30
CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL RENATA TRIGUEIRINHO ALARCON TERAPIA COGNTIVO-COMPORTAMENTAL APLICADA A PACIENTES COM ARTRITE REUMATÓIDE São Paulo 2014

CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO- … · renata trigueirinho alarcon terapia cogntivo-comportamental aplicada a pacientes com artrite reumatÓide são paulo 2014 . renata

  • Upload
    lyduong

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO-

COMPORTAMENTAL

RENATA TRIGUEIRINHO ALARCON

TERAPIA COGNTIVO-COMPORTAMENTAL APLICADA A

PACIENTES COM ARTRITE REUMATÓIDE

São Paulo

2014

RENATA TRIGUEIRINHO ALARCON

TERAPIA COGNTIVO-COMPORTAMENTAL APLICADA A

PACIENTES COM ARTRITE REUMATÓIDE

Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização

Área de concentração: Terapia Cognitivo-Comportamental

Orientadora: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins

SÃO PAULO

2014

Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde

que citada a fonte.

Alarcon, Renata T.

Terapia Cogntivo-Comportamental aplicada a pacientes com Artrite

Reumatóide.

Renata Trigueirinho Alarcon, Eliana Melcher Martins – São Paulo, 2014.

28f + CD-ROM

Trabalho de Conclusão de Curso (especialização) – Centro de Estudos em

Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC).

Orientação: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins

1. Terapia Cognitivo Comportamental, 2. Artrite Reumatóide. I Alarcon, Renata

Trigueirinho. II. Martins, Eliana Melcher.

Renata Trigueirinho Alarcon

Terapia Cogntivo-Comportamental aplicada a pacientes com Artrite Reumatóide.

Monografia apresentada ao Centro de Estudos em

Terapia Cognitivo-Comportamental como parte das

exigências para obtenção do título de Especialista em

Terapia Cognitivo Comportamental.

BANCA EXAMINADORA

Parecer: ____________________________________________________________ Profa. Msc. Eliana Melcher Martins _____________________________ Parecer: ____________________________________________________________ Profa. Msc. Andrea Gualberto de Macedo __________________________

São Paulo, ___ de __________________ de _______

“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”

(Albert Einstein)

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a todas as pessoas que,

de alguma forma, contribuíram para

meu crescimento profissional e pessoal.

Em especial, minha família, amigos e mestres.

AGRADECIMENTOS

A Eliana e ao Elcio, pela oportunidade, incentivo, amizade, ensinamentos e pelo

exemplo de dedicação e conduta.

Aos professores, por todo o conhecimento compartilhado.

Aos meus colegas e amigos de turma, pela troca, companheirismo, risadas,

informações e momentos compartilhados.

Ao meu eterno orientador Dr. Luís Eduardo Coelho Andrade, por me ensinar sobre e

incentivar minha trajetória pelas doenças autoimunes reumáticas.

A minha família e amigos, que sempre estiveram ao meu lado, acreditando,

incentivando e motivando cada um dos meus passos.

RESUMO

A artrite reumatóide (AR) é uma doença autoimune, multifatorial, progressiva e limitante, que causa prejuízos físicos e emocionais aos doentes. A doença traz uma piora na qualidade de vida e uma frequência aumentada de transtornos depressivos e ansiosos. OBJETIVO: verificar os resultados da terapia cognitivo-comportamental (TCC) no tratamento de pacientes com artrite reumatóide. METODOLOGIA: foi realizada uma pesquisa de revisão bibliográfica com as palavras-chave cognitivo comportamental, artrite reumatoide, cognitive behavioral e rheumatoid arthritis nas bases de dados SCIELO e PUBMED. Foram selecionados sete artigos. RESULTADOS: os resultados mostram que a TCC contribui para uma melhora no enfrentamento da doença, redução da dor, dos sintomas ansiosos e depressivos, melhora na qualidade de vida, maior funcionalidade e capacidade física. CONCLUSÃO: Assim, acredita-se que a TCC possa ser eficiente como coadjuvante ao tratamento clínico dos pacientes com AR.

Palavras-chave: artrite reumatóide, terapia cognitivo-comportamental

ABSTRACT

Rheumatoid arthritis (RA) is an autoimmune, multifactorial, progressive and disabling disease, which causes physical and emotional damages to patients. The disease carries a poor quality of life and an increased frequency of depressive and anxiety disorders. OBJECTIVE: To verify the results of cognitive-behavioral therapy (CBT) in the treatment of patients with rheumatoid arthritis. METHODS: A review research of literature was performed with the keywords cognitivo comportamental, artrite reumatoide, cognitive behavioral e rheumatoid arthritis in SCIELO and PUBMED databases. Seven articles were selected. RESULTS: The results show that CBT contributes to disease coping, to pain reduction, to the anxiety and depression symptoms, a quality of life improvement, increased functionality and physical capacity. Conclusion: Therefore, it is believed that the CBT can be effective as complementary to clinical treatment of RA patients.

Keywords: cognitive behavioral e rheumatoid arthritis

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 9

2 OBJETIVO 14

3 METODOLOGIA 15

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 16

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 24

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 25

ANEXO 28

9

1 INTRODUÇÃO

1.1 ARTRITE REUMATÓIDE

A artrite reumatóide (AR) é uma doença crônica, autoimune, sistêmica, de

caráter progressivo, que causa inflamação das juntas, assim como eventuais

manifestações extra-articulares (BAETEN et al., 2001). Alguns portadores evoluem

com destruição progressiva das articulações, o que ocasiona um comprometimento

das funções (Figura 1) e outros cursam com uma doença mais benigna, com pouca

destruição articular (COMBE, 1995).

Figura 1. Mão de um portador com artrite reumatóide em fase avançada

A AR é uma doença de importante repercussão social e econômica, acomete

diversos grupos raciais e possui prevalência na população mundial de

aproximadamente 1%, sendo que as mulheres são de 2 a 4 vezes mais afetadas

que os homens (SMITH, ARNETT, 1991; ALARCÓN, 1995; HOCHBERG ET al,

2003). Inicia-se geralmente entre os 20 e 50 anos, fase mais produtiva da vida.

Ainda não se conhece uma causa específica para a AR e acredita-se que

possa ser induzida em indivíduos geneticamente suscetíveis por diferentes agentes

como fatores comportamentais e ambientais, desequilíbrio imunológico e alterações

10

neuroendócrinas (CARVALHO, XAVIER, 2001; HOCHBERG et al., 2003). Essa

doença multifatorial é influenciada por situações de estresse e por fatores

psicossomáticos. Halliday (1942, apud PIMENTEL, 2005), descreveu esses

pacientes como possuidores de agressividade controlada, com seus sentimentos

hostis direcionados ao nível músculo-ósteo-articular.

Os pacientes são tratados com drogas imunomoduladoras,

imunossupressoras e/ou biológicas com a finalidade de manter a doença com

reduzida atividade inflamatória (baixa destruição articular) ou em remissão. Porém,

alguns gatilhos emocionais, biológicos e ambientais, ou até mesmo não

especificados, podem fazer com que a doença entre em atividade (elevada atividade

inflamatória sistêmica), culminando em danos articulares e extra-articulares.

A situação de dependência de médicos e remédios, a cronicidade, a ausência

de cura, as dores intensamente permanentes, deformidades em vários locais do

corpo e o curso incapacitante da doença prejudicam a qualidade de vida, o trabalho,

relacionamento social e a autoimagem, podendo levar o portador a mudanças nos

aspectos psicológicos. Pacientes que deixam os outros cuidarem de si, que evitam

atividades fisicamente dolorosas, geralmente cursam para um pior prognóstico e,

aqueles mais ativos, que enfrentam a doença por seus próprios meios, tendem a

viver mais e melhor, apesar da artrite (SILVA, 2002).

Estudos de qualidade de vida demonstraram que os pacientes com AR

apresentam um reduzido índice de qualidade de vida quando comparados com a

população geral, assim como capacidade funcional inferior quando comparados a

outras doenças crônicas (CHORUS et al, 2003 apud CAMPOS et al., 2013; WEST,

JONSSON, 2005 apud CAMPOS et al, 2013; AGGARWAL et al, 2007 apud

CAMPOS et al, 2013 )

Estatísticas avaliando transtornos depressivos e ansiosos nesses pacientes

demonstram uma média elevada, com cerca de 13 a 47% (DICKENS, CREED, 2001

apud COSTA et al, 2008; COSTA et al, 2008). Em um trabalho realizado no Brasil

por Costa et al (2008), verificou-se que piores índices de atividade da doença foram

relacionados com a presença de transtornos psiquiátricos e que, pacientes que

estavam em remissão da doença, ou seja, que a doença não estava em atividade,

não apresentaram quadros ansiosos ou depressivos.

Outro estudo brasileiro, realizado por Campos e cols. (2013) demonstrou que

os pacientes com AR apresentam índices de qualidade de vida inferiores, que 63,3%

11

da deles apresentaram algum grau de depressão em contraponto com 13,3% de um

grupo controle. Vale salientar que também encontraram relação entre a qualidade de

vida, depressão e capacidade funcional.

A forma como esse paciente enfrenta as adversidades causadas pela doença

pode ter um papel fundamental no curso da patologia, em seu estado emocional e

na qualidade de vida. Ou seja, quanto mais resiliente for esse paciente,

provavelmente melhor será seu enfrentamento da doença e menor o risco de

desenvolver transtornos psiquiátricos relacionados a AR.

Segundo Matos et al. (2010):

O sofrimento pela condição da doença é aceito, sobretudo

vivenciado em uma dimensão existencial. A subjetividade do paciente portador de AR é expressa nas percepções diferentes diante do sofrer: “um incômodo”, “um estresse”, “limitações”. Ressalta-se que não se trata de aceitar o sofrimento como intrínseco e determinado ao sujeito, mas sim como uma condição que pode ser superada, apesar do diagnóstico da AR acarretar uma aparente desestrutura emocional.

1.2 TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL

Entre as décadas de 60 e 70, o psicanalista de formação e professor da

Universidade da Pensilvânia Aaron Beck iniciou estudos para demonstrar e validar o

uso da psicanálise na psiquiatria, visando o maior aceite pela comunidade médica.

Em seus experimentos com pacientes depressivos acabou observando que essas

pessoas possuíam cognições negativas e distorcidas e, baseado nessas

observações, desenvolveu um tratamento com o objetivo de testar a realidade do

pensamento depressivo desses pacientes, a Terapia Cognitiva (BECK, 2013, p 22).

O termo Terapia Cognitiva e Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) são,

muitas vezes, usados como sinônimos. A TCC é usada também como um termo que

engloba tanto o uso de técnicas cognitivas como comportamentais (KNAPP; BECK,

2008).

Em poucas palavras, o modelo cognitivo propõe que o

pensamento disfuncional (que influencia o humor e o pensamento do paciente) é comum a todos os transtornos psicológicos. Quando as pessoas aprendem a avaliar seu pensamento de forma mais realista e adaptativa, elas obtêm uma melhora em seu estado emocional e no comportamento (BECK, 2013, p 23).

12

Assim, como premissa da TCC, tem-se que a forma como as pessoas

interpretam a realidade influencia diretamente no sentimento em relação à situação

vivida e em como irão se comportar (figura 2).

Figura 2. Modelo Cognitivo

Segundo Beck (2013, p 51), diante de uma situação, temos pensamentos

rápidos, que surgem espontaneamente, sem que haja uma deliberação ou raciocínio

específico. Esses são denominados pensamentos automáticos, muitas vezes

passam despercebidos e geralmente são aceitos como verdades sem nenhuma

crítica. Os pensamentos automáticos estão relacionados às crenças centrais.

As crenças centrais (ou nucleares, ou ainda esquemas) são formadas na

infância, quando a criança desenvolve conceitos sobre si, do outro e do mundo.

Essas são estruturas cognitivas internas, consideradas verdades absolutas, agem

como “filtros” e determinam como as situações são percebidas pelo indivíduo e

como novas informações serão organizadas (BECK, 2013, p52).

As crenças nucleares são o nível mais fundamental da crença;

elas são globais, rígidas e supergeneralizadas. Os pensamentos automáticos, as palavras ou imagens que passam pela mente da pessoa, são específicos para as situações e podem ser considerados como o nível mais superficial de cognição (BECK, 2013 p 53).

Entre os pensamentos automáticos e as crenças centrais, existe uma classe

de crenças, denominadas crenças intermediárias. Essas crenças são regras e

pressupostos que a pessoa adquire ao longo do seu desenvolvimento, diante da

interação com o mundo e com as pessoas, tentando entender o ambiente e

organizar suas experiências (BECK, 2013 p55). A figura 3 ilustra a relação entre os

pensamentos, crenças centrais e intermediárias.

Baseado no modelo cognitivo, onde a forma que o indivíduo interpreta as

situações influencia diretamente na emoção e comportamento, e ainda, que essa

13

interpretação está baseada no repertório de crenças da pessoa, o terapeuta

cognitivo-comportamental pode auxiliar o paciente a identificar comportamentos

disfuncionais e a modificar pensamentos distorcidos, gerando uma resposta mais

adaptativa.

Figura 3. Relação entre as crenças e pensamentos.

Sabe-se hoje que a TCC é efetiva para uma série de transtornos psiquiátricos.

Além disso, protocolos com técnicas da TCC têm sido utilizados também para uma

gama cada vez maior de transtornos médicos (KNAPP; BECK, 2008).

Sabendo-se que a AR pode ter como gatilho estresse, fatores emocionais e

comportamentais e, ainda, que o curso dessa doença possa ser influenciado pela

forma que o paciente enfrenta as adversidades, esse trabalho buscou verificar como

a TCC tem sido utilizada como coadjuvante ao tratamento de pessoas portadoras de

artrite reumatóide.

14

2 OBJETIVO

Verificar os resultados da terapia cognitivo-comportamental no tratamento de

pacientes com artrite reumatóide.

15

3 METODOLOGIA

A busca de artigos foi realizada nas bases de dados SCIELO e PUBMED,

com os descritores, cognitivo comportamental, artrite reumatoide, cognitive

behavioral e rheumatoid arthritis. Foram usados como limites de busca estudos

realizados com humanos, nas línguas portuguesa e inglesa, com as palavras-chave

contidas no título e/ou resumo e publicados entre os anos de 2000 a 2014. Essa

busca foi realizada em 19 de fevereiro de 2014 e resultou em 25 artigos, todos eles

no PUBMED, não tendo a busca no SCIELO resultado em artigos publicados sobre

o tema.

Os critérios de inclusão para escolha dos artigos foram: artigos publicados em

inglês ou português entre os anos de 2000 e 2014; ter como foco de pesquisa

intervenção com a TCC em pacientes com AR e ter acesso ao artigo na íntegra após

busca nas bases de dados acima informadas, site do Periódicos Capes e acesso

pela Bireme (Biblioteca Virtual em Saúde). Os critérios de exclusão foram: artigos de

revisão bibliográfica, artigos com intervenção virtual, artigos sem intervenção

específica (exceto avaliação longitudinal de estudo já em andamento) e aqueles que

não foram conseguidos para leitura completa.

Após avaliação dos artigos, foram selecionados para o trabalho sete estudos

que satisfizeram os critérios de inclusão e exclusão.

16

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram selecionados sete artigos que satisfizeram os critérios de inclusão e

exclusão. Desses, três realizados no Reino Unido, dois nos Estados Unidos, um na

Holanda e um na Austrália. Na busca por referências, não foram encontrados

trabalhos brasileiros.

Todos os trabalhos pesquisados utilizaram a TCC como intervenção para

pacientes com AR, mesmo que visando diferentes objetivos. A tabela 1 ilustra

detalhadamente essas informações.

Tabela 1- Descrição dos objetivos e país da pesquisa

Referência País Objetivo

EVERS et al, 2002 Holanda Avaliar a eficácia da TCC para pacientes com AR recente.

PARKER et al, 2003 Estados Unidos

Investigar a eficácia do tratamento com TCC e antidepressivo na depressão em pacientes com AR.

SHARPE et al, 2003 Reino Unido Investigar se a TCC administrada em pacientes com AR inicial tem efeito a longo prazo.

SHARPE; ALLARD; SENSKY, 2008

Reino Unido Investigar se a TCC administrada em pacientes com AR inicial tem efeito a longo prazo.

ZAUTRA et al, 2008 Estados Unidos

Comparar as respostas entre intervenção com a TCC e meditação mindfulness ao estresse, dor, depressão e melhora da qualidade da vida em pacientes com AR.

DURES et al, 2012 Reino Unido Explorar a perspectiva do paciente de AR com fadiga após participação em um programa de TCC em grupo e impacto no comportamento.

SHARPE; SCHRIEBER, 2012

Austrália Comparar a eficácia da TCC, da terapia cognitiva e a terapia comportamental em pacientes com AR

Legenda: TCC – terapia cognitivo-comportamental

O número de pacientes, tipo de intervenção e número de sessões realizadas

são ilustrados na tabela 2.

17

Tabela 2 - Descrição do número de pacientes, tipo de intervenção e número de sessões. Referência Número de

pacientes

Tipo de

intervenção

Número de sessões

EVERS et al, 2002 32 TCC

32 CTL

Individual 10 quinzenais

1 reforço após 4 semanas

PARKER et al, 2003 17 TCC + AD

20 AT + AD=CTL

17 AD=CTL

Individual 10 semanais

SHARPE et al, 2003 27 TCC

26 CTL

Individual 8 semanais

SHARPE; ALLARD; SENSKY, 2008

24 TCC

23 CTL

Individual 8 semanais

ZAUTRA et al, 2008 52 TCC

48 mildfulness

44 CTL

Grupo

(5 a 8 pacientes)

8 semanais

DURES et al, 2012 38 (9 grupos) Grupo

(3 a 5 pacientes)

6 semanais

1 reforço na 14 semana

SHARPE; SCHRIEBER, 2012

27 TCC

26 TC

26 TCp

25 CTL

Individual 8 semanais

Legenda: TCC - terapia cognitivo comportamental; TC – terapia cognitiva (somente com intervenção cognitiva); TCp - terapia comportamental; CTL – grupo controle; AD – antidepressivo; AT – atenção ao paciente.

Nota-se em todos os estudos uma amostra não muito elevada, considerando

que os pacientes foram alocados em subgrupos, exceto em Dures et al (2012). O

maior tamanho amostral encontra-se no trabalho de Zautra et al (2008), com um

total de 144 pacientes. O número máximo de sessões realizadas foi de 11 sessões

no estudo de Evers et al (2002). Somente Dures et al (2012) não utilizou um grupo

controle, sendo o resultado da intervenção avaliado pré e pós intervenção.

18

Tabela 3 - Descrição das técnicas utilizadas, segregadas por estudo.

Referência Técnicas

EVERS et al, 2002 Definição de metas Distração Estímulo de atividades prazerosas e exercício físico Gerenciamento de tarefas diárias Identificação de gatilhos Prevenção de recaída Reestruturação cognitiva Relaxamento Resolução de problemas Tarefa de casa Treino de habilidades sociais

PARKER et al, 2003 Psicoeducação Relaxamento Outras (não descritas, baseadas em outro artigo)

SHARPE et al, 2003 Definição de metas Distração Psicoeducação Reestruturação cognitiva Relaxamento Treino de habilidades sociais (assertividade, comunicação e gestão de crise e situação de alto risco)

SHARPE; ALLARD; SENSKY, 2008

Coping Definição de metas Distração Gestão do tempo Identificação de pensamentos automáticos Metáforas de visualização Prevenção de recaída Psicoeducação Reestruturação cognitiva Relaxamento Resolução de problemas

ZAUTRA et al, 2008 Coping e gestão da dor Gerenciamento de tarefas diárias Prevenção de recaída Psicoeducação Relaxamento Resolução de problemas Tarefa de casa Técnicas específicas de mindfulness

DURES et al, 2012 Automonitoramento Metáforas de visualização Prevenção de recaída Questionamento socrático Resolução de problemas Outras não especificadas

SHARPE; SCHRIEBER, 2012

Definição de metas Distração Psicoeducação Reestruturação cognitiva Relaxamento Resolução de problemas Treino de habilidades sociais (assertividade, comunicação e gestão de crise e situação de alto risco)

19

Figura 4. Gráfico ilustrando as técnicas utilizadas como intervenção nos artigos avaliados.

Legenda: THS – treino de habilidades sociais

A tabela 3 faz referência às técnicas de TCC que foram empregadas nas

intervenções especificamente em cada estudo. A figura 4 engloba essas técnicas de

forma que é possível visualizar a frequência com que foram utilizadas nos sete

artigos avaliados por essa revisão. As técnicas mais utilizadas foram relaxamento

(6), resolução de problemas (5), definição de metas (4), distração (4) e prevenção de

recaída (4). É provável que esse número não esteja exato, já que em dois artigos

não foram especificadas todas as técnicas aplicadas (PARKER et al, 2003; DURES

et al, 2012).

A seguir uma breve descrição de cada uma dessas técnicas:

20

Automonitoramento: identificação e registro de pensamentos,

comportamentos e/ou emoções específicos.

Coping: técnica de enfrentamento, estratégias para lidar com determinada

situação problema ou desafio.

Definição de metas: traçar os objetivos do processo terapêutico. Também

utilizada para definir novas metas de vida.

Distração: consiste na mudança de foco, colocando-se a atenção em algo

diferente (RANGÉ, 2001, p. 339).

Gerenciamento de tarefas: relato das atividades atuais e definição de novas

atividades para o dia a dia (RANGÉ, 2001, p. 345).

Identificação de gatilhos: identificação de situações e pensamentos que dão

início ao sintoma ou comportamento.

Identificação de pensamentos automáticos: essa identificação geralmente é

feita com base na pergunta “o que estava passando na sua cabeça quando...”

(RANGÉ, 2001, p. 336).

Mindfulness: técnica que trabalha a aceitação, ou seja, auxilia o paciente a

aceitar, sem julgamento, suas experiências e/ou problemas (BECK, 2013, p.

285).

Prevenção de recaída: estratégias que visam minimizar processos de recaída,

englobando a reestruturação dos pensamentos disfuncionais sobre o

problema e sobre a própria recaída e técnicas de encorajamento (RANGÉ,

2001, p. 59).

Questionamento socrático: perguntas e questionamentos que levam a

identificação de pensamentos automáticos (RANGÉ, 2001, p56-58).

Reestruturação cognitiva: visa fazer com que o paciente identifique seus

pensamentos distorcidos e encontre pensamentos mais funcionais,

modificando a cognição (RANGÉ, 2001, p. 212)

Relaxamento: processo psicofisiológico de reconhecimento e relaxamento de

tensão da musculatura e controle da respiração (RANGÉ, 2001, p. 115).

Resolução de problemas: é uma técnica que ajuda o paciente a identificar o

problema, verificar soluções e colocar em prática (RANGÉ, 2001, p. 338).

21

Tarefa de casa: são atividades relacionados às sessões que auxiliam o

paciente no exercício e assimilação do modelo cognitivo em seu ambiente

social e pessoal (RANGÉ, 2001, p. 335).

Treino de habilidades sociais: ensaio de respostas mais adequadas para

situações específicas (RANGÉ, 2001, p. 124).

Visualização: técnica que treina a criação de imagens mentais que podem ser

invocadas quando o pacientes se encontrar em uma situação específica

(RANGÉ, 2001, p. 339).

Após intervenção com a TCC, independente do objetivo específico do

trabalho, a maioria mostrou uma eficácia da abordagem no tratamento dos

pacientes com AR. Somente no trabalho de Parker et al (2003), essa eficácia no

tratamento para depressão não foi superior ao uso de antidepressivos. Nesse

caso, vale salientar que foram realizadas semente 10 semanas seguidas de

intervenção e um reforço a cada três meses durante 15 meses, então, pode ser

que esse tempo de intervenção tenha sido insuficiente para o tratamento da

depressão. Além disso, não foi possível saber ao certo quais as técnicas foram

utilizadas para uma avaliação mais precisa, pois as técnicas da TCC utilizadas

não estavam todas descritas no artigo e a intervenção foi baseada em outro

trabalho publicado em 1995, que não foi recuperado para leitura.

Em Sharp et al (2003) e Sharp, Allard e Sensky (2008) foi avaliada a

eficácia da TCC como método de terapia breve (8 sessões) em AR recente. Os

trabalhos trazem os resultados do seguimento de uma coorte de pacientes ao

longo de 18 meses e após 5 anos da intervenção. No primeiro trabalho, as 8

sessões mostraram-se insuficientes para melhora completa dos sintomas dos

pacientes que já apresentavam sintomas depressivos ou ansiosos. Para os que

não tinham, houve prevenção da depressão quando comparados ao grupo

controle. Após o seguimento de 18 meses, o grupo de TCC mostrou resultados

favoráveis na redução e gestão da ansiedade e da função física (avaliação de

incapacidade) (SHARP et al, 2003). Após 5 anos de acompanhamento

(SHARPE; ALLARD; SENSKY, 2008), foi possível perceber que o grupo que

recebeu intervenção com a TCC recorreu menos ao sistema de saúde.

Esses resultados mostram que a TCC, quando administrada no paciente

com doença recente, mesmo como uma psicoterapia breve, pode modificar o

22

curso futuro da AR, melhorando a qualidade de vida do doente e os custos com

sua saúde.

Em um trabalho anterior, Evers et al (2002) observaram após tratamento e

seis meses de seguimento, uma redução na fadiga, depressão e desamparo,

uma melhor gestão do estresse e melhor enfrentamento da doença. Dures et al

(2012) percebeu mudanças no comportamento, melhora na auto-gestão, redução

da volatilidade do humor, melhora da comunicação e retorno das atividades

abandonadas em pacientes com AR com sintoma de fadiga.

Até o momento, nas pesquisas avaliadas, a TCC tem-se mostrado uma

boa alternativa como coadjuvante ao tratamento clínico dos pacientes com AR.

Dois estudos avaliados investigaram a TCC frente a outras intervenções. Em um

deles, a intervenção com a TCC foi comparada à intervenção somente com

terapia cognitiva (técnicas cognitivas), com terapia comportamental e com grupo

controle (SHARPE; SCHRIEBER, 2012). Eles demonstraram que as técnicas

cognitivas são eficazes para a AR, não havendo necessidade da inclusão das

técnicas comportamentais. Houve uma melhora dos parâmetros físicos, da

ansiedade, parâmetros clínicos com a redução da proteína C reativa (medida

sorológica de atividade da doença) e, mesmo após seis meses de

acompanhamento do grupo após intervenção, houve uma permanência da

melhora da dor (esse parâmetro no grupo com intervenção só cognitiva, mas

também no grupo de intervenção com TCC). Uma crítica feita é que o tempo de

intervenção foi breve (8 sessões), o que pode não ser suficiente para uma

assimilação e treino de técnicas tanto cognitivas como comportamentais, ou seja,

o foco somente em uma abordagem num tempo reduzido de intervenção pode ter

sido beneficiado.

O outro estudo referido acima foi o de Zautra et al (2008) que comparou a

TCC e a meditação mildfulness. Foi observado que, em uma avaliação após 30

dias da intervenção, a meditação mostrou-se mais eficaz em pacientes com

depressão recorrente, havendo uma melhora no afeto, na dor articular e uma

redução na catastrofização. Com a meditação, houve uma melhor regulação da

emoção e com a TCC melhora nas disfunções cognitivas. A TCC mostrou-se

superior na melhora da dor referida e na redução de IL-6 (interleucina-6, uma

interleucina pró-inflamatória).

23

Aparentemente, não há fortes indícios de que a TCC influencie diretamente

nos aspectos biológicos da AR, mas é possível perceber que, influenciando nos

sintomas como dor, enfrentamento, fadiga, função física, ansiedade e depressão,

melhora a qualidade de vida do paciente, pode, indiretamente, influenciar o curso da

doença, já que o paciente torna-se mais ativo, exercita-se mais, há maior

probabilidade de aderir aos tratamentos, etc. Além disso, se o paciente está

funcional e sem dor, a busca aos serviços de saúde pode diminuir, como

demonstraram Sharp, Allard e Sensky (2008) em seu estudo, reduzindo

consequentemente o custo com a doença.

Dessa forma, essa revisão, apesar de poucos trabalhos apresentados,

demonstra que a TCC é eficaz quando agregada ao tratamento médico e pode ser

facilmente indicada para ser ministrada em conjunto à clínica.

24

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos últimos anos, poucas pesquisas foram encontradas sobre o tema terapia

cognitivo-comportamental no tratamento de pacientes com artrite reumatóide, não

havendo nenhuma publicada no Brasil (pelo menos com as palavras-chave

propostas, os descritores e critérios de inclusão e exclusão apresentados nesse

trabalho).

Apesar da limitação acima descrita, foi possível perceber que a TCC pode ser

uma ferramenta bastante eficaz a ser agregada ao tratamento clínico dos pacientes.

Os estudos demonstraram que o paciente com AR tratados com a TCC pode se

beneficiar com um melhor gerenciamento do estresse causado pela doença, maior

enfrentamento, menos dor, maior funcionalidade e capacidade física, além de

prevenção ou redução da depressão e ansiedade. Somado a isso, uma melhor

qualidade de vida e menor busca aos serviços médicos.

Assim, acredita-se que a TCC possa ser eficiente como coadjuvante ao

tratamento clínico dos pacientes com artrite reumatóide.

25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALARCON, G. S. Epidemiology of rheumatoid arthritis. Rheum Dis Clin North Am, v. 2, n. 3, p. 589-604, 1995. BAETEN, D., et al. Specific presence of intracellular citrullinated proteins in rheumatoid arthritis synovium. Arthritis Rheum, v. 44, n.10, p. 2255-62, 2001. BECK, J.S. Terapia Cognitivo-Comportamental - Teoria e Prática. 2ed, São Paulo, Artmed Ltda, 413p., 2013. CARVALHO, M. A. P. & XAVIER, A. J. D. Artrite Reumatóide. In: MOREIRA, C. & CARVALHO, M. A. P. (Orgs.), Reumatologia – Diagnóstico e tratamento. Rio de Janeiro: Medsi, p. 371-389, 2001. COMBE, B. Can the outcome of rheumatoid arthritis be predicted at the onset of the disease? Rev Rhum Ed Fr, v. 61, n.7-8, p.477-79, 1995. HOCHBERG, M. C. et al. Rheumatology. 3 ed., Saint Louis, Mosby, 2003. KNAPP, P.; BECK, A. T. Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e pesquisa da terapia cognitiva. Rev Bras Psiquiatr., v. 30, Supl II, p. S54-64, 2008. SILVA, J. A. P. Psico-Neuro-Imuno-Endócrino-Reumatologia: Explorando os mecanismos biológicos das manifestações psicossomáticas. Acta Reum Port, v. 27, p.251-62, 2002. SMITH, C. A. & ARNETT, F. C. Epidemiologic aspects of rheumatoid arthritis. Clin Orthop, v. 265, p. 23-35, 1991. DICKENS, C., CREED, F. The burden of depression in patients with rheumatoid arthritis. Rheumatology v. 40, p. 1327-30, 2001. In: COSTA, A. F. C. et al . Depressão, ansiedade e atividade de doença na artrite reumatóide. Rev. Bras. Reumatol., São Paulo , v. 48, n. 1, 2008. COSTA, A.F.C. et al . Depressão, ansiedade e atividade de doença na artrite reumatóide. Rev. Bras. Reumatol., São Paulo , v. 48, n. 1, 2008 .

26

CHORUS, A.M.J. et al. Quality of life and work in patients with rheumatoid arthritis and ankylosing spondylitis of working age. Ann Rheum Dis. v. 62, n. 12, p.1178-84, 2003. In: CAMPOS, A. P. R. et al . Depressão e qualidade de vida em indivíduos com artrite reumatoide e indivíduos com saúde estável: um estudo comparativo. Fisioter. Pesqui., São Paulo , v. 20, n. 4, 2013.

WEST E, J.S.W. Health-related quality of life in rheumatoid arthritis in Northern Sweden: a comparison between patients with early RA, patients with medium-term disease and controls, using SF-36. Clin Rheumatol. V. 24, n. 2, p. 117-22, 2005. In: CAMPOS, A. P. R. et al . Depressão e qualidade de vida em indivíduos com artrite reumatoide e indivíduos com saúde estável: um estudo comparativo. Fisioter. Pesqui., São Paulo , v. 20, n. 4, 2013. AGGARWAL, A.H.N. L A & AGGARWAL V.M.R. Impact of rheumatoid arthritis on quality of life. Mod Rheumatol. 2007;17(4):290-5. In: CAMPOS, A. P. R. et al . Depressão e qualidade de vida em indivíduos com artrite reumatoide e indivíduos com saúde estável: um estudo comparativo. Fisioter. Pesqui., São Paulo , v. 20, n. 4, 2013. CAMPOS, A. P. R. et al . Depressão e qualidade de vida em indivíduos com artrite reumatoide e indivíduos com saúde estável: um estudo comparativo. Fisioter. Pesqui., São Paulo , v. 20, n. 4, 2013. MATOS, G.N. et al. O discurso do paciente portador de artrite reumatóide acerca de suas relações sociais: um estudo a partir da Psicologia. Sau. & Transf. Soc., Florianópolis, v.1, n.1, p.99-105, 2010. HALLIDAY, J. Psychological aspects of rheumatoid arthritis. Proc. Royal Soc. Méd., n. 35, p. 455, 1942. In: PIMENTEL, C. E. & DONNELY, E.D.O.P. A relação da preferência musical com os cinco grandes fatores da personalidade. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 28, n. 4, p. 696-713, 2008. RANGÉ, B. Psicoterapias Cognitivo-comportamentais – um diálogo com a psiquiatria. Porto Alegre. Artmed. 567p., 2008. SHARPE, L. & SCHRIEBER. L. A Blind Randomized Controlled Trial of Cognitive versus Behavioral versus Cognitive-Behavioral Therapy for Patients with Rheumatoid Arthritis. Psychotherapy and Psychosomatics, v. 81, p. 145–152, 2012. ZAUTRA, A.J. et al. Comparison of Cognitive Behavioral and Mindfulness Meditation Interventions on Adaptation to Rheumatoid Arthritis for Patients With and Without

27

History of Recurrent Depression. Journal of Consulting and Clinical Psychology. v. 76, n. 3, p. 408–421, 2008. SHARPE, L., ALLARD, S. & SENSKY, T. Five-Year Followup of a Cognitive–Behavioral Intervention for Patients With Recently-Diagnosed Rheumatoid Arthritis: Effects on Health Care Utilization. Arthritis & Rheumatism. v. 59, n. 3, p. 311–316, 2008. SHARPE, L. et al. Long-term efficacy of a cognitive behavioral treatment from a randomized controlled trial for patients recently diagnosed with rheumatoid arthritis. Rheumatology. v. 42, p. 435–44, 2003. PARKER, J.C., et al. Management of Depression in Rheumatoid Arthritis: A Combined Pharmacologic and Cognitive-Behavioral Approach. Arthritis & Rheumatism. v. 49, n. 6, p. 766–777, 2003. EVERS, A.W.M. et al. Tailored cognitive-behavioral therapy in early rheumatoid arthritis for patients at risk: a randomized controlled trial. Pain 100, p. 141–153, 2002. DURES, E.et al. “They Didn’t Tell Us, They Made Us Work It Out Ourselves”: Patient Perspectives of a Cognitive–Behavioral Program for Rheumatoid Arthritis Fatigue. Arthritis Care & Research. v. 64, n. 4, p. 494–501, 2012.

28

Anexo

Termo de Responsabilidade Autoral

Eu, Renata Trigueirinho Alarcon, afirmo que o presente trabalho e suas

devidas partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da

responsabilidade autoral sobre seu conteúdo.

Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de

Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob

o título “TERAPIA COGNTIVO-COMPORTAMENTAL APLICADA A PACIENTES

COM ARTRITE REUMATÓIDE”, isentando, mediante o presente termo, o Centro de

Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC) e meu orientador de

quaisquer ônus consequentes de ações atentatórias à "Propriedade Intelectual", por

mim praticadas, assumindo, assim, as responsabilidades civis e criminais

decorrentes das ações realizadas para a confecção da monografia.

São Paulo, __________de ___________________de______.

_______________________

Assinatura do (a) Aluno (a)