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2016 © Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo – Sebrae-SP POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS O papel da sua empresa

Cartilha Resíduos Sólidos · Os desa˜ os para o estabelecimento de um processo de gestão integrada e sustentável de resíduos sólidos em um país como o Brasil são diários

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2016 © Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo – Sebrae-SP

POLÍTICA NACIONALDE RESÍDUOS SÓLIDOSO papel da sua empresa

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2 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

SEBRAE-SPServiço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo

Conselho Deliberati vo Presidente: Paulo Skaf (FIESP)

ACSP – Associação Comercial de São PauloANPEI – Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas InovadorasBB – Superintendência Estadual do Banco do BrasilCEF – Superintendência Estadual da Caixa Econômica FederalDESENVOLVE-SP – Agência de Desenvolvimento PaulistaFAESP – Federação da Agricultura do Estado de São PauloFIESP – Federação das Indústrias do Estado de São PauloFECOMERCIO – Federação do Comercio do Estado de São PauloIPT – Insti tuto de Pesquisas TecnológicasParqTec – Fundação Parque Alta Tecnologia SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas EmpresasSEDECTI- Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e InovaçãoSINDIBANCOS – Sindicato dos Bancos do Estado de São Paulo

Diretor SuperintendenteBruno Caetano

Diretor TécnicoIvan Hussni

Diretor de Administração e FinançasPedro Jehá

Unidade Políti cas PúblicasGerente: Nelson de Almeida Prado Hervey Costa

Unidade Cultura EmpreendedoraGerente: Juliana Gazzotti Schnneider

Coordenação TécnicaMaria Augusta Pimentel Miglino

ConteudistaPaulo Sousa - SETEC Consulti ng Group

Unidade Inteligência de MercadoGerente: Eduardo Pugnali

Projeto Gráfi co e DiagramaçãoDaniel Augusto de Resende Neves

Equipe TécnicaMarcelo Costa BarrosPatrícia de Matt os Marcelino

ABRELPEAssociação Brasileira de Empresas deLimpeza Pública e Resíduos Especiais

Coordenação GeralCarlos Roberto Vieira da Silva Filho

Coordenação TécnicaGabriela Gomes Prol Otero Sarti ni

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PALAVRA DA PRESIDÊNCIA DO SEBRAE-SPOs brasileiros geram 215 mil toneladas de resíduo sólido por dia; em São Paulo são quase 63 mil toneladas/dia. Já chegamos perto da produção per capita de lixo projetada para 2050 no mundo. O desa� o aqui não é somente encontrar maneiras mais adequadas de descartar esse material, mas também o de buscar soluções para gerar menos resíduos e melhor reaproveitá-los, garantindo sustentabilidade ambiental, social e econômica.

Em 2010 foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos, com objetivo de mostrar as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos por pessoas físicas e jurídicas, públicas ou privadas. No Estado de São Paulo este movimento começou em 2006, com a promulgação da Política Estadual de Resíduos Sólidos.

As leis vigentes trazem obrigações ao empresariado, mas também oportunidades de reduzir custos e ganhar a chancela de sustentável, uma vez que envolvem toda cadeia de consumo, da extração da matéria prima até a responsabilidade pós consumo de cada empresa.

Com a presente publicação, o Sebrae-SP quer desvendar as possibilidades inerentes a essas políticas e traz, em detalhes, suas diretrizes, as características da logística reversa, um modelo de plano gerenciamento de resíduos sólidos, as oportunidades de investimento, e muitas outras dicas que vão permitir a você, empresário, tornar-se mais competitivo ao adotar práticas sustentáveis de produção e gestão.

Boa leitura!

Paulo SkafPresidente

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5POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

Bruno CaetanoDiretor-superintendente

PALAVRA DA DIRETORIA DO SEBRAE-SPA população das cidades cresceu signi� cativamente nos últimos anos e, com ela, o volume do lixo produzido. Prejudicial à saúde pública e danoso ao meio ambiente, o descarte inadequado de lixo aliado ao adensamento populacional exigem que sejam implementadas práticas de hábitos de consumo sustentável, com instrumentos variados para incentivar a reciclagem, a reutilização dos resíduos sólidos (reciclagem e reaproveitamento) e ainda a destinação ambientalmente adequada dos dejetos.

Diante dessa necessidade foi instituída em 2010 a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ela contém princípios, objetivos e diretrizes para o gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil, criando um mecanismo de responsabilidade compartilhada em relação a tudo o que é produzido, consumido e descartado no meio ambiente.

Para facilitar no entendimento e direcionar os empresários para as melhores práticas de destinação correta dos resíduos gerados em suas atividades produtivas e comerciais, o Sebrae-SP preparou esta cartilha.

Queremos, com este material, auxiliar os pequenos negócios na relação com agentes econômicos e sociais, promover o aproveitamento de resíduos sólidos, reduzir seu desperdício e incentivar boas práticas de responsabilidade socioambiental. Aqui estão concentradas informações referentes ao tema como vocabulário, explicações sobre a Política, a classi� cação dos resíduos e outras dicas para montar seu plano de gerenciamento de resíduos sólidos.

Boa leitura,

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7POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

Carlos Roberto Vieira da Silva FilhoDiretor Presidente

PALAVRA DA PRESIDÊNCIA DA ABRELPEDentre os objetivos sociais da ABRELPE consta o estabelecimento de parcerias e cooperação com instituições públicas e privadas, com o objetivo de aprimorar o desenvolvimento da gestão sustentável de resíduos sólidos no país. A presente publicação, realizada em cooperação com o SEBRAE-SP, consolida um esforço conjunto para cumprir com o objetivo citado, bem como para promover um debate sério sobre a situação da gestão dos resíduos sólidos no Brasil, com vistas à criação de oportunidades de negócios para esse importante setor.

Os desa� os para o estabelecimento de um processo de gestão integrada e sustentável de resíduos sólidos em um país como o Brasil são diários e complexos, vez que envolvem milhares de toneladas de resíduos sólidos e precisam contemplar as diferenças regionais. Infelizmente, esse enfrentamento ainda deixa a desejar e os resultados podem ser observados através dos dados mais recentes: atualmente, cerca de 60% dos municípios brasileiros ainda fazem uso de lixões e aterros controlados, destinando seus resíduos para locais inadequados, que trazem diversos impactos ambientais e sociais, sentidos diretamente por mais de 78 milhões de cidadãos brasileiros, e que oneram os serviços de saúde em cerca de R$ 1,5 bilhão por ano.

Além disso, é também alarmante que, passados cinco anos da publicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos ainda não esteja vigente, somente um pequeno percentual das municipalidades apresentaram seus Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS), os processos de logística reversa ainda não estão efetivamente implantados e os recursos necessários para implementação efetiva da PNRS continuam inexistentes.

Esperamos que as páginas a seguir, elaboradas com dedicação e informações práticas, estimulem o leitor do setor empresarial a aproveitar as novas oportunidades trazidas pela Lei de Resíduos, começando com a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos adequado às suas características.

Os processos de gestão integrada de resíduos sólidos, tal qual apregoado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, inserem-se no sistema de economia de baixo carbono, também conhecido como economia verde, podendo trazer resultados consideráveis para o setor empresarial e para a economia nacional como um todo.

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9POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

PANORAMA BRASILEIRO 10

VOCABULÁRIO 11

O QUE É A PNRS? 12

Responsabilidade compartilhada 15

Metas nacionais 15

Proibições 16

CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 17

LOGÍSTICA REVERSA 18

Acordos setoriais 19

PRIORIDADE EM AÇÕES 21

PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PGRS) 23

Modelo de PGRS 23

Monte o seu plano de gerenciamento de resíduos sólidos 25

Autoavaliação de desempenho 26

Veja outras dicas para tornar sua empresa ainda mais sustentável 28

OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO 31

BENEFÍCIOS AO EMPREENDEDOR 33

BIBLIOGRAFIA 34

ÍNDICE

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10 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

PANORAMA BRASILEIROA maior parte das coisas descartadas como lixo podem ser reaproveitadas. Eles são tratados como rejeitos, mas na verdade são resíduos.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, rejeito é o que não é passível de reaproveitamento. Em contrapartida, os resíduos podem ser reaproveitados ou reciclados, sendo considerados matéria-prima para outras empresas.

Em 2014, cada cidadão brasileiro produziu pouco mais de 1 kg de resíduo sólido urbano (RSU) por dia. Somando a geração de todos nós, foram 215 mil toneladas. Isso representa o tamanho de 180 estátuas do Cristo Redentor.

No mesmo ano, a média diária de coleta foi de apenas 195 mil toneladas. Fazendo a comparação entre geração e coleta, a cada dia um pouco mais de 20 mil toneladas de RSU possuem um destino desconhecido, provavelmente lançadas no oceano e corpos d’água, depositados em área de mata nativa, queimadas ou enterradas nos fundos das residências.

Para evitar esses desvios, realizar a gestão municipal adequada dos RSU e ainda estimular melhores práticas empresariais de destinação correta dos resíduos gerados em suas atividades produtivas e comerciais, foi criada a Lei nº 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Ela contém princípios, objetivos e diretrizes para a gestão e o gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil.

A PNRS é aplicável a todos os geradores de resíduos sólidos no país, de pessoas a empresas e, para isso � car claro, estabeleceu a responsabilidade compartilhada em relação a tudo o que é produzido, consumido e descartado no meio ambiente.

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11POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

VOCABULÁRIOPara conversarmos sobre resíduos sólidos, algumas novas expressões devem ser utilizadas. Assim, vamos ver suas de� nições, retiradas e adaptadas da PNRS, para que possamos falar a mesma língua.

Destinação � nal ambientalmente adequada

Destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação, o aproveitamento energético e a disposição � nal, observando normas operacionais especí� cas.

Disposição � nal ambientalmente adequada

Distribuição ordenada de rejeitos em aterros sanitários, observando normas operacionais especí� cas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.

Rejeitos

Resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição � nal ambientalmente adequada.

Resíduos sólidos

Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, cuja destinação � nal se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.

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12 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

O QUE É A PNRS?Após muitos anos de trabalho por parte de entidades em prol do setor de limpeza pública e do meio ambiente, foram sancionadas e regulamentadas no ano de 2010 a Lei 12.305 e o Decreto 7.404, que instituem a PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos. A Lei institui a responsabilidade compartilhada de fabricantes, distribuidores, varejistas, consumidores e governos sobre a gestão e o descarte adequado dos produtos pós-consumo, e exige que todas as prefeituras e estados estabeleçam um Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.

A PNRS é uma lei federal em plena vigência, e a observação de suas diretrizes e cumprimento de prazos é realizada pelo Ministério do Meio Ambiente. Para nortear a implementação da Lei existem onze princípios, que estão contidos em todos os conceitos e diretrizes apresentadas na PNRS.

Prevenção e precaução

É o princípio de que é melhor prevenir do que remediar um problema. Simples assim.

Poluidor-pagador e protetor-recebedor

A ideia é cobrar e punir quem degrada o meio ambiente e prestigiar quem faz sua parte na prevenção de danos ambientais.

Visão sistêmica da gestão dos resíduos

Os resíduos são gerados em toda a cadeia produtiva, e não adianta olhar apenas para uma etapa para realizar sua gestão.

Desenvolvimento sustentável

É o modelo de desenvolvimento do século XXI, que abrange três áreas: economia, meio ambiente e sociedade.

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13POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

Ecoe� ciência

Utilizar cada vez menos matérias naturais sem perder produtividade. Essa é a meta.

Cooperação dos setores público e empresarial

Visa estimular um relacionamento mútuo e complementar entre essas esferas. Ou seja, sinergia.

Responsabilidade compartilhada

Todos são responsáveis pelo impacto que um produto gera no meio ambiente ao ser descartado incorretamente. Fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e poder público, sem exceções!

Resíduo sólido como bem econômico

Lembre-se de que resíduo não é rejeito, pois ele pode ser aproveitado como material por outra empresa e assim gerar emprego e renda.

Respeito às diversidades

A diversidade é necessária para um ecossistema sustentável.

Direito à informação

A sociedade, seus funcionários e o poder público têm direito às informações de sua empresa quanto à gestão de resíduos.

Razoabilidade e proporcionalidade

É sobre a importância de se usar o bom senso para a tomada de decisões, de� nição de metas e, principalmente, na utilização de recursos naturais.

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Prevenção eprecaução

Responsabilidadee

proporcionalidade

Direito àinformação

Poluidor-pagador e protetor-recebedor

Visão sistêmica da gestão dos

resíduos

Desenvolvimento Sustentável

Ecoe� ciência

Cooperação dossetores públicoe empresarias

Resíduo sólidocomo bemeconômico

Respeito àsdiversidades

Responsabilidade

PNRS

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15POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

Responsabilidade compartilhada

A responsabilidade compartilhada da PNRS exige o compromisso de todos- empresas, poder público e pessoas - em contato com o produto ao longo de sua produção, seu consumo e, principalmente, seu descarte.

Ela tem como objetivos compatibilizar interesses entre os agentes econômicos e sociais, promover o aproveitamento de resíduos sólidos, reduzir seu desperdício e incentivar boas práticas de responsabilidade socioambiental.

O Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR) é um dos instrumentos da PNRS e parte do compromisso do Ministério do Meio Ambiente na observação de seu cumprimento. Ele é responsável por gerenciar os dados fornecidos pelos geradores sobre a gestão dos resíduos sólidos no Brasil e disponibilizar as informações através de seu Portal (www.sinir.gov.br).

Metas nacionais

Meta Prazo Situação

Eliminação total dos lixões 2014

A PNRS estipulou que as prefeituras encerrassem os lixões de suas cidades até 2012, com prazo prorrogado até 2014. Entretanto, ainda existem mais de três mil lixões, que recebem quase 40% dos resíduos do Brasil.

Redução dos resíduos recicláveis secos dispostos em aterros

2031Redução de 34% dos resíduos sólidos urbanos secos dispostos em aterros sanitários até 2023 e de 45% até 2031.

Redução dos resíduos úmidos dispostos em aterros

2031Redução de 38% o percentual de resíduos úmidos dispostos em aterros sanitários até 2023 e em 53% até 2031.

Recuperação de gases de aterros sanitários (300 MW)

2031Somente 1% dos 2.243 aterros do país gera energia a partir do gás metano dos aterros.

As metas foram estabelecidas no Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares), que não foi sancionado pelo Governo Federal.

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16 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

Proibições

Vale destacar que essas proibições incluem a disposição nos chamados lixões, que são espaços a céu aberto sem nenhuma preparação para receber adequadamente os resíduos ali lançados. Tampouco possuem dispositivos de proteção do solo e das águas subterrâneas contra o chorume, e da atmosfera contra as emissões de gases poluentes. Além disso, atraem todo o tipo de vetores transmissores de doenças, como insetos, aves e ratos.

Acabar com eles requer um esforço não só ambiental, mas também social. Muitas famílias vivem e retiram dos lixões seu sustento, um problema seríssimo para toda nossa sociedade.

Estima-se a necessidade de um grande volume de recursos � nanceiros para implementar a gestão adequada dos RSU no Brasil, na ordem de bilhões de reais. No entanto, a maior urgência é pelo comprometimento dos municípios com o planejamento de suas ações: até meados de 2015, apenas 30% dos municípios brasileiros apresentaram seu Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Somente mediante sua apresentação e validação pelo MMA é possível acessar recursos � nanceiros da União e assim implementar a infraestrutura e operacionalização estabelecidas pela PNRS.

É proibido deixaros resíduos a céu

aberto, emqualquer ambiente,exceto os resíduos

de mineração.

É proibido lançarresíduos sólidos

nas praias, no marou qualquer corpo

hídrico.

É proibido queimaros resíduos a céu

aberto ou emrecipientes, exceto

para empresasespecí� cas para

esse serviço.

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17POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOSTodo processo comercial e de transformação produtiva gera resíduos que podem estar em estado sólido ou semissólido, e alguns líquidos contaminantes, que não podem ser lançados na rede pública de esgotos ou corpos d´água sem prévia análise de técnicos especializados. Vamos descobrir como os resíduos sólidos são classi� cados em relação à sua origem e periculosidade.

Quanto à origem Exemplos

Resíduos domiciliares (RD)

Resíduos secos (embalagens plásticas, de vidro e de papelão, papéis e metais), úmidos (restos alimentares, de jardinagem) e outros

Resíduos de Limpeza Urbana (RLU) Varrição e limpeza de ruas

Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) RD + RLU

Resíduos de Estabelecimentos Comerciais (REC)

Papéis impressos, copos plásticose materiais de escritório etc.

Resíduos Industriais (RI) Resultantes de atividades industriais, incluindo os perigosos

Resíduos de SaneamentoBásico (RSB)

Material orgânico e demaisnão perigosos

Resíduos de Serviços de Saúde (RSS)Seringas, gases, luvas, restos de tecidos humanos etc.

Resíduos da Construção Civil (RCC)Entulho e madeira, concreto, brita etc.

Resíduos Agrossilvopastoris (RA)Matérias orgânicas eembalagens de agrotóxicos

Resíduos de Mineração (RM) Restos de produtos químicos

Resíduos de Serviçosde Transporte (RST)

Graxas e embalagensde combustível

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18 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

As empresas que operam com resíduos perigosos, em qualquer fase do seu gerenciamento, são obrigadas a se cadastrar no Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos.

Você sabia que óleos e lodos podem ser considerados resíduos sólidos e estão sujeitos à PNRS? Isso porque eles têm o estado semissólido e são impróprios para serem lançados na rede pública de esgoto.

Quanto à periculosidade Descrição

Resíduos perigosos

Características de in� amabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade.Tintas, óleos, produtos químicos,ácidos, etc.

Não perigosos Todos aqueles que não são perigosos

LOGÍSTICA REVERSAAlguns grupos de resíduos sólidos têm características bem especí� cas de composição química e impacto ambiental potencial. Como forma de melhor destiná-los, foi instituída a chamada Logística Reversa, que é um instrumento estabelecido pela PNRS para implementação da responsabilidade compartilhada de determinados produtos pós-consumo.

Logística Reversa é o caminho que o resíduo deve percorrer até estar pronto para a reutilização, ou outra destinação � nal ambientalmente correta. Esse trabalho não deve fazer parte da coleta rotineira dos serviços públicos e é responsabilidade de fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes dos seguintes grupos de produtos pós-consumo:

• Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens

• Pilhas e baterias

• Pneus

• Óleos lubri� cantes, seus resíduos e embalagens

• Lâmpadas � uorescentes, de vapor de sódio, mercúrio ou mistas

• Produtos eletroeletrônicos e seus componentes

• Medicamentos, seus resíduos e embalagens

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19POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

Adote a logística reversa na sua empresa

1. Adote, em sua administração, procedimentos para compra de produtos pós-consumo que possam ser integrados ao seu processo produtivo;

2. Adquira coletores para depósito de resíduos reutilizáveis e recicláveis;

3. Atue em parceria com empresas de limpeza pública e resí-duos especiais, e cooperativas de catadores de materiais reuti-lizáveis e recicláveis.

Acordos Setoriais

Para dar mais força à união entre logística reversa e responsabilidade compartilhada existem os acordos setoriais. São contratos entre o poder público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes. Estes documentos estabelecem as responsabilidades e compromissos das empresas ao longo de todo o ciclo de vida de um produto, desde a fabricação até a destinação � nal.

Eles foram criados como instrumento para viabilizar a logística reversa de resíduos perigosos que, devido à sua condição, necessitam de um caminho especial para a destinação � nal ambientalmente correta. Atualmente, os três acordos setoriais assinados e vigentes são os de embalagens plásticas de óleos lubri� cantes, lâmpadas � uorescentes e embalagens em geral. Mas, cabe destacar que os resíduos e embalagens de agrotóxicos e os pneus já possuem sistemas consolidados de logística reversa mesmo sem um acordo setorial.

A iniciativa do acordo setorial pode partir do poder público ou das empresas. Aqueles iniciados pelo governo (federal, estadual ou municipal) serão precedidos de editais de chamamento.

As empresas que queiram tomar a iniciativa de um acordo setorial devem elaborar uma proposta formal e apresentá-la ao Ministério do Meio Ambiente. Ela deve conter, no mínimo, os seguintes requisitos:

1. Indicação dos produtos e embalagens objeto do acordo setorial;

2. Descrição das etapas do ciclo de vida em que o sistema de logística re-versa se insere;

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20 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

3. Descrição da forma de operacionalização da logística reversa;

4. Possibilidade de contratação de empresas de limpeza pública e resíduos especiais, ou cooperativas de catadores de materiais recicláveis ou reutilizáveis;

5. Participação de órgãos públicos nas ações propostas;

6. De� nição das formas de participação do consumidor;

7. Mecanismos para a divulgação de informações relativas aos métodos existentes para evitar, reciclar e eliminar;

8. Resíduos sólidos associados a seus respectivos produtos e embalagens;

9. Metas a serem alcançadas;

10. Cronograma para a implantação da logística reversa, contendo a previsão de evolução até o cumprimento da meta � nal estabelecida;

11. Possibilidade ou viabilidade de aproveitamento dos resíduos gerados, alertando para os riscos decorrentes do seu manuseio;

12. Resíduos perigosos com seus riscos, impactos e procedimentos de segurança;

13. Impactos sociais e econômicos da implantação da logística reversa;

14. Atribuições individualizadas e encadeadas dos participantes do sistema de logística reversa, que deve incluir:

a. Recomendações técnicas para consumidores e recicladores em cada etapa da logística;

b. Formas de coleta ou de entrega adotadas, identi� cando os responsáveis e respectivas responsabilidades;

c. Ações necessárias e critérios para a implantação, operação e atribuição de responsabilidades pelos pontos de coleta;

d. Transporte entre os agentes da cadeia, identi� cando as responsabilida-des, procedimentos e responsáveis pelas ações de disposição.

Você pode conferir no portal SINIR (sinir.gov.br)as últimas notícias sobre acordos setoriais.

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21POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

Ação Descrição

Não geração

Significa avaliar se é necessário consumir um determinado produto ou se é possível substitui-lo por outro de menor impacto ambiental. Pode significar, também, otimizar processos para que consumam menos matéria e gerem menos resíduos.

Redução Realizar suas atividades de forma mais e� ciente.

Reutilização Utilizar novamente um material sem processamento.

Reciclagem Processar o resíduo visando seu reaproveitamento.

Tratamento Aproveitar a energia contida no resíduo e mitigar seus possíveis impactos ambientais.

Disposição � nal Distribuição ordenada de rejeitos em aterros sanitários.

PRIORIDADE EM AÇÕESDevido ao alto número de soluções possíveis de destinação correta de resíduos sólidos, a PNRS estabelece um critério de priorização, a chamada hierarquia na gestão, para todos seguirem:

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22 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

A reciclagem no Brasil pode ser um processo sustentável, incorporando aspectos econômicos (venda do material e valor competitivo comparado à materia-prima), ambientais (evita a extração de recursos naturais) e sociais (geração de emprego e renda).

Para a PNRS, uma disposição � nal ambientalmente adequada é aquela que utiliza aterros sanitários que respeitam normas operacionais especí� cas para minimizar os riscos de impactos ambientais com recuperação e aproveitamento do biogás.

Geração

Rejeitos

Recuperação/ Aproveitamento

de biogás

Coleta

Tratamento/Recuperação

Separação/Tiragem

Reutilização

Reciclagem

Resíduos

Rejeitos

Conservação dos recursos naturais

Coleta

Aterro Sanitário

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23POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

PLANO DE GERENCIAMENTODE RESÍDUOS SÓLIDOS (PGRS)Para a empresa planejar suas ações em relação à PNRS, ela deve ter seu próprio Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). Este deve abordar as etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação � nal ambientalmente adequada dos resíduos sólidos de sua empresa.

Mais do que isso, o PGRS é a melhor forma de gerir seus processos de destinação, pois inclui detalhes de planejamento, operação e registros de cada etapa. Por essa importância ele é parte integrante do processo de licenciamento ambiental.

Modelo de PGRS

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos pode ser criado com o uso de uma simples tabela. Para cada coluna, um resíduo. Nas linhas, informações necessárias para a operação e gestão, como:

• Classi� cação do resíduo em relação à sua periculosidade e à sua origem;

• Quantidade mensal gerada, que pode ser em massa (kg), volume (litros) ou outra unidade de medida (galões, caçambas);

• Local de armazenamento interno e identi� cação do resíduos;

• Estruturas de contenção necessárias para proteção de emergências, como vazamentos;

• Procedimentos de segurança no armazenamento;

• Frequência de coleta dos resíduos;

• Avaliação da empresa de coleta com relação aos horários e aos procedimentos de segurança;

• Documentação necessária para o transporte desses resíduos;

• Destinação � nal ambientalmente correta;

• Documentação da empresa de destinação � nal.

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24 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

Resíduo Retalhos de tecido Pasta de estampas

Perigoso? Não Sim

Quantidade mensal 60 kg 40 litros

Como armazenar?Caixa dos retalhos(ao lado da entrada)

Bombonas de 10 litros

Contenção - Muro baixo de alvenaria

Frequência da coleta Mensal Mensal

Empresa de coletaCooperativa dereciclagem local

ReciclaBem

Documentação para transporte

- CADRI

Destinação � nalValorização e revenda pela cooperativa

A título de exemplo, foram selecionados dois tipos de resíduos utilizados em algumas indústrias de transformação e suas informações do PGRS:

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25POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

TemaResíduo

1Resíduo

2Resíduo

3Resíduo

4

Perigoso?

Quantidade mensal

Como armazenar?

Frequência de coleta

Empresa de coleta

Documentação para transporte

Destinação � nal

MONTE O SEU PLANO DE GERENCIAMENTODE RESÍDUOS SÓLIDOS

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26 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - O papel da sua empresa - Sebrae-SP

Tema 0 1 2

Respeito os Princípios da PNRS

Faço a classi� cação entre resíduosperigosos e não perigosos

Realizo a destinação ambientalmentecorreta dos resíduos

Realizo a destinação especí� capara resíduos perigosos

Conto com o apoio de empresas de limpeza públicaou cooperativas de catadores de reciclagem

Tenho um Plano de Gerenciamento de ResíduosSólidos em operação na minha empresa

Realizo ações de Logística Reversa juntamenteaos meus clientes e fornecedores

Realizo o cumprimento das responsabilidades com o ciclode vida inteiro dos produtos com os quais trabalho

Autoavaliação de desempenho

Você sabe o quanto sua empresa está adequada à Política Nacional de Resíduos Sólidos? Faça a autoavaliação abaixo para descobrir os pontos a melhorar e os acertos de sua gestão. Dê uma nota de 0 a 2, de acordo com o esquema abaixo:

0 – Nada é feito sobre o assunto

1 – Faço o mínimo necessário para atender a legislação

2 – Faço com excelência e dou exemplo

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Em seguida, some seus pontos e con� ra os resultados. Lembre-se de que este é apenas o primeiro passo para sua autoavaliação, e seu planejamento deve ser tão especí� co quanto for necessário.

0 a 5 Sua empresa ainda tem muito a melhorar.

A gestão de resíduos deve começar pelas questões básicas. Procure listar seus resíduos, classi� cá-los quanto à periculosidade e encontrar a destinação atual. Ao fazer isto, você vai enxergar sua gestão de resíduos.

6 a 11 Sua empresa faz um bom trabalho.

É possível ampliar seu sistema de gestão, sendo mais especí� co no planejamento já existente e na relação com empresas coletoras ou cooperativas locais.

12 a 18 Parabéns! Sua empresa é um exemplo para a PNRS.

Procure implementar melhorias no processo de destinação e mantenha a atenção em novidades na legislação ambiental, cooperativas e empresas locais e novos resíduos gerados.

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Veja outras dicas para tornarsua empresa mais sustentável

1. Não se esqueça da segurança dos funcionários envolvidos com o processo de destinação interno. Recolher ou prensar resíduos sólidos usados apresenta riscos de acidentes. Por isso, o PGRS deve estar alinhado com o Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais (PPRA), o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e prever os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários.

Segurança e Saúde no Trabalho

Normas Regulamentadoras (NR) de “Saúde e Segurança no Trabalho” são obrigatórias, independente do porte de sua empresa.

1. NR 9/1978 do MTE - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA): tem por objetivo a preservação da saúde e qualidade de sua vida e a dos seus funcionários;

2. NR 7/ 1978 do MET - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO): tem por objetivo a execução e acompanhamento dos resultados dos exames médicos obrigatórios, de acordo com a sua atividade.

A empresa deve aplicar todas as medidas possíveis para eliminar ou minimizar riscos de acidentes e fornecer os chamados Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), de acordo com o tipo de risco. Entre os EPIs destacam-se: luvas, calçados e aventais impermeáveis, magotes e luvas com proteção térmica, óculos ou máscaras para produtos químicos, etc.

Não se esqueça de treinar os funcionários no uso dos EPIs e de registrar a entrega destes materiais, evitando inconvenientes. Funcionários e visitantes não podem permanecer sem protetores auriculares em ambientes com ruídos contínuos ou intermitentes. Além dos protetores auriculares, procure soluções permanentes para abafá-los.

2. Alguns resíduos podem ser revendidos, como alumínio ou madeira. É uma oportunidade de renda extra, que pode ser revertida para o funcionamento do próprio processo, tornando-o sustentável.

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3. A imagem de uma empresa que respeita a PNRS e o meio ambiente é valorizada pelos consumidores e pela mídia. Assim, comunicar suas ações sustentáveis é um prêmio que toda empresa deveria se dar.

4. É importante ter um local reservado para a lavagem de pincéis e demais ferramentas sujas com resíduos perigosos, como tinta e tiner. A água contaminada deve ser contida com segurança e despejada em bombonas, nunca diretamente na rede de esgoto.

5. Para armazenar bombonas e demais recipientes que contêm líquidos perigosos, é importante reservar um local protegido contra vazamentos. Pode ser a partir de um pequeno muro de alvenaria, ou mesmo um tanque projetado com manta de vedação.

6. Muitas operações da logística interna envolvem riscos à saúde e ao meio ambiente. É importante que seu PGRS esteja alinhado com as práticas do Corpo de Bombeiros ou empresas de segurança predial. É mais uma oportunidade de sinergia para a ecoe� ciência.

7. Se sua empresa trabalha com injetoras de plástico, é possível reaproveitar os refugos e rebarbas diretamente no processo produtivo. É comum a prática de recolher esses resíduos, moê-los e misturá-los à matéria-prima virgem, em proporção de� nida de acordo com o uso.

8. Muitas vezes é necessário adaptar um processo de logística interno às necessidades da empresa de limpeza pública e da cooperativa local de coleta. É uma medida importante, pois evita retrabalhos ou trabalhos desnecessários ao longo da cadeia.

9. Espalhe kits de segurança pela sua empresa para casos de emergência. Eles podem ser simples, contendo luvas plásticas, toalhas limpas e perlita ou areia, para conter o � uxo de líquidos.

10. É possível terceirizar sua gestão de resíduos. Apesar do custo, a empresa conta com serviços especializados e otimizados. Não se esqueça de conferir a qualidade e a segurança da empresa contratada.

11. É muito comum as empresas adotarem a coleta seletiva e instalarem vários coletores coloridos. É uma ótima iniciativa, que deve ter um cuidado especial: não se esqueça que os sacos plásticos trocados nos coletores também devem ter suas cores correspondentes. Isso garante que aquele resíduo seja facilmente identi� cado em toda a cadeia posterior.

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12. As bitucas de cigarros representam até 36% do lixo visível nas cidades. Elas também podem ser destinadas para cooperativas e empresas coletoras, como a ONG Rede Papel Bituca. O resíduo pode ser aproveitado para virar papel, adubo e combustível para fornos.

13. Aproveite a internet para comercializar seus resíduos. Existem plataformas on-line que oferecem serviço de compra e venda de resíduos entre empresas, nos moldes dos sites de compras online. É possível extrair daí uma renda extra.

14. Resíduos hospitalares gerados em ambulatórios ou laboratórios devem ser descartados e armazenados com segurança, pois apresentam riscos biológicos e químicos. Um cuidado especial deve ser tomado com seringas e demais perfurocortantes. A destinação mais frequente dos resíduos hospitalares é a incineração.

15. Lembre-se de deixar claro para todos que caçamba não é lugar de outros resíduos, senão entulhos de construção. Eles devem ser enviados para empresas coletoras licenciadas para o transporte e a destinação correta, e a mistura de materiais atrapalha muito o restante da cadeia.

Você já deu o pontapé inicial para transformar sua empresa em uma indústria sustentável. Procure se informar sobre os acordos setoriais, as cooperativas de catadores e as leis municipais em sua região.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos é disponibilizada gratuitamente via internet (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2010/lei/l12305.htm). Leia na íntegra para aprender mais. Se você precisar de cursos, palestras e consultorias, conte com o SEBRAE de sua região.

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OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTOLembre-se de que, seja qual for seu objetivo no empreendimento, tudo deve começar com um bom plano de negócios, fundamental para a implantação de um novo projeto.

1. Compostagem

Construir composteiras à base de fungos e bactérias ou minhocas é uma opção de investimento. Com a necessidade de destinação dos resíduos orgânicos as empresas tendem a fazer a compostagem (transformação em adubo) em sua própria unidade, ou até mesmo terceirizar o serviço.

2. Manutenção e instalação de equipamentos

Muitas empresas não têm tempo nem experiência para instalar máquinas e equipamentos necessários à logística interna, como prensas e enfardadeiras. Assim, a procura por esse serviço está em alta. É importante o empreendedor ter conhecimento no ramo e contar com especialistas para cada tipo e porte de máquina.

3. O� cinas e conteúdo lúdico

Consultorias, grupos teatrais, editoras e entidades podem oferecer conteúdos lúdicos para conscientizar as pessoas sobre a importância do descarte correto de resíduos sólidos. É um tipo de serviço educacional, que pode também ser desenvolvido nas comunidades ao redor da empresa.

4. Consultoria jurídica

Escrever acordos setoriais ou contratos de prestação de serviços exige um conhecimento especí� co. Assim, é possível criar uma consultoria jurídica para intermediar a relação entre a empresa e o Poder Público.

5. Empresa de coleta

Para abrir uma empresa de coleta, o empreendedor deve conhecer a legislação das três esferas em relação a modelos de veículos, autorizações e procedimentos operacionais. Esse tipo de empresa deve estar atenta às licitações públicas de coleta.

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6. Recuperação de plástico

O plástico é um material muito versátil. Pode ser empregado para várias � nalidades e, por isso, uma empresa pode ser encarregada de coletar, recuperar e vender o plástico para outros � ns. É possível utilizar desde garrafas PET ou rebarbas de injeção.

7. Aterro sanitário

Com o movimento de encerrar as atividades dos lixões, muitos aterros sanitários são requisitados. Para construir um, é necessário adotar uma série de procedimentos de segurança além de autorizações legais. A viabilização pode ser por meio de licitações públicas ou planos de negócios.

8. Calibração de equipamentos

Com a necessidade de medir os resíduos sólidos em tamanho, massa, composição química ou unidades, os equipamentos devem estar calibrados de acordo com normas. É uma oportunidade para pessoas com conhecimento técnico e que trabalham de acordo com os procedimentos do Inmetro.

9. Embalagens sustentáveis

Você pode oferecer a empresas embalagens sustentáveis, de fácil identi� cação e desmontagem. Elas podem utilizar elementos naturais e aproveitar melhor o espaço interno com um design arrojado.

10. Recuperação de borracha

Assim como o plástico, a borracha pode ser reaproveitada de várias formas, além de ser proveniente do petróleo. É possível utilizar pneus descartados para fazer calçados, embalagens, asfalto, redes etc. É uma oportunidade a ser aproveitada com criatividade.

11. Permacultura

Permacultura é a cultura permanente, conceito agrícola que vem ganhando espaço nos últimos anos. A venda de produtos orgânicos e sustentáveis ao mercado está crescendo, uma ótima oportunidade para o empreendedor.

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BENEFÍCIOS AO EMPREENDEDOR

Possibilidade de uma renda extra pela

venda de resíduos

Otimizar coletase espaços de

armazenamento

Cuidado com omeio ambiente

Reaproveitarresíduos comomatéria prima

Alinhamento comas práticas de

cooperativas locaisBENEFÍCIOS

DO PGRS

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BIBLIOGRAFIA

1. Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE). Panorama dos resíduos sólidos no Brasil – 2014.

2. Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE). Estimativas dos custos para viabilizar a universalização da destinação adequada de resíduos sólidos no Brasil. São Paulo, 2015.

3. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Diagnóstico dos resíduos sólidos industriais – 2012.

4. Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Lei 12.305 de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e dá outras providências.

5. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Norma Brasileira 10.004:2004. Resíduos SóIidos – Classi� cação.

6. Pôrto, L.C.; Tratamento de e� uente têxtil pelo sistema de lodos ativados em batelada com adição de carvão ativado em pó. Dissertação de Mestrado apresentada à UNICAMP – 2002.

7. SILVA FILHO, C.R.V. Os serviços de limpeza urbana e a PNRS. In: JARDIM, A.; YOSHIDA, C.; FILHO, J. V. M.. Política Nacional, Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Barueri: Editora Manolo, 2012.

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