496

Cássio Scarpinella Bueno - Curso Sistematizado de Direito Processual Civil Vol 3 (2014)

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Livro ótimo de processo civil !

Citation preview

  • Rua Henrique Schaumann, 270, Cerqueira Csar So Paulo SPCEP 05413-909 PABX: (11) 3613 3000 SACJUR: 0800 055 7688 De 2 a 6, das 8:30 s 19:30

    E-mail [email protected] www.editorasaraiva.com.br/direito

    FILIAIS

    AMAZONAS/RONDNIA/RORAIMA/ACRERua Costa Azevedo, 56 Centro Fone: (92) 3633-4227 Fax: (92) 3633-4782 Manaus

    BAHIA/SERGIPERua Agripino Drea, 23 Brotas Fone: (71) 3381-5854 / 3381-5895 Fax: (71) 3381-0959 Salvador

    BAURU (SO PAULO)Rua Monsenhor Claro, 2-55/2-57 Centro Fone: (14) 3234-5643 Fax: (14) 3234-7401 Bauru

    CEAR/PIAU/MARANHOAv. Filomeno Gomes, 670 Jacarecanga Fone: (85) 3238-2323 / 3238-1384 Fax: (85) 3238-1331 Fortaleza

    DISTRITO FEDERALSIA/SUL Trecho 2 Lote 850 Setor de Indstria e Abastecimento Fone: (61) 3344-2920 / 3344-2951 Fax: (61) 3344-1709

    Braslia

    GOIS/TOCANTINSAv. Independncia, 5330 Setor Aeroporto Fone: (62) 3225-2882 / 3212-2806 Fax: (62) 3224-3016 Goinia

    MATO GROSSO DO SUL/MATO GROSSORua 14 de Julho, 3148 Centro Fone: (67) 3382-3682 Fax: (67) 3382-0112 Campo Grande

    MINAS GERAISRua Alm Paraba, 449 Lagoinha Fone: (31) 3429-8300 Fax: (31) 3429-8310 Belo Horizonte

    PAR/AMAPTravessa Apinags, 186 Batista Campos Fone: (91) 3222-9034 / 3224-9038 Fax: (91) 3241-0499 Belm

    PARAN/SANTA CATARINARua Conselheiro Laurindo, 2895 Prado Velho Fone/Fax: (41) 3332-4894 Curitiba

    PERNAMBUCO/PARABA/R. G. DO NORTE/ALAGOASRua Corredor do Bispo, 185 Boa Vista Fone: (81) 3421-4246 Fax: (81) 3421-4510 Recife

    RIBEIRO PRETO (SO PAULO)Av. Francisco Junqueira, 1255 Centro Fone: (16) 3610-5843 Fax: (16) 3610-8284 Ribeiro Preto

    RIO DE JANEIRO/ESPRITO SANTORua Visconde de Santa Isabel, 113 a 119 Vila Isabel Fone: (21) 2577-9494 Fax: (21) 2577-8867 / 2577-9565 Rio de Janeiro

  • RIO GRANDE DO SULAv. A. J. Renner, 231 Farrapos Fone/Fax: (51) 3371-4001 / 3371-1467 / 3371-1567 Porto Alegre

    SO PAULOAv. Antrtica, 92 Barra Funda Fone: PABX (11) 3616-3666 So Paulo

    ISBN 978-85-02-21817-8

    Bueno, Cassio ScarpinellaCurso sistematizado de direito processual civil : tutelajurisdicional executiva, vol. 3 / Cassio ScarpinellaBueno. 7. ed. rev. e atual. So Paulo : Saraiva, 2014.Bibliografia.1. Direito processual civil - Brasil 2. Execuo (Direitocivil) - Brasil 3. Tutela jurisdicional executiva - Brasil I. Ttulo.CDU-347.922.33:347.952(81)

    ndice para catlogo sistemtico:1. Brasil : Tutela jurisdicional executiva : Direito

    processual civil 347.922.33:347.952(81)

    Diretor editorial Luiz Roberto CuriaGerente editorial Thas de Camargo Rodrigues

    Assistente editorial Poliana Soares AlbuquerqueProdutora editorial Clarissa Boraschi Maria

    Preparao de originais Ana Cristina Garcia / Maria Izabel Barreiros Bitencourt Bressan / Maria de Lourdes AppasProjeto grfico Lais Soriano

    Arte e diagramao Jessica SiqueiraReviso de provas Amlia Kassis Ward / Wilson Imoto / Adriana Barbieri de Oliveira

    Servios editoriais Kelli Priscila Pinto / Surane VellenichCapa Muiraquit Editorao Grfica

    Produo grfica Marli RampimProduo eletrnica Ro Comunicao

  • Data de fechamento da edio: 4-11-2013

    Dvidas?Acesse www.editorasaraiva.com.br/direito

    Nenhuma parte desta publicao poder ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prvia autorizao da Editora Saraiva.A violao dos direitos autorais crime estabelecido na Lei n. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Cdigo Penal.

  • O autor Mestre, Doutor e Livre-docente em Direito Processual Civil pela Faculdade de Direito da PUCSP. Professor deDireito Processual Civil nos cursos de Graduao, Especializao, Mestrado e Doutorado da Faculdade de Direito daPUCSP. Membro e Diretor de Relaes Institucionais do Instituto Brasileiro de Direito Processual. Membro do InstitutoIberoamericano de Direito Processual e da Associao Internacional de Direito Processual. Integrou a Comisso Tcnicade Apoio elaborao do relatrio-geral na reviso do projeto do novo Cdigo de Processo Civil no mbito do SenadoFederal e participou dos Encontros de Trabalho de Juristas sobre o mesmo Projeto no mbito da Cmara dos Deputados.Advogado.

  • Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...Por isso a minha aldeia to grande como outra terra qualquer

    Porque eu sou do tamanho do que vejoE no do tamanho da minha altura...

    Nas cidades a vida mais pequena

    Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro,Na cidade as grandes casas fecham vista chave,

    Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o cu,Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que nossos olhos nos podem dar,

    E tornam-nos pobres porque a nossa nica riqueza ver.

    (Alberto Caeiro)

  • A Ela, porque realizar preciso (...)

  • ABREVIATURAS

    AASP Associao dos Advogados de So PauloAC Ao CautelarADC Ao Declaratria de ConstitucionalidadeADCT Ato das Disposies Constitucionais TransitriasADI Ao Direta de InconstitucionalidadeAgREsp Agravo Regimental no Recurso EspecialAgRg na MC Agravo Regimental na Medida CautelarAgRg no Ag Agravo Regimental no Agravo de InstrumentoAgRg no AgRg no Ag Agravo Regimental no Agravo Regimental no Agravo de InstrumentoAgRg no AREsp Agravo Regimental no Agravo em Recurso EspecialAgRg nos EAg Agravo Regimental nos Embargos de Divergncia em AgravoAgRg nos EDcl no AREsp Agravo Regimental nos Embargos de Declarao no Agravo em

    Recurso EspecialAgRg no REsp Agravo Regimental no Recurso EspecialAgRg nos EDcl no REsp Agravo Regimental nos Embargos de Declarao no Recurso EspecialAI Agravo de InstrumentoAI-AgR Agravo Regimental no Agravo de InstrumentoAI-AgR-ED Embargos de Declarao no Agravo Regimental no Agravo de InstrumentoAI-RG Repercusso Geral em Agravo de InstrumentoANATEL Agncia Nacional de TelecomunicaesANEEL Agncia Nacional de Energia EltricaARE Recurso Extraordinrio com AgravoARE-RG Repercusso Geral no Recurso Extraordinrio com AgravoArt. artigoCC Conflito de CompetnciaCE Corte Especialcoord. coordenaoCP Cdigo Penal (Decreto-lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940)CPC Cdigo de Processo Civil (Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973)CPC/1939 Cdigo de Processo Civil de 1939 (Decreto-lei n. 1.608, de 18 de setembro de 1939)CPP Cdigo de Processo Penal (Decreto-lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941)CTN Cdigo Tributrio Nacional (Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966)Des. Desembargador(a)

  • DJ Dirio da JustiaDJe Dirio da Justia Eletrnico*

    DJE Dirio da Justia Eletrnico*DJU Dirio da Justia da UnioEAg Embargos de Divergncia em AgravoEC Emenda ConstitucionalECT Empresa Brasileira de Correios e TelgrafosEDcl no AgRg no Ag Embargos de Declarao no Agravo Regimental no Agravo de InstrumentoEDcl no AgRg no CC Embargos de Declarao no Agravo Regimental no Conflito de

    CompetnciaEDcl no AgRg no REsp Embargos de Declarao no Agravo Regimental no Recurso EspecialEDcl no REsp Embargos de Declarao no Recurso EspecialEInf nos EDcl na AR Embargos Infringentes nos Embargos de Declarao na Ao RescisriaEREsp Embargos de Divergncia em Recurso EspecialHC Habeas CorpusIF Interveno federalINSS Instituto Nacional do Seguro SocialIntMun Interveno em Municpioj.m.v. julgamento por maioria de votosj.un. julgamento unnimeMC Medida CautelarMin. Ministro(a)MS-AgR Agravo Regimental no Mandado de Seguranan. nmeroOAB Ordem dos Advogados do Brasilp. pginap./ parapp. pginasPUCSP Pontifcia Universidade Catlica de So PauloRcl ReclamaoRcl-AgR Agravo Regimental na ReclamaoRE Recurso ExtraordinrioRE-AgR Agravo Regimental no Recurso ExtraordinrioRE-ED Embargos de Declarao no Recurso ExtraordinrioRE-ED-ED Embargos de Declarao nos Embargos de Declarao no Recurso ExtraordinrioRE-QO Questo de Ordem em Recurso ExtraordinrioRE-RG Repercusso Geral no Recurso ExtraordinrioRel. Relator(a)Rel. p./acrdo Relator(a) para o acrdoREsp Recurso EspecialRHC Recurso em Habeas Corpus

  • RMS Recurso Ordinrio em Mandado de SeguranaRPV Requisio de Pequeno Valors/ed. sem editorass. seguintesSTF Supremo Tribunal FederalSTJ Superior Tribunal de Justiat. tomoTFR Tribunal Federal de RecursosTJDFT Tribunal de Justia do Distrito Federal e TerritriosTJSP Tribunal de Justia do Estado de So PauloTJRJ Tribunal de Justia do Estado do Rio de Janeirotir. tiragemv. vervol. volume

    * O nmero que segue a abreviatura refere-se ao do exemplar do Dirio da Justia e a data a da sua disponibilizao na pgina doTribunal. Quando no indicado nenhum nmero, a data a da publicao do Dirio da Justia.

  • NDICE

    AbreviaturasNota 7 edioNota 6 edioNota 5 edioNota 4 edioNota 3 edioNota 2 edio

    Introduo1. Objeto de estudo2. As fases ideais do procedimento3. O processo de execuo e a ao de execuo

    PARTE I ASPECTOS GERAIS DA TUTELA E DA ATIVIDADE JURISDICIONALEXECUTIVA

    Captulo 1 Classificao e princpios da tutela jurisdicional executiva1. Consideraes iniciais2. Classificando a tutela jurisdicional executiva

    2.1. Quanto origem do ttulo executivo2.1.1. As regras de reenvio dos arts. 475-R e 598

    2.2. Quanto estabilidade do ttulo executivo2.3. Quanto modalidade da obrigao

    2.3.1. Quanto origem da dvida2.3.2. Quanto solvabilidade do devedor

    2.4. Quanto aos efeitos3. Princpios da tutela jurisdicional executiva

    3.1. Do princpio da autonomia ao princpio do sincretismo3.2. Princpio do ttulo executivo3.3. Princpio da patrimonialidade3.4. Princpio da disponibilidade3.5. Princpio da adequao3.6. Princpio da tipicidade dos atos executivos

  • 3.7. Princpios do resultado e da menor gravosidade ao executado: a execuo equilibrada3.8. Princpio da lealdade: os atos atentatrios dignidade da justia

    3.8.1.A cobrana das multas ou indenizaes pela litigncia de m-f3.9. Princpio da responsabilidade

    Captulo 2 O chamado processo de execuo1. Consideraes iniciais2. Competncia

    2.1. Foros concorrentes para a execuo3.Petio inicial

    3.1. Cumulao de pedidos3.2. Elementos da demanda

    4. Certido comprobatria do ajuizamento da execuo4.1. O ajuizamento da execuo4.2. Uma faculdade para o exequente4.3. Elementos da certido4.4. Averbao e no registro4.5. A comunicao da averbao4.6. Cancelamento das averbaes4.7. Fraude execuo4.8. Responsabilizao do exequente4.9. Regulao pelos Tribunais

    5. Suspenso das atividades executivas6. Decises7. Recursos8. Procedimento

    Captulo 3 A chamada ao de execuo1. Consideraes iniciais2. Legitimidade das partes

    2.1. Pluralidade de partes e interveno de terceiros na execuo3. Interesse de agir4. Possibilidade jurdica do pedido5. O mrito e a possibilidade de seu julgamento

    Captulo 4 Ttulo executivo1. Consideraes iniciais2. Obrigao certa, exigvel e lquida3. O ttulo executivo como prova de uma obrigao certa, exigvel e lquida

    3.1. Eficcia abstrata do ttulo executivo4. Ttulos executivos judiciais

  • 4.1. Sentena que reconhece a obrigao de fazer, no fazer, entregar ou pagar4.1.1. Outras decises que reconheam a existncia das obrigaes

    4.2. Sentena penal4.3. Sentena homologatria de transao4.4. Sentena arbitral4.5. Acordos extrajudiciais homologados judicialmente4.6. Sentena estrangeira4.7. Formal e certido de partilha4.8. A citao para a execuo

    5. Ttulos executivos extrajudiciais5.1. Letra de cmbio, nota promissria, duplicata, debnture e cheque5.2. Escritura pblica ou documento pblico; documento particular e instrumento de transao

    5.2.1. Escritura pblica ou documento pblico assinado pelo devedor5.2.2. Documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas5.2.3. Instrumento de transao referendado pelo Ministrio Pblico, pela Defensoria Pblica

    ou pelos advogados dos transatores5.3. Contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e cauo. Contratos de seguro de vida

    5.3.1. Contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e cauo5.3.2. Contratos de seguro de vida

    5.4. Crdito decorrente de foro e laudmio5.5. Aluguel e encargos condominiais5.6. Crditos de serventurios da justia5.7. Certido de dvida ativa5.8. A norma de encerramento5.9. Ttulos executivos extrajudiciais estrangeiros

    Captulo 5 Liquidao1. Consideraes iniciais

    1.1. Ainda a liquidao como fase do processo1.2. A intimao para a liquidao

    2. Finalidade3. Liquidao provisria4. Vedao da sentena ilquida em procedimento sumrio5. Limites da liquidao6. A deciso que encerra a liquidao

    6.1. Recurso cabvel6.2. Quando a hiptese for de clculos aritmticos6.3. Coisa julgada formal e material6.4. Despesas processuais e honorrios de advogado

  • 7. Identificao do valor por memria de clculo7.1. Clculo aritmtico7.2. Momento de apresentao7.3. Dados em posse do executado ou do terceiro7.4. O contador do juzo7.5. A memria de clculo e a execuo fundada em ttulo extrajudicial7.6. A apresentao de memria de clculo pelo executado7.7. Atualizao monetria

    8. Liquidao por arbitramento8.1. Procedimento

    9. Liquidao por artigos9.1. Procedimento

    Captulo 6 Execuo provisria1. Consideraes iniciais

    1.1. Execuo provisria de ttulos executivos judiciais e de ttulos executivos extrajudiciais1.2. A execuo provisria e o sistema recursal: a execuo provisria ope legis e a execuo

    provisria ope judicis2. Regime jurdico

    2.1. A execuo provisria segue no que couber a disciplina da execuo definitiva2.2. A iniciativa do exequente: a incidncia do art. 475-J na execuo provisria2.3. A responsabilidade do exequente2.4. Cauo

    2.4.1. Dispensa2.4.1.1. Nos casos do inciso I do 2 do art. 475-O2.4.1.2. Nos casos do inciso II do 2 do art. 475-O

    3. A documentao da execuo provisria (carta de sentena)4. As consequncias do provimento do recurso5. Execuo provisria de ttulos executivos extrajudiciais

    5.1. Recebimento dos embargos com efeito suspensivo5.2. A deciso de improcedncia dos embargos5.3. O art. 587 e a impugnao

    PARTE II EXECUO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE

    Captulo 1 Execuo com base em ttulo judicial1. Consideraes iniciais2. Cumprimento de sentena e execuo3. O prazo de quinze dias para pagamento

    3.1. A incidncia da multa3.2. A fluncia do prazo de quinze dias

  • 3.3. Execuo provisria e a multa do art. 475-J3.4. A contagem do prazo para pagamento3.5. O valor da condenao3.6. Aspectos prticos da multa3.7. Iniciativa do devedor3.8. Honorrios de advogado3.9. Custas processuais

    4. O requerimento do exequente para o incio dos atos executivos5. Penhora de bens

    5.1. Avaliao dos bens penhorados5.2. Intimao da penhora

    5.2.1. Dificuldades com a avaliao do bem penhorado5.3. Prazo para a impugnao

    6. Prescrio6.1. Arquivamento dos autos

    Captulo 2 Execuo com base em ttulo extrajudicial1. Consideraes iniciais2. Petio inicial

    2.1. Fixao de honorrios3. Citao

    3.1. O mandado de citao, penhora e avaliao3.2. Arresto de bens

    3.2.1. Fluncia do prazo para pagamento4. Pagamento5. Penhora e avaliao de bens

    5.1. Indicao de bens penhora pelo exequente5.2. Intimao do executado para indicao de bens penhora5.3. Intimao da penhora

    5.3.1. No localizao do executado

    Captulo 3 Responsabilidade patrimonial1. Consideraes iniciais2. Bens do sucessor a ttulo singular3. Os bens do scio4. Os bens do devedor em poder de terceiros5. Os bens do cnjuge6. Bens alienados ou gravados com nus real em fraude de execuo

    Captulo 4 Penhora1. Consideraes iniciais

  • 2. Impenhorabilidade absoluta2.1. Bens inalienveis e no sujeitos execuo2.2. Mveis2.3. Vesturios e pertences de uso pessoal2.4. Valores destinados subsistncia do executado2.5. Bens para o exerccio da profisso2.6. Seguro de vida2.7. Obras em andamento2.8. Pequena propriedade rural2.9. Recursos pblicos2.10. Depsitos em caderneta de poupana2.11. Recursos pblicos do fundo partidrio2.12. Crdito para aquisio do bem

    3. Impenhorabilidade relativa4. A ordem preferencial da penhora

    4.1. Dinheiro4.2. Veculos4.3. Bens mveis4.4. Bens imveis4.5. Navios e aeronaves4.6. Aes e quotas sociais4.7. Faturamento de empresa

    4.7.1. Procedimento4.7.2. Penhora de empresa e outros estabelecimentos

    4.8. Pedras e metais preciosos4.9. Ttulos da dvida pblica4.10. Ttulos e valores mobilirios4.11. Outros direitos

    4.11.1. Procedimento4.12. Execuo de crdito com garantia real

    5. A realizao da penhora5.1. A penhora on line

    5.1.1. A atuao oficiosa do magistrado5.1.2. Os limites das informaes e da indisponibilidade dos ativos5.1.3. As hipteses de impenhorabilidade

    5.2. O local da penhora5.3. Penhora de bens imveis5.4. Penhora e meios eletrnicos

  • 6. Depsito dos bens penhorados6.1. Depsito em mos do executado6.2. Depsito de joias, pedras e objetos preciosos6.3. Priso civil de depositrio judicial infiel

    7. A substituio dos bens penhorados7.1. No observncia da ordem legal7.2. Penhora sobre coisa certa7.3. Penhora de bens no foro da execuo7.4. Penhora de bens j penhorados7.5. Penhora de bens de baixa liquidez7.6. Nova penhora pela frustrao de anterior alienao judicial7.7. Falta de cumprimento de deveres pelo executado7.8. Fiana bancria ou seguro7.9. Bem imvel

    8. Incidente para substituio do bem penhorado9. Deveres do executado10. Avaliao dos bens penhorados

    10.1. Oitiva das partes sobre a avaliao do oficial de justia10.2. Incidente de avaliao10.3. Avaliao e auto de penhora10.4. Avaliao de bem imvel suscetvel de diviso10.5. Nova avaliao10.6. Dispensa de avaliao

    11. Novas penhoras12. Atos antecedentes expropriao dos bens penhorados

    Captulo 5 Mecanismos expropriatrios1. Consideraes iniciais2. Adjudicao

    2.1. Adjudicao de bens imveis e de mveis2.2. Legitimidade para adjudicar

    2.2.1. Legitimidade do cnjuge, descendentes ou ascendentes2.2.2. Legitimidade dos scios

    2.3. Pressupostos2.4. Adjudicao por conta do crdito e prosseguimento da execuo2.5. Concorrncia entre credores2.6. Encerramento2.7. Deciso

    2.7.1. Auto de adjudicao

  • 2.7.2. Carta de adjudicao de mandado de entrega do bem3. Alienao por iniciativa particular

    3.1. Procedimento3.2. Documentao3.3. Regulamentao pelos Tribunais

    4. Alienao em hasta pblica4.1. Praa e leilo

    4.1.1. Deveres do leiloeiro4.1.2. Escolha do leiloeiro

    4.2. O edital4.2.1. Descrio do bem penhorado4.2.2. Valor do bem4.2.3. Localizao do bem4.2.4. Dia, local e hora4.2.5. nus existentes, recursos e causas pendentes4.2.6. Segunda convocao4.2.7. Dispensa do edital4.2.8. Publicao do edital

    4.3. Intimao pessoal do executado4.3.1. Outras intimaes4.3.2. Intimao dos credores com direito real e com penhora anterior

    4.3.2.1. Intimao por qualquer modo idneo4.3.2.2. Especificamente a intimao do exequente com penhora averbada4.3.2.3. Descumprimento do art. 698

    4.4. Adiamento de praa ou leilo4.4.1. Providncias para a nova praa ou leilo

    4.5. Alienao judicial em ambiente virtual4.5.1. Regulamentao da regra

    4.6. A arrematao4.6.1. Legitimados para a arrematao

    4.6.1.1. Legitimidade do exequente4.6.2. Preo vil4.6.3. Finalizao da arrematao4.6.4. Pagamento da arrematao

    4.6.4.1. No pagamento ou no prestao da cauo4.6.4.1.1. Sub-rogao do fiador4.6.4.1.2. Pagamento por terceiro

    4.6.5. Arrematao de bem imvel

  • 4.6.5.1. Alienao de imvel de incapaz4.6.5.2. Alienao antes da nova praa4.6.5.3. Alienao de parte de imvel

    4.6.6. O arrematante vencedor4.6.6.1. Desempate entre vrios pretendentes

    4.7. Auto de arrematao4.7.1. Ordem de entrega e carta de arrematao4.7.2. Lavratura do auto

    4.8. Ineficcia da arrematao4.8.1. Nulidade da arrematao4.8.2. Falta de pagamento ou prestao de cauo4.8.3. Ausncia de meno a nus real ou gravame4.8.4. Apresentao de embargos4.8.5. Arrematao por preo vil4.8.6. Outros casos4.8.7. Formas de questionamento da arrematao4.8.8. Acolhimento dos embargos

    4.9. Carta de arrematao4.9.1. Elementos4.9.2. Bens mveis4.9.3. Imisso na posse dos bens arrematados

    5. Usufruto de mvel ou imvel5.1. Natureza jurdica5.2. Pressupostos para concesso

    5.2.1. Instante procedimental para instituio5.2.2. Necessidade de iniciativa do exequente5.2.3. Procedimento5.2.4. Nomeao do perito5.2.5. Deciso

    5.3. O administrador5.4. Efeitos da instituio

    5.4.1. Carta de usufruto5.5. Alienao do bem5.6. Recebimento de aluguis5.7. Locao do bem5.8. Encerramento

    6. Remio da execuo

    Captulo 6 Pagamento do exequente

  • 1. Consideraes iniciais2. A entrega de dinheiro

    2.1. Credor singular2.2. Concurso de credores2.3. Quitao do valor levantado2.4. Execuo provisria

    3. Suficincia do pagamento ao exequente3.1. Insuficincia do pagamento

    4. Concurso singular de credores4.1. Legitimados a participar4.2. Ordem de preferncia4.3. Preferncia entre credores quirografrios4.4. Procedimento4.5. Prazo4.6. Encerramento

    4.6.1. Princpio da fungibilidade4.7. Credores no satisfeitos

    5. Extino da execuo

    Captulo 7 Execuo de alimentos1. Consideraes iniciais2. Classificao dos alimentos3. Mecanismos executivos

    3.1. Desconto em folha3.2. Cobrana de aluguis e outros rendimentos3.3. Execuo por quantia certa

    3.3.1. Priso civil4. Os alimentos indenizativos

    4.1. Constituio de capital4.2. Formas de constituio de capital4.3. Substituio da constituio de capital4.4. Alterao da garantia prestada4.5. Salrio mnimo como indexador do valor da prestao4.6. Liberao das garantias4.7. Outros mecanismos executivos e alimentos indenizativos

    5. Defesas do executado

    Captulo 8 Execuo contra a Fazenda Pblica1. Consideraes iniciais

    1.1. A Lei n. 11.232/2005 e a Fazenda Pblica

  • 2. A Fazenda Pblica para os fins do art. 7303. Obrigaes de natureza alimentar4. Execuo por ttulo judicial ou extrajudicia5. Reexame necessrio6. Trnsito em julgado7. Requisio de pagamento8. Precatrio complementar

    8.1. A vedao do precatrio complementar9. Obrigaes de pequeno valor10. Preterio na ordem de pagamento11. No pagamento ou falta de incluso no oramento11-A. Outras inovaes da EC n. 62/200912. Os arts. 78, 86 e 97 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias

    PARTE III EXECUO DAS OBRIGAES DE FAZER E NO FAZER

    Captulo 1 Execuo com base em ttulo judicial1. Consideraes iniciais2. Obrigaes de fazer e no fazer no plano material3. O art. 461 como forma de obteno de ttulo executivo judicial4. Mecanismos de efetivao da tutela especfica ou da obteno do resultado prtico equivalente

    (medidas de apoio)4.1. Multa4.2. Priso

    5. Intimao para cumprimento6. Perdas e danos7. Antecipao dos efeitos da tutela jurisdicional

    7.1. O cumprimento da tutela jurisdicional antecipada8. O art. 461 e o direito processual pblico9. A defesa do executado e o art. 461

    Captulo 2 Execuo com base em ttulo extrajudicial1. Consideraes iniciais2. Execuo de fazer

    2.1. Petio inicial e citao do executado2.2. Comportamentos do executado2.3. Cumprimento por terceiro2.4. Perdas e danos2.5. Defesa do executado

    3. Execuo de no fazer3.1. Petio inicial, citao e comportamentos do executado

  • 3.2. Defesa do executado

    PARTE IV EXECUO DAS OBRIGAES DE ENTREGA DE COISA

    Captulo 1 Execuo com base em ttulo judicial1. Consideraes iniciais2. Obrigaes de dar coisa no plano material3. Obrigaes de dar coisa no plano processual

    3.1. Escolha pelo credor3.2. Escolha pelo devedor

    4. Entrega da coisa5. No entrega da coisa6. Mandado de busca e apreenso ou imisso na posse7. Subsidiariedade do art. 4618. Intimao para cumprimento9. Perdas e danos10. O art. 461-A e o direito processual pblico11. A defesa do executado e o art. 461-A

    Captulo 2 Execuo com base em ttulo extrajudicial1. Consideraes iniciais2. Execuo de dar coisa certa

    2.1. Petio inicial e comportamentos possveis do executado2.2. A no entrega da coisa2.3. Converso em perdas e danos2.4. Defesa do executado

    3. Execuo de dar coisa incerta3.1. O incidente de individualizao da coisa3.2. Aplicao subsidiria da disciplina da execuo de dar coisa certa3.3. Defesa do executado

    PARTE V DEFESAS DO EXECUTADO

    Captulo 1 Impugnao1. Consideraes iniciais

    1.1. A impugnao como defesa do executado2. Fundamentos

    2.1. Falta ou nulidade de citao2.2. Inexigibilidade do ttulo2.3. Penhora ou avaliao incorreta2.4. Ilegitimidade das partes2.5. Excesso de execuo

  • 2.6. Causas impeditivas, modificativas ou extintivas da obrigao supervenientes sentena2.7. Incompetncia do juzo, suspeio ou impedimento do juiz2.8. A impugnao e o princpio da concentrao da defesa

    3. Procedimento3.1. Prazo na diversidade de executados3.2. Indeferimento liminar

    4. Efeito suspensivo4.1. Prosseguimento da execuo

    4.1.1. Cauo suficiente e idnea4.2. Carta de impugnao

    4.2.1. Peas de instruo5. Resposta do exequente e fase instrutria6. Deciso e recursos7. Coisa julgada8. Honorrios de advogado e despesas processuais

    Captulo 2 Embargos execuo1. Consideraes iniciais2. Natureza jurdica3. Apresentao dos embargos execuo

    3.1. Competncia3.2. Legitimidade3.3. Prazo

    3.3.1. Litisconsrcio passivo na execuo3.3.2. Execuo por carta precatria3.3.3. Pluralidade de advogados

    4. Rejeio liminar4.1. Embargos intempestivos4.2. Petio inicial inepta4.3. Embargos manifestamente protelatrios4.4. Outros casos4.5. Deciso

    5. Efeito suspensivo5.1. Atribuio5.2. Prvia oitiva do exequente5.3. Efeito suspensivo parcial5.4. Reviso da deciso concessiva5.5. Efeito suspensivo e pluralidade de embargos5.6. Penhora e avaliao de bens

  • 6. Fundamentos6.1. Nulidade da execuo6.2. Penhora incorreta ou avaliao errnea6.3. Excesso de execuo ou cumulao indevida de execues6.4. Embargos por reteno de benfeitorias6.5. Outros fundamentos

    6.5.1. Embargos execuo e reconveno6.6. Incompetncia relativa, suspeio e impedimento

    7. Procedimento8. Julgamento

    8.1. Embargos protelatrios9. Recurso10. Coisa julgada

    Captulo 3 Moratria1. Consideraes iniciais2. Consolidao da dvida e depsito inicial3. Deferimento4. Descumprimento5. Moratria e embargos parciais6. Aplicao execuo de ttulo judicial

    Captulo 4 Embargos de segunda fase1. Consideraes iniciais2. Procedimento3. Desistncia da aquisio4. Embargos protelatrios

    Captulo 5 Embargos execuo contra a Fazenda Pblica1. Consideraes iniciais2. Natureza jurdica3. Fundamentos4. Procedimento5. A defesa da Fazenda nas execues de obrigao de fazer, no fazer e dar coisa

    Captulo 6 Outros mecanismos de defesa do executado1. Consideraes iniciais2. Exceo e objeo de pr-executividade

    2.1. Procedimento3. Outras medidas

    Apndice 1 Pequeno glossrio de direito processual civil

  • Apndice 2 Uma breve incurso no novo Cdigo de Processo Civil

    Bibliografia consultadaSites consultados

  • NOTA 7 EDIO

    extremamente recompensador redigir a nota, ainda que breve, que abre a 7 edio do volume 3do meu Curso sistematizado de direito processual civil.

    De pronto, agradeo e muito os comentrios com relao ao trabalho que tm chegado a mimpor variadas formas; seja em uma conversa depois de alguma palestra ou aula em algum lugar doBrasil, um e-mail ou um bate-papo na sala de professores na minha querida PUCSP com meuscarssimos colegas de magistrio. Agradeo no s os elogios, mas tambm as crticas que,sobretudo quando negativas, fazem-me pens-lo e repens-lo, aperfeioando-o, esclarecendo-o ecomplementando-o. Transformando-o, por isso mesmo, em um livro vivo que, felizmente, vemganhando a cada ano uma nova edio sempre com algo mais a ser dito, debatido ou analisado.Incentivos como estes seriam o bastante para justificar uma nova edio.

    desejvel, contudo, ir alm. Tambm a justifica a necessidade de inserir novas e interessantesdecises dos nossos Tribunais que querem, sempre, ilustrar a matria exposta ao longo do volume.Com relao aos acrdos do Superior Tribunal de Justia, quis deixar mais claros os casos queforam julgados (ou esto prontos para o serem) como Recursos Especiais Repetitivos, j que, paraeles, em rigor, deve ser aplicada a disciplina constante do art. 543-C do Cdigo de Processo Civil,exposta pelo n. 4.4 do Captulo 11 da Parte I do volume 5 deste Curso. No obstante as observaescrticas l tecidas mormente quanto duvidosa possibilidade de lei delegar competnciaconstitucionalmente fixada para julgamento do Recurso Especial , o destaque relevantssimojustamente por causa do regime diferenciado de observncia da deciso tomada pelo STJ quandoadotada aquela tcnica de julgamento pelos demais Tribunais.

    Com relao ao Projeto de Novo Cdigo de Processo Civil, o Apndice respectivo traz brevescomentrios comparativos aos Projetos aprovados no Senado Federal (PLS n. 166/2010) e naComisso Especial da Cmara dos Deputados (PL n. 8.046/2010) sem veicular, contudo, os textosrespectivos. A efetiva comparao entre o Projeto a ser aprovado no Plenrio da Cmara dosDeputados que vem sendo chamado de Emenda Aglutinativa Substitutiva Global e o Projetoaprovado no Senado Federal, com os respectivos textos, tarefa que desenvolvo em outro trabalhomeu especialmente dedicado a tanto: Projetos de novo Cdigo de Processo Civil: comparados eanotados Senado Federal (PLS 166/2010) e Cmara dos Deputados (PL 8.046/2010), no prelo daEditora Saraiva.

    Para c e neste momento, sem a concluso dos trabalhos legislativos, justifica-se a mesmaressalva que fechou a Nota Introdutria da edio anterior: tal circunstncia no e nem pode ser bice para o estudo do direito processual civil vigente. Ainda tempo de e para estudar o Cdigo deProcesso Civil em vigor, sistematizando-o, como aqui se prope, desde o modelo constitucional dodireito processual civil.

  • A finalidade do Apndice, por isso mesmo, esgota-se em informar o leitor a respeito daspropostas centrais do Projeto de Novo Cdigo de Processo Civil, tendo presente o que j foiaprovado no Senado em dezembro de 2010 e o que, ao tempo de fechamento desta edio, aindapendia de aprovao no Plenrio da Cmara dos Deputados a partir do que foi aprovado naComisso Especial, instituda para debater o Projeto naquela Casa Legislativa.

    O Curso como um todo tem objetivo diverso. Ele quer, como sempre quis, ir alm: ele querformar um pensamento contemporneo (neoconcretista) do direito processual civil brasileirodesde os primeiros momentos em que o estudante de Direito tem contato com a matria. Umpensamento que no se contenta (e no se conforma) com a mera informao, to fcil e disponvelna atualidade, mas que a trabalha (e a retrabalha) para permitir uma adequada formao dos futurosprofissionais do Direito.

    Assim, e s assim, melhores dias para o direito processual civil e para o papel que ele devedesempenhar em um Estado Constitucional viro. Inclusive e nem poderia ser diferente nagerao de mais pensamento crtico sobre as tantas questes que ele apresenta e, como tambm nopoderia deixar de ser, no exerccio diuturno e responsvel de cada uma das funes essenciais Administrao da Justia.

    Cassio Scarpinella Bueno

    4 de novembro de 2013

  • NOTA 6 EDIO

    muito gratificante redigir a breve nota que abre a 6 edio do volume 3 deste CursoSistematizado de Direito Processual Civil.

    Esta nova edio, a exemplo das dos outros volumes do Curso, vem revista pelas mais recentesdecises do Superior Tribunal de Justia sobre os temas aqui enfrentados, inclusive pelasrespectivas novas smulas daquele Tribunal. Tambm importantes decises do Supremo TribunalFederal, do Tribunal de Justia do Estado de So Paulo e do Tribunal Regional Federal da 3 Regioso mencionadas, todas elas com o intuito de ilustrar a exposio, ofertando ao leitor um quadrobastante fiel (e atual) das discusses existentes sobre os variados assuntos aqui tratados.

    Com relao ao Projeto de Novo Cdigo de Processo Civil, cabe dizer que, poca em que foifechada esta edio, os trabalhos de reviso perante a Cmara dos Deputados no estavam, ainda,concludos, sendo prematura, por isto, a veiculao do Relatrio-Geral at ento elaborado.

    A ausncia da concluso dos trabalhos legislativos sobre um novo Cdigo de Processo Civil,contudo, no e nem pode ser bice para o estudo do direito processual civil vigente. este, eno aquele, o objetivo do presente trabalho, que vem sendo perseguido pelas edies anteriores e,como sua receptividade parece demonstrar, tem conseguido alcanar.

    Em suma: ainda tempo (e necessrio e indispensvel) de e para estudar o Cdigo de ProcessoCivil em vigor, sistematizando-o, como aqui se prope, desde o modelo constitucional do direitoprocessual civil.

    Cassio Scarpinella Bueno

  • NOTA 5 EDIO

    A cada novo ano uma nova edio. com esse pensamento que vem a pblico a 5 edio dovolume 3 deste Curso sistematizado de direito processual civil, dedicado ao exame da tutelajurisdicional executiva.

    Ainda tempo de pensarmos, todos, no Cdigo de Processo Civil reformado, no Cdigo deProcesso Civil vigente. O Projeto do novo Cdigo de Processo Civil tramita na Cmara dosDeputados sob o nmero 8.046/2010 e ainda no vejo razo para tratar do direito projetado, sem operigo de confundir o leitor, estudante ou estudioso do direito processual civil, sobre o que de legelata e o que de lege ferenda. At porque a funo exercida pela Cmara dos Deputados para os finsdo caput do art. 65 da Constituio Federal no parece querer ser meramente homologatria dostrabalhos desenvolvidos pela Comisso de Juristas que elaborou o Anteprojeto do novo Cdigo deProcesso Civil e do substitutivo que, em seu lugar, foi aprovado pelo Senado Federal (PLS n.166/2010). As notcias a respeito da tramitao do Projeto, em especial aquelas disponibilizadas poraquela prpria Casa Legislativa, do conta de intenso debate entre os parlamentares responsveispela conduo dos trabalhos, a Comisso de especialistas nomeada, a exemplo do que ocorreu noSenado Federal, para auxiliar nos trabalhos legislativos, e os mais diversos setores do Estado e dasociedade civil. E mais: modificado o Projeto no mbito da Cmara dos Deputados, seu retorno parao Senado Federal impositivo em funo do pargrafo nico do art. 65 da Constituio Federal.Tudo para que o processo legislativo seja o devido, em consonncia com o modelo constitucionalrespectivo.

    Por isso, temos, ainda aqui, de nos concentrar no direito vigente e na necessidade de suasistematizao. Evidentemente que esse comportamento no exclui a necessidade de efetivaparticipao no processo legislativo, iniciativa que, no exato limite das minhas possibilidades ecapacidade, tenho tido a oportunidade e o privilgio de vir tomando. O que quero destacar, apenas eto somente, que no acho oportuno mesclar duas frentes de trabalho que se mostram bastantediferentes. Decididamente no a proposta deste Curso. Suficiente, por isso, o Apndice 2, quepassou a incorporar o volume desde a 4 edio, e que deve ser lido para matar a sede informativa;no, contudo, a formativa. Querero saciar as edies futuras deste Curso, na exata medida em que oprocesso legislativo seja concludo e, evidentemente, em que o carssimo leitor mostre interesse emsaber o que este Curso ter a dizer a respeito da necessria sempre necessria e indispensvel sistematizao de um novo Cdigo de Processo Civil.

    Essa nova edio vem enriquecida, em consonncia com a pertinncia dos temas aqui discutidos,com as Smulas do Tribunal de Justia do Estado de So Paulo e com recentes decises do SuperiorTribunal de Justia e do Supremo Tribunal Federal. Tambm a Lei n. 12.431/2011 ganhou o espaodevido no exame da execuo contra a Fazenda Pblica porque regulamenta a (discutvel)

  • compensao prevista nos 9 e 10 do art. 100 da Constituio Federal, aps a redao que lhesdeu a Emenda Constitucional n. 62/2009. Tudo para ilustrar mais adequadamente a exposiofacilitando a sua compreenso.

    Cassio Scarpinella Bueno

    novembro de 2011

  • NOTA 4 EDIO

    O ano de 2010 viu a 3 edio do vol. 3 deste Curso sistematizado de direito processual civilesgotar-se rpida e completamente. A Editora Saraiva solicitou-me, por isso, a preparao de umanova edio, a 4, que agora vem a pblico.

    Ela traz novos julgados, novas Smulas do Superior Tribunal de Justia e as menes cabveis Lei n. 12.322/2010, buscando, com a iniciativa, atualizar e ilustrar a exposio feita, seguindo, noparticular, o norte das edies anteriores.

    Nessa nova edio o que vem sendo chamado de novo Cdigo de Processo Civil trazido comoum Apndice. Entendo que prematuro para um trabalho que quer, antes de tudo, lidar com o direitoprocessual vigente, analisando-o e sistematizando-o a partir do modelo constitucional do direitoprocessual civil, expor o que ser, oportunamente, um novo Cdigo de Processo Civil brasileiro. o caso de esperarmos, todos, participando dele, evidentemente, a concluso do processolegislativo. At l, no h outra postura, para trabalho com o propsito deste, que no a de (ainda)voltarmos a nossa ateno ao direito vigente, querendo tirar dele o seu melhor, realizando econcretizando o to propalado modelo constitucional. Ir alm parece querer especular com aspropostas que esto sendo debatidas no foro adequado. Longe de orientar, desorientam; longe deinformar, desinformam e, pior, no formam; traem, portanto, o objetivo de um Curso, qualquer queseja ele.

    Que a escolha retratada pelo pargrafo anterior no soe fora de seu contexto. No se trata decriticar o Anteprojeto apresentado pela Comisso de Juristas presidida pelo Ministro Luiz Fux erelatado pela Professora Teresa Arruda Alvim Wambier, nem de querer ser indiferente a ele; tambmno se trata de deixar de levar em conta as discusses travadas a seu respeito no Senado Federal e asmodificaes l introduzidas, que culminaram na aprovao do PLS 166/2010 por aquela CasaLegislativa em meados de dezembro de 2010 como Substitutivo. Trata-se, apenas, de enaltecer aimportncia do debate, institucional inclusive, daquela proposta na tramitao que uma lei, qualquerlei, deve ter em nosso modelo constitucional. Processo, vale insistir, sobre o que este Curso,desde o princpio, fez e faz questo de tratar no n. 1 do Captulo 3 da Parte III do vol. 1, no algoexclusivo do Poder Judicirio, do exerccio da funo jurisdicional pelo Estado-juiz. algo inerente atuao de todo o Estado; ao menos de modelos de Estado como o nosso, democrtico e dedireito.

    O clamor por um novo e imediato Cdigo de Processo Civil talvez mostre o quanto estamos,todos ns, desacostumados com o processo legislativo; talvez habituados demais e de formaperigosamente indiferente s constantes edies de Medidas Provisrias sobre os mais variadostemas, inclusive sobre o direito processual civil*. Menos mal que no so mais reedies dereedies de medidas provisrias, graas ao art. 1 da Emenda Constitucional n. 32/2001. Mas,

  • mesmo assim, nem sempre h relevncia e urgncia a justificar a edio de diversos daqueles atoscom fora de lei; no passado, no presente e, certamente, tambm no futuro. Objetivamente falando,no h nenhuma relevncia e menos ainda urgncia na aprovao de um novo Cdigo de ProcessoCivil. Deixemos as nossas duas Casas Legislativas falarem a seu respeito a partir do excelenteAnteprojeto que foi apresentado ao Senado Federal. Ouamos a sociedade, ouamos as Instituies,jurdicas ou no. Ouamos a academia. E tenhamos conscincia de que, nesse meio tempo, mesmocom a aprovao do Substitutivo pelo Senado Federal, o melhor a fazer compreenderadequadamente o direito posto, tal qual vigente, que tem que ser lido, construdo e compreendidopara ser aplicado, desde a Constituio Federal. At para que, desse prisma de anlise, possamoscontribuir, de alguma forma pensada e refletida para um novo Cdigo de Processo Civil semdesconsiderar o, perdoem a repetio, processo legislativo.

    No momento oportuno ser o caso de sistematizar tambm um novo Cdigo de Processo Civil.No esse, vale a nfase, o momento para um trabalho com a misso e com o papel que este Cursoquer desempenhar e, graas ao bom leitor, vem desempenhando, nos ltimos anos e nas suassucessivas edies.

    Como decorrncia do quanto consta dos pargrafos anteriores, duas medidas mostram-se mais quesuficientes para permitir que este Curso e a sistematizao nele proposta dialoguem suficientementecom o que est em discusso no Congresso Nacional: a primeira a exposio, com a necessriabrevidade, dos pontos centrais propostos pelo Substitutivo ao Anteprojeto do novo Cdigo deProcesso Civil, tal qual aprovado pelo Senado Federal, que dizem respeito matria tratada aolongo do volume; a segunda transcrever os respectivos dispositivos daquele mesmo Substitutivo.Para uma e para outra, volta-se o j anunciado Apndice 2.

    Quero agradecer, uma vez mais, a todos aqueles que, direta ou indiretamente, dedicaram algumaconsiderao ou alguma palavra ao trabalho. Que esta 4 edio seja to bem recebida quanto aanterior e como os demais volumes deste Curso sistematizado de direito processual civil, que, nesteano de 2011, chega, finalmente, sua verso completa, tal qual idealizada, com os seus 7 volumes,cada um deles voltado, nica e exclusivamente, misso de tornar mais eficiente o exerccio dafuno jurisdicional civil, lida, pensada, entendida e sistematizada a partir do modelo constitucionalde direito processual civil.

    Tanto mais importantes, sinceras e cabveis as palavras do pargrafo anterior diante da escolhaque os formandos da Faculdade de Direito da PUCSP no ano de 2010 fizeram ao escolher o meunome para Patrono de sua Turma. No posso e no quero deixar de retribuir aquela homenagem:quero homenagear aqui aqueles que me homenagearam. Vocs foram os primeiros a estudar direitoprocessual civil por este Curso. Vocs, mais que todos, viram e experimentaram a construo decada um desses volumes e cada uma das ideias neles contidas. Muito obrigado a todos vocs peloreconhecimento do meu trabalho; ao completar a elaborao de todos os volumes do Curso, nopoderia querer experimentar, com vocs, outra sensao; no poderia querer coisa diversa. Quevocs possam, ao seguir o seu prprio caminho, colher frutos e flores das sementes que plantamosjuntos, ainda melhores do que aqueles que agora vocs me do. E que vocs sejam, a partir do queconversamos nestes ltimos quatro anos, instrumentos decisivos na realizao do Direito.Instrumentos afinadssimos ao diapaso constitucional, aptos a tocar no s a mais bela das melodiasmas, tambm, seno principalmente, a bem harmoniz-la. Sejam felizes sempre.

  • Cassio Scarpinella Buenojaneiro de 2011

  • NOTA 3 EDIO

    O desejo de incluir os mais recentes julgados do Supremo Tribunal Federal e do SuperiorTribunal de Justia, e suas mais recentes Smulas sobre os diversos temas tratados ao longo dessevolume, bem como o advento da Emenda Constitucional n. 62, de 9 de dezembro de 2009, que dnova disciplina execuo contra a Fazenda Pblica, e institui regime especial de pagamento deprecatrios pelos Estados, Distrito Federal e Municpios, e da Lei n. 12.153, de 22 de dezembro de2009, que dispe sobre os Juizados Especiais da Fazenda Pblica no mbito dos Estados, DistritoFederal, Territrios e Municpios, foram suficientes para justificar a preparao de uma nova ediodo presente volume.

    Que esta 3 edio seja to bem recebida quanto a anterior e como os demais volumes deste Cursosistematizado de direito processual civil.

    Cassio Scarpinella Bueno

    janeiro de 2010

  • NOTA 2 EDIO

    Considerando a boa acolhida da 1 edio do vol. 3 deste Curso sistematizado de direitoprocessual civil, entendi ser importante preparar uma nova edio no s para, revisando o texto,deixar algumas ideias, noes e concluses mais claras, mas tambm e principalmente paradesenvolver mais demoradamente alguns pontos, acrescentar outros e introduzir novos julgados,sobretudo do STF e do STJ, que, desde o fechamento editorial anterior, chegaram a meuconhecimento e que se mostraram importantes para ilustrar melhor a exposio dos temas tratados aolongo do volume e as concluses nele alcanadas.

    A atualizao do texto justificou-se, outrossim, em funo do advento de alguns atos normativos,dentre eles a Lei n. 11.694, de 12 de junho de 2008, que trata da impenhorabilidade dos recursospblicos do fundo partidrio recebidos por partido poltico (art. 649, XI, do CPC) e a Lei n. 11.719,de 20 de junho de 2008, que, ao modificar o Cdigo de Processo Penal, traz importantes questesquanto quantificao do dano derivado da condenao criminal (art. 475-N, II, do CPC).

    Tambm quis incorporar nova edio a rica vivncia diria, confesso dos resultadosveiculados pela edio anterior na sua aplicao no exerccio do magistrio, a partir, sobretudo, dasturmas de Graduao e de Ps-Graduao da Faculdade de Direito da PUCSP, onde tenho tido oprivilgio de colocar prova a metodologia e as concluses aqui expostas em um ambienteacadmico que se mostrou e tem se mostrado extremamente recompensador.

    De outra parte, a intensa atividade acadmica que tive a honra de desenvolver ao longo do ano de2008 em outras instituies de ensino por todo o Brasil, em cursos de Graduao, Especializao,Mestrado e Doutorado viabilizou uma maior e melhor reflexo sobre muitos dos pontos de vista aquiexpostos. A reviso do texto, espero, ter condies de espelhar este amadurecimento.

    Por ora, s me resta agradecer a todos aqueles que dedicaram alguma considerao ou algumapalavra ao trabalho. Todas elas foram recebidas como verdadeiro incentivo para aprimorar, sempree cada vez mais, este Curso, que s quer tornar menos complicado e mais efetivo o exerccio dafuno jurisdicional civil.

    Cassio Scarpinella Bueno

    janeiro de 2009

  • INTRODUO

    1. OBJETO DE ESTUDOO presente volume do Curso sistematizado de direito processual civil volta-se ao estudo da

    tutela jurisdicional executiva.A expresso deve ser compreendida como os efeitos externos ao processo, a realizao concreta

    e sensvel, de uma especfica classe de tutela jurisdicional, assim entendida aquela de que trata o n.8.5.6 do Captulo 1 da Parte III do vol. 1. Para alcanar o plano exterior ao processo, a tutelajurisdicional executiva depende da prtica de diversos atos jurisdicionais no plano do processo,atos jurisdicionais que, em ltima anlise, buscam a satisfao do exequente, em conformidade com odireito que retratado no ttulo executivo, independentemente de sua origem, isto , seja ele judicialou extrajudicial. Tais atos so chamados, ao longo do volume, de atividade jurisdicional executivapara destacar que a sua prtica correlata efetivao da espcie de tutela jurisdicional aquiexaminada.

    No esta perspectiva da tutela jurisdicional executiva que aborda o vol. 2, tomo I, do Curso. L,a nfase do estudo repousa nos atos jurisdicionais que so praticados para o reconhecimento dodireito e, portanto, para que algum faa jus tutela jurisdicional executiva; no sua satisfao. Osatos jurisdicionais examinados naquela sede buscam a constituio, isto , a formao de um ttuloexecutivo que, graas sua origem, judicial.

    Um aspecto do direito processual civil analisar como fazer jus quela classe de tutelajurisdicional, que significa, em ltima anlise, o transporte de um conflito de direito material para oplano do processo para que o Estado-juiz reconhea, em conformidade com o modelo constitucionaldo direito processual civil, quem tem e quem no tem direito, assim entendido quem faz jus, ou no, tutela jurisdicional. o objeto do vol. 2, tomo I. Outro, atuar para obter concretamente a tutelajurisdicional, para tir-la do plano do processo e atu-la no plano material, atuar em busca dapercepo sensvel dos seus efeitos, do tipo de proteo que ela apta a produzir; atuar pararealizar concretamente um direito j suficiente e previamente reconhecido como existente. o quediz respeito ao desenvolvimento deste volume.

    Quando o direito j suficiente e previamente reconhecido pelo ordenamento jurdicoindependentemente da prvia atuao do Estado-juiz, que o que ocorre no caso dos ttulosexecutivos extrajudiciais, a primeira (embora no nica) preocupao que se pe a busca dasatisfao do direito l reconhecido, isto , a prtica dos atos jurisdicionais executivos, voltados satisfao do exequente. No se trata de saber quem faz, ou quem no faz, jus tutela mas,pressupondo a resoluo desta questo no prprio ttulo executivo, atuar para prest-la quele que destinatrio de seus efeitos.

    As regras relativas ao procedimento comum (ordinrio e sumrio) no so regras de efetivao

  • da tutela, de sua realizao concreta, no plano externo ao processo, mas, bem diferentemente, deverificao de quem faz jus sua prestao; so regras relativas ao reconhecimento, pelo Estado-juiz, de quem deve ser tutelado jurisdicionalmente, de que faz jus proteo jurisdicional sobredireito seu. So, neste sentido, atos precipuamente intelectuais, de cognio do direito. At porquepode ocorrer de o Estado-juiz tutelar suficientemente algum independentemente da produo dequaisquer efeitos externos ao processo, assim nos casos em que este Curso chama de tutelasjurisdicionais no executivas (v. n. 8.5.6 do Captulo 1 da Parte III do vol. 1).

    Nos casos, contudo, em que a proteo a ser dada ao jurisdicionado no se circunscreve aoreconhecimento jurisdicional da existncia de seu direito, faz-se indispensvel o exame dos atosjurisdicionais que se podem fazer necessrios para satisfazer aquele direito no plano exterior aoprocesso, para efetivar a tutela jurisdicional executiva, atos, destarte, precipuamente materiais, derealizao do direito.

    Como, por definio, a tutela jurisdicional executiva precisa ser complementada, pe-se anecessidade de estudar os atos que a complementam, que a externam, que a realizam no planoexterior ao processo; que transformam em ser o dever-ser retratado no ttulo executivo. Assim, aatividade jurisdicional executiva viabiliza, em ltima anlise, a materializao da tutelajurisdicional executiva, como verdadeira relao de causa e efeito. Este volume analisa uma eoutra, atividade e tutela, embora a nfase recaia no resultado da atividade, na implementao datutela, portanto, na proteo efetiva, concreta daquele que tem direito.

    Como se trata de atividade jurisdicional, mesmo quando o reconhecimento do direito d-seindependentemente dela, inegvel analis-la da perspectiva da necessidade da atuaojurisdicional. Se o direito, tal qual reconhecido, for satisfeito independentemente da atuao doEstado-juiz, no h lugar para os problemas enfrentados ao longo do volume. No cabe confundir,contudo, as tcnicas que a lei processual civil reconhece ao magistrado de compelir odevedor/executado a satisfazer o direito tal qual reconhecido no ttulo executivo com aquelecumprimento, espontneo, que independe de qualquer atividade jurisdicional.

    Pode ocorrer que uma ordem judicial seja acatada e que a obrigao, suficientemente reconhecidano ttulo executivo, seja adimplida, mesmo sem a participao direta e imediata do Estado-juiz. Ahiptese bem diversa da retratada pelo pargrafo anterior. Aqui, o acatamento de uma ordemjudicial deve ser entendido como tcnica executiva, assunto que diz respeito atuao jurisdicionale, consequentemente, assunto para o qual se volta o presente volume. tanto mais importante fazero destaque na medida em que muitas das mais profundas modificaes trazidas pelas Reformas doCPC (v. n. 2. 7 do Captulo 2 da Parte I do vol. 1) valem-se de verdadeiras tcnicas coercitivaspara compelir o executado, por ato seu, no por ato jurisdicional substitutivo da sua vontade, sub-rogatrio, a cumprir a obrigao. A hiptese referida, ao longo deste Curso, como cumprimentovoluntrio, expresso que difere do cumprimento espontneo, justamente em funo desteelemento, de jurisdicionalizao do cumprimento, de determinao judicial para que algum pague ovalor devido, que faa o que deve fazer, que no faa o que no deve fazer ou para que entregue acoisa devida.

    Tradicionalmente, toda a temtica relativa execuo atrela-se nica e exclusivamente asentenas e acrdos ou, quando menos, a determinados atos ou fatos a eles equiparadosexpressamente pelo legislador, os ttulos executivos extrajudiciais do art. 585. Depois dasprofundas modificaes pelas quais passou o Cdigo de Processo Civil por fora das Reformas,

  • fundamental entender a execuo como fenmeno mais amplo, que diga respeito a qualquer decisojurisdicional, mesmo que no seja final, isto , que no seja tutela jurisdicional ulterior (v. n.8.2 do Captulo 1 da Parte III do vol. 1) ou tutela jurisdicional definitiva (v. n. 8.3 do Captulo 1da Parte III do vol. 1).

    A realizao concreta de uma deciso interlocutria que defere pedido de antecipao dos efeitosda tutela jurisdicional ou que defere uma providncia cautelar (dentro ou fora do chamadoprocesso cautelar), por exemplo, merece tambm ser tratada como um caso de execuo, deprtica de atos jurisdicionais para a concretizao da tutela jurisdicional executiva. Nesse sentido,alis, expresso o art. 273, 3, quando disciplina a efetivao da tutela antecipada. E se l serefere a efetivao e no a execuo, a justificativa repousa na necessidade sentida pelolegislador de ampliar consciente e corretamente a realidade jurdica que o dispositivo de lei querregular, de realizar concretamente um direito suficientemente reconhecido como tal.

    Ademais, a palavra execuo, empregada no desenvolvimento deste volume, deve ser entendidade forma mais ampla do que lhe empresta comumente a doutrina tradicional. No h por que, com osolhos voltados ao sistema processual civil hoje vigente, atrelar os efeitos executivos a umadeterminada e especfica classe de decises jurisdicionais, as chamadas condenatrias, porquetambm uma deciso mandamental ou executiva lato sensu pode ser objeto de execuo.Todas elas carecem de atividade jurisdicional que lhes complemente, mesmo que por tcnicasdiferenciadas. esta a razo pela qual este Curso quer agrup-las sob uma classe comum (v. n. 8.5.6do Captulo 1 da Parte III do vol. 1), estudando, neste volume, quais so as tcnicas e os atosjurisdicionais que viabilizam a sua concretizao.

    Execuo significa, para o volume, produo de efeitos para fora do plano do processo;significa efetivao, concretizao, realizao; significa, em ltima anlise, a necessidade daatuao jurisdicional para a satisfao de um direito j suficientemente reconhecido (tenha, ou no,origem judicial) e apto a produzir seus regulares efeitos: prtica de atividade jurisdicional(executiva) com vistas concretizao da tutela jurisdicional (executiva).

    2. AS FASES IDEAIS DO PROCEDIMENTOA apresentao da matria neste volume, diferentemente do que se deu no vol. 2, tomo I, no toma

    como base as diversas fases do procedimento.Para o melhor estudo das atividades jurisdicionais executivas voltadas prestao da tutela

    jurisdicional executiva, pareceu mais adequado e mais didtico descrever pormenorizadamente osprprios atos (a prpria atividade) de cada um dos procedimentos que o Cdigo de Processo Civilreconhece para a satisfao do direito reconhecido ao exequente, consoante as modalidadesobrigacionais inadimplidas, independentemente da descrio, em cada um deles, de fases ideais,assim uma fase de proposio, uma fase de instruo e uma fase de entrega do produto, parafazer referncia proposta de Enrico Tullio Liebman em seu clssico Processo de execuo, esp. pp.60-61 e 118, para as execues por quantia certa contra devedor solvente.

    Convm enfatizar: no existe, em se tratando da atividade jurisdicional executiva, umprocedimento padro a ser observado em todo e em qualquer caso. O Cdigo de Processo Civildisciplina diversos procedimentos voltados prestao da tutela jurisdicional executiva, que

  • variam consoante a modalidade de obrigao que impe a atuao jurisdicional para a suasatisfao. A circunstncia de um procedimento, consoante as vicissitudes ocorridas no planomaterial e no plano processual, converter-se em outro no abala esta constatao; pelo contrrio,confirma-a.

    A nfase do estudo, destarte, recai nos prprios procedimentos disciplinados pelo Cdigo deProcesso Civil para cada uma das execues nele previstas e no exame das tcnicas, isto , nasmedidas executivas que, com maior ou menor preciso, so nele reguladas com vistas satisfaodo exequente. esta a razo pela qual as Partes II, III e IV voltam-se ao exame dos procedimentosexecutivos destinados realizao jurisdicional de obrigaes de pagar, fazer e no fazer e entregarcoisa, respectivamente.

    A Parte I, pretendendo fornecer o material que ser desenvolvido e aplicado ao longo do volume,ocupa-se com as consideraes gerais sobre a atividade e a tutela jurisdicional executiva,

    A Parte V, por fim, descreve os comportamentos defensivos que podem ser assumidos peloexecutado e que podem (e devem) ser entendidos como fases de um mesmo processo, de uma mesmae contnua manifestao necessria da atuao do Estado-juiz.

    3. O PROCESSO DE EXECUO E A AO DEEXECUO

    Cabe um necessrio destaque acerca da ltima observao do nmero anterior.As Reformas do CPC, que alteraram intensamente o sistema processual civil desde 1994

    demonstrao que, a partir da construo da teoria geral do direito processual civil, ocupa todo ovol. 1 , mostram que muitas vezes possvel e desejvel, luz, inclusive, do modeloconstitucional do direito processual civil, a atuao jurisdicional a partir de e sobre diversosdireitos concomitantemente.

    o que se d, apenas para ilustrar a afirmao, com a liquidao dos arts. 475-A a 475-H; aimpugnao do art. 475-L e com o seu efeito suspensivo regulado pelo art. 475-M, caput, e 1; aprestao de cauo nos moldes do art. 475-O, III; a cobrana de multas e indenizaes com base noart. 739-B; os embargos execuo nos termos do art. 736 e ss., inclusive no que diz respeito aopedido de efeito suspensivo, tal qual disciplinado pelo art. 739-A, 1.

    Se, tradicionalmente, cada uma daquelas situaes deveria ser tratada como sinnimo doexerccio do direito de ao, a exigir, muitas vezes, processo prprio e procedimentos especficos e isto , sempre foi, e continua a ser muito mais do que qualquer determinao legal ou prticajudiciria de autuar esta ou aquela manifestao em apenso ou em apartado , hoje elasmerecem tratamento como desdobramentos de um s direito de ao, originria e suficientementeexercido quando da provocao inicial do Estado-juiz, rompendo sua inrcia com vistas pacificao dos litigantes, e exercitvel ao longo do (mesmo) processo.

    O volume busca insistentemente enfrentar o problema, em busca de um direito processual civil nos mais sistemtico e funcional mas, tambm, menos complexo no sentido formal e, nem por isto,menos tcnico e menos comprometido com o atingimento de suas finalidades impostas desde seumodelo constitucional.

  • Parte IASPECTOS GERAIS DA TUTELA E DA ATIVIDADE

    JURISDICIONAL EXECUTIVA

  • CAPTULO 1CLASSIFICAO E PRINCPIOS DA TUTELA

    JURISDICIONAL EXECUTIVA

    1. CONSIDERAES INICIAISO objetivo da Parte I no o de traar uma teoria geral da tutela jurisdicional executiva. Menos

    do que isso, sua finalidade a de apresentar aspectos gerais que dizem respeito quela modalidadede tutela jurisdicional e aos atos que se fazem necessrios para realiz-la concretamente, isto , aatividade jurisdicional executiva, e que permitem um melhor conhecimento do assunto sobre o qualse desenvolve todo o volume.

    Sua principal preocupao, por isto mesmo, sinalizar para os pontos genricos da tutelajurisdicional executiva e da atividade jurisdicional que se justifica para a sua realizao concreta,aplicando os temas relativos teoria geral do direito processual civil, objeto de exame do vol. 1do Curso.

    2. CLASSIFICANDO A TUTELA JURISDICIONAL EXECUTIVAImporta apresentar, de plano, algumas classificaes usualmente encontradas na doutrina sobre a

    tutela jurisdicional executiva e sobre a atividade jurisdicional executiva. A doutrina tradicional, certo, nem sempre distingue, com nitidez, estes dois planos, o da tutela jurisdicional executiva (oresultado) e o da atividade jurisdicional executiva (os meios para alcan-lo), o que, de qualquersorte, no interfere na exposio dos nmeros seguintes.

    Para evitar, contudo, discusses menos relevantes do que as que interessam ao estudo do direitoprocessual civil este o objeto a ser estudado e, consequentemente, classificado , forte nasconsideraes do n. 1 da Introduo, a palavra execuo empregada para albergar,indistintamente, a tutela jurisdicional e a atividade jurisdicional, fazendo, cada um dos nmeros daexposio, as ressalvas ou as consideraes especficas sobre uma e outra luz dos critriosclassificatrios.

    Sobre isto, alis, como si ocorrer em se tratando de classificaes, importa destacar qual ocritrio empregado para a classificao sugerida e frisar que a sua nica razo de ser a deconhecer melhor o objeto em estudo, criando condies de, por intermdio de suas partes, viabilizaruma melhor compreenso do todo.

    2.1. Quanto origem do ttulo executivoQuanto origem do ttulo executivo, as execues podem ser classificadas em execues que se

    baseiam em ttulos judiciais e execues que se baseiam em ttulos extrajudiciais.

  • O atual Cdigo de Processo Civil recuperou gradativamente, desde o advento da Lei n.8.952/1994, passando pelas Leis n. 10.444/2002 e n. 11.232/2005 e chegando Lei n. 11.328/2005,dicotomia que existia de forma bastante acentuada no Cdigo anterior, de 1939, e que ele, na suaforma original, havia superado em larga escala, residindo a distino, entre um e outro caso, apenasna matria a ser alegada pelo executado nos seus embargos execuo. A dicotomia hoje existentereside no s na resistncia do executado execuo, formal e substancialmente considerada, mastambm nos prprios atos executivos que sero praticados a partir dos ttulos judiciais ou dos ttulosextrajudiciais.

    No sistema atual do Cdigo de Processo Civil faz diferena, desde a forma de provocao inicialda jurisdio, apresentar-se ao Estado-juiz munido de ttulo executivo judicial, cuja referncia oart. 475-N, ou munido de ttulo executivo extrajudicial, que encontra no art. 585 seu rol bsico. Nose trata s de uma distino entre quais so os ttulos judiciais e extrajudiciais, de que se ocupa oCaptulo 4, mas dos prprios atos processuais que podero ser praticados, em um e em outro caso,pelo exequente e pelo executado.

    A distino aqui enunciada fundamenta, em cada instante do desenvolvimento deste volume, assolues dadas para um e para outro caso pelo direito processual civil vigente.

    2.1.1. As regras de reenvio dos arts. 475-R e 598A dualidade a que faz referncia o nmero anterior no quer significar que haja uma total

    distino entre a disciplina das execues fundadas em ttulos judiciais e extrajudiciais. H pontosde contato entre ambas, no que so expressos os arts. 475-R e 598.

    De acordo com aqueles dispositivos, a disciplina relativa aos chamados processo deconhecimento e processo de execuo, Livros I e II do Cdigo de Processo Civil,respectivamente, deve ser entendida conjuntamente naquilo que for necessrio. esta a melhorinterpretao a ser dada aos arts. 475-R e 598, segundo os quais as regras do Livro I se aplicam aoLivro II e vice-versa.

    Embora muito da disciplina relativa s execues dos ttulos judiciais esteja no Livro I do Cdigode Processo Civil, ela no completa. Ele no traz, com efeito, todas as regras procedimentaissuficientes para que o credor satisfaa integralmente o direito reconhecido no ttulo.

    A recproca verdadeira: o Livro II do Cdigo de Processo Civil no exaustivo a respeito dadisciplina dos ttulos executivos extrajudiciais.

    Assim, a aplicao subsidiria do Livro I (do processo de conhecimento) ao Livro II (doprocesso de execuo), e vice-versa, essencial para que o Cdigo de Processo Civil possa seradequada e suficientemente interpretado e aplicado. A comunicao e o inter-relacionamento destesdois Livros de forma mais clara: destes dois grandes blocos de regras constantes do Cdigo deProcesso Civil que querem ser compostos por normas que se afinam mais a uma especfica atividadejudicial irrecusvel, mesmo que no houvesse, como h, e como os dispositivos destacadosdeixam claro que h, regras de reenvio de um para o outro.

    importante destacar, contudo, que, no obstante a posio ocupada, dentro do Cdigo deProcesso Civil, pelo art. 475-R, a aplicao subsidiria das regras do processo de execuo deveverificar-se para o cumprimento de qualquer ttulo judicial e no, apenas, para aquela que condenaao pagamento de determinada quantia em dinheiro, interpretao que poderia decorrer,equivocadamente, da leitura do caput do art. 475-I. Toda atividade executiva fundada em quaisquer

  • ttulos judiciais, mesmo que no se trate de obrigao de pagar quantia, deve ter como guiasubsidirio, isto , deve ser complementada pelo que dispem as regras constantes do Livro II doCdigo de Processo Civil. A esta demonstrao, tendo presentes as obrigaes de fazer e no fazer ede entrega de coisa, voltam-se as Partes III e IV.

    2.2. Quanto estabilidade do ttulo executivoQuanto estabilidade do ttulo executivo, a execuo pode ser classificada em definitiva e em

    provisria.Execuo definitiva aquela que se fundamenta em ttulo executivo que no aceita mais

    qualquer alterao, que pressupe, destarte, a estabilidade do prprio ttulo. Consequncia de umaexecuo definitiva que inexiste, na lei, qualquer restrio aos atos que sero praticados em prolda satisfao do exequente, isto , a efetiva prestao da tutela jurisdicional executiva. Os atosexecutivos so praticados com vistas prestao integral da tutela jurisdicional executiva e,consequentemente, integral satisfao do exequente.

    A chamada execuo provisria, diferentemente, aquela que se baseia em ttulo executivo emque, direta ou indiretamente, aceita ulterior alterao ou confirmao pelo Estado-juiz e que,consequentemente, impe ao exequente, em regra, alguma limitao aos atos de satisfao de seudireito. A possibilidade de alterao do ttulo pode-se dever pela existncia de recurso interposto dadeciso que autoriza a execuo nos casos de ttulos judiciais, isto , da deciso que, em ltimaanlise, cria o ttulo executivo (arts. 475-I, 1, e 521) ou, em se tratando de ttulo executivoextrajudicial, da pendncia de recurso interposto da improcedncia dos embargos execuo quetenham sido recebidos com efeito suspensivo (art. 587). Mesmo que, nestes casos, o ttulo executivo,em si mesmo considerado, no seja provisrio, a pendncia de recurso que, pelo menos em tese, temo condo de afetar a produo de seus regulares efeitos ou dos atos executivos a serem praticadoscom base nele, levou o legislador a impor restries aos atos tendentes satisfao do exequente.

    O regime jurdico da execuo provisria encontra-se fundamentalmente no art. 475-O, para oqual se volta o Captulo 6.

    2.3. Quanto modalidade da obrigaoO critrio de classificao aqui estudado leva em considerao o plano do direito material, em

    pertinente aplicao de uma das premissas fundantes deste Curso, da qual trata o n. 2.1 do Captulo 2da Parte I do vol. 1.

    Consoante seja a modalidade da obrigao retratada no ttulo executivo, h, de acordo com a leiprocessual civil, regras apropriadas para a realizao concreta do direito nele retratado, isto ,variam as atividades jurisdicionais que sero praticadas para a realizao da tutela jurisdicional.

    Assim, em se tratando de obrigaes de fazer e no fazer, a sua execuo dar-se- de acordo comos arts. 461 e 632 a 645, consoante sejam elas retratadas por ttulos executivos judiciais ouextrajudiciais, respectivamente. Seu exame feito pela Parte III.

    Em se tratando de obrigaes de dar coisa que no seja dinheiro, a sua execuo dar-se- deacordo com os arts. 461-A e 621 a 631, consoante elas sejam retratadas por ttulos executivosjudiciais ou extrajudiciais, respectivamente. a Parte IV que se volta sua anlise.

    Por fim, sendo obrigaes de dar dinheiro obrigaes de pagar , a sua execuo dar-se- de

  • acordo com os arts. 475-J e 646 a 724, consoante elas sejam retratadas por ttulos executivosjudiciais ou extrajudiciais, respectivamente. So os casos geralmente nominados de execuo porquantia certa contra devedor solvente, objeto de estudo pela Parte II.

    O art. 475-I , no particular, bastante claro quanto distino indicada nos pargrafos anteriores,tendo presente os ttulos executivos judiciais. Um mero exame no Livro II do Cdigo de ProcessoCivil, por sua vez, revela a mesma distino, fundada nos mesmos motivos de direito material, paraos casos de ttulos executivos extrajudiciais.

    2.3.1. Quanto origem da dvidaA execuo das obrigaes de pagar comporta duas subclassificaes. A primeira delas, a que

    interessa para o nmero presente, leva em considerao a origem da dvida. Em ambos os casos, oCdigo de Processo Civil cria regras diferenciadas, verdadeiros procedimentos especiais para aprtica dos atos executivos.

    Se a dvida que se pretende executar tem origem alimentar, h normas especiais do Cdigo deProcesso Civil (arts. 475-Q e 732 a 735) e da legislao processual civil extravagante, a Lei n.5.478/1968, a serem necessariamente observadas.

    Por outro lado, se a dvida tem como origem alguma obrigao ou dever legal em que participe aFazenda Pblica, a sua forma de cobrana tambm diferenciada. Quando a Fazenda Pblica ,desde o plano material, devedora, o plano processual reserva para ela, desde o art. 100 daConstituio Federal, regras diferenciadas que, no Cdigo de Processo Civil, encontram-se nos arts.730, 731 e 741. Trata-se de um dos procedimentos jurisdicionais constitucionalmentediferenciados (v. n. 5 do Captulo 2 da Parte II do vol. 1), cujo exame feito pelo Captulo 8 daParte II. Se, no plano material, a Fazenda Pblica for credora da obrigao, os meios processuais derecuperao de seu crdito tambm so diferenciados, regidos por uma lei extravagante de direitoprocessual civil, a Lei n. 6.830/1980, que disciplina a chamada execuo fiscal, excepcionando-sea aplicao desta Lei quando a origem do crdito da Fazenda estiver no prprio processojurisdicional, quando a Fazenda far uso do disposto no art. 475-J (v. n. 1.1 do Captulo 8 da ParteII).

    2.3.2. Quanto solvabilidade do devedorO Cdigo de Processo Civil tambm faz distino, tendo em conta as obrigaes de pagar, entre

    as execues dirigidas a devedores solventes e insolventes.A disciplina indicada no n. 2.3.1, supra, diz respeito s execues dirigidas ao devedor solvente,

    isto , aquele cujo patrimnio responde suficientemente pelo pagamento de suas dvidas.Diferentemente, nos casos em que o patrimnio do devedor no se mostra capaz de responder portodas as dvidas dele, a hiptese de execuo por quantia certa contra devedor insolvente, ainsolvncia civil, que disciplinada pelos arts. 748 a 786-A, hiptese que no se confunde com aregida pela Lei n. 11.101/2004, que trata da recuperao judicial, extrajudicial e a falncia doempresrio e da sociedade empresria.

    A distino fundamental que reside entre a execuo promovida em face do devedor solvente eaquela promovida em face do devedor insolvente seja o caso de insolvncia civil, regulada peloCdigo de Processo Civil, ou de falncia, regulada pela lei j mencionada que as execuescontra devedores insolventes so verdadeiras execues coletivas, isto , concursais. Busca-se, com

  • sua promoo, no a satisfao do crdito de um nico credor mas, bem diferentemente, de todos equaisquer credores de um mesmo devedor. A maior preocupao das regras que delas se ocupam,consequentemente, com a arrecadao de todo o patrimnio do devedor e a verificao de todosaqueles que, pelos mais variados motivos, so credores do devedor comum para a constatao dascondies efetivas da satisfao dos crditos existentes. Trata-se de situao, destarte, rigorosamenteoposta quela das execues direcionadas a devedores solventes, para as quais tem plena aplicaoo disposto no art. 612.

    Este Curso no se ocupa, por ora, do exame da execuo por quantia certa contra devedorinsolvente e da falncia.

    2.4. Quanto aos efeitos bastante comum a distino da tutela jurisdicional executiva pelos seus efeitos ou, o que o

    mesmo, pela sua adequao. Trata-se de critrio classificatrio que busca distinguir as diferentesformas de prestao da tutela jurisdicional executiva (e, por isto mesmo, dos atos que so praticadospara dar satisfao ao exequente) e que distingue os chamados efeitos condenatrios dos efeitosexecutivos lato sensu dos efeitos mandamentais.

    Para este Curso todos estes efeitos residem no propriamente no plano ou no mbito da tutelajurisdicional mas sim nas diferentes tcnicas que o Estado-juiz pode ou deve usar para a satisfaodaquele que faz jus tutela jurisdicional. Como aqueles efeitos residem no plano exterior doprocesso, sua distino no pode dar-se dentro do processo, quando ainda significam a necessidadede que o Estado-juiz atue para a realizao concreta, efetiva, do direito. At porque oreconhecimento do direito pode dar-se sem que o Estado-juiz reconhea previamente, ele prprio, aexistncia do direito. o que ocorre com os ttulos executivos extrajudiciais.

    A possvel distino entre aquelas classes de efeitos da tutela jurisdicional expostasuficientemente pelo n. 8.5 do Captulo 1 da Parte III do vol. 1. O que vale sublinhar para o momentopresente da exposio que aquela distino nunca gerou maior consenso na doutrina e, mais do queisto, assume, luz do atual sistema processual civil, cada vez menos importncia. O que cabeverificar quais os limites e as abrangncias das tcnicas processuais que podem ser praticadaspelo Estado-juiz para a prestao concreta da tutela jurisdicional quais as atividadesjurisdicionais que podem ou no ser prestadas para a realizao da tutela jurisdicional e no osnomes que podem ser dados quelas mesmas tcnicas, em inverso dogmtica que deve ser, vez portodas, repudiada pela doutrina do direito processual civil.

    At porque, com a evoluo do direito positivo processual civil brasileiro, fica cada vez maisincuo verificar qual o nome que pode ser dado ao prazo de quinze dias que o executado tempara pagar nos termos do caput do art. 475-J e, passados aqueles dias, o nome a ser dado paradesignar as atividades jurisdicionais executivas que, a pedido do exequente, podem ter incio, oupode ser o mesmo do anterior. A partir de uma concepo tradicional, a descrio do primeirofenmeno como mandamental e o segundo como condenatrio apresentava-se como de rigor. Seuemprego na atualidade, contudo, pode conduzir o estudioso do direito processual civil a indesejvelsincretismo metodolgico porque, bem pensada, a razo de ser da distino no tomava como panode exposio a prpria prestao da tutela executiva mas, diferentemente, a atividade desempenhadapelo Estado-juiz para reconhecer o direito e admitir, de acordo com um padro razoavelmentefixo, os atos jurisdicionais a serem praticados, a partir daquele reconhecimento do direito, para a

  • satisfao do exequente. E mais: atividades jurisdicionais aquelas, de reconhecer o direito aplicvele de aplic-lo concretamente, que no poderiam realizar-se concomitantemente e, nem mesmo, em ummesmo processo (v. n. 8.5.6 do Captulo 1 da Parte III do vol. 1).

    No sistema processual civil vigente, importa mais, de acordo com as premissas adotadas por esteCurso, verificar em que condies os modelos executivos desenhados abstratamente pelo legisladorpodem (ou devem) ser modificados pelo magistrado luz das necessidades de cada caso concreto.De que maneira a tipicidade dos atos executivos pode, legitimamente, sempre em conformidade como modelo constitucional do processo civil, dar lugar prtica de atos atpicos para a prestaoefetiva da tutela jurisdicional. deste prisma de anlise que as diversas tcnicas que podem e queno podem ser empregadas pelo Estado-juiz devem ser analisadas. Os nomes a serem dados a estastcnicas se que h necessidade de d-los so consequncia e no causa do estudo. At porque,como se d com qualquer nome, eles so diferentes porque pretendem descrever objetossuficientemente distintos entre si. Se os objetos alteram-se e tm-se alterado substancialmentecom as Reformas do CPC, seria, quando menos de discutvel acerto, insistir em adotaracriticamente os mesmos nomes e os mesmos critrios classificatrios usados (e, mesmo assim, semconsenso, vale a nfase) para descrever realidades substancialmente diversas.

    3. PRINCPIOS DA TUTELA JURISDICIONAL EXECUTIVAComo nos demais temas do direito processual civil, tambm no que diz respeito tutela

    jurisdicional executiva, h princpios especficos que devem ser levados em conta sem prejuzo dosprincpios genricos de todo o direito processual civil, sejam os decorrentes do modeloconstitucional do processo civil ou do modelo infraconstitucional.

    Os nmeros seguintes voltam-se exposio dos princpios infraconstitucionais da tutelajurisdicional executiva, dando destaque especial queles que so geralmente aceitos pela doutrina,recuperando, desenvolvendo e ampliando a exposio feita pelo n. 7 do Captulo 2 da Parte IV dovol. 1. Na apresentao e anlise dos diversos temas que ocupam este volume, eles sero semprelembrados e utilizados para auxiliar a uma melhor e mais coesa interpretao com vistas criao deum verdadeiro sistema processual civil.

    Tanto mais importante a enunciao e a aplicao dos princpios relativos tutela jurisdicionalexecutiva por fora das to profundas quanto numerosas reformas que o Cdigo de Processo Civilrecebeu, nos ltimos anos, na sua disciplina relativa execuo. Cumprem, os princpios, assim, asua funo primordial, colocada em relevo desde o n. 2 do Captulo 1 da Parte II do vol. 1 desteCurso.

    O que chama bastante a ateno na exposio dos diversos princpios que, em boa parte deles, asua formulao tradicional tende a ceder espao a outra, muitas vezes em sentido diametralmenteoposto, fruto da evoluo e da transformao do direito positivo brasileiro e da nova conformidadedo sistema processual civil. A exposio seguinte pretende capturar, destacando, este fenmeno,indicando, como no pode deixar de ser, que a compreenso dos princpios jurdicos, quaisquer quesejam eles, tende a modificar-se consoante se altere (e possa alterar-se) o direito positivo vigente.

    3.1. Do princpio da autonomia ao princpio do sincretismoTradicionalmente a doutrina refere-se ao princpio da autonomia da tutela jurisdicional executiva

  • no sentido de que a atividade jurisdicional desenvolvida para realiz-la exige um processoprprio, chamado de processo de execuo, que no se confunde nem pode ser confundido comoutras modalidades de processo, em especial com o chamado processo de conhecimento.

    O princpio da autonomia, assim compreendido, desempenhou papel importante at o advento dasmais recentes Reformas do CPC. Trata-se de princpio de forte justificao doutrinria e tericaque busca distinguir, com nitidez, as atividades jurisdicionais voltadas ao reconhecimento do direitoe as atividades jurisdicionais voltadas realizao daquele mesmo direito.

    No Cdigo de Processo Civil atual, no h mais espao para entender a aplicao rgida daqueleprincpio. Pelo contrrio, importa colocar em relevo ser cada vez mais frequente que as atividadesjurisdicionais voltadas ao reconhecimento do direito desenvolvam-se sucessivamente e, muitasvezes, concomitantemente, s atividades direcionadas realizao do direito. No equivocado, poristo mesmo, dar destaque a um princpio oposto ao da autonomia, que norteia, em grau crescente, atutela jurisdicional executiva, o princpio do sincretismo. Sincretismo no sentido de que ummesmo processo admite que atividades jurisdicionais cognitivas e executivas realizem-se semsoluo de continuidade, soluo que, de resto, afina-se ao modelo constitucional do direitoprocessual civil, assunto ao qual se volta suficientemente o n. 8.5.6 do Captulo 1 da Parte III dovol. 1.

    Mas no s s atividades jurisdicionais cognitivas e executivas referem-se os princpios aquiexaminados. Tambm as respectivas tutelas jurisdicionais cognitivas e executivas (com as ressalvasfeitas pelo n. 8.4 do Captulo 1 da Parte III do vol. 1) podem conviver em um mesmo processo e, luz das mais recentes Reformas do CPC, inegvel que, cada vez mais, elas atuam, lado a lado,para uma melhor, mais racional e mais eficiente prestao da tutela jurisdicional.

    Embora o princpio do sincretismo seja ainda mais agudo nos casos em que a execuo sefundamenta em ttulo executivo judicial, no menos certo que, nos casos de execuo baseada emttulo executivo extrajudicial, a reunio, em um mesmo processo, de atividades executivas ecognitivas e de tutelas executivas e cognitivas no pode ser olvidada. ter presente a grandeaceitao, doutrinria e jurisprudencial, mesmo antes dos movimentos da Reforma, das chamadasexcees e objees de pr-executividade, assunto ao qual se dedica o n. 2 do Captulo 6 da ParteV.

    3.2. Princpio do ttulo executivoDe acordo com o princpio do ttulo executivo, a tutela jurisdicional executiva depende sempre de

    sua prvia definio em um ttulo executivo, tenha ele origem judicial (art. 475-N) ouextrajudicial (art. 585), consoante a distino exposta pelo Captulo 4. Sem ttulo executivo, no hexecuo: o que atesta antigo aforismo latino: nulla executio sine titulo.

    O direito processual civil brasileiro acolhe o princpio, sendo prova mais que suficiente os doismencionados dispositivos que indicam em rol taxativo, de acordo com a doutrina tradicional, fortena aplicao do princpio aqui examinado quais so os ttulos executivos. A funo do ttuloexecutivo, nestas circunstncias, sem prejuzo das consideraes que, a respeito, faz o n. 2 doCaptulo 6, a de definir a certeza (objetiva e subjetiva), a exigibilidade e a liquidez de um direitoe autorizar, consequentemente, luz desta mesma definio, a prtica de atos jurisdicionaisexecutivos, isto , atos voltados satisfao daquele que indicado no ttulo como credor daobrigao.

  • O que ocorre, contudo, que, como todo princpio jurdico, impensvel sustentar que aformulao tradicional do princpio aqui examinado tenha aptido de manter-se inclume a tantas eto profundas alteraes experimentadas pelo Cdigo de Processo Civil. A este Curso no pareceque a noo fundamental do princpio possa, ainda hoje, ser colocada em dvida. Destarte, sua atualcompreenso impe leitura mais ampla e sistemtica dos precitados dispositivos para verificar queos ttulos executivos nele previstos no so os nicos a legitimar a prestao da tutela jurisdicionalexecutiva.

    Assim, na linha do que j foi sustentado pelo n. 7 do Captulo 2 da Parte IV do vol. 1, importacolocar em relevo que o conceito de ttulo executivo no pode mais ficar vinculado ao que arrolamos arts. 475-N e 585, como se a prpria lei processual civil no pudesse criar outros ttulosexecutivos, de acordo com as opes polticas predominantes em cada momento histrico. No setrata, apenas e to somente, de admitir que a lei processual civil, extravagante inclusive, possa criartambm ttulos executivos. A prtica comunssima e no h discusso quanto a isto, mais aindadiante do que expressamente dispe o inciso VIII do art. 585 (v. n. 5.8 do Captulo 4). Cuida-se, bemdiferentemente, de admitir que outras tcnicas utilizadas para a definio de direitos tambm podeme devem ser tratadas como ttulos executivos para os mesmos fins de legitimar a realizao datutela jurisdicional executiva.

    Exemplo marcante desta realidade normativa diz respeito s decises interlocutrias queveiculam tutelas jurisdicionais preventivas, antecipadas e provisrias assim, por exemplo, umadeciso que antecipa os efeitos da tutela jurisdicional, com base no art. 461, 3, para a tutelaimediata de uma obrigao de fazer ou no fazer (v. n. 7 do Captulo 1 da Parte III) e que, nestesentido e para este fim, so inegavelmente ttulos executivos. E mais: so ttulos executivos judiciais,porque so decises judiciais, sendo de todo indiferente que elas no constem do art. 475-N ou, oque importa para a formulao tradicional do princpio em exame, que ela ainda dependa de ulteriorconfirmao ao longo do processo. Expresso nesse sentido: STJ, 1 Turma, REsp 885.737/SE, rel.Min. Francisco Falco, j.un. 27.2.2007, DJ 12.4.2007, p. 246.

    Nestas condies, pertinente ampliar o conceito de ttulo executivo para que o planoinfraconstitucional do direito processual civil no fique aqum do modelo constitucional doprocesso civil.

    A no se entender a questo da forma proposta pelos pargrafos anteriores, a nica soluo que seapresentaria seria admitir execues sem ttulo e, consequentemente, um total rompimento aoprincpio aqui enunciado, alternativa que no deveria causar qualquer questionamento doutrinrio,porque a doutrina jurdica tem que ser aderente ao direito positivo que descreve, devendo serajustada s mudanas de seu objeto de estudo.

    O que parece mais acertado para este Curso, de qualquer sorte, que, por fora dasconsideraes expostas, com a invocao das vnias de estilo, entenda-se que as Reformas doCPC alteraram profundamente o que pode ser compreendido por ttulo executivo e no acompreenso, esta ainda vigente e atualssima, de que o Estado-juiz, para praticar atos executivosvoltados prestao da tutela jurisdicional executiva, depende de um ttulo que legitime o seu agir,ttulo que preexista, mesmo que perfunctoriamente, sua atividade. H, portanto, execues fundadasem ttulos executivos que vo alm da compreenso tradicional das listas que hoje ocupam os arts.475-N e 585 mas que, mesmo assim, ainda atestam suficientemente o que importa mais de perto parao princpio aqui exposto, o que seja, que a atividade jurisdicional executiva pressupe sempre e em

  • qualquer caso o prvio e suficiente reconhecimento do direito. Se o sistema processual civiladmite, em ritmo crescente, a possibilidade de este reconhecimento do direito dar-se por outrasformas que no as constantes daqueles dispositivos, o princpio deve ser repensado para albegartambm aquelas hipteses.

    Consequncia palpvel deste entendimento negar acerto ao entendimento de que as enunciaesdos arts. 475-N e 585 sejam taxativas no sentido usualmente empregado pela doutrina. H, vale anfase, outros ttulos executivos dispersos pelo Cdigo de Processo Civil e, mais amplamente,pelo sistema processual civil.

    3.3. Princpio da patrimonialidadeOutro princpio usualmente lembrado pela doutrina como regente da tutela jurisdicional executiva

    o princpio da patrimonialidade, por vezes tambm tratado como princpio da realidade daexecuo. Patrimonialidade no sentido de que, no direito processual civil da atualidade, a execuorecai sobre o patrimnio (as coisas, por isto, realidade) do executado e no na sua pessoa, comoocorreu em determinados momentos da histria do direito processual civil.

    O Cdigo de Processo Civil brasileiro expresso quanto a este princpio, como se verifica de seuart. 646: A execuo por quantia certa tem por objeto expropriar bens do devedor a fim desatisfazer o direito do credor (art. 591). O art. 591, de sua parte, dispe que todos os bens dodevedor, a no ser os excepcionados pela lei, respondem pelo cumprimento das obrigaes por eleassumidas (v. n. 1 do Captulo 3 da Parte II).

    O que se verifica mais recentemente, contudo, que as Reformas do CPC tm buscado mitigar oprincpio aqui examinado admitindo a prtica de atos jurisdicionais executivos voltados no aopatrimnio do executado mas, diferentemente, sua vontade, buscando criar para o executado umasituao tal que lhe parea melhor cumprir as determinaes judiciais do que submeter-se prticade atos sub-rogatrios praticados pelo magistrado e por seus agentes, dizer, de atos que substituama sua vontade e o seu comportamento.

    So exemplos destas medidas as multas expressamente admitidas pelos 4 a 6 do art. 461(para as obrigaes de fazer e no fazer fundadas em ttulo executivo judicial); a multa do caput doart. 475-J (para as obrigaes de pagar quantia fundadas em ttulo executivo judicial); a reduo,pela metade, dos honorrios de advogado do pargrafo nico do art. 652-A (para as obrigaes depagar quantia fundadas em ttulo executivo extrajudicial) e as multas para compelir o executado aentregar a coisa devida impostas pelo pargrafo nico do art. 621 (para as obrigaes de dar coisafundadas em ttulo executivo extrajudicial). Estas medidas, sem prejuzo de tantas outras espalhadaspelo Cdigo de Processo Civil, buscam atuar sobre a vontade do executado, sobre sua psiquemesmo, buscando, com isto, o acatamento da determinao judicial ou, mais amplamente, docomando estampado no ttulo executivo por ato seu, por ato voluntrio (v. n. 1 da Introduo). Trata-se, por isto mesmo, de medidas inegavelmente coercitivas, historicamente designadas, justamente porcausa do princpio da patrimonialidade, de execuo indireta porque no sub-rogatrias nopatrimnio do executado.

    Estas tcnicas executivas se, certo, mitigam o princpio da patrimonialidade e seus consequentesmtodos sub-rogatrios, no agridem, contudo, o art. 1, III, da Constituio Federal, segundo o qual fundante do Estado brasileiro, dentre outros valores, a dignidade da pessoa humana. O que osdispositivos mencionados, como outros, buscam conseguir no violar aquele princpio

  • constitucional, mas, pelo contrrio, atuar na vontade do executado, colocando para ele umaalternativa a ser escolhida: sujeitar-se voluntariamente jurisdio (que imperativa; v. n. 3.2 doCaptulo 1 da Parte III do vol. 1) ou sujeitar-se a ela independentemente de sua vontade e, at mesmo,independentemente de sua colaborao porque a jurisdio tambm substitutiva (v. n. 3.1 doCaptulo 1 da Parte III do vol. 1).

    Assim, como ocorre com quaisquer princpios jurdicos, estas outras tcnicas devem serentendidas como legtimas atenuaes do princpio da patrimonialidade e que se afinam ao modeloconst