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1 O trimestre que passou foi marcado pelo aumento da volatilidade nos mercados. As bolsas caíram, os ativos de crédito se depreciaram e o dólar se valorizou, principalmente contra moedas de países emergentes e produtores de commodities. As preocupações com o crescimento global voltaram a se acentuar. Agora estão mais centradas nos países emergentes e na China em particular. Nas discussões, estiveram presentes não apenas os fracos dados de atividade da segunda maior economia do planeta. Também mereceram destaque uma nova rodada de fortes quedas das bolsas locais e o anúncio da mudança da política cambial do país, que promoveu uma desvalorização da moeda, ainda que modesta. Esta mudança, a maior desde 2005, gerou muitas incertezas e incentivou ainda mais a saída de recursos do país (vide comentário mensal de agosto). Paralelamente às maiores preocupações com a economia chinesa, ocorreu uma abertura dos spreads de crédito nos Estados Unidos. Não está clara a importância dos diversos possíveis fatores por trás deste movimento. Questões setoriais – como a queda das cotações do petróleo afetando empresas produtoras – seriam parte da explicação. Outra explicação possível seria uma “indigestão” do mercado face ao enorme volume de emissões. Esta explicação ainda suscita a dúvida se é só uma questão temporária de excesso de oferta ou se o cliente final estaria ficando mais arisco. O aumento dos spreads também poderia estar sinalizando algum risco para a economia. Finalmente, a proximidade do início do ciclo de altas de juros nos Estados Unidos – a primeira alta em quase uma década – poderia estar afetando os preços dos mais diversos ativos de risco. Muitas dúvidas permanecem em relação ao início e à velocidade do ciclo de altas de juros a ser promovido pelo FED. Uma das dúvidas, inclusive, se refere aos possíveis reflexos do baixo crescimento global na economia americana – Yellen emitiu uma mensagem bastante preocupada a este respeito na reunião do FOMC de setembro. No entanto, o fim da folga nos mercados de fatores, em especial no mercado de trabalho, vai tornando inevitável alguma ação por parte do FED – a menos que ocorra uma desaceleração mais acentuada da própria economia americana. A elevação dos spreads de crédito e a discussão sobre a alta de juros nos Estados Unidos tornam o ambiente mais adverso para os países emergentes. Cresceu muito o debate sobre uma possível reversão mais significativa dos enormes fluxos de capital recebidos por estes países na última década. Junto com estes fluxos, tivemos um grande aumento da alavancagem das empresas e das famílias. A reversão destes fluxos e um eventual processo de desalavancagem devem pressionar ainda mais o crescimento e as moedas destas economias. Neste ambiente global já adverso, os ativos brasileiros apresentaram depreciação muito acentuada. Aqui, o principal fator por trás desta deterioração foi a significativa piora das expectativas em relação ao necessário ajuste das contas fiscais do país. E esta piora de expectativas advém de uma crise política e de um governo que não tem convicção da necessidade de profundas mudanças estruturais. Entramos em um ciclo vicioso. A piora do quadro fiscal mina a confiança de investidores e empresários. Com isso, investimentos e emprego caem. A queda da atividade leva a uma piora da arrecadação e do quadro fiscal. E o ciclo prossegue. Enquanto isso, nada é feito para brecar este processo. O governo, fraco e sem convicção das medidas necessárias, está focado em impedir um processo de impeachment. E o banco central, face a falta de uma âncora fiscal e de uma inflação galopante, fica paralisado. Caminhamos para a mais profunda recessão das últimas décadas. Carta do gestor – Setembro 2015

Carta do gestor – Setembro 2015 · E o ciclo prossegue. Enquanto isso, nada é feito para brecar este processo. O governo, fraco e sem convicção das medidas necessárias, está

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Page 1: Carta do gestor – Setembro 2015 · E o ciclo prossegue. Enquanto isso, nada é feito para brecar este processo. O governo, fraco e sem convicção das medidas necessárias, está

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O trimestre que passou foi marcado pelo aumento da volatilidade nos mercados. As bolsas caíram, os

ativos de crédito se depreciaram e o dólar se valorizou, principalmente contra moedas de países emergentes

e produtores de commodities.

As preocupações com o crescimento global voltaram a se acentuar. Agora estão mais centradas nos

países emergentes e na China em particular. Nas discussões, estiveram presentes não apenas os fracos dados

de atividade da segunda maior economia do planeta. Também mereceram destaque uma nova rodada de

fortes quedas das bolsas locais e o anúncio da mudança da política cambial do país, que promoveu uma

desvalorização da moeda, ainda que modesta. Esta mudança, a maior desde 2005, gerou muitas incertezas e

incentivou ainda mais a saída de recursos do país (vide comentário mensal de agosto).

Paralelamente às maiores preocupações com a economia chinesa, ocorreu uma abertura dos

spreads de crédito nos Estados Unidos. Não está clara a importância dos diversos possíveis fatores por trás

deste movimento. Questões setoriais – como a queda das cotações do petróleo afetando empresas

produtoras – seriam parte da explicação. Outra explicação possível seria uma “indigestão” do mercado face

ao enorme volume de emissões. Esta explicação ainda suscita a dúvida se é só uma questão temporária de

excesso de oferta ou se o cliente final estaria ficando mais arisco. O aumento dos spreads também poderia

estar sinalizando algum risco para a economia. Finalmente, a proximidade do início do ciclo de altas de juros

nos Estados Unidos – a primeira alta em quase uma década – poderia estar afetando os preços dos mais

diversos ativos de risco.

Muitas dúvidas permanecem em relação ao início e à velocidade do ciclo de altas de juros a ser

promovido pelo FED. Uma das dúvidas, inclusive, se refere aos possíveis reflexos do baixo crescimento global

na economia americana – Yellen emitiu uma mensagem bastante preocupada a este respeito na reunião do

FOMC de setembro. No entanto, o fim da folga nos mercados de fatores, em especial no mercado de

trabalho, vai tornando inevitável alguma ação por parte do FED – a menos que ocorra uma desaceleração

mais acentuada da própria economia americana.

A elevação dos spreads de crédito e a discussão sobre a alta de juros nos Estados Unidos tornam o

ambiente mais adverso para os países emergentes. Cresceu muito o debate sobre uma possível reversão mais

significativa dos enormes fluxos de capital recebidos por estes países na última década. Junto com estes

fluxos, tivemos um grande aumento da alavancagem das empresas e das famílias. A reversão destes fluxos e

um eventual processo de desalavancagem devem pressionar ainda mais o crescimento e as moedas destas

economias.

Neste ambiente global já adverso, os ativos brasileiros apresentaram depreciação muito acentuada.

Aqui, o principal fator por trás desta deterioração foi a significativa piora das expectativas em relação ao

necessário ajuste das contas fiscais do país. E esta piora de expectativas advém de uma crise política e de um

governo que não tem convicção da necessidade de profundas mudanças estruturais. Entramos em um ciclo

vicioso. A piora do quadro fiscal mina a confiança de investidores e empresários. Com isso, investimentos e

emprego caem. A queda da atividade leva a uma piora da arrecadação e do quadro fiscal. E o ciclo

prossegue. Enquanto isso, nada é feito para brecar este processo. O governo, fraco e sem convicção das

medidas necessárias, está focado em impedir um processo de impeachment. E o banco central, face a falta

de uma âncora fiscal e de uma inflação galopante, fica paralisado. Caminhamos para a mais profunda

recessão das últimas décadas.

Carta do gestor – Setembro 2015

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Cenário internacional: crescem as preocupações com o crescimento e com as saídas de capital

de países emergentes e da China

Como colocado na introdução desta carta, as preocupações com o crescimento global voltaram a

se acentuar. Agora, estas preocupações são muito mais centradas nos países emergentes e na China em

particular. Em comentários mensais recentes (vide comentário de agosto), já discutimos com algum grau de

detalhe os desenvolvimentos recentes na China. Em que pese as preocupações específicas com o estouro da

bolha acionária e com a mudança anunciada para a política cambial do país, a mensagem final não mudou

muito. O país enfrenta grandes desafios para manter um bom ritmo de crescimento enquanto desacelera seu

processo de alavancagem, aloca melhor capital e faz um ajuste da economia em direção ao setor de

serviços e ao consumo.

Alguns dos mesmos defeitos que já começaram a atrapalhar um maior crescimento da produtividade,

também contribuem para diminuir a probabilidade de uma crise mais aguda. De um lado, a conta financeira

ainda relativamente fechada impede fuga de capitais ainda maior. De outro, um sistema financeiro e uma

parte considerável do setor corporativo dominado por empresas estatais – cada vez menos eficientes –

diminuem a probabilidade de uma parada abrupta da atividade em função do aumento dos riscos e da

queda de lucratividade. Ainda que a implementação das reformas anunciadas em 2013 não seja bem

sucedida, uma crise extremamente aguda poderia ser substituída por uma deterioração mais gradual. De

qualquer forma, as mudanças em curso implicam que o país dará uma menor contribuição para o

crescimento da corrente de comércio e para a manufatura global, assim como para os preços das

commodities.

Figura 1: o estouro da bolha acionária, a mudança da política cambial e fracos dados de atividade na China

aumentaram as preocupações não apenas com o crescimento do país, mas com a expansão global

1500

2500

3500

4500

5500

Jan-14 Jul-14 Jan-15 Jul-15

China: Índice de Ações(Shanghai Composite)

Fonte: Bloomberg, Kondor

6.1

6.2

6.3

6.4

6.5

Jan-15 Mar-15 May-15 Jul-15 Sep-15

Cotação da moeda chinesa(Yuan/USD)

Fonte: Bloomberg, Kondor

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Enquanto a discussão de China é “antiga” e continuará conosco por muito tempo, cheia de idas e

vindas, um outro assunto correlacionado teve grande aumento de repercussão recentemente. Trata-se da

possível reversão dos fluxos de capitais internacionais e do ciclo de crédito em países emergentes. Até 2008, o

boom de crescimento e de commodities já havia levado a grandes entradas de recursos em economias

emergentes – via investimentos diretos, empréstimos e portfolio. Após a crise financeira global, as políticas

monetárias extremamente frouxas adotadas pelas economias desenvolvidas - e em particular pela economia

americana - acentuaram ainda mais estes fluxos. Isto mesmo quando alguns sinais de problemas já apareciam

em diversas nações em desenvolvimento. Estes fluxos teriam sido “empurrados” devido às políticas monetárias

frouxas dos desenvolvidos e não “puxados” devido aos bons fundamentos dos emergentes.

Acontece que os fluxos desaceleraram significativamente nos últimos trimestres e saídas líquidas de

capital já ocorrem em 2015 – este deverá ser o primeiro ano com saídas líquidas de recursos desde 1988. São

diversas as implicações da reversão destes fluxos. Primeiramente, devemos lembrar que os mercados

financeiros das economias emergentes são relativamente pequenos em relação ao montante alocado nos

últimos anos. A saída de capital pode vir a colocar considerável pressão sobre o câmbio e títulos de renda fixa

destes países. Uma outra colocação se refere ao fato de que uma parte dos recursos veio na forma de

empréstimos e emissões em dólar. Assim, uma desvalorização mais acentuada da moeda local pode

deteriorar de maneira mais significativa os balanços de diversas empresas. Também é importante lembrar que

os fluxos passados ajudaram a inflar um boom de crédito doméstico.

Assim, há riscos de diversos países se defrontarem com problemas em empresas e com pressão na

taxa de câmbio e na curva de juros. Em momento no qual já enfrentam dificuldades – estruturais em muitos

casos – para crescer, uma eventual desalavancagem da economia diminuiria mais o investimento,

enfraquecendo ainda mais o crescimento. Esta menor expansão da atividade, problemas corporativos e

eventuais problemas fiscais podem acabar estimulando mais saídas de capital, tornando o processo mais

acentuado e prolongado.

Figura 2: um grande risco para os ativos dos países emergentes é o fim do ciclo de enorme entrada de capitais

e de expansão do crédito nestas economias

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013

Emergentes: Emissões no Mercado Internacional

(Empresas não financeiras, Excluíndo-se China, Trilhões de USD)

Fonte: BIS, Kondor

50%

55%

60%

65%

70%

75%

80%

2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013

Economias Emergentes -Crédito

(Setor Não Financeiro - % do PIB, Excluíndo-se China)

Fonte: BIS, Kondor

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Além de questões domésticas e preocupações relacionadas à China, dois fatores externos

contribuem para a mudança dos fluxos. Estes fatores seriam a elevação dos spreads de crédito nos Estados

Unidos e a proximidade da primeira alta de juros promovida pelo FED em quase dez anos. Grandes incertezas

rondam estes dois processos. Como comentamos na introdução desta carta, diversas explicações poderiam

estar por trás da elevação das taxas cobradas nas emissões do setor corporativo americano. As implicações

são diferentes caso, por exemplo, se trate “apenas” de uma indigestão devido ao grande volume de

emissões, ou se há algo mais “permanente” por trás dos spreads mais elevados. A maneira como se dará o

ciclo de alta de juros nos Estados Unidos também afeta de modo significativo o comportamento dos preços

dos ativos dos países emergentes. Apesar de todas as dúvidas, dado o fim da folga no emprego na economia

americana e os sinais do mercado de crédito daquele país de que já não aceita spreads tão baixos, continua

valendo a mensagem de que a vida dos países emergentes permanecerá sendo mais difícil, sendo que os

riscos de uma deterioração mais aguda são elevados.

Cenário nacional: crise fiscal e política devem levar o país a maior recessão das últimas décadas

No trimestre que passou, foram reduzidas drasticamente as expectativas de qualquer melhora mais

significativa das contas públicas. Já havíamos escrito em cartas anteriores que o quadro fiscal era

extremamente ruim, com questões estruturais que demandavam reformas mais profundas (vide cartas de

outubro de 2013 e de junho de 2015). Em julho, o governo não apenas reduziu de maneira drástica as metas

de superávit primário dos próximos anos. Também deixou claro que não havia no horizonte nenhuma medida

adicional para tentar ajustar suas contas. A reação dos mercados foi, naturalmente, muito negativa, com

queda das bolsas, depreciação do câmbio, alta da curva de juros e aumento do risco-país.

O susto levou o governo a ir atrás de medidas salvadoras. Mas ao invés de ao menos propor medidas

mais estruturais – como o fim da indexação do salário mínimo e o aumento da idade para a aposentadoria -,

centrou todos seus esforços na recriação da CPMF. Como o Congresso, em meio a crise política atual, deixou

claro que não estava disposto a elevar ou criar mais impostos, o governo simplesmente resolveu enviar um

orçamento prevendo déficit primário para 2016.

A economia já vinha desacelerando em ritmo acelerado ao longo do primeiro semestre do ano. A

primeira etapa do aperto fiscal, a diminuição das concessões de crédito público, a alta da taxa básica de

juros, a crise na Petrobras, a operação Lava Jato e a própria queda da confiança neste ambiente foram

vetores que levaram a uma forte contração da atividade desde o começo de 2015. A materialização destes

fatores e a contração da atividade eram inevitáveis, dados os enormes erros de política econômica – e

desvios de conduta – dos anos anteriores (vide carta de dezembro de 2014).

No entanto, a crise política e a falta de convicção do governo em relação a alguns ajustes estruturais

deixaram claro que caminhamos para uma explosiva trajetória para a dívida pública. Com isso, entramos em

um ciclo vicioso. O precário quadro fiscal mina a confiança dos investidores e empresários, que sabem que a

situação é insustentável. Com isso, os investimentos e a atividade se contraem ainda mais. Com menos

atividade, as receitas fiscais caem e o quadro das contas públicas se deteriora ainda mais. E o ciclo

prossegue.

O governo assiste a tudo isso sem conseguir reagir. Além da falta de convicção nos ajustes

necessários, a grande preocupação do poder executivo é simplesmente evitar o impeachment da presidente.

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E o banco central, sem credibilidade já há algum tempo, está sem reação face à deterioração fiscal e à

inflação galopante. Sem medidas para frear o ciclo vicioso, caminhamos para a mais longa e profunda

recessão das últimas décadas.

Figura 3: sem reformas, a dívida pública brasileira entrou em trajetória explosiva, enquanto o país caminha

para a mais profunda recessão das últimas décadas

Há ainda um agravante. Os agentes privados da economia – famílias e empresas – nunca foram tão

endividados. O estoque de dívida pode até não ser tão alto quando fazemos comparações internacionais.

No entanto, o custo da dívida é muito elevado, com destaque para o comprometimento da renda das

famílias. Como não existem medidas anticíclicas, as finanças destes agentes vão piorando. A inadimplência

deverá começar a subir em ritmo mais forte nos próximos meses, acentuando ainda mais a queda do crédito

e prolongando o ritmo de significativa contração da atividade. O ciclo vicioso apenas se intensifica.

Sem uma política que aponte para a sustentabilidade das contas públicas, o sistema de metas de

inflação, já arranhado devido à baixa credibilidade do banco central, fica muito fragilizado. Isso porque a

saída final para fechar as contas do governo, caso nada mais seja feito, seria uma contínua elevação da

inflação. Estaríamos, também, entrando em um ambiente de dominância fiscal. Uma eventual elevação das

taxas básicas de juros deterioraria ainda mais o quadro fiscal. Com isso, a trajetória da dívida se tornaria ainda

mais explosiva. O câmbio acabaria depreciando e afetando negativamente a inflação. As taxas de juros se

tornariam ineficazes no combate a inflação.

Caso o país não consiga reverter rapidamente esta situação, a nova âncora para o nível de preços

será o câmbio. O repasse cambial se tornará bem maior. Conviveremos com uma inflação bastante elevada,

apesar da profunda recessão. Enquanto a situação política não for normalizada e tivermos um governo forte e

capaz de implementar as duras medidas estruturais de ajuste fiscal, o país permanecerá em ambiente de

grave crise econômica.

Desempenho do fundo Kondor KLX

2%

4%

6%

8%

10%

12%

14%

Gastos previdência (%PIB)

Projeção

Fonte: Ministério da Previdência, Kondor

50%

55%

60%

65%

70%

75%

80%

2007 2009 2011 2013 2015 2017

Divida Bruta do Governo Geral (% PIB)

Div. Bruta Gov. Geral Projeção

Fonte: BCB, Kondor

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Em setembro, os mercados internacionais se mantiveram voláteis. Ativos de crédito apresentaram

significativa deterioração, enquanto as bolsas prolongaram o movimento de queda e o dólar se valorizou,

principalmente frente às moedas de países emergentes. Preocupações com o crescimento global, em

especial com a China, continuam se destacando. O FED optou por não elevar a taxa básica de juros, mas um

discurso muito cauteloso por parte da Yellen não foi bem recebido pelo mercado. No Brasil, os ativos

apresentaram nova rodada de grande deterioração. O orçamento propondo déficit primário para 2016

acentuou ainda mais as preocupações com a sustentabilidade fiscal. Enquanto uma reforma ministerial que

diminua as chances de impeachment da presidente vai se articulando, a recessão se aprofunda, a inflação

permanece pressionada e o Brasil perde o selo de investment grade dado pela agência S&P. O resultado do

fundo foi +1,02%: +0,34% em moedas direcional (compra de USDxCesta moedas); -0,09% em juros

internacionais; -0,21% em juros locais (inclinação); +0,08% em bolsa micro; -0,08% em bolsa macro e -0,01% em

crédito externo. O caixa rendeu +1,15% e as despesas foram de -0,16%.

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Histórico de Rentabilidade

Setembro 1.11% 1.03% -3.36% 9.94%

Kondor Max Kondor LX CDI IFMM IBOVESPA Dólar

0.99% 1.02%

12.03%%

0.95%

-15.50% 13.29%

0.37% 0.11% 0.95%

1.11% 0.30%

1.54% 0.98%

1.03%

9.24% 8.05%

12.82%

-6.17%

6.06%

11.19% -18.10%

7.55% -2.91%

2.02% 9.97%

-0.43% 9.93%1.80%

0.61%

-8.33%

Data de Início* 2/8/2007 4/29/2011Desde o Início 154.06% 72.75%

2007 5.97%* 11.81% 12.54%

1.10% -6.20%

13.43%10.01%

12.38%9.88%

2008 14.33%2009

8.41%

14.90%2010

11.60%10.36%

20111.04%

16.81%

33.73%

-9.89%

10.16%

-25.98%

-8.66%32.00%

-4.23%

50.12%

7.40%

82.64%

15.02% 13.23%*2012 8.88%

-41.23%

9.34%2013 7.81%

1.07%

9.75% 9.24%

5.76%

Janeiro 2.24% 3.72% 0.93%16.66% 9.55%

2014 8.79% 8.82% 10.81%

Agosto 1.48% 1.88%

0.66% 0.52%Junho 1.06% 0.50%

1.45% 0.82% 5.90%

14.34%

-2.38%Julho 2.31% 3.22% 1.18% 3.02% -4.17% 10.26%

5.70%-6.10%

2.86% -0.84% 12.72%

2015 12.60%

Abril1.23%Maio

Março 1.60% 2.15%Fevereiro

KONDOR MAX FIQ FIM KONDOR LX FIQ FIM

Estratégia KLX KLX Patrimônio Líquido

Juros Locais -0.21% 0.47% P.L. Médio (6 Meses)

Juros Internacionais -0.09% -0.24% Retorno Mensal Médio

Subtotal -0.30% 0.23% Desvio Padrão Anual.

Moedas 0.34% 7.48% Sharpe Anualizado ¹

Cupom Cambial 0.00% 0.00% Alpha contra IFMM

Moedas Valor Relativo 0.00% -0.11% Pior Mês -0.72% out-08 -1.96% set-13

Subtotal 0.34% 7.37% Melhor Mês 3.19% dez-08 3.80% ago-11

Bolsa Macro -0.08% 0.75% N.º de Meses Positivos

Bolsa Micro 0.08% 0.92% N.º de Meses Negativos

Subtotal 0.00% 1.67% Maior Seq. de Perdas -2.14% 3 Dias -1.04% 4 Dias

Crédito Externo -0.01% -0.02%

Quantitativo 0.00% 0.00%

Resultado Bruto 0.03% 9.25%

Caixa 1.15% 9.99%

Despesas -0.16% -2.58%

Result. Líquido 1.02% 16.66%

Result. em % do CDI 92% 175%

9%

93%

7%

0.96%

2.11%

1.04%

3.02%

0.73

1.37%

0.91

2.01%

2015

631,881,629

91%

136,872,151

167,855,550

Dados Técnicos

833,219,093

Atribuição do Resultado

Setembro

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Desempenho do fundo Kondor Equity TOTAL FIM

O Kondor Equity Total obteve rentabilidade de 1,54% em setembro, equivalente a 139% do CDI. No

ano, acumula resultado de 15,73%, equivalente a 165% do CDI.

As carteiras direcionais em índices e opções registraram ganho de 0,68%, com destaque positivo em

hedge macro no mercado de câmbio e negativo em posição em opções no setor financeiro.

A carteira direcional em ações registrou ganho de 0,65%. Posições comprada no setor de alimentos e

vendida em carteira diversificada de ações foram as principais contribuições positivas, parcialmente

compensadas por perdas nos setores financeiro e transportes.

A carteira Long&Short (pares) perdeu 0,58%, com perdas em posições em siderurgia e no setor elétrico.

Histórico de Rentabilidade por Estratégia

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Histórico de Rentabilidade por Setor

Histórico de Exposição por Estratégia

RESULTADO 2010 2011 2012 2013 2014 jan-15 fev-15 mar-15 abr-15 mai-15 jun-15 jul-15 ago-15 set-15 2015 TOTAL

Metais 0.50% 0.36% 0.31% 0.10% 0.11% -0.94% 0.19% -0.49% -0.23% 0.63% -0.01% 0.35% -0.12% -0.28% -0.91% 0.46%

Petróleo 0.41% -0.04% -0.81% 0.03% 0.81% 0.01% 0.15% 0.07% -0.14% 0.19% -0.28% 0.08% -0.04% 0.11% 0.14% 0.53%

CommoditiesOutros 0.19% -0.05% 1.86% 0.37% 0.24% -0.42% 0.34% 0.96% 0.20% 0.48% 0.14% 0.37% -0.12% 0.65% 2.64% 5.33%

Consumo 0.37% 1.00% 1.22% 0.40% -0.87% -0.94% 0.98% -0.41% -0.20% -0.01% 0.41% 0.02% 0.68% -0.15% 0.37% 2.50%

Telecom 0.00% -0.42% 0.04% 2.53% 1.82% 0.17% 0.01% 0.02% 0.25% -0.35% -0.11% 0.08% -0.06% 0.12% 0.13% 4.14%

Utilities -0.02% -0.04% 1.81% -0.52% 0.56% 0.15% -0.09% 0.81% -0.33% 0.06% 0.26% 0.18% 0.57% -0.01% 1.60% 3.43%

Infraestrutura -0.11% 0.30% 0.33% 0.02% -0.56% -0.10% 0.20% -0.05% 0.04% -0.20% -0.01% 0.01% 0.07% 0.08% 0.05% 0.03%

Financeiro 0.52% -0.67% 1.38% -0.27% 0.27% -0.60% 1.83% -0.44% 0.90% -0.26% -0.12% 0.12% -0.37% -0.56% 0.48% 1.71%

Imobiliário 0.67% 0.05% 1.92% 0.57% 0.09% -0.13% -0.03% -0.19% 0.18% -0.14% 0.04% 0.04% 0.25% 0.06% 0.07% 3.41%

Índices -0.02% 0.22% 1.03% 1.27% -1.27% 1.44% -2.12% 0.97% -2.20% 1.05% -0.01% 2.83% 1.01% 0.75% 3.67% 4.94%

TOTAL 2.52% 0.71% 9.09% 4.51% 1.26% -1.35% 1.47% 1.25% -1.53% 1.46% 0.31% 4.07% 1.87% 0.76% 8.49% 29.31%

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Desempenho do fundo Kondor Equity Institucional FIA

O Kondor Equity Institucional FIA rendeu -1,89% em setembro enquanto o Ibovespa rendeu -3,36%

As posições do fundo nos setores de papel/celulose e alimentos foram mais uma vez os destaques do

período.

Durante o mês de setembro o fundo manteve exposição em torno de 92% comprado em bolsa,

mantendo as maiores posições no setor financeiro, alimentos e papel/celulose.

Histórico de Rentabilidade

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez AnoÚltimos

12 mesesINST FIA 8.93% - 3.36% 4.92% 10 .4 5 %

IBOV 11.49% - 2.51% - 0.21% 8 .4 7 % - 11.8 5 %

INST FIA 4.43% 4.39% 0.29% - 0.52% -6.69% 0.61% -1.65% 6.03% 0.87% - 0.02% 0.35% 5.18% 13 .3 5 % - 16 .7 4 %

IBOV 11.13% 4.34% - 1.98% - 4.17% - 11.86% -0.25% 3.21% 1.72% 3.71% - 3.56% 0.71% 6.05% 7 .4 0 %

INST FIA 0.49% 0.69% - 1.57% 0.28% -0.94% - 6.19% 0.88% - 1.85% 4.39% 2.38% - 1.65% - 1.00% - 4 .3 6 %

IBOV - 1.95% -3.91% - 1.87% - 0.78% -4.30% -11.31% 1.64% 3.68% 4.66% 3.66% - 3.27% - 1.86% - 15 .5 0 % TOTALINST FIA - 7.46% -1.22% 3.01% 4.60% 0.48% 3.01% -2.13% 7.51% - 8.87% 0.18% - 1.90% -5.99% - 9 .6 9 %

IBOV - 7.51% -1.14% 7.05% 2.40% -0.75% 3.76% 5.01% 9.78% - 11.70% 0.95% 0.17% -8.62% - 2 .9 1% 3 .19 %

INST FIA - 7.99% 9.85% 0.69% 5.65% -3.28% 0.84% -1.66% -5.70% - 1.89% - 4 .5 8 % - 13 .8 8 %

IBOV - 6.20% 9.97% - 0.84% 9.93% - 6.17% 0.61% -4.17% -8.33% - 3.36% - 9 .8 9 %2 0 15

2 0 14

2 0 13

2 0 11

2 0 12

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Gestora Administradora/Custodiante Auditor Regulador

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