraanos atr&s. 3olocou/a em uma sacola, *untamente com um co ertor, e voltou co@inha.

3"o a o servava curiosamente, enquanto ela derramava a sopa quente numamarmita t'rmica.

— "o quero que seu dono $ique doente — ela explicou, como se o animal pudesseentendF/la — "o ' por que se trata de Brice. Laria isso por qualquer um.

Em rulhou a marmita e colocou/a na sacola, que pendurou no om ro. Acariciou ocachorro, prometendo/lhe que voltaria logo, e saiu.

Momentos depois, enquanto dirigia, dedicava toda a sua aten("o rua, pois a chuvacontinuava a cair pesadamente, di$icultando a vis"o. or $im, parou o carro no

estacionamento da escola. Apagou os $ar#is e o lugar mergulhou em a soluta escurid"o.Mas n"o saiu do carro.N% que veio $a@er aqui, EvaIN, perguntou/se, dominada por sJ ita indecis"o. % que

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

pretendia, tra@endo uma capa de chuva e comida para um homem que n"o deviasigni$icar nada para elaI

ensando de modo racional, concluiu que estava a*udando outro ser humano, comouma oa samaritana. ada mais, nada menos.

egou a sacola, co riu a ca e(a com o capu@ da capa que estava usando e a riu aporta do carro. )aiu depressa, correndo at' a escada que levava co ertura.

% lampi"o estava aceso, dentro da arraca, como uma estrela solit&ria num c'[email protected] $icou o servando a cena por algum tempo, pensando se o temporal levara de

rold"o o pouco que restara de sua sanidade. )# um ataque de loucura poderia explicar o$ato de ela ter ido ao encontro de Brice, tarde da noite e em aixo de chuva.

0oucura, ou n"o, ela caminhou para a arraca, di@endo a si mesma que entregariaas coisas e voltaria para casa.

% viamente ouvindo seus passos, Brice a riu o @íper da arraca e colocou a ca e(apara $ora.

— Eva! — exclamou com um sorriso que a $e@ esquecer tudo o que estiverapensando. — Entre aqui, antes que morra a$ogada.

A riu todo o @íper e puxou/a para dentro, antes que ela pudesse recusar o convite.Brice estava sem camisa e a pele de seus om ros musculosos rilhava lu@ dalanterna. o espa(o exíguo, os dois $icara muito pr#ximos. Eva sentiu as pernas moles equis recuar, mas isso era impossível.

— % que est& $a@endo aquiI — ele perguntou incr'dulo.— Eu trouxe uma capa, um co ertor e sopa quente. "o sa ia se estava preparado

para en$rentar chuva, ent"o...Ele estendeu a m"o e secou as gotas de &gua do rosto dela, num toque sedutor.NEstou cometendo um erro terrívelN, ela pensou em desespero. A tenda era pequena

demais, deliciosamente quente, e o aroma almiscarado do corpo de Brice a estavadeixando tonta.

Ela n"o devia ter ido l&. Oue ele pegasse um res$riado ou at' pneumonia. "o erapro lema dela.

3olocou a sacola no ch"o e tirou a capa, *ogando/a num canto, para n"o respingar &gua no saco de dormir estendido a seus p's.

um gesto impulsivo, Brice acariciou/lhe o ca elo curto. Eva olhou/o e ele n"oresistiu ao dese*o de ei*&/la. A ra(ou/a e puxou/a de encontro ao corpo. Ela n"o tentou$ugir. Ergueu o rosto, o$erecendo a oca, e ele curvou/se, apossando/se dos l& iosJmidos e entrea ertos.

% ei*o $oi longo e apaixonado. Ouando se separaram, Eva gemeu aixinho, comose protestasse, e Brice sentiu seu dese*o aumentar. Era claro que ela o queria com a

mesma Hnsia que o dominava.Brice deixou/se escorregar para o saco de dormir, levando/a *unto. 2eitou/se ao ladodela e ei*ou/a no pesco(o, enquanto a ria os ot1es da lusa de seda. :ocou/a nosseios, co ertos pelo suti", e ela tornou a gemer, arqueando/se para tr&s num conviteinequívoco.

Ele voltou a ei*&/la na oca, sugando os l& ios carnudos com $uror. 3omprimindo/se contra ela, deixou/a perce er toda sua excita("o.

esse momento, o ventou soprou com mais $or(a, uivando, e o @íper da arracaescorregou para aixo, a rindo/se. Eva sentou/se a ruptamente, assustada.

Brice sentou/se e pPs a ca e(a para $ora.— "o $oi nada. )# o vento — sussurrou, voltando a deitar ao lado dela.

Mas o arulho pertur ara Eva, tirando/a do transe de paix"o em que mergulhara.)entando/se, ela a*eitou o ca elo e $echou os ot1es da lusa.2evia estar mesmo louca, pensou, para quase entregar/se ao dese*o na co ertura

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da escola onde era pro$essora respeitada. % que aconteceria, se algum aluno su isse l&para ver BriceI Ela perderia a reputa("o e at' mesmo o emprego, quando a hist#riachegasse aos ouvidos do conselho.

— Brice... — ela murmurou e parou, limpando a garganta. — 8sso ' loucura. )#podemos estar doidos.

— ocF me enlouquece, Eva — ele replicou, a$agando/lhe o ca elo, curto como o de

um garoto.Ela o repeliu.— "o posso... 8sto n"o est& certo... — disse aixinho, com l&grimas nos olhos.Ele sentou/se tam 'm e sorriu docemente.— ocF tem ra@"o. Acho que as coisas $ugiram um pouco do nosso controle. "o '

a hora certa. em o lugar.— "o ' s# isso — ela o servou. — Est& tudo errado. "o posso ser como vocF,

uma pessoa impulsiva que $a@ o que lhe d& na veneta, sem medir consequFncias. )omosmuito di$erentes.

Ele a $itou por um momento, sorrindo com ar divertido.— :emos que ser di$erentes, n"o achaI ocF ' mulher e eu sou homem.— ocF sa e que n"o ' isso o que eu quero di@er — ela murmurou, desviando oolhar. )omos como #leo e vinagre.— Mas #leo e vinagre *untos d"o #timo tempero para uma salada — ele comentou.— Mas n"o importa quanto se tente mistur&/los, mexendo/os *untos, eles aca am

separando/se — ela argumentou.— ois continuarei mexendo sempre — ele respondeu com um suspiro de

$rustra("o. — o momento, estou um pouco mais do que mexido.Eva tocou/o no ra(o.— 2esculpe, Brice. Eu n"o devia ter deixado as coisas chegarem aonde chegaram.

"o vou mentir que n"o quero vocF. Eu quero, mas n"o assim, t"o r&pido. Acho queprecisamos nos conhecer melhor.

— Existe *eito melhor de duas pessoas se conhecerem do que $a@endo amorI — eleperguntou, sorrindo. — Est& em! "o precisa me olhar assim. amos come(ar tudo denovo.

— Oue tal *antarmos no meu apartamento, assim que eu possa sair daquiIEva meneou ca e(a negativamente.— "o acho que se*a uma oa ideia $icarmos so@inhos, pelo menos por algum

tempo.Ele a riu a oca para protestar, mas desistiu. Ela se levantou, vestiu a capa e a riu

o @íper da arraca, preparando/se para sair. arou quando Brice a chamou.— ou levar vocF at' a escada — ele declarou.

— "o precisa. Ainda est& chovendo muito — ela protestou.— Ouerida, a segunda melhor coisa para mim, neste momento, ' tomar um anhode &gua $ria. Ouer sa er qual ' a primeiraI

— 2e$initivamente, n"o! — Eva respondeu depressa e saiu da arraca.

CAPÍTU ! #""

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Eva encostou o ouvido na parede que separava seu apartamento do de Brice,tentando entender o que estava acontecendo. arecia que ele estava dando uma $esta.

&rias vo@es con$undiam/se com risos e ruídos met&licos.Ela voltou a deitar/se no so$& e a riu o livro que tinha nas m"os, ignorando a

anima("o ao lado. )e Brice estava dando uma $esta, o pro lema era dele. Era s& ado eainda muito cedo para reclamar do arulho.

Ela suspirou e passou a m"o no ca elo, procurando concentrar/se no que lia.3ontudo, era di$ícil compreender as palavras, quando seus pensamentos estavamvoltados para Brice.

Ele $inalmente deixara a co ertura da escola ao ser in$ormado de que muitos alunostinham come(ado a $altar s aulas. 2urante toda a semana, Eva a$astara/se dele,imaginando que seria a melhor solu("o. "o entendia o que vinha sentindo ultimamente.

)eu c're ro desligava/se e o corpo parecia produ@ir o do ro de hormPnios, quandoBrice estava por perto. or sorte, ele estivera ocupado toda a semana, n"o tendo tempopara conversar com ela.

Mas o $ato de n"o terem $icado so@inhos desde a noite em que quase $i@eram amor na arraca, n"o queria di@er que a estranha magia deixara de $uncionar entre eles.

%s dois trocavam olhares sensuais e cJmplices no re$eit#rio e a lem ran(a do queacontecera na co ertura voltava com toda a $or(a ao cora("o e mente de Eva.Ela assustou/se quando ouviu aterem na porta. Loi a rir e viu Brice, mais sedutor

que nunca, com uma cal(a *eans escura e uma camiseta regata que real(ava a larguram&scula de seus om ros.

— ocF tem milho de pipoca para me emprestarI — ele perguntou.— Acho que sim — ela murmurou, a rindo a porta para que ele entrasse.Loi at' a co@inha, encontrou um pacote de milho e voltou para a sala, onde ele a

esperava.— :ome.— % rigado — ele agradeceu, pegando o saquinho. )aiu antes que ela tivesse

tempo de di@er mais alguma coisa.Eva $echou a porta, meneando a ca e(a, con$usa. Oue dia o estaria acontecendo

no apartamento deleI Aca ara de deitar no so$&, quando tornaram a ater na porta. Loi atender e deparou

novamente com Brice, que lhe sorriu um tanto sem gra(a.— ocF tem manteigaI — ele perguntou.Ela a$irmou e $oi para a co@inha, voltando logo depois.— % que est& acontecendoI — perguntou, depois de entregar/lhe a manteiga.— enha comigo e descu ra — ele convidou com ar misterioso.— %h, n"o! "o ' da minha...

— enha — ele a interrompeu, puxando/a pelo ra(o.Entraram no apartamento dele e Eva admirou/se ao ver cinco rapa@es da escola sentadosno ch"o da sala, rodeados por pe(as de uma motocicleta desmontada.

;ohnn4 3leavinger saudou/a com um sorriso.— %i, )rta. Winthrop!%i! :udo emI — os outros quatro entoaram.Eva virou/se para Brice, ansiosa.— Essa n"o ' sua moto, 'IEle sorriu, parecendo satis$eito consigo mesmo.— "o. )"o de uma que comprei no dep#sito de sucata.

%s garotos passar"o as noites de s& ado tentando remont&/la.

;ohnn4 olhou/a com uma express"o animada que ela nunca vira no rostinho *ovem.— K. 2epois, venderemos a moto e usaremos o dinheiro para $a@er um aile naescola — in$ormou.

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%s rostos de seus amigos espelhavam a mesma anima("o.— "o ' legalI — perguntou um deles.— 3laro que os garotos prometeram estudar mais e melhorar as notas — Brice

o servou.Eva sorriu/lhe com admira("o e ternura. Aqueles garotos estavam predestinados a

a andonar os estudos, mas Brice tentava incentiv&/los, o$erecendo/lhes a oportunidade

de $a@er algo de que gostavam. Ela encheu/se de orgulho.— Meninos, continuem tra alhando, enquanto $a(o a pipoca — Brice ordenou,caminhando para a co@inha.

Eva tocou/o no ra(o.— )e n"o $or inter$erir, nem pre*udicar seus planos, gostaria de $a@er a pipoca.— "o precisa incomodar/se, Eva — ele protestou.— ostaria de a*udar — ela respondeu. — Ouero participar. "o entendo nada de

motocicletas, mas posso $a@er uma tigela em cheia de pipocas.Ele entregou/lhe o pote de manteiga.— % rigado, ent"o.— Uma tigela de pipoca saindo — ela cantarolou, enquanto dirigia/se co@inha.

elo menos, com cinco adolescentes por perto, n"o teria de preocupar/se com apossi ilidade de as coisas entre ela e Brice $ugirem do controle.Enquanto preparava a pipoca, sentia/se $eli@ por estar ali. A experiFncia era muito grati$icante. Achou divertido $icar na co@inha, estourando

pipoca, enquanto risos e conversas soavam na sala. A vo@ de Brice e sua risadadescontraída a enchiam de ternura.

Ele conversava com os garotos de igual para igual, na pr#pria linguagem deles,parecendo tudo, menos um diretor de escola.

2aria um #timo pai, daqueles que sempre tinham tempo para os $ilhos. A imagem deBrice rincando com crian(as pequenas, a $e@ com sentir algo delicioso dentro do peito.

Ela sacudiu a ca e(a com $or(a, tentando a$astar a imagem pertur adora dopensamento. Brice Max ell poderia vir a ser um #timo pai, mas seria um p'ssimo marido.

Ele nunca lhe dera motivos para pensar assim, mas Eva precisava agarrar/se aalguma coisa para proteger/se de seu encanto. "o podia alimentar sonhos que n"oseriam concreti@ados.

:erminou de estourar o milho e carregou duas tigelas para a sala. Entregou uma a;ohnn4 e outra a Brice.

— Estourei at' o Jltimo gr"o — avisou, caminhando para a porta.%s garotos agradeceram com gritos, algo típico da idade.— "o v& ainda — Brice pediu, pegando/a pelo ra(o e $a@endo/a sentar em uma

poltrona, antes de *untar/se aos meninos, no ch"o. — )empre podemos aproveitar

opini1es $emininas.3om um suspiro, Eva sorriu para 3"o, que $oi sentar/se a seu lado.2urante a hora que se seguiu, ouviu a conversa entre Brice e os garotos. Entendia

pouco do que era dito, termos mecHnicos e gírias, mas ainda assim achou interessante.%s cinco rapa@es eram seus alunos e ela nunca os vira t"o $alantes e interessados. 8sso a$e@ conhecer uma $aceta di$erente de cada um. Brice, com seu olhar maroto, parecia omais interessado e rincalh"o de todos.

3ari Witherspoon, um ruivo sardento, n"o era muito a $avor do aile para comemorar o $im do ano letivo.

— Acho ailes muito chatos — comentou. — ;ohnn4 olhou/o, contrariado.— Acha isso porque n"o sa e dan(ar. — ;e$$ Ma*ors, um garoto moreno, sorriu.

— ai ver que ele tem dois p's esquerdos.3ari olhou/o, carrancudo. — )er& que sou o rigado a gostar de ailesI — retrucou.— Oue droga!

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Bo 4 Macom sorriu timidamente.— :am 'm n"o sei dan(ar — admitiu. — :alve@ a )rta. Winthrop possa nos ensinar.

:odas as garotas sa em dan(ar, n"o ' mesmo, )r. Max ellI)eis pares de olhos viraram/se para Eva. Ela gelou, desconcertada.— Ah, n"o sei, n"o. Ouero di@er n"o... — al uciou.— K uma #tima ideia — Brice exclamou, levantando/se para ligar o aparelho de

som. — :enho todos os tipos de mJsica. Gitmos latinos, roc+, discoteca...— Goc+! — os meninos mani$estaram/se, em coro.— ara come(ar, vou pPr uma sele("o de mJsicas lentas — decidiu Brice. — ocFs

precisam ser mais romHnticos. 2an(a comigo, EvaI— "o. Eu n"o sei...— 3laro que sa e — ele a$irmou, colocando um disco para tocar. 2epois, pegou Eva

pela m"o e o rigou/a a levantar/se, levando/a para um espa(o livre. — Me acompanhe.Era um #timo dan(arino, &gil e $lexível. 2an(ava como devia $a@er tudo em sua vida,

com entusiasmo e energia.Eva, para sua pr#pria surpresa, sentiu/se vontade, desli@ando nos ra(os de Brice,

na $rente dos meninos.— enham, vocFs tam 'm — convidou. — K s# seguir a atida da mJsica.;ohnn4 saltou para acompanh&/los, $a@endo todos rirem, quando come(ou a dan(ar,

duro com um astronauta andando na super$ície da lua.0ogo todos estavam de p', tentando imitar Eva e Brice. %s meninos mostraram aos

dois alguns passos malucos de roc+ e Eva divertiu/se ao ver Brice exi indo passoscomplicados de dan(as do passado, enquanto os rapa@es riam, achando tudo muitoridículo. Ela dan(ou com todos, sempre achando gra(a dos pr#prios erros e dascon$us1es dos garotos.

Eram quase meia/noite, quando Brice desligou o som e anunciou que era hora de osmeninos irem em ora. Eles lamentaram, mas o edeceram. )aíram, plane*ando o que$ariam no pr#ximo s& ado.

Eva preparou/se para ir em ora tam 'm, n"o querendo $icar so@inha com Brice."o con$iava mais em seu pr#prio om senso.

— 3alma. Aonde vai, correndo desse *eitoI — ele perguntou, quando a viu caminhar para a porta.

— ou para casa. :oda essa agun(a me deixou exausta.Ele andou em sua dire("o, sorrindo.

— Adorei ouvi/la rir, Eva. 2ivertiu/se astante, n"oI— 3laro. "o acredito que dan(amos aquelas coisas ridículas.— )ugiro que volte na semana que vem. — Ele olhou/a, $icando s'rio. — Espero

que venha. )ua companhia $e@ em aos meninos.

Eva assentiu.— ostaria de vir, sim.Ele deu um passo a $rente, tocando no rosto dela.— Oue tal um ca$'I )e $icar, $arei um pouco... pela manh" — declarou

maliciosamente.Eva deu/lhe um tapinha no om ro, $ingindo @anga.— Oue tal nos encontrarmos amanh", as nove, para tomarmos ca$' *untosI a

mesa do *ardimI— 2o meu *eito parece mais interessante — ele insistiu.— Mas do meu ' mais racional — ela replicou, sorrindo.Ele tam 'm sorriu.

— Est& certo. 3a$', s nove. — Antes que ela perce esse sua inten("o, ele a ei*ouna testa. — Bons sonhos, Eva.Ela se virou e $oi em ora. Ao $echar a porta do pr#prio apartamento, suspirou

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pro$undamente, re$letindo como era di$ícil manter/se longe de Brice. Era uma atalha&rdua, que ela o viamente estava perdendo.

recisamente s nove horas da manh" seguinte, Eva saiu de seu apartamento esentou/se no *ardim, respirando o suave cheiro da manh". % c'u estava a@ul e o solcome(ava a esquentar. Ela n"o tinha certe@a se o dia estava realmente onito, ou se aexpectativa de rever Brice deixava tudo encantador. Antes que tivesse tempo de pensar

mais pro$undamente no assunto, Brice saiu do apartamento e caminhou em sua dire("o.0evava nas m"os uma ande*a com ca$' para dois.— Bom dia — cumprimentou, sentando/se ao lado dela.— Bom dia — ela respondeu, sorrindo docemente.— Espero que goste do meu ca$'. K uma receita exclusiva— ele explicou,

entregando/lhe uma xícara do líquido quente.Eva tomou um gole, experimentando o sa or, e surpreendeu/se ao sentir gosto de

chocolate e canela misturado ao do ca$' $orte.— Uma delícia — aprovou.— Lica muito mais gostoso quando servido na cama.— "o acho que servido na cama $ique melhor do que *& est& — ela replicou.— ocF ' uma mulher teimosa, Eva Winthrop.— )ou uma mulher cuidadosa — ela corrigiu, tomando outro gole do ca$'.— Ys ve@es, acho que ' cuidadosa demais.— E s ve@es acho que vocF ' muito impetuoso, Brice Max ell.— % que $aremos com n#s doisI— ada. amos s# $icar sentados aqui, sa oreando esse delicioso ca$' e admirando

o dia. Brigar com vocF requer muita energia, e estou um pouco cansada da $arra deontem.

or alguns minutos, eles $icaram sentados, e endo ca$' e aproveitando atranquilidade da manh". Era mais um dia ensolarado da primavera de a +inah. % c'uera de um tom a@ul intenso, as &rvores revestiam/se de nova $olhagem e o ar estavacarregado do aroma das $lores.

— E t"o calmo, aqui! — Brice comentou.— 2eve ser muito di$erente de ova 6or+ — ela o servou.Brice sorriu.— "o tem compara("o. "o h& lugar algum em ova 6or+ t"o quieto quanto aqui.

:udo $unciona ativamente, o tempo todo.— 2eve ser horrível.— "o. A vida corrida ' excitante. arece que vocF sente a agita("o em suas veias.

Acontece uma coisa di$erente a cada minuto.— )ente $alta dessa agita("oI

Acho que n"o. — Ele esticou as pernas, pregui(osamente.— % arulho e o movimento de ova 6or+ s"o #timos, mas aceitei tra alhar em a +inahporque precisava de uma mudan(a. Al'm do mais, ova 6or+ n"o ' uma oa cidade parase criar $ilhos.

Eva ergueu as so rancelhas, surpresa.— ocF est& plane*ando ter $ilhosI— 3laro. E vocFI "o quer $ormar uma $amíliaI— :enho pensado muito nisso — Eva con$essou. 3orou ao lem rar/se de sua

$antasia, na noite anterior, quando ela o visuali@ara rincando com crian(as. — Eu querouma $amília, mesmo *& tendo muitos pro lemas $amiliares.

— 3omo v"o as coisas com sua m"e e sua irm"I

Eva sorriu pensativa, enquanto aca ava o ca$'.— Estou achando di$ícil di@er Nn"oN.— 2i$ícilI K s# o que vocF di@ para mim — ele comentou, $itando/a com os

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rilhantes olhos a@uis.— ocF sa e o que estou querendo di@er — ela replicou, impaciente. — elhos

h& itos n"o morrem $acilmente e eu n"o sei negar a*uda, quando elas precisam dealguma coisa. — Mas estou come(ando mudar.

— 3omo assimI — ele perguntou, curioso.— 3omprei um la@er novo, sem pensar que minha m"e pode precisar de dinheiro

para pagar a conta de lu@.— Le@ muito em. K importante que pense tam 'm em vocF. Lalando em coisasimportantes... — ele olhou para o rel#gio de pulso. — reciso ir. Um amigo est& em%+lahoma 3it4, para uma s'rie de con$erFncias. ou at' l& visit&/lo.

— )"o trFs horas de estrada — ela o servou. — 2eve ser um grande amigo.— K, sim. Lomos para a $aculdade *untos e 'ramos colegas de quarto. "o o ve*o h&

muito tempo.Ela entregou/lhe a xícara.— % rigada pelo ca$' e diri*a com cuidado.Estava preocupada com ele. odia ser o agem, mas n"o con$iava muito em

motocicletas.— Lique tranquila — ele pediu, como se tivesse lido seu pensamento. — e*o vocFamanh", na escola.Ela concordou e ele voltou para o apartamento, levando a ande*a.Ela continuou sentada no *ardim, imaginando por que Brice tinha tanto poder so re

ela. Ao lado dele, o c'u parecia mais a@ul, as $lores tinham mais per$ume e o sol, maiscalor. )eria s# sua imagina("oI Ela se levantou, recusando/se a analisar taispensamentos.

Loi muito mais tarde, naquele dia, que 3olleen passou para devolver o vestido a@ulque pedira emprestado.

— recisa ser lavado. 2erramei um pouco de e ida na parte da $rente — explicou,levando/o para o quarto de Eva. — Oueria pegar outro emprestado. A )ra. Worthingtontem um *antar na quarta/$eira e quer que eu v& *unto, mas n"o tenho nada para usar.

— 3laro. )# quero sa er qual vai levar — Eva avisou, voltando para o so$&, ondedescansara at' 3olleen aparecer.

— im aqui, ontem noite, mas vocF n"o estava — a irm" gritou do quarto.— Estava no apartamento ao lado. — Eva sorriu, recordando as horas que passara

com Brice e os garotos.3olleen apareceu na porta para olh&/la.— o apartamento ao ladoI o apartamento de Brice Max ellI % que $oi $a@er l&I— Ele convidou alguns alunos, e come(amos a tra alhar em um pro*eto secreto —

Eva explicou com um sorriso misterioso.

— ro*eto secretoI Oue tipo de pro*etoIEva riu.— "o ser& mais secreto, se eu contar a vocF.3olleen deu de om ros e desapareceu no quarto.— ossa! %nde comprou este vestido lindoI — perguntou l& de dentro, instantes

depois.Eva pulou do so$& e $oi para o quarto, vendo que a irm" tirara v&rios vestidos do

arm&rio e estendera/os em cima da cama.— 3olleen segurava um de seda cor de pFssego diante do corpo.— K lindo — exclamou, o servando/se no espelho. — %nde o comprouI— uma lo*a da Main )treet — respondeu Eva, sentindo uma pontada de culpa.

Lora um impulso, um exagero consumista. Ela parara para olhar a vitrine e seencantara com o vestido. 3omprara/o imediatamente, sem importar/se com o pre(o, masainda n"o tivera oportunidade de us&/lo. Era um vestido especial, para vestir numa

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ocasi"o especial.— Ouero este — decidiu a irm".— egue outro. Esse eu ainda n"o usei — replicou Eva.

3olleen movimentou/se diante do espelho para $a@er o vestido $lutuar.— Mas ' este que eu quero. Lica lindo em mim — teimou.— "o — negou Eva com $irme@a. — Est& reservado para uma...

— ocF nunca vai a lugar nenhum! — a mo(a interrompeu/a. — E aonde pretende ir,com um vestido t"o chiqueI — 2eixe eu us&/lo, sua chata!— "o. — Eva pronunciou a palavra calmamente, mas com determina("o. egou o

vestido das m"os da irm" e guardou/o no arm&rio. — :enho muitos outros que n"o meincomodo de emprestar. egue qualquer um.

— Mas...— "o insista, 3olleen — pediu, erguendo da cama o vestido que a irm" devolvera.

— 0eve este de volta e s# o devolva quando estiver limpo.3olleen encarou/a, assom rada.— % que h& de errado com vocF, EvaI Est& com pro lemas na escolaI— "o h& nada de errado comigo. Acontece que acho que tem o riga("o de lavar o

vestido. A$inal, $oi vocF quem o su*ou.— Mas nunca quis que eu lavasse as coisas que me empresta!— or que est& sendo t"o implicanteI

— "o estou sendo implicante, 3olleen. Estou sendo *usta comigo mesma. )emprelavo as roupas que vocF usa e isso n"o ' certo. — Eva sorriu gentilmente para a irm". —Oue tal aquele vestido preto com ot1es prateadosI Lica lindo em vocF.

— Esque(a. ou usar alguma coisa minha — a irm" gritou, disparando para $ora doquarto. — 3hata!

Eva seguiu/a at' a porta.— "o esque(a isto — recomendou, entregando/lhe o vestido [email protected] u$ou, exasperada.— Est& em, eu vou lavar! "o sei que icho te mordeu!

3om isso, $oi em ora.Eva suspirou, $echando a porta. "o gostava de rigar com a irm". o entanto,

naquele momento, depois de $a@er valer sua vontade, estava sentindo/se em. Lora aprimeira atalha de uma guerra que provavelmente seria muito longa. Mas ela ganhara.

Oueria procurar Brice para contar/lhe sua proe@a, mas ele ainda n"o chegara daviagem a %+lahoma 3it4.

Ys de@ horas, $oi para a cama, um pouco preocupada com a demora de Brice emvoltar para casa. Era estranho preocupar/se com algu'm que n"o pertencia a sua $amília.

assara tanto tempo ancando a t& ua de salva("o de 3olleen e da m"e que, se a

situa("o perdurasse mais um pouco, aca aria achando que s# existiam as duas, nomundo.Era quase meia noite, quando ouviu o arulho da motocicleta entrando no *ardim.

Brice estava s"o e salvo. Ela podia $echar os olhos e dormir em pa@.

CAPÍTU ! #"""

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)usan Birch, a pro$essora de ciFncias, sentou/se diante de Eva e Margie, na mesado re$eit#rio parecendo muito animada.

— K inacredit&vel! — exclamou.Margie olhou/a, curiosa.— % quFI — perguntou.)usan a riu a olsa de couro marrom e tirou uma ma(" um sanduíche.

— To*e, depois da aula, Angela Ba+er veio perguntar eu podia passar li("o de casaextra. Est& interessada em melhorar as notas para poder participar do 3lu e de3o ertura.

— Angela Ba+erI! — espantaram/se as outras duas.— Ela mesma. "o ' um assom roI A garota n"o se interessa por outra coisa,

exceto maquilagem e garotos.Margie sorriu.— M'rito do 3lu e de 3o ertura — comentou. — %s alunos n"o $alam em outra

coisa.— Acho que $oi a melhor coisa que aconteceu nesta escola — )usan o servou. —

Oualquer coisa que motive os *ovens a estudar, eu aprovo.Margie assentiu.— Eles pegaram $ogo, quando que Brice Max ell anunciou o aile do $im do ano

letivo.)usan desem rulhou o sanduíche.— 8sso ' #timo — declarou. — Acho uma pena nossos estudantes n"o terem esse

aile h& cinco anos. :odas as escolas $este*am o $im das aulas.Eva sorriu, lem rando/se das Jltimas duas semanas. 3umprindo o que prometera,

Brice conseguira $undar seu 3lu e de 3o ertura. recisara amea(ar o conselho com umnova mani$esta("o de protesto, mas conseguira. A novidade deixara os alunos empolvorosa. 2epois, o anJncio do aile aumentara o entusiasmo ainda mais.

E n"o $oram s# aquelas mudan(as que Brice resolvera promover. rometerainterceder *unto ao conselho administrativo, reivindicando um la orat#rio de in$orm&tica. Aquelas notícias $oram rece idas com alegria, n"o s# pelos alunos, mas tam 'm pelospro$essores.

%utras coisas estava acontecendo para tornar Eva $eli@. 0entamente, ela a$astava aideia de que tinha de $a@er tudo o que sua m"e e 3olleen quisessem. % resultado era umasensa("o de li erdade, uma redesco erta de si mesma.

Ouando )usan aca ou o lanche e saiu da mesa, Margie inclinou/se para Eva.— %uvi rumores estranhos, ontem — cochichou.— Oue tipos de rumoresI— Oue vocF e Brice est"o mantendo um caso muito quente.

— 8sso ' ridículo! — Eva protestou, sentindo o sangue su ir ao rosto.— 2i@em que vocF passa as noites de s& ado no apartamento dele.Eva come(ou a rir, apesar da raiva que sentira no início.— Margie, essa ' a coisa mais ridícula que *& ouvi! — exclamou, ainda rindo. — K

verdade que vou ao apartamento de Brice todos os s& ados...%s olhos de Margie rilharam de curiosidade.— ai l& $a@er o quF, EvaI— "o vou so@inha, is ilhoteira! ;ohnn4 3leavinger e quatro de seus amigos

tam 'm v"o. Est"o reconstruindo uma moto e eu $a(o papel de m"e, dando/lhes pipocase conselhos $emininos.

Margie torceu os l& ios numa express"o $rustrada.

— Eu devia sa er que a hist#ria n"o era t"o oa quanto prometia. :udo n"o passade $o$oca — lamentou com um suspiro desanimado. — reciso voltar para a classe.rometi a Bill4 )lolom que o encontraria depois do almo(o para a*ud&/lo em seu pro*eto

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de artes.Loi quando Margie saiu, deixando/a so@inha, que Eva come(ou a pensar em tudo

que acontecera nos dois Jltimos s& ados. "o iria contar a Margie, nem a ningu'm, quese sentira nas nuvens, quando dan(ara com Brice. em que, no s& ado anterior, quasen"o tivera $or(as para separar/se dele. Estivera a ponto de esquecer a vo@ da ra@"o eentregar/se ao dese*o. Mas reagira.

Aca ou de almo(ar e deixou o re$eit#rio, dirigindo/se secretaria a $im de veri$icar se havia alguma coisa na caixa de correspondFncia interna. 3umprimentou a secret&riacom um sorriso amig&vel.

— %i, Ann.— %i, Eva — a mulher retri uiu o cumprimento, arrumando alguns pap'is na mesa.

— )ua irm" esteve aqui, ho*e de manh".— EI— :rouxe uns relat#rios da )ra. Worthington e acho que colocou um recado em sua

caixa.Eva cru@ou a sala at' as caixas de correspondFncia. A riu a sua e encontrou alguns

recados de colegas e um convite. "o. Era uma intima("o. Avisava que ela devia ir diretamente para a casa da )ra. Worthington, depois das aulas. Ann olhou/a com ar preocupado.

— :udo em, queridaI— :udo certo — Eva respondeu distraidamente. Acenando para a secret&ria, saiu e

dirigiu/se para sua classe, pensativa. or que a )ra. Worthington pedira para vF/laI Erararo a mulher chamar algum pro$essor para uma conversa em particular. % que poderiaserI

Ainda n"o conseguira encontrar a resposta, quando tomou o rumo da imponentecasa da presidente do conselho.

A mans"o dos Worthington, situada no lado norte da pequena cidade, um casar"ode trFs andares, com varandas em todos eles, no meio de um terreno de cinco mil metrosquadrados, co erto por gramados, canteiros de $lores e &rvores.

8rene Worthington nunca $ora de $a@er ami@ade com os pro$essores, por isso Evaainda n"o tivera a oportunidade de conhecer a casa por dentro.

Ouando chegou, passou pela entrada circular e parou diante da magní$icaconstru("o. 2esligou o motor, mas permaneceu no carro para acalmar os nervos. Taviaalgo preocupante naquele convite. La@ia cinco anos que ela lecionava na escola e a )ra.Worthington nunca a chamara para uma conversa. or que, de repente, a mulher queriavF/laI

Gespirando $undo, Eva saiu do carro e a*eitou a lusa dentro da saia. Aproximou/seda porta da $rente e tocou a campainha.

8rene Worthington atendeu ao primeiro toque.— Ah, Eva, $oi muito om ter vindo — a$irmou, a rindo a porta.3omo sempre, a mulher estava impecavelmente vestida, com um con*unto

con$eccionado com perícia para dis$ar(ar o corpo o eso. % penteado n"o deixava um $iode ca elo $ora do lugar e o per$ume era o viamente $rancFs.

— or $avor, entre — convidou.Eva entrou no vestí ulo, que tinha as mesmas propor(1es de sua sala de estar. "o

pPde deixar de sentir/se intimidada pela atmos$era de rique@a e poder.8rene apontou para uma porta lateral.— or $avor, vamos a i lioteca, onde $icaremos vontade Eva seguiu/a at' uma

sala onde *amais se sentiria Na vontadeN. At' os livros das estantes, transmitiam $rie@a.

A dona da casa ocupou uma cadeira atr&s da mesa e pediu a Eva que seacomodasse numa outra, em $rente a ela. Eva sentou/se, preocupada com a situa("o. Eraevidente ia ser interrogada. Mas por quFI

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— 3omo v"o as coisas na escolaI — perguntou a mulher.— Bem, apesar de tudo $icar um pouco tumultuado com a aproxima("o do $im do

ano letivo, as aulas v"o indo em.— ou ser direta, Eva. 3hamei vocF aqui porque ouvi alguns rumores que me

deixaram preocupada.%s mesmos rumores que Margie comentaraI Eva sentiu o cora("o ater mais $orte.

Taveria uma cl&usula em seu contrato, que proi isse relacionamentos pessoais entre$uncion&rios da escolaI— GumoresI — repetiu com l& ios trFmulos.8rene Worthington assentiu.— Uma coisa que me deixou preocupada $oi o aile que o )r. Max ell dese*a

promover.Eva es o(ou um sorriso de alívio.— %s alunos est"o muito empolgados com a ideia. A presidente do conselho mexeu/se nervosamente na cadeira.— 3laro que os alunos est"o empolgados! "o tFm no("o do que ' melhor para

eles. — Le@ uma pausa. — ensei ter deixado claro ao )r. Max ell que ailes n"o s"onecess&rias e nem mesmo dese*&veis.arou de $alar por um instante, cravando os olhos penetrante em Eva.

— %uvi di@er que ele quer reivindicar *unto ao conselho a cria("o de um la orat#riode in$orm&tica — prosseguiu. "o creio que possamos arcar com tanta despesa.

Eva nada disse, mas imaginou se $ora chamada ali para ouvir uma lista deacusa(1es contra Brice.

— "o posso entender por que as metas do )r. Max ell $ogem do padr"o normal —comentou a presidente. — "o contra o que realmente ' preciso numa escolaC ler,escrever e estudar.

Ela levantou as m"os num gesto de impaciFncia e parou de $alar por algunssegundos.

— Bem, mas vou lhe di@er por que a chamei aqui — continuou em tom seco. —)ou e que vocF mora num apartamento pegado ao do )r. Max ell.

Eva assentiu, um pouco preocupada. 8rene inclinou/se para a $rente, como se $ossecontar um segredo.

— Eva, sinceramente acho que o )r. Max ell n"o ' a pessoa de que precisamosaqui em a +inah. Admito que uma parte da culpa ca e a mim, porque n"o analisei comodevia as quali$ica(1es pessoais do homem. 2e qualquer modo, n"o esperavaque uma pessoa com aquelas re$erFncias $osse um ru$i"o.

Eva sorriu ao ouvir a palavra t"o antiquada.— % )r. Max ell n"o tra alha de modo convencional —o servou.

8rene tam 'm sorriu, satis$eita.— Exatamente o que eu acho. Alegra/me sa er que concorda comigo. % que querode vocF ' que o vigie, pois sou e que leva alunos para casa. Ouero sa er quem s"o e oque $a@em l&. Ouero sa er, tam 'm, se ele mant'm contato com mem ros do conselhoadministrativo.

Eva $itou/a, um pouco con$usa.— "o tenho certe@a de que entendi. Est& pedindo que eu espione o )r. Max ellIEva $icou surpresa com o tom irritado de suas pr#prias palavras. E $oi naquele exato

momento que desco riu o que realmente sentia por Brice. Ela o amava, e $aria qualquer coisa para a*ud&/lo.

— Eva, espionar ' uma palavra muito $orte — a presidente protestou. — Ouero o

melhor para os alunos e estou convencida de que Brice Max ell n"o serve para dirigi/los.)# quero sa er quais s"o os planos dele, para evitar qualquer pro lema que possacausar.

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— )e quer conhecer os planos do )r. Max ell, sugiro que pergunte a ele. "oparticiparei dessa espionagem — Eva respondeu duramente.

A )ra. Worthington levantou/se com um suspiro.— 0amento que n"o ve*amos as coisas so o mesmo ponto de vista. )ei que tanto

pais como alunos tFm grande considera("o por vocF. Mas o mesmo talve@ n"o possa ser dito so re Brice Max ell. At' logo, sita. Winthrop.

Eva ergueu/se, sa endo que n"o era mais em/vinda naquela casa. 3om um adeusmurmurado, ela se $oi. Uma ve@ do lado de $ora, correu para o carro e partiu o maisdepressa possível. )eu Jnico pensamento era contar a Brice o que acontecera entre ela ea presidente do conselho.

Ouando a riu a porta para atendF/la, Brice usava ermuda *eans e camiseta. asm"os, segurava um pano de prato. Eva logo compreendeu que ele preparava o *antar.

— 3hegou na hora certa — ele declarou sorrindo. — ai sa orear um dos meuspratos deliciosos, dentro de quin@e minutos.

— reciso $alar com vocF — ela anunciou, seguindo/o at' a co@inha. — A )ra.Worthington vai mandar espion&/lo. Ela quer demiti/lo, Brice.

Ele colocou o pano de prato em cima da pia e continuou cortando legumes numat& ua de carne.— Brice, vocF me ouviuI

— %uvi, sim — ele colocou os legumes numa panela so re o $og"o e virou/se paraela com um sorriso. — E n"o estou surpreso. 8rene Worthington deixou claro desde ocome(o que eu n"o era o tipo de diretor que ela esperava.

Eva come(ou a andar nervosamente pela co@inha.— recisamos $a@er algo, antes que se*a tarde demais — comentou.— % que sugereI — Brice condu@iu/a at' uma cadeira e o rigou/a a sentar/se. — %

que quer que eu $a(aI Oue corte o ca elo e compre ternos austerosI Oue cancele ospro*etos que programei e desista do aileI

— Um corte de ca elo poderia ser um come(o — Eva sugeriu, arrependendo/se emseguida.

"o queria que ele $i@esse aquilo. % ca elo comprido era uma característica dapersonalidade que o $a@ia ser como era. Um homem cora*oso e determinado, incapa@ dedo rar/se s conven(1es a surdas.

Ele inclinou/se e apertou/lhe a m"o.— Gealmente acredita que cortar o ca elo $aria alguma di$eren(a para a )ra.

WorthingtonI— rovavelmente n"o — Eva concordou. — Mas temos de $a@er alguma coisa. "o

podemos deixar que vocF perca o emprego. :alve@, se $alasse com ela, se $irmasse umaesp'cie de compromisso...

— Aquela mulher n"o sa e o signi$icado dessa palavra —ele criticou. Loi at' o $og"oe mexeu o conteJdo da panela.— Li@ carne com legumes e molho de cogumelos, uma salada, e comprei p"o

$rancFs. ocF vai $icar e comer comigoIEva calou/se por um momento. "o queria ir em ora at' que os dois delineassem

um plano de a("o contra a )ra. Worthington.— % que posso $a@er para a*udarI— ode pPr a mesa. %s pratos est"o no arm&rio e os talheres na gaveta.— % que posso $a@er para a*ud&/lo contra 8rene Worthington — ela explicou.— ;antar primeiro — ele respondeu, apontando para o arm&rio onde $icavam os

pratos.

Enquanto Eva arrumava a mesa, ele aca ou o preparo da carne e logo estavam *antando.— 2elicioso — Eva elogiou, depois de experimentar um peda(o de carne, co erto

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com molho espesso. %nde aprendeu a co@inhar assimI— )o@inho. Uma pessoa solteira tem duas alternativasC ou aprende a co@inhar ou

come $ora todos os dias.— or que nunca se casouI — Eva perguntou, sentindo/se corar, arrependida de ter

$eito uma pergunta t"o indiscreta.Mas ela sempre quisera sa er por que nenhuma mulher conseguira prender o

cora("o de Brice.Ele $icou pensativo por alguns instantes.— 3asamento nunca $oi prioridade para mim — ele come(ou. — ;& tive v&rios

relacionamentos, mas nunca muito s'rios.— Acho que minha independFncia ' $undamental. 0evei muitos anos para aprender

a n"o depender dos outros.Eva ouviu a resposta com triste@a. ;& entendera que um relacionamento entre ela e

Brice n"o daria certo, mas sentira necessidade de con$irmar, porque seu cora("orecusava/se a compreender.

Ela $ixou a aten("o na comida, escondendo o que sentia.— 3omo v"o as coisas com sua $amíliaI — perguntou Brice em tom per$eitamente

normal.Eva sorriu para ele.— :udo em. a verdade est& tudo #timo. Muitas atalhas vir"o pela $rente, mas

sinto que vencerei a guerra. — Le@ uma pausa e continuouC — Lalei com mam"e so reum clu e de ridge. Ela est& pensando no assunto.

— ;& ' algum progresso — ele comentou.— 2evo isso a vocF — ela declarou. — )e n"o tivesse me apontado os pro lemas,

eu provavelmente *amais tomaria alguma providFncia.— "o acredito nisso — Brice protestou. — ocF ' uma mulher inteligente. Mais dia,

menos dia, perce eria que as coisas precisavam mudar. 3laro que ainda tem medo dearriscar/se, em certos campos, mas vai aca ar criando coragem.

— ;& estou me arriscando — ela replicou, sorrindo. — Estou *antando com vocF, eisso ' um risco que antes eu n"o correria.

%s olhos de Brice rilharam, maliciosos.— )e quer realmente se arriscar, $ique depois do *antar para tomarmos um vinho —

desa$iou.— Branco ou tintoI — ela perguntou, aceitando o convite.— ;& perce eu que esta ' a primeira ve@ que $icamos so@inhos desde aquele dia na

co erturaI — Brice perguntou momentos depois, quando sentaram/se no ch"o da sala.Eva assentiu e levou o copo de vinho aos l& ios, esperando que a e ida acalmasse

o tumulto que a proximidade de Brice desencadeara em seu íntimo.

— or que vocF n"o tem so$&I — quis sa er, tentando mudar o rumo da conversa.:inha um, em ova 6or+, mas estava horrível. a mudan(a, decidi n"o tra@F/lo. —lane*ei comprar outro assim que chegasse, mas ainda n"o tive tempo. Al'm do mais... —

Ele passou a m"o pelo carpete $elpudo. — ;& sentiu estes pelos macios acariciando seucorpo nuI

— ;& sentiu um copo de vinho caindo em sua ca e(aI — Eva rincou. Licou caladapor um reve instante e ent"o declarouC — Brice, tem de levar mais a s'rio essa hist#riade a )ra. Worthington querer...

— A Jnica coisa que quero levar a s'rio, agora, ' vocF.Eva desviou o olhar, tentando escapar do dese*o que a invadia de repente.— :alve@ eu possa $a@er alguma coisa para a*ud&/lo — ela desconversou, olhando

para a parede a sua $rente.— Eva... — Ele aproximou/se ainda mais e pegou o rosto dela entre as m"os. — %pro lema com a )ra. Worthington ' meu.

D?

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

— Eu sei, mas...)eu protesto $oi cortado pelo ei*o de Brice. A oca $irme estava com gosto de vinho,

doce e quente, e Eva respondeu ao ei*o, entregando/se paix"o.Ele tirou o copo de suas m"os e colocou/o no ch"o, perto deles. Ent"o, a ra(ou/a

$ortemente, comprimindo/a contra o peito. Bei*ou/a com $uror, deixando/a o$egante. 3omgraciosa agilidade, deitou/a no carpete, co rindo/a com seu corpo.

0enta e carinhosamente, a riu os ot1es da lusa que ela usava, acariciando a pelemacia, enquanto continuava a ei*ar/lhe a oca com ímpeto e suavidade ao mesmotempo. Eva respondia, ei*ando/o com Hnsia, dese*ando que as m"os dele n"o parassema deliciosa explora("o.

Ela o queria, e n"o se importava com o que aconteceria depois. "o se importavacom nada, al'm do amor que sentia por ele.

— Minha doce Eva... — ele murmurou, tirando/lhe a lusa. 3om uma r&pida paradatirou sua pr#pria camiseta e voltou a deitar/se so re Eva.

Ela tremeu, quando os seios nus entraram em contato com os pelos do corpo deBrice. 3omo era om estar com ele, sentir/lhe a oca exigente, o corpo dominador.

— Eu quero... — ela sussurrou, parando de ei*&/lo por um instante.aquele momento, 3"o latiu. Loi um latido aixo, mas que os $e@ saltar surpresos.Eva virou a ca e(a e viu o animal, que os o servava com ar atento.

— 3"o, saia daqui — Brice ordenou, empurrando/o.% cachorro, que devia estar achando tudo aquilo uma esp'cie de rincadeira, pulou

em cima dele, pegando um de suas m"os na oca enorme.— )aia! — repetiu Brice. — are!% cachorro atendeu prontamente ao comando, sentando/se ao lado deles.— 2esculpe — Brice murmurou, a$astando/se de Eva. — ou coloc&/lo para $ora.Ela meneou a ca e(a negativamente enquanto sentava, tentando colocar os

pensamentos no lugar.— "o precisa — disse num $io de vo@.

estiu a lusa, sentindo/se envergonhada e sa endo que seria incapa@ de continuar o que $ora interrompido.

— % que $oiI — Brice perguntou, preocupado.Eva sorriu, sentindo que um certo alívio misturava/se $rustra("o.— K melhor assim, Brice. #s dois perdemos o controle e poderíamos cometer um

erro lament&vel.Ele se virou para o cachorro, $itando/o com raiva.— )eu urro!3"o aixou a ca e(a, parecendo concordar. Eva riu tremulamente.— "o xingue o po re@inho. Ele tem mais *uí@o que n#s dois *untos.

— % *uí@o dele s# $unciona quando n"o deve — comentou Brice, levantando/se eestendendo a m"o para a*ud&/la a $icar de p'.Envolveu/a nos ra(os.— ;& perce eu que me deixa loucoI — perguntou, ei*ando/a no pesco(o.— Brice... — Ela a$astou/o. — K di$ícil para mim tam 'm. Eu quero vocF, mas n"o

desse *eito. "o sei o que vai acontecer...Mordeu o l& io, contendo o impulso de di@er/lhe que o amava. "o podia se

entregar, sem antes sa er o que ele sentia por ela. )a ia que ele a dese*ava. Mas haviauma grande di$eren(a entre dese*ar e amar, e ela se recusava a $a@er papel de o a.

Brice tomou/lhe o rosto entre as m"os.— Eu tam 'm n"o sei o que vai acontecer. :udo o que sei ' que n"o vou $a@er

$alsas promessas, s# para tF/la em minha cama. "o posso di@er como ser& o dia deamanh", nem o$erecer nada.Eva assentiu, su itamente grata, do $undo do cora("o, interven("o do cachorro.

DS

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

— ou para casa — in$ormou, tomando a dire("o da porta.— :enho alguns exercícios para corrigir.

a verdade, tinha algo mais a $a@er. recisava desco rir se o que Brice tinha parao$erecer era su$iciente.

CAPÍTU ! "$

— % que achouI — Eva perguntou a Brice, mostrando/lhe o local do piquenique.— K onito, mas n"o sei por que insistiu em vir aqui, se podíamos almo(ar

calmamente no meu apartamento — ele argumentou.Eva sorriu e desem rulhou uma toalha xadre@.— orque todas as ve@es que comemos em seu apartamento, vocF insiste em achar

que eu sou a so remesa.— "o posso $a@er nada, se tenho um apetite vora@ — ele protestou em tom de

inocFncia.— Eu trouxe guloseimas para sua $ome de lo o — ela declarou com uma risada.Ele colocou a cesta de piquenique no canto da toalha e sentou/se no co ertor que

tinham a erto no ch"o.— Ao menos estamos quase so@inhos — o servou, re$erindo/se a uma $amília que

comia em uma mesa pr#xima a deles. egou Eva pela m"o e puxou/a para o seu lado. —as Jltimas duas semanas nos encontramos muito pouco.

— As coisas est"o uma loucura — Eva concordou. — A reuni"o de pais e mestressempre muda a rotina da escola. Mas vocF pode $icar despreocupado, porque os pais$i@eram muitos coment&rios $avor&veis a vocF.

— Lavor&veisI— A m"e de ;ohnn4 3leavinger est& querendo canoni@ar Brice Max ell. "o

consegue acreditar no progresso do $ilho.— Bom, pelo menos as coisas acalmaram/se. A )ra. Worthington ainda n"o se

mani$estou.Eva estremeceu.— Espero que essa n"o se*a uma calmaria passageira.

Ele estendeu a m"o e acariciou/lhe o rosto.

— % dia est& muito lindo para $alarmos de coisas desagrad&veis — comentou,descendo os dedos at' tocar os l& ios dela. — re$iro sa er por que tenho vontade deei*&/la toda ve@ que olho para vocF.

— Gealmente, n"o sei. :alve@ se*a uma $alha psicol#gica. Ele aproximou tanto orosto, que ela podia sentir sua respira("o.

— )a ia que, se um homem ' estimulado por uma mulher por muito tempo, semo ter satis$a("o, pode at' morrerI — perguntou.

)e n"o $osse pelo es o(o de sorriso nos l& ios dele, Eva poderia pensar que eras'rio.

— %uvi essa mesma hist#ria quando tinha de@enove anos — respondeu, entrandona rincadeira. — "o acreditei na 'poca, e n"o acredito agora.

% olhar de Brice transmitia uma emo("o que ela n"o podia identi$icar.— E quem $oi esse andido que tentou aproveitar/se de uma menina inocenteI% nome dele era ;err4 e eu o conheci na $aculdade. )aímos *untos durante dois

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

meses, antes que ele encontrasse outra garota inocente que caiu em sua conversa. AJltima coisa que sou e dele, $oi que casou e tem trFs $ilhas.

— Mas vocF ainda n"o explicou por que me deixa t"o $aminto — ele insistiu.— ;& vou dar um *eito nisso — ela dis$ar(ou, pegando a cesta de piquenique.Eva riu da express"o de desapontamento no rosto dele. 2epois do almo(o, nenhum

dos dois estava com pressa de voltar para casa. Licaram deitados, contando pequenas

passagens do passado de cada um e $alando dos planos para o $uturo. Eva $alou daadmira("o que sentia pelo pai e do grande choque que so$rera com sua morte. Brice, por sua ve@, queixou/se da solid"o que sentira, crescendo como $ilho Jnico de pais maisvelhos que a maioria.

Licaram calados e, quando ela o olhou novamente, ele parecia adormecido.% servou/o longamente, deliciando/se com a ele@a de seu rosto m&sculo.

Uma risa leve soprou so re eles, rincando gentilmente com a longa ca eleira deBrice. Eva conteve o impulso de acarici&/la, inundada de ternura. Ouando $ora que todoaquele amor tomara conta de seu cora("oI Essa era uma pergunta para a qual n"o haviaresposta.

%lhou para cima, o servando a $olhagem da &rvore que lhes dava som ra. asJltimas duas semanas, desde a noite em que 3"o os interrompera, quando estavamprestes a $a@er amor, ela pensara muito so re o que Brice lhe dissera.

Ele deixara em claro que n"o o$ereceria nada duradouro. Era um homem que viviao presente, aproveitando todos os momentos intensamente, como se $ossem Jnicos. Maso que ela sentia por ele era uma mistura de respeito por seu tra alho, admira("o por seusenso de humor e um amor muito pro$undo.

Estava pronta para aceitar o que Brice podia o$erecer. Oueria $a@er parte de ummomento de sua vida, com a esperan(a de que um dia ele desco risse que tam 'm aamava.

Lechou os olhos e um sorriso $ormou/se em seus l& ios, enquanto ela imaginava um$uturo a dois. )entiu que ia adormecer e n"o lutou contra o sono.

Ouando acordou, Brice estava olhando para ela, t"o pr#ximo, que sua respira("oa$agava/lhe o rosto. Tavia algo maravilhoso em seu olhar. "o era paix"o, nemsimplesmente dese*o. Era algo muito maior. Era amor. % cora("o de Eva encheu/se dealegria. "o $a@ia mal que ele n"o sou esse que a amava. Um dia desco riria.

— 2ormindo o sono dos *ustos — ele murmurou, ei*ando/a de leve nos l& ios.Ela se levantou, notando que o sol descia para o hori@onte.— Ouanto tempo dormimosIEle tam 'm sentou/se, consultando o rel#gio.— 2uas horas — in$ormou, sorrindo maliciosamente. — 8sso quer di@er que agora

haver& rumores de que dormimos *untos.

— 8n$eli@mente, esses rumores *& existem — ela comentou, come(ando a do rar atoalha.— 8sso a a orreceI — ele perguntou. — % que as pessoas $alam de n#s a deixa

chateadaI— a verdade, n"o. ;& estou acostumada com $o$ocas de cidade pequena. K melhor

irmos para casa, ou vocF se atrasar& para o encontro com os meninos.Ele assentiu, recolhendo o co ertor e pendurando/o no om ro.— 2evem aca ar a montagem da moto esta noite. Est"o tra alhando como loucos

para apront&/la a tempo.Eva guardou a toalha na cesta, que ele pegou, e come(aram a caminhada para

casa. Andavam de m"os dadas, com os dedos entrela(ados.

— "o posso imaginar como ' o ver"o aqui — ele comentou. — Estamos em maio eo calor *& ' grande.— E ' s# o come(o. % ver"o aqui ' ravo.

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

— % que as pessoas $a@em, quando est& muito quenteI— % que as pessoas $a@em em ova 6or+, durante o ver"oI — ela re$ormulou a

pergunta dele.Brice encolheu os om ros.— Licam trancadas dentro de casa.Ela sorriu.

— Ent"o, n"o sa em o que est"o perdendo. a +inah ganha vida, no ver"o. :emossorvetadas ene$icentes, churrascos ao ar livre e uma grande comemora("o no 2ia da8ndependFncia. Em agosto, temos o anivers&rio da cidade, com muitos $este*os durante odia e aile noite.

Ele apertou/lhe a m"o, sorrindo.— Acho que vou adorar o ver"o em a +inah.E ela ia adorar tF/lo por perto. 3olleen e a m"e sempre aproveitavam as $'rias

escolares para pedir/lhe mil $avores. Mas daquela ve@ seria di$erente. aquele ver"o, elase dedicaria pr#pria vida e seria $eli@. Ela teria Brice.

Ouando chegaram ao port"o, ele pousou a cesta de piquenique no ch"o e a riu acaixa de correspondFncia. Lran@iu a testa, olhando para a primeira carta que retirou.

— BriceI Algum pro lemaI— K de 8rene Worthington — ele in$ormou. A riu o envelope e leu a cartaapressadamente.

— % que di@I — perguntou Eva, a$lita.— K a convoca("o para a reuni"o geral da escola, no pr#ximo s& ado. — Lixou os

olhos nos dela. — "o decidir permane(o como diretor, ou n"o. Aquelas palavras des$i@eram o encantamento do dia. Eva sentiu um aperto no

cora("o.— %h, Brice, o que vocF vai $a@erI— "o sei — ele respondeu simplesmente.Eva parou *unto de uma das *anelas do apartamento, o servando o c'u que se

co ria lentamente de som ras, naquele entardecer de sexta/$eira. Em menos de vinte equatro horas o destino de Brice em a +inah estaria decidido.

A semana parecera intermin&vel. Ela passara poucos momentos com Brice e n"otivera oportunidade de $alar com ele so re a reuni"o geral.

%uvira/o sair da garagem com a moto, alguns minutos antes, e acelerar rua a aixo,como se quisesse $ugir de algo. 8maginou se ele tam 'm sentia/se inseguro e temeroso.

)e $osse demitido, certamente deixaria a cidade.a +inah era t"o pequena que tinha uma s# escola. Brice era diretor. % que mais

gostava de $a@er era ensinar e a*udar os estudantes. recisava de uma escola, como umaplanta do sol. 3omo n"o haveria nenhuma, ele teria de se mudar.

Aquele pensamento era inaceit&vel para Eva.Ela deixou a *anela e $icou caminhando pela sala, nervosamente. )e ao menosalguma coisa pudesse ser $eita para mudar a opini"o de 8rene Worthington... )e algu'm$alasse com a mulher a respeito da pessoa maravilhosa que era Brice, explicando que asmudan(as que ele dese*ava eram en'$icas e necess&rias...

Ela parou a ruptamente. or que n"oI Ouem melhor do que uma pro$essora queadmirava o tra alho de Brice, para $alar com a )ra. WorthingtonI Ouem melhor do queuma pessoa que o amava, para depor a $avor deleI egando as chaves, Eva correu parao carro.

3ontrolou/se para n"o pensar no assunto, no caminho para a mans"o dosWorthington. "o devia es o(ar nenhum plano. :udo o que dissesse presidente do

conselho teria de sair do cora("o.arou o carro na entrada da casa e respirou $undo. Encora*ada pela ideia de que osalunos, pro$essores e, principalmente ela, precisavam de Brice, saltou e come(ou a andar

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com passos $irmes. A pr#pria )ra. Worthington a riu a porta.— Eva! — exclamou surpresa.— osso $alar com a senhora por um momentoI— 3ertamente. A mulher guiou/a at' a i lioteca, onde ocorrera a Jltima conversa entre as duas.

— )ente/se, por $avor — a dona da casa convidou, pondo/se atr&s da mesaimponente.— "o, o rigada. A mulher pareceu surpreender/se outra ve@, mas Eva n"o se importou. recisava

sentir/se $orte e em p' de igualdade com 8rene Worthington.— % que posso $a@er por vocF, EvaI Acho que n"o veio aqui para uma visita social.— Estou aqui por causa de Brice, ou melhor, do )r. Max ell.

A senhora precisa reconsiderar sua decis"o. Ele ' um om homem e um diretor competente. erce e o potencial de cada um dos alunos da escola e...

Eva $e@ uma pausa e apoiou as m"os na cadeira a sua $rente.— )ra. Worthington, o que quero di@er ' que os m'todos de Brice podem n"o ser

muito ortodoxos, mas est"o $uncionando.— )ei, sei... — a mulher resmungou, em tom de pouco caso.— or $avor, escute tudo o que tenho para $alar — Eva pediu, deixando toda a

paix"o extravasar em suas palavras.— Brice criou novo entusiasmo n"o s# entre os alunos, mas tam 'm entre os

pro$essores.arou de $alar por um instante para engolir o n# de emo("o que sentia na garganta.

— Brice nos $e@ enxergar o verdadeiro sentido da escola — continuou — e entender o papel que os pro$essores tFmC cuidar dos alunos como se eles $ossem seus pr#prios$ilhos.

A )ra. Worthington olhou/a com estranhe@a.— 2iga/me, Eva, vocF viria aqui, se n"o amasse Brice Max ellI

Eva sentou/se, chocada. recisava colocar os pensamentos em ordem.— Meu amor por ele ' t"o # vioI — perguntou com um sorriso tímido.

ela primeira ve@, 8rene Worthington sorriu. Era um sorriso doce, como se ela ohouvesse resgatado do $undo da alma.

— )eus olhos a acusam, rilhando como estrelas, cada ve@ que vocF pronuncia onome dele.

Eva $icou vermelha, mas en$rentou o olhar da mulher com orgulho.— )im, eu o amo, mas n"o $oi apenas por essa ra@"o que vim aqui. — assou a

m"o no ca elo, discretamente. — Eu sei que mudan(as s"o extremamente di$íceis, mas

isso n"o signi$ica que se*am mal'$icas. )eria muito om se pud'ssemos voltar no tempo,quando os pro$essores ensinavam o &sico, sem concorrer com outras in$luFncias.Eva calou/se por um instante, escolhendo as palavras.— Mas as coisas mudaram e se a escola n"o mudar, os alunos continuar"o

deixando os estudos, procura de coisas mais interessantes — declarou. — Eu amoBrice como homem, mas tenho um pro$undo respeito pelo )r. Max ell como diretor.

— Bem, $oi um depoimento e tanto. 3ertamente levarei em conta tudo o que vocFdisse.

Eva concordou e levantou/se, porque *& cumprira sua miss"o. A )ra. Worthingtonacompanhou/a at' a porta.

— 3oncordo com seu ponto de vista — comentou. — Mas sou muito in$lexível para

voltar atr&s.Eva sorriu para ela.— K t"o in$lexível que range, como um par de otinas novas.

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

3om essas palavras saiu, deixando a mulher parada, de oca a erta, certamente n"opodendo acreditar no que ouvira.

% gin&sio estava quase todo cheio quando Eva chegou para a reuni"o, do diaseguinte. As palmas de suas m"os estavam Jmidas e seu cora("o atia descontrolado, medida que ela andava no meio da multid"o, procura de Brice.

Encontrou/o num canto, conversando com um pequeno grupo de pais. Ouando ele a

viu, pediu licen(a e $oi em sua dire("o.— %i — murmurou com um sorriso caloroso.— %i — ela respondeu, apontando para a porta larga, que dava passagem a um

contínuo $luxo de pessoas. — ocF tem o dom de atrair multid1es.)empre $a(o o melhor que posso, no palco.Ela deu uma risadinha. — Ouais s"o seus planosI — perguntou, $icando s'ria.— "o tenho planos. ou ser eu mesmo. Explicarei a ertamente e com sinceridade

quais s"o as minhas metas.Ele $e@ uma pausa, acenando para um aluno que o cumprimentava distHncia.— 2e qualquer $orma — prosseguiu — n"o vou, de *eito nenhum, trair as coisas em

que acredito apenas para deixar uma velha senhora [email protected] concordou. "o esperava que ele assumisse uma atitude di$erente.Brice $e@ um gesto de ca e(a na dire("o do ta lado, onde os mem ros do conselho

e representantes da associa("o de pais e mestres *& se encontravam acomodados.— K melhor eu ir. arece que *& est"o prontos para come(ar.— Boa sorte — ela dese*ou, tocando/o no ra(o gentilmente, antes de seguir para o

seu lugar.Momentos depois, a reuni"o come(ou com o pronunciamento da )ra. Worthington.— 3omo a maioria de vocFs sa e, nesta reuni"o discutiremos a permanFncia do )r.

Brice Max ell nesta escola.Um murmJrio correu pela multid"o, $a@endo com que a presidente atesse o martelo

na mesa, pedindo silFncio.— % )r. Max ell ela orou uma s'rie de programas nas Jltimas semanas —

continuou. — )eus m'todos, totalmente irregulares, causaram s'rias dJvidas so re suae$iciFncia.

ova onda de cochichos interrompeu/a. 2aquela ve@ ela esperou que o silFncio se$i@esse naturalmente, o que demorou v&rios segundos.

— Ele manda alunos su irem co ertura no hor&rio do almo(o, e convida/os parairem a sua casa, nos $inais de semana — in$ormou em tom seco. — rometeu aosestudantes que eles teriam um aile, quando sa e que o conselho n"o aprova esse tipode atividade.

arou de $alar por alguns instantes, olhando para Brice, que se encontrava a seu

lado, na mesa.— :alve@, antes de continuarmos, o )r. Max ell queira di@er alguma coisa em suade$esa — concedeu.

Brice levantou/se, mostrando/se mais con$iante do que Eva *amais o vira. % silFnciopairou so re todos.

— "o vou $a@er nenhum discurso em minha de$esa. Acho que os resultados quetenho o tido $alam por si mesmos —declarou, voltando a sentar/se.

A )ra. Worthington levantou/se.— )r. Max ell, dediquei parte do meu tempo, esta manh", tare$a de dar uma

olhada nos registros desses resultados e sou o rigada a con$essar que $iquei surpresa.arece que alguns — de seus programas s"o e$icientes para motivar os alunos.

)oaram alguns aplausos, interrompendo/a. A mulher ergueu a m"o, pedindosilFncio.— 3ontudo, n"o posso contrat&/lo para o pr#ximo ano letivo, aseada apenas

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nesses registros — declarou. — roponho que permane(a aqui como $uncion&rio emexperiFncia, at' o $inal deste ano, dando tempo ao conselho de tomar uma decis"o.3oncorda com issoI

Brice concordou e Eva suspirou, aliviada. eio menos, n"o iam despedi/loar itrariamente. Laltava um mFs para o $inal das aulas, tempo su$iciente para ele provar aos pais e ao conselho que seus m'todos, irregulares ou n"o, $uncionavam.

o momento em que a reuni"o terminou, Eva dirigiu/se para onde Brice estava.— )into como se tivessem tirado um peso das minhas costas — ele comentou.— Eu tam 'm — Eva murmurou, sorrindo.— :alve@, depois que sairmos daqui, possamos ir a algum lugar, comemorar.% rilho nos olhos de Brice, mostrava claramente que tipo de comemora("o ele

estava imaginando.Ela o encarou, tentando $a@F/lo entender que gostaria de comemorar do mesmo

modo.Loram interrompidos pela apari("o repentina da )ra. Worthington.— :enho de admitir, )r. Max ell, que at' ontem tarde minha $irme inten("o era

rescindir seu contrato.— % que a $e@ mudar de ideiaI — ele quis sa er, curioso. A mulher pousou a m"o no ra(o de Eva.— Ela me $e@ pensar. Loi a minha casa, ontem, e tivemos uma longa conversa. ocF

' um verdadeiro campe"o para Eva Winthrop.— ocF $e@ o quFI — Brice virou/se para Eva, $ixando/a com um olhar $rio.Ela estranhou sua express"o, mas *ulgou que ele estivesse simplesmente aturdido.

)orriu/lhe, mas Brice desviou o olhar, voltando/se para a presidente do conselho.— ensei melhor, nesses minutos desde o $inal da reuni"o, e decidi n"o aceitar sua

proposta de um pra@o experimental.— Meu pedido de demiss"o estar& em sua mesa, na segunda/$eira pela manh".Eva estremeceu, chocada, e a )ra. Worthington arregalou os olhos, atPnita.— Agora, se as senhoras me d"o licen(a... — murmurou Brice, a$astando/se.3aminhou com passadas largas para a saída do gin&sio.— Brice! — Eva chamou, correndo atr&s dele, a rindo caminho entre as pessoas

com indis$ar(ada impaciFncia.Mas quando chegou ao estacionamento, a moto dele *& desaparecera. Ela correu

para o carro, ansiosa por encontr&/lo e exigir uma explica("o. % que acontecera, para elemudar t"o de repenteI

)entiu o cora("o apertar/se, pressentindo que a resposta poderia mago&/lapro$undamente.

CAPÍTU ! $

Brice dirigia a moto em velocidade excessiva, esperando aliviar as $ortes emo(1esque sentia.

)empre $uncionara, no passado. % vento em seu rosto e o arulho potente do motor sempre tinham curado todos os males de sua alma. Mas aquela noite estava sendodi$erente. )eu cora("o estava pesado demais. Mesmo depois de uma hora de corridadesa alada, a dor persistia.

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

ensara que Eva tivesse entendido como era importante para ele ser independente.Mas o viamente enganara/se. Ela n"o o compreendera e enterrara a esperan(a que eletivera de continuar vivendo em a +inah.

Le@ uma curva, decidindo que era hora de voltar para casa. "o adiantava continuar rodando a esmo. ada que $i@esse poderia livr&/lo da sensa("o de que $ora traído. )# lherestava voltar para o apartamento e escrever a carta de demiss"o o mais r&pido possível.

Momentos depois, parava no *ardim diante do pequeno pr'dio. 0evou a motocicletapara a garagem e come(ou a andar em dire("o a sua porta. Loi quando viu Eva, correndopara ele.

— Brice! — ela chamou, parando a sua $rente. — Estava esperando por vocF.recisamos conversar.

— or quFI — ele perguntou indi$erente, procurando a chave da porta no chaveiro.— orque preciso sa er o motivo de sua demiss"o.Ele deu de om ros, continuando a andar. A riu a porta e entrou. Antes que pudesse

$ech&/la, Eva tam 'm entrou. Ele suspirou, n"o querendo dar explica(1es. )e ela n"osa ia o mal que lhe $i@era, era porque os dois tinham menos em comum do que eleimaginara.

— Brice... — ela murmurou, colocando a m"o em seu ra(o. — or $avor, me diga oque est& acontecendo. "o estou entendendo sua atitude.Ele se livrou da m"o dela, pois a m&goa trans$ormara/se em raiva. "o conseguia

acreditar que ela o deixara cultivar esperan(as de um $uturo *untos para depois desiludi/lode $orma t"o despre@ível. )entia/se como um adolescente o o.

— 3laro que n"o est& entendendo! — ele exclamou. —Esse ' o pro lema. ocFnunca entende nada!

— 2o que est& $alandoI — ela indagou com genuína surpresa, deixando/o aindamais irritado.

Ele andou pela sala, evitando olhar para Eva, querendo n"o dese*ar apert&/la nosra(os, esquecendo o rancor.

— 2eixei vocF entrar na minha vida, como nunca permiti que outra pessoa entrasse.3ontei/lhe os pro lemas que tive com meus pais. 3on$essei meus erros. Ainda assim,sa endo tudo o que sa e, vocF $e@ algo que n"o posso perdoar.

— % que $oi que eu $i@, BriceI — perguntou Eva em tom suplicante.— :entou limpar minha arra com a )ra. Worthington.

or um momento, ela o $itou, sem compreender direito o que aca ara de ouvir.2e repente, do emaranhado de emo(1es que a con$undiam, rotou uma raiva

violenta.— ocF ' um louco! — exclamou em tom ríspido. — Acha, realmente, que $ui $alar

com a )ra. Worthington para Nlimpar sua arraNI

Andou na dire("o dele, o servando/lhe atentamente as $ei(1es. 2aria tudo para quea express"o de $rio despre@o desaparecesse do rosto que adorava.— ocF est& t"o cheio de remorsos por causa do seu maldito passado, que n"o

enxerga um palmo na $rente do nari@. "o deixe que recorda(1es mo$adas atrapalhemsua vida.

Ele n"o replicou, mas seu olhar ainda exprimia raiva e teimosia.— Lui $alar com a )ra. Worthington, para $a@F/la ver que cometeria um grande erro,

se despedisse vocF. Lui depor a seu $avor, como pro$essora da escola e n"o interceder...— "o h& nenhuma di$eren(a entre Ndepor a $avorN e interceder. Mas o que vocF $e@

$oi su estimar minha capacidade de resolver meus pr#prios pro lemas.Eva perce eu que nada do que dissesse o $aria mudar de ideia. A menos que...

— Brice, $ui $alar com a )ra. Worthington porque amo vocF.Ela prendeu a respira("o, esperando ansiosa por uma rea("o.iu/o olh&/la com espanto, como se nunca houvesse suspeitado de seus

RD

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

sentimentos.Brice $echou os olhos por um momento, deixando as palavras de Eva $luírem em sua

mente, suavi@antes como &lsamo num $erimento. A riu os olhos e $itou/a.— Eu tam 'm te amo, mas isso n"o ' su$iciente — declarou.

Eva notou que a raiva se esvaíra dos olhos a@uis, apenas para ser su stituída por uma

express"o de calma resigna("o que a deixou ainda mais assustada.— ive di@endo que somos di$erentes — ele o servou. — Eu gosto de arriscar, vocFn"o. )ou impulsivo e vocF, ponderada. ocF adora resolver pro lemas dos outros e euodeio que tentem resolver os meus.

Ele $e@ uma pausa e meneou a ca e(a, suspirando.— Acho que a melhor coisa a $a@er ' sair daqui e procurar uma escola que este*a

preparada para as mudan(as que dese*o implantar. reciso ir para uma cidade grande,capa@ de acolher minhas ideias.

— E os alunosI — ela perguntou aixinho. — E os compromissos que assumiu comelesI

Ela podia des$iar uma lista de pre*uí@os que a escola teria sem Brice como diretor.Mas n"o queria nem pensar no que sua vida perderia, se ele $osse em ora.Ele deu de om ros, impassível.

— odem contratar outro diretor, um que se adapte aos padr1es da )ra.Worthington. %s alunos so reviver"o e os pro$essores tam 'm.

NMas e euI 3omo irei so reviverIN, pensou Eva.— Est& deixando o passado in$luenciar o presente, Brice, e isso n"o ' *usto.— Est& aca ado, Eva. a segunda/$eira pela manh" minha carta de demiss"o

estar& na mesa da )ra. Worthington. Em uma semana estarei longe daqui.— ocF se demitiria se, em ve@ de mim, Margie Qeller,

ou qualquer outra pro$essora tivesse $alado com a )ra. WorthingtonI — perguntou Eva.— "o $oi Margie. Loi vocF.— Li@ o que $i@ porque te amo — ela insistiu, sentindo as l&grimas rotar.— A mesma desculpa que meus pais usavam. Mas todas as ve@es que me

a*udavam, rou avam um pedacinho da minha alma. ocF $e@ a mesma coisa. Aca ou,Eva.

Ela desistiu de tentar $a@F/lo mudar de opini"o. :udo o que precisava $a@er era sair dali antes que se des$i@esse em l&grimas.

— artindo, vocF estar& magoando os alunos, os pro$essores, e a mim tam 'm —acusou. — Mas o pior de tudo ' que estar& magoando a si mesmo.

2esatando em solu(os, correu para o seu apartamento. Mal vendo por onde ia, $oipara o quarto e *ogou/se na cama.

As l&grimas n"o apenas molhavam o travesseiro como tam 'm inundavam seucora("o. )eria mais $&cil suportar a dor se Brice n"o tivesse dito que tam 'm a amava.Um amor n"o correspondido murcharia at' secar. Mas, sa endo quais eram os

sentimentos de Brice, ela nunca deixaria de alimentar ilus1es e estaria condenada a umavida &rida e solit&ria

ela manh", o so$rimento de Eva n"o diminuíra. a verdade, tornara/se maispro$undo e seria contínuo, como a dor de uma doen(a incur&vel. Algo dentro dela aindaacreditava que Brice voltaria atr&s em sua decis"o, reconhecendo que estavaa andonando uma cidade que precisava dele e uma mulher que o amava. Mas quandoela se lem rava da $rie@a que vira em seus olhos, admitia que estava enganando a simesma.

Ela $icou a manh" toda limpando a casa com verdadeira $Jria e tentando perce er algum movimento no apartamento ao lado. 0ogo depois do meio/dia, ouviu Brice sair.)entou/se no so$&, $ísica e emocionalmente exausta.

RR

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

— Ei, Llu$$4 — chamou, quando a gatinha come(ou a ro(ar/se em suas pernas,pressentindo que ela precisava de amor.

egou o animal@inho e reclinou a ca e(a no encosto, $echando os olhos. :ivera aesperan(a de pela manh" acordaria e veria tudo so um outro prisma, como se tudo oque acontecera n"o passasse de um pesadelo.

As l&grimas recome(aram a rolar. At' quando choraria por seu sonho de amor

es$aceladoIulou do so$&, quando ateram na porta. Brice! :alve@ ele tivesse pensado melhor eperce ido que sua rea("o $ora exagerada. :alve@ estivesse chegando para di@er quedecidira $icar em a +inah e na vida dela.

3olocou Llu$$4 no ch"o, ignorando seu miado de protesto, e correu para a rir aporta.

— Ah, ' vocF — murmurou desapontada.3olleen entrou, olhando/a com espanto.— 8sso ' *eito de rece er algu'm, EvaI ossa! ocF est& com uma aparFncia

horrível.— :ive uma noite p'ssima — Eva explicou, sentando novamente no so$&.— A mam"e mandou perguntar se vocF pode emprestar a assadeira grande. Ouer $a@er um olo para as mulheres do clu e de ridge, que amanh" v"o *ogar na casa dela.— 3laro. ocF sa e onde est&, n"o sa eI o arm&rio perto do $og"o.3olleen desapareceu na co@inha, voltando minutos depois com uma assadeira de

alumínio nas m"os. Licou parada por um momento, o servando Eva. Ent"o, sentou/se aolado dela.

— ocF est& em, manaIEva apenas meneou a ca e(a, com medo di@er alguma coisa e recome(ar a chorar.— EvaI — A irm" passou/lhe um ra(o pelos om ros, num gesto de carinho e

con$orto..— %h, 3olleen, tenho $eito coisas t"o estJpidas!— ocF nunca $a@ coisas estJpidas. 0em re/se de que sou eu a ovelha negra da

$amília. Aquelas palavras $i@eram Eva come(ar a chorar e rir ao mesmo tempo.— em sempre, irm"@inha. 2essa ve@ $ui eu que errei. Estou apaixonada por aquele

louco, aquele ca e(a/dura!— OuemI— Brice.3olleen olhou/a com express"o de angJstia.— Brice Max ellI ocF est& apaixonada por eleIEva concordou, enxugando as l&grimas. — )ou uma louca, n"o souI — lamentou/

se. 2e repente, 3olleen escondeu o rosto nas m"os.— %h, Eva, estou me sentindo um lixo!Eva a $itou, curiosa.— % que aconteceuI— Lui eu que contei )ra. Worthington so re as visitas dos alunos casa de Brice,

nas noites de s& ado. 2e certa $orma, encora*ei/a a livrar/se dele.— or que $e@ issoI — Eva indagou, olhando com incredulidade para a irm".3olleen desco riu o rosto, corando de vergonha.— Estava chateada com vocF. 0em ra/se do dia em que n"o quis me emprestar seu

vestido novoI

— 0em ro.— )a ia que vocF e Brice tinham ami@ade e achei que ele estava enchendo suaca e(a, *ogando/a contra mim.

R?

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

— 3olleen...— %h, Eva, se eu sou esse que vocF o ama, nunca teria $eito o que $i@. 2esculpe.

Lui uma idiota.Eva chegou mais perto da irm".— )e vocF n"o contasse, outra pessoa contaria. E $icou # vio, desde o come(o, que

Brice e a )ra. Worthington n"o se entenderiam. Ele vai pedir demiss"o.

— or quFIEva encolheu os om ros.— 8sso n"o importa, agora. % que importa ' que ele vai em ora de a +inah.— % que vocF vai $a@erI— )o reviver — respondeu Eva, $or(ando um sorriso. — :am 'm posso su ir

co ertura da escola e gritar que s# descerei quando Brice desistir de ir em ora.3olleen sorriu.— "o, isso n"o ' do seu $eitio. — 0evantou/se e olhou para Eva com ar

preocupado. — reciso ir. :em certe@a de que $icar& emI— 3laro — Eva respondeu com mais seguran(a do que sentia.— 0igo para vocF mais tarde, ent"o. :chau.— :chau.Ouando 3olleen saiu, Eva levantou/se do so$& e come(ou a andar pela sala,

imaginando o que poderia $a@er para tirar Brice do pensamento.3aminhou para a *anela, quando ouviu um arulho estranho vindo do lado de $ora.

iu ura caminh"o de mudan(as parado na $rente do apartamento de Brice.Ele desceu do caminh"o com passos determinados, e marchou para a porta.

enhum discurso teria sido mais eloquente. :odas as esperan(as de Evamurcharam.

Ela saiu da *anela, passando a m"o no ca elo num gesto de desamparo. A dor quesentia era insuport&vel. Brice ia partir e ela nunca mais o veria.

:ornou a alisar as mechas curtas, decidindo que precisava de um corte. Mordendo ol& io para impedir as l&grimas de cair, come(ou a procurar uma tesoura.

CAPÍTU ! $"

2a *anela da sala, Brice o servava o caminh"o estacionado na $rente doapartamento. La@ia vinte e quatro horas que ele tentava arrumar tudo para a mudan(a eainda $altava empacotar muita coisa.

ira Eva sair para a escola, momentos antes. Achara estranho n"o ter que ir tam 'm. Mas *& entregara a carta de demiss"o a )ra. Worthington e n"o tinha mais nadao que $a@er na escola de a +inah.

A$astou/se da *anela com um suspiro. )a ia que precisava continuar a em alar seuspertences, mas se sentia sem energia.

3aiu numa poltrona reclin&vel e sorriu quando 3"o pousou a ca e(a em seu *oelho,pedindo um a$ago. Acariciou as orelhas do animal, distraidamente.

or que estava $a@endo aquiloI or que ia deixar uma cidade agrad&vel e umamulher maravilhosa, a primeira que o $i@era pensar no $uturoI Ouando dissera a Eva quenada tinha para o$erecer a n"o ser o momento presente, mentira.

RS

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

3ome(ara a $a@er planos para uma vida di$erente e nesses planos sempre avisuali@ara a seu lado.

Geclinou a ca e(a e $echou os olhos, dese*ando que pudesse apagar osacontecimentos dos Jltimos trFs dias. )e Eva n"o tivesse intercedido por ele *unto )ra.Worthington... )e ela o tivesse deixado resolver seus pr#prios pro lemas... )e tivessecon$iado...

NGecorda(1es mo$adasN... As palavras de Eva voltaram a sua mente. Ela estariacerta em achar que ele estava deixando o passado inter$erir no presente, impedindo/o deser $eli@I Ele teria coragem de $ugir da cidade e do amor de EvaI

— Acho que n"o — murmurou, a rindo os olhos. 3"o $itou/o com curiosidade,$a@endo/o sorrir. — % que acha, amig"oI

Brice ia voltar aos seus melanc#licos pensamentos, quando algu'm o chamou do *ardim. 0evantou/se, intrigado, e $oi a rir a porta. )urpreso, deparou com ;ohnn43leavinger.

— %i, )r. Max ell.— %i, ;ohnn4. or que n"o est& na escolaI— recisa ir l& comigo, )r. Max ell. im para usc&/lo.— or quFI— A )rta. Winthrop s# recomendou que eu n"o aparecesse sem o senhor.Brice hesitou apenas por um momento. Ent"o, $echando a porta atr&s de si,

acompanhou ;ohnn4, imaginando o que poderia ter acontecido para Eva mandar usc&/lo.

Ao aproximarem/se da escola, ele viu pro$essores e alunos aglomerados no p&tio da$rente, olhando para cima. Ent"o, entendeu por que Eva o chamara. Entendeu, tam 'm,por que n"o conseguira aca ar de empacotar suas coisas para a mudan(a. Ele n"oqueria deixar a +inah. "o queria deixar Eva.

%lhando para cima, avistou/a na co ertura e seu cora("o come(ou a ater em ritmoacelerado. Ela estava sentada na mureta, usando um vestido que ele nunca vira antes,vaporoso e cor de pFssego.

— Eva enlouqueceu — algu'm declarou a seu lado.Brice virou/se eu viu Margie Qeller.— ara mim, parece mais lJcida que nunca — discordou com um sorriso.Margie a anou a ca e(a.— "o. Ela decididamente perdeu o *uí@o. Mandou ;ohnn4 usc&/lo, e Lran+ie

;en+ins uscar a )ra. Worthington — contou, voltando a olhar para a co ertura.— Acho que *& sei o que ela pretende — murmurou Brice, controlando a vontade de

come(ar a rir como louco.— Ela n"o $e@ segredo do que pretende — replicou a pro$essora. — 2isse que n"o

descer& de l& at' que vocF concorde em $icar e a )ra. Worthington rasgue sua carta dedemiss"o.— K mesmoIMargie meneou a ca e(a em desaprova("o.— Eva nunca age impulsivamente. "o sei o que est& acontecendo com ela nos

Jltimos tempos.Brice sa ia exatamente o que estava acontecendo. Eva o amava e escolhera aquele

modo maravilhosamente louco de proclamar seu amor."o importava que ela tivesse intercedido por ele. ada mais importava, a n"o ser o

$ato de que ela o amava.— )e vocF me permite, Margie, vou su ir e tentar $a@er Eva recuperar o *uí@o.

Margie ateu na testa, incr'dula.— 3omo sou urra! )# agora entendi tudo! — exclamou.— ocF a $e@ perder o *uí@o e agora...

R

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

— K isso aí. % amor $a@ dessas coisas.3om um sorriso radiante, Brice correu para a escada que o levaria co ertura, e

aos ra(os de Eva.— "o diga nada! — ela ordenou no instante em que o viu. — Me escute, antes de

di@er qualquer coisa.Ele concordou, $eli@ em poder olhar para ela novamente. Estava mais linda e

dese*&vel que nunca. %s olhos verdes cintilavam como pedras preciosas e o ca elo,incrivelmente curto, dava/lhe um ar travesso de crian(a. Mas nada havia de in$antil nocorpo sensual, cu*as curvas o vestido de seda acentuava.

— Brice, vocF n"o pode virar as costas e $ugir — ela come(ou. — Acendeu uma$ogueira em cada um de n#s, alunos e pro$essores e, se $or em ora, o $ogo morre.

Ela se calou por um instante, $itando/o com m&goa.— 2esculpe se minhas atitudes o desagradaram. "o tive a inten("o. Mas, por

$avor, n"o deixe que meus erros pre*udiquem a escola. Lique, Brice. a +inah precisa devocF.

Brice andou at' ela e com uma das m"os tocou/lhe o ca elo.— Andou rigando com a tesoura, outra ve@IEva aixou os olhos, em ara(ada.— :ive um dia p'ssimo, ontem.— Ouando nos casarmos, vai tentar cortar meu ca elo tam 'm, toda ve@ que $icar

deprimidaI— "o, eu nunca... — Ela interrompeu/se ruscamente, perce endo o que Brice

dissera. — Ouando nos casarmosIEle con$irmou e a ra(ou/a, apossando/se de seus l& ios num ei*o intenso.— %h, Eva — murmurou. — Ouase cometi um erro terrível.Ouase n"o perce i como preciso de vocF em minha vida.Ela n"o podia acreditar no que estava ouvindo. unca $ora t"o $eli@. Achando que ia

explodir de alegria, puxou a ca e(a de Brice para aixo para colar a oca na dele.— recisamos casar o mais depressa possível — ele comentou, quando o ei*o

aca ou.Eva acariciou/lhe o ca elo comprido, $itando/o com adora("o.— or quFIEle sorriu maliciosamente.— Ainda acho que um homem pode morrer, se a mulher o excitar demais, sem

satis$a@F/lo. E sinto vontade de tF/la em meus ra(os, na cama, cada ve@ que nosei*amos.

Eva riu.— Ent"o, temos de come(ar a plane*ar o casamento, em depressa — concordou.

— "o quero ser a culpada de sua morte prematura.3ome(aram a ei*ar/se outra ve@, mas separaram/se apressadamente, quandoouviram passos de muita gente su indo a escada.

Eram os alunos, que tinham ido *untar/se a eles, liderados por ;ohnn4 3leavinger.— )rta. Winthrop, se isso ' um protesto contra a demiss"o do )r. Max ell,

queremos a*udar.Eva e Brice $icaram olhando, espantados, enquanto meninos e meninas

continuavam a su ir, *untando/se a eles. "o demorou para que um grande a*untamentoocupasse todo o espa(o da co ertura.

— Eva! — algu'm chamou.Eva se virou e viu 3olleen correndo em sua dire("o.

— Aca ei de chegar e sou e o que vocF estava $a@endo. — A irm" sorriu comevidente admira("o. — "o acredito que este*a desa$iando a )ra. Worthington!— Estamos. Brice e eu. — declarou Eva.

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

— ou $icar aqui para dar/lhes apoio.— E seu emprego, 3olleenI — Eva perguntou, preocupada. — Ouando a )ra.

Worthington a vir aqui, a demitir&.3olleen deu de om ros.— "o ser& a primeira ve@ que perco um emprego. elo menos desta ve@ ' por uma

oa causa — declarou, sorrindo. — 3ontinuo achando que esse vestido $ica melhor em

mim.Eva riu e a ra(ou/a.— A )ra. Worthington est& chegando! — um aluno avisou, olhando para aixo.:odos $i@eram silFncio, esperando a mulher su ir co ertura. Ela chegou, por $im,

o$egante, e encaminhou/se para Brice e Eva.— Bom dia — cumprimentou, olhando em volta, o viamente espantada com o

nJmero de pessoas ali reunidas. — ocFs dois sa em mesmo como organi@ar uma greve.— )ra. Worthington, estamos aqui para demonstrar nosso apoio ao )r. Max ell —

Eva come(ou a explicar. — "o queremos que ele se*a demitido. Oueremos que termineo ano letivo e assine um contrato para o ano que vem, sem qualquer restri("o aos seusm'todos.

Touve um longo silFncio, enquanto a presidente do conselho examinava Brice comexpress"o avaliadora.— E isso ' o que vocF querI — ela perguntou.Ele assentiu e ela a riu a olsa, tirando a carta de demiss"o.— Ent"o, presumo que queira rasgar istoIBrice concordou. A mulher suspirou e olhou para os alunos, que acompanhavam a cena com aten("o.— Lui recentemente in$ormada de que sou t"o rígida quanto um par de otinas

novas — declarou, olhando para Eva, que corou. irando/se para Brice continuouC Ysve@es preciso ser.

— E s ve@es eu preciso ser eu mesmo Z ele replicou com um sorriso.— Brigaremos — ela avisou — e nem sempre o senhor sair& vitorioso.— em a senhora. A )ra. Worthington riu.— K um ocado impertinente, )r. Max ell.— )ou, sim.— Mas parece que tem o poder de despertar lealdade nas pessoas com quem

tra alha. ortanto, deve estar $a@endo alguma coisa certa.8rene Worthington $itou/o por um longo momento e rasgou a carta de demiss"o em

v&rios peda(os.— Mandarei outro contrato para o senhor assinar, tarde. — Apontou para os

alunos. — "o acha que *& est& na hora desses garotos voltarem para as classesI "ose esque(a de que administra uma escola, )r. Max ell, n"o um... um parque dedivers1es.

irou/se, caminhando para a escada. Antes de descer, parou e olhou para 3olleen.— ocF n"o vemI :emos muito tra alho a $a@er.)em esperar pela resposta, come(ou a descer e 3olleen correu para alcan(&/la.

o momento em que as duas desapareceram, o entusiasmo tomou conta dascrian(as, que se puseram a ater palmas e gritar o nome de Brice.

— Est& em, galera. ;& chega — ele ordenou, acalmando os Hnimos. — oltem parasuas classes. %uviram o que a )ra. Worthington disseC administro uma escola.

Em poucos minutos os estudantes desceram, deixando Brice e Eva so@inhos.

— %nde est&vamos, quando $omos interrompidosI — ele perguntou, puxando/apara os seus ra(os.— Acho que concord&vamos em apressar o casamento — ela respondeu,

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

enla(ando/o pela cintura.— Eu te amo, Eva — ele murmurou com vo@ em argada de emo("o.— Eu tam 'm te amo — ela a$irmou com l&grimas nos olhos. — a +inah precisa

de vocF, mas eu preciso muito mais.Brice encostou os l& ios nos dela num ei*o terno, cheio de promessas de um $uturo

$eli@. Ouando $inalmente acordaram do transe, ele suspirou, olhando/a dom do(ura.

— :emos mesmo de voltar ao tra alhoI— Geceio que sim, senhor diretor.;untos, andaram at' a escada. Antes que ela come(asse a descer, ele a $e@ parar.— Eva, alguma ve@ passou a noite de nJpcias $a@endo amor numa anheira cheia

de espumaI— "o — ela respondeu com uma risada. — Mas tenho um pressentimento de que

isso est& escrito no meu destino.— ode crer que est& — ele garantiu, olhando/a com indis$ar(&vel dese*o.— )e n"o parar de me olhar desse *eito, serei a primeira mulher a morrer por

excesso de estímulo e $alta de satis$a("o.3om uma gargalhada exu erante, Brice pegou/a pela m"o e come(aram a descer.

%PÍ !&!

— Leli@ ' o casamento que o sol prestigia — 3olleen declamou ao entrar na classeque estava servindo de vesti&rio para Eva. Eva sorriu nervosamente para a irm".

— Esperava um temporal ou um $urac"o. "o posso acreditar que Brice tenhaconcordado em reali@ar nosso casamento num dia normal, per$eitamente comum, dever"o.

3olleen riu.— )eria mesmo de esperar algo $enomenal. Brice chegou em nossa cidade como

um p'/de/vento, tra@endo muita agita("o. %s $o$oqueiros de a +inah nunca tiveramtanto assunto.

Eva concordou e virou/se para o espelho, o servando atentamente seu re$lexo, pelaJltima ve@. Leli@mente, n"o usara a tesoura num momento em que $icara muito nervosa,naquela manh". % ca elo crescera um pouco e tomara *eito, de modo que pudera ser

arrumado so o v'u preso pela grinalda de p'rolas.% vestido era onito e de modelo tradicional, com o corpo de rendas e a saia decetim. Brice sugerira que ela usasse um tra*e di$erente, de qualquer cor, menos ranco, ecurto, mas Eva agarrara/se aos seus valores ultrapassados e pre$erira um vestidoconvencional.

Brice... % cora("o de Eva parecia querer explodir, quando ela pensava que emmenos de uma hora seria esposa de Brice Max ell. Ouando ela poderia imaginar queaquele estranho petulante, que um dia atera em sua porta por engano, chegaria a ser apessoa mais importante de sua vidaI

os Jltimos dois meses, desde que Brice lhe propusera casamento, eles tinhamvivido numa onda de alegria e excita("o. %correram rigas, naturalmente, mas todos os

desentendimentos tinham aca ado em ei*os quentes e apaixonados.Eva olhou para 3olleen, que estava linda como uma $lor, em seu vestido a@ul dedama de honra.

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

— Estou emI — perguntou, preocupada.— %h, Eva, vocF est& lindíssima! — a irm" assegurou. — i seu noivo, alguns

minutos atr&s. )implesmente magní$ico!— Ele n"o vestiu *aqueta de couro ou algo parecido, n"o

'I — Eva quis sa er, ansiosa.3olleen meneou a ca e(a negativamente.

— "o, nada de *aqueta de couro, apesar de eu ter adorado as contas coloridas queele tran(ou no ca elo. — 2eu uma risada ao ver a express"o de Eva. — Estou rincando,sua o a.

— Est& de smo+ingI— 3omo qualquer noivo que se pre@e. 0indo de morrer e nervoso como um

estudante em dia de prova. Ah, esqueci de di@er. % gin&sio est& lotado.Eva assentiu. :odos os alunos tinham a$irmado que n"o perderiam o casamento, de

modo que Brice achara melhor reali@&/lo no gin&sio da escola, onde todos $icariamcon$ort&veis.

Mas s# de pensar naquele lugar enorme, lotado, Eva sentiu o estPmago apertar/senervosamente. :alve@ tivesse sido pre$erível escolher um lugar mais calmo. Ela a$astou aideia no mesmo instante. % relacionamento de Brice com os alunos era uma das coisasque ela mais admirava.

Ele achara importante que os estudantes contri uíssem para a $esta e os rapa@es emeninas tinham passado toda a semana con$eccionando $lores de papel, decorando ogin&sio, deixando/o adequado para uma cerimPnia nupcial. Algu'm ateu na porta.

— Est& na hora — avisou uma vo@ $eminina.Eva olhou para 3olleen, quase em pHnico. A irm" a ra(ou/a.— ocF se sair& em, mana. Espero que $a(a tudo certo para que eu sai a o que

$a@er, quando chegar minha ve@.— E mam"eI ostou do vestido que mandou $a@erI em tive tempo de $alar com

ela.— Ela est& muito onita e acompanhada.— AcompanhadaI— eio com o irm"o de uma das amigas do *ogo de ridge, que ' viJvo e est&

procurando uma esposa.Eva riu. :udo estava muito em em seu mundo.Minutos depois, ela se encontrava parada no $undo do gin&sio, o servando os

componentes do corte*o tomarem seus lugares. %lhou em volta e viu que o gin&sio $oratrans$ormado numa igre*a encantadora, digna de um conto de $adas.

Tavia $lores de papel por toda parte, pendendo das paredes e do teto como cord1es,

su indo pelas traves em arran*os artísticos, e espalhadas pelo ch"o.Ouando a marcha nupcial come(ou, ela desli@ou pela passadeira vermelhaestendida no piso encerado, ouvindo os murmJrios admirados da multid"o.

Brice, muito alto e onito, esperava/a no altar improvisado, olhando/a com emo("ot"o pro$unda que ela prendeu o $Plego por um instante. Era como se tivesse medo derespirar, achando que acordaria e desco riria que tudo n"o passara de um sonho.

Estava chegando ao altar, quando viu algo inusitado. )entado ao lado de Brice, comuma gravata or oleta no pesco(o, mais $eio que nunca, 3"o segurava na oca acestinha com as alian(as. arecia contente, como se pudesse entender que Brice, seugrande amigo, encontrara o caminho da $elicidade.

:odas os receios de Eva, todas as dJvidas, desapareceram na onda de alegria que

se $ormou dentro dela.Brice continuava imprevisível e louco. Era o mesmo irreverente que contagiara aescola e a cidade com seu entusiasmo. % mesmo Brice que levara algo novo e

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8/17/2019 Carla Cassidy - Lições de Amor (Sabrina Noivas 21)

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)a rina oivas - / 0i(1es 2e Amor / 3arla 3assid4

maravilhoso para a vida delaC amor.