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ESCOLA DE DIREITO DO RIO DE JANEIRO DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS AULAS 2/3 : O Direito Administrativo na atual Ordem Econômica Constitucional: o Estado Regulador, o Programa Nacional de Desestatização, as Reformas Constitucionais e as privatizações. Objetivo: Esclarecer a conformação atual da participação do Estado na Ordem Econômica e como as modificações introduzidas pela Constituição de 1988 influenciaram mudanças nas funções desempenhadas pela administração pública no tocante ao desempenho da atividade

CASO GERADOR 1

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AULAS 2/3 : O Direito Administrativo na atual Ordem Econômica Constitucional: o Estado Regulador, o Programa Nacional de Desestatização, as Reformas Constitucionais e as privatizações. Objetivo: - PowerPoint PPT Presentation

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AULAS 2/3: O Direito Administrativo na atual Ordem Econômica Constitucional: o Estado Regulador, o Programa Nacional de Desestatização, as Reformas Constitucionais e as privatizações.Objetivo:Esclarecer a conformação atual da participação do Estado na Ordem Econômica e como as modificações introduzidas pela Constituição de 1988 influenciaram mudanças nas funções desempenhadas pela administração pública no tocante ao desempenho da atividade econômica.

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A TERMOPAR S.A., com sede no Estado do Paraná, é uma empresa pública federal, extremamente produtiva e cujos funcionários encontram-se satisfeitos com as funções que lhes são atribuídas e a remuneração recebida.•Em que pese a situação favorável, o governo federal, na qualidade de único acionista da TERMOPAR, decidiu incluir a TERMOPAR no Programa Nacional de Desestatização.•Revoltados e com o apoio do sindicato dos trabalhadores, os funcionários fazem manifestações públicas contrárias à privatização da TERMOPAR. Diante da decisão governamental de seguir com a privatização, o sindicato ingressa com ação direta de inconstitucionalidade contra a medida provisória concernente à privatização da empresa, sob alegação de violação aos artigos 21, XII; 171, II (à época em vigor, ora já revogado) e 176, §1º, todos da Constituição Federal.•Na sua opinião, como deveria ter sido decidida a ADIn? A sua resposta seria diferente caso a TERMOPAR estivesse deficitária?

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CASO GERADOR 2

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O grupo inglês ABC Power possui ampla experiência no fornecimento de energia elétrica no seu país de origem e internacionalmente, atuando na geração de energia e na construção de redes de alta tensão há quase um século.•Determinado a expandir seus negócios para países emergentes, em busca de novos mercados promissores, o Grupo ABC Power considera o Brasil como uma das possibilidades para seus novos investimentos, uma vez que teve notícias de que, desde 1995, o país inaugurou uma nova fase na participação do Estado na economia, especialmente nos setores de infra-estrutura. Segundo notícias, o governo brasileiro teria implementado reformas no intuito de melhorar o marco regulatório e atrair novos investimentos. •Idealmente, o Grupo ABC Power gostaria de iniciar as suas atividades com a implantação de um novo projeto termelétrico no Nordeste, pois lhe foi informado que o Brasil possui um programa de apoio governamental a essa modalidade de empreendimento. •Entretanto, o Conselho de Administração da holding do grupo encontra-se indeciso quanto à oportunidade de ingressar no mercado brasileiro. Teme-se pela incerteza quanto ao retorno dos investimentos que venham a ser realizados.

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•Em primeiro lugar, os conselheiros não estão seguros quanto à forma de se estabelecer legalmente no Brasil, mas ouviram dizer que a burocracia constitui um custo não desprezível nesse processo. Também têm notícia de que precisam se submeter a uma plêiade de autoridades reguladoras, não apenas à agência responsável pelo setor elétrico, mas também, dentre outras, a entidades ambientais e de defesa da concorrência. Isso para não falar na carga tributária incidente sobre a atividade.•Por outro lado, estão cientes de que o mercado de geração brasileiro caminha no sentido da implementação de um regime de livre concorrência, havendo consumidores livres, isto é, aptos a escolher de quem adquirir energia. Esse parece um segmento interessante para o grupo, que acredita que sua expertise e vasta experiência internacional lhe permitirá produzir a preços competitivos. No entanto, o grupo teve ciência de que, no Brasil, o mercado de compra e venda de energia elétrica já sofreu diversas mudanças em seu marco regulatório desde o início do processo de desestatização do setor, na década de 90.•Diante de tantos questionamentos, o Grupo ABC Power decide contratar assessoria jurídica para lhe detalhar as formas de participação do Estado sobre a atividade econômica e as transformações sofridas a partir dos anos 90. Tendo sido contratado para esse trabalho, o que você teria a relatar e aconselhar ao Grupo?

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A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E A PARTICIPAÇÃO

DO ESTADO NA ECONOMIA

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ORIGEM DO DEBATE “As questões relativas a tarifas de serviços

públicos são questões eminentemente técnicas em todos os seus aspectos, envolvem elementos de especialização de vários domínios, do econômico, do tecnológico geral e, especialmente, da tecnologia própria a cada ramo de serviço e, ainda, problemas de administração especializada.”

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AUTOR FRANCISCO CAMPOSDIREITO ADMINISTRATIVOANTE-PROJETO DA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1934

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ORIGEM DO DEBATE “A função primacial das comissões (Agências Reguladoras) é conciliar os interesses do público com os do empresário, de maneira que ambos fiquem satisfeitos.”

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AUTOR ODILON ANDRADEPROFESSOR DE DIREITO

ADMINISTRATIVO DA UFMG1937

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ORIGEM DO DEBATE“As salas das Assembléias Legislativas não comportam mais a opinião pública de hoje: o volume desta exige outros espaços mais amplos. (...) A legislação é hoje uma imensa técnica de controle da vida nacional em todas as suas manifestações. A legislação perdeu o seu caráter exclusivamente político de quando se cingia apenas às questões gerais ou de princípios, para assumir um caráter eminentemente técnico.”

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AUTOR BILAC PINTORegulamentação Efetiva dos serviços

de utilidade pública.1941

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MODELO DE ESTADO

MUTAÇÃO DAS ESTRUTURASESTADO LIBERAL

ESTADO SOCIAL

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CONST. FEDERAL 1934 Art 137 - A lei federal regulará a fiscalização e a

revisão das tarifas dos serviços explorados por concessão, ou delegação, para que, no interesse coletivo, os lucros dos concessionários, ou delegados, não excedam a justa retribuição do capital, que lhes permita atender normalmente às necessidades públicas de expansão e melhoramento desses serviços.

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ESTADO NOVO. Autoritarismo. Parlamento e Assembléias foram fechados.

Poder Legislativo: eleições para a escolha de seus membros não foram convocadas. Deteve o Presidente da República o poder de expedir decretos-leis (art. 180).

Perda das garantias pela magistratura (art. l 77). Tribunal de Segurança Nacional (de exceção): julgar os

crimes contra a segurança do Estado e a estrutura das instituições (art. 172).

Leis eventualmente declaradas contrárias à própria Constituição autoritária, por juízes sem garantias, ainda assim podiam ser validadas pelo Presidente (art. 96, único, combinado como art. 180).

Estado de emergência (art. 186): suspensão da liberdade de ir e vir, censura da correspondência e de todas as comunicações orais e escritas, suspensão da liberdade de reunião, permissão de busca e apreensão em domicílio (art. 168, letras a, b, c e d).

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CONST. FEDERAL 1937 Art 147 - A lei federal regulará a fiscalização e revisão das tarifas dos serviços públicos explorados por concessão para que, no interesse coletivo, delas retire o capital uma retribuição justa ou adequada e sejam atendidas convenientemente as exigências de expansão e melhoramento dos serviços.

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0

100200

300400

500600

1930 e 40 1950 e 60 1970 e 80

PERÍODOS

Estatais

Estatais

Fim da 2ª GUERRA

INTERVENÇÃO DIRETA

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INTERVENCIONISMO ESTATAL 1980 = disparada da inflação (110% no ano) 1983 = 200% de inflação (forte taxa de

desemprego) José Sarney, vice de Trancredo Neves, enfrenta

grave crise econômica no país. No primeiro ano de governo: inflação a 225%. Diversos planos econômicos foram lançados, sem,

contudo, chegar-se ao equilíbrio econômico. 1987 = inflação passou dos 366% 1988 = inflação de 933%.

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A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E A PARTICIPAÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA

• Ponto de partida para se compreender as mudanças observadas na forma de participação do Estado na economia nos últimos anos.

• Formas e o grau de participação do Estado na dinâmica econômica de um País dependem do tipo de organização expresso na “Constituição Econômica”

• Determinação do regime básico de ordenação dos fatores de produção (princípios regedores e objetivos)

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A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E A PARTICIPAÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA

• Modelo de organização econômica CAPITALISTA

• Sistema de produção de mercadorias centrado sobre a relação entre a propriedade privada do capital e o trabalho assalariado sem posse de propriedade, esta relação formando o eixo principal de um sistema de classes.

• O empreendimento capitalista depende da produção para mercados competitivos, os preços sendo sinais para investidores, produtores e consumidores.

GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade..., p. 61.

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ESTADO SOCIAL X ESTADO SOCIALISTA• Confusão entre os dois ou com uma socialização necessariamente esquerdista• Estado social: “representa efetivamente uma transformação superestrutural

que passou o antigo Estado liberal. Seus matizes são riquíssimos e diversos. Mas algo, no Ocidente, o distingue, desde as bases, do Estado proletário, que o socialismo marxista intenta implantar: é que ele conserva sua adesão à ordem capitalista, princípio cardeal a que não renuncia. Daí compreender-se o Estado social no capitalismo com os mais variados sistemas de organização política, cujo programa não importe modificações fundamentais de certos postulados econômicos e sociais. A Alemanha nazista, a Itália fascista, a Espanha franquista, o Portugal salazarista foram ‘Estados sociais’. Da mesma forma, Estado social foi a Inglaterra de Churchill e Attlee; os Estados Unidos, em parte, desde Roosevelt; a França, com a Quarta República, principalmente; e o Brasil, desde a Revolução de 1930. (...) Ora, evidencia tudo isso que o Estado social se compadece com regimes políticos antagônicos, como sejam a democracia, o fascismo e o nacional-socialismo. E até mesmo, sob certo aspecto, fora da ordem capitalista, com o bolchevismo!”.

• PAULO BONAVIDES. Curso de direito constitucional..., pp. 183-184.

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A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E A PARTICIPAÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA

• LIVRE INICIATIVA: princípio fundamental da República (art 1º, IV)

• ORDEM ECONÔMICA (art. 170, caput); • DIREITO DE PROPRIEDADE (arts. 5º, XXII e 170,

II) • LIBERDADE DE ATIVIDADE ECONÔMICA

INDEPENDENTEMENTE DE PRÉVIA AUTORIZAÇÃO (salvo nos casos previstos em lei)

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PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADERefere-se à participação do Estado na atividade econômica:

• Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

Conceito jurídico indeterminado

Conceito jurídico indeterminado

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PARTICIPAÇÃO DIRETA DO ESTADO NA ATIVIDADE ECONÔMICAConcretiza-se geralmente pela constituição de empresas públicas e sociedades de economia mista (Regime jurídico próprio e aproximado daquele aplicável aos agentes privados)

Art. 173. (...) • §1º. A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de

economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:

• I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;• II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos

direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;• III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os

princípios da administração pública;• IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a

participação de acionistas minoritários;• V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores

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ORDEM ECONÔMICA - ATUAÇÃO ESTATAL• Uma das chaves para guiar o esforço de

hermenêutica da Ordem Econômica é o artigo 174 da Constituição.

• Define o papel do Estado na atividade econômica Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.

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ORDEM ECONÔMICA - ATUAÇÃO ESTATAL O Poder Constituinte não previu a prestação direta da

atividade econômica como função primordial do Estado (art. 173, caput, CRFB/88).

Conferiu ao Estado amplos instrumentos de intervenção indireta, mediante, por exemplo, a função de regulação.

Ao transferir algumas atividades de utilidade pública à execução por particulares, por meio do processo de desestatização, o Estado brasileiro não deixou de possuir profunda influência sobre a atividade econômica.

A tradicional participação direta (como Estado-empresário) foi substituída por uma intervenção primordialmente de direção ou indução[1].

•[1] A terminologia é de Eros Roberto Grau. A ordem econômica na Constituição de 1988, ob. cit., p. 169.

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PROGRAMA NACIONAL DE

DESESTATIZAÇÃO

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PROGRAMA NACIONAL DE DESESTATIZAÇÃO Até os anos 90, as atividades relacionadas aos setores de

infra-estrutura eram executadas basicamente por empresas públicas e sociedades de economia mista

A regulação dos setores de infra-estrutura era atribuída a departamentos ministeriais diretamente subordinados aos ministros de Estado.

As seguintes características contribuíram para a ineficiência do modelo intervencionista: (i) não eram independentes do governo; (ii) mostravam-se capturados pelos agentes do setor (as chamadas

“estatais”) (iii) não possuíam competência no que concerne à determinação

das tarifas, as quais eram fixadas pelo ministro da Fazenda como parte da política macroeconômica pretendida. (VER PETROBRAS)

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PROGRAMA NACIONAL DE DESESTATIZAÇÃO• Com a instituição de uma filosofia neoliberal/regulatória na matriz

constitucional brasileira, implementou-se no país um amplo processo de desestatização

• Retirada da presença do Estado de atividades reservadas constitucionalmente à iniciativa privada (princípio da livre iniciativa) ou de setores onde ela possa atuar com maior eficiência (princípio da economicidade)

• 1990 • Lei nº8031, de 12.04.1990 (revogada posteriormente)• DESESTATIZAÇÃO: alienação, pela União, de direitos que lhe

assegurem, diretamente ou por meio de outras controladas, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores da sociedade; e a transferência, para a iniciativa privada, da execução de serviços públicos explorados pela União, diretamente ou por meio de entidades controladas, bem como daqueles de sua responsabilidade.

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PROGRAMA NACIONAL DE DESESTATIZAÇÃO

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REFORMA CONSTITUCIONAL

1995

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Lei n. 8987/95Lei n. 8987/95

Leis EspeciaisLeis Especiais

Entidades Entidades Reguladoras Reguladoras

IndependentesIndependentes

MARCOS

PILARES PARA SUSTENTAÇÃO DA REFORMA DO ESTADOPILARES PARA SUSTENTAÇÃO DA REFORMA DO ESTADO Necessidade de atrair investimentos;Estabelecimento de um ambiente de segurança jurídica:

- compromisso com a manutenção de regras - equilíbrio econômico/ financeiro- ponderação de interessesEmendas CFEmendas CF

Plano de Reforma do Estado

PPPPPP

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PLANO DIRETOR Plano Diretor da Reforma do Aparelho do

Estado -> motivação de reconstruir o Estado de forma a resgatar sua autonomia financeira e sua capacidade de implementar políticas públicas.

Criação de agências autônomas, vinculadas às atividades exclusivas do Estado.

ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL

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EMENDAS CF/1995 • Harmonização com os princípios constantes do capítulo da ordem econômica da Constituição Federal de 1988.

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EMENDAS CONSTITUCIONAIS/1995 nº 5, de 15 de agosto, que transferiu aos Estados a

competência para a exploração diretamente, ou mediante concessão, dos serviços públicos de distribuição de gás canalizado;

nº 6, de 15 de agosto, que pôs fim à distinção entre o capital nacional e estrangeiro;

nº 7, de 15 de agosto, que tratou da abertura para navegação de cabotagem;

nº 8, de 15 de agosto, que flexibilizou o monopólio dos serviços de telecomunicações e de radiodifusão sonora e de sons e imagens; e

nº 9, de 9 de novembro, que flexibilizou o monopólio da exploração do petróleo e do gás natural.

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REGULAÇÃO DE ATIVIDADES

ECONÔMICAS

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REGULAÇÃO DE ATIVIDADES ECONÔMICAS• Apresenta mais de um sentido, dependendo do

contexto em que for utilizada. • O termo pode ser interpretado como:

– conjunto de atividades estatais voltadas à regulação de um determinado setor específico da economia (como, por exemplo, os setores de telecomunicações, energia, seguros de saúde, petróleo, dentre outros),

– conjunto das atividades estatais voltadas à fiscalização e regulação sobre a generalidade dos agentes da economia, como é o caso das atividades exercidas pelos órgãos ambientais e de defesa da concorrência

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REGULAÇÃO DE ATIVIDADES ECONÔMICAS • Quanto à amplitude do conceito, aparecem-nos três concepções de

regulação: – sentido amplo: toda forma de intervenção do Estado na

economia, independentemente de seus instrumentos e fins;

– sentido menos abrangente: intervenção estatal na economia por outras formas que não a participação direta na atividade econômica, equivalendo, portanto, ao condicionamento, coordenação e disciplina da atividade econômica privada;

– sentido restrito: somente o condicionamento normativo da atividade econômica privada (por via de lei ou outro instrumento normativo).

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REGULAÇÃO DE ATIVIDADES ECONÔMICAS • A atividade estatal de regulação, em seu sentido mais

técnico e restrito, constitui uma espécie do gênero intervenção estatal na economia

• Difere da participação direta do Estado, tanto no que tange aos seus pressupostos, quanto aos seus objetivos e instrumentos.

• A regulação econômico-social consiste na atividade estatal de intervenção indireta sobre a conduta dos sujeitos públicos e privados, de modo permanente e sistemático, para implementar as políticas de governo e a realização dos direitos fundamentais.[1]

• [1] JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 447.

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REGULAÇÃO DE ATIVIDADES ECONÔMICAS • A regulação estatal da atividade econômica, longe

de diminuir a importância da participação do Estado na economia, apenas lhe confere uma nova dimensão.

• O Estado deixa de ter uma função eminentemente empresarial, para passar a atuar principalmente de forma indireta, como ente fomentador, mediador, fiscalizador e planejador da vida econômica.

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O QUE É REGULAÇÃO?• Corrigir falhas de mercado• Sopesar valores e princípios• Ponderar interesses no caso

concreto à luz da proporcionalidade• Garantir a segurança jurídica

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AUTO-REGULAÇÃO E DESREGULAÇÃO

• A auto-regulação diz respeito àquelas atividades nas quais os agentes que a desempenham se auto-impõem o dever de obediência a determinadas normas, estabelecidas por uma entidade reconhecida pelo grupo como legítima.

• Ex.: CONAR/ANBID.

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CONSELHO NACIONAL DE AUTO-REGULAMENTAÇÃO PUBLICITÁRIA• ONG encarregada de fazer valer o Código Brasileiro de Auto-Regulamentação

Publicitária. • Já instaurou mais de 4 000 processos éticos e promoveu um sem-número de conciliações

entre associados em conflito. • Nunca foi desrespeitado pelos veículos de comunicação e, nas poucas vezes que foi

questionado na Justiça, saiu-se sempre vitorioso.• Rápido e inimigo do excesso de formalismo, o Conar revela-se um “tribunal” capaz de

assimilar as evoluções da sociedade, refletir-lhe os avanços, as particularidades, as nuanças locais.

OS PRECEITOS BÁSICOS QUE DEFINEM A ÉTICA PUBLICITÁRIA SÃO:

- todo anúncio deve ser honesto e verdadeiro e respeitar as leis do país,- deve ser preparado com o devido senso de responsabilidade social, evitando acentuar diferenciações sociais,- deve ter presente a responsabilidade da cadeia de produção junto ao consumidor,- deve respeitar o princípio da leal concorrência e- deve respeitar a atividade publicitária e não desmerecer a confiança do público nos serviços que a publicidade presta.

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ANBID - Associação Nacional dos Bancos de Investimento   

• Principal representante das instituições financeiras que operam no mercado de capitais brasileiro

• Objetivo: buscar seu fortalecimento como instrumento fomentador do desenvolvimento do país.

• Atuando de forma inovadora, a ANBID é a única entidade de classe que, além de representar os interesses de seus associados, auto-regula suas atividades com a adoção de normas geralmente mais rígidas do que as impostas pela legislação. A ANBID também é a principal provedora de informações do mercado de capitais do país e promove ainda amplas iniciativas voltadas para a educação dos investidores e dos profissionais deste mercado.

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AUTO-REGULAÇÃO E DESREGULAÇÃOA desregulação refere-se às ocasiões em que o Estado deixa de intervir

sobre o mercado. • Processo de redução de normas cogentes sobre determinada

atividade, que passa então a reger-se basicamente pelo princípio da livre iniciativa e da liberdade de concorrência.

• Não se mostra correto equiparar os fenômenos “delegação da prestação de serviço público a particulares” e “desregulação”, pois que, no primeiro caso, o Estado não busca se retirar da atividade econômica, mas sim modificar a sua forma de atuação, passando a agir como gestor – e não mais agente – da atividade econômica.

• Por conseguinte, a regulação econômica pelo Estado se diferencia de ambos os fenômenos.

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CONFIRMAÇÃO DO PND PELO STFAção Direta De Inconstitucionalidade. Medida Cautelar. Medida Provisória n. 506, de 25/5/1994, art. 1º, e Decretos n.s 427, de 16/01/1992; 473, de 10/3/1992, e 572, de 22/6/1992, todos concernentes ao Programa Nacional de Desestatização, regulado pela Lei nº 8.031, de 12/4/1990. 2. Alegação de ofensa ao art. 21, XII, 171, II e 176, par. 1., da Constituição. 3. Não conhecimento da ação, relativamente aos decretos n.s 427, 473 e 572, todos de 1992, por não serem atos normativos, mas, tão-só, atos administrativos individuais e concretos. 4. Diante da viabilidade de privatização de entidades da administração indireta, no sistema da Constituição, a Lei nº 8.031, de 1990, instituiu o Programa Nacional de Desestatização, cujas modificações poderão ser feitas por lei, de acordo com a política da administração a ser seguida, respeitadas as normas da Constituição. 5. Os fundamentos da inicial não justificam a concessão da cautelar, não se caracterizando, também, o "periculum in mora". 6. Se porventura houver processo de privatização de empresa, que se tenha como contrário à lei especial referida ou aos princípios da Constituição, há vias judiciais adequadas, para eventualmente atacar o ato administrativo especifico, tal como já sucedeu. 7. Ação conhecida, em parte, e, nessa parte, indeferida a medida cautelar.

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REGULAÇÃO X CUSTO BRASIL•AgRg na SLS 162/PE – Relator EDSON VIDIGAL - CORTE ESPECIAL - DJ 01.08.2006 •AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSÃO DE LIMINAR. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LESÃO À ORDEM PÚBLICA E ECONÔMICA CONFIGURADA. INSEGURANÇA JURÍDICA E RISCO BRASIL AGRAVADOS. EFICÁCIA "EX NUNC" DA SUSPENSÃO DE LIMINAR. 1. (...) 2. A substituição aleatória da fórmula de reajuste previamente pactuada, desconsiderando critérios técnicos indispensáveis à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, interfere nos mecanismos de política tarifária aprovados pelo Conselho Nacional de Desestatização e ofende a ordem pública administrativa. 3. Necessária a manutenção do equilíbrio-financeiro dos contratos celebrados com o Poder Concedente, porque o interesse público não se resume à contenção de tarifas, sendo evidenciado, também, na continuidade e qualidade do fornecimento de energia, na manutenção do contrato, de modo a viabilizar investimentos no setor, para que o país não volte à escuridão. 4. (...) 5. Caracterizado o risco inverso, refletido no cenário de insegurança jurídica que pode se instalar com a manutenção da liminar, que, em princípio, admite a quebra do equilíbrio dos contratos firmados com o Poder Público, lesando a ordem pública administrativa e econômica e agravando o risco Brasil, impõe-se o deferimento do pedido de suspensão. 6. Agravo regimental não provido.

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REVISÃO DOS CASOS GERADORESCASO 1Como deveria ter sido decidida a ADIn? A sua resposta seria diferente caso a TERMOPAR estivesse deficitária?CASO 2Diante de tantos questionamentos, o Grupo ABC Power decide contratar assessoria jurídica para lhe detalhar as formas de participação do Estado sobre a atividade econômica e as transformações sofridas a partir dos anos 90. Tendo sido contratado para esse trabalho, o que você teria a relatar e aconselhar ao Grupo?

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• PRÓXIMA AULA: (4) As competências e formas de execução dos serviços públicos

• Objetivo: Examinar a partilha de competências constitucionais entre os entes federados para prestar ou conceder o serviço público