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DENGUECartilha do Gestor Municipal
2014
Foto da capa:
A cidade de Mococa e sua bela paisagem, aqui representando os 645 municpios paulistas engajados no combate dengue.
Secretaria de Estado da SadeDavid Everson Uip
Coordenadoria de Controle de DoenasMarcos Boulos
Coordenadoria de Regies de SadeAffonso Viviani Junior
Coordenadoria de Servios de SadeGeraldo Reple Sobrinho
Coordenadoria de Gesto de Contratos deServios de Sade
Eduardo Ribeiro Adriano
Superintendncia de Controle de EndemiasDalton Pereira da Fonseca Jr
Elaborao:
Grupo Executivo de Dengue do Estado de So PauloCoordenador:
Adriana Yurika Maeda, Akemi Suzuki, Antnio Henrique Alves Gomes, Ana Ceclia C. Frana, Arnaldo Mauro Elmec, Ceclia Santos Silva Abdalla, Cludia Barleta, Claudia Patara Saraceni, Dalva Marli Valrio Wanderley, Elaine Wersom, Irma Teresinha R. N. Ferreira, Ivani Bisordi, Maringela Guanaes Bortolo da Cruz, Marisete Cespedes Prico, Mariza Pereira, Michele Higa Fres, Neide Yumie Takaoka, Nilce Helena de Paula Kezh, Rachel Hidalgo Secco, Sandra Cristina Perez Tavares, Silvio Augusto Margarido, Sylia Rehder.
Projeto Grfico e Editorao Eletrnica
Sylia RehderMarcos Rosado
Rita Negro
Reviso
Ktia Rocini
Centro de Produo e Divulgao CientficaCoordenadoria de Controle de Doenas
Moiss Goldbaum
A GESTO MUNICIPAL E O CONTROLE DA DENGUE
A dengue uma doena transmitida por mosquitos do gnero Aedes, infectados por vrus de um dos quatro sorotipos distintos: DENV-1, 2, 3 e 4.
considerada uma doena decorrente da urbanizao desordenada, principalmente em pases em desenvolvimento. Est inserida no ambiente urbano, onde o mosquito transmissor encontra condies favorveis para a reproduo.
A Organizao Mundial de Sade (OMS) estima que aproximadamente 2,5 bilhes de pessoas vivam em reas com risco de infeco. Nos ltimos anos, a doena tem se espalhado rapidamente, atingindo inclusive pequenas cidades.
No estado de So Paulo, aps um curto episdio de transmisso em 1987, uma epidemia importante de dengue se estabeleceu no vero de 1990/1991. A partir de ento a circulao viral se intensificou, afetando a maioria das cidades.
O controle da dengue requer atuao conjunta das trs esferas de governo federal, estadual e municipal por meio das aes de vigilncia epidemiolgica, sanitria, controle do mosquito (vetor), assistncia mdica e comunicao social, com a participao ativa de instituies pblicas, privadas e de toda a populao.
Dengue: Cartilha do Gestor
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VIGILNCIA EPIDEMIOLGICA
A vigilncia epidemiolgica da dengue tem como objetivos: evitar a introduo da doena em reas livres, detectar precocemente a transmis-so, reduzir os casos graves e, com isso, reduzir o nmero de bitos e detec-tar os sorotipos circulantes.
As vigilncias epidemiolgicas municipais acompanham as notifica-es de casos suspeitos, o nmero de casos confirmados, bairros de maior ocorrncia e grupos populacionais mais atingidos.
O municpio precisa garantir agilidade no fluxo de informaes dos casos suspeitos, desde o atendimento nas unidades de sade at as vigilncias epidemiolgicas e, destas, para o servio de controle de vetores municipal.
Essas informaes so essenciais para a deteco precoce da circula-o viral e para promover ao oportuna do controle vetorial.
A dengue uma doena de notificao compulsria desde 2006 (todos os casos suspeitos devem ser notificados no SINAN) e de notificao imediata, desde 2011: a Portaria MS n 104/2011 estabelece que os casos graves e bitos devem ser notificados em at 24 horas.
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VIGILNCIA LABORATORIAL
No incio da transmisso, todos os casos suspeitos de dengue devem ser encaminhados rede de Laboratrios do Estado, sob coordenao do Instituto Adolfo Lutz (IAL Central) para confirmao da transmisso. Todos os casos graves e bitos devem ser enviados ao IAL Central para elucidao.
O exame especfico para diagnstico o teste imunoenzimtico ELISA, para a pesquisa de anticorpos da classe IgM em amostras de fase aguda tardia, a partir do sexto dia aps o incio dos sintomas.
Quando o nmero de casos confirmados por laboratrio atingir o coeficiente de incidncia*, determinado para cada municpio de acordo com o seu porte populacional, o diagnstico passa a ser clnico-epidemiolgico (Quadro 1).
Quadro 1. Limites para interrupo do diagnstico laboratorial, segundo incidncia de dengue e porte populacional. Estado de So Paulo, 2013.
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Coeficiente de Incidncia* Populao (mil) 600 < 10.000 300 10.000 99.999 150 100.000 249.999 100 250.000 499.999
80 >= 500.000
*O Coeficiente de Incidncia o nmero de casos confirmados acumulados a partir da semana epidemiolgica 27 (incio do segundo semestre) dividido pela populao do municpio e multiplicado por 100.000 habitantes.
Para a anlise da situao epidemiolgica, recomenda-se:
lConhecer a srie histrica de casos de dengue confirmados;
lRealizar busca ativa de casos secundrios;
lObter e analisar o total de casos, casos graves, bitos, letalidade (nmero de bitos/nmero de casos graves X 100), coeficiente de incidncia, taxa de internao , faixa etria (ano corrente e srie histrica); determinar a regio (bairro/ distrito de sade) mais acometida;
lElaborar boletim peridico sobre a situao da dengue;
lNotificar aos setores de vigilncia (municipal, estadual), em 24 horas, os casos suspeitos de dengue grave e os bitos;
lPropiciar o envio rpido da notificao do caso suspeito dos servios de sade para a Vigilncia Epidemiolgica e desta para a rea de Controle de Vetores;
lTornar rpido o fluxo dos exames laboratoriais especficos (coleta e envio ao laboratrio, liberao e devoluo dos resultados) para avaliao do incio da transmisso;
lDetectar e investigar precocemente os casos suspeitos de doena grave e bitos para o desencadeamento rpido das demais aes;
lIntegrar as aes para o controle da dengue estratgia de sade da famlia, capacitando os agentes comunitrios de sade.
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CONTROLE DO VETOR
O aumento da infestao do mosquito Aedes aegypti depende de temperaturas elevadas e de altos nveis de chuva, o que ocorre em diversas regies, principalmente no vero.
O controle do mosquito transmissor a medida mais eficiente para a preveno da dengue. Para tanto, fundamental:
Garantir equipes capacitadas para o controle do vetor, bem como estrutura fsica, equipamentos e veculos;
Integrar as reas de Vigilncia Epidemiolgica e Sanitria, Laboratrios, Controle de Vetor, Assistncia em todos os nveis (envolvendo Estratgia de Sade da Famlia, onde houver) e Comunicao Social, para facilitar a gesto do Programa de dengue em nvel local;
Produzir informaes (situao de infestao do vetor, nmero de casos autctones e expanso da transmisso), analisar a situao do controle do vetor e atuar na soluo dos problemas;
Garantir as atividades de vigilncia e controle do vetor de forma permanente. Dentre elas destacam-se: visitas casa a casa, pesquisa e tratamento de Pontos Estratgicos (PE), Imveis Especiais (IE) e Avaliao de Densidade Larvria (ADL), alm das aes de Informao, Educao e Comunicao (IEC) para envolvimento da populao na vigilncia e controle da dengue.
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Em situao de transmisso estabelecida necessrio:
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A partir da notificao de um caso, avaliar a necessidade de desencadear atividades de controle de vetor , visando a interrupo da transmisso;
Identificar no mapa os locais provveis de infeco dos casos, assinalando as regies onde sero desencadeadas aes de controle do vetor e realizar a cobertura completa para o controle vetorial;
Realizar aes para o bloqueio da transmisso - Controle de Criadouros (para eliminao de larvas do mosquito) e Aplicao de Inseticida (para eliminao do mosquito adulto);
Avaliar os resultados do trabalho realizado em imveis de maior risco como Pontos Estratgicos (PE: borracharias, ferros velhos etc.), Imveis Especiais (IE: hospitais, escolas etc.), imveis fechados e naqueles com recusa de vistoria;
Supervisionar as equipes de campo para melhoria do trabalho;
Integrar os setores municipais - obras, educao, meio ambiente - e intensificar aes de educao, comunicao e mobilizao social para a populao.
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CUIDADOS COM OS CASOS SUSPEITOS DE DENGUE
Com o aumento do nmero de casos de dengue, aumenta tambm a
procura da populao por assistncia mdica. Os servios de Ateno Bsica
devem ser a principal porta de entrada do atendimento dos casos suspeitos
de dengue, por isso, necessrio organizar a rede assistencial com equipes
capacitadas.
Reduzir o tempo de espera por atendimento mdico fundamental
para diminuir o agravamento da doena e o bito.
Para garantir a qualidade da assistncia mdica muito importante
que a populao seja orientada a procurar as Unidades Bsicas de Sade
(UBS) que, por sua vez, devero avaliar cada caso e fazer os encaminhamen-
tos para outros servios, conforme a classificao de risco.
Classificao de Risco critrio de triagem para os procedimentos
Fonte: Ministrio da Sade Manual Dengue Diagnstico e Manejo Clnico - 2013
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CLASSIFICAO DE RISCO CLNICA/PROCEDIMENTOS
GRUPO A Sem sangramento e sem sinais de alarmeAtendimento pelo horrio da chegadaUnidade de Ateno Primria
GRUPO B
Com sangramento
Prioridade no urgente
Unidade de Ateno SecundriaGRUPO C
Com sinais de alarme
Urgncia com atendimento rpidoUnidades com Leitos de Internao
GRUPO D
Com sinais de choque
Emergncia com atendimento emergencialUnidade com CTI ou UTI
Entre os pacientes com dengue h os que necessitam apenas de procedimentos simples (atendimento em UBS) e os que desenvolvem doena grave, com complicaes, cuja internao em UTI essencial para recuperao.
O Gestor Municipal deve estar informado quanto situao da trans-misso para garantir populao atendimento adequado.
lNmero de UBS suficiente para atender demanda espontnea numa situao de epidemia de dengue;lUtilizao de Protocolo de Atendimento padronizado;lProfissionais capacitados para utilizar o Protocolo;lUBS em condies para hidratao oral ou endovenosa dos
pacientes;lNmero suficiente de Unidades com Atendimento 24 horas;lFluxo para encaminhar os pacientes (sistema de regulao) para
outros nveis de assistncia;lCapacidade de acompanhamento de todo suspeito de dengue
(carto de acompanhamento de dengue) e reavaliao aps 48 horas, especialmente para os casos que apresentem os sinais de alarme;lFluxo de encaminhamento do material coletado ao Laboratrio de
Referncia;lProfissionais capacitados para coleta, transporte e encaminha-
mento de material.
Para a organizao da assistncia, alguns critrios devem ser atendidos:
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O CONTROLE DA DENGUE DEPENDE DE TODOS
As aes de preveno de dengue devem contar com a participao do poder pblico, da sociedade civil e da populao em geral para o xito no controle.
Por isso, devem ser organizados Comits de Mobilizao Social contra Dengue, importantes para o envolvimento de todos nas aes para o controle da doena.
Todo municpio deve estabelecer estratgias de comunicao social que produzam informaes claras para que a populao participe na preveno e controle da doena. Um plano de comunicao deve ser estabelecido de forma a facilitar o fluxo de informaes mdia local e regional (rdio, TV, jornais etc.) que, por sua vez, promover a ampla divulgao.
lEnvolver a assessoria de imprensa institucional (com jornalista responsvel) na comunicao. Caso ela no exista, identificar um profissional com perfil para comunicao e confiar a ele essa atribuio; lProduzir material de comunicao (cartaz, folheto, cartilha etc.) que
represente o cenrio do seu municpio ou regio, com linguagem, imagens e ilustraes de fcil compreenso e visualizao;lUtilizar os canais de comunicao do municpio e da regio para
transmitir informaes sobre a dengue (jornais, TVs locais e/ou regionais, estaes de rdio, sites, informes/boletins de entidades de classe e da socieda-de civil organizada);lEstabelecer e manter abertos esses canais promovendo a aproxima-
o entre essas mdias e a gesto municipal, com reunies tcnicas, convocao de coletivas e fluxo de informes para a imprensa.
Pontos importantes na comunicao:
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Secretaria de Estado da Sade
Instituies estaduais no combate dengue:
Instituto Adolfo Lutz - IALwww.ial.sp.gov.br
Superintendncia de Controle de Endemias - Sucenwww.sucen.sp.gov.br
Centro de Vigilncia Epidemiolgica - CVEwww.cve.saude.sp.gov.br
Centro de Vigilncia Sanitria - CVSwww.cvs.saude.sp.gov.br
Coordenadoria de Controle de Doenas - CCDwww.ccd.saude.sp.gov.br
Coordenadoria de Regies de Sade - CRSwww.crs.saude.sp.gov.br
Coordenadoria de Servios de Sade - CSS
Coordenadoria de Gesto de Contratos de Servios de Sade - CGSS
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DDDCCCCCCCOORDENADORIA DE
CONTROLE DE DOENASCoordenadoria deRegies de Sade
Coordenadoria deServios de Sade
Coordenadoria de Gesto deContratos de Servios de Sade
Centro de Vigilncia EpidemiolgicaProf. Alexandre Vranjac INSTITUTO ADOLFO LUTZ