Cavaleiros da Távola Redonda

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Cavaleiros da Tvola RedondaOrigem: Wikipdia, a enciclopdia livre.

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Cerco de Galahad. Os Cavaleiros da Tvola Redonda, segundo a lenda, foram os homens premiados com a mais alta ordem da Cavalaria, na corte do Rei Artur, no Ciclo Arturiano. A Tvola Redonda, ao redor da qual eles se reuniam, foi criada com este formato para que no tivesse cabeceira, representando a igualdade de todos os seus membros. Em diferentes histrias, varia o nmero de cavaleiros, indo de 12 a 150 ou mais. A Winchester Round Table, que data de 1270, menciona uma lista com 25 nomes de cavaleiros.

[editar] Cdigo de CavalariaSir Thomas Malory descreve o Cdigo dos Cavaleiros como:

1 - Buscar a perfeio humana 2 - Retido nas aes 3 - Respeito aos semelhantes 4 - Amor pelos familiares 5 - Piedade com os enfermos 6 - Doura com as crianas e mulheres 7 - Ser justo e valente na guerra e leal na paz

[editar] Origens da Tvola RedondaO primeiro escritor a descrever a Tvola Redonda foi o poeta do sculo XII, Wace, cujo Roman de Brut tomou como base a Historia Regum Britanniae de Geoffrey de Monmouth. Este recurso foi utilizado por muitos autores subseqentes. Todavia, mesmo os primeiros autores atribuem a Arthur um squito de guerreiros extraordinrios. Em Geoffrey, a corte de Arthur atrai os maiores heris de toda a Europa. No material arturiano gals, muito do qual est includo no Mabinogion, so atribudas habilidades

sobre-humanas aos homens de Artur. Alguns dos personagens do material gals aparecem mesmo sob nomes alterados como Cavaleiros da Tvola Redonda nos romances continentais, os mais notveis dos quais so Cai (Sir Kay), Bedwyr (Sir Bedivere), Gwalchmai (Sir Gawain) e Galahad aquele que conseguiu achar a Santo Graal. Correto

[editar] Lista de Cavaleiros da Tvola RedondaTeoricamente, a Tvola Redonda teria apenas 12 ou 24 cavaleiros, conforme as verses. No entanto, nas vrias histrias e verses das lendas, aparecem referidos como cavaleiros mais de uma centena de nomes, dos quais os mais famosos vo a seguir referidos. Nota: Nas verses medievais portuguesas das histrias da Tvola Redonda, os nomes dos cavaleiros eram muitas vezes precedidos do ttulo de nobreza "Dom". Modernamente, por influncia anglo-saxnica, mesmo na Lngua Portuguesa passou a ser comum proceder os nomes pelo ttulo britnico correspondente ("Sir") Nome Accolon Aglovale Agravain Bedivere |/\, Bedwyr Agraveine Condestvel e um dos principais conselheiros de Artur Rei de Gaunes (Glia), irmo de Leonel, primo de Lancelot e de Boors, o Exilado Heitor. Um dos que chegaram ao fim da demanda do Graal La Cote Male Taile Variantes do Nome Acolon Alcunha Accolon de Glia Descrio Amante de Morgana e inimigo de Artur Filho do Rei Pellinore de Listinoise Filho do Rei Lot de Orkney Obras Literrias

Boors

Bors, Bohort, Bohor

Breunor Cador Calogrenant Caradoc Colgrevance Constantino Constantine Karadoc

Caradoc Vreichvras (Caradoc BraoForte) Filho de Cador e que se tornou Rei aps a

morte de Artur Dragonet Daniel Dinadan Gaheris Guerrehet O Bobo da Corte Irmo de Daniel e Brunor Filho de Lot e de Morgause Galahad, Le Preux (Galahad, Filho de Lancelote o Valente Cavaleiro) Senhor das ilhas longnquas Filho de Lot e de Gareth, o Franco Morgause

Galahad

Galaaz

Galehaut Gareth Gaheriet Galvo (verso portuguesa medieval), Gawain, Gauvaine, Gawaine, Balbhaidh, Gwalchmai rec

Gauvain

O Falco

Filho de Lot e de Morgause e sobrinho de Artur

Sir Gawain eo Cavaleiro Verde

Geraint Gingalain Girflet Heitor das Lagoas Hoel Hunbaut

rec e nide O Belo Desconhecido Filho de Gauvain Filho do Rei Ban de Benoic e da Rainha Helena, padrasto de Artur e pai de Kay

Jauffr Hector, Ector Heitor das Lagoas

Ivain

Ivaine, Ywain, Owain, Owains

O Cavaleiro do Leo

Ivain, o Bastardo Kay Cai, Kai, Keu, Caius, Caio

Filho de Uriens e de Morgana. Um dos melhores cavaleiros, banido por Artur, mas a ele fiel e s demandas. Acompanhado de um leo. Tambm filho de Uriens Senescal, frequentemente associado com

Bedivere, um dos primeiros personagens a figurar na coroao de Artur Lamorak Lanarote, Lancelote, Launcelot Lancelot do Lago, O Cavaleiro da Carroagem, O Cavaleiro Branco Filho do Rei Ban, meio-irmo de Heitor e Pai de Galahad. Criado por Viviane num lago. Salvador e amante de Guinevere. Pai de Guinevere e Guardio da Tvola Redonda Filho do Rei Bohort Se dizia filho bastardo de Leodegrance e sequestrou Guinevere Filho ilegtimo de Artur e Morgana e destruidor do seu reino O Cavaleiro da Besta Ladradora. Pai de Elaine, que com a ajuda de Morgana se casou com Lancelote e foi me de Galahad Filho de Pellinore e, em Graal A algumas verses, neve e o vencedor da demanda sangue. do Graal Irmo de Palamedes Neto do Imperador Adriano de Constantinopla Tristo e Isolda Rei de Gore, foi casado com Morgana, irm de Artur Coroado Rei da Rei Artur Bretania aps retirar a

Lancelot

Leodegrance Leonel Lucan Meleagant

Leodegrans, Lodagan Lionel

Mordred Morholt Palamedes Pelleas Pellinore

Mortret

Jovem Deus Cornudo

O Sarraceno

Perceval Safir Sagramor Tor Tristo Uriens Artur

Peredur, Percival, Perceval o Persifal, Parsifal, Gauls Parcival, Parzifal

Sagremor

Sagramor, le Desre Tristo de Lyonesse

Tristan, Tristam

espada da pedra (Excalibur) e jurar fidelidade a Avalon. Segundo as vrias verses da histria os vencedores da demanda do Graal foram Galahad, Perceval e Borrs.[Esconder]ve

Rei Artur e Matria da BretanhaRei Artur Constantino Sir Heitor Duque da Cornualha

Personagens principais

Guinevere Igraine Isolda Dama do Lago Rei Lot Rei Marcos Merlin Mordred Morgana Le Fay Morgause Uther Pendragon Agravain Bagdemagus Bedivere Boors Breunor (La Cote Mal Taille) Calogrenant Caradoc Dagonet Dinadan

Gaheris Galaaz Gareth Gauvain Geraint Griflet Kay Cavaleiros da Tvola Redonda Lamorak Lancelote Leodegrance Lionel Lucan Meleagant Marhaus Palamedes Pelleas Pelinore Percival Safir Sagramore Segwarides Tor Tristo Uriens Ivain Ivain o Bastardo

Objetos Excalibur Santo Graal Tvola Redonda Assento Perigoso LugaresAvalon Camelot Caerleon Corbenic Cornualha Logres Lyonesse Brocliande Sarras Tintagel

Mdia Livros FilmesSir Balin Dolorous Stroke Elaine de Astolat Elaine de

Outros

Cobernic Rei Pescador Cavaleiro Verde Retorno messinico do Rei Artur Famlia do Rei Artur Bases histricas para o Rei Artur Imperador Lucius Besta Glatisant

Artrio (em latim: Artorius) era o nome de uma famlia romana. Seus membros eram aparentemente nativos de Campnia, e outros membros apareceram em Dalmcia, em frica, em Glia. Marco (Marcus), Caio (Gaius) e Lcio (Lucius) eram os trs nomes usados pelos homens da famlia. Para muitos o Rei Artur provm dessa famlia. Os seus membros incluram:

Lcio Artrio Casto, o mais famoso membro, um general da cavalaria romana, alguns pensam que Artrio pode ser o histrico rei Artur. O nome ingls Arthur frequentemente traduzido para o latim como Artorius ou alguma variante (Artorus, Arturus, etc). Marco Artrio, um escritor que vivia em Pompia no tempo da famosa erupo.

Cavalaria medieval se refere instituio feudal dos cavaleiros nobres e aos ideais que lhe eram associados ou que lhe foram associados pela literatura, notadamente a coragem, a lealdade e a generosidade, bem como a noo de amor corts. Alm dos cavaleiros (miles), homens que os senhores feudais eram obrigados a apresentar (lanas), a cavalaria era constituda pelos escudeiros, cavaleiros das ordens religiosas e dos concelhos (tambm conhecidos por cavaleiros-vilos) e "cavaleiros da espora dourada" (estes eram ricos, mas sem nobreza). Cada lana constitua uma fila formada pelo seu chefe, designado por homem de armas, pelo seu escudeiro, pelo pagem, dois arqueiros a cavalo ou besteiros e por um espadachim. Cinco ou seis filas formavam uma bandeira, subordinada a um chefe. E um certo nmero de bandeiras constitua uma companhia de homens de armas. Os monges guerreiros das ordens militares do Templo, dos Hospitalrios, de Calatrava (mais tarde Ordem de Avis) e de Santiago de Espada desempenharam um papel muito importante nas lutas das Cruzadas. O gro-mestre de cada ordem exercia o comando supremo destas milcias permanentes em que serviam de oficiais, os cavaleiros professos e de soldados, os servos e os lavradores das terras destas ordens monstico-militares. Tambm lhes competia o tratamento de doentes e de feridos e, mesmo em tempo de paz, praticavam regularmente exerccios de adestramento militar. Competia-lhes defender as regies fronteirias, onde se instalavam castelos que constituam a guarda avanada dos cristos frente s terras dos muulmanos. Diferente dos outros militares, os monges guerreiros no recebiam remunerao, tendo de viver dos rendimentos prprios das suas ordens. Nesta composio da cavalaria das hostes, ocupavam, no ltimo lugar, os pees, isto , os que possuam propriedades de menor valia. Obrigados ao servio militar, os cavaleiros-vilos no recebiam remunerao por essa actividade, mas as suas terras ficavam isentas do imposto de jugada. Tais cavaleiros eram equiparados aos nobres infanes e ainda eram dispensados do pagamento de direitos de portagem. Tambm nas anduvas no tinham de executar trabalhos braais. Dirigiam, sim, o trabalho dos pees. Estes ltimos pagavam a jogada.

ndice[esconder]

1 Ascenso dos cavaleiros 2 Regras de cavalaria 3 Tornando-se um cavaleiro o 3.1 A passagem da espada 4 Torneios 5 Ordens militares 6 Herldica

7 Armas e equipamentos da cavalaria o 7.1 Armas o 7.2 Armaduras o 7.3 Cavalos 8 Em Portugal 9 Referncias 10 Ver tambm

[editar] Ascenso dos cavaleiros

Cavaleiro do sculo XIII

No tempo de Carlos Magno, guerreiros montados se tornaram a unidade militar de elite dos francos e essa inovao se espalhou pela Europa. Lutar de um cavalo era mais glorioso pois o homem montado cavalgava em direo batalha, movia-se rapidamente e atropelava os inimigos de classe baixa a p. Quando a cavalaria enfrentava outra cavalaria, o ataque em velocidade e o contato resultante era violento. Lutar montado era prestigioso por causa do alto custo dos cavalos, armas e armaduras. Somente indivduos abastados, ou os serventes dos ricos, podiam lutar a cavalo. Reis do fim da Idade Mdia tinham pouco dinheiro para pagar por grandes contingentes de cavalaria, a qual era cara. Guerreiros eram feitos vassalos e recebiam feudos. Esperava-se que eles utilizassem os lucros com a terra para comprar cavalos e equipamentos. Em muitos casos, vassalos mantinham grupos de soldados profissionais. Num tempo no qual a autoridade central era fraca e as comunicaes pobres, o vassalo, auxiliado por seus serventes, era responsvel pela lei e pela ordem no feudo. Em retorno pelo feudo, o vassalo concordava em prover servio militar para seu lorde. Dessa

maneira, grandes lordes e reis eram capazes de levantar exrcitos quando desejassem. A elite desses exrcitos eram os vassalos a cavalo. No decorrer da Idade Mdia, os membros da elite dos guerreiros montados de Europa Ocidental tornaram-se conhecidos como cavaleiros. Desenvolveu-se um cdigo de comportamento, as regras de cavalaria, o qual detalhava como eles deveriam se conduzir. Eles eram obcecados pela honra, tanto na paz quanto na guerra, embora principalmente quando se relacionavam com seus iguais, no com os plebeus e camponeses, os quais constituiam a maior parte da populao. Os cavaleiros se tornaram a classe dominante, controlando a terra da qual provinha toda a riqueza. Os aristocratas eram nobres originalmente por causa de seu status e prestgio como guerreiros supremos num mundo violento. Posteriormente, seu status e prestgio passaram a se basear na hereditariedade e a importncia em ser um guerreiro declinava.

[editar] Regras de cavalariaQuando primeiro usado, o termo "cavalheirismo" significava habilidade em lidar com cavalos. O guerreiro de elite da Idade Mdia se distinguia dos camponeses, clrigos e deles mesmos por sua habilidade como cavaleiro e guerreiro. Cavalos fortes e velozes, armas bonitas e eficientes, e armaduras bem-feitas eram o smbolo de status.

Cena alegrica de mulher sob a proteo da cavalaria.

Por volta do sculo XII, o cavalheirismo se tornou um estilo de vida. As principais regras do cdigo de cavalaria eram as seguintes:

Proteger as mulheres e os fracos; Defender a justia contra a injustia e o mal; Amar sua terra natal; Defender a Igreja, mesmo com risco de morte.

Na prtica, cavaleiros e aristocratas ignoravam o cdigo de cavalaria quando lhes fosse apropriado. Hostilidades entre os nobres e lutas por terras tinham precedncia sobre o cdigo. O costume tribal germnico que determinava que as propriedades do chefe fossem divididas entre os filhos ao invs de passar para o mais velho, geralmente provocava guerras entre os irmos pelos esplios. Um exemplo disso foi o conflito entre os netos de Carlos Magno. A Idade Mdia foi tambm um perodo de guerras civis, nas quais os grandes perdedores geralmente eram os camponeses. No final da Idade Mdia, reis criaram ordens de cavalaria, que eram organizaes exclusivas de distintos cavaleiros os quais juravam obedincia ao rei e aos outros membros da ordem. Se tornar um membro de ordem de cavalaria era extrememente prestigioso, tornando um homem um dos mais importantes do reino. Em 1347, durante a Guerra dos Cem Anos, Eduardo III, da Inglaterra, fundou a Ordem da Jarreteira, ainda existente hoje. Essa ordem consistia nos 25 melhores cavaleiros da

Inglaterra e foi fundada para garantir a sua lealdade ao rei e a dedicao vitria na guerra. A Ordem do Velocino de Ouro foi estabelecida por Filipe, o bom, da Borgonha em 1430 e se tornou a mais rica e poderosa ordem na Europa. Lus XI, da Frana, estabeleceu a Ordem de So Miguel para controlar seus nobres mais importantes. As Ordens de Calatrava, Santiago e Alcantara foram fundadas para expulsar os mouros da Espanha. Elas foram unificadas por Fernando de Arago, cujo casamento com Isabel de Castela lanou as bases para um nico reino espanhol. Ele se tornou mestre das trs ordens, apesar delas se manterem separadas. A cavalaria medieval desempenhou importante papel nas batalhas da Idade Mdia.

[editar] Tornando-se um cavaleiroNa idade de dois ou trs anos [carece de fontes?], garotos da nobreza eram mandados para viverem com grandes lordes como pagens. Os pagens aprendiam habilidades sociais bsicas das mulheres da casa do lorde e comeava o treinamento bsico no uso de armas e a cavalgar. Na idade de sete anos, o jovem se tornava escudeiro, um cavaleiro em treinamento.

Ordenao de um Cavaleiro, por Edmund Blair Leighton, (1901) - Jovem sendo elevado dignidade de cavaleiro

Escudeiros eram delegados a um cavaleiro que prosseguia com a educao do jovem. O escudeiro era o companheiro e servente do cavaleiro. Os deveres do escudeiro incluiam o polimento das armaduras e armas (propensas ferrugem), ajudar seu cavaleiro a se vestir e despir, tomar conta de seus pertences e at dormir no vo ocupado pela porta como um guarda. Nos torneios e batalhas, o escudeiro ajudava seu cavaleiro quando preciso. Ele levava armas substitutas e cavalos, tratava das feridas, afastava os cavaleiros feridos do perigo, ou garantia um enterro decente, se necessrio. Em muitos casos o escudeiro ia batalha com seu cavaleiro e lutava ao seu lado. Um cavaleiro evitava lutar com um escudeiro do outro lado, se possvel, procurando um cavaleiro de posio similar ou mais alta que a sua. Escudeiros, por sua vez, procuravam atacar cavaleiros inimigos, a fim de ganhar glria matando ou capturando um cavaleiro inimigo de maior categoria. Alm do treinamento marcial, os escudeiros se exercitavam em jogos, aprendiam pelo menos a ler, se no a escrever, e estudavam msica, dana e canto. Com 15 anos, o escudeiro era elegvel para se tornar um cavaleiro. Candidatos adequados eram proclamados cavaleiros por um lorde ou outro cavaleiro de grande reputao. A cerimnia de se tornar um cavaleiro inicialmente era simples: geralmente, "recebia-se o ttulo" no ombro com uma espada e depois afivelava-se um talim. A cerimnia tornou-se mais elaborada e a Igreja ampliou o rito. Os candidatos tomavam banho, cortavam o cabelo curto e ficavam acordados a noite inteira numa viglia de reza. De manh, o candidato recebia, de um cavaleiro, a espada e a espora. A cavalaria habitualmente s era atingvel para aqueles que possuam terras ou renda suficiente para cobrir as responsabilidades da classe. Lordes e bispos importantes podiam manter um considervel contingente de cavaleiros, entretanto, e muitos conseguiam emprego nessas circunstncias. Escudeiros que lutassem particularmente bem poderiam ganhar o reconhecimento de um grande lorde durante a batalha e ser proclamados cavaleiros no campo de batalha. Por volta do sculo XII, a aristocracia tendia a restringir o acesso de seus filhos cavalaria. Antes do sculo XII, para os cavaleiros ordinrios, a celebrao se resumia entrega pblica de seus instrumentos de trabalho. Para os grandes senhores, filhos de reis ou condes, a sagrao marcava, alm do incio na profisso militar, a entrada como futuros governantes. Para esses cavaleiros, a cerimnia era mais custosa, solene e marcada pela liturgia.[editar] A passagem da espada

A bno da espada era essencial. Colocada sobre um altar, ela era devolvida ao cavaleiro por um eclesistico. Uma viglia de armas, preces, e um banho purificador muitas vezes precediam o ritual. Todavia, as sagraes no tinham sempre esse carter litrgico - o elemento central constante era a passagem pblica da espada ao futuro cavaleiro.

O ato da entrega da arma era acompanhado de um toque suave sobre a face ou nuca, tcnica que se modificaria ao longo do tempo, para se transformar, no sculo XIV, em espaldeirada, golpe dado com o lado chato da lmina da espada, sobre o ombro do cavaleiro. A cerimnia terminava com a entrega das esporas, em geral douradas, ajustadas aos ps do novo cavaleiro por dois de seus pares. Finalmente, ao cavaleiro era levado seu cavalo de combate (corcel), sobre o qual ele saltava inteiramente armado, para fazer a demonstrao de seu valor em exerccios guerreiros. Se na origem a cerimnia assinalava a entrada na profisso militar, transformou-se em colao de grau, em condecorao obtida ao longo da carreira, como agradecimento por servios prestados.[1]

[editar] TorneiosVer artigo principal: Torneio medieval

Torneio entre rabes e cruzados durante a Terceira Cruzada. Gravura de Gustave Dor (18321883).

Simulaes de batalhas entre cavaleiros, chamadas de torneios, comearam no sculo X e foram imediatamente condenadas pelo segundo Conclio de Latro, sob o Papa Inocncio II, e pelos reis da Europa, os quais se opunham aos ferimentos e mortes de cavaleiros no que eles consideravam uma atividade frvola. Os torneios floresceram, entretanto, e se tornaram parte da vida do cavaleiro. Os torneios comearam como simples competio entre cavaleiros mas se tornaram mais elaborados com o passar dos sculos. Eles se tornaram importantes eventos sociais

os quais atraiam patronos e competidores de grandes distncias. Arenas especiais foram construdas com arquibancadas para espectadores e pavilhes para os combatentes. Cavaleiros continuavam a competir individualmente e tambm em equipas. Eles duelavam entre si usando uma e variedade de armas e simulavam batalhas corpo-acorpo com muitos cavaleiros em um lado. Disputas envolvendo dois cavaleiros lutando com lanas se tornaram o principal evento. Os cavaleiros competiam, como atletas modernos, por prmios, prestgio e olhares das damas que enchiam as arquibancadas.

Cristiano I da Dinamarca assiste um torneio de cavalaria junto a Bartolomeo Colleoni , por Girolamo Romani, (1467), afresco no Castelo de Malpaga

No sculo XIII, tantos homens estavam sendo mortos em torneios que os lderes, incluindo o papa, ficaram alarmados. Sessenta cavaleiros morreram em 1240 num torneio em Cologne [carece de fontes?], por exemplo. O papa queria todos os cavaleiros possveis para lutarem nas Cruzadas na Terra Santa, ao invs de serem mortos em torneios. Armas tornaram-se cegas e regras tentaram reduzir a incidncia de ferimentos, mas feridas srias e fatais continuaram ocorrendo. Henrique II da Frana foi mortalmente ferido numa competio num torneio celebrando o casamento da filha. Desafios terminavam geralmente em torneios amistosos, mas ressentimentos entre dois inimigos poderiam ser resolvidos em uma luta at a morte. Os perdedores dos torneios eram capturados e pagavam um resgate para os vitoriosos em cavalos, armamentos e armaduras para obterem a liberdade. Arautos mantinham registros dos recordes dos torneios. Um Cavaleiro de baixa classificao poderia acumular riquezas por meio de prmios e atrair uma esposa abastada.

[editar] Ordens militaresVer artigo principal: Ordem militar

Durante as Cruzadas, foram criadas ordens militares de cavaleiros para auxiliar os objetivos cristos do movimento. Eles se tornaram os mais ameaadores dos cruzados e os inimigos mais odiados dos rabes. Essas ordens persistiram depois que as cruzadas na Palestina fracassaram. A primeira dessas ordens eram os Cavaleiros do Templo, ou Templrios, criados em 1118 para proteger o Santo Sepulcro, em Jerusalm. Os templrios vestiam um sobretudo branco com uma cruz vermelha e faziam os mesmos votos que os monges beneditinos - pobreza, castidade e obedincia. Os templrios estavam entre os mais bravos defensores da Terra Santa, sendo os ltimos cruzados a abandon-la. No passar dos anos, eles se tornaram ricos por causa de doaes e emprstimos de dinheiro com interesses, atraindo a inveja e desconfiana dos reis. Em 1307, o rei Filipe IV da Frana acusou-os de muitos crimes, incluindo heresia, os prendeu e confiscou suas terras. Outros lderes Europeus seguiram seu exemplo e os Templrios foram destrudos. Os Cavaleiros de So Joo de Jerusalm, ou Hospitalrios, foram criados originalmente para cuidar dos doentes e pobres peregrinos visitando o Santo Sepulcro. Em pouco tempo, eles foram convertidos numa ordem militar. Eles trajavam um sobretudo vermelho com uma cruz branca e tambm faziam os votos de So Bento. Os hospitalrios tinham regras e no permitiram que sua ordem se tornasse rica ou indolente. Quando foram expulsos da Terra Santa, seguindo a rendio de seu grande castelo, o Krak des Chevaliers, eles retiraram-se para a ilha de Rhodes, a qual eles defenderam por muitos anos. Expulsos de Rhodes pelos turcos, eles passaram a residir em Malta. A terceira grande ordem militar eram os Cavaleiros Teutnicos, fundada em 1190 para proteger os peregrinos germnicos que se dirigiam Terra Santa. Antes do fim das Cruzadas eles passaram a converter os pagos na Prssia e nos Estados blticos.

[editar] HerldicaPara distinguir os cavaleiros no campo de batalha, um sistema de emblemas chamado herldica foi desenvolvido. Para cada nobre foi desenvolvido um emblema especial para ser mostrado em seu escudo, sobretudo e bandeiras. O termo escudo de armas passou a designar o prprio emblema. Uma organizao independente conhecida como Colgio dos Arautos desenhava brases individuais e asseguravam que cada um era nico. Os brases eram registrados pelos arautos em livros especiais sob sua guarda. Brases eram passados de gerao para gerao e eram modificados pelo casamento. Certos desenhos eram reservados realeza de diferentes pases. Pelo fim da Idade Mdia, cidades, guildas, e at proeminentes cidados no nobres receberam brases. No campo de batalha, combatentes usavam os brases para distinguir amigos e inimigos e para escolher um adversrio digno para uma luta corpo-a-corpo. Arautos faziam listas de cavaleiros prestes a lutar baseados em sua insgnias. Os arautos eram considerados neutros e atuavam como intermedirios entre os dois exrcitos. Dessa forma, eles

podiam passar mensagens entre os defensores de um castelo ou cidade e seus sitiadores. Depois de uma batalha, os arautos identificavam os mortos pelos seus brases.

Cavaleiro da Ordem de Santiago

[editar] Armas e equipamentos da cavalariaDesde a primeira apario da cavalaria, por volta de 1000 a.C., tropas montadas tm cumpridos vrios importantes papis nas batalhas. Eles atuavam como batedores, escaramuadores, uma fora de choque para luta corpo-a-corpo, guardar a retaguarda, e perseguiam exrcitos em retirada. A cavalaria era dividida em diversas categorias diferentes conforme o equipamento e treinamento, e certas categorias eram mais adequadas para certas tarefas que outras. A cavalaria leve usava pouca ou nenhuma armadura e era mais apropriada para reconhecimento, escaramuas e guardar a retaguarda. A cavalaria pesada vestia armadura e era mais adequada sendo usada como uma fora de choque para atacar o inimigo. Todos os tipos de cavalaria se destacavam em perseguies. A cavalaria da Idade Mdia era essencialmente uma cavalaria pesada, e seu cdigo enfatizava seu papel como uma tropa de choque atacando a cavalaria e infantaria inimigas. A partir do sculo XIII, o termo "homem de armas" era usado para descrever guerreiros com armadura lutando a cavalo ou a p. O novo termo aplicava-se tanto aos cavaleiros como aos escudeiros, pequena nobreza e soldados profissionais.

A vantagem dos cavaleiros em batalhas era a velocidade, intimidao, fora e altura. No decorrer da Idade Mdia, o equipamento dos cavaleiros foram aperfeioados para aumentar essas vantagens.[editar] Armas

A lana era a arma com a qual a cavalaria comeava a batalha. Era ideal para perfurar inimigos a p, especialmente os que estivessem em fuga. A exibio da lana na frente do cavaleiro montado ajudava na intimidao causada pela aproximao da tropa em assalto. Parte da fora do cavalo podia ser transmitida atravs da ponta da lana no momento do impacto. O cavaleiro em ataque se tornava um enorme projtil.

Utenslios utilizadas pelos cavaleiros

Historiadores discordam na importncia do estribo para ascenso dos cavaleiros. O estribo surgiu na sia e chegou Europa no sculo VIII. Alguns acreditam que ele foi crucial para a ascenso dos cavaleiros pois permitia ao cavaleiro apoiar a si mesmo e sua lana, transmitindo toda a fora do cavalo para a ponta da lana. Ningum discorda da vantagem dessa multiplicao da fora, mas outros sugerem que a sela alta desenvolvida no tempo dos romanos permitia que os ginetes transmitissem essa fora antes do aparecimento do estribo. A Tapearia de Bayeux, que descreve a conquista da Inglaterra por Guilherme em 1066, mostra os estimados cavaleiros normandos golpeando com suas lanas com as mos ou atirando-as, elas no eram lanas fixas. Nessa poca o estribo j era conhecido na Europa h pelo menos dois sculos. No restante da Idade Mdia, o ataque montado realizado com cavaleiros segurando lanas fixas era o eptome de combate para os cavaleiros. Essa no era sempre a ttica mais correta, entretanto.

Cavalaria normanda com lanas na Tapearia de Bayeux

O ataque inicial de cavalaria frequentemente resultava na perda de lanas, ou o ataque terminava numa luta corpo-a-corpo geral. Em ambos os casos, os cavaleiros trocavam de armas, que geralmente para a espada. A espada da cavalaria evoluiu para o sabre, uma larga e pesada lmina que um homem em p nos estribos podia balanar com uma tremenda fora na cabea e tronco superior dos oponentes. As espadas eram as armas que os cavaleiros mais prezavam pois elas podiam ser carregadas pela pessoa, proeminentemente exibidas, e personalizadas. Elas eram as armas mais comuns para combate corpo-a-corpo entre cavaleiros. Boas espadas eram caras, ento sua posse era um sinal de distino entre a nobreza. Outras opes para armas de ataque corpo-a-corpo incluiam o martelo, a maa (evoluo da clava), o machado, e o mangual. Martelos e maas eram populares entre os clrigos e monges guerreiros os quais tentavam obedecer ao texto da reprovao da Bblia ao derramamento de sangue, o que armas afiadas eram propensas a fazer. Em nenhuma circunstncia os cavaleiros usavam armas disparadoras de projteis de qualquer tipo. Matar um oponente distncia com seta, flecha, arco, ou bala era considerado desonroso. Cavaleiros lutavam com adversrios respeitvis, da mesma categoria quando possvel, e matavam cara a cara, ou no o faziam.[editar] Armaduras Ver artigo principal: Armaduras

Armaduras no Museu de Arte Metropolitano, Nova Iorque

A cota de malha j era usada pelos antigos romanos e por algumas das tribos germnicas invasoras, incluindo os godos. A cota permaneceu popular com a nobreza da Europa medieval at que a armadura de placas passou a ser usada no sculo XIII. A mudana foi feita em parte porque uma flecha ou ponta de espada podia penetrar na cota. Uma tnica, chamada de sobretudo, era usada por cima da cota especialmente durante as Cruzadas para defletir o sol. Os elmos tambm evoluram de simples desenho cnico para um grande balde de metal, at grandes peas esculpidas para desviar flechas. Posteriormente, os elmos podiam ser presos armadura do corpo. Armaduras completas pesando at 27 quilogramas surgiram no sculo XIV. As armaduras de placas eram bem projetadas e os cavaleiros possuam grande agilidade. Um cavaleiro de armadura no cho no estava indefeso e podia facilmente se levantar. H relatos e pinturas de homens com armaduras plantando bananeira e fazendo outros tipos de ginsticas. Nas armaduras posteriores, havia muita preocupao em desviar projteis e reforar reas mais expostas golpes. Com o passar dos anos, apareceram elaboradas armaduras completas, entalhadas, as quais eram mais cerimoniosas e prestigiosas do que prticas. A armadura era um grande gasto para um cavaleiro, que equipava a si mesmo e a um escudeiro. Um importante lorde tinha que fornecer armaduras para muitos cavaleiros. A fabricao de armaduras era um negcio importante, e um grande mercado de armaduras usadas se desenvolveu durante a Idade Mdia. Soldados comuns do lado vitorioso de uma batalha podiam ganhar uma boa soma de dinheiro retirando as armaduras de cavaleiros mortos e vendendo-as.[editar] Cavalos

Os cavaleiros tinham um orgulho especial por seus cavalos, os quais eram criados para serem fortes e velozes. Eles, alm disso, necessitavam de treino extensivo para serem manejveis durante um ataque corpo-a-corpo. Os cavalos eram treinados para atacarem com um mnimo de orientao, deixando o cavaleiro livre para segurar seu escudo e lana. Historiadores discordam se os cavalos dos cavaleiros eram pesados para aguentarem carregar o peso de um cavaleiro totalmente equipado, ou um cavalo pequeno, apreciado por sua velocidade e agilidade. A habilidade em lidar com cavalos era uma outra caractersticas com a qual os cavaleiros de elite se distinguiam dos plebeus. Ela era praticada durante a caa, uma popular atividade de lazer que os nobres mantiveram at hoje na tradicional caa raposa.

[editar] Em PortugalNo tempo de D. Joo I, foi determinado que os senhores das terras deveriam fornecer 840 lanas e as ordens militares ento existentes - Hospitalrios, de Santiago de Espada,

de Avis e de Cristo - deveriam participar nas hostes com 340 lanas. Ento, calculou-se em 2360 o nmero de lanas singelas a fornecer pelos restantes cavaleiros - os menos ricos. Assim, dispunha-se de um total de 3540 lanas, s quais se juntaria a cavalaria da ordenana ou do couto, isto , os cavaleiros-vilos, fornecidos pelos concelhos. Estes eram homens ricos, que possuam as herdades (terras herdadas) e, por isso, eram conhecidos tambm pelo nome de herdadores. A obrigao de ter cavalo era relacionada com os bens possudos.

Referncias1. Questo de honra, pginas 46 a 49, por Jean Flori - doutor em letras e cincias humanas, diretor de pesquisas do CNRS - Centre National de la Recherche Scientifique (Centro Nacional de Investigao Cientfica) e do Centro de Estudos Superiores de Civilizao Medieval de Poitiers.

[editar] Ver tambm

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Hostes Infantaria medieval Nove Bravos - as nove figuras que inspiraram os ideais da cavalaria medieval

Nove BravosOrigem: Wikipdia, a enciclopdia livre. Ir para: navegao, pesquisa

Os Nove Bravos so nove figuras histricas que foram consideradas como os mximos representantes do ideal da cavalaria durante a Idade Mdia. Algumas dessas figuras so personalidades reais, enquanto outras so de veracidade histrica duvidosa, uma vez que suas vidas e feitos so descritos apenas por livros de natureza mstica, como a Ilada e a Bblia, ou por lendas populares.

Jacques de Longuyon foi o primeiro a agrup-los sob este nome na sua Voeux du Paon em 1312. Foram divididos em trios, segundo a sua religio, escolhendo os melhores cavaleiros do paganismo, do judasmo e do cristianismo. A escolha rapidamente se converteria num tema comum na literatura e na arte medievais e permanece no imaginrio popular colectivo.

Esculturas mais antigas conhecidas dos Nove Bravos no antigo edifcio municipal de Colnia, Alemanha.

O Nove Bravos so:[1][2]

Da poca pag: o Heitor de Tria o Alexandre Magno o Jlio Csar Dos tempos do Antigo Testamento: o Josu, conquistador de Cana o David, rei de Israel o Judas Macabeu, reconquistador de Jerusalm Do perodo cristo: o Rei Artur o Carlos Magno o Godofredo de Bouillon, um dos lderes da Primeira Cruzada

Rei ArturOrigem: Wikipdia, a enciclopdia livre. Ir para: navegao, pesquisa Nota: Para por outros significados de Rei Artur ou Rei Arthur, veja Rei Artur (desambiguao).

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Rei Artur, em escultura da alem renascentista dos anos 1520 (Igreja da Corte, Innsbruck).

Rei Artur (em ingls King Arthur) uma figura lendria britnica que, de acordo com histrias medievais e romances, teria comandado a defesa contra os invasores saxes chegados Gr-Bretanha no incio do sculo VI. Os detalhes da histria de Artur so compostos principalmente pelo folclore e pela literatura, e sua existncia histrica debatida e contestada por historiadores modernos. A escassez de antecedentes histricos de Artur retratada por diversas fontes. O lendrio Artur cresce como uma figura de interesse internacional em grande parte pela popularidade do livro de Geoffrey de Monmouth, Historia Regum Britanniae (Histria dos Reis Britnicos). Porm, alguns contos de Gales e da Bretanha e poemas relativos a histria do Rei Artur foram feitos antes deste livro; nestas obras Artur aparece como um grande guerreiro que defende a Gr-Bretanha dos homens e inimigos sobrenaturais ou como uma figura fascinante do folclore, s vezes associada com o Outro Mundo, Annwn. Quanto ao livro de Geoffrey de Monmouth, foi mais adaptado dessas obras do que inventado por ele mesmo, porque ele desconhecido. Embora os temas, acontecimentos e personagens da lenda de Artur variem de texto para texto e no

exista uma verso totalmente comprovada, a verso de Geoffrey sobre os eventos frequentemente usada como ponto inicial das histrias posteriores. Geoffrey descrevia Artur como um rei britnico que venceu os saxes e estabeleceu um imprio composto pela Gr-Bretanha, Irlanda, Islndia e Noruega. Na realidade, muitos elementos e acontecimentos que agora fazem parte da histria de Artur apareceram no livro de Geoffrey, incluindo Uther Pendragon, pai de Arthur, o mago Merlim, a espada Excalibur, o nascimento de Artur em Tintagel, sua batalha final em Camlann contra Mordred em Camelot e o fim de Avalon. Chrtien de Troyes, escritor francs do sculo XII que adicionou Lancelote e o Santo Graal histria, iniciou o gnero de romance arturiano que se tornou uma importante vertente da literatura medieval. Nestas histrias francesas, a narrativa foca frequentemente em troca do Rei Artur para outros personagens, como os Cavaleiros da Tvola Redonda. A literatura arturiana teve sucesso durante a Idade Mdia, mas diminuiu nos sculos que se seguiram at ter um ressurgimento significativo no sculo XIX. No sculo XXI, as lendas continuam vivas, tanto na literatura como em adaptaes para teatro, cinema, televiso, revista em quadrinhos e outras mdias.

ndice[esconder]

1 Historicidade discutida 2 Histria 3 Artur de Bernard Cornwell 4 Bibliografia 5 Ligaes externas 6 Ver tambm

[editar] Historicidade discutida

Tapearia com Artur como uma das nove pessoas respeitveis, 1385.

A origem do mito do rei Artur um ponto muito debatido pelos estudiosos at hoje. Alguns acreditam que o personagem Artur est baseado em alguma figura histrica, provavelmente um chefe guerreiro britnico da Antiguidade tardia e incio da Idade Mdia, a partir do qual se criaram as lendas que conhecemos hoje. Outros estudiosos crem que Artur pura inveno mitolgica, sem relao com nenhum personagem real. A escola que cr num Artur histrico baseia-se em antigas obras como Histria dos Bretes (Historia Brittonum) e Anais da Cmbria (Annales Cambriae), as quais relatam de maneira fantasiosa eventos histricos ou pseudo-histricos ocorridos nas Ilhas Britnicas. Estes textos apresentam Artur como figura real, um lder romano-britnico que lutou contra a invaso da Britnia pelos anglo-saxes, situando o perodo do Artur histrico entre o final do sculo V e comeo do sculo VI. O livro Historia Brittonum, escrito em latim por volta do ano 830, o mais antigo em que aparece seu nome. A obra relata doze batalhas que Artur disputou, referindo-se a ele no como rei seno como "dux bellorum" (chefe guerreiro). Estas chegam a seu ponto mximo na Batalha do Monte Badon onde o cronista diz que Artur matou sozinho 960 homens. Estudos recentes, porm, questionam a utilidade do livro Historia Brittonum como fonte histrica deste perodo. A outra crnica antiga que parece apoiar a existncia histrica de Artur so os Annales Cambriae, escritos no sculo X, que tambm ligam Artur Batalha do Monte Badon. O livro data essa batalha entre 516-518 e tambm menciona a batalha de Camlann, na qual morrem Artur e Mordred e que teria ocorrido entre 537-539. Estes detalhes aparentemente apiam a verso da Historia Brittonum, confirmando que Artur realmente lutou no Monte Badon. No entanto, os manuscritos dos Annales Cambriae tem uma histria complexa, e possvel que cronistas tenham utilizado o Historia Brittonum como fonte sobre as sees sobre Artur dos Annales no sculo X. Neste caso, o Historia Brittonum e os Annales Cambriae no seriam duas fontes independentes da historicidade de Artur.

[editar] Histria

Geografia da Gr-Bretanha por volta dos anos 500.

A Gr-Bretanha, na Europa, sujeita a controvrsias. A histria mais provvel que o Rei Artur tenha existido na Bretagne, regio da Frana. Como exemplo, os menhirs e os dolmens que existiam na vila de Carnac e muitos outros que so vestgios deixados por povos celtas ou gauleses ou "galloise" como pronunciado na Frana. O fato que existem vrias hipteses. Aqui temos uma descrio da literatura inglesa. Pode ser que seja boa, mas at hoje no existe nada que prove. Para os curiosos a literatura francesa tambm tem a sua verso da histria. Em princpios do sculo V, o imperador de Roma, Honrio, j farto das revoltas da provncia da Bretanha mandou retirar as legies e quadros administrativos dessa provncia; essas legies deviam ser comitenses, tropas mveis (uma vez que se sabe que as tropas junto Muralha de Adriano continuaram a cumprir o seu dever mesmo sem um imprio a quem servir). A partir da, de fato pouco se sabe, sendo a principal fonte um monge breto do sculo VI, Gildas. Gildas, alm de tudo um monge muito forte e de conhecimento da magia negra e branca ajudou Artur em muitas de suas batalhas defendendo e protegendo-o. Os pictos do norte e os irlandeses do oeste comearam a lanar ataques cada vez mais atrevidos; em meados do sculo V, um rei Voltigern pede ajuda a saxes do continente para combater essas ameaas, mas rapidamente os mercenrios decidem passar a combater por conta prpria para conquistar esse pas to frtil (pelo menos do seu ponto de vista), chamando mais tropas do continente. A situao estava estacionria quando, em finais do sculo V, Ambrosius Aurelianus, um romano da Bretanha (seja o que for que esse termo implique dcadas depois da partida de Roma) consegue numa batalha esmagadora deter os saxes, a clebre Mons Badicus. Por algumas dcadas a mar sax parece ser detida (os achados arqueolgicos demonstram-no), mas a incapacidade dos bretes em se manter unidos permite aos saxes resistirem, depois lanarem-se novamente ao ataque. Na segunda metade do-se uma srie de batalhas que destroem primeiro os reinos celtas do sul, depois so os do norte, at os celtas ficarem reduzidos Cornualha, Gales e mais uns enclaves. A Inglaterra ia comear. Depois da destruio dos reinos celtas, s existem novamente fontes com Beda, o venervel, em princpios do sculo VIII. Infelizmente, as informaes que ele fornece para o perodo de Artur so copiadas de Gildas e os seus prprios dados comeam s por volta de 600 com as misses catlicas aos reinos saxes. Em pleno sculo VIII temos informaes relevantes vindas de um Breto, Nennius. Finalmente o nome de Artur referido (no certo pela 1 vez, mas sim relacionado com os fatos corretos). descrito como um comandante militar que teria vencido 12 batalhas contra os saxes sendo a mais gloriosa Badon Hill (sendo assim ignorado Ambrosius). O problema desta fonte que, segundo os historiadores, Nennius tinha uma certa tendncia a preencher as lacunas com fatos inventados por ele. Isso no significa que ele tenha inventado tudo, mas que pode ter embelezado ou distorcido conforme as necessidades. No sculo X surgem as Annales Cambriae, uma cronologia (de origem galesa podemos agora dizer, e no bret) bastante sucinta. Para o ano 516 registra a vitria de

Artur contra os saxes e em 537 registra a morte de Artur e Medraut (o futuro Mordred, embora no seja dito que eles fossem inimigos) numa batalha. Por curiosidade, na entrada de 573 referido que Merlin enlouqueceu, no dito que um mgico, bardo ou o que quer que seja mas apenas que enlouqueceu. Artur continua a ser referido como um chefe militar mas no como um rei. Ora acima foi dito que o nome de Artur j era referido antes de Nennius o descrever. De fato, em algumas baladas galesas que remontam ao sculo VII, o nome de Artur como rei aventureiro no norte da Bretanha surge, mas nenhuma informao concreta fornecida (para alm de que enfrentava seres fantsticos e corrigia injustias). Quanto muito ficamos a saber que o imaginrio popular j se apoderara dele e retirando todo o contexto real lhe dera uma nova dimenso (como Mircea Elliade to bem se apercebeu com outras figuras). Essas baladas teriam a mais bela concretizao no Mabinogion. As crnicas anglo-saxnicas sendo muito posteriores (comearam a ser compiladas no sculo IX e vo at ao sculo XII) descrevem todo o processo de destruio progressiva dos bretes (embora omitindo as suas prprias derrotas) mas no referem os nomes dos lderes bretes, o que uma forte lacuna. E assim chegamos a Geoffrey de Monmouth. do sculo XII e o ltimo autor que diz estar a fazer histria. Argumentou que utilizou um livro vermelho em lngua bret de onde tirou todas as suas informaes (no se pode negar ou aceitar, mas era hbito da poca justificar-se que se tinha uma fonte mais antiga). Ele vai acabar por dar alguns dos ltimos acrescentos da futura lenda arturiana. Incorpora Uther Pendragon (pai de Artur) como irmo de Aurelius Ambrosius, refere a clebre passagem em que Merlin disfara Uther com o aspecto do marido de Igraine, Mordred j inimigo de Artur (mas apenas sobrinho e no filho incestuoso), Artur conquista o imprio romano, etc. Estamos de fato nos domnios da literatura. Em finais do sculo XII Chrtien de Troyes, um francs, escreve contos sobre as aventuras do Rei Artur, Lancelote, Guinevere, Gawaine, Percival. Sabe-se que Artur e os seus cavaleiros eram personagens populares na poca e as histrias a partir da Bretanha de lngua cltica e de Gales tinham-se espalhado por outros pases. Mas Chrtien, apropriando-se de mitos conhecidos, d-lhe um cunho pessoal e sobretudo ficam guardados para a posterioridade. A partir da, um nunca mais terminar: o ciclo da vulgata francesa, o Parzival alemo, o La mort dArtur de sir Mallory s para citar os mais conhecidos. Alguns escrevem sobre todo o ciclo desde a morte de Jesus Cristo at a morte de Artur, criando uma narrativa de sculos, outros descrevem apenas episdios que acontecem a cavaleiros. So incorporados mitos exteriores sem ligao inicial (a histria de Tristo e Isolda, o mito do Graal, A Tvola Redonda, Tintagel), novos personagens so criados (Galahad). As obras so traduzidas para todas as lnguas do ocidente cristo, reescritas, fundidas, influenciando muito a maneira de pensar (ou pelo menos o conceito do que deveria ser o ideal) dos cavaleiros. No sculo XVII d-se uma certa diminuio do interesse, mas no muito, pois na pera continua-se a utilizar o tema. E o romantismo do sculo XIX com o seu interesse na Idade Mdia restaura o interesse (at escritores americanos como Mark Twain o fazem). O sculo XX, graas ao cinema e desenhos animados, completa o trabalho, mantendo o interesse vivo e permitindo que um maior pblico tenha acesso; os grupos neo-pagos tambm tentam apropriar-se da lenda devido ao seu lado mais mstico (centrando-se em Morgana, Viviane e Merlin por contraposio ao elemento cristo).

Os historiadores, depois de terem feito uma crtica feroz aos mitos arturianos, chegando mesmo a negar a sua existncia, limitam-se a uma prudente reserva. O que nos fica ento para alm de belas histrias? No podemos afirmar com toda a certeza que Artur existiu, pois no existem relatos contemporneos. Os arquelogos, com as limitaes que a ausncia de registos implica, preferem falar de um perodo sub-romano para definir aquilo que o perodo arturiano: sculos V e VI. Artur era de fato um nome at relativamente vulgar na poca. Sabe-se que um comandante romano de um destacamento srmata do sculo II na Bretanha tinha esse nome. Outras figuras antes e depois do Artur que nos interessa tinham esse nome. Uma divindade do norte tambm tinha um nome semelhante. Os nomes de origem romana ainda comuns nos sculos V e VI nas crnicas vo progressivamente desaparecendo medida que, empurrados para Gales, os celtas vo se tornando galeses. Teria sido criado um heri a partir dos feitos de vrias personagens que foram amalgamados pela memria coletiva? Ou de fato houve algum que guerreou contra os saxes depois de Ambrosius e conseguiu depois adquirir um estatuto lendrio? Ou nunca existiu ningum assim e aos poucos surgiu uma lenda que foi crescendo? So vrias as hipteses mas nenhuma pode se impor no momento.

[editar] Artur de Bernard CornwellO escritor Bernard Cornwell famoso por ter escrito a histria de Artur na GrBretanha real do sculo VI. Em sua verso a magia era feita por druidas, entre os quais estava Merlin. Apesar do autor contar que era apenas coincidncia e relatar que ningum realmente a fazia. Em seu livro, Artur no era rei, apenas filho bastardo do antigo Rei Uther. Bernard Cornwell conta a histria feita atravs de relatos histricos da poca em que os celtas britnicos eram invadidos pelos Anglos e Saxes.

[editar] Bibliografia

RITSON, Joseph. Life of King Arthur From Ancient Historians and Authentic Documents. [S.l.]: Kessinger Publishing, 2003, 1825. BARBER, Richard. King Arthur: Hero and Legend. [S.l.]: Boydell Press, 1986. ZIMMER BRADLEY, Marion. The Mists of Avalon. [S.l.: s.n.], 1979.

[editar] Ligaes externas

Arthur, o Rei (Em udio)

[editar] Ver tambm

Lista de filmes baseados na lenda do Rei Arthur [Esconder]

ve

Rei Artur e Matria da BretanhaRei Artur Constantino Sir Heitor Duque da Cornualha

Personagens principais

Guinevere Igraine Isolda Dama do Lago Rei Lot Rei Marcos Merlin Mordred Morgana Le Fay Morgause Uther Pendragon Agravain Bagdemagus Bedivere Boors Breunor (La Cote Mal Taille) Calogrenant Caradoc Dagonet Dinadan Gaheris Galaaz Gareth Gauvain Geraint Griflet Kay Lamorak Lancelote Leodegrance Lionel Lucan Meleagant Marhaus Palamedes Pelleas Pelinore Percival Safir Sagramore Segwarides Tor Tristo Uriens Ivain Ivain o Bastardo

Cavaleiros da Tvola Redonda

Objetos Excalibur Santo Graal Tvola Redonda Assento Perigoso LugaresAvalon Camelot Caerleon Corbenic Cornualha Logres Lyonesse Brocliande Sarras Tintagel

Mdia Livros FilmesSir Balin Dolorous Stroke Elaine de Astolat Elaine de Cobernic

Outros

Rei Pescador Cavaleiro Verde Retorno messinico do Rei Artur Famlia do Rei Artur Bases histricas para o Rei Artur Imperador Lucius Besta Glatisant

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