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1 S. Paciornik DCMM PUC-Rio Fundamentos de Engenharia de Materiais Prof. Sidnei Paciornik Depto. de Engenharia de Materiais http://www.dema.puc-rio.br/cursos/cemat Os textos e imagens presentes neste site são propriedade do autor. A reprodução total ou parcial desta obra só pode ser obtida através de solicitação ao autor. última atualização em 10/4/2012 por [email protected]

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Fundamentos de Engenharia de Materiais

Prof. Sidnei Paciornik

Depto. de Engenharia de Materiais http://www.dema.puc-rio.br/cursos/cemat

Os textos e imagens presentes neste site são propriedade do autor.

A reprodução total ou parcial desta obra só pode ser obtida através de solicitação ao autor.

última atualização em 10/4/2012 por [email protected]

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Referências e “Links” Úteis

• Livro Texto

W.D.Callister, Materials

Science and Engineering - An

Introduction, John Wiley.

• Páginas Internet

Demonstrações de Fenômenos

em Materiais

Banco de Imagens de

Materiais

http://www.msm.cam.ac.uk/do

itpoms/index.html

• “Download” de Arquivos

Notas de Aula (arquivo único em pdf

– 10 Megabytes)

Provas Antigas (arquivo único em zip

– 1,2 Megabytes)

A maioria destas provas não tem

gabarito.

Algumas provas com gabarito podem

ser obtidas na Xerox, pasta 760.

Notas de Aula preparadas pela Profa.

Ivani Bott (arquivo pdf, 6,5 Mbytes)

Aulas Prof. Valter – Ligas Ferrosas

Listas de Exercícios

Lista 1

GABARITOS

P2 – 2008.2

P3 – 2007.2

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Critério de Aprovação/ Provas

• Critério de Aprovação

2 Provas – P1 e P2

Se Média(P1, P2) >=6,0 => AP

Caso contrário, faz exame final (EF)

Em caso de Exame Final

Média Final = (Média(P1,P2) + EF)/2

Se Média Final >=6,0 => AP

Caso contrário => RM

• Datas das Provas

A definir

Horário de Aula

Sala de Aula

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Programa • Introdução

Objetivo. Os materiais na Engenharia.

• Ligação Atômica. Uma revisão. Modelos de átomos. Ligações químicas.

• Ordenação Atômica dos Materiais. Cristalinidade. Estrutura cristalina. Sistemas

cristalinos.

Indexação de pontos, direções e planos em cristais. Difração de R-X.

• Desordem atômica dos Materiais. Cristais perfeitos, imperfeitos e materiais amorfos.

Defeitos na rede cristalina : pontuais, lineares, superficiais e volumétricos.

Vibrações atômicas. Difusão.

• Propriedades Mecânicas. Propriedades vs. estrutura.

Deformação elástica. Deformação plástica.

Diagrama tensão e deformação de engenharia e real.

Caracterização mecânica dos materiais: limite de resistência, limite de escoamento, ductilidade.

Escoamento e encruamento.

Endurecimento, recuperação, recristalização e crescimento de grão.

Fratura. Fadiga. Fluência.

• Diagramas de Fase. Definição de fase.

Diagramas de fase de substâncias puras ou elementos.

Diagrama isomorfo. Regra da alavanca.

Diagrama eutético.

Diagrama ferro-carbono.

• Os Materiais Metálicos. Ligas ferrosas. Ferros fundidos

Ligas não-ferrosas

• Os Materiais Cerâmicos. Estrutura cristalina e fases amorfas.

Comportamento mecânico, elétrico e óptico.

• Os Materiais Poliméricos. Estrutura. Reações de Polimerização.

Termoplásticos e termofixos. Aditivos.

Propriedades mecânicas.

• Os Materiais Compósitos. Classificação.

Propriedades mecânicas. Regra das Misturas.

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INTRODUÇÃO

Os Materiais na Engenharia

Livro Texto - Capítulo 1

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Diversidade de Aplicações

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Processos de Fabricação

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As Classes de Materiais

• Metais

• Cerâmicas

• Polímeros

• Compósitos

• Semicondutores

• Bio-materiais

• Nano-Materiais

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As Classes de Materiais

• Metais

• Cerâmicas

• Polímeros

• Compósitos

• Semicondutores

• Bio-materiais

• Nano-materiais

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As Classes de Materiais

• Metais

• Cerâmicas

• Polímeros

• Compósitos

• Semicondutores

• Bio-materiais

• Nano-materiais

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As Classes de Materiais

• Metais

• Cerâmicas

• Polímeros

• Compósitos

• Semicondutores

• Bio-materiais

• Nano-materiais

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As Classes de Materiais

• Metais

• Cerâmicas

• Polímeros

• Compósitos

• Semicondutores

• Bio-materiais

• Nano-materiais

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As Classes de Materiais

• Metais

• Cerâmicas

• Polímeros

• Compósitos

• Semicondutores

• Bio-materiais

• Nano-materiais

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As Classes de Materiais

• Metais

• Cerâmicas

• Polímeros

• Compósitos

• Semicondutores

• Bio-materiais

• Nano-materiais

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As Classes de Materiais

• Metais

• Cerâmicas

• Polímeros

• Compósitos

• Semicondutores

• Bio-materiais

• Nano-materiais

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Metais

• Características básicas

Resistentes (suportam tensões elevadas antes de romper)

Dúcteis (deformam antes de romper)

Superfície “metálica”

Bons condutores de corrente elétrica e de calor

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• Aços

• Ferros Fundidos

• Metais Não Ferrosos

Metais

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• Propriedades dependem da Estrutura

• Ligação química

Ligação Metálica (ligação forte entre os átomos)

Elétrons livres

• Consequência

Boa condutividade

Elétrica

Térmica

Metais e Ligação Química

“mar” de elétrons

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• Propriedades dependem da Estrutura

• Arranjo Tridimensional dos Átomos

Material Cristalino – ordem de longo alcance

Material Amorfo –ordem de curto alcance

Metais e Arranjo Atômico

Carbono amorfo.

Note a desorganização na posição dos átomos.

2nm

Imagens obtidas com Microscópio Eletrônico de Transmissão (MET).

Material cristalino

Note a organização na posição dos átomos.

2nm

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• Propriedades dependem da Estrutura

• Arranjo Tridimensional dos Átomos

Diferentes Estruturas Cristalinas

Metais e Estrutura Cristalina

Alumínio (estrutura cúbica)

Magnésio (estrutura hexagonal)

Ambos são metais mas o Al é

mais dúctil devido à estrutura

cúbica

Al Mg

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• Propriedades dependem da Estrutura

• Arranjo Microestrutural

Orientação relativa entre cristais

Metais e Arranjo Microestrutural

Fusão Solidificação Policristal: Grãos

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• Propriedades dependem da Estrutura

• Presença de Fases

Metais e Fases

Policristal monofásico Policristal polifásico

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Cristais Naturais e Artificiais

Cristais gigantes de gypsum, de origem

natural, descobertos em uma mina na Espanha

Cristais gigantes de KDP, crescidos em laboratório

Imagem de alta-resolução

mostrando a organização atômica Microscópio Eletrônico de Transmissão

Mono-cristal gigante de Silício,

a partir do qual são fabricados

chips de computador.

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Cerâmicas e vidros

• Propriedades básicas

alto ponto de fusão & estabilidade térmica (refratários)

são isolantes térmicos e elétricos

são frágeis (rompem sem deformar)

podem ser transparentes

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As cerâmicas na tabela periódica

Cerâmicas são formadas por combinação de metais

(quadrados mais claros) com os elementos C, N, O, P e S. Si e Ge são semicondutores mas são usados em cerâmicas de forma equivalente a metais

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Covalente

Metálica Secundária

Iônica Metais

Polímeros

Semicondutores

Cerâmicas e vidros Cerâmicas e vidros

Ligações químicas: Primárias (de alta energia)

Cerâmicas e Ligações Químicas

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Ligação Iônica Na

Cl cátion

Cl-

anion

Os íons se ligam devido à atração coulombiana

entre cargas opostas

Ligação Covalente

Cl Cl

Cl - Cl

Um elétron de cada átomo é compartilhado com o

outro, gerando uma camada completa para ambos

Na+

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Ex: Alumina porosa e não-porosa

A presença de poros causa espalhamento de

luz e o material se torna opaco.

50 µm 50 µm

A eliminação dos poros através da adição de

0,1% de MgO gera um material translúcido.

Lâmpada

de vapor de sódio.

O gás em alta temperatura

(1000ºC) é guardado dentro de

um cilindro translúcido de

alumina.

Grão ou

cristal

Poli-cristal

Poros

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Polímeros

• Características básicas

A maioria dos polímeros é sintética (feitos pelo homem)

Polímero mais abundante é natural: celulose

Materiais altamente moldáveis

Baixa densidade

Em geral são menos resistentes do que metais e cerâmicas

Pneus sem ar

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Os polímeros na tabela periódica Principais elementos formadores dos materiais poliméricos

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Termoplásticos

Moldável com o aumento da

temperatura

Termorrígidos

Não é moldável com a temperatura

Polímeros

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Compósitos

• Combinação de metais, cerâmicas e polímeros

Metais

Polímeros Cerâmicos

Compósitos

Concreto Fibra de vidro Ti/SiC

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Objetivo: flutuar

Propriedade: Baixa densidade

Espuma

Polímero impermeável

Compósitos

• Objetivo

Fabricar uma estrutura de engenharia com

propriedades/características que não seriam obtidas usando

cada material separadamente.

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Semicondutores

• Propriedades básicas

Todos os componentes

eletrônicos do computador

Condutividade finamente

controlada pela presença de

impurezas - dopantes.

Podem ser combinados entre

si para gerar propriedades

eletrônicas e óticas “sob

medida”.

São a base da tecnologia de

opto-eletrônica - lasers,

detetores, circuitos integrados

óticos e células solares. história dos chips

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Os semicondutores na tabela periódica

Quando combinados entre si (coluna III-V e II-VI) os metais (quadrados

claros) assumem propriedades semicondutoras.

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Biomateriais

• Os biomateriais podem ser metálicos, cerâmicos, poliméricos ou compósitos, usados em sistemas vivos.

• Característica básica: biocompatibilidade

Podem atuar dentro de um organismo hospedeiro sem disparar uma resposta imune. Se o biomaterial dispara a resposta imune, ele será rejeitado pelo corpo.

• Os biomateriais podem ser sub-divididos em

Biomateriais estruturais (ou inertes): cuja principal função é dar um suporte físico para o corpo.

Biomateriais funcionais (ou ativos): que realizam uma função no corpo, diferente da sustentação física.

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Nano-Materiais

• Desenvolvimento de pesquisa e tecnologia no nível

atômico ou molecular na escala de aproximadamente

1-100nm.

• Criação e uso de estruturas, dispositivos e sistemas que

possuem novas propriedades e funções por causa de

suas dimensões nanométricas.

• Habilidade de controlar e manipular na escala atômica.

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Aplicações Possíveis

• Aumentar espetacularmente a capacidade de

armazenamento e processamento de dados dos

computadores;

• Criar novos mecanismos para entrega de medicamentos,

mais seguros e menos prejudiciais ao paciente dos que os

disponíveis hoje;

• Criar materiais mais leves e mais resistentes do que metais

e plásticos, para prédios, automóveis, aviões;

• Economia de energia, proteção ao meio ambiente, menor

uso de matérias primas escassas, são possibilidades muito

concretas dos desenvolvimentos em nanotecnologia que

estão ocorrendo hoje e podem ser antevistas.

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Naturais Artificiais A Escala das coisas

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Ciência e Engenharia de Materiais

Aplicações

Propriedades

Microestrutura e Composição

(Atômica ou Molecular)

Síntese e

Processamento

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Materiais em uma lâmpada incandescente

Vidro

Solda

de Pb-Sn

Isolante cerâmico

Filamento

de W

Al recoberto com Sn

Liga de Cobre

Placa de cobre

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Relação Estrutura x Propriedades

• As propriedades “cotidianas” dos materiais dependem

da estrutura em escala atômica - nanoestrutura

da microestrutura (estrutura em escala intermediária)

Ambos são metais mas o Al é mais dúctil devido à estrutura cúbica

Alumínio (estrutura cúbica)

Magnésio (estrutura hexagonal) Fibras de vidro em uma

matriz de polímero.

50 µm

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Seleção de Materiais

• Ex: Cilindro de armazenamento de gases

Requerimento: resistir a altas pressões (14MPa)

Resistência

Metais

Cerâmicas

Polímeros

Semicondutores

Compósitos

Flexibilidade Custo

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Seleção de Materiais

• Ex: Vaso de pressão de uma aeronave

Requerimento: resistir a altas pressões e ser leve

Aqui o custo é menos importante do que a funcionalidade

Prefere-se um material leve e forte, mesmo sendo caro.

Metais

Cerâmicas

Polímeros

Semicondutores

Compósitos

Resistência Flexibilidade Leveza

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LIGAÇÕES ATÔMICAS

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Ligação Atômica

• Porque estudar a estrutura atômica ?

As propriedades macroscópicas dos materiais dependem

essencialmente do tipo de ligação entre os átomos.

O tipo de ligação depende fundamentalmente dos elétrons.

Os elétrons são influenciados pelos prótons e neutrons que

formam o núcleo atômico.

Os prótons e neutrons caracterizam quimicamente o

elemento e seus isótopos.

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Estrutura Atômica

Elétrons “girando” em volta do

núcleo em níveis de energia

discretos.

Mpróton = Mneutron = 1.66x10-24g= 1 amu

amu = atomic mass unit

unidade atômica de massa

Em uma grama teremos

1g

1.66x10 24 gamu

6.023x1023 amu

NA= Número de Avogadro

Núcleo contendo

prótons - dão o número atômico

neutrons - dão o número isotópico

Responsáveis pela

ligação atômica

praticamente toda a

massa do átomo está

no núcleo.

Melétron = 0.911x10-27g

Mpróton = 1822 Melétron =>

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Orbitais e níveis de energia

• Os elétrons são atraídos pelos prótons

• Os elétrons se distribuem em orbitais

Níveis de energia bem definidos

Os elétrons não podem assumir níveis intermediários

Para trocar de nível, os elétrons tem que receber a energia exata

que diferencia dois níveis.

A energia é função da distância dos elétrons ao núcleo

Quanto mais perto do núcleo mais ligado o elétron

Quanto mais longe do núcleo menos ligado

Se o elétron recebe energia suficiente, ele é arrancado, se

torna um elétron livre e o átomo é ionizado

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Classificação das Ligações

• Ligações Primárias ou Fortes

Iônica

Covalente

Metálica

• Ligações Secundárias ou Fracas

van der Waals

Dipolo permanente

Dipolo induzido

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Ligação Iônica

• Formada entre dois átomos que se ionizam

• O Sódio tem apenas um elétron na última

camada. Este elétron é fracamente ligado

porque os outros 10 elétrons blindam a

atração do núcleo.

• O Cloro tem 7 elétrons na última camada.

Se adquirir mais um elétron forma uma

configuração mais estável.

• O Sódio perde um elétron e se ioniza,

ficando com carga positiva (cátion).

• O Cloro ganha o elétron e também se

ioniza, ficando Negativo (âNion).

• Os íons se ligam devido à atração

Coulombiana entre cargas opostas.

• Note a diferença entre o raio atômico e o

raio iônico.

Na Cl

Cl- Na+

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Raio Atômico e Iônico • Raio atômico é o raio de um átomo na condição neutra,

normalmente medido entre primeiros vizinhos de um material

puro deste tipo de átomo.

• Raio iônico é o raio do átomo após sua ionização, depende do

tipo de ionização

• Raio covalente é o raio que um átomo teria na condição de

ligação covalente.

Raio (nm) Na Cl

Covalente 0,154 0,099

Atômico 0,190 -

Iônico 0,060 (+1) 0,181 (-1)

0,026 (+7)

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-0.10

-0.08

-0.06

-0.04

-0.02

0.00

0.02

0.04

0.06

0.08

0.10

0 10 20 30

Distância (nm)

Fo

rça (

N)

FAtr .

KQ1Q2

a2

Força de atração

(entre os íons)

Espaçamento Interatômico

a

a0

-0.10

-0.08

-0.06

-0.04

-0.02

0.00

0.02

0.04

0.06

0.08

0.10

0 10 20 30

Distância (nm)

Fo

rça (

N)

Força resultante

Força resultante = 0

-0.10

-0.08

-0.06

-0.04

-0.02

0.00

0.02

0.04

0.06

0.08

0.10

0 10 20 30

Distância (nm)

Fo

rça (

N)

Força de repulsão

(entre as nuvens

eletrônicas)

FRe p. ea

Distância de Equilíbrio

Na distância de equilíbrio, a força de atração entre os íons é compensada pela força de repulsão entre as nuvens eletrônicas

-0.10

-0.08

-0.06

-0.04

-0.02

0.00

0.02

0.04

0.06

0.08

0.10

0 10 20 30

Distância (nm)

Fo

rça (

N)

Força de atração

Força de repulsão

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Força e Energia de Ligação

Força de

ligação

Energia

de ligação

a0

a

a

F = dE/da

O ponto em que a força de ligação

é zero corresponde ao ponto de

mínima energia.

Configuração estável

Valores típicos para a0 são da ordem de

0.3nm (0.3x10-9m)

Valores típicos para a energia de ligação

são entre 600 e 1500 kJ/mol

A energia de ligação está diretamente

relacionada com o ponto de fusão do

material.

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Expansão térmica

• Os átomos estão constantemente vibrando ao redor da

posição de equilíbrio.

• A distância interatômica de equilíbrio, ao, só é bem

definida quando a temperatura é 0 K.

• Normalmente o poço de potencial não é simétrico e a

distância interatômica média aumenta gerando a

EXPANSÃO TÉRMICA.

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Expansão Térmica

• A expansão térmica se deve à curva do poço de energia potencial ser assimétrica, e não às maiores amplitudes vibracionais dos átomos em função da elevação da temperatura.

• Se a curva da energia potencial fosse simétrica não existiria qualquer variação liquida ou global na separação interatômica e, consequentemente, não existiria qualquer expansão térmica.

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Direcionalidade

• A ligação iônica é não direcional

A força de ligação é igual em todas as direções.

Para formar um material 3D é necessário que cada íon de

um tipo esteja cercado de íons do outro tipo

Na+

Cl-

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Exemplo

• Calcule a força de atração entre Na+ e Cl- em uma

molécula de NaCl

K= 9 x 109 V.m/C

Q1 = Q2 = 1 x 1.6 x 10-19C

a = RNa+ + RCl- = 0.098nm + 0.181nm = 0.278 nm

FKQ1Q2

a2

9x109 V.m / C 1.6x10 19 C 1.6x10 19 C

0.278x10 9 m2

F 2.98x10 9V .C / m 2.98x10 9 J / m 2.98x10 9 N

FKQ1Q2

a2

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Exemplo

• Calcule a força de atração em uma molécula de Na2O Neste caso temos Na+ (valência 1) e O2- (valência 2)

onde Z1 e Z2 são as valências

a = RNa+ + RO2- = 0.098nm + 0.132nm = 0.231 nm

Nxmx

CxCxCmVxF 9

29

19199

1064.810231.0

106.1)2(106.1)1(/.109

FKZ1qZ2q

a2

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. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Ligação Covalente

• Gerada pelo compartilhamento de elétrons de valência

entre os átomos.

Elétrons de valência são os elétrons dos orbitais mais

externos.

Ex: Molécula de Cl2

Um elétron de cada átomo é compartilhado com o outro, gerando

uma camada completa para ambos.

Cl - Cl

61 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Ligação covalente (cont.)

A ligação covalente é direcional e forma ângulos bem

definidos

Tem uma grande faixa de energias de ligação => pontos de

fusão

Energias da ordem de centenas de kJ/mol

Ex: Carbono na estrutura do diamante 3550°C

Ex: Bismuto 270°C

62 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Exemplo em polímeros

• Etileno e Polietileno Na molécula de etileno

(C2H4), os carbonos

compartilham dois pares de

elétrons.

A ligação covalente dupla

pode se romper em duas

simples permitindo a ligação

com outros “meros” para

formar uma longa molécula

de polietileno.

Molécula de

etileno

Mero de etileno

Molécula de

polietileno

63 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Ligação Metálica Nos metais, existe uma grande quantidade de elétrons quase

livres, os elétrons de condução, que não estão presos a

nenhum átomo em particular.

Estes elétrons são compartilhados pelos átomos, formando

uma nuvem eletrônica, responsável pela alta condutividade

elétrica e térmica destes materiais.

A ligação metálica é não direcional, semelhante à ligação

iônica.

Na ligação metálica há compartilhamento de elétrons,

semelhante à ligação covalente, mas o compartilhamento

envolve todos os átomos.

As energias de ligação também são da ordem de centenas

de kJ/mol.

64 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Ligações Secundárias

É possível obter ligação sem troca ou compartilhamento de

elétrons nas denominada ligações secundárias ou de van

der Waals.

A ligação é gerada por pequenas assimetrias na distribuição

de cargas do átomos, que criam dipolos.

Um dipolo é um par de cargas opostas que mantém uma distância

entre si.

Dipolo permanente

Dipolo induzido

65 S

. P

acio

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Dipolos Permanentes e Induzidos

• Dipolo Permanente

Gerado pela estrutura da

molécula.

Energias de ligação

20kJ/mol

Ex: Pontes de Hidrogênio em

H2O

• Dipolo Induzido

A separação de cargas é pequena

Energias de ligação são muito

pequenas ( 1kJ/mol)

O

H H

Átomos isolados

de Ar

(os centros das cargas

positivas e negativas

coincidem)

+ +

Átomos deformados

pela presença do outro

+ - + -

Magnitude do dipolo

Os átomos se ligam pela atração entre os dipolos induzidos

66 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Comentários

• As ligações covalente e iônica não são “puras” mas sim uma

mistura com proporções que dependem, essencialmente, da

diferença de eletronegatividade dos átomos envolvidos.

Covalente

Metálica Secundária

Iônica Metais

Polímeros

Semicondutores

Cerâmicas e vidros

Material Ligação Pt.Fusão (°C)

NaCl Iônica 801

C (diamante) Covalente 3550

Polietileno Cov./Sec. 120

Cu Metálica 1085

Ar Sec. (ind.) -189

H2O Sec. (perm.) 0

67 S

. P

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– D

CM

M P

UC

-Rio

O CRISTAL IDEAL

Estrutura Cristalina

68 S

. P

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– D

CM

M P

UC

-Rio

O Cristal Perfeito - Estrutura Cristalina

Muitos materiais - metais, algumas cerâmicas, alguns polímeros - ao se

solidificarem, se organizam numa rede geométrica 3D - a rede cristalina.

Estes materiais cristalinos, têm uma estrutura altamente organizada, em

contraposição aos materiais amorfos, nos quais não há ordem de longo

alcance.

Fronteira entre dois cristais de TiO2.

Note a organização geométrica dos átomos.

Carbono amorfo.

Note a desorganização na posição dos átomos.

2nm

Cristal 1

Cristal 2

Fronteira

Imagens obtidas com Microscópio Eletrônico de Transmissão (MET).

69 S

. P

acio

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Cristais Naturais e Artificiais

Cristais gigantes de gypsum, de origem

natural, descobertos em uma mina na Espanha

Cristais gigantes de KDP, crescidos em laboratório

Imagem de alta-resolução

mostrando a organização atômica Microscópio Eletrônico de Transmissão

Mono-cristal gigante de Silício,

a partir do qual são fabricados

chips de computador.

70 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Célula Unitária

Como a rede cristalina tem uma estrutura repetitiva, é

possível descrevê-la a partir de uma estrutura básica, como

um “tijolo”, que é repetida por todo o espaço.

Célula Unitária

Menor “tijolo” que repetido

reproduz a rede cristalina

Células Não-Unitárias

71 S

. P

acio

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Os 7 Sistemas Cristalinos Só existem 7 tipos de células unitárias que preenchem

totalmente o espaço

Cúbica

a=b=c, 90°

Ortorrômbica

a b c, 90°

Tetragonal

a=b c, 90°

Romboédrica

a=b=c, 90°

Monoclínica

a b c, 90°

Hexagonal*

a=b c, 90° 120°

Triclínica

a b c, 90°

Site com animações

72 S

. P

acio

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Sistemas Cristalinos e Redes de Bravais

Os sistemas cristalinos são apenas entidades geométricas.

Quando posicionamos átomos dentro destes sistemas formamos

redes (ou estruturas) cristalinas.

Existem apenas 14 redes que permitem preencher o espaço 3D.

Nós vamos estudar apenas as redes mais simples:

a cúbica simples - cs (sc - simple cubic)

a cúbica de corpo centrado - ccc (bcc - body centered cubic)

a cúbica de face centrada - cfc (fcc - face centered cubic)

a hexagonal compacta - hc (hcp - hexagonal close packed)

73 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

As 14 Redes de Bravais

Cúbica Simples Cúbica de

Corpo Centrado

Cúbica de Face

Centrada

Tetragonal

Simples

Tetragonal de

Corpo Centrado

Ortorrrômbica

Simples

Ortorrrômbica de

Corpo Centrado

Ortorrrômbica de

Base Centrada

Ortorrrômbica de

Face Centrada

Romboédrica

Simples

Hexagonal Monoclínica

Simples

Monoclínica de

Base Centrada

Triclínica

Site com animações

74 S

. P

acio

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Estruturas Cristalinas dos Metais

Como a ligação metálica é não direcional não há grandes

restrições quanto ao número e posição de átomos vizinhos.

Assim, os metais terão NC alto e empilhamento compacto.

A maior parte dos metais se estrutura nas redes cfc, ccc e hc

Daqui para frente representaremos os átomos como esferas

rígidas que se tocam. As esferas estarão centradas nos

pontos da rede cristalina.

75 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

A rede ccc A rede cúbica de corpo centrado é uma rede cúbica na qual

existe um átomo em cada vértice e um átomo no centro do

cubo. Os átomos se tocam ao longo da diagonal.

Número de átomos na célula unitária

Na= 1 + 8x(1/8) = 2

Relação entre a e R

4R = a 3 => a = 4R/ 3

1/8 de átomo 1 átomo inteiro

R

a

Fator de empacotamento atômico

(APF - atomic packing factor)

3

3

3

3

4)(

)1()(

)(

)(

a

RátomosN

a

átomoVátomosN

célulaVolume

átomosVolumeFEA

68,08

3

33

64

3

8

3

4

3

42

3

3

3

3

R

R

R

R

FEAccc

76 S

. P

acio

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– D

CM

M P

UC

-Rio

A rede cfc

A rede cúbica de face centrada é uma rede cúbica na qual

existe um átomo em cada vértice e um átomo no centro de cada

face do cubo. Os átomos se tocam ao longo das diagonais das

faces do cubo.

1/8 de átomo

1/2 átomo

Número de átomos na célula unitária

Na= 6x1/2 + 8x(1/8) = 4

Relação entre a e r

4R = a 2 => a = 2R 2

Fator de empacotamento atômico

FEAcfc = Volume dos átomos = 0.74

Volume da célula

A rede cfc é a mais compacta

R

a

77 S

. P

acio

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– D

CM

M P

UC

-Rio

A rede hc

A rede hexagonal compacta pode ser representada por um

prisma com base hexagonal, com átomos na base e topo e um

plano de átomos no meio da altura.

a

c

c/2

Número de átomos na célula unitária

Na= 12x1/6 + 2x(1/2) + 3 = 6

Relação entre a e R

2R = a

FEA = 0.74

A rede hc é tão compacta quanto a cfc

78 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

A rede hc (cont.)

Cálculo da razão c/a

a2 = a2/3 +c 2/4 c2 = 8a2/3

Razão c/a ideal

c/a= 8/ 3 = 1.633 no entanto este valor varia em metais reais

a2 = d2 +(c/2)2

c/2

a

a a

a d

a/2

d 30º

dcos30° = a/2

d 3/2 = a/2

d = a/ 3

Vista de topo

79 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

A rede hc (cont.)

Cálculo do fator de empacotamento atômico

a

60º

h

FEAVatomos

Vcelula

Vatomos 64

3r

38 r

3

Vcelula Abase Altura Ahexagono c 6 Atriang. c

Atriang.

b h

2

a3

2a

2a

2 3

4

Vcelula 6 a2 3

4c 6 a

2 3

4

8

3a 3 2a

33 2 8r

3

FEA8 r

3

3 2 8r3 3 2

0.74

Vista de topo

80 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Empilhamento ótimo

O fator de empilhamento de 0.74, obtido nas redes cfc e hc, é o

maior possível para empilhar esferas em 3D.

A A A

A

A A A A

A A A A

A A A

A A A

A

cfc

hc

B B

B

B B B

B B B

B B

B

C C C

C

C C

C C

C C C

C

A A A

A

A A A A

A A A A

A A A

A A A

A

81 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Cristalografia

• Para poder descrever a estrutura cristalina é necessário

escolher uma notação para posições, direções e planos.

• Posições

São definidas dentro de um cubo com lado unitário.

0,0,0

1,0,0

0,1,0

0,0,1

0,1/2,0

1/2,1/2,0

1/2,1/2,1/2

82 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

[0 1 1/2]=[0 2 1]

Direções cristalográficas

As direções são definidas a partir da origem.

Suas coordenadas são dadas pelos pontos que cruzam o

cubo unitário. Se estes pontos forem fraccionais multiplica-

se para obter números inteiros.

[1 0 0]

[0 1 0]

[0 0 1]

[1 1 0]

[1 1 1] [1 -1 1]

11 1

[1/2 1 0]=[1 2 0]

83 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

• Famílias de direções

Formadas por direções semelhantes dentro da estrutura

cristalina.

<111> = [111],[111],[111],[111],[111],[111],[111],[111]

• Ângulo entre direções no sistema cúbico

Dado pelo produto escalar entre as direções, tratadas como

vetores.

Direções cristalográficas (cont.)

D ua vb wc

D ' u' a v' b w' c

D D ' D D ' cos

cosD D '

D D '

uu' vv' ww'

u2 v2 w2 u' 2 v' 2 w' 2

Ex: [100] e [010]

cos = 1.0 + 0.1 + 0.0 = 0

1 = 90°

Ex: [111] e [210]

cos = 1.2 + 1.1 + 1.0 = 3

3. 5 5

= 39.2°

84 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Planos cristalográficos

• A notação para os planos utiliza os índices de Miller,

que são obtidos da seguinte maneira:

Obtém-se as intersecções do plano com os eixos.

Obtém-se o inverso das intersecções.

Multiplica-se para obter os menores números inteiros.

Intersecções: 1/2, 1

Inversos: 2, 0 ,1

Índices de Miller: (201)

Em sistemas cúbicos o plano (hkl)

é normal a direção [hkl] 1/2

1

85 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Planos cristalográficos (cont.)

• 1 1, • 1,1,0 • (110)

• ,1/2, • 0,2,0 • (020)

• 1,1,1 • 1,1,1 • (111)

Quando as

intersecções com

os eixos não são

óbvias, deve-se

deslocar o plano ou

a origem até obter

as intersecções

corretas.

• ,1, • 0,1,0 • (010)

• 1,-1,1 • 1,-1,1

• (111)

• 1,-1, • 1,-1,0

• (110)

86 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Planos da Rede Hexagonal

a1

a2

a3

c

1

-1

• , 1, -1, • 0, 1, -1, 0

• (0 1 1 0)

Face do prisma

Índices de Miller-Bravais

• 4 coordenadas

• redundância

87 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Resumo

• Direções

[uvw]

• Famílias de direções

<uvw>

• Planos

(hkl) (índices de Miller)

Na hexagonal (hkil) (índices de Miller-Bravais)

i = - (h + k)

• Famílias de planos

{hkl}

88 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Densidade Atômica Planar

• Análogo ao fator de empacotamento atômico, que

corresponde à densidade volumétrica de átomos,

podemos definir a densidade atômica planar

DAP = Área Total de Átomos/Área do Plano

• Exemplo

Calcule a DAP dos planos {100} na rede CFC

1/4 de átomo

1 átomo

Número total de átomos = 1 + 4*1/4 = 2

Área total de átomo = 2 x Área de 1 átomo = 2 R2

Área do Plano = a2 e 4R = a 2 => a = 2R 2

DAP = 2 R2/a2 = 2 R2/8R2 =

89 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Densidade Atômica Linear

• Análogo à DAP podemos definir a densidade atômica

linear

DAL = Comprimento Total de Átomos/Comprimento

de uma direção

• Exemplo

Calcule a DAL das direções <100> na rede CFC

1/2 átomo

Comprimento total de átomos = 2 x Raio de 1 átomo = 2R

Comprimento da direção = a e 4R = a 2 => a = 2R 2

DAL = 2R/a = 2R/ 2R 2 = 1/ 2

90 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Planos e Direções Compactas

• Como já vimos, as redes CFC e HC são as mais densas

do ponto de vista volumétrico.

• Por outro lado, em cada rede, existem planos e direções

com valores diferentes de DAP e DAL.

• Em cada rede, existe um certo número de planos e

direções compactos (maior valor de DAP e DAL)

As direções compactas estão contidas em planos compactos

Estes planos e direções serão fundamentais na deformação

plástica de materiais.

A deformação plástica normalmente se dá através do

deslizamento de planos.

91 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Sistemas de deslizamento

• O deslizamento ocorrerá mais facilmente em certos

planos e direções do que em outros.

• Em geral, o deslizamento ocorrerá paralelo a planos

compactos, que preservam sua integridade.

• Dentro de um plano de deslizamento existirão direções

preferenciais para o deslizamento.

• A combinação entre os planos e as direções forma os

sistemas de deslizamento (slip systems), característicos

das diferentes estruturas cristalinas.

92 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Sistemas de deslizamento (cont.)

Distância

Plano não

denso

Plano

denso Distância

O deslizamento é mais

provável em planos e

direções compactas porque

nestes casos a distância que

a rede precisa se deslocar é

mínima.

Dependendo da simetria da

estrutura, outros sistemas de

deslizamento podem estar

presentes.

93 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Deslizamento de um plano compacto

Pequeno deslizamento Pequena energia

Mais provável

Deslizamento de um plano não compacto

Grande deslizamento Grande energia

Menos provável

Sistemas de deslizamento (cont.)

94 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Sistemas de deslizamento (cont.)

Estrutura

Cristalina

Planos de

Deslizamento

Direções de

Deslizamento

Número de

Sistemas de

Deslizamento

Geometria da

Célula Unitária Exemplos

CCC {110} <111> 6x2 = 12 -Fe, Mo,

W

CFC {111} <110> 4x3 = 12 Al, Cu,

-Fe, Ni

HC

{0001} <1120> 3 Cd, Mg, -

Ti, Zn

A tabela mostra os sistemas de deslizamento das 3 redes básicas. Por exemplo: Como a rede CFC tem 4

vezes mais sistemas primários que a HC, ela será muito mais dúctil.

95 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Determinação da estrutura

• Pergunta básica

Como se pode determinar experimentalmente a estrutura

cristalina de um material ?

• Uma boa resposta

Estudar os efeitos causados pelo material sobre um feixe

de radiação.

• Qual radiação seria mais sensível à estrutura ?

Radiação cujo comprimento de onda seja semelhante ao

espaçamento interplanar (da ordem de 0.1 nm).

Difração de raios-x.

96 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

O espectro eletromagnético

raios gama

raios-x

luz visível

microondas

ondas de rádio UV infravermelho

Comprimento de onda (nm)

Como os raios-x têm comprimento de onda da ordem

da distância entre os planos atômicos, eles sofrem

difração quando são transmitidos ou refletidos por um

cristal.

97 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Difração (revisão ?)

• Difração é um fenômeno de interferência

+

=

+

=

Interferência Construtiva

Interferência Destrutiva

98 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

A lei de Bragg

Raios-X

incidentes

Raios-X

difratados

Diferença de caminho dos dois raios:

AB + BC = 2AB = 2d sen

Condição para interferência construtiva

2d sen = n

onde n é um número inteiro e

é o comprimento de onda do raio-x

A C

B

d

= distância

interplanar

Planos

atômicos

99 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Um outro conjunto de planos terá um outro espaçamento interplanar d’, e formará um outro

ângulo ’, com os raios-X incidentes. Em geral, para esta nova condição satisfazer a lei de

Bragg, precisaremos de outro comprimento de onda ou outro ângulo de difração.

100 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Métodos de difração de raios-X

Laue

Uma amostra mono-cristalina é exposta a raios-X com vários comprimentos de onda (poli-cromático).

A lei de Bragg é satisfeita por diferentes conjuntos de planos, para diferentes comprimentos de onda.

Para cada condição satisfeita, haverá uma forte intensidade difratada em um dado ângulo.

Fonte de

raios-X

policromático

Colimador

Mono-cristal

Filme ou detetor

180°-2

101 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Métodos de difração de raios-X

Difratômetro (ou método do pó)

Uma amostra poli-cristalina é exposta a raios-X monocromático. O

ângulo de incidência varia continuamente.

Para certos ângulos, a Lei de Bragg é satisfeita para algum plano de

algum dos mono-cristais, em orientação aleatória.

Amostra

policristalina

(pó)

Fonte de

raios-X

monocromático

Colimador Colimador

Detetor

102 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

• Ex: Espectro de difração para Al

= 0.1542 nm (CuK )

Inte

nsi

dad

e (u

.a)

Ângulo (2 )

Uma amostra desconhecida é analisada e seus picos comparados com

os de materiais conhecidos e tabelados, permitindo assim a

identificação do material.

103 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

A lei de Bragg (cont.)

• A lei de Bragg relaciona quatro variáveis:

2d sen = n

- o comprimento de onda dos raios-X

– pode assumir apenas um valor (monocromático)

– pode assumir muitos valores - raios-X “brancos” (policromáticos)

d - o espaçamento entre os planos

– pode assumir diferentes valores, em função do conjunto de planos que

difrata o feixe de raios-X

- o ângulo de incidência dos raios-X

– pode variar continuamente dentro de uma faixa

– pode variar aleatoriamente em função da posição relativa dos diversos

mono-cristais que formam uma amostra poli-cristalina

n - a ordem da difração

104 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

O CRISTAL REAL

Defeitos na Estrutura Cristalina

105 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Defeitos na Estrutura Cristalina

• Os cristais descritos até agora são todos ideais ou seja, não possuem defeitos.

• Os cristais reais apresentam inúmeros defeitos, que são classificados por sua “dimensionalidade”.

Defeitos Pontuais (dimensão zero)

Vacâncias

Impurezas intersticiais e substitucionais

Defeitos Lineares (dimensão um)

Discordâncias (dislocations)

Defeitos Planares (dimensão dois)

Interfaces e fronteiras de grão

Defeitos Volumétricos (dimensão três)

Vazios, fraturas, inclusões e outras fases.

106 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Defeitos Pontuais

• Devido à agitação térmica, os átomos de um cristal real

estão sempre vibrando.

• Quanto maior a energia térmica (ou temperatura),

maior será a chance de átomos sairem de suas

posições, deixando um vazio (vacância) em seu lugar.

• Por outro lado, dentro da rede cristalina existem

inúmeros interstícios, espaços vazios entre os átomos,

nos quais é possível alojar outros átomos.

• Finalmente, é praticamente impossível obter um

material infinitamente puro. Sempre haverá impurezas

presentes na rede cristalina.

107 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Visualização de Defeitos Pontuais

Vacância ausência de

átomo

Auto-intersticial átomo da própria

rede ocupando um

interstício

Impureza

Intersticial átomo diferente

ocupando um

interstício

Impureza

Substitucional átomo diferente

ocupando uma

vacância

108 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

• Para formar defeitos é necessário dispor de energia.

• Normalmente esta energia é dada na forma de energia térmica. Isto quer dizer que quanto maior a temperatura, maior será a concentração de defeitos.

• Para muitos tipos de defeitos vale o seguinte:

onde CD é a concentração de defeitos

QD é a energia de ativação para o defeito

k é a constante de Boltzmann

T é a temperatura absoluta em Kelvin

Concentração de defeitos

CD

ND

Nexp

QD

kT

109 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Conc. de defeitos (cont.)

• Ex: Concentração de vacâncias em cobre a 200ºC e a 1080ºC (Tf = 1084ºC)

Dados: QD = 0.9 eV/atom (1 elétron-volt = 1.6 x 10-19 J)

k = 8.62 x 10-5 eV/atom-K

T1 = 200 + 273 = 473 K

CD = exp (-0.9 / 8.62 x 10-5 x473) = 2.59 x10-10

T2 = 1080 + 273 = 1353 K

CD = exp (-0.9 / 8.62 x 10-5 x1353) = 0.445 x10-3

ou 1/2 vacância para cada 1000 átomos no volume

ou 1/2 vacância para cada 10 átomos em cada direção.

110 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

O Gráfico de Arrhenius

• Gráfico de CD versus T

CD

ND

Nexp

QD

kT

CD

T

ln CD

QD

k.1

T

ln(CD)

1/T

QD = k tan( )

A partir de um gráfico experimental de

ln(CD) versus 1/T é possível determinar a

energia de ativação.

111 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Impurezas

• Impurezas poderão assumir dois tipos de posição na rede cristalina de outro material

Interstícios - espaços vazios na rede – impureza intersticial

Substituindo um átomo do material – impureza substitucional

• Impureza intersticial - um exemplo fundamental

Carbono em -Ferro (aço)

Átomo de Carbono

ocupando um interstício

na estrutura ccc do

Ferro

Rint = a/2 - RFe a = 4RFe/ 3

RFe = 0.124 nm Rint = 0.0192 nm

Mas RC = 0.077 nm =>

RC / Rint = 4.01

Ou seja, o C está altamente

comprimido nesta posição, o que

implica em baixissima solubilidade

(< 0.022 at % )

112 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Soluções Sólidas

• A presença de impurezas substitucionais gera uma

mistura entre os átomos das impurezas e os do

material, gerando uma solução sólida.

Água Álcool

Solução

Líquida

Mistura a nível

molecular = Solvente

= Soluto

113 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

As regras de Hume-Rothery

• Para que haja total miscibilidade entre dois metais, é preciso que eles satisfaçam as seguintes condições

Seus raios atômicos não difiram de mais de 15%

Tenham a mesma estrutura cristalina

Tenham eletronegatividades similares

Tenham a mesma valência

114 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Difusão

• Como já vimos, devido à presença de vacâncias e

interstícios, é possível haver movimento de átomos de

um material dentro de outro material.

Cu Ni

Posição

Con

centr

ação

(%

)

100

0 Posição

Con

cen

traç

ão (

%)

100

0

Cu Ni Solução

Tempo

Temperatura

Demo

115 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

As leis de Fick

• 1ª Lei

O fluxo da impureza na direção x é proporcional ao gradiente

de concentração nesta direção.

Jx = Fluxo de átomos através

da área A [átomos/m2.s]

D = coeficiente de difusão ou

difusividade [m2/s]

Jx Dc

x

116 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Difusão em Estado Estacionário

• Estado estacionário => J constante no tempo

Ex: Difusão de átomos de um gás através de uma placa

metálica, com a concentração dos dois lados mantida

constante.

J

Ca Cb xa xb

Posição x

Ca

Cb

Jx Dc

xD

Cb Ca

xb xa

117 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Exemplo

• Exemplo 5.1 (Callister) - Calcular J para :

Uma placa de ferro exposta a uma atmosfera rica em carbono de um lado, e pobre do outro.

Temperatura de 700ºC

Concentração de carbono

1.2 kg/m3 a uma profundidade de 5 mm

0.8 kg/m3 a uma profundidade de 10 mm

Difusividade = 3 x 10-11 m2/s

smkgJ

m

mkgsm

xx

CCDJ

x

ab

abx

./104.2

10105

/)8.02.1()/103(

29

23

3211

118 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

As Leis de Fick (cont.)

• 2ª Lei

A taxa de variação da concentração com o tempo, é igual ao gradiente do fluxo

Se a difusividade não depende de x

Esta equação diferencial de segunda ordem só pode ser resolvida se forem fornecidas as condições de fronteira.

cx

t xD

cx

x

cx

tD

2cx

x2

119 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Exemplo

• Sólido muito comprido (“semi-infinito”) em cuja superfície se mantém uma impureza com concentração constante.

Condições de contorno

t = 0 => C = C0 , 0 x

t > 0 => C = Cs , x = 0 (concentração constante na superfície)

C = C0 , x =

x 0 t = 0

120 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Exemplo (cont.)

A solução da equação diferencial com estas condições de contorno é

onde Cx é a concentração a uma profundidade x depois de um tempo t e

onde erf(x/2 Dt) é a função erro da Gaussiana

x 0 t > 0

Cx C0

Cs C0

1 erfx

2 Dt

121 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Exemplo (cont.)

• Função erf(z)

x

Cs

C0

Cx

Cx C0

Cs C0

1 erfx

2 Dt

122 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Aplicação - Carbonetação

•Exemplo 5.2 - Callister É possível endurecer uma camada superficial de uma peça de aço através da difusão de

carbono. Isto é obtido expondo a peça a uma atmosfera rica em hidrocarbonetos (ex. CH4) a alta temperatura.

Dados: Concentração inicial de C no aço C0 = 0.25wt%

Concentração na superfície (constante) Cs = 1.20wt%

Temperatura T=950ºC => D= 1.6 x 10-11 m2/s

Pergunta: Quanto tempo é preciso para atingir uma concentração de 0.80wt% a uma profundidade de 0.5mm ?

Cx C0

Cs C0

0.80 0.25

1.20 0.251 erf

5 104

m

2 (1.6 1011

m2

/ s t

0.4210 erf62.5s

12

t

123 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Carbonetação (cont.)

Para determinar t deve-se consultar a tabela de erf(z) e interpolar para o

valor 0.4210

– z = 0.35 => erf(z) = 0.3794

– z = ? => erf(z) = 0.4210

– z = 0.40 => erf(z) = 0.4284

– Obtém-se z = 0.392

Assim

– 0.392 = 62.5/ t

– t = 25400 s = 7.1 h

Ou seja, após 7 horas, a uma

temperatura de 950ºC e uma

concentração externa constante de

1.2wt%, obtém-se uma concentração de

0.8wt% de Carbono a uma

profundidade de 0.5mm.

Camada

carbonetada

124 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Mecanismos de difusão

• Pode haver difusão de átomos do próprio material, auto-

difusão, ou de impurezas, interdifusão.

• Ambas podem ocorrer através da ocupação do espaço

vazio deixado por vacâncias.

• A interdifusão também pode ocorrer através da ocupação

de interstícios. Este mecanismo é mais veloz porque os

átomos das impurezas são menores e existem mais

interstícios do que vacâncias.

• Tudo isto indica uma dependência da difusão com o tipo

de impureza, o tipo de material e a temperatura.

125 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Fatores que influenciam a difusão

• Tipo de impureza, tipo de material (matriz), temperatura

Impureza Matriz Tipo de

Difusão

D0

(m2/s)

Qd

(eV/átomo)

Temperatura

(oC)

Difusividade

(m2/s)

Fe

-Fe

(CCC) Substitucional 2,8 x 10-4 2,60

500 3,0 x 10­21

900 1,8 x 10­15

-Fe

(CFC)

Substitucional

5,0 x 10-5 2,94

900 1,1 x 10­17

1100 7,8 x 10­16

C

-Fe

(CCC) Intersticial 6,2 x 10-7 0,83

500 2,4 x 10­12

900 1,7 x 10­10

-Fe

(CFC) Intersticial 2,3 x 10-5 1,53

900 5,9 x 10­12

1100 5,3 x 10­11

Cu Cu Substitucional 7,8 x 10-5 2,19 500 4,2 x 10­19

Zn Cu Substitucional 2,4 x 10-5 1,96 500 4,0 x 10­18

Al Al Substitucional 2,3 x 10-4 1,49 500 4,2 x 10­14

Cu Al Substitucional 6,5 x 10-5 1,41 500 4,1 x 10­14

Mg Al Substitucional 1,2 x 10-4 1,35 500 1,9 x 10­13

Cu Ni Substitucional 2,7 x 10-5 2,65 500 1,3 x 10­22

126 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Fatores que influenciam a difusão

• Temperatura

Como os mecanismos satisfazem um gráfico de Arrhenius,

a difusividade terá a mesma dependência com a

temperatura.

onde D0 é uma constante independente de T

Qd é a energia de ativação para difusão (J/mol, eV/átomo)

R é a constante universal dos gases perfeitos

(8.31 J/mol.K, 8.62 x 10-5 eV/átomo.K)

T é a temperatura em K

D D0 expQd

RT TR

QDD d 1

.lnln 0

127 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Gráficos de Arrhenius para D

Ni em Fe cfc

Cu em Al

Zn em Cu

C em Fe cfc

Temperatura, 1000/K

Temperatura, °C

Dif

usi

vid

ade

(m2/s

)

128 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Discordâncias

• São defeitos lineares. Existe uma linha separando a

seção perfeita, da seção deformada do material.

• São responsáveis pelo comportamento mecânico dos

materiais quando submetidos a cisalhamento.

• São responsáveis pelo fato de que os metais são cerca

de 10 vezes mais “moles” do que deveriam.

• Existem dois tipos fundamentais de discordâncias:

Discordância em linha (edge dislocation)

Discordância em hélice (screw dislocation)

129 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Discordância em linha

A discordância em linha corresponde à

borda (edge) do plano extra.

Discordância em planos (111) em ZrO2

130 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

O circuito e o vetor de Burgers

Cristal Perfeito Cristal c/

discordância em linha

O circuito se fecha. O circuito não se fecha. O vetor necessário para

fechar o circuito é o vetor de Burgers, b, que

caracteriza a discordância.

Neste caso b é perpendicular à discordância

131 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Discordância em Hélice

Discordância

Vetor de Burgers, b

Neste caso o vetor de

Burgers é paralelo à

discordância.

Uma boa analogia para o

efeito deste tipo de

discordância é

“rasgar a lista telefônica”

132 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Discordância mista

Linha da discordância

O vetor de Burgers mantém uma

direção fixa no espaço.

Na extremidade inferior esquerda, onde

a discordância é pura hélice, b é

paralelo a discordância.

Na extremidade superior direita, onde a

discordância é pura linha, b é

perpendicular a discordância.

133 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Discordâncias e deformação mecânica

• Uma das maneiras de representar o que acontece

quando um material se deforma é imaginar o

deslizamento de um plano atômico em relação a outro

plano adjacente.

Rompimento de diversas

ligações atômicas

simultaneamente.

Plano de

deslizamento

(slip plane)

Baseado nesta representação, é

possível fazer uma estimativa teórica

da tensão cisalhante crítica.

Animação

134 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Discordâncias e def. mec. (cont.)

A tensão cisalhante crítica é o valor mínimo, acima do qual

o cristal começa a cisalhar.

No entanto, os valores teóricos são muito maiores do que

os valores obtidos experimentalmente.

Esta discrepância só foi entendida quando se descobriu a

presença das discordâncias.

As discordâncias reduzem a tensão necessária para

cisalhamento, ao introduzir um processo sequencial, e não

simultâneo, para o rompimento das ligações atômicas no

plano de deslizamento.

135 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Discordâncias e def. mec. (cont.)

1 2 3

4 5 6

tensão cisalhante

tensão cisalhante

tensão cisalhante

tensão cisalhante

Animação

136 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Hélice:

mov. normal à

direção da tensão.

Direção do

movimento

Linha:

mov. na

direção

da tensão

Discordâncias e def. mec. (cont.)

O efeito final

é o mesmo.

137 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Fronteiras de grão e interfaces

• Um material poli-cristalino é formado por muitos

mono-cristais em orientações diferentes.

• A fronteira entre os monocristais é uma parede, que

corresponde a um defeito bi-dimensional.

Fronteira entre dois cristais de TiO2

Cristal 1

Cristal 2

Fronteira

138 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Ilustrações

Formação de grãos durante a

solidificação

Amostra policristalina de zircônio

em luz polarizada ( 350x )

Formação de contornos de grãos

139 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Ilustrações (cont.)

Fratura intergranular com corrosão,

observada em MEV. A superfície da

fratura acompanha os contornos de grão.

As superfícies dos grãos, que neste caso

são facetadas, ficam bem definidas

Corrosão intergranular em aço.

Neste caso os cortornos de grãos são

atacados a ponto de permitir que os

grãos se destaquem uns dos outros.

140 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Graus de Liberdade

Os cinco graus de liberdade de um cortorno de grão

Eixo de

inclinação

contorno contorno

contorno

contorno

contorno

Eixo de

inclinação Plano de simetria

Eixo de inclinação

e de rotação

Plano de simetria

Eixo de

inclinação

Eixo de

rotação

Eixo de

torção

141 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Fronteira de baixo ângulo

Fronteira em que ocorre

apenas uma rotação em

relação a um eixo contido

no plano da interface (tilt

boundaries).

O ângulo de rotação é

pequeno (< 15º).

Pode ser representada por

uma sequência de

discordâncias em linha.

142 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Macla (twin)

• Fronteira de alta simetria onde um grão é o espelho do

outro.

Formadas pela

aplicação de

tensão mecânica

ou em tratamentos

térmicos de

recozimento

(annealing)

Plano de

macla (twin

plane)

143 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Outras fronteiras

• Fronteira de grande ângulo

Fronteira de rotação com ângulos maiores do que 15º

Mais difícil de interpretar (unidades estruturais).

• Falha de empilhamento:

cfc - deveria ser ...ABCABC... e vira ...ABCBCA...

hc - deveria ser ...ABABAB... e vira ...ABBABA...

• Fronteiras magnéticas ou parede de spin

Em materiais magnéticos, separam regiões com

orientações de magnetização diferentes.

144 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

PROPRIEDADES MECÂNICAS

145 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Propriedades Mecânicas de Metais

• Como os metais são materiais estruturais, o

conhecimento de suas propriedades mecânicas é

fundamental para sua aplicação.

• Um grande número de propriedades pode ser derivado

de um único tipo de experimento, o teste de tração.

• Neste tipo de teste um material é tracionado e se

deforma até fraturar. Mede-se o valor da força e do

elongamento a cada instante, e gera-se uma curva

tensão-deformação.

146 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Curva Tensão-Deformação

Amostra Gage

Length

Célula de Carga

Tração

0 2 3 4 5 1 0

50

100

Elongamento (mm)

Car

ga

(10

3N

)

0

250

500

Deformação, (mm/mm)

Ten

são

, (

MP

a)

0 0.04 0.05 0.08 0.10 0.02

Normalização para

eliminar influência da

geometria da amostra

Vídeos

147 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Curva Tensão-Deformação (cont.) • Normalização = P/A0 onde P é a carga e A0 é a seção reta da amostra

= (L-L0)/L0 onde L é o comprimento para uma dada carga e L0 é o comprimento original

• A curva - pode ser dividida em duas regiões.

Região elástica

é proporcional a => =E. E=módulo de Young

A deformação é reversível.

Ligações atômicas são alongadas mas não se rompem.

Região plástica

não é linearmente proporcional a .

A deformação é quase toda não reversível.

Ligações atômicas são alongadas e se rompem.

148 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Curva Tensão-Deformação (cont.)

0 0.04 0.05 0.08 0.10 0.02

0

250

500

Deformação, (mm/mm)

Ten

são,

(M

Pa)

Plástica

Elástica

0 0.004 0.005 0.008 0.010 0.002

Deformação, (mm/mm)

fratura

Limite de escoamento

Como não existe um limite claro entre as regiões

elástica e plástica, define-se o Limite de

escoamento, como a tensão que, após liberada,

causa uma pequena deformação residual de 0.2%.

O Módulo de Young, E, (ou módulo de

elasticidade) é dado pela derivada da curva

na região linear.

y

149 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Cisalhamento

• Uma tensão cisalhante causa uma deformação cisalhante, de forma análoga a uma tração.

Tensão cisalhante

= F/A0

onde A0 é a área paralela à

aplicação da força.

Deformação cisalhante

= tan = y/z0

onde é o ângulo de

deformação

• Módulo de cisalhamento G = G

150 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Coeficiente de Poisson

• Quando ocorre elongamento ao longo de uma direção, ocorre contração no plano perpendicular.

• A Relação entre as deformações é dada pelo coeficiente de Poisson .

= - x / z = - y / z

o sinal de menos apenas indica que uma extensão gera uma contração e vice-versa

Os valores de para diversos metais estão entre 0.25 e 0.35.

• E = 2G(1 + )

151 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Estricção e limite de resistência

Deformação,

Ten

são,

Limite de

resistência

( R)

estricção

A partir do limite de

resistência começa a ocorrer

um estricção no corpo de

prova. A tensão se concentra

nesta região, levando à

fratura.

152 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Ductilidade

• Ductilidade é uma medida da extensão da deformação que ocorre até a fratura.

• Ductilidade pode ser definida como

Elongamento percentual %EL = 100 x (Lf - L0)/L0

onde Lf é o elongamento na fratura

uma fração substancial da deformação se concentra na estricção, o que faz com que %EL dependa do comprimento do corpo de prova. Assim o valor de L0 deve ser citado.

Redução de área percentual %AR = 100 x(A0 - Af)/A0

onde A0 e Af se referem à área da seção reta original e na fratura.

Independente de A0 e L0 e em geral de EL%

153 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Resiliência

• Resiliência é a capacidade que o material possui de absorver

energia elástica sob tração e devolvê-la quando relaxado.

Área sob a curva dada pelo limite de escoamento ( y) e pela

deformação no escoamento ( y) .

Módulo de resiliência

Na região linear

Assim, materiais de alta resiliência possuem alto limite de escoamento e

baixo módulo de elasticidade.

Estes materiais seriam ideais para uso em molas.

y

dU r

0

E

EdU

y

yy

yy

r

y

222

2

0

154 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Elongamento (mm)

Ten

são

(M

Pa)

Curva para Cobre Recozido

155 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Curva para Cobre Endurecido a Frio

Elongamento (mm)

Ten

são

(M

Pa)

156 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Comparação

Elongamento (mm)

Ten

são

(M

Pa)

Recozido

Endurecido a frio

157 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Tenacidade

• Tenacidade (toughness) é a capacidade que o material

possui de absorver energia mecânica até a fratura.

área sob a curva até a fratura.

O material mais frágil tem

maior limite de escoamento e

maior limite de resistência.

No entanto, tem menor

tenacidade devido à falta de

ductilidade (a área sob a

curva correspondente é muito

menor).

Elongamento (mm)

Ten

são (

MP

a)

Mais frágil, mais resistente,

menos tenaz

Mais dúctil, menos resistente,

mais tenaz

158 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Resumo da curva - e propriedades Região elástica (deformação reversível) e região plástica (deformação

quase toda irreversível).

Módulo de Young ou módulo de elasticidade => derivada da curva na região elástica (linear).

Limite de escoamento (yield strength) => define a transição entre região elástica e plástica => tensão que, liberada, gera uma deformação residual de 0.2%.

Limite de resistência (tensile strength) => tensão máxima na curva de engenharia.

Ductilidade => medida da deformabilidade do material

Resiliência => medida da capacidade de absorver e devolver energia mecânica => área sob a região linear.

Tenacidade (toughness) => medida da capacidade de absorver energia mecânica até a fratura=> área sob a curva até a fratura.

159 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

A curva - real A curva obtida

experimentalmente é denominada curva -e de engenharia.

Esta curva passa por um máximo de

tensão, parecendo indicar que, a partir

deste valor, o material se torna mais

fraco, o que não é verdade.

Isto, na verdade, é uma consequência da

estricção, que concentra o esforço numa

área menor.

Pode-se corrigir este efeito levando em conta a diminuição de área, gerando assim a curva real.

curva real

Curva -e de engenharia

fratura

fratura

160 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Sistemas de deslizamento (rev.)

Estrutura

Cristalina

Planos de

Deslizamento

Direções de

Deslizamento

Número de

Sistemas de

Deslizamento

Geometria da

Célula Unitária Exemplos

CCC

{110}

{211}

{321}

<111>

6x2 = 12

12

24

-Fe, Mo,

W

CFC {111} <110> 4x3 = 12 Al, Cu,

-Fe, Ni

HC

{0001}

{1010}

{1011} <1120>

3

3

6

Cd, Mg, -

Ti, Zn

A tabela mostra os sistemas de deslizamento das 3 redes básicas. Em vermelho aparecem os sistemas

principais. Em cinza aparecem os secundários. Por exemplo: Como a rede CFC tem 4 vezes mais

sistemas primários que a HC, ela será muito mais dúctil.

161 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Deslizamento em mono-cristais

• A aplicação de tração ou compressão uniaxais trará

componentes de cisalhamento em planos e direções

que não sejam paralelos ou normais ao eixo de

aplicação da tensão.

• Isto explica a relação entre a curva - e a resposta

mecânica de discordâncias, que só se movem sob a

aplicação de tensões cisalhantes.

• Para estabelecer numericamente a relação entre tração

(ou compressão) e tensão cisalhante, deve-se projetar a

tração (ou compressão) no plano e direção de

deslizamento.

162 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Tensão cisalhante resolvida

Plano de

deslizamento

Direção de

deslizamento

F

F

R = cos cos

onde

= F/A

O sistema de deslizamento que sofrer a maior R, será o primeiro a operar.

A deformação plástica começa a ocorrer quando a tração excede a tensão cisalhante resolvida crítica (CRSS - critical resolved shear stress).

Mecanismo de deformação

plástica a partir de acúmulo de

deslizamentos

vídeo

163 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Deformação plástica em materiais policristalinos

• A deformação em materiais

policristalinos é mais complexa

porque diferentes grãos estarão

orientados diferentemente em

relação a direção de aplicação

da tensão.

• Além disso, os grãos estão

unidos por fronteiras de grão

que se mantém íntegras, o que

coloca mais restrições a

deformação de cada grão.

• Materiais policristalinos são

mais resistentes do que seus

mono-cristais, exigindo maiores

tensões para gerar deformação

plástica. Material policristalino após

deformação plástica, mostrando

planos de deslizamento em

diferentes direções

Material policristalino antes

e após deformação plástica,

mostrando mudança na

forma dos cristais.

164 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Mecanismos de Aumento de Resistência

• A deformação plástica depende diretamente do

movimento das discordâncias. Quanto maior a

facilidade de movimento, menos resistente é o

material.

• Para aumentar a resistência, procura-se restringir o

movimento das discordâncias. Os mecanismos básicos

para isso são:

Redução de tamanho de grão

Solução sólida

Deformação a frio (encruamento, trabalho a frio, strain

hardening, cold working)

165 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Redução de tamanho de grão

• As fronteiras de grão funcionam como barreiras para o

movimento de discordâncias. Isto porque

Ao passar de um grão com uma certa orientação para outro

com orientação muito diferente (fronteiras de alto ângulo) a

discordância tem que mudar de direção, o que envolve muitas

distorções locais na rede cristalina.

A fronteira é uma região desordenada, o que faz com que os

planos de deslizamento sofram discontinuidades.

• Como um material com grãos menores tem mais

fronteiras de grão, ele será mais resistente.

166 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Redução de tamanho de grão (cont.)

• Para muitos materiais, é

possível encontrar uma

relação entre o limite de

escoamento, y, e o tamanho

médio de grão, d.

y = 0 + kyd-1/2

onde 0 e ky são constantes

para um dado material

d-1/2 (mm-1/2)

d (mm)

Lim

ite

de

esco

amen

to (

kpsi

)

Lim

ite

de

esco

amen

to (

MP

a)

Latão

(70Cu-30Zn)

167 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Solução sólida

• Nesta técnica, a presença de impurezas substitucionais

ou intersticiais leva a um aumento da resistência do

material. Metais ultra puros são sempre mais macios e

fracos do que suas ligas.

Concentração de Zn (%)

Lim

ite

de

resi

stên

cia

(kpsi

)

Lim

ite

de

resi

stên

cia

(MP

a)

Liga Cu-Zn

168 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Deformação a frio

• O aumento de resistência por deformação mecânica

(strain hardening) ocorre porque

o número de discordâncias aumenta com a deformação

isto causa maior interação entre as discordâncias

o que, por sua vez, dificulta o movimento das

discordâncias, aumentando a resistência.

• Como este tipo de deformação se dá a temperaturas

muito abaixo da temperatura de fusão, costuma-se

denominar este método deformação a frio (cold work).

169 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Deformação a frio (cont.)

% Trabalho a frio (%CW)

Lim

ite

de

esco

amen

to (

kpsi

)

Lim

ite

de

esco

amen

to (

MP

a) Aço 1040

Latão

Cobre

% Trabalho a frio (%CW)

Duct

ilid

ade

(%E

L)

Aço

1040

Latão

Cobre

%CW=100x(A0-Ad)/A0

170 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Recuperação,Recristalização

e Crescimento de Grão

• Como já vimos, a deformação plástica de materiais a baixas temperaturas

causa mudanças microestruturais e de propriedades.

• Estes efeitos podem ser revertidos, e as propriedades restauradas, através

de tratamentos térmicos a altas temperaturas.

• Os três processos básicos para que isto ocorra são

Recuperação - uma parte das deformações acumuladas é eliminada através do

movimento de discordâncias, facilitado por maior difusão a altas temperaturas.

Recristalização - formação de novos grãos, não deformados, que crescem até

substituir completamente o material original.

Crescimento de grão

171 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Recristalização e Crescimento de Grão Latão 33%CW deformado a frio

3 segundos a 580ºC início da recristalização

4 segundos a 580ºC avanço da recristalização

8 segundos a 580ºC recristalização completa

15 minutos a 580ºC crescimento de grão

10 minutos a 700ºC maior crescimento de grão

172 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Recristalização (cont.)

Latão

1 hora

Temperatura de recristalização: é a

temperatura para a qual ocorre

recristalização total após uma hora de

tratamento térmico. Tipicamente entre

1/3 e 1/2 da temperatura de fusão.

No caso do latão do gráfico ao lado

Trec=475ºC e Tf=900ºC

Neste gráfico também é possível

obervar o crescimento de grão em

função da temperatura.

Falta analisar o crescimento de grão

em função do tempo.

173 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Crescimento de grão

• Como os contornos de grão são regiões deformadas do

material, existe uma energia mecânica associada a eles.

• O crescimento de grãos ocorre porque desta forma a

área total de contornos se reduz, reduzindo a energia

mecânica associada.

• No crescimento de grão, grãos grandes crescem às

expensas de grãos pequenos que diminuem. Desta

forma o tamanho médio de grão aumenta com o tempo.

174 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Crescimento de grão (cont.)

• Para muitos materiais poli-cristalinos vale a seguinte relação para o diâmetro médio de grão d, em função do tempo t.

dn - d0n =Kt

onde d0 é o diâmetro original (t=0)

K e n são constantes e em geral n 2

Tempo (min)

Diâ

met

ro d

e grã

o (

mm

)

175 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Fratura

• O processo de fratura é normalmente súbito e

catastrófico, podendo gerar grandes acidentes.

• Envolve duas etapas: formação de trinca e propagação.

• Pode assumir dois modos: dúctil e frágil.

176 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Fratura dúctil e frágil

• Fratura dúctil A material se deforma substancialmente antes de fraturar.

O processo se desenvolve de forma relativamente lenta a medida que a trinca propaga.

Este tipo de trinca é denominado estável porque ela para de se propagar a menos que haja uma aumento da tensão aplicada no material

Gera uma superfície de fratura com a estrutura “copo e cone”, indicando grande estricção e deslizamento de planos a 45º.

177 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Fratura dúctil e frágil (cont.)

• Fratura frágil

O material se deforma pouco, antes de fraturar.

O processo de propagação de trinca pode ser muito veloz, gerando situações catastróficas.

A partir de um certo ponto, a trinca é dita instável porque se propagará mesmo sem aumento da tensão aplicada sobre o material.

A superfície de fratura é plana e não aparece estricção.

178 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Transição dúctil-frágil

• A ductilidade dos materiais é função da temperatura e

da presença de impurezas.

• Materiais dúcteis se tornam frágeis a temperaturas mais

baixas. Isto pode gerar situações desastrosas caso a

temperatura de teste do material não corresponda a

temperatura efetiva de trabalho.

Ex: Os navios tipo Liberty, da época da 2ª Guerra, que

literalmente quebraram ao meio. Eles eram fabricados de

aço com baixa concentração de carbono, que se tornou

frágil em contato com as águas frias do mar.

179 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Teste de impacto (Charpy)

• Um martelo cai como um pêndulo e bate na amostra, que fratura.

• A energia necessária para fraturar, a energia de impacto, é obtida diretamente da diferença entre altura final e altura inicial do martelo. Materiais dúcteis se

deformam muito e absorvem muita energia do martelo.

Materiais frágeis se deformam pouco e absorvem pouca energia do martelo

Martelo Posição

inicial

Amostra Posição

final h

h’

180 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Transição dúctil-frágil (cont.)

Temperatura (ºC)

En

erg

ia d

e Im

pac

to (

J)

Temperatura (ºC)

Aços com diferentes

concentrações de carbono

Aços com diferentes

concentrações de manganês

Fratura dúctil

181 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Fadiga

• Fadiga é um tipo de falha que ocorre em materiais

sujeitos à tensão que varia no tempo.

• A falha pode ocorrer a níveis de tensão

substancialmente mais baixos do que o limite de

resistência do material.

• É responsável por 90% de todas as falhas de metais,

afetando também polímeros e cerâmicas.

• Ocorre subitamente e sem aviso prévio.

• A falha por fadiga é do tipo frágil, com muito pouca

deformação plástica.

182 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Teste de fadiga

fratura

Ten

são

Limite de resistência

Tempo

amostra

carga carga

motor

contador junta

flexível

183 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

A curva S-N

• A curva Stress-Number of cycles é um gráfico que

relaciona o número de ciclos até a fratura com a tensão

aplicada.

Limite de fadiga

(35 a 60%) do

limite de

resistência (T.S.)

Número de ciclos até a fratura, N

Ten

são

,S (

MP

a)

S1

Quanto menor a tensão, maior é o número de ciclos

que o material tolera.

Ligas ferrosas normalmente possuem um limite de

fadiga. Para tensões abaixo deste valor o material

não apresenta fadiga.

Ligas não ferrosas não possuem um

limite de fadiga. A fadiga sempre ocorre

mesmo para tensões baixas e grande

número de ciclos. Vida de fadiga a

uma tensão S1

184 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Fatores que afetam a vida de fadiga • Nível médio de tensão

Quanto maior o valor médio da tensão, menor é a vida.

• Efeitos de superfície

A maior parte das trincas que iniciam o processo de falha se origina

na superfície do material. Isto implica que as condições da superfície

afetam fortemente a vida de fadiga.

Projeto da superfície: evitando cantos vivos.

Tratamento da superfície:

Eliminar arranhões ou marcas através de polimento.

Tratar a superfície para gerar camadas mais duras (carbonetação) e que geram

tensões compressivas que compensam parcialmente a tensão externa.

185 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Fluência

• Fluência é a deformação

plástica crescente que ocorre

em materiais sujeitos a tensões

constantes, a temperaturas

elevadas.

Turbinas de jatos, geradores a

vapor.

É muitas vezes o fator limitante

na vida útil da peça.

Se torna importante, para metais,

a temperaturas 0.4Tf Carga constante

Forno

186 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Curva de fluência

Tempo

Primária

Terciária

Secundária

Deformação instantânea

(elástica)

Na região primária o material

encrua, tornando-se mais rígido,

e a taxa de crescimento da

deformação com o tempo

diminui.

Na região secundária a taxa de

crescimento é constante (estado

estacionário), devido a uma

competição entre encruamento e

recuperação.

Na região terciária ocorre uma

aceleração da deformação

causada por mudanças

microestruturais tais como

rompimento das fronteiras de

grão.

vida de ruptura

187 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Influência da temperatura e tensão • As curvas de fluência variam em função da

temperatura de trabalho e da tensão aplicada.

A taxa de estado estacionário aumenta

Tempo

Temperatura aumentando Tensão aumentando

Tempo

188 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

• Relação entre e a taxa de fluência estacionária

onde K1 e n são constantes do material

Influência da tensão

nK1

lnlnln 1 nK

Taxa de fluência estacionária (%/1000 h)

Ten

são (M

Pa)

189 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Influência da temperatura

• Relação entre T e a taxa

de fluência estacionária

onde K2 e n são

constantes do material

Qc é a energia de

ativação para fluência

RT

QK cn exp2

Tax

a d

e fl

uên

cia

esta

cion

ária

(%

/10

00

h)

190 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

DIAGRAMAS DE FASE

191 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Diagramas de fase

• Diagramas de fase são mapas que permitem prever a microestrutura de um material em função da temperatura e composição de cada componente.

• Fase é uma porção homogênea do material que tem propriedades físicas ou químicas uniformes:

Ex: Mistura água/gelo - duas fases

Quimicamente idênticas - H2O

Fisicamente distintas - líquida/sólida

Ex: Mistura água/açúcar com açúcar precipitado - duas

Quimicamente distintas - solução H2O/açúcar e açúcar puro

Fisicamente distintas - solução em fase líquida e fase sólida

192 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Limite de solubilidade

• Corresponde a concentração máxima que se pode atingir de um soluto dentro de um solvente.

• O limite de solubilidade depende da temperatura. Em geral, cresce com a temperatura.

Solução líquida

(água açucarada)

Solução líquida

+ açúcar sólido

100

60

80

40

20

0

Tem

per

atu

ra (

ºC)

25 100 50 75 0

25 100 50 75 0

Composição (wt%)

Açúcar Água

Limite de

solubilidade

193 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Diagramas binários T

emp

era

tura

(ºC

)

L = Líquido

= alfa

+ L

Composição (wt% Ni)

Linha

solidus

Linha

liquidus

30 40 50

1250ºC B

C0 CCL

A

B

Ponto A

60% Ni

1100ºC

Ponto B

35% Ni

1250ºC

194 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Interpretação dos diagramas

• Fases presentes

Para uma coordenada qualquer do diagrama, verifica-se quais fases

estão presentes

Ponto A => apenas fase alfa

Ponto B => fase alfa e fase líquida

• Composição de cada fase

Para uma coordenada qualquer do diagrama, verifica-se quantas fases

existem

Uma fase => trivial => composição lida direto do gráfico.

Duas fases => Usa-se o método da linha de conexão (tie-line)

– A tie-line se extende de uma fronteira a outra

– Marca-se as intersecções entre a tie-line e as fronteiras e verifica-se as concentrações

correspondentes no eixo horizontal

195 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Interpretação (cont.)

30 40 50

1250ºC

B

C0 CCL

tie-line

• Fase líquida

CL = 32 wt% Ni - 68wt% Cu • Fase alfa (solução sólida)

C = 43 wt% Ni - 57 wt% Cu

• Composição de cada fase (cont.)

196 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Interpretação (cont.)

• Determinação das frações de cada fase

Uma fase => trivial => 100% da própria fase

Duas fases => Regra da Alavanca (lever rule)

30 40 50

1250ºC

B

C0 CCL

tie-line WL

C C0

C CL

43 35

43 320.73

WC0 CL

C CL

35 32

43 320.27

197 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Lógica da regra da alavanca

• A regra da alavanca nada mais é do que a solução de duas

equações simultâneas de balanço de massa

Com apenas duas fases presentes, a soma das suas frações tem

que ser 1

W + WL = 1

A massa de um dos componentes (p.ex. Ni) que está presente em

ambas as fases deve ser igual a massa deste componente na liga como

um todo

W C + WLCL = C0

• A regra da alavanca, na verdade, deveria ser chamada de regra

da alavanca invertida.

198 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Diagramas de fase e microestrutura

• Até agora nós estudamos diagramas de fase isomorfos,

nos quais existe uma faixa de temperaturas em que há

completa miscibilidade de um constituinte no outro.

• Outra condição implicitamente utilizada até agora é de

que os diagramas são de equilíbrio. Isto quer dizer que

qualquer variação de temperatura ocorre lentamente o

suficiente para permitir um rearranjo entre as fases

através de processos difusionais. Também quer dizer

que as fases presentes a uma dada temperatura são

estáveis.

199 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Diagramas de fase e microestrutura

• Evolução microestrutural

Tem

per

atura

Composição

L

+ L

CL3 CL2 CL1 C 3 C 2 C 1

100% Líquido

C0 constituinte B

90% Líquido - 10% alfa

CL1 const. B - C 1 const. B

60% Líquido - 40% alfa

CL2 const. B - C 2 const. B

10% Líquido - 90% alfa

CL3 const. B - C 3 const. B

100% Sólido - alfa

C0 constituinte B

200 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Diagrama Isomorfo - Animação

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com todas as animações em flash

201 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Não-equilíbrio e segregação

• Durante o resfriamento, ocorrem mudanças na composição das duas fases.

Estas mudanças dependem de difusão, que é um processo lento na solução sólida.

Na prática não vale a pena manter taxas tão lentas de resfriamento, o que implica que as estruturas obtidas não são exatamente as descritas até agora.

Assim, a região central de cada grão vai ser rica no constituinte de alto ponto de fusão. A concentração do outro constituinte aumenta em direção ao contorno de grão.

Isto implica em uma maior sensibilidade das fronteiras à temperatura. No aquecimento elas derreterão e o material se esfacelará.

202 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Sistemas binários eutéticos

Composição (wt% Ag)

Tem

per

atura

(°C

)

Líquido

+ L

+ L

+ C E CE C E

Reação Eutética (a 780°C)

L (71.9% Ag) (7.9% Ag) + (91.2% Ag)

A temperatura de fusão do eutético é mais

baixa que as dos seus constituintes.

203 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Exemplo: Solda (Pb-Sn)

• Para uma liga de 40%wt Sn-60%wt Pb a 150°C

Quais são as fases presentes, suas composições e proporções ?

Composição (wt% Sn)

Tem

per

atura

(°C

)

C C

Fases Presentes:

e

Composições:

C 11% Sn

C 99% Sn

Proporções:

W = (C - C )/(C - C )

= 0.67

W = 1 - W

+

204 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Microestrutura em eutéticos • Composição eutética

Microestrutura eutética:

Camadas finas alternadas de fases e

Microestrutura eutética:

Camadas finas alternadas das fases e

(pequena variação em relação a T1)

100% Líquido com a

composição eutética

A transição eutética é rápida. Assim, não

há tempo para ocorrer difusão

substancial. A segregação de átomos de

tipo A e B tem que se dar em pequena

escala de distâncias.

Composição

Tem

per

atura

(°C

)

205 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Diagrama Eutético - Animação

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206 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Microestrutura em eutéticos (cont.)

• Composição hipereutética

Composição

Tem

per

atu

ra (

°C)

10% de 1 em uma matriz

de L1

100% Líquido com a

composição de 80% B

67% de 2 em uma matriz

de L2 ( 60% B)

67% de 3 ( 90% B) em

uma matriz de

microestrutura eutética =

17% 3 ( 30% B) + 83%

3 ( 90% B)

207 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Diagrama Eutético - Animação

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208 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Diagrama Eutético - Animação

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com todas as animações em flash

209 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Microestrutura em eutéticos (cont.)

• A microestrutura para uma composição hipoeutética é

simétrica à da hipereutética

Fase (ou ) primária,

formada por solidificação

paulatina a partir da fase

líquida, acima da

temperatura eutética

(proeutética)

Estrutura eutética

210 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Microestrutura em eutéticos (cont.) • Composição abaixo da eutética

50% de 1 em uma matriz de L1

100% Líquido com a

composição de 20% B

100% de ( 20% B)

5% de 3 em uma matriz de 3

1% de 2 em uma matriz de

(precipitado nos contornos ou

dentro dos grãos)

Composição (wt% B)

Tem

peratu

ra (°C)

211 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Diagrama Eutetóide

• Diagrama semelhante a um eutético, no qual ocorre uma

transição tipo eutética no estado sólido.

T(°C) L

(austenita)

+ Fe3C

+ Fe3C

+ L

400

800

1200

1600

0.77

4.30 2.11

727°C

1148°C

912°C

1394°C

1538°C

1 2 3 4 5 6 6.7 Concentração (wt% C)

Cementita

(Fe3C)

(Fe)

0.77

0.022

212 S

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Diag. Fe-C - Características básicas • Fases do Ferro puro

Tamb - 912°C => Fe na forma de Ferrita ( -Fe, CCC)

912°C-1394°C => Fe na forma de Austenita ( -Fe, CFC)

1394°C-1538°C => Fe na forma de Delta Ferrita

( -Fe,CCC) - nenhum valor tecnológico

• Solubilidade do C em Fe

Na fase - máximo de 0.022%

Na fase - máximo de 2.11%

• Cementita - Fe3C

Composto estável que se forma nas fases e quando a solubilidade

máxima é excedida, até 6.7 wt% C.

É dura e quebradiça. A resistência de aços é aumentada pela sua

presença.

213 S

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Diag. Fe-C - Características básicas

• Reação eutética

A 1148°C ocorre a reação

L (4.3% C) <=> (2.11% C) + Fe3C (6.7% C)

• Reação eutetóide

A 727°C ocorre a reação

(0.77% C) <=> (0.022% C) + Fe3C (6.7% C)

que é extremamente importante no tratamento térmico de aços.

• Classificação de ligas ferrosas

0-0.008wt% C - Ferro puro

0.008-2.11wt% C - aços (na prática < 1.0 wt%)

2.11-6.7wt% C - ferros fundidos (na prática < 4.5wt%)

214 S

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Evolução microestrutural

• Concentração eutetóide

+ Fe3C

0.77 wt% C

727°C

Inicialmente, temos apenas a fase

.

A uma temperatura imediatamente

abaixo da eutetóide toda a fase se

transforma em perlita (ferrita +

Fe3C) de acordo com a reação

eutetóide. Estas duas fases tem

concentrações de carbono muito

diferentes. Esta reação é rápida.

Não há tempo para haver grande

difusão de carbono. As fases se

organizam como lamelas

alternadas de ferrita e cementita. Perlita

( + Fe3C)

215 S

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Evolução microestrutural (cont.)

• Concentração hipo-eutetóide

Inicialmente, temos apenas a fase .

Em seguida começa a surgir fase

nas fronteiras de grão da fase .

A uma temperatura imediatamente

acima da eutétoide a fase já cresceu,

ocupando completamente as fronteiras

da fase . A concentração da fase é

0.022 wt% C. A concentração da

fase é 0.77 wt% C, eutetóide.

A uma temperatura imediatamente

abaixo da eutetóide toda a fase se

transforma em perlita (ferrita

eutetóide + Fe3C). A fase , que não

muda, é denominada

ferrita pro-eutetóide.

+ Fe3C

727°C

Fe3C

pro-eutetóide

perlita

C0

216 S

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Evolução microestrutural (cont.)

• Concentração hiper-eutetóide

Inicialmente, temos apenas a fase .

Em seguida começa a surgir fase Fe3C

nas fronteiras de grão da fase . A

concentração da Fe3C é constante igual

a 6.7 wt% C. A concentração da

austenita cai com a temperatura

seguindo a linha que separa o campo

+Fe3C do campo . A uma temperatura

imediatamente acima da eutetóide a

concentração da fase é 0.77 wt% C,

eutétóide.

A uma temperatura imediatamente

abaixo da eutetóide toda a fase se

transforma em perlita. A fase Fe3C , que

não muda, é denominada cementita

pro-eutetóide.

+ Fe3C

727°C

Fe3C

Fe3C pro-eutetóide

perlita

C1

Fe3C

217 S

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Exemplos de microestruturas

Aço hipo-eutetóide com 0.38 wt% C,

composto por ferrita pro-eutetóide (fase

clara) e perlita [fase com lamelas claras

(ferrita) e escuras (cementita)]. 635x.

Aço hiper-eutetóide com 1.40 wt% C,

composto por cementita pro-eutetóide (fase

clara) e perlita. 1000x.

218 S

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Proporções das fases

C0 C1

6.7 0.77 0.022

T U V X

Concentração de Carbono (wt%)

Wp

T

T U

C0 0.022

0.77 0.022

Fração de perlita

W '

U

T U

0.77 C0

0.77 0.022

Fração de ferrita pro-eutetóide

Wp

X

V X

6.7 C1

6.7 0.77

Fração de perlita

Fração de cementita pro-eutetóide

WFe3C

V

V X

C1 0.77

6.7 0.77

Hipo-eutetóide – C0 Hiper-eutetóide – C1

Fração de ferrita total Fração de cementita total

022,07,6

7,6 0C

XVUT

XVUW

total022,07,6

022,01

3

C

XVUT

VUTW

totalCFe

219 S

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Glossário

• Austenita = -Fe = fase

• Ferrita = -Fe = fase

• Cementita = Fe3C (6.7 wt% C em Fe)

• Perlita = Ferrita e Cementita em lamelas alternadas

• Hipo = menor que - Hiper = maior que

• Ferrita pro-eutetóide = Ferrita que se forma a T >Teutetóide

p/composição hipo-eutetóide (<0.77 wt%C)

• Cementita pro-eutetóide = Cementita que se forma a

T >Teutetóide p/composição hiper-eutetóide.

220 S

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METAIS E SUAS LIGAS

221 S

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Metais

• Propriedades básicas

Fortes e podem ser moldados

Dúcteis (deformam antes de quebrar)

Superfície “metálica”

Bons condutores de corrente elétrica e de calor

222 S

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Os metais na tabela periódica

223 S

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Ligas Metálicas

Alta

Resistência,

Baixa liga

Tratável

termicamente

Baixo

carbono

Médio

carbono

Alto

carbono

Alta

Liga

Baixa

Liga

Ferros

Fundidos Aços

Ferro

Cinzento

Ferro

Dúctil

Ferro

Branco

Ferro

Maleável

Carbono Carbono Carbono Ferramenta Inox

Ferrosas Não Ferrosas

Aulas Prof. Valter – Ligas Ferrosas

224 S

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Seleção de Materiais para fabricar: • Estante de aço para uso em casa/escritório

Aço baixo carbono – baixa resistência/deformável

• Disco de abrasão, ou bisturi, faca e facão

Aço alto carbono, e/ou revestimento cerâmico – alta dureza na superfície de corte mas precisa preservar flexibilidade

• Tanque para processar remédios e alimentos

Aço inox austenítico – menos susceptível à oxidação

• Pregos, parafusos e porcas

Aço de médio carbono – combinação de flexibilidade e dureza

• Estrutura de aço para plataforma de petróleo que precisa operar no Mar do Norte (entre Inglaterra e Europa)

Aço baixo carbono com manganês para reduzir a temperatura da transição dúctil-frágil

• Eixo de motor que gira a uma velocidade de 5000rpm

Aço médio carbono com alta dureza superficial e acabamento superficial de excelente qualidade para diminuir a chance de formação de trincas que levem à falha por fadiga.

225 S

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Aços

• Aços são ligas Fe-C que podem conter outros

elementos.

Propriedades mecânicas dependem da %C.

%C < 0.25% => baixo carbono

0.25% < %C < 0.60% => médio carbono

0.60% < %C < 1.4% => alto carbono

• Aços carbono

Baixíssima concentração de outros elementos.

• Aços liga

Outros elementos em concentração apreciável.

226 S

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Aços Baixo Carbono

• Aços Carbono

Microestrutura de ferrita e perlita

Macios e pouco resistentes, muito dúcteis e tenazes

Insensíveis a tratamentos térmicos

Custo mais baixo de produção

Usos em painéis de carros, tubos, pregos, arame...

• Alta Resistência Baixa Liga (High Strength Low Alloy)

Contém outros elementos tais como Cu, Va, Ni e Mo

Mais resistentes e mais resistentes à corrosão

Aceitam tratamentos térmicos

Usos em estruturas para baixas temperaturas, chassis de caminhões,

vagões...

227 S

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Aços Médio Carbono

• Aços Carbono

Utilizados na forma de martensita (fase extremamente dura

mas frágil) temperada (tratamento térmico para aumentar

tenacidade da martensita).

Usos em facas, martelos, talhadeiras, serras de metal...

• Tratáveis termicamente

A presença de impurezas aumenta a resposta a tratamentos

térmicos.

Se tornam mais resistentes mas menos dúcteis e tenazes.

Usos em molas, pistões, engrenagens...

228 S

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Aços Alto Carbono

• Aços Carbono e Ferramenta

Extremamente duros e fortes, pouco dúcteis.

Resistentes ao desgaste e mantém o fio.

Se combinam com Cr, V e W para formar carbetos

(Cr23C6,V4C3 e WC) que são extremamente duros e

resistentes.

Usos em moldes, facas, lâminas de barbear, molas...

229 S

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Aços Inox

• Estrutura e Propriedades

Impureza predominante - Cr > 11wt%

Pode incluir Ni e Mo

Tres classes em função da microestrutura

martensítico => tratável termicamente, magnético

ferrítico => não tratável termicamente, magnético

austenítico => mais resistente à corrosão, não magnético

Resistentes a corrosão a temperaturas de até 1000ºC.

230 S

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Comparação de Propriedades

Liga (#AISI) Tipo R (MPa) %EL

1010 Baixo C,

carbono 180 28

A656 HSLA 552 21

1040 Médio C,

carbono

780 33

4063 Trat. Term. 2380 24

409 Inox 448 25

304 Inox 586 55

410 Inox mart. 483 30

440A Inox mart. 1790 5

231 S

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Ferros Fundidos

• Ferros fundidos são ligas Fe-C com concentração

acima de 2.1 wt% C (tipicamente entre 3 e 4.5%).

• Nesta faixa de concentrações, a temperatura de fusão é

substancialmente mais baixa do que a dos aços. Isto

facilita o processo de fundição e moldagem.

• Suas propriedades mudam radicalmente em função da

concentração de C e outras impurezas (Si, Mg. Ce) e

do tratamento térmico.

232 S

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Diagrama Fe-C verdadeiro

Composição (wt% C)

Tem

per

atura

(°C

)

• A reação básica que está em

jogo é a da decomposição da

cementita em ferrita e grafite.

Fe3C => 3Fe( ) + C(grafite)

• A formação de grafite

depende da composição, da

taxa de resfriamento e da

presença de impurezas.

• A presença de Si privilegia a

formação de grafite.

• Tudo isso influenciará

fortemente as propriedades

mecânicas.

233 S

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Ferros fundidos, microestrutura

Maleável

perlítica

Maleável

ferrítica

Ferro

branco

Ferro cinzento

perlítico Ferro cinzento

ferrítico

Ferro dúctil

perlítico

Ferro dúctil

ferrítico

Resfriamento Moderado Rápido Lento

P + Fe3C P + Gveios + Gveios

Moderado Lento P + Grosetas + Grosetas

Reaquece e mantém a 700°C por 30 horas

Resfriamento Moderado Lento

P + Gnódulos + Gnódulos

Adições

(Mg/Ce)

P = Perlita

G = Grafite

234 S

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Ferros fundidos, propriedades

• Ferro cinzento

wt%C entre 2.5 e 4.0, wt%Si entre 1.0 e 3.0

Grafite em forma de veios cercados por ferrita/perlita.

O nome vem da cor típica de uma superfície de fratura.

Fraco e quebradiço sob tração.

Os veios funcionam como pontos de concentração de tensão e

iniciam fratura sob tração.

Mais resistente e dúctil sob compressão.

Ótimo amortecedor de vibrações.

Resistente ao desgaste, baixa viscosidade quando fundidos,

permitindo moldar peças complexas.

Mais barato de todos os materiais metálicos.

235 S

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Ferros fundidos, propriedades

• Ferro Dúctil ou nodular

A adição de Magnésio ou Cério ao Ferro cinza faz com que

o grafite se forme em nódulos esféricos e não em veios.

Esta microestrutura leva a muito maior ductilidade e

resistência, se aproximando das propriedades dos aços.

Esta microestrutura lembra a de um material compósito.

Neste caso, o grafite em nódulos dá resistência e a matriz

de perlita ou ferrita dá ductilidade.

Usado em válvulas, corpos de bombas, engrenagens,...

236 S

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Ferros fundidos, propriedades

• Ferro branco e ferro maleável

Para concentrações de Si abaixo de 1% e taxas rápidas de

resfriamento a maior parte do carbono se mantém na forma

de Cementita.

A superfície de fratura neste caso é branca.

Muito duro e muito frágil, sendo praticamente intratável

mecânicamente.

Se reaquecido a 800°C por dezenas de horas (em

atmosfera neutra para evitar oxidação) a cementita se

decompõe formando grafite em pequenas regiões (rosetas),

análogo ao ferro nodular.

237 S

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Ferros fundidos, microestruturas Branco

Maleável

Cinza

Nodular

400 x

100 x

100 x

100 x

238 S

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Ligas não-ferrosas

• Porque ?

Apesar da diversidade de propriedades das ligas ferrosas,

facilidade de produção e baixo custo, elas ainda apresentam

limitações:

Alta densidade, baixa condutividade elétrica, corrosão.

• Diversidade

Existem ligas de uma enorme variedade de metais.

Nós vamos descrever algumas apenas

Cobre, Alumínio, Magnésio, Titânio, refratários, super-ligas,

metais preciosos.

239 S

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Ligas de Cobre

• Ligas de cobre

Cobre puro é extremamente macio, dúctil e deformável a frio. Resistente à corrosão.

Ligas não são tratáveis termicamente. A melhora das propriedades mecânicas deve ser obtida por trabalho a frio ou solução sólida.

As ligas mais comuns são os latões, com Zn, com propriedades que dependem da concentração de Zn, em função das fases formadas e suas estruturas cristalinas (vide Callister sec.12.7)

Os bronzes incluem Sn, Al, Si e Ni. Mas fortes do que os latões.

Novas ligas com Be possuem um conjunto de propriedades excepcionais (vide Callister sec.12.7).

240 S

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Ligas de Alumínio

• Ligas de Alumínio

Alumínio é pouco denso (2.7g/cm3, 1/3 da densidade de aço), ótimo condutor de temperatura e eletricidade, resistente à corrosão. Possui alta ductilidade em função de sua estrutura cfc. A maior limitação é a baixa temperatura de fusão (660°C).

A resistência mecânica pode ser aumentada através de ligas com Cu, Mg, Si, Mn e Zn.

Novas ligas com Mg e Ti tem aplicação na indústria automobilística, reduzindo o consumo a partir de redução do peso.

De 1976 a 1986 o peso médio dos automóveis caiu cerca de 16% devido à redução de 29% do uso de aços, ao aumento de 63% no uso de ligas de Al e de 33% no uso de polímeros e compósitos.

241 S

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Ligas de Magnésio e de Titânio

• Ligas de magnésio

O Mg é o menos denso de todos os metais estruturais

(1.7 g/cm3).

Muito utilizado em aviação.

Estrutura hc, com baixo módulo de Young (45 x 103MPa),

baixo ponto de fusão (651°C).

• Ligas de titânio

O Ti é pouco denso (4.5 g/cm3), tem alto módulo de Young

(107 x 103MPa) e alto ponto de fusão (1668°C).

Ligas de titânio são muito resistentes com limites de

resistência de até 1400 MPa.

Muito reativo, dificultando e encarecendo a produção.

242 S

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Refratários e Super-Ligas

• Metais refratários

Nb, Mo, W, Ta.

Altíssimo ponto de fusão (de 2468°C a 3410°C).

Ligações atômicas extremamente fortes, alto módulo de

Young, resistência e dureza.

Usados em filamentos de lâmpadas, cadinhos, eletrodos de

soldagem, etc...

• Super-ligas

Ligas de Co, Ni ou Fe com Nb, Mo, W, Ta, Cr e Ti.

Usados em turbinas de avião. Resistem a atmosferas

oxidantes a altas temperaturas.

243 S

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Algumas Propriedades dos Metais

• Nas próximas páginas, algumas propriedades básicas,

além do preço aproximado, são apresentadas para um

grupo básico de metais ferrosos e não ferrosos.

• As propriedades aparecem na forma de gráficos

gerados pelo programa CES Edupack.

244 S

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Metais - Ponto de Fusão

245 S

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Metais - Resistividade Elétrica

246 S

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Metais - Condutividade Térmica

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Metais - Resistência Mecânica

248 S

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Metais - Densidade

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Metais - Resistência Específica

Resistência Específica = Limite de Resistência/Densidade

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Metais – Tenacidade à Fratura

251 S

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Metais - Preço

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CERÂMICAS

253 S

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Cerâmicas e vidros

• Propriedades básicas

São uma combinação de metais com O, N, C, P, S

São altamente resistentes a temperatura (refratários)

São isolantes térmicos e elétricos

São frágeis (quebram sem deformar)

São menos densas do que metais

Podem ser transparentes

254 S

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As cerâmicas na tabela periódica

Cerâmicas são formadas por combinação de metais

(quadrados mais claros) com os elementos C, N, O, P e S. Si e Ge são semicondutores mas são usados em cerâmicas de forma equivalente a metais

255 S

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Cerâmicas

• Características básicas

Vem do grego “keramikos” que significa “material

queimado”, indicando a necessidade de tratamento térmico

para adequar as propriedades.

Ligação atômica essencialmente iônica entre metais e não

metais.

Menos densas do que metais.

Cerâmicas tradicionais

barro, argila, porcelanas, tijolos, ladrilhos e vidros

Cerâmicas avançadas

Utilizadas em inúmeras aplicações tecnológicas tais como

encapsulamento de chips, isolamento térmico do ônibus espacial,

revestimento de peças, fibras óticas, etc...

256 S

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Estruturas básicas

CsCl NaCl

CaF2 BaTiO3

257 S

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Estruturas de Carbono

Grafite Diamante C60 (bucky ball)

Nanotubo

258 S

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Silicatos

50

40

30

20

10

Per

centa

gem

da

cro

sta

terr

estr

e (%

)

O Si Al Fe Ca Na K Mg H

• Formados por Si e O, os dois elementos mais abundantes da terra.

Solos, rochas, argilas, areias

Sílica (SiO2)

Cristalina - Ex: quartzo, baixa densidade alto ponto de fusão

Vítrea - misturada com CaO e Na2O - garrafas, vidros

Outros silicatos - Ex: Mg2SiO4

Silicatos em camadas (layered)

259 S

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Defeitos em cerâmicas

• Defeitos mais complexos do que vacâncias ou átomos

intersticiais podem se formar a partir do fato de que a

estrutura é formada por íons positivos e negativos

Defeito Schottky

(vacância aniônica

ligada a vacância

catiônica) Defeito Frenkel

(vacância ligada a

átomo intersticial)

260 S

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Diagramas de fases de cerâmicas

• Exemplo interessante

Zircônia parcialmente

estabilizada com cal

A transição da

estrutura monoclínica

para tetragonal a

1000°C causa tanta

distorção na rede que o

material arrebenta.

A adição de CaO cria

uma solução sólida

estável até 2500 °C.

2000

1500

1000

500

2500

T (°C)

Composição (mol % CaO)

10 20 30 40 50 ZrO2

261 S

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Mecanismos de deformação plástica

• Cerâmicas cristalinas

Apesar das estruturas serem semelhantes às de metais,

muitos sistemas de deslizamento não são ativos porque o

deslizamento em certos planos aproximaria íons de cargas

iguais, que se repelem. Isto não acontece em metais porque

os átomos são neutros.

Isto explica a dureza e fragilidade das cerâmicas. Não

podendo deslizar, elas fraturam com pouca deformação

plástica

• Cerâmicas não cristalinas

Como não há rede cristalina, estes materiais se comportam

como líquidos muitos viscosos.

262 S

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A genealogia das cerâmicas

Vidros Argilas Refratários Abrasivos Cimentos Avançadas

Vidros Vidros

cerâmicos

Estru-

turais

Porce-

lana

Fire-

clay

Sílica Básica Especial

Materiais cerâmicos

263 S

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Vidros

Misturas de SiO2 com Na2O e CaO

Quando utilizados em óptica, deve-se ter especial cuidado

na eliminação de poros. Isto implica no controle da

viscosidade na fase líquida.

molde molde de

acabamento

êmbolo vidro

fundido

ar

comprimido

vidro

fundido

placa de vidro

queimador

264 S

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Tratamento térmico de vidros

• Vidro temperado

O vidro é resfriado rapidamente de forma controlada.

A superfície solidifica antes. O interior continua plástico e

tenta contrair mais do que a superfície permite. O interior

tenta puxar a superfície para dentro.

Quando totalmente solidificado, restam tensões

compressivas na superfície e trativas no interior. O vidro se

torna mais resistente porque uma tração externa que

poderia causar fratura, tem que antes vencer a compressão

da superfície.

Usado em vidros de carros, lentes de óculos, portas.

265 S

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Fibras Ópticas

• Vidro comum

≈ 90% de transparência em cerca de 5 mm de espessura

Em 3 cm a potência cai à metade

• Fibras ópticas

Entre 50 e 90% de transparência em 1km de espessura

http://electronics.howstuffworks.com/fiber-optic.htm

I0 0.9I0 0.81I0 0.73I0 0.66I0 0.60I0 0.53I0

I0 0.53I0

266 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Argilas

• Estrutura

Silicatos em camadas

• Processamento

Trabalhados misturados com água.

a água se localiza entre as camadas e

permite fácil deformação plástica.

Secagem para eliminação da água

Tratamento em alta T para aumentar

resistência mecânica.

Eliminação de poros

Vitrificação - vidro líquido que flui e

ocupa os poros.

267 S

. P

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– D

CM

M P

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-Rio

Refratários

• Características

Resistência a altas temperaturas

Resistência a atmosferas corrosivas.

Oferecem isolamento térmico

• Tipos

Fireclay - mistura de Al2O3 e SiO2 ( T 1587°C)

Sílicas (ácidos) - SiO2 ( T 1650°C)

Básicos - usam MgO - utilizados na indústria de aço.

Especiais - BeO, zircônia (ZrO2), mulita (3Al2O3-2SiO2)

268 S

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CM

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Cerâmicas Avançadas p/ Isolamento Térmico

269 S

. P

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Cerâmicas avançadas

• Usos

Substituindo metais em motores e peças de automóveis.

maior temperatura de trabalho => maior eficiência

dispensam radiadores para troca de calor

reduzem o peso, melhorando o consumo

• Problemas

Fragilidade

Soluções

Aumento de resistência usando

transformações de estrutura

(transformation toughening)

zircônia tetragonal

zircônia monoclínica

270 S

. P

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Algumas Propriedades das Cerâmicas

• Nas próximas páginas, algumas propriedades básicas,

além do preço aproximado, são apresentadas para um

grupo básico de cerâmicas, comparadas com metais.

• As propriedades aparecem na forma de gráficos

gerados pelo programa CES Edupack.

271 S

. P

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CM

M P

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-Rio

Cerâmicas - Ponto de Fusão

272 S

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Cerâmicas - Resistividade Elétrica

273 S

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Cerâmicas - Condutividade Térmica

274 S

. P

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Cerâmicas - Resistência Mecânica

275 S

. P

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– D

CM

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Cerâmicas - Densidade

276 S

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CM

M P

UC

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Cerâmicas - Resistência Específica

Resistência Específica = Limite de Resistência/Densidade

277 S

. P

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Cerâmicas - Tenacidade à Fratura

278 S

. P

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CM

M P

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Cerâmicas - Preço

279 S

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CM

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POLÍMEROS

280 S

. P

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Polímeros

• A palavra polímero significa muitos “meros”, unidades

de formação de uma molécula longa.

monômero

polímero

mero

Monômeros de Vinil-Cloreto. Cada

molécula é insaturada, i.e., os

átomos de carbono apresentam

ligação covalente dupla entre si e não

estão ligados ao número máximo de

átomos (4).

Poli-Vinil-Cloreto (PVC) Cada

ligação dupla fornece uma

ligação para conectar com outro

monômero, formando um

polímero.

281 S

. P

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– D

CM

M P

UC

-Rio

A formação dos polímeros

crescimento iniciação

iniciador etileno

terminação

terminador

polietileno

109.5°

282 S

. P

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– D

CM

M P

UC

-Rio

109.5°

A forma das macro-moléculas

• Os átomos de carbono do eixo da molécula podem girar

e ainda manter o ângulo correto. Desta forma é possível

formar polímeros com formas complexas.

283 S

. P

acio

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– D

CM

M P

UC

-Rio

A estrutura das macro-moléculas

Linear

Ligações cruzadas

(cross-linked)

Ramificada (branched)

Em rede (3D - network) Ex: borracha vulcanizada

284 S

. P

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Configurações moleculares Para móleculas com mais do que um tipo de átomo ou grupo

de átomos ligados a cadeia principal, a organização deste

grupo lateral pode alterar as propriedades. Define-se estereo-

isomerismo e isomerismo geométrico.

- C - C -

H H |

|

|

| H R

- C - C -

H H |

|

|

| H R

- C - C -

H H |

|

|

| H R

- C - C -

H H |

|

|

| H R

configuração

isotáctica

(mesmo lado)

- C - C -

H R |

|

|

| H H

- C - C -

H H |

|

|

| H R

- C - C -

H R |

|

|

| H H

- C - C -

H H |

|

|

| H R

configuração

sindiotáctica

(lados alternados)

- C - C -

H R |

|

|

| H H

- C - C -

H H |

|

|

| H R

- C - C -

H H |

|

|

| H R

- C - C -

H H |

|

|

| H R

configuração

atáctica

(aleatória)

Estereo-isomerismo

- C - C -

H H |

|

|

| H R

- C - C -

H H |

|

|

| H R

- C - C -

H H |

|

|

| H R

- C - C -

H H |

|

|

| R H

- C - C -

H H |

|

|

| H R

Estruturas Básicas

- C - C -

CH3 H |

|

|

| - CH2 CH2 -

- C - C -

CH3 CH2 - |

|

|

| - CH2 H

Isomerismo geométrico

cis-isoprene

(borracha natural)

trans-isoprene

285 S

. P

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Co-polímeros

• Formados pela combinação de mais do que um tipo de

mero. Maior diversidade de propriedades.

aleatório

(Ex: estireno-butadieno - borracha de pneu

acrilonitrila-butadieno - mangueira

para gasolina)

alternado

blocado

enxertado

(Ex: ABS)

286 S

. P

acio

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Polímeros Termo-plásticos

• Se tornam macios e deformáveis quando aquecidos.

Característico de moléculas lineares ou ramificadas, mas

não com ligações cruzadas.

Como as cadeias são ligadas apenas for forças de Van der

Waals, estas ligações podem ser rompidas por ativação

térmica, permitindo deslizamento das cadeias.

Temperaturas típicas na faixa de 100°C.

Podem ser recicláveis.

Exemplos:

Polietileno, PVC, polipropileno, poliestireno, poliester (Mylar),

acrílicos, nylons, celuloses, ABS, policarbonatos, fluor-plásticos

(Teflon).

287 S

. P

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Polímeros Termo-fixos

• Ao contrário dos termo-plásticos, enrijecem com a

temperatura e não se tornam novamente maleáveis.

Característico de polímeros formados por redes 3D e que se

formam pelo método de crescimento passo a passo.

Cada etapa envolve uma reação química. A temperatura aumenta a

taxa de reação e o processo é irreversível.

Exemplos:

poliuretano, fenois, epoxis, Neoprene

288 S

. P

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– D

CM

M P

UC

-Rio

É possível formar uma rede cristalina

com polímeros. No entanto, devido a

complexidade das moléculas, raramente o

material será totalmente cristalino.

Regiões cristalinas estarão dispersas

dentro da parte amorfa do material. O

grau de cristalinidade depende

• da taxa de resfriamento na

solidificação

• da complexidade química

• da configuração da macro-molécula

o polímeros lineares cristalizam com

mais facilidade

o estereo-isômeros isotácticos e

sindiotácticos cristalizam com mais

facilidade, devido a maior simetria

da cadeia.

Cristalinidade

H C

Polietileno

289 S

. P

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Aditivos

• Muitas vezes os polímeros não satisfazem certas

condições de uso. Para adequá-los às necessidades,

emprega-se aditivos.

Carga: para melhorar comportamento mecânico,

estabilidade dimensional e térmica.

Ex:serragem, pó de vidro, areia...

Plastificantes: para aumentar a flexibilidade, ductilidade e

tenacidade

Ex: Líquidos com baixa pressão de vapor e moléculas leves. As

moléculas do plastificador ocupam o espaço entre as cadeias

poliméricas, aumentando a distância entre elas e reduzindo as

ligações secundárias.

290 S

. P

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Aditivos (cont.)

Estabilizantes: para aumentar a resistência a ação de luz

ultravioleta e oxidação.

A luz ultravioleta tem energia suficiente para romper ligações

covalentes, atacando o polímero.

Oxidação ocorre pela reação entre oxigênio e o polímero.

Corantes

Retardante de chama: como a maior parte dos polímeros

entra em combustão com facilidade, é necessário adicionar

produtos para tentar inibir a reação de combustão.

291 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Vulcanização da borracha

• Borracha natural é macia e pegajosa e tem pouca

resistência a abrasão.

• As propriedades podem ser substancialmente

melhoradas através do processo de vulcanização.

= C - C -

H H |

|

|

H

- C - C

H CH3 | |

| H

= C - C -

H

|

|

H H

- C - C

H CH3

|

|

H

| |

+ 2S ==>

- C - C -

H H |

|

|

H

- C - C

H CH3 | |

| H

- C - C -

H

|

|

H H

- C - C

H CH3

|

|

H

| |

S S

Deformação

Ten

são (M

pa)

vulcanizada

não vulcanizada

292 S

. P

acio

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CM

M P

UC

-Rio

Exemplo Interessante

293 S

. P

acio

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Algumas Propriedades dos Polímeros

• Nas próximas páginas, algumas propriedades básicas,

além do preço aproximado, são apresentadas para um

grupo básico de polímeros, comparadas com metais.

• As propriedades aparecem na forma de gráficos

gerados pelo programa CES Edupack.

294 S

. P

acio

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Polímeros - Ponto de Fusão

295 S

. P

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Polímeros - Resistividade Elétrica

296 S

. P

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– D

CM

M P

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-Rio

Polímeros - Condutividade Térmica

297 S

. P

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Polímeros - Resistência Mecânica

298 S

. P

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– D

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M P

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Polímeros - Densidade

299 S

. P

acio

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Polímeros - Resistência Específica

Resistência Específica = Limite de Resistência/Densidade

300 S

. P

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– D

CM

M P

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-Rio

Polímeros - Tenacidade à Fratura

301 S

. P

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Polímeros - Preço

302 S

. P

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– D

CM

M P

UC

-Rio

COMPÓSITOS

303 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Compósitos

• São materiais que buscam conjugar as propriedades de

dois tipos de materiais distintos, para obter um material

superior.

0

20

40

60

80

100

120

Ti-

5A

l-2.5

Sn

epoxi

Al

2048

aço

10

40

vid

ro/e

poxi

Al 2

O3/e

poxi

Carb

on

o/e

poxi

kev

lar/e

poxi

mad

eira

Res

istê

nci

a es

pec

ífic

a (m

m)

Resistência específica:

Resistência/densidade

Parâmetro crítico em

aplicações que exigem

materiais fortes e de baixa

densidade.

Ex: indústria aeroespacial. O

custo alto do material é

compensado pela economia

de combustível obtida na

redução de peso.

304 S

. P

acio

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– D

CM

M P

UC

-Rio

305 S

. P

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– D

CM

M P

UC

-Rio

Compósitos em um Avião

306 S

. P

acio

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– D

CM

M P

UC

-Rio

No Elemento Função

1

Ranhuras

(Carcassa )

É a parte que entra em contato com a

superfície da rua protege a carcassa e

promove a aderencia, manobrabilidade e

durabilidade.

2

Cinto de aço Promove a rigidez da cobertura e protege

a carcassa

3

Camada em

espiral Promove a alta durabilidade e

manobrabilidade

4

Ombro Ë a parte mais grossa e do pneu, protege

a carcassa de choques externos e danos.

5

Parede lateral

É a parte mais flexível do pneu , protege

a carcassa e permite uma jornada

confortável

6

Laminados

(Plycord) É o corpo principal do pneu.

Sustenta a pressão, as cargas e choques.

7

Preenchimento Promove alta durabilidade e alta

manobrabilidade.

8

Arames de

reforço Mantem o pneu nas dimensões

9

Acabamento

Protege os laminados da geração de calor

que ocorre devido a abrasão com o

flange

Pneus

307 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Classificação dos Compósitos

• Classificação em Função da Forma do Reforço

Particulados Reforçados por Fibras Estruturais

Contínuas Descontínuas Laminados Painéis

sandwich

Materiais compósitos

308 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Particulados

• Partículas grandes

Cermets (cerâmico/metal)

Ex: Carbeto cimentado composto de partículas ultra-duras de carbetos (WC ou TiC) numa matriz metálica (Co ou Ni). Utilizado como ferramentas de corte para aços.

Polímero/metal

Ex: Borracha para pneus composta por um elastômero e “carbon-black”, partículas de carbono, que aumentam o limite de resistência, tenacidade e resistência a abrasão.

Cerâmico/cerâmico

Ex: Concreto, formado por cimento, areia, cascalho e água. As partículas de areia preechem os espaços deixados pelo cascalho. Areia e cascalho são mais baratos do que o cimento.

309 S

. P

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rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Particulados (cont.)

Ex: Concreto armado, composto por concreto e barras de ferro ou

aço que melhoram a resposta mecânica do material. Aço é

adequado porque tem o mesmo coeficiente de dilatação do

concreto, não é corroído neste ambiente e forma boa ligação com o

concreto.

Ex: Concreto protendido (pre-stressed), composto por concreto e

barras de aço que são mantidas sob tensão trativa até o concreto

endurecer. Após a solidificação, a tração é liberada, colocando o

concreto sob tensão compressiva. Desta forma, a tração mínima

para fraturar a peça será muito maior porque é preciso primeiro

superar a tensão compressiva residual.

310 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

-Aço

esferoidizado

matriz ferrita ( )

(dutil)

particulas: cementita

( Fe 3 C )

(frágil)

-WC/Co

carbetos de W

matriz: cobalto

(ductil)

partículas: WC

(frágil, dura)

-Pneu de

automóveis

matriz: borracha

partículas: C (rígida)

60 m

V m :

10-15vol%! 600 m

0.75 m

Adaptado da Fig.

10.10, Callister 6e.

(Fig. 10.10 é

copyright United

States Steel

Corporation, 1971.)

Adaptado da Fig.

16.4, Callister 6e.

(Fig. 16.4 é cortesia

da Carboloy

Systems,

Department,

General Electric

Company.)

Adaptado da Fig.

16.5, Callister 6e.

(Fig. 16.5 é cortesia

Goodyear Tire and

Rubber Company.)

Compósitos Reforçados por Partículas

• Exemplos

311 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Reforçados por fibras

• Princípio de funcionamento

Uma fibra de um dado material é muito mais forte do que o material como um todo, porque a probabilidade de encontrar uma trinca de superfície que leva à fratura diminui com a diminuição do volume da amostra.

Ex: Whiskers, pequenos monocristais que são usados como fibras em compósitos. Por serem monocristais perfeitos são extremamente insensíveis a fratura.

• Tipos mais comuns

Fibras de vidro em matriz de epoxi

Fibras de carbono em matrizes de polímeros

Ex: mastro de windsurf

312 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Exemplos

Alumínio

Tungstênio

Boro

Matriz de Alumínio

reforçada por fibras

de tungstênio

recobertas com boro

Liga de Prata–Cobre

Fibras de Carbono.

313 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Resposta mecânica

• O comportamento mecânico de compósitos será, em geral, anisotrópico.

Carga longitudinal (na direção do eixo das fibras)

Ótima ligação entre matriz e fibras => mesma deformação para ambas => condição “isostrain”

Fc = Fm + Ff => cAc = mAm + fAf

=> c = m(Am/Ac) + f(Af/Ac)

Se os comprimentos são todos idênticos, as frações

de área são iguais às frações de volume da matriz

(Vm) e das fibras (Vf). Assim

c = mVm + fVf e lembrando que c= m= f

( c/ c) = ( m/ m )Vm + ( f/ f) Vf =>

Ec = EmVm + EfVf

314 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Resposta mecânica (cont.)

Carga transversal

Neste caso a tensão é igual para o compósito e as duas fases.

(condição “isostress”)

c = m = f =

A deformação total do compósito será

c = mVm + fVf

e lembrando que = /E

=> ( /Ec) = ( /Em )Vm + ( /Ef) Vf

dividindo por

(1//Ec) = (1//Em )Vm + (1/Ef) Vf

Ec = EmEf /(VmEf + VfEm)

315 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Resposta mecânica (cont.)

• As condições isostrain e isostress são os limites superior e inferior dos valores das propriedades mecânicas dos compósitos.

Ex: Fibra de vidro

Matriz: epoxi

E = 6.9x103Mpa

Fibra: vidro

E = 72.4x103Mpa

Vf = 60%

Ec = 0.4 x 6.9 + 0.6 x 72.4

= 46.2 x 103 MPa

Ec = 6.9 x 72.4 =15.1 x 103Mpa

0.4 x 72.4 + 0.6 x 6.9

316 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Exemplo

• Compósito

Matriz polimérica

Reforçado por fibras de vidro

Fabricado por enrolamento filamentar

Corte Circunferencial

Corte Axial

317 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Exemplo (cont.) Axial

2 mm

Circunferencial

2 mm

318 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Compósitos estruturais

• Formados por materiais homogêneos e compósitos,

com propriedades dependentes da orientação relativa

dos componentes.

Laminados: formados por camadas sucessivas de um

compósito anisotrópico, com orientações alternadas.

Ex: Compensado de madeira

Sandwich: formados por folhas separadas por uma camada

de material menos denso.

Ex: Divisórias

319 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

São folhas (laminados) de fibras contínuas de modo que cada

camada possui fibras orientadas em uma dada direção.

Compósitos Laminados

320 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Ski Moderno

Laminados

321 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Algumas Propriedades dos Compósitos

• Nas próximas páginas, algumas propriedades básicas,

além do preço aproximado, são apresentadas para um

grupo básico de compósitos, comparadas com metais.

• As propriedades aparecem na forma de gráficos

gerados pelo programa CES Edupack.

• OBS:

CFRP – Carbon Fiber Reinforced Polymer – Polímero

reforçado com fibras de carbono

GFRP – Glass Fiber Reinforced Polymer – Polímero

reforçado com fibras de vidro

322 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Compósitos - Ponto de Fusão

323 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Compósitos - Resistividade Elétrica

324 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Compósitos - Condutividade Térmica

325 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Compósitos - Resistência Mecânica

326 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Compósitos - Densidade

327 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Compósitos - Resistência Específica

Resistência Específica = Limite de Resistência/Densidade

328 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Compósitos - Tenacidade à Fratura

329 S

. P

acio

rnik

– D

CM

M P

UC

-Rio

Compósitos - Preço