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C ARTILHA DO S ERVIDOR PRINCÍPIOS PARA UMA ATUAÇÃO LEGAL

Cartilha do servidor

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Orientações para os servidores do MPPE.

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Page 1: Cartilha do servidor

Cartilha do ServidorP R I N C Í P I O S PA R A U M A AT U A Ç Ã O L E G A L

Page 2: Cartilha do servidor

MINISTÉRIO PÚBLICO DE PERNAMBUCO

Rua do Imperador D. Pedro II, 473, Edf. Promotor de Justiça Roberto LyraSanto Antônio, Recife, PE – CEP: 50010-240, Tel (81) 3303 1259 – (81) 3303 1279Fax (81) 3303 1260 - www.mp.pe.gov.br – [email protected]

PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA

Aguinaldo Fenelon de Barros

SUBPROCURADORA-GERAL EM ASSUNTOS

INSTITUCIONAIS

Maria Helena Nunes Lyra

SUBPROCURADOR-GERAL EM ASSUNTOS

JURÍDICOS

Paulo Bartolomeu Rodrigues Varejão

SUBPROCURADORA-GERAL EM ASSUNTOS

ADMINISTRATIVOS

Laís Coelho Teixeira Cavalcanti

CORREGEDORA-GERAL

Luciana Marinho Martins Mota e Albuquerque

CORREGEDORA-GERAL SUBSTITUTA

Maria Bernadete Martins de Azevedo Figueiroa

OUVIDOR

Gilson Roberto de Melo Barbosa

SECRETÁRIO-GERAL

Carlos Augusto Arruda Guerra de Holanda

SECRETÁRIO-GERAL ADJUNTO

Ronaldo Paes Barboza

CHEFE DE GABINETE

Erik de Sousa Dantas Simões

ASSESSOR MINISTERIAL DE COMUNICAÇÃO

SOCIAL

Jaques Cerqueira

Copyright© 2011 by MPPE

É permitida a reprodução parcial desta obra, desde que citada a fonte.

COMISSÃO PERMANENTE DE PROCESSO

ADMINISTRATIVO DISCIPL INAR

PRESIDENTE

Wilson Manoel de Sousa Araújo

EQUIPE

Gabriella Vanessa Gomes de MatosKarine Lúcia de LiraTiago Murilo Pereira LimaZuleide Carvalho Guimarães

ORGANIZAÇÃO

Assessoria Minist. de Comunicação SocialComissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar (Texto Original)

REDAÇÃO E EDIÇÃO

Andréa Corradini Rego Costa

REVISÃO TÉCNICA

Carlos Augusto Arruda Guerra de Holanda

REVISÃO ORTOGRÁFICA

André SantanaJaques Cerqueira

PROJETO GRÁFICO, EDITORAÇÃO E

ILUSTRAÇÕES

Leonardo MR Dourado

PRODUÇÃO EXECUTIVA

Evângela Azevedo de Andrade

APOIO ADMINISTRATIVO

Cátia FonsecaFernanda Almeida

Page 3: Cartilha do servidor

Apresentação — 4

1. Acumulação de cargos privados

e públicos — 6

2. Frequência, faltas e uso do crachá — 8

3. Conservação do patrimônio público,

economia de material e sigilo das informações — 9

4. Princípios de convivência, hierarquia e

assédio moral — 10

5. Recebimento de presentes, pleito a direitos pela

função e improbidade administrativa — 14

6. Processo administrativo disciplinar — 18

7. Situação dos servidores cedidos, gratificados

e comissionados — 21

Page 4: Cartilha do servidor

� C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e

Page 5: Cartilha do servidor

�C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e

Uma atuação baseada na legalidade e no princípio de servir à sociedade. Para que es-

sas premissas sejam alcançadas, é fundamental ter informação. Com esse objetivo, a

Secretaria Geral do Ministério Público de Pernambuco, através da CPPAD – Comissão

Permanente de Processo Administrativo Disciplinar - lança para o público interno do

MPPE a Cartilha do Servidor – princípios para uma atuação legal.

A Comissão é responsável por apurar questões relativas a faltas administrativas dos

servidores, encaminhando os casos para julgamento na Secretaria Geral. Como mui-

tas situações negativas registradas ocorrem pela falta de conhecimento sobre direitos

e deveres, a CPPAD resolveu investir em um trabalho de esclarecimento.

As questões apresentadas na cartilha têm o objetivo de explicar pontos de dúvidas

recorrentes no exercício da atividade profissional no MPPE, de acordo com a experi-

ência da equipe da CPPAD.

Esperamos que as informações sejam úteis para o desempenho da sua atividade,

colaborando para que sua atuação seja sempre positiva e legal.

Secretaria Geral do Ministério Público

Equipe da Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar

Page 6: Cartilha do servidor

1. Acumulação de cargos privados e públicos

O servidor do Ministério

Público pode acumular outro

cargo público?

A acumulação de cargos públicos

é permitida somente nos seguintes

casos:

• Dois cargos de professor

• Dois cargos ou empregos de

profissionais de saúde, com

profissões regulamentadas

(ex: médicos, enfermeiros,

técnicos ou auxiliares de

enfermagem).

• Um cargo de professor com

outro, técnico ou científico.

O cargo técnico-científico é aquele

que exige conhecimentos específi-

cos de nível superior ou profissiona-

lizante correspondente ao segundo

grau de ensino. Ainda assim, é pre-

ciso que haja compatibilidade de

horários.

C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e�

Page 7: Cartilha do servidor

�C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e

Como se apura a compatibilidade de horários?Em qualquer caso, o servidor só pode

acumular dois cargos quando os ho-

rários forem compatíveis, incluindo os

intervalos para repouso, a alimentação

e a distância a ser percorrida entre os

locais de exercício dos cargos, que não

poderá exceder 60 horas semanais,

cumulativamente. Além disso, pela

simples leitura da lei, entende-se que é

inviável a tripla acumulação de cargos

públicos.

Os aposentados podem acumular cargos públicos?

Para os aposentados, vale a mesma

regra dos funcionários da ativa: é per-

mitido acumular remuneração de um

cargo que, na atividade, seria compatí-

vel com o cargo em que houve a apo-

sentadoria. Para cargos de mandato

eletivo e comissionados, é necessário

verificar a possibilidade de acúmulo

de acordo com a lei, avaliando caso a

caso.

O que acontece se o Ministério Pú-blico constatar a acumulação irre-gular?Se o MPPE confirmar a acumulação ir-

regular, mas for provada a boa-fé do

servidor (por exemplo, havendo dúvi-

das sobre a natureza jurídica dos dois

cargos e da possibilidade de acumula-

ção legal), o funcionário deverá optar

por um dos cargos, funções ou empre-

gos, mas não será obrigado a restituir

o valor recebido durante o período da

acumulação. Entretanto, se ficar pro-

vada a má-fé, o funcionário perderá

as vagas acumuladas irregularmente,

devolvendo ao Estado o valor que re-

cebeu no período da acumulação.

É possível acumular um cargo no Ministério Público e um emprego privado?É possível acumular, desde que a jorna-

da de trabalho seja compatível e que

o contrato privado não exija exclusivi-

dade. Quando um cargo público é de

dedicação exclusiva ou tempo integral,

é dada uma remuneração compensa-

tória ao servidor. Nesse caso, se o ser-

vidor público exercer atividade privada,

não estará indo contra a proibição de

acumulação ilegal e sim de descumpri-

mento do dever do cargo que ocupa

no regime integral ou exclusivo.

É possível acumular cargos de técni-co ou analista do Ministério Público com o exercício da advocacia? De acordo com a Resolução n° 27 de

10/03/2008 do Conselho Nacional do

Ministério Público, os servidores efe-

tivos, comissionados, requisitados ou

à disposição do Ministério Público Es-

tadual e da União não podem atuar

como advogados.

Page 8: Cartilha do servidor

2. Frequência, faltas e uso do crachá

É preciso usar o crachá e registrar a frequência diariamente? O uso do crachá e o registro de frequência são importantes para acompanhar a pre-

sença diária do servidor no Ministério Público, visto que requisitos como assiduidade

e pontualidade são utilizados nas avaliações funcionais e no estágio probatório. Caso

o sistema eletrônico de controle de frequência não esteja em operação, deve ser

utilizada a folha individual de frequência, de preenchimento manual, que será men-

salmente encaminhada ao departamento de Gestão de Pessoas.

O que caracteriza o abandono de cargo?Considera-se abandono de cargo a ausência ao serviço, sem justa causa, por 30 dias

consecutivos ou 60 dias intercalados, durante 12 meses.

C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e�

Page 9: Cartilha do servidor

3. Conservação do patrimônio público, economia de material e sigilo das informações

O cuidado com o patrimônio do Ministério Público é de responsabi-lidade do servidor? Totalmente. Hoje, o cuidado com os

bens do ambiente de trabalho reflete

tanto uma ação de combate ao desper-

dício quanto de consciência ecológica.

Cada servidor deve atuar com cuidado

em relação aos bens que utiliza, por

exemplo: dirigindo os carros oficiais

com prudência, operando computa-

dores, fax e impressoras com aten-

ção, promovendo a manutenção dos

equipamentos sempre que necessário,

utilizando os recursos do MPPE (como

acesso à internet, ligações telefônicas)

apenas para executar o seu trabalho, e

não para fins pessoais. O desperdício

de energia e de materiais como papel,

toner e copos descartáveis deve tam-

bém ser combatido. Além disso, todos

os bens de valor material ou sigilosos

(como notebooks, câmeras fotográfi-

cas e documentos) devem ser correta-

mente guardados em armários tranca-

dos a chave.

Quais cuidados o servidor deve to-mar em relação às informações às quais tem acesso?O sigilo de dados é um ponto fun-

damental para o desempenho das

atividades numa instituição como o

Ministério Público. Além de assegu-

rar a continuidade do serviço, evita a

ocorrência de fraudes, erros e demais

transtornos que possam prejudicar a

credibilidade do órgão junto aos cida-

dãos. Para isso, é fundamental que o

servidor guarde sigilo sobre documen-

tos e fatos que tenha conhecimento.

Sua atuação deve também ser discreta,

não revelando nem facilitando o acesso

a informações e locais restritos às suas

atividades profissionais. É importante

destacar que o login e senha de acesso

à rede são pessoais e intransferíveis.

E X T R A

A Comissão de Gestão Ambiental do Ministério

Público de Pernambuco atua para promover na

Instituição a adoção de práticas sustentáveis,

como o combate ao desperdício de recursos

materiais, a reciclagem e a educação ambiental.

Conheça o trabalho da Comissão e saiba como

colaborar com o meio ambiente.

C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e �

Page 10: Cartilha do servidor

4. Princípios de convivência, hierarquia e assédio moral

O que significa urbanidade?O conceito de urbanidade está relacio-

nado a boas maneiras, cortesia e uso

de linguagem adequada no trato com

as pessoas. No ambiente de trabalho,

a urbanidade não é um favor, mas o

cumprimento de um dever legal. Signi-

fica dizer que o servidor deve tratar o

público externo, os colegas de trabalho

e superiores hierárquicos com respei-

to, evitando grosserias injustificadas.

Deve-se atender às pessoas com esme-

ro, utilizando uma linguagem clara e

equilibrada e, internamente, promover

um ambiente de trabalho pacífico e de

solidariedade.

Como evitar fofocas e intrigas no ambiente de trabalho? As fofocas e intrigas caracterizam-se

pela utilização de maledicências para

fragilizar um determinado indivíduo,

iniciando um processo discriminatório

que pode desencadear uma situação

de assédio, imobilizando e isolando o

difamado. Algumas ações podem evi-

tá-las, como:

• não fazer comentários e

piadas que possam ser

desrespeitosos aos colegas;

• pensar antes de agir e falar;

• procurar resolver os conflitos

pelo diálogo, se

necessário com a presença

de um mediador.

C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e10

Page 11: Cartilha do servidor

11C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e

O servidor é obrigado a obedecer

a todas as ordens de seu superior

hierárquico?

A hierarquia é importante para a ma-

nutenção do equilíbrio e da ordem no

desenvolvimento do trabalho. Mesmo

assim, não implica na obediência cega

ao superior hierárquico, pois deve es-

tar sempre associada ao princípio da

legalidade. Desta forma, o servidor

deve avaliar se a ordem a ser seguida

está de acordo com a lei, só podendo

realizar os atos expressamente legais.

Havendo uma ordem manifestamen-

te ilegal, o servidor deve recusar-se a

cumpri-la, o que não configura deso-

bediência. Nestes casos, o servidor não

será penalizado, nem poderá ser livre-

mente exonerado, visto que a estabi-

lidade garante a demissão apenas em

casos de sentença judicial ou processo

administrativo disciplinar motivado por

ato que justifique seu desligamento.

Page 12: Cartilha do servidor

Qualquer conflito no ambiente de trabalho ou aplicação de penalidade ao trabalhador podem ser configurados como assédio moral?Numa relação de trabalho, o superior hierárquico tem o poder de direção em relação

ao subordinado. Este poder de direção, por sua vez, desdobra-se em poder de orga-

nização, ou seja, determinar como o trabalho será efetuado; poder de controle, isto

é, de fiscalizar se as atividades são executadas de acordo com o que foi solicitado e,

por fim, o poder disciplinar, que diz respeito ao poder que o hierarca possui de aplicar

penalidades ao servidor em situações previstas em lei.

O exercício desses poderes pelo superior hierárquico, nos limites legais e de forma

que não ocasione constrangimentos e humilhações injustificadas ao servidor, não

configura assédio moral. Este, portanto, não se caracteriza como todo e qualquer

conflito que possa acontecer no ambiente de trabalho.

O assédio moral é caracterizado pela degradação das condições de trabalho,

quando ocorrem condutas negativas dos superiores em relação aos subordinados,

acarretando prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e para a organização.

Em geral, a vítima é isolada do grupo e sofre ridicularização ou hostilidade. Em uma

situação de assédio moral, o trabalhador fica sujeito a condições humilhantes, ge-

ralmente repetidas e prolongadas, ou então, únicas, mas extremamente graves, que

podem causar sofrimento emocional e físico.

12 C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e

Page 13: Cartilha do servidor

E X T R A

O Ministério Público de Pernambuco, atra-

vés do GT Racismo, atua para combater o

racismo institucional, que tem como uma de

suas características a manifestação de atitudes

discriminatórias em relação a pessoas por causa

de sua cor, cultura ou origem étnica, impedin-

do o acesso igualitário às oportunidades nas

organizações.

O que fazer ao se constatar um caso de assédio moral?Ao perceber um caso de assédio

moral, a vítima deve tentar registrar

provas da situação, anotando deta-

lhes do ocorrido e relacionando no-

mes de possíveis testemunhas. Em

seguida, pode fazer uma denúncia na

Ouvidoria do MPPE, que encaminhará

a demanda corretamente. Para a víti-

ma de assédio moral é importante o

apoio de familiares, amigos e colegas,

visando à recuperação da auto-estima

e cidadania.

C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e 13

Page 14: Cartilha do servidor

5. Recebimento de presentes, pleito a direitos pela função e improbidade administrativa

Quais tipos de brindes ou presentes devem ser recusados? Qualquer brinde ou presente que possa comprometer o juízo de avaliação, o anda-

mento dos processos ou implicar em outra vantagem que deva ser concedida em

troca é proibido. Ou seja, tudo aquilo que é proposto, solicitado ou aceito e que pode

influenciar o andamento das atividades do órgão deve ser evitado, pois a imparciali-

dade é requisito fundamental para a atuação do Ministério Público de Pernambuco.

1� C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e

Page 15: Cartilha do servidor

15C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e

O servidor pode pleitear direito próprio ou alheio nas repartições públicas?Em tese, o servidor não pode utilizar-

se de sua condição funcional para pa-

trocinar, intentar ou proteger direito

privado, seu ou de terceiro. Recai, por-

tanto, nos limites institucionais de sua

atuação, que devem ser respeitados em

observância ao princípio da moralidade

administrativa. No entanto, a Lei nº.

6.123/68 - Estatuto dos Funcionários

Públicos Civis do Estado de Pernambu-

co - admite uma única exceção, que é

o caso em que o servidor pode pleitear

o pagamento de vencimento ou van-

tagem de parente consanguíneo ou

afim, até o segundo grau. Além dessa

possibilidade, portanto, a conduta do

servidor será considerada um ilícito ad-

ministrativo.

Page 16: Cartilha do servidor

16 C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e

O que é improbidade administrativa e quais os princípios que direcionam a conduta do servidor público?A improbidade administrativa é toda conduta considerada inadequada por desones-

tidade, descaso ou outro comportamento impróprio ao exercício da função pública.

A conduta do servidor público está alicerçada no respeito aos princípios trazidos pela

Constituição Federal, que são: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

eficiência, além de outros previstos na legislação extravagante ou esparsa: legalidade,

finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,

contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência (Art. 2º, lei 9784/99).

Vamos explicar alguns deles:

Page 17: Cartilha do servidor

Legalidade

determina que a atuação do agente público deve estar delimitada

por parâmetros legais.

Impessoalidade trata da não aceitação de tratamentos discriminatórios em qualquer

manifestação na esfera pública.

Moralidade

corresponde à necessidade de se manter um comportamento ético.

Publicidade determina a ampla divulgação de atos praticados pela Administração

Pública, exceto os casos de sigilo necessário para a atividade.

Eficiência exige que a atividade seja exercida com presteza, perfeição e ren-

dimento funcional, promovendo resultados positivos para o serviço

público.

C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e 17

Page 18: Cartilha do servidor

18 C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e

6. Processo administrativo disciplinar

O que é a Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar?A Comissão Permanente de Processo

Administrativo Disciplinar é um órgão

vinculado à Secretaria Geral, que tem

como objetivo apurar incidentes disci-

plinares que ocorrem com servidores,

funcionários cedidos, comissionados

ou terceirizados no Ministério Público

de Pernambuco. A Comissão é forma-

da por analistas e técnicos do MPPE,

garantindo assim equilíbrio ao proces-

so. A seguir, apresentam-se alguns es-

clarecimentos importantes sobre o seu

funcionamento.

Caso esteja envolvido em um Pro-cesso Administrativo Disciplinar, quais as condutas permitidas ao servidor e seu advogado? Ao servidor são assegurados o contra-

ditório e a ampla defesa. Além disso, o

Processo Administrativo desenvolve-se

em sigilo, procurando proteger o ser-

vidor de situações constrangedoras. A

CPPAD é formada por pares, ou seja,

por servidores que ocupam o mesmo

cargo e nível de escolaridade do inves-

tigado, garantindo equilíbrio ao Pro-

cesso. Caso o servidor não compareça

para responder aos atos processuais, a

Comissão nomeará um defensor para

atuar em seu nome, garantindo assim

a sua plena defesa.

No desenvolvimento do processo, o

servidor tem o direito de:

• acompanhar o processo

pessoalmente ou por intermédio

de procurador;

• inquirir novamente as

testemunhas;

• produzir provas e contraprovas,

observando os meios permitidos

no Direito;

• formular quesitos em caso de

prova pericial.

Ao advogado é permitido:

• assistir ao interrogatório e à

inquirição das testemunhas;

• reinquirir as testemunhas por

intermédio do Presidente da

Comissão;

• ter vista dos autos na repartição;

• tirar cópia dos autos.

Page 19: Cartilha do servidor

Quais os recursos admitidos no procedimento disciplinar?Em nome dos princípios constitucio-

nais do contraditório e da ampla de-

fesa, são aceitos no inquérito admi-

nistrativo todos os meios e recursos

admitidos em Direito. Assim, ocorren-

do qualquer irregularidade no curso

do procedimento, o servidor poderá

apresentar impugnação, judicial ou ad-

ministrativamente, através da medida

pertinente.

O processo disciplinar pode ser

revisto?Sim. O processo poderá ser revisto, a

qualquer momento, quando forem en-

contrados fatos novos ou circunstân-

cias que possam justificar a inocência

do punido ou a redução da penalidade

aplicada, cabendo ao servidor o ônus

de provar o alegado. Entretanto, ape-

nas alegar que a penalidade é injusta

não é suficiente para gerar a revisão,

pois é necessário apresentar elementos

novos que ainda não constam no pro-

cesso original. O julgamento da revi-

são caberá à autoridade que aplicou a

penalidade. Se proceder, a penalidade

aplicada será considerada nula, e to-

dos os direitos do servidor serão resta-

belecidos (exceto em relação à desti-

tuição de cargo em comissão, que será

convertida em exoneração). Vale ainda

salientar que a revisão do processo não

pode resultar em agravamento de pe-

nalidade.

Quais os prazos de prescrição das

sanções administrativas?Conforme o Estatuto dos Funcionários

Públicos Civis do Estado de Pernambu-

co, as sanções administrativas prescre-

vem:

• em um ano, as faltas sujeitas à

pena de repreensão;

• em dois anos, as faltas sujeitas à

pena de suspensão;

• em quatro anos, as faltas

sujeitas às penas de destituição de

função, demissão e cassação de

aposentadoria ou disponibilidade.

C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e 19

Page 20: Cartilha do servidor

O servidor pode responder pelo exercício irregular de suas

atribuições? Sim, o servidor responde em três esfe-

ras: civil, penal e administrativa. A res-

ponsabilidade civil corresponde à obri-

gação do servidor de reparar o dano

causado à administração pública ou a

terceiro por sua conduta culposa (por

omissão) ou dolosa (por ação). No âm-

bito penal, a conduta irregular pratica-

da também é considerada ilícito penal,

e o agente responderá na esfera penal.

Quanto à responsabilidade administra-

tiva, ela decorre de desatendimento

aos deveres funcionais e/ou prática de

ilícitos administrativos.

20 C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e

Quais os critérios norteadores

para avaliação da aplicação da

penalidade?

Vale salientar que, para aplicação de

qualquer penalidade, o Estatuto dos

Funcionários Públicos Civis do Estado

de Pernambuco indica que devem ser

observados os seguintes critérios:

• natureza da infração;

• gravidade da infração;

• danos acarretados ao serviço

público;

• antecedentes do funcionário.

Fica claro assim que, para a aplicação

da penalidade, é necessário analisar

cautelosamente cada caso, atentando

para a conduta do servidor na situa-

ção e suas atitudes e comportamento

no desempenho de suas funções.

Page 21: Cartilha do servidor

7. Situação dos servidores cedidos, gratificados e comissionados

Os servidores à disposição, grati-ficados e comissionados também podem ser alvo de processos admi-nistrativos? Quais as sanções cor-respondentes?Os servidores à disposição, os grati-

ficados e comissionados são, por lei,

considerados agentes públicos e estão

sujeitos às penalidades previstas em

casos de ilícito administrativo e deso-

bediência aos deveres funcionais.

No caso dos servidores à disposição, a

falta disciplinar é apurada pela Comis-

são do Ministério Público, mas a pena-

lidade só pode ser aplicada pelo órgão

de origem. Sendo assim, o servidor

deve ser devolvido ao órgão, receber

a sanção cabível e, caso seja acordado

entre o MPPE e a instituição, será re-

alizado novo contrato de cessão, que

não é obrigatório.

Os servidores que exercem funções

gratificadas também não estão isentos

de responder a processo administrati-

vo caso seja apurada responsabilidade,

seja de natureza administrativa, cível

ou penal. Como a função gratificada

tem caráter temporário, a perda do

extra remuneratório não significa pe-

nalidade, podendo ocorrer a qualquer

tempo. O mesmo se diz em relação ao

que exerce cargo comissionado.

C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e 21

Page 22: Cartilha do servidor

C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e22

Page 23: Cartilha do servidor

23C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e

Como fazer uma denúncia?

As denúncias sobre atuação irregular

de servidores do MPPE devem ser

encaminhadas à Ouvidoria.

Contatos:

• www.mp.pe.gov.br

[email protected]

• (81) 3303-1245

Page 24: Cartilha do servidor

2� C a r t i l h a d o S e r v i d o r - M P P e

Cartilha do ServidorP R I N C Í P I O S PA R A U M A AT U A Ç Ã O L E G A L