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Casos práticos de dto das obrigações Prof. Henrique Antunes * notas previas para resolução dos casos Faculdades do credor : 1) resolver 2) exigir prestações + juros de mora Manter 3) dto ao cumprimento antecipado das prestações * a faculdade 1 é incompatível com as fac 2 e 3 Faculdade 1 – RESOLVER 1º passo art. 886º Requisitos : 1) transmissão da propriedade 2) entrega da coisa 3) não houve Clausula de reserva de propriedade se estiverem preenchidos os requisitos , aplica-se o art. não há resolução se falhar algum requisitos ,não há impedimento á resolução. Caso falhe algum destes requisitos , segue-se para o art. 934º , que restringe o campo da não aplicação do 886º Requisitos do art.934º : 1) venda a prestações 2) houve clausula de reserva de propriedade 3) entrega da coisa 4) falta de pagamento não exceda a oitava parte do preço Caso estejam verificados estes requisitos , não há resolução . ATENCAO : * ambos os arts têm em comum a entrega da coisa se não houver entrega da coisa , não se aplica nenhum dos arts , logo não há consequências , nada impede a resolução. se algum dos requisitos do 886 e 934 falhar , nada impede a resolução , pode haver resolução. a inserção da CRP no contrato faz a excepção ao 886º , ou seja , o credor pode resolver. não havendo CRP , mas não havendo entrega da coisa , é indiferente a CRP , porque não estavam preenchidos os requisitos do 886º, logo podia o credor resolver na mesma. 1

Casos Práticos de Dto Das Obrigações

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Page 1: Casos Práticos de Dto Das Obrigações

Casos práticos de dto das obrigaçõesProf. Henrique Antunes

* notas previas para resolução dos casos

Faculdades do credor : 1) resolver 2) exigir prestações + juros de mora Manter3) dto ao cumprimento antecipado das prestações

* a faculdade 1 é incompatível com as fac 2 e 3

Faculdade 1 – RESOLVER

1º passo art. 886º Requisitos :

1) transmissão da propriedade2) entrega da coisa 3) não houve Clausula de reserva de propriedade

se estiverem preenchidos os requisitos , aplica-se o art. não há resolução se falhar algum requisitos ,não há impedimento á resolução.

Caso falhe algum destes requisitos , segue-se para o art. 934º , que restringe o campo da não aplicação do 886º

Requisitos do art.934º : 1) venda a prestações2) houve clausula de reserva de propriedade 3) entrega da coisa 4) falta de pagamento não exceda a oitava parte do preço

Caso estejam verificados estes requisitos , não há resolução .

ATENCAO :* ambos os arts têm em comum a entrega da coisa se não houver entrega da coisa , não se aplica nenhum dos arts , logo não há consequências , nada impede a resolução. se algum dos requisitos do 886 e 934 falhar , nada impede a resolução , pode haver resolução. a inserção da CRP no contrato faz a excepção ao 886º , ou seja , o credor pode resolver. não havendo CRP , mas não havendo entrega da coisa , é indiferente a CRP , porque não estavam preenchidos os requisitos do 886º, logo podia o credor resolver na mesma.

C/V de automóvel , com 5 prestações e houve entrega da coisa – não foi paga a 3a prestação ? Art. 886º aplica-se , logo não pode haver resoluçãoE se fosse com CRP ? Art. 934º - estão verificados os 3 primeiros requisitos , mas não pode exceder a oitava parte do preço . A 3ª prestação é 1/5 do preço .

Depois da aplicação dos arts. art. 801º nº2 não basta um mero atraso no pagamento

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1) Impossibilidade culposa2) Incumprimento definitivo

* Interesse contratual negativo : colocar o credor na situação em que estaria se não tivesse feito o contrato , resolve. * Interesse contratual positivo : Nestas situações o credor pode optar por manter . A prestação já não é possível , mas as indemnizações podem coloca-lo na situação de ter efectivamente cumprido o contrato.

Quando é que é possível resolver ?Quando a mora se torne em incumprimento definitivo – há duas situações do art. 801º nº2 :

1) perda do interesse do devedor2) fixação de prazo adicional pelo credor – art. 808º

Se mesmo assim o devedor não pagar , então pode o credor resolver .

Resumo : aplicação dos arts. 1) 886º2) 934º3) 808º4) 801º nº2

Faculdade 2 e 3 – MANTER * as faculdades 2 e 3 podem ser exigidas por mora 2) exigir prestação em divida + juros de mora – art 817º não pagando uma prestação o credor pode exigir o cumprimento e executar património .

3) exigir antecipadamente restantes prestações – quer isto dizer que o devedor não pagando uma prestação , pode exigir o credor que o devedor pague as restantes.

Art. 781º - consagra o pp geral – “se a obrigação não puder ser liquidada em duas ou mais prestações , a falta de realização de uma delas , importa o vencimento de todas” , quer isto dizer que o devedor perde o beneficio do prazo * atenção que os contratos podem ser em beneficio do credor , devedor ou ambos ( 779º) , embora geralmente sejam em beneficio do devedor .

MAS , o art. 934º excepciona o pp geral :

Requisitos para a não perda do prazo : 1) Venda a prestações2) Entrega da coisa3) Falta de pagamento não exceda a oitava parte do preço

Em suma : faculdades 2 e 3 1) 817º2) 781º3) 934º

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CASOS PRATICOS

II 1) trata-se da C/V de bem móvel , com clausula de reserva de propriedade e entrega da coisa .

falta de pagamento da 2ª prestação ? faculdade 1 – resolver art. 886º - requisitos :

1) entrega da coisa – houve2) transmissão da propriedade – houve3) sem CRP – neste caso houve , logo pode resolver por este art.

Art. 934º - requisitos : 1) venda a prestações – neste caso são 8 prestações2) entrega da coisa – houve 3) CRP – houve

Falta de pagamento não exceda a oitava parte do preço – não foi paga a 2ª prestação , logo não excedeu- verificados os requisitos aplica-se o art. , não pode resolver .

Depois da aplicação dos arts. art. 801º nº2 não basta um mero atraso no pagamento

3) Impossibilidade culposa4) Incumprimento definitivo

* Interesse contratual negativo : colocar o credor na situação em que estaria se não tivesse feito o contrato , resolve. * Interesse contratual positivo : Nestas situações o credor pode optar por manter . A prestação já não é possível , mas as indemnizações podem coloca-lo na situação de ter efectivamente cumprido o contrato.

Quando é que é possível resolver ?Quando a mora se torne em incumprimento definitivo – há duas situações do art. 801º nº2 :

3) perda do interesse do devedor4) fixação de prazo adicional pelo credor – art. 808º

Se mesmo assim o devedor não pagar , então pode o credor resolver .

Manter : Faculdade 2- exigir o pagamento da divida + juros de mora – 817º Faculdade 3- exigir cumprimento antecipado das outras prestaçõesArt. 781º consagra pp geral do incumprimento de prestações conduzir á perda de beneficio do prazo ..MAS , o art. 934º excepciona o pp geral : Requisitos para a não perda do prazo :

4) Venda a prestações5) Entrega da coisa6) Falta de pagamento não exceda a oitava parte do preço

* estão verificados os requisitos logo , António não perde dto ao beneficio do prazo.

Falta de pagamento da 3ª e 4ª prestações ?

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Resolução : 1) 886º - não se aplica 2) 934º não se aplica 3) Mora em não cumprimento dentro do prazo fixado

Manter: - pode exigir o cumprimento das prestações em dividas + juros de mora- aplica-se o art. 781º - António perde benéfico do prazo , e credor pode exigir as restantes prestações.

2) * 409º nº2 – propriedade não sai de Bento , isto de bem móvel . Tbm se retira a ideia de que a clausula de reserve de propriedade garante ao alienante a propriedade com uma condição : para ser oponível é preciso registar

* 435º - a resolução não prejudica terceiros . se o dto não pertencia á pessoa que o transmite , então 3º nunca recebeu nada verdadeiramente , isto só teria lógica se não existisse a CRP ( que permite a resolução ) Ex de aplicação do 435º - caso não houvesse CRP

R: venda de coisa alheia , e o 3º não adquiriu nenhum dto.

3) Bem móvel sujeito a registo – 409º nº2 - contrato entre A e B é valido , mas se A não registou o automóvel não perde a propriedade , mas assim sendo não será oponível a 3os que tenham adquirido de boa-fé . Não há CRP = não existir nada , logo a venda do comprador ao 3º é valida

( * automóveis , navios, aeronaves são moveis sujeitos a registo pelo seu valor ou escassez)

R: Carlos seria o legitimo proprietário , porque a CRP era inoponivel

III* não foi estudado o acórdão em causa , mas sim um parecido Sociedade agrícola , com sede em Luanda , exploração de bananas para o estrangeiro . Escritura publica foi em 1974 , em que Sr Sacramento cede a sua quota por 2000 a Sr Lopes , a ser pago em 2 prestações de 1000 , a vencer em 5 de Fevereiro de 75 (a primeira ) e 5 Fevereiro de 1976 (a segunda ) * atenção – ceder não é vender 1ª prestação – paga na data Entretanto surge o 25 de Abril de 74 , e a fazenda foi ocupada , perdendo-se a posse , a 2ª prestação não foi paga .

Alegações iniciais de Sacramento ( credor das prestações) : - os riscos eram cognoscíveis á data da celebração - 796º o risco corre por conta do adquirente

Alegações iniciais de Lopes ( devedor): - houve alteração das circunstancias , e os riscos não estavam previstos – 437º

Conclusão do STJ : - Sr lopes tem que pagar , não se aplica o 437º mas sim o 796º .

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Doutrina : prof AC. Nestas situações , é necessário uma violação grave do pp da boa-fé , para prevalecer o 437º . Sugere a modificação . Só por si a perda da coisa não afecta gravemente o pp da boa-fé , tem que haver circunstancias fora do risco próprio do contrato , se o devedor ficar por ex, com uma enorme dificuldade financeira pagando a 2ª prestação , então será justo não pagar ou ajustar a prestação. Em respeito ao art. 796º não admite a resolução , mas em respeito á boa-fé admite modificação.

IV Contrato a favor de 3º - 443º e sgg “ contrato pela qual um dos contraentes se compromete perante outro a atribuir certa vantagem a pessoa estranha ao negocio “ Abel – promissarioBernardino – promitenteCasa do gaiato – terceiro

Relação básica de cobertura – entre A e B , serve de base ao dto de 3º. Relação de atribuição ou de valuta – entre A e C , esta presente o objectivo de A com o negocio .

B recusa-se a cumprir C-P – quem pode exigi o cumprimento do C-P ? A promissario não faltoso e 3º , que nada pode fazer pq não é parte no negocio

Trata-se de um C-P bilateral de C/V há dtos de credito – dto de exigir a compra e a venda de det. Bem

Não foi cumprido – o 3º não obteve nenhum dto , o beneficio surge com o cumprimento definitivo do contrato , porque não é efeito do C-P. é independente de aceitação e torna-se irrevogável – 448º Efeitos que nascem do C-P comprar e vender

R: Abel pode exigir cumprimento porque é o promitente não faltoso = execução especifica . A casa do gaiato não pode exigir a prestação

V C-P para pessoa a nomear – 253º e sgg“ um dos intervenientes se reserva a faculdade de indicar posteriormente outra pessoa que assume a posição de parte , por ele ocupada na relação jurídica contratual “

C faz c. trespasse com D – clausula de pessoa a nomear o se nomear alguém , essa pessoa assume a sua posição e os efeitos são

retroactivos .o se não nomear dentro do prazo estipulado ou prazos supletivos de 5

dias , os efeitos voltam ao contraente original D.

Requisitos do 453º :1. prazo – admite-se que são os 5 dias2. ratificação – carta de Edgar vale como aceitação de pessoa

nomeada efeitos – contraente originário

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R : carolina não pode desistir de tudo , porque produz sempre efeitos em relação a Diogo ( ao abrigo do C-P ) VI 1) C-P bilateral de prédio rústico , assinado por um dos contraentes Art. 410º nº2

Ex. se for um terreno sem nada para ser construído – 410º nº2 o objecto é simplesmente um terreno . se for uma fracção num terreno aplica-se o 410º nº3

Assinado por 1 dos contraentes : nulidade ou invalidade parcial (conversão ou redução )Redução : AC defende redução pela tutela do comprador – vincula o PV e não protege o PC que assinou (isto acontece porque o vendedor vende a quem lhe der mais dinheiro). Não determina a invalidade , é parcialmente valido se sem a parte viciada (falta de assinatura) --- facilita o promitente comprador

Conversão : é nulo , se a parte interessada provar que a vontade das partes , transforma-se em c-p unilateral . Se o PC quiser vincular o PV , tem que provar que a vontade era c-p unilateral , se tivessem previsto a invalidade . -- facilita o promitente vendedor ( = pessoas que têm a tentação de não cumprir)

Maria – PV assina – interessa a conversão , nulo total José – PC não assina – interessa a redução

R: havendo redução , há c-p unilateral , pode haver execução especifica do contrato. Havendo conversão , o tribunal não pode executar especificamente . Não há nada que impeça .

2) 441º - sinal não há execução especifica 830º nº2 – há convenção em contrario , afasta

1—830º nº2 – doutrina permite a e.e. se fosse por convenção das partes 2—410º nº3 – execução especifica imperativa

3) C-P com eficácia real – 413º = execução especifica venda de bem alheio O PV tem a propriedade , com restrição real

José tem que intentar acção de nulidade entre Maria e Joaquim

R : José pode pedir execução especifica , porque há C-P com eficácia real OU pode pedir a resolução do contrato , no dobro do sinal ou indemnização actualizada .

VII

C-P de C/V de bem comum de AM – andar PV – antonio PC- Bernardo e Carla

a)

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Forma do C-P : 410º nº3 – documento escrito assinado por ambos os contraentes com reconhecimento notarial . Apesar de ser um bem comum do casal e só ter sido assinado por 1 dos conjugues , não afecta a validade do C-P porque ainda não se vendeu ou alienou nada , pode o outro conjugue autorizar posteriormente .

C-P – não foi atribuída eficácia real , logo não pode haver execução especifica – há um dto do PC a concorrer com um dto real , o promitente fiel não pode recorrer á execução especifica. a propriedade transmite-se com a celebração do contrato definitivo

Que dtos assistem ao PC ? 441º - presunção de que a quantia entregue constitui sinal- não pode haver ex. especifica- resolução indemnização actualizada (calculado aseguir)

restituição do dobro do sinal a PC = 40.000

b) ind. Actualizada = 80.000 – 75.000 + 20.000 = 25.000

R: a indemnização actualizada ascenderia os 25.000 , mas logicamente Bernardo iria preferir o dobro de sinal = 40.000.

c) 437º - alteração das circunstancias – a parte interessada tem que recorrer ao tribunal para que este decrete alt. Das circ. * admitindo que estavam verificados todos os requisitos

Bernardo e Carla podem resolver ? Trata-se de uma fracção autónoma (andar) sujeito ao 410º nº3 e 830º nº3 , onde a ex. especifica é imperativa , mas não é o único caminho possível . é possível a modificação por alteração das circ. Nos termos dos arts 437º e 438º

830º nº3 --- amplia o 438º - o promitente faltoso tem mais dtos , alem da resolução pode pedir modificação mesmo que a alteração das circ. Fosse posterior á mora.

Conclusão – independentemente da alteração das circ ser antes ou depois da escritura , alem da execução especifica pode pedir a modificação * nota – talvez o requisito afectação grave dos pps da boa-fé , possa não estar preenchido .

VIIICarlos – PVDuarte – PC C-P de C/V de prédio por 2 milhões forma : escritura publica ou doc particular autenticado (= forma para contrato definitivo)

a)125.000 – 441º presume-se( ilidivel ) de q quantia entregue constitui sinal Cai no âmbito do 410º nº3 + 830º nº3 – ex. especifica é imperativa ou

438º - mora da parte lesada , Duarte invoca alteração das circ. , pretendendo resolver (regime geral) MAS , 830º nº3 amplia este regime – pode pedir a modificação do contrato

Alteração das circunstancias :

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o anterior á morao se se pudesse invocar a situação financeira para fundamentar alt. Das

circ então não havia negócios o este argumento por si só não procede , e ainda que seja admitido podia

estar previsto pelos riscos próprios do contrato. o Não se verificam os requisitos

R: Carlos pode pedir a execução especifica pois cai-se no âmbito do art. 410º nº3 + 830º nº3 ou resolver o contrato e ser indemnizado ficando com o sinal , sendo que a modificação não procede .

b) C-P com eficácia real – forma : escritura publica ou doc particular autenticado 410ºnº3 (admite-se validamente celebrado)* houve tradição , sem sinal Carlos faz C-P de C/V com Duarte , mas antes de contrato definitivo faz C/V com Ed.

Art. 413º - eficácia real o nasce dto real de aquisição; ou erga omnes; ou dto de credito com

eficácia externa absoluta o oponível a terceiros /erga omnes o determina a ineficácia dos actos realizados em sua violação o = execução especifica , o tribunal substitui-se ás partes para

cumprimento do contrato

Caminhos abertos ao lesado : 1) execução especifica – pode pedir porque tem ef. Real ( se não tivesse ef.

Real , tratando-se de um C-P sujeito ao 410ºn3 e 830º nº3 , é sempre venda a 3º caso caia nestes arts. )

2) resolução – há sinal ou não ?

não há sinal – 801º nº2 = dto de resolver + indemnização nos termos gerais , colocando o lesado na situação em que estaria se não tivesse celebrado o contrato ( ind. Pelo interesse contratual negativo ) MAS ,….* Há parte da doutrina que entende que , mesmo que seja com sinal , é possível pedir indemnização actualizada com o objectivo de desincentivar o incumprimento , sendo necessário entrega da coisa.

Neste caso já vendeu o bem , seria sempre indemnização nos termos gerais ou indemnização act. (doutrina) pedida a Carlos , sendo que Eduardo(resp, extracontratual) responderia solidariamente , porque foi atribuída eficácia real , oponível erga omnes . ( caso não tivesse eficácia real remete-se para a discussão do efeito externo dos dtos dos dtos de credito)

* não se trata de venda de bem alheio , porque a propriedade era do PV

R: Duarte pode pedir a execução especifica porque há eficácia real ou pode pedir a resolução + indemnização solidária entre o PV e terceiro.

c) C/V bilateral , deveres de entrega da coisa e pagamento (efeitos – transmissão da propriedade ) --com inserção de Clausula de reserva de propriedade :

o 409º nº1 produz efeitos após o pagamento total ou parcial

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o Evidencia a vantagem da CRP , venda com espera de preço é útil com o 886º , porque não pode haver resolução por falta de pagamento

886º - requisitos : 1) entrega da coisa 2) transmissão da propriedade3) sem CRP

* não se aplica este art. , portanto Carlos SE CALHAR , pode resolver

Para resolver é preciso incumprimento definitivo – 801º nº2 , tbm não se aplica porque há simples mora É preciso fixar um prazo adicional para o devedor cumprir , caso este volte a não cumprir a mora transforma-se em incumprimento definitivo e nesse caso o credor já pode resolver (Carlos)

++++ Indemnização por danos sofridos com o atraso no pagamento das prestações

R: Carlos pode resolver se a mora se transformar em inc. definitivo e pode pedir indemnização moratória . (801º nº2)

IX Fernando – PVGustavo – PC C-P bilateral de C/V de andar sujeito ao 410º nº3 – Forma : documento assinado por ambos os contraentes com reconhecimento notarial * 410º nº3 (2ª parte ) – admite-se que não há culpa , porque não é feita prova de que há

a) PV recusa vender por falta de solenidade do C-P :

o não houve reconhecimento , ou seja há uma violação de norma imperativa = nulidade

o PV só pode invocar omissão de requisitos se houver culpa do PC , neste caso não há culpa , logo não pode invocar nulidade , só os interessados podem

o PV esta vinculado ao C-P , que é valido ( não tem legitimidade )

* Nota : é uma invalidade mista ou atípica – porque é um regime diferente do regime geral da nulidade e aproxima-se com o da anulabilidade , do ponto de vista da legitimidade de invocação ( só as partes podem invocar ) . Neste caso apenas o PC pode invocar , porque não teve culpa .

Consequências do incumprimento / dtos do PC : 1) execução especifica – cai no 830º nº3 e 410ºnº3 norma imperativa , não

pode ser afastada pelas partes . 2) resolução – presume-se que há sinal , pois as partes não afastam essa

natureza dobro do sinal = 100.000 indemnização actualizada – não temos o valor actual , mas admitindo que seria igual ao convencionado , não compensava , vale mais o dobro do sinal

R : Fernando não pode recusar-se a cumprir o C-P , sendo que só PC pode invocar omissão de requisitos , visto que não teve culpa . Gustavo pode pedir a ex. esp. Ou resolver , sendo o dobro do sinal o mais vantajoso.

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b) Fernando tem 2 caminhos possíveis :

1) execução especifica –830º nº2+ ind. moratória2) resolução: -com sinal - 442º nº2

o perda do sinal – sinal é uma antecipação da indemnização , portanto pode ficar com o sinal de 50.000 – não é preciso transformar a mora em incumprimento definitivo

c) art. 886º - regime geral – requisitos :

1) transmissão da propriedade - sim2) entrega da coisa - sim 3) sem CRP - sim

* com base neste art. , não é possível resolver

Art. 934º - restringe o campo de aplicação – manutenção 1) venda a prestações2) houve clausula de reserva de propriedade 3) entrega da coisa 4) falta de pagamento não exceda a oitava parte do preço – é 1/10 logo n

excede

prestações em falta + juros de morapagamento antecipado das restantes prestações perda do beneficio do prazo – não perde porque não excede 1/8

R: Fernando pode exigir o pagamento das prestações em falta + juros de mora , mas não pode exigir o pagamento antecipado e o devedor não perde beneficio do prazo.

Correcção do teste 23 Abril 2009( tópicos )a) Bento – promitente comprador 45.000 euros – presunção de sinal , nos termos do art. 441ºFoi feita uma venda a 3º , que poderia ter que responder

2 opções : 1) execução especifica – não podia haver , porque não havia eficácia real

atribuída ao contrato promessa 2) resolver : dobro do sinal + indemnização actualizada

b) resolução : retenção do sinal prestado – 442º execução especifica é imperativa – 441º nº 3 + 830º nº3

c) resolução : 886º aplica-se portanto não pode resolver manutenção :

o pagamento da divida + juros de morao antecipação das restantes prestações o perda do beneficio do prazo

art. 781º (regra geral) – 934º (excepção ) – aplica-se portanto não há perda do beneficio do prazo , não antecipação das restantes prestações

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Page 11: Casos Práticos de Dto Das Obrigações

XIa) Alberto – promitente Nuno – preferente Forma : 410º nº2 – 415º documento assinado pela parte que se vincula (documento simples )

Alberto não comunicou a Nuno o nome do preferente – 416º (prof. AC defende que não chega só o nome – em pp a comunicação é valida , mas não foi exercido o dto de preferência validamente , logo o dto convencional de preferência subsiste.

Doutrina: o Identidade de 3º tem que ser sempre comunicada (necessário)o Há que distinguir o tipo de preferência , mas gera sempre incerteza

R: não pode acção de preferência , por não ter eficácia real.

b) Nuno – arrendatário Dto legal de preferência – arrendamento 1091º - tem eficácia real

* Alteração dos dados da hipótese – sem a frase “ Alberto comunicou ….” (Admitindo que a identidade de 3º não é relevante )Nuno pretende saber quais os seus dtos por violação da preferência . Nuno disse que ia pensar no assunto , logo não se faz qq referencia a 3º . Neste caso trata-se de uma simples proposta contratual, há violação do dto de preferência e há indemnização

XIIa) ABC – comproprietários – há preferência legal na alienação da quota a 3ºDto lega de preferência – compropriedade A quer vender quota , mas comunica apenas a 1 dos comproprietários , porque o outro não tinha liquidez .

Há 2 tipos de bens em causa :

1) Maquinas agrícolas – não há problema de forma (bens moveis ) – verbal / consensual – o contrato definitivo foi validamente celebrado .

2) terrenos :

2.1) 1º terreno - alienação da quota – 1408º forma é por documento particular autenticado ou escritura publica . -- para criar obrigação definitiva era necessário que a comunicação e a aceitação respeitassem a forma exigida . No caso foi por escrito particular, logo não gera um contrato definitivo , mas pode gerar um contrato promessa – 410ºn2 que permite documento particular .

2.2 ) 2º terreno - a exigência é a mesma , e neste caso foi tudo verbal . -não pode haver contrato definitivo , nem contrato promessa , logo não nascem obrigações típicas , mas pode haver responsabilidade contratual , nasce da aceitação mal efectuada , logo, seria possível pedir indemnização (obrigação próxima do C-P)

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Page 12: Casos Práticos de Dto Das Obrigações

Doutrina : aceitação que não preenche sequer forma do C-P , qual será a natureza da obrigação ? talvez próxima do C-P , logo ate poderá haver execução especifica .

R: o contrato das maquinas agrícolas foi celebrado. Do contrato do 1º terreno nascem obrigações do C-P . Do contrato do 2º terreno nasce obrigação de contratar (próxima do C-P )

b) B tem dto de preferir , foi questionado e renunciou proposta

o Recusou proposta contratual e dto de preferência subsiste o Renuncia de alcance genérico não discriminado o Há violação do dto legal de preferência (venda a 3º ) o B , pode exercer o de dto de preferência

R: B não renuncia ao seu dto de preferência , mas sim á proposta.

Projecto concreto de negocio = já exerceu dto de preferência =/= Alcance genérico não discriminado = preço , bem etc.. – não exerceu dto de preferência ainda .

c) esta situação existe para proteger o preferente

1) á partida não haverá responsabilidade de 3º , porque através do registo é acessível ver a compropriedade .

2) eventualmente poderá haver responsabilidade pré-contratual ( mas não temos dados suficientes)

R: em teoria a única responsabilidade que poderia haver era pré-contratual , mas carecia de fundamento.

Negócios jurídicos unilaterais1) promessa publica 2) concurso publico3) doação pura sem encargos a um incapaz4) fundação inter vivos

* reconhecimento de divida não é verdadeiro NJU

XIII1) Promessa publica – 459º e ssg – nº1 e 2António terá que pagar os 100 euros a Bento , apesar deste ter praticado a promessa sem atender á prestação

2)cooperação entre duas pessoas que encontram a mimosa -462º Temos que atender ao trabalho distribuído equitativamente por ambos :

o se entendermos que ambos tiveram trabalho igual ao apanhar a mimosa, aplica-se o 462º e os 1000 euros serão distribuídos por ambos igual/

3)problema de revogação da promessa 461º nº1 – não tendo validade é revogável a todo o tempo pelo promitente A.MAS …Nº2 – forma da revogação tem que ser equivalente á promessa – anuncio no jornal, sob pena de invalidade da revogação. Neste caso , foi por conversa no café , logo não vale.

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Page 13: Casos Práticos de Dto Das Obrigações

R: António terá que pagar os 1000 euros a Eduardo , pois a promessa publica não foi revogada . Se António recusar pagar haverá responsabilidade contratual .

XIV1) Reconhecimento de dividaA reconhece dever 500 euros a B Art. 458º nº2 . forma documento escrito (=carta)

Reconhecimento da divida não é verdadeiro NJU , porque não é fonte de obrigações , depende da relação anterior que lhe serve de base - se essa relação anterior foi anulada , perde-se a base , logo a divida perde o fundamento. Efeito – compete ao devedor provar que a divida não existe porque o negocio foi anulado

R: A não tem que pagar a B

2)458º nº1 – por documento unilateral alguém reconhece divida , sem indicação da causa, ficando o credor dispensado de provar relação fundamental .Nº 2- documento escrito (+ formalidades) – neste caso foi por confissão -Bernardo (credor) terá que provar que celebrou um contrato de C/V com António , e que este lhe deve 500 euros . - o ónus da prova pertence a B , pois este é que pretende reaver os 500 euros.

XV Ver diferença entre concurso publico e promessa publicoAcórdão do TR de 27/nov/ 1997Factos :

o Isabel e marido contra endemol produções o Casal perde concurso por responder erradamente ás questões , que mais

tarde se verificaram correctaso Endemol defende-se alegando que a decisão do júri não é impugnável o TPI absolveu a ré endemol

Recorrem para o T2ª instancia , com 4 questões : 1) Natureza jurídica do concurso 2) Decisão do júri susceptível de impugnação judicial – 463º nº23) Validade da 2ª clausula de aceitação do programa – CCG 4) Há ou não abuso de dto pela ré

Conclusão : absolveu novamente a ré , respeitando o 463º Contra-argumentos : arbitrariedade do júri - aplica-se o 463º a questões valorativas , mas não a factos - pode admitir-se uma compensação por danos morais, mas assim sendo tbm teria que haver indemnização pelo erro do programa. - não será uma oneração excessiva para o programa , indemnizar sempre que haja erros ? há sempre pps subjacentes ; há sempre a situação inversa ; tbm seria oneroso para o casal .

gestão de negócios

Ordem de resolução das hipóteses:

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1) ver requisitos : direcção de negocio alheio ; por interesse e conta de outrem ; sem autorização

2) relações externas ou relações internas 3) aprovação 4) efeitos

relações internas – gestor / dono regular – coincide com 465º a)

- efeitos : o reembolso das despesas do gestor fundadas + juros legaiso 468º nº1 indemnização por prejuízo o Remuneração caso seja a actividade profissional 470º o Ausência de responsabilidade do gestor 466º nº2 ( negativo)

irregular – 468º nº2 - efeitos :

o O gestor é reembolsado na medida do enriquecimento sem causao Não há remuneração, porque não realiza a vontade real ou presumível o 466 haverá responsabilidade do gestor se causar danos ao dono

Aprovação = irregular ------------------------regular – 469º * é importante quando não se consegue fazer prova da regularidade

- efeitos : o O dono ao aprovar renuncia á indemnização (efeito da gestão regular)o 468º nº1 reembolso + indemnização ( gestão regular ) MAS , há remuneração , apesar de não estar mencionado

relação externa – dono e gestor/ terceiro Gestão representativa : gestor age em nome do dono do negocio (não

tem poderes de representação) -- o dono não esta vinculado, para estar tem que ratificar-- o gestor tbm não esta vinculado

Gestão não representativa : gestão em nome próprio -- o dono não esta vinculado-- o gestor esta vinculado

XVI a) há 2 gestões de negócios :

1) requisitos verificados – vdd gestão de negocio 2) relação interna – regular ou irregular ? ( vontade + interessa) - é claro que suscita duvidas, mas é + razoável que seja irregular , porque pode ter começado com a escolha do centeio mas acabou mal , ate trouxe prejuízo . Aliás , um dos deveres do gestor é comunicar com o dono , e este não o fez. - admitindo que era gestão irregular :

468º nº2 não há reembolso , só na medida do enriquecimento sem causa , que não é o caso.

466º gestor indemniza pelos danos causados ao dono

b) 469º - aprovação = irregular -- regular

Renuncia á indemnização Terá dto a remuneração se corresponder á sua actividade profissional

c)

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relações externas – gestão não representativa (gestão em nome próprio) Dono não esta vinculado , se não ratificar Gestor esta vinculado

R: Bento é responsável e a empresa deve exigir-lhe o pagamento

d) 465º - deveres do gestor * há interesse , mas não há vontade , logo trata-se de uma gestão irregular . * há indemnização pelo enriquecimento sem causa ( real ou patrimonial ? ) R : António só paga se se apurar em termos de enriquecimento sem causa – 468 n2

XVIIGestão de negócios – fonte de obrigações Há 2 actos de gestão de negocio , que devem averiguar-se individualmente :

1) substituição da fechadura2) cuidar das plantas

para saber se cai no âmbito das relações internas ou externas : ver se há´3º com interesse para satisfazer – r. externas se o 3º viu a sua satisfação pelo gestor – r.interna

requisitos cumulativos para ser valida gestão : 1) direcção de negocio alheio 2) por interesse e conta de outrem – intencionalidade 3) falta de autorização

* é valida – gestão regular

465º deveres do gestor : agir de acordo com a vontade real ou presumível do dono e que não seja contraria á lei, ordem publica e bons costumes .

1)relação interna ( plantas = 300 euros ) admitindo uma gestão regular – 465º / 468º nº1 há obrigações para o dono do negocio , reembolsar o gestor pelas despesas

2) relação externa (empresa = 150 ) – gestão representativa 2 opções : a) se Berta ratificar o negocio, é-lhe eficaz e paga 150 b) se Berta na ratificar o negocio é-lhe ineficaz , mas a gestora não terá que pagar , independentemente da ratificação . o terceiro vê produzir-se efeitos na sua esfera jurídica . o prejuízo calculado por falta de assinatura do dono que não autorizou (enr. Sem causa )

enriquecimento sem causa

XIX a) enriquecimento sem causa é um instituto subsidiário forma : documento particular autenticado ou escritura publica por se tratar de um bem imóvel . não foi preenchida a forma , logo deve ser intentada primeiro uma acção de nulidade e só depois o enriquecimento sem causa.

b) 473º nº1 – pp geral / nº2 casos especiais “ causa que deixou de existir” Enr. Sem causa previsto na lei , decorre do desaparecimento da causa que justificava o beneficio , ou seja , se o carro voltou perdeu-se a razão para a indemnização ser conservada no património de A .

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Não ocorre a prescrição , porque só começa a contar quando há enriquecimento ( foi agora mesmo )

Pode haver responsabilidade se verificados os requisitos , mas talvez falhe o dano , que em pp só poderá existir se o carro tiver desvalorizado , mas não há dados suficientes .

c) há enr. Sem causa empobrecido –A enriquecido – E “ só bebe se não pagar”

teoria do duplo limite : o enriquecimento patrimonial = 0 o empobrecimento pat. = 0o restituição 0

teoria moderna : o restituição = 200 ( a não ser que E esteja de boa-fé )

d) há enr. Sem causa ( dentro do pp geral ) enriquecido – E empobrecido – F

teoria do duplo limite : o enriquecimento patrimonial = 2000 ( não gastou) o empobrecimento pat. = 1500 o restituição = 1500

teoria moderna : o enriquecimento real = 1750 ( se estiver de boa fé paga 2000)

e) 283º + 79º - violação do dto de imagem e personalidade

-- não se aplica a responsabilidade civil extra-contratual , porque não há dano -- não se aplica o enriquecimento sem causa (instituto subsidiário ) Limite do erq. Sem causa – exigir ao enriquecido aquilo que enriqueceu

Doutrina Menezes leitão e Júlio Gomes : sustentam nesta situação uma gestão imprópria – 472º , mas pode acontecer que o gestor sabe que é alheio e utiliza para próprio proveito , e assim sendo , restitui o lucro . Nestes casos o titular pode exigir o lucro , não pela responsabilidade civil extra-contratual , não pelo erq. Sem causa , mas sim pela gestão imprópria .

Responsabilidade civil

Resp extra-contratual o Art. 483º e sggo 487º o lesado tem que provar a culpa do autor da lesão o Excepções : 491º / 492º/403º/ 503º nº3 o 492º - há presunção de culpa, excepto de provar que não teve culpa .

caso não consiga provar , é indiferente , porque responde na mesma – relevância negativa da causa virtual (492º nº1 parte final ) ex. alguém cai do edifício e depois há cismo - causa virtual : o edifício caía na mesma , quer pela falta de conservação , quer pelo cismo - relevância negativa : afastar a responsabilidade com a prova da causa virtual. Só existe em casos que acompanham a presunção de culpa

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VS - relevância positiva da causa virtual – impõe dever de indemnização a quem for autor da causa virtual ( não existe no nosso ordenamento)

o 491º e 493 – relevância negativa da causa virtual –presunção de culpa o Critério de apreciação da culpa : bom pai de família : homem médio,

normal

Resp contratual o art. 798º e sgg ou Violação do contrato ou qq fonte de obrigações o 799º nº1 – presunção de culpa o Apreciação de culpa 479º nº2

resp com culpa presumida – prova que não teve culpa e não responde =/= resp objectiva - + gravoso , msm q prevê responde sempre 807º - relevância negativa da causa virtual

XXIIResponsabilidade contratual Requisitos :

1. facto 2. ilicitude 3. dano 4. culpa – critério do bom pai de família , não é o caso 5. nexo causalidade

R: tem de indemnizar a loja

XXIIIPlano da ilicitude :

1. norma legal – existe , lei sobre segurança …2. que proteja interesses directos dos particulares – neste caso os utentes 3. a lesão tem de se verificar na esfera do interesse que a norma visa

proteger – neste caso , a lesão foi provocada com a cadeira como instrumento de agressão , mas não é isto que a norma quis proteger. A lesão ocorre numa esfera de interesses que não estava prevista na lei

consequência : o cinema não é responsável

* era considerável a hipótese de legitima defesa , mas não há dados para saber se há excesso de legitimidade de defesa . Se admitirmos esta hipótese , Berta fica isenta de responsabilidade

XXIV a) requisito em causa : nexo de causalidade 563º - é necessário apurar o facto pela teoria da causalidade adequada :

o em concreto , o facto seja condição do dano , causa é ou não adequada o em abstracto, em condições normais aquele facto é causa do dano

na nossa hipótese : o houve uma agressão ligeira , mas ele morre efectivamente (concreto)o normalmente , uma agressão ligeira não causa morte (abstracto)

R: António não é responsável pela morte , porque falta avaliação em abstracto . apenas é responsável pela agressão

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b) teoria da causalidade adequada :o em concreto : o facto não é causa do danoo em abstracto: normalmente a agressão levaria a morte

R: neste caso falha a avaliação em concreto , logo não será responsável pela morte.

c) teoria da causalidade adequada: o em concreto: o facto foi condição do dano o em abstracto surgem problemas : conhecia ou devia conhecer a lesão

craniana? Se soubesse ou devesse saber seria responsável

XXV* tiro – causa operante ( q causa morte)* veneno – causa virtual Responsabilidade de A - não causou a morte , mas envenenou . a morte foi causada pelo tiro - no momento em que o cavalo leva o tiro , já valia menos dinheiro devido ao envenenamento - estará A responsável pela causa virtual ? NÃO MAS …Quando Celso deu o tiro , o cavalo já ia envenenado – será possível dissociar as causas ?

o se admitirmos que , quando levou o tiro já não valia dinheiro nenhum , então A responde e atribuímos relevância positiva á causa virtual , e admitimos o efeito parcial .

o se não admitirmos o efeito parcial , A não tem qq responsabilidade

é preciso avaliar quanto é q o cavalo valia no momento em que foi envenenado para admitir a medida de indemnização . se não se conseguir provar , A é responsável pela causa virtual e por causa real

XXVIAntónio não é imputável , porque pode ter sido , por ex, internado compulsivamente , portanto no momento em que praticou o acto admitimo-lo como capaz .

para ser imputável era preciso fazer prova da sua incapacidade se fosse feita prova de que era imputável 489º havia responsabilidade subsidiaria e equitativa entre vigilante , enfermeiro e estabelecimento

responsabilidade do vigilante casos em que não se pode recorrer :

1. pessoa vigilante não é responsável , se não tiver culpa ou se provar causa virtual

2. o vigilante ate é responsável , mas não tem património para indemnizar3. há um incapaz , mas que pode não ter vigilantes para responderem

responsabilidade do enfermeiro , tem o dever de vigiar , presume-se culpa responsabilidade do estabelecimento psiquiátrico – existe relação de comissão ( estabelecimento é concomitante ) – 500º

Respondem por Bento : responsabilidade solidária 497º- 499º o enfermeiroo António o Estabelecimento – 500º

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Respondem por António : o Caso seja estabelecimento particular , há responsabilidade do

estabelecimento pelo art. 800º , pelos actos dos empregados (objectivos) * António poderá ser imputável , mas entendia os seus actos e nesse caso haverá culpa dos danos que lhe ocorreram ( culpa do lesão – 570º )

XXVIIDanos sofridos por Joaquim : --> relação de comissão – a empresa é responsável nos termos do art. 500º obrigação de vigilância do empregado – responsabilidade por factos ilícito nos termos do art. 493º , ou seja , vigilante prova que não teve culpa e não é obrigado a responder Joana pode ser responsabilizada pelo 502º : o proprietário cai no âmbito do 493 e do 502º Diferenças : - o 502 é uma responsabilidade objectiva , responde sempre - o 493º é uma responsabilidade por facto ilícito , onde apenas há presunção de culpa

“ perigo especial” – perigo da espécie em causa

XXVIIIResponsabilidade por factos ilicitos - 493n2 : não alerta autoridades; não colocação de sinal.

Existe nexo de causalidade : o abandono do carro e explosão.No entanto há quem resolva pelo 503 n1: responsabilidade objectiva.

A responsabilidade aplica-se à empresa . o n3 fixa uma presunção de culpa.

Consideramos António como funcionário.Art.500º responsabilidade do comitente. Estão reunidos os 3 requisitos.500 n2 2ª parte. Temos de recorrer À teoria da causalidade adequada para averigurar se a conduta adoptada é normal das funções.

***NOTA: não basta dizermos que está no local e no tempo de trabalho. São requisitos necessários mas não suficientes.

A obrigação de indemnizar tem de ser por responsabilidade de factos ilicitos? AC pode ter que indemnizar mesmo que não haja culpa. No entanto se fora do horário laboral quebra a relação de comissão.

Comitente pode ser responsabilizado por factos do comissário – responsabilidade objectiva.

500 n3: problema : comitente paga mas como comissário tem culpa poder-lhe-á exigir pagamento? Pode pedir direito de regresso de todo o montante pago? Sim desde que comissário desobedeça às ordens + a lei fixar responsabilidade objectiva.

XXIX Direcção efectiva : pessoa que goza das vantagens e que deve zelar pelo bom funcionamento do veiculo.

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Responsabilidade 505º : ficar sem travões inclui-se neste domínio? Não : devia ter zelado pelo veiculo; não são motivos, causas exteriores ao veiculo.

Aplica-se o 570º : dano deriva do risco do veiculo ++ factor acrescido de lesão de 3’ que não deriva exclusivamente do condutor mas também do próprio risco da pessoa; do automóvel.

* É possível o concurso do risco da culpa? A doutrina por muito tempo considerou que se há culpa não há risco e aplicar-se-ia o 505º. No entanto para o professor com o risco do veiculo pode concorrer a culpa. ( penso que se relacione com o acórdão que está no sitio ).

Assim poderá haver 2 tipos de responsabilidade:1) 503 n3 responsabilidade subjectiva com culpa presumida, que se ilidir

(comissário) não paga. Se comissário não é responsabilizado a empresa também deixa de o ser ( enquanto comitente).

2) 500º comitente é sempre responsabilizado enquanto detentor do veiculo.

* Nota: derrapagem é risco próprio do veiculo.So há exclusão de responsabilidade quando o veiculo, no tocante aos danos, não teve qualquer relacionamento. Por outras palavras quando o dano for imputável ao lesado (situações muito raras). Por ex. uma mulher que vai contra um carro e parte o pé.

XXX1.Amélia e Duarte : Relações internas – 506º nº1 1ª parte

Carlos Amélia 503º nº1 e 504ºn1Relações externas Duarte

Berta --danos pessoais –A ( 504nº3) e D nº1 são responsáveis

-- danos materiais –só Duarte é responsável – 503 /1 e 504/1

2. diferença desta hipótese , em relação á anterior é que passa a haver culpa – 483º ( o 503º nº3 estabelece uma presunção de culpa)

Relações internas – 506º Relações externas – Carlos e Duarte

Responsabilidade de Duarte – 500º - comissário Responsabilidade de Carlos com culpa – 483º Responsabilidade de Amélia – 503º nº1

Em que medida é que a alteração de fundamento da responsabilidade altera as relações ?Relações internas : 506º na relação entre A e D havia responsabilidade solidária , mas havendo culpa só responde aquele que agiu com culpa . Responde por todos os danos sofridos por Amélia . Carlos tbm poderá responder solidariamente com A comitente .

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Relações externas : Berta pode responsabilizar Carlos e Duarte Poderá Berta responsabilizar Amélia ? Amélia não se pode refugiar no 506º , porque não respeita á sua relação ( B/C) E pelo 505º - há duas posições :

1. concorrência de culpa – responsabilidade solidária 2. responsabilidade de uma das partes – A ficaria excluída

Amélia poderá não ser responsável por 3os? STJ – aplicou o 570º e não o 505º , não exclui a responsabilidade , ou seja, o condutor embora sem culpa , tinha pouca experiencia de condução . os eventos exteriores são risco acrescido á própria condução . para aplicar o 505º não pode haver o tal risco acrescido . Neste caso , o risco verificou-se , não só porque adormeceu + risco acrescido leva á inaplicabilidade do 505º , que vale para condutor a para 3os , ou seja , Amélia tbm é responsável perante Berta . Risco acrescido + risco da condução = 570º , exclui o 505º

E perante Carlos ? tbm porque é lesado , e Amélia não pode invocar o 505º , que seria culpa do lesado , para excluir a sua responsabilidade

R : Amélia responde perante Berta e por Carlos (570º ) . O comitente tbm pode responsabilizar Carlos pelos danos no seu veiculo

3. Relações internas : 506º nº1 (2ª parte) – houve colisão – só A é responsabilizada pelos danos causados Relações externas :

Amélia responde perante : Berta -503º nº1 /504º nº3 (pessoa transportada) Carlos – 503º nº1 / 504º n1

Duarte responde perante Berta e Carlos ? (analisa-se como detentor do veiculo e não como comitente) O 503º n1 é ou não afastado pelo 505º ? -- se houver menos do que o risco acrescido , aplica-se o 505º , neste caso só há risco de funcionamento * imputável a 3º e não a B e C

XXXI 1. 503º nº3 (2ª parte) – situação de risco . -- A não é responsável porque ilidiu presunção de culpa dos arts e B deixou de ser responsável ao abrigo do 500º .-- o comissário não teve culpa , mas responde como detentor do veiculo .-- B responde nos termos do 503º nº1

R: Bernardo responde pelo 503º n1 , como detentor do veiculo . não há culpa

2. 505º - exclui a responsabilidade de bernardo porque pode considerar imputável ao lesado - só há risco de funcionamento ( se fosse risco acrescido = 570º)

os pais de Catarina podem exigir responsabilidade ao colégio , pelo principio geral das omissões – 486º - responsabilidade contratual

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XXXII1. Eduardo ficou viúvo e pretende indemnização :

Por danos sofridos pela mulher Por danos próprios

Danos patrimoniais : Eduardo pode responsabilizar : o Bernardo , que circulava a velocidade superior – resp por factos ilicitos o Celso , que é comitente ( ver os requisitos ) o António , que é responsável pelo 503º nº1 , a sua responsabilidade não é

excluída porque houve o risco acrescido (rebentamento)

Beneficiários da responsabilidade : 509º nº2 – admitindo danos patrimoniais e não patrimoniais A, B e C respondem perante Eduardo – responsabilidade solidária 497º

Danos próprios de Eduardo : vitima/3º lesado Porque é que 3os podem receber indemnização?

o 495º danos patrimoniais – tratamentos , funeral o 496º - danos não patrimoniais – só são ressarcidos quando haja morte

* se E pode pedir indemnização por danos patrimoniais e não patrimoniais a B e C , será que tbm pedir a A ? 504º nº2 – não pode , porque ficam excluídos os danos de 3º

2. Relações internas : A e C – 506º nº1 (2ªparte) . acidente causado por um dos veículos , logo só essa pessoa responde

Relações externas : A é responsável nos termos do 503º nº1 Não há risco acrescido , aplica-se o 505º - não há responsabilidade de C

3. O veiculo não estava a ser utilizado na relação laboral , porque neste caso estava no seu dia de folga , ou seja , há responsabilidade . ( prof Henrique refere que o critério para apurar se estava ou não dentro o horário laboral , é o numero de horas razoável . ex. desvio a casa do primo durante 1 hora , considera-se no período laboral )

503º nº3 ( parte final) – responsabilidade objectiva – se conduzir no seu interesse responde pelo nº1 do mesmo art , perante os lesados +++ Danos internos – 506º nº1 (2ª parte) – 2 dos veículosDanos externos – 503º nº3 , remete para o nº1 – B é responsável .

- A não é responsável por causa do 505º ( imputável a 3º)

4. A diferença em relação a hipótese anterior , é que agora esta no exercício das funções de comissário . C é responsável nos termos do art. 500º

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