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A PROSA PÓS-MODERNA Camile Baccin

CLARICE LISPECTOR

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CLARICE LISPECTOR. A PROSA PÓS-MODERNA Camile Baccin. FLUXO DE CONSCIENCIA. É uma técnica narrativa utilizada para expressar, por meio de um monólogo interior , os vários estados de espírito e as emoções que caracterizam uma personagem. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: CLARICE LISPECTOR

A PROSA PÓS-MODERNA

Camile Baccin

Page 2: CLARICE LISPECTOR

É uma técnica narrativa utilizada para expressar, por meio de um monólogo interior , os vários estados de espírito e as emoções que caracterizam uma personagem.

Para isso, o narrador apresenta pensamentos sem se preocupar em garantir a articulação lógica entre as ideias

Uma série de impressões (visuais, olfativas, auditivas, físicas, físicas , associativas) ganha forma no texto, recriando, em um universo ficcional, o funcionamento da mente humana.

Page 3: CLARICE LISPECTOR

A escritora inglesa também fez uso do fluxo de consciencia para lidar com as angústias de personagens atormentadas.

O fio narrativo se fragmenta e se multiplica

Page 4: CLARICE LISPECTOR

A literatura deve ter objetos profundos e universalistas: deve fazer refletir e questionar sobre um sentido para a vida.

Page 5: CLARICE LISPECTOR

A literatura produzida por Clarice L. surpreende por buscar a compreensão da consciência individual, marcada sempre pela instrospecção das personagens.

Suas narrativas tratam do momento preciso em que uma personagem toma consciência da própria individualidade.

O leitor é convidado a enfrentar situações narrativas complexas.

Page 6: CLARICE LISPECTOR

No fundo, Ana sempre tivera necessidade de sentir a raiz firme das coisas. E isso um lar perplexamente lhe dera. Por caminhos tortos, viera a cair num destino de mulher, com a surpresa de nele caber como se o tivesse inventado. O homem com quem casara era um homem verdadeiro, os filhos que tivera eram filhos verdadeiros. Sua juventude anterior parecia-lhe estranha como uma doença de vida. Dela havia aos poucos emergido para descobrir que também sem a felicidade se vivia: abolindo-a, encontrara uma legião de pessoas, antes invisíveis, que viviam como quem trabalha — com persistência, continuidade, alegria. O que sucedera a Ana antes de ter o lar estava para sempre fora de seu alcance: uma exaltação perturbada que tantas vezes se confundira com felicidade insuportável. Criara em troca algo enfim compreensível, uma vida de adulto. Assim ela o quisera e o escolhera.

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O bonde se arrastava, em seguida estacava. Até Humaitá tinha tempo de descansar. Foi então que olhou para o homem parado no ponto.  A diferença entre ele e os outros é que ele estava realmente parado. De pé, suas mãos se mantinham avançadas. Era um cego.  O que havia mais que fizesse Ana se aprumar em desconfiança? Alguma coisa intranqüila estava sucedendo. Então ela viu: o cego mascava chicles... Um homem cego mascava chicles.  Ana ainda teve tempo de pensar por um segundo que os irmãos viriam jantar — o coração batia-lhe violento, espaçado. Inclinada, olhava o cego profundamente, como se olha o que não nos vê. Ele mascava goma na escuridão. Sem sofrimento, com os olhos abertos.

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EPIFANIA significa a descoberta da própria identidade a partir de um estímulo externo (como a visão do cego mascando chicletes, no conto “Amor”)

As personagens ,nesse momento, descobrem a própria essência

Page 9: CLARICE LISPECTOR

1) A personagem é disposta numa determinada situação cotidiana

2) Prepara-se para o evento que é pressentido discretamente pela personagem (inquietação)

3) ocorre o evento que ilumina sua vida (EPIFANIA)

4) Apresenta-se o desfecho, no qual a situação da vida da personagem, após a epifania, é reexaminada

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“Quero antes afiançar que essa moça não se conhece senão através de ir vivendo á toa” [...] A pessoa de que quem vou falar é tão tola que às vezes sorri para os outros na rua. Ninguém lhe responde ao sorriso porque nem ao menos a olham” (LISPECTOR, 1998: 15, 16).

“Quanto à moça, ela vive num limbo impessoal, sem alcançar o pior nem o melhor. Ela somente vive, inspirando e expirando, inspirando e expirando. [...] Ninguém olhava para ela na rua, ela era café frio [...] Nascera inteiramente raquítica, herança do sertão” (IBIDEM: 23, 27, 28).

Page 11: CLARICE LISPECTOR

“Maio, mês das borboletas noivas flutuando em brancos véus. Sua exclamação talvez tivesse sido um prenúncio do que ia acontecer no final da tarde desse mesmo dia: no meio da chuva abundante encontrou (explosão) a primeira espécie de namorado de sua vida, o coração batendo como se ela tivesse englutido um passarinho esvoaçante e preso. O rapaz e ela se entreolharam por entre a chuva e se reconheceram como dois nordestinos, bichos da mesma espécie que se farejam.” (IBIDEM: 43).

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“Mas ela já o amava tanto que não sabia como se livrar dele, estava em desespero de amor. [...] As poucas conversas entre os namorados versavam sobre farinha, carne-de-sol, carne-seca, rapadura, melado. [...] Olímpico na verdade não mostrava satisfação nenhuma em namorar Macabéa. [...] – Você, Macabéa, é um cabelo na sopa. Não dá vontade de comer.” (IBIDEM: 44, 47, 59, 60).

Page 13: CLARICE LISPECTOR

Para Clarice, "Não é fácil escrever. É duro quebrar rochas. Mas voam faíscas e lascas como aços espelhados". "Mas já que se há de escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas". "Minha liberdade é escrever. A palavra é o meu domínio sobre o mundo."