Cartilha extrativismo sustentável do buriti

5/16/2018 Cartilha extrativismo sustentável do buriti - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/cartilha-extrativismo-sustentavel-do-buriti 1/80

1

BOAS PRÁTICASDE MANEJO PARA

O EXTRATIVISMOSUSTENTÁVEL DO

BURITI



2

Esta publicação é uma realização do Instituto Sociedade, Popu-

lação e Natureza - ISPN e Embrapa - Recursos Genéticos e Bio-tecnologia com apoio nanceiro do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD e da União Européia. Este do-cumento é de responsabilidade dos seus autores e não refete a

posição dos doadores.

Sampaio, Maurício Bonesso.

Boas práticas de manejo para o extrativismosustentável do buriti / Maurício Bonesso Sampaio. –Brasília: Instituto Sociedade, População e Natureza,2011.

80 p.

ISBN 978-85-63288-07-3

1. Buriti. 2. Extrativismo sustentável.3. Manejo. 4. Boas práticas. I. Título. II.

CDD 630



3

AUTOR

Maurício Bonesso SampaioREVISãO DO TEXTO

Aldicir Scariot, Isabel Belloni Schmidt, Isabel BenedettiFigueiredo, Luis Carrazza, Renato Araújo e Rodrigo Noleto

ILUSTRAçãO, ARTE E DIAgRAMAçãO

Zoltar Designwww.zoltardesign.com.br

F OTOgRAFIAS

Acervo ISPN, Isabel Benedetti Figueiredo, Ísis Meri Medri, Jaime Gesisky Jessica Lívio, Luis Carrazza, Maurício Bonesso Sampaio,Nick Athanas, Rodrigo Noleto e Renato Araújo

BOAS PRÁTICASDE MANEJO PARAO EXTRATIVISMOSUSTENTÁVEL DO

BURITI



4

APRESENTAçãO, 6

O C ERRADO E A AMAzôNIA, 10

O BURITI, 14

IMPORTâNCIA

SOCIAL

, ECONôMICA

E

ECOLógICA DO BURITI, 28

O E XTRATIVISMO DO BURITI, 34

RECOMENDAçõES DE BOAS P RÁTICAS DE M ANEJO, 46

P RINCIPAIS DESAFIOS, 60

RECEITAS COM O BURITI, 64

gRUPOS DE REFERêNCIA, 70

F IChA T éCNICA DO BURITI, 74

P ARA S ABER M AIS..., 76

BIBLIOgRAFIA, 78



5



6

Esta cartilha é voltada àscomunidades rurais e indí-genas, técnicos e organiza-ções que desejam colher asolhas e os rutos de buritide maneira sustentável.

Aqui você vai encontrarinormações gerais sobre ociclo de vida do buriti, ouseja, como ele nasce, cres-ce e se reproduz; sobre ascaracterísticas do ambienteem que vive; a importância

dessa planta para a naturezae para as pessoas, os usos daplanta, como ela é colhidae sugestões para o manejosustentável.

Apresentação

APRESENTAçãO



7

• T êmbrejoscomburiTi ,masnãoosuTilizamou ofazememes-CALA MUITO PEqUENA E qUE PODEM ENCONTRAR AqUI INFORMAçõES

PARA PLANEJAR E INICIAR O EXTRATIVISMO SUSTENTÁVEL;

• j ácolhemfolhasefruTosdeburiTi para aconfecçãode arTe-SANATO E APROVEITAMENTO DOS SEUS PRODUTOS, MAS DESEJAM ME-LhORAR AS PRÁTICAS EXTRATIVISTAS;

• c olhem folhas e fruTosde buriTi em excesso edesejam res-TAURAR A CAPACIDADE PRODUTIVA OU AUMENTAR A qUANTIDADE DE

BURITIS NOS BREJOS;

• Querem fazeromanejo susTenTável,mas aindanãopossuemINFORMAçõES PARA ISSO.

Apresentação

Estas inormações são úteis para as pessoas que:



8

Com esta cartilha pretendemos colaborar com oextrativismo sustentável, para que se possa conti-nuar colhendo olhas e rutos de buriti ao longodo tempo, gerando renda e conservando a nature-za.

Muitas das inormações que aqui trazemos vieramde coletores experientes que repartiram generosa-mente conosco seus conhecimentos e suas vivên-cias, bem como de vários anos de pesquisa cientí-

ca realizada por pesquisadores de todo o país. Aunião desses conhecimentos mostra que é possívelexplorar o buriti de orma sustentável para gerarrenda e ao mesmo tempo conservar o Cerrado.

Apresentação



9



10

O C ERRADO E A AMAzôNIA

O Cerrado e a Amazônia são os dois maioresbioma do Brasil, e juntos ocupam cerca de 75%do território nacional. No Cerrado, os tipos maiscomuns de vegetação são campo limpo, camposujo, cerrado típico, cerradão, mata ciliar e vereda.A Amazônia é ormada por forestas muito exu-

berantes, com árvores que podem ter até 50 m dealtura. Na Amazônia há três tipos principais devegetação, a foresta de terra rme, a foresta devárzea e a foresta de igapó.

O Cerrado é uma região de nascentes muito im-portante, pois as suas águas deságuam nos princi-pais rios do país, como o São Francisco, Tocantins

e Paraná. A Amazônia possui 20% de toda a águadoce disponível do planeta, que orma o rio Ama-zonas e seus tributários.

Além da água, o Cerrado e a Amazônia possuemjuntos a maior diversidade de plantas e animaisencontradas no mundo. Além disso, há muitospovos, tais como indígenas, quilombolas, geraizei-

ros, sertanejos, vazanteiros e ribeirinhos, que hámuitas gerações utilizam os recursos oerecidospela natureza.

O Cerrado e a Amazônia



11

Inelizmente, nos últimos 40 anos, aproximada-mente 50% da vegetação do Cerrado e 16% daAmazônia oram desmatados principalmente para

a implantação de grandes áreas de pastagem eagricultura. Em geral, os beneícios gerados porestas grandes propriedades agropecuárias são com-partilhados somente entre algumas pessoas.




12

O desmatamento reduz a diversidade de plantas eanimais, altera o regime de cheias e vazantes dosrios e contribui para mudar o clima no mundointeiro. Além disso, a perda da vegetação acabaprejudicando o meio de vida de muitas pessoasque dependem dela para seu sustento.

O extrativismo praticado de orma sustentável éimportante, pois pode gerar renda para muitaspessoas e, ao mesmo tempo, contribuir para a

conservação do Cerrado e da Amazônia, protegen-do sua diversidade de plantas e animais, as nas-centes, cursos d’água e a riqueza cultural de seuspovos.




13



14 O Buriti

O BURITI



15O Buriti

C ARACTERíSTICAS gERAIS

O buriti é uma palmeira, assim como a buritira-

na, a bacaba, o babaçu, a gueiroba e a piaçava. Elepode ter até 40 m de altura e possui caule com13 a 55 cm de diâmetro. Muitas vezes é possívelver ao redor do caule as cicatrizes deixadas pelasolhas que já caíram.

Conorme a região, a mesma planta recebe die-rentes nomes populares. O buriti, por exemplo, é

também conhecido como miriti, muriti, palmeira--do-brejo, moriche, carangucha e aguaje. Para oscientistas se comunicarem e terem certeza de queestão alando da mesma planta, oi dado a cadauma delas um nome cientíco, que é o mesmo emtodos os lugares e é sempre escrito em latim. Onome cientíco do buriti é Mauritia fexuosa.



16 O Buriti

Cada buriti adulto possui de 20 a 30 olhas. Cadaolha é composta de três partes: a capemba, o taloe a palha. A capemba é a parte mais larga do taloque xa a olha ao caule do buriti. O talo é cober-to por uma bra dura, conhecida como tala, quepode ser retirada para tecer cestos, esteiras e ou-tros artesanatos. A palha é o restante da olha, queé usada para cobrir o telhado das casas.



17

Existem buritis machos eburitis êmeas. Para pro-duzir rutos, é necessáriaa existência de ambos naárea. Enquanto os machos

produzem cachos que só dãofores, as êmeas produzemos cachos com fores que setornarão rutos. As fores doburiti são alaranjadas tan-to nos cachos dos machos,quanto das êmeas.

CAChO COM FRUTOS

FLORES DA FêMEA

FLORES DO MAChO



18 O Buriti

O ruto do buriti é coberto por uma casca orma-da por pequenas escamas marrom-avermelhadas,que protegem o ruto do ataque de animais e evitaa entrada de água. A massa, ou polpa do ruto, éalaranjada e comestível. Debaixo das escamas e damassa há uma pele amarelada, conhecida comobucha, que parece isopor. A bucha envolve o ca-roço, ou semente, e ela é importante pois permiteque os rutos bóiem e sejam carregados pela águaaté um local propício onde germinarão. Geral-

mente, em cada ruto há apenas um caroço, mas épossível encontrar rutos sem caroço e rutos comdois caroços.



19

Quem já raspou muitos rutos de buriti certa-mente encontrou alguns deles contendo pequenosgrãos no meio da massa. Esses grãos provavelmen-te surgem devido a alguma alha durante o desen-volvimento dos rutos ainda no pé. Os grãos sãomuito duros para serem mastigados, então devemser retirados da massa antes do consumo, paranão prejudicar a qualidade do alimento.

Os rutos são muito ricos em vitaminas A, B, C,

E, em bras, óleos insaturados e erro. É uma dasrutas que mais contém vitamina A (ou carote-no) no mundo. Para se ter uma idéia, a cenouraé conhecida por possuir muita vitamina A, mas oburiti possui cerca de 20 vezes mais.

O Buriti



20 O Buriti

OCORRêNCIA

O buriti ocorre naturalmente em áreas onde osolo permanece encharcado durante o ano todo,como nas margens de rios, lagoas, córregos e vere-das.

No Brasil, o buriti ocorre em quase todo o Cer-rado, na Amazônia e no nordeste do Pantanal. Oburiti também ocorre em outros países como Bolí-

via, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Trinidade Tobago, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.

F ONTE: OLIVEIRA & R ATTER, 2000



21O Buriti

No Cerrado, o buriti é aplanta mais característicadas veredas. A vereda é umtipo de vegetação que ocorreacompanhando os cursosd'água nas cabeceiras doscórregos e no undo dosvales.

A vereda é ormada pelo

campo limpo e pelo brejo.No campo limpo pratica-mente só tem capins e ervase não tem árvores. Já osbrejos estão nas áreas que

beiram os cursos d'água,onde o solo é sempre en-charcado. O buriti nasceprincipalmente dentro dosbrejos, mas também podeser encontrado nos locaismais alagados dos camposlimpos. O brejo pode serormado por uma matacontendo árvores que vivem

em solos encharcados comoa pindaíba, a almescla e olandim. Ao redor das vere-das, geralmente há o cerradotípico.



22

F LOR FêMEA

F LOR FêMEA

F RUTO

F RUTO

F LORAçãO E F RUTIFICAçãO

C ERRADO

AMAzôNIA

J A N E I R

O

F E V E R E

I R O

M

J A N E I R

O

F E V E R E

I R O

M

O Buriti

A foração do macho e da êmea de buriti ocorreao mesmo tempo. As fores das êmeas precisamser ecundadas pelo pólen produzido nas foresdos machos. O vento não poliniza as fores doburiti, por isso, a produção dos rutos depende deinsetos polinizadores, que carregam o pólen dafor do macho até a for da êmea. Os polinizado-res do buriti são principalmente abelhas nativas,

pequenos besouros e pequenas moscas. A abelha--europa pode ajudar a polinizar as fores do buriti,mas não é o polinizador mais eciente. Nos brejos



23

M A R ç O

A B R I L

M A I O J U N h O

J U L h O

A g O S T O

S E T E M B

R O

O U T U B

R O

N O V E M

B R O

D E z E M

B R O

M A R ç O

A B R I L

M A I O J U N h O

J U L h O

A g O S T O

S E T E M B

R O

O U T U

B R O

N O V E M

B R O

D E z E M

B R O

O Buriti

mais conservados, que possuem maior quantidadede insetos polinizadores, a produção de rutos deburiti é maior do que nos brejos desmatados.

O período desde o surgimento do cacho do buritiaté o completo amadurecimento e queda dos ru-tos demora mais de um ano. A época da foraçãovaria bastante entre regiões. No Cerrado, geral-mente a foração ocorre de novembro a abril, masos rutos amadurecem de setembro a evereiro. Já

na Amazônia, a foração ocorre de abril a junho eo amadurecimento só ocorre de março a agosto doano seguinte.



24

Em um brejo é possível encontrar cachos comrutos maduros todos os anos, porém a produçãopor planta ou brejo varia muito a cada sara. Ge-ralmente, se em um ano a produção de rutos ormuito grande, ou seja, se a sara de buriti or boa,no ano seguinte a produção de rutos pode ser atéduas vezes menor. As vezes, uma sara boa é segui-da de duas ou três saras racas, ou mesmo dois outrês anos seguidos de boas saras.

Em determinados períodos do ano, é possível verao mesmo tempo em uma êmea os cachos de ru-tos quase maduros e os cachos ainda em for, cujosrutos estarão maduros somente no ano seguinte.



25

Cada êmea de buriti pode produzir de 1 a 10cachos de rutos, mas em média são produzidos 4cachos por êmea em uma sara boa. O número derutos por cacho pode variar bastante. Em estu-dos realizados oram encontrados de 450 a 2.000rutos por cacho. O peso de cada ruto varia de 15

a 75 g.Considerando em média que cada cacho tenha800 rutos e cada ruto tenha 50 g, então um ca-cho tem 40 kg de rutos. Cada buriti êmea produ-zirá 160 kg de rutos em uma sara boa se produzir4 cachos.

Nos brejos do Cerrado, a densidade (número depés em uma área) é em média de 212 buritis adul-tos por hectare. Destes, cerca de 114 buritis sãoêmeas e os outros 98 são machos. Considerandoque cada êmea produza 160 kg de rutos em umaboa sara, em média serão produzidos 18.240 kgde rutos por hectare de brejo.

O Buriti



26

1 FRUTO:

50 g

1 CAChO:800 FRUTOS

1 BURITI:4 CAChOS

1 CAChO:

40 K g DE FRUTOS(800 FRUTOS x 50g)

1 BURITI:160 K g DE FRUTOS

(4 CAChOS x 40 K g DE FRUTOS)

1 hECTARE é UMA ÁREA EqUIVALENTE A UM qUADRA-DO COM LADOS DE 100 M DE COMPRIMENTO DENTRO DO BREJO. A ÁREA DO qUA-DRADO é DE 10.000 M2

1 hA: 114 FêMEAS

1 hA: 18.240 K g DE FRUTOS

(114 FêMEAS X 160 K g DE

FRUTOS)

O Buriti



27

Em algumas regiões docerrado é possível identi-car dois tipos de buriti, o decordão e o de capemba.

O buriti de cordão produzcachos bem longos, quealgumas vezes quase chegamao solo. Os rutos produ-zidos pelo buriti de cordão

possuem menos massa e hámenos rutos por cacho doque o buriti de capemba.Os rutos do buriti de cor-

dão amadurecem de abrilaté agosto e a produção decachos maduros ocorre so-mente a cada 3 ou 4 anos.

Já o buriti de capembaproduz cachos mais curtos,que cam próximos das ca-pembas. Os rutos do buritide capemba amadurecem

de setembro a evereiro e aprodução de cachos ocorregeralmente a cada dois anos.

BURITI DE CORDãO BURITI DE CAPEMBA



28 Importância Social, Econômica e

Ecológica do Buriti

IMPORTâNCIA SOCIAL, ECONôMICA E

ECOLógICA DO BURITIO buriti é muito importante, pois dele tudo seaproveita, desde as olhas (ou palhas) até a raiz. Épor isso que muita gente chama o buriti de árvoreda vida. Do buriti dá para se azer cestos, bolsas,esteiras e vassouras com o uso das olhas trança-das; cordas, os para costura e rendas com a seda

retirada das olhas novas, ou olhos; móveis e brin-quedos dos talos das olhas; doces, sucos e óleoa partir dos rutos; artesanato com as sementes;cercas e paredes podem ser construídas com o usodos caules; e remédios caseiros podem ser eitoscom as raízes.

O buriti é majestoso, muito utilizado para orna-

mentar quintais e jardins. As pessoas cam tãoencantadas com o buriti, que é ácil encontrarhomenagens a ele em nomes de cidades, ruas,praças, prédios públicos, casas comerciais e até deembarcações.



29



30

Os produtos eitos com rutos e olhas de buritipodem ser encontrados em eiras, principalmentedas regiões Norte e Centro-Oeste do país. Entreesses produtos, estão principalmente o doce, oóleo, a massa e o artesanato, que são eitos porprodutores rurais de diversas regiões da Amazônia

e do Cerrado.Algumas amílias conseguem produzir e comer-cializar até 2.000 kg de massa de buriti, o quegera uma renda de aproximadamente R$ 10.000durante o período de uma sara (quatro ou cincomeses). A comercialização dos produtos de buritiestá entre as principais ontes de renda para mui-

tas amílias, junto com a produção de alimentosnas roças e a criação de gado.

Além de gerar renda, o buriti ajuda a manter aquantidade e a qualidade da água nas veredas. Estaágua é importante para as pessoas que morampróximo das veredas e até mesmo para pessoas quemoram distantes, nas cidades.

Importância Social, Econômica e




31Importância Social, Econômica e




32

A ARARA-DO-VENTRE-VERMELhO OU MARACANã-DO-BURITI (OrthOpsittaca manilata) ALIMENTA-SE PRINCIPALMENTE DE FRUTOS MADUROS DE BURITI. C OMO OS FRUTOS AMADURECEM EM éPOCAS DI-

FERENTES NO CERRADO E NA AMAzôNIA, ELA CONSEgUE ENCONTRAR OS FRUTOS DURANTE O ANO TODO, MAS PARA ISSO, PRECISA VIAJAR gRANDES DISTâNCIAS.

Mas não é só para as pesso-as que o buriti é importante.Existem muitos animais quedependem dessa planta. Al-gumas araras azem os seusninhos nos caules de buritis

mortos. Muitos animaisque estão desaparecendo doCerrado alimentam-se dosrutos do buriti e dependem

desta palmeira para sobrevi-ver, como o veado, o cateto,o jabuti, o lobo-guará, osmacacos e muitas curicas,araras e papagaios. Durantea sara, os rutos do buriti

são um dos alimentos maisconsumidos pela anta e peloqueixada.

Importância Social, Econômica e




33



34

O E XTRATIVISMO DO BURITI

O Extrativismo do Buriti

C OLhEITA E P ROCESSAMENTO DOS F RUTOS

Durante a sara, geralmenteos rutos maduros são co-lhidos do chão, após terem

caído naturalmente. Algunscoletores cortam os cachosno pé do buriti, assim queos rutos amadurecem ecomeçam a cair. Os cachossão cortados utilizando-seuma vara longa de bambucom uma serra aada na

ponta, ou subindo no bu-riti. Para subir, os coletoresusam escadas ou escalamamarrando cordas nos pés ena cintura.



35O Extrativismo do Buriti

Quando os rutos são colhidos do chão, os cole-tores percorrem o brejo diariamente, ou a cadadois dias, para colher os rutos maduros que cam

acumulados debaixo das êmeas de buriti. Muitasvezes é necessário azer uma limpeza ao redor dasêmeas, para encontrar com maior acilidade osrutos caídos no chão.



36 O Extrativismo do Buriti

Como os rutos maduros de buriti apodrecem ra-pidamente, em cada ida ao brejo é colhida apenasa quantidade de rutos que será processada du-rante um dia de trabalho. Duas pessoas experien-tes conseguem processar em um dia de serviço aquantidade que cabe em um saco de linhagem (ouráa), ou seja, cerca de 50 kg de rutos. Os rutoscolhidos são transportados até o local de bene-ciamento, que geralmente é a casa do coletor, emsacos de linhagem, baldes, ou no jacá (cesto eito

com a própria palha do buriti). Muitas vezes, o lo-cal de beneciamento está próximo do brejo, masquando a distância é grande, os rutos são carrega-dos por animais.

No local de beneciamento, é eita uma seleçãopara retirar os rutos que já estão passados, quedevem ser descartados. Os rutos são bem lavados

em água corrente, para remover toda a sujeira. De-pois de limpos, os rutos são colocados de molhoem água limpa, que pode ser morna ou ria. Osrutos devem car de molho até que a casca se sol-te acilmente. Em água morna, isto acontece de-pois de 4 a 24 horas de molho; já em água ria, osrutos devem car de molho entre 24 e 48 horas.




Depois de tirar os rutosda água, a casca é cuidado-samente removida de cadaruto utilizando uma acaou uma colher. A massa decada ruto é retirada comaca, colher, ou raspandoem uma peneira de arame.

A pele amarelada que ca

abaixo da polpa, ou bucha,não é comestível e não deveser retirada do ruto juntocom a massa.

Com 50 kg de rutos, que éa quantidade que cabe nosaco de linhagem, é possível

tirar cerca de 10 kg de massade buriti. A massa pode serconsumida in natura ou usa-da para azer sucos, doces,sorvetes, picolés e cremes.




EM UM SACO DE LINhAgEM (OU RÁFIA)

CABE 50 Kg DE FRUTOS, qUE RENDE:

1,5 LITROS DE óLEO (LEVA CERCA DE 4hORAS DE FERVURA

PARA RETIRAR TODO O óLEO DA qUANTIDADE

DE MASSA qUE COUBER EM UM TAChO)

15 Kg DE DOCE (DEMORA 1 hORA

PARA APURAR O DOCE NO TAChO)

10 Kg DE MASSA DE BURITI (PARA RETIRAR

ESSA qUANTIDADE DE MASSA DEMORA UM DIA INTEIRO DE

TRABALhO DE DUAS PESSOAS)



39

Para não apodrecer, a massaé armazenada na geladeiraou no reezer, logo após tersido retirada dos rutos. Ouainda, a massa do buritipode ser desidratada para serconservada por mais de umano, se or bem produzida earmazenada. Para desidra-tar, as raspas de massa são

tiradas do ruto com colherou aca e colocadas parasecarem ao sol, dentro deassadeiras de alumínio oupeneiras, por algumas ho-ras ou até que quem bemsecas. Enquanto estiverem

sendo secas, as raspas devemser cobertas por um tecidono, como o ló, para evitaro contato com insetos. Se osol estiver encoberto por nu-vens, as raspas vão demorarmais para secar e poderãocar escurecidas, com baixaqualidade.

Uma vez seca, a raspa deveser guardada em sacos lim-pos de linhagem (ou ráa) earmazenada em local limpo,arejado, protegido da umi-dade, de animais e da inci-dência de sol.




O óleo do buriti pode ser retirado dos rutos devárias ormas. A orma mais usada é colocando amassa, junto com a casca dos rutos e um poucode água para erver em um tacho no ogão à le-nha. É interessante usar a casca, pois ela possuiuma pequena quantidade de óleo, e além disso, éuma orma de aproveitar essa parte do ruto. Osrutos que já estão passados e que a polpa não ser-ve mais para comer in natura podem também seraproveitados para tirar o óleo.

Depois de uma hora ervendo no ogo, o óleo co-meça a soltar da massa e ca concentrado na partede cima do tacho ormando uma nata alaranja-da. O óleo vai se soltando da massa aos poucos.Demora cerca de quatro horas de ervura parasoltar todo o óleo da massa. Com uma concha ouescumadeira, a nata é retirada do tacho e colocada

para apurar em uma panela menor no ogo. Emalguns minutos, toda a água evapora, restandoapenas o óleo no interior da panela. Quando todaa água evapora, o óleo para de borbulhar, e se orcolocado um palito de ósoro no interior da pa-nela, o palito pegará ogo. A cada 10 kg de massapodem ser produzidos entre 1 e 2 litros de óleo.O óleo deve ser guardado em vidros escuros bem

echados para manter suas propriedades por maistempo.




O óleo de buriti é utilizado tradicionalmente pelospovos do Cerrado para ajudar na cicatrização de

eridas e queimaduras, aliviar a dor de picadas deinsetos, para amenizar problemas respiratórios, eaté mesmo, para curar picadas de cobras. O óleotambém é utilizado na culinária, principalmentepara ritar carnes e peixes. Recentemente, orameitas pesquisas cientícas que conrmaram que oóleo de buriti tem ação bactericida e possui anti--oxidantes e vitaminas, que servem para a pro-

dução de cosméticos (produtos de beleza, comosabonetes, hidratantes e xampus). O óleo tambémpode ser usado na pele para protegê-la dos raiossolares.



42




C OLhEITA DE F OLhAS

Cada parte da olha tem uma utilidade dierente.Alguns artesãos são especializados em azer móveiscom o talo do buriti, outros azem cestos e tapiticom a tala (bra dura que cobre o talo). Há aque-les que usam a palha inteira para cobrir o telhado.Do olho é retirada a "seda" ou "ta", que é umabra muito na que recobre a palha. A seda servepara costurar artesanatos, como o de capim dou-

rado, ou para azer cordas.As olhas verdes já abertas e as olhas novas aindaechadas, também conhecidas como olhos, sãocolhidas principalmente dos buritis que possuementre 4 e 10 m de altura, mas em alguns locais oscoletores escalam os buritis maiores para colheras olhas. A colheita é eita durante o ano todo,

sempre que houver necessidade, nos brejos maispróximos de casa, geralmente a menos de 5 km dedistância. Para cortar a olha o coletor sobe no péde buriti, usando os talos das olhas secas comoescada, e az um corte na base do talo com umacão.




A seda do buriti é muitoutilizada para a costura debolsas, sacolas, tapetes, toa-lhas de mesa, chapéus, redes

e diversos outros artesanatosna região dos Lençois Mara-nhenses, principalmente nomunicípio de Paulino Neves- MA. Muitas vezes a sedaé tingida para a conecçãodo artesanato. Nesta região,até 30% da população rural

possui renda gerada pela co-mercialização do artesanatoeito com a seda do buriti.A seda também tem grande

importância na região do Jalapão, (que ca ao leste do Tocantins), onde é ampla-mente utilizada para costu-

rar o artesanato de capim--dourado.

O buriti pode produziraté cinco olhos (ou olhasnovas) em um ano, mas amaioria produz três olhospor ano, ou seja, demora

cerca de quatro meses paraum buriti produzir um olho.Cada olho rende cerca de100 g de seda. A produção




de olhas não para na seca enem na chuva, mas a quan-tidade de olhos produzidospor ano varia de um a cin-

co entre buritis. Desde quesejam colhidos no máximo50% dos olhos produzidos,a colheita do olho não matao pé de buriti e não aceleranem reduz a produção de o-lhas novas. O buriti tambémé resistente à colheita das

olhas verdes que já estãoabertas.



46 Recomendações de

Boas Práticas de Manejo

RECOMENDAçõES DE BOAS

P RÁTICAS DE M ANEJO

1. C ONTAR OS C AChOS E F AzER C ARREIROS DE C OLhEITA

Os buritis permanecemmuitos meses com rutosverdes nos cachos. Assim,antes do início da sara já épossível ter uma noção daquantidade de rutos quepoderão ser colhidos. Paraazer isso, o coletor deve

percorrer a área do brejo queserá usada para a colheita.Em cada buriti êmea queencontrar cachos, o coletor

C OLhEITA DOS F RUTOS

A colheita dos rutos de buriti precisa ser bemplanejada e eita de acordo com algumas regrasde manejo, para que o aproveitamento da saraseja maior e também, para garantir que esta onte

de renda nunca acabe. Para isso, o trabalho deveiniciar antes mesmo dos rutos começarem a ama-durecer.



47Recomendações de


deverá contar e anotar o número de cachos emum papel. Considerando que cada cacho produzaem média 40 kg de rutos, basta multiplicar o nú-mero total de cachos contados por 40 para estimara quantidade em quilos de rutos que poderá sercolhida na sara. Com isso, o coletor pode ter umaboa idéia de quanto conseguirá produzir de massa,doce, óleo, etc.

Essa inormação é muito importante para negociarcom maior conança a quantidade de produtosque o coletor poderá se comprometer a produzir



48

em uma sara, caso hajaencomenda dos produtos deburiti. Em várias regiões doCerrado, está cada vez maiscomum os compradoresirem até os produtores paranegociar grandes quantida-des de produtos, principal-mente de doces, óleo e raspaseca de buriti.

Quando o coletor percorrera área de colheita em umbrejo para contar os cachosde buriti poderá aprovei-tar para abrir carreiros, outrilhas de coleta dentro damata. Os carreiros devem

ser eitos para ligar os pés deburiti que possuem cachosmaduros, aproveitando oscaminhos que já existemno brejo. Assim, durante asara, os coletores poderãopercorrer diariamente es-

ses carreiros para achar oscachos maduros com maioracilidade. Além disso, terãoum maior aproveitamento ecará mais ácil para trans-portar os rutos dentro dobrejo durante a colheita.

Os carreiros devem ser per-corridos uma vez por sema-

na, antes do início da sara,para vericar se há rutosmaduros no chão debaixodas êmeas. Assim, é possívelter certeza de quando a saravai começar, para não per-der o início da produção.

Muitos rutos caem no chãodurante as ventanias queocorrem antes das chuvasortes. Portanto, o melhormomento para colher osrutos é nos dias seguintesàs chuvas.

Recomendações de




49

• muiToscoleToresexperienTesdizemQueseumcachodefruTosFOR CORTADO DO BURITI, NA SAFRA SEgUINTE, O BURITI VAI PRODUzIR UMA MENOR qUANTIDADE DE CAChOS;

• c omomesmoTempoQueumcoleTorgasTaparaprocurarumCAChO FÁCIL DE CORTAR E ESCALAR O BURITI PARA CORTAR O CAChO,UM BOM CATADOR CONSEgUE COLhER UMA qUANTIDADE MAIOR DE FRUTOS CAíDOS NO ChãO;

• oburiTi podeTer aTé 40mde alTura, assim,é muiTomaispe-RIgOSO PARA O COLETOR ESCALAR O Pé PARA CORTAR OS CAChOS DO qUE COLhER OS FRUTOS DO ChãO;

• osfruTosprecisamficarmaisTempodemolhona águapara AMOLECER qUANDO O CAChO é CORTADO NO Pé DO qUE qUANDO OS FRUTOS SãO COLhIDOS DO ChãO;

Recomendações de


2. C OLhER OS F RUTOS M ADUROS DO C hãO

Somente os rutos maduros que não estiverempassados devem ser colhidos, de preerência, no

chão do brejo. O corte dos cachos no pé é menoseciente do que a colheita dos rutos no chão pe-los seguintes motivos:



50

• geralmenTeosfruTos aindanãoTerminaramde amadurecerqUANDO OS CAChOS SãO CORTADOS. C OMO A MAIORIA DOS ANI-MAIS SE ALIMENTA DOS FRUTOS MADUROS, SE MUITOS CAChOS FOREM CORTADOS EM UM BREJO, OS ANIMAIS NãO TERãO O qUE COMER.P ORéM, SE OS FRUTOS FOREM COLhIDOS DO ChãO, OS ANIMAIS TERãO

ALIMENTO. AS ARARAS, POR EXEMPLO, COMEM OS FRUTOS MADUROS NO CAChO ANTES DE CAíREM. OS OUTROS ANIMAIS CONSEgUEM SE

ALIMENTAR DOS FRUTOS MADUROS CAíDOS NO ChãO, ANTES qUE SE- JAM COLhIDOS PELOS COLETORES.

Levando em conta todos esses motivos, pode serque não valha a pena cortar o cacho do buriti. Semesmo assim, o coletor quiser cortar os cachosno pé, a colheita só deve ser realizada por quem játem muita experiência, para evitar acidentes. Alémdisso, deve-se cortar somente os cachos dos buritismais baixos, que são mais áceis de colher, deixan-

do os mais altos para alimentar os animais.

C OLhEITA DAS F OLhAS

Para colher as olhas doburiti também é precisotomar alguns cuidados paragarantir que sempre tenha

matéria-prima sucientenos brejos, principalmentepara aqueles que colhem emgrande quantidade.





1. C OLhER O OLhO DOS BURITIS qUE P OSSUEM M AIS F OLhAS

Os buritis que têm mais olhas abertas, ou palhas,são os que produzem mais seda por olho. Alémdisso, quando um buriti já teve muitos olhos co-lhidos, a seda produzida por ele é mais curta. Issoacontece, pois esses buritis cam enraquecidos,ou “acanhados” e passam a produzir olhas meno-res. Portanto, é melhor colher o olho de um pé de

buriti que tenha muitas olhas verdes.2. N ãO C OLhER DOIS OLhOS SEgUIDOS DO MESMO BURITI

Assim como todas as plantas, o buriti produz asolhas porque precisa delas para sobreviver. Apesardo buriti ser bem resistente à coleta do olho, se

cortarmos todas as olhas que orem produ-zidas, ele não vai viver por muito tempo. Portanto,precisa existir uma parceria entre o buriti e o cole-tor, para que a planta não sora com a colheita doolho e para que o artesão não que sem a seda.

Uma orma de azer essa parceria é observar, nahora de colher o olho, se já tem um talo cortado

do último olho colhido. Se tiver um talo cortadoe não tiver nenhuma olha mais nova já aberta,então ainda não deu tempo do buriti produziruma nova olha. Nesse caso, o artesão deve procu-





rar outro buriti para colher o olho, porque o idealé que uma olha que para a planta e outra, para oartesão.

3. N ãO C OLhER M AIS DA METADE DAS F OLhAS DO MESMO BURITI

Essa mesma parceria entre o coletor e o buritipode ser eita em relação à colheita da olha jáaberta. Se orem colhidas todas as olhas abertas

de um buriti, ele pode car enraquecido e atémorrer. Para evitar que isso aconteça, o coletornão deve colher mais da metade das olhas queo buriti tiver, para que ele possa continuar pro-duzindo olhas para si e para o artesão, sem carenraquecido.





4. C OLhER F OLhAS E OLhOS EM V EREDAS M AIS AFASTADAS DE C ASA

A melhor orma de evitarcolher muitas olhas e olhosde um único pé de buriti, éir nos brejos mais aastadosde casa para colher. Assim,os buritis mais próximos das

comunidades não carão so-brecarregados e terão tempode produzir olhas novas an-tes de estarem prontos paraserem colhidos novamente.



54

C UIDADOS COM A V EREDA

1. N ãO C RIAR g ADO E P ORCOS SOLTOS NO BREJO

O brejo é uma importante onte de água e som-bra para a criação de gado. O brejo também é umlocal propício à criação de porcos, pois há muitoalimento disponível e o solo é encharcado. Porém,o gado e os porcos alimentam-se dos rutos deburiti durante a sara. Assim, sobra menos rutos

para os coletores. Além disso, o gado e os porcospisoteiam e deecam nos rutos. Os rutos colhi-dos no chão dos brejos onde há gado e porcos nãopodem ser aproveitados para a alimentação huma-na. Além disso, a água do brejo ca contaminada enão serve mais para beber.

O gado e os porcos também prejudicam o nasci-

mento e o crescimento das mudas de árvores nointerior do brejo, inclusive das mudas de buriti.Sem as mudas, o brejo acaba cando raleado como passar do tempo. Portanto, o brejo deve ser cer-cado para impedir a entrada do gado e de porcos.Se não houver outra alternativa, o acesso dessesanimais à água deve ser limitado a uma pequenaárea do brejo. Para que se possa colher muitos ru-

tos de buriti e beber água pura, o gado e os porcosnão devem ser criados dentro do brejo.

Recomendações de










2. ESPALhAR AS SEMENTES DE BURITI NOS BREJOS

A quantidade de mudas de buriti dentro de umbrejo pode diminuir bastante quando são colhidosmuitos rutos por muitos anos. Em alguns brejos,só é possível ver pés de buriti adultos e quase nãohá mudas. Isso pode acontecer, pois as sementessão levadas pelo coletor junto com os rutos colhi-dos. Após retirar a massa dos rutos, geralmente assementes são jogadas no mato ou no quintal perto

de casa. Nesses locais, é possível ver uma grandequantidade de mudas de buriti recém germinadas.Porém, essas mudas geralmente morrem na seca,pois o local nem sempre é adequado para o cresci-mento dos buritis.





Nos brejos que possuem poucas mudas de buritipor causa da intensa colheita de rutos, a quan-tidade de buritis adultos também pode diminuirno uturo, pois conorme os adultos orem enve-lhecendo e morrendo, não haverá buritis novospara substituí-los. Para garantir que a quantidadede buritis adultos nunca diminua em um brejo,é necessário aumentar a quantidade de mudas

nas áreas de colheita dos rutos. Ao invés de jogaras sementes no quintal, após retirar a massa dosrutos, o coletor deve carregar as sementes de voltapara os brejos e espalhá-las nos locais onde hápoucas mudas e onde ele quiser que haja muitosburitis produzindo rutos no uturo. A partir de 12anos depois de semear as sementes, já é possívelcolher rutos do pé de buriti plantado no brejo.

As sementes de buriti também podem ser espa-lhadas nos brejos desmatados. Além de produzirrutos que no uturo vão alimentar e gerar rendapara a amília, o buriti ainda poderá contribuirpara aumentar a quantidade de água e manter aágua limpa para beber nestes brejos.





3. N ãO DEIXAR O F OgO qUEIMAR O BREJO

Em algumas regiões, o ogoé a principal ameaça àprodução de rutos de bu-riti. Quando o ogo entrano brejo, ele pode subir noburiti adulto pelas palhassecas e queimar os cachos

com fores ou rutos. As-sim, no ano que queimou obrejo, a produção de rutospode ser muito baixa. Oogo pode também matar osburitis adultos, o que dimi-nui a produção de rutos.Além disso, quando o brejo

é queimado com requência,a quantidade de buritis den-tro da mata pode diminuirmuito.



59

• aviseopessoaldacomunidadeeorganizeummuTirão.j unTeO MAIOR NúMERO DE PESSOAS POSSíVEL PARA AJUDAR. N UNCA FAçA qUEIMADAS SOzINhO;

• v ejase abrigadadeincêndiodoseu municípiopode ajudar;

• omelhorhorário para fazer aQueimadaconTrolada é noFINAL DA TARDE OU DE MANhã CEDO, qUANDO O TEMPO ESTÁ MAIS FRIO E TEM MENOS VENTO;

• v áQueimandoporparTeseconTraovenTo;

• u seluvaseboTaseTenhasempreemmãos abafadoresdefogo;

• o aceirodeveserfeiToporpessoasTreinadasecomeQuipamen -TOS ADEqUADOS. SOLICITE AO IBAMA, OU AO óRgãO AMBIENTAL DO SEU ESTADO AUTORIzAçãO, TREINAMENTO E EqUIPAMENTO PARA FAzER A qUEIMADA CONTROLADA.

Recomendações de


Nos brejos que queimam com reqüência, a me-lhor orma de evitar que o ogo entre é azendoum aceiro. O aceiro deve ser eito com uma quei-mada controlada no início da seca, de orma aqueimar uma aixa estreita (de 3 a 5 m de largura)do campo limpo ao redor do brejo. Assim, quan-do o ogo vier, ele vai apagar assim que chegar noaceiro e não queimará o brejo.

Antes de iniciar a queimada controlada é impor-tante seguir algumas orientações:



60

P RINCIPAIS DESAFIOS

T RABALhO EM gRUPO

• p edir ajuda aosórgãosgovernamenTais,comocursosdeca-PACITAçãO E MELhORIAS NA INFRA-ESTRUTURA (ESTRADAS, ELETRICI-DADE, TELEFONE, ESCOLAS, ETC );

• c onseguirfinanciamenTodogovernoparamelhorar as aTivi -

DADES DE COLhEITA, BENEFICIAMENTO E COMERCIALIzAçãO;

• f echargrandesvendasdedoces,raspa,massa,óleoe arTesa-NATOS, MUITAS VEzES COM PREçOS MELhORES;

Principais Desaos

Quando os coletores traba-lham juntos, organizados,a renda gerada para cadaamília pode ser maior do

que se cada um trabalharsozinho. O trabalho emgrupo também pode sermuito divertido. Além disso,é mais diícil de um grupounido ser explorado por co-merciantes desonestos. Issoporque as decisões que são

tomadas entre o grupo decoletores, com muita con-

versa, costumam ser maisacertadas do que quandotomadas por uma únicapessoa, anal, são mais

pessoas pensando de ormasdierentes para resolver osproblemas.

Um grupo unido possuimuito mais orça do queuma pessoa sozinha e as-sim, é mais ácil azer várias

coisas como:



61Principais Desaos

• f aciliTarebaraTearoTransporTedosproduTos aTé oconsumi -DOR;

• c onsTruiremanTerumlocal adeQuado(comouma agroin -DúSTRIA

)PARA

PROCESSAR

OS

FRUTOS

, ARMAzENAR

E

VENDER

A

PRO

-DUçãO.

Para conseguir todas essas coisas, é necessário terum grupo bem organizado de coletores. Existe apossibilidade de ormalizar os grupos através decooperativas ou associações. Mas para que o gruposeja organizado, todos precisam colaborar com

trabalho e com idéias para solucionar os proble-mas. Além disso, é importante que o grupo esco-lha representantes competentes, de preerênciaque sejam capazes de entender as necessidades dogrupo como um todo, que sejam capazes de dividiras tareas entre os integrantes e cobrar a realizaçãodessas tareas; que tenham iniciativa para azer ascoisas; sejam democráticos, otimistas e acreditem

na solução dos problemas. Porém, atenção: o(a)representante do grupo não deve tomar todas asdecisões sozinho(a) e precisa contar com a ajudade todos pra isso.



62 Principais Desaos

C ONTROLE E REgISTRO DA P RODUçãO

Para que o grupo possa ter melhor controle doquanto a atividade de colheita está rendendo, cadacoletor ou artesão precisa tomar nota da quanti-dade que colheu e que produziu. Assim, o grupo

terá controle de tudo o que oi produzido, do queoi vendido e de quantas pessoas trabalharam.Isso ajuda muito a calcular um preço justo decada produto, tanto para o consumidor, quantopara cada um dos trabalhadores que contribuíramna sua produção. Ter um controle bem eito pelogrupo também ajuda na hora de saber quanto vaiser produzido em uma sara. Assim, ca mais ácil

de planejar a produção, corrigir erros e negociargrandes quantidades quando tiver encomendasdos produtos.

O trabalho dos coletores e artesãos é o mais im-portante de todos, pois a qualidade do produtoe o sucesso do grupo todo depende deles. Todosganham quando a colheita é eita da orma certa,

sem prejudicar os buritis e garantindo que semprehaja olhas e rutos de buriti disponíveis para acolheita.



63Principais Desaos



64

64 Receitas com o Buriti

Receitas com o Buriti



65

65Receitas com o Buriti

DOCE DE BURITI DACOMUNIDADE RIBEIRA,LORETO - MA

INgREDIENTES

• massa de buriti• açúcar

MODO DE FAzER

Misturar bem a massa de

buriti com o açúcar emuma vasilha com tampa edeixar curtir por dois diasora da geladeira. Para azeruma pequena quantidade dedoce, deve ser usada a mes-ma quantidade de massa deburiti e de açúcar. Para azer

mais do que 10 kg de doce,deve ser colocado mais açú-car do que massa de buriti.Por exemplo, a cada 10 kgde massa, adicione 12 kg deaçúcar. Depois de curtidopor dois dias, o açúcar vaiestar dissolvido na massa

ormando uma calda. Co-locar todo o conteúdo davasilha em um tacho de alu-

mínio batido ou de cobre.

Levar ao ogo por cerca deuma hora, ou até que apa-reça o undo do tacho. Usaruma colher de pau paramexer a massa durante todoo tempo que estiver no ogo.Assim que retirar do ogo,despejar todo o conteúdo do

tacho em uma bacia de alu-mínio para esriar. Quandoestiver rio e consistente,cortar pedaços do doce comuma aca e embalar emsacos plásticos bem echa-dos. Cada 10 kg de massade buriti rende cerca de 15

kg de doce. O doce pode serconservado por até um anoora da geladeira.



66


SORVETE CASEIRO DEBURITI

INgREDIENTES

• 1 xícara e meia (chá) demassa de buriti

• 5 xícaras (chá) de leite• 2 xícaras (chá) de açúcar

MODO DE FAzER

Colocar todos os ingredien-tes no liquidicador, baterbem. Levar ao congeladorpor cerca de 5 horas. Baternovamente no liquidicadorpara o sorvete car mais cre-

moso e levar ao congelador.Fonte: Almeida, 2004.



67


BISCOITINhO DE ARARUTA COM DOCE DE BURITIPor Rita Medeiros

INgREDIENTES

• 1 xícara (chá) de polvilhode araruta

• meia xícara (chá) de ari-nha de trigo

• 1 xícara (chá) de açúcarrenado

• 1 pitada de sal• ¾ xícara de chá de man-

teiga de leite• 2 gemas• doce de buriti

MODO DE FAzER

Peneirar a araruta juntocom a arinha, o açúcar e osal. Acrescentar a manteigae as gemas. Amassar. Fazerbolinhas amassando o meiode cada uma delas com o

dedo. Levar para assar emorno a 180°C por mais oumenos 10 minutos. Deixaresriar. Só depois colocar nomeio de cada um dos biscoi-tinhos uma colherinha dedoce de buriti.



68


CARRETEIRO COM óLEO DE BURITIPor Rita Medeiros

MODO DE FAzER

Se tiver excesso de sal nocharque, retirá-lo deixandoa carne de molho em água.Reogar o alho e a cebola emuma panela unda, de erro,com o óleo de buriti e de gi-rassol. Adicionar o charqueem pedaços e ritar bem. Em

seguida, adicionar o arroz.Depois despejar água erven-te e deixar cozinhar por pelomenos 20 minutos. Se hou-

ver necessidade, acrescentarsal. Mais cinco minutos decozimento. Servir assim queretirar do ogo, acrescentan-do o cheiro verde.

INgREDIENTES

• 1 dente de alho• 1 colher de sopa de cebola

ralada• 3 colheres de sopa de óleode buriti

• 3 colheres de sopa de óleode girassol

• ½ quilo de charque, oucarne seca, em pedaços

pequenos• 3 xícaras de arroz• Salsinha, coentro e ceboli-

nha cortados bem no



69


BOLINhO DE BURITIPor Rita Medeiros

MODO DE FAzER

INgREDIENTES

• 1 tablete de manteiga semsal em temperatura am-

biente• 1 xícara (chá) de massade buriti

• 2 xícaras (chá) de açúcar• 4 ovos grandes em tempe-

ratura ambiente

• 1 xícara (chá) e meia dearinha de trigo com er-

mento• 1 xícara (chá) e meia dearinha de trigo especial

Bater a manteiga na bate-deira até car bem cremosa. Juntar a massa de buriti e oaçúcar e continuar batendo.Adicionar os ovos um a umna batedeira, intercalandocom as arinhas de trigopeneiradas. Colocar a mas-

sa em orminhas de papelmontadas nas ormas deempada de alumínio. As-sar em orno pré-aquecido

a 180°C por cerca de 30minutos. Não deixar muitotempo no orno para que amassa não que seca. Reti-rar do orno, esperar esriare adicionar cobertura a seugosto. Rende 10 unidades.



70

gRUPOS DE REFERêNCIA

Grupos de Reerência

C ENTRAL DO C ERRADO

É uma central de comer-cialização e promoção dosprodutos agroextrativistasdo Cerrado. É um elo entre

produtores e consumido-res, ornecendo produtoscomo pequi, baru, arinha

de jatobá, arinha de babaçu, buriti, mel, bebidas, polpasde rutas, artesanatos, cosméticos, dentre outros, que sãocoletados e processados por agricultores amiliares e comu-nidades tradicionais do Cerrado.

Teleone: (61) 3327-8489 ou (61) 8133-7417

Email: [email protected]

www.centraldocerrado.org.br



71

C OOPERATIVA REgIONAL DE P RODUTORES AgROSSILVIEXTRATIVISTAS SERTãO V EREDAS – C OOP SERTãO (Mg)

A Cooperativa oi criadaem 2006 com o intuito deorganizar a produção agro-extrativista sustentável deprodutos do Cerrado, para

gerar incremento de renda para os cooperados e valorizar oCerrado e seus produtos. Os cooperados são comunidadestradicionais, assentados da reorma agrária e quilombolasda região de Chapada Gaúcha e entorno. Os parceiros dacooperativa são a Funatura, a Preeitura de Chapada Gaú-cha, o SEBRAE, o Ministério de Minas e Energia, o Ministé-rio do Meio Ambiente, a ADISC, o PPP-ECOS e a FundaçãoBanco do Brasil. A CoopSertão comercializa polpa, óleo e

arinha de pequi, raspa e óleo de buriti, polpas de rutascongeladas (cajuzinho do Cerrado, coquinho azedo, man-gaba, araticum, araçá, tamarindo, goiaba, acerola e man-ga), doces e geléias (cajuzinho, cagaita e araticum), açúcarmascavo, mel, baru e outros produtos da agricultura ami-liar.

Grupos de Reerência

Endereço:

Rua Idearte Alves de Souza,500 – Centro, CEP 39 314-000, Chapada Gaúcha, MG.

Teleone: (38) 3634-1462

E-mail: [email protected]



72 Grupos de Reerência

Na região do Jalapão, cerca de dez associações trabalhamcom a conecção e comercialização do artesanato de capim--dourado costurado com a seda do buriti. As associaçõesabaixo contribuíram mais diretamente com a elaboraçãodesta cartilha.

ASSOCIAçãO C APIM-DOURADO DO P OVOADO DA MUMBUCA

Endereço: Povoado da Mumbuca, Mateiros – TO,CEP 77593-000


Teleone: (63) 3579-1092

ASSOCIAçãO C OMUNITÁRIA DOS ARTESãOS E P EqUENOS P RODUTORES DE M ATEIROS

Endereço: Av. Tocantins, Qd 08, lote 14, Mateiros – TO,CEP 77593-000


Teleone: (63) 3534-1054



73Grupos de Reerência

ASSOCIAçãO C OMUNITÁRIA DOS E XTRATIVISTAS, ARTESãOS E P EqUENOS P RODUTORES DO P OVOADO DO P RATA DE S ãO F éLIX DO T OCANTINS

Endereço : Povoado do Prata, São Félix do Tocantins – TO,

CEP 77605-000Emails: [email protected];[email protected]

Teleones: (63) 3576-1060; (63) 3576-1043;(63) 8122-7554; (63) 8125-0214

ASSOCIAçãO DOS ARTESãOS DO C APIM-DOURADO P ONTEALTENSE

Endereço: Av. Joana Medeiros, sem n°, Centro, Ponte Altado Tocantins – TO, CEP 77590-000


Teleone: (63) 3378-1499



74 Ficha Técnica do Buriti

F IChA T éCNICA DO BURITI

F AMíLIA BOTâNICA: Arecaceae

N OME CIENTíFICO: Mauritia fexuosa

N OMES COMUNS: Miriti, muriti, palmeira-do-brejo,moriche, carangucha, aguaje

P ORTE DA PLANTA: Arbóreo, até 40 m de altura

ÁREA DE OCORRêNCIA: Amazônia, Cerrado (exceto o sulde São Paulo) e Pantanal

P ERíODO DE PRODUçãO DE FOLhAS:

Durante todo o ano

P RODUçãO ANUAL DE FOLhAS POR PLANTA:

3 olhas em média

SEDA PRODUzIDA POR OLhO: 110 g em média

F LORAçãO NO CERRADO Novembro a abril

F LORAçãO NA AMAzôNIA: Abril a junho

C OR DA FLOR DO MAChO:

Laranja



75Ficha Técnica do Buriti

C OR DA FLOR DA FêMEA: Laranja

F RUTIFICAçãO NO CERRADO: Setembro a evereiro

F RUTIFICAçãO NA AMAzôNIA:

Março a agosto

C AChOS POR PLANTA: 1 a 10, em média 4

F RUTOS POR CAChO: 800 rutos em média

P ESO DO FRUTO: 15 a 75 g

SEMENTES POR FRUTO: 1 a 2

U SOS: As olhas são usadas para artesa-natos, cestos, esteiras, utensílios,cordas, cobrir telhados, etc. Ostalos (pecíolos) das olhas sãousados para a abricação de móveis,brinquedos, tapitis, etc. O cauleé utilizado para construir cercas

e paredes de casas. Os rutos sãoconsumidos in natura, ou utili-zados em doces, óleos, sorvetes,geléias, etc.



76

P ARA S ABER M AIS...

www.ispn.org.br/arquivos/capim-dourado-e-buriti.pd

www.ispn.org.br/o-buriti-a-palmeira-de-mil-e-uma-utilidades/

www.cpac.embrapa.br/download/992/t

www.cnpgc.embrapa.br/~rodiney/series/buriti/buriti.htm

www.bb.org.br/reporter-social/noticias/undacao-bb-e-parceiros-disponibilizam-livro-gastronomia-do-cerrado.htm

www.biologo.com.br/plantas/cerrado/buriti.html

Para Saber Mais...



77



78 Bibliograa

BIBLIOgRAFIA

Abreu, S. A. B. 2001. Biologia reprodutiva de Mauritia fexuosa L. (Areca-ceae) em veredas no município de Uberlândia-MG. Dissertação de Mes-trado. Departamento de Ecologia. Universidade Federal de Uberlândia,Uberlândia.

Almeida, S. P. Aproveitamento alimentar: buriti - Mauritia fexuosa L..Embrapa Cerrados, 2004

Barbosa, R. I.; Lima, A. D.; Júnior, M. M. 2010. Biometria de rutos doburiti (Mauritia fexuosa L. - Arecaceae): produção de polpa e óleo emuma área de savana em Rondônia. Amazônia: Ciência e Desenvolvimen-to 5(10):71-85.

Fernandes, M. R. 2011. "A tree with much authority": the place o theburiti palm (Mauritia fexuosa L..) in the sertaneja culture o Terra Ron-

ca, Goiás State, central Brasil. Bioremediation, Biodiversity and Bioavai-lability 5(1):89-91.

Figueiredo, I. B.; Schmidt, I. B. & Sampaio, M. B. 2006. Manejo susten-tável de capim-dourado e buriti no Jalapão, TO: importância do envolvi-mento de múltiplos atores. In: R. R. Kubo; J. B. Bassi; G. C. Souza; N. L.Alencar; P. M. de Medeiros; U. P. Albuquerque. (Org.). Atualidades emEtnobiologia e Etnoecologia. 1ª ed. Recie: NUPEEA/Sociedade Brasileirade Etnobiologia e Etnoecologia, v. 3, p. 101-114.

Medeiros, R. 2011. Gastronomia do Cerrado. Brasília: Fundação Bancodo Brasil. 200p.



79

Oliveira Filho, A. T. e Ratter, J. A. 2000. Padrões forísticos das matasciliares da região do Cerrado e a evolução das paisagens do Brasil centraldurante o quaternário tardio. In: Rodrigues, R. R.; Leitão Filho, H. F.(ed.) Matas ciliares: conservação e recuperação. São Paulo: Editora daUSP.

Sampaio, M. B.; Schmidt, I. B. & Figueiredo, I. B. 2008. Harvestingeects and population ecology o the buriti palm (Mauritia fexuosa L..; Arecaceae) in the Jalapão region, central Brazil. Economic Botany 62,171-181.

Saraiva, N. A. 2009. Manejo sustentável e potencial econômico da extra-ção do buriti nos lençóis maranhenses, Brasil. Dissertação de Mestrado,Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, UnB.Brasília-DF.

Schmidt, I. B. 2005. Etnobotânica e ecologia populacional de Syngonan-

thus nitens: "sempre-viva" utilizada para artesanato no Jalapão, TO. De-partamento de Ecologia. Universidade de Brasília, UnB. Brasília, DF.

Shanley, P. & Medina, G. 2005. Frutíeras e plantas úteis na vida amazô-nica. Belém: CIFOR, Imazon.

Silva, P. A. 2009. Orthopsittaca manilata (Boddaert, 1783) (Aves: Psit-tacidae): abundância e atividade alimentar em relação à ruticação deMauritia fexuosa L. (Arecaceae) numa vereda no Triângulo Mineiro.Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlân-dia, MG.

Storti, E. F. 1993. Biologia foral de Mauritia fexuosa LIN. FIL, na regiãode Manaus, AM, Brasil. Acta Amazônica, 23, 371-381.

Bibliograa



80

BOAS PRÁTICAS

DE MANEJO PARAO EXTRATIVISMOSUSTENTÁVEL DO

BURITI

Documents

Cartilha extrativismo sustentável do buriti