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à í EtË r tr '{i qt ai rT '*i rg gt ;9i' X;u ,tl Íci .:: ::Ìi iÌ! Ìl: .iii O) o o - F LJ o + (- ^ co o e à O Tj n -= o ul o rl| ô lJ.l / ï{,:Ì,ra:<r==- !1;f}rrwff$l\r Apcsarda fragmentação daspolíticâípÍblicas -' na forma de atenção a direitosindividds ú'às necessidades, 5q ediçúo ÀFAÉ\dï Tru$H=fËMP üM Dü$iÀïË Maria do Carmo Brant de Carval Heloisa Szymanski Elisabete Doria Bilac Cynthia A. Sarti ' Sylvia Leser de Mello Jerusa Vieira Gomes ;.l. [)í-\['\ÕÍ!tÀ-.[,í^, . -! ^=^ ^ - lOffe N.Cb,rrn. 316.356.2 Fl981003 5. ed. , , f i-COVfe Título: A tarnília contemporânea ern debate ' t transfo antropologia, sociologi os autores deste livro 'peÌ,sí -- .qu'e âpresenta, um desaÍïo diversasáreas. respectlvas areas - ito e serviçosocial -, por que rssoocolTe. ,! I h 1 J 3 F :'Ì lEEl ''"'':'QiPEsP I ïllïïï ffiil lïil llilï ilIil llil llil llïll lilfl lil ï|il 158536 Ac 43392

CARVALHO, Ma. Carmo O lugar da família na politica social (3).pdf

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A instituição familiar na política social.

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    Sumrio

    O lugar da faml ia na pol t ica social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15Maria do Carmo Brunt de Carvalho

    Teorias e " teor ias" de faml ias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23Heloisa Szyntanski

    Faml ia: a lgumas inquietaes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29Elsabete Dria Bilac

    Famlia e individualidade: um problema moderno .................39Cynthn A. Sarti

    Famlia: perspectiva terica e observao factual.......... ......... 51Sylvia Leser de Mello

    Famlia: cotidiano e luta pel sobrevivncia ........................... 1Jerusa Vieira Gomes

    Auto idade e poder na faml ia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13Geraldo Romanelli

    Socializao e famlia: uma anlise intergercional .....................................89Maria Amalia Faller Vitale

    Faml ia: uma le i tura jur d ica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .97Roberto Maurcio Genofre

    A famlia, o "feminino", a cidadaria e a subjetividade............................ 105(tm finale com Clarice Lispector)

    Maria de Lourdes Manzini-Covre

    13

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    O lugar da famlia na poltica socialMaria do Carmo Brant de Carvalho

    No se pretende aqui retomar toda uma rica reflexo sobre as expres-ses e significados do "ser famlia" na sociedade contempornea. No entanto, preciso ressltar algumas premissas bsicas quando se pretende refletir sobreo lugar da famlia n poltica sociai que se projeta nesta ltima dcada.

    r As expectativas em relao famlia esto, no imaginrio coietivo,ainda impregnadas de idealizaes, das quais a chamada famlia nuclear um dos smbolos. A maior expectaliva de que ela produza cuidados, pro-teo, aprendizado dos afetos, construo de identidades e vnculos relacio-nais de pertencimento, capazes de promover meihor qualidade de vida a seusmembros e efeiiva incluso social na comunidade e sociedade em que vivem.No entanto, estas expecttivas so possibilidades, e no garantias. A famliavive num dado contexto que pode ser fortalecedor ou esfacelador de suaspossibilidades e potencialidades.

    . preciso olhar a famia no seu movimento. (...) Este movimento deorganizao-reorganizao torna visvel a converso de arranjos familiaresentre si, bem como refora a necessidade de se acabar com qualquer estigmasobre as formas famiiiares diferenciadas. Evitando a naturalizao da famlia,precisamos compreend-la como grupo social cujos movimentos de organi-zao-desorganizao-reorganizao nlantm estreita relao com 0 contextosociocultural. (...) E preciso enxegar na diversidade no apenas os pontosde fragilidade. mas tambm a riqueza das respostas possveis encontrdas'pelos grupos fanliares, dentro de sua cultura, para as suas necessidades eprojetos (Afonso & Figueiras, 1995).

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    l,l"",ir, duante os anos gloriosos de boort econmico _ pleno em_",,u,.',, l]'t,],

    de poltics sociais universlistas -, preceu ser descartvel no'" n0 Welfare

    ./rrle gestado nos pases centais.tlr: ua]lroteao e reproduo social transformou-se em misso ..quase total,,nmui,rnllulo. social de direito dos cidados. parecia que o indivduo .pro-,,ouuri^ u cidado podia trilhar sua vida apenas dependente do Estado ooh*o n^ ^ .'ro

    niais das chamadas sociabilidades comunitrias e familiares.ciu6',-,cnbalo de uma urbanizao acelerada com pomessas de novas so-

    -"aoes planetias.nro*,f,s^l1raet.s econmicos ocoridos nesse perodo. alm do perceptvelcurtur -"^drcanado em todos os planos de.vida devido s conquistas socio-c,oitn

    ^" a.s avanos da cincia e da tecnologia, pareceram conrrrmar este

    Popu,a'-qtbota em realidade continuassem inatingveis paa a maioria da'. oo, ento chanados pases do Terceiro Mundo.

    teto oi'irnasinirio coletivo flcou, no entanto, reforada a posta num po-a Fartxn]'lilo suftcientenente forte pra assegura porticas sociais e opea,.tuugr;l oa riqueza produzida; suficientemente forre para conter os apelos

    F - "o capital e garantir pleno emprego., n . -qyrr4r v o4urtr prsllu ell lprego.oa10 ,n'

    stntese, fixamo-nos nas promessas deste sculo: o Estado e o ta_ih ,ui*,,1

    prohgonisras do desenvolvimento e da promoo dos indivduos|.noq o-."'_:..direitos; sujeitos com liberdade e autonomia. O Estado signi_8tuno.

    ,jot turor" na distribuio de bem-esrin sociar e o trabalho o '{tegrador" e ..vetor de incluso social', (Martin, 1995).^ h -"6r4uur e

    "veror de tncluso social', (Martin, 1995).ouou,

    u:. unos 90 que nos demos conta de que estas pronessas esto amea_

    .q _li*m de ser "tena rme', o Estado e o trabalho.A _-^ _-. vv owr uvrr4 rltrt l( i u -c,J[auJ g o laoalno,l]:butr, ;:.rrna do Estado em curso; as compresses potricas e econmicas'^oni.or,

    uOvas demandas de uma sociedade complexa; os dfcjts pblicos"i

    p*."nl^luo informacional; a transformao produriva. o desemprego* dqin,,"oo nas relaes de trabalho; a expanso da pobreza e o aumenton ^ *cSip,,.,,. w u4udlu, 4 parSao OA p0ofgza g O AUmgntO

    ^^llOu- ;-:luTes sociais so alguns dos ranros farores que engendram de_

    "ulticQ ;:]:t"r e pressionam por novos arranjos e modos de gesto da< - ' r41.

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    'ou, u'"l cenrio que as redes de solidariedade e sociabilidade engen-'tdl, J:lt-t_Ou famlia ganham importncia na poltica social e, em espe_*'uteo social movida neste frnai de sculo.

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    . i,lrr!,\"truo da panilha de responsabilidade.s enttz as solidaiedades pblica.r''qaas estt clatamente na ordem do tta da a|entra poltica de todos os

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    16 11

    pases de E.tado-Ptovidncia. A necessdale de encontrar uma solu'o paraa. crse f.nanceira do rcgime de proteo social tamanhn que, ent muitospases earopeus, se encat'et a hiptese de rcmeter para a farnlia, ou Para asrcdes de interaAa pfintria" um certo nmero de seruios e encarSos queanterionnente eranx ern pc7e cobefios por despesas pbLicas. (...) a prcssoque se fa7 serzir est sitnuhaneantente lgada a condicionalsrnos dentogrfcos(erwelhecinrento da populaLo, corn o peso que ele tem nas despesas do sstemade asisttzcia na velhce e nas despesas cotI' a .rade) e a condiconalismoseconrttcos (de que a crise do enxprcSo a nais clara tnanifestado) (Marttn,1995:55).

    O Welfure Slate, ol o Estado de bem-estar social, apresenta-se nos nos90 como misso claramente ptilhad entre Estado, iniciativa privada e so-ciedade civil (um Welfure Mx).

    Na Amrica Latina e Brasil, em prticular, sempre se conjugou umrgil Estado-Providncia com uma forte Sociedade-Providncia. assim quenestes pases j h uma larga tradio na vigncia do chamado Welfare Mx:a partilha de responsabilidades entre Estado, sociedade civil (com forte refe-rncia a suas organizaes solidrias agrupadas sob o rtulo de terceiro setor)e iniciativa Privada.

    No Brasil, as sociabilidades sociofamiliares e as redes de solidariedadepor elas engendradas nunca foram descafids. que elas foram e s0, paraas camadas populares, a sua condio deresistncia e sobrevivncia. A famliaalargada, o grupo de conterrneos, por exemplo, so possibildades de maxi-mizao de rendimentos, apoios, afetos e relaes para obter emprego, n-o-radia, sade...

    H no desenho da poltica social contemporne um paticulr acentonas microssolidariedades e sociabilidades sociofamiliares peia Sua potencialcondio de assegurar proteo e incluso social.

    Os servios coletivos - implenentados pelas polticas sociais - estocombinando outras modaidades de atendimento ancoradas na famlia e nacomunidade. Fala-Se hoje menos em hospital e mais em internao domiciliar,mdico de famlia, cuidador domiciliar, agentes comunitrios de sade.

    J se questiona a escola de tempo inte$al, propondo-se em seu iugara jornada educacional de tempo integral. Projeta-se uma escola de tempoparcial conjugada a outros progamas e servios complementares que m-piiem as oportunidades e os estmulos no desenvolmento infanto-juvenil.A famia revalorizada na sua funo socializadora. Mais que isso: con-

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    letivos necessrios melhoria da quaiidade oJ,;;J;;;ffii;

    Mas o mais importante a se observar que a famria retom um lugilr

    :^:,:l*r" dizer uma ..minipresradora,, de r".uior;;;;;; ffi;;

    Fara-se em microempreendimentos familiares geradores de trabaho erenda.o enfoque atuar o de priorizar projetos e servios abertos e exveisde ateno a diversas demandas. aupur", de enuolve. as soridariedades co_munitiias' as pequens oNGs (organizaes ro-governanentais) prestado-ras de servios sociais. a famria e o prprro benef,cirio. o que se percebe que as respostas lnstitucionaiizadoras das necessidades sociais esto atcerro ponto desacreditadas quanto sua errccia. E nessa direo a diretriz envolver o quanto for possver famia e comunidade nos projetos e serviospblicos' tais como a escoa. a unidade bsica de sade, hospitals, ab.gosetc' inroduzir pactos com a famria pa que esta seja parceira e prtcipedas aes e projetos movidos po.

    "rr", ,.uiror.

    Nas ltimas dcadas, quando a famlia cou no limbo, era quase umconsenso que Estado ou mercado poderiam substituir a famria no seu papetformador' A escora, os clubes esportivos, os acampan'entos possibilitaam aemergncia de su,eitos como "a tia ou o" como fontes precpuas de forma-0, e no mais os pais.Hoje se retoma a famlia como ancoragem principal na socializao deseus membros (particularmente crianas e adrescentes) e na ganda de vn_culos reiacionais que previnam os riscos de isoramento social decorrentes daausncia de abalho mas. iguarmente. da sociedade urbanizada. ,,teevlsiva,,

    e 'elemtica".

    No h aqui uma revalorizao conservadora ou nostlgica dos moclcktstradicionais de integrao primria dos indivduos. Famlia e sociabilicladossociofamiliares se alteraram. No entanto, esta no perdeu o que lhe esscn-cial: suas possibilldades de proteo, socializao e criao de vnculos re-lacionais'

    pesquisas ecentes constatan que a famlia continua sendo um lugarprivllegiado de proteo e de pertencimento a um canpo relacional inpor-tante na reenergizao exis{.encial dos indivduos (Martin, 1995).

    esta condio que a introduz como centro mesmo das polticas deprOteo social neste final de sculo.

    No se trata porm de desresponsabilizar o Estado en] sua funo degarantir e assegurar as lenes bsicas de proteo, desenvolvimento e in-cluso social de todos os cidados (e, particularnente. daqueles mais vulne-rveis na sociedade contempornea),

    Assim, outra questo fundamental entender que a revalorizao dafamlia no pode signifrca un recuo da proteo social destinada pelo Estado.

    l.uz dos intinten,s trabalhos dos Ltitnos 5 anos. v-se clarantente que sol-dariedade funiliar e sentio coletivo frutciotxcltn ent contpLernentaridade e nopodent sttbstitur,s utn ao ou.t,o. No enanto. no es.a. hoje em dia. cL con-cl.us.o ntais frcqiente. Parece que clt pes.toas preferen congrantlar-.se con ae,ri.rtncia. deste "manattcial de solidariedcrde na.ntral" cpte exibern conw al-eftLattva ou cono ctlneaa. sefixprc clue surge ct prcocupacio com o individua-lisrno crcscente (Martin, 1995:63).

    Esta solidariedade familiar. no eltanto. s pode ser reivindicada se seentender que a famiia, ela prpria. carece de proteo pa processar prote-0.

    O potencial protetor e relacional aportado pela famlia. em particuldaquea em situao de pobreza e excluso. s passvel de otimizao seela prpria recebe atenes bsicas.

    So assim necessrias atenes diversicadas que se complementamlllutunente como:

    Acolhimento e escuta

    Os servios pblicos vm colocando uma nfase malor na escuta dasqueixas da fan-ilia ou de algum de seus membros. Tem-se observado que o

    19

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    Rede de servios de apoio psicossocial, cultural e jurdico famliaEstes servios so extremanente necessrios e inclue.'r desde a atenopsicossocia especiarizada de servios de sade mentar at os ldicos socla_lizantes, de ampiao do universo inrorn u.inu e de oportunidades de trocascuturais' Neste ror incuem-se iguaniente os servios advocatcios e de de_fesa dos direitos paa atender s mlplas e coddianas demandas de justia.

    Programas de complementao de renda

    No Brasii' tais programs comeam a se torr numericamente signi-ficativos. H avariaes positivas sobre seus impactos quando aticuados aprocessos de apoio socioinformacional e fortaecimento da autonomia fami_liar' E especimente efcazes quando r"tr.ionuoos erradicao do trabarhoinfart'' permil'nncia e sucesso escolar de crianas e adorescentes.Programa de gerao e tratralho e renda

    Tmbn estes so fundamenhis n0 processo emancipatrio e de auro_nomizao almejado por famias em situaao de pobreza absotuta ou relativa.Programas nesta direo so ruridos no Brasiide insumos necessrifs, incruindo_se ., . .rrJJ:rr:i:i:*,]garantia na qualidade de produo' gerenciamento. vendas e acesso aos con-sumidores.

    Quando a nfase colocada em processos de desenvolvimento cla u_tonomia familiar, ou em seu fortalecimento emancipatrio. supera_se rgua-

    20 21

    nente o enfoque fortemente tutela e assistencialista presente na poltica s0-cial brasileira - na qual a distribuio de cestas alimentares um exemploc6nundente. No lugar de uma poltica social movida pela compaix0, bus-ca-se consolidar um poltica movida pela lgica do reconhecimento dos di-reitos sociais e, portanto, da justia e da eqidade.

    Essas idias tm ganho fora no Brasil quando se projetam polticspaa os segmentos da populao em situao de pobreza.

    A complementao da renda familiar, apoio psicossocial e advocatcio,educao popular e capcito prohssional, microempreendimentos gerado-res de trabalho e renda so alguns dos programas movidos para atender aoconjunto de demandas aportadas pela famlia em seu processo de fortaleci-nento e construo de projetos de vda autnoma.

    Mas h tambn que se pensar em princpios e estratgias na conduodestes programas. Alguns dees, a ttulo de exemplo, so aqui enunciados:

    a primazia das dimenses tica, esttica e comunicativa;o desenvolvimento da uto-estima:

    r um olhir atento sobre s fortalezas do grupo familiar e no mais,60-somente. sobre suas lulnerabilidades - visando identihcar e desenvolverpotencialidades e talentos;

    r o fotalecimento dos vnculos relacionais.E, para [rnalizu, vale retomar a idia central desta relexo: a famlia

    ganha um iugar de destaque na poltica pblica. Sua incuso num cenriode partilha de responsabiiidades entre Estado, sociedade civil e iniciativa pri-vada, aliada a processos de descentralizao e fortalecimento da gesto local(municipal). desenham as novas tendncias na conduo da poltica socialdeste final de sculo.

    Referncias bibliogricas

    AFONSO, M. L. M.; FIGUEIRAS, C. C. (1995). A centralidade da figuranaterna nas poticas sociais dirigidas a famias: um argumento pelaeqidade. Texto apesentado no XIX Encontro Anual da ANPOCS,UFMG (mimeo).

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    famlia na agendatudo. So paulo,

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    MARTIN, Ctaude. (rsss). o, ll**r"o,.roCincias Sociais, Cormbra, n.42, mo.

    O breve scuto XX, l9I4_

    da famlia. Revista de

    ;F;*

    22

    Teorias e "teorias" de famlias

    Heloisa Szymanski

    o objetivo deste texto refletir sobre as sistemtizaes do pensmentosobre famflia - as Teorias - e a articulao das idias sobre famlia no vrvercodiano - s "teorias" - e seu papel no desenvolvimento de modeos.

    Restringindo o campo de reflexo, vamos nos ter ao trtamento ouea psicologia tem dado famlia.

    Desde Freud, famlia, e, em especial, a relao me_frlho, tm aparecidocomo referencial explicativo para o desenvolvimento emocional da criana.A descoberta de que os anos iniciais de vida so cruciais para o oesen-volvimento emocional posterior focalizou a famIia como o locas potencial-mente produtor de pessoas saudveis, emocionalmente estveis, felizes eequilibradas, ou como o ncleo gerador de inseguranas, desequilbrios e todasorte de desvios de comportamento.

    sem desconsiderar a inegvel influncia das inter-relaes pessoais nainfncia e adolescncia, gostia de focalizar a famlia que se est referindoacima. Ela tem uma forma, Qual eta? No tenho dvidas de que a famliaque se est visuirlizando composta por pai, me e algumas crianas vivendonuma casa. Essa imagem corresponde a um modelo, que o da famlia nuclearburguesa.

    As interpretaes das inter-relaes passaram a ser feitas no contextoda estrutura proposta por aquele modelo e, quando a famlia se afastava daestrutra do modelo, era chamada de "desestuturada" ou "incomDleta" e con-