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Cruz das Almas, BADezembro, 2007
86
AutorHermes Peixoto Santos
FilhoAloyséia Cristina da Silva
NoronhaAntonio Alberto Rocha
OliveiraNilton Fritzons Sanches
Arlene Maria GomesOliveira
Embrapa Mandioca eFruticultura Tropical, CP 007,
CEP 44380-000, Cruz dasAlmas, BA
Flávia Fernandes LopesPaulo Roberto Oliveira
AndradeAgência Estadual de Defesa
Agropecuária da Bahia –ADAB
José Antônio SouzaTécnico da CEPLAC
Márcio Cardimã SirtoliTécnico da Fazenda Guaira/
CalimanMarivaldo de Jesus
SantosTécnico da Fazenda Palmares
Manejo Integrado de Pragas
O manejo integrado de pragas tem como uma das suas bases a determinação
do nível de controle e o momento mais adequado para se iniciá-lo de modo que
sejam utilizados um menor número de aplicações de produtos químicos.
Para a execução do manejo integrado é necessário o conhecimento das pragas
existentes na região e seus inimigos naturais, quantificando-se o nível de dano
por meio de inspeções periódicas com amostragem mínima, de modo a
fornecer dados seguros para as decisões de controle a serem tomadas,
contribuindo para a preservação dos inimigos naturais.
A qualidade da fruta, através da certificação, passou a ser uma exigência dos
mercados importadores e consumidores que buscam, além do aspecto externo,
a garantia da qualidade interna das frutas. Isto pode ser obtido através de
programas e legislações específicas que garantam o controle e fiscalização
permanente de toda a cadeia produtiva no país produtor e exportador.
Um criterioso monitoramento das pragas permitirá a adoção de práticas
fitossanitárias menos agressivas ao ambiente, mediante o uso racional de
agrotóxicos na cultura do mamoeiro, minimizando o impacto na entomofauna
benéfica, fundamental no Sistema da Produção Integrada do Mamão, possibilitando
a melhoria na qualidade dos frutos produzidos e a preservação ambiental.
Abrangência Geográfica
Os monitoramentos foram realizados em três fazendas particulares e na Estação
Experimental Gregório Bondar, situadas no Extremo Sul do Estado da Bahia
1. Fazenda Palmares, município de Porto Seguro – três quadras monitoradas:
quadra 15, Talhão 14B (Latitude: -16° 38' 32,32289'' e Longitude: -39º 17'
18,60217''), quadra 16 Talhão 14 C (Latitude: -16 38' 32,32289'' e Longitude: -39
17' 18,60217'') e quadra 17 Talhão da Produção Integrada de Frutas (Latitude: -16º
38' 49,87741'' Longitude: -39º 18' 25,8914''), todas com mamoeiro do grupo Solo
com diferentes idades. Na propriedade, foi instalada uma estação climatológica
de aviso (Latitude: -16 39' 01,04392'' e Longitude: -39 18' 03,32824'').
2. Fazenda Guaíra, município de Prado, (Latitude: -17º 07' 59,92767'' e Longitude:
39º 19' 05,55422'') em um plantio com a variedade Tainung com 11 meses de
idade;
ISSN 1809-5011
Pragas e seus Inimigos Naturais na CulturaPragas e seus Inimigos Naturais na CulturaPragas e seus Inimigos Naturais na CulturaPragas e seus Inimigos Naturais na CulturaPragas e seus Inimigos Naturais na Culturado Mamoeirdo Mamoeirdo Mamoeirdo Mamoeirdo Mamoeirooooo – P– P– P– P– Procedimentos derocedimentos derocedimentos derocedimentos derocedimentos demonitoramento e níveis de controlemonitoramento e níveis de controlemonitoramento e níveis de controlemonitoramento e níveis de controlemonitoramento e níveis de controle
2 Pragas e seus Inimigos Naturais na Cultura do Mamoeiro – Procedimentos de monitoramento e níveis de controle
3. Fazenda Bahia Sul Fiorese, município de
Belmonte (Latitude: 16º 09' 11,05641'' e Longitude:
39º 19' 35,37741''), com mamoeiro do grupo Solo,
com idade de 15 meses
4. Estação Experimental Gregório Bondar da
Ceplac, Barrolândia, município de Porto Seguro -
duas quadras monitoradas: com controle químico
(Latitude: 16° 05' 06,04289'' e Longitude: 39° 12'46,39997'') e sem controle químico (Latitude: -16º
05' 20,50418'' e Longitude: 39° 13' 03,76439'') com
mamoeiro do grupo Solo a partir do plantio.
Seleção das pragas a monitorar
A definição das principais pragas a serem
monitoradas foi baseada em um levantamento
preliminar de doenças, insetos e ácaros de
ocorrência na Região Extremo Sul da Bahia,
realizado em oito propriedades produtoras de
mamão, distribuídas em quatro municípios da
região. Por meio de um questionário simplificado e
visitas de fitossanitaristas da equipe às propriedades,
as pragas foram selecionadas quanto à freqüência,
associando-se com a presença constante, a
importância econômica, a ocorrência esporádica, a
ocorrência rara e a ausência.
Com base nestas características ficou definido que
as pragas-chave do monitoramento seriam o ácaro
branco, os ácaros tetraniquídeos, a pinta preta, a
cochonilha e a podridão do pé. Como pragas
secundárias ou ocasionais estariam relacionadas a
cigarrinha-verde, cochonilha, mosca-branca,
mandarová, pulgão, lagarta-rosca, mosca-das-frutas,
coleobroca, formigas cortadeiras, mancha de
Corynespora, mancha chocolate e mancha de Phoma.
As doenças de vírus não foram avaliadas neste
trabalho devido à existência de um método de
controle já estabelecido nas propriedades, por
exigência de Decreto Estadual e em uso pelos
produtores.
Durante o levantamento foram encontrados diversos
inimigos naturais os quais foram coletados e
submetidos à identificação em nível de espécie e
que deverão também ser monitorados.
Definição do número de plantaspara a amostragem
Visando definir uma amostragem representativa
com um menor número de plantas foi escolhido, na
Fazenda Palmares, um talhão de 1.000 plantas com
14 meses de plantio, das quais foram monitoradas
sistematicamente, a cada 10 dias e durante 6 meses,
100, 50 e 20 plantas escolhidas ao acaso. As pragas
monitoradas foram: ácaros branco e rajado,
cigarrinha, cochonilha, mosca branca, mancha de
Corynespora, pinta preta, podridão preta, mancha
chocolate, podridão do pé, além de inimigos
naturais. Dessas dez pragas, a mancha de
Corynespora, a pinta preta, o ácaro rajado, o ácaro
branco e a podridão preta estiveram presentes em
todas as avaliações. Comparando os resultados das
três amostragens, constatou-se que os percentuais
de plantas afetadas não apresentaram diferenças
entre 100, 50 ou 20 plantas inspecionadas como
pode ser observada na Figura 1, com detalhe para a
doença pinta preta.
Definição da Ficha de Campo paratomada de dados
A ficha de campo foi elaborada, inicialmente, pela
equipe baseando-se nas principais características
das pragas, localização na planta e foi sendo
modificada ao longo da sua aplicação com a
participação de todos os elementos do sistema,
incluindo extensionistas, funcionários e
proprietários das fazendas. Atualmente a ficha é
uma planilha, em programa Excel (Figura 2), cujo
conteúdo apresenta colunas com as principais
pragas do mamoeiro, e os resultados da
incidência de cada praga, já calculados
automaticamente ao serem lançados nos campos
correspondentes. Ao iniciar o monitoramento, o
pragueiro anota, na parte superior da planilha, o
número georeferenciado da área, o número de
hectares e o número médio de frutos, para
procedimento posterior dos cálculos de
incidência das pragas.
3Pragas e seus Inimigos Naturais na Cultura do Mamoeiro – Procedimentos de monitoramento e níveis de controle
Fig. 1. Níveis de incidência de Pinta Preta em folhas e frutos de mamoeiro em diferentes amostragens de plantas.
Fig. 2. Ficha de campo para anotações de presença e ausência de pragas e seus inimigos naturais.
4 Pragas e seus Inimigos Naturais na Cultura do Mamoeiro – Procedimentos de monitoramento e níveis de controle
Tabela 1. Procedimentos para execução do monitoramento de pragas do mamoeiro e de seus inimigosnaturais.
Definição dos procedimentos parao monitoramento e níveis decontrole para cada praga
Foi definido como talhão para monitoramento umaárea de até 10 hectares, ainda que as normas daProdução Integrada de Mamão (PIM) permitamtalhões de até 25 hectares. O talhão deve possuiruma área uniforme, com plantas da mesma idadee variedade. Na preferência do produtor por talhõesmaiores, deve-se ajustar o número de plantas amonitorar na planilha de anotações (ficha decampo). Para cada talhão será utilizada uma ficha euma caderneta de campo.
No monitoramento, o pragueiro visita três plantaspor hectare, escolhendo-as aleatoriamente, saindode um extremo ao outro do talhão e voltando nosentido inverso, procurando fazer um ziguezague.
O registro da ocorrência de pragas é feito na fichade campo e, posteriormente, os resultados sãoanotados no caderno de campo objeto defiscalização das comissões avaliadoras dasconformidades. As avaliações devem ser repetidasa cada 10 dias ou menos, dependendo da praga edas condições edafoclimáticas devendo-seregistrar o ponto de partida no talhão, que nãodeverá ser o mesmo na avaliação seguinte. Istopermitirá a identificação posterior de determinadaárea em que exista um foco de determinada praga,facilitando o controle em reboleiras, quando for ocaso. Daí em diante as plantas são escolhidasinteiramente ao acaso, no sentido diagonal até aborda do outro lado do talhão.
Os procedimentos individualizados paracada praga e os níveis de ação de controle, excetopara a cigarrinha e a mosca-branca, encontram-sena Tabela 1.
5Pragas e seus Inimigos Naturais na Cultura do Mamoeiro – Procedimentos de monitoramento e níveis de controle
Referências
SANTOS FILHO, H. P. ; NORONHA, A. C. S. ;
SANCHES, N. ; OLIVEIRA, A. A. R.; LOPES, F. F.;
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J. ; OSÓRIO, A C B ; OLIVEIRA, A. M. G. de . Níveis
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In: D. S. Martins, A.N.Costa, A.F.S. Costa. (Org.).
Papaya Brasil: manejo, qualidade e mercado do
mamão. Vitória: Incaper, 2007, v. 1, p. 445-447.
SANTOS FILHO, H. P. ; NORONHA, A. C. S. ;
SANCHES, N.; OLIVEIRA, V. S. ; LOPES, F. F. ;
SOUZA, P. R. A. ; OLIVEIRA, A. A. R. Monitoramento
de pragas e inimigos naturais na cultura do
mamoeiro. In: Seminário Brasileiro de Produção
Integrada de Frutas, 8., 2006, Vitória. Anais...
Vitória : Incaper, 2006. v. 01. p. 198-199.
NORONHA, A. C. S. ; SANTOS FILHO, H. P. ;
SANCHES, N. ; LOPES, F. F. ; OLIVEIRA, A. M. G. ;
SANTOS, M. J. Procedimentos para o
monitoramento de pragas em mamoeiro no
extremo Sul do Estado da Bahia. In: MARTINS,
D.S. (Org.). Papaya Brasil: Mercado e inovações
tecnológicas para o mamão. Vitória: Incaper, 2005.
p. 458-460.
Embrapa Mandioca e Fruticultura TropicalEndereço: Rua Embrapa, s/n, Caixa Postal 07,CEP 44380-000, Cruz das Almas - BahiaFone: (75) 3312-8000Fax: (75) 3312-8097E-mail: [email protected]
1a edição: Dezembro/2007 - 30 CD’s2a edição: Outubro/2008 - Disponibilizado on line
Presidente: Aldo Vilar Trindade.Vice-Presidente: Alberto Duarte Vilarinhos.Secretária: Cristina Maria Barboza Cavalcante Bezerra Lima.Membros: Antonio Alberto Rocha Oliveira, Davi TheodoroJunghans, Luiz Francisco da Silva Souza, MarileneFancelli, Maurício Antonio Coelho Filho, Rogério Ritzinger,Vanderlei da Silva Santos.
Supervisão editorial: Aldo Vilar Trindade.Revisão de texto: Domingo Haroldo Reinhardt.Tratamento das ilustrações: Maria da Conceição Borba.Editoração eletrônica: Maria da Conceição Borba.
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