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Pr. Marcelo Farias Ciclo de Vida Multiplicadora Revista de Jovens e Adultos da Convenção Batista Fluminense Ano 16 - n° 61 - Abril / Maio / Junho - 2019

Ciclo de Vida Multiplicadora - batistafluminense.org.br · sobre o ciclo da vida cristã que é nascer, crescer, amadurecer e mul-tiplicar. A Escola Bíblica Dominical tem um papel

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Pr. Marcelo Farias

Ciclo de Vida Multiplicadora

Revista de Jovens e Adultos da Convenção Batista Fluminense

Ano 1

6 - n

° 61

- Abr

il / M

aio /

Junh

o - 2

019

LIÇÕESSUMÁRIO LIÇÕES

02 51o CONGRESSO ESTADUAL MCM JOVEM

03 PRIMEIRAS PALAVRASPR. AMILTON VARGAS

06 FESTA DO AMOR 2019NO LAR BATISTA

10 CAPACITAÇÃOPARA A ESCOLA BÍBLICA

11 APRESENTAÇÃOPASTOR MARCELO FARIAS

09 VIRA CRIANÇAAMIGOS DE JESUS

07 PALAVRA DO REDATORPR. MARCOS ZUMPICHIATTE MIRANDA

LIÇÃO 1 – 1O CICLO: NASCERO NOVO NASCIMENTO12

LIÇÃO 2 – 1O CICLO: NASCERARREPENDIMENTO E FÉ16

LIÇÃO 3 – 1O CICLO: NASCERCOMUNHÃO20

LIÇÃO 4 – 1O CICLO: NASCERFAMÍLIA ESPIRITUAL24

LIÇÃO 5 – 2O CICLO - CRESCERORAÇÃO28

LIÇÃO 6 – 2O CICLO - CRESCERALIMENTO DIÁRIO: LEITURA DA

PALAVRA DE DEUS32LIÇÃO 7 – 2O CICLO - CRESCER

ESTUDO DA PALAVRA36LIÇÃO 8 – 3O CICLO - AMADURECER

DISCERNIMENTO ESPIRITUAL40LIÇÃO 9 – 3O CICLO - AMADURECER

FIRMEZA NA FÉ44LIÇÃO 10 – 3O CICLO - AMADURECER

SERVIÇO - MORDOMIA48LIÇÃO 11 – 4O CICLO - MULTIPLICAR

TESTEMUNHAR52LIÇÃO 12 – 4O CICLO - MULTIPLICAR

CUIDADO PESSOAL RELACIONAMENTO DISCIPULADOR56LIÇÃO 13 – 4O CICLO - MULTIPLICAR

LIDERAR A VISÃO DE DEUS60

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PRIMEIRAS PALAVRAS

POR QUE FAZER DISCÍPULOS É TÃO IMPORTANTE?

Tenho o hábito de me referir ao último mandamento de Jesus como o mandamento da despedida, o qual em forma de ordem aos discí-pulos e à Igreja, Ele deixou o impe-rativo: “fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28.19-20).

Waylon B. Moore, grande estu-dioso e escritor sobre discipulado, ressaltando a importância desse tema, fala de ter sido impactado em uma conferência de pastores, ao ouvir: “Se você está apenas acres-centando decididos sem compro-misso em sua Igreja, daqui a cinco anos você terá menos cooperado-res do que hoje e seus problemas se multiplicarão, porque para ter um ministério bíblico e duradouro, to-dos nós devemos fazer discípulos.” Isso faz toda a diferença, tornando nossa vida e ministério relevante.

Tenho percebido que não pou-cos de nossos irmãos, especial-mente os líderes, têm a tendência de se preocupar com a abordagem corporativa e coletiva, trabalhando no “atacado” e deixando de lado o “uns aos outros”, tão bem en-fatizado por Jesus. Esse assunto também foi explanado por Lowell Bailey, em sua apostila intitulada “Mandamentos Recíprocos”, tradu-

zida e adaptada pelo saudoso Pr. Paulo Solonca, sob o título “Os 25 segredos para derrotar a crise da Comunhão”, texto em que o autor recorre aos ensinos de Jesus sobre a importância de ministrarmos uns aos outros.

Precisamos acreditar no poten-cial do “um a um” e do “uns aos outros”. Isso não é novidade. Com essas declarações não estamos querendo criar algo novo. Esse en-tendimento deve nos levar a disse-minar os princípios de Igreja Mul-tiplicadora como mola propulsora do crescimento e evangelização do Brasil, o que não pode prescindir do relacionamento intencionalmen-te discipulador de cada cristão, que

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fará a Igreja crescer saudável, efi-ciente e eficaz. Assim entendeu e deliberou a Assembleia de nossa Convenção há seis anos.

Não sendo novos os princípios do discipulado, eles estão presen-tes na história bíblica, onde temos vários exemplos de homens de Deus que abriram seu coração para compartilhar suas experiências e suas vidas. O que podemos ver em Moisés, que oportunizou que Jo-sué fosse seu sucessor. Essa não era sua ideia original, mas Deus o orientou, conforme Deuteronô-mio 3.28: “Manda, pois, a Josué, e anima-o, e fortalece-o; porque ele passará adiante deste povo, e o fará possuir a terra que verás.”.

Percebemos isso também no texto de Josué, que é identificado como servo de Moisés e Moisés servo de Deus. Há nessa narrativa a clara ideia de que Moisés foi o instrumento humano para desen-volver e discipular Josué como servo de Deus. Não é diferente no famoso conselho de Jetro, sogro de Moisés... Em outras palavras, Deus usou Jetro para dizer: “Moi-sés, pare de tentar agir na coletivi-dade e trabalhe com uma pessoa, que trabalhará com outras, que trabalharão com outros e assim sucessivamente”.

Outro grande exemplo também é o do príncipe dos profetas: Elias. Ele também fazia discípulos, dando atenção aos jovens profetas. Esses homens, Deus usaria para avivar e julgar seu povo, pela instrumenta-

lidade dos novos discípulos como Eliseu, que tinha presenciado mi-lagres do poder de Deus, mediante instrumentalidade de seu discipu-lador, o que o levou a pedir: “Per-mita-me viver essas maravilhosas experiências!”

Muitos outros exemplos do An-tigo Testamento demonstram que desde os patriarcas a ordem era: “discipulem seus filhos”. Veja: “Tão--somente guarda-te a ti mesmo, e guarda bem a tua alma, que não te esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e não se apartem do teu coração todos os dias da tua vida; e as farás saber a teus filhos, e aos filhos de teus filhos. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu cora-ção; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te”. (Dt 4.9 e 6.6-7.)

Com toda essa base no Antigo Testamento e o exemplo prático de Jesus e dos apóstolos no Novo Testamento, encontramos informa-ções e orientações seguras para valorizar o ministério de discipu-lado em nossas Igrejas. Com isso, podemos dizer enfaticamente: A igreja de Cristo não pode abrir mão dessa ênfase tão importante: O discipulado!!!

Pr. Amilton VargasDiretor Executivo da CBF

(Membro da PIB Universitária do Brasil)

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Neste trimestre, estudaremos sobre o ciclo da vida cristã que é nascer, crescer, amadurecer e mul-tiplicar. A Escola Bíblica Dominical tem um papel fundamental neste ci-clo, já que conjuga os dois lados da Grande Comissão dada à Igreja: ela evangeliza enquanto ensina.

No Livro Redescobrindo a Ale-gria das Manhãs de Domingo, Ken Hemphill sugere “que a Escola Do-minical, corretamente posicionada, pode ser a ferramenta de cresci-mento mais poderosa da Igreja con-temporânea1”. E complementa: “A Escola Dominical apropriadamente organizada é uma rede de grupos pequenos que envolve todas as faixas etárias da Igreja. Por esta ra-zão, ela pode funcionar como uma estrutura organizacional para al-cançar, assimilar e ensinar”2.

1 - Hemphill, Ken. “Redescobrindo a alegria das Manhãs de Domingo” – Exodus,. 1948. Pg.782 - Hemphill Ken “Redescobrindo a alegria das Manhãs de Domingo” – Exodus,. 1948. Pg.79

Já o Pastor Antônio Gilberto, autor da obra Manual da Escola Dominical (1999), diz: “Os objetivos da EBD são: 1. Ganhar almas para Cristo: Ganhar almas significa con-vencer o pecador impenitente, atra-vés do evangelho de Cristo, quanto a necessidade de arrepender-se de seus pecados. Poderíamos di-zer que esse é o principal objetivo da Escola Dominical; 2. Desen-volver a espiritualidade e cará-ter cristão dos alunos: Educar é desenvolver a capacidade física, intelectual, moral e espiritual no ser humano, tendo em vista o seu pleno desenvolvimento. No âmbito da Escola Dominical, educar im-

PALAVRA DO REDATOR

A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL E A GRANDE COMISSÃO

“Fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar

todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a

consumação dos séculos”. (Mateus 28.19-20)

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plica em formar o caráter humano, consoante as demandas da Bíblia Sagrada, a fim de que ele (o ser humano) seja o reflexo perfeito dos atributos morais e comunicáveis do Criador; 3. Treinar o cristão para o serviço do Mestre: Embora não seja um seminário, é [das classes da Escola Bíblica Dominical] que saem dos Diáconos, os Presbíte-ros, os Evangelistas, os Pastores e os Missionários. Uma pesquisa mostra num cálculo muito modesto que 75% dos membros de todas as denominações, 85% dos Presbíte-ros e Diáconos e 95% dos Pasto-res e Missionários foram, em algum tempo, alunos da Escola Domini-cal. Concluindo, conforme escla-rece o pastor Antônio Gilberto, o tríplice objetivo se resume em acei-tar a Jesus, crescer em Jesus e servir a Jesus”3.

Portanto, na Escola Bíblica Do-minical podemos cumprir a grande comissão da seguinte forma:

1) Lista de novos convertidos – Muitos se convertem e não vol-tam mais à igreja. Precisamos bus-cá-los! Os novos convertidos são como crianças recém-nascidas em Cristo: precisam ser recepcionados e identificados imediatamente após a conversão. (Crie uma ficha de identificação e triagem).

3 - Gilberto, Antônio. Manual da Escola Dominical

2) Relação de visitantes na EBD e nos cultos da igreja – Bus-car através das fichas de visitan-tes, localizá-los e convidá-los para aprenderem da Palavra de Deus na EBD.

3) A comunidade ao redor da igreja – Faça um recenseamento e depois faça uma visita às famílias, convidando-as para visitar a Escola Bíblica Dominical. (Organize uma classe para não crentes).

4) Promova uma campanha contínua de matrículas – Existe uma ligação direta entre a matrícula e a presença na EBD. À medida que cresce a matrícula, cresce também a presença.

5) Elabore um programa de vi-sitação – A visitação tem como ob-jetivo encorajar os alunos ausentes e reintegrá-los à vida cristã. Todo domingo, cada classe deve prepa-rar uma lista de alunos ausentes e determinar quem da classe os visi-tará durante a semana.

Aproveite o estudo deste tri-mestre e envolva a Igreja, profes-sores e alunos da EBD nas várias estratégias para cumprir a grande comissão!

Pr. Marcos Zumpichiatte MirandaCoordenador de Educação Religiosa

Redator da Revista

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QUEM ESCREVEU

APRESENTAÇÃOO CICLO DA VIDA

MULTIPLICADORA DE UM DISCÍPULO MULTIPLICADOR

E disse Jesus: “Sigam-me, e eu os farei pescadores de ho-mens”. (Mateus 4.19)

Este estudo apresenta uma série de 13 lições divididas em quatro ciclos: nascer, crescer, amadurecer e multipli-car. Cada lição vem com o momento para pensar e agir, que são tarefas para o discipulador, possibilitando a aplicação na vida do novo discípulo.

Pretendemos contribuir para que a multiplicação de discípulos aconteça através dos pastores, líderes, alunos da EBD e outros irmãos melhorando o desenvolvimento da igreja e gerando crescimento numérico e no conheci-mento da Palavra.

Iniciamos com a necessidade de nos tornarmos discípulos de Jesus e não religiosos, e terminamos com a necessidade de nos envolver com a multiplicação de novos discípulos.

Esses estudos servirão para um nivelamento da Igreja, visando um aprofundamento da reflexão sobre

como temos vivido a multiplicação, já que essa é uma ordem direta de Jesus para todos os discípulos, como vemos em Mt 28.18-20.

O discipulado já não é mais des-tacado no meio da Igreja, produzindo assim, crentes que não estão com-prometidos em cuidar um dos outros, que por sua vez vão repetir o mesmo procedimento para a próxima geração, criando um círculo vicioso que não se sustenta. Corremos um sério risco de diminuição de discípulos de Jesus e abrimos espaço para ser preenchido com todo tipo de heresias e doutrinas insanas, tão comuns nesse mundo.

A visão de Igreja Multiplicadora, adotada pela Convenção Batista Bra-sileira, traz todos esses questionamen-tos e nos leva de volta à Igreja Primi-tiva e aos princípios que a norteavam. Cremos que esse material ajudará as Igrejas a esse retorno, fazendo com que as mesmas experimentem o mes-mo crescimento. Ainda que a proposta não é dar todas as respostas, cremos que iniciamos uma caminhada de ali-nhamento nessa direção. Indicamos a leitura do livro Relacionamento Disci-pulador, de Diogo Carvalho, editado pela Junta de Missões Nacionais.

Pastor Marcelo FariasPastor da Primeira Igreja Batista em Jardim

Monteiro - RJ; Bacharel em Teologia pelo semi-nário Teológico Betel, RJ – 2000; Mestrado em Ministério Globais – 2012; Instituto de Liderança Internacional – 2013.

Trabalha na Junta de Missões Nacionais desde de 2009 como Multiplicador de Treinamento.

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PRIMEIRO CICLO - NASCERO NOVO NASCIMENTO

LIÇÃO 1DATA DO ESTUDO

Texto Básico: João 3

“Não se surpreenda pelo fato de eu ter dito: É necessário que vocês nasçam de novo”. (João 3.7)

Você já nasceu de novo? Ao propor essa pergunta, bus-

camos resgatar um conceito bíblico importante não só para a nossa re-flexão pessoal, como para nos aju-dar a multiplicar esse ensinamento com outros.

O novo nascimento proposto por Jesus é diferente de ser uma pes-soa religiosa, ir à igreja e até mesmo ser membro de uma. É refazer o seu relacionamento com Deus através de Jesus Cristo e manter essa vida de crescimento espiritual para que possamos chegar ao pleno conhe-cimento de Cristo Jesus, conforme Efésios 4.13.

Jesus ensinou aos seus dis-cípulos a importância desse rela-cionamento e os perigos decor-rentes da falta do mesmo quando falou que uma pessoa pode realizar grandes coisas sem, contudo, ser um nascido de novo. Em Mateus 24.24, disse: “Pois aparecerão fal-sos cristos e falsos profetas que realizarão grandes sinais e maravi-lhas para, se possível, enganar até os eleitos”.

Não queremos trazer um peso ou incertezas ao seu coração, mas provocar uma reflexão: de fato so-mos nascidos de novo, ou meros religiosos que se frustrarão quan-do forem prestar contas a Jesus? “Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!” (Mt 7.23).

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1 - NICODEMOS, UM HOMEM MERAMENTE RELIGIOSO“E havia entre os fariseus um

homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus” (Jo 3.1).

Nicodemos não era só um ho-mem religioso, mas também era um líder espiritual. Isso nos fala muito sobre o perigo de nos tornarmos tão somente interessados em um rito, edificações e tradições, mais do que uma vida em plena comunhão com Deus. Não que a vida religio-sa, os ritos e as tradições sejam um problema em si, mas a valorização delas acima de uma vida com Deus e com as pessoas que nos cercam, como parentes amigos e vizinhos que carecem da graça de Deus so-bre suas vidas.

1.1 - A PRIMEIRA PREOCUPAÇÃO DE JESUS FOI COM SEU NOVO NASCIMENTO

Em resposta, Jesus declarou: “Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo”. (Jo 3.3)

A primeira preocupação de Jesus foi conscientizar Nicodemos de sua necessidade de um novo nascimento. Suas indagações e todo o seu saber foi colocado em segundo plano, e isso trouxe uma grande dificuldade na compreensão do mesmo.

Hoje, estabelecemos o seguinte padrão para ser um bom crente: é aquele que vai aos cultos (templo), traz a sua dedicação (oferta) e não

dá trabalho para a sua liderança. Esse crente tornou-se religioso, sem uma vida motivada em relacionar-se mais com Deus a cada dia, apro-fundando-se, aprendendo e viven-do uma novidade de vida, conforme Romanos 6.4. Por vezes, vivem de uma história do passado e que pre-cisa ser aceito e admirado por isso.

1.2 - O CONVITEO convite de Jesus ao religioso

Nicodemos se estende a todos que vivem em condições semelhantes e, portanto, precisam passar por um novo nascimento.

Talvez você esteja pensando que isso não te diz respeito, já que você está há tanto tempo na igreja e já aprendeu tanto de Jesus. Caso você pense assim, veja a resposta de Nicodemos: “Como alguém pode nascer, sendo velho? É claro que não pode entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe e renascer!” (Jo 3.4).

Essa é a grande diferença na vida cristã: ser um religioso ou ter passa-do pela experiência de um novo nas-cimento. Precisamos compreender e avaliar se de fato passamos por essa experiência, que certamente difere de pessoa para pessoa, mas fará uma grande diferença na prestação de contas com Jesus.

Precisamos ter isso muito ajus-tado para levarmos aqueles que es-tão próximos de nós à mesma com-preensão.

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1.3 - NÃO CONFUNDA ENTENDIMENTO COM VIDA TRANSFORMADA

Ele veio a Jesus, à noite, e disse: “Mestre, sabemos que ensinas da parte de Deus, pois ninguém pode realizar os sinais miraculosos que estás fazendo, se Deus não estiver com ele”. (Jo 3.2)

Há um grande abismo entre a re-lação do saber e viver.

A repreensão de Jesus a Nicode-mos (Jo 3.10) foi justamente pelo fato deste ser um líder em Israel e não ter uma percepção sobre quem Jesus era e o plano de Deus para a huma-nidade. Isso porque os profetas sina-lizavam a vinda do Messias e a leitu-ra mais apurada dos acontecimentos revelaria quem estava diante dele.

Talvez o distanciamento de Ni-codemos se deu pelo fato de ter perdido o foco nas coisas de Deus, envolvendo-se demais nos ritos e programações constantes e cíclicas.

A necessidade do novo nasci-mento é uma prioridade para Jesus e precisa ser uma reflexão para as nossas vidas, pois esta deverá ser a grande diferença para uma vida de relacionamento eterno com Deus.

2 - NASCIDO PARA DEUS E MORTO PARA O MUNDO

“O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é es-pírito.” (Jo 3.6)

2.1 - A MUDANÇA DE VIDAEm João 6, Jesus confronta

aqueles que o estão seguindo, fa-zendo uma reflexão sobre as suas

reais motivações, e o que acontece é que muitos deles o abandona-ram, já que entenderam que Jesus estava pedindo muito. Agora Jesus olha para os discípulos e pergun-ta: “Vocês também não querem ir?” (Jo 6.67). Os discípulos precisavam tomar uma decisão. Não dá para se esconder atrás da multidão. E a res-posta de Simão Pedro foi: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as pala-vras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus”. (Jo 6.68-69).

Precisamos responder a esta pergunta: Qual a nossa motivação em seguir a Jesus?

2.2 - A PALAVRA É REGENERAÇÃO“Darei a vocês um coração novo

e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne”. (Ez 36.26)

Há uma grande mudança de foco, quando uma pessoa passa pela ex-periência no novo nascimento. Agora queremos ser e viver como Jesus. Para isso, precisamos nos afastar do pecado que é o regente do mundo e passar a viver uma vida de exemplo para outras pessoas. No entanto, a falta de bons exemplos na vida cristã é que tem afastado muitos do conví-vio com os demais discípulos de Je-sus, a Igreja, e isso para nós é um grande desafio.

Há um pensamento que diz que devemos olhar apenas para Jesus e não para as pessoas, mas a Palavra de Deus nos traz a seguinte recomen-dação: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo”. (1Co 11.1). A palavra de ordem deverá ser “faça o

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que eu faço”. Ninguém está dizendo que você precisa ser perfeito, mas que você precisa ter passado pela regeneração e ter uma vida transfor-mada que impactará outros. Foi isso que ocorreu na Igreja Primitiva e por isso houve um grande crescimento de discípulos. Mas ainda há outro gran-de benefício: o seu desenvolvimento pessoal com Deus (Ef 4.14).

3 - UM NASCIDO DE NOVO PRECISA ANDAR COM JESUS E COM AQUELES QUE TAMBÉM O AMAM

“Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se veja claramente que as suas obras são realizadas por intermédio de Deus”. (Jo 3.21)

Há uma perspectiva completa-mente errada de tentar viver uma vida cristã longe daqueles que tam-bém andam com Jesus.

Os discípulos de Jesus tinham a necessidade de estar perto dEle e assim podiam compartilhar com outros os seus ensinos. Isso era desafiador, mas também gerava aprendizado mútuo. Por isso Jesus ensinou aos mesmos sobre os man-damentos recíprocos: amar uns aos outros – Rm 12.10; 13.8; 1Pe 1.22; 1Jo 3.11. Preferir em honra uns aos outros – Rm 12.10. Acolhei-vos uns aos outros – Rm 15.14, entre outros que podemos citar.

Creio que uma barreira que pre-cisamos vencer é pensarmos que uma vez que houve a decisão, não precisamos nos preocupar mais com essa pessoa. E chegam a di-zer: Deus é quem sabe onde o novo

convertido irá congregar. Esse novo convertido é nossa responsabilidade e precisamos cuidar dele.

Precisamos de cuidadores de gente, e para isso você precisa es-tar apaixonado por Jesus e sua obra, mudar o propósito de sua vida e sua maneira de pensar Igreja e ministé-rio. Em Romanos 12.1-2 a Igreja é chamada para essa mudança!

Faça a obra de Jesus e permita que Ele continue a realizar sua obra em sua vida.

PARA PENSAR E AGIR1 - Caso a experiência do novo nas-

cimento não seja tão marcante em sua vida, ore ao Senhor, para que Ele mostre como se deu isso em sua vida. Para as pessoas que nasceram em lar cristão, essa ex-periência nem sempre é fácil de ser percebida, mas certamente haverá um momento que se des-tacará em sua história.

2 - Faça uma lista e passe a orar por cinco pessoas, pedindo a Deus para que lhe dê a oportunidade de falar da graça de Jesus e tes-temunhar do que Jesus fez em sua vida. Você pode usar essa lição para essas pessoas.

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Atos 8.26-30

Terça: Atos 8.31-33

Quarta: Atos 8. 34-40

Quinta: Atos 9.1-9

Sexta: Atos 9.10-12

Sábado: Atos 9.13-15

Domingo: Atos 9.16-19

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PRIMEIRO CICLO - NASCERARREPENDIMENTO E FÉ

LIÇÃO 2DATA DO ESTUDO

Textos Básicos: 2Timóteo 3.10-17; 2Timóteo 2.15; Lucas 1.1-4

“dizendo: O tempo está cumprido, e é chegado

o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede

no evangelho”. (Marcos 1.15)

O que uma pessoa precisa en-tender para que possa entregar a sua vida a Jesus?

Aqueles que querem ser discí-pulos multiplicadores também pre-cisam compreender que direção tomar, para que possam conduzir aqueles que estão discipulando à uma decisão genuína.

Devemos estar na dependência total do Espírito Santo de Deus, por-que Ele fará o trabalho na vida do discípulo, conforme João 16.7-13. Por esse motivo, precisamos clamar a Deus por essa vida, para que haja uma transformação completa.

Isso não invalida a função do discípulo multiplicador que levará

a mensagem ao perdido pecador, que será confrontado com o seu pecado e sua condição diante de Deus. Enquanto o perdido pecador não compreender o seu estado, não poderemos seguir adiante no propósito de Deus para a sua vida.

Uma pessoa que manifestou a vontade de entregar sua vida a Je-sus precisa compreender qual é a sua real condição diante de Deus, para que haja arrependimento e fé, e assim alcance uma nova vida em Cristo.

1 - O PROPÓSITO DE DEUS: VIDA ETERNA“Escrevi-lhes estas coisas, a

vocês que creem no nome do Fi-lho de Deus, para que vocês sai-bam que têm a vida eterna”. (1Jo 5.13)

A vontade de Deus é que todos vivam com Ele (Jo 6.39). Aceitar

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o plano de Deus para a sua vida é um passo importante para se decidir andar com Ele e viver uma vida de continuidade em sua presença.

A mensagem do mundo é que não temos valor e que ninguém se interessa por nossas vidas. No en-tanto, isso não é verdade! Deus quer restaurar nossa relação com Ele. Uma vez que nós, através do peca-do, a destruímos, agora, através da fé, podemos nos aproximar de Deus.

A condição para tomar essa de-cisão é ter fé em Cristo Jesus, em sua obra na cruz e no túmulo vazio. Sendo assim, agora mesmo você pode fazer isso. A Bíblia não diz que você tem que estar no Templo para isso. Então, neste mesmo local e neste exato momento você pode tomar essa decisão de retorno ao plano de Deus.

Vamos saber um pouco mais so-bre isso?

2 - NOSSA CONDIÇÃO DIANTE DE DEUS: PECADORES

“pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”. (Rm 3.23)

Precisamos compreender como estamos errados diante de Deus. A Bíblia informa que não há uma só pessoa que seja merecedora de en-trar no céu. “Como está escrito: “Não há nenhum justo, nem um sequer” (Rm 3.10).

Existe uma ideia errônea de que Deus não permitirá que ninguém seja lançado no inferno. E certamente esse não é o desejo dEle (Jo 6.39). Mas o que fazer se Deus já providenciou a

solução, mas muitos não querem isso para as suas vidas?

Como um doente que recebe um remédio para curar a sua doença, mas a decisão de não usá-lo. O que vai acontecer com ele?

Não existe a possibilidade de uma pessoa se arrepender daquilo que julga não estar errado.

A santidade de Deus foi ofen-dida por causa do pecado. Nós nascemos em pecado e gostamos de cometer pecado, pois isso é da nossa natureza. Por esse motivo, a não ser que sejamos salvos, pa-deceremos as consequências do pecado, separados definitivamente da presença de Deus. “Pois o sa-lário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eter-na em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23). Portanto, o que recebere-mos por andar em uma condição de total distanciamento da presença de Deus é a morte.

3 - O PLANO DE DEUS: RESTAURAÇÃO“Escrevi-lhes estas coisas, a

vocês que creem no nome do Filho de Deus, para que vocês saibam que têm a vida eterna”. (1Jo.13)

O plano de Deus era ter o homem ao seu lado, mas esse plano foi in-terrompido por decisões erradas que o homem tomou, a de pecar. Agora, precisamos tomar uma decisão de retorno ao plano original de Deus, ou continuar a viver uma vida em que o prazer, o pecado, o achismo, a rebeldia, seja o que orienta a nossa vida. “(O verbo) veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.

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Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1.11,12). Deus quer refa-zer o relacionamento que se perdeu por causa do pecado e nos dar a condição de filhos.

A Bíblia nos informa que essa é, de fato, uma decisão nossa, já que a decisão de Deus já foi tomada. Ele está pronto a perdoar os nossos pecados, caso haja um sincero arre-pendimento e uma fé plena em Je-sus Cristo: “Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia” (Pv 28.13). E, “Se con-fessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda in-justiça” (1Jo 1.9).

Deus quer o homem de volta a um convívio com Ele. Então preci-samos nos render a esse plano divi-no. Confessar os pecados diante de Deus é o caminho para que haja um nascimento espiritual. Esse confes-sar é arrepender-se dos atos erra-dos, dos nossos pecados, e buscar em Deus a condição de se libertar de tudo aquilo que nos afasta de sua presença constante.

Aquele que estamos discipulando precisa compreender sua necessi-dade de arrependimento e ter fé em Jesus Cristo. Isso não é uma decisão fácil, já que temos que confessar que estávamos levando a nossa vida to-talmente errada e vivendo para nós mesmos.

Somos pecadores e não há nada que possamos apresentar a Deus

para que sejamos merecedores do acolhimento dEle. Mas Ele resolveu nos dar a oportunidade de retornar-mos esse relacionamento por meio da vida, da morte e da ressureição do seu Filho.

4 - NOSSA RESPOSTA AO PLANO DE DEUS

“Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores”. (Rm 5.8)

Agora só depende de você para que uma nova vida se inicie neste momento. A proposta não é a mu-dança de uma religião, mas de um retorno aos planos de Deus, como demonstrado nos textos bíblicos.

É necessário uma análise de sua vida, o que fez que não agradou ao Senhor e ter um profundo arrependi-mento. Permitir que o Espírito Santo de Deus continue a trabalhar em seu coração e mente, pois é Ele quem vai convencer, conforme João 16.7,8.

O plano de Deus foi apresentado a você, qual a sua decisão?

O momento da decisão é uma grande batalha no campo espiritual e precisamos desafiar o pecador a tomá-la por Jesus, para que o novo nascimento ocorra em seu coração.

Você já compreende o plano de Deus para sua vida?

Esse é o momento de decidir o seu futuro eterno, ou seja, onde vai passar a eternidade. Talvez você já tenha tido experiências religiosas que não foram muito positivas, mas agora sua decisão é pelo sacrifício de Jesus na cruz. Essa é a decisão

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mais importante da sua vida! E como discípulo de Jesus vamos continuar mostrando, através da Bíblia, como você pode crescer espiritualmente. Mas antes disso você precisa res-ponder a Deus.

Aqui só há duas possibilidades:

Sim, eu quero viver dentro dos planos de Deus.

Não, ainda preciso de mais tem-po, não é isso que quero para a vida, etc.

5 - UMA NOVA VIDA “Portanto, se alguém está em

Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que sur-giram coisas novas”! (2Co 5.17)

Uma vez tomada a decisão de re-tornar ao plano de Deus, você pas-sará a viver uma nova vida em Cristo.

Uma pessoa que tenha experi-mentado o novo nascimento precisa compreender o que aconteceu em sua vida e depois seguir no sentido de um crescimento e um amadureci-mento para que haja a multiplicação. Como a natureza ensina: uma pes-soa nasce, cresce, amadurece e se multiplica.

NASCER

CRESCER

AMADURECER

MULTIPLICAR NASCIDODE NOVO

Essa é a vontade de Deus para a vida do discípulo. Jesus revelou isso ao chamar Pedro para uma ca-minhada discipular. E disse Jesus:

“Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens”. (Mt 4.19).

CONCLUSÃOEsse é o ponto de partida para

sua nova vida em Cristo Jesus.Uma vez que nossas vidas foram

transformadas pelo Evangelho, so-mos chamados a ser anunciadores daquilo que Deus fez por nós.

PARA PENSAR E AGIR1 - Esse é o momento de convidar o

perdido pecador a se posicionar diante do plano de Deus. Caso perceba que ele ficou na dúvida, marque um novo encontro para falar sobre o assunto, mas não perca a oportunidade de levá-lo à decisão ao lado de Jesus e assim experimentar o novo nascimento.

2 - A pessoa que mais ganha outras para Jesus é aquela que acabou de tomar a decisão, já quase todos os seus amigos não são crentes, e ainda, sua decisão e o impacto de Jesus em sua vida está muito claro e recente. Então, incentive o novo discípulo a testemunhar do que Jesus fez em sua vida.

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Mateus 3.1-10

Terça: 2Coríntios 7.9-10

Quarta: 2Pedro 3.8-12

Quinta: Mateus 15.21-28

Sexta: Romanos 1.16-17

Sábado: João 3.1-10

Domingo: Lucas 5.29-32

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PRIMEIRO CICLO - NASCERCOMUNHÃO

LIÇÃO 3DATA DO ESTUDO

Texto Básico: Lucas 24.13-35

“Levantaram-se e voltaram imediatamente

para Jesuralém. Ali encontraram os Onze

e os que estavam com eles reunidos”. (Lucas 24.33)

Segundo estatísticas do IBGE 2010, há 40 milhões de brasileiros que se declaram evangélicos, mas que não frequentam nenhuma igre-ja. Por que isso acontece?

As razões pelas quais isso acontece são as mais diversas, conforme Jesus havia alertado em Mateus 13.24-43. Precisamos iden-tificar aqueles que são a plantação do Senhor e trazê-los para a cami-nhada, conforme o próprio Senhor Jesus fez em Lucas 24.13-35.

Independente dos motivos, pre-cisamos fazer a nossa parte e tam-bém assumir que não estamos tão efetivos no cuidado dos novos discí-

pulos a ponto de esclarecer, incenti-var, nutrir e orientar os novos na fé.

Como um bebê que nasce e pre-cisa de cuidados específicos, como vacina e alimento nos horários cor-retos, assim o nascido de novo, precisa ser amparado e cuidado de perto por um discípulo bem orienta-do e treinado para esse fim.

Ninguém, em perfeito juízo, pega um recém-nascido, coloca em um berço com mamadeiras ao redor e diz: “vamos viajar porque a gravidez foi muito difícil e voltamos daqui a um mês”. Ora por ela e vai embora. Parece absurdo, mas não é exatamente isso o que temos feito com os recém-nascidos espirituais?

Por isso se faz tão necessária a Evangelização discipuladora, onde o cuidado sai do púlpito e toma os ban-cos da igreja. Também precisamos estar atentos à grande oportunidade de cuidar desses que já experimen-taram algo com o Senhor Jesus.

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1 - ESTAVAM JUNTOS“Eles se dedicavam ao ensi-

no dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações”. (At 2.42)

No Evangelho de Lucas 24.13-33, percebemos que aqueles discí-pulos, não compreenderam o plano de Jesus para a humanidade, ainda que Ele tenha deixado muito clara a sua missão, conforme o registro de Mateus 26.31-36. Na verdade eles saíram frustrados, pois as expecta-tivas era de um libertador político. Eles foram capazes de reclamar de Jesus para o próprio Jesus: “Você é o único visitante em Jerusalém que não sabe das coisas que ali aconte-ceram nestes dias?” (v. 18).

As frustações de muitos aconte-cem por não terem as suas neces-sidades atendidas. A questão é que Jesus veio atender nossas reais ne-cessidades, ou seja, aquilo que nós precisamos e não aquilo que acre-ditamos que precisamos. Assim é a relação do pai para com o filho. Não damos o que eles querem, mas o que entendemos ser o melhor para nossos filhos. A experiência de vida e a maturidade nos dão as convic-ções necessárias para tomarmos as decisões difíceis, deixando ao en-cargo dos filhos decisões menores, até que possam crescer e, a partir dos princípios aprendidos, realiza-rem suas próprias escolhas.

Jesus vai em busca daqueles discípulos que estão a onze quilô-metros de distância do seu plano,

para lembrá-los disto: “Eu lhes envio a promessa de meu Pai; mas fiquem na cidade até serem revestidos do poder do alto” (v.49). Agora aqueles discípulos, entendendo melhor o pla-no de Jesus, têm seus olhos abertos para compreender as palavras de Jesus: “Então os olhos deles foram abertos e o reconheceram, e ele de-sapareceu da vista deles”. (v.31).

O retorno foi imediato! Já haviam perdido o primeiro contato com o Mestre após sua ressureição, e não podiam perder mais nada.

Há uma grande multidão de des-crentes, que já experimentaram a ação de Jesus em suas vidas e ago-ra estão caminhando para Emaús. São descrentes, como foram aqueles discípulos. Mas agora voltaram, e de forma imediata, conforme o versículo 33: “imediatamente”. Mas já era tarde da noite (v.29). Quando Jesus fala ao nosso coração, não vemos distân-cias, perigos ou problemas, vemos o autor e consumador de nossa fé e queremos estar perto dEle.

O retorno à Jerusalém era um retorno aos propósitos de Deus, ou seja, a uma vida de comunhão com outros irmãos. Com isso, puderam dar testemunho da ação de Jesus em suas vidas.

Temos responsabilidades para com os novos convertidos e para com aqueles que ainda nada ouvi-ram de Jesus, como também para com aqueles que ouviram, mas suas percepções estão prejudicadas pelo pecado, pela falta de testemunho, pela falta de cuidado, ou seja qual for

22

o motivo. Precisamos pregar a tempo e fora de tempo! (2Tm 4.2).

2 - JESUS ENSINOU QUE VALE A PENA IR EM BUSCA DO DISCÍPULO DESGARRADO

“Então os olhos deles foram abertos e o reconheceram, e ele desapareceu da vista deles”. (Lc 24.31)

É fato que Jesus fala aos discí-pulos em qualquer lugar, mas vida comunitária é essencial para nossa sobrevivência.

Agora aqueles dois discípulos do caminho de Emaús podiam ministrar aos outros, falando dos seus pró-prios erros, e fazendo com que os outros não precisassem passar pe-las mesmas experiências.

Esses dois discípulos, como os demais, já podiam ser usados por Deus para transmitir verdade e vida.

A Igreja, comunidade dos discí-pulos de Jesus, talvez precisasse usar uma placa dizendo: “Estamos em construção – desculpe os trans-tornos”. Mas é nesse ambiente onde Pedro negou a Jesus, Tomé foi incré-dulo e outros cometeram erros tam-bém, que Jesus vai falar.

Ir em busca daqueles que já es-tiveram perto e agora estão longe é um grande desafio que precisa ser encarado com o coração do Mestre. Jesus tinha todos os motivos para não ir atrás daqueles e optar por bus-car outros, mas não foi isso que ensi-nou e viveu, foi e trouxe-os de volta.

3 - A PRÁTICA DA MUTUALIDADE NA IGREJA

“Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se ama-rem uns aos outros”. (Jo 13.34-35)

Claro que a Igreja, enquanto co-munidade, tem seus problemas, já que os seus membros são discípulos em construção, não estão prontos. A grande questão são aqueles que en-tendem que não precisam de mais nada e nem de ninguém. Pensam que já estão prontos e não precisa-mos de mais nada. Esses se colo-cam em pedestais que têm em suas bases areia. Já fizeram suas camas, estão de forma confortável, como se já tivessem alcançado o grau máxi-mo da vida cristã e acabam negli-genciando o relacionamento com pessoas e o relacionamento diário com Jesus e seus ensinos.

Jesus abre o caminho da recipro-cidade para que os discípulos expe-rimentem um caminho de amor – é muito mais que um sentimento, é um conjunto de ações que expressa toda a sua gratidão, admiração e fervor. Amar ao Senhor é não negligenciar o outro e atender às suas reais ne-cessidades. Jesus viveu isso e quer que tenhamos o mesmo sentimento: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus” (Fp 2.5).

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• Aceitem-se uns aos outros (Rm 15.7) – “Portanto, aceitem-se uns aos outros, da mesma forma como Cristo os aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a Deus”. Aceitar – receber, i.e., conceder acesso ao coração.

É compreender que o outro é do jeito que é. O agente de transformação que realizará a mudança em sua vida é o Espírito Santo de Deus. Você pode ser um canal de transformação, mas não o agente transformador. Isso parte de um relacionamento de intimidade com ele. Dê acesso ao coração para que você também tenha acesso ao coração do outro.

• Tenham igual cuidado uns pelos outros (1Co 12.24-25) – a Bíblia apresenta a Igreja como um corpo em que há interpendência entre seus membros. Todos eles preci-sam de atenção e cuidado, caso contrário haverá divisão, e isso não é bom para o corpo. Paulo termina esse capítulo mostrando um caminho sobremodo excelente. Amar uns aos outros, é o caminho excelente de Deus.

• Sujeitem-se uns aos outros (Ef 5.18-21) – é o ato de estar sob, obedecer. Por isso para muitos é tão desafiador seguir a Jesus e estar debaixo de uma orientação. Ninguém quer se submeter, somos todos senhores de nós mesmos, mas esse não é o mandamento do Senhor para seus discípulos.

CONCLUSÃOPrecisamos de um retorno urgen-

te ao que nos uniu à esta família cha-mada Igreja, que foi o amor de Jesus por nós e apresentá-lo a outros de maneira clara e consistente. Somos chamados à responsabilidade de uma vida coerente com o nosso dis-curso. Isso é integridade e não é me-nos do que isso que Jesus espera de cada um de nós.

PARA PENSAR E AGIR1 - Faça uma lista de pessoas que

você conheça que já andaram com Jesus e agora estão afasta-das.

2 - Ore por essas pessoas, pedin-do orientação para que possa demonstrar o amor de Deus por elas e vá ao encontro delas.

3 - Chame-as para tomar um café em sua casa e participar do seu Pequeno Grupo Multiplicador. Relacione-se com essas pes-soas, para que o Senhor se faça presente em suas vidas.

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Hebreus 3.1-6

Terça: João 13.34-35

Quarta: 1João 1.6-7

Quinta: Hebreus 10.19-25

Sexta: Eclesiastes 4.9-12

Sábado: 1Tessalonicenses 5.1-11

Domingo: Gálatas 6.1-10

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PRIMEIRO CICLO - NASCERFAMÍLIA ESPIRITUAL

LIÇÃO 4DATA DO ESTUDO

Texto Básico: Romanos 8.1-17

“O próprio Espírito testifica com nosso

espírito, que somos filhos de Deus”. (Romanos 8.16)

A partir deste ponto, Jesus pas-sa a ser o seu Senhor e Salvador, restabelecendo assim, sua relação com Deus que estava interrompida por causa do pecado1. Agora essa relação precisa ser mantida com alimentos e o exercício dos dons espirituais no serviço a Deus e aos outros.

Precisamos nutrir nossa nova natureza com a prática das disci-plinas espirituais. Em Gálatas 5, vemos a manifestação do fruto do Espírito Santo e das obras da car-

1 - Isaias 59.2

ne da carne de maneira muito clara.Vivemos um tempo em que há

uma clara tentativa de esvaziar a relação da família espiritual. Há os que dizem que a sua relação é com Deus e que a Igreja é uma tentati-va humana de escravizar essa re-lação. Os que pensam assim, não compreendem o que é uma família. Os familiares têm suas dificuldades nas relações, mas continuam sen-do família. Precisamos da família, pois é ela que está conosco em momentos desafiadores e de crise.

Jesus reuniu um grupo de discí-pulos e se dedicou a eles de manei-ra a mudar suas vidas de maneira avassaladora. Na prática da mutuali-dade e dos dons, a família cresce e se desenvolve para a glória de Deus.

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1 - RELACIONAMENTOS COM A FAMÍLIA ESPIRITUAL – IGREJA “Justificados, pois, pela fé, te-

nhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”. (Rm 5.1)

Na ilustração abaixo, apresen-tamos a cruz de Cristo Jesus e sua representação como restaurador do relacionamento entre o homem e Deus, e entre o homem e ele mesmo.

DEUS

HOMEMHOMEM FAMÍLIA CRISTÃ

Uma vez que recebemos Jesus em nossos corações, nossa vida passa a ser dEle. Esse é um ato de fé, ou seja, basta apenas confiar completamente nEle. A partir daí, passamos a ter uma vida de paz com Deus e com os outros irmãos, pois agora somos filhos do mesmo Pai e participantes da Família de Deus.

O texto de Romanos 8 começa falando da condenação que estava sobre as nossas vidas, mas agora podemos desfrutar de uma transfor-mação em Cristo Jesus. Essa trans-formação aconteceu e continuará acontecendo em nossas vidas, en-quanto buscarmos uma vida de co-nhecimento da Palavra e a prática do amor, não só para com Deus como também para com os nossos irmãos. “Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros” (Jo 13.35).

A Igreja de Corinto vivia em uma sociedade desafiadora e deixou que o partidarismo ficasse acima da con-dição de família espiritual: “porque ainda são carnais. Porque, visto que há inveja e divisão entre vocês, não estão sendo carnais e agindo como mundanos?” (1Co 3.3). Quando essa família está plenamente identificada com o seu Pai, que é Deus, vivemos a unidade, mas quando as relações são rompidas e travamos batalhas para provar o quanto o outro está er-rado, negligenciamos ao Pai e tam-bém iniciamos um estado de deca-dência espiritual.

Precisamos da família, Igreja, pois nela crescemos espiritualmen-te, e caso haja divergência e con-flitos, ainda assim precisamos ba-talhar com as armas corretas. Para isso, a Bíblia apresenta a oração: “se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra”. (2Cr 7.14).

2 - ACEITO POR ADOÇÃO

“e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o bene-plácito de sua vontade” (Ef 1.5)

Essa é a porta de entrada para a família de Deus. A adoção faz com que os direitos sejam compartilha-dos e assim somos coerdeiros, com Jesus Cristo, conforme Romanos 8.17: “e, se filhos, também herdeiros,

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herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele pade-cemos, para que também com ele sejamos glorificados”.

Somos irmãos e pertencentes à família de Deus e, como família, po-deremos ter dificuldades de relacio-namento. Por vezes não compreen-deremos o outro, discordaremos dele, mas ele é o nosso irmão e o que nos une é maior do que as nos-sas divergências pessoais.

Somos adotados por essa famí-lia e vamos aprender com ela a viver uma experiência que se inicia aqui e durará toda a eternidade. Essa con-vivência será abençoadora e nos en-sinará a viver os mandamentos recí-procos, conforme a lição anterior. As dificuldades que encontraremos são parte do desenvolvimento do fruto do Espírito Santo de Deus em nos-sas vidas.

Voltei a estudar música há cer-ca de um ano. Percebo que minha qualidade musical, não que de fato seja um músico, é cada vez melhor a partir do estudo que faço, ou seja, quanto maior for minha dedicação ao instrumento, maior o aperfeiçoamen-to. Isso também é uma realidade na vida espiritual e nos relacionamen-tos humanos. Veja o que a Bíblia diz sobre isso: “Não só isso, mas tam-bém nos gloriamos nas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseveran-ça, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança” (Rm 5.3-4).

Há um desânimo quando as coi-sas não dão certo, mas o que pre-

cisamos compreender é que o pro-cesso de crescimento e a prática do amor precisa gerar uma mudança em nós. Antes vivíamos para nossos próprios interesses e agora vivemos para que o caráter de Cristo Jesus se aperfeiçoe em nós.

Quando penso que nenhum de nós tem direito diferente do outro, já que todos somos filhos adotivos, atesto que estamos em construção de caráter e de valores e esses va-lores são eternos. Então temos uma grande estrada pela frente.

3 - IDENTIFICAÇÃO COM JESUS

Em Romanos 8.17, temos uma identificação completa com Jesus, em sua vida e sua morte. É justa-mente isso que o nosso Senhor Jesus requer de cada um de nós, enquanto seus discípulos. Se assim fosse, teríamos menos “direito” e o outro passaria a ser nossa priorida-de de ação e compaixão.

Você pode encontrar pessoas que têm muita identificação com o templo, costumes e práticas religio-sas, mas precisam entender que sua identificação precisa ser primeira-mente com Jesus. Não há desculpas para aqueles que se dizem seguido-res de Jesus não se parecerem com Ele, mas o fato é que isso foi previsto pelo próprio Senhor Jesus na pará-bola do joio e do trigo (Mt 13.24-30). Entenda que você pode encontrar pessoas assim no seu caminho, para sufocar, desmotivar, desviar sua atenção e fazer com que você não

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seja produtivo. Só você pode impedir que isso aconteça. Sua identificação é com a vida e obra de Jesus, faça o que Ele fez e mandou fazer!

Produzir discípulos – essa é a tarefa de todos! Não é uma função apenas do pastor, líderes, diáconos e ministério de evangelismo da Igreja. O sentimento que levou Jesus até a cruz foi o amor. 1João 4.7,11 nos cha-ma à essa compreensão e atitude.

Cada um de nós somos chama-dos a fazer discípulos, conforme Ma-teus 28.18-20. Motivados pelo amor a Jesus e às pessoas que nos cercam, podemos ir ao encontro delas com a mensagem simples de salvação.

4 - SERVIÇO É O PADRÃO DA VIDA CRISTÃ

Em João 13.1-20, Jesus deixa claro o padrão pelo qual devemos nos conduzir e ministrar à vida do outro. Ele foi o exemplo de serviço e nos convida a fazer o mesmo, ainda que advirta no versículo 10 que nem todos estão limpos. Depois, Jesus pergunta aos discípulos se haviam entendido o que estavam presen-ciando (v.12).

Sendo Jesus quem é, Ele serviu; quem dirá nós. Mas você pode dizer que isso não é fácil, certamente que não é, mas esse é o padrão e a or-dem do Mestre para as nossas vidas.

CONCLUSÃOA Igreja do Senhor Jesus tem

passado por vários desafios durante os séculos de sua existência. Mas o

grande desafio tem sido manter-se unida em Jesus Cristo.

Há uma clara tentativa de esva-ziar o valor da Igreja e da comunhão que ela oferece, já que o individua-lismo e o consumismo instalaram-se na mente de muitos que já passaram por ela e perderam o foco da pessoa de Jesus.

A Igreja é o bem que equilibra e anuncia a graça de Deus ao mundo e nenhum outro organismo pode e irá se estabelecer em seu lugar, por-que ela é um projeto do Nosso Deus e seguirá para a eternidade, pois Je-sus voltará para buscar a sua Igreja em primeiro lugar (1Ts 4.16,17).

PARA PENSAR E AGIR1- Faça um pacto de amar a sua

Igreja, ou seja, amar as pessoas que fazem parte dela e aquelas que o Senhor enviar;

2 - Veja cada dificuldade de relacio-namento como oportunidade de crescimento espiritual, onde os mandamentos recíprocos serão praticados.

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Gálatas 5

Terça: 1Coríntios 3.1-9

Quarta: Efésios 1.1-14

Quinta: Mateus 13.24-30

Sexta: 1João 4.7-11

Sábado: João 13

Domingo: Mateus 25.31-46

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SEGUNDO CICLO - CRESCERORAÇÃO

LIÇÃO 5DATA DO ESTUDO

Texto Básico: Mateus 7.7-12

“Peçam, e será dado; busquem, e encontrarão;

batam, e a porta será aberta. Pois todo o que

pede recebe; o que busca encontra; e àquele que

bate, a porta será aberta”. (Mateus 7.7,8)

Uma vez transformado pelo po-der de Deus, o nascido de novo pre-cisa desenvolver sua vida espiritual. Então, chegamos à segunda fase da vida do discípulo, onde tratare-mos do seu crescimento espiritual.

Perceba, na ilustração abaixo, onde estamos no Ciclo da Vida Multiplicadora.

NASCER

CRESCER

AMADURECER

MULTIPLICAR NASCIDODE NOVO

Precisamos nutrir nossa vida espiritual para que o crescimento ocorra de forma constante, e certa-mente a vida de oração precisa fa-zer parte de nosso “estilo de vida”.

Assim como o alimento saudável para nosso corpo fará com que os nutrientes sejam recarregados to-dos os dias, o relacionamento diário com Deus fará a diferença no nosso desenvolvimento espiritual, somado com outras ações que iremos apre-sentar nas lições seguintes.

Jesus ensinou a necessidade de oração aos seus discípulos, que já tinham uma noção dessa prática religiosa, mas não como uma ne-cessidade para a manutenção de sua vida espiritual.

Sempre encontro pessoas que dizem não saber orar. Os discípu-los de Jesus também trouxeram essa questão, pois o viram orar e gostariam de passar pela mesma experiência (Lc 11.1).

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1 - HÁBITO DE ORARGostaria de falar de um grande

obstáculo que surge todas as vezes que você se propõe a orar, trazendo assim dificuldades a uma vida efeti-va de oração: a falta de tempo. Essa tem sido uma ferramenta de Satanás para nos impedir de ter uma vida de oração de forma eficaz.

O nosso Mestre e Senhor Jesus deu a devida importância para a ora-ção e se dedicou de forma singular à ela. Precisamos refazer a nossa agen-da diária de modo que a oração este-ja presente, como algo fundamental em nosso novo relacionamento.

Devemos pensar como a propos-ta do livro “Ocupados demais para deixar de orar”1: é diminuir o ritmo para falar com Deus, estreitando as-sim esse relacionamento. Uma boa dica é separar um tempo para isso, marcar na agenda um horário, onde você possa se concentrar em falar com Deus, colocando para Ele todas as suas demandas e questões.

2 - MOMENTOS DE DECISÃO REQUEREM MAIS ORAÇÃO

( MC 3.13-19 ) Jesus, em uma importante deci-

são a ser tomada, a escolha daque-les que iriam andar mais próximo dEle, passou uma noite inteira em oração. Era uma decisão muito im-portante e Jesus precisava intensifi-car a oração.

Em lições anteriores, propomos que você orasse por pessoas que 1 - Hybels, Bill. Ocupados demais para deixar de orar: Diminuindo o ritmo para estar com Deus. 1ed. São Paulo: Hagnus, 2009.

você quer levar a Jesus. Então, pri-meiramente, fale com Ele dessas pessoas e pergunte se são essas as pessoas que o Senhor tem lhe dado e passe a falar delas para Jesus e de Jesus para elas.

Dificilmente as pessoas se recu-sam que você ore com elas e ainda colocam seus pedidos para serem levados a Deus. Assim, elas abrem uma grande oportunidade para que você as ensinem também a orar por elas mesmas. Possivelmente elas dirão que não sabem e você poderá apresentar essa lição a elas.

3 - JESUS DEIXOU O EXEMPLO PARA UMA VIDA DE ORAÇÃO

Orou por seus discípulos (Jo 17.6-19) – Esse é o modelo de cuidado que precisamos vivenciar. Jesus compreendeu a quem per-tence o discípulo, ao Pai, e orou por aqueles que o Pai deu a Ele (Lc 6.12). Precisamos cuidar dos nascidos de novo, sabendo que es-ses discípulos pertencem ao Pai.

Orou pela transmissão da Pala-vra (João 17.8) – Precisamos trans-mitir a Palavra aos novos discípulos. No relacionamento discipulador a Palavra tem um lugar de destaque, pois é ela que transforma a vida do discípulo. No entanto, sua vida pre-cisa estar ajustada à mesma, pois o exemplo fará muita diferença.

Orou pelos perigos do mundo (João 17.15-17) – Jesus pede por seus discípulos e pelos perigos do mundo e suas armadilhas. Quando dedicamos tempo a um discípulo, po-

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demos dá as respostas e o amparo no momento em que eles precisam.

Orou e enviou (João 17.18) – Por último, Jesus envia, em sua oração, aqueles discípulos ao mundo. Essa é uma etapa importante em todo o processo da vida discipular, que por vezes é negligenciada. Fazemos discípulos para o Reino de Deus e não para nossa comodidade ou para atender as demandas de nossa con-gregação.

Orou por nós, futuros discípu-los (João 17.20) – Precisamos sair da tirania do urgente para uma vida de intimidade com Deus através da oração. Para que isso comece a dar certo em sua vida, marque um horá-rio e local. Jesus nos instruiu sobre isso em Mateus 6. Coloque como alvo de desenvolvimento espiritual, uma vida saudável de oração.

Sua vida de oração fará toda a diferença na saúde espiritual. Orar é falar com Deus e assim desenvol-ver um relacionamento de intimida-de com Ele. Tenha uma atitude! Ore mais, mesmo sem vontade, até que essa vontade apareça. Caso isso não aconteça, seremos como crian-ças espirituais.

4 - NECESSIDADE DA ORAÇÃOQuando entreguei minha vida a

Jesus, a oração tornou-se uma rea-lidade em minha vida, mas no ínti-mo do meu ser havia incredulidade quanto à sua eficácia. Cheguei a pensar que havia me tornado uma espécie de fanático, mas a graça de Deus me alcançou novamente. O

nosso Deus começou a responder algumas inquietações de forma mui-to particular. Não transportei os mon-tes, como ensinado por Jesus em Marcos 11.23, mas resolvi questões que só Ele poderia ouvir e atender. (Jz 6.36-40).

4.1 - A NECESSIDADE DE LOUVAR AO SENHOR EM ORAÇÃO

A Bíblia apresenta diversas ex-pressões de adoração e louvor ao Senhor pelos seus grandes feitos. O livro de Salmos está repleto de mensagens de adoração ao Senhor. O louvor e a adoração precisam estar dentro de uma oração que declara ao Senhor quem Ele é. Não que o nos-so Deus precise ser lembrado disso, mas certamente nós precisamos.

4.2 - A NECESSIDADE DE PEDIR EM ORAÇÃO

Ainda que a petição seja uma realidade na oração, precisamos entender que não temos, na oração, uma lâmpada de Aladim, o gênio que atenderá as nossas necessidades e pronto. Não estamos dizendo que isso não seja válido, mas que preci-samos entender a oração como uma ferramenta de intimidade com Deus.

A oração será diferente para o discípulo nascido de novo, quando entendermos toda a sua dinâmica ou parte dela através de um exercí-cio diário e constante. Eu preciso de uma vida de oração, mais do que a necessidade que o meu corpo tem de água, conforme o Salmo 42.

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4.3 - A NECESSIDADE DE INTERCEDER POR OUTRA PESSOA

Precisamos orar pelas pessoas que queremos alcançar com a men-sagem de salvação, como também por nossos irmãos em Cristo, confor-me Tiago 5.13-20.

Uma nova dinâmica se abre a partir de uma vida de oração: a da comunhão e da multiplicação. Não queremos ver o nosso povo sofrendo e nem indo para o inferno, então pre-cisamos orar para que haja o mover de Deus sobre a vida dessas pes-soas. Deus quer nos usar para orar por outras pessoas.

5 - UMA NOVA PRÁTICA DE ORAÇÃOTratamos a oração como algo

que possamos escolher em fazer ou não. Realmente podemos escolher, mas não há escolha quando que-remos vivenciar algo novo da parte de Deus. “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua ter-ra” (2Cr 7.14).

Um discípulo precisa continuar a aprofundar seu relacionamento com Deus e a oração é o canal para que isso aconteça. A sede do nascido de novo, será saciada quando o mesmo buscar o Senhor em todos os momen-tos de sua vida e em todas as áreas, pois o nosso Deus tem interesse ne-las. A cada nova resposta será uma oportunidade de aprofundar seu rela-cionamento com Deus e aprimorá-lo.

CONCLUSÃOA proposta de Deus para nós

é uma vida de constante oração (1Ts 5.17). Não perca a oportunidade de falar com Deus e aprimorar esse relacionamento. Talvez seu primeiro desafio seja o dos primeiros discípulos que se aproximaram de Jesus e pediram que os ensinassem a orar: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lc 11.1).

PARA PENSAR E AGIR1 - Tenha uma prática de oração

para que os novos discípulos aprendam pelo modelo e não por dizermos que eles precisam. Faça o que eu faço!

2 - Faça da vida de oração um há-bito. Marque um horário e cha-me seu discípulo para participar desse momento a sós com Deus. Dê testemunho do que Deus tem feito em sua vida.

3 - Estimule o novo discípulo a resol-ver suas questões em oração.

4 - Faça uma lista das dificuldades que você tem enfrentado para orar.

5 - Ore para que o Senhor lhe ajude a vencê-las. Caso tenha um dis-cipulador, compartilhe com ele e peça que ore por elas.

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Mateus 21.18-22

Terça: Mateus 7.7-12

Quarta: João 16.24-31

Quinta: João 15.9-16

Sexta: Hebreus 4.14-16

Sábado: Mateus 26.37-41

Domingo: Mateus 26.42-46

32

SEGUNDO CICLO - CRESCERALIMENTO DIÁRIO: LEITURA

DA PALAVRA DE DEUS

LIÇÃO 6DATA DO ESTUDO

Texto Básico: Josué 1.1-8

“Não se aparte da tua boca o livro desta lei, antes medita nele dia e noite, para que

tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto

nele está escrito; porque então farás prosperar o

teu caminho, e serás bem-sucedido”. (Josué 1.8)

Como todo ser vivo, o nascido de novo precisa de alimento para a sua sobrevivência. A Bíblia é o manancial de água viva que pode nutrir a vida cristã de forma equili-brada com a vontade de Deus.

Geralmente somos nutridos do-minicalmente pela Palavra de Deus nos púlpitos. Não que isso seja ruim, mas não chega a ser suficien-te para toda a necessidade que te-mos em nossa vida cristã.

O cuidado individualizado é fun-damental para corrigir essa situa-ção, e chamamos isso de Relacio-namento Discipulador, onde cada crente terá um cuidador que possa ajudar a nutrir de forma pessoal um novo discípulo.

Precisamos crescer em nos-sa maturidade através do estudo da Palavra. Para isso, faremos um paralelo da história de Josué e da Igreja Primitiva.

1 - O SUCESSO VEM AO ESTUDAR A PALAVRA DE DEUS“e perseveravam na doutrina

dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”. (At 2.42)

O povo de Israel passou por diversos desafios em sua história. Sempre que abandonavam a Pala-vra de Deus, seus preceitos e esta-tutos, eram derrotados em batalhas

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ou levados cativos. Em Josué 1.1-8, eles estavam para entrar na terra prometida que mana leite e mel. Mas antes que isso acontecesse, precisa-vam retornar à prática da observân-cia da Palavra de Deus.

Josué convoca o povo ao su-cesso de uma vida vitoriosa. Para experimentar essa vida vitoriosa e espiritualmente desenvolvida, pre-cisamos nos alimentar diariamente da Palavra de Deus. Precisamos nos encontrar com Deus, a fim de com-preender o que Ele fez e continua a fazer, bem como conhecer suas pro-messas e exigências para seu povo. Nosso Deus é relacional e precisa-mos desse alimento constante em nossas vidas para mantermos esse relacionamento.

Agora Josué aponta para o segre-do de uma vida de alegria e sucesso. Todos estão buscando ser bem-su-cedido, mas isso só é possível em Jesus e observando a sua Palavra. Caso você queira uma vida cristã em pleno desenvolvimento espiritual, então precisa estudar a Palavra de Deus todos os dias.

Em Atos dos apóstolos, não ha-via Novo Testamento impresso, por esse motivo a transmissão era rea-lizada de forma oral, ou seja, a men-sagem pregada era reproduzida de forma oral para outros discípulos. Havia uma grande sede da Palavra de Deus, nenhuma oportunidade de ouvi-la poderia ser desperdiçada.

Pouco tempo depois desses acontecimentos, a Igreja sofreu uma grande perseguição e os discípulos

de Jesus foram espalhados por to-dos os lugares por onde passavam.

Hoje não há uma perseguição aos discípulos de Jesus, e nem res-trição à ler e aprender a Palavra de Deus. Por isso devemos valorizar a Bíblia como um livro que traz vida.

Eles perseveravam – queriam e precisavam da Palavra de Deus. Es-tavam completamente envolvidos e absorvidos por sua mensagem. Es-tavam reunidos para aprender mais e mais da Palavra, daquilo que Jesus viveu e ensinou. Como discípulos em desenvolvimento, a Palavra dará a nutrição tão essencial para a nossa caminhada.

Você pode se imaginar em uma grande caminhada, sem água e sem comida? Por quanto tempo você acredita que iria aguentar? Assim é nossa vida espiritual, precisamos da Palavra e de sua aplicação em nos-sas vidas para experimentar o novo de Deus a cada dia, e não uma vez por semana.

2 - PERIGOS DE NÃO CONHECER

AS ESCRITURAS“Errais, não conhecendo as

escrituras, nem o poder de Deus”. (Mt 22.29)

Jesus criticou os líderes do seu tempo, porque eles nada conheciam da Palavra de Deus e não conse-guiam realizar uma leitura clara de quem estava na frente deles: o Mes-sias prometido. Assim, sua religiosi-dade e entendimento fizeram com

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que não reconhecessem a Jesus e o Poder de Deus.

Já pensou em correr esse risco em sua vida?

O erro do povo Israelita estava em se afastar da Palavra e se apro-ximar dos costumes e práticas dos povos vizinhos. Em Josué 24.15 há uma convocação ao povo para dei-xarem os outros deuses e servirem ao Senhor, isso por causa dos cultos pagãos que haviam entrado na práti-ca do povo de Deus.

Ao que parece, vivemos em um tempo muito semelhante. Há uma verdadeira mistura do santo com o profano. As práticas de cultos pa-gãos entraram pelas portas de al-gumas “igrejas” e isso traz confusão àqueles que de fato querem servir ao Senhor. Mas como realizar essa distinção entre o santo e o profano? Creio que a Palavra de Deus é que fará a diferença. Para isso precisa-mos entendê-la e aplicá-la em nosso viver diário.

A Igreja Primitiva precisava de alimento, e como não havia muitas possibilidades de ensino, já que es-tava tudo no início, todas as oportu-nidades eram aproveitadas ao máxi-mo. Um caso emblemático foi o de Êutico, registrado em Atos 20.7-9: ele caiu da janela por não conse-guir suportar o sono. Era meia noi-te e Paulo continuava a pregar, pois havia de sair para outro destino no dia seguinte, então eles precisavam aproveitar ao máximo a oportunida-de de ouvir a Palavra de Deus.1 - https://www.wdl.org/pt/item/4102, consultado 12/12/2018.

3 - BÍBLIA DE PAPEL OU DIGITAL?“Escondi a tua palavra no meu

coração, para eu não pecar contra ti” (Sl 119.11)

Esse é um questionamento mo-derno. Entendo que a Bíblia se des-tina a falar ao coração do homem e que ela sempre esteve na vanguarda de sua época, já que foi o primeiro livro a ser impresso, por volta de 1455, por Johannes Gutenberg1. Então não precisamos nos preocu-par com o fato de pessoas usarem a versão digital por sua praticidade. Sei que para muitos, os que viveram um tempo em que o crente era iden-tificado por carregar a Palavra de Deus e que isso trazia uma forma de perseguição e constrangimento, vai parecer estranho e até mesmo um disfarce, mas a questão é que os de-safios são outros para essa nova ge-ração de discípulos. É certo que por professarem a fé em Jesus, ninguém vai escapar de críticas e até mesmo de perseguições.

Não importa o formato da Bíblia, o efeito que a Palavra de Deus pro-duzirá na vida do discípulo está re-gistrada em Isaías 55.11.

Nosso coração precisa da porção da Palavra de Deus de forma diária. Não nos alimentamos uma vez por semana, mas todos os dias. Essa porção diária fará a diferença na nu-trição espiritual, nos dará as respos-tas para o dia a dia e Deus falará aos nossos corações.

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4 - PARA QUE SERVE A PALAVRA DE DEUS?

“Toda escritura é dada por ins-piração de Deus, e proveitosa para doutrinar, para repreender, para corrigir e para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra.” (2Tm 3.16-17)

O objetivo da Palavra de Deus é bem claro no versículo acima. Na formação de um discípulo, a Palavra de Deus tem um papel fundamental para o seu desenvolvimento. Somos convidados a caminhar pela estrada da perfeição, que é uma jornada lon-ga e de intensos desafios, mas que podem ser superados pois é uma garantia do texto. Deus projeta a per-feição para nossas vidas e nos dá o preparo necessário para a realiza-ção de sua obra.

Creio que essa é uma decisão de cada um de nós: ler, estudar e apli-car a Palavra de Deus em nossas vi-das. Para isso, precisamos mudar as nossas prioridades e agendas para ter tempo para se debruçar na Pa-lavra, tirando lições eternas que nos conduzirão cada vez mais para perto do padrão de Deus.

Certo de que o Espírito de Deus nos ajudará nessa caminhada, es-forcemo-nos em dedicar a cada dia momentos de estudo à sua Palavra.

CONCLUSÃOSabemos que nossa alimentação

precisa ter os requisitos básicos para nosso desenvolvimento. O jovem

Josué recebeu a missão de condu-zir o povo de Israel a possuir a Terra Prometida. De todas as orientações que o Senhor Deus poderia ministrar à sua vida, a mais importante foi a de não ficar longe de sua Palavra. O sucesso estaria garantido, caso ob-servasse a Palavra de Deus.

PARA PENSAR E AGIR1 - Apresente esse material para

que o nascido de novo o estude e, no encontro, pergunte sobre o que aprendeu e tire suas dúvidas.

2 - Mantenha a intencionalidade dos encontros, questionando e desa-fiando a estudar os textos sugeridos na leitura diária.

3 - Explique e aplique um texto da lição, mas faça de maneira que ele se sinta confortável em poder enten-der sozinho o texto, caso se prenda a uma leitura mais atenta. (Não faça um apanhado detalhado, isso pode trazer uma sensação de incapacida-de de entendimento)

Leitu

ra Di

ária

Segunda: 2Timóteo 3.5-17

Terça: Atos 17.1-11

Quarta: Deuteronômio 6.5-9

Quinta: João 15.31-39

Sexta: Marcos 12.18-24

Sábado: Oséias 4.6

Domingo: Provérbios 1.1-6

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SEGUNDO CICLO - CRESCERESTUDO DA PALAVRA

LIÇÃO 7DATA DO ESTUDO

Texto Básico: Atos 2.42-47

“De sorte que foram batizados os que

receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se

quase três mil almas”. (Atos 2.41)

O nascido de novo precisa apro-fundar o seu conhecimento bíblico. Isso o fortalecerá na sua caminha-da cristã.

Estamos vivendo uma época de um conhecimento bíblico raso, quando cada um tem a sua forma de pensar, como se não houvesse um padrão, mas ele existe, a Bíblia. A Bíblia é a Palavra de Deus e nela encontramos respostas para os

questionamentos da alma humana e o padrão de vida estabelecida pelo próprio Deus. Uma vida rasa no entendimento da Palavra de Deus põe em perigo o nascido de novo, que estará à disposição dos ventos que sopram para todos os lados e, como um menino deso-rientado, se perderá em meio a tan-tas informações desencontradas e sem a devida base bíblica.

Esse é o tempo das grandes ce-lebrações. Pessoas que se encon-tram para celebrar, mas não se co-nhecem de forma profunda, não se relacionam uns com os outros e de-pois saem para praticar as mesmas coisas que vinham fazendo, sem que haja uma mudança de vida.

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1 - ESTEJA PRONTO PARA SE DEFENDER PELA PALAVRA DE DEUS“Antes santificai em vossos

corações a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a ra-zão da esperança que há em vós”. (1Pe 3.15)

Você tomou uma decisão corajo-sa e desafiadora: entregar a sua vida a Jesus. Agora precisa compreender essa decisão e aprofundá-la, para responder àqueles que a questiona-rem. Ao invés de gastar tempo discu-tindo opiniões, por que não falar do que a Bíblia diz ao perdido pecador?

Como você acredita que vai es-tar preparado para responder aos questionamentos apresentados pe-las pessoas? Penso que andar por esse mundo sem ter as orientações da Palavra de Deus é o mesmo que um marinheiro entrar no mar sem nenhum instrumento ou técnica de navegação.

É assim que muitos estão vivendo: em um perigo constante de se perderem pelo caminho ou até mesmo suas vidas irem à pique, porque o inimigo de nossas almas busca tragar a todos, principalmente aqueles que querem viver uma nova vida em Cristo Jesus (1Pe 5.8).

Na Igreja que acabara de nascer, Atos 2.42, os novos convertidos es-tavam sedentos da Palavra de Deus. Mesmo sem haver registro em papel dos ensinos dos Apóstolos, as reu-niões eram uma verdadeira celebra-ção e ensino.

A atenção de todos estava na Pa-lavra que era ensinada por aquelas testemunhas oculares, que com pre-cisão transmitiam o que Jesus ensi-nou e viveu. Como resultado dessa grande manifestação do poder de Deus, eles eram edificados e a cada dia mais e mais pessoas chegavam à congregação dos santos.

Precisamos ler e estudar a Pa-lavra de Deus, para que possamos responder a qualquer pessoa o que aconteceu em nossas vidas.

2 - O ESTUDO DA PALAVRA NOS FARÁ TOMAR DECISÕES IMPORTANTES ENTRE SER OU FAZER

Sempre encontramos discípulos que não se atentam para a diferença entre ser e fazer, mas por que isso acontece? Na Palavra de Deus en-contramos o padrão do que é ser dis-cípulo para depois fazer discípulos.

Vejamos o exemplo de Marta e Maria, em Lucas 10.39-42:

“Maria, sua irmã, ficou sentada aos pés do Senhor, ouvindo-lhe a palavra” (v.39).

A vida é feita de escolhas e mui-tos têm caminhado para as ativida-des que os ocupam demasiadamen-te e não lhes resta tempo para ouvir o que Jesus quer de suas vidas.

O texto mostra duas irmãs com ocupações diferentes: Maria estava, na visão de Marta, desocupada, sem estar atenta às questões que gira-vam em torno de fazer coisas. Como Jesus estava ali, penso que essas coisas poderiam ser para atendê-lo da melhor maneira.

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Temos uma geração de discípu-los que fazem muito para Jesus, sem atender as suas demandas, que são encontradas na Palavra de Deus. O ativismo é um grande obstáculo para alcançar a vontade de Deus e com-preendê-la de forma integral.

A agenda de nossas vidas e até mesmo de nossas Igrejas estão lo-tadas de atividades, quer sejam por-que sempre foram feitas, quer seja para comemorar um aniversário de uma organização que a chamo de fê-nix – ressurgida das cinzas. Ela apa-rece para comemorar mais um ano e depois passa mais alguns anos sem aparecer. Gastamos tempo e recur-sos nessas atividades sem, contudo, fazer discípulos. Isso porque não so-mos de fato discípulos ou por nunca ter sido discipulado. E não falo de li-ções a serem estudadas, mas vidas a serem transformadas.

A pergunta é: Qual o seu envol-vimento em ser e fazer discípulos?

Quando estamos envolvidos no ativismo, tomamos a posição de apontar para aqueles que “não estão fazendo nada”.

“Marta, porém, estava ocupada com muito serviço. E, aproximan-do-se dele, perguntou: ‘Senhor, não te importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o servi-ço? Dize-lhe que me ajude!’” (v. 40).

Jesus estabelece de maneira muito clara o “ser” discípulo, quando ensina à Marta qual era a melhor de-cisão a ser tomada naquele momen-to. Não estou dizendo que devemos viver em uma posição de contem-plação, mas que precisamos fazer o que Jesus tem como melhor para nossas vidas.

Hoje você tem uma importante decisão a ser tomada: ser discípu-lo de Jesus e viver como Ele viveu ou fazer coisas que você julga im-portante. Caso haja alguma dúvida quanto à vontade de Deus para sua vida, reflita:

“Disse Jesus: ‘A minha comida é fazer a vontade daquele que me en-viou e concluir a sua obra” (Jo 4.34).

3 - O ESTUDO DA PALAVRA NOS FARÁ VENCER AS TENTAÇÕES

“Nem só de pão o homem vive-rá, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4).

Jesus iniciou seu ministério com uma prova no deserto, onde foi tenta-do pelo Diabo que usou a Palavra de Deus, distorcendo-a, numa tentativa de confundir Jesus. A resposta de Jesus foi a própria Palavra de Deus. Ele não se deixou levar pelo argu-mento do Diabo, mas conhecia a Bí-blia como um todo e pode rebatê-lo.

Vivenciar os princípios da Pala-vra de Deus nos dará a base para uma vida plena e uma leitura do que está acontecendo à nossa volta. Todo nascido de novo, sem exceção, passará por tentações, mas pode-mos vencer essas tentações quando estamos firmes na Palavra de Deus.

A Bíblia alimenta a vida espiritual e é necessário que nos conscientize-mos da importância do conhecimen-to da Palavra de Deus para nosso crescimento espiritual e porque não dizer intelectual também, uma vez que a Bíblia é rica também em as-suntos gerais.

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4 - PRECISAMOS PRATICAR A PALAVRA DE DEUS

Leia: Tiago 1.22-25. Precisamos conhecer a Palavra

de Deus, pois a falta de conhecimen-to traz grandes prejuízos a uma vida cristã saudável. No entanto, esse co-nhecimento precisa ser temperado com sua prática.

Já vi pessoas se tornarem orgu-lhosas por terem um bom conheci-mento bíblico. O que essas pessoas desconsideram é que a Palavra de Deus nos chama a uma vida de humil-dade diante de Deus e dos homens.

Sem o conhecimento da Palavra de Deus não poderemos praticá-la, e sem praticá-la nos tornamos piores dos que os descrentes. Então, o que precisamos é temperar o conhecimen-to com a prática da Palavra de Deus.

A Igreja Multiplicadora tem pro-posto a multiplicação de discípulos, e para isso você precisa ter uma boa formação bíblica.

Você precisa conhecer mais a Palavra de Deus e colocar em práti-ca em sua vida. Esse material pode-rá te ajudar a levar outros ao conhe-cimento da Palavra de Deus.

CONCLUSÃOPaulo chama os cristãos de Co-

rinto de crianças em Cristo Jesus (1Co 3.1-3). Eles eram carnais, vi-viam em brigas e divididos entre si.

Creio que você já tenha visto isso, mas a pergunta é se você quer isso para sua vida? Creio que não! Precisamos urgentemente de um

retorno aos princípios da Palavra de Deus, mas para que isso ocorra, pre-cisamos conhecê-la e praticá-la.

Vimos alguns benefícios para aqueles que querem conhecer mais a Palavra de Deus: vencer as tenta-ções, realizar uma boa leitura desse tempo, ter uma vida cristã prática, e muitos outros benefícios você agre-gará para sua vida espiritual e na vida de pessoas que você deseja que também abram o seu entendi-mento e entreguem suas vidas a Je-sus, e ambos caminharão rumo a um aperfeiçoamento cristão.

PARA PENSAR E AGIR1 - Convide uma pessoa para estu-

dar a Palavra de Deus com você. Esse material poderá ser usa-do para iniciar essa caminhada. Você pode pensar que não tem muito conhecimento para isso, mas entenda que muitos têm me-nos que você e qualquer dúvida você poderá procurar ajuda com seu discipulador ou professor.

2 - Faça um programa de estudos e dedique-se. Certamente você sentirá que tem muito a conhe-cer, mas não desanime, todos os grandes estudiosos têm o mesmo sentimento em relação à Bíblia.

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Salmos 119.1-25

Terça: Salmos 119.26-50

Quarta: Salmos 119.51-75

Quinta: Salmos 119.76-100

Sexta: Salmos 119.101-126

Sábado: Salmos 119.127-150

Domingo: Salmos 119.151-176

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TERCEIRO CICLO - AMADURECERDISCERNIMENTO ESPIRITUAL

LIÇÃO 8DATA DO ESTUDO

Texto Básico: 1Corintos 2.6-16

“Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. Leite vos dei

a beber... Porquanto havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais

segundo o homem”?

(1Coríntios 3.1-3)

Essa é a terceira fase do ciclo de vida multiplicadora. Temos grande necessidade de experimentar esse desenvolvimento em nossa vida. Caso contrário, viveremos de leite, de uma experiência primária, sem um aprofundar da relação com Deus.

A maturidade cristã não se dá na multiplicação, mas quando com-

preendemos que é preciso multi-plicar, daremos um grande passo nessa direção.

Perceba na apresentação abai-xo onde estamos em nosso estudo:

NASCER

CRESCER

AMADURECER

MULTIPLICAR NASCIDODE NOVO

Com a maturidade cristã vêm também maiores responsabilida-des em nossa caminhada espi-ritual. Precisamos ler a Palavra e, de maneira responsável, tirar lições para aplicar à nossa vida. Precisamos também compreender as coisas espirituais, discernindo para que não sejamos levados pe-las mentiras do inimigo de nossa alma, que em nada está satisfeito com a decisão que tomamos, não

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só de entregar a nossa vida a Jesus, mas também de buscar uma maturi-dade espiritual.

1 - COMO PODEMOS ENTENDER AS COISAS ESPIRITUAIS?Leia: 1Coríntios 2.13-14Paulo ensina à Igreja a necessi-

dade de entender as coisas espiri-tuais por elas mesmas. E não vê a possibilidade de uma pessoa natural entender as coisas espirituais. Isso me chama à responsabilidade de entender o que Deus quer para a mi-nha vida, como indivíduo, e também para Sua Igreja, na qual eu faço par-te e sou agente multiplicador.

Por vezes, você é criticado por aqueles que te amam devido a sua fé, mas precisamos compreender que elas não têm a possibilidade de enten-der o que aconteceu com você, já que não sabem discernir as coisas espiri-tuais. Essas críticas podem acontecer até mesmos por pessoas que estão dentro da Igreja, por atitudes que você toma e que precisa de discernimento espiritual, mas esses estão como os crentes da Igreja de Corinto: com seu discernimento prejudicado por falta de comunhão com Deus e uma vida em-baraçada pelo pecado.

Paulo enfrentou perseguições dentro e fora da Igreja de Corinto, precisando defender seu apostola-do, que era muito questionado. Isso ocorre por diversas razões, mas to-das estão relacionadas à falta de maturidade e relacionamento de in-timidade com Deus.

Por vezes, encontramos pessoas que se colocam melhores do que ou-tras pelo simples fato de seus muitos anos de vida cristã. Mas caso a ma-turidade tivesse ocorrido, isso seria uma importância que outros agrega-riam à sua vida e não ele mesmo, já que com essa atitude depõe direta-mente contra os ensinos de Jesus.

“Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas hu-mildemente considerem os outros superiores a si mesmos” (Fp 2.3).

“Mas, vocês não serão assim. Pelo contrário, o maior entre vo-cês deverá ser como o mais jo-vem, e aquele que governa como o que serve” (Lc 22.26).

2 - A MENTE DE CRISTO“Quem conheceu a mente do

Senhor para que possa instruí-lo? Nós, porém, temos a mente de Cristo” (1Co 2.16).

Paulo nos convida a ter a mente de Cristo. Uma vez que as nossas vidas já pertencem a Jesus Cristo, precisamos viver de acordo com o que Jesus viveu e para isso é preci-so pensar como Jesus pensava, para termos as mesmas atitudes dEle.

A pergunta então é: Como Jesus pensava e agia?

“Seja a atitude de vocês a mes-ma de Cristo Jesus” (Fp 2.5).

O próprio texto nos dá as diretri-zes para esse caminho a ser percor-rido. Um passo importante é conhe-cer os ensinamentos de Jesus, ler a sua Palavra e nela meditar, pedindo

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sempre orientação e discernimento para que os princípios bíblicos sejam percebidos e aplicados em nossas vidas. Assim será possível realizar uma leitura tanto desse tempo, quan-to dos fatos que ocorrem em nossas vidas. Creio que esse é um grande desafio, mas a Palavra de Deus nos dá a possibilidade de alcançar.

3 - UM OBJETIVO MAIOR

“Todavia, como está escrito: “Olho nenhum viu, ouvido ne-nhum ouviu, mente nenhuma ima-ginou o que Deus preparou para aqueles que o amam” (1Co 2.9).

Jesus viveu por um objetivo maior que sua própria vida. Caso não tivesse tomado essa decisão, jamais poderíamos ter acesso à vida eterna. Agora somos chamados a vi-ver para Ele e por Ele. Esse pedido é muito justo, pois Ele deu o exemplo e entregou sua vida por nós; fez o que não poderíamos fazer por nós mesmos e agora quer que tenhamos um ideal maior que a nossa própria vida. Para conseguirmos isso, preci-samos nos esvaziar de nós mesmos e viver uma vida de acordo com a sua vontade.

Um livro que impactou muito a minha vida tem como título “Nos seus passos o que faria Jesus”1, que depois virou filme. Essa passou a ser uma pergunta que me faço antes de tomar decisões em minha vida, o que nem sempre é fácil de obter res-posta, mas sempre há um texto que fala ao meu coração.

1 - Sheldon, Charles M., Em seus passos o que faria Jesus. 1 ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2008.

Imagine se você, a cada momen-to, perguntasse o que Jesus faria caso vivesse aquela situação em que você se encontra?

Não estou dizendo que você deva parar tudo até que Jesus fale ao seu coração o que Ele quer que você faça em decisões simples do cotidiano, mas que você, conhecen-do a vida e ministério de Jesus, tente aproximar a sua decisão àquela que Jesus tomou ou tomaria. Por exem-plo, caso você seja afrontado, pare e pergunte a si mesmo: “minha vonta-de é bater nessa pessoa, mas Jesus bateu em alguém ao ser afrontado?” Que resposta você teria?

Somos convidados a ter a men-te de Cristo e isso não é fácil, mas não foi essa a promessa. Jesus falou que estaria conosco todos os dias (Mt 28.18-20).

4 - ATITUDE DE SERVO“Mas esvaziou-se a si mesmo,

vindo a ser servo, tornando-se se-melhante aos homens” (Fp 2.7).

Em sua declaração de missão, Jesus deixa bem claro o que Ele veio fazer e como se portaria diante daqueles homens (Mc 10.45): servo em pagamento por nossos pecados. Essa precisa ser a atitude de todos aqueles que querem viver como o Senhor Jesus Cristo viveu. Isso é an-dar na contramão do mundo; é bater de frente, como Ele fez.

Precisamos estar dispostos a pagar o preço de uma vida de obe-diência ao Senhor de nossas vidas.

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Há uma tentativa de tentar ajustar coisas, dar um jeitinho, mas precisa-mos nos posicionar de maneira firme às tentativas do mundo em nos in-corporar a ele. Somos chamados à uma vida de esvaziamento.

Então a frase “eu sou assim”, não serve para justificar minhas ações, pois agora meu ideal é viver a ma-turidade cristã e para isso acontecer, deverá haver uma transformação constante e diária em minha vida.

Em 1Coríntios 12.31, a Palavra de Deus nos convida a entrarmos em um caminho excelente, ou seja, totalmente diferente de tudo que co-nhecíamos ou havíamos experimen-tado até então. E cada um de nós precisa decidir trilhá-lo.

Quero voltar a insistir que essa é uma questão de escolha e ninguém pode decidir por você. Provavelmen-te você já tenha tomado a decisão de entregar sua vida a Jesus, mas não é disso que estou falando, mas de decidir que Jesus seja o centro e totalmente Senhor de sua vida. Para isso, você não pode criar obstáculos para que essa ação seja uma reali-dade em sua vida.

CONCLUSÃOJesus nasceu em nós e agora

temos uma nova natureza que pre-cisa amadurecer para frutificar e multiplicar em outros discípulos, que poderão ser nossos amigos, vizinhos e parentes, pessoas que amamos e que queremos que tenham uma vida transformada por Jesus.

Você é chamado para fazer a diferença na vida dessas pessoas, mas para isso você precisa discer-nir as questões espirituais, que não virá como um passe de mágica, mas no aprofundar do conhecimento da Palavra de Deus e de uma vida de dependência a Deus, de forma diária e constante.

Saiba que Deus conta com você para alcançar outras pessoas. E não tem outro plano para que isso acon-teça. Seja uma agente de Deus para transformação de vidas! Cuide de pes-soas e certamente o Senhor te usará para transformar vidas, e enquanto isso acontece, sua vida também será transformada de tempos em tempos.

PARA PENSAR E AGIR1 - Em cada circunstância da vida,

pense no que Jesus faria se esti-vesse em seu lugar.

2 - A cada dia, responda à pergunta: O que Jesus deseja que eu faça?.

3 - Esvazie-se de seus sonhos e passe a sonhar os sonhos de Deus para sua vida.

4 - Ore para que o Senhor te envie pessoas para que você possa testemunhar daquilo que Ele tem feito em sua vida!

Leitu

ra Di

ária

Segunda: João 17.6-16

Terça: Atos 10.9-22

Quarta: Atos 10.23-33

Quinta: Atos 10.34-48

Sexta: Atos 11.1-18

Sábado: Atos 9.1-18

Domingo: Atos 9.19-31

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TERCEIRO CICLO - AMADURECERFIRMEZA NA FÉ

LIÇÃO 9DATA DO ESTUDO

Texto Básico: João 15

“Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém

permanecer em mim e eu nele, esse dá muito

fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa

alguma”. (João 15.5)

Permanecer na presença do Senhor é um grande desafio para cada um de nós. Nesta lição, va-mos aprender com Jesus que é possível realizar essa caminhada cristã, mas é necessário manter o foco nEle e estar completamente ligado em Deus.

Esse processo nos leva a uma constante transformação. É como se todos os dias precisássemos decidir por atender ao chamado de seguir a Jesus novamente. Vamos chamar isso de santificação.

Jesus nos ensina que devemos permanecer firmes nEle, e para isso, apresenta três figuras mui-

to comuns à realidade agrícola do povo judeu:

1 - A VIDEIRA: JESUS CRISTO

A videira era de grande significa-do para os judeus. Jesus usa este símbolo para que o entendimento de sua Palavra fique gravado nos corações dos seus discípulos.

1.1 - JESUS, O SUSTENTADOR DE NOSSAS VIDAS

“Eu sou a videira verdadei-ra, e meu Pai é o agricultor”. (Jo 15.1)

Algumas pessoas desistem de uma vida espiritual por não terem suas necessidades ou desejos atendidos. Mas Jesus, como pro-vedor dos nutrientes para seus ramos, atenderá as nossas reais necessidades, ou seja, não o que queremos, mas o que precisamos.

Na vida cristã não é possível manter-se de pé sem que haja

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uma ligação íntima e constante com Jesus. Se o galho tentar manter-se alimentado sem essa ligação com o tronco, logo secará e morrerá. Pare-ce que muitos já estão mortos por falta desse relacionamento íntimo com Jesus.

1.2 - ENTENDENDO SEU PAPEL NO REINO DE DEUS

“Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vo-cês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim”. (Jo 15.4)

Jesus nos chama para frutificar. Isso implica em atitudes que glorifi-quem a Jesus em nossas vidas. Na videira, os frutos aparecem nos ra-mos, galhos, então o convite claro de Jesus para nós é que esses frutos se apresentem em nossas vidas, como vidas que se multipliquem em novos discípulos.

Outra verdade é que isso não se dará com a possibilidade humana, mas com uma total dependência de Jesus. Quando não entendemos isso, pensamos que será por uma ação nossa que os frutos (novos discípu-los) serão alcançados, mas a reali-dade é que não podemos fazer isso sozinhos e não será por nossa capa-cidade humana, mas na dependência e ação dos Espírito Santo de Deus em nossa vida e na vida do pecador.

1.3 - SUA PROMESSA“Se vocês permanecerem em

mim, e as minhas palavras perma-

necerem em vocês, pedirão o que quiserem, e lhes será concedido”. (Jo 15.7)

Creio que quando nos aproxi-mamos de Jesus, do seu caráter e objetivo de vida, que era agradar ao Pai, nossas perspectivas também mudam. Realizaremos os pedidos que estão no coração de Deus para a humanidade.

Essa ligação com Jesus não fi-cará meramente na superficialidade do relacionamento, mas se apro-fundará. A vida terrena e as coisas materiais, serão colocadas em outro plano, e agora, viver para o Senhor Jesus e cumprir os seus planos em nossas vidas passarão a ter uma importância vital para o discípulo de Jesus. Todo o texto está voltado para a frutificação, então nossos pedidos serão nesse mesmo sentido: ser uma testemunha fiel da ação e da graça de Deus em nossas vidas e na vida de outras pessoas.

2 - O AGRICULTOR: DEUS PAI“... e meu Pai é o agricultor”. (Jo 15.1)

Deus Pai é de fato o dono de to-das as coisas. Tem o domínio e po-der de gerenciar nossas vidas, como também rege o Universo e tudo aqui-lo que nem mesmo conhecemos.

A preocupação do lavrador não está na produção, mas no desenvol-vimento daqueles que estão sob sua direção. Isso é revelado pelo fato do agricultor limpar a planta para que ela possa ter as condições necessá-rias de produzir ainda mais.

“Como o Pai me amou, assim eu os amei; permaneçam no meu amor”. (Jo 15.8)

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Deus nos ama e seu objetivo, como agricultor, não é cortar e jogar fora, mas estimular, apoiar e orientar para que saiamos de onde estamos para um caminho de relação íntima com Ele. Permanecer nessa relação de amor é uma decisão nossa, pois no que depender de Deus, todas as decisões já foram tomadas. Fiquem agarrados ao tronco e vocês recebe-rão todas as condições necessárias para a difícil caminhada cristã.

2.1 - A PODA“Todo ramo que, estando em

mim, não dá fruto, ele corta; e todo que dá fruto ele poda, para que dê mais fruto ainda”. (Jo 15.2)

A poda é um trato de amor para aqueles que querem continuar crescendo. O cuidado de Deus por nós é tão grande que Ele quer que alcancemos outros degraus ainda não atingidos. Conforme atende-mos ao seu chamado, mais desa-fios se colocarão diante de nós para alcançamos um grau de dependên-cia ainda maior.

Aqueles que forem retirados se-rão queimados, para não correrem o risco de produzir uma árvore doente e frutos que não se possam utilizar.

2.2 - A QUEM PRESTAREMOS CONTAS

“...e todo que dá fruto ele poda, para que dê mais fruto ainda. (Jo 15.2b)

O agricultor tem um plano e uma expectativa sobre os frutos que de-seja obter, por ocasião da colheita.

Em Mateus 25.14-30, Jesus ensi-nou aos discípulos sobre a prestação de contas. A distribuição de talentos, ou no caso dos nutrientes, é propor-cional à capacidade de produção e de resposta de cada um de nós. Fato é que o Agricultor está aguardando um resultado e investindo para que seja acima daquilo que acreditamos que podemos fazer, mas aquilo que Ele quer fazer através de nós.

3 - OS RAMOS: NÓS“Eu sou a videira; vocês são

os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não po-dem fazer coisa alguma. (Jo 15.5)

Os papéis estão bem definidos: o que se espera e quais as condições de trabalho. Nós estamos entre o fru-to, que inclui pessoas transformadas, e a videira, nosso Senhor e Salvador Jesus. Agora, entendendo o que Ele espera de cada um de nós, podere-mos atender ao seu chamado.

3.1 - IDENTIFICAÇÃO“Meu Pai é glorificado pelo fato

de vocês darem muito fruto; e assim serão meus discípulos”. (Jo 15.8)

Jesus deixa claro que essa iden-tificação precisa ser carimbada por frutos, inclusive vidas transformadas por seu poder.

Aprendi que na poda não pode-mos tirar tudo ao mesmo tempo, mas algumas partes por vez, senão a ár-vore sofrerá, podendo até morrer. Aprendi também que ela é neces-

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sária para dar maior força ao cresci-mento da árvore.

3.2 - PARCEIROS DE DEUS“Já não os chamo servos, por-

que o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido”. (Jo 15.15)

Como já dissemos anteriormen-te, o Agricultor é o dono e Senhor de todas as coisas. Ele nos convidou a uma parceria frutífera.

Jesus agora nos chama de ami-gos e está pronto a compartilhar todo o seu plano conosco, e não somente isso, mas falar de tudo que ouviu do Pai.

Jesus contava com os seus ami-gos para desenvolver seus projetos, falava de coisas grandes demais para nós, mas pequenas demais para Ele. Não há razão para dar as costas a essa grande oportunidade que Ele tem dado a cada um de nós.

O nosso Deus nos convida, como seus amigos, a desenvolver um pro-jeto de grande impacto na vida de pessoas, que uma vez transforma-das pelo poder de Deus, falarão para suas famílias, vizinhos e amigos. As-sim, toda uma cidade será transfor-mada. Por que não pensar em toda uma nação transformada pelo poder de Deus?

CONCLUSÃOGostaria que você pensasse so-

bre os frutos que o Dono da vinha virá buscar em você.

A primeira atitude que precisa-mos tomar é de constância na pre-sença de Deus. Temos visto uma grande distração dos discípulos de Jesus quanto às coisas deste mun-do. Esse foi o caminho tomado pela Europa e hoje há um esfriamento generalizado nas Igrejas, que estão fechando as portas por falta de uma nova geração de discípulos.

Somos chamados a frutificar, ser discípulos e multiplicar novos discípulos. Essa é uma tarefa que sempre destinamos aos pastores e líderes de evangelismo, mas que sempre foi nossa. Agora precisamos rever nossa posição diante de Deus e do seu Reino.

Precisamos permanecer em Cris-to e frutificar a graça de Deus na vida das pessoas que estão sem Jesus.

PARA PENSAR E AGIR1 - Em oração, coloque um alvo para

testemunhar de Jesus nesta se-mana.

2 - Convide pessoas a terem uma atitude ousada de fé e entrega-rem suas vidas a Jesus.

3 - Ore para que Deus te envie onde Ele está trabalhando.

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Romanos 6.15-23

Terça: Hebreus 12.1-13

Quarta: Filipenses 1.1-11

Quinta: Efésios 1.1-14

Sexta: Tiago 1.1-17

Sábado: Gálatas 5.1-14

Domingo: Gálatas 5.15- 26

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LIÇÃO 10DATA DO ESTUDO

Texto Básico: 1Pedro 4.10

“servindo uns aos outros conforme o dom que

cada um recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de

Deus.” (1Pedro) 4.10

Temos uma visão errada da pa-lavra mordomia, pois quando pen-samos nela, vem à mente alguém se aproveitando daquilo que não é seu e curtindo a vida de forma des-preocupada. O sentido apresenta-do no texto é justamente o contrá-rio. As palavras serviço e mordomia apresentam-se como complemento e direciona àqueles a quem dever ser o serviço.

Precisamos compreender algu-mas palavras apresentadas no tex-to para uma melhor compreensão do mesmo.

Charisma - χαρισμα, que signi-fica: favor que alguém recebe sem

qualquer mérito próprio. Deus nos presenteou com, ao menos, um “dom”, e nos chamou para ministrar aos outros.

Oikonomos - οικονομος, que significa: administrador do lar ou dos afazeres do lar. A ideia é ser aquele que reparte o que não é seu, mas do próprio Deus.

Deus tem nos presenteado com dons, para que possamos aben-çoar, repartir com os outros o dom que Ele nos tem dado. Quando en-tendo que: “Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém”. (Rm 11.36), fica simples compreender a distribuição daquilo que é dEle.

Recebemos da parte de Deus um dom, sem mérito algum, e Ele mesmo nos chama a compartilhar com os demais. Mas não para por aí, os outros discípulos também receberam e vão compartilhar com você o que cada um recebeu. En-tão, seremos beneficiados em to-

TERCEIRO CICLO - AMADURECERSERVIÇO - MORDOMIA

49

dos os momentos da mordomia. Não como aqueles que só recebem, mes-mo porque na economia de Deus é dando que se recebe: “Dai, e ser--vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos deita-rão no regaço; porque com a mesma medida com que medis, vos medirão a vós” (Lc 6.38).

1 - EXEMPLO DE DEDICAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO“Agora, pois, ó nosso Deus,

graças te damos, e louvamos o teu glorioso nome. Mas quem sou eu, e quem é o meu povo, para que pudéssemos fazer ofertas tão vo-luntariamente? Porque tudo vem de ti, e do que é teu to damos”. (1Cr 29.13-14)

Temos muitas lições a serem aprendidas nessa passagem.

Esse é um marco histórico na vida do povo de Israel. Deus não per-mitiu que Davi construísse o Templo (1Cr 22.6-8). Há exigências, da parte de Deus, para realizarmos a dedica-ção, tanto das nossas vidas quanto dos dons que Deus tem dado a cada um de nós. Davi estava com suas mãos sujas de sangue, e por isso não pode construir o Templo, mas pode fazer a planta, juntar tesouros, deixar tudo preparado para que a construção fosse realizada.

O Templo era o símbolo da pre-sença de Deus no meio do povo e todos aguardavam de maneira muito entusiasta a possibilidade de contri-buir para tal construção. A resposta ao chamado do levantamento dos va-

lores foi extraordinária! Não havia um sentimento de peso, mas de louvor e de ações de graças. Sentiam que era um grande privilégio contribuir, entendendo que o mesmo Deus a quem eles se dedicavam, era o mes-mo que dava as condições de fazer.

A Bíblia diz: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangi-mento; porque Deus ama ao que dá com alegria”. (2Co 9.7).

O discípulo de Jesus precisa crescer e aprender que Ele é Senhor de tudo e quer ser senhor de nossas vidas, bens e talentos. Dedicamos, porque Deus nos dá a possibilidade de fazê-lo. Que façamos com alegria e louvor ao Senhor!

Alguns tentam argumentar que essa foi uma instrução do tempo da Lei e por isso ficou no Velho Testamen-to. Então vamos analisar o que o Novo Testamento diz a esse respeito, já que como discípulos de Jesus, não pode haver dúvidas sobre esse assunto.

2 - EXEMPLO DE DEDICAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO

“Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a necessidade de cada um”. (At 2.44-45)

Algum tempo depois dessa dedi-cação de Atos 2.44-45, houve uma grande perseguição à Igreja, e quem não dedicou seus bens de forma vo-luntária, precisou abandoná-la para não perder a sua vida.

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Dedicar é subordinar-se volunta-riamente ao Senhor Jesus. É fazer da dedicação um ato de reconhecimen-to da grandeza de Deus em sua vida: “Porque Dele, e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém”. (Rm 11.36).

Quando uma pessoa permite que suas finanças sejam envolvidas no processo de crescimento do Reino, inicia-se um processo de crescimen-to na dependência de Deus.

Todo nascido de novo precisa amadurecer nesse sentido. Não es-tamos falando de entregar um valor como dízimo ou oferta, mas permitir que haja um crescimento na depen-dência de Deus em “nossas” finan-ças. Destacamos “nossas”, porque já não possuímos mais nada. Entre-gamos tudo ao Senhor, e assim nos tornamos mordomos, cuidadores, zeladores, despenseiros Deus.

Mordomia, em um sentido mais amplo, também diz respeito ao nosso tempo que, segundo especialistas, é o bem mais precioso que temos. “Pois onde estiver o seu tesouro, aí tam-bém estará o seu coração” (Mt 6.21).

2.1 - PRECISAMOS AVANÇAR NA MORDOMIA DO TEMPO

Quanto tempo você gasta em coi-sas que não edificam? Isso para não falar em situações que são pecami-nosas e causam problemas à alma e ao corpo.

Temos uma grande dificuldade em separar um tempo para estudar a Palavra de Deus, estar no convívio

com outros irmãos, ensinar o Evan-gelho, entre tantos hábitos saudá-veis à uma vida espiritual em cres-cimento. Precisamos rever nossa dinâmica de divisão do tempo, para avaliarmos se estamos dedicando tempo ao Senhor ou às nossas coi-sas, e porque não dizer ao pecado.

2.2 - PENSAR EM MORDOMIA DO CORPO

Somos chamados para sermos templo do Espírito Santo de Deus, mas não cuidamos de forma ade-quada do nosso corpo, com medidas simples, como: descanso adequado, alimentação saudável, realização de exames rotineiros, exercícios físicos, etc. Certamente essa é uma mordo-mia muito negligenciada!

Já que não temos hábitos saudá-veis, sofreremos as consequências de nossas atitudes. E não estou di-zendo necessariamente ir ao médi-co, mas ter hábitos que são simples e podem ajudar muito em nossa saú-de, tais como: uma caminhada, dei-xar de comer alimentos gordurosos, refrigerantes, alimentos industriali-zados, etc. Esses hábitos contribui-rão muito para nossa saúde física, e seremos melhores mordomos daqui-lo que Deus nos deu.

Somos chamados ao crescimen-to e serviço integral ao Senhor.

3 - DEDICAÇÃO TOTAL“Mas em nada tenho a minha

vida como preciosa para mim, contando que complete a minha

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carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar teste-munho do evangelho da graça de Deus”. (At 20.24)

Paulo, ao se despedir dos líderes da Igreja de Éfeso, sabia que as coi-sas poderiam ficar muito perigosas em Jerusalém, para onde ele esta-va indo, pois aqueles perseguidores poderiam tirar dele o que não mais o pertencia: sua vida.

Paulo fez essa declaração que muitos ousam repetir sem com-preender totalmente os seus desdo-bramentos. O Apóstolo havia passa-do por diversas situações em que sua vida foi colocada à prova, como mencionado em 2Coríntios 11.24-27. Ele tinha plena consciência ao fazer essa declaração que, ao meu ver, nada tem de romântica, já que ele havia passado por situações quase de morte. Então, baseado nessas experiências, sabia que sua vida não era preciosa para ele mesmo, mas para o seu Senhor e Salvador.

Quando as coisas dessa vida co-meçarem a perder o valor, quando agradar e servir ao Senhor passar a ser mais importante do que a manu-tenção e conforto de nossas vidas, então iniciaremos um novo momento em nossa vida cristã.

O exemplo foi dado por Deus, en-viando o que Ele tinha de mais pre-cioso para nós: Jesus. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).

CONCLUSÃOPrecisamos amadurecer espiri-

tualmente. Esse processo é contínuo e constante. Precisamos amadure-cer na dependência de Deus. Quan-do cuidamos das coisas de Deus e permitimos que Ele cuide das nos-sas, vivemos em paz. Nossas finan-ças, saúde e paz de espírito ficam asseguradas por Aquele que é Se-nhor dos senhores.

Ele se importa e quer cuidar de cada um de nós em cada detalhe. Passe o controle de sua vida a Ele e certamente você verá o novo de Deus!

PARA PENSAR E AGIR

1 - Peça ao Senhor que transforme sua vida e lhe permita uma maior dedicação;

2 - Fale dos desafios que você en-frentou nessa área;

3 - Peça para o novo discípulo falar sobre os desafios enfrentados nessa área;

4 - Ore com ele e passe a orar todos os dias para que o Senhor con-solide a lição bíblica em sua vida.

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Mateus 6.19-24

Terça: 1Crônicas 28.1-10

Quarta: 1Crônicas 28.11-21

Quinta: 1Crônicas 29.1-9

Sexta: 1Crônicas 29.10-20

Sábado: Hebreus 13.1-12

Domingo: Hebreus 13.13-25

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QUARTO CICLO - MULTIPLICARTESTEMUNHAR

LIÇÃO 11DATA DO ESTUDO

Texto Básico: João 12.24-26

“Digo-lhes verdadeiramente que, se o grão de trigo não

cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto”.

(João 12:24)

O último ciclo que iremos apre-sentar é o multiplicar.

André convidou seu irmão para conhecer Jesus1. A grande comis-são não deixa dúvidas quanto à ne-cessidade de anunciar aos outros o que Jesus fez e tem feito em nos-sas vidas.

NASCER

CRESCER

AMADURECER

MULTIPLICAR NASCIDODE NOVO

1 - João 1.41

Vamos analisar esse texto so-bre a premissa que somos as se-mentes de Jesus para produzir outras vidas. Creio que já sabemos que nossa missão é reproduzir, mas o fruto do nosso trabalho não tem aparecido de forma tão clara, ou seja, não temos produzido o que Jesus espera de cada uma de nós.

Encontramos pessoas que tra-balham para Jesus. Elas fazem muitas coisas, entram em um ati-vismo religioso, sem se perguntar o que o Dono da Obra espera de cada uma delas. Gostaria de cha-mar sua atenção para o fruto, ou o resultado do seu trabalho.

Jesus nos enviou para sermos testemunhas dEle, ou seja, falar do que Ele fez em nossas vidas, como Ele cuida de nós e o quanto Ele é real. Assim, outras pessoas pode-rão experimentar algo tremendo e maravilhoso: o novo nascimento.

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1 - É PRECISO COMPREENDER SEU PAPEL NO MUNDO

1.1 QUAL A FUNÇÃO QUE A SEMENTE PRECISA EXERCER PARA CUMPRIR A SUA MISSÃO?

Cada um de nós tem uma função a exercer, mas buscando o mesmo resultado. Como em um time de fu-tebol, onde há técnico, preparador de goleiro, roupeiro, equipe médica e certamente os jogadores. No time, as funções são diferentes e, ainda que o objetivo seja ganhar fazendo gols, há poucos atacantes.

Assim também precisamos com-preender que somos parte do Reino de Deus e precisamos produzir o que o dono, Jesus, espera de cada um de nós: vidas salvas e transformadas pelo poder de Deus (Mt 28.18-20). Como resultado de uma vida cristã, Jesus espera que possamos produ-zir novas vidas. Uma semente que vira comida de pássaros não cumpre a sua missão de produzir uma árvore que produza novos frutos.

Não fuja de sua missão! Você precisa produzir uma nova vida, al-cançar outro com a mensagem de salvação.

1.2 O QUE VOCÊ PRODUZIU ATÉ AGORA?

Temos gastado tempo e recursos em atividades que produzem uma sé-rie de desgastes, mas nenhum fruto de vidas salvas e transformadas por Jesus. Por vezes, colocamos a culpa

nas pessoas que não vieram para ou-vir a mensagem, quando nós é que deveríamos ter ido ao encontro de-las. Esperamos que elas venham ao encontro do que fazemos e falamos. Temos trocado o “ide”, pelo “vinde” às programações realizadas no templo.

1.3 INTENCIONALIDADE NA REPRODUÇÃO

Precisamos ter ações que pro-duzam vida, entendendo que o cha-mado para produzir discípulos é de cada um de nós e não há desculpas para fugir da missão dada por Jesus.

O seu jeito de ser e falar tam-bém precisa ser colocado diante de Deus, para que Ele use a sua vida na produção de outras vidas. Caso contrário, limitamos Deus às nossas capacidades pessoais.

Você pode iniciar orando por cinco pessoas. Diga para essas cinco pes-soas que está orando por elas e de-pois pergunte se pode orar com elas. Chame-as para um Pequeno Grupo Multiplicador e continue orando, para que Deus possa, através do seu San-to Espírito, convencê-la do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8).

2 - É PRECISO MORRER

2.1 - MORRER PARA SI MESMOAlgo muito interessante é notar

que todas as sementes da Parábola do Semeador morreram. Seja pelo pássaro, seja pela falta de profundi-dade da terra, seja sufocada pelos espinhos ou a que caiu em terra boa. Todas, sem exceção, morreram.

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Gosto de pensar nisso, pois to-dos nós vamos morrer e todos va-mos prestar contas diante de Deus, conforme Romanos 14.12; 1Pedro 4.5; Mateus 12.36 e, como não po-deria deixar de mencionar, Marcos 11.13, onde Jesus procura um figo na figueira e não encontra, diz que ela jamais produziria novamente. Isso não deve servir para assustar, mas para refletir sobre esse momen-to de prestação de contas que tere-mos com Jesus.

Estamos tão ocupados com as nossas contas a pagar, nossos pro-blemas a resolver, nossa família a sustentar, que não resta tempo para Jesus e sua obra.

2.2 - MORRER PARA O MUNDOGosto de pensar que estamos em

rota de colisão com o mundo, junta-mente com seus desejos e pensa-mentos. Hoje é comum alguns acredi-tarem que podemos viver bem, no que diz respeito à aceitação dos outros não-crentes. Mas isso não é possível, pois não temos o mesmo pensamen-to, desejos e sentimentos deles. Não há como combinar as duas coisas. Jesus ensinou sobre isso: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas”. (Mt 6.24)

Nosso único objetivo deve ser agradar o nosso Senhor e Salvador Jesus. Todos nós vamos passar, mas o nosso fruto precisa ser para a vida eterna e a única coisa que passará para a eternidade são vidas salvas e transformadas por Jesus.

Paulo experimentou uma vida transformada e multiplicadora após seu encontro com Jesus, mas pa-gou um preço por essa obediência. No fim, pode dizer: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7).

2.3 - MORRER PARA PRODUZIR Uma semente que tenha entendi-

do seu papel precisa morrer para ini-ciar um processo de reprodução. Não há possibilidade de produzir, quando nós só queremos o que é nosso.

Precisamos ter a certeza de que estamos aqui de passagem e que nossa morada final será nos céus. Então, devemos viver para a eterni-dade e não viver como se ela nun-ca fosse chegar. Jesus também nos ensina sobre isso: “Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam” (Mt 6.19).

3 - É PRECISO PRODUZIR

Há um pensamento de facilidade na vida cristã, onde tudo foi prometi-do, tudo é seu, Deus tem que atender as suas demandas, etc. Isso não é bí-blico e nem possível de se sustentar, já que são coisas que estão fora das possibilidades humanas. E se tudo desse certo na vida do crente em Cristo Jesus, seria um bom “negócio” entregar a vida a Ele, o que de fato é, no entanto, fora dos padrões ensi-nados pelo mundo, onde o “sucesso” é ter coisas e não ser uma pessoa voltada para Deus e sua obra.

Pensando em uma plantação, é preciso preparar o campo para lançar

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a semente, mas nós queremos os re-sultados a curto prazo. Retirar as pe-dras para a plantação é um trabalho necessário, então precisamos tirar as pedras que atrapalham as pessoas de virem até Jesus, tais como: mal teste-munho, mentira, cólera, etc. Essa é a sua parte no preparo da terra.

Ninguém irá crer em um Jesus fa-lado, mas vivido. Prepare a boa terra e fertilize-a com muita oração.

3.1 - A SEMENTE PRECISA SER

COBERTA POR JESUSPara que a semente germine,

não basta ter uma terra preparada, é preciso estar escondida por ela. Precisamos da proteção de Jesus sobre as nossas vidas. Também pre-ciso estar atento àqueles que estou cuidando, para que esses possam ser protegidos das mentiras e arti-manhas do Diabo, que quer tirá-los da presença do Senhor.

Precisamos tirar de nossa evan-gelização a expressão: “Deus é quem sabe”. Isso é muito comum quando uma pessoa toma a decisão e de-pois as deixamos sem assistência, colocando toda a reponsabilidade em Deus, como se não tivéssemos nada a ver com o desenvolvimento espiritual delas.

Precisamos investir na vida des-sas pessoas e em nossa própria vida, para protegê-las de propostas apro-veitadoras que não darão a elas a nu-trição necessária para a reprodução.

CONCLUSÃOHá uma grande expectativa da

parte de Jesus sobre a nossas vidas

e precisamos responder de forma di-reta ao seu chamado. Uma frase que ouvi há algum tempo e que serve de reflexão é: “Para que o evangelho não chegue à próxima geração, bas-ta que a atual geração silencie”.

Fomos chamados para sermos testemunhas do que Ele tem feito e uma testemunha precisa falar, caso contrário não tem valor.

A morte é necessária para uma vida de multiplicação. Uma semente será apenas isso, enquanto não se dei-xar morrer para gerar uma nova vida.

PARA PENSAR E AGIR

1 - Coloque-se à disposição de Deus para ser usado na evangelização de pessoas. A única atitude que Jesus espera de você é que se deixe ser usado por Ele.

2 - Tenha um sentimento de compai-xão pelas pessoas sem Jesus, caso isso não seja uma realidade em sua vida, peça ao Senhor que coloque em seu coração.

3 - Não nivele seu desempenho pela resposta das pessoas, mas pela ação de Deus em sua vida e na vida delas.

Leitu

ra Di

ária

Segunda: João 15.1-10

Terça: João 15.11-17

Quarta: Hebreus 13.1-15

Quinta: Hebreus 13.16-25

Sexta: Filipenses 2.5-7

Sábado: Salmos 121.1-8

Domingo: 1Corintos 1.25-31

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QUARTO CICLO - MULTIPLICARCUIDADO PESSOAL

RELACIONAMENTO DISCIPULADOR

LIÇÃO 12DATA DO ESTUDO

Texto Básico: Atos 9.1-31

“ Então Ananias foi, entrou na casa, impôs as

mãos sobre Saulo e disse: “Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que lhe apareceu

no caminho por onde você vinha, enviou-me

para que você volte a ver e seja cheio do Espírito

Santo”. (Atos 9.17)

A narrativa da expansão do Evangelho entre os gentios é inter-rompida para que a conversão de Saulo seja registrada1, já que este será o grande missionário de todos os tempos, e principalmente entre os gentios.

1 - Comentário Bíblico Moody – TheWord – versão digital de comentários e estudos. Offline2 - Atos 22.33 - Romanos 12.1-24 - Gálatas 2.75 - Atos 13.9

Após a sua conversão, Saulo, que aprendeu aos pés de Gama-liel2, precisava refazer todo o seu pensar teológico, como também tudo o que dá base à sua vida3.

Saulo, que um pouco mais tar-de destinará todo o seu ministério à proclamação do Evangelho aos gentios4, deixou para trás o nome Saulo e passou a usar com mais frequência o nome Paulo, que era familiar aos gentios5. Então ire-mos adotar esse novo nome em nossa lição.

Vamos caminhar em uma análise rápida sobre pessoas que ajuda-ram Paulo no início de sua cami-nhada e como foi que cada uma delas se portaram.

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1 - COMPANHEIROS DE VIAGEM “Saulo levantou-se do chão e,

abrindo os olhos, não conseguia ver nada. E eles o levaram pela mão até Damasco”. (At 9.8)

Os companheiros de viagem de Paulo foram as primeiras pessoas que o ajudaram em sua caminha-da. Guiado pela mão, Paulo estava passando por uma grande lição de humildade em sua vida cristã. No iní-cio, Paulo precisava de alguém para conduzi-lo. Isso ocorre também no que diz respeito à fé cristã.

Toda a segurança religiosa caiu por terra quando ocorreu sua queda da montaria. Agora precisava rever suas atitudes e sua fé. Sua busca, serviço e fé o haviam levado na con-tramão de Deus e precisaria de mui-ta ajuda para refazer esse caminho. Como se não bastasse estar cego fisicamente, percebeu que a sua maior cegueira era espiritual.

Os companheiros da comitiva fo-ram testemunhas do fato, mas não entenderam direito o que estava acontecendo com Paulo e qual se-ria o resultado daquilo para a histó-ria da Igreja, e porque não dizer do mundo, já que Paulo deixou a sua marca em ambos.

Hoje, estamos num momento sin-gular na história do cristianismo no Brasil, que será contada nas próxi-mas gerações. A denominação ba-tista encontra-se desafiada a evan-gelizar através de Relacionamentos Discipuladores (RD), onde cada dis-

6 - 1 Pedro 2.97 - Carvalho, Diogo. Relacionamento Discipulador: Uma teologia da vida discipular, 1 ed. Rio de Janeiro: Junta de

Missões Nacionais da CBB, 2015. 71p.8 - At 9.13

cípulo de Jesus é convidado a acei-tar sua posição como sacerdote e cuidar de outra pessoa e se permitir ser cuidado por alguém6.

Conduzir pela mão é entender que quando uma pessoa atende ao convite de receber a Jesus, não quer dizer que ela entendeu tudo que en-volve esse convite. Quando não nos envolvemos no Relacionamento Dis-cipulador podemos, inclusive, perder a oportunidade de ganhar essa pes-soa. Nossa atitude assemelha-se a desses servos que conduziram Pau-lo até Damasco7.

2 - ANANIAS – ALGUÉM CHAMADO PARA CUIDAR

“Levante-se, entre na cidade; alguém lhe dirá o que você deve fazer”. (At 9.6)

Paulo continuou sua viagem até Damasco, mas agora com uma atitu-de totalmente diferente.

Ananias era um cristão residente naquela cidade que, de alguma ma-neira, foi alcançado pela mensagem do Evangelho e agora é convocado pelo Senhor Jesus para dar continui-dade à caminha de Paulo. Ele tinha notícias sobre quem era Paulo, an-tes de sua conversão, e a razão pela qual estava indo para Damasco8.

Percebemos uma certa recusa, a princípio, em atender ao chamado de Deus para cuidar de Paulo. E não era para menos, existia um perigo de vida em atender a esse chama-do, mas Ananias foi grandemente usado por Deus. Quando passou o

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primeiro impacto da informação, ele foi atender ao chamado para cuidar de quem havia tido uma experiência tão avassaladora.

O que podemos aprender é que mesmo temerosos, precisamos nos colocar à disposição de Deus para abençoar a vida de outros, confian-do que Jesus estará conosco todos os dias9.

2.1 - RELACIONAMENTO E CUIDADO

“...numa visão viu um homem chamado Ananias chegar e impor--lhe as mãos para que voltasse a ver”. (At 9.12)

Deus falou a Ananias que Paulo estava orando e já estava aguardan-do que ele fosse até lá, pois o próprio Deus já havia feito o elo de ligação entre os dois. Deus tem trabalhado na vida de muitas pessoas e preci-samos nos colocar à disposição dEle para que nos use na transformação de suas vidas.

“Vá aonde Deus já está trabalhan-do!” A vida de comunhão com Deus e nossa disposição em atender ao seu chamado fará a diferença. Dois servos de Deus, Paulo e Ananias, em situações opostas, mas ligados pelo poder de Deus.

Jesus conectou dois corações, Paulo e Ananias, porque os dois es-tavam conectados com Ele. Conec-tados com Jesus seremos conecta-dos com pessoas das quais Ele está trabalhando. Permita-se ser o elo de ligação entre as pessoas e Jesus!

9 - Mt. 28.2010 - Atos 22.311 - Carvalho, Diogo. Relacionamento Discipulador: Uma teologia da vida discipular, 1 ed. Rio de Janeiro: Junta de

Missões Nacionais da CBB. 2015. 128p

3 - BARNABÉ – EXEMPLO DE CUIDADO

Leia Atos 9.26-27Aqui entra o terceiro personagem

que cuidou de Paulo. Esse fez toda a diferença em sua caminhada. Paulo, que tinha como referência de cui-dado e mentoria, Gamaliel10, agora passará a ser cuidado e mentoriado por Barnabé.

Os apóstolos estavam receosos em receber a Paulo. Imaginavam que essa podia ser uma estratégia para matá-los.Então, a figura de um ho-mem extraordinário entra em ação: Barnabé, que empresta todo o seu prestígio e liderança para introduzir Paulo ao colégio apostólico.

Ainda hoje precisamos de valida-dores, pessoas que invistam na vida de outras e que empenhem seu pró-prio nome neles.

3.1 - REPRODUZINDO Paulo aprendeu essa valiosa

lição e reproduziu em sua vida mi-nisterial. Em Filemom 1.17, ele diz: “Assim, se você me considera com-panheiro na fé, receba-o como se estivesse recebendo a mim”.

Barnabé aprofundou a relação: chamar, acolher e aperfeiçoar dis-cípulos11. Precisamos nos compro-meter, como discípulos, e reproduzir uma atitude que reflita o compro-misso que Jesus teve por nós. Não podemos manter distância daqueles que Deus nos tem dado para cuidar.

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3.2 - UM PARCEIRO MINISTERIALBarnabé investiu na vida de Pau-

lo, levando-o consigo em todas as oportunidades. Quando a Igreja em Jerusalém recebeu notícias de que havia uma grande multiplicação de discípulos em Antioquia da Síria12, enviou Barnabé para constatar o que estava ocorrendo. Barnabé per-cebeu o grande agir de Deus e foi chamar Paulo, para que o ajudasse na instrução daquela nova Igreja, a primeira entre os gentios13.

4 - ENSINANDO MISSÕESBarnabé investiu muito na vida de

Paulo e com isso fez missões. Quan-do a Igreja de Antioquia estava conso-lidada e já colocava em prática o prin-cípio da oração, o Senhor convocou Barnabé e Paulo para expandirem a mensagem do Evangelho para outros povos14. Assim, o princípio da planta-ção de novas Igrejas foi vivenciado.

Temos uma função a cumprir e não podermos nos distrair. Fazer dis-cípulos de todas as nações é a ação que Deus requer de cada discípulo seu. A plantação de novas Igrejas precisa ser ensinada e vivida em nosso meio.

Somos frutos da missão de Je-sus, somos frutos de um Deus em missão, então não podemos nos dis-tanciar disso.

CONCLUSÃO

Os níveis de Relacionamentos Discipuladores variam de pessoa

12 - Atos 11.19-2513 - Atos 9.2214 - Atos 13.1-3

para pessoa. Para algumas, seremos como os servos que conduziram Pau-lo até Damasco; na vida de outras, seremos Ananias; e na vida de outras tantas, precisamos ser Barnabés.

Cada um de nós tem um jeito de ser e cada um dos novos discípulos também tem o seu. O que precisa-mos é ter a intenção de ser bênção na vida de alguém e marcá-la de for-ma positiva.

Creio que estamos vivendo um momento onde “coisas” são mais im-portantes do que pessoas, em detri-mento de pessoas mais importantes que “coisas”. Essa caminhada não será fácil, mas será necessário um retorno às práticas e princípios da Igreja Primitiva.

PARA PENSAR E AGIR

1 - Ore ao Senhor por pessoas que você possa cuidar espiritualmente, quer sejam crentes ou ainda não.

2 - Peça ao Senhor que mostre e aju-de a ajustar sua vida devocional, com leitura bíblica diária e oração.

3 - Peça ao Senhor capacidade para alimentar essas vidas.

Leitu

ra Di

ária

Segunda: 1Coríntios 4.14-21

Terça: Isaías 22.20-25

Quarta: 1Coríntios 12.12-31

Quinta: 1Timóteo 1.1-20

Sexta: Atos 19.20-23

Sábado: Tito 1.1-16

Domingo: Filemom 1.1-25

60

QUARTO CICLO - MULTIPLICARLIDERAR A VISÃO DE DEUS

LIÇÃO 13DATA DO ESTUDO

Textos Básicos: Mateus 9.36-38

“Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas,

porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas

que não têm pastor”.(Mateus 9.36)

Jesus fez uma leitura da situa-ção do povo passando por todas as cidades e povoados. Ensinava, pregava as Boas-novas e curava as enfermidades. Agora Jesus tem todos os dados para um preciso diagnóstico da situação: o povo es-tava aflito e sem esperança. Esse foi o cenário desenhado por Jesus aos seus discípulos, quando voltou seu olhar para a multidão. A falta de esperança e a aflição do povo era porque eles não tinham líderes que os conduzissem. O povo não tinha em quem confiar.

Outro diagnóstico que Jesus fez é que há poucos que querem fazer algo por alguém, cuidar, orientar

(mostrar a direção), ser confiável, um líder que possamos seguir.

Então, a proposta do Mestre é que vivamos os princípios bíblicos, ou seja, a oração e a evangelização discipuladora precisam ser o nor-teador de nossas vidas. Precisa-mos assumir uma posição e liderar a visão de Deus para essa geração, entendendo a nossa dependência de Deus. Não podemos deixar que nossos medos e temores nos para-lise, já que muitos, por medo, não querem se deixar ser usados por Deus para liderar.

1 - PERMITA QUE A VISÃO DE DEUS LIDERE SUA VIDA

1.1 MUDANDO A VISÃO Em Romanos 12.1-2 somos

chamados à uma mudança de vi-são. A mudança que precisamos não está nos outros, mas em nós mesmos. Uma citação atribuída a

61

Albert Einstein, diz: “Loucura é que-rer resultados diferentes fazendo a mesma coisa”. Vivemos um grande movimento de atividades, quando deveríamos viver os princípios bíbli-cos em nossas vidas.

1.2 - VIVA A VISÃO DE DEUS“Durante a noite Paulo teve

uma visão, na qual um homem da Macedônia estava em pé e lhe su-plicava: “Passe à Macedônia e aju-de-nos”. (At 16.9)

Paulo tinha outros planos quan-do iniciou sua segunda viajem (At 15.36), mas a visão de Deus se interpôs à sua visão.

Você e a congregação em que está inserido precisam perceber o que Deus está fazendo e qual a di-reção a seguir. Creio que devemos sair do ministério da manutenção e ir em direção à expansão do Reino de Deus, alcançando as cidades com o amor de Deus.

2 - TENHA UMA IMAGEM MENTAL DA VISÃO DE DEUS

Jesus tinha uma visão clara das cidades e aldeias por onde passava. Essa visão precisa ser uma imagem clara em nossas mentes, e só assim poderemos transmitir aos outros e influenciá-los para que sejam parcei-ros na construção dessa visão.

2.1 - VEJA AS MULTIDÕESA palavra “ver”, como apresenta-

do no texto, tem o sentido de pres-tar atenção; perceber; observar; ter

consideração por alguém. É parar de olhar para nós mesmos e ver o outro.

Quando olhamos para nós mes-mos, vemos as nossas necessida-des, o quanto precisamos resolver e ter coisas, e isso passa a ser a nos-sa razão de viver. Jesus nos convi-dar a olhar para o outro, não só para as suas necessidades físicas, mas também para as suas necessidades espirituais. Precisamos sair do diag-nóstico e partir para a prática de vida que lidera a visão de Deus para a nossa cidade e geração.

Podemos facilmente abrir as nossas casas e expor o Evangelho através dos Pequenos Grupos Mul-tiplicadores, mas isso precisa ser entendido como uma forma de ser Igreja e não como mais uma coisa que preciso fazer.

2.2 - TENHA COMPAIXÃOA palavra grega dá o significado

de ser movido pelas entranhas; ser movido pela compaixão; ter com-paixão (pois se achava que as en-tranhas eram a sede do amor e da piedade). Ver o outro e colocar-se no lugar dele.

As cidades estão repletas de pessoas à beira do caminho, e não estou dizendo só daqueles que vi-vem em situação de rua, mas tam-bém daqueles que estão em suas casas, mas que suas vidas estão va-zias da graça de Deus. Estou falando de uma juventude que se droga por não ter esperança, mas nós temos a Palavra de Deus e a graça de Deus para compartilhar com eles.

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3 - LIDERE A VISÃO DE DEUS EM SUA CASA

Liderar a visão de Deus para sua casa é permitir que ela sirva a um propósito maior. A Igreja Primitiva não tinha um templo para as suas reuniões, elas aconteciam no pátio do templo de Salomão e nas casas, conforme Atos 2.46; 5.42; Romanos 16.3-5; Colossenses 4.15, entre ou-tros textos.

A transformação que precisa ocorrer nas cidades só se iniciará quando abrirmos nossas casas. A minha casa precisa deixar de ser um lugar de descanso, para ser uma agência de transformação de vidas em Jesus. Os primeiros beneficiários serão seus moradores, mas também chegarão aos vizinhos e amigos.

3.1 - LIDERE A VISÃO DE DEUS PARA OS SEUS AMIGOS, PARENTES E VIZINHOS

Com o olhar de Jesus, você verá que dentre a multidão estão seus amigos, parentes e vizinhos. Pes-soas que você ama, e algumas delas você daria tudo para vê-las felizes. Então é hora de abrir a sua casa, convidar os parentes, vizinhos e ami-gos e vivenciar a visão de Deus. Te-mos uma grande oportunidade dada por Deus para viver o novo de Deus em nossas vidas e também na vida daqueles que nos cercam.

As pessoas criaram uma gran-de resistência para irem ao templo. Hoje, a imagem de um Evangelho que quer tirar das pessoas o que elas têm e transformá-las em zum-bis e alienados faz com que elas não

queiram entrar no templo e ouvir a mensagem. Mas você pode abrir sua casa e convidá-las para que você possa orar por elas e transmitir a mensagem de salvação.

Essas mesmas pessoas que pos-sivelmente já frequentam a sua casa, poderão ouvir a mensagem transmi-tida por uma pessoa em quem con-fiam: você, e não por um profissional, na visão dela.

Com uma vida de oração e a evangelização discipuladora, elas compreenderão a visão de Deus para suas vidas e muitos se entrega-rão a Jesus.

3.2 - LIDERE MULTIPLICANDO A VISÃO

Jesus convida os seus discípulos a olharem em direção às multidões. Temos a oportunidade de realizar o mesmo trabalho que Jesus fez em nós: fazer com que os novos discí-pulos amadureçam e possam gerar novos filhos na fé.

A oportunidade de fazer discípu-los é uma grande honra para cada um de nós, mas Jesus foi adiante e nos concedeu a oportunidade de li-derar e fazer novos líderes. A visão de Deus é que sejamos capazes de chamar outros para olhar e sentir como Jesus sentiu ao ver a multidão.

Inicialmente os discípulos de Jesus não se viam liderando nada. Eram apenas homens que tentavam sobreviver, quando se encontraram com Jesus, mas com o passar do tempo, entenderam que podiam e precisavam liderar. Então Jesus le-vou cada um deles a outro patamar: multiplicar suas lideranças na vida de outro, formar novos líderes.

63

3.3 - LIDERE POR PRINCÍPIOSOraçãoPrecisamos entender que não

são as nossas técnicas, metodolo-gias, experiências ou qualquer outra coisa que nos fará prosperar e mul-tiplicar a visão de Deus. É a oração! Em 2Crônicas 7.14, vamos perceber as promessas de Deus para uma nação destruída pelo pecado que o busca em oração.

A orientação de Jesus é clara: “Peçam, pois, ao Senhor da seara que envie trabalhadores para a sua seara” (Mt 9.38). Jesus é o Senhor de tudo e de todos. É Ele quem pode mudar os corações, transformar as vidas, realizar a multiplicação. Ele é o Senhor!

“Que mande trabalhadores”. A palavra “mandar” podemos traduzir como: extrair; mandar sair; mandar alguém com uma força que não pode resistir.

Evangelização DiscipuladoraQuando lemos os Evangelhos e

vemos como Jesus agiu ao chamar homens para uma caminhada, per-cebemos que Ele estava fazendo discípulos, mesmo que aqueles que o acompanhavam não tivessem to-mado uma decisão de fé.

O convite de Jesus a Pedro, re-gistrado em Mateus 4.19, é um de-safio ao rude pescador: “caminhe comigo e eu o farei um pescador de homens”. Esse mesmo discípulo foi repreendido em Mateus 16.23, mas seguiu sua jornada, até que este mesmo homem fosse usado por Deus na primeira grande multiplica-ção de discípulos, em Atos 2, onde

três mil pessoas foram agregadas à Igreja.

CONCLUSÃO

Estamos terminando o Ciclo da Vida Multiplicadora, onde nascer, crescer, amadurecer e multiplicar não tem uma ordem ou sequência exata, mas todos nós precisamos experi-mentar o novo de Deus a cada dia.

Estamos diante de um dos mo-mentos de grande oportunidade para a evangelização dessa nação. E, como Igreja do Senhor Jesus, precisamos nos posicionar para le-var adiante a mensagem salvadora de Jesus, pois para isso nascemos, crescemos e amadurecemos, para nos multiplicarmos.

PARA PENSAR E AGIR

1 - Peça ao Senhor que fale ao seu coração, quanto à visão que Ele tem para sua vida e Igreja;

2 - Viva os princípios bíblicos, a fim de ser exemplo e modelo para os demais discípulos;

3 - Estabeleça sua vida devocional;4 - Treine outro discípulo, chame-o

para andar com você.

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Romanos 12.1-5

Terça: Atos 16.6-12

Quarta: Mateus 9.35-38

Quinta: Atos 2.1-11

Sexta: Atos 2.12-23

Sábado: Atos 2.24-47

Domingo: Mateus 28.16-20

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Revista da Convenção Batista Fluminense

Ano 16 - n° 61 - Abril / Maio / Junho - 2019

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Currículo 2019

Primeiro TrimestreVERDADES INEGOCIÁVEIS(Doutrinas Batistas)Pr. Hudson Galdino

Segundo TrimestreCICLO DE VIDA MULTIPLICADORAPr. Marcelo Farias

Terceiro TrimestreAPRENDENDO A EVANGELIZAR COM JESUSPr. Nilson Gomes Godoy

Quarto TrimestreMOTIVAÇÕES CRISTÃS(Estudo em 1 e 2 Pedro)Pr. Samuel Mury de Aquino

Algumas Igrejas poderão estar recebendo mais revistas que o número de jovens e adultos matriculados na EBD ou em outro grupo de estudo bíblico. Por favor, avise a Convenção

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