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Cartas de Amor

CARTAS DE AMOR

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Escola Secundária António Arroio - "CARTAS" - 2º período - Português - Diogo Alves, nº 12 - Inês Paulo, nº 14 - Marta Prior, nº 21Profª eli

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Page 1: CARTAS DE AMOR

Cartas de Amor

Page 2: CARTAS DE AMOR
Page 3: CARTAS DE AMOR

ÍndiceIntrodução

A Carta

Cartas de Amor

Estrutura da Carta

Tipos de Papel

Poema

Postais

António Lobo Antunes

Conclusão

Bibliografia

Page 4: CARTAS DE AMOR

IntroduçãoApós termos sido confrontados com a proposta de trabalho da professora de Português

para um trabalho sobre as cartas, decidimos, entre outras questões, saber a

constituição da carta, os materiais mais usuais, cartas de amor, selos.

Amor é algo sem explicação, toda a gente sente e até se diz que faz bem à saúde. É uma

emoção básica, e dele podem surgir várias situações.

As cartas de amor nascem desse mesmo sentimento, fazem-nos suspirar e querer

receber mais e mais. É algo bonito mas que, parece-nos, se está a perder.

Page 5: CARTAS DE AMOR

Estrutura da Carta_________ _________ Remetente, Morada, Código Postal

Data _____________

____________ Saudação

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Despedida

Fórmula de Despedida _____________

Assinatura _____________

Page 6: CARTAS DE AMOR

A CartaCarta é um elemento postal, constituída por algumas folhas de

papel fechadas num envelope, que é selado e enviado ao destinatário da

mensagem através do serviço dos Correios.

Nos primórdios da entrega das cartas quem pagava a postagem era

o destinatário e isso só se alterou com a criação dos selos quando

passou, previamente, a ser o remetente a colocar na sobrecarta

(envelope) a quantidade de selos correspondente ao porte (valor da

tarifa de serviço), garantido assim a entrega da carta ou a sua restituição

no caso de não ser encontrado o destinatário.

Page 7: CARTAS DE AMOR

Cartas de AmorCarta de amor é uma maneira romântica de expressar os sentimentos amorosos de uma pessoa na

forma escrita. Cada vez mais mandada pelo correio electrónico, ao invés do correio, a carta pode conter

uma simples mensagem de amor ou uma longa declaração de sentimentos. Será que as cartas de amor são

uma coisa do passado? Como sabemos, é já muito rara a escrita à mão em papel, em formato de carta. Isso

deve-se ao uso frequente e, muito preferido, hoje em dia, da Internet e do correio electrónico. A

comodidade e a velocidade, aliadas a uma menor formalidade, têm favorecido este meio de comunicação. É

claro que nada nos impede de, por e-mail, extravasarmos as nossas emoções e fazermos declarações

amorosas. Contudo, não será uma maneira muito mais impessoal que talvez careça das qualidades,

geralmente atribuídas às antigas cartas de amor?

Na minha adolescência era frequente escreverem-se bilhetinhos amorosos que passávamos, muitas

das vezes disfarçadamente, aos eleitos dos nossos desvelos e paixonetas. Havia um não-sei-quê de mistério

e excitação na troca sub-reptícia dessas mensagens, escritas com grandes floreados e esmero. Depois,

ficávamos, ansiosos, à espera da resposta que, por vezes, tardava pela falta de oportunidade. Hoje tudo isso

mudou. Com a invasão dos telemóveis, que trouxeram essa maravilhosa arma de SMS, ganhámos maior

privacidade e rapidez mas perdemos, a meu ver, a beleza da escrita.

Page 8: CARTAS DE AMOR

Tipos de Papel• Papel ácido

• Papel alcalino

• Papel artesanal

• Papel autocopiativo

• Papel bíblia

• Papel cartão

• Papel couché

• Papel dobradura

• Papel de seda

• Papelão

• Papel reciclado

• Papel sulfite

• Glinter - Uma espécie de papel

termosensível

• Papel higiênico

• Papel jornal

• Papel foto copiador

• Papel fotográfico

• Papel offset

• Papel termosensível

• Papel presente

• Papel vegetal

• Papel verge

Page 9: CARTAS DE AMOR

Utensílios

Page 10: CARTAS DE AMOR

PoemaCartas de amor escritas

com tanta paixão,

são cartas que chegam

ao destinatário que reside

em teu coração

Cartas de amor

são espelhos do

teu rosto colocados

permanentemente

em meus pensamentos

Cartas de amor simples

e belas são aquelas

que levam beijos,

que zelam por ti

a todo momento

Cartas de amor,

são beijos de partida

que vêem de ti,

nunca beijos de chegada

que residem em mim

Cartas de amor

escritas com alma

são verdadeiras sem

cor, sem credo

e nem Raça

Cartas de amor

nunca deveriam

ser fechadas sem

primeiro serem beijadas

com muito ardor.

Fernando Ramos

Page 12: CARTAS DE AMOR

António Lobo

Antunes“Minha namorada querida

Aqui cheguei, finalmente, a Gago Coutinho, depois de uma viagem apocalíptica, como nunca pensei ter de fazer em

qualquer época da minha vida: partimos às 3 horas da manhã dia 22, em autocarros tipo Claras, de Luanda para Nova

Lisboa, através de um cenário maravilhoso, mas que à 23ª hora começou a cansar-me. Chegámos de madrugada a Nova

Lisboa, dormimos nas camionetas, e às 3 da tarde do dia 29 (ou 23?), depois dos 600 km de autocarro, meteram-nos no

comboio para o Luso: 2 dias de viagem em vagões de 4ª classe – essa famosa invenção dos ingleses para os habtantes do

3º mundo, e que a companhia dos caminhos-de-ferro de Benguela inglesmente adoptou - em grandes molhos de pernas e

de braços, de armas e de cabeças. Essas carruagens possuem apenas 3 únicos bancos longitudinais: dois ao correr das

janelas e o último, duplo, ao centro, como uma risca ao meio. Como faltavam vagões , assistiu-se então a um espectáculo

indescritível: de todo o lado surgiram membros que pareciam não pertencer a nenhum corpo. Cheguei a coçar a minha

cabeça com uma mão alheia. Aí dormia, ou fingia dormir, e comia as conservas que inundavam o chão de latas e de

molhos, e que me estragaram completamente as vísceras.

Page 13: CARTAS DE AMOR

Deportados judeus para um campo de concentração nazi. E depois veio o inferno, ou inferno maior, o sétimo inferno

inversamente comparável ao 7º céu de Maomé: agarraram e nós e meteram-nos em camionetas de carga para os 500 km

minados que separam Luso de Gago Coutinho: dois bate-minas à frente (duas berliets carregadas de sacos de areia) e

depois uma extensa fila de carros, onde seguíamos de arma apontada numa tensão de ataque iminente. Felizmente não

houve minas nem emboscadas, mas aconteceu uma coisda horrível: a camioneta em que eu seguia, a última (por sorteio)

partiu a direcção, a uma velocidade considerável, e esmagou-se numa vala. Eram 21: três braços partidos, e pernas, várias

outras lesões sortidas, e eu com seis pontos no lábio e 3 na língua: ainda não a sinto. Caímos todos uns por cima dos outros,

e pensei que tivesse sofrido mais do que isso porque o corpo dava-me a sensação de se encontrar multiplamente rachado.

Mas tudo passou, continuo a resistir, e amo-te.

Isto é o fim do mundo: pântanos e areia. A pior zona de guerra de Angola: 126 baixas no batalhão que rendemos, embora apenas

com dois mortos, mas com amputações vaias. Minas por todo o lado».

Page 14: CARTAS DE AMOR

“Meu amor querido

Adoro-te minha gata de Janeiro meu amor minha gazela meu miosótis minha estrela aldebaran minha amante minha Via Láctea

minha filha minha mãe minha esposa minha margarida meu gerâneo minha princesa aristocrática minha preta minha branca

minha chinesinha minha Pauline Bonaparte minha história de fadas minha Ariana minha heroína de Racine minha ternura

meu gosto de luar meu Paris minha fita de cor vício secreto minha torre de andorinhas três horas da manhã minha

melancolia minha polpa de fruto meu diamante meu sol meu copo de água minhas escadinhas da Saudade minha morfina

ópio cocaína minha ferida aberta minha extensão polar minha floresta meu fogo minha única alegria minha América e meu

Brasil minha vela acesa minha candeia minha casa meu lugar habitável minha mesa posta minha toalha de linho minha

cobra minha figura de andor meu anjo de Boticelli meu mar meu feriado meu domingo de Ramos meu Setembro de

vindimas meu moinho no monte meu vento norte meu sábado à noite meu diário minha história de quadradinhos meu

recife de Manuel Bandeira minha Pasargada meu templo grego minha colina meu verso de Höderlin meu gerânio meus

olhos grandes de noite minha linda boca macia dupla como uma concha fechada meus seios suaves e carnudos meu enxuto

ventre liso minhas pernas nervosas minhas unhas polidas meu longo pescoço vivo e ágil minhas palavras segredadas meu

vaso etrusco minha sala de castelo espelhada meu jardim minha excitação de risos minha doce forquilha de coxas minha

eterna adolescente minha pedra brunida meu pássaro no mais alto ramo da tarde meu voo de asas minha ânfora meu pão

de ló minha estrada minha praia de Agosto minha luz caiada meu muro meu soluço de fonte meu lago minha Penélope meu

jovem rio selvagem meu crepúsculo minha aurora entre ruínas minha Grécia minha maré cheia minha muralha contra as

ondas meu véu de noiva minha cintura meu pequenino queixo zangado minha transparência de tules minha taça de oiro

minha Ofélia meu lírio meu perfume de terra meu corpo gémeo meu navio de partir minha cidade meus dentes ferozmente

brancos minhas mãos sombrias minha torre de Belém meu Nilo meu Ganges meu templo hindu minha areia entre os dedos

minha aurora minha harpa meu arbusto de sons meu país minha ilha minha porta para o mar meu manjerico meu cravo de

papel minha Madragoa minha morte de amor minha Karénine minha lâmpada de Aladino minha mulher.”

Page 15: CARTAS DE AMOR

Fazer este trabalho foi bastante gratificante, pois foi elaborado com vontade e

soube bem fazer a sua pesquisa pois aqueceram-nos a alma as belas palavras

lidas nas cartas de amor.

Soubemos como se escreviam lindas cartas e como chegar à alma das outras

pessoas, apenas utilizando o nosso coração.

Reparámos também que com uma caneta e um papel podemos mudar a cabeça

de muitos e suavizar o olhar de alguém.

As cartas de amor continuam a ser muito gratificantes, tanto para quem envia

como para quem recebe, apesar do trabalho, da falta de paciência e de tempo,

na nossa vida atribulada, de horários apertados e dia-a-dia preenchidos com

milhentos afazeres.

Que o nosso trabalho vos leve a escrever belas e longas cartas – se de amor,

tanto melhor!

Conclusão

Page 16: CARTAS DE AMOR

Bibliografia• http://pt.wikipedia.org/wiki/Carta

• http://julieta-ferreira.com/blog/cartas-de-amor.html

• http://cartas-de-amor.blogs.sapo.pt/

• http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=23101

• http://groselha.wordpress.com/2008/03/17/cartas-de-amor/