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Catalogo do Salão Arte Pará 2008

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Arte Pará 2008

27º Edição

Museu Histórico do Estado do Pará – Trânsitos e Irradiações

Sala Especial – Suburbano

Museu de Arte Sacra – Arte e Transcedência

Museu da Universidade Federal do Pará – Espaço Ocupado

Museu Paraense Emílio Goeldi – Mapas Orgânicos

Fundação Romulo Maiorana

Belém - Pará2009

Página anterior: detalhe da obra Moradas de Pássaro: Força 3000 | Edilena Florenzano | Belém-PA

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Arte Pará deixou bem claro ao reunir estudantes, educadores, artistas veteranos e iniciantes e, claro, público geral em discussões sobre a cena contemporânea brasileira retratada neste evento.

A Fundação Romulo Maiorana já há vários anos é aliada a empresas e instituições, como Unimed Belém, Marko Engenharia, Vale, Supermercados Nazaré, que acreditam na força desse evento – sem isso o Arte Pará não seria uma realidade – e em 2008, conquistou mais parceiros, como a Escola Superior da Amazônia. As novas uniões permitiram que, neste ano, o Arte Pará fosse mais longe, chegando a Santarém e Marabá, interior do Estado. Fosse mais além, montando suas mostras em locais desafiadores, como o Museu Paraense Emílio Goeldi; em locais históricos, como o Museu de Arte Sacra, o Museu Histórico do Estado do Pará e o Museu da Universidade Federal do Pará. E isso tudo na mão de três crias da terra – Alexandre Sequeira, Emanuel Franco e Orlando Maneschy –, entregues à Fundação pelas mãos de Paulo Herkenhoff, que há tantos anos nos orienta tão brilhantemente.

São quase 30 anos de uma história que se fortalece a cada ano, a cada artista que abrilhanta o evento, a cada novidade, a cada diálogo que se proponha a discutir a arte em todas as suas propostas, formas e linguagens. Somos gratos às mãos e cabeças que se uniram a nós e transformaram o Arte Pará exatamente no que ele é: um dos maiores eventos da arte contemporânea de todo o país por continuar com os mesmos ideais de sua primeira edição, mas se renovando e se reinventando a cada salão.

Lucidéa MaioranaPresidente da Fundação Romulo Maiorana

Detalhe da obra Lugares Moles | Jorge Menna-Barreto

A cultura é um elemento indispensável para a formação de todo e qualquer ser humano, e isso o 27º

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No espírito festivo do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em 1982, meu pai, o jornalista Romulo Maiorana, reuniu artistas visuais do Pará em uma grande exposição de arte em Belém. Dessa reunião resultou a criação do Arte Pará.

A partir de 1987, coube a mim a missão de levar adiante o sonho dessa criação. Já éramos uma equipe, eu e Daniela Oliveira junto com Paulo Herkenhoff, curador que deu uma direção ao Arte Pará e desenhou o modelo que hoje se apresenta. Ao completar a sua 27ª edição, verificamos caminhos de transformação e confirmação no cenário brasileiro das artes.

A organização deste grande evento de repercussão nacional, o Arte Pará, este ano com a curadoria de Alexandre Sequeira, Emanuel Franco e Orlando Maneschy, necessita também de profissionais de diversas áreas, tempo para pensarem, trabalharem suas idéias, planejarem viagens para a equipe de jurados, articulação com os artistas convidados para realizarem suas propostas, treinamento para a equipe de educação, montagem dos espaços e, por fim, da realização da abertura dos espaços expositivos para a população.

Tudo isso é fruto de um árduo trabalho da equipe da Fundação Rômulo Maiorana, um conjunto de profissionais que se desdobra ao longo do ano e se alia com todo o segmento que faz o Arte Pará acontecer em outubro. Essa união de equipes conta com empresas que têm consciência e compromisso social, iniciativa, preocupação com novos caminhos de informação artística e caminhos da cidadania que levam à democratização do acesso ao conhecimento artístico e cultural e, fundamentalmente, à arte-educação.

Ao visitar os espaços de exposição do Arte Pará, verificamos que os mesmos apresentam iniciativa sensível e patrocínio de empresas conceituadas que oferecem programas de inclusão social e detém atuação em redes de cultura - uma postura desejável no mundo contemporâneo.

Assim, destacamos Supermercados Nazaré, Marko Engenharia, Vale, Unimed Belém e Esamaz como propositores de comunhão e esforços que, juntos com a equipe da Fundação Romulo Maiorana, de montagem, curadores, educadores, artistas, jurados, infra-estrutura, universidades, entre outras instituições, ampliam e reforçam o papel social do Arte Pará para o grande público, promovendo o desenvolvimento artístico e cultural das novas gerações através dos espaços expositivos, das programações paralelas e da mediação cultural e educativa.

Deste modo, o Arte Pará tece esse fio condutor do campo da arte no qual transita a expressão “articulação cultural e social”, a qual reúne palavras que se atraem mutuamente: fortalecimento, inclusão, compromisso, credibilidade, mobilização e continuidade. São termos diferentes entre si, mas que deixam perceber um destino compartilhado: a perspectiva de ampliação ou universalização do cenário contemporâneo da arte.

Roberta Maiorana

Diretora Executiva da Fundação Romulo Maiorana

Última Onda | Rubens Mano | São Paulo-SP

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Surpreendente, inovador e cheio de descobertas, assim defino a última edição do Arte Pará. Imagino

como deve ter sido difícil para a comissão julgadora decidir pelas obras vencedoras.

Ao passar pelos Museus de Arte Sacra e Histórico do Estado do Pará – MAS e MHEP –, além do Museu

da Universidade Federal do Pará (MUFPA) e Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), fiquei impressionado

como cada vez mais os nossos artistas se superam. As formas e mensagens diversas retratadas em cada obra,

em cada instalação, nos remetem a inúmeros pensamentos, mas o principal deles é: que bom que nosso

Estado possui tantos talentos nas artes plásticas, e que essa arte está sendo mais democratizada a cada dia.

Não posso deixar de destacar no Arte Pará 2008 o belo trabalho da curadoria, que contou com mão de

obra 100% paraense de Emanuel Franco, Alexandre Sequeira e Orlando Maneschy.

Parabenizo Roberta Maiorana por continuar valorizando as artes plásticas no nosso Estado. Parabéns a

todos os artistas, empresários, professores e funcionários, todos os trabalhadores paraenses que fazem do

Arte Pará o evento que ele é hoje: um espaço de exposição artística que se tornou referência no calendário

anual de cultura do Pará.

O Arte Pará hoje é necessário e deve sempre crescer cada vez mais, pois as boas idéias e os bons

projetos são aqueles que nós, os paraenses de nascimento ou de coração, sempre iremos guardar para as

próximas gerações.

Edilson MouraSecretário de Estado de Cultura do Pará

Detalhe da obra A Vida é Doce | Tereza Bandeira | Marabá-PA

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Detalhe da obra Mutação | Egon Pacheco | Santarém-PA

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27 anos de Arte Pará

Um acontecimento meses antes de ser convidado para assumir a curadoria do 27º Arte Pará, junto com Orlando Maneschy e Emanuel Franco, deu a mim a dimensão da responsabilidade que me aguardava. Ao realizar um trabalho de documentação e catalogação do acervo de obras artísticas da Fundação Romulo Maiorana, em meados de 2007, deparei-me com um conjunto que representava um importante registro visual de parte da história das artes visuais paraenses das últimas três décadas. Tal conjunto atestava a importância do Arte Pará na construção dessa história e, sem dúvida, o colocava como um dos responsáveis pelo prestígio que Belém goza atualmente como importante centro de produção artística no país. Hoje, às vésperas de sua 28ª edição e ao se pensar nos novos rumos a tomar, faz-se importante refl etirmos sobre esse percurso e no quanto o Arte Pará esteve sempre atento a traduzir no bojo de suas ações os anseios do meio artístico paraense.

O surgimento do Arte Pará no início da década de 80 coincidiu com um período rico em acontecimentos no cenário das artes no Estado, transformando-se no espaço de encontro e difusão de todas as transformações que surgiam nesse momento. A realização do “Mapeamento da Visualidade Amazônica” - parte de um projeto maior intitulado “Visualidade Brasileira”, elaborado pelo INAP/FUNARTE na gestão de Paulo Sérgio Duarte e estendido à gestão seguinte de Paulo Herkenhoff, - buscava, através de um levantamento de campo realizado pelo artista plástico Osmar Pinheiro e pelo fotógrafo Luiz Braga, registrar a inteligência visual de manifestações culturais tradicionalmente não tratadas como arte e refl etir sobre esses códigos de representação simbólica como construção fi ccional do que tornava a região amazônica distinta das demais.

Data também do mesmo período a formação de um considerável número de grupos de artistas (constituídos a partir de empatias intersubjetivas) que contribuíram para o surgimento de importantes espaços de discussão e enunciação crítica da produção artística local. São exemplos dessa prática o surgimento da Galeria Um, Elf Galeria, Grupo Agir, FotoPará e da Associação FotoAtiva - organização sem fi ns lucrativos idealizada pelo fotógrafo Miguel Chikaoka que, a partir de 1983, reuniu um signifi cativo número de associados em torno de questões ligadas à formação, experimentação e pesquisa na área da fotografi a, revelando, nos anos seguintes, importantes nomes da produção fotográfi ca paraense. O Arte Pará, atento desde seus primeiros anos à necessidade de fomentar essa refl exão crítica, acolheu em seu corpo de jurados participantes desses recém-formados grupos junto a importantes nomes do cenário nacional, promovendo importantes trocas de idéias e intercâmbios de experiências que viriam a frutifi car, nos anos seguintes, na inclusão de artistas e pesquisadores paraenses em eventos nacionais.

Ao longo da década de 90 e nos primeiros anos do novo milênio, com a entrada de alguns artistas atuantes dessa cena anteriormente citada no corpo docente das universidades locais, fortalecendo os cursos de graduação em arte existentes e contribuindo para o surgimento de outros em novas faculdades particulares, novos espaços de discussão foram concebidos. O salão Pequenos Formatos, promovido pela Universidade da Amazônia é um exemplo desses novos espaços. O Colóquio de Fotografi a, idealizado pelo fotógrafo Mariano Klautau Filho e organizado pelo FotoAtiva, trouxe a Belém, em suas seis versões, importantes profi ssionais para discutir questões referentes à fotografi a e às artes visuais. O Fórum de Pesquisa em Arte, que teve seu início como um projeto de extensão da UFPA coordenado em suas três primeiras versões pela artista/pesquisadora Valzeli Sampaio, contribuiu também para a formação de um amplo fórum

Registro de ação - Ilha Inatingível | Mabe Bethônico | Belo Horizonte-MG

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de discussão da produção de arte local e sua relação com a produção de outras cidades. A Fundação Curro Velho, instituição estadual voltada à educação não formal em arte, criada no início da década de 90 a partir de projeto concebido pela artista plástica Dina de Oliveira, foi responsável pela formação de importantes nomes da cena artística local e também um importante espaço de discussões. O Arte Pará, atento a essas transformações, passou então a incluir, em suas mostras anuais, salas especiais onde importantes recortes da História da Arte nacional e local serviam de objeto de pesquisa aos educadores em arte e alunos dessas instituições de ensino. Mais recentemente, podemos salientar o importante trabalho que o Instituto de Artes do Pará tem desenvolvido como espaço de discussão sobre a produção artística na contemporaneidade além das ações desenvolvidas pelos programas de extensão da UFPA “Processos Artísticos e Curatoriais Contemporâneos”, coordenado por Orlando Maneschy, e “Territórios Híbridos”, por Valzeli Sampaio.

Mas foram nos últimos quatro anos, ainda sob a curadoria de Paulo Herkenhoff, que o Arte Pará foi repensado em um novo modelo, articulando, à mostra competitiva, seminários, palestras e programações de outras instituições, estendendo suas ações a quase toda a cidade num formato de festival de artes. A idéia de salão foi mantida como forma de oportunizar a entrada de jovens artistas no circuito, mas por outro lado, um grande esforço foi feito no sentido de reforçar o novo perfil de um grande espaço de interações, envolvendo, numa relação dialógica, obras de artistas inscritos e obras de artistas convidados, potencializando núcleos de discussão detectados a partir do processo de seleção. Foram repensados também os locais que acolhiam a mostra (antes apenas o Museu Histórico do Estado do Pará e o Museu de Arte de Belém), incorporando, a partir de então, novos espaços expositivos convencionais, como o Museu de Arte Sacra e o Museu da UFPA, e espaços não convencionais, como o mercado e a feira do Ver-o-Peso, o Mercado de Carne, o Museu Paraense Emílo Goeldi e antigos prédios históricos, em proposições que buscavam a absorção e metabolização de todas as possíveis formas de contribuição. O envolvimento de instituições culturais e de ensino da cidade nas ações do Arte Pará reforçava a característica tão comum do meio cultural local de união de forças por um bem comum, além de estender seus resultados muito além do período de duração do evento.

Nesta 27ª edição, o Arte Pará deu outro importante passo: a ampliação de suas ações a municípios do interior do Estado. Mostras especiais nas cidades de Marabá e Santarém representaram o esforço da

Fundação Romulo Maiorana na socialização dos benefícios desse importante evento, além de contribuir para a ampliação do público consumidor de bens culturais no Estado. Pelos mesmos motivos, houve uma atenção redobrada à ação educativa, que ganhou ampliação de suas ações, sob a coordenação da educadora e pesquisadora em arte, Vânia Leal, levando para as escolas públicas a discussão sobre a importância da arte na formação dos indivíduos e da sociedade.

Pensar na produção artística na contemporaneidade em um país com dimensões continentais como o nosso é pensar também em relações de intercâmbio que, ao aumentarem as condições de visibilidade dessa produção, deem a dimensão de sua incrível diversidade e fortaleçam a identidade das partes envolvidas. Como salienta Rosza Zoladsz1, uma identidade somente se faz perceptível ao ser contrastada com outra e, por meio das comparações feitas, revelar atributos que lhe são diferenciadores. É preciso compreender as diferenças e os inevitáveis atritos de uma sociedade globalizada como o verdadeiro motor do processo criativo. No afã de pertencermos a essa grande rede de negociações, somos muitas vezes possuídos por uma idéia unilateral de progresso, perdendo de vista sua natureza ambígua e multifacetada e, talvez por esse motivo, incorporemos enunciados que nos chegam prontos, deixando de recorrer à nossa fonte mais elementar - a das relações com o lugar onde agimos e existimos. Muitas vezes, a força de algumas formulações poéticas está relacionada à relação entre questões referentes ao lugar de onde elas foram enunciadas e sua capacidade de construir sentido além desses limites

Registro de ação - Chuva de cheiro | Margalho | Ver-o-Peso | Belém-PA

“Intervenção Urbana - “Barraca do Lorelo”| Mestre Nato| Belém-PA

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Um olhar atento às experiências bem sucedidas, não só em Belém como em outros lugares, e às questões referentes à estrutura relacional que se estabelece na nova cena contemporânea pode contribuir na formulação de mecanismos que ativem novos espaços de produção e diálogo artísticos no Brasil para o fortalecimento de outros já existentes. Mecanismos que não funcionem como instrumentos de apaziguamento e homogeneização em nome de uma pretensa fala globalizada, mas que, como lembra Paulo Herkenhoff2, “se constituam num regime simbólico de trocas suficientemente polêmico que não se permita sancionar como verdade absoluta”.

Alexandre SequeiraCurador

Notas1. Pensamento apresentado na conferência “A Diversidade como Paradigma Estético do Imaginário Brasileiro”, realizada pela

FAU/UFRJ, em Teresópolis, em 2002.

2. Comentário extraído da conferência “Fluxos Desiguais”, proferida por Paulo Herkenhoff, em 10 de outubro de 2006.

ReferênciasArtes Visuais na Amazônia. Reflexões sobre uma visualidade Regional - Belém: Falangola, 1985.

ANJOS, Moacir dos. Local/Global: arte em trânsito - Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.

CANCLINI, Nestor García. A Globalização Imaginada. Trad. Sérgio Molina – São Paulo: Iluminuras, 2007.

ZOLADZ, Rosza W. Vel Zoladz. Org. Imaginário e Zonas Periféricas: algumas proposições da sociologia da arte. Rio de

Janeiro: 7Letras/Faperj, 2005. Procuro-te. Por Que Não em Marienbad? | Keyla Sobral e Roberta Carvalho | Belém-PA

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Sem Título | Sinval Garcia | São Paulo-SP

A Construção de um Território

Raros são os projetos artísticos no país que perfizeram contínua e ininterruptamente uma trajetória de tamanha longevidade como vem fazendo o Arte Pará. Ao longo de seus 27 anos, o projeto tem contribuído para a transformação da arte paraense, propiciando trânsito de idéias e obras e tornando-se um dos grandes incentivadores do cenário das artes visuais que se manifesta no Norte do Brasil.

O Arte Pará revela os mais variados modos de pensar sobre o fazer artístico, proposições que dialogam com a tradição, projetando experiências na cena atual que reafirmam sua potência transformadora. De olhares sobre a história e a cultura a projetos que reafirmam a ruptura de paradigmas, temos aqui um recorte da produção local e nacional, com idéias e fabulações de artistas que estão produzindo contemporaneamente, o que torna o Arte Pará um retrato da cena brasileira.

Sua construção se dá em meio a uma perspectiva democrática, já no processo de inscrição e seleção, viabilizando a que olhares diversos sejam lançados sobre a produção atual por curadores, artistas e pesquisadores que formam a equipe do evento, e a dinâmica do projeto permite que tenhamos exposições comprometidas exclusivamente com a arte, que se adensam com a participação de artistas convidados, cujas obras singulares cristalizam a missão: constituir na região um espaço de potência para a arte.

O Arte Pará não apenas referenda a produção dos artistas e viabiliza a continuidade de suas pesquisas, mas fortalece o diálogo e a troca horizontal, reunindo talentos em momentos diversos de suas carreiras, favorecendo com que um fluxo informacional seja estabelecido entre estes e os críticos, curadores e demais profissionais que aqui tomam parte. Assim, o projeto semeia vinculações que vem frutificando ao longo dessas décadas, culminando em trocas construtivas e que ultrapassam seu próprio ambiente.

Intercâmbios nasceram a partir das proximidades estabelecidas pelas diversas atividades promovidas pela Fundação Romulo Maiorana e ainda por iniciativas dos artistas e curadores forjadas no encontro promovido pelo Arte Pará, construindo diálogos instigantes, o que viabiliza novos contatos e parcerias.

Em sua 27a edição, o Arte Pará estabelece um complexo sistema de relações ao organizar mostras na capital e no interior do Estado, mais precisamente em Marabá e Santarém, apontando questões específicas para cada um dos diversos museus e espaços de arte nos quais se apresenta, levando ao público possibilidades distintas de reflexão sobre o fazer artístico, a circulação e o papel social intrínsecos, que se ampliam com os seminários e as oficinas realizadas dentro da ação educativa, envolvendo desde universidades a escolas do Ensino Fundamental.

Dessa maneira, dentro do plano de ação educativa do Arte Pará, um grande número de estudantes dos cursos de arte da Universidade Federal do Pará, da Universidade da Amazônia e da Escola Superior Madre Celeste se transformaram em atores no processo de construção do conhecimento, compartilhando com os visitantes, operando de maneira disseminadora, vivenciando um processo de transformação de receptores em agentes do conhecimento.

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Nesta versão, um ciclo de seminários trouxe a Belém artistas e pesquisadores que, em meio a conferências abertas ao público, amplificaram as discussões impressas nas mostras. Assim, tivemos Ana Paula Felicíssimo de Camargo Lima, artista e pesquisadora, que além de fazer parte do júri e expor no salão, realizou a conferência “A Arte É o que Faz a Vida Mais Interessante do que a Arte”; a artista e pesquisadora Oriana Duarte, que também compôs o júri e apresentou a fala “Corpo Brasileiro", refletindo sobre especificidades observadas na produção artística local e relacionando-a com a produção nacional; a artista Mabe Bethônico, que trouxe seu projeto “Museu Museu”, como exemplo de estratégia de circulação no campo artístico e o projeto “Caracteres Geológicos Peculiares”, apresentando o seu sistema de articulação artística – momentos que foram pontos de partida para a conversa com o público. Junto com Bethônico, na finalização dos seminários do Arte Pará, esteve o crítico e diretor do Centre de La Photographie de Genebra, Professor Joerg Bader, trazido pela parceria com a UFPA, desdobrando questões presentes em várias proposições artísticas. Ele realizou ainda o seminário “A Revanche do Arquivo”, que versou em torno das questões da imagem, da crítica e de procedimentos arquivísticos que são utilizados em operações na cena contemporânea.

Este conjunto de atividades, que se inicia com exposições, intervenções, diálogos e chega aos seminários, e que se consolida ao viajar para o interior do Estado, constitui um território de ativação de idéias e processos de arte que é o projeto Arte Pará na sua essência, e nos confirma uma das grandes missões da arte: fazer-nos pensar.

Orlando Maneschy

Curador

Ana Paula Felicíssimo de Camargo Lima Oriana Duarte Joerg Bader e Mabe Bethônico

Museu Histórico do Estado do Pará

Trânsitos e Irradiações

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Trânsitos e irradiações na arte

Neste espaço irradiador que é o Arte Pará, que em 27 anos revela no Estado a força da arte, podemos vislumbrar as mais distintas formas de vivenciá-la em propostas de artistas de formações diferentes, que se encontram nas mostras apresentadas nos vários espaços em que o projeto Arte Pará se faz presente.

São experiências diversificadas, que interagem com a História e com as linguagens, com os modos de apreensão do mundo, e apontam para a força da singularidade, para a real energia que a arte tem de modificar nossa maneira de olhar e de vivenciar experiências.

Neste recorte, e dentro do Museu Histórico do Estado do Pará, apresentam-se um conjunto da arte brasileira, onde linguagens borram seus limites e as categorizações perdem suas funções. Cada obra se manifesta como um pequeno cosmos, repleto de significados, possibilidades de desdobramentos, vinculações, revelações. São objetos que reverberam, nos convidando à transformação das relações com a própria vida.

Neste prédio secular, as obras foram levadas à exibição de forma a provocar relação com o próprio espaço no qual se apresentaram, criando diálogo não apenas com a história, mas com o papel simbólico do lugar, agregando possibilidades de leituras em que as obras conversam entre si e com a arquitetura, potencializando trocas e, porque não dizer, tensões inerentes à contemporaneidade. Longe de querer aplainar essas polaridades, o desenho da curadoria dialoga com elas, evidenciando suas peculiaridades ao colocá-las em ativação no ambiente expositivo.

Na expografia, a curadoria constituiu um percurso para o visitante, não como obrigatoriedade, mas como probabilidade relacional, de maneira que ao longo dos nove ambientes ocupados pela mostra Trânsitos e

Irradiações, o visitante tivesse a oportunidade de construir suas próprias interpretações, a partir das sugestões apresentadas que se reconfigurariam no momento em que o público decidisse por acessar inicialmente outra sala e reordenar o fluxo de visitação, invertendo, assim, início e fim, conforme seu acesso ao museu.

Optamos, neste momento, por oferecer o percurso, concebido a priori como uma leitura possível, dentro desse panorama de possibilidades, somando-se ainda as performances que se deram no ambiente e seu entorno ao longo do período.

O primeiro ambiente tomado por Trânsitos e Irradiações foi a Capela do Palácio Lauro Sodré, espaço nobre que foi ocupado por duas artistas com projetos muito distintos, mas que empregam a imagem na formulação de seus discursos. Carla Zaccagnini, artista convidada, exibe três obras de sua série fotográfica realizada em Havana, Cuba, “Sobre la Igualdad y las Diferencias:Casas Gemelas (Sobre a Igualdade e as

Diferenças: Casas Gêmeas), de 2005, em que apresenta residências construídas de forma idêntica e que, com o passar do tempo, sofreram intervenções tornando-se distintas umas das outras. A artista, ao colocá-las lado a lado, evidencia que, mesmo com o idealismo de igualdade presente originalmente nessas construções socialistas, a subjetividade do indivíduo vai inscrevendo suas marcas, suas particularidades, revelando pequenos nuances que provocam diferença, que se fazem presentes mesmo sob a força de um sistema que busca homogeneizar as distinções. Nesse jogo conceitual, Zaccagnini nos propõe a observar com atenção, não apenas para as imagens, mas para o que está por detrás delas, na trama política com a qual a vida é engendrada.

Sobre la Igualdad y las Diferencias: Casas Gemelas | Carla Zaccagnini | Argentina/São Paulo-SP

Na página anterior: Gallus Sapiens | Victor de La Rocque | Belém-PA

Grande Prêmio

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Neste mesmo ambiente, Milena Travassos apresenta sua instalação fotográfica “Para Ver Amarelo”, em que imagens de seu corpo em estado de repouso sobre o tronco de um ipê amarelo aparecem em lâminas de vidro, criando camadas translúcidas e sedutoras. A fragilidade e instabilidade do corpo feminino disposto no galho da árvore são potencializadas pela delicadeza das vestes da artista na foto, que adquire outras dimensões ao ser ampliada naquelas superfícies que se sobrepõem e ocupam cerca de sete metros da sala. A imagem aponta, nesse ambiente, formas de relação que vem sendo estabelecidas a partir de sua utilização. Da possibilidade de adoração a veículo de construção de conceito, nuances variadas são postas por meio da fotografia e suas construções como uma das forças mais avassaladoras da atualidade.

Saindo da Capela, adentramos à sala Antônio Parreiras e travamos contato com a fotografia de Sofia Borges, na qual temporalidades são adicionadas quando a artista sobrepõe imagens e encontram referências na própria História da Arte, como em um de seus trabalhos em que se vê a própria artista num desenho de semicírculo interagindo com a paisagem, ora como que buscando encontrar algo, ora como que absorta por sua própria condição de suspensão temporal presente na imagem. É impossível não associar a obra às figuras mitológicas das “Três Graças”, que emanam o próprio deleite com as artes e fruição da vida, desejo presente nas demais imagens de Sofia Borges, que consegue somar tempos diversos no quadro, conquanto compõe uma espécie de cinema estático, no qual o tempo se acumula e congela em uma única tela.

Também acrescentando referências e fazendo citações, Keyla Sobral e Roberta Carvalho, na vídeo-instalação “Procuro-te, Por Que Não em Marienbad?”, colocam um sistema informativo luminoso na sugestiva Ilha do Amor, na Praia do Farol, no balneário de Mosqueiro, ao anoitecer. As frases que aparecem no letreiro fazem alusão a Marienbad, cidade da República Tcheca, imortalizada no filme de Alain Resnais, “O Ano Passado em Mariembad” (1961), em que um personagem tenta fazer com que uma mulher lhe reconheça e tenta convencê-la de que foram amantes no ano anterior, na referida cidade, famosa, ainda, pelo trânsito de espiões durante a Guerra Fria. Ao trazer para o museu o vídeo, as artistas fixam o luminoso no espaço expositivo, replicando na instalação sua própria busca, que vai além de questões de tempo e lugar.

Neste fluxo de sobreposições, Acácio Sobral apresenta um díptico fotográfico onde um personagem de aparência oriental aparece na penumbra e com o rosto desfocado. A imagem, apropriada do universo poprock serve de base para os desenhos de Sobral, que acrescenta ainda mais dramaticidade à figura reforçando sombras, criando tramas que em alguns momentos parecem emergir da própria personagem, e em outros se sobrepõem, como máscaras ritualísticas provenientes de um universo paralelo, sensível, porém dotado de forte carga dramática.

Na Superfície do Espelho; Para Ver Amarelo; Repouso | Milena Travassos | Fortaleza-CE

Sem Título | Sofia Borges | São Paulo-SP

Sem Título | Acácio Sobral | Belém-PA

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Vista da Sala Antônio Parreiras na mostra Trânsitos e Irradiações | MHEP

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Algum Silêncio, da Série Efêmera Paisagem | Alberto Bitar | Belém-PA

Prêmio aquisição

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Também dotadas de um clima dark, as fotografias “Algum Silêncio”, da série “Efêmera Paisagem”, apresentadas por Alberto Bitar e premiadas no Arte Pará, foram produzidas durante uma viagem entre o município de Castanhal e Belém, captadas com uma luz suave, fugidia, quase no limite de sua possibilidade, remetem o artista às viagens que fazia durante a infância junto com o pai. Densas, belas, estas imagens aludem a um trajeto do artista na elaboração de percursos subjetivos, como a fotografia “Montanhas

Tumucumaque – Brasil”, da série “Paisagens In-visíveis”, do artista convidado Sinval Garcia, realizada totalmente em laboratório, numa “pintura fotográfica”, em que são empregados químicos diretamente sobre o suporte fotográfico, elaborando imagens para depois identificá-las em mapas, atlas e fotografias. Garcia traz ao evento a discussão sobre os limites da fotografia e construção da representação, evidenciando que a idéia do real é uma elaboração passível de arbítrio.

Com obras que também passam por um território de intermediações, Cláudia Zimmer traz suas fotografias de “Praia do Meio” e “Meia Praia I e II”, quase gravuras de uma paisagem que se apresenta num lugar do interdito, entre dois pontos, colocando-nos a olhar aquilo que os excessos de imagens não nos deixam ver. Suavemente claras, suas paisagens nos convidam a prestar atenção nos detalhes, naquilo que fica perto de nos escapar aos olhos.

E é exatamente esse “algo”, que encontramos dificuldade em denominar, que a “Última Onda”, de Rubens Mano, artista convidado, que irá nos arrebatar. A fotografia, captada em uma viagem ao Pará, faz parte de um conjunto de obras que se distinguem de seus demais trabalhos, operando num território mais epifânico. A grandiloqüência da natureza com a eminência da tempestade que se anuncia sobre o mar doce entra em estado de suspensão em a “Última Onda”; congelada na imagem que nos convida ao silêncio, a determos até mesmo a respiração por uma fração de segundo para no instante seguinte nos deixarmos tomar por um arrebatamento presente nessa imagem de paisagem que nos convoca a pensar sobre as relações com a natureza e com as nossas construções mais subjetivas. Esta imagem nos chama a mergulharmos nas pequenas sutilezas da vida para emergirmos, quiçá, renovados.

Partindo da dissolução da idéia de lugar, Jorge Menna-Barreto (artista convidado) elabora territórios que irão, literalmente, se desmontar, nos quais seus personagens, pequenos bonecos empregados em maquetes arquitetônicas, figuram em uma condição bastante diferente daquela nas quais são encontrados usualmente. Nas três fotografias apresentadas de “Lugares Moles”, eles se encontram dispostos sobre tabletes de manteiga. Na obra, eles figuram em um ambiente em estado instável, movediço, em desagregação. Não há segurança e esses personagens são engolidos pela massa na qual se encontram, despencando no imprevisível.

Bruno Cantuária e Ricardo Macedo também operam na chave da impermanência, com sua obra em processo, “Identidades Móveis”, em que a dupla elege a identidade de um amigo ou conhecido para assumir ao longo de um dia. Esta ação performática é registrada em fotografia e retorna ao museu, instaurando, ao longo do período do Arte Pará, uma cartografia imagética a partir de cada vida replicada. Para os artistas, este mecanismo de operação remete à superexposição midiática a qual a vida é confrontada por meio de sites de relacionamento e programas de televisão. Entretanto, os dois subvertem a lógica, pois o jogo já não é mais o mesmo, apesar de explicitar, de forma poética, essa condição da vida pós-moderna, há um deslocamento de eixo, buscando sentido em práticas cotidianas banais.

Montanhas de Tumucumaque - Brasil, da série Paisagens In-visíveis | Sinval Garcia | São Paulo-SP

Meia Praia | Cláudia Zimmer | São José-SC

Lugares Moles | Jorge Menna-Barreto | São Paulo-SP

Identidades Móveis | Bruno Cantuária e Ricardo Macêdo | Belém-PA

Prêmio aquisição

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Vista da Sala Antônio Parreiras na mostra Trânsitos e Irradiações | MHEP

Acima Gallo Sapiens | Victor de La Rocque | Belém-PA (Prêmio aquisição)

Na página oposta Lab_oratório | Guilherme Cunha | Belo Horizonte-MG

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Raquel Stolf apresenta uma obra profundamente delicada e generosa com o vídeo ”Grilo [Relato B.], (prêmio aquisição), no qual capta seu encontro com Bacalhau, comunicador popular que circula pelo centro de Belém de bicicleta com uma aparelhagem de som construída na estética da gambiarra para fazer anúncios comerciais. Stolf o contrata para veicular em sua bicicleta sua obra em áudio de “Grilo”, o que Bacalhau faz durante um período determinado. Ao final, quando a artista vai acertar o pagamento e oferece o CD de presente, descobre que Bacalhau já havia copiado, pois para ele aquele som “é de limpar os ouvidos”. Despretensiosa e reveladora da grandiosidade dos pequenos gestos, “Grilo [Relato B.]”, apresenta essa narrativa e termina com Bacalhau acenando, despedindo-se mergulhando na noite, e nos deixando embevecidos.

Também dialogando com experiências da cultura local, Carla Evanovitch em sua instalação premiada, ”Travessias Imaginárias”, nos convida a uma experiência de deslocamento, de alargamento temporal tão presente na vida ribeirinha, em que os dias parecem ser todos iguais. Na instalação, um vídeo com som do motor de barco, tão conhecido na região, suscita a entorpecência, o abandonar do corpo em uma das diversas redes que compõem seu ambiente. Longe da proposição à performação ser ingênua, a obra faz uma citação direta à Helio Oiticica, que poderia ter vivenciado a experiência do balançar em uma rede amazônica. Na tela escura, vez por outra, figuram frases, como “rios subjetivos”, dentre outras que remetem à experiência do balançar na circulação pelas águas mornas de nosso ambiente natural.

Pensando a relação com a natureza, Edilena Florenzano cria seus ninhos, “Moradas de Pássaro:

Energia 3000”, “Força 3000” e “Vitória 3000”, também premiados, produzidos com materiais industriais e tecnológicos descartados. A artista, ao observar a natureza, percebeu que por vezes, o material plástico figurava em ninhos de aves, daí fez suas esculturas com esses elementos, como que apontando para um futuro, quem sabe sombrio.

Grilo [Relato B.] | Raquel Stolf | Florianópolis-SC

Prêmio especial do juri

Travessias Imaginárias | Carla Evanovitch | Belém-PA

Prêmio Aquisição

Moradas de Pássaro: Força 3000 | Edilena Florenzano | Belém-PA

Prêmio Aquisição

High-Sky | Melissa Barberi | Belém-PA

Vida e morte se fazem presentes no “Hightsky”, de Melissa Barbery. Convidada à sala especial Suburbano, a artista ocupa o teto da cela do MHEP para elaborar um céu com luzes de dispositivos simples, presentes em traquitanas chinesas vendidas em camelôs. Tal qual no firmamento, a abóbada de Barbery transforma-se a cada dia, emissões luminosas se rareficam e outras efetivamente chegam a morrer, fazendo-nos relembrar que tudo é passageiro.

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Vista da Sala Antônio Parreira na mostra Trânsitos e Irradiações | MHEP

Em sentido horário: Sem título I, II, III e IV | Alexandre Belém | Recife-PE

Daniely Meireles | Mimética | Belém-PA

Cláudio Assunção | Onomatografia | Belém-PA

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Caixa do tempo | Bruno Vieira | Recife-PE

Sem título I, II, III e IV | Alexandre Belém | Recife-PE

Profi ssão; Artevida: Em Repouso | Jocatos | Belém-PA

O céu da paisagem - "Maydey Manhaus" | Sérgio Cardoso | Manaus-AM

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Sem título | Raymundo Firmino | Belém-PA

Prêmio Aquisição

Citytour01 | Dirceu Maués | Belém-PA

Sem título | Felipe Scandelari | Curitiba-PR

Permeável X - Série "Perto demais" | Daniel Escobar | Belo Horizonte-MG

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Sem título da série "Um outro lugar" | Mariana Galender | São Paulo-SP

Seu Manézinho, Cristo, Monga - Série Conexoes | Nailana Thiely | Belém-PA

Verso e Frente (com arma), Boi esquartejado, Retratos | Flávia Metzler | Rio de Janeiro-RJ

Lab_oratório | Guilherme Cunha | Belo Horizonte-MG

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Contra-senha I, II, III | José Mianutti | Curitiba-PR

Sem título I, II e III | Marcelo Gandhi | São Paulo-SP

Partindo de relações do cotidiano e dos enfrentamentos presentes na vida, Victor de La Rocque constrói seu projeto performático “Gallus Sapiens” em reflexão sobre a natureza humana e o consumo. Nessa performance instigante, o artista ata Galinhas d’Angola vivas a seu corpo, ampliando este corpo, para além do simples ato de vestir-se, procurando estabelecer um corpo comum constituído pela soma desses duas espécimes. Nessa busca, encontra-se uma das potências do trabalho no momento em que o artista olha para a vida e quer identificar até onde nossa animalidade chega. A metáfora do “Gallus Sapiens” afeta por nos retirar dos papéis de conforto e nos colocar frente a frente com o estranho, com aquilo que não conseguimos dar conta. O artista, tal qual uma entidade de um culto ancestral, se coloca diante de símbolos de poder da cidade e os observa. O cansaço, a sofreguidão parecem dar lugar a um estado alterado de consciência nesse misturar de corpo vivo e corpo que morre em pontos estratégicos da cidade – Entroncamento, Cidade Velha e Avenida Presidente Vargas – locais escolhidos para as três ações que compreendem a proposição: “Glória

Aleluia e a Mão de Deus”; “Come, Ainda Tens Tempo” e “Entre os Meus e os Seus”.

Gallus Sapiens: Glória aleluia e a mão de Deus | Victor de La Rocque | Belém-PA

Grande PrêmioDois momentos da performance Gallus Sapiens: MHEP e Av. Presidente Vargas | Victor de La Rocque | Belém-PA

Grande Prêmio

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Marco Zero | Josynaldo Ferreira | Belém-PA

Prêmio Aquisição

Performance | X - Ponto determinante | Felipe Bittencourt | São Paulo-SPPrêmio Aquisição

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Entre estas questões e outras propostas presentes nas obras dos demais artistas que participam do Arte Pará, localizado no centro da exposição, aparece a obra premiada de Josynaldo Ferreira, “Marco Zero”. O artista instala nesse ambiente uma coluna que aponta a direção dos quatro pontos cardeais e localiza: “Você

está aqui!”. No topo da coluna passa um vídeo em que uma câmera variante circunda o marco zero de Recife, provocando uma sensação de tontura. O vídeo leva o observador a pensar sobre o lugar em que se encontra no museu, em sua vida, no campo da arte e toca nas inúmeras esferas com as quais trava contato, propiciando àqueles atentos uma revisão de seus conceitos estéticos, sociais e críticos. A chamada “Você

está aqui!” de Ferreira lembra-nos que nos encontramos no campo da arte e que devemos ter o compromisso de conhecer onde estamos para construir relações transformadoras, mesmo na instabilidade, na vacuidade de ações mínimas, mas que alteram nossa forma de lidar com a vida.

Orlando Maneschy

Curador

Formulários e Modos Opcionais Sala 1 | Traplev (Roberto Moreira Júnior) | Florianópolis-SC

Sala Manuel Pastana

Suburbanopor Emanuel Franco

Museu Histórico do Estado do Pará

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Sala "Suburbano" - detalhe

Na página anterior: Detalhe da obra "Portas" | Luis Antônio Venícius Marinho | Belém-PA

A Visualidade Diversificada

“Suburbano” dá continuidade à trajetória de exposições paralelas do Arte Pará, de conteúdos voltados para a estética do cotidiano popular e para o mapeamento da produção visual integrada a identidade amazônica.

Desta vez, os subúrbios, em substituição aos rios e as estradas, foram os percursos da curadoria. Belém, distritos e alguns municípios paraenses foram selecionados como referenciais de pesquisa e coleta dos componentes visuais da mostra.

Marabá, município da região tocantina, representado pelos seus núcleos periféricos, foi o ponto de partida pra seleção dos objetos constitutivos da mostra. As diversidades econômicas, sociais e culturais, marcantes no hibridismo identificatório desse município facilitaram o encontro com Lara Borges, artista da região,cuja garimpagem perpassa pelos íntimos e sigilosos universos da vaidade feminina, entulhando idéias nas penteadeiras, traduzidas por batons, bases, delineadores, perfumes e, pendurando por entre cabides, os

Feminino Suburbano | Lara Borges | Marabá-PA

Milton Meira

2008

Trago a sina a linha-sombrado tempo

rosto submerso no sono imaginárioentre o co(r)po

e o barsub-mundo

fundo urbano

suburbano

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lingeries e as calcinhas de renda. O suburbano vaidoso que Lara descobriu, ou descobre pra nós, favorece em perdemos a temeridade de penetrar mais fundo por entre becos, vielas, bares e botequins. A feminilidade representativa na obra da artista como fonte de registro desses acúmulos da aparência, delineava o pretendido na amostragem da sala.

Pintura e Colagem | Tereza Bandeira | Marabá-PA

sua peculiar imaginação. As particularidades de Tereza Bandeira, aliada à sua maneira ingênua de produzir, constitui um repertório a ser explorado e difundido como forma de expressão híbrida e mística, proveniente da dosagem excessiva da diversidade manifestada nas regiões sulinas do Estado.

E já que iniciamos dando ênfase a presença da mulher suburbana na conceituação da mostra, não poderíamos deixar de enfatizar a presença das gabavas na obra de Elieni Tenório. Da serie “Suburbano Coração” – na mostra representada por três pinturas em acrílica – Elieni goza dos seus personagens criando

situações não inventivas, mas de casos peculiares do dia-a-dia das comunidades vivenciadas pela artista. As camas dos bordéis, os sofás das salas da luz vermelha, as mesas de bar e as redes estendidas como pano de fundo dos sussurros e delírios passeiam em pinceladas irreverentes dessa artista cuja obra é liberta de preconceitos e recheada de auto- afirmações.

E advindo desses cenários transformados em diálogos do crime, mapeados diariamente em paginas policiais, vem a obra de Flavio Araújo repletas de denúncias e constrangimentos. A violência é a poética da obra. A inquietude é a poética do artista. O ensejo é que obra e artista possam sobreviver sem esse estigma e que ambos percorram novos caminhos, mesmo que eles sejam estampados em paginas de jornais, assim

"A Santa e a Ceia"; "Sonho Azul"; "Casamento da Vagaba" | Elieni Tenório | Belém-PA

No mesmo subúrbio marabaense, outras mulheres foram resgatadas, entre as quais a setuagenária Tereza Bandeira, que em sua modéstia casa na Nova Marabá, armazena um vasto acervo de obras produzidas através da apropriação de utensílios resgatados de sucatas, lixões e refugos da vizinhança, os quais servem de suporte para suas pinturas, sempre ilustradas rudemente por textos extraídos de passagens bíblicas e da

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Sem Título I | Flávio Araújo | Belém-PA

como as estampas dos naifs de Luiz dos Anjos, que trazem à tona uma contemplação de quem senta em lugar público é depara com aquele painel feito pelo artista do bairro. A reprodução de algo que traga ao ambiente a identidade do lugar e a empatia de quem usufrui dele, tornando-se um parâmetro de referencia e ícone de uma arte singela e feita do povo para o povo.

Samba; Pagode | Luiz dos Anjos | Belém-PA

Açaí Noturno | Marinaldo Santos | Belém-PA

A mesma arte que encara quem vem de fora e causa estranheza de ver aquelas bandeiras vermelhas iluminadas por luzes da mesma cor, distribuídas nas ruas noturnas paraenses, pensando que as mesmas sinalizam motéis ou casas noturnas. Elas são indicadoras de vendas de açaí e já são consideradas como ícones da visualidade popular do cotidiano paraense.

Marinaldo Santos transporta essas bandeiras em formato de instalações trazendo para o interior da sala um aglomerado delas como se todas as vendas do produto estivessem reunidas num deslocamento manipulado pelo ímpeto do sabor e pelo desejo da degustação.

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E, do interior desses ambientes suburbanos, a bola da vez de Armando Queiroz foi conquistada nos arredores de Abaetetuba e cresceu tanto em relação ao mesa de jogo que seria impossível, com a dimensão adquirida, de penetrar na boca da caçapa e fechar a partida. É extenuante acompanhar a trajetória do artista e perceber o quanto a proximidade de elementos ganham proporções extraordinárias mesmo que essas proporções briguem pela ocupação dos espaços e as leis da física. A obra de Armando é recheada de determinações poéticas que passeiam por universos diferenciados não sendo surpresa que aportem em mundos periféricos já que, pra ele, não tem escolha de tempo e lugar, e sim da ocasião em que a coisa deva ser interpretada.

Esses mesmos jardins permitem-se abrir por entre portas de napa construídas por quem é especifico em forrar o estofo de assentos relaxantes da sala da família, ou da espera dos bordeis, selecionando retalhos e inter-relacionado-os com costuras predestinadas a cumprir seu papel de conforto. Para o escritor Machado de Assis, “a agulha trabalha e quem vai para festa é a linha”. Entretanto, as duas estão representadas com a igual intensidade na obra do artesão Luiz Antonio Marinho. São portas revestidas de napa que ganham cores e traçados autênticos nascidos de um atelier onde a arte se acasala com o oficio.

Porta | Luis Antônio Venícius Marinho | Belém-PA

Eletro-Ar; Eletro-Eletro | José Antônio | Belém-PA

Dos Jogos Possíveis e Impossíveis | Armando Queiroz | Belém-PA

High-Sky | Melissa Barberi | Belém-PA

“High-Sky” está também no subúrbio que se ilumina pelo kits irreverentes de objetos iluminados como mantas suspensas que se distribuem ordenadamente nos céus de um cubículo onde tudo se respira harmonia. A cada bateria que enfraquece fortalece mais o conceito do pensamento de que tudo pode ser renovado mesmo que não se encontre a luz no fim do túnel. Melissa Barbery constrói jardins de renovação de equilíbrios com arbustos plantados em tabuleiros andarilhos, nas urbes e nos campos periféricos.

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É do interior desses ateliês que a obra de Jose Antonio transporta suas funções valorizando os profissionais que se distribuem ao longo da periferias e nelas criam um micro espaço de consertos. As pinturas sobre papel e madeira do artista se comportam como registros de uma realidade de serviços prestados à comunidade.

A mesma comunidade que Werley Oliveira vasculha suas quinquilharias, num percurso que vai das carpintarias aos estaleiros, compondo instalações onde as caixas que contem essas bugigangas são referencias marcantes dessa metáfora que transforma esses suportes do oficio em símbolos de uma linguagem visual.

A presença da musica popular romântica das casas noturnas, e dos bordeis, se faz presente na obra de Jair Junior que, aproveitando a perda de um dos ícones do gênero, o popular Waldick Soriano criou “Eternamente Waldick” com a intenção de perpetuar sua imagem e de afirmar o quanto esse gênero musical é absorvido por determinadas camadas da sociedade. A obra, que além da sua composição visual foi pensada também para a interatividade do publico, tinha à disposição um toca-discos portátil e vários LPs da coletânea musical do artista, constituindo com essa ação um ambiente festivo peculiar das rodadas suburbanas.

Objetos Identificados | Werley Oliveira | Belém-PA Eternamente Waldick | Jair Junior | Belém-PA

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Por entre cores, linhas e costuras fl amejam bandeiras e estandartes compósitos das imaginações do cotidiano periférico. As trajetórias artísticas de Rybas e Nato são crias desse alvoroço diário derivado das feiras livres, dos mercados, das festividades, das quermesses, dos piqueniques e outros. Tudo isso constitui em “Suburbano” um subúrbio repleto de imaginações, cores e signos. Um espaço iconográfi co sempre disposto a fornecer imagens autênticas geradas pela diversidade de sua formação e pelos estados de sobrevivência da arte.

Emanuel Franco

Curador

Standards | Mestre Nato | Belém-PA

Nessas ondas da paixão mergulhamos na obra de Margalho-Açu, que sempre resgatou refugos do cotidiano e que, nas seletivas buscas desses materiais, constitui uma lógica construtiva de inter-relacionamento entre eles, agrupando-os em suportes de borrachas antes mesmo que elas se transformem em solados de sandálias.

Ondas da Paixão | Margalho-Açu | Belém-PA

Outdoors | João Cirilo | Belém-PA

.O prato do dia das mesas periféricas e os sabores do comportamento de uma comunidade urbana, engajada ainda nos costumes provincianos, constituem o diálogo dos personagens das pinturas de Mistral Vilhena. São desvendamentos de véus que encobrem as faces ocultas da hipocrisia nativa da região.

Essas mesmas faces que ignoram as gambiarras das instalações elétricas, feito gatos do consumo, discriminando as coisas expostas às cruéis necessidades de sobrevivência, estão metaforicamente poetizadas nos outdoors de João Cirilo, que nada mais são do que cenários suspensos da realidade periférica e das fachadas das torres “Miamiamazonicas”.

Roleta | Rybas | Belém-PA

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Arte e Transcendência

Museu de Arte Sacra

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Arte e Transcendência (Museu de Arte Sacra)

A produção artística interage com as mais diversas manifestações da cultura. Aqui, trabalhos que dialogam com o sagrado e o profano, num fluxo de vinculações que se ativam por meio da arte, se manifestam.

A arte, ao longo de sua história tem estabelecido um profícuo elo com a religião, que se apresenta nas mais diferentes formas, ora em citações mais contundentes, com o emprego de signos e imagens, ora de forma sutil, estabelecendo conexões com as experiências do sagrado.

Nesta mostra, a própria manifestação do sagrado se materializa nas obras, seja por meio de citações - de ícones ao barroco -, seja por meio de uma luminosidade transcendente.

A pintura, talvez tenha sido ao longo da história, uma das expressões mais contundentes do representar a manifestação do sagrado, o que a torna tão presente neste território que aqui se desenha. Neste contexto, é apresentada em diversas técnicas e materiais, amplia o pensamento sobre seus limites: instalação, desenho, assemblage, pintura, etc. Um dos significados mais importantes da arte é sua capacidade de nos retirar da vida corriqueira e nos permitir acessar algo além, como o que se dá na mostra proposta aqui. E quando nos deixamos ser tocados, a sensação é quase indescritível, pois somos arrebatados a experiência do sublime. Então, podemos afirmar, com toda a certeza, de que arte é transcendência.

Alexandre Sequeira, Emanuel Franco e Orlando Maneschy

Curadores

Sad Goat Redux III | Thiago de Mello | São Luis-MA

Grande Prêmio

Sem Título | Bettina Vaz Guimarães | São Paulo-SPNa página anterior detalhe da obra O Céu Não É o Limite | Cicley Araújo | Santarém-PA

Prêmio aquisição

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Pictória - Presença da Pintura

Cada pintor resume à sua maneira a história da pintura

[GILLES DELEUZE - “Francis Bacon – Lógica da Sensação”]

“Pintura-problema” - a tela-tema como fatura-fratura. Um fantasma ronda o artista: sob o peso de 500

anos de pintura na História da arte a partir do Renascimento, a presença marcante da pintura no salão Arte Pará 2008 parecia restaurar aquela velha-nova tela-tema: qual a pertinência da pintura na arte contemporânea? Hmmm... Esse argumento curatorial muitas vezes me parece mais uma artimanha elegante de perguntar se a boa e velha pintura está morta. “Como vai você, Digníssima Senhora Pintura? A morte lhe cai bem...”. Bem, o mercado mundial de arte sinaliza que não, mas isso é matéria para outro quadro... “Capitalismo e Pintura”. Por “Mil Platôs” de dólares, Deleuze! Adoooro esse metabolismo esquizofrênico da pintura, tal qual o velho e bom capitalismo selvagem, mil e uma overnights a se reinventar. “A persistência da pintura capital”.

Recordo a saudável discussão com Oriana Duarte por ocasião dos trabalhos na comissão de premiação do salão. Oriana sublinhava a importância da premiação de Victor de La Rocque com seu “Galináceo” como a consagração de uma proposta absolutamente não convencional, um meio de expressão raramente contemplado, inédito até, nos salões locais como aquele vídeo-performance. Ao júri era unânime, todos concordávamos. Mas, apropriando sua argumentação, eu inverteria o raciocínio afirmando que seria igualmente extraordinário a premiação de uma obra de feitura convencional, clássica até, como a pintura de Thiago Mello. “Ok, vocês venceram”, Thiago e Victor. E esses dois grandes prêmios resultaram por destacar o caráter plural, poliédrico do Arte Pará 2008, em fina sintonia com a multifacetada paisagem de nossa vã contemporaneidade.

Abertura do Arte Pará. “Noite estrelada”, de Van Gogh. Victor performando seu “Galináceo” na rua. Em meio ao vernissage, sou apresentado ao Thiago. Cumprimento-o pelo trabalho premiado. Entrosamento imediato. Em seguida, comemorações. Bar da Walda (salve, Jorge!), muita cerveja e conversa: pintura, o assunto é pintura! Pintura-potência, pintura-psicótica, pintura-psiquê (o jovem pintor é psicólogo), pintura-perversão, pintura-playmobil, pintura Kátia Flávia,... “Um Hamlet contemporâneo não segura a caveirinha não”, me advertiu Fausto Fawcett, antes de seguirmos para aquele show dos Rolling Stones em Copacabana. Mister Jagger havia, poucos dias antes, arrematado o tríptico dos retratos que Francis Bacon pintou do roqueiro enquanto jovem modelo na década de 70.

Por falar em pintura, na conversa com Thiago, varamos a madrugada falando sobre Bacon. Lembramos que ele não é um pintor de “retratos”, mas um pintor de “cabeças”, segundo a “lógica da sensação” de Deleuze,operando a pintura como um bloco de sensações em seus “afectos” e “perceptos”. Na paisagem niilista que se esboça, a dobradinha Bacon/Deleuze funciona para tentar responder uma questão latejante no quadro atual: depois de suas mortes anunciadas, quem virá depois do sujeito e da pintura? “- Quem vem lá?...”, pergunta Estragon, um dos personagens da peça “Esperando Godot”, de Beckett. “- Nada a fazer!”, ele

O céu não é o limite | Cicley Araújo | Santarém-PA

Prêmio aquisição

Construção I | Paulo Bezerra | Ananindeua-PA

Prêmio aquisição

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Sad Goat Redux I | Thiago Martins de Mello | São Luis-MA

Vista da mostra Arte e Transcendência | Galeria Fidanza – Museu de Arte Sacra/MAS

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08.06 | Tatiana Stropp | Curitiba-PR

Prêmio aquisição

Sem título (1-12) | Loise Rodrigues | Brasília-DF

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sentencia. Mas nnão se trata de representar o ocaso do sujeito moderno, muito menos a morte da pintura em cenários niilista-minimalistas da arte contemporânea. Sem nada mais a representar, nenhuma metanarrativa a ilustrar, nesse aparente vazio é que se instala a potência da pintura baconiana, ao redefinir o que Deleuze assinala como um novo funcionamento da pintura: “A célebre fórmula de Paul Klee, ‘não apresentar o visível, mas tornar visível’, não significa outra coisa. A tarefa da pintura é definida como a tentativa de tornar visíveis forças que não são visíveis”. Bacon pinta as forças que vêm do “fora”. A pintura e sua fatura como fratura exposta na arte contemporânea: a crise da pintura como obra em “dobra”.

Em meio à crise, na medida em que a pintura se mostrar capaz de “criar” problemas, mais ela expressará sua potência vital no contemporâneo. Pintura-porrada, o atelier é um “Clube da Luta”. Pintura-catarse. Tarefa dos artistas nas “Ilhas Desertas” de seus ateliês-labirintos. Ofício de expiação e exílio do pintor. A lição de pintura, ainda como resistência e redenção, para responder por si própria se a pintura já morreu: “só se foi quando o dia clareou...”. Escrevo exatamente nesse momento, no lusco-fusco da alvorada. As entidades da escritura-pintura costumam baixar por aqui nessa hora. Faço “down-load”, dou “by-pass”. São muitas (“psicografias construídas”, lembra, Orlando?). Entre o sonho e a vigília, de bubuia no janelão do apê, permaneço mirando o dia que já vem raiando furta-cor. “Impressão: Sol nascente”, Monet “reloaded”. Pictória: é mais uma história (em quadrinhos) da pintura.

Jorge Eiró

Objetos Alquímicos | Egon Pacheco | Santarém-PA

Sad Goat Redux I e II | Thiago de Mello | São Luis-MA

Grande Prêmio

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Museu da Universidade Federal do Pará

Espaço Ocupado

Sebastião II | Evandro Prado | Campo Grande-MS

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Página anterior: Image VS reality | Acácio Sobral | Belém-PA

Transitando entre opostos

O diálogo do contemporâneo com um prédio histórico foi a proposta dos curadores para o Arte Pará 2008 no Museu da UFPA. A mostra Espaço Ocupado foi uma resposta a este questionamento, conseguindo introduzir intervenções atuais de grande sensibilidade e respeito ás características do edifício centenário do Museu. O entendimento, pelos curadores, da postura da instituição resultou na convivência harmoni-osa, valorizada pelo público visitante de obras de artistas convidados e premiados se integrando com rara beleza em nossos espaços. Provou-se com a exposição Espaço Ocupado a possibilidade de construir uma relação entre o contemporâneo e um lugar da memória, como a arte tem o poder de circular entre épocas, períodos e artistas dentro de uma discussão comum: a relação entre tempo, temporalidade e memória.

Jussara DerenjiDiretora do Museu da Universidade Federal do Pará

Diálogos das Marés | Ruma | Belém-PA

Sem Título | Elton Lúcio | Belo Horizonte-MG

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Território em Construção

“A forma de apresentação é conteúdo e forma e portanto constitui a obra em si”.

Harold Szeeman, in El vídeo, los mitos y El museo.

. O que faz com que um território se configure como lugar da arte? Qual o papel de um museu que

se pretende como ambiente de construção de conhecimento? Estas são algumas das questões primordiais presentes nas reflexões sobre museus na contemporaneidade.

AAssim, vários dos projetos apresentados, na mostra Espaço Ocupado presente no Museu da Universidade Federal do Pará, são resultados de processos em que parte de seus sentidos encontram-se instaurados em suas próprias gêneses de criação, fazendo com que suas construções formais estejam imbricadas em suas elaborações conceituais.

Dessa forma, já no jardim revitalizado para receber esculturas, apresenta-se um dos trabalhos de Nio Dias (prêmio aquisição), “Objeto-Base/Pluviômetro”, concebido com elementos apropriados da vida – banco, garrafa, funil e aramado – que juntos com as tabelas de registro de captação pluviométrica inventadas pelo artista e disponíveis à monitoria, formam o complexo sistema de acompanhamento das chuvas em Belém. Presentes em vários espaços do Arte Pará, as construções de Nio Dias propiciam conexões diretas com obras e atitudes das vanguardas do início do século XX, bem como se vinculam a práticas conceituais posteriores aos anos 1950, trazendo ao jardim novas relações com o que nele é posto, estratégia de conduta similar como a empregada por Heraldo Cândido, que instala nesse ambiente um painel de gravuras constituídas para desaparecer no tempo, sob o sol e a chuva tropical. São propostas que encontram seu movimento na relação com o clima específico da região.

Objeto-Base/ Pluviômetro | Nio Dias | Belém-PA

Prêmio aquisição

Sem Título | Heraldo Cândido | Belém-PA

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Já no prédio, arquitetura remanescente do áureo ciclo da borracha do século XIX e restaurada, há um exercício constante de diálogo, ora com as especificidades físicas do lugar, ora com seu papel educacional, social e simbólico, como acontece na sala ocupada pela fotógrafa Cláudia Leão que, ao dispor de suas imagens manipuladas sobre o mobiliário de época em um dos espaços mais decorados do palacete, absorve todos os elementos em sua instalação e ainda no ambiente concebido por Ana Paula Felicíssimo, com seu projeto “Folha-Folio”, que propicia ao visitante refletir, a partir das relações com o espaço histórico do Museu, num diálogo entre parte externa e interna, tendo as janelas como elemento de porosidade. Na instalação há uma máquina de escrever de onde saem ou chegam, dependendo do ponto de vista, folhas de mangueiras, que compõem jogo entre a folha papel e a folha vegetal, num interstício de questões que pulsam na contemporaneidade. Ana Paula Felicíssimo conta com a própria transformação sofrida pelas folhas ao longo da mostra, para evidenciar as especificidades das questões e das dificuldades de contenção presentes nas coleções de instituições de arte.

Sem Título | Cláudia Leão | Belém-PA

Conjunto de imagens utilizadas na instalação

Folha-Fólio | Ana Paula Felicíssimo | São Paulo-SP

Dentro dessa perspectiva de elaboração conceitual o vídeo de Armando Queiroz, “Ego”, toca nas fissuras presentes em muitas condutas, nas mais variadas instâncias, no campo acadêmico, político, artístico e social e nos sugere, poeticamente, a estratégia da dissolução frente ao embate com o ego. Operando numa freqüência próxima, Acácio Sobral se apropria de imagens de revistas como suporte para seus desenhos, agregando e suprimindo informações, reconfigurando simbolicamente essas fotografias. Em uma delas, na qual o personagem é um cantor que parece estar gritando, Sobral mantém uma frase já presente no material original: “Image VS Reality”, como que indicando todo o trajeto percorrido por aquela imagem, que nasce num evento, adiciona valor com a inserção do texto na mídia revista, para, após a intervenção de Sobral, adquirir novos nuances dentro do território da arte. Evidenciando a situação da contemporaneidade, Maria Christina ocupa um dos ambientes do museu com sua diminuta, porém potente instalação “Não Consegui Pensar em Nada para Colocar Aqui Dentro”, composta por uma caixinha de acrílico fazia e uma fotografia

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Ego | Armando Queiroz | Belém-PA

Image VS reality, Push | Acácio Sobral | Belém-PA

Não Consegui Pensar em Nada para Colocar Aqui Dentro | Maria Christina | Belém-PA

Sem título da série "Maquetes" | Flora Rebollo | São Paulo-SP

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Vista da mostra Espaço Ocupado | Museu da Universidade Federal do Pará

Em sentido horário: Registro de ação - Ilha Inatingível | Mabe Bethônico | Belo Horizonte-MG

Sem título | Elton Lúcio | Belo Horizonte-MG

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De passagem | Alexandre Belém | Recife-PE

BR-02 | Michel Pinho | Belém-PA

composta por uma caixinha de acrílico fazia e uma fotografia da frase que nomina a obra. A artista ao expor o vazio do objeto nos fala do esvaziamento de sentido da vida calcada no consumo e na midiatização e também da ausência de massa crítica com a qual nos deparamos na atualidade. “Não Consegui Pensar em Nada para Colocar Aqui Dentro” explicita impossibilidades e instiga. Estas são algumas das situações presentes neste Espaço Ocupado, em que as obras dos artistas convidados e selecionados constituem espaço de pensamento, questionam os limites entre linguagens e até mesmo apontam para a dissolução entre arte e vida.

Orlando Maneschy

Curador

Vista da mostra Espaço Ocupado | Museu da Universidade Federal do Pará

Em sentido horário: Ensaio da Solidão | Cinthya Marques e Yuri Amorim | Belém-PA

Ego | Armando Queiroz | Belém-PA

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Museu Paraense Emílio Goeldi

Mapas Orgânicos

Sem título | Isabel Santana | São Paulo-SP

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Na página anterior: Artefatos | Armando Sobral | Belém-PA

Mapas orgânicos

A relação obra/natureza se fez presente nesta edição do Arte Pará tendo como espaço expositivo no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emilio Goeldi.

Obras de artistas convidados e de um selecionado da mostra competitiva, ocuparam áreas pontuadas do parque estabelecendo um percurso que ia desde o acesso principal até o entorno do quiosque, incluindo o interior deste trilhado por diminutas esferas de cerâmicas produzidas por Izer Campos.

Ao entrar no parque, o visitante se deparava com uma das dez obras componentes da serie “Objetobase/Pluviômetro” de Nio Dias, sendo que as demais componentes da serie foram distribuídas ao longo do percurso, margeando a caminhada.

AAo passar do primeiro modulo da obra do Nio, o visitante tinha pela frente um pequeno viveiro que abrigava os animais da fauna inexistente de Walmor Correa pertecentes à série “Aliteração – Esculturas em Taxidermia” até chegar na instalação de cuias do artista santareno Cicley Araújo, cujas peças foram distribuídas no gramado adjacente à Rocinha.

No interior do prédio, o vídeo “Apartamento 1102”, de Melissa Barbery, exibia imagens de situações de sobrevivência longe do habitat natural de um diminuto peixe que, imposto pelos jatos d’água, tenta se livrar da saga de um esgoto turbulento e poluído, como se em metáfora representasse a luta diária contra a imposição desconstrutiva que paira contra uma realidade natural, orgânica e de direito.

No espaço mais largo da trilha, e em volta dos grandes troncos das árvores, módulos de cerâmica de Izer Campos se apropriavam do lugar como sementes robustas, úmidas e proprietárias das seivas e das clorofilas.

Logo a seguir, uma pequena canoa regional, cavada de um tronco, recebia as intervenções de Marianaldo Santos, e descansava num deque de madeira em volta do Lago do Peixe-Boi.

E, pendendo dos galhos de uma gigantesca sumaumeira, cachos escultóricos denominados de “Artefatos” de madeira, produzidos por Armando Sobral, pontuavam a presença do artista que ousou em experimentar uma outra atitude de montagem das peças, agora em área livre, em contraponto à anterior,onde as mesmas foram tensionadas das tesouras do casarão do FotoAtiva na mostra de resultados da Bolsa de Pesquisa do IAP/2006.

No mesmo entorno da sumaumeira o visitante era alertado para a presença de uma fauna livre no parque. Uma fauna não comum. Uma fauna estranha de animais constituídos de muitos. “Duplos Animais num Só Um. Ou Só Um Animal num Só Dois”. Enfim, eram animais frutos da imaginação de um artista que, para seu criador, estavam lá, sãos e salvos, incorporados em identidades desse vasto mundo da imaginação humana.Bastava procurá-los.

No interior do quiosque, deitados em redes de nanquim, os desenhos orgânicos, “Recortes Amazônicos”, de Ligia Áreas dormiam a sesta sob a cobertura dos chuviscos amazônicos for matizados em peixes, cuias e sementes, característicos representantes da empatia pelas coisas daqui, do olhar de quem veio de lá. Os recortes bidimensionais de Ligia Áreas se acasalaram com os volumes exuberantes do verde da mata.

Metrópolis | Clayton Nascimento | Apeú -PA

Canoa | Marinaldo Santos | Belém-PA

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Cerâmicas - S/título | Izer Campos | Apeú-PA

Cerâmicas - S/título | Izer Campos | Apeú-PA

No final da trilha, na ala direita do parque, ergue-se uma metrópole de cerâmica projetada pelas mãos do jovem Clayton Nascimento, artista de Apeú, em Castanhal, cuja condição da obra na rasteira grama e as sombras das copas das árvores recebeu estranhos residentes do parque, cujo diálogo favoreceu interpretações antagônicas sobre quem “deva ser maquete, ou quem deva parecer monstro”. Até a imaginável fauna do Walmor deve ter circulado por essa metafórica urbe.

Um projetado de mapa orgânico constituído de inter-relações coerentes entre organismo do local e a expressividade de cada obra, todas extraídas da identidade visual própria de uma região que possui uma riqueza natural característica da sua situação geográfica e de quem a usufrui com intenções benéficas de preservação desse patrimônio.

Obra e natureza criaram um dialogo harmonioso, confirmando atitudes de um projeto cultural contemporâneo que propõe, a cada edição, contemplar os mais diferentes segmentos da produção das artes visuais contemporânea.

Emanuel Franco

Curador

Apartamento 1102 | Melissa Barberi | Belém-PAPlacas de Identificação | Walmor Correa | Porto Alegre-RS

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Aliteração - Esculturas em taxidermia | Walmor Correa | Porto Alegre-RS

Pitingas | Cicley Araújo | Santarém-PA

Recortes Amazônicos | Lígia Areas | Belém-PA

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Objeto-Base/Pluviômetro | Nio Dias | Belém-PA

Prêmio aquisição

“Travessias”Santarém-Pará

Espaço Cultural das Faculdades Integradas do Tapajós (FIT)

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Travessias | Detalhe da exposição| Espaço Cultural da FIT | Santarém-PA

Travessias

Na primeira investida do projeto Arte Pará com o propósito de estender suas ações além da região metropolitana de Belém, foram eleitos os municípios de Marabá (região do Tocantins) e Santarém (região do Baixo Amazonas) como núcleos dessa trajetória..

Essa deferência se deu pelo fato de ambos se apresentarem como pólos significativos de produção na área das artes visuais da região e de seus artistas participarem assiduamente do circuito artístico do Estado, e fora dele, contribuindo para a difusão da cadeia produtiva regional, para a descoberta de novos valores, para a criação de espaços expositivos, entre eles, o Galpão de Artes de Marabá, Galeria Vitória Barros e o Espaço Cultural das Faculdades Integradas do Tapajós e para o mapeamento das diversas fontes de produção artística da região Sul e Oeste do Pará.

Em Marabá, foram apresentadas as exposições “Presenças” de Daniel Cruz (resultado da Bolsa de Pesquisa do IAP/2006) e a coletiva dos artistas locais Antonio Botelho, Antonio Morbach, Benedito Souza,Eliude Rocha, Marcone Moreira, Noé Von Atzinger, Pedro Morbach e Vitória Barros, acervo da Galeria de Arte Vitoria Barros.

No Galpão de Artes de Marabá, foi exibida a produção de Tereza Bandeira, constituída de objetos, pinturas, livros e cadernos da artista, a qual encontra-se sob a guarda do GAM.

Em Santarém, o Espaço Cultural das Faculdades Integradas do Tapajós recebeu a mostra “Travessias”, com obras de artistas contemporâneos do município: Egon Pacheco, Cicley Araújo, Eliane Queiroz, Edu Costa, Elves Costa e Jolene Santana.

“Travessias” é fruto de um coletivo que se qualifica como representante da atual produção santarena constituído por um grupo de jovens artistas que, a partir da década de 90, vem apresentando resultados satisfatórios de criação e pesquisa, ganhando espaço na evolução histórica da arte brasileira, mostrando serviço e acumulando bons resultados, oriundos de diversas participações em eventos locais,e nacionais.

A visualidade que beira o encontro Tapajós-Amazonas e que percorre a extensa orla ribeirinha se subdivide em retalhos coloridos de tecidos que vão tatuar-se como mantas amazônicas em corpos de manequins, ou de entes imaginários, são moldes de paisagens desenhados por Jolene Santana dispostos em pouses performáticas e de inter-relações como na natureza viva, da viva mata atlântica.

A pouse de reverencia aos imagéticos ícones sagrados da religiosidade expressa entre páginas dos papiros metaforicamente atualizados por Cicley Araújo e que nada mais são do que os sagrados entes do imagético ciclo da antropológica região.

Um altar em chamas ou um “Alter do Chão”, que acende os fósforos apagados das caixas em desuso, dispostas em lúdicos formatos hexagonais, distribuídos articuladamente no espaço como cadeias produtivas de encontros de um vazio contribuinte do cheio. Egon Pacheco está atento para o ultimo fósforo a ser aceso e se joga, feito goleiro, para buscar a caixinha vazia, em qualquer canto que ela for arremessada.

Das cascas dos troncos das árvores mocorongas nascem cascas cerâmicas de Elves Costa. São mantas frágeis de barro, delicadas películas que se contorcem no espaço como hímens delicados da natureza virgem.

Na página anterior: Riscos - Detalhe da obra | Egon Pacheco | Santarém-PA

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E, através delas, nascem imaginários curumins que brincam à sombra dos seringais e se lambuzam de lacteis de argila. E das mesmas sombras, dos mesmos seringais, se pigmentam as manchas abstratas e escuras de Eudes Costa, jovem artista que inicia sua trajetória descobrindo o que vem de encontro das páginas sobrepostas recheadas de seiva e que frutos serão colhidos após esse acasalamento.

Barcos ancorados às margens do Rio Tapajós, vindos dos mais diferentes rincões amazônicos, criam uma perspectiva com pontos de fuga que penetram as lentes de Eliank Queiroz e determinam as imagens da água e para a água, e vazam em prol da memória, talvez a mesma que o Isoca musicou como forma de apego e de valorização à terra natal. Melhor dizendo, à água natal.

São travessias que se acumulam em expressões de quem navega cotidianamente, frente a frente ao encontro das águas e ao jogo do “empurra-empurra” entre o lodo do Amazonas e a transparência do Tapajós.

Emanuel Franco

Curador

Sem título - Monotipias| Edu Costa | Santarém-PA

Cerâmicas - S/título| Elves Costa| Santarém-PA

Riscos - Instalação| Egon Pacheco | Santarém-PA

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Objetos| Jolene Santana| Santarém-PA

O céu não é o limite| Cicley Araújo| Santarém-PA

Fotografia - s/título | Eliank Queiroz| Santarém-PA

Travessias - Detalhe da exposição| Espaço Cultural da FIT | Santarém-PA

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Marabá

“Teresa Bandeira”

Espaço Cultural Galpão de Artes de Marabá-GAM

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"Teresa Bandeira" - Detalhe da exposição - Galpão de Artes de Marabá-GAM

“Teresa Bandeira”

Em “Outros Territórios”, Marabá apresenta o acervo de Teresa Bandeira, autodidata que elege como matéria de linguagem a literatura, a pintura e objetos do cotidiano. Talvez seja a mais antiga artista par-aense cuja obra se caracteriza por certa ingenuidade... onde Deus e o Homem são temas eternos.

Quase que resignada sob oito décadas de labuta, para a artista o tempo hoje é de cansar a alma... uma alma nutrida pela arte... seu entusiasmo vital.

Teresa está imune às influencias das várias formas que a linguagem contemporânea adota no grande mundo em volta dela. Absorvida pelo silêncio do interior da sua casa-atelier, Teresa varre a poeira cotidi-ana entre a forma da letra e o fantasma do verbo impregnado sobre as paredes.

A artista proporciona música ao espírito, pureza da verdade, grandeza e simplicidade, e acima de tudo, esperança. Deus dança embriagadamente, incessantemente ao lado da artista Teresa Paixão Ban-deira, e eu me iludindo com a prostituta do salão.

Ave Teresa plena de vôo... longa é a arte do teu ventre. Uma arte que faz com que reafirmemos nossa fé e respeitemos nossa liberdade, já que a arte ou a criatividade deve ser livre... !

“Amen”Antonio Botelho

"Teresa Bandeira" - sem título "Teresa Bandeira" - sem título Na página anterior: Pintura | Detalhe da obra | Tereza Bandeira | Marabá-PA

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Teresa Bandeira - Detalhe da exposição - Galpão de Artes de Marabá-GAM

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Marabá

“Presenças”

Daniel Cruz

Galeria de Arte Vitória Barros

Sem título - Pintura | Teresa Bandeira | Marabá-PA Sem título - Objetos | Teresa Bandeira | Marabá-PA

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A instável leveza do ser

Daniel Cruz é um artista que optou pela fotografia como sua linguagem primordial de articulação. Seus projetos originam-se de uma documentação visual da cidade em que questões como a falta de planejamento urbano, com uma crescente e desordenada verticalização, e o descaso com o patrimônio arquitetônico são ponto de partida para desdobramentos em imagens que ultrapassam o mero documento.

O espaço urbano, nestas obras, conduz o espectador a perceber a arquitetura não apenas como espaço edificado para o conforto, mas como lugar tratado com descaso ou esquecimento. A edificação resiste, permanece, mas seus habitantes já não estão ali. São nesses vestígios que o artista lança pistas de seu discurso e nos faz lembrar da instabilidade do humano, mesmo vivendo em um tempo em que noções como patrimônio e preservação estão constantemente sendo debatidas.

O compromisso com a memória e com a reflexão sobre a cidade aparece aqui em fotografias que enfatizam o abandono e a dilapidação, provocando o observador a pensar sobre o seu papel em relação ao território urbano, seja este público ou privado. Sutil, a obra de Cruz não precisa ser panfletária para ser política. Ao se dedicar aos espaços da cidade, vem construindo proposições visuais que instigam, ora por falar diretamente sobre o desprezo com o patrimônio arquitetônico, ora por tocar a ferida daquilo que deixamos para trás, como valores, relações, memórias, etc.

Não é apenas pelo fato de que as imagens apresentadas aqui foram todas captadas nos últimos dias de existência do Central Hotel, expressão da arquitetura decó de Belém, e que virou a “casca” decorativa para um grande magazine, mas pelo olhar subjetivo que revela a cidade que vimos construindo: fracionária e desmemoriada “Belém do Já Teve”, “Belém da Saudade”.

Há uma ausência impregnada de memória nos vestígios de presença humana no local, revelando detalhes, códigos empregados há décadas e uma franca decrepitude que se manifesta ora ali, ora aqui, em objetos e pormenores da edificação.

As obras fotográficas de Daniel Cruz nos incitam a pensar não apenas sobre o espaço construído, mas sobre a condição de cada indivíduo, como sujeito que constitui vínculos e se expressa subjetivamente ao longo do tempo em graus de potência relacional com o mundo.

E ainda, a obra de Cruz é fundamental, pois nos leva a olhar a cidade que queremos, e a assumirmos um papel como cidadãos. Ela provoca isto num campo singular que é o da arte, e uma arte que se faz dentro da própria vida e nos revela nossa frágil condição pós-moderna

.

Orlando Maneschy

Curador"Presenças" | Daniel Cruz | Detalhes da exposição | Galeria de Arte Vitória Barros | Marabá-PA

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Artistas de Marabá – Acervo Galeria de Arte Vitória Barros | Marabá-PA

Antonio Botelho

Antonio Morbach

Benedito Souza

Eliude Rocha

Marcone Moreira

Noé Von Atzinger

Pedro Morbach e

Vitória Barros

Artistas de Marabá | Acervo Galeria de Arte Vitória Barros | Detalhes da exposição | Marabá-PA Na página anterior: Detalhe da pintura “S/titulo” de Eliude Rocha (Marabá-PA

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Ação EducativaARTE-PARÁ

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Abertura do Arte Pará no Espaço Cultural da FIT | Santarém-PA | Foto Arnoudo Andrade

Ação educativa no Espaço Cultural da FIT | Santarém-PA | Arnoudo Andrade

A Ação de Desenvolvimento Cultural e Educativa do Arte Pará 2008

Vânia Leal

Ao ser convidada por Alexandre Sequeira em 2007 para compor a Ação educativa do Arte Pará, fiquei

refletindo que caminho seria interessante para este projeto. Dentre alguns objetivos demarcados destaca-se

a qualidade das visitações às exposições e atividades paralelas na intenção de proporcionar o entendimento

da produção artística fundamentado nos parâmetros de reflexão e apreciação da obra de arte.

Nesta ação conjunta entre a Fundação Romulo Maiorana e Instituições Acadêmicas, criou-se um

projeto de mediação cultural que envolveu 26 estudantes de Artes Visuais e Tecnologia da Imagem da

Universidade Federal do Pará-UFPA, Universidade da Amazônia-UNAMA e Escola Superior Madre Celeste-

ESMAC, interessados em ampliar seus conhecimentos sobre as relações entre Arte e Educação, além de

alunos e professores da Rede Pública e Particular de Ensino, nos diversos níveis, contemplando também

todos os visitantes dos museus inseridos no que foi chamado de ‘Trilha do Arte Pará 2008’.

A metodologia de atuação englobava a realização de visitas orientadas nos espaços expositivos a

partir das produções plásticas da exposição, conversas com artistas expositores e divulgação das outras

atividades do Arte Pará através da distribuição de impressos (caderno especial Arte Pará-Liberalzinho) que

fizeram relações diretas entre os conteúdos das exposições e as escolas, como proposição de aproximar

o público das várias ações artístico- culturais que aconteceram na programação paralela promovida pelos

curadores, consolidando a missão social e artística da Ação de Desenvolvimento Cultural e Educativa do

Arte Pará que é a de intensificar o acesso ao universo da produção artística, promovendo a relação entre

público, artistas e obras. Essa relação intensifica-se a partir da atuação dos mediadores nas atividades das

visitas dialogadas e nas oficinas, objetivando a criação de meios que possibilitem a ampliação do universo

cognitivo/perceptivo dos visitantes.

As instituições de arte atuais se preocupam com o público (sobretudo, com o público escolar) porque

é de seu interesse a ampliação do público. Ademais, o intercâmbio é necessidade da escola: o ensino de

arte se firma nas propostas de leitura e exige o contato com a obra de arte. Por isso, parcela significativa dos

museus atuais possui setor educativo. Na América Latina, o debate acerca dessa necessidade iniciou em

1958, no Seminário Regional da UNESCO no Rio de Janeiro que tratou da função educativa dos museus.

Desde então, orientados pela nova museologia, os museus latinos-americanos iniciaram a implantação de

serviços educativos. A proposta se estendeu às bienais, consolidando-se na década de 1990 na XXIV Bienal

de São Paulo (1998).

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Ação Educativa no GAM em Marabá-PA | Ederson Oliveira

Abertura do Arte Pará na Vitória Barros Galeria em Marabá-PA | Vitória Barros

Em sua 27ª edição, o Arte Pará é um Projeto de Arte consolidado e conectado às transformações

contemporâneas no campo das artes e afins. O papel de cada instância envolvida foi definido para evitar

sobreposição de ações e para manter o rigor ético das atividades acadêmicas. A Ação Cultural Educativa,

implantada pela Fundação Rômulo Maiorana, compôs-se das fases de planejamento, divulgação,

capacitação, execução e avaliação.

Durante a preparação da equipe de mediadores que antecedeu a montagem do Salão, foram

pontualmente trabalhados os conteúdos da proposta, com exposição de vídeos, estudos de conceitos,

encontros com artistas, curadores e diretores de museus convidados, - Paulo do Canto e Zenaide de Paiva

(MHEP); Deuzarina Vasconcelos do Museu de Arte Sacra (MAS); das pesquisadoras e professoras Marisa

Mokarzel e Janice Lima (da Unama); Helena Quadros, Mariana Bordallo e equipe da Ação Educativa do

Museu Goeldi; e Martha Freitas, responsável pela montagem do Arte Pará. A orientação do Professor

Neder Charone nas oficinas desenvolvidas no Museu Goeldi foi relevante para garantir a qualidade no

atendimento com as escolas. Outro ponto que fez a diferença foi a contribuição dedicada de Heldilene Reali

que esteve ao meu lado reforçando o êxito do projeto, além do registro fotográfico das ações educativas

através do olhar sensível de Flavya Mutran garantindo a documentação e memória das etapas relevantes

do processo.

Vale lembrar a pioneira extensão do Projeto Arte Pará para o interior do Estado através da Ação de

Desenvolvimento Cultural e Educativa que esteve presente em Marabá (Galpão de Artes e Vitória Barros

Galeria) e em Santarém (Espaço Cultural da FIT- Faculdade Integrada Tapajós) dois dos importantes pólos

regionais produtivos do Pará. O envolvimento de alunos das Universidades locais em Santarém e Marabá

seguiu a unidade proferida em Belém, desde os estudos e materiais didáticos até o envolvimento com os

segmentos do projeto como a montagem, curadoria e palestras. A receptividade do Professor Ms. Hélvio

Moreira Arruda, Diretor Geral da FIT e da Professora Terezinha Arruda, Coordenadora do Núcleo Cultural

foi marcada pelo envolvimento da comunidade acadêmica possibilitando um campo fértil de diálogos.

Em Marabá o momento foi de orgulho e satisfação que ficou registrado na organização e fala da artista e

galerista Vitória Barros, Antônio Botelho e Ederson Oliveira (Galpão de Artes).

Assim, ao organizar um Projeto de Mediação Cultural do Projeto Arte Pará de alcance nacional, acredita-

se estar criando um pólo catalisador e irradiador de informação artística e cultural para o Estado do Pará

que agora se expande para o interior e é plural em relação aos sentimentos que desperta com visibilidade

interdisciplinar, abrindo um importante espaço para artistas, comunidade acadêmica, profissionais de arte

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Ação Educativa no Espaço Cultural da FIT | Santarém-PA | Arnold Andrade

Listagem de convidados e selecionadose toda a população que valoriza a produção artística. O componente educativo do Arte Pará é prioridade

para Roberta Maiorana, Diretora Executiva da Fundação Rômulo Maiorana, que amplia e reforça o papel

social do Arte Pará em que o objetivo é o desenvolvimento artístico e cultural das novas gerações.

Desejamos compartilhar cada vez mais esta relação dialógica na certeza que a Ação de Desenvolvimento

Cultural e Educativa do Arte Pará planta a semente de um espaço aberto ampliado de reflexão.

Assim seja!

Vânia Leal Machado

REFERÊNCIAS:

BARBOSA, Ana Mae. Tópicos Utópicos. Belo Horizonte: C/Arte, 1998.

CANEVACCI, Massimo. Sincretismos: uma exploração das hibridações culturais. São Paulo: Studio Nobel, 1996,

102p.

MUSEU HISTÓRICO DO ESTADO DO PARÁ

Acácio Sobral – Belém-PAFotografia“Sem título” (convidado)

Alberto Bitar – Belém-PAFotografia“Algum Silêncio, Da série efêmera Paisagem (Prêmio Aquisição)

Alexandre Belém – Recife-PEFotografia“S/título (Poliptico)”, “De Passagem (Triptico)”

Bruno Cantuária e Ricardo Macedo – Belém-PA- Fotografia“Identidades Móveis”(Prêmio aquisição)

Bruno Vieira – Recife-PEObjeto“Caixas do Tempo I”, “Caixas do Tempo II”, “Caixas do Tempo III”

Carla EvanovitchCategoria: Instalação; Belém-PA“Travessias Imaginárias”(Prêmio aquisição)

Carla Zaccagnini – Fortaleza-CEImpressão Jato de tinta“Sobre La igualdad y lãs diferencias I: casas gemelas (convidada)

Claudia Zimmer – São José-SCFotografia“Meia Praia I - Séria Cartografia do Meio, Meia Praia Ii - Série Cartografia do Meio, Praia do Meio - Série Cartografia do Meio”

Cláudio Assunção – Belém-PAVídeo ObjetoOnomatografia

Daniel Escobar – Belo Horizonte-MGMista“Permeável IX (Série Perto Demais)”, “Permeável X (Série Perto Demais)”, “Permeável VIII (Série Perto Demais)”

Daniely Meireles do Rosário – Belém-PAMista“Mimética”

Dirceu da Costa Maués – Belém-PAVídeo“Citytouro1”

Edilena Florenzano MirialvaCategoria: AssemblageCidade: Belém (PA)Obras(s) “Morada de Pássaro: Vitória 3000”, “Morada de Pássaro: Energia 3000”, “Morada de Pássaro: Força 3000”(Prêmio aquisição)

Felipe BittencourtCategoria: PerformanceCidade: São Paulo (SP)Obras(s): “X-Ponto Determinante”(Prêmio aquisição)

Felipe Scandelari – Curitiba-PRDesenho“S/Título”, “S/Título II”, “S/Título III”

Flávia MetzlerCategoria: PinturaCidade: Rio de Janeiro (RJ)Obras(s): “Verso e Frente (Com Arma)”, “Boi Esquartejado”, “Retratos”

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Guilherme Cunha – Belo Horizonte-MGDesenho Digital“Lab_Oratório”

Jocatos – Belém-PAInstalação“Profissão; Arte Vida: Em Repouso”

Jorge Menna - Barreto - São Paulo - SPFotografia“Lugares Moles”(convidado)

José Luiz Stéfano Mianutti - Curitiba-PRFotografia“Contra-Senha I”, “Contra-Senha II”, “Contra-Senha III”

Josynaldo Vales Ferreira - Belém-PAVídeo-instalação“Marco Zero”(Prêmio aquisição)

Marcelo Ghandi Avelino Batista - São Paulo-SPDesenho“Sem Título (1)”, “Sem Título (2)”, “Sem Título (3)”

Mariana Galender – São Paulo-SPDigitalDa Série “Um Outro Lugar”. Sem Título, da Série “Um Outro Lugar”. Sem Título, da Série “Um Outro Lugar”. Sem Título

Melissa Barbery - Belém-PAInstalaçãoLaw-peca-garden (Convidada)

Milena Travassos – Fortaleza-CEInstalaçãoPara Ver Amarelo

Nailana Thiely Salomão Pereira – Belém-PAFotografia“Mongra”, “Cristo”, “Seu Manezinho”(Série Conexões – Projeto Antes de Ver, Reveja)

Nio Dias – Belém-PAInstalação“Objeto-Base/Pluviômetro” (Prêmio aquisição)

Raquel Stolf – Florianópolis-SCVídeo“Grilo [Relato B.]”(Prêmio especial)

Raymundo Firmino de Oliveira Neto – Belém-PAVídeo“Sem Título”(Prêmio aquisição)

Roberta Carvalho e Keyla Sobral – Belém-PAVídeoProcuro-Te. Por Que Não Em Marienbad??

Roberto Moreira Junior (Traplev) - Florianópolis-SCInstalação“Formulários e Modos Opcionais Sala 1”

Rubens Mano – São Paulo-SPFotografia“Última onda” (convidado)

Sergio Cardoso – Manaus-AMInstalação“Mayday Manhaus.(Blue Skies. O Céu da Paisagem)”

Sinval Garcia – São Paulo-SPFotografia“Sem título”; “Montanhas de Mucumaque-Brasil da série Paisagens In-visíveis” (convidado)

Sofia Dellatore Borges – São Paulo-SP

Fotografia“Sem título”, “Sem título”, “Sem título”

Victor de La Rocque – Belém-PAIntervenção UrbanaGallus Sapiens Parte 2 (Grande prêmio)

MERCADO DO VER-O-PESOJorge Luis Margalho Matos – Belém-PAIntervenção Urbana“Chuva de Cheiro”

GUAMÁRaimundo Nonato da Silva – Belém-PAIntervenção urbana“Barraco do Louro”

MUSEU DE ARTE SACRA / GALERIA FIZANDA

Bettina Vaz Guimarães – São Paulo-SPPintura“Liquitudo”, “S/Título”, “S/Título”

Cicley Araujo – Santarém-PADesenho (Prêmio aquisição)“O Ceu Não É O Limite”, “O Ceu Não É O Limite II”, “O Céu Não É O Limite III”

Egon da Conceição Pacheco – Santarém-PAInstalação“Mutação”, “Objetos Alquímicos”

Evandro Prado – Campo Grande-MSAssemblage“Jorge”, “João Batista”, “Sebastião II”

Loise Rodrigues – Brasília-DFPintura“S/Título (1-11)”, “S/Título (1-12)”, “S/Título (1-13)”

Paulo Sergio de Sousa Bezerra – Ananindeua-PAInstalação“Construção I”, “Construção II”(Prêmio aquisição)

Tatiana Stropp – Curitiba-PRMista“01.04”, “05.10/05.11”, “08.06” (Prêmio aquisição)

Thiago Martins de Melo – São Luis-MA“Sad Goat Redux 1”, “Sad Goat Redux 2”, Sad Goat Redux 3”(Grande prêmio)

MUSEU EMÍLIO GOELDI

Armando Sobral – Belém-PAEsculturas, em madeira, feitas em parceria com Maurileno SanchesArtefatos (Convidado )

Clayton Nascimento - Apeú - Castanhal - PACerâmicas / InstalaçãoMetrópolis (Convidado)

Cicley Araújo - Santarém - PACuia e madeira / InstalaçãoPitangas (Convidado)

Izer Campos – Apeú-PACerâmicas s/ Título (Convidada)

Lígia Áreas - Belém - PANanquim sobre carvão Recortes Amazônicos (Convidada )

Melissa Barbery– Belém - PA VídeoApartamento 1102 (Convidada)

Marinaldo Santos – Belém-PAMista Canoa (Convidado)

Nio Dias – Belém-PAInstalação“Objeto Base/Pluviômetro”(Prêmio Aquisição)

Walmor Corrêa - Porto Alegre - RSPlacas de IdentificaçãoAliteração - Esculturas em taxidemia (Convidado)

MUFPA – ESPAÇO OCUPADOAcácio Sobral – Belém-PAFotografia“Sem título” (Convidado)

Alexandre Belém – Recife-PEFotografia“S/título (Poliptico)”, “De Passagem (Triptico)”

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Ana Paula Lima - São Paulo - SPInstalação “Folha - Fólio” (Convidada)

Armando Queiroz - Belém - PAVídeo“Ego” (Convidado)

Cinthya Marques e Yuri Amorim - Belém - PAFotografia“Ensaio da Solidão” (Convidados)

Cláudia Leão - Belém - PAInstalação“Sem título” (Convidada)

Elton Lúcio dos Santos – Belo Horizonte-MGPintura “Sem título”,”Sem título”,”Sem título”

Flora Rebollo - São Paulo - SPDigital; S/ Título, Série Maquetes, S/ Título, Série Maquetes, S/ Título, Série Maquetes

Heraldo Cândido - Belém - PAIntervenção“Sem título” (Convidado)

Isabel Santana – São Paulo-SPFotografia“Sem título”,”Sem título”,”Sem título”

Mabe Bethônico - Belo Horizonte - MGFotografia“lha Inatingível” (Convidada)

Maria Christina - Belém - PAObjeto“Não consegui pensar em nada para colocar aqui dentro” (Convidada)

Michel Pinho - Belém - PAFotografia“Br-01, Br-02, Br-03”

Nio Dias - Belém - PAInstalação“Objeto-Base/Pluviômetro”

Ruma - Belém - PAInstalação“Diálogos das Marés” (Convidado)

“Sala Suburbano” – Galeria Manoel Pastana – MHEPElieni Tenório “Sonho Azul”(2007)Acrílica sobre tela “A santa e a ceia “(2007) Acrílica sobre tela “Casamento da vagaba”(2007)Acrílica sobre tela Obras da Serie”Suburbano Coração”

Armando Queiroz “Estatua viva”Vídeo 11’ 13”Resultado da Bolsa de Pesquisa do IAP/2007 “Dos jogos possíveis e impossíveis”(2008)Instalação

José Antonio “Eletro-técnica”(2007); “Eletro-Eletro”(2007); “Eletro-Ar”(2007)Guache sobre papel “Atelier”Mista sobre papel“Serviços de Manicure”Acrílica sobre madeira“Pedidos”Acrílica sobre madeira“Conserto”Acrílica sobre madeira

Werley Oliveira “A costureira”(1998)Mista sobre tela “Objeto identificado”(2004)Instalação / Objetos diversos

João Cirilo “Outdoors”(2008) Impressão sobre papel

Flávio Araújo“Sem titulo I e II”(2008)Mista sobre chapa de PVC

Nato “Standards”(2007 ) Instalações itinerantes Mista sobre tecido Melissa BarberyLow-Tech Garden”InstalaçãoResultado da Bolsa de Pesquisa do IAP

Marinaldo Santos “Peixe Frito”Objeto/técnica mista“Açaí Noturno”(2008) Instalação “Trecalhada”InstalaçãoLuiz dos Anjos“Samba”(2007 ) Acrílica sobre tela “Casamento”(2007) Acrílica sobre tela “Pagode”(2007 )Acrílica sobre tela“Dançarinos”(2007)Acrílica sobre tela

Tereza Bandeira “Sem titulo”Pinturas e Objetos Técnica mista

Lara Borges “Feminino suburbano”(2008Instalação

Rybas“Roleta”(2006) Mista sobre tecido

Mistral Vilhena “Cabeças locas”“O prato do dia”‘Eye of love”“Pastor”Mista sôbre papel

Margalho-Açu “Ondas da paixão”(2008)Pintura sobre borracha

Jair Junior“Eternamente Waldick”(2008)Mista sobre madeira

Luis Antonio Marinho “Portas”(2008) Napa sobre madeira

Milton Meira“Suburbano”(2008)Poema / ploter em parede

SANTARÉM - TravessiasEspaço Cultural das Faculdades Integradas do Tapajós – FIT /Santarém-PA

Cicley Araújo“O céu não é o limite”Desenhos

Edu Costa“S/título”Monotipias

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Egon Pacheco“Riscos”Instalação“Arrisque”Instalação

Eliank Araújo“S/título”Fotografias

Elves Costa CerâmicasDimensões variadas

Jolene Santana“s/titulo”/ objetosDimensões variadas

MARABÁGalpão de Artes de Marabá - GAM Exposição de Tereza BandeiraExposição individual de Tereza Bandeira constituída de objetos, pinturas, livros e cadernos distribuídos em forma de instalação nos espaços expositivos do Galpão de Artes de Marabá - GAM.

Coletiva de Artista de MarabáAcervo da Galeria de Arte Vitória Barros

Antonio Botelho“S/titulo”mista sobre madeira

Antonio Morbach“S/título”nanquim sobre papel

Benedito Souza“S/título”mista sobre papelão

Eliude Rocha “S/título”Acrílica sobre tela

Marcone Moreira“S/título”acrílica sobre papel

Noé Von AtzingerFotografias

Pedro Morbach“s/titulo”nanquim sobre papel

Vitória Barros“S/título”óleo sobre tela

Vitória Barros Galeria de Arte Exposição Fotográfica “Presenças” de Daniel Cruz Fotoss/títuloBelém-PA

COORDENAÇÃO GERAL DA AÇÃO EDUCATIVAVânia Leal Machado(Belém, Santarém e Marabá)

MEDIAÇÃO CULTURAL BELÉMApoio: Heldilene RealeFotografia: Flavya MutranExposição “Espaço Ocupado”Abigail do Perpétuo Socorro e Silva (UFPA)Carla Lúcia Gordo (UFPA)Paulo Vinícius Reis (UFPA)Rubinaldo Soares Silva Junior (UFPA)

Exposição “Arte e Transcendência”Alan Rosa Reis (ESMAC)Camilla de Fátima dos Santos Soares (UNAMA)Ivana Cristina de Souza Lopes (ESMAC)Juan Pablo Freire Guimarães (UFPA)

Exposição “Trânsitos e Irradiações”Ana Paula Corrêa (UFPA)Clarisse Fonseca Chagas (UNAMA)Evila Lorena da Silva Nascimento (UFPA)Paola Haber Maués (UNAMA)Romadla Albuquerque Batista de Lima (UNAMA)Sharon de Carvalho Sousa (ESMAC)

Exposição “Mapas Orgânicos”Adriele Cristine Silva da Silva (UFPA)Alessandra Vieira de Lima (UNAMA)Amanda Layse Melo Valois (ESMAC)Ana Maria Botelho Holanda (ESMAC)Cinthya Marques (UFPA)Ediberto Nunes Negrão Junior (UNAMA)Edirlei Pimentel dos Santos (UFPA)Francivaldo Batista Campos (ESMAC)Larissa Mayara Santos Costa (ESMAC)Leane Tereza Vasconcelos dos Santos (ESMAC)Luciene Lobo de Araujo Rapacci (UNAMA)Michele de Souza Chaves (UNAMA)

MEDIAÇÃO CULTURAL MARABÁGaleria Vitória BarrosResponsável: Vitória BarrosIeda Maria Martins MendesClébio Marinho Pereira

Galpão de Artes Marabá (GAM)Responsável: Antônio Nunes Botelho FilhoApoioEderson Pereira de OliveiraGiuzane Moraes MagalhãesLaiana Miranda LemesMediadoresFelix Urano Gama de SousaRayson Dos Santos da Silva

MEDIAÇÃO CULTURAL SANTARÉMEspaço Cultural da FIT- Faculdade Integrada TapajósDiretor GeralProfessor Ms. Hélvio Moreira ArrudaCoordenadora do Núcleo CulturalProfessora Esp. Antônia Terezinha dos Santos AmorimSecretáriasMárcia de Oliveira da SilvaCélia Cristina MartinezMediadoresPriscila Thais de Sousa MoreiraPaulo Armando dos Santos AmorimIsac Rafael de SiqueiraHéfren Cristiano Mota CastroRosangela AlmeidaDaniele Patrícia Jorge Repolho

AÇÃO DE DESENVOLVIMENTO CULTURAL E EDUCATIVA ARTE PARÁ 2008

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Arte Pará 2008

CuradoriaAlexandre SequeiraEmanuel FrancoOrlando Maneschy

Coordenação GeralRoberta Maiorana e Daniela Oliveira

Assistente de CoordenaçãoAna Cristina Prata

Júri de Seleção Marília Panitz - DF, Oriana Duarte - PE, Marisa Mokarzel - BEL, Jorge Eiró - BEL.

Júri de PremiaçãoAna Paula Lima - SP, Walmor Corrêa - RS, Oriana Duarte - PE, Mariano Klautau - BEL, Jorge Eiró - BEL.

Coordenação de MontagemMarta Freitas

Julgamento, montagem e desmontagemAlexandre Cruz Pinheiro, Andréia Cunha, Georgia Bittencourt de Oliveira, Cristiano Damasceno, João Arcangelo, Mario Kelsen Soares Favacho, Marcelo Martins, Marcio André Valente Trindade, Moisés Araújo.

Ciclo de Palestras Ana Paula LimaPalestra: A arte é o que faz a vida mais importante do que a arte Oriana DuarteCorpo brasileiro: corpo de deslocamento Joerg BaderNova Fotografia SuíçaCentro de Fotografia 2001-2002 Mabe Bethônico, Joerg Bader e Orlando ManeschyA Bienal de São Paulo

Iluminação e apoioMichel Holanda e Diovane Freitas

Coordenação Geral da Ação EducativaVânia Leal Machado(Belém, Santarém e Marabá)

ApoioAureliano Ferreira Lins e Wilson da Vera Cruz

Design Gráfico ExposiçõesMapinguari Design

PlotagensViana Print Center

CONVIDADOS DA AÇÃO EDUCATIVAPalestrante: Professora Ms Janice LimaPalestrante: Professora Drª Marisa MokarselDiretoria do MHEP: Paulo do CantoDiretoria do MAS: Zenaide PaivaCoordenação da Ação Educativa Sistema Integrado de Museus: Deuzarina VasconcelosCoordenação Geral da Equipe de Montagem do Arte Pará: Marta FreitasCoordenação do Curso de Artes Visuais da UNAMA: Ana Del TaborCoordenação do Programa de Visitas Escolares do MPEG: Helena QuadrosCoordenação do Centro de Visitantes do MPEG: Mariana BordaloCoordenação Pedagógica das Oficinas: Néder CharonePaulo Wagner - UFPA Carmen Helena Soares – UFPAPaulo Barroso-EsmacLarissa- Esmac

Produção de vídeo Ação Educativa: Ellen Espíndola de Santa Brígida, Joabner Oliveira de Santa Brigida

PROFESSORES ENVOLVIDOS NA OFICINA DO MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDIRita de Cássia, Paula, Nazaré Uchoa, Sillene, Silvana e Marlene Santos, Andrelina Rosário, Janaína Sales, Lurdes, Roberto Rocha, Norma Madno, Cleonilde Melo, Maria José Perdigão, Eugênia, Clara Irene, Francisca Wariss, Wanderly, Ivonete Cunha, Rosely André, Edinéia Ribeiro, Tereza Paiva, Wanda Palheta, Rita Melen, Sheila Santos, Maria Gomes, Maria de Nazaré, Maria Raimunda, Zilda Chaves, Clidalva Pimenta, Carlota Bordallo, e Vânia Castro.

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Sala “Suburbano” Curadoria/Design de MontagemEmanuel Franco

MontagemLeandro Blanco FerreiraRicardo Pinheiro de Souza

ApoioAlunos do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UNAMAAlana MottaAna Paula BrotherhooCarolina FolhaCarolina NishidaCarolina RodriguesDaniele CavalcantiJade MorgadoJamille AnaisseJuliana LimaJuliane MaiaKissia SoeiroLeda SalgadoMarcel CoimbraNatália SantiagaRhamon OliveiraTais Morgado

AgradecimentosAos artistas participantes e as comunidades dos bairros visitados, de Belém e do interior do Estado.

Museu da UFPA - Ficha Técnica CuradoriaAlexandre Sequeira, Emanuel Franco e Orlando Maneschy

MontagemManoel Pacheco Marcos MoreiraElton Cardoso

IluminaçãoManoel Pacheco

Museu Emílio Goeldi - Ficha TécnicaCuradoriaAlexandre Sequeira, Emanuel Franco e Orlando Maneschy

MontagemWanda Okada, André Costa, Vera Almeida, Amir Lima, Carlos Silva, Martha Carvalho

Ação EducativaVânia Leal, Mariana Bordallo, Neder Charone, Helena Quad-ros, Ana Cláudia Silva, Paulo Oliveira, Carmem Helena Moraes, Paulo Roberto Marinho, Adriele Silva, Francivaldo Campos

Apoio AdministrativoMarciléa Carvalho, Lucidalva Queiroz, Roseno Martins, Ser-viço do Parque Zoobotânico/MPEG e Serviços Gerais/MPEG

A Fundação Romulo Maiorana agradece

Alex Ramirez, Ana Paula Lima, Antônio Nunes Botelho Filho, Armando Queiroz, Armando Sobral, Deuzarina Vasconcelos, Edílson Moura, Ederson Oliveira, Félix Urano, Gilzane Magalhães, Hélvio Arruda, Ima Vieira, Joerg Bader, Jorane Castro, Jorge Eiró, Jussara Derenji, Luciano Oliveira, Luiz e Carmem Peixoto, Mabe Bethônico, Mário Martins, Mariano Klautau Filho, Marcos Galon, Marília Panitz, Marisa Mokarzel, Marcone Moreira, Nelson Sanjad, Oriana Duarte, Paulo Canto, Renata Maués, Rosa Kawada, Sérgio Pimentel, Sheila Martins, Terezinha dos Santos Amorim, Vitória Barros, Walmor Corrêa, Wanda Palheta, Walter Bandeira, William Coelho, Zenaide de Paiva.

Governo do Estado do ParáPrefeitura Municipal de Belém

Projeto O Liberal na EscolaConsulado do Japão ()

Educadores do Sistema Integrado de MuseusEspaço Cultural Casa das Onze JanelasEscola Superior Madre Celeste(Esmac)Faculdades Intergradas do Tapajós -FIT

Galeria VermelhoGalpão de Artes de Marabá-GAM

Galeria de Arte Vitória BarrosIAP – Instituto de Artes do Pará

Museu Histórico do Estado do ParáMuseu de Arte Sacra

Museu da Universidade Federal do ParáMuseu Paraense Emílio Goeldi

Monitores da Universidade Federal do Pará (UFPª), Universidade da Unama(Unama)Secretaria de Estado de Cultura

Secretaria Municipal de UrbanismoSindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém

Aos artistas convidados que gentilmente colaboraram com este projeto, aos artistas selecionados e aos colegas das ORM que contribuíram para a realização deste Salão.

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PRESIDENTE DA FRMLucidéia Maiorana

DIRETORA EXECUTIVA DA FRMRoberta Maiorana

ASSESSORA GERAL DE PROJETOS DA FRMDaniela Oliveira

ASSISTENTE EXECUTIVA DA FRMAna Cristina Prata

ESTRUTURA DA FRMAureliano Ferreira Lins

Fundação Romulo MaioranaAv. 25 de Setembro, 2473 – Marco

CEP: 66093.000Fone: (91) 3216.1142 – Fax: (91) 3216.1125

E;mail: [email protected]: Jornal O Liberal, Caixa Postal 487

Belém – Pará – BrasilWebsite: www.frmaiorana.org.br

CatálogoCoordenação Editorial / Organização

Roberta MaioranaDaniela Oliveira

Orlando ManeschyAlexandre Sequeira

Emanuel Franco

Projeto GráficoLuciano e Daniela Oliveira

RevisãoCarolina Menezes

Digitação e Editoração EletrônicaEzequiel Noronha Jr.

FotografiasOctávio Cardoso, Flavya Mutran,

Orlando Maneschy e Alexandre Sequeira

Tratamento de ImagensOscar Farias

Gilson Magno

ImpressãoRM Graph

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PATROCÍNIO

APOIO

Secretaria de Estado de CulturaSindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém

Projeto O Liberal na EscolaPrefeitura Municipal de Belém

Pro Helvetia, Conselho de Artes Suíço

27 Arte Pará

ISBN 978-85-62494-00-0

Fundação Romulo Maiorana

Organizador: Roberta Maiorana, Daniela Oliveira, Orlando Maneschy, Alexandre Sequeira, Emanuel Franco

1. Arte Moderna, Século XXI. 2. Título

CDD-700

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