35
111 CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS ANDRÉ LUIZ SILVA MATOS CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS NO CBMGO GOIÂNIA 2014

CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

  • Upload
    vannga

  • View
    220

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

111

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS

ANDRÉ LUIZ SILVA MATOS

CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS NO CBMGO

GOIÂNIA

2014

Page 2: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

222

ANDRÉ LUIZ SILVA MATOS

CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS NO CBMGO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás como parte dos requisitos para obtenção do título de Aspirante a oficial.

ORIENTADOR: MAJ. CARLOS BORGES DOS SANTOS

GOIÂNIA

2014

Page 3: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

333

ANDRÉ LUIZ SILVA MATOS

CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS NO CBMGO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO APRESENTADO AO CORPO DE

BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS COMO PARTE DOS REQUISITOS

PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE ASPIRANTE A OFICIAL.

APROVADO POR:

___________________________________________________________

DIVINO APARECIDO DE MELO, CEL QOC. Corpo de Bombeiros Militar de Goiás

(Examinador Interno)

___________________________________________________________

DOUGLAS CASTILHO DE QUEIROZ, MAJ. QOC. Corpo de Bombeiros Militar de

Goiás

(Examinador Interno)

___________________________________________________________

PEDRO CARLOS BORGES DE LIRA, MAJ. QOC. Corpo de Bombeiros Militar de

Goiás

(Examinador Interno)

___________________________________________________________

CARLOS BORGES DOS SANTOS. MAJ. QOC. Corpo de Bombeiros Militar de Goiás.

(Orientador)

Page 4: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

444

D E D I C A T Ó R I A

Dedico minha vida a vocês.

Obrigado Thayssa e Ludmila.

Page 5: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

v

S U M Á R I O

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1

1.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 2

1.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 2

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 4

2.1 A Certificação Digital .......................................................................................... 4

2.1.1 Criptografia de Dados .................................................................................. 4

2.1.2 Algoritmos Criptográficos de Chave Pública ................................................ 6

2.1.3 Assinatura Digital ......................................................................................... 8

2.1.4 Documento em Papel x Documento Eletrônico ........................................... 9

2.1.5 Certificado Digital ....................................................................................... 10

2.1.6 Responsabilidades..................................................................................... 12

2.2 O Programa Autodesk Design Review ............................................................. 12

2.2.1 Introdução .................................................................................................. 12

2.2.2 Ferramentas Digitais de Análise de Projetos ............................................. 13

2.2.2.1 Cotas no projeto ................................................................................. 13

2.2.2.2 Medidas de Área ................................................................................. 15

2.2.2.3 Comparação entre Revisões dos Projetos ......................................... 16

2.2.2.4 Assinatura Digital no Design Review .................................................. 17

2.2.2.5 Outras Ferramentas ............................................................................ 17

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 19

3.1 Forma de Encaminhamento dos Documentos ................................................. 19

3.2 Nomenclatura Padrão dos Arquivos ................................................................. 19

3.3 Análise do projeto ............................................................................................ 20

3.4 Procedimento Processual Digital de Análise .................................................... 21

Page 6: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

vi

3.5 Custos do Maquinário para Análise Digital ...................................................... 23

4 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 24

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 26

Page 7: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

vii

R E S U M O

Como parte de um processo de modernização, várias instituições da

administração pública estão deixando de adotar procedimentos processuais em meio

físico. Para que o CBMGO não fique aquém desta modernização, o trabalho proposto

tem o intuito de apresentar uma proposta de implantação da certificação digital na

análise dos projetos de segurança contra incêndio e pânico remetidos à cooporação.

O conceito de certificado digital é esmiuçado de forma que o leitor entenda o

processo. Com a certificação digital é possível a substituição da assinatura física por

uma digital que inclusive tem validade jurídica.

Para que o processo de análise de projetos seja completamente digital é

necessário que haja um programa que faça a leitura dos arquivos em meio eletrônico.

Formatos como o dwg que são lidos em programas comerciais como o AutoCAD

podem ser facilmente convertidos para o formato dwf. Neste formato não é possível

alterar o projeto e uma assinatura digital pode ser incluída.

Uma nova metodologia de análise é proposta com ferramentas que auxiliam

a vida de que projeta e de quem analisa.

Ao final, é apresentado os custos da implantação do sistema e quanto o

processo proposto pode ser vantajoso quando comparado ao atual vigente.

Page 8: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

viii

S U M M A R Y

As part of a modernization process, various institutions of government are

failing to adopt procedural requirements in physical environment. For the CBMGO

does not fall short of this modernization, the proposed work aims to present a proposal

for implementation of digital certification in project analysis to fire and panic remitted to

this corporation.

The digital certificate concept is bruised so that the reader understands the

process. With digital certification is possible to replace the physical by a digital

signature that even has legal validity.

For the analysis project process is completely digital there must be a program

that scan the files electronically. Formats like dwg are read in commercial programs

such as AutoCAD can easily be converted to dwg format. This format is not possible

to change the design and digital signature can be included.

A new methodology is proposed with analysis tools that help the lives of those

that designs and analyzes.

At the end, the costs of deployment of the system is presented and how the

proposed process can be advantageous when compared to current prevailing

Page 9: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

1 Página

1 I NT RO DUÇÃO

Desde a aquisição de autonomia, dada pela Constituição do Estado de Goiás,

no ano de 1989, o Corpo de Bombeiros Militar sofreu um acelerado processo de

modernização. A corporação cresceu e cresceram também as responsabilidades e

tarefas desempenhadas por ela. A modernização é uma característica inerente a

todas as instituições. Na medida que o tempo passa, novas formas surgem de

desempenhar as tarefas que uma instituição exige.

Estas novas formas fazem com o que o trabalho seja algumas vezes mais

rápido, eficiente, ganhe qualidade, seja mais organizado, sistematizado e traga

economia. Algum ganho sempre há e o ganho é o que justifica a modernização.

Alguns órgãos da administração pública sofrem, atualmente, uma revolução

digital. Assim, por exemplo podemos destacar, na esfera federal o Superior Tribunal

de Justiça, na esfera estadual, o Estado do Rio de Janeiro e, na esfera municipal, a

Prefeitura de São Paulo.

Com a implantação de processos digitais no STJ a distribuição dos processos

aos relatores, que antes levava dias, leva hoje apenas alguns segundos.

Desapareceram as distâncias físicas entre advogados e o STJ, as salas de arquivos

estão desaparecendo, e incrivelmente houve uma economia 113 milhões e 100 mil

folhas que representam 26 a 32 mil árvores de eucalipto, 54 milhões de litros de água

e 2,7 milhões kWh de energia. Além de poupar o meio ambiente, o STJ economizará,

a partir da implantação de processos digitais, 6,9 milhões de reais em serviços de

postagem.

Com a introdução da informatização dos processos administrativos, o governo

do Estado do Rio de Janeiro, irá eliminar, paulatinamente, o uso de papel e a prática

de impressões e os gastos com a movimentação dos processos entre órgãos,

estimando-se uma economia de mais de R$ 130 milhões em 10 anos.

A prefeitura de São Paulo atualmente analisa os projetos de obras que serão

executadas naquele município de forma digital. A aprovação eletrônica é um novo

sistema que foi implantado com o intuito de agilizar o processo de licenciamento de

obras e garantir a transparência, diminuindo, dessa forma, a quantidade de papéis e

Page 10: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

2 Página

otimizando sistemas de tramitação dos processos, responsáveis pelo atraso na sua

análise e aprovação.

Assim, como nos três exemplos citados, várias instituições da administração

pública usam processos digitais. Temos outros exemplos como a Receita Federal, o

Ministério de Comunicações, o Tribunal de Justiça de São Paulo e do Mato Grosso do

Sul.

Para propor a implantação do mesmo processo à análise de projetos de

segurança contra incêndio e pânico, este trabalho procura mostrar as vantagens da

certificação digital dos projetos no âmbito do Corpo de Bombeiros Militar do Estado

de Goiás.

Ao final do trabalho, o leitor será capaz identificar a proposta de certificação

digital na análise de projetos, a forma de se proceder esta análise, a padronização

das pranchas, a metodologia de trabalho e os custos da implantação do sistema.

1 . 1 O B J E T I V O G E R A L

Este trabalho tem o intuito de apresentar uma proposta de implantação da

certificação digital na análise dos projetos de segurança contra incêndio e pânico

remetidos ao CBMGO.

1 . 2 O B J E T I V O S E S P E C Í F I C O S

No rol de objetivos específicos podemos citar:

a. A apresentação da certificação digital na análise de projetos;

b. A propositura de um programa computacional de análise de projetos

digitais;

c. Propor uma metodologia de análise com o uso de ferramentas

computacionais;

Page 11: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

3 Página

d. Apresentar os custos de implantação do sistema e quanto o processo pode

ser vantajoso.

Page 12: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

4 Página

2 REVI SÃO BI BL I OG RÁF I C A

2 . 1 A C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L

Os computadores e a Internet são largamente utilizados para o

processamento de dados e para a troca de mensagens e documentos entre cidadãos,

governo e empresas. No entanto, estas transações eletrônicas necessitam da adoção

de mecanismos de segurança capazes de garantir autenticidade, confidencialidade e

integridade às informações eletrônicas. A certificação digital é a tecnologia que provê

estes mecanismos.

No cerne da certificação digital está o certificado digital, um documento

eletrônico que contém o nome, um número público exclusivo denominado de chave

pública e muitos outros dados que mostram quem somos para as pessoas e para os

sistemas de informação. A chave pública serve para validar uma assinatura realizada

em documentos eletrônicos por uma chave privada.

A certificação digital tem trazido inúmeros benefícios para os cidadãos e para

as instituições que a adotam. Com a certificação digital é possível utilizar a Internet

como meio de comunicação alternativo para a disponibilização de diversos serviços

com uma maior agilidade, facilidade de acesso e substancial redução de custos. A

tecnologia da certificação digital foi desenvolvida graças aos avanços da criptografia

nos últimos 30 anos.

2 . 1 . 1 C R I P T O G R A F I A D E D A D O S

A palavra criptografia tem origem grega e significa a arte de escrever em

códigos de forma a esconder a informação na forma de um texto que não se pode

compreender. A informação codificada é chamada de texto cifrado. O processo de

codificação ou ocultação é chamado de cifragem, e o processo inverso, ou seja, obter

a informação original a partir do texto cifrado, chama-se decifragem.

Page 13: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

5 Página

A cifragem e a decifragem são realizadas por programas de computador

chamados de cifradores e decifradores. Um programa cifrador ou decifrador, além de

receber a informação a ser cifrada ou decifrada, recebe um número chave que é

utilizado para definir como o programa irá se comportar. Os cifradores e decifradores

se comportam de maneira diferente para cada valor da chave. Sem o conhecimento

da chave correta não é possível decifrar um dado texto cifrado. Assim, para manter

uma informação secreta, basta cifrar a informação e manter em sigilo a chave.

Figura 2.1 – Esquema de criptografia de uma arquivo.

Atualmente existem dois tipos de criptografia: a simétrica e a de chave pública.

A criptografia simétrica realiza a cifragem e a decifragem de uma informação através

de algoritmos que utilizam a mesma chave, garantindo sigilo na transmissão e

armazenamento de dados. Como a mesma chave deve ser utilizada na cifragem e na

decifragem, a chave deve ser compartilhada entre quem cifra e quem decifra os dados.

O processo de compartilhar uma chave é conhecido como troca de chaves. A troca

de chaves deve ser feita de forma segura, uma vez que todos que conhecem a chave

podem decifrar a informação cifrada ou mesmo reproduzir uma informação cifrada.

Este tipo de cifragem é utilizado por exemplo quando arquivos sigilosos devem ser

encaminhados para uma pessoa específica.

Os algoritmos de chave pública operam com duas chaves distintas: chave

privada e chave pública. Essas chaves são geradas simultaneamente e são

relacionadas entre si, o que possibilita que a operação executada por uma seja

revertida pela outra. A chave privada deve ser mantida em sigilo e protegida por quem

gerou as chaves (usuário). A chave pública é disponibilizada e tornada acessível a

Page 14: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

6 Página

qualquer indivíduo que deseje se comunicar com o proprietário da chave privada

correspondente.

2 . 1 . 2 A L G O R I T M O S C R I P T O G R Á F I C O S D E C H A V E P Ú B L I C A

Os algoritmos criptográficos de chave pública permitem garantir tanto a

confidencialidade quanto a autenticidade das informações por eles protegidas.

O emissor que deseja enviar uma informação sigilosa deve utilizar a chave

pública do destinatário para cifrar a informação. Para isto é importante que o

destinatário disponibilize sua chave pública, utilizando, por exemplo, diretórios

públicos acessíveis pela Internet.

O sigilo é garantido, já que somente o destinatário que possui a chave privada

conseguirá desfazer a operação de cifragem, ou seja, decifrar e recuperar as

informações originais. Por exemplo, para Alice compartilhar uma informação de forma

secreta com Beto, ela deve cifrar a informação usando a chave pública de Beto.

Somente Beto pode decifrar a informação pois somente Beto possui a chave privada

correspondente.

Figura 2.2 – Processo de criptografia visando a confidencialidade.

Page 15: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

7 Página

No processo de autenticação, as chaves são aplicadas no sentido inverso ao

da confidencialidade. O autor de um documento utiliza sua chave privada para cifrá-

lo de modo a garantir a autoria em um documento ou a identificação em uma

transação. Esse resultado só é obtido porque a chave privada é conhecida

exclusivamente por seu proprietário.

Assim, se Alice cifrar uma informação com sua chave privada e enviar para

Beto, ele poderá decifrar esta informação pois tem acesso à chave pública de Alice.

Além disto, qualquer pessoa poderá decifrar a informação, uma vez que todos

conhecem a chave pública de Alice. Por outro lado, o fato de ser necessário o uso da

chave privada de Alice para produzir o texto cifrado caracteriza uma operação que

somente Alice tem condições de realizar.

Assim, se Alice cifrar uma informação com sua chave privada e enviar para

Beto, ele poderá decifrar esta informação pois tem acesso à chave pública de Alice.

Além disto, qualquer pessoa poderá decifrar a informação, uma vez que todos

conhecem a chave pública de Alice. Por outro lado, o fato de ser necessário o uso da

chave privada de Alice para produzir o texto cifrado caracteriza uma operação que

somente Alice tem condições de realizar.

Figura 2.3 – Processo de criptografia visando a autenticidade.

Page 16: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

8 Página

2 . 1 . 3 A S S I N A T U R A D I G I T A L

O mesmo método de autenticação dos algoritmos de criptografia de chave

pública operando em conjunto com uma função resumo, também conhecido como

função de hash, é chamada de assinatura digital.

O resumo criptográfico é o resultado retornado por uma função de hash. Este

pode ser comparado a uma impressão digital, pois cada documento possui um valor

único de resumo e até mesmo uma pequena alteração no documento, como a

inserção de um espaço em branco, resulta em um resumo completamente diferente.

Figura 2.4 – Resultado da função hash após a assinatura do documento.

A vantagem da utilização de resumos criptográficos no processo de

autenticação é o aumento de desempenho, pois os algoritmos de criptografia

assimétrica são muito lentos. A submissão de resumos criptográficos ao processo de

cifragem com a chave privada reduz o tempo de operação para gerar uma assinatura

por serem os resumos, em geral, muito menores que o documento em si. Assim,

consomem um tempo baixo e uniforme, independente do tamanho do documento a

ser assinado.

Na assinatura digital, o documento não sofre qualquer alteração e o hash

cifrado com a chave privada é anexado ao documento.

Page 17: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

9 Página

Figura 2.5 – Conferência da assinatura digital.

Para comprovar uma assinatura digital é necessário inicialmente realizar duas

operações: calcular o resumo criptográfico do documento e decifrar a assinatura com

a chave pública do signatário. Se forem iguais, a assinatura está correta, o que

significa que foi gerada pela chave privada corresponde à chave pública utilizada na

verificação e que o documento está íntegro. Caso sejam diferentes, a assinatura está

incorreta, o que significa que pode ter havido alterações no documento ou na

assinatura pública.

2 . 1 . 4 D O C U M E N T O E M P A P E L X D O C U M E N T O E L E T R Ô N I C O

A semelhança da assinatura digital e da assinatura manuscrita restringe-se ao

princípio de atribuição de autoria a um documento. Na manuscrita, as assinaturas

seguem um padrão, sendo semelhantes entre si e possuindo características pessoais

e biométricas de cada indivíduo.

Ela é feita sobre algo tangível, o papel, responsável pela vinculação da

informação impressa à assinatura. A veracidade da assinatura manuscrita é feita por

uma comparação visual a uma assinatura verdadeira tal como aquela do documento

de identidade oficial.

Page 18: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

10 Página

Nos documentos eletrônicos não existe um modo simples para relacionar o

documento com a assinatura. Ambos são compostos apenas pela representação

eletrônica de dados, ou seja, por uma sequência de bits (0s e 1s), que necessitam de

um computador para a sua visualização e conferência. Na assinatura digital, a

assinatura gerada é diferente para cada documento, pois está relacionada ao resumo

do documento.

Apesar das diferenças, a técnica de assinatura digital é uma forma eficaz de

garantir autoria de documentos eletrônicos. Em agosto de 2001, a Medida Provisória

2.200 garantiu a validade jurídica de documentos eletrônicos e a utilização de

certificados digitais para atribuir autenticidade e integridade aos documentos. Este fato

tornou a assinatura digital um instrumento válido juridicamente.

O texto acima demonstra que o provimento de autenticação em documentos

eletrônicos é viável tecnicamente, mas ainda restam duas questões fundamentais:

como conseguir as chaves públicas? Como garantir a identidade do proprietário do

par de chaves? A resposta a ambas as questões é o certificado digital.

2 . 1 . 5 C E R T I F I C A D O D I G I T A L

O certificado digital é um documento eletrônico assinado digitalmente e

cumpre a função de associar uma pessoa ou entidade a uma chave pública. As

informações públicas contidas num certificado digital são o que possibilita colocá-lo

em repositórios públicos.

Um Certificado Digital normalmente apresenta as seguintes informações:

1. nome da pessoa ou entidade a ser associada à chave pública

2. período de validade do certificado

3. chave pública

4. nome e assinatura da entidade que assinou o certificado

5. número de série.

Entre os campos obrigatórios do certificado digital encontra-se a identificação

e a assinatura da entidade que o emitiu, os quais permitem verificar a autenticidade e

Page 19: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

11 Página

a integridade do certificado. A entidade emissora é chamada de Autoridade

Certificadora ou simplesmente AC. A AC é o principal componente de uma Infra-

Estrutura de Chaves Públicas e é responsável pela emissão dos certificados digitais.

O usuário de um certificado digital precisa confiar na AC.

A escolha de confiar em uma AC é similar ao que ocorre em transações

convencionais, que não se utilizam do meio eletrônico. Por exemplo, uma empresa

que vende parcelado aceita determinados documentos para identificar o comprador

antes de efetuar a transação. Estes documentos normalmente são emitidos pela

Secretaria de Segurança de Pública e pela Secretaria da Receita Federal, como o RG

e o CPF. Existe, aí, uma relação de confiança já estabelecida com esses órgãos. Da

mesma forma, os usuários podem escolher uma AC à qual desejam confiar a emissão

de seus certificados digitais.

Para a emissão dos certificados, as ACs possuem deveres e obrigações que

são descritos em um documento chamado de Declaração de Práticas de Certificação

– DPC. A DPC dever ser pública, para permitir que as pessoas possam saber como

foi emitido o certificado digital. Entre as atividades de uma AC, a mais importante é

verificar a identidade da pessoa ou da entidade antes da emissão do certificado digital.

O certificado digital emitido deve conter informações confiáveis que permitam a

verificação da identidade do seu titular.

Por estes motivos, quanto melhor definidos e mais abrangentes os

procedimentos adotados por uma AC, maior sua confiabilidade. No Brasil, o Comitê

Gestor da ICP-Brasil é o órgão governamental que especifica os procedimentos que

devem ser adotados pelas ACs. Uma AC que se submete às resoluções do Comitê

Gestor pode ser credenciada e com isso fazer parte da ICP-Brasil. O cumprimento

dos procedimentos é auditado e fiscalizado, envolvendo, por exemplo, exame de

documentos, de instalações técnicas e dos sistemas envolvidos no serviço de

certificação, bem como seu próprio pessoal. A não concordância com as regras

acarreta em aplicações de penalidades, que podem ser inclusive o

descredenciamento. As ACs credenciadas são incorporadas à estrutura hierárquica

da ICP-Brasil e representam a garantia de atendimento dos critérios estabelecidos em

prol da segurança de suas chaves privadas.

Page 20: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

12 Página

2 . 1 . 6 R E S P O N S A B I L I D A D E S

A certificação digital traz diversas facilidades, porém seu uso não torna as

transações realizadas isenta de responsabilidades. Ao mesmo tempo que o uso da

chave privada autentica uma transação ou um documento, ela confere o atributo de

não-repúdio à operação, ou seja, o usuário não pode negar posteriormente a

realização daquela transação. Por isto, é importante que o usuário tenha condições

de proteger de forma adequada a sua chave privada.

Em caso de suspeita de comprometimento da chave privada, seja por uma

invasão sofrida no computador ou pelo surgimento de operações associadas ao uso

da chave que não sejam de conhecimento do seu proprietário, a revogação do

certificado deve ser solicitada o mais rapidamente possível à AC responsável pela sua

emissão. Além disso, é necessário estar alerta às recomendações da DPC quanto aos

procedimentos necessários a revogação do certificado.

2 . 2 O P R O G R A M A A U T O D E S K D E S I G N R E V I E W

2 . 2 . 1 I N T R O D U Ç Ã O

O programa Autodesk Design Review é um processo reconhecido e

totalmente digital de acelerar os ciclos de análise. O software permite executar por

meios eletrônicos a análise, marcação/correção e revisão de projetos 2D e 3D. Os

usuários podem acompanhar e analisar as alterações, e a situação dessas alterações,

sem precisar esperar pelo material impresso.

Além disso o programa permite:

Page 21: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

13 Página

1. Distribuir por meios eletrônicos, com segurança e facilidade, projetos 2D e

3D no formato DWF;

2. Publicar, imprimir, visualizar, marcar, anotar, medir e assinalar em

vermelho;

3. Verificar históricos, registros de tempo e anotações;

4. Utilizar a sobreposição de versões para examinar as modificações no

projeto;

5. Inserir projetos em aplicativos Microsoft Office para criar imagens realistas

nas apresentações;

Quando o acesso aos arquivos eletrônicos não é possível, os analistas ficam

dependentes de métodos tradicionais de impressão e utilização de papel e à espera

pelo tramite das pranchas. O programa Autodesk Design Review é uma ferramenta

que economiza tempo, propiciando uma maior eficiência da administração pública,

através de ferramentas de fácil uso, especialmente desenvolvidas para que as

equipes de revisão, marquem e analisem projetos. Esta ferramenta é gratuita e

altamente integrada com outros programas como o bastante utilizado AutoCAD.

2 . 2 . 2 F E R R A M E N T A S D I G I T A I S D E A N Á L I S E D E P R O J E T O S

2 .2 .2 .1 C O T A S N O P R O J E T O

Uma das grandes dificuldades que se tem quando se procede a análise de

um projeto é a realização de medidas precisas. A forma de medir um projeto

empregada hoje no CBMGO é com o uso de escalímetro. No entanto sabe-se que

esta ferramenta tem uma boa precisão, dependendo da escala, até a primeira casa

decimal. Acontece que por muitas vezes, dependendo da espessura do traço do

projeto, o analista não consegue nem essa precisão. Podem acontecer medidas

imprecisas da ordem de décimos de metros de acordo com o tamanho da escala

usada.

Page 22: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

14 Página

Outra dificuldade que os analistas têm é a confiabilidade da cota dada no

projeto. A cota geralmente é feita com o uso de uma ferramenta dentro de um

programa, de forma que os valores das medidas são dados de forma automática

quando se desenha. O problema é que estas cotas podem ser manipuladas de acordo

com o autor do projeto ou de quem manipula o programa de desenho. Isso faz com

que as cotas não possam ser confiáveis em alguns casos e que medidas possam ser

mascaradas. Assim uma cota de 1,16m pode parecer 1,20m cotada no desenho e

medida no escalímetro.

Com o uso do programa Design Review, o analista pode medir com precisão

todos os itens do projeto independentemente da escala usada. Pode ser conferido se

a largura da escada tem mesmo 1,20m, os caminhamentos da mangueira de incêndio

e a distância máxima para se chegar a um extintor.

Figura 2.6 – Medida entre dois pontos com o Design Review.

Page 23: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

15 Página

Figura 2.7 – Medida de caminhamento com o Design Review.

2 .2 .2 .2 ME D I D A S D E Á R E A

A análise é realizada mediante o pagamento uma taxa que é calculada de

acordo com a área do projeto. Na maioria dos casos os analistas confiam na área

dada pelo autor do projeto e simplesmente conferem se o boleto possui o mesmo valor

de área do projeto. Há casos em que a área do boleto não confere com o valor da

área do projeto e há casos em que é fica claro que a área dada no projeto e paga no

boleto é menor que no projeto. No entanto o analista não tem como conferir este valor,

em muitos casos, somente com o uso de escalímetro e de calculadora.

O programa Design Review calcula qualquer área dentro do projeto com a

atribuição dos vértices do polígono que a define. O valor é dado de acordo com a

unidade de medida configurada e com a escala dada no projeto. Desta forma tanto as

áreas de ambientes específicos, quanto a área de um pavimento ou a área total da

edificação pode ser calculada facilmente pelo analista para a conferência da taxa paga

e para o cumprimento das recomendações normativas.

Page 24: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

16 Página

Figura 2.8 – Medida da área de um ambiente dentro do programa.

2 .2 .2 .3 C O M P A R A Ç Ã O E N T R E RE V I S Õ E S D O S P R O J E T O S

Uma das ferramentas mais interessantes para a análise de projetos no âmbito

do CBMGO é a comparação entre revisões de projetos.

Os projetos encaminhados para análise no CBMGO são passíveis de retorno

para uma nova análise. Há casos em que o projeto retorna sem alterações realizadas

pelo autor do projeto. Nestes casos o analista perde tempo revendo o projeto porque

ele não possui as pranchas que foram analisadas da primeira vez, não se lembra do

projeto ou não foi ele que analisou inicialmente. Mesmo que o analista se lembre ele

ainda assim perderá tempo comparando as exigências com o projeto que retornou.

O programa Design Review compara duas versões de prancha, indica quais

e onde estão as alterações com datas diferentes. Desta forma o analista não precisa

mais procurar por alterações na revisão do projeto e rapidamente pode comparar as

exigências com as alterações mostradas na tela.

Page 25: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

17 Página

2 .2 .2 .4 AS S I N A T U R A D I G I T A L N O DE S I G N RE V I E W

Para que a certificação digital seja feita no documento, o programa que o

identifica deve apresentar esta opção. Vários programas atuais como a linha Office

2013 da Microsoft e o Reader da Adobe apresentam opções para assinar um

documento de forma digital.

Com o Design Review da Autodesk não é diferente, as pranchas dos projetos

podem ser assinadas digitalmente. Esta opção dentro do programa é mostrada na

figura abaixo:

Figura 2.9 – Opção de incluir a assinatura digital no Design Review.

2 .2 .2 .5 O U T R A S FE R R A M E N T A S

Page 26: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

18 Página

O programa Design Review possui outras ferramentas que podem ser úteis

na análise de projetos. Com este recurso é permitido criar anotações, destacar partes

de um projeto, indicar onde precisa ser revisado, medir ângulos e aumentar bastante

o tamanho de uma parte específica que se deseja ver.

Page 27: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

19 Página

3 METO DOL O GI A

3 . 1 F O R M A D E E N C A M I N H A M E N T O D O S D O C U M E N T O S

Para que o processo de análise do projeto possa ser digital é importante que

os documentos possam ser encaminhados em meio eletrônico. Assim o sistema deve

ter a capacidade de receber os documentos digitais e encaminhá-los aos analistas.

Não há impedimento para isso já que as pranchas podem ser encaminhadas no

formato dwf, a ART ou RRT em pdf e os demais documentos como o memorial

descritivo e o termo de responsabilidade em pdf.

Assim o usuário se cadastra, faz o carregamento dos documentos logrado na

internet em um local de sua preferência, sem precisar se deslocar até um local em

que o CBMGO esteja presente e o sistema encaminha os arquivos para o analista.

Elimina-se, desta forma, também, a necessidade de transporte das pranchas físicas

até os analistas.

3 . 2 N O M E N C L A T U R A P A D R Ã O D O S AR Q U I V O S

É importante que os documentos possam receber uma forma padrão de

nomenclatura e que sejam organizados por revisões. As pranchas poderiam receber

a nomenclatura de acordo com o projeto encaminhado. Assim se o projeto fosse de

prevenção e combate a incêndio seria nomeado diferente do projeto de arquitetura. A

tabela a seguir apresenta uma sugestão de nomenclatura e a figura 3.1 apresenta

uma sugestão de como organizar estes arquivos dentro de uma estrutura de pastas

Page 28: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

20 Página

Tabela 3.1 – Sugestão de nomenclatura dos arquivos.

Arquivo Nomenclatura sugerida

Anotação de responsabilidade técnica ART 01, ART 02, ...

Registro de Responsabilidade Técnica RRT 01, RRT 02, ...

Pranchas do projeto de arquitetura ARQ 01, ARQ 02, ...

Pranchas do projeto contra incêndio INC 01, INC 02, ...

Memorial descritivo completo MDC

Memorial descritivo simplificado MDS

Taxa de análise TAXA 01, TAXA 02, ...

Comprovante de pagamento da taxa COMP 01, COMP 02, ...

Figura 3.1 – Estrutura de pastas sugerida.

3 . 3 AN Á L I S E D O P R O J E T O

Os arquivos de projeto, no formato “dwfx”, são o objeto da revisão, pois são

neles que estão as informações da edificação. Estes arquivos serão abertos pelo

Design Review e sobre eles, sem fazer qualquer modificação no projeto, o analista faz

suas considerações.

É importante frisar que o programa permite muitas ferramentas além do que

pode ser feito em uma análise física. O analista poderá medir quaisquer distâncias no

projeto, lineares ou não, medir caminhamentos, medir ângulos, calcular áreas,

Page 29: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

21 Página

verificar as alterações do projeto rapidamente, anotar as suas considerações,

destacar itens que ele deseja e assinar digitalmente todas as pranchas.

Com a análise concluída, basta que ele assine-as digitalmente e salve as

pranchas no mesmo local da estrutura de pasta citada na figura 3.2.

O usuário poderá ver todas as anotações feitas pelo analista. Realizada as

alterações em um programa de desenho como o AutoCAD, o usuário realiza uma nova

conversão para o formato “dwf” e manda todos os arquivos do processo novamente

para o CBMGO. Estes novos arquivos ficarão na pasta REVISÃO 2 para que o analista

compare com os arquivos da REVISÃO 1 e verifique se as alterações foram

realizadas.

3 . 4 P R O C E D I M E N T O P R O C E S S U A L D I G I T A L D E A N Á L I S E

Para iniciar o processo o usuário deve preencher a solicitação de análise e

fazer o carregamento dos arquivos. Esta solicitação já é preenchida hoje em dia no

site do CBMGO. Após inclusão de todas as informações necessárias, deverá ser paga

a taxa de análise de projeto. O usuário nesta situação deverá salvar o boleto da taxa

de análise no formato “pdf” para que o mesmo possa ser anexado ao processo,

juntamente com o comprovante, após o pagamento. Ao efetuar o pagamento, usuário

já poderá proceder o carregamento dos arquivos de projeto, no formato “dwf” e os

demais documentos no formato “pdf”.

Ao preencher a solicitação é gerado um número de protocolo. Se o boleto de

solicitação não for pago, até o vencimento, o protocolo é cancelado. O cancelamento

do protocolo obriga o usuário a preencher novamente a solicitação e a gerar outra

numeração de protocolo e consequentemente uma nova taxa de análise.

Com o carregamento de todos os arquivos a análise se procede e algumas

exigências poderão ser feitas. Se o projeto retornar com correções o analista tem uma

nova oportunidade de fazer a análise. Se, no entanto, o projeto retornar sem

modificações realizadas o protocolo é cancelado e o autor do mesmo é notificado.

Page 30: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

22 Página

Caso o projeto seja aprovado ele é assinado digitalmente e disponibilizado

para o usuário online no site do CBMGO.

Toda a proposta do procedimento processual de análise digital pode ser

visualizada na figura abaixo.

Figura 3.2 – Proposta de procedimento processual de análise digital.

Page 31: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

23 Página

3 . 5 C U S T O S D O M A Q U I N Á R I O P A R A A N Á L I S E D I G I T A L

O ideal quando se trabalha com projetos é o uso de máquinas específicas

para trabalhar com estes arquivos e os sistemas de suporte dos mesmos. Para

trabalhos de leituras de projetos, onde há a possibilidade de que muitos arquivos

sejam abertos em um único ambiente é ideal trabalhar com computadores de trabalho

chamados de workstations.

Apesar de mais caros que computadores comuns (desktops) estas máquinas

oferecem desempenho excelente e são próprias para o trabalho. Geralmente são

montadas de forma que o acesso às peças seja mais fácil e são preparadas para

longas horas de trabalho intenso.

Outra grande vantagem é que workstations tem integração para até 6

monitores conjugados para uma única área de trabalho. No Brasil a fabricante Dell

oferece estes computadores por R$ 8349,00 sem os monitores inclusos.

Monitores para trabalhar com projeto são confortáveis para o analista em

tamanhos maiores. Um tamanho ideal é aquele que não ocupa muito espaço na mesa

e que possua resolução FHD (1920 x 1080 pixels). Cada monitor tem valor

aproximado de R$ 500,00. É ideal que o analista trabalhe no mínimo com dois

monitores pois a diferença de conforto e eficiência são consideráveis.

Para que os computadores sejam conjugados uns aos outros e que possam

compartilhar os mesmos arquivos é interessante a instalação de um servidor. A função

do servidor para este caso é permitir que todos os analistas tenham acesso aos

arquivos de todos os protocolos que foram analisados digitalmente. A fabricante Dell

oferece equipamentos a partir de R$2148,00.

É essencial que o projeto passe a ser assinado digitalmente pelo último

analista. Desta forma é preciso que todos tenham uma certificação digital que custa

R$ 370,00 por um período de 3 anos.

Page 32: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

24 Página

4 CO NCL USÕ ES

A viabilidade de implantação do sistema de análise digital de projetos no

CBMGO se mostra vantajosa pela economia de tempo, de dinheiro e de espaço. Ao

mesmo tempo estes fatores contribuem muito para atendimento do princípio

constitucional da eficiência.

Os projetos remetidos ao CBMGO são hoje, na sua maioria, protocolados em

unidades do Vapt-Vupt. Em uma pesquisa feita com alguns protocolos durante o

estágio de CAPIEAR, disciplina do CFO, mostra que os resultados entre a data de

protocolo e a data de encaminhamento para análise são consideravelmente maiores

que os processos encaminhados por via digital. A figura 4.1 mostra o tempo, em dias,

para início da análise para alguns protocolos.

Figura 4.1 – Tempo para início da análise para alguns protocolos.

Para que os projetos cheguem à mesa do analista é necessário que haja o

transporte da unidade do Vapt-Vupt para a SECIP. Este transporte poderia ser

eliminado caso os projetos fossem encaminhados em formato digital. Desta forma

26

40

13

7 6

14

5

13

58

38

8

0

10

20

30

40

50

60

70

Protocolo

68487 40020 51365 70682 67249 64026 73787 74329 36684 139278 144071 67679

Page 33: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

25 Página

haveria uma economia financeira pois não seria necessário o empenho de uma viatura

(que engloba manutenção e combustível) e de um militar para fazer o serviço.

Em termos de espaço haveria uma grande economia, pois os armários que

guardam os projetos a serem analisados poderiam ser utilizados para outros fins. Um

disco rígido de 1TB que ocupa um pequeno espaço poderia armazenar mais de 100

mil protocolos completos. Seria uma grande facilidade armazenar estes arquivos por

um longo período o que dificilmente seria com arquivos físicos por causa da demanda

de espaço.

Uma outra grande facilidade seria levar os arquivos de projeto para as

vistorias. Se dispositivos como tablets tivessem integração com o sistema, o

vistoriante poderia comparar o projeto aprovado com o que fora executado na obra.

Estes dispositivos poderiam inclusive ser usados em operações do CBMGO, como

incêndios em edificações. O usuário do sistema poderia acessar as plantas de uma

edificação em chamas e localizar onde estariam os sistemas preventivos e de

combate a incêndio.

Para o cidadão seria um grande conforto já que ele não sairia do seu local de

trabalho para protocolar os projetos. Não seria mais necessário o deslocamento para

a impressão das pranchas e nem mesmo até o Vapt- Vupt mais próximo

economizando tempo e dinheiro.

Page 34: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

26 Página

REF ERÊNCI AS

RIO DE JANEIRO (Estado). Informação pública – processo digital. Disponível em: <http://www.rj.gov.br/web/informacaopublica/exibeconteudo?article-id=1265321>. Acesso em 06 maio /2014. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Cooperação internacional. Disponível em: <http://www2.stf.jus.br/portalStfInternacional/cms/verConteudo.php?sigla=portalStfCooperacao_pt_br&idConteudo=190769&modo=cms>. Acesso em 06 maio /2014. SÃO PAULO (Prefeitura). Manual de Aprovação Eletrônica de Projetos. Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/planejamento/arquivos/manual%20slc.pdf>. Acesso em: 06 maio 2014. RECEITA FEDERAL. O que é certificado digital. Disponível em: <http://www.fazenda.df.gov.br/arquivos/pdf/O_que_e_certificado_digital.pdf> Acesso em 15 maio 2014. Como utilizar o Autodesk Design Review. Disponível em: http://mapdata.typepad.com/mapdata/2012/02/como-utilizar-o-autodesk-design-review-.html. Acesso em 23 maio 2014. Tutorial Desing Review 2009. Disponível em:http://pt.scribd.com/doc/64975222/Tutorial-Design-Review-2009-Final. Acesso em 23 maio /2014. CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS. Norma Técnica 01/2014: Procedimentos Administrativos. Goiás, 2014 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e documentação – Referências. Rio de Janeiro, 2002. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6024: Numeração progressiva das seções de um documento escrito – Apresentação. Rio de Janeiro, 2003.

Page 35: CERTIFICAÇÃO DIGITAL NA ANÁLISE DE PROJETOS ... …abmgo.com/wp-content/uploads/2014/08/TCC_CFO_2014_ALSM.pdf · 333 andrÉ luiz silva matos certificaÇÃo digital na anÁlise

__________________________________________________________________

C E R T I F I C A Ç Ã O D I G I T A L N A A N Á L I S E D E P R O J E T O S N O C B M G O

27 Página

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6027: Informação e documentação – Sumário – Apresentação. Rio de Janeiro, 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: Informação e documentação – Resumo – Apresentação. Rio de Janeiro, 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: Informação e documentação – Trabalhos acadêmicos – Apresentação. Rio de Janeiro, 2006.