34
Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB Curso: Cerimonial no Ambiente Legislativo - Turma 02 Livro: Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos Impresso por: Claudio Cunha de Oliveira Data: segunda, 19 janeiro 2015, 08:39 Página 1 de 34 Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos 19/01/2015 http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Cerimonial - Mod I

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Material curso cerimonial

Citation preview

Page 1: Cerimonial - Mod I

Módulo I - Histórias e

Conceitos Básicos

Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB

Curso: Cerimonial no Ambiente Legislativo - Turma 02

Livro: Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

Impresso por: Claudio Cunha de Oliveira

Data: segunda, 19 janeiro 2015, 08:39

Página 1 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 2: Cerimonial - Mod I

Sumário

MÓDULO I - Histórias e Conceitos Básicos

Unidade 1 - A importância do cerimonial nas organizações modernasPág. 2Pág. 3Pág. 4Pág. 5Pág. 6Pág. 7

Unidade 2 - Evolução HistóricaPág. 2Pág. 3Pág. 4Pág. 5Pág. 6Pág. 7Pág. 8Pág. 9

Unidade 3 - ConceitosPág. 2Pág. 3Pág. 4Pág. 5Pág. 6

Unidade 4 - Fundamentos da Etiqueta, do Protocolo e do CerimonialPág. 2Pág. 3Pág. 4Pág. 5Pág. 6Pág. 7

Exercícios de Fixação - Módulo IPág. 9

Página 2 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 3: Cerimonial - Mod I

MÓDULO I - Histórias e Conceitos Básicos

Página 3 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 4: Cerimonial - Mod I

Unidade 1 - A importância do cerimonial nas organizações modernas

“Ao longo da carreira, aprendi que a principal característica das atividades de protocolo consiste, ao mesmo tempo, na importânciadas sutilezas e em que tudo passe despercebido, o que é um desafio

mais complicado do que aparenta a um olhar leigo” Embaixador Sebastião do Rego Barros

Página 4 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 5: Cerimonial - Mod I

Pág. 2

Olá!

Você está pronto (a) para iniciarmos o nosso curso?

Então, mãos à obra.

Para começar, vamos refletir um pouco sobre a importância do cerimonial. Destacar a necessidade da sua correta utilização nas organizações não é muito difícil. O seu significado já extrapolou o ambiente oficial e faz parte da vida das pessoas.

Hoje em, dia todo mundo fala de cerimonial e protocolo com uma certa intimidade, não é? Até parece que todo mundo entende do assunto ou é obrigado a entender. Por outro lado, vemosprofissionais de outras áreas envolvidos na organização de solenidades e cerimônias, sem o menor conhecimento das técnicas e instrumentos utilizados, e até da legislação que rege as atividades oficiais.

Vamos fazer um teste? Pegue um papel e uma caneta e procure listar as situações, em seu ambiente de trabalho ou fora dele, em que você presenciou ou vivenciou o uso incorreto das normas de cerimonial.

A lista é grande, não é? Cerimônias de casamento, confraternizações, composição de mesas erradas, formaturas, cerimônias escolares, seqüência da cerimônia trocada, precedênciaserradas, bandeiras postas em lugares indevidos, atraso de autoridades, etc. Os exemplos parecem não ter fim.

Página 5 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 6: Cerimonial - Mod I

Pág. 3

Mas, apesar dessa universalização e aparente massificação, a atividade de cerimonial vem se consolidando como uma atividade de suma importância no dia a dia de todas as organizações, notadamente as públicas.

No legislativo federal, estadual e municipal o seu exercício é determinante para o bom andamento dos variados eventos que caracterizam a natureza de nosso Parlamento, Assembléias e CâmarasMunicipais. São sessões solenes, especiais, compromissos constitucionais, cerimônias de instalação, lançamentos, visitas oficiais e de cortesia, ou seja, uma sucessão de fatos solenes ou não, em que o responsável pelo cerimonial tem de conduzir o seu andamento de forma a garantir o sucesso do evento e não comprometer a imagem da instituição e da autoridade que a preside.

Por isso, é necessário que o profissional responsável ou envolvido com as atividades de cerimonial de uma casa legislativa estude, pesquise e se atualize sempre sobre o assunto.

Página 6 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 7: Cerimonial - Mod I

Pág. 4

A razão da importância

O mundo vem passando por um processo de desenvolvimento em todos os aspectos e setores, fato sem precedentes na história da civilização.

As pessoas no âmbito pessoal, profissional ou coletivo são bombardeadas, continuamente, por um volume de informações que se propaga em progressão geométrica. A reação a estemovimento é uma natural procura por mais informação devido ao interesse despertado.

O tão falado processo de globalização incrementou e tornou as comunicações instantâneas, aproximando e estreitando os laços entre os indivíduos seja em escala local, regional ou mesmo mundial.

Em função disso, você deve estar reparando que, hoje, as pessoas se relacionam mais, e, emconseqüência, há um aumento natural das relações entre as organizações, o que resulta numa maior visibilidade e significação das atividades oficiais.

Página 7 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 8: Cerimonial - Mod I

Pág. 5

Hoje, cada vez mais, a sociedade, como um todo, exige e clama por transparência em relação aos assuntos públicos e oficiais.

Não há justificativa para a existência de organizações públicas fechadas e distantes da população, e afastadas da opinião pública pelo isolamento de seus atos. E no Legislativo, onde se encontram os representantes da população, essa situação é simplesmente impensável, concorda?

As organizações, na busca constante pela excelência, pela transparência, por relações duradouras com seus públicos e pela conquista de uma boa imagem perante a opinião pública, começam a reconhecer a importância da ação do cerimonial.

Os resultados de sua ação direta na organização de solenidades, programas de visitas, agenda de autoridades e recepções oficiais, contribuem de maneira concreta para o estabelecimento derelações oficiais e institucionais sólidas, equilibradas e de respeito mútuo.

Página 8 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 9: Cerimonial - Mod I

Pág. 6

O Cerimonial hoje

Nos dias de hoje, de acordo com o Embaixador Augusto Estellita Lins (1991:13), podemos identificar duas correntes ou escolas: a escola formalista segue regras estritas para cada circunstância. Seu exemplo máximo é o protocolo de corte encontrado no Vaticano, em casas reais européias e na Corte Japonesa.

A outra corrente é da escola política ou utilitária, mais adaptada às implicações econômicas, sociais e políticas modernas, que simplifica o protocolo e o adapta a outros interesses.

Na verdade, num mundo em que o conceito de tempo extrapolou a sua significância original, medidor da passagem da vida, para ser uma referência de valor econômico e medidor qualitativo de atuação profissional, a visão de longas cerimônias, almoços e banquetes com horas de duração, solenidades com início determinado e sem término previsto, tornaram-se totalmente anacrônicas.

Por isso, observa-se, cada vez mais, uma tendência que tende a moldar o dia a dia do cidadão, bem como das instituições. O profissional envolvido com os assuntos de cerimonial não pode deixar de estar atento a este movimento universal que objetiva simplificar o cotidiano das instituições e organizações.

Ou seja, a palavra de ordem nas relações, hoje em dia, é simplificação, o que não implica na redução de importância das instituições ou autoridades que as representam ou a elas estão ligados.

Página 9 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 10: Cerimonial - Mod I

Pág. 7

Como bem coloca Lins (1991:14), esta simplificação de procedimentos não implica no abandono dos atributos de educação, discrição e bom gosto, que devem permear toda e qualquer ação de cerimonial, bem como o entendimento, claro, de que os princípios que regem a ação do profissional aqui tratado, obrigatoriamente, devem ser o de generosidade, humildade e real interesse pelas pessoas.

Recapitulando, vimos nesta unidade o relevo das ações do cerimonial, e como elas são importantes numa casa legislativa. Deu para você perceber como é necessário estar bem preparado para atuar na área? Que bom! Então podemos continuar.

Página 10 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 11: Cerimonial - Mod I

Unidade 2 - Evolução Histórica

“Não acreditamos que haja cérebro que possa guardar nos mínimos detalhes as disposições vigentes dos cerimoniais.

Acreditamos, entretanto, que é preciso sentir seus princípios básicos e sua origem e história para num determinado momento estarmos aptos a decidir,

e por que não – improvisar, dentro de uma linguagem onde a tônica constante é o respeito recíproco e a solidariedade”

Nelson Speers

Página 11 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 12: Cerimonial - Mod I

Pág. 2

Apresentação

É muito importante estudar as origens do cerimonial, a sua história, de forma a entendermos melhor a aplicação das regras e normas atualmente empregadas.

Na primeira unidade, você estudou sobre a importância do cerimonial para as organizações modernas, e que a grande tendência é um processo de simplificação em função das características do mundo moderno.

Mas, nem sempre foi assim. Os códigos e normas de cerimonial eram muito mais complicados. Você deve lembrar que, nas civilizações antigas, os reis e imperadores eram identificados com oDeus de suas crenças, ou seja, eram a própria divindade na terra. Daí você pode imaginar a complexidade dos rituais e cerimônias.

Mas, onde estão as origens do cerimonial e do protocolo? Onde encontrá-las? Vamos pesquisar?

Página 12 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 13: Cerimonial - Mod I

Pág. 3

Os primeiros registros

Nos registros encontrados das primeiras grandes civilizações (egípcia, chinesa, persa, indiana, mesopotâmica, grega, romana, etc), vamos encontrar códigos, conjuntos de normas e preceitos, bem como sistemas estruturados e rígidos de práticas de cerimonial voltados para o dia a dia das cortes, da burocracia oficial e religiosa e até para os cidadãos comuns.

Em cada civilização, as normas definiam, em maior ou menor grau de complexidade edetalhamento, o comportamento nas cortes, a maneira de se dirigir aos governantes, as relações entre governos com outros povos, a troca de presentes, cerimônias do dia-a-dia, do casamento ao funeral, dentre outras situações.

Onde você imagina que são encontrados esses registros? Pense um pouco e responda.Muito bem! Acredito que você tenha respondido algum dos seguintes registros: na literatura, no Antigo Testamento, em documentos históricos e nos registros em monumentos. Nos exemplos dados são encontradas diversas referências ao enfoque dado ao cerimonial pelos antigos,principalmente nos assuntos de precedência, normas ritualísticas e de comportamento.

Página 13 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 14: Cerimonial - Mod I

Pág. 4

Alguns exemplos nas civilizações antigas

Agora vamos conhecer alguns exemplos de situações de cerimonial e protocolo ao longo da história da civilização.

Do terceiro milênio antes de Cristo, existem registros da civilização suméria, que tinha, já naquela época, indícios de uma organização de protocolo:

Ainda, no Palácio de Mari:

Muito avançado para a época, você não acha?

Fonte: Corbis Images

Página 14 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 15: Cerimonial - Mod I

Pág. 5

A pompa das cortes dos faraós no antigo Egito é de conhecimento generalizado, não é mesmo? Segundo SPEERS (2004:39):

Já para os assuntos de Estado, o Faraó considerava o comércio como uma questão diplomática, a ponto de que os acordos comerciais entre o Egito com outros povos eram realizados pelosembaixadores egípcios ao trocarem presentes com os monarcas estrangeiros.

Fonte: Corbis Images

Página 15 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 16: Cerimonial - Mod I

Pág. 6

Os hititas que se estabeleceram na Anatólia (região entre o Mar Negro e o Mar Mediterrâneo) por volta de 1.500 a.C. eram detentores de um código de leis bem definido e, mesmo sendo um povoextremamente guerreiro, foram pioneiros da arte da diplomacia. Pode-se afirmar que eram especialistas na arte de negociar e estabelecer tratados.

Mais ou menos um século depois, por volta de 1.400 A.C., os olmecas se estabeleceram no Golfo do México e desenvolveram uma complexa civilização que privilegiava extensos centroscerimoniais e, além das conquistas, operavam uma espécie de “consulado comercial”.

O historiador Heródoto relata que, no século VII a.C., o rei medo, povo que deu origem à antiga Pérsia “governava a partir de uma fortaleza no topo de uma colina em Ecbátana ... ninguém podia rir ou cuspir na presença do rei e toda a comunicação com este se fazia por umintermediário” (Editores Time-Life Livros, 1989:13)

Você sabia que um dos sistemas mais completos e complexos de cerimonial conhecido das civilizações antigas é da época de Chou Kung, fundador da dinastia Chou, da China do século XII a.C.? É SPEERS(2004:40) quem relata:

Fonte: Corbis Images

Página 16 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 17: Cerimonial - Mod I

Pág. 7

Você deve ter reparado que com toda esta preocupação em ordenar tanto a vida da corte, como também a vida do cidadão comum, os chineses, no passado, foram os grandes mestres da arte do cerimonial.

Mas, vamos continuar, com mais dois exemplos de civilizações antigas.

Há registro de que entre os celtas, 600 a.C., a disposição dos participantes nos banquetes era definida por um protocolo extremamente rígido: membros da alta nobreza, mais corajosos, maisricos, e melhores contadores de história.

Em 500 a.C., sempre que o Imperador Dario da Pérsia se deslocava de uma capital para outra:

Dá para imaginar o trabalho desse mestre de cerimônia para o protocolo!

Página 17 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 18: Cerimonial - Mod I

Pág. 8

Da Idade Média à Revolução Industrial

Vamos dar um salto no tempo. As relações são outras, mas você ainda irá encontrar um componente de força muito explícito nas relações entre os estados. A precedência entre nações e seus representantes ainda é pelo critério da força, como veremos mais a frente quandoestudarmos precedência.

Mesmo assim, na Idade Média tem origem o comportamento cortesão e castelão, que vai se consolidar no Renascimento. É nesta época que se desenvolvem o código de cavalaria e também as regras e princípios da Heráldica. A influência do Império Romano no Oriente se faz sentir nas cortes europeias.

O esplendor de Bizâncio é fonte de inspiração para o movimento de ostentação que se inicia nas referidas cortes, notadamente na francesa e na Santa Sé, espalhando-se por toda a Europa.

Chegamos a era Napoleônica, e de acordo com LINS (1991:23):

Com a Revolução Industrial, temos a crise das elites e o aparecimento dos regimes republicanos, que mudaram não só os regimes de governo, mas também alteraram as normas de convívio social para um ordenamento menos formal, o que afetou diretamente as normas de cerimonial eprotocolo.

Página 18 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 19: Cerimonial - Mod I

Pág. 9

Século XX e XXI

Para você, não deve ser novidade o fato de que durante o desenvolver do século XX e o início deste século presencia-se uma influência cada vez maior da mídia no dia a dia das pessoas, o acentuado processo de globalização e o desenvolvimento, numa escala nunca antes vista, das comunicações organizacionais e pessoais propiciada pelo advento da internet e da telefonia celular.

Tal processo midiático da sociedade alterou significativamente a etiqueta e as normas protocolares, propiciando uma maior interação e aproximação entre as nações, as organizações efundamentalmente as pessoas.

Para terminar esta unidade é interessante ressaltar que as mudanças na etiqueta e normas de cerimonial e protocolo da sociedade ocidental, está intimamente ligada a trajetória percorrida pelas suas elites ao longo dos últimos séculos como podemos observar no seguinte esquema:

Ao concluir, acredito que esta pequena revisão histórica o ajudou a conhecer um pouco das raízes do cerimonial e a entender que as normas e procedimentos que adotamos no nosso dia a diaprofissional tem uma razão de ser e estão diretamente ligadas ao nosso processo evolutivo.

Página 19 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 20: Cerimonial - Mod I

Unidade 3 - Conceitos

“Quando dizemos que algo é protocolar,damos ao termo o sentido de algo artificialmente formal.Já cerimonioso dá idéia de formas exteriores tais como

mesuras, gentilezas, manifestações de respeitoem linguagem de elite”

Embaixador Augusto Estellita Lins

Página 20 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 21: Cerimonial - Mod I

Pág. 2

Apresentação

Vamos agora estudar as definições e conceitos de cerimonial, protocolo e etiqueta.

Como você verificou na unidade anterior, a sociedade evolui ao longo do tempo e assim também as formas de se comportar e de se relacionar.

Todo este conjunto de práticas está diretamente relacionado e constitui o que normalmente a maioria das pessoas conhece como etiqueta, protocolo e cerimonial.

Neste processo, toda sociedade, ao longo de seu desenvolvimento, reúne um conjunto de normasjurídicas aliadas a regras de comportamento acordadas de forma consensual pelo grupo ou conjunto social. Estas se associam a tradições, normalmente transmitidas de forma oral de geração em geração, aos atos e costumes de uso geral, e a moda, hábitos, crenças, mitos e tabus, que caracterizam e particularizam cada nível social.

Página 21 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 22: Cerimonial - Mod I

Pág. 3

Uma breve introdução

Cerimonial, protocolo e etiqueta são termos usualmente utilizados como sinônimos. Esta confusão é natural, visto que a maioria dos especialistas que trata do assunto difere nas suas abordagens.

Tal divergência não surpreende, pois tanto o cerimonial, quanto o protocolo e a etiqueta são códigos que se estruturaram a partir das relações humanas e tiveram por base os costumesaceitos por uma determinada sociedade, num determinado período.

O objetivo comum destes três conceitos é sistematizar as relações sociais, servindo de parâmetro para a atuação dos indivíduos, organizações e governos.

Quem faz uma ótima descrição sobre o tema é MELLO (1962:298):

Como você já deve ter percebido, os termos cerimonial e protocolo, apesar de distintos, são empregados de maneira indiscriminada.

Página 22 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 23: Cerimonial - Mod I

Pág. 4

Os conceitos

Agora, vamos aos conceitos:

O Cerimonial, em termos gerais, estabelece a sucessão dos atos de uma cerimônia ou evento. Trata-se de um roteiro geral a ser aplicado e respeitado por todos aqueles que participarão do

ato.

Por suas características intrínsecas, o cerimonial tem a responsabilidade de promover a harmonia entre todos os participantes, respeitando os níveis hierárquicos das autoridades presentes, por meio do uso adequado da precedência, seu principal instrumento de orientação.

Podemos afirmar que é uma síntese dos usos e costumes, das tradições e principalmente das leis e normas adotadas nadiplomacia, e, na maior parte das vezes, consagradas em acordos e tratados internacionais.

Página 23 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 24: Cerimonial - Mod I

Pág. 5

Protocolo é o conjunto de normas, regras e códigos utilizados nas cerimônias e atos oficiais. É reconhecido internacionalmente como um sistema de cortesia. Refere-se tanto às práticasadotadas por um país no seu relacionamento com as demais nações estrangeiras, quanto às práticas dos atos oficiais do governo no âmbito interno.

Pode-se definir etiqueta como o conjunto de normas e padrões de comportamento social adotados por uma sociedade. Em decorrência da dinâmica social, as regras de etiqueta estão em constante processo de transformação e adequação.

A etiqueta é o sistema que indica a forma adequada de um indivíduo viver e conviver em sociedade, abordando aspectos como: vestuário, alimentação, como convidar e ser convidado, acomunicação pelo uso da linguagem escrita, oral e gestual, etc. Dessa forma, possibilita que o convívio social se recubra de uma atmosfera agradável e harmoniosa, evitando situações de embaraço e conflito.

Página 24 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 25: Cerimonial - Mod I

Pág. 6

Conclusão

A partir dessas definições podemos estabelecer a seguinte correspondência:

O CERIMONIAL é a FORMA no sentido de estruturar, organizar e caracterizar uma solenidade,cerimônia ou evento; o PROTOCOLO é a NORMA que diz respeito às leis e regulamentos a serem obedecidos e aplicados; e, a ETIQUETA corresponde à CONDUTA que os participantes dos eventos e solenidades devem seguir.

Com as definições acima, você já tem condições e elementos para concluir que o profissional queatua na área de cerimonial de uma Assembléia Legislativa ou Câmara Municipal, quando planeja uma cerimônia, tem que ter em mente a diferenciação apresentada.

Com esse entendimento, ficará mais fácil você planejar o evento e saber que instrumentosempregar, além de auxiliar os participantes do evento, autoridades e convidados, com o fornecimento das informações corretas de forma a evitar constrangimentos ou embaraços do tipo “Eu não sabia” ou “Não fui informado”, que com certeza estragam o brilho de qualquer cerimônia e estressam a equipe e as autoridades envolvidas.

Outro aspecto importante a ser observado é que se você conduzir e organizar uma solenidade deforma correta, a instituição sairá valorizada e com uma boa imagem perante a opinião pública. O que contribuirá para que a Casa Legislativa atinja os seus objetivos e atenda os interesses da comunidade onde ela se insere.

Atuando com essa compreensão, ficará mais fácil para você dar o destaque e a posição correta que as autoridades têm direito e tornará mais clara para os demais convidados a razão dessa diferenciação.

Página 25 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 26: Cerimonial - Mod I

Unidade 4 - Fundamentos da Etiqueta, do

Protocolo e do Cerimonial

“Rituais existem e é bom que sejam respeitados.Mas tudo tem hora e razão de ser.Exigir um comportamento formal

sem motivo não faz nenhum sentido”Gloria Kalil

Página 26 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 27: Cerimonial - Mod I

Pág. 2

Na unidade anterior, você aprendeu as diferenças conceituais entre etiqueta, protocolo e cerimonial, e como os termos são utilizados, indiscriminadamente, em muitas situações.

Esta situação se deve ao fato de que as ações de cerimonial se fundamentam em valores que a sociedade estabelece como padrão de conduta. LINS (1991:27) faz uma colocação precisa sobre o assunto:

Pare e pense a respeito do que você acabou de ler.

Depois dessa reflexão, você está pronto para estudar algumas funções humanas que, segundo oautor, dão origem à etiqueta e fundamentam as ações de protocolo e cerimonial: a alimentação e o vestuário.

Fonte: Corbis Images

Página 27 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 28: Cerimonial - Mod I

Pág. 3

Alimentação

Como é do seu conhecimento, a alimentação é a função básica de sobrevivência da espéciehumana. Mas, ao longo do tempo, as diversas civilizações desenvolveram rituais e recobriram o ato de se alimentar de uma significância além da sobrevivência, como atestam as comemorações, as celebrações, as festas e os banquetes.

As normas e procedimentos relacionados com a alimentação variam de cultura para cultura. Cadasociedade estabelece, com base no senso comum às regras de boas maneiras à mesa, as receitas, a ordem dos pratos, os menus, a relação e adequação das comidas e bebidas e o serviço.

Tudo isso é muito importante. Mas, o mais importante é que você, como encarregado do cerimonial, deve ter sempre em mente que nem sempre o orçamento e as condições de infra-estrutura do local permitem organizar aquele banquete no almoço, uma recepção sem precedentes ou um grande jantar de gala.

O que fazer, então? Planejar com cuidado e realizar com o maior capricho aquilo que é possívelexecutar. Se não tem garçons e “maitres” suficientes para servir, então não é viável empregar o serviço francês ou inglês. Por que não optar pelo serviço americano, onde as pessoas se dirigem ao ”buffet” para se servir? Bem mais simples, não?

Página 28 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 29: Cerimonial - Mod I

Pág. 4

Se os convidados são menos solenes e mais informais, talvez uma boa peixada ou um prato típico da região, que as cozinheiras locais são mestres em preparar, faça mais sucesso do que um“menu” com receitas estrangeiras e de difícil preparo.

Hoje, colocar as travessas diretamente em cima da mesa do almoço ou jantar, já é aceito ecaracterístico do serviço brasileiro. Mas, cuidado! Este tipo de serviço é apropriado apenas para ocasiões informais.

Outro cuidado que se deve ter, com respeito à alimentação, é não servir pratos e comidas ou bebidas exóticos demais ao paladar. Lembre-se que, talvez, a autoridade ou o visitante ilustrenão esteja acostumado a determinado tipo de alimento ou tenha até restrições médicas ou alérgicas.

Uma dica: o sucesso está no simples e bem feito.

A cenografia também faz parte. Aproveite para valorizar a cultura e as características regionais e locais na definição da decoração e dos arranjos florais, na escolha das toalhas e da louça, porexemplo.

Fonte: Corbis Image

Página 29 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 30: Cerimonial - Mod I

Pág. 5

Vestuário

As normas de conduta não têm prazo de validade e tão pouco são estabelecidas de forma uniforme e ao mesmo tempo, com data de início de vigência, como as leis. O vestuário é uma das funções em que isto pode ser considerado quase como uma regra, em função da dinâmica dasmudanças sociais.

A função vestiário é uma eterna preocupação, não é mesmo? De acordo com LINS( 1991:20), nela são observados os estilos e qualidades das roupas, os trajes de gala e de cerimônia; os trajes de ocasião e os sinais distintivos.

Para você ter uma idéia de quanto o assunto é sério, os PADRES SALESIANOS (1926) afirmavam, naquele tempo, que no “No vestir, mais do que em outras coisas, deve-se guardar um razoável meio termo, evitando os exageros, isto é, o excessivo cuidado e o desleixo”.

Com base no que foi comentado até agora, vamos fazer uma reflexão.

Como você percebeu, as regras e normas podem ser muitas e variadas, mas uma coisa é certa: modismos, exageros e exotismos não são permitidos nunca. Lembre-se sempre que o nosso ambiente de trabalho é público e oficial, o que exige uma dose elevada de sobriedade e discrição.

Página 30 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 31: Cerimonial - Mod I

Pág. 6

Você deve estar se perguntando: então como definir o traje para uma cerimônia ou evento?

As relações públicas ou o encarregado do cerimonial deve ter em mente os seguintes pontos ao definir o traje para uma determinada cerimônia ou evento:

Uma criteriosa análise dos itens acima deve ser observada no planejamento do evento de forma a evitar-se a ocorrência de situações constrangedoras ou deselegantes.

Ultimamente, em nome de uma modernidade duvidosa, alguns autores (poucos, ainda bem) afirmam que não se usa mais a indicação do traje no convite, que isso é ultrapassado. Não é. Aindicação do traje no convite é uma informação extremamente importante para quem é convidado para um evento. Pelo traje indicado, a pessoa sabe como será o evento.

Só para exemplificar a importância dessa indicação, vamos fazer um exercício mental: você deve lembrar de algum evento no qual um homem passa por uma situação constrangedora por estartotalmente informal numa cerimônia em que estão todos engravatados, ou daquela senhora que chega numa festa numa produção luxuosa e todas as mulheres estão informalmente de jeans, ambos por não terem recebido a informação correta sobre o evento.

Página 31 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 32: Cerimonial - Mod I

Pág. 7

Vamos conhecer a classificação dos trajes?

Figura à esquerda: Traje Esporte

Figura à direita: Traje Passeio (Tenue de Ville)

Página 32 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 33: Cerimonial - Mod I

Exercícios de Fixação - Módulo I

Parabéns! Você chegou ao final do Módulo I de estudo do curso Cerimonial no Ambiente Legislativo.

Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma releitura do mesmo e responda aos Exercícios de Fixação. O resultado não influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o seu domínio do conteúdo. Lembramos, ainda, que a plataforma de ensino

faz a correção imediata das suas respostas!

Para ter acesso aos Exercícios de Fixação, clique aqui.

Página 33 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230

Page 34: Cerimonial - Mod I

Pág. 9

Trajes de Gala e de Cerimônia

Aqui vale um comentário: a casaca, o fraque e as fardas de gala são trajes praticamente abolidosdo dia a dia. Os últimos só são superados pelos trajes de corte usados em cerimônias em que se leva coroa, tiaras, manto, capa e espada ou cetro, como no Vaticano e em outras cortes europeias.

Não se esqueça que os militares têm um uniforme para cada tipo de ocasião. Então, como proceder? Você não é obrigado a saber qual é o uniforme do dia ou qual é a sua denominação. A solução é simples: no convite, ao indicar o traje, colocar a expressão “uniforme correspondente”.

Por fim, para evitar erros, siga as recomendações abaixo:

Resumo

Nesta unidade, você teve a oportunidade de refletir sobre a importância de duas funções humanas que fundamentam, a partir de suas características próprias, o protocolo, o cerimonial e a etiqueta.

Página 34 de 34Módulo I - Histórias e Conceitos Básicos

19/01/2015http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16230