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Cemento, Ligamento Periodontal e Osso Alveolar 1. Introdução O periodonto é composto por três estruturas (cemento, ligamento periodontal e osso alveolar) de mesma origem embrionária. Tem origem da camada celular interna do saco dentário e a formação deles ocorre durante a formação da raiz. Articulação alveolodentária (Gonfose) = Formada por colágeno do ligamento periodontal que se insere no cemento e rodeia o alvéolo. Mantém o dente no lugar, e dá resistência para a mastigação. A aposição de cemento dura a vida toda, pois a remodelação do tecido ósseo e fibras periodonatais é constante, e o cemento tem a função de acomodar o dente de acordo com essas mudanças. 2. Cemento (Saco dentário ectomesenquima) O cemento é mineralizado. Ancora as fibras do ligamento periodontal no dente. Comparado ao osso, pois possui um alto nível de dureza, ambos crescem por aposição, possuem lamelas, e as células se alojam em lacunas assim como o osso. O cemento cobre e protege toda a raiz desde o colo anatômico até o ápice. Não e vascularizado e nem possui nervos. Não tem capacidade de ser remodelado, é mais resistente a absorção que o osso. Esse fato é importante pq se o cemento fosse reabsorvido fácil, facilitaria a reabsorção da raiz nos processos ortodônticos. Relaciona-se com a dentina, com o ligamento periodontal, com o esmalte e com a polpa pelo seu extremo apical. O cemento forma uma camada delgada principalmente em dentes jovens, é mais larga na região do colo, termina em bisel em contato com o esmalte. Tem deposição secundária nas zonas apicais e as interradiculares (bifurcação das raízes). Cor: Branco perolada. Mais escura q esmalte e menos amarelo q dentina. Dureza: Menor que a do esmalte. É semelhante a do osso laminar. Permeabilidade: Menos permeável que dentina, mas possui maior quantidade de substância orgânica. Mas é permeável. Radiopacidade: Semelhante a de osso compacto. É muito fino, por esse motivo a sua visualização é difícil, é mais acentuado em regiões de ápice. É menos radiopaco que o esmalte, pois possui menos tecido mineral. Cementoblastos: Superfície do cemento, do lado do ligamento periodontal (zona cementógena do periodonto). Em um dente funcional os cementoblastos são considerados integrantes estruturais do ligamento periodontal . Em dentes com a

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  • Cemento, Ligamento Periodontal e Osso Alveolar

    1. Introduo

    O periodonto composto por trs estruturas (cemento, ligamento periodontal e osso

    alveolar) de mesma origem embrionria. Tem origem da camada celular interna do saco

    dentrio e a formao deles ocorre durante a formao da raiz.

    Articulao alveolodentria (Gonfose) = Formada por colgeno do ligamento periodontal que

    se insere no cemento e rodeia o alvolo. Mantm o dente no lugar, e d resistncia para a

    mastigao.

    A aposio de cemento dura a vida toda, pois a remodelao do tecido sseo e fibras

    periodonatais constante, e o cemento tem a funo de acomodar o dente de acordo com

    essas mudanas.

    2. Cemento (Saco dentrio ectomesenquima)

    O cemento mineralizado. Ancora as fibras do ligamento periodontal no dente. Comparado

    ao osso, pois possui um alto nvel de dureza, ambos crescem por aposio, possuem lamelas,

    e as clulas se alojam em lacunas assim como o osso.

    O cemento cobre e protege toda a raiz desde o colo anatmico at o pice.

    No e vascularizado e nem possui nervos.

    No tem capacidade de ser remodelado, mais resistente a absoro que o osso.

    Esse fato importante pq se o cemento fosse reabsorvido fcil, facilitaria a

    reabsoro da raiz nos processos ortodnticos.

    Relaciona-se com a dentina, com o ligamento periodontal, com o esmalte e com a polpa pelo

    seu extremo apical.

    O cemento forma uma camada delgada principalmente em dentes jovens, mais larga na

    regio do colo, termina em bisel em contato com o esmalte. Tem deposio secundria nas

    zonas apicais e as interradiculares (bifurcao das razes).

    Cor: Branco perolada. Mais escura q esmalte e menos amarelo q dentina.

    Dureza: Menor que a do esmalte. semelhante a do osso laminar.

    Permeabilidade: Menos permevel que dentina, mas possui maior quantidade de

    substncia orgnica. Mas permevel.

    Radiopacidade: Semelhante a de osso compacto. muito fino, por esse motivo a sua

    visualizao difcil, mais acentuado em regies de pice. menos radiopaco que

    o esmalte, pois possui menos tecido mineral.

    Cementoblastos: Superfcie do cemento, do lado do ligamento periodontal (zona

    cementgena do periodonto). Em um dente funcional os cementoblastos so

    considerados integrantes estruturais do ligamento periodontal. Em dentes com a

  • raiz completamente formada so encontrados em locais onde existe a deposio de

    cemento secundrio (zona cementgena), ocorre deposio secundria no tero

    mdio ou apenas no tero apical. Entre os cementoblastos ativos e o mineralizado

    existe cemento imaturo, que representa a deposio mais recente de matriz

    orgnica.

    Apresentam ncleo excntrico de forma irregular, com dois nuclolos,

    mitocndrias, RER, golgi. Apresentam gros de glicognio, assim como filamentos de

    actina. As clulas se associam atravs de desmossomos. A membrana do

    cementoblasto possui receptores para o hormnio do crescimento e para EGF

    (fator de crescimento epidrmico). Possuem ainda receptores para a ao de PTHrP

    (relao com paratormnio), papel importante na regulao da cementognese.

    A principal funo do cementoplasto sintetizar tropocolgeno, que formar as

    fibras colgenas, e proteoglicanas ou glicosaminoglicanas.

    Cementcitos: cementoblastos inseridos no material mineralizado, se alojam em

    lacunas. CONDUTOS CALCFAROS = emergem do cementcito. Possuem clulas

    ovoides. O cementcito emite prolongamentos que vo ficar dentro dos condutos

    calcfaros, muitos deles vo em direo ao periodonto para que acontea a nutrio.

    Possuem ncleo pequeno com citoplasma acidfilo, apresentam pouco

    desenvolvimento das organelas. As lacunas esto vazias prximas a dentina pois

    nessa zona em que as clulas degeneram completamente.

    Outras clulas:

    1) Lacunas encapsuladas (contm cementoblastos, restos de malassez (degenerao da

    bainha de Hertwig)).

    2) Cementoclastos ou odontoclastos: Reabsoro. Aparece em algumas patologias e

    tambm para a reabsoro da raiz de dentes decduos.

    A matriz extracelular do cemento contm 50% de matria inorgnica, 22% de

    matria orgnica e 32% de gua.

    Inorgnico: fosfato de clcio (hidroxiapatita); obs: so mais delgados na superfcie

    e aumentam de tamanho nas camadas mais profundas.Carbonato de clcio e

    oligoelementos (sdio, potssio, ferro, magnsio, enxofre, flor).

    Orgnica: fibras colgenas, principalmente tipo I. Fibras intrnsecas

    (cementoblastos) e extrnsecas (lig. Periodontal).

    A substncia fundamental composta por proteoglicanos, glicosaminoglicanos e

    glicoprotenas, estas so semelhantes a matriz orgnica ssea.

    Cementognese

    - Depende da bainha de Hertwig;

  • OBS: Essa bainha forma um diafragma em seu extremo distal. A medida que a bainha

    cresce e rodeia a papila ela induz as clulas da periferia a se diferenciar em odontoblastos

    (que vo produzir dentina). A dentina se mineraliza e no nutri mais as clulas epiteliais e

    por isso a bainha de Hertwig se fragmenta, formando uma rede fenestrada que recebe o

    nome de restos epiteliais de Malassez. As clulas ectomesenquimticas do saco dentrio

    migram e ficam prximas a camada hialina que cobriu a dentida radicular, as clulas que

    migraram vo ento se diferenciar em cementoblastos que vo depositar matria orgnica.

    A matria orgnica vai se mineralizar por propagao de cristais de hidroxiapatita e pela

    formao de vesculas matriciais.

    - Linhas de imbricao ou incrementais: Linhas formadas que demostram a atividade cclica

    dos cementoblastos. So uma espcie de linhas de repouso, so hipomineralizadas.

    - Lamelas: Nova camada de cemento que so encontradas entre as linhas de imbricao. As

    fibras colgenas esto dispostas de forma mais ordenada e so altamente mineralizadas.

    O cemento vai sendo formado e durante a sua formao fibras colgenas do ligamento

    periodontal (fibras extrnsecas do cemento ou perfurantes) chegam e se mineralizam total

    ou parcialmente dentro do cemento.

    Na erupo o cemento que vai ser depositado ser do tipo acelular, somente nos dois teros

    apicais da raiz continua a produo de cemento celular, mas esse tipo de cemento vai ser o

    secundrio.

    Tipos de cemento

    1) Acelular ou primrio:

    - Se forma antes da erupo;

    - Predomina na regio cervical, mas pode cobrir a regio inteira com uma camada muito

    delgada;

    - Consiste em feixes de fibras altamente mineralizadas, predominam as fibras extrnsecas.

    - Amelogenina: Tem importante papel na formao de cemento acelular, e induz a

    regenerao desse tipo de cemento.

    2) Cemento celular ou secundrio:

    - Comea a ser depositado quando o dente entra em ocluso;

    - Se formam com maior rapidez por esse motivo alguns cementoblastos ficam inclusos

    formando os cementcitos;

    - depositado durante toda a vida;

  • -Dente adulto: O cemeto celular maior no pice e na regio inter-radicular. Esses locais

    mais grossos devem-se a translocao vertical do dente, que dilata o ligamento periodontal

    e, portanto, com a apario de novas camadas de cemento a espessura do ligamento volta ao

    normal.

    - Possui maior proporo de fibras intrnsecas ao contrario do acelular.

    - As lamelas e as linhas incrementais hipomineralizadas so bem evidentes;

    - Na matriz se encontram os proteoglicanos, decorina.

    3) Cemento afibrilar

    - No possui fibras colgenas;

    - Presente no colo;

    - depositado na regio em que o esmalte degenerado nesse local;

    Juno cementodentinria

    Entre a dentina e o cemento existe uma fina camada, uma camada muito mineralizada,

    estudos dizem que uma camada depositada pela bainha de Hertwig. A interface cemento-

    dentina constitui uma importante barreira para a difuso.

    Histofisiologia

    O cemento permite:

    1) Proporcionam o ligamento de fibras colgenas do ligamento periodontal ao dente, o

    que vai fixar o dente ao osso alveolar.

    2) Controla a largura do ligamento periodontal

    3) Transmitir s foras oclusais a membrana periodontal: As foras de mastigao

    incidem sobre o cemento e ele vai transmitir essas foras ao ligamento periodontal,

    por esse motivo o cemento vai se tornar cada vez mais espeo.

    4) Repara a superfcie radicular: Quando a raiz sofre fratura pode ser reparada com

    uma camada de cemento.

    5) Compensar o desgaste do dente pela atrio: Para compensar o desgaste do dente

    no esmalte e dentina vai haver uma deposio nas reas apicais de um novo cemento.

    A deposio continua de cemento ao redor do pice pode causar constrio do

    forame apical e a complicao dos trajetos das foraminas.

    Biopatologia e consideraes clnicas

    Hipercementose = formao excessiva de cemento, pode ocorrer para uma melhor

    insero das fibras de Sharpey ou um processo relacionado com enfermidades sseas

    sistmicas ou reativo devido atrio, mobilidade dentria, dilaceraes radiculares, etc.

    Quando a hipercementose focalizada, denomina- se cementiculo.

  • O cemento pode ficar exposto o que pode provocar uma sensibilidade cervical ou

    hiperestesia do colo e deve-se a pouca espessura do cemento. Nas regies expostas

    tambm pode ocorrer o aparecimento de carie.

    Quando ocorre enfermidade periodontal ocorre alterao de trama colgena.

    Cementoblastoma = tumor no cemento.

    3. Ligamento Periodontal

    Delgada camada de tecido conjuntivo fibroso.

    Une o elemento dentrio ao osso alveolar.

    Insere-se no cemento e no osso alveolar por uma placa crivosa.

    Tem a funo de resistir a fora da mastigao, prender o dente ao osso e atuar

    como receptor sensorial proprioceptivo (controle posicional da mandbula e uma

    correta ocluso).

    Tambm pode ser chamado de periodonto, gonfose, membrana periodontal,

    ligamento alvolo-dentrio e desmodonto.

    No pice o ligamento se encontra com a polpa e na parte superior com o crion

    gengival.

    Endoperiodnticas: so leses que se estendem de um lugar para o outro devido a

    continuidade dos sistemas. A parte da gengiva que se comunica com o ligamento, a

    polpa e o ligamento periodontal formam um complexo.

    Existe uma zona estreita e uma larga, a zona estreita atua como apoio ou alavancas

    dos movimentos laterais e denomina-se fulcrum.

    Componentes do ligamento

    Fibroblasto (clula formadora) Produz substancia que forma o tecido conjuntivo

    (colgeno, proteoglicanos e elastina). Permitem a mudana do ligamento, devido

    poder absorver e mudar as substncias colgenas de lugar. A sntese implica a

    participao de RER e do complexo de golgi na produo de tropocolgeno . A

    degradao envolve a sntese e posterior liberao de colagenase (enzima que

    digere colgeno e o fragmenta em pequenas pores) e a fagocitose que feita por

    parte de fibroclastos dos restos do colgeno. O fibroblasto do ligamento vai

    possuir de especial microtbulos e microfilamentos em seu citoplasma, e, alm

    disso, durante a fase de erupo vo apresentar vimentina. O fibroblasto do

    ligamento periodontal possui receptores de membrana bastante especficos: EGF

    (fator de crescimento epidrmico) e a IL-1 (interleucina 1) que estimula a atividade

    sinttica do mesmo.

    Osteoblasto Cobre o osso alveolar (zona osteognica). Existem os osteoblastos

    ativos e os de reserva. Foras ortodnticas podem estimular a diferenciao do

    osteoblasto de reserva.

    Cementoblasto Se distribuem sobre o cemento.

  • Osteoclasto Age na reabsoro e aposio para permitir a movimentao do

    dente.

    Cementoclastos Podem reabsorver dentina e s aparecem em situao patolgica.

    Mastcitos ou clulas cevadas Prximas a vasos sanguneos, contm grnulos

    densos de heparina, histamina e enzimas proteolticas.

    Macrfagos Tem funo de desintoxicao e defesa de hospedeiro.

    Clulas ou restos epiteliais de Malassez (Restos da bainha de Hertwig): Mais

    frequentes em crianas. Podem ser pavimentosas ou cilndricas. Podem produzir

    prostaglandinas e degradar colgeno. Em condies patolgicas podem proliferar e

    produzir cistos, tumores ou acmulos calcificados.

    Clula ectomesenquimtica indiferenciada: Encontrada em grande quantidade no

    tecido conjuntivo periodontal. Aps a diviso destas clulas, uma fixa permanece na

    zona perivascular e outra se diferencia em fibroblasto, cementoblasto ou

    osteoblasto. Possui muito RER e comea a sintetizar tropocolgeno. A interao

    entre o estresse mecnico e o sistema EGF/EGFr (fator de crescimento

    epidrmico/receptores do fator de crescimento epidrmico), existente na clula,

    incide no processo de diferenciao celular desta populao, regulando a funo do

    ligamento periodontal como fonte de osteoblastos e cementoblastos.

    Fibras colgenas: I, III, V. As margens h tipo VI, e tipo XII aps a erupo

    dentaria. Microfibrilas se agrupam de forma ordenada e de maneira que o dente

    tenha certo movimento. Fibras secundrias tem forma desordenada

    --- Fibras principais (orientao definida)

    1) Grupo cristoalveolar (ou oblquo ascendentes) Enviar movimento de extruso.

    Desaparece quando h enfermidade periodontal.

    2) Grupo horizontal ou de transio Resistir as foras laterais e horizontais.

    3) Grupo oblquo descendente Manuteno do elemento dentrio.

    4) Grupo apical Atuam como colcho, evitando movimentos laterais.

    Abaixo do forame apical h tecido conjuntivo frouxo, isso permite a introduo do feixe

    vsculo-nervoso para a polpa dentria.

    5) Grupo inter-radicular Somente em dentes com mais de uma raiz, tem funo

    de evitar os movimentos de lateralidade e rotao.

    - Fibras de Sharpey: Fibras inseridas no osso.

    - Fibras perfurantes, retidas ou inclusas (feixe de fibras extrnsecas) se ligam ao cemento.

    - Fibras oxitalnicas e de elaunina: Fibras elsticas imaturas. Mais abundantes no pice e

    acredita-se que poderiam ter a funo de sustentar os vasos do ligamento e participar

    direta ou indiretamente no sistema mecanorreceptor do ligamento periodontal.

    - Fibras reticulares e elsticas: Escassas. Se encontram nas paredes dos vasos que irrigam

    o periodonto. Existe a presena de colgeno tipo III.

  • --- Substncia Fundamental

    Elevada quantidade de proteoglicanos. A composio qumica vai variar de acordo com os

    estmulos. Entre as glicoprotenas adesivas do ligamento periodontal encontra-se:

    Undulina: Organizao dos feixes de colgeno.

    Tenascina: Orienta os movimentos celulares.

    Fibronectina: contato entre as clulas e o colgeno.

    Entre os proteoglicanos destaca-se a presena de decorina. A substncia fundamental se

    distribui preferencialmente junto ao osso alveolar, e tem funo de transporte de

    metabolitos e nutrientes.

    Vascularizao e inervao

    O ligamento periodontal possui um tecido intersticial (tecido conjuntivo frouxo) que

    ricamente inervado e irrigado, com transporte linftico abundante.

    O plexo vascular mais evidente nas proximidades do osso, do que do cemento. O

    transporte sanguneo periodontal maior nos molares, ou seja, no uniforme em todos os

    dentes. A linfa dos tecidos periodontais drenada para gnglios linfticos de cabea e

    pescoo.

    A inervao sensorial do ligamento periodontal provm do nervo maxilar. Em geral os

    pequenos nervos acompanham os vasos sanguneos.

    O saco dentrio que ir formar o ligamento periodontal um tecido conjuntivo frouxo, para

    se transformar em ligamento periodontal ele se transforma em tecido conjuntivo denso

    devido ao ganho de fibras colgenas e diminuio de clulas e vasos sanguneos. Membrana

    periodontal quando as fibras no apresentam uma orientao definida durante a etapa

    eruptiva.

    O cemento, o ligamento periodontal e o osso alveolar formam um conjunto que vo ser

    formadas juntas e cada uma nessas camadas tem origem de uma camada do saco dentrio.

    Esses trs tecidos formados vo atuar juntos para resistir as distintas foras de ocluso.

    - Histofisiologia

    A principal funo do ligamento periodontal a de sustentao do dente dentro do alvolo

    e a amortizao de foras de ocluso, que so distribudas ao osso, de fundamental o

    mecanismo hidrodinmico, o papel do liquido contido na substancia amorfa, que poderia

    deslocar-se do ligamento para os espaos medulares do osso alveolar e vice-versa.

    Granuloma apical Proliferao de fibroblastos e vasos sanguneos, clulas epiteliais de

    Malassez podem proliferar e dar origem a um cisto, se o cisto se proliferar ele pode causar

    reabsoro no osso e cemento.

    4. Osso Alveolar

  • No existe um limite anatmico entre a poro basal ou corpo da mandbula e os processos

    alveolares propriamente ditos. Correspondem as pores dos ossos gnticos que rodeiam e

    contm os receptculos ou alvolos dentrios, eles vo alojar as razes do dente. O

    periodonto de insero o local em que os ligamentos periodontais se inserem. O osso ou

    processo alveolar uma estrutura a servio do dente: forma-se com o dente, o sustemta

    enquanto trabalha e desaparece com ele, pois atrofia quando o dente extrado.

    Possui 60% mineral, 20% gua e 20% componentes orgnicos. A matriz orgnica

    constituda principalmente por colgeno tipo I, as fibras se dispem seguindo as foras

    tencionais. Possui tambm substancias no colgenas que so enzimas (fosfatase alcalina,

    colagenase), glicoprotenas, cido gamacarboxiglutmico proteoglicanos.

    1) Glicoprotenas:

    Osteopontina: durante a ossificao mediador de agregao celular.

    Osteonectina: Ncleos de crescimento dos cristais.

    Sialoprotena Ossea

    Protena morfogentica ssea: Promove a sntese de DNA.

    2) cido gama-carboxiglutmico

    Osteocalcina ou protena Gla ssea

    Protena Gla da matriz: Necessida de vitamina D, e regula a homeostase do clcio.

    - Clulas ortoprogenitoras: pr-osteoclastos e os pr-osteoclastos.

    - Osteoblastos: sntese, secreo e mineralizao da matriz orgnica. Ativos tem forma

    cuboide mononucleada. Na matriz mitocondrial identificam se grnulos de fosfato de

    clcio que esto relacionados com a regulao de clcio e fosfato no citosol. Possuem

    receptores para paratormnio e vitamina D3.

    - Ostecitos: As cavidades que os alojam so denominadas osteoplastos ou osteoceles. Dos

    osteoplastos partem inmeros condutos calcforos. Esses prolongamentos possuem

    microfilamentos contrteis de actina. O sistema de condutos que eles formam

    denominado sistema canalicular ou sistema de microcirculao ssea.

    O espao periostioctico fica entre a membrana plasmtica do ostecito e a parede ssea

    do conduto ou lacuna, contm um liquido extracelular com uma elevada concentrao de

    potssio. neste local que ocorre o intercmbio de metablitos. A face lacunar da matriz

    calcifida denominada lamina densa, talvez essa lamina esteja envolvida no processo de

    ostelise ou reabsoro ssea.

    - Osteoclastos: Reabsoro ssea. considerado integrante do sistema fagoctico

    mononuclear. Possuem uma borda rugosa ou vilosa formada por muitas microvilosidades

    irregulares providos de microfilamentos de actina. Os osteoclastos liberam cidos

    orgnicos e enzimas para promover a reabsoro.

  • - Clula limitante ssea: Clulas fusiformes que revestem a matriz ssea .

    * Estrutura anatmica do osso alveolar: Suas bordas seguem uma curvatura dos respectivos

    arcos dentinrios, formando as paredes de uma srie de cavidades cnicas, abertas em

    suas bases.

    Em cada alvolo podemos distinguir dois tipo de bordas alveolares: As tabuas alveolares

    livres (vestibular, palatina ou lingual), cada uma apresenta uma face alveolar e outra livre.

    Tabiques alveolares, quando separam os alvolos dos dois dentes vizinhos denominam-se

    tabiques interdentrios e quando separamos dois divertculos do mesmo alvolo se

    denomina tabiques inter radiculares.

    Em um corte vestbulo- lingual as tabuas alveolares apresentam uma forma triangular cuja

    base se continua com o corpo da maxilar ou mandbula. O vrtice superior corresponde a

    crista alveolar, est prxima ao colo anatmico do dente. A vertente que corresponde a

    face livre, denominada compacta peritica ou cortical periostica constituda por tecido

    sseo compacto e revestida por peristeo. A vertente alveolar tambm formada por

    tecido sseo compacto e se denomina cortical ou compacta periodntica, j que est

    relacionada com o ligamento periodontal. No centro pode haver tecido sseo medular,

    trabecular ou esponjoso. Na maxila as tabuas so muito mais delgadas.

    Os tabiques intermedirios sempre apresentam uma quantidade de tecido sseo esponjoso,

    revestido por duas corticais compactas, ambas periodnticas, que se unem na crista do

    tabique.

    Estrutura Histolgica do osso alveolar

    A camada mais perifrica da compacta periodntica (lamina dura) de origem peridontica,

    ou seja, cresce por aposio a partir das regies osteognicas do ligamento periodontal.

    Interno h uma zona medular que se forma a partir de osteoblastos. A compacta peristica

    tambm formada por uma camada externa de origem peristica e uma mais profunda de

    origem medular.

    A lamina dura do ponto de vista histolgico constituda por tecido laminar, cujas lamelas

    correm paralelas a superfcie alveolar. atravessada por numerosas fibras de Sharpey.

    Devido a abundncia de feixes fibrilares, esta lmina recebe tambm a denominao de

    osso fasciculado. chamada igualmente de lmina crivosa ou placa cribiforme.

    Do ponto de vista funcional, esta lamina dura ou crivosa se denomina osso de insero, onde

    se inserem as fibras periodontais. O restante do tecido sseo da borda alveolar, que

    corresponde a compacta peristica, se denomina osso de sustentao.

    A compacta de origem peristica formada por tecido sseo laminar. O tecido sseo

    compacto de origem medular apresenta lamelas e constituem sistema de Havers, outras

    descrevem amplas curvas as trabculas medulares. O tecido sseo compacto rico em

    glicosaminoglicanos sulfatados, por isso mais suscetvel a mineralizao.

  • O tecido sseo esponjoso ou medular muito desenvolvido nos tabiques alveolares e

    tambm est presente em algumas tabuas, composto por trabculas, espculas e espaos

    medulares, apresentando por isso uma imagem radiogrfica de densidade varivel.

    revestido internamente por endosteo.

    Os espaos entre as trabculas so ocupados por medula ssea.

    Vascularizao

    A irrigao sangunea dos processos alveolares provm das artrias maxilares e

    mandibulares. Seus ramos terminais denominados artrias perfurantes, atravessam por

    numerosos forames e lmina compacta cribiforme e passam para o ligamento periodontal.

    Pelos forames penetram as veias, linfticos e nervo do ligamento.

    Origem do desenvolvimento

    Tanto a maxila quanto a mandbula comeam o desenvolvimento por volta da stima semana

    de vida intra-uterina. O estimulo para a formao das bordas alveolares proporcionada

    pelos dentes em crescimento. A medida que progride o desenvolvimento radicular por

    induo da bainha epitelial de Hertwig, algumas clulas da camada interna do saco o folculo

    dentrio se aproximam da superfcie radicular, transformando-se em cementoblastos,

    fibroblastos e osteoblastos.

    Uma vez que as trabculas estejam dispostas em uma rede e alcancem uma certa

    espessura, a aposio perifrica faz com que se produza a formao de camadas

    superficiais de tecido sseo cortical compacto. Formam se ,assim, duas placas de tecido

    sseo compacto com um dploe intermediria de tecido esponjoso.

    No osso alveolar esto presentes clulas osteoprogenitoras, osteoblastos que depositam

    matriz ssea e induzem a calcificao , osteoclastos que reabsorvem e ostecitos. A

    atividade remodeladora importante, por exemplo, no perodo em que os dentes decduos

    so substitudos pelos permanentes.