8
 www.sindsef-sp.org.br www.conlutas.org.br Cartilha da Greve no Serviço Público Federal - 1. Introdução Atendendo a solicitações de diversas diretorias de entidades sindicais assessoradas, elaborou-se esta Cartilha da Greve no Serviço Público Federal , visando dar uma orientação geral sobre o assunto. No presente texto são abordados diversos aspectos da questão e respondidas as principais dúvidas da categoria, sempre levando em consideração as posições do Poder Judiciário sobre a matéria. O objetivo, ao esclarecer os servidores, é contribuir para uma adesão ampla e consciente ao movimento grevista que se inicia.  2. É legal o servidor público fazer greve? O texto original do inciso VII do artigo 37 da Constituição Federal de 1988 assegurou o exercício do direito de greve pelos servidores públicos civis, a ser regulamentado através de lei complementar; como tal lei complementar nunca foi elaborada, o entendimento inicial – inclusive do STF - foi o de que o direito de greve dos servidores dependia de regulamentação. Essa falta de regulamentação, entretanto, não impediu o exercício pleno do direito constitucionalmente estabelecido, porque, como bem afirmado pelo Ministro Marco Aurélio, atual Presidente do STF, a greve é um fato, decorrendo a deflagração de fatores que escapam aos estritos limites do direito positivo - das leis - (Mandado de Injunção n° 4382/400). Nesse sentido, e ainda na vigência dessa redação original do texto constitucional, existiram diversas decisões judiciais que, decidindo questões relativas às conseqüências de movimentos grevistas, reconheceram, que os servidores poderiam exercer o direito de greve, do que são exemplo as seguintes: 1 - Decisão proferida pelo atual Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Marco Aurélio de Mello, garantindo o pagamento de vencimentos em face de a própria Administração Pública haver autorizado a paralisação, uma vez tomadas medidas para a continuidade do serviço (Supremo Tribunal Federal, 2ª Turma, unânime, Recurso Extraordinário nº 185944/ES, relator Ministro Marco Aurélio, julgado em 17/04/1998, publicado no DJ de 07/08/1998, p. 42).  2 - Decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça diz que, enquanto não vierem as limitações impostas por lei, o servidor público poderá exercer seu direito. Não ficando, portanto,  jungido ao advento da lei (STJ, Mandado de Segurança n o  2834-3- SC, Rel. Min. Adhemar Maciel, 6a. Turma, FONTE: Revista Síntese Trabalhista, v. 53, novembro de 93).  

Cartilha de Greve SINDSEF-SP

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Cartilha sobre o direito de greve aos serviços públicos, os procedimentos jurídicos de proteção das categorias, o direito à greve em estágio probatório entre outros.

Citation preview

5/17/2018 Cartilha de Greve SINDSEF-SP - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/cartilha-de-greve-sindsef-sp 1/8

 

 

www.sindsef-sp.org.br www.conlutas.org.br

Cartilha da Greve no Serviço Público Federal -

1 . I n t r o d u ç ã o

Atendendo a solicitações de diversas diretorias de entidades sindicais assessoradas, elaborou-seesta Car t i lha da Greve no Serv iço Púb l i co Federa l , visando dar uma orientação geral sobre oassunto. No presente texto são abordados diversos aspectos da questão e respondidas as principais dúvidas

da categoria, sempre levando em consideração as posições do Poder Judiciário sobre a matéria. 

O objetivo, ao esclarecer os servidores, é contribuir para uma adesão ampla e consciente aomovimento grevista que se inicia. 2 . É l ega l o serv ido r púb l i co fazer g r eve? O texto original do inciso VII do artigo 37 da Constituição Federal de 1988 assegurou o exercício dodireito de greve pelos servidores públicos civis, a ser regulamentado através de lei complementar;  como tal lei complementar nunca foi elaborada, o entendimento inicial – inclusive do STF - foi o deque o direito de greve dos servidores dependia de regulamentação. Essa falta de regulamentação, entretanto, não impediu o exercício pleno do direitoconstitucionalmente estabelecido, porque, como bem afirmado pelo Ministro Marco Aurélio, atualPresidente do STF, a greve é um fato, decorrendo a deflagração de fatores que escapam aos estritoslimites do direito positivo - das leis - (Mandado de Injunção n° 4382/400). Nesse sentido, e ainda na vigência dessa redação original do texto constitucional, existiram diversasdecisões judiciais que, decidindo questões relativas às conseqüências de movimentos grevistas,reconheceram, que os servidores poderiam exercer o direito de greve, do que são exemplo asseguintes: 1 - Decisão proferida pelo atual Presiden te d o Suprem o Tr i buna l Federa l, Ministro Marco Aurélio

de Mello, garantindo o pagamento de vencimentos em face de a própria Administração Pública haverautorizado a paralisação, uma vez tomadas medidas para a continuidade do serviço (SupremoTribunal Federal, 2ª Turma, unânime, Recurso Extraordinário nº 185944/ES, relator Ministro MarcoAurélio, julgado em 17/04/1998, publicado no DJ de 07/08/1998, p. 42). 2 - Decisão proferida pelo Super i o r T r i buna l de Jus t i ça diz que, enquanto não vierem aslimitações impostas por lei, o servidor público poderá exercer seu direito. Não ficando, portanto,

 jungido ao advento da lei (STJ, Mandado de Segurança no 2834-3- SC, Rel. Min. Adhemar Maciel,6a. Turma, FONTE: Revista Síntese Trabalhista, v. 53, novembro de 93). 

5/17/2018 Cartilha de Greve SINDSEF-SP - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/cartilha-de-greve-sindsef-sp 2/8

 

 

3 . Decisão proferida pelo Tribunal Regional da 4º Região informa que a mora do Legislativo não pode impedir o exercício do direito de greve e não autoriza a administração a imputar faltas 

injustificadas aos servidores grevistas, à míngua de autorização legal ou de deliberação negociada. 

Tribunal Regional Federal da 4ª Região, 4ª Turma, unânime, Apelação Cível nº 96.04.05017-6,relator juiz A. A. Ramos de Oliveira, julgado em 15/08/2000, publicado no DJ2 nº 80-E, de25/04/2001, p. 842). Posteriormente, através da Emenda Constitucional no 19, o referido inciso VII do artigo 37 daConstituição Federal foi alterado, passando a exigir somente "lei específica" para a regulamentaçãodo direito de greve; essa lei, embora específica, será ordinária, e não mais complementar.

Ora, lei ordinária específica sobre o direito de greve existe desde 1989 (a Lei nº 7.783/89), a qualestabelece critérios regulamentares do movimento paredista; como essa lei trata do direito de grevede forma ampla – fala de trabalhadores em geral, não restringindo sua abrangência aostrabalhadores da iniciativa privada - o entendimento tecnicamente correto é o de que foirecepcionada pelo novo texto constitucional, tornando-se aplicável também aos servidores públicosfederais. Entretanto, não existem ainda decisões judiciais que afirmem essa recepção legislativa. Por outro lado, mesmo que se entenda que a Lei no 7.783/89 seja norma dirigida apenas aosempregados da iniciativa privada e, em face da inexistência de norma específica para o servidorpúblico, ela pode ser aplicada por analogia, na forma prevista em lei. Assim, pode-se afirmar que o entendimento dominante no Poder Judiciário – embora ainda objetode controvérsias - é o de que o direito de greve pode ser exercido livremente. É aconselhável,porém, que sejam observados os dispositivos da Lei 7.783/89 quando da deflagração de movimentoparedista de servidores públicos federais, de forma a possibilitar uma eventual defesa judicial dosgrevistas e de suas entidades representativas. 3 . Deve se r ga r an t i do o fun c ionam ento dos se rv i ços essenc ia i s? E,a f i na l , o que deve se r cons iderado como ta l no Serv i ço Púb l i coFederal?  Sem dúvida alguma devem ser mantidos em funcionamento os serviços essenciais, na formaprevista pela Lei de Greve; não existe, entretanto, uma definição legal do que sejam eles no ServiçoPúblico Federal.

Assim sendo, sempre que possível deve ser buscada uma definição conjunta com a Administração

sobre o que sejam os "serviços essenciais ao atendimento das necessidades da comunidade", ou os"serviços cuja paralisação resulte em prejuízo irreparável". Não sendo possível esse entendimento, a própria categoria deve resolver a questão, utilizando asdisposições da Lei 7.783/89 e o bom senso.

Na prática, deverá tentar compatibilizar com a sua realidade específica a regra do artigo 1O damencionada lei, que estabelece como serviços ou atividades essenciais: "I – tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás ecombustível; II – assistência médica e hospitalar; III – distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; 

5/17/2018 Cartilha de Greve SINDSEF-SP - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/cartilha-de-greve-sindsef-sp 3/8

 

 

IV – funerários; V – transporte coletivo; VI – captação e tratamento de esgoto e lixo; VII – telecomunicações; VIII – guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; IX – processamento de dados ligados a serviços essenciais; X – controle de tráfego aéreo; XI – compensação bancária." Deve ser garantido o funcionamento de tais serviços, o que não quer dizer que os servidores que

trabalhem nessas atividades não possam fazer greve; o que não pode acontecer é que todos elesentrem em greve sem garantir o funcionamento mínimo necessário a tais serviços. Assim, por exemplo, num Hospital Público, os servidores podem entrar em greve, desde que osserviços essenciais (UTI, por exemplo) tenham o seu funcionamento mínimo necessário atendido.

Na prática é comum estabelecer um percentual de servidores que não farão greve (por exemplo,30%), estabelecendo-se um sistema de rodízio que permita o funcionamento dos serviçosessenciais. 

4 . O serv ido r em estág io p r oba tó r io pode fazer g reve?  No tocante aos servidores em estágio probatório, embora estes não estejam efetivados no serviçopúblico e no cargo que ocupam, têm assegurado todos os direitos previstos aos demais servidores.Portanto, também devem exercer seu direito constitucional de greve.

Necessário salientar, neste aspecto, que o estágio probatório é o meio adotado pela AdministraçãoPública para avaliar a aptidão do concursado para o serviço público. Tal avaliação é medida porcritérios lógicos e precisos. A participação em movimento grevista não configura falta de habilitaçãopara a função pública, não podendo o estagiário ser penalizado pelo exercício de um direito seu.

Na greve ocorrida no ano de 1995, na Justiça Estadual do Rio Grande do Sul, houve a tentativa deexoneração de servidores em estágio probatório que participaram do movimento grevista, sendo, noentanto, estas exonerações anuladas pelo próprio Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande doSul, que afirmou, na ocasião, haver " l icitude da adesão do servidor civil, mesmo em estágio 

probatório", concluindo que o "estagiário que não teve a avaliação de seu trabalho prejudicada pela 

paralisação".(TJ/RS Mandado de Segurança n° 595128281)

5 . O serv ido r p ode se r pun ido por t e r p a r t i c ipado da g reve?  O servidor não pode ser punido pela simples participação na greve, até porque o próprio SupremoTribunal Federal considera que a simples adesão à greve não constitui falta grave (Súmula n° 316do STF). 

5/17/2018 Cartilha de Greve SINDSEF-SP - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/cartilha-de-greve-sindsef-sp 4/8

 

 

Podem ser punidos, entretanto, os abusos e excessos decorrentes do exercício do direito de greve.Por isto, o movimento grevista deve organizar-se a fim de evitar tais abusos, assegurando a

execução dos serviços essenciais e urgentes. 6. Podem ser descontados os d ias parados? E se podem, a quet í t u l o? A rigor, sempre existe o risco de que uma determinada autoridade, insensível à justiça dasreivindicações dos servidores e numa atitude nitidamente repressiva, determine o desconto dos diasparados; no geral, quando ocorrem, tais descontos são feitos a título de "faltas injustificadas". Entretanto, conforme demonstram as decisões anteriormente transcritas, existem posições nostribunais pátrios – inclusive do Supremo Tr i buna l Federa l – no sentido de que não podem ser

feitos tais descontos, e muito menos a título de "faltas injustificadas", o que efetivamente não são. O importante, para prevenir essas situações, é que o Sindicato tome todas as precauções formaispara a deflagração do movimento grevista, enumeradas ao final da presente cartilha, de forma afacilitar a defesa judicial da categoria, se for necessária. Por outro lado, certamente o Sindicato negociará com a Administração Pública, durante omovimento grevista, além da pauta de reivindicações, a reposição dos dias parados e o seurespectivo pagamento.

7 . Com o deve se r f e i t o o r eg i s t ro da f r eqüênc ia nos d ias parados?  O Sindicato deverá providenciar num "Ponto Paralelo" que será assinado preenchido diariamentepelos grevistas, e que servirá para demonstrar, se necessário, e em futuro processo judicial, que asfaltas não foram injustificadas, no sentido previsto na lei. 8 . Qua l a d i f e rença en t re uma g reve e uma para l i sação de 48horas?  Greve no sentido jurídico significa a suspensão da prestação pessoal de serviços. A suspensão dotrabalho que configura a greve é a coletiva, não havendo como caracterizar greve a paralisaçãoindividual (NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Comentários à Lei de Greve. São Paulo, LTR,

1989,44/45). A greve, entretanto, pode ser por tempo indeterminado, ou por tempo determinado. Comumente se denomina greve a paralisação por tempo indeterminado, e paralisação a greve portempo determinado. Assim sendo, a paralisação por 48 horas nada mais é do que uma greve por tempo determinado, ecomo tal deverá ser tratada, inclusive do ponto de vista legal. 9 . Qua is as p recauções que devem ser tomadas quando da

de f lag ração de um a g reve? Visando respaldar uma futura discussão judicial acerca da legalidade do momento grevista, oSindicato deve adotar os seguintes procedimentos: 

5/17/2018 Cartilha de Greve SINDSEF-SP - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/cartilha-de-greve-sindsef-sp 5/8

 

 

a) Estabelecer tentativas prévias de atendimento voluntário pela União Federal (mediante asentidades nacionais, junto a cada um dos Poderes) e pelos órgãos locais (pelos sindicatos de base),respectivamente, das pautas de reivindicações nacional e específica;

b ) Documentar o mais amplamente possível (ofícios de remessa e eventual resposta àsreivindicações; reportagens sobre visitas às autoridades; notícias de jornal sobre as mobilizaçõesanteriores, de preferência não apenas da imprensa sindical, etc.); c) Convocar assembléia-geral da categoria (não apenas dos associados) mediante a observância doscritérios definidos no Estatuto do sindicato e com divulgação do Edital com antecedência razoável(72 horas, como sugestão) em jornal de grande circulação regional; d ) Em assembléia, votar a pauta de reivindicações e deliberando sobre a paralisação coletiva, depreferência desdobrando a pauta em exigências de nível nacional e local; 

e)Comunicar a decisão da assembléia: (a) ao tomador dos serviços e (b) aos usuários do serviço

(mediante edital publicado em jornal de grande circulação), com antecedência mínima de 72(setenta e duas horas); f ) Durante a greve, buscar sempre que possível a negociação para o atendimento dasreivindicações, documentando-a ao máximo; g ) Buscar a definição do que sejam os "serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades dacomunidade" ou os "serviços cuja paralisação resulte em prejuízo irreparável", mantendo, ospróprios grevistas, o atendimento a tais serviços.

h ) Manter até o final da greve um "ponto paralelo", para registro pelos servidores grevistas, o qual

poderá ser instrumento útil para discutir eventual desconto dos dias parados.

Decisões sobre greve de servidores 

Preocupados com o movimento grevista que está ocorrendo procuramos selecionar

decisões judiciais dos mais diversos tribunais, que digam respeito ao assunto, de forma a

contribuir para a defesa dos servidores públicos federais. Para uma melhor racionalização,

dividimos as decisões considerando o aspecto abordado. 

ÍND ICE :

I - descon to dos d ias pa rados ; I I -e fe i t os de fa l t as causadas po r pa ra l i sação ; I I I -poss ib i l i dade do serv i do r em es tág io p roba tó r i o fazer g r eve ; I V - possib i l i dade do se rv i do rse r pun ido p o r t e r pa r t i c ipado da g r eve ; V - ap l i cação dos te rm os da Lei de Greveex i s ten te ; e V I - cob rança s i nd i cal do Fundo de Greve . 

I – Descon t o dos d ias pa rados  

5/17/2018 Cartilha de Greve SINDSEF-SP - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/cartilha-de-greve-sindsef-sp 6/8

 

 

Greve . Serv i do r púb l i co . Pagamen to d a rem uneração .

Se de um lado considera-se o inciso VII do artigo 37 da Constituição Federal como de eficácialimitada (Mandado de Injunção nº 20-4/DF, Pleno, Relator Ministro Celso de Mello, Diário da Justiça

de 22 de novembro de 1996, Ementário nº 1.851-01), de outro descabe ver transgressão ao aludidopreceito constitucional, no que veio a ser concedida a segurança, para pagamento de vencimentos,em face de a própria Administração Pública haver autorizado a paralisação, uma vez tomadasmedidas para a continuidade do serviço. STF, RE 185944/ES, Min. Marco Aurélio, DJ de 07.08.98. Adm in is t r a t i v o . Sind ica t os . Serv idor es Estadu a is . Greve. Lega l idade. Descont o dos d iasparados .

Mesmo que não seja firme o entendimento de que o direito à greve depende, ainda, deregulamentação mediante legislação complementar, certo é que os dias parados devem serdescontados daqueles que tenham participado do movimento. Precedentes. Recurso desprovido.STJ, 5ª T., ROMS 10728/PA, Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, DJ de 17/04/2000.

A g r a v o r e g i m e n t a l . I n d e f e r i m e n t o d o p e d i d o d e su s p en s ão d e l i m i n a r q u e d e t e r m i n o u aabs tenção de descon to s nos sa lár i os dos se rv i do res em g reve .  1. Manutenção da decisão do Juiz de 1º grau determinando a abstenção de promover descontos nossalários dos servidores que encontram-se em greve. 2. Ilegalidade da greve não comprovada. 3. Agravo improvido. TRF da 2ª R., Plenário, Agravo Regimental na Petição de Suspensão deLiminar nº 92.02.14335-8, relator juiz Paulo Barata, julgado em 03/09/1992, publicado no DJ de22/09/1992, p. 24490. Adm in i s t ra t i vo . Greve . Descon to d e venc imen t os . Ação o rd iná r i a . Tu te la j u r i sd i c iona lan tec ipada . Agravo de i n s t rum en to . Efe i to suspens i vo denegado . Agravo Reg imen t a l . Se, até o presente momento, nenhuma lei, complementar ou ordinária, estabeleceu os termos e oslimites do direito de greve na Administração Pública, provavelmente é porque o Congresso Nacional,por razões políticas, não entendeu conveniente nem oportuna a movimentação nesse sentido. Não é

 justo penalizar-se o conjunto dos servidores públicos pela inércia de alguns, passados doze anos danova ordem constitucional. TRF da 4ª R., 4ª T., AI 2000.04.01.137842-6/SC, Rel. Juiz ValdemarCapeletti, DJ2 nº 98-E, 30.05.2001, p. 441. 

Agravo . suspensão dos e fe i tos de an tec ipação de t u te l a em ação o rd in á r i a . g reve .Rem uneração dos d ias pa rados . Lesão à o rdem púb l i ca . I nex i s tênc ia . Prev i sãoorçam entá r i a de pagament o . Le i 8 .112 / 90 . Lesão à econom ia púb l i ca . I nex i s tênc ia .

1. O provimento judicial que impede a promoção dos descontos referentes à paralisação coletiva nãofere à ordem jurídica, inserida na ordem pública, posto que a discussão circunscreve-se à matéria dedireito estrito, insuscetível de exame nesta via.

2. Não se configura, da mesma forma, gravame à economia, vez que, além de haver previsãoorçamentária para o montante debatido, este cinge-se ao período em que ocorreu a greve,encerrada, não havendo, logo, perpetração das condições em que efetivado o pagamento do valordestacado. Ademais, em caso de improcedência da demanda, a soma em questão poderá retornar

ao erário, nos termos da Lei n° 8.112/90.

3. Agravo improvido. TRF da 4ª R., 2ª Seção, AGVSEL 2000.04.01.134407-6/SC, Rel. Fábio Rosa,DJ de 21.2.01, p. 118. 

5/17/2018 Cartilha de Greve SINDSEF-SP - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/cartilha-de-greve-sindsef-sp 7/8

 

 

I I – E fei tos de fa l t as causadas po r pa ra l i sação

Serv id or pú b l i co . Grev e. Fa l tas in j us t i f i cadas. Anu lação . Cab im ent o .

1 - Embora a Constituição de 1988 tenha reconhecido ao servidor público o direito de greve,condicionou seu exercício aos limites a serem fixados em lei complementar (art. 37, VII), quesabidamente não foi editada, como não o foi também a "lei específica" que, pela EmendaConstitucional nº 19/98, hoje seria bastante.

2 - A mora do Legislativo não pode impedir o exercício do direito de greve e não autoriza aadministração a imputar faltas injustificadas aos servidores grevistas, à míngua de autorização legalou de deliberação negociada. 3 - Apelo provido. TRF da 4ªR., 4ªT., AC 96.04.05017-6/RS, Rel.Ramos de Oliveira. DJU de 25.4.01, p 842. 

I I I – P o ss ib i l id a d e d o s er v i d o r e m e st á g i o p r o b a t ó r i o f a z er g r e v e Mandad o de Segur ança. Di re i t o de Greve. Ausênc ia de Norm a Regulado ra de seu exerc íc io .Mora do Congresso Nac iona l p roc lam ada pe lo Suprem o Tr i buna l Federa l . Li c i t ude daadesão do serv i do r c i v i l, mesm o em es tág io p roba t ó r i o . Estagiário que não teve a avaliação deseu trabalho prejudicada pela paralisação. Parecer da Corregedoria-Geral da justiça reconhecendocomo ótimo seu desempenho funcional. Ordem concedida para tornar sem efeito a exoneração ereintegrar a impetrante no cargo. (TJ/RS Mandado de Segurança n° 595128281) 

I V – Possib i l i dade do se rv i do r se r pun ido po r te r pa r t i c i pado da g reve  Sú m u l a 3 1 6 : A simples adesão a greve não constitui falta grave. STF, Decisão de 16.12.1963. 

V – Ap l i cação dos te rm os da Le i de Greve ex i s ten t e  Adm in i s t ra t i vo . Greve de agen t es do se rv i ço de v i g i l ânc ia ag ropecuár i a . Li be ração deprodu tos vege ta i s e an im a i s . A f i sca l i zação de p rod u to s vege ta i s e an im a i s im por t ados éques tão d e segurança nac iona l , i nse r i ndo -se no âm b i to dos se rv i ços púb l i cos essencia i s. I - Tratando-se de atividade com tal característica, a paralisação quanto à inspeção desse tipo demercadoria que ingressa no solo nacional não pode ser total (art. 9º da lei nº 7783/89), eis quepode resultar em prejuízo irreparável para o pais, podendo ocorrer até mesmo deterioração dosbens importados.

II - Recurso e remessa improvidos para confirmar a sentença concessiva da segurança. TRF 2ª R,RMS, 1º Turma, Juiz relator Sergio Feltrin Correa, DJ de 12/11/1998. Pena l . I nquér i t o po l i c i a l. A r t i go 33 , Parág ra fo Ún i co da Lei n . 35 / 79 . A r t i go 564 CPP.Nul idad e inex is ten te . Ar t ig o 201 d o Código Penal . Su j e i to pr ópr io . Serv iço essenc ia l . Le i7 .783 / 89 . D i re i t o de g r eve . A r t i go 9 da CF. Cond i ções da ação . Ausênc ia . Ar t i go 43 , i nc i sosI e I I I , do CPP. Denúnc ia Re je i tada .

(...) 

5/17/2018 Cartilha de Greve SINDSEF-SP - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/cartilha-de-greve-sindsef-sp 8/8

 

 

III. Outro elemento do tipo previsto pelo artigo 201 do Código Penal está expresso na circunstânciade ser a obra ou serviço de interesse coletivo, assim entendido aquele de caráter essencial, face oque dispõe a constituição federal, artigo 9, parágrafos 1 e 2, e lei n. 7.783/89. IV. Não constando dos autos elementos evidenciadores de que os denunciados detêm a condição deempregados ou empregadores, e, ainda, considerando que o serviço de creche não está elencadoentre aqueles tidos como essenciais, nos termos do art. 10 da lei n. 7.783/89, além de que o direitode greve, na nova ordem constitucional, está reconhecido, somente sendo passíveis de puniçãoabusos cometidos, tem-se como ausentes duas das condições da ação penal, expressas no interessede agir e na possibilidade jurídica do pedido. V. Denúncia que se rejeita, ante a presença dashipóteses estatuídas no artigo 43, incisos I e III, do código de processo penal. TRF 3ª R., Inquérito,Órgão Especial, Juíza Relatora Suzana Camargo, DJ de 02/09/1997.