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Ciclo de Debates Abralatas

Ciclo de Debates Abralatas · 2018-05-31 · e o consumo sustentáveis, ... São investidores e atores do mercado financeiro que colocam o preço do carbono ... Teatro do SESI Edifício-sede

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O que é a Abralatas?Criada em 2003, a Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio) é uma associação civil, sem fins lucrativos, que representa os fabricantes brasileiros de latas de alumínio para bebidas e busca, por meio do compartilhamento de experiências, contribuir com o desenvolvimento e a ampliação da competitividade dessa embalagem no país. A Associação propõe também a discussão acerca de novas práticas capazes de reduzir os impactos ambientais e apontar estudos inovadores sobre a reciclagem.

O que é o Ciclo de Debates Abralatas? O Ciclo de Debates Abralatas é um evento anual que faz parte dos trabalhos de responsabilidade social da Associação. Realizado desde 2010, promove a discussão de temas que possam estimular a produção e o consumo sustentáveis, tendo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) como pano de fundo. A série de eventos tem o objetivo de (i) contribuir para a compatibilização dos objetivos econômicos das cadeias de valor de bens e serviços, particularmente as embalagens, e com a minimização dos seus impactos ambientais pós-consumo, (ii) com a necessidade de elevar o nível de bem-estar da sociedade e, em particular de (iii) promover a inclusão social dos que trabalham na cadeia de coleta e reciclagem dos resíduos gerados com a produção e consumo desses bens e serviços.

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Fórum aponta TributaçãoVerde como oportunidade para o paísCom a participação da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva e do ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel, o Ciclo de Debates Abralatas 2017 foi realizado em parceria com o jornal Folha de São Paulo e com o patrocínio da Novelis, na forma do _2º Fórum Economia Limpa. Reuniu catadores, consumidores, empresários, representantes do Poder Público, especialistas, todos reforçando a necessidade de encontrar caminhos eficazes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

A ex-ministra Marina Silva afirmou que o Brasil tem tudo para se tornar uma referência mundial em desenvolvimento sustentável se direcionar sua economia para a agenda da descarbonização. Basta vontade política. O ex-secretário Everardo Maciel destacou que isso já é possível, pois está explicitamente previsto na Constituição, e defendeu a utilização de ferramentas de extrafiscalidade existentes como instrumentos auxiliares de uma política pública ambiental.

“A CIDE dos combustíveis foi instituída por mudança constitucional e mostrou,

claramente, um tratamento diferenciado na tributação, com o objetivo ambiental

de distinguir a gasolina e o etanol.”

EVERARDO MACIEL Ex-secretário da Receita Federal

“Lester Brown disse que o comunismo se inviabilizou por não considerar os preços

econômicos, e que o capitalismo pode desaparecer por não considerar o preço ambiental. Há um

custo em relação ao impacto que nós causamos ao planeta. E isso pode comprometer as bases

naturais do nosso desenvolvimento.”

MARINA SILVA Ex-ministra do Meio Ambiente

3 e 4 de outubro de 2017TucarenaSão Paulo-SP

Fotos: Folhapress

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“Não se pode, ao nosso ver, premiar quem não tem a preocupação suficiente

para viabilizar a redução do impacto ambiental de seus produtos.”

RENAULT CASTROPresidente executivo da Abralatas

“Todo passivo ambiental será um passivo fiscal no futuro.”

CARLOS MUSSIDiretor da Comissão Econômica para a América Latina

e o Caribe (Cepal) no Brasil

Além de exemplos internacionais onde o imposto verde cumpriu sua função de orientar o consumo para estimular uma economia sustentável, foram apresentados casos de bens e serviços com alto impacto ambiental relativo que poderiam receber alguma sobretaxa compensatória, por darem pouca importância à reciclagem e à logística reversa.

Outro enfoque abordado no evento foi a Reforma Tributária, em debate no Executivo e no Legislativo. Apesar da previsão constitucional e das orientações definidas por tratados internacionais, como o Acordo de Paris, a atual proposta de mudanças no sistema tributário brasileiro nem ao menos cita a oportunidade de reduzirmos o impacto ambiental da produção por meio de impostos e taxas.

Durante o Ciclo de Debates Abralatas 2017 foi lançado o segundo volume do livro “Transição para uma Nova Ética Tributária – a sustentabilidade como objetivo econômico”. A publicação traz o estudo inédito, realizado pela Tendências Consultoria Integrada, a pedido da Abralatas, que aponta a Tributação Verde como o caminho mais adequado para mitigar os impactos ambientais, taxando poluidores e incentivando a produção sustentável. O livro tem ainda a análise do especialista em Direito Tributário André Luiz Costa-Corrêa, que defende o uso da política tributária para direcionar o desenvolvimento econômico que se deseja sustentável.

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20 e 21 de junho de 2016Auditório da Unibes CulturalSão Paulo-SP

Tributação Verde recebe adesões em evento da Abralatas que debateu sobre

Economia CircularO debate sobre a chamada Tributação Verde vem sendo colocado em pauta pela Abralatas em seu evento há dois anos, quando foi construída a base de sustentação sob o ponto de vista jurídico, social e ambiental. O tema ganhou fôlego e, em 2016, o Ciclo de Debates Abralatas alcançou novas dimensões com a adesão dos mais variados setores da economia. A implantação de um modelo tributário que estimule produção e consumo de bens e serviços sustentáveis foi destaque do Fórum Economia Limpa, promovido em junho pela Abralatas, em parceria com o jornal Folha de São Paulo e com o patrocínio da Novelis.

O evento foi aberto pelo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, que defendeu o reforço às políticas públicas ambientais para assegurar uma economia de baixo carbono e afirmou que o assunto é pauta importante do ministério.

O Fórum Economia Limpa também contou com a presença de diversos especialistas e empresários, além de representantes de empresas e instituições que buscam soluções verdes e já trabalham para uma economia de baixo carbono. Foram debatidos assuntos como política tributária voltada para o desenvolvimento sustentável, a importância da Economia Circular, renovação da matriz energética, mercado de créditos de carbono, melhores práticas de reciclagem, o movimento das empresas pela sustentabilidade e a importância dos catadores na Política Nacional de Resíduos Sólidos.

“As políticas ambientais não podem ser vistas como entraves ao crescimento econômico, mas como a verdadeira

solução para obtermos um padrão de desenvolvimento sustentável com inclusão

social e respeito ao meio ambiente.”

JOSÉ SARNEY FILHO Ministro do Meio Ambiente

A 21ª Conferência do Clima (COP 21)

Fotos: Folhapress

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“É preciso coragem para mudar a direção e onerar atividades mais poluentes, mesmo as consideradas

carros-chefes da economia.”

ANA MARIA NUSDEOProfessora de direito ambiental da USP

“Economia Circular é rever valores, repensar design de produtos e serviços.

É preciso desenhar de forma a não gerar resíduos no meio ambiente.”

BEATRIZ LUZFundadora da Exchange for Change Brasil

“A energia eólica é inesgotável, não emite gases poluentes, não gera resíduos. E o Brasil tem os

melhores ventos do mundo. Porém, mesmo assim, estamos na 10ª posição no uso de energia eólica.”

MARCELO SOARESPresidente da Tecsis

“Começa a funcionar também no Brasil um movimento de precificação indireta. São investidores e atores do mercado financeiro que colocam o preço do carbono

nos seus cálculos de risco e retorno de investimentos.”

GUSTAVO PIMENTELDiretor de pesquisa da consultoria Sitawi Finanças do Bem

Tributação Verde

Economia Circular

Renovação da matriz energética

Precificação das emissões de carbono

Valentin Aparicio Escamilla (presidente do Sindicato de Comércio Atacadista de Sucata Ferrosa e Não Ferrosa do Estado de São Paulo), Victor Bicca Neto (presidente do Compromisso Empresarial para a Reciclagem) e Roberto Laureano Rocha (representante do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis)

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6 de outubro de 2015Auditório da FGV BerriniSão Paulo-SP

É viável a implementação de um sistema tributário que leve em conta o impacto ambiental de produtos e serviços?Depois de constatar no ano anterior a fundamentação constitucional para a formulação de uma política tributária que leve em consideração os impactos ambientais dos diversos bens e serviços, o Ciclo de Debates Abralatas foi além. Com o tema “Viabilidade da Tributação Verde”, juristas, economistas, ambientalistas e empresários brasileiros reuniram-se em São Paulo/SP, às vésperas da COP 21, para discutir a viabilidade de implementação de um modelo tributário que, de fato, induza a indústria e o consumidor no sentido de padrões sustentáveis de produção e de consumo, visando à transição para uma economia de baixo carbono.

O evento contou com a moderação do jornalista William Waack e com a participação de especialistas como o jurista Ives Gandra Martins, o economista Ricardo Abramovay, o ambientalista Fábio Feldmann e a advogada tributarista Lucilene Prado.

“O Sistema Tributário brasileiro, apesar de possibilitar, em tese, a utilização

de incentivos fiscais para estimular o consumo e a produção sustentável, é extremamente caótico, necessitando de uma simplificação para viabilizar o benefício tributário a quem produz

com menor impacto ambiental.”

IVES GANDRA MARTINS Advogado tributarista, professor, escritor e jurista brasileiro

Implicações práticas da introdução de fatores

ambientais no sistema tributário brasileiro

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Ives Gandra apresentou as conclusões do seu parecer jurídico sobre a viabilidade das alterações no sistema tributário, necessárias para a mencionada transição. Defendeu uma profunda reforma tributária que considere as chamadas externalidades da produção industrial e da prestação de serviços na determinação da sua carga tributária, de forma a dar rumos sustentáveis ao desenvolvimento do país. Além disso, o jurista citou os impostos mais adequados para essa função de compensação ambiental.

O Ciclo de Debates Abralatas 2015 lançou as bases para a construção de um novo patamar de sustentação do modelo de tributação proposto sob os pontos de vista jurídicos, econômicos e ambientais.

“O ideal é que a base de consumo da sociedade seja formada por materiais que

possam ser reaproveitados e revalorizados, possibilitando uma sociedade ‘lixo zero’.”

RICARDO ABRAMOVAY Economista

“Há instrumentos econômicos capazes de direcionar o desenvolvimento para uma economia

de baixo carbono. Uma das medidas seriam as licitações sustentáveis, utilizando o poder de

compra dos governos para estimular a produção de bens de menor impacto ambiental.”

FÁBIO FELDMANN Advogado e ambientalista

Desafios do desenvolvimento

sustentável no Brasil

Tributação verde: uma agenda

pública brasileira

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Como instrumentos de políticas tributárias podem contribuir para induzir a produção e estimular o consumo de bens e serviços mais sustentáveis? Esta questão foi o tema central das discussões do Ciclo de Debates da Abralatas 2014. O evento reuniu autoridades e especialistas no assunto, como o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Carlos Ayres Britto, o economista Eduardo Giannetti, o diretor de políticas públicas e tributação da LCA Consultores, Bernard Appy, a presidente executiva do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marina Grossi, e o secretário-geral da Metal Packaging Europe, Anders Linde.

Apresentação do ministro Ayres Britto mostrou que, no Brasil, a consideração tributária dos impactos ambientais de bens e serviços é mais do que recomendável, pois é, na verdade, um mandamento constitucional. Não faltam bons exemplos internacionais como o da Noruega, onde o regime tributário pune com impostos mais elevados as embalagens com baixos índices de reciclagem ou de reutilização.

“Nossa Constituição, mais do que recomenda, impõe ao Poder Público uma política

de incentivos que onere mais aqueles que impactam

negativamente o meio ambiente.”

AYRES BRITTO Ex-presidente do Supremo Tribunal Federal

10 de novembro de 2014Teatro do SESIEdifício-sede da FIESPSão Paulo-SP

A política tributária como forma de contribuir para o desenvolvimento sustentável do Brasil

Exigência Constitucional

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“Em todas as nossas atividades como produtores ou consumidores

estamos gerando algum tipo de impacto ambiental. O sistema

de preços é completamente omisso a essa realidade.”

EDUARDO GIANNETTI Economista

O recente painel de clima da ONU trouxe um alerta contundente sobre o impacto da produção industrial nos fatores de mudança climática. A mensagem básica é que se não houver redução nas emissões de carbono (CO2) até meados do século XXI o planeta caminhará para um cenário de aquecimento global acima de dois graus Celsius, o que trará consequências muito preocupantes para o bem-estar humano e para o próprio equilíbrio da biosfera.

Por isso, mais do que necessário, se faz urgente a busca por caminhos que estimulem o consumo de produtos e serviços que minimizem os impactos prejudiciais ao meio ambiente. Neste cenário, a tributação verde surge como um importante mecanismo de estímulo ao desenvolvimento de indústrias sustentáveis. Este tipo de mecanismo é adequado, inclusive, ao que está estabelecido na Política Nacional de Resíduos Sólidos e, na medida em que esse debate pode resultar em aumento da competitividade do uso de materiais recicláveis, ele interessa também aos catadores desses resíduos.

Pauta da Humanidade

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Como parte das atividades desenvolvidas em comemoração aos 10 anos da Abralatas, o Ciclo de Debates Abralatas 2013 levou para as universidades a discussão sobre o tema “Inovação para a Sustentabilidade”, com o objetivo de estimular o meio acadêmico a pesquisar e a produzir soluções inovadoras para aumentar a produtividade e melhorar as condições de trabalho dos catadores de materiais recicláveis reunidos em cooperativas e associações.

Os encontros foram realizados em três capitais, nos campi das Universidades Federais de

Minas Gerais, do Paraná e do Ceará, e contaram com palestra magna do ex-deputado federal e jornalista Fernando Gabeira. Os eventos produziram um rico debate que reuniu mais de 1.500 participantes, entre alunos e professores universitários, autoridades públicas municipais e estaduais, integrantes dos Ministérios Públicos Estadual e do Trabalho, representantes de cooperativas e associações de reciclagem e do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, além de profissionais ligados às indústrias de embalagens para bebidas e de reciclagem do Brasil.

4 de setembro de 2013Universidade Federal de Minas GeraisBelo Horizonte-MG

12 de setembro de 2013Universidade Federal do CearáFortaleza-CE

4 de outubro de 2013Universidade Federal do ParanáCuritiba-PR

Inovação a serviço de melhores condições de trabalho nas cooperativas de catadores de materiais recicláveis

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InovaçõesO Ciclo de Debates Abralatas 2013 apresentou três importantes projetos pensados para transformar o trabalho dos catadores do país. Do Rio Grande do Sul veio o “Cavalo de Lata”, carrinho elétrico idealizado pelo engenheiro Jason Vargas que tem como objetivo auxiliar catadores de materiais recicláveis em seu trabalho. O equipamento tem capacidade para suportar até 500 quilos de carga. Foram apresentados também dois softwares desenvolvidos para auxiliar na gestão das cooperativas de reciclagem. O “Catafácil” e o “CATAsig”.

“O objetivo, desta vez, foi o de provocar o meio acadêmico para desenvolver projetos aplicáveis às cooperativas de catadores”, explicou o Presidente Executivo da Abralatas, Renault Castro.

Para o vice-reitor da UFPR, Rogério de Andrade Mulinari, o debate dentro da universidade é importante para despertar o interesse para o tema. “Aqui, nós tratamos do futuro no presente e a inovação pode parecer singela, mas será decisiva para o meio ambiente”, disse, destacando que a lata de alumínio é emblemática na questão da reciclagem. “É uma estratégia que deve ser expandida como exemplo”.

Nas três capitais, representantes dos governos estaduais e municipais apresentaram seus projetos de implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), debatendo com todos as soluções para o tema.

“É muito importante que essa responsabilidade compartilhada

seja assumida de fato por todas as partes envolvidas. E não apenas na formulação da política (PNRS), mas

também em sua implementação.”

FERNANDO GABEIRA Jornalista e ex-deputado federal

O impacto social da Política Nacional de

Resíduos Sólidos (PNRS)

“Queremos avançar no processo de organização dos catadores e fazer com que, realmente,

sejamos reconhecidos.”

LUÍS HENRIQUE DA SILVARepresentante do Movimento

Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis de Minas Gerais

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Políticas públicas eficientes e capazes de melhorar as condições de vida das pessoas que habitam uma cidade. Estas são as ações esperadas daqueles que se candidatam em eleições municipais.

No Ciclo de Debates Abralatas 2012, a pauta apresentada aos principais candidatos a prefeito de quatro capitais foi além da reciclagem: qual o destino correto para

os resíduos sólidos e como envolver cooperativas de catadores de materiais recicláveis nos processos de coleta, triagem e reciclagem? Como implementar as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)? O Ciclo tornou-se o primeiro debate entre candidatos a prefeito nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Porto Alegre (RS) e Manaus (AM). O tema foi colocado na pauta eleitoral de 2012.

24 de julho de 2012Rio de Janeiro (RJ)Auditório do Ministério Público

7 de agosto de 2012Recife (PE)Auditório do Banco Central

14 de agosto de 2012Porto Alegre (RS)Auditório do Palácio do Ministério Público

28 de agosto de 2012Manaus (AM)Auditório do Ministério Público

Candidatos a prefeito e suas ideias para implementar a Política Nacional de Resíduos Sólidos

ETAPA RIO DE JANEIRO ETAPA MANAUS

ETAPA PORTO ALEGRE ETAPA RECIFE

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Bons exemplos não faltaram: as cidades de Natal (RN) e de Guarulhos (SP) foram destaque neste quesito. Gestores e catadores desses dois municípios contaram suas histórias e mostraram que, com determinação, participação popular e vontade política pode-se transformar realidades que, pouco tempo antes, estavam sem perspectivas de melhorias.

Com os pés no chão e os olhos voltados para o futuro, os participantes do encontro tinham em comum a ideia de que o meio ambiente deve ser visto como uma grande oportunidade de mudança econômica e social para as cidades que pretendiam gerir. Os frutos dessa visão, se efetivamente postos em prática, serão colhidos e distribuídos entre toda a população em um futuro próximo.

“O catador não precisa apenas da cesta básica. Ele precisa de qualificação. A prefeitura de Natal,

em parceria com o Movimento Nacional dos Catadores, buscou facilitar estas formações.”

HEVERTHON DA ROCHAGerente do Meio Ambiente da Cia de Serviços de

Limpeza Pública de Natal (RN) – Urbana

Prefeitura integrada com as cooperativas de reciclagem

“Infelizmente o município não entende que existe uma Lei Nacional

de Resíduos Sólidos e encerra a atividade do aterro sanitário sem

oferecer o mínimo de estrutura para esta categoria [os catadores].”

CUSTÓDIO DA SILVA CHAVESRepresentante do Movimento Nacional dos

Catadores de Materiais Recicláveis do RJ

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O debate sobre a recém-criada Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) ganhava fôlego às vésperas da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável de 2012 (Rio +20), que discutiu a Economia Verde no contexto da sustentabilidade e da erradicação da pobreza.

A PNRS abriu possibilidades para tornar realidade a atividade econômica do catador de materiais recicláveis e estimular procedimentos

para viabilizar economicamente as cooperativas de reciclagem.

A Abralatas levou esta visão para seu Ciclo de Debates em três etapas regionais: Belo Horizonte (MG), Salvador (BA) e Belém (PA). Catadores puderam apresentar suas contribuições ao debate sobre erradicação da pobreza e receberam sugestões para ampliar a organização em cooperativas e associações, como estabelece a PNRS.

15 de junho de 2011Belo Horizonte (MG)Centro Mineiro de Referência em Resíduos

24 de agosto de 2011Salvador (BA)Auditório da Procuradoria-Geral do Ministério Público do Estado da Bahia

13 de setembro de 2011Belém (PA)Auditório do Edifício Sede do Ministério Público do Estado do Pará

27 de outubro de 2011Brasília (DF)Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados

O mercado de reciclagem de resíduos sólidos visto de diversos ângulos

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“É importante a capacitação e organização dos catadores para

ampliar a participação do material que entregam à indústria. Os

atravessadores comercializam 95% do volume de latas recicláveis que chega à indústria. Para poder competir, os

catadores têm que investir em sucata de qualidade e no serviço de logística.”

HÊNIO DE NICOLACoordenador da Comissão de Reciclagem da

Associação Brasileira do Alumínio – Abal

“Percebemos que há uma preocupação crescente

do consumidor brasileiro por produtos de menor

impacto ambiental, por embalagens mais

sustentáveis, por hábitos mais saudáveis.”

TOVE MALMQVISTGerente de Pesquisa da

GlobeScan Inc. e Coordenadora do Estudo Mundial sobre Consumo

Sustentável da NatGeo

O tema foi ainda tratado na etapa nacional do Ciclo de Debates Abralatas, em evento realizado na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). Para que a Economia Verde realmente possa colaborar para a redução da pobreza é importante pensar a questão também na sustentabilidade do consumo.

Foi apresentado um estudo mundial sobre consumo sustentável, realizado pela National Geographic, e a questão recebeu a análise de consultores, mostrando a necessidade de incluir a Economia Verde também nas políticas públicas.

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As condições de trabalho dos catadores de materiais recicláveis e a sustentabilidade das embalagens de bebidas à luz da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foram os principais temas do Ciclo de Debates promovido pela Abralatas em 2010. O objetivo foi discutir o papel da lata de alumínio para bebidas no desenvolvimento sustentável do país no que diz respeito à melhoria da renda dos catadores e das suas condições de trabalho. Também foi levado ao debate a importância do descarte correto dos resíduos sólidos e os impactos das embalagens no meio ambiente.

16 de setembro de 2010Auditório do Ministério PúblicoNatal-RN

30 de setembro de 2010Auditório da Procuradoria Regional do TrabalhoCuritiba-PR

7 de outubro de 2010Hotel InterContinental São PauloSão Paulo-SP

A importância dos catadores de materiais recicláveis na PNRS e o impacto ambiental das embalagens

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“As cooperativas hoje não têm capital de giro para manter o material

até juntar um volume maior. Eu peço para as empresas que apoiem mais as associações de catadores (…). Com isso, conseguiremos

juntar volume de material maior e vender direto para a indústria.”

MARILZA LIMARepresentante do Movimento Nacional dos

Catadores de Materiais Recicláveis do Paraná

“Todos se beneficiaram com a iniciativa do governo de Pernambuco de permitir apenas a

comercialização de latas de alumino no carnaval de 2009. Os catadores ganharam porque são

melhores remunerados e as prefeituras porque houve uma redução dos resíduos nas ruas. Isso diminuiu a quantidade de lixo coletado

e reduziu o impacto ao meio ambiente.”

SÉRGIO NASCIMENTOPresidente da Associação Meio Ambiente,

Preservar e Educar do Recife/PE

“Não podemos falar que um material é melhor que o outro,

porque cada embalagem tem suas vantagens e

desvantagens. Mas a lata tem uma performance muito boa pois a emissão de CO2 é menor se comparada a

outras embalagens.”

SCOTT KAUFMANGerente de Projetos da Carbon Trust

Os primeiros encontros foram realizados nas cidades de Natal (RN) e Curitiba (PR) e contaram com a participação de catadores, Ministério Público, autoridades federais e locais. Nas ocasiões foram apresentadas propostas para garantir melhor renda e organização para os catadores, além de estimular e valorizar a atuação destes profissionais nas atividades ambientais.

O evento contou também com uma etapa nacional realizada em São Paulo (SP), que teve como tema a sustentabilidade do ciclo de vida da lata de alumínio para bebidas. Foram apresentados estudos internacionais sobre os impactos ambientais desta embalagem.

Os participantes conheceram o trabalho da organização britânica Carbon Trust, desenvolvido a pedido da Coca-Cola, que detectou a pegada de carbono das diferentes embalagens para bebidas. Também foi apresentada uma pesquisa desenvolvida pela Aluminum Association que analisou o ciclo de vida da latinha nos Estados Unidos.

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Isso representa

15%das emissões globais de gasesde efeito estufa –há umadécada, representava 4%

O preçO dapOluiçãOPolíticas fiscaiscom objetivosambientais

CostaRicacriou em 1997 um imposto de3,5% sobre o valor de mercadodos combustíveis fósseis quesubsidia as energias limpase ajuda na manutenção dasflorestas: 98% da matriz dopaís é de energia renovável

Colômbiadesde 2016, introduziu imposto deUS$ 5 por tonelada sobre oscombustíveis fósseis. Há aumentode 1% ao ano do tributo, comoforma de incentivar fontes maislimpas na matriz energética.Dinheiro será usado em fundo paraprojetos contra o desmatamento

Chileimposto voltado para o setorde energia, especialmentesobre as termelétricas acarvão. As empresas têm depagar US$ 5 a cada toneladade CO2 liberada na atmosfera

MéxicoCobra imposto sobre a venda decombustíveis fósseis desde 2014, emtorno de US$ 0,12 por litro de diesele US$ 0,10 por litro de gasolina.Gás natural e GLP são isentos do imposto

Na aMéRiCa LatiNa

ANDREA VIALLICOLABORAÇÃO PARA A FOLHa

Oque há em comumentreMéxico, Chile e Colômbia,alémdacolonizaçãohispâni-ca? Esses países latino-ame-ricanos foram pioneiros emalterar sua política fiscal pa-raprecificar emissõesdecar-bono como formade estimu-lar a economiamais limpa.OMéxico foioprimeiropa-

ís a criar um imposto sobre avenda de combustíveis fós-seis,em2014,combasena in-tensidadede carbono: quan-to maior a emissão de polu-entes, maiores as taxas, sen-do mais alta para o óleo die-sel e para a gasolina.OChile seguiua ideia, e foi

oprimeironaAméricadoSula promulgar uma lei para ta-xar as emissões, tambémem2014. O imposto faz parte deuma ampla reforma fiscal eteve como alvo o setor deenergia,especialmenteaster-melétricas a carvão, com oobjetivo de estimular a pro-duçãopor fontes renováveis.As empresas terão de pagarUS$ 5 por tonelada de CO₂ li-berada na atmosfera.No ano passado, a Colôm-

bia se juntou ao grupo: emsua última reforma tributá-ria, introduziu um impostode US$ 5 por tonelada sobreos combustíveis fósseis.Com isso, o país espera re-

duzir 4,3 bilhões de tonela-das de carbono até 2030, oque ajudará a cumprir os ob-jetivos firmadosnoAcordodeParis sobremudanças climá-ticas. A Colômbia vai usar osrecursos em projetos contrao desmatamento.Nos dias 28 e 29 de setem-

bro, um encontro do BancoMundial em Bogotá reuniuministrosdaFazendae técni-cos da área tributária paradiscutir comoa transiçãopa-ra a economia de baixo car-bono pode ser incentivadapormeiode instrumentos fis-cais. O Brasil foi convidado,mas não chegou a enviar re-presentantes do governo.“Enquanto outros países

latino-americanos correrampara regulamentar políticasfiscais para o clima, o Brasilestá desconectado da agen-da internacional em relaçãoao tema”, afirma Juliana Lo-pes, diretoradeumaONG in-ternacionalqueestimulaem-

presas e governos a divulga-rem suas informações sobrecarbono e água, a CDP (Car-bon Disclosure Project).SegundoLopes, que parti-

cipou do encontro em Bogo-tá, o México, o Chile e a Co-lômbia estão vislumbrandooportunidades ao atrelar su-aspolíticas econômicas e fis-cais à questão ambiental.

Os três países estão pres-tes a se tornarem membrosdaOCDE (Operação para Co-operaçãoeDesenvolvimentoEconômico) e também com-põem, como Peru, a Aliançado Pacífico, um acordo co-mercialquetementreseus in-teresses ode criar ummerca-do comumde carbono.Nessespaíses,osgovernos

têmmostradoumavisãopro-gressistasobre incentivosvol-tadosàquestãoclimática. “OBrasil tambémpoderia sebe-neficiardessaestratégia,poistemos matriz energética debase renovável e florestas,mas aqui a questão ambien-tal não está incorporada auma agenda de desenvolvi-mento”,dizadiretoradaCDP.Não é por falta de subsídi-

os: nos últimos anos, váriasinstituições e economistasproduziramestudossobreco-mo a tributação pode auxili-ar o país na transição para aeconomia de baixo carbono.Alguns deles foram realiza-dos por encomenda do pró-prio Ministério da Fazenda.Umdessesestudoséo“Po-

líticaFiscalVerdenoBrasil”,desenvolvido pelo GVCes(Centro de Estudos em Sus-tentabilidade da FGV) em2013, com atualização em2015.Partindodosmarcos re-gulatóriosparaaáreanoBra-sil, como a Política Nacional

deResíduosSólidoseaLeideNacionaldeMudançasClimá-ticas, oestudoconclui queasleis em vigor já têm instru-mentos suficientes para esti-mularaeconomiaverde.Nãoseria necessário criar novasleis ou taxas, só oferecer tra-tamento tributáriodiferenci-ado para produtos que cum-premmetas ambientais.

“Sem uma reforma tribu-tária mais abrangente, nin-guém teria coragem de pro-por imposto sobre o carbononoBrasil, poisopaís jáéone-rado com alta carga tributá-ria”, diz Guarany Osório, co-ordenador de política e eco-nomia ambiental do GVCes.Outraproposta, encomen-

dadapeloInstitutodePesqui-sa Ambiental da AmazôniaaoeconomistaBernardAppy,que trabalhou no MinistériodaFazendanogovernoLula,previa reformulação da Cide(Contribuiçãode IntervençãonoDomínioEconômico) comaumento da taxa sobre com-bustíveis fósseis e pecuáriade baixa produtividade.

sem previsãoA proposta não foi adian-

te. As crises econômica e po-lítica fizeram o tema sair doradar do governo.A coordenação de meio

ambiente emudanças climá-ticas doMinistério da Fazen-da é um grupo técnico cujafunçãoé reunir essesestudose avaliar a possibilidade deadotarummecanismoseme-lhante aos dos vizinhos.O Ministério da Fazenda

informou em nota que nestemomentonãoháumadefini-ção quanto à adoção de umtributo ou de um sistema decomérciode licençasdeemis-são.Mas que, tendo emvistao cumprimento do compro-missodoBrasil noAcordodeParis, estão sendo avaliadosmecanismos de precificaçãodasemissõesdegasesdeefei-to estufa. O objetivo, segun-do a Fazenda, é “gerar sinaisdepreçode longoprazoparaestimular investimentos efi-cientes não só do ponto devista econômico, mas tam-bémambiental”.Aequipedapastadizconhecerosestudoscitadose informaque temfei-to outras análises sobre o te-ma, como a revisão da expe-riência internacional em tri-butação de carbono.

Iniciativas buscamestimular a reduçãodas emissõesdegasespoluentes e a transiçãoparaumaeconomia limpa

Tributo verde cresceno continente,massai do radar brasileiro

PAÍSES CORREM EREGULAMENTAMPOLÍTICAS FISCAISPARA O CLIMA,ENQUANTO OBRASIL ESTÁDESCONECTADODA AGENDAINTERNACIONALSOBRE O TEMA

COLABORAÇÃOPARA A FOLHa

Umcasobem-sucedidonoBrasil de aplicação de tribu-tos jáexistentesparao incen-tivo a causas ambientais é oICMS verde ou ecológico, re-gulamentado em 17 Estados.Essamedidatributáriaper-

mite que cidades brasileirascomáreasdepreservaçãooumananciais recebam um re-passe diferenciado do ICMS(ImpostosobreCirculaçãodeMercadorias e Serviços), queé um imposto estadual.Segundo a lei atual, 75%

do ICMS arrecadado fica nasmãosdos Estados, enquanto25% vai para os municípios.Desses 25%, três quartos(18,75%)são repassadoscon-forme o valor adicionado,proporcional a quanto cadamunicípio contribuiu na ar-recadação, e um quarto(6,25%) é definido por lei es-tadual —e é aqui que entra oICMC ecológico.

OParaná foi oprimeiroEs-tado a adotar o princípio, se-guido por São Paulo e MinasGerais. A ideia inicial eracompensar financeiramenteas cidades localizadas emáreasdepreservação,queen-frentavambaixaarrecadaçãopor não terem indústrias.

Embora não existam ga-rantias de que o municípioutilizeo recursopara finsam-bientais, o ICMSverde temsemostradoeficiente como ins-trumento de conservação.

“Na Mata Atlântica, 40%dosmunicípios que estão nobioma têm 17% ou mais deseu territóriocobertoporuni-dades de conservação, mui-tasdelascriadaspara receberrecursos do ICMSverde”, dizMonica Fonseca, consultorada ONG SOSMata Atlântica.Com população de pouco

mais de 4.000 habitantes, apequena Marliéria (MG) temeconomia pouco pujante:prestação de serviços e agri-

cultura são os pilares do PIBda cidade. Mas seu ICMS percapita é maior do que muni-cípiosdemaiorporteporcau-sado ICMSverde. Localizadano Vale do Rio Doce, Marlié-ria tem 76% do território co-berto por duas unidades deconservaçãomunicipais.Na Amazônia, o ICMS ver-

de foi regulamentadoemtrêsdos seis Estados: Pará, Acree Mato Grosso. Tem sido efi-caz para promover políticasambientais em cidades comalto índice de desmatamen-to. “No Pará, os municípioscom maior índice de regula-rização ambiental são justa-menteosque recebemrepas-se de ICMS verde”, diz Eugê-nioPantoja, diretordepolíti-cas de desenvolvimento ter-ritorialdoInstitutodePesqui-sa Ambiental da Amazônia.ÉocasodeParagominas,quenopassado foi umdosmuni-cípiosamazônicoscampeõesem desmatamento. (aV)

ICMSecológico, regulamentadoem17Estados, é exemplode sucessonopaís

47 paísesadotam algum tipo de precificaçãodo carbono, seja por meio de tributosou de mecanismos de venda decréditos de carbono; isso inclui67 jurisdições (Estados ou municípioscom regulações próprias).

US$ 3por tonelada de CO2

emitido é o valorfixado hoje no México

US$ 1,4bilhão

é quanto o México arrecadou nosúltimos três anos com o imposto

sobre os combustíveis fósseis

Fonte: Banco Mundial

semináriosfolha_2º fórum economia limpa

ef

APRODUÇÃODEBENSE SERVIÇOSNOBRASILDEVECAMINHARRUMOAUMAERAMENOS

POLUíDAEMENOSDEPENDENtEDECOMBUStíVEISFÓSSEIS. ESSAtRANSIÇÃOPASSAPORUMAREEStRUtURAÇÃOtRIBUtÁRIACAPAZDE

INCENtIVARPRÁtICASECONÔMICAS SUStENtÁVEISSEMACRIAÇÃODENOVAStAxAS,MOStRADEBAtEPROMOVIDOPELAFOLHA Págs. 8 a 10

OPINIÃOImposto ambiental parece tão irrealagora como era há dez anos a ideia desubstituir carvão e petróleo por vento esol, escreve Vinicius Torres Freire Pág.7

RECICLAGEMO exemplo de Nova Esperança (PR),cidade campeã de limpeza urbana eespecialista em reaproveitamentodematerial descartado Pág. 4

LOGÍSTICA REVERSADiscussão entre governo e fabricanteschega a impasse, e acordo sobredescarte correto de eletroeletrônicosfica para o ano que vem Pág. 6

OEMBRULHODOFUTURO

Sábado, 7 dE outubro dE 2017

Adriano

Vizoni/FolhapressProd

ução

Alin

ePrado

O mundo trabalha por uma Economia

Limpa. Mas hoje, colocar no mercado

um produto sustentável é competir

em desvantagem com quem não está

preocupado com os danos ao meio

ambiente. Está na hora de construir

uma economia de baixo carbono.

www.abralatas.org.br

A lata de alumínioé a voz dasustentabilidade

Sábado, 7 dE outubro dE 2017 ★ ★ ★ semináriosfolha_2º fórum economia limpa 3ab

Alexandre Kossoy, 51, especialista do BancoMundial

Divulgação

COLABORAÇÃOPARA A FOLHA

Aprecificação do carbono—por meio de tributação so-bre atividades poluentes oupor comércio de créditos— éumarealidade semvolta:ho-je existem 47 iniciativas deprecificação no mundo, queenglobam67 jurisdições (en-trepaíses,Estadosecidades).Só em impostos sobre as

emissões já foram arrecada-dos US$ 20 bilhões em 2016,oque fazdomecanismoumaimportante fonte de receitapara os governos. Cumprir oacordodoclimadeParis—ouseja, evitar que a temperatu-ra global suba além de 2°C—podeelevaressaarrecadaçãoparaUS$100bilhõesanuais.Umdosincentivadoresglo-

baisdaprecificação,oBancoMundial realizou eventos aolongoda semanaemBrasíliaparachamaraatençãodogo-vernobrasileiroparao tema,já que outros países latino-

americanos regulamentarama questão. O brasileiro Ale-xandre Kossoy, especialistaem mudanças climáticas doBancoMundial,dizementre-vista à Folha ser este o mo-mentode tomarumaatitude.

Folha -� Ainda é impopular fa-�lar em tributo sobre o carbo-�no? O quemudou?Alexandre Kossoy -� Osme-

canismos de precificação decarbono sempre foram vistos

comoambientaisedefatosãoeficientes para reduzir emis-sões. Mas estamos tentandomostrar que eles são tambéminstrumentos fiscais, eficien-tesemgerarreceitaaosgover-nos, possibilitando a eles re-duzir oumesmo eliminar po-líticas contraproducentes,como os subsídios aos com-bustíveis fósseis. Alémdisso,incentivama inovação tecno-lógica e direcionam investi-mentos ao tipo de economiaqueestamosbuscando,queéaeconomiadebaixocarbono.

Vários países da região regu-�lamentaram esses tributos.Como o Brasil se posiciona?Existemuitoconhecimento

técnico dentro do governobrasileiro. Mas, enquanto ainiciativaprivadaé rápida,osgovernos precisam de tempoparaanalisarquaisasmelho-res políticas públicas. Outrospaíses saíram na frente. Aquestão é fazer com que esse

ESPECiAliStA dO BAnCOMUndiAl diz qUE AMEdidAtrAz rECEitA E vAi dirECiOnAr ECOnOMiA glOBAl

ENTREVISTA AlexAndre Kossoy

Brasil precisa adotartaxaçãode carbonoaexemplode vizinhos

NASCIMENTO20.fev.1966, em São Paulo (SP)

FORMAÇÃOGraduação emestrado emengenharia agronômica naEsalq/USP e no Israel Instituteof Technology, respectivamente,e especialização emfinanças climáticas

ATUAÇÃOEspecialista financeirosênior do grupo demudanças climáticas doBanco Mundial, radicadohá 15 anos emWashington(EUA). Experiênciasanteriores no RabobankInternational, na PepsiCo,na Aracruz e na Monsanto

RAIO-X

conhecimentosejaconvertidoemações,emalgummecanis-mo que permita que o Brasilestejanomesmoritmodeou-tros países que já têm suaspolíticas,comoMéxico,Chile,Colômbia, todos com impos-tos sobre energia fóssil.

E qual é o cenário global daprecificação?Existem47mecanismosde

precificação de carbono —24de comércio de emissões e 23impostos. Eles cobrem 15%das emissões de carbonoglo-bais. de 2016 para cá, oitonovosmecanismosdeprecifi-cação entraram emoperaçãono mundo —seis nas Améri-cas. Existe um diálogo avan-çado para que os países daAliança do Pacífico (Chile,México, Peru e Colômbia),alémdosimpostosquejáexis-tem, iniciemummercado co-mumde carbono na região.

Comocriarumimpostosobreocarbonosemonerarmaisoscidadãos e as empresas?no Chile, no México e na

Colômbia, não foram impos-tos adicionados, fizerampar-te de uma reforma fiscal. Aomesmotempoqueseintroduzumimposto,seeliminaoutrosquepromovemumaeconomiaintensaemcarbono.não temqueserumencargoadicional,esimumincentivoparaa ino-vação tecnológica.

A precificação do carbono éum caminho sem volta?trata-se de uma fonte de

receitaimportanteparagover-nos que tem um orçamentodeficitário e vai direcionar aeconomiaglobal.Omomentopara tomar alguma atitude éagora.Emcincoanosserá tar-de para falar disso. (AV)

“Aprecificaçãode carbono semprefoi vista comoambiental,mas étambémeficienteemgerar receitase incentivar ainovaçãotecnológica

ab4 semináriosfolha__2º fórum economia limpa ★ ★ ★ Sábado, 7 dE outubro dE 2017

AMANDA AUDIENVIADA ANOVA ESPERANÇA (PR)

Os lixeiros da cidade cam-peãde limpezaurbananopa-ís só recolhem o lixo descar-tado corretamente. Quandoos materiais estão mistura-dos, a ordem em Nova Espe-rança (a 475 quilômetros deCuritiba) équesejacoladonalixeiraoadesivocomoaviso:“Este lixo não foi recolhidoporque não está separado”.Commedo do acúmulo de

lixona rua, osvizinhos infor-mam à prefeitura se alguémdescumpre a separação. Umfiscal é enviadoao local eno-tifica omorador.“Tem gente que só apren-

de se aborrecendo”, afirmaAmarildo Ardenghi, secretá-rio de Meio Ambiente da ci-dade,nonoroestedoParaná,sobre a medida adotada háoito anos pela prefeitura.Cerca de 80%dasmoradi-

as, emmédia, separamos re-

síduos. Se esse percentualbaixa, carros de som come-çam a circular pelo municí-pio, de 28 mil habitantes,alertando para a queda.Aprefeitura cogita, agora,

enviar à Câmara um projetode lei paramultar quemdes-respeitaranormanoEcopon-to—local onde são descarta-dos móveis e eletrodomésti-cos— e, no futuro, aplicar acobrançanocasodequalquertipo de descarte errado. Nãohá definição de valores.“Nãoéumaquestãodepu-

nirocidadão,masde forçarareeducação”,dizosecretário.

emprimeiro lugarAcidaderecebeuanota0,9

numrankingquevaide0a 1,a maior entre 3.000 municí-piosnopaísanalisadosno Is-lu (Índice de Sustentabilida-de de Limpeza Urbana), ela-borado pela ABLP (Associa-çãoBrasileiradeResíduosSó-lidos eLimpezaPública), pe-

lo Selur (Sindicato das Em-presasdeLimpezaUrbana) epela consultoria PWC.Só outras nove cidades ti-

raramnotamaior que 0,8 noranking, todasna regiãoSul.Curitiba recebeu nota 0,7.O índice, de 2016, analisa

questõescomodestinaçãodolixo e reaproveitamento demateriais descartados.Neste ano foi lançado um

novo estudo, mas sem ran-king. A nota de Nova Espe-rançacaiupara0,7,aindaaci-ma da média do Sul, de 0,6.Ardenghi alega que a avalia-ção baixou por divergênciasno preenchimento de dadose que não houve alteraçõesna gestão do lixo.O relatório apontou que

mais de 50%dosmunicípiosanalisadostêmdestinaçãoin-corretados resíduos, amaio-ria no Norte e no Nordeste.“Isso significa que, atual-

mente,háumgrande impac-to ambiental geradopor cau-

sadaexistênciade lixõesquedeveriamter sidoextintosem2014, fato que coloca essesmunicípioseseusrespectivosgestores como infratoresam-bientais”, afirma o estudo.

SoluçõeSEmNova Esperança, o ca-

minhão de lixo circula diari-amentecomumacarretaaco-plada —os sacos de materialorgânico vão para o cami-

nhão e os recicláveis, para acarreta, que depois é levadapara a Cocamare, cooperati-va de recicláveis da cidade.Até as folhas, as flores e as

vagens das árvores da espé-cie Sibipuruna, espalhadaspela cidade, viramaduboemum viveiro municipal.“Agenterecolhesacosesa-

cosdessaflorzinha”,dizamo-radora Antônia Fragati, 74.Asmudasdoviveiro, culti-

vadas emembalagens de lei-te descartadas, são distribu-ídas gratuitamente.Com os bons resultados, a

gestão do lixo passou de as-sunto árido para motivo deorgulho da cidade, que des-tina R$ 2 milhões dos R$ 54milhões do seu orçamento àpolítica de resíduos sólidos.O tema ultrapassou dife-

renças ideológicas entre po-líticosdesituaçãoeoposição.“Virouumaquestãopolítica,dá voto”, diz o secretário.Hoje, são recolhidas 450

toneladas de lixo por mês.Um quarto desse total é demateriais recicláveis. Os de-jetos orgânicos são levadosaumaterro certificadoemMa-ringá, a 45 km de distância.ACocamare,que jáchegou

a ficar com falta de trabalha-doresporcausadovolumedemateriais, ampliouoespaço,dobrou o número de coope-rados (de 15 para 31) e agorapretende formar consórciocom outras localidades.No próximo mês, a prefei-

tura vai distribuir a morado-res galões para acondiciona-mentodoóleodecozinhausa-do.Acooperativatransforma-rá omaterial em sabão ema-téria-prima de óleo diesel.E, para osmoradores, ain-

da há espaço para melhorara coleta na cidade. “Quandomoreino Japão,agente sepa-ravavidro,plástico,alumínio.Aqui em Nova Esperança ti-nhaqueserassim”,dizomar-ceneiroFrancisMomesso,36.

olixovememprimeirolugarEmNova Esperança (PR), cidadezinha que é campeã nacional de limpezaurbana, lixeiros só recolhem resíduos se estiverem separados corretamente

O engenheiro demateriais Guilherme

Brammermostracápsulas de café

depois de trituradas

KeinyAnd

rade/Folhapress

80% das casasseparam rejeitospara reciclagem.se o índicecai, carros desom circulamalertandopara a queda

R$ 200é quanto vale para a

empresa de reciclagemuma tonelada de “BOPP”,material plástico revestidode alumínio que embala

salgadinhos industrializados,entre outros produtos

c FOCO

COLABORAÇÃOPARA A FOLHA

Se já é difícil obter índiceselevados de reciclagem pararesíduoscomvalordemerca-do, tais comopapel, plásticoe vidro, o que dizer então derestos pouco valorizados pe-las cooperativas?Para evitar o destino co-

mum dos aterros ou dos li-xões, a start-up Boomera seespecializou justamente notipodelixoqueninguémquer—ou consegue— reciclar.A empresa patenteou re-

centementeumsistemadere-ciclagempara fraldasdescar-táveis.Tambémpossui tecno-logias para reciclar cápsulasde café expresso e embala-gens flexíveis como“BOPP”,tipodeplásticorevestidocomalumínio, utilizado para em-balar biscoitos, chocolates esalgadinhosindustrializados.

Tudo começou em 2011com o primeiro empreendi-mento criadopelo engenhei-ro de materiais GuilhermeBrammer. A meta era acharsoluções tecnológicas paraviabilizar a reciclagemde re-síduosmais complexos.A Política Nacional de Re-

síduosSólidosacabaradeseraprovada e impunha a obri-gação de as empresas seremcorresponsáveispor embala-gens colocadas nomercado.Brammer não teve dúvi-

das: passou a procurar gran-des companhias para verifi-car quais eram os principaisgargalos para a reciclagem ecomopoderiamtrabalharemconjunto.Uma das primeiras tecno-

logias foiumasoluçãoparao“BOPP”.Omaterial,muito le-ve, não atrai o interesse dascooperativas de reciclagem.

A empresa engajou algumascooperativas na coleta dessaembalagem e desenvolveu,para aPepsiCo, uma resina apartir do material triturado.Essa resina passou a ser uti-lizada na fabricação de dis-plays voltados à divulgaçãodos produtos nos pontos devenda, fechando o ciclo.“Esse tipo de embalagem

passava batido nas esteirasdas cooperativas. Foiprecisocriar incentivos financeirosparaviabilizaracoleta”, con-ta Brammer.A Boomera paga hoje até

R$ 200 pela a tonelada des-sas embalagens e já são 250as cooperativas comasquaistrabalha emparceria, nas ci-dades de São Paulo,Manause Porto Alegre.Alémdedesenvolver a tec-

nologiadereciclagemsobde-mandadasempresas, a start-

up fazaoperação logísticaderesíduos complexos, caso decápsulas de café expresso efraldas descartáveis.As cápsulas são um resí-

duonovoque está se tornan-do rapidamente um proble-maambientalquandonãore-tornaà indústria, oque já fezcom que alguns países ado-

tassemmedidaspara restrin-gir o seu consumo.Com o time da Dolce Gus-

to, um dasmarcas de cápsu-las da Nestlé, a Boomera de-senvolveu duas aplicaçõespara reaproveitar omaterial.As cápsulas usadas, após

trituração, viram um tipo deresinaquepode ser utilizadaparaconfecçãodenovospro-dutosrelacionadosaouniver-so do café, como um porta-cápsulas e vasinhos usadospara acomodar asmudas ca-feeiras na agricultura.Porém, a logística reversa

das cápsulas ainda é omaiordesafio. Para fazer comqueomaterial retorne para a reci-clagem, foram estabelecidos30 pontos de coleta em SãoPaulo,Curitiba,PortoAlegre,Rio de Janeiro e interior pau-lista, onde o consumidor po-de descartar as cápsulas emlojas da rede Pão de Açúcar.“Para estimular o consu-

midor a se engajar, estamosestudandoummecanismodebônus ou desconto na com-pradenovas cápsulas”,dizoempreendedor.Hojeaempre-

sa recicla cerca de três tone-ladas de cápsulas por mês,mas temcapacidadepara re-ciclar até 20 toneladas/mês.Outra solução customiza-

da da Boomera foi com asfraldasdescartáveispós-con-sumo.Aempresa jáhaviapa-tenteadouma tecnologia pa-ra a reciclagemdesse produ-to, emparceria comaUniver-sidade Mackenzie, e deu iní-cio a um piloto. O primeiropasso é esterilizar as fraldas.Depois, o equipamento de-senvolvido pela empresa se-para resíduo orgânico doinorgânico (quecontémplás-tico que pode ser reciclado etransformado em resina).Para viabilizar o piloto, a

empresabuscou10toneladasde fraldas em grandes gera-dores, como hospitais e cre-ches, e agora está desenvol-vendoosprimeiros produtosdeplástico injetadocomare-sinaprovenientedas fraldas,comocestosde lixoecabides.A empresa tem capacidadeparaprocessar até 20 tonela-das de fraldas por mês. (AN-DREA VIALLI)

Start-uptransformaosresíduosqueninguémquer,dascápsulasdecaféàs fraldasdescartáveis

EMPRESA ESTUDABÔNUS NA COMPRADE PRODUTO NOVOAO CONSUMIDORQUE DEVOLVERA EMBALAGEMUSADA PARAREAPROVEITAMENTO

Fotos Theo Marques/Folhapress

Na outra página,flores caídas dasárvores de NovaEsperança, queviram adubo paramudas do viveiromunicipal (fotoà esquerda);acima, catadorestrabalhamna Cocamare,cooperativa derecicláveis damesma cidade,no noroestedo Paraná

Sábado, 7 dE outubro dE 2017 ★ ★ ★ semináriosfolha_2º fórum economia limpa 5ab

SCRS

Nova Esperança

CuritibaPR

SP

475 km

28milhabitantes

38%Ásia

28%Europa

19%Américado Norte

9%AméricaLatina

5%África

1%Oceania

1,4

ab6 semináriosfolha__2º fórum economia limpa ★ ★ ★ Sábado, 7 dE outubro dE 2017

COLABORAÇÃOPARA A FOLHA

Com 12 empresas associa-das,aAbinee (quereúnea in-dústria de eletroeletrônicos)criouaGreenEletron,primei-ra gestora da cadeia de reci-clagem do setor.HP,Samsung,Apple,Leno-

vo e Embraco, entre outras,integramaentidade,que ten-ta unificar ações no setor eavançar no acordo nacional.“Processamosde300a400

toneladas por mês. Reapro-veitamos 95% dos materiaiseletrônicos,quevoltamcomomatéria-prima para a indús-tria”,dizMileideCubo,geren-te de operações da Sinctro-nics, uma das recicladoras

parceiras da Green Eletron.Mesmocomaltade30%no

volume de reciclagem em2016, a Sinctronics usa ape-nas um terço de sua capaci-dade. “Há espaço para pro-cessarmos mais e empregar-mos mais”, diz a gerente daempresa, em Sorocaba (99km de São Paulo).OBrasil aindanão temtec-

nologiaparareaproveitarpla-cas eletrônicas, que acabamsendoexportadasparaCana-dá,Bélgica,Alemanha, Japãoe Cingapura, onde metaispreciosos são recuperados.“Fazemos a trituração e a

separaçãodemetais ferrosos,cobre e alumínio. Dos dezpassos necessários, fazemos

três. Embreve, vamosampli-ar para sete”, diz Cubo.A Nat.Genius, unidade de

negóciospara logística rever-sa da Embraco (que faz com-pressorespara refrigeração),processou quase 11mil tone-ladasdematerialnosúltimosdois anos.“Recebemos todosos tipos

deeletroeletrônicos eaplica-mos processos de engenha-riapara reutilizar tudo.Nadavai para os aterros”, afirmaLuiz Berezowski, gerente sê-nior do Nat.Genius, que temduas fábricas em Joinville(SC) e 70 funcionários.Houveaumentode39%na

reciclagem de aço e 30% nadeplásticosentre2015e2016.

“Peças com até 30 anos deuso virammatéria-primapa-ra ventiladores, exaustores eaté espremedores de suco.”A Nat. Genius também é

procuradaporfabricantespa-radiscutir comoprojetarpro-dutos mais fáceis de reciclarno futuro. Também prestaconsultoria sobre reduçãodos custos de reciclagem. “Éolharo resíduocomovalor. Enão como algo que incomo-da e que deve ser despacha-do para o aterro sanitário.”O executivo destaca que,

além de questões tributáriase de falta de incentivo, há di-ficuldades logísticaspara fa-zer a reciclagem “pegar” nopaís. “Buscar materiais no

AcreédiferentedebuscaremSP”, afirma Berezowski. Pa-ra ele,há tambémnecessida-de de mudar comportamen-tospara conquistar o engaja-mento do consumidor.Umadassoluçõesdefendi-

das pelo Instituto Gea, quetrabalha com catadores, éque os municípios se envol-vam no processo de recicla-gem,oque incluiacriaçãodepontos de coleta e a formali-zação e qualificação de coo-perativasparacolaborarnes-sas mudanças.“São mais de 5.000 muni-

cípios no país. A criação depontosmunicipaisde coleta,emparceria comas coopera-tivas, facilitaria o escoamen-

to do material e geraria ren-da”, diz Ana Maria Luz, pre-sidente do instituto.OBrasil precisaria investir

cercadeR$12bilhõesaté2031paracriarumaestruturaade-quadaparadardestinoapro-priado a todos os tipos de re-síduos sólidos de todos ossegmentos, incluindoeletrô-nicos, segundoumestudodaAbrelpe (AssociaçãoBrasilei-ra de Empresas de LimpezaPúblicaeResíduosEspeciais)em parceria com a consulto-ria GO Associados.Para bancar os custos de

construçãoemanutençãodeusinas de reciclagem no pa-ís, outros R$ 16 bilhões porano seriam necessários. (CR)

Empresas seunempara reaproveitarmatéria-primae tentar tirar acordodopapel

CLAUDIA ROLLICOLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A falta de consenso na co-brançadeuma taxapagape-lo consumidor para reciclargeladeiras, celulareseoutroseletroeletrônicos é um dospontos que emperram umacordo entre indústria e go-vernopara tirardopapel a leida logística reversa.Fabricantes defendem a

cobrança da taxa já na com-pra do produto, com valordestacado na nota fiscal eisençãode impostosobreele.A taxadeve variar de acor-

do com o porte do aparelho,deR$1aR$14, segundo a in-dústria.Apesardecontarcomapoio do Ministério do MeioAmbiente, apropostaencon-tra forte resistêncianoMinis-tério da Fazenda, na ReceitaFederal e na Casa Civil.Parte do governo defende

quea taxa, já cobradaempa-íses da Europa, seja embuti-da no preço dos produtos. Eafirmaque, para isentá-la deimposto, seriam necessáriasmudanças fiscais e tributári-as tão complexas que invia-bilizariam a cobrança.Assim, o peso no bolso do

consumidor dobraria: a taxaficaria entre R$ 2 e R$ 28.“Além de ser desonesto

embutir a taxanopreço, per-deríamosachancedeeducaro consumidor, mostrandoque ele também tem respon-sabilidade na reciclagem”,diz JoãoCarloRedondo,dire-tor de sustentabilidade daAbinee(quereúnea indústriade eletroeletrônicos).O executivo destaca que a

logística reversa no Brasilprevê responsabilidadecom-partilhada em todas as eta-pas da cadeia —de quem fa-brica até quemconsome. Pa-ra Redondo, ao saber que jápagou pelo descarte, o con-sumidor teria estímulo paralevar o produto antigo a um

pontooficialde recebimento.As empresas de eletrodo-

mésticos têmavaliaçãoseme-lhante. “Temos responsabili-dade, com outros parceiros,paracolocarempráticaaeco-nomiacircular”, diz LuizMa-chado, gestor de sustentabi-lidadedaEletros (fabricantesdeeletrodomésticos). “Épre-ciso ser clarocomoconsumi-dorparaqueele tenhanoçãodo que está pagando.”“Ninguém quer onerar o

consumidor”, diz ZildaVelo-so, diretora do departamen-to de gestão de resíduos doMinistério do Meio Ambien-te, que aguarda posição dosdemaisministériosparacon-tinuar as discussões. “A leideterminaa logística reversa,mas não se pode comprome-ter a indústria nacional.”

NO BOLSOEntre os diferentes seg-

mentosda indústriaquepar-ticipamdasdiscussões (celu-lares,computadores,geladei-ras, televisores, portáteis),porém, há divergência sobrea cobrança ao consumidor.Alguns fabricantes até já

fazema retiradade itens semônusparao cliente, em inici-ativasanterioresàcriaçãodoPlano Nacional de ResíduosSólidos (2010), seguindoatu-açãodematrizes no exterior.Levar o custo de umapon-

ta a outra da cadeia é o quemais pesa para estimular oavanço da reciclagem no pa-ís. Na linha verde (celulares,computadores, notebooks),por exemplo, estima-se queoprocessocusteaosfabrican-tes R$ 90milhões por ano.“Para reciclar um refrige-

rador, o custo seria de R$ 80a R$ 100. No Japão, são US$35”,dizMachado,daEletros,sobreomodeloemqueopro-duto é coletadoe levadoà re-cicladora. Como o setor de-fende a proposta europeia(produtosnovoscusteiamco-

Acordo esbarra emcobrança de tributo para valor já pagopor consumidor

Taxa sobre lixo eletrônicoopõe indústria e governo

leta e reciclagem dos anti-gos), o custo médio seria deR$ 14. “Isso se houver isen-çãode imposto. Caso contrá-rio, pode chegar ao dobro.”

DESCARTESó 2% do lixo eletrônico é

reciclado no país, segundoestimativa do setor.Um estudo do Programa

para o Meio Ambiente daONU,de 2014, colocouoBra-sil comocampeãonageraçãode resíduos eletrônicos naAmérica Latina: 1,4 milhãode toneladas descartadas,com alta de 6% ao ano, aci-ma damédiamundial (5%).Para o governo, que con-

testou a metodologia do le-vantamento da ONU, os nú-meros estão mais próximosaosdeestudodaABDI (agên-cia de desenvolvimento in-dustrial), queprojetouem1,1milhão de toneladas o lixoeletrônico gerado em 2014.Fabricantes,varejistase re-

cicladoras tentam resolveraindaoutrasquestõesquedi-ficultam a logística reversa.Por meio do Confaz (con-

selho que reúne secretariasestaduais da Fazenda), o se-torquerconvênioscomosEs-tados para que o transportede resíduos seja desoneradode ICMS. “Esses produtos jáforam tributados quando ti-nham vida útil. Não faz sen-tidopagar impostodenovo”,dizPalomaCavalcanti,geren-tede sustentabilidadedaHP.São Paulo deve ser o primei-ro a assinar uma portariaatendendo à reivindicação.Outro pedido do setor, em

caráternacional, foi recente-mente atendido pela Cetesbe secretariadeMeioAmbien-te: adefiniçãodanãopericu-losidadedos resíduos eletro-eletrônicos.Os fabricantes também

querem isonomia de obriga-ções entre indústria e impor-tadores no processo da reci-clagem. “Omercado legal te-rá que tratar resíduos de ummercadoquenãogeraempre-gos ou divisas para o país?”,questiona Redondo. Ele citao exemplo das pilhas: 17 fa-bricantes formais custeiamareciclagem de 150 marcas (amaioria contrabandeada).Nas perspectivas mais oti-

mistas, tanto do setor públi-co como do privado, o acor-donacionalnãodevesair an-tes de junho de 2018.

O tamanhO dO resíduO eletrOeletrônicOSegundo Programa para o Meio Ambiente da ONU (Pnuma)(Em 2014, emmilhões de toneladas*)

Previsão para 2018

Brasil

Brasil America Latina Mundo

Resíduos por habitante, em kg

20142009

4,85,3

7

8,3

5,1

6,67,7

5,96,7

2018(projeção)

€ 48bilhõesé o valor estimadopara os resíduoseletrônicosglobaisdescartadosem 2014

Oque entra por ano nomercado eo que deve sair para reciclagem (**)Com acordo setorial, a meta é recolher 17% do total fabricado(Emmilhões de unidades)

41,8

50

(*) O Ministério do Meio Ambiente contesta a metodologia e os dados do estudo da ONU(**) Estimativa dos setores considerando o ano de 2016(***) Inclui cafeteiras, aspiradores, batedeiras, cafeteiras, espremedores de frutas,ferros de passar (seco e vapor), liquidificadores, mini-fornos, mixers, processadores dealimentos, sanduicheiras, secadores/modeladores, tostadores e ventiladores de mesa

Fontes: Pnuma (Programa para o Meio Ambiente da ONU), Eletros e Abinee

5%éo quanto cresceao ano a geraçãode resíduoeletroeletrônico nomundo enquantona América Latinao percentualé de 6%

R$ 90milhõesé o custo porano estimadopara reciclar osresíduos do setore fazer a logísticareversa no país

Mundo

Novos Descartados para reciclagem

Geladeiras(linha branca)

Televisores(linhamarrom)

Eletroportáteis(linha azul)***

Celulares

Computadorese tablets

4,7

8,5

40,6

48,4

8,5

8,3

6,9

0,8

1,4

1,3

1,7

COMO EsTãODisTRiBuíDOs EssEsREsTOs NO PLANETA

Sábado, 7 dE outubro dE 2017 ★ ★ ★ semináriosfolha_2º fórum economia limpa 7ab

VINICIUS TORRES FREIRECOLUNISTA DA FOLHA

Diminuir estragos ambi-entais cobrando impostossocialmentemais justos pa-receambição irrealista.Tan-to quanto parecia implausí-vel substituir a energia decarvão, petróleo e átomospela de ventos e sol, fazme-nos de uma década.Não era impossível, mos-

traaEuropa.Vêmde lá tam-bém experiências com im-postos verdes, a tributaçãoambiental.O princípio de evitar ou

compensar custos ambien-tais pormeiode tributos cir-cula pela teoria econômicafazquaseumséculo.A ideiaé que existemcustos sociais(paraopúblicoemgeral) naprodução de certos bens,custos que não aparecemnospreçosdessesprodutos.A produção da maioria

dosbensprovocaalgumda-no ao ambiente. Mas o con-sumidordessesprodutospa-ga apenas o custo e o lucroda empresa. O custo ambi-ental e sanitário recai sobretoda a sociedade.Esse produto está barato

demais, pois seu preço nãoembute os custos totais. As-sim, produz-se e consome-se demais desse bem (comseus “males”). Um impostosobre o produto pode corri-gir essa falha de mercado eevitar prejuízo social.Como quase tudo em tri-

butação, não é simples as-sim. Por exemplo, quem re-colhe o valor do imposto,quem entrega o dinheiro ao

governo, não é necessaria-mente quem paga o tributo.A empresa pode repassar ocusto extra para seus clien-tes. No caso de produto dedifícil substituição, comidaou combustível, o consumi-dor fica sem alternativa anão ser pagar mais caro e,alémdomais, consumirme-nos de outros bens, prejudi-cando terceiras empresas.É apenas um exemplo di-

dático. As possibilidades desucesso e de problemas sãovárias.Épossível isentar ativida-

de que talvez inexistisse, sesujeita a impostos, como areciclagem por meio de ca-tadoresde latasouaenergiasolar. Em certo momento,porém, o empreendimentomais“verde”cresce,amadu-rece e passa a substituir seuirmãomais velho, que pagaimpostos.Areceitadogover-no pode cair.Outra dificuldade, países

que tributam indústrias po-luidoras podem exportarempregos e a produção de

resíduos tóxicos para regi-ões do mundo, em geralmais pobres, com leis maistolerantes.Não é simples a conta de

perdas e ganhos. Os danosde impostos maiores sãocompensados pela reduçãode custos ambientais. Nou-tro exemplo, recursos pou-pados no consumo de bensde rápida obsolescência se-rão usados de outro modo,nomédioprazo.Ocurtopra-zo, a transição, é complexo.Ainda assim, a Europa

temtributadomaisaenergiasuja e isenta a limpa; benscuja produção deixa umalongapegadadecarbonoougeram poluentes duros dematar pagam mais. Empre-sasqueusammatéria-primareciclada pagammenos.A receita extra do gover-

nocomo tributoverde servepor vezes para reduzir im-postos sobrea renda.Ouen-viam-se mais recursos a re-giões commelhordesempe-nhoambiental, como fazemalguns Estados do Brasil.Outra vantagem do im-

postoverdeé reduzir aburo-cracia, custosa, punitiva etalvez corrupta, que regulae fiscalizaodanoambiental.Em vez disso, criam-se in-centivos econômicos para amudançade comportamen-tos em vez de ordens e con-troles do governo. Em tese,haveriamais liberdadedees-colhas, estímulo à invençãodeprodutos,métodos eprá-ticas que escapem da tribu-taçãomaispesadasobre téc-nicas e hábitos que degra-dam o ambiente.

Imposto verdeparece irrealista,masEuropamostra que épossível

OpiniãO

ao comprarum produto, oconsumIdor pagaapEnas o custo E olucro da EmprEsa;o custo ambIEntalE sanItárIo rEcaIsobrE toda asocIEdadE

Divulgação

» CAPITAL NATURAL Sementes de murumuru colhidas no médio Jurua (AM), usadas naprodução de cosméticos; empresas brasileiras que dependem de matérias-primas florestaispassam a usar metodologia internacional para avaliar sua dependência de recursosnaturais, calcular o valor desse capital e prevenir problemas, como quebra de safra

ab8 semináriosfolha__2º fórum economia limpa ★ ★ ★ Sábado, 7 dE outubro dE 2017

Comoagente podepensar umaeconomialimpa, se a política não for limpa? É emfunçãoda falta da ética que separamosoque a gente diz daquilo que fazemos

MARINA SILVAEx-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora pelo PT

Mais doque ter embalagem reciclável, épreciso que ela seja de fato reciclada.Temque ser bomnegócio doponto devista econômico, ambiental e social

EDY MERENDINOgerente de desenvolvimento ambiental da TetraPak

Osistemade reciclagem temque seralgo que inclua todos: poder público,indústria, catador e o consumidor, queestá ciente de sua responsabilidade

JULIANA MARRAgerente de assuntos corporativos da Unilever

ANDREA VIALLIColaboraçãopara a Folha

É possível ter uma econo-mialimpasemcriarnovosim-postos. Mas será preciso re-manejar a tributação já exis-tentepara estabelecer incen-tivos (e desincentivos, comotaxasepenalidades)para tor-narmaissustentávelaprodu-ção de bens e serviços.Esse ponto foi consenso

entre os especialistas queparticiparam do 2º FórumEconomiaLimpa,promovidopela Folha, com patrocíniodaAbralatasedaNovelis,nosdias 3 e 4 de outubro, no Tu-carena, em São Paulo.O evento, aberto com pa-

lestradaex-ministradoMeioAmbiente Marina Silva, reu-niucercade200pessoasaca-dadia, emseisdebatesmedi-adospelos jornalistasMarce-lo Leite,AndreaVialli e Ever-

ton Lopes Batista.NavisãodeMarina (Rede),

existecapacidade técnicapa-ra gerar energia mais limpa,investir em infraestruturamais sustentável e para pro-duzir alimento emquantida-de suficiente para alimentara todos,mas issonãopautaatomadadedecisõesdospolí-ticos por falta de ética.“O modelo de desenvolvi-

mento adotado até agora jáimpactouoplaneta emcercade 30%acimade sua capaci-dade de regenerar-se”, afir-mou a ex-ministra.EverardoMaciel,quefoise-

cretário da Receita Federal,apostaqueépossível fomen-tar a economia de baixo car-bonosemonerarmaisoscon-tribuintes. “Nãoéviávelacri-açãodeumimpostoverdenoBrasil, mas podemos tomaros impostos existentes e lhesdar um tratamento que favo-

reça a política ambiental.”O país precisa ainda sim-

plificar e tornar mais justoseu sistema tributário antesde criar novos impostos so-breasatividadespoluidoras,defenderam os palestrantes.Um dos caminhos seria a

opção por outros arranjoseconômicos, como o merca-do de créditos de carbono,ondeogoverno imporia limi-tes de emissão de gases deefeito estufa às empresas,mas estas ficam livres paranegociaracompraevendadecréditos. Isso já acontece empaísesdaEuropaeemalgunsestados americanos como aCalifórnia.“Tudo isso é viável, mas

não se deveria criar uma no-va taxação antes de resolveros problemas do sistema tri-butário”,disseMarcosVillas-Bôas, ex-conselheiro do Carf(ConselhoAdministrativode

Palestrantes defendemuso da tributação atual paraincentivar ou punir iniciativas pelo impacto ambiental

Épossível economialimpa sem impostonovo, diz especialista

WILLIAN VIEIRAColaboraçãopara a Folha

Algunspalestrantesdefen-deram, no 2º Fórum de Eco-nomiaLimpa, taxas impopu-lares, como a do lixo e o pe-dágio urbano.O economista Marcos Lis-

boa, colunista daFolha, dis-sequeumimpostoverde ide-al seria cobrar pelo uso darua. “Os carros são a princi-pal fonte de poluição das ci-dades. Quanto mais usar arua,mais sepaga.Vai ser du-ro para nós, da elite, porqueé mais fácil ter dois carros,masopedágiourbanoajustao trânsitoe induz investimen-tos em transporte coletivo.”Lisboa afirmou que o pe-

dágio urbano foi colocadocom sucesso em Londres eCingapura, mas virou “tabuaqui”. “Precisadiscutir isso.”Gabriela Otero, coordena-

dora técnica da AssociaçãoBrasileira de Empresas deLimpeza Pública e ResíduosEspeciais, argumentou a fa-vordataxadolixo.“Ninguémgostaenenhumpolíticoquerouvir,mas sepagamos contade luz,água,decelular,de in-ternet, por quenãopagamosa conta por um serviço ade-quadode limpezapública?”.No Brasil, a coleta de lixo

é obrigação do município,que geralmente banca seu

custo apartir da cobrançadeoutros impostos, como o IP-TU.Oproblema,segundoGa-briela, é que a arrecadaçãotemdiminuído a cada ano, oque levaà reduçãododinhei-ro destinado à limpeza.Gabriela levantou duas

possibilidades de cobrança:taxar pelo número de pesso-aspor imóveloucobrardoci-dadão pelo lixo que ele gera.Calcula-se,porexemplo,o ta-manho máximo das lixeirasdoedifício.Seforgeradomaisqueoprevisto,omoradorpa-ga pela diferença. “A pessoaacaba consumindomenos.”Em São Paulo, a taxa cria-

da para a coleta pela entãoprefeitaMartaSuplicycausoutanta polêmica que lhe ren-deu o apelido de “Martaxa”.Marta reconheceu, na cam-panha passada à prefeitura,que a cobrança foi um erro.Para Victor Bicca, presi-

dente do Compromisso Em-presarial para a Reciclagem,obrasileironãoaguentamaispagar imposto. Ele defendeumagestãomelhordodinhei-ro já arrecadado.BiccacitouaCPMF, impos-

to para a saúde, que, segun-do ele, não teria chegado aosetor e acabou cancelada.“Tenhoreceiodacobrançadeuma taxa de resíduos, que,por falta de gestão, não che-gue aonde deveria chegar.”

Sugestões incluíramtaxado lixo epedágiourbano

Fotos Keiny andrade/Folhapress

GABRIELA OTEROda Associação Brasileira deEmpresas de Limpeza Públicae Resíduos Especiais

VICTOR BICCApresidente do Cempre(Compromisso Empresarialpara a Reciclagem)

Osetor de eletro-eletrônicos é umdesastre ambulante.Nem2%das 140miltoneladas dessesequipamentos sãoreciclados. Dodescarte total detecnologia, 40%são responsabilidadedo governo

Eu sei quenenhumpolítico quer ouvir,mas se pagamosconta de luz, água,celular, internet, porquenãopagamospor umserviçoadequadode limpezapública?Ninguémgosta da taxade lixo,mas ela é boa

Para entrar nacadeia produtiva,o reciclador temdepagar todos ostributos denovo,o que faz comquehaja informalidadegrande. O governoprecisa adotarumaposição firmededesoneração

RONALDO STABILEvice-presidente da Abrin(Associação Brasileira deReciclagem e Inovação)

Sábado, 7 dE outubro dE 2017 ★ ★ ★ semináriosfolha_2º fórum economia limpa 9ab

Reinaldo Canato/Folhapress

Éumaquimerapretender cuidar dadesigualdadesocial comaumentode imposto. Nãohá registro nahistória dahumanidadede sucesso dousodetributo comomeio de reduçãodadesigualdade”

EVERARDO MACIELEx-secretário da Receita Federal, é professor do IBDP

de são paulo

Leia os significados de al-gunsdos termosmaisutiliza-dospor especialistas emsus-tentabilidade e ambiente.

Acordo setorial - Ato denatureza contratual firmadoentre opoderpúblico e fabri-cantes, importadores, distri-buidoresoucomerciantes,vi-sando o compartilhamentoda responsabilidade pelo ci-clo de vida dos produtos deumdeterminadosetordaeco-nomia. Os acordos são reali-zadosparafazervaleraPNRS.

Aterrosanitário -Depósi-tos onde são descartados re-síduosprovenientesdecasas,indústrias, hospitais e cons-truções. Normas técnicas se-guidas na construção desseslocais garantem prejuízosmenores para o ambiente.

Economiacircular - Siste-maeconômiconoqual apro-duçãoéplanejadaparaman-ter osbens,peças emateriaisemcirculação,criandonovosciclos produtivos, em vez degerar lixo.

Logística reversa - Con-junto de ações que busca vi-abilizar a coleta e a restitui-ção dos resíduos sólidos às

empresas para reaproveita-mento no ciclo produtivo ououtra destinação ambiental-mente adequada.

Lixão - Local de descartede resíduos feito diretamen-te no solo, sem medidas deproteção ao meio ambienteou à saúdepública. Está pre-visto no PNRS que os lixõesnão existammais em 2018.

Pedágiourbano -EmLon-dres, carro que circula pelocentro expandido entre 7h e18hdesegundaasexta (exce-to feriados)pagaumataxade11,50 libras (R$ 48). Motos,ônibus, táxis, carroselétricose de deficientes não pagam.Existe um sistema de moni-toramento por câmeras.

Plástico verde - Plásticofeito a partir de fontes reno-váveis, como a cana-de-açú-car e omilho.

PNRS (Política NacionaldeResíduosSólidos) - Insti-tuídapelalei12.305/10,contéminstrumentos para o corretomanejo dos resíduos sólidos.Prevêareduçãonageraçãodelixo, pela prática de consumosustentável, e distribui a res-ponsabilidadesobreodestinodos resíduos entre todos osagentesgeradores(fabricante,comerciante, cidadão etc.).

Conheça termosusadosno setor ambiental

O índice de 97,8%de reciclagemde latinhasnoBrasil não foi acaso, e sim fruto deumgrande investimentoda indústria. Foifundamental ter criadoumnegócio lucrativo

RENAULT CASTROpresidente-executivo da Abralatas

Debate sobreimpacto da

reciclagem naindústria, no

fórum EconomiaLimpa, mediadopela jornalistaAndrea Vialli

Recursos Fiscais).No contexto de crise, seria

mais justo colocar o foco so-bre ações com “duplo divi-dendo”, quando o governotributa uma atividade polui-dora e desonera outra commenorimpacto,semperdanaarrecadação. “Deveríamosusar tributos existentes, co-mo IPI e ICMS, para desesti-mular quem polui e gerar anecessidade de contraparti-da de inovação para superaros desafios do século 21”, su-geriu JamesMarins, especia-lista em direito tributário.

FALTA DE DADOSA estruturação de uma tri-

butação que incentive a eco-nomiadebaixo carbonoédi-fícil pela ausência de dadosque permitam, por exemplo,calcularo impactoambientalde diferentes atividades. “Édifícil obter dados setoriais,fiscais e de emissão de gasesde efeito estufa que ajudemsimulações de longo prazo”,afirmou a economista Hele-na Veronese, da consultoriaTendências.A primeira medida para

que a discussão sobre tribu-tação verde avance no Brasilé justamenteaconstruçãodeumabasededadosconfiável,concordaramosdebatedores.Fortalecer o trabalho do

IBGEéumdos caminhos, se-gundoMarcosLisboa,diretordo Insper. “O Brasil não po-de fugir da discussão sobretributação verde, mas deve-mos começar por questõesbásicas não resolvidas.”

CARLOS MUSSIEconomista e diretor da Cepal(Comissão Econômica para aAmérica Latina e o Caribe)

HELENA VERONESEEconomista, atua hámais dedez anos comomacroenomistadomercado financeira

MARCOS LISBOADoutor em economia pelaUniversidade da Pensilvânia,é presidente do Insper

Temosdepensarnodestinodotributo, se ele defato vai estimularaspectosmaislimpos deprodução. Todopassivoambiental seráumpassivo fiscalno futuro

Opreço finalde produtonãotraz tudooqueaproduçãodele acarretou.Passagemaéreanãoinclui apoluição que oavião emite naatmosfera

Nos últimos 30anos, tivemos amaior quedadapobrezanomundo.Oqueaumentou foi adistância entrepobres e ricos nospaíses ricos. OBrasil faz esforçopara ser pobre

QUANTO É RECICLADOem%

PET LATA DEALUMÍNIO(bebidas)

PRESENÇA NO LIXO

LATA DE AÇO(conservas,tintas)

vIDROS EMbALAgENScARTONADAS

40%do lixo

produzido noBrasil é resíduo

inorgânico

35%dessetotal sãoembalagens

18%dos municípios brasileiros possuem programade coleta seletiva, que faz a separação do lixo

> Embalagenscompostas porvárias camadasfinas, comoplástico ealumínio, são maisdifíceis de seremreaproveitadas eapresentam valorbaixo nomercadode reciclagem

> Elas são usadas paraembalar salgadinhose biscoitos, além degarrafas brancas de leite

> Para reciclá-las, é precisoseparar as camadas daembalagem, o que resultaem poucomaterial de cadatipo e dificulta a revendapara a indústria recicladora

Fontes: abipet, abralatas, abeaço, abividro, Tetra pake Cempre (Compromisso empresarial para Reciclagem)

51 98 47 40 23,6

Page 21: Ciclo de Debates Abralatas · 2018-05-31 · e o consumo sustentáveis, ... São investidores e atores do mercado financeiro que colocam o preço do carbono ... Teatro do SESI Edifício-sede

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Domingo, 17 DE SEtEmbro DE 2017 ★ ★ ★ mercado 7ab

folha.com/economialimpa2

A discussão de um futurosustentável não pode ficarpara o futuro.Temas atuais como a importância e os benefícios da

reciclagem, a necessidade de uma reforma tributária,

a tributação verde e a experiência internacional nesse

campo serão debatidos pelos maiores especialistas no

assunto. Você não pode perder.

• Caderno especial com

cobertura do evento.

• Vídeos e reportagens no

site da Folha.

Ingressos gratuitosVAGAS LIMITADAS. ACESSEEVENTOS.FOLHA.COM.BR E CADASTRESE.

_2º FÓRUM

semináriosfolha

3e4deoutubroTucarenaSP

EconomiaLimpa

Correalização:

Terça-Feira, 26 De SeTembro De 2017 ★ ★ ★ mercado a21ab

folha.com/economialimpa2

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Algunsdospalestrantes:

BERNARDAPPYdiretordoCentrodeCidadaniaFiscal

CARLOSMUSSIeconomista ediretor da Cepalno Brasil

CARLOS SILVAFILHOadvogado ediretor-presidenteda Abrelpe

EDYMERENDINOgerentededesenvolvimentoambiental daTetraPak

EVERARDOMACIELex-secretáriodaReceita Federal

HELENAVERONESEeconomista daTendênciasConsultoria

MARCOSLISBOApresidente doInsper e colunistada Folha

MARINASILVAex-ministra doMeio Ambiente eex-senadora

RONALDOMOURASTABILEeconomista evice-presidenteda Abrin

CAROLINATARRÍOjornalista eumadas fundadorasdoMovimentoBoaPraça

EconomiaLimpa

semináriosfolha

_ 2º FÓRUM

3e4deoutubroTucarenaSP

Temas atuais como a importância e os benefícios da reciclagem, a necessidadede uma reforma tributária, a tributação verde e a experiência internacional nessecampo serão debatidos pelos maiores especialistas no assunto. Você não pode perder.

A discussão de um futurosustentável não pode ficar para o futuro

Sábado, 23 dE SEtEmbro dE 2017 ★ ★ ★ mercado 7ab

O pOntO central da reforma elei-toral, neste momento em que o pa-ís atravessa uma das maiores cri-ses de sua história, é estabele-cer o custo da campanha, comtransparência, base moral e semprejuízo ao Orçamento.não é concebível que seja tira-

do um centavo sequer de um Orça-mento insuficiente, comprimidope-los desmandosdos governosdopt.Ademocracia,aquieemtodapar-

te, tem um custo operacional, quenão pode ser negligenciado, sobre-tudo num país-continente como onosso.Atéaeleiçãode2014,ascam-panhaserambancadaspordoaçõesprivadas, com escassa transparên-cia, dando ensejo aos atos crimino-sos que a Lava Jato vem expondo.O StF proibiu emmarço de 2016

essas doações, restringindo-as àspessoas físicas, o que é insuficientepara prover o seu custo. nesses ter-mos seriam privilegiados os candi-datos milionários, os partidos be-neficiários da corrupção (petrolão,

eletrolão,BnDES, fundosdepensãoetc.), quedispõemde reservasocul-tas no exterior, e aqueles comaces-so às verbas do crime organizado.Diante disso, impunha-se en-

contrar fórmula justa para a soci-edade. Há, neste momento, no Se-nado, duas propostas em exame:uma é de minha autoria; a outra,do senador Romero Jucá.A diferença entre ambas é que a

minhanãomexenoOrçamentonemgera despesa adicional ao tesouro.Éorçamentariamenteneutra.trata-se de algo simples: extinguem-se aspropagandaspartidárias e eleitoralgratuita, revertendo-seessemontan-tedarenúncia fiscal,maisasmultascomotSE,paraoFundoEspecialdeFinanciamento de Campanha.

O valor é de R$ 1,5 bilhão. na-damais. não semexe noOrçamen-to, nem se onera o erário. O acessogratuito à mídia eletrônica se res-tringirá aos veículos estatais e àsredes sociais, de custo zero, e deinteração muito maior com a soci-edade, que ali exerce com vigor evigilância sua cidadania crítica.A outra proposta, além de mexer

noOrçamento,édecustoincerto,poispartedeumvalor“mínimo”deR$3,5bilhões,queprevêaindaacessoacré-ditosadicionaisdareservadecontin-

genciamento.É,pois,umchequeembranco, sem transparência —e semlimite. Estabelece que as emendasdebancada impositivas, jánoOrça-mento, serão a fonte de custeio. Um“valor mínimo de 50%” para o fun-do, o que implica reduzir indiscrimi-nadamente verbas para, por exem-plo, saúde, educação, segurança,habitação e infraestrutura.Só para ter uma ideia, no Orça-

mentode2016, as emendas imposi-tivasdebancadadestinadasàedu-cação somaramR$ 1,5 bilhão; à sa-úde,4,4bilhões;à infraestrutura,R$1,2bilhão.Um“mínimo”demetadede cada uma dessas rubricas seriadesviado para a campanha, lesan-do diretamente a sociedade nessesserviços já precários.

noOrçamento de 2018, esse cor-te equivalerá no mínimo a R$ 3,5bilhões, mais créditos aditivos, emvalores indiscriminados da reser-va de contingenciamento. Abre-seassim espaço para manobras.pior: a verba é destinada à dire-

çãodospartidos,quedecidirácomoredistribuí-la internamente, fortale-cendoseuscaciques.Minhapropostaevita isso; estabelece regras quantoà distribuição dos recursos, impon-do equanimidade entre candidatosproporcionais e majoritários, dire-ção nacional e direções regionais.Alémdoaspectoestritamentepe-

cuniário,minha proposta estabele-ce mudança de fundo moral. Saemde cena os marqueteiros, com seuscachêsmilionárioseproduçõeshol-lywoodianas, tornando-se a cam-panha o que deve ser: um conta-to direto, sincero, olho no olho, semfalsificações de qualquer ordem.RONALDO CAIADO, 67, senador pelo DEM-GO,é líder do partido no Senado. Escreve aos sábados,a cada 14 dias, nesta coluna.

Horário eleitoral beneficia fakesr o n a l d o c a i a d o

Além do customenor, minhaproposta de fundo eleitoraltira de cena osmarqueteirose sua produçõesmilionárias

colUniSTaS da SEMana segunda: Marcia dessen; terça: Benjamin Steinbruch; quarta: alexandre Schwartsman; quinta: laura carvalho; sexta: Pedro luiz Passos; sábado: ronaldo caiado; domingo: Samuel Pessôa

DO “financial tiMES”

A agência que regula o se-torde transporte emLondresanunciou que não renovaráa licença da Uber.Isso significaqueaempre-

sa estará proibida de operarem umde seusmaioresmer-cadosmundiais apartir de 1ºdeoutubro,emboraela tenhaprazode21diaspara recorrereestejaautorizadaacontinu-ar prestando serviços nesseperíodo e pela duração doprocesso de recurso.A companhia americana

anunciouque recorreria ime-diatamente da decisão.A decisão surpreendente

caracterizou a operadora deserviçosdecarroscomo“ina-propriada e inapta”.A agência da capital britâ-

nica afirmou que “a aborda-gem e a conduta da empresademonstram faltade respon-sabilidade corporativa comrelação... àspotenciais impli-caçõesdesegurançaedepro-teção pública”.As principais preocupa-

çõesdaagência eramaabor-dagem da Uber ao reportardelitos criminais graves e amaneira pela qual certifica-dos médicos eram obtidos everificaçõesdeantecedentescriminais conduzidas.A agência também desta-

cou o uso em Londres de umsoftware que a Uber é acusa-da de usar para impedir queagênciasregulatóriasganhemacesso pleno ao seu app.

Empresa americana jádisse que vai recorrer evai poder continuaroperando enquantorecursonão for avaliado

Capital britânica vê falhas de segurança no serviçoe proibição começa a valer a partir de 1º de outubro

LondresdeterminaqueUbernãopodeatuarmaisna cidade

Daniel leal-Olivas/afP

Celular com aplicativo da Uber em Londres; serviço não vai poder mais operar na cidade

Queda de braçoUber enfrentarestrições pelo mundo

DinamarcaApós três anos no país,encerrou os serviços emabril de 2017 por causa deuma legislação de táxi quecria novas exigências paramotoristas, como o usoobrigatório de taxímetro

EspanhaVoltou a operar no paísemmarço de 2016, depoisde a aplicação de uma leie a hostilidade de taxistastirarem a companhiadas ruas espanholasno final de 2014

ArgentinaJustiça pediu o bloqueioda Uber no início do ano.Em 2016, corte de BuenosAires já havia determinadoo fim do serviço nacidade, mas a companhiacontinuou operando

Oorganismoanunciouain-da ter recusadoum terço daslicenças solicitadas para aoperação de serviços de car-ros nos últimos 12 meses.TomElvidge,gerente-geral

da empresa emLondres, dis-seque“os3,5milhõesde lon-drinosqueusamnossoappeosmais de 40mil motoristasque dependem da Uber paraganhar a vida ficarão atôni-tos com essa decisão”.“Para defender o ganha-

pão desses milhares de mo-toristasea liberdadedeesco-lha como consumidores dosmilhões de londrinos que

usam nosso app, pretende-mos contestar adecisão ime-diatamente nos tribunais.”

violênciAA decisão surgiu em meio

a controvérsias sobre a abor-dagemdaUberaoreportar in-cidentes violentos à polícia.Emagosto,aagênciaanun-

ciou ter recebido uma cartada Scotland Yard (a políciametropolitana londrina)mencionando preocupaçõessobre a Uber de não reportartrês incidentes sexuais e vio-lentosentremotoristasepas-sageiros neste ano.O organismo alertou, en-

tão, que a carta influenciariasua decisão sobre se a Uberseriaounãoautorizadaacon-tinuar operando emLondrespor mais cinco anos.A Uber negou que repre-

sentasse ameaça à seguran-çadospassageirosedissequesempre seguia as regras.“Sempre seguimos as re-

gras da agência de transpor-tedeLondresquantoa repor-tar incidentes sérios e temosumaequipeespecializadaquetrabalha em estreito contatocomapolíciametropolitana.“Maria Ludkin, diretora do

GMB, o sindicato dos moto-ristas britânicos, disse que aa ação representava uma vi-tóriahistóricaparaa central,que vinha lutando contra otratamento nos tribunais daUber aos seusmotoristas.“Nenhuma empresa pode

se comportar como se esti-vesse acima da lei, e isso in-clui a Uber. Sem dúvida ou-tras grandes cidades obser-varão essa decisão e consi-derarão o futuro daUber emsuas ruas”, disse.

tradução de PAULOMIGLIACCI

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Intermediação: Incorporaçãoe Intermediação:

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A discussão de um futurosustentável não pode ficarpara o futuro.Temas atuais como a importância e os benefícios da

reciclagem, a necessidade de uma reforma tributária,

a tributação verde e a experiência internacional nesse

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3e4deoutubroTucarenaSP

EconomiaLimpa

abA6 poder ★ ★ ★ SegundA-FeirA, 25 de Setembro de 2017

A discussão de umfuturo sustentável nãopode ficar para o futuro.Temas atuais como a importância e os

benefícios da reciclagem, a necessidade de

uma reforma tributária, a tributação verde

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3e4deoutubroTucarenaSP

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MARINASILVAex-ministradoMeioAmbienteeex-senadora

EVERARDOMACIELex-secretário daReceita Federal

Alguns dos palestrantes:

MARIO CESAR CARVALHODE SÃOPAULO

Dez promotores do Minis-tério Público de São Pauloque investigamcorrupçãode-cidiram que não vão assinarum acordo com a Odebrechtpara receber provas de quehouve pagamento de propi-na emobras doMetrô, CPTM(Companhia Paulista deTrens Metropolitanos), Der-sa e DER (Departamento deEstradas de Rodagem).Elesdizemquenãoendos-

sam o acordo de leniênciaporquehá irregularidadesnotexto, como a ausência deconcordância da CGU (Con-troladoria Geral da União) eda AGU (Advocacia Geral daUnião) comos termosacerta-dos, comoestáprevistona le-gislação brasileira.Acordode leniência éuma

espécie de delação, mas daempresa,nãodepessoasquese envolveramcomsuborno.Semendossaros termosdo

acordo,ospromotoresnãore-ceberão as provas que fazempartedo tratoequeserviriampara sustentar ações contraaqueles que são apontadospelaOdebrecht comorecebe-dores de propina.O resultado prático do im-

passe com os promotores deSão Paulo é que as investiga-ções sobre autoridades dosgovernosdeGeraldoAlckmine JoséSerra, ambosdoPSDB,e da gestão de Gilberto Kas-sabnaPrefeituradeSãoPau-

Impasse fará comqueas investigações sobregovernos tucanos egestãoKassabatrasem;ações podemprescrever

Integrantes doMinistério Público de São Paulo não assinarão acerto em troca de provas sobreMetrô, CPTMeDER

Promotoria rejeitaacordocomOdebrecht

lo devematrasar aindamais.Há risco de prescrição emal-gumasações.Alckmin,Serrae Kassab negam ter recebidosuborno da Odebrecht.

O PROBLEMAAilegalidadenoacordode

leniência da Odebrecht foiapontada em decisão do Tri-bunal Regional Federal dePortoAlegre, que julga os re-cursosdedecisõesdojuizSer-gioMoro.OTRFanalisavaumpedido da União para que aJustiçamantivesseobloqueiode bens da empresa.O acordo da Odebrecht foi

feito comumórgão, oMinis-tério Público Federal, que

não tem poderes para isso,segundoa juízadoTRFVâniaHack de Almeida. Ela disseem agosto que o acordo terádeser refeito.Nãohá,porém,decisão final sobre a legali-dade desse acordo.Os promotores, todos da

área de Patrimônio Público,que cuidam de ações de im-probidade e multas aos cor-ruptores, negam que sua re-cusa em assinar o acordo deleniência tenhaoobjetivo in-direto de beneficiar o PSDB.Ao ser questionado pela

Folhaseadecisãopoderiaserinterpretada como uma pro-teção aos tucanos, um dospromotores disse, sob condi-

ção de que fosse mantido oseuanonimato, quebenefici-ar o PSDB seria aceitar umacordo no qual a Justiça jáapontou problemas sérios.Segundo o promotor, não

hárecortepolíticoeminvesti-gaçõesdaáreadePatrimônioPúblico. O grupo abriu açõescontra executivos do Metrô eda CPTM que foram nomea-dos por Serra e Alckmin.AdelaçãodaOdebrecht ci-

tapagamentosdepropinaemobras como a linha 2-verdedo Metrô, Rodoanel, o túnelda avenida RobertoMarinhoe o estádio do Corinthians.Promotoresreclamamtam-

bémquenão foramconsulta-

dos sobre os valores previs-tospara ressarcirosprejuízosque a Odebrecht causou nasobras comaprática de cartele superfaturamento.Amultaqueaempresaacertoudepa-gar,deR$8,5bilhões,serápa-ra cobrir as ilicitudes.AOde-brecht reconheceapráticadecartel, mas nega que tenhahavidosobrepreçonasobras.Outro problema, ainda se-

gundo os promotores: cabe-rá a Sergio Moro, que homo-logou o acordo de leniênciadaOdebrecht, liberar o valordas indenizaçõesaserempa-gas.OqueMorosabedospro-blemas investigados em SãoPaulo?, pergunta um deles.

Ospromotores tambémre-clamam que o acerto sobreesse montante foi feito pelaempresa com procuradoresda força-tarefa de Curitiba edeBrasília, tambémsemoco-nhecimento detalhado doscasos que estão na Justiça.Apesar dessas divergênci-

as, tantoospromotoresquan-to a própria Odebrecht cogi-tamanegociaçãodeumacor-do paralelo à leniência.Os promotores têm experi-

ência nessa área. Já fizeramacordos com o DeutscheBank,UBSeCitibank,usadospelo ex-prefeito Paulo Malufparaesconderdinheirodesvi-adodeobras,ecomaAlstom.

R$ 8,5 biÉ o valor total, corrigido,que a Odebrecht devepagar demulta

82%Porcentagem do valorque fica com o Brasil. Oresto é dividido entreSuíça e Estados Unidos

R$ 126,6 biÉ o faturamento daempreiteira em 2016

Amaior parte do dinheiroque ficar no Brasil, 97,5%,servirá para ressarcirdanos em órgãos públicos eestatais, como a Petrobras

Acordo foi fechado com oMinistério Público Federalem dezembro de 2016 ehomologado por SergioMoro emmaio deste ano

O ACORDO

Obra da linha 2-verde doMetrô de São Paulo, na qual houve pagamento de propinas, segundo a delação da Odebrecht

Mastrangelo Reino - 12.abr.2010/Folhapress

abA24 mercado ★ ★ ★ QuArtA-FeirA, 20 De Setembro De 2017

Yoshiaki NakaNo cometeu co-luna na semana passada no “Va-lor Econômico” argumentando queas elevadas taxas de juros obser-vadas no Brasil teriam origem naeconomia cafeeira, que dominouo país desde meados do século 19atéaprimeirametadedo século 20.segundo Nakano, o cafeicultor

“se assemelhava mais a um rentis-ta do que umprodutor preocupadocom redução de custos. seus lucrosdependiamdaextensãodasuapos-se de terras e de variáveis fora deseucontrole,nãodoseuempreende-dorismo ou espírito inovador”.Como recebia o pagamento uma

vezporanoe tinhaqueguardarodi-nheiro, preferia juros elevados. Poroutro lado, como“consumia impor-tadosepassavapartedoanonaEu-ropa”, preferia uma taxa de câm-bioapreciada.Por causadisto, con-clui, até hoje temos que convivercom juro alto e câmbio apreciado...há vários problemas com o

raciocínio, se cabe aqui o termo.

Quem já estudou o assunto de-ve ter ficado chocado com a carac-terização do cafeicultor como um“rentista”. a economia cafeeira secaracterizava por grandes investi-mentos, pois, ao contrário de cultu-rasanuais, pésdecaféprecisamserplantados com antecedência, bemantes da materialização das recei-tas. Posto de outra forma, cafeicul-tores eram, por natureza, empre-endedores e, como tal, precisavamconstantemente de crédito.E, como algum leitor já deve ter

notado, a produção de café não sedestinavaaomercado interno, poisnemsequer umexército debebedo-res do precioso líquido do meu ca-libre (6 a 9 xícaras de expresso pordia) daria contadaprodução local.

Naqualidade,portanto,deexpor-tadores, é curioso imaginar que ca-feicultorespleiteassemtaxadecâm-bio mais apreciada. ao contrário,as pressões do setor sempre foramno sentido de depreciar a moeda.sópara lembrar, logoapósapro-

clamação da República, apoiadaentusiasticamente pela cafeicul-tura, a política econômica foi ca-racterizada pela rápida expansãodo crédito (o famoso encilhamen-to, que começou ao fim da monar-quia, por pressão do setor de café).

Já omil-réis, que comprava 27 pen-ce em 1888, só conseguia, dez anosdepois, comprar 7pence.houve va-lorização para 11 pence por ocasi-ão da política de estabilização deJoaquim Murtinho (1898-1902),mas já em 1906 foi criada a Cai-xa de Conversão, justamente pa-ra evitar a apreciação da moeda,por reivindicação do setor.Vale dizer, cafeicultores não de-

fendiam nem câmbio apreciadonem juro alto, muito pelo contrá-rio, e qualquer um que tenha lido arespeito sabe disto, mas não, cla-ro, Nakano. Não bastasse o ridícu-lo de atribuir a persistência de al-tas taxasde jurosaacontecimentostão remotos, ainda erra sobre fatosque são de conhecimento comum.

isto pode parecer implicância,mas, creiam, não é (só) o caso.há economistas que acreditam

poder escrever sobre qualquer te-ma sem se dignar a verificar se háummínimo de verdade nas afirma-çõesque fazem. ignoramfatos,masqueremque suas ideias sejam leva-das a sério a ponto de influenciardecisões de política.argumentos no debate econô-

mico têm que ser ancorados emboa teoria e, principalmente, emfatos. infelizmente, o que mais ve-jo são “chutes” como o explora-do anteriormente, sem qualquerconexão com a realidade.Não sei, sinceramente, como

ainda dão importância para quemapresentaestaatitude lamentável...

ALEXANDRE SCHWARTSMAN, 54, é doutorem economia pela Universidade da Califórnia,Berkeley e ex-diretor do Banco Central do Brasil.Escreve às quartas nesta coluna.

www.schwartsman.com.br

@alexschwartsman

[email protected]

Fakehistory e análise econômicaA l e x A n d r e S c h w A r t S m A n

Debate econômico tem de serancorados em boa teoria e,especialmente, em fatos,maso quemais se vê são chutes

cOlUnIStAS dA SemAnA segunda: marcia dessen; terça: Benjamin Steinbruch; quarta: Alexandre Schwartsman; quinta: laura carvalho; sexta: Pedro luiz Passos; sábado: ronaldo caiado; domingo: Samuel Pessôa

do “nEwyork timEs”

Em 1967, num loft em SanFrancisco (EUA), um jovemde 21 anos chamado JannWenner criou uma revistaque se tornaria a bíblia dacontraculturaparaageraçãobaby boom (os americanosnascidos entre 1946 e 1964).A“RollingStone”passoua

definir o que era cool, culti-vouíconesdaliteraturaepro-duziu capas que criaram es-trelase se tornaramumespa-ço tão cobiçado que até ins-piraram uma canção.Agora,passadomeiosécu-

lo, Wenner, 71, vai colocar àvenda sua participação ma-joritáriana revista, emumsi-nal clarodequeaeradosedi-toresamericanoscélebreses-tá chegando ao fim.Nestemês,GraydonCarter,

editordarevista“VanityFair”,anunciou que planejava dei-xar seupostona revista, após25 anos. RobbieMyers, edito-ra da “Elle”, Nancy Gibbs, da“Time”,eCindiLeive,da“Gla-mour”, tambémanunciaram,na semana passada, que dei-xariam seus postos.Anthony DeCurtis, vetera-

nocríticodemúsicaecolabo-radorda revista “RollingSto-

ne” há muito tempo, disseque jamais imaginou queJannWenner a venderia.“Aquela sensação de con-

trole firme da revista por seueditor —é isso que vai se per-der por lá”, disse. “Não seiquemseriacapazdeocuparopostoe fazeramesmacoisa.”Wenner vinha tentando

haviamuito temposemantercomo editor independenteem umnegócio que favoreceescala e amplitude.“Amomeutrabalho,eleme

agrada, e tem me agradadohámuito tempo”, disse. Masabrirmãodo controle, acres-centou,era“acoisa inteligen-te a fazer”.Omomento adverso que o

setor editorial está vivendo ealgunserrosdeestratégiadis-pendiosos abalaram a posi-ção financeira da revista.Além disso, uma reporta-

gem dúbia publicada trêsanos atrás sobre um estuprocoletivoquenão foi provado,no campus da Universidadeda Virgínia, maculou grave-mentea reputação jornalísti-ca da “Rolling Stone”.

planosOs planos de venda foram

desenvolvidos por GusWen-ner, 27, o filho de Jann, quereduziu agressivamente osativos da Wenner Media, acontroladorada“RollingSto-ne”, em resposta a pressõesfinanceiras.Os Wenner recentemente

venderam suas duas outras

revistas: “Us Weekly” e“Men’s Journal”.E no ano passado vende-

ram fatiade49%na“RollingStone”àBandLabTechnolo-gies, empresa de tecnologiacom sede em Cingapura.Tanto Jann quanto Gus

Wenner, respectivamentepresidente e vice-presidentedeoperaçõesdaWennerMe-dia, afirmaram que preten-dem continuar na “RollingStone”.Mas tambémafirma-ramqueadecisão finalquan-to a isso pode caber ao novoproprietário.Ainda assim, a potencial

vendada“RollingStone” su-blinha até que ponto o cená-rio damídia impressa se tor-nou complicado, diante daperda de faturamento com apublicidadeempapel e redu-ções de circulação.“Há um nível de ambição

quenão temoscomofazer so-zinhos”, disse Gus. “Por issoestamos sendo proativos etentando nos antecipar.”A Wenner contratou con-

sultores financeiros para es-tudar uma possível venda,mas o processo está apenascomeçando.Nem Jann nem Gus Wen-

ner mencionaram possívelcompradores, mas uma daspossibilidades é a AmericanMedia, editorade revistas co-mandada por David Pecker,que adquiriu a “Us Weekly”e a “Men’s Journal”.

tradução de PAULOMIGLIACCI

Negóciomostradificuldades de revistasindependentes seremmantidas emmeio acrise de publicidade

Criador da revista, que pormeio século definiu nos EUAo que era cool, busca interessados em sua participação

Vendada ‘RollingStone’marcafimdaeradoeditor célebre

GusWenner, diretor de operações da dona da revista “Rolling Stone”, criada por seu pai

Andrewwhite - 14.set.2017/“the new york times”

dA rEUtErs

O Google inaugurou nestaterça-feira (19) uma centralde processamento de dadosem São Paulo, a primeira daempresanaAméricadoSul eumadasoito anunciadaspe-la companhia em 2016 comoparte de um plano para im-pulsionar sua presença nosegmentodecomputaçãoemnuvem no país e nomundo.Aempresaamericanaespe-

ra se firmar no Brasil em umsegmentoemquedisputaglo-balmentecomoutrasgrandesempresasdetecnologiacomo

Amazon eMicrosoft.“Estamospreparadospara

competirmaisdoquedeigualpara igual”,disseodiretordeGoogle Cloud Platform noBrasil, Fabio Andreotti.Aaberturadocentro foiali-

nhadacomapossibilidadedepagamento dos serviços emreaisparaclientesbrasileiros,com impostos inclusos, naprimeira estratégia do tipofeita pelo Google nomundo.Para atrair os clientes, o

Google diz que a abertura docentro em São Paulo vai per-mitir redução da latência —ouo tempoquea informação

leva para viajar entre o cen-trodedadoseousuário—quedeve ficar 80% a 95% maisrápida em relação aos EUA.“Com a chegada dessa in-

fraestruturahojenãohámaisnenhumadiferençaparaqueas grandes empresas não ve-nham usar nossa infraestru-tura”, disse Andreotti.Segundoele, grandesban-

cos estão negociando a ado-çãodoserviço.Entreosclien-tes jáanunciados,estãoaMo-vile—gerenciadora dasmar-cas iFood e Spoonrocket— ea Youse, plataforma digitalda Caixa Seguradora.

Deolho emAmazon eMicrosoft,Google inaugura centro emSPEmpresa quer crescer no segmento de computação emnuvem

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A discussão de um futurosustentável não pode ficarpara o futuro.Temas atuais como a importância e os benefícios da

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abA20 mercado ★ ★ ★ QuintA-FeirA, 21 De Setembro De 2017

O TEMPO NÃO está bom. Trata-seaqui da falta de chuvas, não do di-lúviode lixopolítico.Os reservatóri-osdasusinashidrelétrica estãonosníveismaisbaixosdeste século, queteve oapagãode 2001 ea estiagemcrítica de 2014-15, quando até SãoPaulo quase ficou sem água.O Nordeste está no sexto ano de

seca, tida como a maior em um sé-culo, tão longa quanto o horror de1910-1915 (“OQuinze”,deRacheldeQueiroz, lembra o ano triste da se-ca de 1915). O nível dos reservatóri-os da região, em 10,6% agora emsetembro, está abaixo do registra-do no setembro de 2001, ano do ra-cionamento (12%).OSudeste tematerceirapiormar-

ca do século, 28,4% (ante 25% nosetembrodaestiagemde2014e21%no ano do apagão de FHC).Nestaquarta-feira, o governoau-

torizou a importação de energia daArgentina e do Uruguai. Não, não

se trata de risco de racionamento,favor prestar atenção.O Brasil depende algo menos de

energia de hidrelétricas. Em 2000,94%da geração da eletricidade vi-nha dessas usinas e praticamentenãohaviaalternativasde fontes;noano passado, 73%. Os entendidosdizemqueosistemaseriaatualmen-te mais seguro (há mais linhas detransmissão, mais alternativas degeração,administraçãomelhoretc.).No entanto, há gente no governo

que defende uma campanha de ra-cionalização do consumo, como secogitou na seca de 2014 no governoDilma Rousseff, ideia vetada pelaprópriapresidente.Os responsáveis

pelosetorelétricosãoafavordacam-panha pelo consumo consciente. Éumaatituderesponsável,atéporqueoBrasil aindadesperdiçamuitaele-tricidade. O diretor-geral da Aneel,RomeuRufino,disse talcoisaempú-blico (segundo o jornal “Valor”).No governo de fato, ainda se con-

sidera“alarmismo”tratardoassun-to,pelomenosatédezembro.NoSu-deste/Centro-Oeste,com70%daca-pacidadedearmazenamento,odito

período úmido inicia emnovembro.Por enquanto, de mais concreto,

há apenas o risco de que volte a“bandeira vermelha”, cobrança ex-tra de até R$ 3,50 pelo consumo de100 kWh, e a autorização para im-portareletricidade.OBrasil vaicom-prar energiaapenasa fimdeecono-mizar água dos reservatórios, casoasecaperdure. Por ora, as estimati-vas são de que deve voltar a chovernormalmente a partir de outubro.Feitas todasessas ressalvas, o fa-

to é que há incômodo, talvez aper-to,mesmoemumpaísemquearen-da per capita terá regredido porquatro anos. Nesta década, o con-sumodeeletricidade emgeral cres-

ceumais do que o PIB nos anos po-sitivos e baixou em ritmomuitome-nor que o da atividade econômicaem 2015 e 2016. Há alguma gordu-ra, reservas de energia, mas de ele-tricidademais cara, aindamais emcaso de seca prolongada.O governo está para editar leis e

medidas que vão mexer profunda-mente na ordem do setor elétrico(umprojetode liberalizaçãoamplado mercado). Não sabemos o queserádo investimentono setor, dadaapenúria do governo edas estatais(se sobrar estatal e BNDES no pe-daço). As novas fontes do financia-mento da expansão da infraestru-tura ainda são nebulosas.Foi em um momento assim de

transição, final dos anos 1990, quese gestou o desastre do apagão de2001. Não é destino, claro, mas ébom tomar tento.

[email protected]

Brasil na seca, luzmais carav i n i c i u s t o r r e s f r e i r e

Lagos das hidrelétricasestão nos níveis maisbaixos deste século; secafaz seis anos no Nordeste

FILIPE OLIVEIRADE SÃOPAULO

O prefeito João Doria(PSDB) enviou à Câmara dosVereadoresprojetode lei queprevêa incidênciade ISS (Im-posto Sobre Serviços) paraempresas de transmissão deconteúdopela internet, comoNetflix e Spotify.Pela proposta, protocola-

da no dia 12 deste mês, será

cobradaalíquotade 2,9%pe-la disponibilização sem ces-sãodefinitivadeconteúdodeáudio, vídeo, imageme textopor meio da internet, o queinclui os serviços.Oprojetomantéma imuni-

dade tributária de livros, jor-nais e periódicos.Por outro lado, a propos-

ta enviada pela prefeituraprevê a cobrança do impos-to em uma série de outrosserviços, como processa-mento e armazenamento dedados, imagens,vídeos,apli-cativos e sistemas de infor-mação, elaboração de pro-gramas de computador e jo-gos eletrônicos, aplicaçãodetatuagens epiercings, flores-

Prefeitura diz quenãoestá criando tributo,e sim seguindo asdeterminações danova legislação federal

Prefeito envia projeto de lei que prevê a incidência de ISS para empresas de transmissão de conteúdo pela internet

Doriaquer cobrar imposto sobreNetflix

A discussão de umfuturo sustentável nãopode ficar para o futuro.Temas atuais como a importância e os

benefícios da reciclagem, a necessidade de

uma reforma tributária, a tributação verde

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3e4deoutubroTucarenaSP

Correalização:

tamento, adubação, colhei-ta, vigilância e segurança.Seaprovadooprojeto,a lei

entrará em vigor a partir de1º de janeiro.

COBRANÇA LOCALEm dezembro do ano pas-

sado,opresidenteMichelTe-mer (PMDB) sancionou a re-forma do ISS, que instituiu acobrança do imposto sobreserviços de streaming.A aprovação veio emmeio

a discussões sobre o direitode prefeituras cobrarem im-postos sobre serviços quan-doa sededaempresa fica emlocal diferente do lugar ondeele é realizado.Emmaio, o Congresso de-

finiu que planos de saúde,empresas de cartão de crédi-to e de leasing deveriam re-colher o ISS no local onde oserviçoé realizado,nãonaci-dade onde fica a sede da em-presa, por exemplo.Adecisão foi tomadaapar-

tir de derrubada de veto pre-sidencial na reforma do ISS.Em nota enviada por sua

assessoria de imprensa, aprefeituraafirmaquenãoes-tá criando novos impostos, esim seguindo as determina-ções da nova lei.Procurado, O Spotify afir-

mou que não comenta ru-mores. A Netflix não se pro-nunciou até a conclusãodesta edição.

Jorge Araujo - 13.set.2017/Folhapress

O prefeito João Doria (PSDB), em evento em São Paulo

abA24 mercado ★ ★ ★ QuintA-FeirA, 28 De Setembro De 2017

Emnotaescrita paraa reuniãodelíderes do G20 em Hamburgo emjulho, quatro economistas do FmIapresentaramevidênciasdequeospaíses com maiores índices de de-sigualdade tendem a ter taxas decrescimento mais baixas e que du-ram menos tempo. a nota desta-ca o papel crucial da política fiscalpara o crescimento inclusivo, sejapor meio da tributação progressi-va, sejapormeiodaprovisãodeser-viços públicos e benefícios diretospara os mais vulneráveis.no relatório “adistânciaquenos

Une”, publicado na segunda-feira(25), a oxfamBrasil apresentou umretrato da desigualdade brasileiraem suas diversas dimensões e disseque “limitar gastos sociais significalimitarareduçãodedesigualdades”.EmentrevistaàFolhanodomin-

go (24), oeconomista irlandêsmarcmorgan milá também foi taxativo:“o congelamento das despesas pú-blicas por 20 anos pode ter impac-to negativo sobre a desigualdade

porque são os mais pobres que de-pendemmais dessas despesas”.ainda que os dados apresenta-

dos no trabalho de morgan, no re-latório da oxfam e nos vários estu-dosdospesquisadoresmarcelome-deiros, Pedro Souza e Fábio Castroda UnB e do IPEa mostrem que aalta concentração de renda no to-po da pirâmide não foi combatidanas últimas décadas, parece haverconsenso de que boa parte da mo-desta reduçãodadesigualdadeob-servada nopaís deve-se ao aumen-to de gastos sociais e transferênci-as de renda desde a promulgaçãoda Constituição de 1988.

no comunicado nº 92 do Ipea in-titulado “EquidadeFiscal noBrasil:ImpactosDistributivosdatributação

edoGastoSocial”,FernandoGaigerSilveira e coautores já haviammos-trado, a partir de dados da Pesqui-sa nacional por amostra de Domi-cílios (Pnad) e das Pesquisas deor-çamento Familiar (PoF) de 2002-2003 e 2008-2009, que o caráterregressivo (gerador de desigualda-des) do sistema tributário brasilei-ro é compensado pela progressi-vidade do gasto social, sobretudodasdespesascomeducação, saúde,previdência e assistência social.o estudo mostra ainda que,

embora o caráter regressivo da tri-butação tenha semantidoao longodos anos, o gasto social aumentouseu impacto sobre a desigualdadeentre 2003 e 2009.o conjunto dos benefícios previ-

denciários e transferências (auxíli-os, bolsas, seguro-desempregoetc.)foramresponsáveispor reduzir o ín-dice de Gini (que mede a desigual-dade de renda) em 7,7% em 2009,ante um efeito de redução de 4,3%em2003.osgastoscomsaúdeeedu-cação públicas, que já haviam sidoresponsáveis por reduzir em 13,4%adesigualdadeem2003,ampliaramseu efeito para 17,1% em 2009.atributaçãoindiretasobreconsu-

moeprodução(ICmS,IPI,PIS,CofinseCide), por suavez, foi responsável

por aumentar a desigualdade derenda (Gini) em 4,7% em 2009,ante efeito quase igual em 2003,de 4,6%. o caráter regressivo des-te tipo de tributação —que respon-de pela maior parte da arrecada-çãode impostosnoBrasil—maisdoque compensa o efeito progressivodos impostos diretos —Imposto deRenda,contribuiçõesprevidenciári-as, IPtU, IPVa e outros—, que, pe-lasalíquotasdemasiadamentebai-xas e as isenções concedidas, redu-ziram a desigualdade em apenas2,6% em 2009 e 1,9% em 2003.o entrave ao crescimento econô-

mico sustentável pode não ser, por-tanto,oexcessodedemandasdemo-cráticasporbem-estar social, comoquerem nos fazer crer economistase governantes, e sim o caráter an-tidemocrático de um sistema po-lítico que continua atuando parapreservardesigualdadeshistóricas.LAURA CARVALHO�, 33, é professora doDepartamento de Economia da FEA-USP comdoutorado na New School for Social Research(NYC). Escreve às quintas-feiras nesta coluna.

Política fiscal e desigualdadel a u r a c a r v a l h o

Demanda por bem-estarsocial podenão ser o entravea avanço sustentável, comogovernantes nos fazem crer

coluNISTaS Da SEMaNa segunda:� Marcia Dessen;� terça:� Nizan Guanaes;� quarta:� alexandre Schwartsman;� quinta:� laura carvalho;� sexta:� Nelson Barbosa;� sábado:� Marcos Sawaya Jank;� domingo:� Samuel Pessôa

REYNALDO TUROLLO JR.DE BRASÍLIA

OSTJ (SuperiorTribunaldeJustiça)decidiunestaquarta-feira (27) a favordepoupado-res que tiveram perdas complanos econômicos e pedemressarcimento aos bancos.A disputa acerca do tema

estánaJustiçahá30anos.Cli-entes dosmaiores bancos dopaísquetinhamcadernetadepoupança nos anos 1980 e1990 querem o ressarcimen-to pelo congelamento de su-as aplicações.

Emboraos recursosnoSTJtivessem como foco o PlanoVerão, a decisão dos minis-tros temefeito sobre todososplanos da época: Bresser(1987), Verão (1989), Collor 1e 2 (1990) e Collor 2 (1991).O julgamento começouno

últimodia13,mas foi suspen-so por um pedido de vista. OSTJ retomouaanálisededois

recursos de bancos (HSBC eBanco do Brasil).As instituições alegavam

que só poupadores filiados aassociações que moveramações civis públicas poderi-am executar a sentença, ouseja, cobrar individualmentenaJustiçaosvaloresperdidoscom o Plano Verão, de 1989.Paraosministrosda2ªSes-

são,o tribunal já tinhaenten-dimento anterior no sentidode que ações civis públicasgeram efeitos para todos, enãoapenasparapessoasqueestivessem filiadas à entida-de que ajuizou a ação civil,

como queriam os bancos.Osministrosnãochegaram

a votar a tese porque enten-deramqueaquestão jáhaviasido definida anteriormenteem outro julgamento.Por essa jurisprudência

existente,ospoupadores têmlegitimidade para executarsentença de ação civil públi-ca, mesmo sem serem filia-dosàassociaçãodedefesadoconsumidor que moveu aação.Na prática, a decisão dos

ministros liberaosprocessosindividuaisqueestavamsus-pensos para serem julgados.

Segundo a assessoria doSTJ, 37.677 processos de exe-cuções individuais estãosus-pensosnasegunda instânciado Judiciário à espera da de-cisão sobre esses recursos.

Osmagistrados de segun-da instância poderão aplicaro entendimento do STJ parafavoreceroconsumidor, ana-lisando caso a caso.Também à espera da aná-

lise dos recursos, represen-tantes de poupadores e dosbancos estavamcomnegoci-ações de acordo suspensasdesde o ano passado.“Achoqueagora[comade-

cisão] vai ter a retomada doacordo, vai destravar”, disseoadvogadodaFebrapo(Fren-te Brasileira pelos Poupado-res), Luiz Fernando Pereira.Segundo associações de

defesadospoupadores,ocri-tériodefendidopelosbancos–de necessidade de filiaçãoa entidades– reduziria dras-ticamente o número de pou-padoresemcondiçõesdeexe-cutar as ações e faria as ins-tituições financeiraspagaremvalores irrisórios por perdas.Procurada,aFebraban(Fe-

deraçãoBrasileiradeBancos)nãoquis comentar adecisão.

Decisão vale para todosos planos econômicosdos anos 80 e90 e vailiberarmais de 37.000processos individuais

Em julgamento que encerrou 30 anos de embate jurídico, STJ decidiu que bancos terão de indenizar poupadores

Perdas comPlanoVerão serão ressarcidas

A discussão de umfuturo sustentável nãopode ficar para o futuro.Temas atuais como a importância e os

benefícios da reciclagem, a necessidade de

uma reforma tributária, a tributação verde

e a experiência internacional nesse campo

serão debatidos pelos maiores especialistas no

assunto. Você não pode perder.

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MARINASILVAex-ministradoMeioAmbiente eex-senadora

EVERARDOMACIELex-secretário daReceita Federal

Alguns dos palestrantes:

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WÁLTER NUNESDE SÃOPAULO

Oito meses após o STFaprovar o acordo de delaçãopremiada dos 77 executivosdaOdebrecht, apenasMarce-lo Odebrecht, o herdeiro daempreiteira, cumprepenanaOperação Lava Jato.Osoutros 76delatores ain-

daaguardamprovidências le-gaisparaquitar suaspendên-cias com a Justiça.A Folha revelou, em mar-

ço,queoacordoassinadoen-treexecutivosdaOdebrechtea Procuradoria-Geral da Re-pública,queaindaestásobsi-gilo, previa que os delatoresdeveriam cumprir a penaacordada imediatamenteapósahomologaçãopeloSTF.Na ocasião da assinatura,

apenas cinco delatores havi-am sido condenados emações penais da Lava Jato.Osoutros72nãohaviamsi-

dopunidosemuitosdeles se-quer haviam sido denuncia-dos pelo Ministério Público.Pelo textodoacordo,mes-

mo sema condenação, essesdelatores teriamquecumprirprisãodomiciliar logoapósaaprovação do compromisso.Ainda hoje a grandemaio-

riadosdelatoresdaOdebrechtcontinua sem condenação.A colaboração premiada

da Odebrecht foi homologa-da pelaministra Cármen Lú-cia,presidentedoSTF,nodia30 de janeiro.Segundo a Folha apurou,

Advogadosdizemquejuízesdeexecução têmreceiodecumprir oacordo feito entredelatores eProcuradoria

Oitomeses após o acordo coma Lava Jato ter sido homologado pelo STF, apenasMarcelo Odebrecht cumpre pena

DelatoresdaOdebrecht vivem limbo jurídico

a ministra faz uma ressalvaem seu despacho, que tam-bémestásobsigilo,quantoaotrecho que determina o cum-primento imediato da pena.“Ocumprimentoantecipa-

do do acordado, conquantopossa semostrarmais conve-niente ao colaborador, evi-dentementenãovinculao ju-iz sentenciante, nemobstaráo exame judicial no devidotempo”, diz o despacho.Ou seja, apesar de o acor-

do prever cumprimento ime-diato de pena, a ministra fa-culta essa decisão aos juízesque serão responsáveis por

cada ação decorrente da de-lação—oscasosreveladospe-la Odebrecht seguiram parao Judiciário nos Estados.O magistrado pode tanto

determinar a prisão do dela-tor imediatamente, mesmosem sentença (seguindo oacordo),quantofazercumprira pena apenas com o fim doprocesso,quepodelevaranos.Os advogados dos executi-

vos dizem que os textos doacordoedahomologaçãocri-aramum“limbojurídico”,ex-pressão usada por três deles.Sob a condição de anoni-

mato, um defensor aposta

que nenhum juiz vai execu-tar uma pena sem que hajauma sentença condenatóriapara lhe dar suporte.Outro defensor diz o item

que os delatores acordaramcomoMinistério Público po-de não valer na prática. Umadvogadoconsideraquesemuma condenação nemépos-sível haver juiz de execução,que é o magistrado designa-do para observar o cumpri-mento de uma pena.O adiamento da penalida-

de é considerado ruim pelosdelatores com menos impli-cações equepactuaramcom

osprocuradorespenasmeno-res, segundo um executivo.A justificativa é que eles

sãomaisnovos,aindapreten-demseguirna carreira eque-rem pagar a pena o quantoantes para seguir a vida.Entreosmaisvelhosecom

a carreira consolidada, po-rém, há quem deseje que es-sa pena seja adiada indefini-damente, diz o empreiteiro.

CONDENADOSMesmo aqueles colabora-

dores que já foram condena-dosemaçõesdaLavaJatonãocumpremapena formalmen-

te. Os ex-executivos MarcioFariaeHilbertoMascarenhas,porexemplo,estãoemprisãodomiciliar, mas por decisãodo juiz Sergio Moro.Eles cumprem uma medi-

da cautelar determinada pe-lo magistrado em outro pro-cesso e não a pena descritana colaboração. O tempo damedidacautelaraplicadaporMoro, porém, deve ser abati-dodo tempo totalprevistonotratado dos delatores com oMinistério Público.MarceloOdebrechtconcor-

dou com uma pena de dezanosdeprisãodecorrentedeseuacordodedelaçãopremi-ada, sendo que dois anos emeio em regime fechado.Presodesde junhode2015,

em dezembro ele sai da ca-deia para cumprir regime deprisão domiciliar.

OUTRO LADOA Odebrecht não quis co-

mentaro teorda reportagem.AassessoriadaProcurado-

ria-Geral da República afir-mou que o processo da dela-çãodaOdebrecht está emse-gredo de Justiça e não sema-nifestarásobreeleatéqueha-ja o levantamento do sigilo.OSTF,emnota, relatouque

apresidentedo tribunal “ho-mologou as 77 delações daOdebrechtnodia 30/01/2017,combaseno trabalho técnicoelaboradopelos juízesauxili-aresdoministroTeoriZavasc-ki e, emseguida, essemateri-al foi encaminhado à Procu-radoria Geral da República”.“Cabe ao Ministério Públi-

co examinar os depoimentose requerer a abertura de in-quéritos, realizandoosproce-dimentos que julgar cabí-veis”, completouaassessoriado Supremo.

mARiNA ESTARqUEEnviADA ESPEciAL AO riO

O ex-governador do RioAnthony Garotinho (PR) pe-diuàPolíciaFederal deCam-pos dosGoytacazes (RJ) parareaveroitopendrivesque, se-gundo ele, foram apreendi-dos ilegalmente em sua últi-maprisão,em13desetembro.Ele foi condenado por su-

posta compra de votos naeleiçãode 2016para aprefei-tura de Campos. A pena foiconvertidaemprisãodomici-liar. Na semana passada, oTribunalSuperiorEleitoralre-vogouadetençãoatéo julga-mentoemsegunda instância.Oex-governadordizqueos

dispositivos guardavam de-núncias contra políticos doPMDB, como o ex-governa-dor Sérgio Cabral e o ex-pre-feito Eduardo Paes.“Os pendrives foram arre-

cadadospelopolicial federalresponsávelpelaescolta semqualquer formalidade, nãosendo fornecidoqualquer re-ciboou lavradoautodeapre-ensão”, diz o requerimentoda defesa do ex-governador.O documento foi entregue

aoMinistérioPúblicoFederal“paraque eles acompanhemo processo, para saber o queestá acontecendo”, afirmouGarotinho à Folha.No pedido, há uma lista

quedescrevepartedas infor-mações (documentos, fotosegravações) que estariam nospendrives. Dois itens citamCabral, desafeto político deGarotinho. Outro mencionauma suposta gravação, con-tendo ameaças de Cabral aGarotinho, realizada dentrodo presídio de Benfica.O requerimento também

mencionaqueasprovasmos-trariam supostas irregulari-dades envolvendo o ex-pre-feito do Rio Eduardo Paes eos empresários Arthur César

GarotinhopedequePFdevolvasupostasprovascontraautoridadesEx-governador questiona apreensão semmandado de pendrives

deMenezesSoares,o“ReiAr-thur”, e José Hawilla, entreoutros. Mas não há detalhesdessas evidências.

NA pOChETEOsoitopendrives teriamsi-

do apreendidos por um dosagentes que cumpriu oman-dadodeprisãonaviagemen-tre Rio e Campos.O ex-governador conta ter

paradoparausarumbanhei-ro e teria sido acompanhadopelo policial federal.“Ele já sabia que estavana

minha pochete, ele aprovei-tou um local, dentro de umbanheiro, quenão tinhanin-guém, que ninguém podiaver, para fazer a apreensãoilegal de um material. Porquê?”, contou Garotinho.Segundooex-governador,

ele teria levadoapochetepa-ra o banheiro para poder to-

mar um calmante.Opolicial teria insistidopa-

raqueelenão fechasseapor-ta.Depoisdedeixaracabine,Garotinho disse que o polici-al pediu para ver a pochete eapreendeu os pendrives.Oex-governador reclamou

de outras atitudes da PF aocumprir a prisão. “Não esta-vam em carro caracterizado,não quiseram esperar omeuadvogadoenãoquiseramqueele me acompanhasse. Nãose identificaram”, afirmou.Além disso, conta que es-

tranhouque apolícia não te-nha levadooseucelular,ape-sar deummandadopedindoa apreensão do aparelho.Reclamou, também, que a

polícia não respeitou o pedi-doparaesperaro finaldoseuprogramaderádioparapren-dê-lo. A Polícia Federal nãofoiencontradaparacomentar.

Anthony Garotinho durante seu programa na rádio Tupi

ricardo Borges - 07.abr.2017/Folhapress

marcelo Odebrecht, ex-presidente e herdeiro da construtora que leva seu nome, e que permanece preso no Paraná

Paulo Lisboa - 1.fev.2017/Brazil Photo Press/Folhapress

ab10 semináriosfolha__2º fórum economia limpa ★ ★ ★ Sábado, 7 dE outubro dE 2017

IVAN CORDEIROConsultor tributário naSecretaria da Fazendado Estado de São Paulo

EVELYNE RODRIGUEZEconomista commestradoemHarvard, é ministra paraa AL da agência Promexico

MARCOS VILLAS-BÔASEx-conselheiro do Carf, órgãodo Ministério da Fazenda, édoutor em direito tributário

GUSTAVO PATUjornalista especializadoem economia, é editorde Opinião da Folha

ODILON GUEDESprofessor de economia daFaap, ex-vereador do PT,hoje filiado ao PSOL

JAMES MARINSAdvogado e pós-doutorem direito do Estado pelaUniversidade de Barcelona

Aestruturaarrecadatória domunicípio ainda émuito deficiente.Municipalizarmais impostosrequermelhoriastécnicas naarrecadação, nagestão eno gastodesse dinheiro

OMéxico temumimpostoespecíficoque incide sobretodaacadeiadoscombustíveisfósseis.Oobjetivoémudarocomportamentoparageraçãodeinvestimentosdebaixocarbono

O sistema tributáriobrasileiro épéssimo. É preciso,antes de tudo,simplificar, acabarcomdiferenciaçõese os incentivosvariadosdecorrentesdepressões e deindicações políticas

Nosso sistema temtrês defeitos: cargaalta de imposto,complexidade eregressividade.Paga-semuito,os pobresmaisdoque os ricosrelativamente,e nemassimoEstado se sustenta

Impostos indiretos,que incidemsobreospreçosdosprodutos,precisamser reduzidoseosdiretos,majorados.Os ricos têmdepagarmais.Oagronegócio, porexemplo,pagamuitopouco

Deveríamosusartributosexistentes,como IPIou ICMS,paradesestimularaçõespoluentes efomentar inovaçãofrenteaosdesafiosdoséculo 21. Emsuma,precisamosdeumareformatributáriamoral

Fotos Keiny Andrade/Folhapress

GALENO LIMAcolAborAçãopArA A folha

A Política Nacional de Re-síduos Sólidos (PNRS), quecompletouseteanosemagos-to, estimulou o aumento dareciclagem e a ampliação daatividadedos catadores. “Di-gamosqueagentesaiudoní-vel da invisibilidade”, defineAnderson Nassif, da coorde-naçãoestadualdoMovimen-toNacionaldosCatadoresdeMateriais Recicláveis.Aentidadeestimaqueexis-

tamcercade800mil catado-resematividadenopaís—um

quarto do total atua no Esta-do de SãoPaulo e dois terçossãomulheres. O contingenteé responsável pela coleta de90%de tudoqueé reciclado.As cooperativas ajudam a

tira-losda informalidade.NaVira-Lata, de São Paulo, cer-ca de 35% do salário bruto édescontadoparapagamentode férias, INSSeconstituiçãode um fundo de reserva. So-bram ao cooperado cerca deR$ 1.200. “É pouco, levandoem consideração o trabalhodeles”,dizWilsonSantos,co-ordenador da cooperativa.Segundo ele, 60% do lixo

produzido na cidade de SãoPaulo poderia ser reciclado,mas boa parte nunca chegaàs cooperativas. Santos esti-maque, se todoo lixo tivessedestinação correta, poderiaresultar na criação de 30milempregos. “Diferentementedo que ocorria há 15 ou 20anos, hoje a população estápreparada para isso, mas opoder público não.”Na coleta do lixo industri-

al, o maior problema é a fal-tadedestinaçãoparaos resí-duosplásticos.Muitascoope-rativas fazem a separação eestocam o produto, mas não

conseguem compradores.A PNRS determinou que

cadasetorprodutivo crieme-tas e acordos para lidar comseus resíduos, os chamadosacordos setoriais. Para San-tos, embora sejam um avan-ço inegável, os acordos ain-da pecam por destinar os re-cursos para um número pe-queno de cooperativas, con-centrando a renda.“Às vezes omunicípionão

tem aquela firmeza de que acooperativa conseguirápres-taroserviçocomqualidade”,declara Nassif, que vê a faltade profissionalização como

um dos grandes desafios.Para Santos, os catadores

perceberamanecessidadedecultivar clientes para conti-nuar recebendo material,mas os benefícios da lei nãosão tão evidentes para o tra-balhador informal, que cor-respondea90%dacategoria.Com as novas determina-

ções legais, as cooperativaspassaramaterprioridadepa-raexecutaros serviçospúbli-cosdecoleta seletiva,mas is-sonãoocorrecomfacilidade.LevantamentodaAssocia-

çãoBrasileiradeEmpresasdeLimpeza Pública e Resíduos

Especiais, feitoem2016,mos-traque58,4%docoletadose-gue para aterros sanitários.Outragrandequestãoaser

resolvida é o fim dos lixões,adiado diversas vezes. Capi-tais e cidades de regiões me-tropolitanas têm prazo até2018. As demais, até 2021.“As pessoas se esquecem

de que no lixão existem so-nhos. Que o encerramentonão signifique o fim dos so-nhos para muitos que traba-lhamnesses lugaresháanos,contribuindo para o cenárioambiental do país”, diz Nas-sif,que já trabalhouemlixão.

Movimento nacional estima que existam 800mil recolhedores de resíduos no país; dois terços sãomulheres

Lei ajudou catadores a sair da invisibilidade

EVERTON LOPES BATISTAde sãopAulo

No último mês de agosto,a jornalistaCarolinaTarrío foiaté a fábrica damarca de lei-tequeelacompraparadevol-ver 365 garrafas de plásticovazias—oequivalenteaocon-sumo de sua família de qua-tro pessoas durante um ano.Durante a ação, em São

Paulo, a jornalista entregouà empresa uma carta assina-da por 157 compradores damarca insatisfeitos com o fa-to de não conseguirem reci-clar as embalagens.

A empresa diz que o plás-tico foi escolhidopor ser “se-guro para o envase do leite”e“nãoresultaremumprodu-to final de custo elevado”.“Só uma pequena quanti-

dade do plástico é recicladono país. O material perdequalidade a cada reciclagemechegaummomentoemquenão tem mais para onde ir.Deveríamos recusar embala-gens assim”, diz Carolina.Após a devolução das gar-

rafas, a empresa prometeuinstalarumpontoprópriodecoleta das embalagens emsua unidade de São Paulo.

Tarrío lembra,noentanto,que o maior problema não éo recolhimento do material,mas sim o correto encami-nhamentoparaa reciclagem.A Política Nacional de Re-

síduosSólidosdizqueasem-presas são responsáveispelodescarte do que produzem.“Precisamos de uma sen-

sibilidademaiorda indústria.Não basta lançar o produto,a empresadeveverificar comascooperativas seele temva-lor para voltar à cadeia pro-dutiva”, diz Wilson Santos,coordenador de projetos desustentabilidade da Cooper

Vira-Lata, de coleta seletiva.SegundoCarlosHumberto

Mendes de Carvalho, presi-dente do Sindileite (sindica-to das indústrias do setor),nãoexisteummecanismopa-raobrigar as empresasausaroudeixardeusardetermina-dos tipos de embalagem.Emmarço de 2018, a orga-

nização planeja realizar umsimpósioquedeveunir espe-cialistas e indústria paradis-cutir o tema. SegundoCarva-lho,oeventoéoprimeiropas-so para a implementação deumsistemade logística rever-sa nas empresas paulistas.

Garrafas plásticas de leite incomodamconsumidor

renata ursaia/Arquivo pessoal

A jornalista Carolina Tarrío (centro) com omarido, os filhos e as garrafas plásticas do leite consumido em um ano

Anderson Nassif, do Movimento Nacional dos Catadores deMateriais Recicláveis, e Wilson Santos, coordenador da Cooper Vira-Lata, durante eventos do 2º Fórum Economia Limpa

reinaldo

canato/Folhapress

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Durante os dois Fóruns Economia Limpa, eventos realizados em 2016 e em 2017 pela Abralatas em parceria com a Folha de São Paulo e com o patrocínio da Novelis, foram lançados os Volumes I e II do livro “Transição para uma nova ética tributária – A sustentabilidade como objetivo econômico”. A publicação reúne pareceres e artigos dos juristas Ives Gandra Martins e Carlos Ayres Britto, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, dos especialistas em direito tributário André Luiz Costa-Corrêa e Lucilene Silva Prado, além de estudo inédito, realizado pela Tendências Consultoria Integrada, a pedido da Abralatas, que aponta a Tributação Verde como o melhor caminho para mitigar os impactos ambientais.

Ao longo dos anos, a indústria de latas de alumínio para bebidas consolidou um modelo de logística reversa da embalagem que serviu de base à legislação brasileira de resíduos sólidos, valorizando a formação de cooperativas de catadores de materiais recicláveis. A publicação traz uma nova colaboração do setor para a construção de uma política pública que dê tratamento diferenciado a produtos e serviços de acordo com seus impactos ambientais, a chamada Tributação Verde.

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Livros apontam caminhos para tratar a sustentabilidade como objetivo da atividade econômica

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