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EDIÇÃO Nº. 2 VIDAIMOBILIÁRIA 26 NOVAS CENTRALIDADES DE ANGOLA DOSSIER A reconstrução nacional de Angola está em marcha, e a construção de novas centralidades nas várias províncias é uma das bandeiras da Política Habitacional do Governo da República de Angola. Luanda, Bengo, Cabinda, Lunda Norte, Zaire, Malange, Kwando-Kubango, Namimbe, Bengue- la, Huíla e Lunda Sul são algumas das províncias que vão acolher novas centralidades habita- cionais, proporcionando às suas populações o acesso condigno à habitação e a um conjunto de serviços e equipamentos que irão contribuir para uma melhoria significativa das suas condições socioeconómicas. O impacto destes projetos é vasto, funcionan- do também como motores dinamizadores das economias locais – com a criação de milhares de postos de trabalho, favorecendo a produção e comércio de bens e serviços, atraindo capital e investimento privado das empresas parceiras que se associam à execução destes projetos, en- tre vários outros exemplos. Complementarmente, o governo tem também apostado na criação de ferramentas que facili- tem o acesso das populações a casa própria, e uma das principais novidades neste âmbito é o Fundo de Fomento Habitacional, anunciado no início do ano. A regeneração de Luanda, é outra das priorida- des atuais. E, um dos projetos mais emblemá- ticos em curso no país é, precisamente, o da regeneração da Baía de Luanda, que mudará completamente a imagem de um dos principais «postais» do país.

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EDIÇÃO Nº. 2VIDAIMOBILIÁRIA26

NOVAS CENTRALIDADES DE ANGOLA

DOSSIER

A reconstrução nacional de Angola está em marcha, e a construção de novas centralidades nas várias províncias é uma das bandeiras da Política Habitacional do Governo da República de Angola.

Luanda, Bengo, Cabinda, Lunda Norte, Zaire, Malange, Kwando-Kubango, Namimbe, Bengue-la, Huíla e Lunda Sul são algumas das províncias que vão acolher novas centralidades habita-cionais, proporcionando às suas populações o acesso condigno à habitação e a um conjunto de serviços e equipamentos que irão contribuir para uma melhoria significativa das suas condições socioeconómicas.

O impacto destes projetos é vasto, funcionan-do também como motores dinamizadores das economias locais – com a criação de milhares

de postos de trabalho, favorecendo a produção e comércio de bens e serviços, atraindo capital e investimento privado das empresas parceiras que se associam à execução destes projetos, en-tre vários outros exemplos.

Complementarmente, o governo tem também apostado na criação de ferramentas que facili-tem o acesso das populações a casa própria, e uma das principais novidades neste âmbito é o Fundo de Fomento Habitacional, anunciado no início do ano.

A regeneração de Luanda, é outra das priorida-des atuais. E, um dos projetos mais emblemá-ticos em curso no país é, precisamente, o da regeneração da Baía de Luanda, que mudará completamente a imagem de um dos principais «postais» do país.

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As Novas CentralidadesPor: Paulo Júnior

Desde o boom do mercado imobiliário, ou seja de 2002 para a “frente”, apenas tínhamos visto construir imóveis de "luxo" em Angola. Na realidade, os privados não quiseram in-vestir no mercado de segmento médio baixo, daí a decisão do Executivo, e muito bem, de se substituir ao setor Privado.

A construção das novas Cidades (conhecidas como novas centralidades), são algo de im-ponente e de silencioso. Imponente, porque a sua dimensão é gigantesca (onde se vão encontrar escolas, creches, serviços em geral, áreas de comercio). Silencioso porque as pes-soas em geral ainda não têm conhecimento perfeito das novas Cidades.

Na realidade apenas se fala da Cidade do Kilamba, contudo o Executivo está a fazer um trabalho muito mais alargado do que apenas essa Cidade: na zona do Zango onde vão ser construídos mais de 35.000 fogos (es-tando já vários prédios totalmente construí-dos), a Nova Centralidade do Cacuaco onde estão projetados mais 35.000 fogos (assim como todo um conjunto de infraestruturas de apoio), e depois em menor dimensão temos os Projetos do Musseque Capari e Quilometro 44.

Temos ainda os projetos de requalificação do Sambizanga, Cazenga e a construção de mais de 40.000 fogos por todo o País, repar-tido por várias províncias (Uige, Lubango, Huambo, etc)

De uma forma geral, as tipologias nos vários projetos variam entre o T3 (três quartos) e os T5 (cinco quartos). Os preços vão variar apro-

ximadamente entre 55.000 USD (cinquenta e cinco mil dólares americanos) e os 200.000 USD (duzentos mil dólares americanos). Os valores mais baixos serão aplicados em ti-pologia T3 nas várias províncias do País e no caso dos T5 na Cidade do Kilamba, é possível que surjam outros preços de acordo com o início da comercialização de outros projetos.

O grande desafio ainda está para vir, e é a forma como se vai fazer a “ocupação” desse mercado imobiliário (estamos a falar de mais de 120.000 fogos só na Cidade de Luanda) seja a venda (é necessário crédito bancário que tarda a estar no mercado), o arrenda-mento ou eventualmente uma solução mista de venda e arrendamento (talvez aquilo que também se fala a chamada renda resolúvel já bem conhecida dos mais velhos). Esta renda resolúvel pode ser uma boa opção, contu-do considero que se o Executivo criasse um Banco para estas operações seria a melhor opção (taxas de juro bonificadas poderiam dar a “alma” que se precisa para este tipo de projetos e para os promitentes da juventude, que necessita dessa ajuda para resolver o seu problema habitacional).

Seja qual for a opção do Executivo a mesma tem de ser rápida porque fazer a comerciali-zação de tão grande número de imóveis vai demorar ainda muito tempo e torna-se ne-cessário que a mesma seja feita de modo a que se “crie vida” fora da Cidade de Luanda propriamente dita. A descentralização é mui-to importante e dessa forma a melhoria da qualidade de vida que todos invejam pode muito bem vir a ser uma realidade com as no-vas centralidades.

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enquadramento

Angola tem registado, ao longo dos últimos anos, um crescimento da sua economia, cenário este que despertou a atenção de vários players a investirem neste país. Luanda é considerada como uma das cidades do mundo em maior transformação no setor da promoção e construção civil.

Assiste-se a um novo paradigma no mercado imobiliário em Luanda, que começa a influenciar novas tendências deste mercado. Do lado da oferta assiste-se ao desenvolvimento de projetos que tentam ir de encontro com as necessidades do mercado. Do lado da procura, verifica-se que os compradores estão mais exigentes e pretendem ver o produto final, fazendo decrescer a venda de imóveis em planta, que caracterizou um período de grande dinamismo, sem recurso ao crédito e por preços com crescimentos elevados.

alterações ao imposto Predial urbano em angola

Serviço da Proprime - Cálculo do Valor Patrimonial dos imóveis

O desenvolvimento do mercado imobiliário de Angola tem sido acompanhado do necessário en-quadramento legal, aproximando cada vez mais o modelo de negócio com o verificado no merca-do internacional.

Como exemplo temos a reforma do sistema fiscal Angolano que introduziu alterações ao Código do Imposto Predial Urbano (IPU) em Angola. O Decreto Presidencial nº 81/11, de 25 de Abril aprova as novas tabelas, definindo uma metodologia de avaliação assente numa fórmula que considera vários coeficientes: o valor base, a área coberta, a localização, a vetustez, o conforto e a afetação do prédio urbano, variando, porém, os valores dos coeficientes que variam consoante esteja em causa a avaliação de prédios urbanos novos ou a reavaliação de prédios urbanos já existentes. O Despacho do Ministério das Finanças nº 1069/11 de 29 de dezembro, regula a avaliação dos pré-dios urbanos novos e a reavaliação dos prédios urbanos já existentes.

No seguimento desta reforma a Proprime desenvolveu uma aplicação informática que sistematiza todo o conteúdo jurídico da lei, permitindo calcular o Valor Patrimonial dos Imóveis em Angola, novo serviço que proporcionamos aos nossos clientes.

Novas centralidades

A atividade do setor imobiliário angolano continua a ter maior preponderância em Luanda, no entanto, novas centralidades têm vindo a registar um forte dinamismo, como é o caso de Benguela/Lobito.

A cidade de Benguela, capital da província de Benguela, tem vindo a absorver vários investimen-tos, quer ao nível das acessibilidades, quer ao nível das infraestruturas, que consequentemente despoletam a atracão para a instalação de indústrias nos vários setores.

Abordagem ao mercado imobiliário angolano

Cidade de Benguela tem vindo a

absorver vários investimentos,

sobretudo ao nível das

acessibilidades e das infraestruturas

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No que respeita ao setor imobiliário, têm surgido nos últimos três anos diversos projetos que têm valorizado o mercado. No setor residencial, os valores unitários médios de venda variam entre 3.700 e 4.700 USD/m2.

No Lobito, o segundo maior município da província de Benguela, é um mercado mais maduro comparativamente com Benguela. Destaca-se a zona da Restinga, que se caracteriza com uma oferta dirigida, essencialmente, para o segmento de mercado médio, médio-alto. O valor unitário médio da habitação situa-se em 5.800 USD/m2.

Mercado do Lobito é mais maduro,

comparativamente a Benguela.

Na zona da Restinga, a oferta residencial

destaca-se por estar direcionada sobretudo para os

segmentos médio e médio alto

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tendências do mercado angolanoPerspetiva-se que o crescimento da economia angolana deverá registar-se, este ano, na casa dos 8%, impulsionado pelo aumento do preço do petróleo e pela expansão do consumo.

No passado mês de janeiro, arrancou o primeiro programa de crédito para compra de habitação em Angola, envolvendo 9 bancos comerciais. A concessão de crédito tem por base um protocolo de garantia financeira acordada entre aqueles bancos e o Fundo de Fomento Habitacional (FFH), criado em 2009. O FFH faz a intermediação entre o potencial cliente com os bancos, assegurando até 80% do valor do imóvel e funcionando como avalista dos empréstimos. Denota-se assim que o mercado está a criar vários mecanismos, de forma a aumentar o crédito concedido pelas entidades financeiras.

Com a importância dada à operação de fundos imobiliários, no médio prazo, proporcionará o de-senvolvimento de novas formas de financiamento dos projetos imobiliários.

análise do Sector imobiliário em benguelaHabitação

O primeiro programa de

crédito para compra de habitação em Angola arrancou

em Janeiro de 2012, envolvendo nove

bancos comerciais.

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Carla Queiroz Consultora da Jones Lang LaSalle

Sabemos que Portugal e Angola mantêm uma relação privilegiada, partilhando não só a mesma língua mas também grande parte da sua história. Analisando o panorama atual, verificamos que existe um grande interesse em manter, e até mesmo incrementar, as si-nergias que foram sendo criadas para provei-to mútuo.

Falando mais concretamente do mercado imo-biliário, verificamos que a realidade atual em Angola se encontra ainda a despontar e que em muito poderá beneficiar do conhecimento e experiência do mercado português. Por outro lado, os principais players em Portugal procu-ram novos mercados que, não só lhes permitam diversificar o risco do atual panorama europeu e nacional, bem como expandirem-se para mer-cados emergentes de forma a criar sustentabili-dade para as suas operações.

Naturalmente, fortalece-se o interesse por Angola, cuja atratividade do mercado é inegá-vel, com a previsão de abertura de um elevado número de projetos imobiliários e a existência de uma grande procura aliada à falta de oferta de qualidade.

No caso do mercado de retalho, este interesse é comprovado pela presença de algumas mar-cas portuguesas neste mercado e corroborado

pela clara demonstração de interesse de outras insígnias em investir neste País.

Considerando o cenário atual, existem outros fatores complementares e igualmente atrati-vos, como o surgimento de uma classe média com algum poder de compra e o reconheci-mento das marcas portuguesas por parte do consumidor angolano. Do lado de cá, este mer-cado é, cada vez mais, encarado como uma por-ta de entrada para outros países do continente africano, como peça fundamental para comple-tar um dos principais eixos lusófonos que liga Portugal, Brasil e Angola.

Embora se aguarde, com alguma expectativa, a realização das eleições legislativas, previstas para setembro de 2012, o resultado esperado não deverá trazer grandes novidades. Espera-se, no entanto, que uma nova legislatura traga maior rapidez no desenvolvimento da econo-mia, quer em termos económico-financeiros, quer na melhoria das condições de vida da população em geral, bem como um desenvol-vimento acelerado das infraestruturas neces-sárias a um País com a envergadura de Angola.

No mandato anterior foram criadas algumas condições que, num futuro próximo, irão per-mitir que Angola assegure a produção, e res-petiva distribuição de produtos de primeira

necessidade, com o surgimento de plataformas industriais e logísticas, estrategicamente locali-zadas em determinadas províncias-chave, liber-tando-se assim parcialmente da dependência da importação desses produtos.

Tendo em conta que se pretende dar continui-dade às políticas e estratégias anteriores, na pró-xima legislatura espera-se por um crescimento mais célere e que seja mais visível nos diversos setores imobiliários: residencial, retalho e servi-ços. Desta forma, aguarda-se pelas inaugurações de projetos de referência, os quais ainda se en-contram em construção, crescimento das cadeias existentes e entrada de novas marcas que, con-juntamente, aumentem a diversidade e qualida-de da oferta de retalho atualmente existente.

De referir que Angola poderá gozar desta mais-valia importante, que é usufruir da expe-riência e conhecimento de outros mercados como o português, com o intuito de contor-nar dificuldades, encurtando caminhos para um desenvolvimento urbano mais sustentá-vel e que permita que o seu crescimento seja realizado de forma mais consolidada. Existem múltiplas oportunidades de negócio, que têm um grande potencial, desde que se reúnam as condições necessárias e se faça o trabalho preparatório, inerente ao desenvolvimento de qualquer negócio.

Maturação do mercado imobiliário angolano depende de um progresso económico célere e sustentável

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Mercado de retalho começa a despoletar em AngolaCom o aumento da riqueza global em Angola, a população tem vindo a ter melhores condições de vida, vendo o seu poder de compra a aumentar. Consequentemente, e à medida que a reconstrução urbana vai acontecendo, o mercado de retalho também começa a despoletar.

Esta é uma das conclusões extraídas do Relatório do Mercado Imobiliário Angola 2012, elaborado e divulgado pela Abacus em asso-ciação com a Savills. De acordo com estes especialistas, não obstante o crescimento observado com o aparecimento dos primeiros empreendimentos modernos, «existe um fator importante que irá influenciar po-sitivamente este segmento, que é a entrada no mer-cado de muitas empresas da área da distribuição, podendo estas vir a funcionar como âncoras nos projetos comerciais», concluem os especialistas.Relativamente aos centros comerciais, atualmen-te «já existem no mercado três investimentos» de centros comerciais, «e espera-se para breve a inau-guração de mais um ou dois para 2012». Por seu turno, os retail parks, «começam hoje a surgir no mercado». O primeiro a ser lançado foi o Lobito Retail Park, que tem como caraterísti-ca ser «colocado no mercado para venda, o que contraria as tendências internacionais do mode-lo de gestão futura». Além deste, encontramos também em Angola o Luana Retail Park e, num futuro próximo, o Nova Viana Retail Park, am-bos na zona de Luanda.

lojas de rua com forte procura«Outro mercado com forte procura é o das lo-jas de rua», lê-se também no documento. Atualmente «são evidentes as dificuldades em encontrar lojas bem localizadas, muito pela ex-pansão das redes bancárias», acrescentam os especialistas da Abacus. Mas, ainda assim, já é possível encontrar, nas principais ruas da cida-de de Luanda, um número crescente de lojas que comercializam algumas das mais emble-máticas marcas internacionais.

retail Parks

empreendimento ano Zona área

Lobito Retail Park 2012 Lobito 15.000 m²

Nova Viana Retail Park X Viana 12.600 m²

Luana Retail Park 2012/2013 Camama 20.000 m²

WTC 2013 Viana 20.000 m²

Fonte: Abacus em associação com a Savils

Centros Comerciais

empreendimentos ano Zona área lojas

Belas Shopping 2007 Talatona 19.500 m² 100

Luanda Shopping 2012-2013 Alvalade 120.000 m² 208

Shopping do Kinaxixi ConstruçãoMercado Kinaxixi

50.500 m² X

Shopping Fortaleza Indefinido Marginal X X

Atrium Nova Vida 2012-2013 Talatona 9.000 m² 35

Ginga Shopping 2011 Viana 20.000 m² 70

Mulemba Shopping X Mulemba 30.000 m² x

Fonte: Abacus em associação com a Savils

Novos conceitos de distribuição precisam-se

Outra das conclusões resultantes desta análise ao comércio de rua, é que apesar da forte procura por espaços comerciais neste segmento, «existirá em Angola a necessidade de instalar novos conceitos de distribuição».

Os consultores chamam a atenção para «um aspeto curioso» neste segmento do retalho, na medida em que «ao contrá-rio do resto do mercado imobiliário mundial, as lojas de rua têm em muitos casos, valores de transação (arrendamento ou venda) inferiores aos valores de escritório e por vezes aos de habitação».

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Investimento, ativos involuntários e segmento corporate dinamizam o mercado angolano

Analisando, pelo segundo ano consecutivo, os diferentes segmentos do mercado imobiliário angolano e as perspetivas futuras, a Zenki Real Estate conclui que, no atual contexto, o investimento, os ativos involuntários e o segmento corporate são os grandes dinamizadores deste mercado.

Maturação e profissionalização do setor imobiliário assenta em 4 vetores

A Zenki Real Estate acredita que a ma-turação e profissionalização do setor imobiliário em Angola, assenta nos se-guintes 4 vetores:exigência: procura cada vez mais refina-da e criteriosa, e uma oferta mais dirigi-da para as reais necessidades da procuraConhecimento: entidades com know--how e experiência internacional a contribuírem para a evolução e poten-cialização do setor, em conjunto com as empresas nacionais de sucessoSeleção: profissionalização do setor onde atuarão apenas as empresas que realmente demonstrem capacidadeSegurança: capacidade para atrair mais investimento nacional e estran-geiro com maior articulação dos orga-nismos públicos e mais garantias legais.

Em Angola, os primeiro projetos imobiliários a surgir foram maioritariamente financiados pela banca com Loan to Values (LTV) muito elevados (reduzida alocação de capitais próprios), sus-tentados em grandes percentagens de vendas em planta/ fase de construção.

No entanto, a não concretização das vendas previstas teve como consequência a suspensão e cancelamento de muitos projetos, que foram convertidos em “Ativos Involuntários” nos ba-lanços dos bancos.

Os projetos concluídos e colocados no merca-do apresentaram tipicamente uma qualidade inferior à anunciada. Assim, emergiu uma nova procura, com maior rigor na escolha do produ-to imobiliário, aversão ao risco e consequente tomada de posição/ decisão mais próxima da conclusão da obra.

Assiste-se atualmente a uma estabilização dos preços dos edifícios prime, sustentada pelo adiamento de projetos e pela procura por par-te de investidores privados, fundos imobiliários e institucionais do setor petrolífero, que têm absorvido muito rapidamente os empreendi-mentos recentemente concluídos no centro da cidade.

É expectável que 2012/2013 seja um período de redefinição dos projetos que foram suspen-sos e que foram incorporados como “ativos in-voluntários” nos bancos, com preços inferiores aos inicialmente projetados.

A reduzida liquidez do mercado no atual con-texto económico, associada à preocupação dos bancos com os ativos “involuntários” terá como consequência uma menor propensão e disponibilidade de recursos para financiar no-vos projetos imobiliários. Assim, os investido-res/ fundos de investimento imobiliários vão ser preponderantes na definição do mercado imobiliário.

Versão reduzida. Leia a versão completa em: www.vidaimobiliariaangola.com

Por: Diogo rodrigues, managing Diretor da Zenki real estate

É expectável que 2012/2013 seja um

período de redefinição dos projetos

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No último século, verificou-se um êxodo sem precedentes das popula-ções para as cidades: de uma taxa população urbana de 13% em 1900 passamos para uma taxa de 51% nos dias de hoje. E, ao contrário do que se verificou no passado, em que a América do Norte e a Europa foram o foco deste crescimento, agora os caminhos apontam para outras geogra-fias, com o continente africano a ganhar uma especial relevância.

De acordo com dados estimados pela KPMG, em 2050 é expectável que a população urbana atinja os 3 biliões de pessoas na Ásia e em África. Até 2030, mais de 180.000 pessoas irão migrar diariamente para áreas urba-nas, o que representa um movimento de 5,5 milhões por mês.

reordenar e regenerar o território é a prioridade

Os números impressionam, mas servem também de alerta para a necessi-dade de repensar o planeamento das infraestruturas das cidades, prepa-rando-as para as necessidades adjacentes a este crescimento.

Operações de reordenamento territorial e de regeneração urbana são por isso cruciais, e devem estar na ordem do dia das preocupações gover-namentais, não só em Angola, como em todo o mundo. Se nada for feito neste sentido, um dos cenários prováveis é uma multiplicação dos bairros de lata, com a maioria dessa nova população urbana a ter de trabalhar como mão de obra não qualificada ou na economia informal. Mesmo as-sumindo que todos poderão encontrar empregos e casas acessíveis nas novas urbes (altamente improvável), os planeadores urbanos precisam essencialmente de repensar a sua abordagem à infraestrutura urbana. A migração urbana massificada contribui para aumentar incrivelmente a pressão nos serviços, economia e infraestrutura das cidades.

Face a isto, a procura e a necessidade de infraestruturas urbanas atinge hoje um nível sem precedentes, conclui a KPMG. Mas esta não é uma situação exclusiva às economias em desenvolvimento, e também nos países mais desenvolvidos existe uma necessidade urgente de revita-lizar as infraestruturas urbanas existentes. A título de exemplo, muitas das infraestruturas mais icónicas das grandes cidades globais foram de-senvolvidas antes de 1900: a ponte de Brooklin em Nova Iorque, o Metro de Londres ou a linha ferroviária suburbana de Mumbai são apenas al-guns exemplos. E muitas cidades desenvolvidas estão dependentes de instalações mal projetadas ou que não têm tido a devida manutenção,

o que constitui mais um entrave ao crescimento do que propriamente um catalisador.

Atualmente, a maior pressão incide sobre a necessidade de se desenvol-verem novas e adequadas infraestruturas para atender às necessidades básicas das populações urbanas. A urbanização pode ser (e é) catalisador da produtividade, crescimento e de avanços tecnológicos. Mas, a verda-de é que, sem planeamento, esse crescimento populacional pode criar verdadeiros centros de pobreza, violência e doença.

gerir a adaptar o crescimento das cidades à nova realidade económica

A rápida urbanização não é a única face da mudança com que os pla-neadores de infraestruturas urbanas se deparam. As cidades têm de se adaptar às novas tecnologias que tornam o transporte e a habitação mais eficientes do ponto de vista energético. Atualmente, as cidades aspiram a ser mais integradas, menos dependentes do tráfego automóvel e mais favoráveis aos transportes coletivos e pedestre.

A atitude global em torno do ambiente também se alterou drasticamente ao longo dos últimos vinte anos. E segundo as estimativas, mais de 70% dos gases de efeito de estufa a nível mundial são produzidos nas áreas urbanas.

Além disso, para as autoridades e especialistas em planeamento urbano, a sustentabilidade financeira é um tema tão importante quanto a susten-tabilidade ambiental. A necessidade de investimento e os custos asso-ciados à manutenção de infraestruturas atinge valores sem precedentes, mas os orçamentos são cada vez mais restritos e os recursos limitados.

Por isso, não restam dúvidas: é urgente que sejam desenvolvidos e ava-liados novos modelos de planeamento capazes de gerar resultados mais eficientes no longo prazo, e os seus benefícios devem ser comunicados de forma eficiente ao público.

Devem ser desenvolvidos e avaliados novos modelos para se obterem resultados eficientes a longo prazo, e os seus benefícios devem ser comu-nicados de forma eficiente ao público.

Fonte: adaptado de iNSigHt – the global infrastructure magazine / issueN.2, KPmg

O «boom» das cidades e os desafios do planeamento urbanoAtualmente, mais de metade da população mundial está concentrada numa área equivalente a menos de 2% da superfície terrestre, pelo que o planeamento das infraestruturas urbanas se assume como um dos maiores desafios globais.

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Após três anos de profundas reformas estrutu-rais, a expetativa em torno deste megaprojeto é grande, e os números da requalificação da Baía de Luanda são impressionantes. Constituindo o cartão de visita da Luanda do século XXI, o pro-jeto abrange uma área de intervenção global de 700.000 m², criando novos espaços verdes, renovadas infraestruturas e melhores acessibili-dades. O investimento deverá ascender aos 200 milhões de dólares.

Iniciado em 2009, o projeto Baía de Luanda compreende três fases distintas. A primeira compreendeu a intervenção entre o Largo da Amizade Angola e Cuba, a Ilha do Cabo e Chicala. A segunda, direcionada no espaço en-tre o Largo Amizade Angola e Cuba e a Praça 17 de setembro (Porto de Luanda), com destaque

para a construção da nova via rodoviária, no li-mite exterior da Marginal. As duas primeiras fa-ses decorreram em paralelo, até ao final do ano passado. A terceira, e última, fase é a que de-corre agora, e que se prevê que possa ser inau-gurada no início do segundo semestre de 2012.

Este é também um projeto muito dinamiza-dor para a economia angolana. É que além do elevado número de postos de trabalho criados – 600 no auge da obra -, a maior parte do mate-rial usado foi feito em obra, ou seja, não foi ne-cessário importar. Um bom exemplo disto são os chamados pré-fabricados (betão): o betão da ponte para ilha é o «topo do betão aplicado em Angola» e passou a ser referência ao nível do benchmarking exigida em todas as outras obras de grande dimensão.

Problemas de escoamento de águas e de esgotos finalmente resolvidos

Mais do que uma operação de lifting da zona da Baía, este projeto vem sobretudo resolver problemas estruturais da capital angolana, fa-zendo aquilo a que a equipa técnica chama de «uma requalificação a sério».

A obra foi pensada para resolver o cenário de cheias na Baixa da Cidade na época das chu-vas, contando com um novo sistema de  re-colha de águas pluviais que permitirá escoar as águas das chuvas de todo o  perímetro da Marginal. Desta forma, foram construídas várias barreiras de manilhas de betão e, em período de cheias, poderemos ver cinco ma-

Nova Baía de Luanda muda a face da capital angolana

Projeto deverá ficar concluído no próximo mês de julho

As obras já estão na reta final e, nas próximas semanas, centenas de operários zelam para que até julho tudo esteja a postos para «o cair do pano» do projeto que vai mudar a face da capital angolana, oferecendo à população novas potencialidades em termos de habitação, comércio, turismo, cultura, lazer e desportos. Estamos, pois, a falar da «nova» Baía de Luanda.

Privados investem em habitação, escritórios e comércio

No que toca às obras privadas, este projeto contempla também uma forte componente imobiliária, estando prevista a construção de dois prédios – um com 37 pisos e outro com 24 andares – para escritórios,

comércio e habitação, e de mais outros dois edifícios para valências turísticas, podendo vir a incluir um hotel e um centro de convenções. No conjunto, esta componente soma uma área de 122.581 m².

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nilhas gigantes a escoar água diretamente para o oceano, em vez de assistirmos à forma-ção de um lago na Baixa, evitando assim todo o impacto negativo que isso traz à vida dos cidadãos.

O projeto envolveu também a reorganização e modernização do sistema de esgotos, o que implicou uma cooperação com as empresas gestoras das águas de Luanda (EPAL), da ele-tricidade (EDEL) e dos esgotos e lixo (ELISAL). A instalação de um sistema de efluentes, de forma a evitar no futuro, a poluição das águas do mar é uma das novidades. Passa também a haver separação entre esgotos domésticos e águas pluviais, fazendo com que a Baixa da cidade, na ligação à Baía, passe a estar dividida bairro a bairro.

espaços verdes e equipamentos de lazer para fruição dos cidadãos

A criação de amplos espaços verdes e de equipa-mentos de lazer é uma das principais bandeiras do Projeto da Baía de Luanda, devolvendo os 3.100 metros de frente marítima na área inter-vencionada para total fruição dos cidadãos luan-denses. Assim, estão ali a ser criados 68.852 m² de espaços verdes, com 3.017 árvores e palmei-ras, nascendo assim um importante «pulmão», numa cidade onde as manchas verdes ainda são escassas. Lado a lado, existirão também com 2.254 m² de ciclovias e cinco quadras de basque-te, entre vários outros equipamentos de lazer.

Futuramente, estes relvados poderão também camuflar uma linha de metro ligeiro que fará a

ligação ao longo da marginal, uma alternativa ao transporte automóvel que tem vindo a ser defendida por especialistas.

Cooperação entre públicos e privados

O projeto é público, mas a sua execução é as-segurada por privados. Em 2005 foi criada a Sociedade Waterfront, com o Conselho de Ministros a assumir os direitos de construção / expansão conseguidos ao oceano. E, depois da fase inicial de arranque, estudos e planeamen-to, o projeto entrou em execução em outubro de 2009, depois de uma injeção de capital e nova equipa técnica.

A Sociedade Baía de Luanda (privada) é o dono da obra, com a estrutura do projeto a es-tar dividida por três diretores técnicos: gestão, coordenação e fiscalização da obra marítima e fiscalização da obra terrestre. A Mota Engil e a Soares da Costa – em terra -, a Dredging e a Draiamar – no oceano – são os empreitei-ros responsáveis pela execução do projeto. Por seu turno, o ateliê angolano Costa Lopes, Arquitetos foi o responsável pelos estudos urbanísticos.

Novas vias de acessibilidades e estacionamento

Além de toda a intervenção de reordenamento urbano, o projeto de requalificação da Baía de Luanda também apostou forte na criação de novas vias de acessibilidade e parques de estacionamento, ao longo de toda a zona marginal da avenida 4 de fevereiro. A zona passa assim a contar com uma área de estacionamento com capacidade para 3.100 viaturas, além de novos postos de abastecimento de combustível que serão construídos.

Criados novos espaços verdes, renovadas infraestruturas e

melhoras acessibilidades

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DOSSIER: NOVAS CENTRALIDADES DE ANGOLA

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Estes projetos surgem no âmbito da Política Habitacional do Governo da República de Angola, anunciada em 2008, e que preconiza o aumento gradual da oferta de novos fogos habi-tacionais para, progressivamente, satisfazer a sua procura por todos os estratos sociais e níveis de rendimento dos cidadãos.

Neste âmbito, as primeiras centralidades fo-ram lançadas nas províncias de Luanda, Bengo, Cabinda e Lunda Norte, estando as suas obras

atualmente a decorrer. E, no final de 2011, aquan-do das declarações de fim de ano, o ministro do Urbanismo e Construção, Fernando da Fonseca, anunciou que esta oferta seria reforçada nou-tros pontos do país, com a construção de oito novas centralidades nas províncias do Bengo, Zaire, Malange, Kwando-Kubango, Namimbe, Benguela, Huíla e Lunda Sul.

Os projetos estão em diferentes fases do seu ciclo de desenvolvimento, pelo que se alguns já estão

em avançada fase de construção, outros ainda es-tão em fase de projeto, que deverá ser lançado em breve. Nas próximas páginas, apresentamos alguns dos mais emblemáticos, e em fase mais adiantada.

beNguela: 10.000 novas casas em benguela, lobito, baía Farta e Catumbela

Recentemente foi lançado o projeto habitacional que prevê a construção de 10.000 casas na pro-

As novas centralidades de AngolaUm pouco por todo o país, projetam-se novas centralidades que vão mudar a vida de milhares de cidadãos angolanos, contribuindo decisivamente para a melhoria das condições socioeconómicas e para resolver o problema do deficit habitacional em Angola.

Primeira centralidade foi inaugurada no Kilamba Kiaxi

A primeira centralidade integrada no pro-grama governamental foi inaugurada em julho de 2011, na província de Luanda. A cidade do Kilamba Kiaxi localiza-se a cer-ca de 20 quilómetros do atual centro da capital angolana, disponibilizando, numa primeira fase, 115 edifícios com 3.180

apartamentos, 48 lojas e dez quilómetros de estradas.Globalmente, a cidade do Kilamba contem-pla 710 edifícios, mais de 20.000 apartamen-tos nas tipologias T3 e T5, 24 creches e jardins infantis, nove escolas primárias e oito escolas secundárias, parques de estacionamento,

paragens de transportes públicos, lojas e 50 quilómetros de estradas. O projeto deverá ficar inteiramente con-cluído até ao final deste ano e, até lá, o empreiteiro deverá entregar mais 595 edi-fícios, correspondentes a 16.822 aparta-mentos e lojas.

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víncia de Benguela, originando o surgimento de quatro novas centralidades habitacionais no lito-ral benguelense. A informação foi anunciada pelo vice-governador provincial, António Kalengue, que enalteceu o programa governamental que vai ajudar na melhoria das condições de vida dos habitantes da província.

Neste âmbito, as cidades de Benguela e do Lobito vão receber 3.000 novas casas cada, ao passo que nas cidades da Baía Farta e de Catumbela serão edificadas mais 2.000 casas, em cada uma.

Segundo os dados disponíveis, numa primeira fase o programa habitacional na província de Benguela vai abranger mais de 60.000 cidadãos. Além da componente residencial, as novas cen-tralidades irão também criar novas infraestru-turas sociais, como escolas e centros de saúde, que serão erguidos em função da nova realidade urbanística.

Além disso, informou o vice-governador, este pro-grama habitacional vai também abranger os mu-nicípios de Ganda, Cubal, Caimbambo, Chogoroi, Balombo e Bocoio, que vão contar com 200 novas casas cada um numa primeira fase.

A construção dirigida, através da distribuição de parcelas de terra aos cidadãos que desejem cons-truir casa própria, é outra das medidas integradas

na política governativa para dar habitação con-digna aos cidadãos.

Na cerimónia de lançamento da construção das 10.000 casas, que teve lugar no final de março, mar-caram presença o vice-ministro do Urbanismo e Habitação, Manuel Clemente, a vogal da Comissão Executiva da Sonip (dona da obra), Arnalda Van-Dúnem, o vice-presidente da construtora chinesa Citic, Lui Guigen, entre outras individualidades.

luNDa-Norte: primeira fase da centralidade do Dundo já está em fase de conclusão

Na província da Lunda Norte, a primeira fase da nova centralidade do Dundo – com 419 edifícios e 5.004 apartamentos – já entrou em fase de conclusão. Em declarações à Angop, Wang Pade, presidente da empresa construtora, a Pan-China, afirmou que até ao final de maio serão entregues os primeiros 1.600 apartamentos, prevendo que a totalidade do projeto seja entregue até ao próxi-mo mês de setembro.

Enquadrados no programa nacional de habita-ção traçado pelo Executivo central, os trabalhos da centralidade de Samanyonga iniciaram-se em 2009. Transformando a antiga vila mineira do Dundo numa cidade moderna. Nesta primeira fase estão ali a ser erguidos 419 edifícios de 11 e

18 pisos, compostos por 5.004 apartamentos nas tipologias T3, T4 e T5. Servindo a centralidade, está também a ser construído um hospital com 95 camas, uma creche com 24 salas e uma escola para 1.300 alunos.

Este projeto prevê quatro fases de desenvolvi-mento, ao longo das quais serão construídos um total de 20.000 apartamentos.

Huíla: construção na centralidade da Kilemba já arrancou

No passado dia 23 de março arrancou oficialmen-te a construção da nova centralidade da Kilemba, na cidade do Lubango, província da Huíla. Nesta primeira fase, o projeto contará com 11.000 apar-tamentos, que devem estar concluídos em dois anos. Este número subirá até às 17.000 casas na fase de conclusão. As obras estão a cargo da China International Trust and Investment Corporation, em parceria com a Soni, contando com o financia-mento do executivo angolano.

Os prédios a construir terão uma altura entre os dois aos cinco andares, disponibilizando aparta-mentos nas tipologias T2, T3 e T4. No total, o pro-jeto da centralidade estende-se por uma área de 1.081 hectares, nos quais serão também criados edifícios destinados a serviços, nomeadamente na área da saúde, escolas, creches e espaços de lazer,

Kilamba Kiaxi

Primeira fase da centralidade do Dundo

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além de distribuição de energia elétrica e de água. Como explicou o governador da Huíla, Isaac dos Anjos, após o início da construção destes 11.000 fogos habitacionais serão erguidos mais 6.000.

Sublinhe-se que o início das obras na zona ur-banística da Quilemba, a norte da cidade do Lubango, é parte integrante do projeto de novas centralidades do governo provincial, que reser-vou para o efeito uma área de 19.141 hectares nas zonas da Quilemba, Eywa e Mutundo.

As novas centralidades estão projetadas para acolher um milhão e meio de pessoas, o mesmo número de habitantes do Lubango. Só na nova centralidade da Quilemba está previsto instalar mais de 700.000 pessoas. Na futura centralidade da Eywa está já a ser feita a distribuição de 11.700 lotes para a autoconstrução dirigida, prevendo-

-se que venham ali a residir 700.000 pessoas. Esta nova urbanização vai também ter uma escola com 20 salas, maternidade e psiquiatria, bem como uma extensão do Campus Universitário do Lubango, a construir num espaço de 300 hectares e com capacidade para 20.000 estudantes.

beNgo: duas novas centralidades no Cacuaco Dande e no Quilómetro 44

Na província do Bengo, estão a decorrer os tra-balhos de execução de duas novas centralidades, no âmbito do projeto habitacional do executivo: são as novas cidades do Cacuaco – Dande e a do Quilómetro 44, que conjuntamente vão albergar mais de 100.000 habitantes.

Aquando da sua conclusão, o projeto do Cacuaco / Dande irá comportar mais de 20.000 fogos.

Comissão AdHoc estuda acesso às novas centralidadesO ministro de Estado e da Coordenação Económica, Manuel Vicente, coordena a Comissão AdHoc, que irá estudar e monitorar aplicação das regras de comercialização dos imóveis das novas centralidades, com vista a criar as condições para o acesso pelos interessados, informa uma nota da Secretaria de Comunicação Institucional e Imprensa do Presidente da República.Desta comissão fazem também parte os ministros das Finanças, do Urbanismo e Construção, entre outras entidades.

a nova centralidade do Saurimo está a ser projetada a sul da cidade

a centralidade do Cacuaco está a ser construída no bengo

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Nesta primeira fase estão a ser edificados 10.000 apartamentos nas tipologias T3 e T4, distribuídos por 426 novos edifícios residenciais de 5, 9 e 11 andares, nos quais irão viver cerca de 60.000 pes-soas. Além da componente habitacional, o pro-jeto da nova centralidade contempla também a edificação de novos equipamentos sociais, como escolas, hospital, edifícios públicos, creche e cen-tro comercial, entre outros.

A primeira fase do projeto de habitação social de Cacuaco tem um custo estimado de 855 mi-lhões de dólares, com a obra a ser tutelada pela Sonagol Angola.

No quilómetro 44 do Bengo, localidade de Sanzala Grande, está atualmente a nascer ou-tra nova centralidade. As obras da primeira fase deverão ficar concluídas em dezembro de 2012,

disponibilizando 2.248 fogos que vão beneficiar 13.488 famílias de baixa renda, um processo que vai evoluir para mais de 20.000 famílias. Logo após a sua conclusão, a nova cidade vai também integrar serviços sociais, como escolas, hospitais, bombeiros, áreas comerciais e administrativas e ainda áreas de lazer. Entre outros aspetos, estão aqui assegurados os acessos rápidos para várias localidades incluindo Luanda.

luNDa Sul: obras da nova centralidade de Saurimo arrancam em breve

As obras da nova centralidade Saurimo, pre-vista para a província da Lunda Sul, estão prestes a arrancar. Projetada a sul da cidade de Saurimo, numa extensão de 430 hectares, a nova centralidade prevê, numa fase inicial,

a construção de 2.000 residências de alta, mé-dia e baixa renda.

Em declarações à imprensa, Fortunato Cameya, da empresa construtora Efoque Corporation, dis-se que as 2.000 casas serão construídas na reserva fundiária adjacente ao novo bairro de autocons-trução dirigida, já com mais de 1.000 residências de caráter definitivo construídas por esforço pró-prio dos cidadãos nas proximidades do aeropor-to de Saurimo.

KWaNZa-Sul: obras em Porto amboim começa este ano

As obras da nova centralidade do Porto Amboim vão começar em 2012, disse recentemente o go-vernador do Kwanza-Sul, Serafim do Prado, na apresentação deste projeto.

Localizado no litoral da província, este mega-empreendimento prevê a construção de 2.650 casas de baixa, média e alta renda, numa área de 300 hectares, servidas por novas escolas, centros médicos e lojas. A componente resi-dencial irá ser construída faseadamente, duran-te quatro anos.

O projeto da nova centralidade tem uma com-ponente industrial para tratamento de produtos derivados do pescado, da agricultura e, especial-mente, no aproveitamento da mandioca.

Fundo de Fomento Habitacional

No início deste ano, o ministro do Urbanismo e Construção, Fernando da Fonseca, anun-ciou a criação do Fundo de Fomento Habitacional, o primeiro programa de crédito para a compra de habitação em Angola.Este programa funciona com base num protocolo de garantia financeira, no qual intervêm nove bancos comerciais que operam no país, e assegurará até 80% do valor do imóvel, exercendo o papel de intermediação dos interesses em presença.

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Com várias obras de referência no seu porfólio, caso do condomínio residencial Terraços do Atlântico, em Luanda Sul, a Casais imobiliária tem vindo a traçar um percurso de crescimento em Angola. E, é com esse objetivo que «iniciará em breve a construção de uma torre para escri-tórios, na marginal de Luanda, em frente à baía, junto à entrada da ilha», revelaram os responsá-veis da empresa.Olhando em retrospetiva, os responsáveis da Casais Imobiliária consideram que «o mercado imobiliário em Angola, à semelhança do que se vive em todo o mundo, tornou-se menos especu-lativo assistindo-se a uma redução da sua ativi-dade. Atualmente estamos perante um mercado mais maduro, mais profissional, em que as deci-sões de investimento são cada vez mais sustenta-das em dados financeiros viáveis».

lobito retail Park concluído no último trimestre de 2012Atualmente, a empresa está a promover o Lobito Retail Park, cuja conclusão está previs-ta para o próximo mês de setembro. Com uma área bruta locável de 15.000 m², este represen-ta um investimento de 22 milhões de dólares e será o primeiro retail park do município do Lobito, em Benguela.A cerca de seis meses da abertura, o Lobito Retail Park está comercializado em 60%. «Destes, cerca de 40% são detidos pela Kero, uma insígnia da sociedade angolana Zahara Comércio, que projeta a cobertura nacional e pre-tende alargar o conceito a três formatos: hiper-mercado, supermercado e lojas de conveniência».

Entre as lojas disponíveis para venda é possí-vel encontrar áreas que vão desde os 150 m² aos 605 m², havendo ainda «a possibilidade de agrupamento, criando áreas maiores, mediante as necessidades específicas dos clientes».

Criar novos pólos de atração, potenciando a requalificação urbanísticaDada as suas caraterísticas e localização, na saída sul da cidade do Lobito (em direção à Catumbela), os promotores estão confiantes que o Lobito Retail Park será um projeto de grande impacto para a região. «A cidade do Lobito passará a dispor de um moderno retail park com um elevado nível de conforto e com lojas de boa dimensão. Simultaneamente, a construção do Lobito Retail Park está a permitir

uma requalificação e organização urbanística da zona, criando um novo pólo de atração».Além disso, sublinham os responsáveis, «este projeto insere-se no contexto de expansão em-presarial que o país vive neste momento. O cres-cimento do tecido empresarial angolano implica o aumento da oferta de espaços comerciais or-ganizados de forma estruturada, potenciando os negócios. Na sua perspetiva, «afigura-se estratégico descentralizar para as províncias a atividade empresarial, que assume expressão máxima de concentração em Luanda. Com uma locali-zação estratégica no Lobito, este projeto vem proporcionar condições às empresas nacionais de alargarem os seus negócios, gerando em-prego, formação e o crescimento do rendimen-to da região».

Casais Imobiliária prepara lançamento de novos projetos em LuandaEm Angola desde 2005, a Casais Imobiliária tem vindo a fortalecer a sua presença no mercado nacional. A concluir o Lobito Retail Park, a empresa prepara-se agora para um novo projeto numa das zonas mais emblemáticas de Luanda.

lobito retail Park

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A Making Place é uma empresa de direito Angolano, a operar no mercado desde 2011.Após o primeiro ano de implantação no mercado, no qual a instalação do Banco Privado Atlântico na sua sede na Praia do Bispo teve um pa-pel preponderante servindo como alavanca para a implementação do grupo Vector Mais no mercado Angolano com a marca Making Place. O ano de 2011 representou a cimentação e consolidação de um projeto pensado para ser uma referência no mercado de interiores de Office & Retail. Desde a implementação de uma base de vida que pode acolher até 30 pessoas a juntar ao crescente número de trabalhadores locais, até

às próprias instalações da Making Place que funcionam como escritório/ show-room no CONDOMÍNIO DO BENGO em Vila Alice. É de salientar alguns projetos concretizados com as maiores empresas privadas a operar em Angola - KPMG, DOMUS, ARC – CONSTRUÇÕES, SICCAL, TD – CONSTRUÇÂO, HALLIBURTON, SAIPEM-ENI, SECURITAS, MARINA DE LUANDA, entre outras. E entidades estatais como COMISSÃO DE MERCADO DE CAPITAIS. O ano de 2012 é um desafio ainda maior, no qual o objetivo comercial é ultrapassar os 10 M de USD.

Marco Assunção – Director Comercial

Empresa do Grupo VECTOR MAIS implementa-se no mercado angolano com a marca MAKING PLACE.

Da esquerda para a direita: Duarte aires e marco assunção Da esquerda para a direita: Sandro marques e Delmise Viegas

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