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Clínica psicanalítica no século XXI Alexandre Simões Jornada de Psicologia FUNEDI/UEMG Maio de 2014

CLÍNICA PSICANALÍTICA NO SÉCULO XXI

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Clínica psicanalítica no século XXI

Alexandre Simões

Jornada de PsicologiaFUNEDI/UEMG

Maio de 2014

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Jacques Lacan (1901-1981) convidou os analistas de seu tempo bem como de

nosso tempo a um desafio:

“alcançar em seu horizonte a subjetividade de sua época”

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Visitemos uma provocativa tese de Roudinesco (Lacan, a despeito de tudo e de todos, p. 14)

O século XX era freudiano, o XXI é, desde já, lacaniano

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Lacan e suas constantes indagações:

• O que faz um analista, ao conduzir uma análise?• A partir do que se dá a formação do psicanalista?• Até onde uma análise há de ser conduzida?• O que pode um analista?• Quais os efeitos que alguém pode esperar de uma

análise?

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Saber-lidar com uma Clínica do Gozo (ou Clínica Borromeana)

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Um desafio para os psicanalistas de nosso tempo:

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Clínica do Gozo, é aquela na qual as considerações sobre o parlêtre e o gozo vão gradativamente se sobrepondo ao cenário

do Sujeito

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O que viria a ser isto: sustentar uma Clínica do Gozo ?

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Para se localizar o gozo, na clínica analítica, devemos estar atentos para não confundi-lo

com sua significação cotidiana

júbilo

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Sendo assim,

façamos algumas localizações

mais precisas

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Gozo : tende mais para aquilo que se tem do

que para quilo que se sente

ou seja, o gozo não é uma fruição

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Ainda que tenha uma relação com algo que nos faça rir

origem do gozo -> GAUDERE (ter satisfação, alegrar-se, desfrutar)

-> GAUDIUM (alegria; daí vem o termo ‘gozado’)

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Nesta acepção, podemos localizar a boa provocação de Lacan sobre o gozo, em seu Seminário XVII:

o gozo é aquilo que começa na cosquinha e termina na fogueira

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Gozo : tende mais para aquilo que se tem do

que para quilo que se sente

por isso, o gozo sempre passa fundamentalmente pelo

CORPO

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De qual maneira ?

o gozo só pode ser abordado a partir de sua perda, de sua marca fugidia: há uma

erosão de gozo produzida no corpo ... uma boçoroca

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As implicações amplas de uma Clínica do Gozo:

Primeiramente, é válido que consideremos que atualmente estamos vivendo, mais do que anteriormente, em um momento de gozo

dissidente e difundido em rede.

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Alguns exemplos bastante notáveis disso são as

intervenções da biotecnologia no corpo, as toxicofilias, o flerte com

a experiência-limite em alguns esportes ditos ‘radicais’, os

ditames estéticos em prol do upgrade do corpo, as anorexias

dissimuladas, os sintomas devastadores: na vinculação com a escola/educação (anomias), a delinquência juvenil, as doenças

psicossomáticas.

Em cada um desses acontecimentos, é notável o limite da palavra face à tenacidade do gozo

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Cada vez menos compreende-se o propósito da análise somente em termos de atravessamentos ou resolução (atravessamento do Édipo,

do sintoma, do Pai, do fantasma), e passa-se a problematizá-lo em termos de intensidade: face a um mais ou um menos, ao invés

daquilo que sempre falta. ALEXANDRE SIMÕES

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Um implicação da Clínica do Gozo:

a figura mais usual do psicanalista-intérprete é severamente posta em xeque;

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Na Clínica do Gozo:

... o pai é uma falha estrutural, ... portanto, uma falta para todos

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Façamos um paralelo entre as duas perspectivas:

Clínica Analítica mais usual:

• O neurótico tem Pai;• O psicótico não tem Pai;• O perverso produz uma

versão do Pai (daí, a père version);

A Clínica Analítica que torna-se cada vez mais

urgente:• O Pai é ausente, precário

no ser falante;

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F I M

Obrigado pela atenção!

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