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JV ANNO hk DOMINGO, 2 2 DE MAIO DE 1904: N:' 149 SEM AN AR IO NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRICOLA Issi^uatsira Anno, iSooo reis; semestre. 5oo réis. Pagamento adeantado. Para o Brazil, anno. 2$5oo réis (moeda forte,. Avulso, no dia da publicação. 20 réis. -José Augusto Saloio ic), i.° — RUA DIREITA — ' AJL, 1>K CiiA I , I . K G .-V It), I.° Publicações íiAnnuncios— 1.3 publicação, 40 réis a linha.‘nas seguintes, rt 20 réis. Annuncios na 4.» pag-na. contracto especial. Os auto- ;; graphos náo se restituem quer sejam 011 náo publicados. PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio EXPEDIENTE Rogamos aos nossos estimáveis assigna»<es a fineza de nos participa rem qtialtguer faláa na re messa do jornal, para «le prompto p i*«vi<!e»<*i ;t r - mos. ieeeitam-se eom grati dão «|Ba;«es<píer noticias sej;sn» de issíeresse pairEico. Cha gas A Mala da Europa, o bello semanario lisbonense que tão larga acceitação tem no Brazil e em Portu gal, teve a brilhante idéa de abrir uma subscripção para se erigir um monu mento á memória do gran de escriptor Manuel Pinhei ro Chagas. Esse monumento será le vantado n’um dos talhões da Avenida da Liberdade, em Lisboa. E' deveras sympathica essa idéa, porque o nome de Pinheiro Chagas é ain da hoje um dos mais que ridos e prestigiosos da lit teratura ponugueza. O auetor da Historia Je Portugal, da Morgadinha dc I 'aljhr. essa obra prima que em todos os tempos e em todas as edades ha de ser lida com o mesmo en tranhado amor, e de tan tos outros livros de reco nhecido merecimento, tem jus a que o seu paiz lhe perpetue no bronze a me mória querida. A obra de Pinheiro Cha gas é vasta; e se, por cir- cumstaneiasparticularesda sua vida, foi obrigado a es crever sempre precipitada mente, sem descanço, essa obra revela comtudo um alto valor intellectual, um assombroso, um prodigio so esforço de vontade. Historiador, poeta, dra maturgo, comediographo, orador politico, em todos estes ramos, da actividade humana Pinheiro Chagas se distinguiu, se salientou entre os primeiros. Bem anda a Mala da Eu ropa em emprehender es ta cruzada generosa e me rece todos os louvores dos que ainda teem amor ás letras em Portugal. JOAQUIM DOS AN.lOS. C'orrespo]í«leaí»lís da Covilhã.. O nosso collega A Cor respondência da Covilhã , entrou no 6.° anno de pu blicação. Felicitamol-o e de sejamos-lhe muitas prospe ridade s. - -»— -v»— MUITA ATTENÇÃO! Os proprietários da mer cearia Relogio participam aos seus estimáveis fregue zes que acaba de chegar ao seu estabelecimento um bonito e variado sortido de calçado de luxo, para ho mem e para senhora, que vendem por preços modi- GOS. Franco & Figueira. AGRICULTURA Colheita e coascrvação das sementes, rhizò- Btias e Iíò SI íos . Embora a multiplicação de grande numero de plan tas se possa fazer por ou tros meios além da semen teira, é este o processo de reproducção que se refere aos outros, especialmente quando se trata de plan tas annuaes e bisanuaes. Esta preferencia não da ta de hoje, mas sim da> mais remotas épocas; já de ha séculos se dizia que a sementeira era o melhor e mais seguro meio de se ter a abundancia, a variedade e a novidade. Os hollandezes. foram os primeiros que das semen teiras tiraram origem de um largo commercio de flores raras, que obtinham nos seus maravilhosos hor tos. O commercio tornou- se-lhes tão lucrativo que comecaran a ter imitado res em larga escala, pri meiro em França, e depois na Inglatérra e na Bélgica, e, émbora em pequena es cala, por todo o mundo ci- viiisado. Hoje qualquer profissio nal, ou mesmo qualquer particular, póde obter bôas e numerosas sementes dos vegetaes acclimados na re gião que habitar, desde que dedique a esse serviço uma cuidadosa attenção. Para se fazer a apanha das sementes é indispen sável esperar que ellas es tejam completamente ma duras, sem o que não se conservam nem germinam. Escolhe-se para esta ope ração um dia encoberto, mas secco. A época da co lheita varia com o genero da planta, exposição, clima, etc. Em geral reconhece-se que as sementes estão eín estado de ser colhidas quando as hastes amarel- lecem, seecam e as capsu las entreabrem para deixar .cair as sementes á terra. Cortam-se então as ex tremidades das hastes, d e - xam-se as sementes nas capsulas que as contém, expoem-se um pouco de tempo ao so! para lhes dar consistência aos tecidos e assegurar aos germens uma conservação mais demora da. Feito isto guardam-se em pequenas caixas dispos tas em logar sêcco até ao momento de ser semea das. Quando uma mesma es pecie de planta vegeta um longo espaço de tempo em um mesmo terreno, acaba por o exg oVtar, absorven do todòs os suecos ou ele mentos nutritivos que con tém, d’onde resulta uma degenerescencia da planta, degenerescencia que se ae- centua pe.loamarellecime.n- to das folhas, pelo pouco vigor de toda a planta, pe la falta de brilho no colori do da flor, que, pela sua parte, cada vez se mostra mais singela. As plantas, n estas con dições, não podem dar boas sementes sendo indispen sável que sejam transplan tadas periodicamente, es pecialmente os vegetaes bolbosos e os vegetaes de raizes, ou garras, como as anémonas e os ranuncios, a fim de não degenerarem de prompto. O arranque ou conser vação dos bolbos e das gar ras não se faz ao acaso, quando muito bem se quer. como bastantes pessoas jul gam. A época mais própria para a extracção do solo dos bòlbos dos narcisos e das tulipas, é a que está comprehendida entre o principio de junho e o meio de agosto. Deve-se proce der a esta operação todos os tres annos, e fazel-o com grandes cuidados, a Hm de não ferir nem molestar o bòlbo com o ferro, colher, ou instrumento utiiisado. Se, apesar de todos os cui dados,'o bòibo for ferido, deve logo cobrir-se o gol pe com terra muito sêcca, a fim de tereeptar a passa gem do ar e evitar assim o desenvolvimento de bo lores. Arrancados os bolbos passa-se a terra por um cri vo, não muito grosso, a fim de separar todos os pe quenos bolbos que ella pu desse ainda conter. Não se desligam os bôl- o bos pequenos que estive rem -adherentes aos gran des. DispÕem-se todos os bòlbos cm um taboleiro, que se guarda em sitio sèc- co e bem arejado durante meia duzia de dias. depois do que se separam as va riedades e se recolhem em pequenos cestos de vime suspensos do tecto de.uma sala sêcca e bem ventilada ou cie u na estuca fria. Os bòlbos pequenos, quer sejam por ser esse o seu tamanho natural como os das fritillárias e os de gran de numero de gladíojos, quer por ainda não terem attingido o seu completo desenvolvimento, depois de terem andado a seccar em sitio sêcco e bem ventila do, cuidadosamente dis postos em um taboleiro, embrulham-se em papel de seda e guardam-se em cai xas de lata, a fim de se lhes evitar o contacto do ar. Muitos bòlbos carecem de ser transplantados todos os dois annos. Faz-se então esta transplantação no ou- tomno, limpando-os dos pequenos bolbinhos inúteis, que se dispõem em vivei ro, e mettendo os bòlbos logo em terra conveniente mente adubada. As garras devem ser ar rancadas com o maximo cuidado, todos os annos ou, o maximo, de dois em dois annos, durante o repouso vegetativo. Seccam-se da mesma fórma- que os bòl bos, e guardam-se em cai xas entre ,areia fina e bem sêcca de agua dôce. As garras dos ranunculos de vem ser arrancadas logo que as folhas seccarem. Da Ga~eta das Aldeias). S^esáejos do iíspiritfo % :-a 3t to A commissão promotora dos grandiosos festejos do Espirito Santo, nesta villa, que terão logar nos dias 16, 17, 18 e 19 do proximo mez.de julho, com o fim de tornar bem conhecidos es tes festejos em todo o paiz, já está tratando do pro- gramma que será feito em forma de livro, impresso em magnifico papel e a tres côres. Terá approximada- mente 5o paginas e a tira gem será cie 10:000 exem plares. A com missão recebe des de já annuncios para o pro- gramma dos festejos. Tmsríída Afinal, depois de venci das as enormes clifricuIda des que acarretam estes di vertimentos, a commissão promotora dos festejos do Espirito Santo, conseguiu organisar a corrida que terá logar hoje, pelas 4, 3o horas oa tarde, na praça dê^ta villa, sendo o seu produeto em favor dos re feridos festejos. Oxaláoprogramma.que é de primeira ordem, seja feliz na sua completa exe cução para que a inaugu ração. da época tauroma- i cinca d'esta praça corres-

Cha gas · 2020. 2. 11. · JV ANNO hk DOMINGO, 2 2 DE MAIO DE 1904: N:' 149 SEM AN AR IO N O T IC IO S O , LITTE R A R IO E A G R IC O LA Issi^uatsira Anno, iSooo reis; semestre

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Page 1: Cha gas · 2020. 2. 11. · JV ANNO hk DOMINGO, 2 2 DE MAIO DE 1904: N:' 149 SEM AN AR IO N O T IC IO S O , LITTE R A R IO E A G R IC O LA Issi^uatsira Anno, iSooo reis; semestre

J V A N N O

hk

DOMINGO, 2 2 DE MAIO DE 1904: N :' 149

SEM A N AR IO N O T I C I O S O , L IT T E R A R IO E A G R IC O L A

Issi^uatsiraAnno, iSooo reis; semestre. 5oo réis. Pagamento adeantado. Para o Brazil, anno. 2$5oo réis (moeda forte,.A v u ls o , n o d ia da p u b lic a ç ã o . 20 ré is .

-Jo sé Augusto Saloio ic), i.° — RUA DIREITA —' A J L , 1> K C iiA I , I . K G .-V

I t ) , I .°

ií Publicaçõesí i Annuncios— 1.3 publicação, 40 réis a linha.‘ nas seguintes,rt 20 réis. Annuncios na 4.» pag-na. contracto especial. Os auto- ; ; graphos náo se restituem quer sejam 011 náo publicados.

PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio

EX PE D IE N T E

Rogamos aos nossos estim áveis assigna»<es a fineza de nos p a rt ic ip a ­rem qtialtguer faláa na re ­messa do jo rna l, pa ra «le prom pto p i*«vi<!e»<*i ;t r - mos.

ieeeitam -se eom g ra t i ­dão «|Ba;«es<píer noticias

sej;sn» de issíeresse pairEico.

Chagas

A Mala da Europa, o bello semanario lisbonense que tão larga acceitação tem no Brazil e em Portu­gal, teve a brilhante idéa de abrir uma subscripção para se erigir um monu­mento á memória do gran­de escriptor Manuel Pinhei­ro Chagas.

Esse monumento será le­vantado n’um dos talhões da Avenida da Liberdade, em Lisboa.

E' deveras sympathica essa idéa, porque o nome de Pinheiro Chagas é ain­da hoje um dos mais que­ridos e prestigiosos da lit­teratura ponugueza.

O auetor da Historia Je Portugal, da Morgadinha dc I 'a ljh r. essa obra prima que em todos os tempos e em todas as edades ha de ser lida com o mesmo en­tranhado amor, e de tan­tos outros livros de reco­nhecido merecimento, tem jus a que o seu paiz lhe perpetue no bronze a me­mória querida.

A obra de Pinheiro Cha­gas é vasta; e se, por cir- cumstaneiasparticularesda sua vida, foi obrigado a es­crever sempre precipitada­mente, sem descanço, essa obra revela comtudo um alto valor intellectual, um assombroso, um prodigio­so esforço de vontade.

Historiador, poeta, dra­maturgo, comediographo, orador politico, em todos estes ramos, da actividade

humana Pinheiro Chagas se distinguiu, se salientou entre os primeiros.

Bem anda a Mala da E u ­ropa em emprehender es­ta cruzada generosa e me­rece todos os louvores dos que ainda teem amor ás letras em Portugal.

JOAQUIM DOS AN.lOS.

C'orrespo]í«leaí»lís da C ovilhã..

O nosso collega A C or­respondência da Covilhã, entrou no 6.° anno de pu­blicação. Felicitamol-o e de­sejamos-lhe muitas prospe­ridade s.

-— - »— - v » —

M U IT A A T T E N Ç Ã O !Os proprietários da mer­

cearia Relogio participam aos seus estimáveis fregue­zes que acaba de chegar ao seu estabelecimento um bonito e variado sortido de calçado de luxo, para ho­mem e para senhora, que vendem por preços modi-GOS.

Franco & Figueira.

A G R I C U L T U R AC olheita e c o a sc rv aç ão

das s e m e n te s , rh izò - Btias e IíòSIío s .

Embora a multiplicação de grande numero de plan­tas se possa fazer por ou­tros meios além da semen­teira, é este o processo de reproducção que se refere aos outros, especialmente quando se trata de plan­tas annuaes e bisanuaes.

Esta preferencia não da­ta de hoje, mas sim da> mais remotas épocas; já de ha séculos se dizia que a sementeira era o melhor e mais seguro meio de se ter a abundancia, a variedade e a novidade.

Os hollandezes. foram os primeiros que das semen­teiras tiraram origem de um largo commercio de flores raras, que obtinham nos seus maravilhosos hor­tos. O commercio tornou- se-lhes tão lucrativo que comecaran a ter imitado­

res em larga escala, pri­meiro em França, e depois na Inglatérra e na Bélgica, e, émbora em pequena es­cala, por todo o mundo ci- viiisado.

Hoje qualquer profissio­nal, ou mesmo qualquer particular, póde obter bôas e numerosas sementes dos vegetaes acclimados na re­gião que habitar, desde que dedique a esse serviço uma cuidadosa attenção.

Para se fazer a apanha das sementes é indispen­sável esperar que ellas es­tejam completamente ma­duras, sem o que não se conservam nem germinam.

Escolhe-se para esta ope­ração um dia encoberto, mas secco. A época da co­lheita varia com o genero da planta, exposição, clima, etc. Em geral reconhece-se que as sementes estão eín estado de ser colhidas quando as hastes amarel- lecem, seecam e as capsu­las entreabrem para deixar .cair as sementes á terra.

Cortam-se então as ex­tremidades das hastes, d e - xam-se as sementes nas capsulas que as contém, expoem-se um pouco de tempo ao so! para lhes dar consistência aos tecidos e assegurar aos germens uma conservação mais demora­da.

Feito isto guardam-se em pequenas caixas dispos­tas em logar sêcco até ao momento de ser semea­das.

Quando uma mesma es­pecie de planta vegeta um longo espaço de tempo em um mesmo terreno, acaba por o exg oVtar, absorven­do todòs os suecos ou ele­mentos nutritivos que con­tém, d’onde resulta uma degenerescencia da planta, degenerescencia que se ae- centua pe.loamarellecime.n- to das folhas, pelo pouco vigor de toda a planta, pe­la falta de brilho no colori­do da flor, que, pela sua parte, cada vez se mostra mais singela.

As plantas, n estas con­dições, não podem dar boas sementes sendo indispen­sável que sejam transplan­tadas periodicamente, es­

pecialmente os vegetaes bolbosos e os vegetaes de raizes, ou garras, como as anémonas e os ranuncios, a fim de não degenerarem de prompto.

O arranque ou conser­vação dos bolbos e das gar­ras não se faz ao acaso, quando muito bem se quer. como bastantes pessoas jul­gam.

A época mais própria para a extracção do solo dos bòlbos dos narcisos e das tulipas, é a que está comprehendida entre o principio de junho e o meio de agosto. Deve-se proce­der a esta operação todos os tres annos, e fazel-o com grandes cuidados, a Hm de não ferir nem molestar o bòlbo com o ferro, colher, ou instrumento utiiisado. Se, apesar de todos os cui­dados,'o bòibo for ferido, deve logo cobrir-se o gol­pe com terra muito sêcca, a fim de tereeptar a passa­gem do ar e evitar assim o desenvolvimento de bo­lores.

Arrancados os bolbos passa-se a terra por um cri­vo, não muito grosso, a fim de separar todos os pe­quenos bolbos que ella pu­desse ainda conter.

Não se desligam os bôl-obos pequenos que estive­rem -adherentes aos gran­des. DispÕem-se todos os bòlbos cm um taboleiro, que se guarda em sitio sèc- co e bem arejado durante meia duzia de dias. depois do que se separam as va­riedades e se recolhem em pequenos cestos de vime suspensos do tecto de.uma sala sêcca e bem ventilada ou cie u na estuca fria.

Os bòlbos pequenos, quer sejam por ser esse o seu tamanho natural como os das fritillárias e os de gran­de numero de gladíojos, quer por ainda não terem attingido o seu completo desenvolvimento, depois de terem andado a seccar em sitio sêcco e bem ventila­do, cuidadosamente dis­postos em um taboleiro, embrulham-se em papel de seda e guardam-se em cai­xas de lata, a fim de se lhes evitar o contacto do ar.

Muitos bòlbos carecem de ser transplantados todos os dois annos. Faz-se então esta transplantação no ou- tomno, limpando-os dos pequenos bolbinhos inúteis, que se dispõem em vivei­ro, e mettendo os bòlbos logo em terra conveniente­mente adubada.

As garras devem ser ar­rancadas com o maximo cuidado, todos os annos ou, o maximo, de dois em dois annos, durante o repouso vegetativo. Seccam-se da mesma fórma- que os bòl­bos, e guardam-se em cai­xas entre ,areia fina e bem sêcca de agua dôce. As garras dos ranunculos de­vem ser arrancadas logoque as folhas seccarem.

Da Ga~eta das Aldeias).

S^esáejos do iíspiritfo % :-a 3t to

A commissão promotora dos grandiosos festejos do Espirito Santo, nesta villa, que terão logar nos dias 16, 17, 18 e 19 do proximo mez.de julho, com o fim de tornar bem conhecidos es­tes festejos em todo o paiz, já está tratando do pro- gramma que será feito em forma de livro, impresso em magnifico papel e a tres côres. Terá approximada- mente 5o paginas e a tira­gem será cie 10:000 exem­plares.

A com missão recebe des­de já annuncios para o pro- gramma dos festejos.

Tm sríídaAfinal, depois de venci­

das as enormes clifricuIda­des que acarretam estes di­vertimentos, a commissão promotora dos festejos do Espirito Santo, conseguiu organisar a corrida que terá logar hoje, pelas 4,3o horas oa tarde, na praça dê^ta villa, sendo o seu produeto em favor dos re­feridos festejos.

Oxaláoprogram m a.que é de primeira ordem, seja feliz na sua completa exe­cução para que a inaugu­ração. da época tauroma-

i cinca d'esta praça corres-

Page 2: Cha gas · 2020. 2. 11. · JV ANNO hk DOMINGO, 2 2 DE MAIO DE 1904: N:' 149 SEM AN AR IO N O T IC IO S O , LITTE R A R IO E A G R IC O LA Issi^uatsira Anno, iSooo reis; semestre

ponda ádistincção dós seus amadores.

O distincto bandarilhei- ro José Martins (o A^eitei- roj, vem desinteressada­mente coadjuvar os ama­dores.

O curro, que é de 10 garraios e pertence ao opu lento lavrador, ex.mosr. Jo­sé Maria dos Santos, é dos melhores que se tem visto, e se a sua bravura corres­ponder â sua belleza, a of­ferta do caprichoso lavra­dor e de um grande vplor. Todos que viram os gar­raios ficaram encantados com o conjuncto de estam­pas com que o importante creador brinda a rapaziada.

A im ircrsa r io s

Completou mais um an- niversano natalicio no dia 19 do corrente, a ex.ma sr.a D. Helena Quaresma Ven­tura Móra, esposa do nos­so amigo, sr. dr. Luciano Tavares Móra. As nossas sinceras felicitações.

— Tambem no dia 20 completou mais um anni­versario natalicio, a intelli- gente menina Lucilia Tava­res Móra, filha do extincto medico, sr. dr. Munuel Jus- tiniano Móra. Sinceros pa­rabéns.

M issaPor completar na próxi­

ma quarta feira, 25 do cor­rente, o i.° anniversario do fallecimento do sr. Joaquim Freire Caria, um seu inti­mo amigo manda rezar uma missa ás 6 horas da manhã, na egreja matriz, em suf- fragio da sua alma, convi­dando, por este meio, todas as pessoas a assistirem a es­te acto religioso.

As searas

E’ uma verdadeira des­graça o anno agricola que atravessamos, e que redun­dará em completa fome se a sécca continuar por mais alguns dias.

Os milhos, os trigos e os

feijões estão, em alguns : i- tios, irremediavelmente perdidos. Os lavradores queixam-se tambem da fal­ta de pastagens.

Oxalá que a tão almeja­da chuva, que tantos.bene- ficios viria agora prestar á agricultura, venha o mais depressa possivel salvar al­gumas searas e melhorar a existencia dos gados.o

*Devido á falta da chuva

teem-se feito préces, todas as noites, na egreja matriz.

Vae proceder-se áma­nhã, segunda feira, ao cor­po de delicto indirecto no tribunal judicial desta co­marca, sobre scenas pouco edificantes, praticadas por difíe rente vezes no largo da Palma, d’esta villa. por Julia da Conceição, Elisa da Conceição e seu irmão Jay­me (os Enguiços).

— Tambem se vae pro­ceder no juizo de paz d’es- te districto, ao corpo de delicto directo e indirecto sobre os distúrbios prati­cados da meia noite para a uma hora de 2 do cor­rente, por Rodrigo Cordei­ro o (Fadinho , João Coe­lho o (Seis dedos'/ e Chris­tiano Lucas, todos d’esta villa, constando estes dis­túrbios de terem andado na referida noite pelas ruas desta villa partindo os vi­dros das janellas, arran­cando os postigos das ró­tulas e entrando depois no estabelecimento do nosso amigo. sr. Jeronymo Lou­renço Braz, partindo-lhe uma garrafa vazia e estra- gando-lhe kilo e meio de farinha.

OS NOIVOSO horisonte da vida Vendo feli^ e risonho,Í ríie, hoje um dourado sonho Tornar em realidade;Da existencia no trilho Tens companheira louçã Que te será como irmã Na dor e na felicidade.

Se choras, chorará ella,Se ris, será venturosa;0 grato aroma-da rosa A o ninho que vaes crear Dissipará os miasmas Da maldita desventura Que em noite medonha, escura,. í ’s ve^es passam no ai\

Quando, passados os annos Em que os ardentes amantes Fabern protestos constantes De mutua fidelidade,Se revejam um no outro,Sem magnas na consciência,Hão de encontrar na existencia Am or, ventura, amizade.

JOAQ UIM DOS ANJOS.

P E N S A M E M T O S

Foi nomeado fiscal de 2.a classe dos impostos o sr Jayme Augusto Pessanha de Mendonça, filho do nos­so amigo, sr. Francisco Pes­sanha de Mendonça Furta­do, digno solicitador foren­se nesta comarca, Os nos­sos parabéns.

0 avarento onde tem 0 thesouro tem 0 entendimento; não é elle que possue o thesouro, é u thesouro que o pos- sue a elle.

— Aos olhos da inveja todo o successo é crime.— 0 homem não póde ser Je h \ senão no sólo da liber­

dade.C - A riqueza encobre os vicios; a pobreza encobre a virtude.

A N \l C D O T A S

— A sua espada é enorme, nobre cavaileiro!. . . di~ia um portuguez a um andalus em i 63q.

— Adm ira-se?!. . . Pois falta-lhe um palmo, que tem sido devorado pelos peitos dos homens p o r num mortos em duellos.

— Oh! E sem constar!. . .— Pois se eu matei-os a todos! Elles não podiam f a ­

lar, e não havia testemunhas.iw íW r t v íiv *

— -Q ue tal escreve Fulano?— Mal, muito mal; apenas f a \ S S depois de ter ja n ­

tado .' W í r t V í O W

Certo commerciante tinha no seu estabelecimento uni livro, em cuja capa se ha:

«Este livro de assentamentos serve para se assentar as dividas dos que devem, dos que ficam a dever, dos que deviam papar e dos que estão cm divida. »

LITTE M T U RÁK splrlio e m atéria

Discutíamos uma noite no pequeno salão verde do Gremio de pensadores 'tran- scendentaes (sociedade que morreu nos inicios por fal­ta de pagamento das quo­tas), o socialismo e o com- munismo, e o excellente Zénon Veleta, sempre ami­go de contradizer, teimava que ninguém, nem mesmo os que lançam bombas de dynamite, cravam punhaes e sobem stoicamente ao

l patíbulo, é communista ver­dadeiro, da cabeça aos pés.

— E não me digam que não, argumentava Zénon. O communismo não exis­te; é uma força, moralmen­te falando; palavras leva- as o vento; factos, preci­sam-se factos. . .

■— O ’ meu amigo! excla­mou o excellentissimo Tris- tão Molinillo, socio corres­pondente da Academia d e . Sciencias Históricas de Sto- ckolmo; pois não classifica de extraordinario 0 facto de um indivíduo se deixar enforcar pela idéa? Eu sem­pre o queria vê. . .

— Antes cegue que tal veja! bradou furioso Zé­non.

— Entendâmo-nos: sus­tento que todos os dias sur­ge cie cada canto um ratão que joga a vida por dez réis de mel coado. Uma novilhada, em qualquer al­deia, custa duas ou tres mortes, além dc dez a do­ze ferimentos graves. Re­bente hoje uma guerra civil ao grito de... seja o que fôr, e os voluntários serão co­mo os mosquitos no vina­gre. Arme o meu amigo . uma bernarda, a proposito disto ou d aquillo, e verá sahirem á rua, como bes­tas féras, cidadãos ainda hontem muito boas pes­soas e tementes a Deus. Por um copo de vinho, cinco réis de nada, um di­to mais agudo, emfim, por uma futilidade, estripam-se vadios aos centos por es­ses bailes e tabernas. Creia

80 FO LHETIM

Traducção de J. DOS ANJOS

D E P O I S 0(5 P E C C A D OL iv ro Segtrado

11

A Magdalena, ouvindo estas pala vras, baixou a cabeça para occultar o rubor que lhe córava a í foces, muito envergonhada da mentira a que levá- ra o ardente de.sejo de conquistar a estima e o afecto do Pedro Guille­male,

Depois, dominando as suas com ríoçóes |Sòr um daqueiles esforços de vontade a que a sua.vida de cortczS

a tinha costumado, mudou de con­versa, comprehendendo que já tinha dito bastan;e naquelle dia.

—'Fale-me agora em si. disse ella.— Quer que lhe fale sinceramente?— Como a uma amiga a quem não

se occulta nada.— Saiba então que a amava, e que

foi para me pôr em circumstancias de ser seu marido qu-j foi para Aubenas aprender um officio lucrativo. N'essa occasião náo sabia eu nada da vida e náo tiíiha dado conta de que não ti­nha nenhuma aptidão para o que es­colhia. Comprehendi, logo aos pri­meiros dias. que podia ser outra coi­sa sem ser serrdheiro. Pensava em participar as minhas duvidas ao meu protector o padre Rouvíère e p.-dir- conselho, quando soube da sua parti­da. A Magdalena náo me-tinha.pro- mettido nada, tinha até recusado t ò- ,

mar um compromisso cómmigD, mas eu concebera a esperança de que ven­ceria uma resistencia cujas causas náo sabia, e a noticip da sua fuga encheu- me de desespero.

- Pobre Pedro! murmurou a Ma­gdalena, enternecida.

— Esmagado por esse golpe, conti­nuou o Pedi o, cahi doente; julgaram todos que não escapava, mas não ti

nha de morrer; veiu a cura. depois o socego, se náo o esquecimento, e quando o senhor cura me falou nos meus deveres e me poz em condições

de escolher uma carreira, escolhi es­ta onde estou hoje e que, depois de tres annos de estudos em Ninies. me trou\e paru aqui como professor. Ahi tem a minha historia.

— O sr. Riballier tinha-m’a contado, disse a Mag.i: iena. E o ;eu amor so -!

breviveu á minha partida ou desvane­ceu-se?

— O meu ; mor? Para que é bom fa­lar n isso? Ha muito tempo que estou costumad * a náo lhe pedir outra coisa senão as alegrias e as maguas que uma inolvida\el recordação deixa na alma. Não-seria um doido se quizesse agora ateiar a c hamma?...

— Ura doido, porque?— Náo me confiou que existe um

homem cuja imagem preenche a sua alma e que quer unir ao seu destino?

— E* verda.ie! esse homem exi.te.— Só tenho pois de me resignar ao

papei que accetei ha cinco annos.— E pode supj ortal-o. : gora que

me vê todos os dias?Esta pergunta fez acreditar ao Pe­

dro que a Magdalena insinuava que sr suas visitas deviam ser raras.

— Peri .a entftò em me banir da suai

presença? perguntou elle anciosamen- te.

— Banil-o! Ah! juro-lhe que não penso n'isso. Quer deite os olhos pa­ra o passado, quer me esforce por in­terrogar o futuro e arrancar-lhe o seu segredo,é sempre o Pedro quem me apparece como o meu amigo mais se­guro, mais fiel e mais querido.

— Então é pena que tenha dado o seu am ora outro, suspirou elle, pro­vando assim que não adivinhava a ver­dade.

— O meu amor! suspirou a Magda- Icna.

Depoi, deste grito, calou-se.— la acci esccntar;— Pertence-lhe, abra o seu entendi­

mento, compr-.-nc-nda que é a si que eu bmo.

fContinuak

Page 3: Cha gas · 2020. 2. 11. · JV ANNO hk DOMINGO, 2 2 DE MAIO DE 1904: N:' 149 SEM AN AR IO N O T IC IO S O , LITTE R A R IO E A G R IC O LA Issi^uatsira Anno, iSooo reis; semestre

>jsto: o homem pouca im­portancia liga â vida. Ati- |.a.a pela janelia na primei­

ra occasião sem mesmo dizer— agua vae. O mor­rer nas aras dum a dou- u-jna nem sequer indica q U e o m artyr a professe sinceramente. O principal não é m orrer pela idéa, mas viver por ella e para ella. Aqui está porque eu juro e jurarei sempre que não existem communistas nem anarchistas; que são um mytho engendrado pe­lo medo burguez. E se não, exemplifiquemos; Onde encontram v. ex.asumcom- munista que, possuindo bens proprios, os ponha em commum, sem reservar para si, em especial, nada de que os outros disfru- ctenr? Onde está o anar- chista que, se lhe derem o poder do mando, o não exerça? que podendo subir, prefira descer? Porque será que não existem mil- lionarios communistas, nem ministros ou generaes a quem o anarchismo se- duza e perca? Quem pos­suindo dois capotes novos, dará um ao proximo"?Quando se me apresenta­rem melhores razões, con­fessarei que o communis- mo é uma idéa e não um estado de desespero causa­do pe!a necessidade.

— Mas, meu amigo, in­terrompi; eu conheço não só um, mas innumeros communistas e anarchistas como os que o senhor aca­ba de indicar, e diz não vêr em parte alguma. São communistas dos pés á ca­beça, porque sem despre­zarem o momento de ar­riscar as vidas, e perden do-as muitas vezes pelas convicções que professam, a todo o momento se re­gulam por ellas, e nellas moldam os seus actos mais insignificantes, os seus mais reconditos pensamentos. Nada querem possuir indi­vidualmente ; repugna-lhes o exercido do poder; en- fada-os a propriedade, e são tão partidarios da egualdade, que em tudo buscam mantel-a. São por tal fórma exaltados nas suas crenças, que para melhor servil-as, renun­ciam ao amor e á mulher, e andam descalços.. .

— Bah! exclamou Vele- ta, interrompendo-me. Adi­vinho os communistas a quem v. ex.a allude. Trata- se dos frad es .. . E sabe o senhor porque os frades fazem excepção á regra geral que ha pouco for­mulei? Pela simples razão que apparentam ser com­munistas em vida, com o fim de se tornarem os mais refinados individualistas... depois da morte, sob o re­

gimen do supposto colle- ctivismo, cada qual busca o seu proprio bem, a sal­vação da alma, inconfundí­vel com as outras, e a ale­gria do corpo bemaventu- rado; um rancho de glo­ria, comprado pelo preço da egualdade, da renuncia á propriedade e a todo o interesse mundano. Cha­mem-lhes to lo s .. . De res­to, temos conversado. Nin­guém se sacrifica diaria- mente pelo bem alheio. In­dividualistas práticos aqui ou no Paraizo. . . mas in­dividualistas, em summa. Ha communistas mas só por fóra, porque não exis­te theoria económica nem social capaz de supprimir o eu. Querem os senhores que eu lhes cite um facto que prova esta verdade ter­rivel em toda a sua nudez e espantosa crueza? São duas palavras. Conheci in­timamente um socialista- communista, mas dos assa­nhados, homem de boa fé e propagandista incansavel. Mil vezes tinha arriscado a vida, e por fim,— conse- quencia de theorias tolas— deitaram-lhe um dia a mão e mandaram-n’o de presen­te á ilha de Fernando Pó Por casualidade eu era seu companheiro... de viagem. Sobreveiu um temporal desfeito; o vapor, descon- junctado pelos vagalhões furiosos, ameaçava a todo o instante submergir-se. Os botes desceram dos tur­cos. . . Um d’elles, o mais pequeno, encheu-se num momento de mulheres e creanças, e com a excessi­va carga ia a pique. Lem­brámo-nos sustel-o com al­guns cabos, dando assim tempo a que, parte dos nau- fragos, passasse a outro bo­te maior. Naquelle mo­mento de vertigem e de confusão indescriptivel, o communista foi o escolhido para sustentar nas mãos robustas o cabo lançado ao fragil esquife Agarrou com ancia, e a principio só no­tou um ligeiro ardor; pou­co depois a palma da mão ardia-lhe, como se nella apertasse um ferro em bra- za. Se largasse o cabo, os do bote estavam irremedia velmente perdidos... Cum pria-lhe, portanto, soffrer, deixar que a pelle e a car­ne das mãos lhe fugisse aos pedaços. Mas a dor crescia, a sensação era do- lorosissima, e o communis­ta, após um grito medo nho. abriu a m ão . . . o ca­bo afrouxou e o bote des­ceu ao abysmo! Sentiu re­morsos, teve um pesai- in­traduzível,— pVa que ne gal-o ?— mas confessou-me que, se mil vezes a mão lhe tornasse a arder, por eirual fórma outras mil dei­

K e r a s t e s s e

E' hoje, á noite, qu2 se inaugura a kermesse em Deneficio da ciasse piscató­ria, desta villa. A barraca destinada á rifa das pren­das é muito elegante, es­tando estas muito bem dis­postos e sendo algumas de subido valor.

Será esta festa de cari­dade abrilhantada pela dis- tincta phylarmonica i.° de Dezembro, que generosa­mente se oíTereceu.

★As récitas promovidas

3ela mesma commissão da cermesse terão logar nas noites de 28 do corrente e4 de junho proximo.

xaria afundar o bote. E é este o pão nosso de cada dia. Vinte existencias pe- zam menos que um verda­deiro tormento propino.

Veleta calou-se, e todos o imitámos. E eu, ao con- templar-lhe o rosto repen­tinamente pallido e contra- hido, pensei sem querer que fosse elle o communista de­gredado. Então os meus olhos voaram-lhe do rosto para a mão procurando n’ella o signal da chaga.

O DOMINGO

----co;—

A G R A D E C IM E N T OJoaquim Nicolau e sua

mulher agradecem reco­nhecidamente a todas as pessoas que se dignaram auxilial-os com os seus do­nativos para acudirem ás despezas que tiveram de fazer com a praça que foi substituir seu filho Augusto Nicolau, soldado do regi­mento de artilharia n.° 1, na expedição que vae para a Afriea 110 dia 27 do cor­rente.

rá inaugurado no dia 19 de junho proximo, no largo do Pòço da freguezia de Sarilhos Grandes, deste Concelho.

A mesma Camara Mu­nicipal convida os nego­ciantes e creadores de ga­dos de quaesquer especies, a concorrerem ao referido mercado.

Paços do Concelho de Aldegallega do Ribatejo, 15 de maio de 1004.

E eu, Antonio Tavares da Silva, Secretario da Ca­mara, o subscrevi.

0 PRESIDENTE,

Domingos Tavares.

AINTISTIJISTCXO

C O M C i III M f l M G . i

( l . 1 PíabSicai-iáo)

No dia 2.) do corrente mez de maio, pelo meio dia, á porta do tribunal ju­dicial cie esta villa de A l­degallega, nos autos d :

execução hypothecaria que Luiz Custodio, casado, mo­ve contra Nicandro José e mulher Maria de Jesus, mo­radores no Samouco, sé ha de vender e arrematar em hasta publica a quem maior lanço offerecer so­bre o valor da sua avalia­ção, um terreno no sitio das Abegóas ou Alagòa da Viceira, no logar do Samouco, Composto d u ­mas cazas abarracadas e ■outras em construcção, com quintal, avaliadas em 13o$o00 réis.

Pelo presente são cita­dos os crédores incertos para assistirem á dita ar­rematação e ahi usarem dos seus direitos, sob pena de revelia.

Aldegallega do Ribatejo,5 de maio de iqoq.

O E S C R IV Á O

Anlonio Augtislo da SilvaCoelho.

Verifique! a exactidSo.

(.) JU IZ DE D IR E IT O

1." Substituto em exercició,

Anlonio Tavares da Silva.

C O N S D i . í f l l l l O DE* 1)K *-

A N N U N C IO S

EDITALA Camara Mu­

nicipal do Con­celho de Alde- gallega do Ri­batejoFAZ saber que, u-ando

da faculdade que lhe con- fere 0 disposto pelo artigo 5o n.° 17 do Codigo Ad­ministrativo, deliberou cre- ar um mercado mensal de gados, no terceiro domin­go de cada mez. o qual se­

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A entrada nesta casa é franca e péde-se a todos que visitem ião util estabelecimento. l j9

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O DOMINGO

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AO ALCANCE DE TODAS AS BOLSASDevido á sabida do antigo socin desta casa, o ill.mo

sr. João Bento Maria, motivada pelo cansaço das lides commerciaes, os actuaes proprietários resolveram am- plear mais o actual commercio da casa, dotando-a com uns melhoramentos que -se tornam indispensáveis a melhorar e a augmentar as várias secções que já existem

Tomam,pois, a liberdade de convidar os seus estimá­veis freguezes e amigos, a que, quando qualquer com pra tenham de fazer, se inteirem primeiro das qualida­des, sortido e preços porque são vendidos os artigos porque decerto acharão vantagosos.

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[Chronica do reinado de Luiz XV)

Romance historico ro r E. LA D O U C ETTE

Os amores trágicos de Manon Les- raut com o celebre cavalleiro de Grieux. formam o entrecho d’este romance, rigorosamente historico, a que Ladoucette imprimiu um cunho de originalidade deveras encantador.

A corte de Luiz xv, com todos os seus esplendores e misérias, á escri- pta magistralmente pelo auetor d'0 Bastardo da Rainha nas paginas do seu novo livro, destinado sem duvi­da a alcançar entre nós exito egual aquelle com que foi receb.do em Pa­ris, onde se contaram por milhares os exemplares vendidos.

A ediçáo portugueza do popular e commovente romance, ser.i feita em fasciculos semanaes de 16 paginas, de grande formato, illustrados cora soberbas gravuras de pagina, e cons­tará apenas de 2 volumes.SO ré is o fascículo

líMft ré is o Í08&302 valiosos brindes a todos

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