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MÓDULO 6
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
2
Veja outros exemplos de experimentos aleatórios:
1 ) O lançamento de uma moeda
Não se pode determinar o resultado, antes de efetuar o lançamento
da moeda.
2 ) A aposta em jogo qualquer da Loteria Esportiva.
Não se pode prever o resultado, antes do jogo ser efetuado.
3 ) A disputa de par ou ímpar.
Não se pode prever o resultado, se par ou ímpar, antes da disputa.
Então quando usamos probabilidades?
Você ouviu falar desse assunto em situações como: a probabilidade de
ser sorteado, de acertar numa aposta, de um candidato vencer uma eleição, de
acertar o resultado de um jogo etc. Portanto, “usamos probabilidades em
situações em que dois ou mais resultados diferentes podem ocorrer e não é
possível saber, prever, qual deles realmente vai ocorrer em cada situação”.
Ao lançar para o alto uma moeda e quiser saber se o resultado é cara ou
coroa, não podemos prever o resultado mas podemos calcular as chances de
ocorrência de cada um. Este cálculo é a probabilidade de ocorrência de um
resultado.
Por meio dos exemplos abaixo você aprenderá o cálculo de
probabilidades.
EXEMPLO 1:
Qual a chance de dar cara no lançamento de uma moeda?
SOLUÇÃO:
Raciocinando matematicamente os resultados, cara e coroa têm as
mesmas chances de ocorrer. Como são duas possibilidades (cara ou coroa)
podemos dizer que a chance de dar cara é de 1 para 2. Isto é o mesmo que
dizer que a probabilidade de o resultado ser cara é 2
1 (metade), (1:2) ou 0,5
ou 50%.
Neste exemplo você calculou intuitivamente a probabilidade do
resultado ser cara e você deve ter percebido que a probabilidade de dar coroa
é a mesma, ou seja, 50%.
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
3
Probabilidade
EXEMPLO 1
No lançamento de um dado qual a probabilidade do resultado ser um número par?
SOLUÇÃO:
Para que o resultado seja par devemos conseguir:
Assim, temos 3 resultados favoráveis (2, 4 ou 6) em um total de 6 resultados possíveis (1, 2, 3, 4, 5,
6).
Generalizando essa solução:
P (par) = nº de resultados favoráveis = 3 = 0,5 . 100 = 50%
nº total de resultados possíveis 6
Onde P (par) significa probabilidade de o resultado ser par.
Nos três exemplos que acabamos de ver há dois ou mais resultados possíveis, todos com a mesma
chance de ocorrer. A probabilidade de ocorrer um desses resultados ou um conjunto de resultados que
satisfaçam uma condição ou exigência é representada por p (E) e calculado por:
p (E) = nº de resultados favoráveis a E
nº total de resultados possíveis
EXEMPLO 2:
Numa urna estão 10 bolas de mesmo tamanho e de mesmo material, sendo 8 pretas e 2 brancas.
Pegando-se uma bola qualquer dessa urna, qual a probabilidade dela ser branca?
SOLUÇÃO:
p (branca) = nº de bolas brancas = 2 = 0,2 . 100 = 20%
nº total de bolas 10
EXEMPLO 3:
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
4
De um baralho normal de 52 cartas e mais 2 coringas retiramos uma das cartas ao acaso. Qual a
probabilidade de:
a) ser um ás?
b) Ser um coringa, em jogos que também consideram o 2 como coringa?
SOLUÇÃO:
O número total de cartas é 54 sendo que há 13 cartas (às, 2 a 10, valete, dama, rei) de cada um dos 4
naipes (copas, ouro, paus e espadas) e 2 coringas.
a) p (ás) = nº de ases existentes = 4 = 0,07 . 100 = 7%
nº total de cartas 54
b) Como as 4 cartas com o nº 2 também são consideradas coringas, a probabilidade de tirar um
coringa será:
p (coringa) = nº de coringas = 6 = 0,11 . 100 = 11%
nº total de cartas 54
EXERCÍCIOS:
1. De um baralho de 52 cartas é retirada uma carta ao acaso.
a) Qual a probabilidade da carta retirada ser um rei?
b) Qual a probabilidade da carta retirada ser uma figura (valete, dama ou rei)?
2. No lançamento de um dado:
a) qual a probabilidade de o número obtido ser menor ou igual a 4?
b) e de ser obtido o número 1?
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
5
INTRODUÇÃO À ANÁLISE COMBINATÓRIA
O PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO
A palavra Matemática, para um adulto ou uma criança, está
diretamente relacionada com atividades e técnicas para contagem do número
de elementos de algum conjunto. As primeiras atividades matemáticas que
vivenciamos envolvem sempre a ação de contar objetos de um conjunto,
enumerando seus elementos.
As operações de adição e multiplicação são exemplos de “técnicas”
matemáticas utilizadas também para a determinação de uma quantidade. A
primeira (adição) reúne ou junta duas ou mais quantidades conhecidas; e a
segunda (multiplicação) é normalmente aprendida como uma forma eficaz de
substituir adições de parcelas iguais.
Veja: 4 + 4 + 4 + 4 + 4 = 20 corresponde a 5 . 4 = 20
(cinco vezes quatro é igual a vinte)
A multiplicação também é base de um raciocínio muito importante em
Matemática, chamado princípio multiplicativo, que constitui a ferramenta
básica para resolver problemas de contagem sem que seja necessário
enumerar seus elementos (como veremos nos exemplos). Esse princípio
estabelece o número de maneiras distintas (diferentes) de ocorrer um evento.
Os problemas de contagem fazem parte da chamada Análise
Combinatória.
EXEMPLO 1
Maria vai sair com suas amigas e, para escolher a roupa que usará,
separou 2 saias e 3 blusas. Vejamos de quantas maneiras ela pode se arrumar.
Assim, Maria dispõe de
3 . 2 = 6 (lê-se três vezes 2 é igual a 6)
maneiras
ou possibilidades
diferentes de se vestir.
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
6
EXEMPLO 2
Natália vai viajar de São Paulo a Salvador, passando pelo Rio de
Janeiro. De São Paulo ao Rio de Janeiro ela pode ir de carro, de avião ou de
ônibus; do Rio de Janeiro a Salvador ela pode ir de avião ou ônibus. De
quantas maneiras diferentes ela pode fazer a viagem?
Solução:
Aplicando o princípio fundamental da multiplicação, temos:
3 . 2 = 6 possibilidades.
EXEMPLO 3
Quantos números naturais de dois algarismos diferentes podemos
formar usando 6,7,8 e 9?
Solução:
Veja o diagrama de árvore abaixo, indicando todas as possibilidades:
São Paulo Rio de Janeiro Salvador
avião
carro
ônibus
Avião
ônibus
três possibilidades duas possibilidades
6
7
8
9
7
8
9
6
8
9
6
7
9
6
7
8
67
68
69
76
78
79
86
87
89
96
97
98
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
(11)
(12)
Você não precisa fazer essa
contagem, basta aplicar o princípio
fundamental da multiplicação.
Você tem quatro algarismos e
três possibilidades de combinação
para cada um deles, portanto:
4 . 3 = 12 possibilidades
BASTA
MULTIPLICAR AS
POSSIBILIDADES
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
7
EXEMPLO 4
Quantos números naturais de dois algarismos podem ser formados com
os algarismos 5, 6, 7 e 8 ?
Solução:
Nesse caso, como não é exigido que os algarismos sejam diferentes,
existem 4 possibilidades para o algarismo das dezenas e quatro
possibilidades para o algarismo das unidades. Logo, aplicamos o princípio
fundamental da multiplicação:
4 . 4 = 16
EXEMPLO 5
De quantas maneiras diferentes é possível pintar a figura abaixo,
cobrindo os retângulos de preto ou vermelho?
Solução:
Cada retângulo terá duas possibilidades: preto ou vermelho. Logo, o
número total de possibilidades é, pelo princípio fundamental de
multiplicação: 2 . 2 . 2 . 2 . 2 . 2 = 26 = 64
EXEMPLO 6
As placas de automóveis eram todas
formadas por duas letras (inclusive K,Y e W )
seguidas por 4 algarismos. Hoje em dia as placas
dos carros estão sendo todas trocadas e passaram
a ter três letras seguidas e 4 algarismos. Quantas
placas de cada tipo podemos formar?
Solução:
Algarismos das
dezenas
Algarismos das
unidades
Não esqueça: São 26 letras do alfabeto e 10 algarismos.
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
8
No primeiro caso (2 letras e 4 números),
escolhendo uma letra como exemplo:
Como cada letra (L) pode ser escolhida de 26 maneiras (total de letras)
e cada algarismo (N) de 10 modos distintos, a resposta é:
26 . 26 . 10 . 10 . 10 . 10 = 6 760 000
No segundo caso (3 letras e 4 números):
26 . 26 . 26 . 10 . 10 . 10 . 10 = 26 . 6 760 000 = 175 760 000
EXERCÍCIOS:
3. Andréa tem 4 blusas, 3 calças e 4 pares de tênis. De quantas maneiras
diferentes ela pode combinar as 3 peças?
4. O cardápio de um restaurante oferece: dois tipos de salada, dez de pratos
quentes, cinco de bebida e 3 de sobremesa. Quantos pedidos diferentes é
possível fazer, escolhendo um item de cada?
5. Existem 3 linhas de ônibus ligando a cidade A à cidade B e 4 outras
ligando B a C. Uma pessoa deseja viajar de A a C, passando por B.
Quantas linhas de ônibus diferentes poderá utilizar na viagem?
L L N N N N
L L L N N N N
BASTA
MULTIPLICARMOS
AS POSSIBILIDADES
A nova forma de identificação de automóveis possibilita uma
variedade 26 vezes maior. A diferença é de 169 000 000, ou seja, 169
milhões de placas diferentes a mais do que anteriormente.
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
9
EXEMPLO 1:
Quantos são os anagramas da palavra MARTELO?
SOLUÇÃO:
Cada anagrama da palavra MARTELO é uma ordenação das letras M, A, R, T, E, L, O. Assim, o
número de anagramas é o número de permutações possíveis com essas letras, ou seja:
7! = 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 5040
EXEMPLO 2:
Um grupo de 5 pessoas decide viajar de carro, mas apenas 2 sabem dirigir. De quantas maneiras é
possível dispor as 5 pessoas durante a viagem?
SOLUÇÃO:
O banco do motorista pode ser ocupado por uma das 2 pessoas que sabem guiar o carro e as outras 4
podem ser permutadas pelos 4 lugares restantes, logo:
trocam entre si
2 . 4! = 2 . 4 . 3 . 2 . 1 = 48 maneiras
sabem dirigir
EXERCÍCIOS:
1. Quantos anagramas podem ser formados com as letras da palavra AMOR?
2. a) Quantos números distintos de 6 algarismos podem se formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6?
b) Quantos desses números são pares?
PERMUTAÇÕES COM REPETIÇÃO DE ELEMENTOS
Quantos anagramas podemos formar com a palavra BANANA ?
Aparecem 3 vezes a letra A e 2 vezes a letra N .
Calculamos o total de 6! = 720 e dividimos pelo fatorial de 3 e pelo fatorial de 2.
Você sabe o que é um ANAGRAMA?
Anagrama é uma palavra formada pelo rearranjo (permutação ou troca) de letras de uma palavra para formar outras, porém nem todas as palavras formadas tem significado linguístico.
Veja: da palavra IRACEMA podemos formar 2520 anagramas (uma permutação com repetição de
elementos), dos quais alguns têm significados como: AMÉRICA, CERAÍMA, MACEIRA.
apenas a quantidade de
elementos que podem ser
permutados é um fatorial
(!)
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
10
2
6! número total de permutações de 6 letras.
3! 2! produto das repetições possíveis com as letras A e N.
60256
!2123
!23456
!2!3
!6
No exemplo anterior, você viu que podemos ter mais de 2 elementos que se repetem. Neste caso,
teremos no denominador da expressão o produto dos fatoriais de todos os elementos que se repetem.
Uma fração com fatoriais no numerador e no denominador pode ser facilmente simplificada.
Observe os exemplos:
a) 10! = 10 . 9 . 8 . 7 . 6! = 10 . 9 . 8 . 7 = 5040
6! 6!
c) 5! = 5 . 4 . 3! = 5 . 4 = 20 = 10
3! 2! 3! 2! 2 . 1 2
EXERCÍCIO:
3 . Quantos são os anagramas da palavra PARANÁ ?
Note que 6! dividido
por 6! é igual a 1. E
1 na multiplicação é
elemento neutro (não
altera o produto)
O mesmo acontece com total de anagramas da palavra IRACEMA (7
letras - 2 repetições):
252034567!2
!234567
!2
!7
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
11
GABARITO
1 – a ) aproximadamente %7,7 b) aproximadamente 23%
2 – a ) aproximadamente 67% b) aproximadamente 17%
3) 48 maneiras diferentes
4) 300 pedidos diferentes
5) 12 linhas de ônibus diferentes
6) 24 anagramas
7 – a ) 720 números distintos b) 360 números pares
8) 120 anagramas
9) 40320 modos
PERMUTAÇÕES CIRCULARES
A expressão geral do número de permutações circulares será o número
total de permutações, n!, dividido pelas n vezes que cada roda equivalente foi
contada:
n! = n . ( n – 1 ) ! = ( n – 1 ) !
n n
EXEMPLO 1:
Quantas rodas de ciranda podemos formar com 7 crianças?
SOLUÇÃO:
Podemos formar 7! = 6! = 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 720 rodas diferentes.
7
EXEMPLO 2:
Se no encontro de 8 presidentes as reuniões fossem ocorrer ao redor de
uma mesa, de quantas maneiras poderíamos organizá-los?
SOLUÇÃO:
8! = 7! = 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 5040 posições circulares diferentes
8
EXERCÍCIO:
9. De quantos modos 9 pessoas podem formar uma roda de ciranda?
Nas permutações circulares,
o número que é fatorial (!)
é a quantidade de elementos
menos 1.
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
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MÓDULO 7
VISUALIZANDO RELAÇÕES ENTRE NÚMEROS
Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Veja, 23/9/1998, p. 112.
A curva acima mostra a porcentagem de desempregados no Brasil, por
faixa de escolaridade.
4% - o desemprego entre analfabetos e pessoas com pouca
escolaridade é pequeno, porque nessa faixa estão os piores empregos. É o
trabalho não qualificado, que paga mal e não dá perspectiva de carreira
profissional.
9% e 10% - o desemprego é maior no grupo que não concluiu o ensino
fundamental ou o ensino médio, por duas razões. São pessoas que já não
aceitam os subempregos dos analfabetos, mas também não estão qualificados
para trabalhos melhores. Além disso, nessa faixa estão os jovens, a maior
parcela da atual população brasileira. Eles estão entrando agora no mercado
de trabalho.
1% - Na faixa das pessoas que possuem diploma do ensino médio,
universitário ou pós-graduação, a taxa de desemprego cai drasticamente. Aqui
estão os melhores empregos do Brasil, que pagam bem e oferecem
perspectiva de ascensão profissional.
Cada nível de escolaridade corresponde a uma taxa de desemprego. Há
uma correspondência entre as duas grandezas que estão variando e uma
depende da outra, de modo que para cada valor de uma das grandezas
existe um único valor correspondente para a outra grandeza. Essa relação
nos dá a idéia de função matemática.
cada quantidade de
anos de estudo corresponde a uma
taxa de desemprego (%) .
Como exemplo, para a
faixa dos que tem
9 anos de estudos, a
taxa de desemprego é
de 10%.
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
13
Esta tabela permite que o caixa economize
tempo na hora de saber o preço dos pães.
Mas se um cliente chegar com um pedido de 25
pães?
Aí o operador do caixa deverá fazer o cálculo
do preço...
Então ele pode pensar o seguinte...
2,70 + 1,80 = 4,50 (preço de 15 pães + preço de 10 pães)
ou pensar que ...
0,18 . 25 = 4,50
(preço de 1 pão “vezes” a quantidade)
Essas duas maneiras de pensar traduzem dois
raciocínios, que revelam duas maneiras
diferentes de chegar à mesma conclusão:
O preço a pagar por 25 pães é R$4,50
Matemática no café da manhã
Isso mesmo! É comum começarmos a lidar com a
matemática desde que acordamos. Vamos ver?
Comprando os pãezinhos pela manhã, podemos encontrar uma tabela
como essa pregada no caixa da padaria.
Utilizando o segundo cálculo podemos pensar na tabela da padaria da
seguinte forma:
0,18 = 0,18 . 1
0,36 = 0,18 . 2
0,54 = 0,18 . 3 e assim sucessivamente.
“O preço a ser pago pelo cliente é igual ao preço de um pão
multiplicado pelo número de pães comprados”.
PADARIA PAMPÃO
Mini pão doce
Quantidade Preço (R$)
1 0,18
2 0,36
3 0,54
4 0,72
5 0,90
6 1,08
7 1,26
8 1,44
9 1,62
10 1,80
11 1,98
12 2,16
13 2,34
14 2,52
15 2,70
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
14
Chamamos de: P - o preço a pagar
n - o número (quantidade) de pães comprados
P(n) - será o preço a ser pago por n pãezinhos
Logo,
P(n) = 0,18 . n
A frase anterior deixa clara uma lei matemática que relaciona o número
de pães com o preço desses pães. Essa lei pode ser expressa em símbolos
matemáticos (LINGUAGEM MATEMÁTICA): Observe:
EXERCÍCIO: (copie e resolva em seu caderno)
1. Preencha a tabela abaixo e encontre o preço a pagar pela compra de pão
recheado a R$1,10 a unidade e também o total de vendas nesse período:
Vendas de pão recheado no período noturno
Quantidade Modelo matemático Preço a pagar (R$)
n 1,10 . n P(n)
3 1,10 . 3 3,30
4
6
12
Total R$
Com o exemplo anterior da Padaria Pampão, verificamos que o preço a
pagar P(n) está em função da quantidade de pães (n).
Na Matemática, a relação entre números ou grandezas indicada por um
função pode ser representada de três formas:
- através de tabela de dados (Veja a tabela anterior da Padaria Pampão);
- por linguagem matemática
Modelo matemático para a
venda de pães P(n) = 0,18 . n
- graficamente
(gráfico ao lado)
....
P(n) é agora o modelo
matemático que representa
o valor a ser pago por
qualquer quantidade (n) de
pães da padaria PAMPÃO
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
15
Vamos falar um pouco de
futebol...
Talvez você já tenha visto um
comentarista de futebol dizer o seguinte,
analisando um determinado chute a gol: “A
velocidade da bola era de aproximadamente 90
km/h ou 25 m/s, quando foi espalmada pelo goleiro.” O que significa isso?
Como se faz essa estimativa de velocidade?
Se um automóvel estivesse a 90km/h, isso quer dizer que ele
percorreria 90 quilômetros de distância no tempo de 1 hora. Possivelmente, a
estimativa do comentarista deve ter sido calculada por computador da
seguinte maneira: pelo vídeo do chute, é anotado o instante em que o pé do
jogador toca a bola e a posição em que ele está no campo; é anotado também
o instante em que o goleiro espalma a bola e a posição do goleiro. Assim,
obtém-se a distância que a bola percorreu e o tempo que levou para isso. O
que é a velocidade da bola, então?
Se, para simplificar, considerarmos que a velocidade da bola é
constante ao longo de toda sua trajetória, então, por definição:
Rigorosamente falando, isso não é verdade, pois o atrito do ar diminui
a velocidade da bola o tempo todo. Estamos simplificando as coisas. Em
linguagem matemática:
Chamando a velocidade de V,
o espaço percorrido de e,
o tempo gasto de t
Temos:
t
eV
logo, tVe
No caso do chute narrado pelo comentarista, a bola percorre um espaço
de 25 metros a cada segundo. Ou 50 metros a cada 2 segundos, ou 100 metros
a cada 4 segundos, ou 150 metros a cada 6 segundos, e assim por diante.
Velocidade é a distância percorrida dividida pelo tempo de percurso.
ESPAÇO percorrido
é igual a velocidade
multiplicada pelo
TEMPO gasto
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
16
Podemos visualizar essa relação do espaço (e) percorrido com o tempo (t) de
percurso utilizando a lei matemática tVe , substituindo a letra (V) por
25 (velocidade da bola).
O espaço percorrido está em função (depende) do tempo de percurso.
t
(tempo em segundos) te 25
0 0
1 25
2 50
4 100
6 150
Observe que quanto mais aumenta o tempo (t) mais aumenta o espaço
(e) - há um crescimento.
O vendedor de livros
Cristiano é vendedor de livros e seu salário mensal é
composto de comissão relativa a venda dos livros (para
cada livro vendido recebe R$25,00) mais um valor fixo de
R$400,00. No mês de outubro Cristiano vendeu 30 livros,
em novembro vendeu 60 livros e em dezembro, que foi a sua melhor venda,
conseguiu atingir a meta de 100 livros.
Com essas informações podemos calcular os salários do trimestre na
tabela abaixo:
Mês Quantidade
de livros (L)
Cálculo do salário (S) Salário
final em R$
Outubro 30 25 . 30 + 400 = 1150
Novembro 60 25 . 60 + 400 = 1900
Dezembro 100 25 . 100 + 400 = 2900
Podemos chamar a
quantidade de
livros de (L)
O salário final
(comissão + fixo)
chamaremos de (S)
vinte e cinco vezes a quantidade de
livros + R$400,00
Espaço (e)
vai ser o
resultado
de 25
vezes o
tempo (t)
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
17
Podemos também relacionar o salário de Cristiano com a quantidade de
livros vendidos.
O salário depende (está em função) das vendas.
A lei matemática que expressa o salário de Cristiano é:
As situações aqui apresentadas foram representadas na linguagem
matemática por funções chamadas de "função polinomial do 1º grau ou
função afim". Essas funções são representadas por uma reta no plano
cartesiano.
Em situações em que a linguagem matemática é dada por uma equação
do 2º grau (quando a variável está elevada ao quadrado) representam funções
chamadas de "função polinomial do 2º grau ou função quadrática". Essas
funções são representadas geometricamente por uma curva denominada
parábola.
Antes de calcularmos o comprimento dessa grade,
devemos lembrar de alguns conceitos matemáticos:
No terreno quadrado de Jeremias o lado foi chamado de “x”
O PROBLEMA DE JEREMIAS Jeremias comprou uma casa
que está construída em um terreno quadrado de 256 m2 de área. Ele deseja colocar uma grade em toda a frente do terreno. Qual deverá ser o comprimento dessa grade?
- Todos os lados do quadrado têm a mesma medida.
(chamamos o lado de “L”)
S = 25 . L + 400
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
18
- Sabe-se que a área do terreno quadrado é de 256 m2.
Então, L . L = L2 = 256
- Trocando a letra “L” pela letra “x”, temos:
x2 = 256
Para calcularmos devemos extrair a raiz quadrada de 256:
x2 = 256
x = 256
x = +16 ou -16
Temos que x = 16, logo o comprimento da cerca deve ser de 16 metros.
Você sabe qual a diferença entre uma equação de
1º grau e uma de 2º grau?
Está enganado quem achar que o nome tem a ver com ensino
fundamental ou médio! O que determina o grau de uma equação é o
expoente (a potência) da incógnita (geralmente a letra x). Nas equações de 2o
grau, o maior expoente da incógnita é 2.
- Para calcular a área de um quadrado devemos multiplicar lado vezes lado, ou seja (lado ao quadrado) :
L . L = L2
Qual o número que elevado ao quadrado é igual a 256?
(“quanto vezes quanto é igual a 256?”)
(+16) . (+16) = 256
(-16) . (-16) = 256
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
19
- Exemplos de equações do 1º grau: 3x + 2 = 8
x + 8 = -7
5x – 6 = 4
- Exemplos de equações do 2º grau: 13 y2 -7 y = 0
13x2 = 25
x2 + 4x + 10 = 34
Na equação do 1º grau o
x está elevado ao
expoente 1 porém,
x1 = x
ou seja, não é necessário
escrever o expoente 1 da
incógnita x.
2 x = 50
coeficiente incógnita
numérico ou variável
(2) (x)
Existem equações de 3o grau, 4
o grau etc.
Por exemplo, a equação 6x + 5x4 + 45x
2 = 0
é uma equação do 4o grau, pois o maior expoente da incógnita x é 4.
Raízes da equação:
A solução (resultado) de uma equação é chamada de raiz. O número
de raízes possíveis de uma equação é igual ao seu grau. Equações de 2o
grau possuem, então, no máximo duas raízes; equações de 3o grau
possuem no máximo 3 raízes, etc.
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
20
Qual o número que elevado ao quadrado resulta 25?
(“quanto vezes quanto é igual a 25?”)
Equacionando o problema temos:
x2 = 25
Logo, há dois números que satisfazem
essa condição, ou há dois números que são
raízes da equação (pois ela é de 2º grau).
Veja a resolução:
x =
x =
5 e - 5 são raízes da equação x2 = 25
Raízes de equações de 2o grau incompletas
No problema da casa de Jeremias o cálculo da medida do lado
do terreno foi feito com uma equação do 2º grau incompleta.
Veja mais um exemplo de equação do 2o grau e sua solução:
No problema da casa de Jeremias há duas raízes (dois
resultados), porém como se trata de medida (metros), só
consideramos a solução positiva (+).
Neste caso que temos
a incógnita (x)
elevada ao quadrado,
temos que extrair a
raiz quadrada do
valor numérico da
igualdade.
Um número elevado
ao quadrado que
resulta 25 pode ser
5 e também -5 pois pela
regra de sinais
(-5) . (-5) = 25
CEESVO – MATEMÁTICA - 2ª série ENSINO MÉDIO
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RAÍZES DA EQUAÇÃO DO 2º GRAU COMPLETA
O que é uma equação do 2º grau completa ?
Esse tipo de equação é completa quando possui os três coeficientes
numéricos (a, b, c).
Uma equação do 2º grau completa é da forma: a x2 + b x + c = 0
Na equação 2x2 – 8x + 6 = 0 temos:
a x2 + b x + c = 0
2 x2 – 8x + 6 = 0
Temos: a = 2
b = - 8
c = 6
Para determinar as raízes de uma equação do 2º grau aplicamos a fórmula
de BHASKARA e assim determinamos os valores do X da questão.
as letras em destaque
(a, b, c) são os
coeficientes
numéricos que
multiplicam a
incógnita x)
Bhaskara foi um importante matemático hindu do séc. XII que
contribuiu muito para o desenvolvimento da Matemática. A
fórmula que usaremos é conhecida como fórmula de Bhaskara em
sua homenagem, aplicada nas equações do 2º grau
(ax2+bx+c=0) sendo a ≠ 0 e a, b e c números reais.
Fórmula de Bhaskara:
a
bx
.2
Essa fórmula funciona
como uma “receita pronta”
para determinarmos o
resultado da equação do
2ºgrau (o valor de x).
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Na fórmula a
bx
.2
Temos outra fórmula inserida
na raiz quadrada:
Resolvendo passo a passo uma equação aplicando a fórmula:
Dada a equação : X2 - 6X + 5 = 0 devemos seguir os seguintes passos:
Basta trocar na fórmula cab 42 as letras pelos valores
correspondentes:
a - coeficiente de x² (número que
acompanha o x²)
b - coeficiente de x (número que
acompanha o x)
c - número (número que não vem
acompanhado de x)
cab 42
cab 42
1º passo – identificar os coeficientes a, b, c.
x2 = 1x
2
2º passo – descobrir o valor de (delta):
Esse 4 é fixo na fórmula (sempre será 4)
Obs:
O símbolo
é chamado
Delta
(letra grega)
Todo número
elevado ao expoente
2 resulta em sinal
positivo (+):
(-6) . (-6) = +36
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Substituindo o valores na fórmula de
Bhaskara temos:
a
bx
.2
2
46
1.2
16)6(x
EXERCÍCIO: (copie e resolva em seu caderno)
2. Determine as raízes das equações do 2º grau aplicando a fórmula de
Bhaskara:
a) x² - 5 x + 6 = 0 b) x² - 2 x - 8 = 0
3º passo – finalmente, descobrir as raízes (os valores de x)
:
Sinal negativo da fórmula
com sinal negativo do b = - 6
resulta em sinal positivo
-(-6) = +6 Logo, as raízes da equação são os
resultados obtidos na fórmula:
x’ = 5
x’’ = 1 Outra maneira de representar os resultados
é através do conjunto solução S = {1 , 5}
Na fórmula temos 4
que implica somar “+4”
na 1ª raiz (x’) e subtrair
“-4” na 2ª raiz (x”).
GABARITO
1) P(3) = 3,30 2 – a ) x’ = 3 x’’= 2
P(4) = 4,40
P(6) = 6,60 2 – b ) x’ = 4 x’’ = -2
P(12) = 13,20
Total = R$ 27,50
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BIBLIOGRAFIA
ENCCEJA – Matemática e suas tecnologias. MEC/INEP. 2006
Projeto Araribá – Matemática. 1ª Edição. Editora Moderna. São Paulo. 2006
MATERIAL ELABORADO PELA EQUIPE DE
MATEMÁTICA E FÍSICA DE 2009:
BRUNO BERTOLINO LEITE BROTAS
CLAUDIO ROBERTO RIBEIRO JUNIOR
CLAUDIO JULIO CÉSAR PINHEIRO
DANIELLE BERGAMINI
ELISA ROCHA PINTO DE CASTRO
FRANCISCO CARLOS VIEIRA DOS SANTOS
JAIR CRUZEIRO
MARCOS TADEU CASSAR VIEIRA
RITA DE CÁSSIA DE ALMEIDA RIBEIRO
DIREÇÃO:
ELISABETE MARINONI GOMES
MARIA ISABEL RAMALHO DE CARVALHO KUPPER
COORDENAÇÃO:
JAIME APARECIDO DA SILVA
APOIO:
PREFEITURA MUNICIPAL DE VOTORANTIM