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CLIPPING DE NOTÍCIAS 17.03.2008 (Compilado para uso Exclusivo dos integrantes do Escritório) ÍNDICE DE ASSUNTO - VEIRANO - Concorrentes - Administrativo - Advogados - Agronegócios - Ambiental - Aviação - Bancário - China - Civil - Comércio Exterior - Concorrência - Constitucional - Consumidor - Diversos - Energia, Petróleo e Gás - Estrangeiro - Imigração - Imobiliário - Internacional - Judiciário - Marítimo - Mineração - Processual - Propriedade Intelectual - Seguros - Societário - Tecnologia - Telecomunicação - Trabalhista e Previdenciário - Tributário VEIRANO. Página 1 de 360

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CLIPPING DE NOTÍCIAS17.03.2008

(Compilado para uso Exclusivo dos integrantes do Escritório)

ÍNDICE DE ASSUNTO

- VEIRANO - Concorrentes

- Administrativo - Advogados

- Agronegócios - Ambiental

- Aviação - Bancário

- China - Civil

- Comércio Exterior - Concorrência

- Constitucional - Consumidor

- Diversos - Energia, Petróleo e Gás

- Estrangeiro - Imigração

- Imobiliário - Internacional

- Judiciário - Marítimo

- Mineração - Processual

- Propriedade Intelectual - Seguros

- Societário - Tecnologia

- Telecomunicação - Trabalhista e Previdenciário

- Tributário

VEIRANO.

O jogo da renegociação - As principais condutas que fortalecem pequenas e médias empresas na hora de renegociar com bancos, clientes e fornecedores -- e o que deve ser evitado para não estragar essa relação no longo prazo Ricardo Veirano, do escritório Veirano Advogados. (Exame)

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CONCORRENTES.

Novo código de auto-regulação da ANBID para ofertas públicas de distribuição e aquisição de valores mobiliários Pinheiro Netos Advogados. (Migalhas)

Gestão - Sucessão na Dedini expõe diferenças entre os herdeiros. Com a morte de Dovílio Ometto, controle mudou de mãos por duas vezes e IPO foi cancelado. Pinheiro Neto e Mattos Filho. (Valor)

ADMINISTRATIVO.

Câmara - Projeto libera presídios para parcerias privadas. (DCI)

Cesp vai a leilão em meio a incertezas. Há pendências trabalhistas, passivos ambientais e risco na renovação das concessões das duas usinas mais importantes. (Folha)

Planalto estende concessão de usina da Cesp. Hidrelétrica de Porto Primavera terá prorrogação por mais 20 anos, o que ajuda governo de SP a obter preço maior em privatização. (Folha)

Desoneração - Medidas para a a infra-estrutura. Compra ou alguel de máquinas e equipamentos para a construção de portos deverão ficar livres da Cofins e da contribuição ao PIS. (JC)

Transportes - Trem-bala será realidade. Em visita ao Japão, Sérgio Cabral garantiu que empreendimento sairá do papel. Estima-se que o custo do negócio chegue a US$ 9 bilhões. Para governador, projeto deve ficar pronto em, no máximo, sete anos. (JC)

Projeto de lei inclui presídios em parcerias público-privadas. (Última instância)

Governo discute engavetar Ferroanel e alterar regras do setor ferroviário. (Valor)

ADVOGADOS.

Justiça - Qualificação para advocacia. (JB)

Congresso Nacional - Na pauta, a advocacia. Levantamento realizado pelo Conselho Federal da OAB indica a existência de 58 projetos de lei que modificam o Estatuto da Advocacia. A maioria das propostas são vistas como positivas pela Ordem. (JC)

Informe da OAB-SP. OAB-SP firma protocolo de colaboração com a Alesp. (JC)

OAB aponta existência de 58 projetos em tramitação no Congresso visando alterações no Estatuto da Advocacia. (OAB-RJ)

AGRONEGÓCIOS.

Sucroalcooleiro - ETH, da Odebrecht, compra Usina Eldorado e aporte soma US$ 350 mi. (DCI)

Campo garante saldo comercial de US$ 62 bi. Receitas com exportações de produtos agrícolas devem subir 27% neste ano, para US$ 73,6 bilhões, segundo levantamento. (Folha)

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Agronegócio - SLC minimiza alta no custo agrícola. (JC)

AMBIENTAL.

CCJ ratifica convenção anti-poluição por navio. (Câmara)

Reserva florestal na Amazônia pode ser reduzida para 50%. (Câmara)

Riscos à natureza: Reforma tributária é retrocesso sob a ótica ambiental. (ConJur)

Créditos de carbono e o proinfa. (Correio Braziliense)

Há desatenção com o crédito de carbono. (DCI)

G-20 vai discutir criação de fundos para emergentes. Poluidores liberariam verbas para adoção de tecnologias limpas. (Estado)

Solução ambiental para usinas da Amazônia é criticada por técnicos. Baixo nível de alagamento dos reservatórios a fio d’água reduziria a capacidade de geração em periódicos de seca. (Estado)

AGU intervém e concessão de terras para quilombolas é suspensa: Advocacia da União quer reduzir poder do Incra, que considera excessivo, mas comunidades resistem a mudança. (Estado)

Clima - Diminuição de geleiras bate recorde, diz Nações Unidas. (Folha)

É o momento das reformas, afirma Furlan. Para ex-ministro, é preciso aproveitar fase para eliminar entraves, porque crescimento é sustentável, mas não inercial. (Folha)

SP calcula emissão, sem revelar emissor. Inventário divulgado ontem indica que transporte e indústria paulistas emitiram 81 milhões de toneladas de CO2 em 2006. (Folha)

Aquecimento global - Europa lançará plano contra crise do clima no fim do ano. (Folha)

Ambiente - US$ 22 milhões para biodiversidade. (JC)

Eleições - Nos EUA, novo governo deve rever política ambiental. Condidatos prometem reviravolta com limite de emissões. (Valor)

Desenvolvimento - Amazônia se divide entre a BR e a ferrovia. União quer pavimentar estrada que liga Manaus e Porto Velho, mas desmatamento preocupa. (Valor)

Meio ambiente - Produtores querem CPI para investigar Ibama. (Valor)

Entre no clima. Fundos com apelo socioambiental crescem e banco lança carteira que distribuirá ao cotista créditos de carbono. (Valor)

AVIAÇÃO.

Nova malha aérea vai reduzir problemas detectados na Operação Hora Certa. (ANAC)

Indústria - Pedidos à Embraer somam US$ 18,8 bi. Receita líquida subiu 16% e chegou a R$ 9,9 bilhões no ano passado. (JB)

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Aviação - Congonhas volta a ser hub. Proibição de conexões anunciadas por Jobin dura apenas sete meses. (JB)

Aviação - Avião da OceanAir tem pane no Galeão. (JC)

Aeronáutica - Embraer pretende recuperar margens. Grupo, que em 2007 contratou 4,5 mil pessoas, programou melhorar processos e reduzir custos que aumentaram também devido ao câmbio. (JC)

Aviação - Airbus espera vender 800 aviões na AL em 20 anos. (JC)

Aviação - Embraer busca alternativa para joint venture na China. Fábrica em Harbin montou, de 2003 até agora, apenas 18 jatos. (Valor)

Air France-KLM faz oferta em ações pela Alitalia. (Valor)

Alitalia aprova oferta de compra da Air France-KLM: Decisão do conselho de administração foi unânime. (Zero Hora)

BANCÁRIO.

Bancos - Santander inicia transição em outubro. (DCI)

Estratégia - BB avança no crédito com ajuda de bancos estaduais. Agências deficitárias do Besc preocupam após incorporações. (Valor)

CHINA.

Balança comercial - Demanda chinesa vira aposta para manter vendas externas. (DCI)

China ameaça mais ação latina do que EUA. Para o Deutsche Bank, aceleração da inflação chinesa pode motivar aumento no juro e reduzir demanda por commodities. (Folha)

Chineses já estavam reticentes em investir. (JC)

Crise China-Tibet - Tibet fechado a estrangeiros. China susoende autorização de viagens à região, reforça a efetivo militar, quer o fim dos protestos hoje e anuncia punição a quem desrespeitar. Dalai Lama diz que região está sofrendo "genocídio cultural". (JC)

Rede social - MySpace entra no mercado chinês. (JC)

Concorrência chinesa impulsiona novos projetos. (Valor)

CIVIL.

Comentários ao Código Civil de 2002. (Correio Braziliense)

Dever de cuidar: Segurado pode ser indenizado por recusa de cobertura. (Conjur)

Negativação indevida: Itaú é condenado por sujar nome de quem não era cliente. (Conjur)

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Corpo estranho: Mcdonald's é condenado por vender batata com formiga. (Conjur)

Artigo – Direito e Justiça – código civil. (JB)

COMÉRCIO EXTERIOR.

Novo impulso - País já soma US$ 160 bi em aportes no exterior. Provável compra da Xstrata pela Vale ampliará ainda mais a internacionalização da economia. (DCI)

Dumping - Óculos da China não serão sobretaxados. (Gazeta)

CONCORRÊNCIA.

Antropofagia - A Unilever tornou-se uma das maiores concorrentes da própria Unilever, pelo menos no mercado de sabão em pó. Graças à intensa campanha de marketing e à redução dos preços, a marca Omo tem avançado em market share em quase todas as regiões do país. O problema é que acabou roubando participação das linhas Brilhante e Minerva, também produzidas pela Unilever. Resultado: a empresa já discute internamente tirar uma das duas últimas marcas do portfólio.Nota na íntegra – Relatório Reservado 3338 – 17.03.2008Link: http://www.relatorioreservado.com.br/Arquivo/2008/RR_08_03_17.asp

CONSTITUCIONAL.

Pressão por mudanças nas MPs. Relatório preliminar prevê que medidas provisórias não mais trancarão pauta de votações. (Globo)

Editoriais - Os limites das MPs. (JC)

CONSUMIDOR.

Proposta permite acúmulo de minutos não usados em conta. (Câmara)

Demora na redução do preço de combustível poderá dar multa. (Câmara)

Deputado quer proibir tempo de conta para cheque - Brasília - Está tramitando na Câmara um projeto de lei, do deputado Vinicius Carvalho (PTdoB-RJ), que proíbe os lojistas de exigir tempo de abertura de conta bancária para a aceitação de cheques de clientes. Segundo a proposta, o estabelecimento comercial que se propuser a aceitar cheque como pagamento só poderá recusá-lo quando o nome do emitente figurar em cadastro de serviço de proteção ao crédito ou o consumidor não for o próprio emitente e titular da conta corrente à qual o cheque esteja vinculado. O estabelecimento que descumprir a determinação estará sujeito a várias sanções, entre elas multa e suspensão temporária de atividade.Nota na integra. (DCI 17.03.2008 A-5 Política)

Consumidor - C&A é proibida de praticar venda casada no Rio - A Justiça proibiu a C&A de vincular os financiamentos feitos por cartão de crédito à oferta de outros serviços não solicitados pelo consumidor, como seguro e título de capitalização, prática conhecida como "venda casada".A juíza Márcia de Carvalho, da 2ª Vara Empresarial da Comarca da Capital, considerou procedente a ação do Ministério Público (MP) Estadual. Outro réu na ação civil pública é a IBI Administradora e Promotora, que oferecia outros serviços. A C&A e a IBI foram condenadas a devolver em dobro os valores

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indevidamente cobrados, indenizar os lesados por danos morais, e pagar multa diária de R$ 50 mil, se não cumprirem a sentença.Nota na integra. (DCI 17.03.2008 B-12 Legislação)

Telefônica é líder em reclamações. Lista de emrpesas com mias reclamaões no Procon_SP traz ainda itaú. BenQ, Vivo e Evadin/Mitsubishi no topo. (Estado)

Transportes - Ação coletiva contra o serviço das barcas. (JC)

Clientes da Gradiente pedem dinheiro de volta em juizados. (IOB Juridico)

TJMT - Adulteração de relógio de medição de consumo gera indenização. (IOB Jurídico)

STJ - Construtora é condenada por não entregar imóvel na data contratada. (STJ)

DIVERSOS.

Comentários de sucesso: Código de Processo Civil de Negrão chega a 40ª Edição. (Conjur)

Receita barra imposto maior para cigarro . Projeto de forte aumento no preço dos maços é defendido pelo Ministério da Saúde como forma de reduzir o consumo. (Folha)

Após 10 anos, Câmara reinicia debate sobre Lei de Imprensa. Há 28 projetos em tramitação na Casa; o principal está engavetado desde 1997. (Folha)

Tabaco - OMS quer fim de lobby tabagista no governo - Código de conduta proibiria campanhas financiadas por fabricantes de cigarros e presentes. (Idec)

Justiça suspende transporte gratuito. (Valor)

ENERGIA, PETRÓLEO E GÁS.

Álcool sobe pela 5ª semana seguida nas usinas paulistas. (A tarde)

Complexo madeira - Linha de energia de Jirau a São Paulo será licitada até o final de maio. (DCI)

Geração - Tractebel quer ter 100 mw de fonte alternativa ainda este ano. (DCI)

Consumo - Mercado livre de gás deve ser criado até abril. (DCI)

Sucroalcooleiro - ETH, da Odebrecht, compra Usina Eldorado e aporte soma US$ 350 mi. (DCI)

Energia e Combustíveis – Lobão estuda brecha para beneficiar a Cesp. Ministro anuncia renovação da concessão de Porto Primavera e avalia Três Irmãos, Ilha solteira e Jupiá. (Estado)

Quem vai pagar a conta de Angra 3? (Folha)

Aneel quer que tarifa da CPFL caia 14%; empresa propõe aumento. (Folha)

Cesp vai a leilão em meio a incertezas. Há pendências trabalhistas, passivos ambientais e risco na renovação das concessões das duas usinas mais importantes. (Folha)

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Governo eleva mistura de biodiesel ao diesel comum. Em julho, índice sobe de 2% para 3%; demanda crescerá 420 mi de litros/ano. (Folha)

Planalto estende concessão de usina da Cesp. Hidrelétrica de Porto Primavera terá prorrogação por mais 20 anos, o que ajuda governo de SP a obter preço maior em privatização. (Folha)

Petróleo - ANP quer elevar taxação sobre megacampos. (Folha)

R$ 1 bi para Simplício. Furnas assina na terça primeiro contrato com BNDES desde 91 para cosntruir hidrelétrica. (Globo)

O futuro pertence ao veículo elétrico híbrido (HEV)? A maioria das montadoras já tem programas para essa nova tecnologia. (Gazeta)

Energia nuclear - Setor privado mais perto do urânio no País. (Gazeta)

Conta de luz subsidia desperdício de R$5 bi. Aneel denuncia que Eletrobrás paga 30% mais à BR por combustível para térmicas do Norte. Estatais rebatem. (Globo)

Gás – Estudo revela que envio de 3 milhões de metros cúbicos entre maio e junho renderia US$ 2,6 bilhões e não afetaria o abastecimento nacional. (JC)

ETH Bioenergia - Odebrecht compra mais uma usina. Controladora do grupo para a área de açucar, etanol e energia elétrica assume controle da Eldorado, no Mato Grosso do Sul. (JC)

CNPE eleva de 2% para 3% percentual de mistura obrigatória de biodiesel ao óleo diesel. (MME)

Energia - Grupo Rede quer investir em etanol e co-geração. Estudo prevê dois projetos em MS com aportes de R$ 1,4 bilhão. (Valor)

Commodities - Petróleo fecha com leve baixa após superar US$ 112. (Valor)

ESTRANGEIRO.

Reciprocidade não é vingança: Crise entre Brasil e Espanha não é lei de talião disfarçada. (Conjur)

IMIGRAÇÃO.

Imigração – EUA deportam mais brasileiros. (Estado)

Estados Unidos – Falta força de trabalho imigrante. Bloqueada no congresso votação da lei que permitiria a contratação de temporário. (JB)

IMOBILIÁRIO.

Taxas de manutenção em loteamentos. (Última Instãncia)

Palavra do gestor - Fundos imobiliários, vantagens e desafios com novas regras. (Valor)

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Eike Batista compra hotel Glória por R$ 80 mi - Empresário manterá prédio fechado por dois anos para reformas. (Zero Hora)

INTERNACIONAL.

Eleições - Nos EUA, novo governo deve rever política ambiental. Condidatos prometem reviravolta com limite de emissões. (Valor)

JUDICIÁRIO.

Teoria do desestímulo - Parece que juízes trabalham para prejudicar o povo. (Conjur)

CNJ vai normatizar sistema de penhora on-line. (Última instância)

Prazos processuais estarão suspensos por três dias nos tribunais superiores. (Última instância)

MARÍTIMO.

Portos - Santos Brasil fica com terminal catarinense. (Gazeta)

Transportes - Ação coletiva contra o serviço das barcas. (JC)

Portos - Suape investirá R$ 1 bi para receber indústrias. Estaleiro, refinaria e petroquímica estimulam obras até 2010. (Valor)

MINERAÇÃO.

Investimentos – Siderúrgicas e mineradoras traçam cenário otimista. Empresas investem em aumento de produção e dizem não temar possível recessão nos Estados Unidos. (Estado)

Minério de ferro deve render 61% mais. Com 70% do total, produto puxa embarque de commodities minerais a quase US$ 25 bilhões, indica projeção para 2008. (Folha)

Negócio entre Vale e Xstrata não afeta preço, diz siderurgia. Para o ThyssenKrupp, Vale faz um "excelente negócio”. (Folha)

Consolidação - Aquisição não deve afetar preço do minério. (Gazeta)

Logística - Vale vai operar megatrem de 330 vagões. (Gazeta)

Energia nuclear - Setor privado mais perto do urânio no País. (Gazeta)

Vale-Xstrata - Com a benção das gigantes. Arcelor Mittal, Thyssenkrupp e Usiminas não temem negociações mais duras em torno dos reajustes anuais do minério de ferro por conta da aproximação das duas fornecedoras. (JC)

Aço - Siderúrgicas vão manter lucros altos este ano. (JC)

Negociação da Xstrata terá mais uma rodada. (Valor)

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ArcelorMittal duplicará usina em MG. (Valor)

PROCESSUAL.

CNJ promove amplo debate sobre unificação das tabelas processuais. (OAB-RJ)

PROPRIEDADE INTELECTUAL.

Alguma coisa está fora da ordem. Marcas de chefs ou designers deixam seu reduto e chegam ao grande varejo. (Globo)

Marketing - Santander aposta em Pelé para ser líder (Gazeta)

Marketing - Como se calcula o valor de marca? Ranking das 10 mais valiosas no país em 2007 mostra seotr financeiro na frente. (JB)

Salinas recupera marca na Coréia do Sul. (Valor)

Opinião Jurídica - Patentes, inovação e destruição criativa. (Valor)

Artigos esportivos - Marcas acirram competição por mercado de roupas "inteligentes". Novatas como Kskins e Wacoal e múltis como Nike entram no segmento. (Valor)

Moda - P&S planeja gerir oito marcas e ter 44 lojas. (Valor)

Crédito - Rede de combustíveis cria financeira ALECred. Empresa abre primeiras lojas em postos no segundo semestre. (Valor)

SEGUROS.

Proposta regula a venda de seguros de viagem. (Câmara)

Saldo de consórcio com seguro deve ser quitado em caso de morte. (Correio Forense)

Seguro só pode ser pago a beneficiário que figura em apólice. (Correio Forense)

Previdência – fundos de pensão podem crescer até dez vezes em cinco anos. (DCI)

Levantamento - Perda das seguradoras supera às do Katrina. (DCI)

Seguros - Allianz estuda mudanças em sua unidade bancária. (DCI)

Câmara - Projeto dá ao segurado o direito de escolher oficinas. Brasília - A Câmara Federal analisa projeto de lei, de autoria do deputado Pepe Vargas (PT-RS), que permite ao consumidor, nos contratos de seguros de automóveis, escolher a oficina que irá realizar o reparo do seu veículo. O texto ressalva que o segurado poderá escolher qualquer oficina, desde que o valor do serviço não ultrapasse o orçamento de oficina credenciada pela seguradora. A proposta foi originalmente apresentada pela ex-deputada Ana Corso, na legislatura passada, e reapresentada com pequenas mudanças por Pepe Vargas. O deputado argumenta que a escolha da oficina mecânica é um dos pontos de conflito entre seguradora e segurado.Nota na integra. (DCI 17.03.2008 A-5 Política)

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Seguros - Subprime aumenta pedidos de pagamento de apólice de má gestão. (Gazeta)

TJMT - Seguro só pode ser pago a beneficiário que figura em apólice. (IOB)

Planos de saúde entram na Justiça nesta semana contra ANS. Última instância)

Perdas de seguradoras com crise nos EUA chegam a US$ 38 bilhões. (Valor)

SOCIETÁRIO.

Bear Stearns recebe aporte e JPMorgan vê chance de fusão. (DCI)

Audiencia pública - Minuta da CVM define nova norma para o fluxo de caixa. (DCI)

Bolsa de valores - Bovespa Holding implanta o seu Código de Conduta. (DCI)

Concordata - Colapso da Parmalat teve contribuição de bancos, diz promotor. (DCI)

Aquisição - Gerdau obtém vitória na Justiça dos EUA. (DCI)

BC e juro aqui, nervosismo nos EUA. (Estado)

Política Econômica – Lula ensaia ataque ao capital especulativo. Medidas anunciadas por Mantega tentam reduzir facilidade de ganhos. (Estado)

Consolidação - Aquisição não deve afetar preço do minério. (Gazeta)

Capital Aberto - Normas de adequação ao IFRS entram em audiência pública. (Gazeta)

Entrevista//Genésio de Carvalho - País será centro financeiro da América Latina. (Gazeta)

Novo código de auto-regulação da ANBID para ofertas públicas de distribuição e aquisição de valores mobiliários. (Migalhas)

Orientações gerais sobre procedimentos a serem observados pelas companhias abertas. (Noticias Fiscais)

Micro e pequenos empresários são favoráveis à Lei Geral. (Planeta Seguro)

Mercado de Capitais - Auto-regulação ganha espaço com respaldo da CVM. Habilidade para fiscalizar e punir são os temores meiores do avanço desse processo. (Valor)

Contabilidade - Padrão nacional terá novos conceitos básicos. (Valor)

Mercado de Capitais - Lucro das corretoras cresce 672%. (Valor)

Crédito - Rede de combustíveis cria financeira ALECred. Empresa abre primeiras lojas em postos no segundo semestre. (Valor)

Crédito - Usiminas capta US$ 1,3 bi em meio à crise. Transação começou em US$ 1,2 bilhão, mas teve excesso de oferta de linhas dos bancos. (Valor)

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Entre no clima. Fundos com apelo socioambiental crescem e banco lança carteira que distribuirá ao cotista créditos de carbono. (Valor)

Mercado de trabalho - Auditorias antecipam programas de trainees. Nova lei das SAs impulsiona demanda nas grandes companhias, acirrando a disputa por talentos. (Valor)

TECNOLOGIA.

Banda larga puxa TV por assinatura, que cresce 13% em 2007. Número de clientes com acesso à internet de alta velocidade via operadoras teve alta de 47% no mesmo comparativo. (Folha)

Estratégia - Com iPhone, Apple agora quer vestir terno. Histiricamente voltada ao mercado de consumo, companhia sai em busca das vendas empresariais. (Valor)

TELECOMUNICAÇÃO.

Telecomunicações - Citi e Opportunity mais perto de um acordo. Briga judicial entre os dois grupos vem emperrando a compra da Brasil Telecom pela Oi. (Estado)

Um equívoco. O mutismo sobre as Farc foi total. É difícil avaliar os companhieiro narcotraficantes. (Globo)

Por que trocar a TV paga pela digital. Vários canais por assinatura vendem horário para empresas de televendas. (Gazeta)

Consolidação das teles - Processos criminais atravancam venda da Brasil Telecom à Oi. (Gazeta)

Grã-Bretanha - Acordo coloca Napster no celular. (JC)

Portugal Telecom reafirma interesse na Vivo. (Monitor)

TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO.

FAT poderá contribuir para desempregado se aposentar. (Câmara)

Acordo coletivo não pode subtrair direitos assegurados por lei. (Correio Forense)

Crédito trabalhista tem preferência sobre Fisco. (Correio Forense)

Sindicalismo esperto. (Folha)

Governo quer lançar "carteira eletrônica". Cartão magnético com informações trabalhistas substituirá versão em papel; mudança deve começar em maio em 6 Estados. (Folha)

Pente-fino nas ações contra INSS. Previdência vai mapear sentenças judiciais indevidas e pode cobrar dinheiro de volta. (Globo)

Editorial: O mal de um anacronismo. (JB)

Aposentadoria - Em prol da ampliação da compulsória. Presidente da Andes acredita que medida visa atender melhor o jurisdicionado. (JC)

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Pressão no trabalho para cumprimento de metas não caracteriza assédio moral. (Jornal Jurid)

Uma nova indústria brasileira - Indústria da indenização na Justiça do Trabalho. (Jornal Jurid)

Plano de assistência para trabalhadores de usinas é obrigatório. (Magister)

Hora extra: atenção a este adicional previsto em lei. (MTE)

Projeto que amplia licença-maternidade é aprovado em comissão da Câmara. (Senado)

Crédito trabalhista tem preferência sobre Fisco. (TRT/MG)

Em caso de falência fraudulenta, execução prossegue na própria JT. (TRT/MG)

Descumprimento de normas de segurança obriga empresa a indenizar. (TRT/RS)

Alteração na CLT proíbe exigência de experiência superior a 6 meses. (TRT/SP)

Paraná: HSBC é condenado por não comunicar acidentes de trabalho. (TST)

Rede Corporativa já integra quase 90% da Justiça do Trabalho. (TST)

Acordo coletivo não pode subtrair direitos assegurados por lei. (TST)

Equiparação salarial não é devida em caso de substituição. (TST)

Concessão de auxílio-creche e auxílio-babá pelo empregador. (Última Instancia)

Equívocos sobre o piso previdenciário. (Valor)

Equiparação salarial - A sétima turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) entendeu que não há necessariamente equiparação salarial quando um empregado substitui o posto de outro que foi demitido. A decisão negou o pedido de uma empregada de uma fábrica de laticínios gaúcha. Contratada em 1998 como auxiliar de fábrica, ela exerceu outras funções até sua demissão em 2002, e ajuizou então reclamação alegando ter sido promovida à função de supervisora de laticínios e acabamento sem receber remuneração equivalente à empregada que a antecedeu na função. O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região considerou não ter sido preenchido um dos requisitos para a equiparação salarial, que é a atuação simultânea dos dois trabalhadores. Segundo o relator do caso no TST, ministro Ives Gandra "não havendo quadro de carreira na empresa, não há obrigação legal de pagamento do mesmo salário para o substituto que sucede o empregado dispensado", concluiu. Nota na integral. (Valor Econômico 17.03.2008 E-1 Legislação & Tributos)

TRIBUTÁRIO.

Do Imposto sobre o Consumo à Guerra Fiscal entre Estados. (APET)

Riscos à natureza: Reforma tributária é retrocesso sob a ótica ambiental. (ConJur)

Nota Fiscal Eletrônica: aumentando os riscos de autuação fiscal. (Correio Forense)

Finanças Públicas - Sem imposto do cheque, carga tributária poderá cair em 2008. (DCI)

Câmara e senado - Reforma tributária e vetos presidenciais na agenda do Congresso. (DCI)

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Tributário - Bancos e financeiras fazem caça a precatórios federais. (DCI)

Mais uma reforma tributária. Para que o modelo seja viável muitos obstáculos têm de ser superados. (Estado)

Tributação - Valor de imóvel no IR provoca dúvidas. Receita não permite atualizar valor há 12 anos. Benfeitoria é permitida. (Estado)

Sindicalismo esperto. (Folha)

Aneel quer que tarifa da CPFL caia 14%; empresa propõe aumento. (Folha)

Receita barra imposto maior para cigarro . Projeto de forte aumento no preço dos maços é defendido pelo Ministério da Saúde como forma de reduzir o consumo. (Folha)

Mato Grosso divide com Justiça receita de tributos. Acordo, de 2003, dava 20% do valor de execuções fiscais convertidas em receita ao TJ. (Folha)

Entrevista// Wilber Kannekens - Redução de peso fiscal é tendência mundial. (Gazeta)

Lanterna do IDH alto, no topo do Imposto de Renda. Alíquota da classe média no Brasil supera à de países desenvolvidos. (Globo)

Criação de novas alíquotas divide opinião de especialistas em tributos. Governo discute adoção de mais faixas de renda no Imposto de Renda. (Globo)

Sacoleiros, na surdina, fazem legalização andar. Projeto já está no Senado e não deve ter resistências. (JB)

Desoneração - Medidas para a a infra-estrutura. Compra ou alguel de máquinas e equipamentos para a construção de portos deverão ficar livres da Cofins e da contribuição ao PIS. (JC)

Saúde sobre déficit histórico. O governo federal ainda não conseguiu solucionar a falta de R$ 4 bilhões no orçamento do Ministério da Saúde referente ao fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). (JC)

Países da América do Sul discutem redução de impostos na telefonia celular. (MC)

CAE pode votar isenção tributária à indústria editorial e livreiros. (Senado)

Tributário - Procuradoria fará perfil da dívida fiscal na capital. Objetivo é priorizar ações de repercussão para o Estado. (Valor)

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ÍNTEGRA DAS NOTÍCIAS

ADMINISTRATIVO

Desoneração - Medidas para a a infra-estrutura. Compra ou alguel de máquinas e equipamentos para a construção de portos deverão ficar livres da Cofins e da contribuição ao PIS.

(Jornal do Commercio 17.03.2008 A-5 Economia)

Lu Aiko OttaDa agência estado

O governo prepara medidas para ampliar a desoneração tributária sobre investimentos em infra-estrutura. Se elas forem implementadas, a compra ou aluguel de máquinas e equipamentos para a construção de portos privativos ficará livre da cobrança da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da contribuição ao Programa de Integração Social (PIS), pois esses empreendimentos serão incluídos no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infra-Estrutura (Reidi). Está em estudo também a possibilidade de o regime abranger um maior número de equipamentos e ser "destravado".

A informação é da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), que nos últimos seis meses trabalhou junto com a área técnica do governo para tentar aperfeiçoar do novo regime. "Boa parte dos nossos pleitos serão ajustados", disse o vice-presidente executivo da entidade, Ralph Lima Terra. Ele espera o anúncio das medidas para os próximos dias.

Lançado em janeiro do ano passado como um dos principais instrumentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para os investimentos privados, o Reidi suspende a cobrança do PIS e da Cofins na compra de máquinas e equipamentos novos, material de construção e serviços relacionados com obras de infra-estrutura. Para ter acesso a esse benefício, porém, o projeto tem de ser inscrito no Reidi, o que depende da aprovação do ministério relacionado.

Aí está o principal nó do programa. A falta de entrosamento entre a Receita Federal e os diversos ministérios, a falta de regulamentação e o excesso de burocracia dificultaram o acesso das empresas. Em um ano e dois meses de existência, o Reidi só conseguiu beneficiar cinco projetos na área de energia: as usinas térmicas de Iacanga, São Martinho e Sykué I, a pequena central elétrica de Bocaiúva e os aproveitamentos hidrelétricos de Caçu e Barra dos Coqueiros.

Transportes. Na área de transportes, porém, o regime não está sequer regulamentado. Por isso, nenhum projeto foi aceito, embora as concessionárias da Fernão Dias e da Régis Bittencourt, por exemplo, tenham levado em conta os benefícios do Reidi para calcular o preço do pedágio. Para a Abdib, foram detectados dez pontos críticos no funcionamento do programa. "A partir do decreto que sairá nos próximos dias, cada ministério terá de cumprir uma série de etapas administrativas", comentou Terra. "Nem todos os problemas serão resolvidos, mas vai melhorar."

Além de admitir a inscrição de portos privados e ser "destravado", o Reidi deverá ter uma modificação de prazos que, na prática, ampliará seu alcance. Hoje, a suspensão de PIS e Cofins vale por cinco anos a partir da inscrição do projeto no Reidi. A idéia é que o prazo passe a contar da aquisição do equipamento. "Como está hoje, uma usina hidrelétrica que leve sete anos para ser construída ficará parcialmente fora", disse o vice-presidente da Abdib. Ele considera essa uma das alterações mais importantes.

O fim da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF) reduziu a arrecadação federal em cerca de R$ 38 bilhões e levou o governo a suspender planos de novas reduções tributárias Nos últimos dias, porém, são vários os sinais que esses planos foram retomados. O governo vai eliminar,

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nesta semana, a taxação de 0,38% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre as exportações, que havia sido adotada para compensar o fim da CPMF Além disso, deverá ser anunciada nos próximos dias a nova política industrial, que conterá outras medidas de corte tributário.

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Transportes - Trem-bala será realidade. Em visita ao Japão, Sérgio Cabral garantiu que empreendimento sairá do papel. Estima-se que o custo do negócio chegue a US$ 9 bilhões. Para

governador, projeto deve ficar pronto em, no máximo, sete anos.(Jornal do Commercio 17.03.2008 A-15 Rio de Janeiro)

DA REDAÇÃO

No quarto dia de sua missão ao Japão em busca de investimentos para o Estado do Rio, o governador Sérgio Cabral viajou de Tóquio a Nagoya no trem de alta velocidade japonês Shinkansen. No embalo de 270 km por hora, Cabral declarou na última sexta-feira, que o carioca pode ter duas certezas: o trem bala entre Rio e São Paulo vai sair do papel, porque foi prometido pelo presidente Lula; o carioca e, por tabela, o paulistano farão boa economia por conta do empreendimento. "Isso, sem contar o fato de que a alta velocidade, a segurança e o conforto permitirão que as pessoas morem e trabalhem relativamente longe", afirmou Cabral.

O governador destacou que os trabalhadores poderão chegar ao trabalho com conforto e sem risco de atraso. Cabral disse que, como ele, o governador de São Paulo, José Serra, está também empenhado na implantação do projeto. Para Cabral, há um atraso de 30 anos na implementação de um trem como esse ligando as duas cidades do Sudeste brasileiro. O custo do negócio é estimado atualmente em US$ 9 bilhões, sem a utilização de recursos dos governos federal, do Estado do Rio ou do de São Paulo.

"Não há uso de recurso público. O modelo prevê que o consórcio vencedor utilize financiamento internacional e nacional privado para a construção e o material rodante". O usuário deverá usufruir do trem bala de seis a sete anos, tempo necessário para a conclusão de todo o processo, incluindo as obras em terreno montanhoso (de difícil operação).

MONTADORA. O governador Sérgio Cabral entregou pessoalmente à direção da Toyota, em Nagoya, uma carta, em que reivindica oficialmente a instalação no Estado do Rio da fábrica que a montadora está para anunciar no Brasil nos próximos meses talvez, ainda em março ou abril. Nela, o governador cita as qualidades logísticas do Rio e a economia fluminense em ótima fase. Ele saiu da reunião otimista e apostando que o estado está na disputa.

"Nós nos colocamos à disposição da Toyota. Todas as condições para a instalação de uma fábrica no Estado do Rio serão oferecidas, nos mesmos moldes das que tiveram a Volks e a Peugeot."

Durante o encontro, Sérgio Cabral lembrou que a economia nacional vive um ótimo momento, sob o comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governador fez questão de fixar aos executivos da montadora que o Rio é grande beneficiário dos investimentos do governo Lula.

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"Estamos numa região que representa 67% do PIB brasileiro. E o Rio, hoje, surfa positivamente na onda do crescimento do Brasil. A previsão é de US$ 51 bilhões em investimentos nos próximos três anos, nos setores de petróleo, energia, siderurgia e turismo", disse.

Sílvio de Carvalho, prefeito de Resende - região onde estão os empreendimentos da Volks e da Peugeot e que pode acolher a nova montadora - participou da reunião com o governador. Juntos, estavam também o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Júlio Bueno; o presidente da Investe-Rio, Maurício Chacur; da Cedae, Wagner Victer; e da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira. Após a reunião, Cabral e a comitiva visitaram a fábrica da Toyota e o pavilhão de exposições da montadora.

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Governo discute engavetar Ferroanel e alterar regras do setor ferroviário (Valor Econômico 17.03.2008 A-2 Brasil)

Daniel Rittner, de Brasília

Sem alarde, o governo deve mudar uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na área de ferrovias e avalia ainda mexer em regras básicas do setor. O assunto tem sido tratado nos bastidores e coloca em lados opostos a Casa Civil e o Ministério dos Transportes. No centro da discussão está o Ferroanel de São Paulo, empreendimento orçado em cerca de R$ 1 bilhão, que, por ora, deverá ser engavetado, embora seja uma das obras do PAC.

O tramo norte do Ferroanel - a construção do tramo sul ainda não está sendo cogitada - é um projeto de 66 quilômetros de extensão, com o objetivo de propiciar melhor convivência entre o transporte de carga e o de passageiros na região metropolitana de São Paulo, facilitando o acesso aos portos de Santos, em São Paulo, e Itaguaí, no Rio de Janeiro.

Segundo cálculos do governo, a obra teria capacidade de tirar das marginais Tietê e Pinheiros, na capital paulista, 300 mil caminhões por ano só com transporte de açúcar. O projeto fica na área de concessão da MRS Logística. Hoje, os trens de carga usam os trilhos da Companhia Paulista de

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Transportes Metropolitanos, a CPTM, em pequenas "janelas" abertas ao longo do dia e, sobretudo, de madrugada, com imensa perda de produtividade.

Encarregado de elaborar estudos de viabilidade e de projeção de aumento da carga transportada com o Ferroanel , o BNDES abriu a polêmica. Pelos números do banco, o projeto se viabilizaria com contrapartida da União em torno de R$ 270 milhões, valor que bancaria gastos com desapropriações, por exemplo. A MRS e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) consideraram "exageradas" as projeções do BNDES sobre o aumento do fluxo de carga. Viam a necessidade de contrapartida pública de até R$ 450 milhões, o que desagradou ao governo, sobretudo à Casa Civil.

Ressurgiu da divergência um projeto alternativo, levantado nos anos 90 pela Rede Ferroviária Federal (RFFSA), para remediar o congestionamento de trens na zona urbana de São Paulo. É apoiado pela MRS, ANTT, governo paulista e parte do governo federal. Trata-se do que o setor ferroviário costuma chamar de "segregação de linhas". Na prática, é uma duplicação dos trilhos atuais, usados principalmente para transporte de passageiros, em duas fases. A primeira entre Suzano e Manoel Feio, e entre Ipiranga e Rio Grande da Serra; a segunda, entre Água Branca e Alumínio - todas linhas da CPTM na região metropolitana de São Paulo.

Em vez de até R$ 1 bilhão, esse "plano B" exige investimentos de cerca de R$ 400 milhões, dispensando ou contando com poucos recursos da União. Um dos principais gastos seria com a construção de um trecho subterrâneo, de três a seis quilômetros, sob a estação da Luz, no centro de São Paulo. Segundo fontes do setor, o governo tucano de Geraldo Alckmin se opunha a esse projeto, mas ele tem apoio do governo José Serra (PSDB).

De acordo com funcionários de Brasília que acompanham de perto as discussões sobre o assunto, o plano de duplicação dos trilhos e a passagem subterrânea pela Luz teriam praticamente o mesmo resultado do Ferroanel, deixando-o como um projeto para mais adiante, 15 ou 20 anos.

A questão é que, uma vez reapresentado o projeto de segregação das linhas da CPTM, começou a ser discutida também a idéia de uma mudança estrutural na regulação do setor ferroviário. A Casa Civil ressalta que não basta garantir maior capacidade de circulação dos trens atravessando São Paulo, mas que isso seja feito com tarifas módicas e com ganhos para as cadeias produtivas que usam ferrovias para transportar mercadorias.

Prevalece, em boa parte do governo e sobretudo no Palácio do Planalto, a visão de que as tarifas de frete ferroviário são altas. Para a Casa Civil, a melhor forma de atacar o problema é mudar a regulamentação do setor na raiz. E aí começaram as divergências com o Ministério dos Transportes e a ANTT, a reguladora do transporte ferroviário.

A Casa Civil se convenceu que o modelo atual não estimula a competição. Hoje, a praxe do setor é o uso do "tráfego mútuo" para que uma operadora entre na malha da outra. A ferrovia é um monopólio natural. Como tal, sua utilização só pode ser feita pela detentora da concessão.

No tráfego mútuo, a operadora A recolhe uma carga em sua malha. Se precisa entregá-la fora de sua área de concessão, ela transfere essa carga para a operadora B no momento em que atinge a "fronteira" da malha. Em vários casos, pode seguir adiante sem a transferência, mas isso depende de um acordo comercial entre as operadoras. No fim das contas, porém, preserva-se o direito de exclusividade no transporte e as duas concessionárias são mais bem remuneradas no processo.

A alternativa ao tráfego mútuo é o "direito de passagem", em que os trens de uma operadora podem entrar nos trilhos da outra, pagando apenas pela depreciação das vias por onde passam. Se aplicado no Brasil, o modelo permitiria livre acesso das concessionárias a Santos ou a regiões de forte atividade agrícola, como o Mato Grosso.

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Pelos contratos de concessão assinados com a transferência da malha da antiga RFFSA para a iniciativa privada, a partir de 1996, o tráfego mútuo é a regra geral e o direito de passagem só pode ser praticado na "impossibilidade" de que uma concessionária possa atender à demanda da outra. Além disso, o modelo em vigência tem o amparo de um decreto presidencial firmado na década passada, às vésperas dos leilões de concessão.

Especialistas reconhecem que a mudança pode gerar um choque de competição no curto prazo, com queda das tarifas de frete, mas fazem uma ressalva. Com remuneração mais baixa, as concessionárias podem diminuir investimentos, porque as melhorias em seus trilhos servirá para outras operadoras.

Esse modelo - de acesso livre - seria uma réplica das regras que vigoram hoje no Reino Unido, mas com uma diferença importante. Na rede britânica, é o governo quem faz a conservação e manutenção das vias, bem como o controle de tráfego, mais ou menos à semelhança da Infraero. As concessionárias apenas operam os trens, assim como empresas aéreas usam aeroportos públicos.

A Casa Civil acha possível mexer na regulamentação do setor com publicação de novo decreto e a "repactuação" dos contratos, sem desrespeitá-los. Para o Ministério dos Transportes, isso é impossível: significa quebra de compromisso e as concessionárias obteriam vitórias na Justiça contestando as mudanças. Diante da absoluta falta de consenso, admitem as fontes, o mais provável é que tudo fique do jeito como está, sem choques.

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Cesp vai a leilão em meio a incertezas. Há pendências trabalhistas, passivos ambientais e risco na renovação das concessões das duas usinas mais importantes

(Folha de São Paulo 17.03.2008 B-8 Dinheiro)

Com potencial de mudar a concorrência no setor elétrico, interessados fazem lobby pesado para baixar preço da empresa no leilão

TONI SCIARRETTADA REPORTAGEM LOCAL

A Cesp (Companhia Energética de São Paulo) vai a leilão no dia 26 com um preço-mínimo de R$ 6,6 bilhões mesmo em meio a pendências trabalhistas pesadas, passivos ambientais ainda desconhecidos e incertezas quanto à renovação das concessões de duas de suas usinas mais importantes -Jupiá e Ilha Solteira, que somam mais de 60% do parque gerador.Apesar das dúvidas, o leilão tende a levantar um preço considerado elevado pelos participantes -acima inclusive das avaliações feitas pelos bancos contratados, que teriam indicado um valor 10% menor.O motivo é que a Cesp representa uma oportunidade única para os maiores "players" do setor ganharem escala num mercado estratégico, com preços ascendentes e no coração econômico do país. Para o Estado, a venda possibilita sair de um setor arriscado, que trouxe prejuízos aos cofres públicos, e de fazer caixa para investimentos em infra-estrutura de transporte, habitação e saúde.Os interessados fazem lobby pesado para baixar o valor da Cesp, inclusive negociando a formação de um único consórcio ou até fazendo um acordo para ninguém aparecer no dia do leilão. Para a corretora Ativa, dificilmente o leilão encalhará porque nenhum interessado se apresentou. A corretora, no entanto, acredita que a Cesp pode sair sem ágio ou com valor próximo do mínimo.

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Na visão do mercado, as pendências trabalhistas e as obrigações da Cesp com o fundo de pensão dos funcionários já são conhecidas -os novos donos da Cesp terão de manter o plano de previdência compatível com as regras atuais.Os passivos ambientais, porém, podem no futuro se tornar maiores devido ao aperto na política do Ibama e a demandas judiciais das cidades prejudicadas pelas inundações. A prefeitura de Anaurilândia (MS), por exemplo, reivindica o reconhecimento de que 35% de seu território foi inundado pela represa da usina de Porto Primavera.Por outro lado, as empresas do setor elétrico têm experiência em avaliar esse riscos e negociar com os ambientalistas.

Limbo regulatórioCom usinas hidrelétricas antigas, construídas nos anos 60 e 70, época da ditadura militar, as concessões da Cesp que vencem em 2015 entraram em uma espécie de "limbo regulatório", que não gozou do benefício de ter os prazos das licenças zerados após a privatização.De acordo com a lei das concessões, de 1995, as licenças de hidrelétricas têm duração de 35 anos, renováveis por mais 20, apenas uma vez. Se não houver nada mais específico expresso no contrato de concessão, os 35 anos começam a contar da data de início de operação da usina.Há dúvidas jurídicas se a lei retrocederia para as usinas de Jupiá e de Ilha Solteira, que entraram em operação em abril de 1969 e julho de 1973, respectivamente, e já tiveram suas concessões renovadas.A renovação da concessão é uma decisão do governo federal. A Aneel faz a análise técnica do pedido e envia sua sugestão ao Ministério de Minas e Energia, que toma a decisão política.Para pedir a renovação, o concessionário deve, em um prazo de até 36 meses, encaminhar o pedido à Aneel. A agência reguladora analisa a situação e leva em consideração, principalmente, dois aspectos: 1) se o investimento feito pelo empreendedor já está amortizado (ou seja, se a usina já se pagou) e 2) se as tarifas cobradas pela energia vendida são consideradas módicas. Depois, a Aneel envia parecer ao Ministério de Minas e Energia.No mercado, a possibilidade das usinas não terem suas concessões renovadas é vista hoje como pequena. Isso porque, além da Cesp, a Cemig e a Eletrobrás terão o mesmo problema de renovação em 2015."A Cesp se encaixa como uma luva na nossa operação. Mas o risco [de não renovação] é importante e a decisão é muito difícil para ser tomada nesse prazo", disse Manoel Zaroni Torres, presidente-executivo da Tractebel.Quando os investimentos feitos em uma usina não estão amortizados, o Estado é obrigado a ressarcir o seu dono caso não opte pela renovação da concessão. No caso da usina de Porto Primavera, um cálculo inicial da Aneel indicava a necessidade de indenização de R$ 12 bilhões. O fato de o novo dono da Cesp pagar R$ 6,6 bilhões pela empresa e poder levar, meses depois, uma indenização de R$ 12 bilhões foi alegado pelo Sindicato dos Engenheiros de São Paulo para contestar o preço mínimo.

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Planalto estende concessão de usina da Cesp. Hidrelétrica de Porto Primavera terá prorrogação por mais 20 anos, o que ajuda governo de SP a obter preço maior em privatização

(Folha de São Paulo 15.03.2008 B-19 Dinheiro)

Ministro diz que ainda busca saída jurídica para renovar concessões de Jupiá e Ilha Solteira até a data do leilão da Cesp, no dia 26

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo decidiu prorrogar por mais 20 anos a concessão da usina hidrelétrica de Porto Primavera, da Cesp (Companhia Energética de São Paulo). A concessão venceria no final de maio. Sua renovação já havia sido pedida pela empresa e obtido parecer favorável da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). A decisão, tomada pelo Ministério de Minas e Energia, deverá ser formalizada na próxima semana. Além de anunciar a renovação da concessão de Porto Primavera (1.540 megawatts), o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) disse que o governo federal tentará dar um jeito de contornar o impedimento legal para prorrogar as concessões de outras duas hidrelétricas da Cesp: Jupiá (1.551 MW) e Ilha Solteira (3.444 MW, a maior usina da estatal paulista). "Os nossos advogados estão examinando se a lei tem alguma brecha que possibilite mais uma renovação. O governo federal tem boa vontade com o governo do Estado de São Paulo", disse o ministro Edison Lobão (Minas e Energia). De acordo com a legislação do setor, as concessões só podem ser prorrogadas uma vez, por período de 20 anos. No caso das usinas de Jupiá e Ilha Solteira, já houve a prorrogação e, a princípio, a legislação não permite outra. "Tudo o quanto for possível fazer nós faremos. Se do ponto de vista legal isso for possível", disse o ministro. A prorrogação da concessão das usinas é questão crucial para o sucesso do leilão de privatização da Cesp, marcado para o dia 26. Sem Jupiá e Ilha Solteira, a Cesp perde 67% de sua capacidade de geração. Isso tem reflexo direto no valor do ágio que os interessados pela estatal estariam dispostos a pagar. Anteontem, Serra esteve com o presidente Lula e pediu a a extensão do prazo de concessão de usinas que pertencem à Cesp. Ontem, o ministro Lobão disse que dará uma resposta em relação a Jupiá e Ilha Solteira até a data do leilão. Em Araraquara (SP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou a decisão do governo sobre Porto Primavera. "O governador José Serra [PSDB-SP] esteve conversando comigo ontem [anteontem]. Ele pediu apenas que a gente providenciasse a renovação da [usina] de Porto Primavera, e isso já está pronto. O resto o Ministério de Minas e Energia vai estudar." A Cesp vai a leilão pelo preço mínimo de R$ 6,6 bilhões.

Ações da estatal voltam a subir na Bovespa DA REPORTAGEM LOCAL

Em queda desde o início da semana, as ações da Cesp voltaram a reagir ontem com a sinalização do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, de que o governo federal busca uma forma de alterar a regra que impede a renovação das concessões das licenças das hidrelétricas da empresa, que vencem em 2015. No mesmo ano, também enfrentarão o problema de renovação de concessão usinas da Cemig e da Eletrobrás.Os papéis PNB da geradora paulista tiveram alta de 1,15% e voltaram a R$ 44 cada um -no leilão de privatização, marcado para o dia 26, serão vendidos ao preço mínimo de R$ 49,75. Na semana, essas ações amargaram perdas de 7,27% com a expectativa de apetite menor pelo leilão e até da desistência dos participantes.Ontem, a Bovespa pré-qualificou todos os cincos interessados que entregaram documentos até a última segunda-feira para participar da privatização.Na disputa pela geradora estão a franco-belga Suez/Tractebel, dona da antiga Gerasul, e a CPFL, distribuidora de eletricidade no interior de São Paulo. Também foram pré-qualificadas a

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Neoenergia/Iberdrola, a portuguesa EDP e a americana Alcoa, maior produtora de alumínio do mundo, que negociam a adesão em um dos consórcios.(TONI SCIARRETTA)

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Câmara - Projeto libera presídios para parcerias privadas(DCI 17.03.2008 A-6 Política)

O Projeto de Lei 2.617/07, do deputado Zenaldo Coutinho (PSDB-PA), em tramitação na Câmara, autoriza a construção e a gestão de estabelecimentos prisionais especificamente dedicados ao trabalho obrigatório do condenado na forma de parcerias público-privadas (PPPs).

Esses estabelecimentos prisionais deverão manter cursos de formação para a adaptação plena do condenado às atividades de trabalho neles desenvolvidas. Conforme o projeto, o trabalho externo dos presos poderá ser desempenhado em serviços ou obras públicas contratadas pelo sistema de PPP.

O projeto também acrescenta à lei das PPPs (11.079/04) a obrigação de fiscalizar a formação e o desempenho profissional do condenado, bem como a produtividade dos estabelecimentos prisionais agrícolas e industriais.

Zenaldo Coutinho afirma que é necessário dar um choque de gestão para reerguer o sistema penitenciário brasileiro, sem prejuízo da ressocialização do condenado. Ele afirma que o objetivo do seu projeto é a construção de novos presídios em que haja trabalho educativo e produtivo, com elevado retorno social.

O projeto revoga o limite de presos empregados em obras públicas, bem como dispensa o consentimento expresso do preso para a prestação de trabalho a entidades privadas. Segundo o deputado, a prestação do trabalho - ainda que para uma entidade privada - se dará no interesse público, porque decorrente de contratação em parceria público-privada.

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Projeto de lei inclui presídios em parcerias público-privadas(Última Instância – 16.03.2008)

Agência Câmara O Projeto de Lei 2617/07, do deputado Zenaldo Coutinho (PSDB-PA), autoriza a construção e a gestão de estabelecimentos prisionais especificamente dedicados ao trabalho obrigatório do condenado na forma de PPPs (parcerias público-privadas).

Esses estabelecimentos prisionais deverão manter cursos de formação para a adaptação plena do condenado às atividades de trabalho neles desenvolvidas.

Conforme o projeto, o trabalho externo dos presos poderá ser desempenhado em serviços ou obras públicas contratadas pelo sistema de PPP. O projeto também acrescenta à lei das PPPs (11.079/04) a obrigação de fiscalizar a formação e o desempenho profissional do condenado, bem como a produtividade dos estabelecimentos prisionais agrícolas e industriais.

Zenaldo Coutinho afirma que é necessário dar um choque de gestão para reerguer o sistema penitenciário brasileiro, sem prejuízo da ressocialização do condenado. Ele afirma que o objetivo do seu projeto é a construção de novos presídios em que haja trabalho educativo e produtivo, com elevado retorno social.

O projeto revoga o limite de presos empregados em obras públicas, bem como dispensa o consentimento expresso do preso para a prestação de trabalho a entidades privadas. Segundo o deputado, a prestação do trabalho —ainda que para uma entidade privada— se dará no interesse público, porque decorrente de contratação em parceria público-privada.

O projeto tramita em conjunto com o PL 704/95, do deputado Ricardo Izar (PTB-SP), que tem teor semelhante. Ambos serão analisados pelas comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois, seguem para o plenário.

http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/48526.shtml

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ADVOGADOS

Congresso Nacional - Na pauta, a advocacia. Levantamento realizado pelo Conselho Federal da OAB indica a existência de 58 projetos de lei que modificam o Estatuto da Advocacia. A maioria

das propostas são vistas como positivas pela Ordem.(Jornal do Commercio 17.03.2008 B-8 Direito & Justiça)

GISELLE SOUZADO JORNAL DO COMMERCIO

Levantamento da Comissão Nacional de Legislação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) revela a existência de 58 projetos de lei em tramitação no Congresso que visam a alterar o estatuto da profissão (Lei nº 8.906, de 1994). A maioria de forma positiva. Pelo menos 30 proposições obtiveram parecer favorável dos conselheiros federais e, por isso, recebem atenção especial da Comissão de Acompanhamento Legislativo da entidade. Nesse sentido, os trabalhos do departamento em torno da aprovação, ainda neste ano, estarão voltados para três propostas: a que torna crime a

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violação das prerrogativas da classe, define os critérios para a fixação dos honorários e estabelece a inviolabilidade dos escritórios.

Em relação à violação das prerrogativas dos advogados, o levantamento da Ordem destaca três projetos: os de número 5.282/2005, 5.083/2005 e 5.762/2005. Todos estabelecem a pena de detenção de seis meses a dois anos para quem violar os direitos da advocacia, sem prejuízo a pena correspondente nos casos em houver violência. Na última quarta-feira, a Comissão de Constituição e Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou, com unanimidade, a proposição nº 5.762, que prevê ainda a ampliação da pena de um sexto até a metade se a violação resultar em prejuízo aos interesses patrocinados pelo advogado. A proposta, agora, será votada pelo plenário da Casa.

No que se referem aos honorários advocatícios, os projetos de lei visam desde a fixação da obrigatoriedade de se pagar os profissionais que atuam como dativos até a prescrição de uma eventual ação de cobrança da remuneração a ser promovida pelo advogado contra o cliente. Duas proposições, no entanto, têm atenção redobrada da OAB: são os projetos de número 175/2004, de autoria do Senado; e 3376/2004, da Câmara. Ambos modificam o Estatuto da Advocacia para estabelecer a natureza alimentar dos honorários.

Segundo o advogado Marcus Vinícius Furtado Coelho, presidente de ambas as comissões, outros projetos que tratam dos honorários também contam com parecer favorável da Ordem. Entre eles, destaca-se o que estabelece um limite a ser aplicado nas causas contra a Fazenda Pública. O projeto fixa teto mínimo de 5% e máximo de 10% do valor da causa. "Hoje não há um patamar, o que não é adequado. A fixação (do valor a ser pago) fica a critério do juiz", afirmou.

Outro problema que a entidade visa a sanar diz respeito à compensação desses créditos. De acordo com ele, os magistrados acabam sempre por excluir o pagamento das causas providas em parte.

Marcus Vinícius explicou que a iniciativa de regulamentar essas duas situações partiu da própria OAB. De acordo com ele, quando verificada a necessidade de se normatizar determinado tema ou setor, a Ordem acaba por estudar e elaborar um projeto de lei. O texto é encaminhado ao Congresso por meio da Frente Parlamentar da Advocacia. No mais, a Comissão Nacional de Assuntos Legislativos pesquisa as propostas apresentadas por todos os parlamentares, elabora pareceres sobre elas - que são submetidos à aprovação dos conselheiros federais - e encampa as propostas de interesse da entidade. Foi o que ocorreu com o projeto de Lei 5245/2005, de autoria do deputado Michel Temer (PMDB-SP).

A proposição dispõe sobre o direito à inviolabilidade do local de trabalho do advogado, assim como da sua correspondência escrita, eletrônica e telefônica, desde que relativas ao exercício da advocacia. "São corriqueiros os procedimentos de busca e apreensão aos escritórios de advocacia. E por vezes se confunde os advogados com bandidos. A Constituição, no artigo 133, considera o advogado inviolável no exercício de sua profissão", disse Marcus Vinícius, comentando que o projeto visa a garantir o sigilo previsto em lei da relação do advogado com o cliente. Essa proposição foi aprovada na Câmara e agora tramita no Senado. Um pedido de vistas da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) adiou a votação. "Mas ela nos assegurou que irá apresentar a proposta na próxima quarta-feira sem nenhuma alteração", acrescentou o advogado.

EXAME. Embora a maior parte das propostas em curso no Congresso seja considerada positiva, há algumas que têm a aversão da entidade. É o caso do Projeto de Lei 186/2006, do Senador Gilvam Borges (PMDB-AP). A proposição visa a abolir o Exame de Ordem, necessário à inscrição como advogado na OAB. Na última quinta-feira a entidade participou de audiência pública sobre a proposição, realizada na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado. Na ocasião, representantes da entidade criticaram o texto.

"No Brasil há 4 milhões de bacharéis. No mundo todo, temos 2 milhões de advogados. Se acabarmos com o Exame de Ordem, passaremos a ter duas vezes mais advogados do que todo o mundo", argumentou Marcus Vinícius, explicando por que a entidade é contra a aprovação da proposta.

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PROJETOS. Na avaliação de Marcus Vinícius, a proposição de tantos projetos, sejam positivos ou negativos, não indica que a advocacia esteja ameaçada. "Em todas as profissões há projetos que tendem a promover alguma alteração. Na advocacia, existem que agem por oportunismo. Alguns projetos visam justamente evitar esses ataques oportunistas", afirmou.

Não são somente os projetos que alteram o Estatuto da Advocacia que detêm a atenção da entidade. O vice-presidente da OAB, Vladimir Rossi Lourenço, destacou que a Ordem também está atenta às propostas que tratam de questões relacionadas à cidadania. Nesse sentido, a Comissão Nacional de Legislação também elabora projetos de lei, a serem encaminhados para o Congresso.

"Estamos atentos a qualquer tipo de situação que diga respeito à advocacia e à cidadania. Como temos inúmeras comissões, detectamos a necessidade de regular alguma questão", disse.

Alguns dos projetos em tramitação e a posição da OAB

Projeto de Lei 291/2003 - Restringe a comunicação de presos que integrem organização criminosa, possibilitando a gravação das visitas de cônjuge, familiar ou advogado, dependendo de autorização do juiz competente, dando ciência ao Ministério Público.

Posição da OAB - A medida de gravação das visitas de cônjuge, familiar e até mesmo de advogado viola agressivamente os direitos constitucionais dos cidadãos e prerrogativas profissionais, além de ferir os princípios que regem o Estado Democrático de Direito.

Projeto de Lei -6470/2006 - Autoriza o Bacharel em Direito inscrever-se como advogado, após a comprovação de dois anos estágio em órgãos públicos, em substituição ao Exame da Ordem.

Posição da OAB - Mencionado Projeto de Lei fere o artigo 8° do Estatuto dos Advogados do Brasil em que regulamenta a aprovação no exame de ordem para a inscrição de advogado, uma vez que tal exame é um instrumento de defesa da cidadania brasileira, que precisa de advogados qualificados e competentes para defendê-la.

Projeto de Lei do Senado 117/2003 - Obriga os advogados a identificar os honorários dos clientes que foram indiciados por crimes relacionados ao tráfico de entorpecentes.

Posição da OAB - O projeto não possui eficácia, uma vez que a obrigação do advogado de identificar os honorários percebidos de indiciados em crimes relacionados ao tráfico de entorpecentes ou organizações criminosas fere a autonomia do mesmo, pois identificar os honorários percebidos seria incluir como crime a atividade profissional. Dessa forma, a percepção de honorários advocatícios é um direito assegurado a todo advogado pelo exercício de suas atividades profissionais na defesa de qualquer cidadão, seja por ele cometido crime ou não.

Projeto de Lei 1011/2007 - Vedar o exercício da advocacia por juízes e membros do Ministério Público, cuja conduta for considerada, em processo administrativo, civil ou criminal, negligente no cumprimento dos deveres do cargo. Posição da OAB - O projeto conflita com o pré-requisito estabelecido constitucionalmente para o exercício da advocacia, inserto no artigo 133 da Carta Magna, qual seja, a independência no desempenho de suas funções, bem como com a própria natureza da função de advogado. O mais simples servidor de Cargo ou função no Ministério público pode exercer perigoso tráfico de influência na tramitação e resultado de processos judiciais, tendo em vista o convívio com juizes, promotores e auxiliares da justiça. O exercício da advocacia, nessas circunstâncias, representa enorme risco à dignidade e à independência da profissão.

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Informe da OAB-SP. OAB-SP firma protocolo de colaboração com a Alesp(Jornal do Commercio 17.03.2008 B-9 Direito & Justiça)

Em evento, realizado na última quinta-feira, no Palácio Anchieta, a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) assinou protocolo de colaboração com diversas entidades de classe que atuarão como ponte entre o Parlamento e a sociedade paulistas. Com a OAB-SP, o protocolo foi assinado entre o presidente da entidade dos advogados, Luiz Flávio Borges D"Urso; o presidente da Comissão de Acompanhamento Legislativo da OAB-SP, Gabriel Marciano Júnior; e o presidente da Alesp, deputado Vaz de Lima, e tem como escopo a colaboração da advocacia na Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa (CCJ) na avaliação jurídica de proposições que tramitem na Casa.

D"Urso avalia que esse protocolo de colaboração melhora e aperfeiçoa o relacionamento entre a Comissão de Acompanhamento Legislativo da OAB-SP e ALESP, tendo como foco a cooperação para o trabalho realizado na CCJ. "Prima por trazer a experiência sobre o cuidado e o zelo com o trâmite jurídico dos projetos, auxiliando a CCJ no sentido de fazer, inclusive, avaliação da constitucionalidade dessas propostas. É interesse da advocacia, mas acima de tudo é interesse da sociedade porque propicia condições de melhorias na qualidade das leis que são produzidas nesta Casa legislativa", destaca o presidente da OAB-SP.

Para D"Urso, a importância de um relacionamento mais estreito se justifica porque na ALESP são votadas as regras que regem todos os cidadãos de São Paulo. "Portanto, é muito importante que esses projetos sejam bem trabalhados pelos deputados, que contarão com o apoio da Ordem no que diz respeito aos aspectos jurídicos desses textos. Depois de votados, se transformam em leis obrigando a todos à sua obediência e não podem incorrer em erros".

O deputado Vaz de Lima destaca a importância do evento, mas ressalta que OAB-SP "está dentro da Casa, independentemente do protocolo assinado. A OAB nunca se furtou em estar presente nos grandes debates da Assembléia Legislativa. Evidentemente quando se assina um protocolo com Ordem dá mais peso político e mais respaldo para a Casa". Vaz de Lima destaca que o aperfeiçoamento do processo legislativo, com a contribuição e com a troca de informações técnicas e sobre tecnologias com diversas entidades, é uma busca incessante da Assembléia Legislativa.

"A única forma que temos de prestar bem o nosso papel é cumprindo-o bem. Somos eleitos, mas é preciso estar em constante contato com a sociedade. Como não se consegue fazer isso com os 25 milhões de eleitores do estado, a melhor maneira é fazer por meio das entidades da sociedade organizada, como a OAB-SP, que representam segmentos importantes da sociedade e que vão interagir com a Casa, seja na feitura dos projetos, no trâmite de CPI, nas frentes parlamentares e outras demandas que ocorrem nas audiências públicas. Enfim, cada uma dará a sua contribuição nas suas áreas específicas e isso para o bem da população", analisa Vaz de Lima.

Sobre como as entidades da sociedade civil atuarão na prática, Vaz de Lima explica que no sistema legislativo o processo tramita por diversas comissões parlamentares e que, muitas vezes, são realizadas audiências públicas para debater propostas, sobretudo as de grande repercussão e que são momentos importantes de participação de toda a sociedade através dos seus organismos representativos. "São oportunidades para se aprimorar projetos e evitar equívocos", enfatiza.

Como exemplo, Vaz de Lima relata que a Alesp precisou votar uma lei para repristinar uma lei que tinha sido revogada por engano. "No ano retrasado, um projeto de lei revogou uma série de leis e, por um

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lapso, uma delas, importantíssima para a sociedade, acabou sendo revogada também. Provavelmente, se a OAB-SP tivesse acompanhando esse projeto, não teríamos cometido o equívoco e não teríamos a necessidade de fazer um novo projeto para restituir uma lei que era muito boa, estava em vigor, e por um descuido fora revogada".

Gabriel Marciano Júnior analisa que, na realidade, esse protocolo consolida o que de fato a Alesp vem há tempos proporcionando à Comissão de Acompanhamento Legislativo da OAB-SP.

Insegurança jurídica em debate

Com o objetivo de apresentar diretrizes essenciais para abertura, desenvolvimento e continuidade de negócios e abordando aspectos mercadológicos e legais e voltado a empresários, profissionais liberais, advogados, administradores e contadores, a OAB-SP e a Fundação Getúlio Vargas promovem o seminário "Riscos e Oportunidades de Empreender no Brasil", que terá entre seus palestrantes o presidente da Seccional Paulista da Ordem, Luiz Flávio Borges D´Urso, de Ives Gandra Martins e do ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel. O evento será no auditório da Fundação Getúlio Vargas (Avenida 9 de Julho, 2029, São Paulo), nos dias 24 e 25, das 9h às 18h.

No primeiro dia de evento, o jornalista Carlos Sardenberg discorrerá sobre "Cenários Econômico e Mercadológico", tratando de "Cenário brasileiro e globalização" e "Impacto da crise norte-americana nas economias emergentes" e "Perspectivas de longo prazo - Brasil em 2015".

Fechando o primeiro dia do evento, José Luiz Tejon, professor de pós-graduação da Fundação Getulio Vargas, dirige o núcleo de agronegócios da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo, falará sobre "Questões Mercadológicas", tratando de "Importância da análise e prospecção de mercado", "Necessidade de planejamento estratégico e plano de negócio", "Evolução recente dos negócios no Brasil" e "Os entraves para o desenvolvimento de negócios no país".

No dia 25, a programação do seminário começa com Tales Andreassi, doutor em Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, master in Science and Technology Policy Studies da University of Sussex, falando sobre "Gestão Empresarial", discutindo os temas "Empreendedorismo e gestão empresarial"; "A gestão profissional"; "Áreas funcionais da empresa" e "Acesso às novas tecnologias", com debate sobre "Fatores de sucesso e insucesso do empreendimento". Em seguida, Mauro Rodrigues Cunha, vice-presidente do conselho de administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), falará sobre "Acesso às fontes de financiamento e mecanismos de incentivo".

Finalizando o evento, o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D"Urso, Ives Gandra Martins, professor emérito das Universidades Mackenzie, UNIFMU, UNIFIEO, UNIP e das Escolas de Comando e Estado Maior do Exército-ECEME e Superior de Guerra-ESG, Presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomércio e do Centro de Extensão Universitária - CEU; e Everardo Maciel, consultor tributário, ex-Secretário da Receita Federal, discutirão "Insegurança Jurídica".

Marcelo Magalhães Peixoto, Pedro Anan Jr, William Eid e Walter Cardoso Henrique, presidente da Comissão de Assuntos Tributários da OAB SP, serão os moderadores nos debates.

Rigor contra abuso de idosos

A Comissão de Direito do Idoso da OAB-SP vai acompanhar o caso de agressão contra um aposentado de 93 anos na cidade de Bilac, a 537 quilômetros da capital, que sofreu por parte de duas acompanhantes todo tipo de agressão, como tapas, chutes, puxões de orelha e de cabelo, estrangulamento e jatos de água no rosto. " Por episódios como este que a OAB SP decidiu criar a Comissão que, além de estudar a legislação e aspectos jurídicos dessa relação, vem desencadeando campanhas de respeito ao idoso", explica o presidente da OAB SP, Luiz Flávio Borges D´Urso.

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Segundo Maria Elisa Munhol, presidente da Comissão do Idoso da OAB SP, outra preocupação da comissão vem sendo o recebimento e a apuração de denúncias de maus-tratos em casas de repouso e asilos, públicos e privados. "A Comissão visita a instituição para acompanhar e verificar as denúncias no sentido de preservar a dignidade e integidade física e menstal dos idosos", diz Munhol.

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Justiça - Qualificação para advocacia (Jornal do Brasil 15.03.2008 A-9 Opinião)

Artigo - Dalmo Dallari

No capítulo que trata das Funções Essenciais à Justiça, diz a Constituição, no artigo 133, que "o advogado é indispensável à administração da Justiça".

Como fica evidente, a advocacia é reconhecida como atividade de grande relevância social e por esse motivo foi expressamente referida no texto constitucional, ligada à busca de concretização de um dos valores fundamentais da pessoa humana, que é a Justiça. Isso, obviamente, demonstra o prestígio da profissão de advogado, mas ao mesmo tempo realça a responsabilidade social dos que optam por essa atividade pofissional. Além do compromisso ético de contribuir para a realização da Justiça, jamais devendo valer-se da profissão para favorecer ou estimular injustiças, é indispensável que o advogado tenha um bom preparo, para não prejudicar os valores éticos e os bens jurídicos de quem estiver na dependência de seu bom desempenho profissional.

Por todos esses motivos, há muito tempo foi introduzida no Brasil, tornando-se uma exigência legal, a realização do exame de ordem, por meio do qual a Ordem dos Advogados do Brasil procede à verificação dos conhecimentos básicos e do preparo para aplicá-los na prática, dos que se candidatam ao exercício da profissão de advogado, sendo impedidos de exercê-la os que não obtiverem aprovação nesse exame. Uma exigência legal prévia para o exercício da advocacia é a conclusão de um curso de Direito, de nível superior, com a obtenção do grau de bacharel. Isso, entretanto, não é suficiente para autorizar o exercício da profissão de advogado, sendo indispensável a aprovação posterior em exame promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil, o exame de ordem.

Um fato que vem causando espanto nos últimos tempos é a porcentagem muito elevada de portadores do diploma de bacharel em direito que são reprovados no exame de ordem e, portanto, impedidos de ingressar na profissão. Obviamente, a reprovação é motivo de grande decepção para os candidatos, pois acreditavam estarem preparados para o ingresso na advocacia. Mas, a par disso, o alto índice de reprovações tem sido objeto de preocupação da própria OAB, pois é sinal de que o preparo ministrado em muitos cursos jurídicos é deficiente. Observe-se, aliás, que o aumento vertiginoso do número de reprovados em exames de ordem coincide com o rápido aumento do número de escolas de direito privadas.

Pelos prejuízos individuais e sociais que isso implica, está havendo uma reação oportuna da Ordem dos Advogados e do Ministério da Educação, que, atuando juntos, vêm procurando obter mais informações sobre os cursos jurídicos e a qualidade do ensino ministrado. A par disso, é também muito positiva outra iniciativa do Ministério da Educação, que vem criando dispositivos de controle das escolas de nível

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superior, inclusive de direito, no sentido de identificar as instituições que são meras vendedoras de diplomas, preocupadas apenas com os resultados econômicos, sem qualquer cuidado com a qualidade do ensino. Por tudo isso, é espantoso e deve despertar uma forte reação dos advogados a pretensão, já expressada em projetos de lei, de eliminar o exame de ordem, permitindo que portadores de diploma, sem terem o preparo mínimo necessário, ingressem na profissão de advogado. Não é apenas a dignidade da profissão que está sendo agredida, pois a existência de advogados sem a qualificação indispensável em termos de responsabilidade ética, de conhecimentos teóricos, de preparo técnico e de desenvolvimento psicológico será tremendamente prejudicial à busca de realização da Justiça e porá em risco os valores e bens fundamentais de todo o povo.

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OAB aponta existência de 58 projetos em tramitação no Congresso visando alterações no Estatuto da Advocacia

(OAB/RJ – 17.03.2008)

Levantamento da Comissão Nacional de Legislação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) revela a existência de 58 projetos de lei em tramitação no Congresso que visam a alterar o estatuto da profissão (Lei nº 8.906, de 1994). A maioria de forma positiva. Pelo menos 30 proposições obtiveram parecer favorável dos conselheiros federais e, por isso, recebem atenção especial da Comissão de Acompanhamento Legislativo da entidade. Nesse sentido, os trabalhos do departamento em torno da aprovação, ainda neste ano, estarão voltados para três propostas: a que torna crime a violação das prerrogativas da classe, define os critérios para a fixação dos honorários e estabelece a inviolabilidade dos escritórios.

Em relação à violação das prerrogativas dos advogados, o levantamento da Ordem destaca três projetos: os de número 5.282/2005, 5.083/2005 e 5.762/2005. Todos estabelecem a pena de detenção de seis meses a dois anos para quem violar os direitos da advocacia, sem prejuízo a pena correspondente nos casos em houver violência. Na última quarta-feira, a Comissão de Constituição e Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou, com unanimidade, a proposição nº 5.762, que prevê ainda a ampliação da pena de um sexto até a metade se a violação resultar em prejuízo aos interesses patrocinados pelo advogado. A proposta, agora, será votada pelo plenário da Casa.

No que se referem aos honorários advocatícios, os projetos de lei visam desde a fixação da obrigatoriedade de se pagar os profissionais que atuam como dativos até a prescrição de uma eventual ação de cobrança da remuneração a ser promovida pelo advogado contra o cliente. Duas proposições, no entanto, têm atenção redobrada da OAB: são os projetos de número 175/2004, de autoria do Senado; e 3376/2004, da Câmara. Ambos modificam o Estatuto da Advocacia para estabelecer a natureza alimentar dos honorários.

Segundo o advogado Marcus Vinícius Furtado Coelho, presidente de ambas as comissões, outros projetos que tratam dos honorários também contam com parecer favorável da Ordem. Entre eles, destaca-se o que estabelece um limite a ser aplicado nas causas contra a Fazenda Pública. "O projeto fixa teto mínimo de 5% e máximo de 10% do valor da causa. Hoje não há um patamar, o que não é adequado. A fixação (do valor a ser pago) fica a critério do juiz", afirmou.

Outro problema que a entidade visa a sanar diz respeito à compensação desses créditos. De acordo com ele, os magistrados acabam sempre por excluir o pagamento das causas providas em parte.

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Marcus Vinícius explicou que a iniciativa de regulamentar essas duas situações partiu da própria OAB. De acordo com ele, quando verificada a necessidade de se normatizar determinado tema ou setor, a Ordem acaba por estudar e elaborar um projeto de lei. O texto é encaminhado ao Congresso por meio da Frente Parlamentar da Advocacia. No mais, a Comissão Nacional de Assuntos Legislativos pesquisa as propostas apresentadas por todos os parlamentares, elabora pareceres sobre elas - que são submetidos à aprovação dos conselheiros federais - e encampa as propostas de interesse da entidade. Foi o que ocorreu com o projeto de Lei 5245/2005, de autoria do deputado Michel Temer (PMDB-SP).

"A proposição dispõe sobre o direito à inviolabilidade do local de trabalho do advogado, assim como da sua correspondência escrita, eletrônica e telefônica, desde que relativas ao exercício da advocacia. São corriqueiros os procedimentos de busca e apreensão aos escritórios de advocacia. E por vezes se confunde os advogados com bandidos. A Constituição, no artigo 133, considera o advogado inviolável no exercício de sua profissão", disse Marcus Vinícius, comentando que o projeto visa a garantir o sigilo previsto em lei da relação do advogado com o cliente. Essa proposição foi aprovada na Câmara e agora tramita no Senado. Um pedido de vistas da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) adiou a votação. "Mas ela nos assegurou que irá apresentar a proposta na próxima quarta-feira sem nenhuma alteração", acrescentou o advogado.

ExameEmbora a maior parte das propostas em curso no Congresso seja considerada positiva, há algumas que têm a aversão da entidade. É o caso do Projeto de Lei 186/2006, do Senador Gilvam Borges (PMDB-AP). A proposição visa a abolir o Exame de Ordem, necessário à inscrição como advogado na OAB. Na última quinta-feira a entidade participou de audiência pública sobre a proposição, realizada na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado. Na ocasião, representantes da entidade criticaram o texto.

"No Brasil há 4 milhões de bacharéis. No mundo todo, temos 2 milhões de advogados. Se acabarmos com o Exame de Ordem, passaremos a ter duas vezes mais advogados do que todo o mundo", argumentou Marcus Vinícius, explicando por que a entidade é contra a aprovação da proposta.

ProjetosNa avaliação de Marcus Vinícius, a proposição de tantos projetos, sejam positivos ou negativos, não indica que a advocacia esteja ameaçada. "Em todas as profissões há projetos que tendem a promover alguma alteração. Na advocacia, existem que agem por oportunismo. Alguns projetos visam justamente evitar esses ataques oportunistas", afirmou.

Não são somente os projetos que alteram o Estatuto da Advocacia que detêm a atenção da entidade. O vice-presidente da OAB, Vladimir Rossi Lourenço, destacou que a Ordem também está atenta às propostas que tratam de questões relacionadas à cidadania. Nesse sentido, a Comissão Nacional de Legislação também elabora projetos de lei, a serem encaminhados para o Congresso.

"Estamos atentos a qualquer tipo de situação que diga respeito à advocacia e à cidadania. Como temos inúmeras comissões, detectamos a necessidade de regular alguma questão", disse.

Alguns dos projetos em tramitação e a posição da OABProjeto de Lei 291/2003 - Restringe a comunicação de presos que integrem organização criminosa, possibilitando a gravação das visitas de cônjuge, familiar ou advogado, dependendo de autorização do juiz competente, dando ciência ao Ministério Público.

Posição da OAB - A medida de gravação das visitas de cônjuge, familiar e até mesmo de advogado viola agressivamente os direitos constitucionais dos cidadãos e prerrogativas profissionais, além de ferir os princípios que regem o Estado Democrático de Direito.

Projeto de Lei - 6470/2006 - Autoriza o Bacharel em Direito inscrever-se como advogado, após a comprovação de dois anos estágio em órgãos públicos, em substituição ao Exame da Ordem.

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Posição da OAB - Mencionado Projeto de Lei fere o artigo 8° do Estatuto dos Advogados do Brasil em que regulamenta a aprovação no exame de ordem para a inscrição de advogado, uma vez que tal exame é um instrumento de defesa da cidadania brasileira, que precisa de advogados qualificados e competentes para defendê-la.

Projeto de Lei do Senado 117/2003 - Obriga os advogados a identificar os honorários dos clientes que foram indiciados por crimes relacionados ao tráfico de entorpecentes.Posição da OAB - O projeto não possui eficácia, uma vez que a obrigação do advogado de identificar os honorários percebidos de indiciados em crimes relacionados ao tráfico de entorpecentes ou organizações criminosas fere a autonomia do mesmo, pois identificar os honorários percebidos seria incluir como crime a atividade profissional. Dessa forma, a percepção de honorários advocatícios é um direito assegurado a todo advogado pelo exercício de suas atividades profissionais na defesa de qualquer cidadão, seja por ele cometido crime ou não.

Projeto de Lei 1011/2007 - Vedar o exercício da advocacia por juízes e membros do Ministério Público, cuja conduta for considerada, em processo administrativo, civil ou criminal, negligente no cumprimento dos deveres do cargo.

Posição da OAB - O projeto conflita com o pré-requisito estabelecido constitucionalmente para o exercício da advocacia, inserto no artigo 133 da Carta Magna, qual seja, a independência no desempenho de suas funções, bem como com a própria natureza da função de advogado. O mais simples servidor de Cargo ou função no Ministério Público pode exercer perigoso tráfico de influência na tramitação e resultado de processos judiciais, tendo em vista o convívio com juizes, promotores e auxiliares da justiça. O exercício da advocacia, nessas circunstâncias, representa enorme risco à dignidade e à independência da profissão.

http://www.oab-rj.org.br/index.jsp?conteudo=5026

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AGRONEGÓCIOS

Agronegócio - SLC minimiza alta no custo agrícola(Jornal do Commercio 17.03.2008 B-5 Empresas)

Roberto SamoraDA AGÊNCIA Reuters

A SLC Agrícola, uma das maiores empresas produtoras de soja, milho e algodão do Brasil, deverá aumentar em cerca de 15% a área plantada na próxima safra (2008/09), para quase 200 mil hectares, minimizando com seu maior poder de barganha com fornecedores a forte alta dos insumos, disse Laurence Gomes, diretor financeiro e de Relações com Investidores da SLC.

A empresa fundada em 1977, que abriu capital em junho de 2007, com negócios focados exclusivamente na produção das três commodities agrícolas, tem buscado recursos no mercado como forma de expandir

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a área plantada, num modelo de negócio que começou a atrair fundos e bancos de investimento no exterior.

Com a recente mudança de patamar dos preços das commodities agrícolas, em função de maior demanda dos setores alimentícios e de biocombustíveis, novos agentes estão em busca de terras, o que não parece intimidar os planos da SLC, que, ao contrário, quer aproveitar seu tamanho e modelo baseado em altas produtividades para melhorar suas margens num setor com custos crescentes.

Poder de barganha. "Temos escala, somos um dos maiores produtores, tentamos usar esse poder de barganha para negociar preços melhores e pagamos (fornecedores) adiantado também", disse Laurence Gomes. Segundo ele, esse trunfo dá à companhia capacidade de conseguir descontos sobre insumos, num momento em que os preços dos fertilizantes, por exemplo, dobraram em relação à safra passada - diferencial importante dos grandes produtores sobre aqueles de médio e pequeno portes.

Mas Gomes destacou que, se os insumos subiram, as cotações das commodities estão em seus maiores valores históricos, o que deve, mais do que qualquer coisa, favorecer o desempenho da companhia em 2008. A SLC, que encerrou 2007 com lucro líquido de R$ 31,6 milhões, aumento de 257% ante 2006, prevê assim resultados melhores no atual exercício.

"Em 07/08, estamos plantando 168 mil hectares, o que representa 43,5% a mais do que a safra 2006/2007. Esse aumento será refletido no balanço deste ano. "Com os preços em alta, apesar de os custos não serem os mesmos, vamos ter um bom ano novamente", declarou Gomes.

Em 2007/08, a companhia plantou em oito fazendas em cinco Estados brasileiros, com a área dividida em 50 por cento para a soja, 30% para algodão e o restante para milho. "Mas a soja responde por 33% do faturamento; o algodão é ao contrário, responde por 50% do faturamento", disse ele.

A alta de custos, que deverá reduzir a área plantada de algodão no Brasil em 08/09, segundo produtores, não afetará os planos da SLC, que pretende manter os mesmos percentuais, dentro de sua estratégia de rotação de cultura.

Empréstimo do BIRD. Dentro dos planos de expansão de área, que prevê plantio de 193 mil hectares em 07/08 e 223 mil hectares em 09/10, a empresa está negociando empréstimo de US$ 40 milhões para esse setor, junto ao IFC, do Banco Mundial.

"Com certeza, ainda temos muitos negócios para serem feitos. Estima-se que há mais de 100 milhões de hectares que podem ser usados na agricultura no Brasil, e a SLC se especializou em procurar terra em novas fronteiras", disse.

Ele comentou que, apesar do apetite por aquisições, a companhia segue as atuais exigências do mercado de sustentabilidade contra o desmatamento visando a agricultura. "Um dos requisitos para tomar esses recursos (do IFC) é o de ter boas práticas ambientais", afirmou Gomes.

O executivo admitiu que a SLC não descarta vender alguns de seus ativos no futuro, "já que os preços da terra estão se apreciando (18% em média no Brasil em 2007, segundo a FNP). "Mas sempre pensando em adquirir mais terras, achamos que é hora de comprar terras e não vender", disse ele.

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Campo garante saldo comercial de US$ 62 bi. Receitas com exportações de produtos agrícolas devem subir 27% neste ano, para US$ 73,6 bilhões, segundo levantamento

(Folha de São Paulo 16.03.2008 B-3 Dinheiro)

Mesmo com uma possível recessão nos EUA, demanda por grãos deve se manter aquecida, favorecendo as vendas externas brasileiras

DA REDAÇÃO

As razões são diversas. Para uns, são os estoques baixos; para outros, a demanda forte. Há quem cite, ainda, a explosão dos biocombustíveis e a maciça presença dos fundos de investimento no mercado. Outros apontam a conjugação de todos esses fatores. A verdade é que as commodities agrícolas estão com preços recordes e não imaginados há alguns meses.Com isso, o Brasil, um dos líderes mundiais na produção agrícola, deve colher receitas externas de US$ 73,6 bilhões neste ano apenas com o setor, conforme dados de Victor Abou Nehmi Filho, gerente da Sparta, administradora de fundos de investimento. O valor supera em 27% o de 2007.Essas estimativas são modestas, segundo ele. Mesmo que haja desaceleração na economia norte-americana, os preços das commodities vão continuar acelerados. Se confirmados os dados de Nehmi, o Brasil registrará pelo menos US$ 62 bilhões de receitas líquidas com as commodities agrícolas -as importações devem crescer 30%, para US$ 11,4 bilhões.O mundo tem os menores estoques de alimentos desde a Segunda Guerra, e a situação atual é muito diferente da daquela época, quando 70% das pessoas moravam no campo e podiam administrar melhor uma eventual falta de alimentos. Hoje, são apenas 30% que vivem da agricultura, afirma.Anderson Galvão, da Consultoria Céleres, também diz não acreditar em queda de preços, mesmo com a eventual parada da economia chinesa. "A China é uma locomotiva que, mesmo que pise no freio agora, demora dois anos para parar."Geraldo Sant'Ana de Camargo Barros, coordenador científico do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, também crê que a demanda internacional continuará firme."A esta altura, no entanto, as previsões são bastante incertas, principalmente nesta crise, que vem reservando várias surpresas por semana", diz Barros.De qualquer forma, só uma catástrofe -e que afete China, Índia e Rússia- pode segurar a demanda. "Considero pouco provável a hipótese e acredito que o Brasil continuará vendendo bastante ao exterior."Barros indica três motivos para a continuidade dos preços elevados das commodities: o crescimento dos emergentes, a queda do dólar (que fortalece as demais moedas) e a caída dos juros (que permite a retenção mais prolongada de estoques).Outro que acredita no suporte dos preços é José Pitoli, da Coopermibra (Cooperativa Mista Agropecuária do Brasil), do noroeste do Paraná."O momento é de inclusão social no mundo", o que garante alta dos preços agrícolas. "A China tomou gosto pela comida e vai puxar o crescimento dos países emergentes."Fernando Muraro, da Agência Rural, vai um pouco na contramão da análise dos demais. Ele diz que há uma série de fatores positivos que empurram para cima os preços das commodities, mas que a desaceleração da economia norte-americana não deve ser desprezada."A festa acabou", diz ele, se referindo aos Estados Unidos. Os problemas econômicos dos americanos devem forçar a redução da "financeirização" das commodities. Ou seja, uma saída parcial dos fundos, que hoje representam 40% dos contratos abertos em Bolsas."Apenas dados de oferta e de demanda não são suficientes para provocar a elevação de US$ 14 na saca de soja em apenas seis meses", diz Muraro, em referência ao aumento ocorrido no preço do grão desde setembro do ano passado.Nehmi afirma que nenhuma crise econômica é igual a outra. Por isso, ele diz não acreditar em redução de demanda neste ano. "Com tudo correndo bem [com a safra agrícola], o cenário ainda é crítico e só vamos ter uma visão melhor [da safra dos EUA] a partir de julho."

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Recomposição demoradaA recomposição de estoques, com uma demanda aquecida, deve ser demorada. Além disso, um crescimento de produtividade de 10% na produção mundial de grãos exigiria maior oferta de nitrogênio, produto com baixa oferta atual, relacionado ao petróleo, que também tem preços recordes."O cenário atual é de tempestade perfeita", diz Galvão, relembrando o início da década de 1970. Nesse período, a cotação do petróleo disparou, os estoques mundiais de commodities estavam deprimidos e os preços subiram. A situação se complicou com secas nos EUA e na antiga União Soviética.Agora, só falta um colapso na safra. Se houver quebra de apenas 5%, "salve-se quem puder", afirma Galvão. "O Brasil, pela primeira vez, tem safra cheia [boa produção]", diz Nehmi.Barros e Nehmi concordam em que o setor de biocombustível também será fator de pressão nos preços. Os programas de biocombustíveis reduzem os recursos produtivos para uso convencional em alimentos e fibras, diz Barros.Para Nehmi, os biocombustíveis estão em uma fase em que a demanda começa a fazer a diferença, e o setor é mais atraente do ponto de vista estratégico.Mas há riscos para essa alta nos preços das commodities. Mais do que a recessão, Barros acha que o risco de inflação mundial pode ser prejudicial ao Brasil. Se os emergentes não reduzirem seu ritmo de crescimento, uma forte e crescente pressão de custos -insuficiente produção de minérios, fertilizantes, agroquímicos em geral, petróleo, commodities etc.- provocará altos e perigosos níveis de inflação."Os remédios dos juros altos e do baixo crescimento -inclusive na China e na Índia- provocariam queda significativa do comércio. O Brasil, evidentemente, seria atingido tanto quanto os demais emergentes", segundo Barros.Já Galvão vê a demanda interna e uma eventual redução na oferta de matérias-primas como fatores limitadores à expansão das exportações. O problema atual é de demanda aquecida, e não de produção ruim, afirma. Países ricos, onde o custo dos alimentos tem pouco efeito no orçamento familiar, não vão deixar de comprar esses produtos, diz o consultor.(MAURO ZAFALON)

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Sucroalcooleiro - ETH, da Odebrecht, compra Usina Eldorado e aporte soma US$ 350 mi(DCI 17.03.2008 B-2 Agronegócios)

A ETH Bioenergia, empresa da Organização Odebrecht que atua na produção de açúcar, etanol e energia elétrica, comprou na última sexta-feira a Usina Eldorado, localizada em Rio Brilhante (MS). O investimento total da empresa, incluindo o valor da aquisição mais a ampliação de capacidade da usina, é de US$ 350 milhões. A ETH quer ampliar a capacidade de moagem dos atuais 2,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para 5 milhões de toneladas por safra. A usina tem capacidade instalada de produção de 132 mil toneladas de açúcar e 110 milhões de litros de etanol etílico hidratado combustível

Segundo o diretor estratégico da empresa, Eduardo Pereira de Carvalho, a usina é um reforço no estado e completa o conceito do pólo na região. "Essa usina nos chamou a atenção por ter um nível excelente de automação em todos os segmentos do processo. Ela é uma das cinco mais eficientes do país", afirma.

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Além da ampliação da moagem, a ETH irá ampliar a co-geração de energia. A Eldorado produz hoje 12 MW e em três anos esse valor deve passar para 130 MW. "Vamos ampliar a co-geração para atender as nossas necessidades, mas também para exportar energia. Acredito que teremos excedente de 70 MW para comercializar", disse Carvalho.

Metas

Com essa aquisição, a ETH passa a contar com duas usinas em operação e nove projetos de construção distribuídos em três pólos - São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. A meta da empresa, fundada no ano passado, é estar entre os líderes do mercado em dez anos com 11 usinas em mais de 600 mil hectares de área, com capacidade total de moagem de 50 milhões de toneladas de cana por safra e produção 3,1 bilhões de litros de etanol e 1,9 milhão de toneladas de açúcar por ano e co-geração de energia de 1.300 MW/ano. Para a próxima safra de 2008/2009, as duas usinas em operação do grupo - Alcídia e Eldorado - devem processar juntas cerca de 3,8 milhões de toneladas de cana, volume que deve ser ampliado para 8 milhões em 2009/2010, com o início de operação de mais três usinas.

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AMBIENTAL

Ambiente - US$ 22 milhões para biodiversidade(Jornal do Commercio 17.03.2008 A-13 País)

ELIZABETH OLIVEIRADO JORNAL DO COMMERCIO

O Projeto Nacional de Ações Integradas Público-Privadas para a Biodiversidade (Probio II) vai receber uma doação de US$ 22 milhões do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês) que se soma à contrapartida brasileira de US$ 75 milhões, incluindo recursos públicos e privados, para investimentos nos próximos seis anos. A solenidade de assinatura do Termo de Doação foi realizada na última sexta-feira com a participação da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, do secretário geral do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), Pedro Leitão, além de representantes do Banco Mundial, Caixa Econômica Federal e outros convidados.

Na parceria, o Funbio fica encarregado de mobilizar o setor privado, recebendo um montante de R$ 7,5 milhões e devendo buscar uma contrapartida de R$ 22,5 milhões junto ao setor produtivo. A atuação da organização tem foco na tentativa de reforçar a importância da sustentabilidade ambiental como uma prioridade nas práticas e políticas das empresas localizadas nos territórios definidos.

A meta, segundo informou o Funbio, é induzir o planejamento e as práticas de setores-chave da iniciativa privada, a fim de que incorporem e apliquem o conceito de conservação e de uso sustentável da biodiversidade. Para tanto, o Funbio vai alojar e gerenciar um Fundo de Oportunidades para dar suporte a projetos com ações integradas em paisagens regionais produtivas de larga escala.

O Probio II objetiva dar continuidade à implementação, no Brasil, da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), um marco internacional pela proteção da biodiversidade, firmado pelos participantes da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio 92. A fim de alcançar

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as metas estabelecidas, o Ministério do Meio Ambiente firmou parcerias estratégicas, no setor público, com os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Saúde e da Ciência e da Tecnologia, além da Fundação Oswaldo Cruz, o Instituto Chico Mendes, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) e a Embrapa.

As ações do Probio II estão divididas em quatro componentes: Priorização da biodiversidade em setores governamentais, privado, incluindo ainda ações institucionais e medidas que assegurem a execução do Projeto pelos próximos seis anos. "A idéia é minimizar os impactos ambientais promovidos pelos atuais modelos de produção, ocupação e consumo no país, trabalhando com a idéia de territórios sustentáveis", informou o Funbio.

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Eleições - Nos EUA, novo governo deve rever política ambiental. Condidatos prometem reviravolta com limite de emissões.

(Valor Econômico 17.03.2008 A-10 Internacional)

Alan Murray, The Wall Street Journal

As cassandras do aquecimento global acusam o presidente americano, George W. Bush, de fazer um governo baseado na fé e não na ciência. Mas, ao abraçar a luta contra o aquecimento global, o sucessor de Bush é quem terá de ter o maior lampejo de fé.

Todos os três candidatos viáveis à Presidência dos Estados Unidos - os senadores John McCain, Hillary Clinton e Barack Obama - endossaram um sistema de limite e troca de emissões de carbono.

Isso não é só uma reviravolta em relação à política do governo atual; é também o início da maior iniciativa de regulamentação a ser adotada em décadas pelos EUA.

A idéia é a resposta a fortes dados científicos que mostram que as emissões de dióxido de carbono contribuem para o aquecimento da Terra. No entanto, não há ciência que possa prever com exatidão quanta dor vai ser causada na economia como resultado das propostas dos candidatos. Análise publicada na sexta-feira pelo governo americano conclui que as emissões de carbono podem ser reduzidas sem afetar significativamente o crescimento econômico do país ao longo das próximas duas décadas, mas não sem causar fortes altas no preço da energia elétrica e da gasolina.

Os três presidenciáveis prometem reduzir as emissões a um determinado nível. Qualquer um que queira emitir mais do que tal nível teria de comprar permissão de poluição de outro que emita menos. O número total de permissões diminuiria ao longo do tempo. Tanto Hillary Clinton quanto Barack Obama afirmaram que vão cortar as emissões em 80% até o ano 2050. O senador McCain tem um alvo um pouco menor, de 65%.

Se essas metas podem ser atingidas sem luxações econômicas horrorosas é questão de conjectura.

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Na semana passada, na conferência Eco:nomics, do "Wall Street Journal", o otimismo era grande. A maioria dos empresários e analistas de política econômica, reunidos durante dois dias em Santa Bárbara, na Califórnia, acreditava que novas tecnologias podem tornar essa tarefa relativamente indolor. Setenta e cinco por cento dos participantes disseram que as metas dos candidatos são "viáveis"; apenas 25% disseram que não.

O consenso era que o sistema de "limites e comércio" traria inovações, no que John Doerr, investidor de capital de risco do Vale do Silício, considerou "a maior oportunidade econômica do século 21".

Os otimistas podem estar certos. Mas é prudente considerar a possibilidade de eles estarem errados.

Vamos falar claro: um sistema de limite e comércio é de fato apenas um imposto, de tamanho indeterminado, com um nome diferente. Na verdade, ele taxa os emissores de carbono na medida em que for necessário para alcançar a meta de emissões.

Hillary e Obama rejeitaram pedidos de empresas de energia e de outros setores para "alocar" os direitos iniciais de poluir com base no nível atual de emissão da empresa. Em vez disso, eles querem leiloar todos os direitos de poluição e fazer com que os piores poluidores paguem muito mais só para continuarem funcionando. O republicano McCain não é tão claro sobre esse ponto.

O diretor-presidente da Duke Energy, James Rogers, que foi um dos primeiros no seu setor a apoiar leis de limites e comércio, reclamou que, para uma empresa movida a carvão, como a dele, o leilão seria o equivalente a começar nu um jogo de pôquer onde quem perde vai tirando a roupa.

No fim, é claro, o consumidor vai pagar essa conta, já que as empresas repassam os custos. O resultado pode ser mais uma carga pesada em cima de quem já sente a dor de salários estagnados e do aumento do petróleo.

Por enquanto, essa dor pode parecer muito hipotética para a maioria dos eleitores. Eles estão dispostos a aplaudir os candidatos que levem o aquecimento global a sério. Ao mesmo tempo, os candidatos querem usar os bilhões de dólares que esperam arrecadar com o leilão de permissões para financiar, hipoteticamente, outras custosas propostas de campanha.

É um truque limpo, mas provavelmente não prudente. Todo dinheiro obtido com o leilão de direitos de emissão tem de ser investido em soluções do problema de energia, para estimular a pesquisa básica e diminuir as conseqüências de desemprego e prejuízo aos consumidores.

Existe alternativa para o que os candidatos estão propondo? Se você acredita que o futuro da Terra está seriamente em perigo, provavelmente não. Com certeza o status quo não é muito satisfatório, já que as emissões de dióxido de carbono continuam crescendo em níveis surpreendentes.

Na conferência, o diretor-presidente da General Electric, Jeff Immelt, disse que a atual política do governo americano, com subsídios sem foco e políticas estaduais e federal contraditórias, é um "certo tipo de inferno". Outros participantes compartilharam esse sentimento dele.

Mas agora, com um possível limite para as emissões, provavelmente será a hora de cada um ser mais honesto sobre seus custos e riscos para a economia. Jason Grumet, conselheiro de Obama, chegou mais perto disso quando disse aos participantes: "Isso vai exigir um tipo de compromisso social que não vemos neste país desde a Segunda Guerra Mundial."

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Desenvolvimento - Amazônia se divide entre a BR e a ferrovia. União quer pavimentar estrada que liga Manaus e Porto Velho, mas desmatamento preocupa.

(Valor Econômico 17.03.2008 A-16 Especial)

Daniela Chiaretti, de São PauloAlberto Cesar Araujo / Folha Imagem No mapa, a BR-319 liga Manaus a Porto Velho, mas estrada é intransitável e último ônibus passou por toda ela em 1988 O destino de uma estrada de 885 quilômetros é o mais novo debate amazônico. No mapa, a BR-319 liga Manaus, no Amazonas, a Porto Velho, em Rondônia - mas na prática só leva de uma capital à outra quem é muito aventureiro ou muito teimoso. A maior parte da rodovia já foi vencida pelos buracos e pela floresta. O último ônibus entre as duas pontas passou em 1988. Para reverter o quadro, há dois anos o Ministério dos Transportes investe na solução tradicional e se empenha em pavimentar o trajeto. Mas nos últimos meses é um plano B, impulsionado pelo governo do Estado do Amazonas, que começa a ganhar força - trocar piche por trilhos e instalar uma ferrovia no coração da floresta. Quem defende a alternativa diz que ela cumpre a mesma função, tem a desvantagem de ser inicialmente mais cara, mas exercerá um impacto ambiental indiscutivelmente menor.

Construída pelo governo militar em 1973, em tempos em que o mote para a porção norte do País era "integrar para não entregar", a BR-319 é uma linha que atravessa o Estado mais preservado da federação, com menos de 4% de área desmatada. São 859 km no Amazonas e 26 km em Rondônia, num trecho asfaltado próximo a Porto Velho e já bastante utilizado.

De manutenção cara, a BR-319 virou um bicho híbrido. Tem as pontas próximas às capitais em melhor estado, mas o trecho central, com mais de 400 km no meio da floresta, praticamente abandonado. Em 2006, no pico da seca, uma equipe de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, o INPA, levou quatro dias para percorrer os 600 quilômetros entre Humaitá e Manaus. Transitando com veículo de tração nas quatro rodas, atolaram cinco vezes. "Muita gente quer a estrada", reconhece Virgilio Viana, o primeiro secretário de Meio Ambiente do Estado, função que ocupou por cinco anos. "No Amazonas existe um sentimento muito forte de se estar isolado do mundo", diz Viana, desde a semana passada secretário-executivo da Fundação Amazônia Sustentável.

O efeito benéfico deste isolamento foi preservar a Amazônia no Amazonas. "É como se a floresta tivesse uma proteção passiva, que é a sua falta de acesso", registra o cartógrafo Britaldo Soares Filho, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). "É importante frisar a cadeia de efeitos diretos que uma estrada causa. Só de falar em asfalto já se produz uma corrida ao ouro de quem quer se apossar de glebas que irão valorizar." Segundo estudo pilotado por ele, 53 mil km2 serão desmatados no Amazonas até 2050 se a BR-319 não for pavimentada e muitas áreas de proteção ambiental forem criadas; com a pavimentação (e igual número de unidades de conservação), o desmatamento seria de 168 mil km2 no período. Isto representa a emissão de 600 milhões de toneladas de carbono no primeiro caso, e 2,1 bilhões de toneladas no segundo.

Entre o melhor e o pior cenário, o estrago também é três vezes maior na estimativa de emissão de CO2. No caso de estrada sem pavimentação e protegida por várias unidades de conservação, o desmatamento até 2050 produziria uma emissão de 1,8 bilhões de toneladas de CO2. Ela chega a 5,7 bilhões de toneladas de CO2 com a estrada asfaltada, calcula Soares Filho. Para se ter um paralelo, as cem indústrias mais poluidoras de São Paulo emitirão cerca de 1,6 bilhão de toneladas de CO2 no mesmo período, mantido o padrão atual.

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A discussão sobre pavimentar ou não a BR-119 foi um impasse duro dentro do governo Lula. Para o ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, que já foi prefeito de Manaus, asfaltar a estrada é parte de sua agenda política. Na visão dos técnicos de sua pasta, como a estrada já existia, a decisão de pavimentá-la não exigia licenciamento ambiental. "Não é usual que numa estrada já construída se faça EIA-Rima", diz Paulo Sergio Passos, secretário-executivo do Ministério dos Transportes. No entender dos técnicos do Ministério do Meio Ambiente, a estrada existia mas não era transitável e sua pavimentação mudaria, e muito, o quadro.

O embate, em fase pré-PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, durou mais de um ano. Só abrandou no final de 2006, na reunião ministerial que definiu os planos de infra-estrutura do governo. O presidente Lula arbitrou: na ponta de cima (nos arredores de Manaus) e na de baixo (proximidades de Porto Velho) a estrada existe, é utilizada e ali as eventuais obras teriam licenciamento simplificado. Mas o miolo abandonado da BR-319, que corta a floresta virgem, deveria ser tratado como obra nova. O Ministério contratou então o EIA-Rima junto à Universidade Federal do Amazonas. "Esperamos que o estudo esteja concluído em 30 de abril para entrega ao Ibama", diz Passos.

O licenciamento foi fatiado e o Ministério dos Transportes posicionou suas máquinas. O PAC prevê R$ 700 milhões. Há três batalhões do Exército mobilizados para o asfaltamento e vários projetos de pontes - uma delas sobre o rio Madeira, próxima a Porto Velho, terá edital até maio. No horizonte de Passos, a pavimentação da BR-319 "é obra grande, com trabalho para mais de três anos."

Diante dos tratores em campo, o Ministério do Meio Ambiente, o MMA, tratou de criar uma área de interdição. "Não existia nenhum mosaico de unidades de conservação que impedisse o desastre ambiental que uma estrada destas faria", diz Paulo Adario, coordenador da campanha da Amazônia, do Greenpeace. O primeiro movimento foi criar uma ALAP, ou Área sob Limitação Administrativa Provisória. Durante sete meses, num polígono de mais de 15 milhões de hectares, ficaram proibidos o corte raso da floresta e a autorização de qualquer atividade que provocasse algum impacto ambiental negativo. Foram feitas consultas públicas à população e ouvidos órgãos municipais, estaduais, pesquisadores e ONGs. Deste esforço saiu o desenho de nove unidades de conservação federais e estaduais entre parques, florestas nacionais e reservas extrativistas. Serão 7,4 milhões de hectares de áreas de conservação -o que significa 1,5 vezes o tamanho do Distrito Federal. "Será o maior complexo de unidades de conservação já criado", diz Mauro Oliveira Pires, diretor da secretaria-executiva do Ministério do Meio Ambiente. Os processos aguardam o OK da Casa Civil para serem encaminhados à Presidência da República. Na expectativa de Pires, é "questão de semanas" para que as áreas saiam do papel.

As novas unidades de conservação foram planejadas, diz ele, ao redor de áreas de maior conflito potencial - no sul do Amazonas, onde a exploração predatória está chegando, ou no lado esquerdo da estrada. "Esta é uma das regiões mais belas do país e onde uma estratégia adequada pode realmente fazer diferença", acredita. As ameaças de desmatamento estão todas ali, do lado sul e leste do Estado do Amazonas, nas fronteiras com Mato Grosso, Rondônia e Pará.

Em paralelo a estes movimentos, outro processo começa a ganhar fôlego nas esferas estaduais do Amazonas - o estudo de uma ferrovia sobreposta ao traçado original da BR-319. A idéia é evitar o fenômeno "espinha de peixe", efeito de desmatamento comum à abertura de estradas na Amazônia. Os tratores constroem o eixo central e deste saem várias outras pequenas estradas, delas outras menores e assim repetidamente. "Este é um processo muito difícil de conter" teme o engenheiro florestal Mariano Colini Cenamo, secretário-executivo do Idesam, o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas. "O risco é muito grande, tanto para a floresta como para Manaus, com aumento da violência também", prossegue. "Hoje Manaus não tem roubo de carro e um dos motivos é que não há por onde escoar", exemplifica.

O pesquisador Paulo Moutinho, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), critica o caminho usual de obras de infra-estrutura na Amazônia: "Antes vem a obra, só depois vem a governança", diz. "Pavimentar uma estrada onde não há presença do Estado, de Saúde, de Justiça ao longo do eixo é um modelo que resulta em conflito e desmatamento", avalia.

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Desde fins de 2007, debates sobre os efeitos da pavimentação da rodovia e da ferrovia ocorrem em Porto Velho, Humaitá e Manaus. Alguns foram patrocinados pela fundação norte-americana Moore, que tem financiado projetos na região. Na quarta-feira, dia 19, no auditório da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), ocorrerá o evento "Ferrovia x BR-319: um debate necessário e urgente para o Amazonas". Na pauta, a viabilidade econômica da ferrovia e os impactos sociais e ambientais de estradas de ferro e de asfalto na Amazônia. O encontro é patrocinado por entidades como o Idesam, o INPA e a SDS, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas. "Simplesmente bloquear a proposta de pavimentação da BR-319 encontraria uma resistência muito grande", conta Cenamo. "A idéia era ampliar o debate de forma harmoniosa."

Uma empresa de consultoria de Brasília, a CP Empreendimentos, foi contratada pela SDS e pela Fundação Moore para elaborar um pré-estudo da viabilidade econômica da ferrovia. Pelo trabalho, a ferrovia não substituiria totalmente a BR-319. A rodovia persistiria de Porto Velho a Humaitá, um trecho que está em boas condições, mas os 700 km até Manaus seriam percorridos em trilhos. No primeiro ano de funcionamento, a estrada de ferro poderia levar 10 milhões de toneladas de grãos produzidas no Mato Grosso e em Rondônia - hoje a produção ali é de 30 milhões de toneladas/ano. Cesar Cascão, sócio da CP, diz que atualmente menos de 3 milhões de toneladas/ano saem pelo rio Madeira e o restante chega ao sul do País pelo porto de Paranaguá. "A ferrovia é competitiva e seu impacto ambiental é infinitamente menor que o da rodovia."

Os estudos sobre a ferrovia não foram formalmente apresentados ao governo em Brasília. "Somos parceiros do governo federal, não estamos nos rebelando", avisa Nadia Cristina Ferreira, secretária interina da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável (SDS). "Só estamos verificando opções, sendo que uma não invalida a outra. Mas entendemos que cabe ao Estado aprofundar a discussão e ver o que pode ser economicamente viável e de menor impacto social e ambiental", diz. "Uma ação de precaução é importante."

Virgilio Viana levou os estudos da ferrovia a Luciano Coutinho, presidente do BNDES, no final de 2007. Segundo ele, o investimento necessário para colocar trilhos na floresta seria de R$ 1,9 bilhão. A empreitada teria um trunfo especial. Se a emissão de CO2 associada à rodovia está estimada em 950 milhões de toneladas, e se o projeto da estrada de ferro fosse inserido no mercado voluntário de carbono, a opção poderia ser também um bom negócio, nas suas contas. A tonelada de carbono está cotada hoje a US$ 3,70 e a escolha pela ferrovia e não pela rodovia poderia chegar a US$ 3,6 bilhões em créditos. "É uma solução que nos parece óbvia, de evitar uma nova Balbina e ainda sair ganhando", diz, fazendo referência à hidrelétrica do Amazonas que ele chama de "a maior tragédia ambiental do século passado no Estado".

Há quem defenda, ainda, uma terceira via para o transporte local. "Claro que a ferrovia é muito melhor que a estrada, em termos socioambientais, mas o melhor mesmo seria a cabotagem", opina o pesquisador Philip Fearnside, do INPA. Ele cita os atrativos do Estado do Amazonas e de sua capital: é o mais rico da região, com quatro vezes a renda per capita do Maranhão e o dobro da do Pará. A indústria em Manaus gera emprego e renda, e não tem perfil muito poluente. A ferrovia, lembra, não teria tanto impacto no trajeto, mas traria um contingente expressivo de gente para Manaus que as frentes de trabalho não conseguiriam absorver . "Manaus só é protegida porque é difícil chegar até aqui", reforça, temendo que um processo desordenado de ocupação repita o que ocorreu no centro do Pará, uma região campeã nas taxas de desmatamento. Fearnside defende mais estudos para fortalecer o transporte por navios na região.

"Existe uma pressão populacional represada em Porto Velho", concorda Mario Menezes, diretor-adjunto da Amigos da Terra-Amazônia Brasileira. "Na hora em que se abrir a estrada, uma frente enorme de pessoas irá alcançar áreas que hoje não são acessíveis. É só olhar para Rondônia e entender o processo que virá em seguida", teme. "O que chama a atenção é que enquanto o Amazonas fala em ferrovia, a reconstrução da rodovia está em curso. É crucial parar este processo enquanto não se tem claro qual é a melhor opção."

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Na região, aponta Menezes, há quatro caminhos que merecem mais discussão: a reconstrução da BR-319, a própria utilização da hidrovia do rio Madeira, a ferrovia e a opção multi-modal - o transporte seria feito por rio de Manaus a Santarém e depois pela BR-163 até Cuiabá. "Se o fluxo ocorrer pela BR-163, a BR 319 não tem razão de existir", imagina. "A estrada, a pior alternativa do ponto de vista socioambiental, está sendo discutida apenas pelo seu viés político."

Adário, do Greenpeace, vive em Manaus e lembra que asfaltar a BR-319 é "sonho antigo de muita gente" por ali. "É verdade que numa estrada passa madeireiro e grileiro, mas também passa remédio e professora primária", diz. "O problema é que uma estrada pavimentada tem impacto gigantesco enquanto uma ferrovia só produz desmatamento onde o trem pára. Atende necessidades de transporte de pessoas e carga e é infinitamente melhor ambientalmente." Ele alfineta: "Esta história de mover máquinas sem antes ter unidades de conservação é irresponsável. É uma ação que vai contra o próprio plano do governo federal de combate ao desmatamento."

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Meio ambiente - Produtores querem CPI para investigar Ibama (Valor Econômico 17.03.2008 B-13 Agronegócios)

De Brasília

Dirigentes ruralistas, empresários madeireiros e prefeitos dos 19 municípios incluídos na lista de campeões do desmatamento em Mato Grosso iniciam amanhã uma reação conjunta contra o que consideram um "arrocho ambiental exagerado" adotado pelo governo federal nos últimos dias.

Em parceria com a federação das indústrias (Fiemt) e a OAB-MT, ruralistas e prefeitos decidiram questionar na Justiça, via mandado de segurança, o decreto presidencial que embargou as áreas do Estado para fins de exploração e as ações do Ibama na chamada "Operação Arco de Fogo" de combate à derrubada da floresta. "Se o setor não tomar uma providência contra as ações que estão sendo adotadas em Mato Grosso, a situação vai piorar mais ainda", afirmou o presidente da federação da Agricultura (Famato), Rui Prado.

As lideranças do agronegócio também lançaram ofensiva para constranger o Ibama, responsável pela fiscalização das áreas embargadas nos 19 municípios. Querem a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a aplicação dos recursos do órgão. E afirmam contar com apoio dos senadores Jayme Campos (DEM-MT) e Gilberto Göellner (DEM-MT) para a iniciativa.

Com apoio do governador Blairo Maggi (PR), os ruralistas esperam romper um termo de cooperação técnica assinado entre Ibama e secretaria estadual de Meio Ambiente. "Nós fomos atropelados pelos dados do Inpe [que apontaram elevação no desmatamento] e também estamos sendo desrespeitados pelas ações do Ibama. É nesta hora que as divergências acontecem", disse, segundo nota, Maggi.

Rui Prado afirma que desde 2005, quando ocorreu a "Operação Curupira", madeireiros e produtores têm vivido em tensão. "Este ano estamos sendo vítimas de mais uma operação que realmente tem deixado o setor bastante abalado. Nós tememos que isso possa gerar uma crise econômica em todo o Estado".

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Entre no clima. Fundos com apelo socioambiental crescem e banco lança carteira que distribuirá ao cotista créditos de carbono.

(Valor Econômico 17.03.2008 D-1 Eu & Investimentos)

Por Luciana Monteiro, de São Paulo

Dinheiro também dá em árvore, como mostra o crescente número de fundos de investimento com apelos ambientais ou sociais. Praticamente todos os grandes bancos de varejo do país já contam com esse tipo de aplicação, que soma 19 carteiras e um patrimônio de R$ 2,8 bilhões, segundo dados do site Fortuna. As opções vão muito além das carteiras de ações que seguem o Índice de Sustentabilidade (ISE), formado pelas empresas que atendem a um padrão de comportamento responsável. Há também fundos de renda fixa que destinam parte da taxa de administração do banco para projetos sociais ou programas que visam a redução do aquecimento global. A última novidade é um fundo que distribuirá aos cotistas créditos de carbono.

Pioneiro do setor com o ABN Amro Ethical, primeiro fundo de ações de empresas socialmente responsáveis, em 2001, o Banco Real lança hoje o fundo Floresta Real, uma carteira de renda fixa que, além de sua rentabilidade, dará ao cotista créditos de carbono. Com aplicação mínima de R$ 25 mil e taxa de administração de 1% ao ano, a carteira funciona da seguinte maneira: o investidor aplica os recursos no Floresta Real e este comprará cotas de um outro fundo do banco, o Renda Fixa Plus. Para cada R$ 25 mil aplicados, o investidor receberá um crédito de carbono. Se o investidor permanecer por mais de três anos na aplicação, ele receberá em conta corrente o valor referente ao total de créditos de carbono que possui.

Por exemplo, para um investimento de R$ 100 mil, o cotista terá direito a quatro certificados que, após três anos, serão vendidos pelo próprio banco e o valor creditado na conta corrente do cliente. Se resgatar antes dos três anos, o investidor abrirá mão dos créditos e terá também de pagar uma taxa decrescente de saída, que começa em 0,75% e cai 0,25 ponto percentual a cada ano. Após três anos, a taxa é zerada. Os cotistas terão um site específico para acompanhar o valor dos papéis a que têm direito.

Os créditos de carbono serão provenientes do projeto Floresta Real 1, que tem 84 hectares e fará o plantio de 126 mil mudas no Vale do Ribeirão da Mota, no município paulista de Registro. Serão plantadas 86 mil mudas de espécies nativas da região e 40 mil de palmito-juçara, que está em extinção. "É um projeto que também tem um caráter social, já que as mudas serão compradas da própria comunidade local", diz Victo Hugo Kamphorst, consultor socioambiental do Banco Real. Do palmito, serão colhidos somente os frutos, que são parecidos com o açaí. Dos recursos obtidos com a venda dos frutos, 15% serão destinados à Pastoral da Criança.

A opção por estruturar um fundo como esse nos moldes de um renda fixa, que poderá investir em títulos prefixados, se deve ao cenário de queda de juros no longo prazo, diz Luciane Ribeiro, diretora executiva da ABN Amro Asset Management. Segundo a executiva, a idéia é, mais à frente, lançar uma família de carteiras nesses mesmos moldes. O fundo receberá recursos até 1º de agosto, mas poderá fechar para captação antes caso atinja o patrimônio de R$ 250 milhões.

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O HSBC é outro que deve criar no segundo semestre um fundo com cunho ambiental. O banco terá um analista especializado em questões socioambientais que visitará as empresas com freqüência. Esse novo fundo não será composto simplesmente das empresas que fazem parte do ISE, podendo investir em ações de qualquer companhia com projetos socialmente responsáveis. Serão acompanhadas entre 50 e 60 empresas com programas do tipo. Atualmente, o banco conta com duas carteiras com apelo socioambiental. Uma delas é um a HSBC Sustentabilidade Empresarial, um fundo de ações que segue ISE. O outro é o HSBC Referenciado DI Ação Social, no qual 50% da taxa de administração, de 1% ao ano, é repassado para entidades sociais apoiadas pelo banco.

Embora esse tipo de aplicação tenha crescido nos últimos anos no Brasil, ela ainda representa uma gota no oceano do setor de fundos de investimento, que conta com R$ 1,2 trilhão, diz Alexandre Zakia, diretor de produtos de investimento do Itaú. "Mas as novas gerações são muito mais preocupadas com as questões socioambientais e, quando elas estiverem maduras e com mais dinheiro para investir, certamente esses fundos ganharão mais mercado", diz.

O Itaú tem duas famílias de fundos. O primeiro é o Excelência Social, de ações, no qual metade dos custos com administração, de 3% para o investidor de varejo, são destinados a projetos sociais. Em fevereiro deste ano, R$ 3,3 milhões foram destinados a 20 organizações não-governamentais (ONGs) da área de educação. O segundo grupo de fundos do Itaú é o Ecomudança, de renda fixa, que repassa 30% da taxa de administração, de 3,5% ao ano no varejo, para financiar programas com foco na redução dos efeitos das mudanças climáticas por meio da compensação de emissões de carbono.

No BB Referenciado DI Social, do Banco do Brasil, o investidor poderá ajudar entidades sociais mesmo com pouco dinheiro, já que o fundo tem aplicação mínima de R$ 200,00. A carteira doa 50% do valor arrecadado com a taxa de administração para programas sociais por meio da Fundação Banco do Brasil. Fazer o bem, no entanto, pode custar caro, já que a taxa cobrada é de 4,5% ao ano, o que faz com que o ganho, descontado o imposto de renda, seja inferior ao da caderneta de poupança. "O banco vem lançando carteiras com taxas menores e isso poderá acontecer também com esse fundo", diz Rodrigo Ayub, gerente de Fundos de Investimento do Banco do Brasil. Segundo ele, a instituição estuda a criação de outros fundos com um cunho socioambiental. Além dessa carteira, o banco tem em sua prateleira um fundo que procura seguir o ISE.

O Bradesco oferece até o momento apenas um fundo atrelado ao ISE. "Mas o índice tem 65% de concentração em apenas dois setores, Petrobras e bancos, e estamos avaliando outro fundo de ações que poderá aplicar em outros papéis de empresas sustentáveis", diz Herculano Aníbal Alves, superintendente executivo de Renda Variável da Bradesco Asset Management (BRAM).

Investidor deve recusar abrir mão de retorno De São Paulo

Ao decidir aplicar em um fundo com apelo socioambiental, o investidor deve analisá-lo como qualquer outra aplicação para se certificar que ele rende o mesmo que os outros fundos da mesma categoria, avalia Rogerio Betti, sócio do escritório de aconselhamento financeiro Beta Advisors. "Se a idéia é fazer um investimento que também tem um caráter social, o aplicador não pode abrir mão de rentabilidade", diz. "Doação não tem preço, mas se a intenção é fazer um investimento com cunho social, o retorno da carteira é importante."

Os custos também devem ser analisados com cuidado. "É muito importante avaliar as taxas de administração, que não podem ser abusivas, e observar para quais entidades os recursos são doados", diz. "O fundo não pode cobrar mais simplesmente porque tem um cunho social."

Na visão do executivo, se o ganho da aplicação é boa, ótimo. Caso contrário, é melhor o investidor fazer ele mesmo uma doação. "Se render menos que os fundos da mesma categoria, pode valer a pena fazer uma doação por conta própria, já que é possível abater o valor do imposto de renda", diz Betti. (LM)

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Projeto Floresta Real irá restaurar Mata Atlântica De São Paulo

Desde 2004, o Banco Real faz um inventário das emissões de gases poluentes emitidos por sua frota de veículos, geradores, helicópteros, compra de energia elétrica, viagens aéreas nacionais e internacionais, além de resíduos orgânicos de seus funcionários.

Para compensar essas emissões, o banco criou o projeto Floresta Real 1, realizado em cinco propriedades da comunidade do Vale do Ribeirão da Mota, em Registro. Com o programa, esses terrenos se tornarão Reservas Particulares do Patrimônio Nacional e não poderão ser desmatadas. Será aplicada a metodologia do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), cuja proposta é que cada tonelada de CO2 não emitida ou retirada da atmosfera por um país em desenvolvimento poderá ser negociada.

Uma vez financiada, essa redução ou vantagem irá gerar créditos negociáveis, chamados de Certificados de Emissões Reduzidas (CER). Eles servem para compensar ou quitar obrigações de redução do Protocolo de Kyoto - compromisso para a redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa. (LM)

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Clima - Diminuição de geleiras bate recorde, diz Nações Unidas (Folha de São Paulo 17.03.2008 A-18 Ciência)

Laurent Guillieron/Associated Press Turistas observam estrutura de geleira nos Alpes suíços

DA REUTERS

As principais geleiras da Europa estão derretendo, e bastante rápido. A afirmação vem de um estudo divulgado ontem pelo Pnuma, o programa de ambiente das Nações Unidas.Foram coletados dados de 30 geleiras em noves montanhas diferentes. Os números mostram que a taxa de derretimento, na comparação entre os períodos de 2005 e 2006 mais do que dobrou.Enquanto no primeiro período a diminuição média tinha sido de meio metro, no período mais recente a mesma taxa atingiu 1,5 metro.A situação é mais crítica, segundo o relatório, na própria Europa. Nos Alpes, nos Pirineus e na região da Escandinávia foram coletados dados preocupantes.O grande campeão em perda, segundo o Pnuma, é a geleira Breidalblikkbrea, na Noruega. Ele regrediu 3,1 metros em 2006. Antes, em 2005, a diminuição havia sido de 30 cm.

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Nos Pirineus, a taxa de perda de gelo continuou alta. A geleira Ossoue, por exemplo, que já havia perdido 2,7 metros em 2005, teve uma queda agora de 3 metros."As geleiras são provavelmente os principais indicadores do aquecimento global. São elas que estão fazendo mais barulho", disse ontem Achim Steiner, o diretor do Pnuma.Diante da situação, o órgão das Nações Unidas reiterou a necessidade de que um pacto contra o aquecimento seja acertado até o ano que vem.

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É o momento das reformas, afirma Furlan. Para ex-ministro, é preciso aproveitar fase para eliminar entraves, porque crescimento é sustentável, mas não inercial

(Folha de São Paulo 16.03.2008 B-5 Dinheiro)

Líder de fundação para a Amazônia, Furlan distribuiu carteiras do "Bolsa Floresta" e cogita abandonar seus investimentos em álcool

CRISTIANE BARBIERIDA REPORTAGEM LOCAL

Na semana passada, o ex-ministro Luiz Fernando Furlan navegou por 24 horas, pelo rio Amazonas, para entregar as primeiras carteirinhas do "Bolsa Floresta". Na viagem, foi realizada a primeira reunião do conselho de administração da Fundação Amazônia Sustentável, que pretende bancar o "Bolsa Floresta" e outras melhorias. Furlan está levando tão a sério o que chama de "seu novo desafio" que pensa em suspender os investimentos em álcool. "Haveria um possível desgaste por contradição", afirma. Para ele, este é o momento de o Brasil -"o melhor dos Brics [os emergentes Brasil, Rússia, Índia e China]"- eliminar entraves para continuar crescendo, como diz na entrevista a seguir.

FOLHA - Depois de comandar a Sadia e de ser ministro, o sr. lidera a criação de uma fundação de sustentabilidade da Amazônia. Por quê? LUIZ FERNANDO FURLAN - Achei a causa durante meu período de quarentena após sair do governo. Pretendo ser divulgador da fundação em fóruns internacionais para conseguir adeptos, empresas que queiram se engajar e usar a imagem de organização que está preocupada com o futuro. Se o Brasil puder dar demonstração de capacidade de gestão de um ativo como a Amazônia, poderemos ser copiados por países que enfrentam problemas similares. Haveria dividendos para todos os brasileiros com a mudança da imagem de que o Brasil se preocupa e tem condições de gerenciar a conservação da floresta.

FOLHA - De onde virão os recursos para a fundação? FURLAN - Temos vários parceiros e o primeiro é o Bradesco, que vai vender produtos com parte da renda revertida para o projeto. O primeiro desafio é custear o "Bolsa Floresta" para 8.500 famílias, com recursos que não são do Orçamento do Estado. Além disso, essas comunidades só têm escola até a quarta série [do ensino fundamental], não têm energia, comunicação ou água tratada. Iremos prover isso às populações e estimular atividades que usem a biodiversidade, conservando a floresta.

FOLHA - Não é contraditório investir em álcool e em conservação? FURLAN - O fato de eu ter abraçado essa causa me coloca uma reflexão do que seja politicamente correto na minha atividade pessoal. Fizemos análise na reunião do conselho da fundação sobre quais

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setores empresariais seriam desejáveis como parceiros e em quais haveria conflito de interesse. Mesmo que não atue na região -meu investimento é em Mato Grosso do Sul-, há possível desgaste por contradição. Estou procurando orientar meus compromissos profissionais e de investimento de forma que eles não causem nenhum tipo de dano à imagem da fundação. Estou revendo investimentos. É recente, mas é muito provável que saía [dessa área].

FOLHA - O que o sr. achou das medidas do governo para tentar conter a valorização cambial? FURLAN - São boas e necessárias porque simplificam e desoneram as transações. A intermediação do câmbio continuava com peso da época em que faltava dólar. Se o exportador quiser trazer de fora equipamento e matéria-prima, o deságio na venda, o ágio na compra do dólar e mais o IOF, dá 2% de custo de intermediação. Será uma medida importante para reduzir o custo Brasil, mas ela não é suficiente. Outras coisas precisam acontecer.

FOLHA - Essa era uma das medidas que o sr. gostaria de ter implantado durante sua gestão? FURLAN - Tivemos um grande debate na época do ministro Palocci, quando foi prudentemente permitido 30% dos recursos sem cobertura cambial. Se as coisas caminhassem bem, iriam chegar a 100%. Faz dois anos e meio. Quando se está no governo, não basta assinar um decreto e pronto. As medidas ficam na prateleira e há casos que levam anos para regulamentar. As áreas técnicas do governo, às vezes a Receita, às vezes o Banco Central, às vezes os próprios ministérios, não vêem as medidas como prioridade. O Brasil precisa ser mais ágil. Nós somos o melhor dos quatro Brics, melhor do que a Índia, do que a China, do que a Rússia.

FOLHA - Melhores em quê? FURLAN - Somos a melhor democracia, temos imprensa livre, partidos políticos, estrutura que ampara o trabalhador. Já tivemos o processo de migração do campo para a cidade, não temos inimigos a nosso redor, nem ameaças, atentados e assassinatos políticos. Não temos diversos idiomas e nacionalidades, disputas internas ou impedimentos de migração de um Estado para outro. Somos o mais adiantado dos Brics e com o menor número de problemas. Porém, os outros estão andando mais rápido do que nós.

FOLHA - O que falta? FURLAN - Resolver os quatro entraves ao crescimento com urgência. Um é a complexidade tributária. O Brasil é o paraíso dos advogados tributaristas. Outra questão é a infra-estrutura. Tivemos um sinal de alerta muito concreto neste ano em relação à energia, por exemplo. O terceiro ponto é a burocracia. Ainda temos resquícios da época colonial: cartórios, carimbos, autorizações. Precisamos gastar tempo, dinheiro e energia com coisas que deviam ser automáticas. O Congresso aprovou medida que encaminhamos, do Redesim, que simplifica a abertura e o fechamento de empresas para até 15 dias. Levar 150 dias para fechar uma empresa em São Paulo é uma situação vexatória. A grande maioria desses controles é desnecessária da maneira atual. Outra questão é custo financeiro: continuamos a ser um dos países com maior custo financeiro do mundo, e isso inibe investimentos e a própria criação de infra-estrutura.

FOLHA - Todos os entraves apontados estão ligados ao Estado. O problema da ineficiência é o Estado? FURLAN - São políticas públicas que a fase favorável pela qual o país está passando cria condições de enfrentar. É como trocar de faixa no trânsito quando está tudo parado. Quando o trânsito está a 80 km/h, você muda de fila na maior tranqüilidade. Este é o momento de fazer ajustes, inclusive reforma política. Somos um país onde os partidos políticos são pasteurizados. Não sou a favor do bipartidarismo, mas não se pode ter 30 partidos que tornam qualquer votação no Congresso uma guerra e um troca-troca de benefícios por votos. A preocupação que eu tenho é que não façamos o que tem de ser feito na época da bonança e aí não faremos na época da crise.

FOLHA - Há algo de que se arrependa de não ter feito no governo? FURLAN - Não tenho nenhuma frustração. Em 2003, o poder aquisitivo tinha caído, acumulado, 25%. O nível de desemprego estava alto, a balança comercial, fraca, os investimentos estrangeiros eram pequenos e todo mundo estava desconfiado. Agora, o nível de confiança está forte e o prestígio do Brasil

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é grande. A reforma tributária precisa andar. E precisa ter ousadia porque, se quiser fazer tudo sem risco, vai pagar preço por isso, de não fazer tudo o que precisava ser feito.

FOLHA - A crise americana assusta? FURLAN - Ela preocupa porque ninguém sabe qual o tamanho da encrenca. Alguns dizem que ultrapassa US$ 1 trilhão. Vai chegar de alguma forma aos países como o Brasil, mas bem atenuada porque dependemos menos do mercado americano.

FOLHA - A participação das commodities nas exportações tem crescido. É ruim para o país exportar commodities? FURLAN - Os EUA foram o maior exportador de commodities por 50 anos, e não houve críticas. O fato de exportar e ser campeão numa área não impede que se dispute o campeonato na outra. O Brasil tem de ser também exportador de produtos de valor agregado e serviços.

FOLHA - Falta política industrial? FURLAN - Uma das medidas de política industrial que espero que seja anunciada é a desoneração da exportação de serviços. Queremos ser como a Índia? Tem de dar isonomia competitiva. É preciso tirar impostos e flexibilizar regras trabalhistas para serviços de base exportadora, como informática e telecomunicações, nos quais o Brasil poderia ser forte exportador e gerador de empregos. Trabalho interno no governo para isso existe, porque foi preparado quando eu estava lá.

FOLHA - Quais outras políticas poderiam ser adotadas? FURLAN - Até hoje, quem ergue uma fábrica paga impostos sobre a construção. Quando se compra uma máquina, há o crédito de ICMS, descontado em 48 meses. A empresa financia o Estado para fazer um investimento que vai gerar emprego, que vai gerar produto, que vai gerar imposto. Por que não pode receber crédito imediato? Essas medidas vêm de momentos nos quais as contas públicas estavam numa desgraça total e se precisou fazer uma raspa de fundo de tacho. As soluções para mudar estão aí, e o bom é que só dependem da iniciativa da própria sociedade brasileira e de nada externo.

FOLHA - O crescimento do PIB é sustentável? FURLAN - É sustentável, mas não inercial. É preciso trabalhar para realimentar o processo. Não é uma corrida de 100 metros rasos, mas quase como um rali. Somos hoje um mercado atraente, dinâmico, mas não dá para dormir sossegado, porque o nível de competição do Brasil mudou de patamar.

FOLHA - O sr. saiu da Sadia, mas estava na inauguração da fábrica na Rússia como acionista. Por quê? FURLAN - É bonito ver uma empresa brasileira colocando um braço naquele confim de mundo, olhando um mercado muito promissor. Vi isso de várias empresas como ministro. Mostra que as empresas brasileiras acordaram para as oportunidades do mundo.

FOLHA - Ninguém consegue pensar na Coréia do Sul sem LG e Samsung. O Brasil tende a ter grandes empresas internacionais? FURLAN - Sim. Hoje, temos várias empresas crescendo no exterior, e é um movimento protagonizado pelo setor privado, mas que tem cumplicidade do governo. Quando está se criando uma empresa nacional de telecomunicações, na qual 49% do capital de controle é de fundos de pensão e do BNDES, é claramente uma decisão de política nacional. Vale e Petrobras não seriam o que são se não tivessem acionistas fortes que têm interesse arraigado no país. O Brasil quer ser um país de primeiro mundo, mas não existe país de primeiro mundo sem empresas de primeiro mundo. Nenhum.

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SP calcula emissão, sem revelar emissor. Inventário divulgado ontem indica que transporte e indústria paulistas emitiram 81 milhões de toneladas de CO2 em 2006

(Folha de São Paulo 15.03.2008 A-26 Ciência)

Siderúrgicas, refinarias e petroquímicas lideram lista de poluidores, que deverá ser divulgada em 30 dias, promete governo estadual

EDUARDO GERAQUEDA REPORTAGEM LOCAL

Era para o público ter conhecido ontem os nomes dos maiores contribuidores industriais do efeito estufa no Estado de São Paulo. Mas o governo divulgou o inventário estadual de emissões de gás carbônico (CO2) sem nomear os emissores. O Estado emitiu, em 2006, 81 milhões de toneladas do gás.Desse total, a indústria contribuiu com 38 milhões de toneladas e o setor de transportes (aéreo e terrestre) com 43 milhões de toneladas.O inventário buscou determinar a emissão total por queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral e gás natural) no setor industrial paulista, o maior do Brasil.Os dados foram solicitados a 378 empresas e fornecidos por parte significativa delas -329. O governo considera que essa é uma boa aproximação ao total de emissões do Estado."Das 329 empresas que forneceram de forma voluntária os dados, uma siderúrgica, três refinarias e uma petroquímica respondem por 60% desse total de emissões que estamos divulgando hoje [ontem]", disse o secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Francisco Graziano Neto. "Elas estão disparadas na frente."

"Consideração"Graziano negou que a divulgação da lista dos maiores emissores do Estado, que havia sido anunciada na véspera pela própria secretaria, tenha sido abortada de última hora."O professor [José] Goldemberg não está no Brasil. Seria uma falta de consideração com ele divulgar essa lista agora", disse Graziano. De acordo com o secretário, o pesquisador da USP, seu antecessor no cargo, é o pai da idéia. "Ele nos sugeriu fazer esse inventário". Graziano prometeu que a lista será divulgada em 30 dias.O número total de emissões divulgado ontem representa pelo menos 25% do total nacional, que em 2005 chegou a 330 milhões de toneladas - O PIB (Produto Interno Bruto) de São Paulo é 31% do país.Enquanto as contas nacionais consideram, por exemplo, o setor da construção civil, um grande emissor de gás carbônico, o inventário paulista não computou esse segmento.De posse dos números das emissões paulistas, Graziano disse que agora o Estado poderá pensar em metas de redução das emissões de carbono. Isso vai na contramão do que o governo federal defende: a posição oficial do Brasil nas negociações internacionais de combate ao efeito estufa é que países pobres não devem ser obrigados a cortar emissões.

SiderurgiaPelos dados divulgados ontem, o setor siderúrgico é o grande vilão das emissões.A Folha apurou que o maior emissor do Estado é a Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista), instalada em Cubatão. A empresa, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que desconhece esse assunto.Na comparação com o inventário de emissões do Estado publicado em 1997 também pela Secretaria do Meio Ambiente, o setor de aço fez saltar sua parcela de culpa no efeito estufa nesse período: de 33% para 70,1%, devido basicamente ao aumento da produçãoApesar de o setor de transporte emitir mais que o industrial como um todo, Graziano procurou relativizar esse dado.Nas contas apresentadas por ele, São Paulo deixou de emitir 50 milhões de toneladas de gás carbônico, por causa do uso de combustíveis não-fósseis.

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Da queima de combustível computada no inventário, 23% veio de matrizes fósseis e 77% de fontes renováveis.Apesar de existir um esforço para reduzir as queimadas em todo o Estado, essa prática, aliada ao tipo de solo onde ocorre o plantio de cana, segundo estudos da USP, nem sempre faz com que as emissões de carbono proporcionadas pela queima do álcool sejam totalmente reabsorvidas pela fotossíntese. Por isso, o número do governo de 50 milhões de toneladas de redução pode estar superestimado.

Ar paulistano tem padrões mexicanosDA REPORTAGEM LOCAL

A capital paulista, que exporta poluição para cidades a quase 600 quilômetros de distância, já tem alguns padrões mexicanos de poluição do ar. A Cidade do México tem um dos ares mais poluídos do mundo.Quem afirma é Paulo Saldiva, professor da Faculdade de Medicina da USP."Em termos de partículas finas [grãos de poeira com dimensões muito pequenas], nós já passamos. Em níveis de ozônio [outro poluente], podemos passar em breve."Segundo Saldiva, há uma questão de desigualdade social mascarada no problema da poluição. "Quem fica quatro horas por dia preso em um corredor de ônibus, por exemplo, ultrapassa facilmente o padrão médio de exposição a partículas estabelecido pela Organização Mundial da Saúde", disse. Ele esteve ontem no evento em que o secretário Francisco Graziano Neto anunciou o inventário de emissões de gases em São Paulo que contribuem para o efeito estufa.Segundo Graziano, a inspeção veicular em São Paulo -que poderia diminuir em até 20% a poluição na cidade, segundo cálculos da USP- demora a sair porque as várias esferas de governo que legislam sobre o tema ainda não conseguiram entrar em acordo. (EG)

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Aquecimento global - Europa lançará plano contra crise do clima no fim do ano (Folha de São Paulo 15.03.2008 A-26 Ciência)

DA FRANCE PRESSE

Países da UE (União Européia) concordaram ontem em determinar o fim deste ano como prazo para lançar seu plano de corte de emissões de gases do efeito estufa.Os líderes do bloco se comprometeram a limitar os custos para indústrias que manifestaram preocupação, mas avaliaram que é vital manter uma frente unida antes de tentar persuadir grandes emissores de gases estufa, como China e Índia, a adotarem mais cortes. Mas ao mesmo tempo em que prometeram combater o aquecimento global, líderes europeus se disseram preocupação com o desaquecimento da economia, os preços altos do barril de petróleo, a valorização do euro e a inflação."Nos comprometemos a finalizar a negociação deste pacote [de medidas sobre gases-estufa] por volta do fim do ano, e ao fazê-lo teremos dado um grande passo à frente", afirmou o primeiro-ministro esloveno Janez Jansa, que coordenou um encontro de dois dias entre 27 representantes de países da UE.Pela estimativa dos participantes do encontro, as determinações do plano europeu contra a crise do clima devem ganhar força de lei no começo do ano que vem. A meta prevista é atingir um corte de 20% das emissões até 2020, em comparação com os níveis de 1990. A UE promete aumentar a cota para 30% se outros países os acompanharem.

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O documento emitido ontem, porém, carregava uma redação cautelosa com relação ao montante que deve ser investido no plano. O texto fala em "evitar custos excessivos para os países membros [do bloco]".

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Há desatenção com o crédito de carbono(DCI 17.03.2008 A-2 Opinião)

Desde 1999, no Brasil, conseguir colocar no bolso os chamados "créditos de carbono", criados pelo Protocolo de Kyoto, vem sendo uma epopéia. O governo brasileiro também não se mostra enfaticamente comprometido e empenhado atrás desse ganho. Não obstante, o dinheiro a haver diminui anualmente, pois o benefício, por ora, se estende somente até 2012.

No Brasil, quando um projeto se candidata a receber o crédito de carbono, é preciso que ele se registre, se qualifique, passe por perícias e medições, além de vencer a peneira de redutor adicional de gases do efeito estufa no ar. Por exemplo, uma fábrica de gelatina que use restos de porcos, que tenha construído um biodigestor para obter gás, não será considerada autora de seqüestro de carbono adicional, a menos que isso conste previamente do seu projeto, em documentos e atas, vinculado a Kyoto. A tendência é julgar o biodigestor como inerente à fábrica. Só depois de habilitado e posto em marcha, o projeto é acompanhado e medido. É prerrogativa do país hospedeiro do projeto realizar cálculos e métodos de avaliação, que corroborem diversas outras providências de organismos internacionais. É o ritual que possibilita a obtenção de créditos dos MDL - mecanismos de desenvolvimento limpo, títulos pagos a quem qualificadamente colabora contra o efeito estufa.

Quem certifica e chancela o mérito é uma perícia externa, que remete seus pareceres à Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas. Naturalmente, com ingredientes políticos. O quesito para aprovação de um projeto - "ser um adicional" -, entre outros, é passível de interpretação. O critério mais aparente de reprovação: o dono do projeto faria o investimento de qualquer modo, com ou sem seqüestro de carbono.

Ensina o expert e doutorando (na USP), Ricardo Esparta, como medir a redução de emissões para projetos de geração de eletricidade por fontes renováveis, por sua vez função do fator de emissão (em toneladas de CO2/MWh) e seus métodos de determinação.

Aí mora uma ameaça! Desde abril de 2007, lembra Esparta, nova proposta de cálculo de fator de emissão brasileiro vem sendo configurada pela Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima. Além do silêncio que ronda o assunto, há opacidade. A base de dados não é pública, exceto seus resultados e tópicos sobre método de cálculo. A controvérsia maior está na provável adoção - para concessão de créditos de carbono - segundo níveis distintos aplicados pelos quatro submercados elétricos, desenhados no Brasil pelo Operador Nacional do Sistema elétrico.

Não há razão para a adoção do critério de submercados de energia elétrica, por parte da Comissão, com a ótica do despachante (ONS), dividindo o Brasil regionalmente no que concerne aos seus níveis de emissão de carbono.

O Brasil praticamente se tornou um mercado único e integrado de energia elétrica. A proliferação de capilares na malha de transporte de energia elétrica praticamente unificou Sul, Centro Oeste e Sudeste, numa única região. Esse fato é contado em prosa e verso como realização do governo, como vitrine de sua gestão em política energética. Porém a Comissão segue na contramão. Mesmo o Norte/Nordeste

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está praticamente interligado através da linha de transmissão de Tucuruí/Presidente Dutra e a curto prazo de Tucuruí/Manaus, além de Vilhena/Jauru. Vale dizer, os pontos isolados da Amazônia serão cada vez menos expressivos no universo elétrico. Porque a Comissão, ignorando a historicidade, se move contra o futuro? Em vigor, uma decisão desse matiz diminui o potencial de geração de créditos de carbono no país, ao redor de R$ 153 milhões anuais, advoga Esparta. Ele exemplifica: no Estado de São Paulo, uma usina de açúcar e de álcool, com projeto de geração de energia elétrica adicional, enviada para avaliação da Comissão em maio de 2007, adotando 15 euros por tonelada de carbono, perderá R$ 9,5 milhões ao ano em seus créditos. Em suma, a separação do sistema pela Comissão diminui a motivação e os incentivos para os projetos habilitados para os MDL, numa área carente de energia e de capital.

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CCJ ratifica convenção anti-poluição por navio(Câmara - 14.03.2008)

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou, na terça-feira (11), o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 348/07, da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, que recomenda a ratificação do texto consolidado da Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios, adotada pela Organização Marítima Internacional (OMI) em novembro de 1973. O texto em análise inclui, no corpo da convenção e de seu Protocolo de 1978, emendas aprovadas ao longo de sua vigência até o ano de 2004.

As mudanças na versão original da convenção consolidadas no texto em análise têm o objetivo de aperfeiçoar os mecanismos de prevenção e controle da poluição causada pelo transporte marítimo de petróleo e de outras substâncias líquidas nocivas; e pelo esgoto e lixo das embarcações.

Revisão globalO Ministério das Relações Exteriores declarou que as emendas não foram enviadas para análise do Congresso em separado, porque o texto da convenção precisou ser harmonizado com termos técnicos empregados atualmente. Assim, procedeu-se a uma revisão global do texto com a integração das emendas.

O relator da matéria na CCJ, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), sugeriu a aprovação do projeto por considerar que foram atendidos os requisitos e limitações constitucionais, legais e regimentais.

TramitaçãoO projeto, que tramita em regime de urgência, já foi aprovado pela Comissão de Viação e Transportes; mas ainda será analisado pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e, em seguida, pelo Plenário.

Íntegra da proposta:- PDC-348/2007

http://www2.camara.gov.br/internet/homeagencia/materias.html?pk=118724

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Fundo para desenvolver energia limpa pode ser criado(Câmara - 14.03.2008)

A Câmara analisa o Projeto de Lei 2635/07, do deputado Eduardo Valverde (PT-RO), que autoriza o Executivo a criar o Fundo Nacional de Mudanças Climáticas, para promover a sustentabilidade das florestas e desenvolver fontes de energia limpa. O fundo será criado a partir da redistribuição do pagamento da chamada "participação especial" sobre a receita bruta da produção de petróleo, prevista na Política Energética Nacional (Lei 9.478/97).

O autor explica que os recursos da participação especial têm como finalidade combater acidentes ocasionados pela extração do petróleo, e que o objetivo do projeto seria ampliar a aplicação desse dinheiro. "São R$ 800 milhões por ano que poderiam ser usados em ações mais relevantes ao meio ambiente, não somente na prevenção de acidentes de petróleo", afirma.

Esses recursos, segundo Valverde, deveriam ser aplicados na pesquisa e no desenvolvimento de fontes de energia limpa e na busca de alternativas econômicas para evitar o desmatamento da floresta amazônica, principal fonte brasileira de emissão de gases do efeito estufa.

O fundo será criado com recursos destinados ao Ministério de Minas e Energia para o financiamento de estudos e de serviços de extensão aplicados ao desenvolvimento de fontes de energia limpa; e com recursos do Ministério do Meio Ambiente para desenvolver estudos e ações de adaptação aos impactos do aquecimento global e de redução de emissões de gases que provocam o efeito estufa.

Tramitação O Projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Minas e Energia; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:- PL-2635/2007

http://www2.camara.gov.br/internet/homeagencia/materias.html?pk=118735

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Reserva florestal na Amazônia pode ser reduzida para 50%(Câmara - 14.03.2008)

A Câmara analisa o Projeto de Lei 1207/07, do deputado Wandenkolk Gonçalves (PSDB-PA), que reduz de 80% para 50% a reserva legal mínima de propriedades rurais localizadas na Amazônia Legal.

O projeto, que altera o Código Florestal (Lei 4.771/65), também flexibiliza a chamada reposição florestal na região, que atualmente prioriza a utilização de espécies nativas. Pela proposta, outras espécies -

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incluindo as exóticas - poderão ser usadas, desde que atendam o zoneamento ecológico-econômico (ZEE) do estado e os critérios estabelecidos pelo órgão ambiental competente.

PrazoAlém de ampliar as espécies aceitas para recomposição, a proposta do deputado paraense reduz o prazo para o proprietário recompor a reserva legal que estiver abaixo do limite mínimo. Atualmente, o proprietário precisa recompor 10% da área necessária para complementar a reserva legal mínima a cada três anos. O projeto amplia esse patamar para 20% no mesmo período.

Caso a compensação da reserva florestal seja impossibilitada dentro da mesma microbacia ou da mesma bacia hidrográfica, o projeto autoriza o órgão ambiental competente a definir critérios para aplicar a compensação em outra bacia, respeitando as seguintes considerações: deve ser em área prioritária para a conservação, com o ecossistema frágil e ameaçado, definida depois de avaliação sobre a situação dos diferentes biomas do estado.

Para Gonçalves, a regra definida pelo Código Florestal para a região amazônica "além de inibir a expansão econômica na região, criou a obrigação de recomposição florestal nas propriedades cuja reserva legal possua extensão inferior ao exigido, o que significa mais ônus para o produtor rural".

O deputado descarta a possibilidade de sua proposta ampliar o desmatamento florestal e considera "errôneo" culpar apenas os produtores rurais pela degradação da Amazônia. "O problema está muito mais relacionado à invasão, grilagem e exploração predatória das terras públicas", acredita. "Da mesma forma, a solução para se reduzir as taxas de desmatamento na Amazônia não está em limitar, pura e simplesmente, a utilização das terras nas propriedades rurais. Uma fiscalização e um controle maior sobre os atos predatórios em terras públicas seriam muito mais apropriados para se atingir esse objetivo."

TramitaçãoO projeto foi apensado ao PL 6424/05, do Senado, que permite a reposição de áreas florestais em reservas legais com palmeiras que podem ser exploradas economicamente, como o açaí, o dedenzeiro e o babaçu. As propostas, que tramitam em caráter conclusivo, serão analisadas pelas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:- PL-1207/2007

http://www2.camara.gov.br/internet/homeagencia/materias.html?pk=118720

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Créditos de carbono e o proinfa(Correio Braziliense – 17.03.2008)

Waldemar DeccacheAdvogado, sócio do escritório Deccache Advogados, procurador do Estado do Rio de Janeiro

O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica – Proinfa foi instituído com a finalidade de aumentar a participação da energia elétrica produzida por empreendimentos concebidos com base em fontes eólicas, pequenas centrais hidrelétricas e biomassa no Sistema Interligado Nacional.

O programa foi criado pelo art. 3°, da Lei n° 10.438, de 26/4/2002, e consistiu na aquisição pela Eletrobrás de energia produzida a partir das fontes alternativas de geração, tais como eólica, pequenas centrais hidrelétricas e biomassa, a ser feita em duas etapas. A primeira visou à implantação de 3.300 MW de capacidade, para início de funcionamento até 30/12/2008, com garantia de compra da energia produzida pelo prazo de 20 anos, a ser distribuída igualmente por cada fonte participante. A segunda etapa previu o aumento da energia produzida a partir das mesmas fontes até atingir 10% do consumo anual de energia no país, a ser alcançado em até 20 anos.

A lei instituidora do Proinfa não estabeleceu como condição de adesão ao programa a obrigação dos produtores transferirem à Eletrobrás o proveito econômico resultante do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), vale dizer, os créditos de carbono provindos de seus empreendimentos. Pelo contrário, além de ter silenciado em relação às aquisições de energia feitas na primeira etapa, com respeito à segunda etapa do programa, ainda não implementada, limitou-se o art. 4°, II, alínea “e” da Lei 10.438/02 a mencionar que os produtores iriam apresentar à Aneel um Certificado de Energia Renovável (CER) “para fiscalização e controle das metas anuais”. Isso quer dizer que o legislador, quando da edição da lei, estava atento à existência do direito originado na geração de energia limpa pelos empreendimentos alternativos e, ainda assim, não estabeleceu, como condição de adesão ao programa, a sua transferência em favor da Eletrobrás.

Não obstante, em 30/3/2004 veio a ser editado o Decreto n° 5.025, que, a pretexto de regulamentar a primeira etapa do Proinfa, dispôs, em seu art. 11, inciso V, que os contratos de compra de energia a serem firmados com a Eletrobrás deveriam conter “cláusula de redução do preço contratado na hipótese de o produtor vir a ser beneficiado com novos incentivos às tecnologias consideradas no Proinfa”. Na mesma linha, o art. 16° do mesmo decreto incluiu entre as receitas da “Conta Proinfa”, a ser administrada pela Eletrobrás, “eventuais benefícios financeiros provenientes do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL)”.

Depois, em 31/8/2006, foi editado o Decreto nº 5.882, que pretendeu ratificar a apropriação pela Eletrobrás dos créditos de carbono de titularidade dos empreendimentos geradores de energia limpa no âmbito do Proinfa, antes feita pelo Decreto nº 5.025/04, adicionando que cumpriria à Eletrobrás “desenvolver, direta ou indiretamente, os processos de preparação e validação dos Documentos de Concepção de Projeto (DCP), registro, monitoramento e certificação das reduções de emissões, além da comercialização dos créditos de carbono obtidos no Proinfa”

No entanto, é evidente que as mencionadas previsões regulamentares carecem de legitimidade, pois somente lei em sentido formal, assim entendida aquela emanada do Poder Legislativo, poderia impor aos empreendimentos geradores de energia limpa a obrigação de transferir à Eletrobrás o direito de propriedade sobre os benefícios do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) ou créditos de carbono à luz do princípio da legalidade inscrito no art. 5°, inciso II, da Constituição Federal. Não poderiam fazê-lo, a toda evidência, os decretos 5.025/04 e 5.886/06, sob pretexto de regulamentar a lei, uma vez que estariam invadindo a competência legislativa conferida pelo art. 2, II, da Constituição Federal, incorrendo assim no campo da ilegalidade.

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É pacífico que o art. 84, inciso IV, da Constituição Federal, conferiu ao presidente da República competência para expedir decretos e regulamentos apenas e somente para fiel execução das leis. Sendo assim, em nosso sistema legal é vedado ao chefe do Poder Executivo, por meio do regulamento, estabelecer, alterar ou extinguir direitos. Nesse sentido ensina Celso Antônio Bandeira de Mello que “onde se estabelecem, alteram ou extinguem direitos, não há regulamentos — há abuso do poder regulamentar, invasão da competência legislativa”.

Diante disso, carece de suporte legal a pretensão inserida nos referidos decretos 5.025/04 e 5.882/06 de transferir a titularidade dos benefícios oriundos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) ou créditos de carbono dos empreendimentos produtores à Eletrobrás no âmbito do Programa Proinfa.

http://www2.correioweb.com.br/cbonline/direitojustica/sup_dej_61.htm?

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Riscos à natureza: Reforma tributária é retrocesso sob a ótica ambiental(ConJur – 17.03.2008)

por Melissa Guimarães CastelloAnalisando a proposta de Reforma tributária sob uma ótica ambientalista, o que se vê é um retrocesso. Dentre os tributos extintos pela reforma está a Cide (Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico), que, por suas características de estímulo à proteção do meio ambiente, é considerada um tributo ambiental. A Cide tem parte de suas receitas destinadas ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás, e também é cobrada de forma seletiva, onerando mais os combustíveis mais nocivos ao meio ambiente.

Para simplificar a estrutura tributária, o projeto substitui quatro contribuições, dentre as quais a Cide, pelo imposto sobre o valor adicionado (IVA). Conceitualmente, impostos são diferentes de contribuições porque aqueles financiam o caixa geral do governo, enquanto estas financiam um setor específico. A Cide é usada para desenvolver projetos ambientais. O IVA, por outro lado, deveria financiar o caixa geral, já que é um imposto.

Contudo, para assegurar o equilíbrio na distribuição de receitas, o projeto de reforma prevê que as receitas do IVA e de outros impostos serão vinculadas às atividades financiadas pelas contribuições extintas. Assim, parte do IVA será destinada aos projetos ambientais. Essa destinação seria extremamente positiva, não fosse o fato de que cabe à lei complementar definir o percentual destinado. Para assegurar a proteção ambiental, o projeto deveria prever o percentual na Constituição.

O maior retrocesso, contudo, está na eliminação da seletividade. Tributos seletivos são aqueles cobrados de determinada atividade, para desestimulá-la. A Cide é cobrada sobre combustíveis, e é seletiva porque sua alíquota é graduada de acordo com, entre outros fatores, o potencial poluidor de cada combustível. Assim, a Cide é mais elevada sobre a gasolina do que sobre o álcool, contribuindo para tornar o álcool um combustível mais interessante para os consumidores. Para manter o mesmo

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nível de proteção ambiental, a reforma deveria criar um IVA seletivo, graduado de acordo com o impacto ambiental.

O afastamento da seletividade anda na contramão da experiência européia. Na Europa, a seletividade é utilizada para estimular consumidores a usar produtos menos nocivos ao meio ambiente. A seletividade norteia as reformas tributárias, conhecidas como “reformas tributárias verdes”, que substituem tributos sobre a folha de salários pelos que auxiliam na proteção ambiental.

A Inglaterra, por exemplo, reduziu a alíquota da contribuição previdenciária paga pelas empresas, substituindo-a por um “tributo da mudança climática”, incidente sobre o consumo de energia pelas indústrias. Uma reforma semelhante poderia ser feita no Brasil, utilizando-se o IVA não só para simplificar a estrutura tributária, mas também para proteger o meio ambiente.

http://conjur.estadao.com.br/static/text/64689,1

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G-20 vai discutir criação de fundos para emergentes. Poluidores liberariam verbas para adoção de tecnologias limpas

(Estado de São Paulo - 15/03/2008 A-35 Vida)

Leandro Modé

A criação de fundos patrocinados por países desenvolvidos para financiar as nações emergentes no combate ao aquecimento global deve dominar as discussões na reunião do G-20 que ocorre neste fim de semana em Chiba, região metropolitana de Tóquio. O grupo é composto pelos 20 maiores emissores de gases causadores do efeito estufa, entre eles o Brasil.

Existem três propostas na mesa de negociação: dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e do Japão. Em setembro do ano passado, o presidente americano, George W. Bush, disse que seu país pode liberar até US$ 2 bilhões nos próximos três anos para estimular a adoção de tecnologias voltadas à produção de energia limpa.

Em janeiro, o primeiro-ministro do Japão, Yasuo Fukuda, anunciou um plano que prevê o desembolso de US$ 10 bilhões nos próximos cinco anos. A Grã-Bretanha prometeu destinar US$ 1,6 bilhão.

“Obviamente, a iniciativa dos países desenvolvidos de ter fundos dirigidos ao combate das mudanças climáticas é interessante, mas é preciso definir a forma como vão operar”, disse ao Estado o embaixador extraordinário para Mudança do Clima, Sérgio Serra. Ele lidera a delegação brasileira, que conta com a secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Telma Krug.

Até o momento, a idéia mais difundida é a que prevê que o Banco Mundial seja responsável pela gestão. Mas não há consenso. “O próprio banco tem dúvidas sobre como essa administração seria feita”, disse Serra.

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Outra possibilidade é de que a gestão fique a cargo do Fundo Global para o Meio Ambiente, organização que apóia países em desenvolvimento em questões de meio ambiente.

PRESSÃO

Na média, os países signatários do Protocolo de Kyoto devem diminuir em cerca de 6% a emissão desses gases até 2012. Como pouco foi feito até agora - praticamente todos os países elevaram suas emissões de 2001 a 2007 -, governantes estão sendo pressionados a agir.

Atual presidente do G-8, o Japão tenta assumir uma posição de liderança. “Queremos mostrar que é possível crescer gastando menos energia”, disse Naoto Hisajima, diretor da divisão de Mudanças Climáticas do Japão.

O repórter viajou a convite do governo do Japão

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AGU intervém e concessão de terras para quilombolas é suspensa: Advocacia da União quer reduzir poder do Incra, que considera excessivo, mas comunidades resistem a mudança

(Estado de São Paulo - 15.03.2008 p. A-4 Nacional)

Roldão Arruda

Por uma falha interna do governo, o processo de demarcação de terras de remanescentes de quilombos está sendo paralisado no País. O centro do problema está localizado no órgão encarregado de demarcar e titular as terras - o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). De acordo com análises internas, a autarquia concentrou poderes excessivos e criou atritos com outras instituições, como a Marinha e os Ministérios do Meio Ambiente e o da Defesa, entre outros.

Desde dezembro o governo tenta mudar a Instrução Normativa nº 20, com a qual o Incra definiu, em setembro de 2005, suas tarefas em relação aos quilombos. Mas não obtém sucesso por causa dos quilombolas: eles se recusam a discutir a nova instrução normativa e o governo não pode colocá-la em vigor sem ouvi-los.

Por causa do impasse, os órgãos oficiais continuam tocando os processos de demarcação em andamento, mas relutam em aceitar novos pedidos. Daí a paralisia que já se verifica.

A polêmica começou em setembro. Foi quando o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), vinculado à Presidência da República, depois de receber reclamações de diferentes órgãos do governo, encaminhou à Advocacia-Geral da União (AGU) um pedido para coordenar um grupo de trabalho interministerial - com a tarefa de aparar as arestas e aprimorar as demarcações.

Após dois meses e meio de debates, a AGU concluiu que o nó do problema estava na instrução do Incra, como explica o consultor-geral da União, Ronaldo Araújo Vieira Júnior: "Em 2003, quando o presidente Lula assinou o Decreto 4.887, que regulamenta o artigo 68 das Disposições Constitucionais, sobre a legalização de quilombos, ele transferiu para o Incra a tarefa de demarcar e titular as terras. Em 2005 o

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Incra publicou sua instrução, com orientações para o trabalho. Mas assim que foi posta em execução ela causou problemas."

Segundo o consultor, o maior problema foi o excesso de poderes dados aos funcionários da autarquia na solução de conflitos. "Hoje, quando surgem controvérsias jurídicas entre órgãos do governo sobre as áreas reivindicadas pelos quilombolas, quem resolve é o superintendente regional do Incra", diz, dando um exemplo. "Na minuta da instrução normativa que preparamos, e que está à espera de discussão, o órgão encarregado de dirimir as dúvidas jurídicas será a AGU. Ela decidirá, por exemplo, se é o Incra ou o Ibama que está com a razão numa disputa. Por outro lado, se a controvérsia for política, ela será dirimida pela Casa Civil."

BALIZAS

A nova instrução também detalha balizas técnicas para definição dos quilombos. "Do jeito que está, o texto parece carta de princípios. A proposta é usar como paradigma a portaria que trata do reconhecimento das terras indígenas e eliminar critérios subjetivos", conta Vieira.

A minuta trata até da contratação de antropólogos para o trabalho de certificação dos quilombos. "Tivemos que especificar que antropólogos que possuem contratos de trabalho com as comunidades quilombolas não podem ser usados nesta tarefa, para não haver contradição de interesses."

Para o consultor, o eixo norteador das mudanças é a sustentabilidade jurídica: "Não adianta fazer demarcações a toque de caixa, para mais tarde vê-las derrubadas no Judiciário."

A minuta está pronta desde dezembro. Mas para vigorar o governo precisa apresentá-la às comunidades quilombolas - uma vez que o País é signatário da Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), pela qual povos indígenas e tradicionais devem ser consultados sobre leis que afetem suas comunidades.

Os quilombolas não aprovam a minuta. Seus representantes estão se reunindo para discutir uma estratégia de ação, mas evitam falar sobre o assunto. Na opinião do deputado estadual Simão Pedro (PT-SP), coordenador da Frente Parlamentar em Defesa das Comunidades Quilombolas, a retração dos quilombolas é justificável: "A demarcação de suas terras tem sofrido tantas pressões contrárias e tantos ataques da bancada ruralista do Congresso que é natural desconfiarem da mudança. Acho que o governo não deve recuar e deve manter a instrução do Incra."

No Incra, a assessoria de imprensa informa que a instituição apenas leva adiante pedidos de demarcação que recebe; e que a Instrução Normativa nº 20 permanece em vigor.

Há 1.170 comunidades certificadas e 3.524 na fila

Até o fim do ano, a Fundação Palmares, do Ministério da Cultura, já tinha certificado 1.170 comunidades quilombolas - o que lhes permitia apresentar-se ao Incra para reconhecimento, demarcação e titulação das terras que reivindicam. Outras 3.524 comunidades estavam na fila, após terem dado o primeiro passo, que é a autodeclaração de remanescente de quilombo.

Mas, de acordo com a avaliação de organizações do movimento negro, o número de comunidades deve passar de 5.500. O Incra calcula que, se forem atendidos todos os pedidos, o governo federal terá que titular um total de 25 milhões de hectares para os quilombolas - o equivalente ao Estado de São Paulo, que tem 24,8 milhões de hectares.

As demarcações iniciadas causaram conflitos com proprietários rurais, fato que vem mobilizando a bancada ruralista no Congresso. E também com órgãos do governo. Em Rondônia, os quilombolas reivindicam uma área que o Ibama afirma ser parte de uma reserva biológica quase intocada.

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Uma das polêmicas mais azedas ocorre na Ilha da Marambaia, uma área de 106 mil hectares, no litoral do Rio de Janeiro, que é controlada pela Marinha e vem sendo reivindicada pelas famílias de pescadores que vivem ali - e que se autodeclaram remanescentes de quilombos. Acredita-se que foi essa briga com a Marinha que deu origem à revisão das normas sobre a demarcação das terras pelo Incra.

''Existe uma demanda de quase dois séculos no trato desta questão'': Ministro diz que princesa Isabel tinha intenção de dar terras à população negra e, sem isso, 'é uma liberdade pela metade'

A Secretaria da Igualdade Racial deve entrar em campo nos próximos dias para tentar um acordo entre o governo e as comunidades quilombolas em torno da minuta proposta pela Advocacia-Geral da União. Está marcada para o dia 24 a primeira reunião entre técnicos da Secretaria e líderes da Coordenação Nacional de Quilombos (Conaq), em Brasília. Nesta entrevista, o ministro Edson Santos diz que a regularização dos quilombos será uma das prioridades de sua gestão, iniciada há um mês.

Agora que o senhor já tomou pé da situação da secretaria, pode dizer quais serão suas prioridades?

Pretendo realçar a questão das comunidades quilombolas. Não só o trabalho de regularização fundiária, mas também questões relacionadas à saúde e ao desenvolvimento sustentável. Um dos casos urgentes é o da comunidade de Alcântara, no Maranhão, ao lado da base aeroespacial - o Centro de Lançamento. Em 2006 foi firmado um protocolo de intervenção do governo federal na região, destinado a implementar serviços de regularização fundiária e de saúde e educação, mas ele ficou parado.

A questão é delicada, principalmente do ponto de vista fundiário. Além do debate sobre uma nova minuta, a liderança do DEM questiona no Supremo Tribunal Federal (STF) a constitucionalidade do decreto do presidente Lula que permitiu a regularização das terras de quilombos.

Existe uma demanda de quase dois séculos no trato da questão quilombola. Os deputados do DEM hão de entender que a Abolição deveria ter sido acompanhada de medidas de inclusão, entre elas a reforma agrária. A princesa Isabel tinha essa intenção, de acabar com a escravidão e ao mesmo tempo dar terras à população negra, para que ela se pudesse inserir no processo produtivo do País. A liberdade só é completa quando o homem tem condições de se manter sem dependência de terceiros. Sem terra, é uma liberdade pela metade. De qualquer maneira, devemos aguardar o Supremo.

O volume de reivindicações quilombolas não pára de crescer. Já são milhares de comunidades reivindicando terras.

Isso deve-se ao fato de o Estado não ter dado atenção no passado às necessidades das comunidades.

Não acha excessivo o número de comunidades reconhecidas?

Quem acha excessivas as ações do governo em prol dos quilombolas deve fazer uma revisão da história do País e do papel a que foi relegada a população negra.

Outra questão polêmica é a das cotas raciais em universidades públicas. Como o sr. pretende interferir nessa questão?

A questão das cotas está incluída no debate do Estatuto da Igualdade Racial. Nossa preocupação é criar condições para que ele seja discutido no Congresso. Estamos conversando e negociando com os líderes partidários. A aprovação do estatuto pode significar um marco na relação do Estado com a população negra, a população excluída deste país.

Há quem diga que o estatuto vai incentivar o racismo no País.

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O projeto que está no Congresso é uma referência para a discussão. Não gostaria de adiantar o meu entendimento detalhado sobre ele. R.A.

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AVIAÇÃO

Aviação - Avião da OceanAir tem pane no Galeão(Jornal do Commercio 17.03.2008 A-12 País)

DA AGÊNCIA ESTADO

Uma pane na turbina esquerda em uma aeronave da OceanAir atrasou a decolagem do vôo 6386, que partiria do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, na tarde de ontem. Os passageiros que se dirigiam a Brasília já estavam dentro do avião, que partiria às 16h30, quando o problema foi detectado. De acordo com a OceanAir, os passageiros foram removidos da aeronave para o reparo do defeito, que durou cerca de uma hora. Alguns passageiros que não queriam viajar na mesma aeronave solicitaram o reembolso da passagem, que não foi aceito. Segundo a OceanAir, todos os passageiros partiram na mesma aeronave, às 17h40.

Em São Paulo ainda não se sabe a qual companhia pertencia parte da fuselagem que caiu na sexta-feira numa chácara na zona rural de Arujá, na Grande São Paulo. Não houve feridos nem danos materiais, segundo a Polícia Militar (PM). O objeto caiu por volta das 12h30 e foi retirado por técnicos da Aeronáutica, de acordo com a PM. De acordo com a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) investiga o incidente

Baixo índices de atrasosDA AGÊNCIA ESTADO

O Aeroporto Internacional de Congonhas, na zona sul de São Paulo, registrou ontem baixo índice de atrasos e cancelamentos de vôos. De acordo com a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), até as 14 horas, apenas três vôos que partiriam de Congonhas haviam sido cancelados, de um total de 77 previstos até o horário. Nenhum vôo estava atrasado, no período entre as 13 e 14 horas. Pela manhã, a operação também foi normal.

O Aeroporto de Congonhas, um dos mais movimentados do País, voltou a operar ontem com escalas e conexões, que estavam proibidas desde agosto, após o acidente com o Airbus da TAM, em julho, que deixou 199 mortos. Em janeiro, o governo federal recuou das medidas que apresentou para evitar o caos aéreo e assegurar a segurança dos passageiros.

Em todo o País, o índice de atrasos e cancelamentos de vôos também indicava situação de normalidade nos principais aeroportos. De 804 vôos programados até as 14 horas, apenas 19 (ou 2,4%) tinham sido cancelados e outros cinco (0,6%) estavam atrasados no início da tarde. As informações são das companhias aéreas, repassadas à Infraero.

No Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos, na Grande São Paulo, dos 130 vôos previstos para ontem até as 14 horas, nenhum havia sido cancelado, segundo a Infraero, e apenas um estava com atraso superior a uma hora.

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No Rio, o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão - Antonio Carlos Jobim, na zona norte, teve dez cancelamentos dos 94 vôos previstos e dois estavam atrasados, entre as 13 e 14 horas. Também na capital fluminense, o Aeroporto Santos Dumont teve apenas um vôo cancelado até o início da tarde, de um total de 14.

O Aeroporto Internacional de Salvador- Deputado Luís Eduardo Magalhães registrou um cancelamento, de um total de 48 vôos programados. Em Porto Alegre, não havia nenhum vôo cancelado ou atrasado no Aeroporto Internacional Salgado Filho.

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Aeronáutica - Embraer pretende recuperar margens. Grupo, que em 2007 contratou 4,5 mil pessoas, programou melhorar processos e reduzir custos que aumentaram também devido ao

câmbio.(Jornal do Commercio 17.03.2008 B-3 Empresas)

ANDRÉA CORDIOLIDO JORNAL DO COMMERCIO

Apesar do 2007 recorde no número de entregas de jatos e na carteira de pedidos firmes, a Embraer quer melhorar alguns resultados financeiros neste ano, como a margem operacional, que caiu de 7,5%, em 2006, para 5,3% no ano passado. "Está muito abaixo do que desejamos. Queremos algo entre 8% e 9% neste ano", disse o vice-presidente executivo financeiro e de relações com investidores da empresa, Antonio Luiz Pizarro Manso.

Na comparação dos períodos, a margem bruta da Embraer também caiu de 21,6% para 16,1%, bem como a margem líquida recuou de 7,5% para 6,6%. "Vamos buscar a recuperação de todas as margens. Essa é a bandeira para este ano", acrescentou Manso. Segundo o executivo, o Programa de Excelência Empresarial Embraer (P3E), que visa reduzir custos e melhorar processos, ajudará nessa recuperação de margens.

Esses indicadores foram comprimidos pelo aumento dos custos - a Embraer contratou quase 4,5 mil pessoas em 2007 - e pela desvalorização do real em relação ao dólar, cuja cotação média passou de US$ 2,1771, em 2006, para US$ 1,9483 em 2007.

"Mas esse ano já temos a estrutura de entregas implementada e o dólar não será desculpa de resultado. Vamos procurar compensá-lo reduzindo despesas", disse.

Bombardier. O executivo descartou perder mercado para a concorrente canadense Bombardier devido à situação cambial, argumentando que o dólar canadense também foi uma das moedas que mais valorizaram-se frente ao dólar americano.

"A Bombardier está sofrendo do mesmo mal que a gente, mas tendo diante de si concorrentes americanos; neste caso sim temos diferente pressão de custos", explicou ele.

Outra preocupação da Embraer é com a longa fila de espera para entrega de aviões.

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O diretor-presidente da companhia, Frederico Fleury Curado, citou o gargalo nas vendas do avião executivo Phenom 100.

"Hoje não podemos prometer esse avião para antes de 2012 ou 2013. O ciclo está ficando longo demais e pode impactar as nossas vendas. É um motivo de preocupação porque os clientes podem não querer esperar", afirmou.

A carteira de pedidos firmes do Phenom 100 e 300 já ultrapassou a marca de 700 jatos.

Segundo Curado, a Embraer está investindo o dobro da média dos últimos anos, em torno de US$ 500 milhões. Para este ano, os desembolsos devem somar US$ 573 milhões e em 2009, US$ 522 milhões.

A previsão do presidente da empresa é entregar 25% aviões a mais neste ano, sendo entre 195 e 200 jatos e entre 10 e 15 Phenom 100 e 300.

"Crescer 25% em cima de 30% é excepcional. Temos neste ano série de desafios pela frente", disse.

Entre esses desafios, Curado citou a apreciação do real, a melhoria da rentabilidade, a conquista da certificação do Phenom 100 e do Lineage 1000 e o avanço na certificação do Phenom 300, além do desenvolvimento do mercado de pós-venda. "Temos porcentual tímido nessa área e podemos ter melhores resultados", afirmou. Até 2015, a Embraer quer ser uma das maiores em serviços aeronáuticos para aviação executiva.

Carteira de US$ 19 bi. O presidente da Embraer revelou que atualmente a carteira de pedidos firmes já ultrapassa US$ 19 bilhões. Em 2007, o backlog firme da empresa fechou em US$ 18,8 bilhões, com alta de 27,03% sobre 2006.

"Esse crescimento significa estabilidade de planejamento e solidez no curto e médio prazo", avaliou. Segundo ele, não houve nenhum cancelamento devido à crise do subprime nos Estados Unidos.

Curado disse que a empresa deverá alcançar receita de US$ 6,5 bilhões neste ano e de US$ 7,1 bilhões no ano que vem. Atualmente, 63,8% da receita vem da aviação comercial, 16,0% da aviação executiva, 10,7% de serviços aeronáuticos, 6,6% de defesa e governo e 2,9%, outros.

Para 2010, Curado disse que pretende que 60% da receita venham da aviação comercial, 25% da aviação executiva e os 15% restantes divididos entre serviços aeronáuticos e defesa e governo.

Jet blue no brasil. O executivo não quis comentar as negociações com o presidente da americana Jet Blue, David Neeleman, que estaria procurando estabelecer companhia de aviação no Brasil e para quem a Embraer poderia vender aviões. "Estamos em discussões e ponto", afirmou.

Curado também minimizou a entrada de três novos concorrentes - Mitsubishi, Sukkoi e Avic - na fabricação dos aviões próximos à família 190/ 195 feita pela Embraer.

"O tempo de entrada não é favorável a elas. Quando esses aviões chegarem a mercado já estará definido a plataforma do futuro", disse.

De acordo com o presidente da Embraer, a empresa ocupa-se em ganhar mercado e investir em tecnologia, onde tem 16 projetos em andamento. "Estaremos preparados para o que vier na próxima década, mas não vou dizer que gosto de concorrência porque isso é hipocrisia. Rezo toda noite pelo monopólio", disse.

O executivo também chamou a atenção para a melhoria do financiamento a clientes, que caiu de R$ 465 milhões, em 2006, para R$ 65 milhões no ano passado.

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"O mercado está absorvendo a entrega de aviões", afirmou o executivo.

O vice-presidente, Antonio Luiz Pizarro Manso, informou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltou a financiar a aquisição de aviões, citando os casos das empresas Republic e Jet Blue.

O endividamento da Embraer subiu de R$ 2,897 bilhões, em 2006, para R$ 3,128 bilhões em 2007. A dívida de curto prazo, porém, subiu de 37% para 53% do total na comparação dos períodos.

Para o vice-presidente, a companhia adotou a estratégia de tomar recursos a fim de obter o equilíbrio do caixa e o índice deverá voltar a 40% até o final deste ano, assim como o endividamento em moeda estrangeira, que caiu de 78% para 55%, deverá voltar ao patamar dos 70%.

"Apesar de alguns resultados financeiros decrescentes, 2007 foi um ano de reversão de tendências. Revertemos seqüência de redução de resultados e vamos partir agora para nova seqüência de resultados crescentes", complementou o presidente empresa, Fleury Curado.

Em 2007, além dos 169 jatos, a Embraer entregou um avião turbohélice Brasília. "Havia muito descrédito, mas conseguimos atingir a meta com a garra e a determinação das pessoas", concluiu ele.

Participaram também da entrevista sobre os resultados da Embraer em 2007 o diretor de Controladoria da empresa, Marcelo Rodrigues, e o diretor de Mercados de Capitais, Carlos Eduardo Camargo.

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Aviação - Airbus espera vender 800 aviões na AL em 20 anos(Jornal do Commercio 17.03.2008 B-3 Empresas)

Das agências estado e dow jones

A fabricante européia de aviões Airbus espera vender 800 unidades para companhias aéreas da América Latina nos próximos 20 anos, de acordo com o vice-presidente sênior do grupo para a América Latina, Caribe e Espanha, Rafael Alonso.

A Airbus estima que a demanda por aviões comerciais na região será em torno de 1,5 mil unidades nas próximas duas décadas.

"A Airbus espera vender um pouco mais da metade deles", afirmou Alonso, após apresentação em Bogotá.

O aumento na renda por habitante na América Latina tem estimulado os viajantes a trocar o ônibus pelo avião, enquanto o crescimento econômico impulsiona o segmento de viagens de negócios. "O crescimento do tráfego aéreo na América Latina é mais rápido do que a média", afirmou.

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Segundo ele, no restante do mundo é registrado crescimento de 4,5%, enquanto na América Latina as taxas vão de 6% e em alguns países até de 20%", disse Alonso, ao destacar o Chile e a Colômbia, onde o tráfego aéreo cresceu 30% nos últimos anos.

Segundo o executivo, a Airbus já garantiu contratos de venda com as grandes aéreas da região, como as colombianas Avianca e Avianca Mexicana de Aviación, a chilena LAN Airlines, a brasileira TAM e a Taca, da América Central.

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Aviação - Embraer busca alternativa para joint venture na China. Fábrica em Harbin montou, de 2003 até agora, apenas 18 jatos.

(Valor Econômico 17.03.2008 B-7 Empresas/Indústria)

Patrícia Nakamura, de São PauloAnna Carolina Negri / Valor Projeto em estudo do cargueiro militar C-390 depende de verbas do governo, afirmou Frederico Curado, presidente Enquanto comemora o desempenho de vendas da família de jatos comerciais Embraer 170/190 e dos jatos executivos Phenom, a Embraer olha com preocupação o desempenho da Embraer Harbin, joint-venture com a estatal China Aviation Industry Corporation II (AVIC). Desde que começou a operar, em 2003, a fábrica montada na cidade de Harbin fez apenas 18 aeronaves ERJ 145, todas comercializadas em território chinês.

O número é muito aquém da capacidade produtiva da unidade, que é de 24 jatos por ano. A carteira de pedidos da Embraer Harbin soma 46 unidades, todas da Grand China Express, e serão entregues até 2010. O ERJ 145 é um jato regional com 50 assentos. "A demanda por esse produto está menor do que a de aeronaves com 70 a 120 assentos", disse o presidente da Embraer, Frederico Curado.

O acordo com a Harbin vence em 2010 e Curado não comentou se há negociações para a renovação da joint-venture. "Apenas buscamos novas encomendas". O executivo descartou a implantação da linha Embraer 170-190 no local, pois o produto competirá com o jato que vem sendo desenvolvido pela própria AVIC. O ARJ-21 terá 90 assentos e as primeiras entregas ocorrem em 2009. Em 20 anos, segundo projeções da Embraer, a China vai adquirir até 170 aviões de 30 a 60 assentos, enquanto a demanda por jatos de 61 a 120 lugares será de 560 unidades.

Além da AVIC, a japonesa Mitsubishi e a russa Sukhoi também desenvolvem modelos que concorrem com os jatos brasileiros.

Boa parte do investimento previsto de US$ 1 bilhão pela Embraer até 2009 será usada para preparar os aviões para um novo patamar tecnológico, ocupar mais espaço no mercado e garantir sua liderança no segmento de jatos regionais. "A nossa vantagem no momento é que essas empresas vão demorar a lançar seus produtos no mercado", disse Curado. Hoje, a carteira de pedidos da empresa ultrapassou os US$ 19 bilhões, o que garante uma boa folga diante dos eventuais concorrentes.

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A Embraer comunicou que as companhias aéreas americanas Air Republic e JetBlue obtiveram, juntas, linhas de US$ 425 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para serem usadas ao longo de 2008. A empresa, porém, não revelou o volume de vendas do negócio. A direção da fabricante de jatos também não quis dar detalhes sobre o rumo das negociações com David Neeleman, dono do JetBlue, que pretende abrir uma companhia aérea no Brasil. Neeleman teria interesse em comprar até 60 aeronaves Embraer 190. "Não há nada de concreto", disse Curado.

A empresa também espera ajuda do governo brasileiro para o desenvolvimento do cargueiro militar C-390, projeto que deve custar R$ 800 milhões. Para sair do papel, pelo menos dois terços do projeto devem vir dos cofres estatais. "É fundamental o envolvimento do governo para dar chancela ao produto. Só assim conseguiremos vende-lo a outros países".

Para Antonio Luiz Pizarro Manso, vice-presidente financeiro, este ano é de recuperação. A meta é fazer a margem operacional subir de 5,3% para 9% este ano. A meta de faturamento para 2008 é de US$ 6,5 bilhões, subindo para US$ 7,1 bilhões em 2009. A desvalorização do dólar e os investimentos em produtividade tiveram impacto no desempenho financeiro da companhia, que fechou 2007 com lucro de R$ 657 milhões, 6,6% a mais em relação ao ano anterior. A receita líquida subiu 20%, totalizando R$ 9,9 bilhões.

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Indústria - Pedidos à Embraer somam US$ 18,8 bi. Receita líquida subiu 16% e chegou a R$ 9,9 bilhões no ano passado.

(Jornal do Brasil 17.03.2008 A-20 Economia)

Jaime Soares de Assis São Paulo

A Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) fechou 2007 com um backlog firme de US$ 18,8 bilhões. Esta carteira de pedidos supera em 27% os US$ 14,8 bilhões de encomendas do ano anterior.

- Isso é oxigênio, significa estabilidade, planejamento e solidez a médio e longo prazos - afirma Frederico Fleury Curado, presidente da empresa. A receita líquida da companhia cresceu 16,1% e saltou para R$ 9,98 bilhões no ano passado.

Para Curado, o desempenho da empresa no ano passado representou uma reversão na tendência de queda que vinha sendo observada nos últimos anos.

- Vamos partir efetivamente para uma nova seqüência de resultados crescentes, a despeito dos desafios - afirmou Curado.

Os dados do balanço mostraram também que a empresa encerrou o ano com o caixa líquido de R$ 1,31 bilhão e lucro líquido, apurado após os impostos, de R$ 657 milhões.

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O fortalecimento do caixa foi obtido com a transferência para o mercado de uma série de contas a receber, o que garantiu a manutenção da condição de investiment grade conferido pela Moody's e pela Standard & Poors.

A expansão dos negócios da Embraer será suportada por investimentos que somarão US$ 1 bilhão nos próximos dois anos. A companhia decidiu estruturar uma nova área de serviços aeronáuticos para trazer receita da venda de peças e serviços de manutenção e treinamento, área onde atuava de forma tímida. A joint venture firmada com a canadense CAE que resultou na criação da Embraer CAE Training Services, LLC será um elemento importante para preparação de pilotos e mecânicos dos modelos Phenom 100 e 300.

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Aviação - Congonhas volta a ser hub. Proibição de conexões anunciadas por Jobin dura apenas sete meses.

(Jornal do Brasil 15.03.2008 A-6 País)

O aeroporto de Congonhas, em São Paulo, volta amanhã a ser um centro de distribuição de vôos, com a liberação de conexões e escalas, os chamados hubs. Congonhas atenderá ainda vôos fretados e charters em horários específicos nos finais de semana, mas manterá o limite de 30 pousos e decolagens por hora (aviação comercial). Até julho de 2007, eram 44.

A proibição de conexões e escalas foi anunciada no ano passado como uma resposta às dificuldades operacionais do aeroporto, que ficaram visíveis quando o acidente envolvendo um Airbus da TAM matou 199 pessoas em julho passado.

Na época do anúncio da restrição, em 18 de agosto, o ministro Nelson Jobim (Defesa) disse: "Congonhas não é e não voltará a ser, em hipótese alguma, ponto de distribuição"".

O recuo do governo quanto à restrição ocorreu em janeiro. Jobim negou que a volta das operações seria feita para corrigir um erro.

Naquele momento, a mudança se justificava, porque havia um caos e uma falta de ligação entre os órgãos. Não é questão de que tenhamos errado, é que reassumimos o controle - justificou.

Oficiais da Aeronáutica afirmam que a volta das operações no aeroporto ocorreu devido à pressão das companhias aéreas junto ao Ministério da Defesa e à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O motivo, de acordo com eles, seria uma maior lucratividade, já que Congonhas concentra a maior parte dos passageiros dessas companhias. Na época do anúncio da liberação, as empresas negaram ter pressionado o ministério a rever sua política sobre aeroporto de Congonhas.

Para o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, José Marcio Mollo, o governo errou ao retirar as escalas e conexões no aeroporto da zona sul de SP. Segundo ele, a medida trouxe prejuízos para as empresas e fez com que os passageiros passassem a fazer "conexões informais"" em Congonhas.

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De acordo com Mollo, a procura dos passageiros mostrou que havia necessidade de usar Congonhas como um centro de distribuição de vôos.

A medida se mostrou necessária pelos próprios passageiros, que pegavam um vôo para Congonhas, desembarcavam, faziam check-in novamente e pegavam outro vôo para seguir viagem.

A Anac disse que a retomada das operações não causará problemas de segurança porque o limite de 30 operações/hora está mantido.

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Nova malha aérea vai reduzir problemas detectados na Operação Hora Certa (ANAC - 14.03.2008)

Brasília, 14 de março de 2008 – O balanço final da Operação Hora Certa da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC confirmou que o planejamento das companhias que prevêem pouco tempo de suas aeronaves em solo, principalmente nos vôos com conexões, foi o principal responsável pelos atrasos registrados no início do ano. Por isso, a nova malha aérea que a ANAC está preparando para o período de baixa estação, e que entrará em vigor no dia 24 de março, está sendo planejada de forma a assegurar maior tempo em solo para as aeronaves das empresas aéreas. Além disso, conterá também medidas para evitar que as tripulações excedam o total de horas legais trabalhadas, outra irregularidade encontrada pela fiscalização da ANAC.

A Operação Hora Certa foi um esforço extraordinário de fiscalização realizado entre os dias 21 e 29 de janeiro de 2008. Resultou em cerca de 380 relatórios e mais de uma centena de irregularidades encontradas em 234 inspeções de rampa, 144 fiscalizações de aeronaves em solo e outras 46 em vôo. O objetivo era detectar causas de atrasos nos vôos das quatro maiores companhias brasileiras: TAM, Gol, OceanAir e Varig.

As irregularidades encontradas foram de vários tipos, desde extintores de incêndio com validade vencida e falta de tripulação até uma aeronave da BRA (em operação para a OceanAir) com vários itens necessitando reparos. Foram detectados também alguns problemas nos aeroportos administrados pela Infraero e uma interferência de rádio pirata nas comunicações entre uma aeronave em vôo e o comando de tráfego aéreo da Aeronáutica. O balanço final de autos de infração gerados pela Operação Hora Certa ainda depende da conclusão da análise de todos os relatórios dos fiscais. Cada irregularidade que estiver devidamente identificada nos relatórios deverá gerar uma Notificação para a empresa, que terá 20

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dias para responder. Caso a resposta seja considerada improcedente, será lavrado auto. O balanço do total de autos de infração deverá ser divulgado em 90 dias.

O relatório final indicou que o curto tempo que as companhias prevêem para suas aeronaves em solo é a maior causa dos atrasos, impactando em especial os vôos com conexões. Os fiscais da ANAC encontraram na malha aérea das empresas vôos programados para ficar menos de 30 minutos no solo, tempo que, em alguns aeroportos, é insuficiente para as operações de desembarque, novo embarque e decolagem.

Além disso, a queda gradual dos índices de atraso nos dias seguintes à Operação Hora Certa, prosseguindo durante e depois do Carnaval, indica que as próprias companhias aéreas, sob maior fiscalização da ANAC, agiram para minimizar os problemas registrados. De acordo com dados da Infraero, em fevereiro, em média, 7,1% dos vôos atrasaram mais de uma hora, em contraste com 10% em janeiro e 12,5% de 21 a 31 de dezembro (período de Natal e Ano Novo).

http://www.anac.gov.br/imprensa/NovaMalhaAereaVaiReduzirProblemas.aspRetornar ao índice de assunto

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Alitalia aprova oferta de compra da Air France-KLM: Decisão do conselho de administração foi unânime

(Zero Hora – 17.03.2008)

O conselho de administração da empresa aérea Alitalia aprovou, na noite de ontem, a oferta de compra feita pela Air France-KLM. Iniciada na manhã de ontem, a reunião só terminou às 22h25. O grupo informou, em comunicado, que o conselho de administração da Alitalia ponderou de forma unânime e decidiu aceitar a oferta apresentada pela Air France-KLM e concluir o contrato.

A Air France-KLM revelou, na sexta-feira, sua proposta formal à Alitalia depois de oito semanas de duras negociações. A administração da companhia italiana esperava obter a opinião do ministro da economia. O Estado tem 49,9% de participação na Alitalia.

De acordo com o contrato, a Air France-KLM deveria lançar uma oferta pública cobrindo 100% dos papéis da Alitalia. Cada ação da empresa franco-holandesa seria trocada por 160 ações da companhia italiana. A Alitalia também aceitou a oferta pública de uma aquisição de 100% dos seus títulos de dívida conversíveis, em um preço unitário de 0,3145 euro, em relação ao valor do mercado em 14 de março.

A operação é vista como fundamental para a sobrevivência da empresa italiana, que vem registrando perdas financeiras consecutivas.

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Economia&newsID=a1796607.xml

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BANCÁRIO

Estratégia - BB avança no crédito com ajuda de bancos estaduais. Agências deficitárias do Besc preocupam após incorporações.

(Valor Econômico 17.03.2008 C-3 Finanças)

Alex Ribeiro, de BrasíliaTK Helena / Diário Catarinense / Ag RBS Mescolotto, presidente do Besc: "O banco não olha apenas a rentabilidade" O Banco do Brasil deverá avançar mais rápido no crédito consignado e ampliar a sua base de clientes de cartão de crédito com a incorporação de dois bancos estaduais, de Santa Catarina e do Piauí. Mas também terá que equacionar alguns problemas, como agências deficitárias ou localizadas próximo de seus próprios pontos de atendimento.

O presidente do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc), Eurides Mescolotto, diz que cerca de 15 agências do banco que dirige não são rentáveis, num universo de 447 pontos de atendimento. Em geral, são agências pioneiras, ou seja, as únicas existentes em alguns municípios.

"O banco não olha apenas a rentabilidade", afirma Mescolotto. "Sem essas agências, circularia menos dinheiro nas comunidades porque os aposentados teriam que ir a outros municípios para sacar os seus benefícios."

Ao longo dos últimos anos, o BB fez um esforço para reestruturar a sua própria rede de agência, fechando algumas deficitárias. No acordo para a incorporação do Besc, o BB se comprometeu a manter por cinco anos o atendimento bancário nas localidades em que o Besc está presente.

Oficialmente, o BB não se pronuncia sobre sua estratégia para os bancos estaduais, afirmando que ainda não tomou conhecimento dos detalhes de cada banco. De forma reservada, porém, fontes do BB afirmam que esperam tornar lucrativas um bom número de agências deficitárias. O compromisso de manter o atendimento bancário, na visão do BB, não impede que algumas unidades sejam redimensionadas, com redução do número de funcionários e mudança para prédios mais baratos.

Uma das razões para o baixo retorno em algumas agências, diz uma fonte, é o fato de que o Besc, que estava se preparando para a privatização, oferecer um número limitado de produtos financeiros - o banco não tem, por exemplo, cartões de crédito. Nos casos em que não for possível torná-las lucrativas, lembra essa mesma fonte, uma alternativa será fazer o atendimento por terminais eletrônicos ou correspondentes. O compromisso foi manter o atendimento bancário, o que não significa, necessariamente, a presença de agências.

Outro desafio é a forte sobreposição de agências no interior de Santa Catarina. O BB já era, atrás do Besc, o segundo banco no Estado. Em 143 municípios, tanto o BB quanto o Besc estão presentes. Pelo menos 53 agências do Besc são vizinhas de rua de agências do BB.

Dentro do BB, esse é visto como um problema a ser resolvido na última fase da incorporação. Nada impede que, nas situações em que agências sejam vizinhas, uma delas feche. Mas o BB não descarta especializar as agências - uma para alta renda, por exemplo, e outra para os demais clientes. Também podem ser mantidas duas agências próximas sem mudar o perfil.

"A sede do Besc fica na Praça 15 de Novembro, em Florianópolis, e o BB tem uma grande agência do lado da nossa", afirma Mescolotto. "A agência do BB e a agência do Besc ficam cheias o dia todo. Não consigo imaginar como fechar uma delas."

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O acordo para a incorporação também prevê a manutenção da marca Besc por, no mínimo, cinco anos. Como regra, bancos privados não mantiveram as marcas dos bancos arrematados nos leilões de privatização. Uma exceção é o Banespa, adquirido pelo Santander, que não tinha então uma marca consolidada dentro do país. O BB não vê a manutenção da marca Besc necessariamente como um encargo - a avaliação é que o banco tem tradição no Estado e agrega valor à marca do BB.

Num primeiro momento, a marca Besc permitirá ao BB se apresentar no Estado como "o banco dos catarinenses", em linha com a estratégia do banco federal de se aproximar de públicos específicos - por exemplo, como o banco do comércio exterior ou da micro e pequena empresa. Aos poucos, a intenção é associar a placa do BB à do Besc para, se for o caso, mais tarde eliminar essa segunda marca.

Um dos ganhos com a incorporação do Besc, para o BB, é levar também o Bescri, a empresa especializada em crédito imobiliário. O BB está pedindo ao Conselho Monetário Nacional (CMN) permissão para operar dentro do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), o que tornaria possível captar em caderneta de poupança urbana e operar com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

O sinal verde do CMN está levando mais tempo que o esperado, mas a incorporação do Bescri não é vista necessariamente como uma solução. Primeiro, porque a incorporação deve ser concluída só no segundo semestre, e o BB pretende entrar no SBPE bem antes do que isso. Segundo porque, juridicamente, não é certo que a autorização para operar no SBPE concedida à Bescri possa ser repassada ao BB. De qualquer forma, o BB vê com interesse a forte captação do Besc em caderneta de poupança, que chegou a R$ 2,05 bilhão em 2007 e pode ser usada como uma fonte a mais para o crédito imobiliário. Outro ponto forte do Besc é uma carteira de R$ 340 milhões em crédito consignado ao funcionalismo.

Já o Banco do Estado do Piauí (BEP) tem uma rede bem mais enxuta, com sete agências e nove postos de atendimento bancário, o que facilita em muito a incorporação. O BB já é o banco mais importante no Estado, com 58 agências. Não existe acordo firmado para preservar a marca nem os pontos de atendimento.

Nos últimos anos, o BEP passou por um severo processo de ajuste. Nos áureos tempos, a instituição chegou a ter 60 agências e perto de 1500 funcionários - hoje, são 196. "A administração do BEP foi conduzida de forma passiva, sem abrir agências ou lançar novos produtos", afirma o presidente do BEP, Marcos Antonio Siqueira, um funcionário aposentado do Banco Central que assumiu a direção do banco em 2000 para prepará-lo para a privatização. O principal nicho de atuação do banco são os empréstimos consignados, com uma carteira de R$ 120 milhões. As carteiras de câmbio, desenvolvimento econômico e crédito imobiliário estão inativas.

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Bancos - Santander inicia transição em outubro(DCI 17.03.2008 A-13 Finanças)

O Santander anunciará dia 31 de outubro um plano de reestruturação que dará início ao processo de fusão com o ABN Amro Real, fatia brasileira do banco holandês ABN Amro adquirida pela instituição espanhola junto com Royal Bank of Scotland e Fortis no ano passado. Segundo Emílio Botín, presidente mundial do grupo, o Santander vê o mercado brasileiro como um dos mais promissores do globo, e que não deve ser afetado pela crise internacional. Após a incorporação do Real, a instituição poderá se tornar a quarta maior do País em ativos.

O processo de fusão terá início em outubro e durará outros três anos, explicou José Paiva, presidente interino do Santander no Brasil, cuja presidência deve passar nos próximos meses a Fábio Barbosa, principal executivo do Real e presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Barbosa assumirá a liderança da instituição no País assim que as autoridades holandesas aprovarem a separação do Real do ABN Amro, o que deve ocorrer entre agosto e setembro, disse Botín. "Fábio Barbosa é o melhor executivo do Brasil, por isso, vai comandar o melhor banco", brincou Botín, lembrando ainda que Gabriel Jaramillo, executivo que comandava a instituição no Brasil até agora, passará a atuar na sede do Santander na Espanha.

A nomeação de Barbosa como novo presidente do Santander surpreendeu o mercado na ocasião de seu anúncio, no final de fevereiro. O banco é conhecido por empossar executivos de seu próprio quadro nas operações do restante do mundo. Para Barbosa, no entanto, abriu-se uma exceção.

As declarações de Botín foram feitas na última sexta-feira, durante evento realizado em São Paulo, no qual o Santander nomeou o ex-jogador de futebol Pelé como "embaixador" do banco na Copa Libertadores, campeonato de futebol no qual a instituição é patrocinadora. O executivo mencionou também a intenção de tornar o Santander o maior banco do mundo.

"Há 20 anos, estávamos abaixo da centésima posição em termos de valor de mercado, faz alguns dias passamos para a sétima posição. Para ser o melhor do mundo, é importante ter marca, estratégia clara e bastante empenho", comentou o espanhol. O Santander também é o maior banco da Europa em bolsa e o quinto maior do mundo em lucro, com 913 bilhões de euros em ativos.

Em relação a boatos de que o Fortis poderia vender uma participação e que o Santander seria um dos interessados, Botín afirmou que na ocasião da compra do ABN já houve alguns ajustes. Exemplo disso foi a aquisição da área de Asset Management do Fortis pelo Santander, por 300 milhões de euros. "Por enquanto não vamos fazer novas aquisições. Vamos cuidar da incorporação dos ativos do ABN e nos manteremos como estamos. Continuaremos crescendo organicamente", contou Botín, negando assim que a instituição irá adquirir uma nova fatia do banco belgo-holandês Fortis.

Botín não quis adiantar informações sobre a fusão no Brasil com o Real, indicando apenas que "está tudo planejado" e que os projetos serão anunciados somente em outubro. "Por enquanto, as duas marcas continuam separadas, todos os produtos socioambientais do Real são mantidos", informou o executivo.

Segundo balanços dos bancos referentes a dezembro do 2007, após a fusão com o Real, o Santander ficaria com R$ 275,5 bilhões em ativos totais, em quarto lugar no ranking de maiores bancos do País. No entanto, estaria muito próximo do Itaú, que no ano passado fechou com R$ 294,8 bilhões em ativos, atual terceiro maior banco do País, perdendo para o Bradesco (R$ 341,2 bilhões) e Banco do Brasil (R$ 357,8 bilhões), que está em primeiro.

"Nosso banco tem um grande compromisso com o Brasil e com a América Latina. Estamos na região há 60 anos, passamos por bons e maus momentos, mas continuamos apostando", ressaltou Botín.

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Na semana passada, o banco central da Holanda aprovou o processo de desmembramento do ABN Amro entre Santander, Royal Bank of Scotland e Fortis, que formavam o consórcio que adquiriu a instituição financeira por 72 bilhões de euros em outubro do ano passado. Agora, a próxima etapa é justamente a separação entre ABN Amro e Real e, posteriormente, a autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do Banco Central, explica José Paiva, presidente interino.

Crise externa

O Santander acredita que o Brasil passará ileso pelas turbulências que afetam o mercado internacional desde agosto de 2007.

Para Emilio Botín, a crise de liquidez deve durar até um ano. "O Brasil é o último país que poderia ser afetado. Vir aqui é uma injeção de otimismo, dado o dinamismo empresarial das companhias brasileiras e a força de seus bancos", disse.

Segundo ele, a injeção de US$ 200 bilhões realizada pelo Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos) nos bancos norte-americanos nesta semana não foi suficiente para conter o estresse dos mercados e resolver a crise. "Não gosto da situação atual, onde se configura uma recessão dos Estados Unidos que pode ter efeito sobre a economia real. Mas os bancos centrais estão trabalhando juntos, o que é algo positivo", avaliou Botín. Na opinião do executivo, a crise deve se estender pelo menos até o final do primeiro semestre.

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CHINA

Chineses já estavam reticentes em investir(Jornal do Commercio 17.03.2008 A-2 Economia)

George ChenDa agência Reuters

A Citic Securitires informou, no sábado, que pode não seguir com o acordo para investir cerca de US$ 1 bilhão no Bear Stearns por causa da crise financeira enfrentada pelo quinto maior banco de investimentos americano.

A maior corretora da China listada em bolsa de valores informou que iria "conduzir uma avaliação detalhada" do acordo depois que o Bear, que informou que sua posição de liquidez piorou, obteve na sexta-feira um financiamento de emergência junto ao Federal Reserve e ao JPMorgan Chase.

Qualquer cancelamento do acordo com a Citic seria outro golpe para o Bear. A instituição vinha contando com o investimento para ampliar sua base de capital.

"Nossa companhia percebeu o recente acordo de financiamento entre o Bear Stearns, o JPMorgan Chase e outras instituições financeiras e nós também consideramos fatores incluindo a acentuada queda

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no valor da ação do Bear Stearns", informou a Citic. "Não podemos garantir acertar um acordo final no futuro", informou a corretora chinesa em comunicado.

Em outubro, o Bear Stearns e a Citic Securities anunciaram planos para investirem US$ 1 bilhão em cada instituição e formar uma joint-venture no setor bancário da Ásia. A Citic ficaria com cerca de 6% do Bear e o banco americano teria aproximadamente 2% da companhia chinesa. Desde então, porém, as ações do Bear perderam 74% do de valor e as ações da Citic recuaram 45%.

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Crise China-Tibet - Tibet fechado a estrangeiros. China susoende autorização de viagens à região, reforça a efetivo militar, quer o fim dos protestos hoje e anuncia punição a quem desrespeitar.

Dalai Lama diz que região está sofrendo "genocídio cultural".(Jornal do Commercio 17.03.2008 A-14 Mundo)

DA REDAÇÃO, COM AGÊNCIAS

A China suspendeu autorizações de viagens de estrangeiros ao Tibet por "preocupações com a segurança", informou a mídia estatal chinesa ontem, enquanto tropas do exército bloquearam a capital Lhasa para tentar impedir a repetição dos episódios de violência de sexta-feira, os mais sérios ocorridos em duas décadas.

O clima se manteve altamente tenso em Lhasa, ontem, com policiamento e tropas por toda cidade, além de patrulhas retirando entulho e carros virados das ruas. Os protestos, em que 80 pessoas morreram segundo líderes exilados da região, têm incomodado autoridades e manchado a imagem de nação em harmonia cuidadosamente cultivada pela China para os próximos Jogos Olímpicos, que acontecem em agosto.

O governo regional tibetano suspendeu os pedidos de estrangeiros interessados em viajar para regiões do Himalaia, informou a agência de notícias Xinhua, citando uma autoridade local. A China, atenta à agitação civil, exige dos estrangeiros pedidos de autorização semelhantes a vistos antes do ingresso ao Tibet. "Nós também sugerimos aos turistas estrangeiros agora no Tibet para deixarem a região nos próximos dias", disse Ju Jianhua, diretor do departamento de relações estrangeiras da região. "Os departamentos civis locais de transportes aéreo, ferroviário e rodoviário proverão serviços aos viajantes estrangeiros que quiserem encurtar suas viagens", acrescentou Ju.

Bandeira chinesa é derrubada em Paris

Os violentos protestos ocorridos no Tibet nos últimos dias e a repressão chinesa fizeram com que simpatizantes da causa tibetana realizassem manifestações em diversas partes do mundo ontem. A situação da região dominada pela China desde 1951 foi também alvo de diversas declarações oficiais, em geral pedindo que o governo de Pequim adote uma postura pacífica para a questão.

As manifestações com maior número de adeptos ocorreram em Paris, Bruxelas, Haia (Holanda) e Barcelona, em geral ocorridas em frente às representações chinesas nestas cidades. Em Paris, centenas de pessoas foram à frente da Embaixada da China em Paris, em um ato que terminou com choques

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entre os ativistas e a polícia francesa. Vários participantes do protesto tentaram chegar à delegação, o que obrigou os agentes a contê-los e a usar bombas de gás lacrimogêneo. Um dos manifestantes conseguiu escalar o muro da embaixada e derrubou a bandeira chinesa. Os ativistas gritavam frases contra a China, à qual acusaram de ter provocado uma dura repressão no Tibet. O presidente da comunidade tibetana na França, Thubten Gyatso, denunciou "meio século de perseguição sob ocupação chinesa" e pediu uma intervenção internacional no país.

Em Haia, a manifestação contou com cerca de 500 pessoas, também em frente à Embaixada da China - que sofreu ataques. Ao menos dois manifestantes conseguiram entrar no edifício, onde logo foram presos e levados à delegacia. A Campanha Internacional pelo Tibet ainda convocou uma marcha na cidade para protestar contra a morte de manifestantes em Lhasa durante os últimos dias.

Já na Bélgica, cerca de 400 pessoas se reuniram em Bruxelas como forma de solidariedade ao povo tibetano. Porém, o grupo não causou tumultos. O único incidente foi a queima de uma bandeira da China. As entidades que organizaram a marcha em Bruxelas - a Amigos do Tibet, a Comunidade Tibetana na Bélgica e a Campanha Internacional pelo Tibet - pediram uma investigação internacional em relação aos últimos eventos em Lhasa, e que sejam suspensos os Jogos Olímpicos de Pequim.

Em Barcelona, foi realizada uma cerimônia em homenagem às vítimas da violência em Lhasa. Em seguida ocorreu uma marcha e uma vigília convocadas pela Fundação Casa do Tibet. A entidade já marcou uma nova manifestação em frente ao consulado chinês em Barcelona hoje.

Depois que União Européia, Estados Unidos e Japão pediram, no sábado, moderação ao governo chinês, mais governantes fizeram o mesmo ontem - e de forma mais dura. Na França. Um documento do Ministério das Relações Exteriores pediu respeito aos direitos humanos e disse que vai "observar de perto (a situação) com seus companheiros da Europa".

Dalai Lama quer pressão mundial anti-China

O líder espiritual tibetano, Dalai Lama, pediu ontem uma investigação internacional sobre a ação do governo chinês contra as manifestações ocorridas na sexta-feira em Lhasa, capital do Tibet. Para ele, a região está sofrendo "um tipo de genocídio cultural'' e as autoridades chinesas pretendem ''alcançar a paz através do uso da força''.

"Algumas organizações internacionais respeitáveis podem descobrir qual é a situação do Tibet e qual a sua causa", disse ele em uma entrevista em Dharamsala, no norte da Índia, onde está estabelecido o governo tibetano no exílio. "Seja proposital ou não, está ocorrendo um tipo de genocídio cultural no Tibet".

Em seu primeiro comparecimento público após os distúrbios de sexta-feira, o Dalai Lama voltou a expressar seu apoio à realização dos Jogos Olímpicos de Pequim neste ano. O governo tibetano no exílio informou que fontes confirmam as mortes de ao menos 80 pessoas durante os distúrbios e que a cidade permanece sitiada, com todos os acessos bloqueados. Fontes oficiais chinesas, citadas pela agência "Xinhua", no entanto, avaliaram em dez o número de mortos nos distúrbios.

O governo autônomo da região - controlada pelo governo central da China - deu ontem um ultimato para que os protestos cessem: o ultimato vai até a 24h de hoje (13h em Brasília). Representantes do Poder Judiciário do Tibet disseram ontem que eximirão de punições aqueles que se arrependerem. "Os criminosos que não se renderem após a data-limite serão severamente punidos de acordo com a lei'', informou o governo do Tibet - acrescentando que dará recompensas e proteção às pessoas que derem informações sobre os manifestantes.

Os distúrbios na capital tibetana ocorreram em meio aos protestos protagonizados desde o dia 10 por monges budistas para lembrar o aniversário da fracassada rebelião tibetana contra o mandato chinês em

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1959, que causou a ida ao exílio do Dalai Lama. Em 1950, o Tibet foi ocupado militarmente pela China. O governo de Pequim afirma que esse território faz parte de seu país há séculos.

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Rede social - MySpace entra no mercado chinês(Jornal do Commercio 17.03.2008 B-11 Tecnologia)

DA AGÊNCIA REUTERS

A rede social MySpace, do grupo News Corp, firmou uma parceria com o site chinês de compartilhamento de vídeos Youku.com, de olho no mercado local. Lançado em dezembro do ano passado, o Youku tem mais de 100 milhões de visitas diárias, de acordo com empresa de pesquisas Nielsen/NetRatings. O site tenta ser o próximo YouTube do país.

A parceria tem o objetivo de direcionar a navegação dos internautas entre os dois sites, compartilhando seus serviços, afirmou em comunicado o presidente do Youku, Victor Koo.

Sites de relacionamentos como o MySpace e o Facebook permitem que usuários compartilhem imagens, músicas, vídeos e blogs. Assim como no Brasil, o MySpace também tem sua versão chinesa, país que possui 210 milhões de internautas, segundo dados do fim do ano passado.

Recentemente, o país alcançou os Estados Unidos como o maior mercado de internet em número de usuários, segundo a empresa chinesa BDA, com 210 milhões de internautas no finalde 2007.

A companhia de pesquisa de mercado Nielsen//NetRatings define em 216 milhões o número de internautas nos EUA no mesmo período.

A BDA acrescentou que espera que o comércio online seja o próximo segmento a ter um boom no mercado chinês.

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Concorrência chinesa impulsiona novos projetos (Valor Econômico 17.03.2008 A-4 Brasil)

De São Paulo

A concorrência com as importações tem sido fator determinante para que parte dos setores industriais também reforcem investimento. Os setores têxtil, de vestuário e calçados, que sofrem diretamente a concorrência de produtos da Ásia, aceleraram investimentos para modernizar fábricas e expandir capacidade.

Segundo dados do BNDES, no biênio 2006/07, o setor de vestuário recebeu R$ 196,1 milhões em recursos, 77% mais do que nos 24 meses anteriores. O setor de couro e calçados elevou os financiamentos em 52,9%, para R$ 487,1 milhões, e o setor têxtil teve aumento de 10,6% nos empréstimos, para R$ 472,1 milhões. "Esses setores sinalizam claramente o interesse em ganhar musculatura para recuperar participação no mercado interno", afirma Mariano Laplane, diretor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

As aprovações do BNDES para estes três setores também indicam investimentos maiores no futuro. Elas cresceram 25% para o setor têxtil e 50% para o vestuário.

A alta de 40% nas importações de máquinas e equipamentos em 2007 deixou em alerta a indústria nacional, que opera com 82,5% da capacidade e teme perder mercado para os importados, barateados pelo câmbio, diz Luiz Aubert Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Bráulio Borges, da LCA Consultores, pondera que as importações têm participação pequena no mercado brasileiro. "No cenário atual, elas ajudam a reduzir a pressão em preços, o que é positivo do ponto de vista do controle inflacionário", avalia. Para ele, os investimentos em expansão da capacidade (de R$ 3,4 bilhões nos últimos dois anos, segundo o BNDES) serão suficientes para que a indústria nacional de máquinas fique na liderança.

Os economistas consideram o setor de papel e celulose como o único em condição sensível. Conforme o BNDES, em 2007, os desembolsos para o setor diminuíram 21,9%, para R$ 1,88 bilhão. As aprovações caíram 91% no mesmo período, para R$ 337 milhões. "É possível que por conta do câmbio, as indústrias de papel, que operam globalmente, prefiram investir nas fábricas em outros países do Mercosul", diz Laplane.

Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que há cinco meses, a indústria de transformação opera com um nível médio de uso da capacidade de 83%. Em janeiro, dez de 17 setores registraram redução nesse nível. (CB)

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China ameaça mais ação latina do que EUA. Para o Deutsche Bank, aceleração da inflação chinesa pode motivar aumento no juro e reduzir demanda por commodities

(Folha de São Paulo 17.03.2008 B-11 Dinheiro)

Com maior peso de produtores de commodities, Bolsa brasileira pode ter fortes perdas com desaceleração na China

DA BLOOMBERG

A China representa um risco maior para as Bolsas da América Latina do que a crise nos Estados Unidos. Isso porque a economia chinesa, que tem o crescimento mais acelerado no mundo, poderá ter de elevar suas taxas de juros para abrandar a inflação, medida que pode reduzir consideravelmente a demanda por commodities, segundo o Deutsche Bank.As ações brasileiras são as que mais perderão entre as Bolsas latino-americanas devido à grande concentração de empresas produtoras de commodities no Ibovespa.""A China é um risco maior do que a desaceleração dos EUA no segundo semestre, não apenas para as ações latino-americanas mas para todos os mercados emergentes. Se a tendência de alta da inflação na China não for interrompida até meados do ano, poderemos assistir a um superarrocho, que poderá desacelerar a atividade econômica e a demanda por commodities", disse Guilherme Paiva, estrategista de ações latino-americanas do Deutsche Bank.Paiva recomenda ""aumentar a exposição" para as ações brasileiras, mas já admite que deve reduzir sua previsão para a pontuação do Ibovespa, estimada em 75.000 pontos no final do ano. Na sexta, terminou em 61.990 pontos.O Ibovespa subiu 43% nos últimos 12 meses, enquanto o índice de ações emergentes MSCI, do Morgan Stanley, teve valorização de 26%, e o Standard & Poor"s 500, da Bolsa de Nova York, perdeu 6,3%.""Embora as exportações devam responder por 11% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2008, as ações de empresas de combustíveis, energia e matérias-primas são responsáveis por mais de 50% da ponderação no índice MSCI Brazil", disse Paiva. ""Portanto, as ações brasileiras podem ser mais prejudicadas do que a economia [do Brasil]".As empresas produtoras de combustíveis, energia e matérias-primas têm uma ponderação de 59% no índice, segundo dados da Bloomberg.Os papéis da Petrobras respondem por 27% do índice MSCI Brazil, seguidos pelos da Vale, a maior produtora mundial de minério de ferro, com uma ponderação de 21%.""Recomendamos aos nossos clientes que mantenham menos exposição em papéis de combustíveis e energia, que serão mais prejudicados nesse cenário, e migrem para nomes nacionais, de setores como bancos, telecomunicações e varejo", disse Paiva.

Preços chineses Os preços ao consumidor da China subiram 8,7% em fevereiro, comparativamente ao mesmo período de 2007. Foi o ritmo mais alto dos últimos 11 anos. A aceleração foi puxada pelo salto nos preços de alimentos e combustíveis e aumentou a aposta de que o BC chinês continue a elevar os juros. No ano passado, a China teve seis altas nos juros.O BC chinês também elevou as alíquotas do depósito compulsório dos bancos para o recorde de 15%, com o objetivo de desacelerar a economia.Os analistas do Deutsche Bank prevêem que a inflação chinesa vai se acelerar para 7,2% em 2008, após alta 4,6% no ano passado. Eles prevêem também que a expansão da economia vai recuar para 9,5% neste ano. O PIB chinês cresceu 11,2% no período de três meses encerrado em dezembro.""A China vem sendo o principal impulsionador do crescimento mundial. Portanto, uma desaceleração no país vai afetar os preços das commodities e, conseqüentemente, os mercados emergentes", disse Paiva.

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Balança comercial - Demanda chinesa vira aposta para manter vendas externas(DCI 17.03.2008 A-4 Política Econômica)

Apesar da cada vez mais provável recessão nos Estados Unidos, a China deve continuar crescendo e impulsionando o crescimento da economia mundial, especialmente dos países que vendem commodities, como o Brasil.

De acordo com um diplomata brasileiro que trabalha nas relações com a potência asiática, "o crescimento da China pode ser comparado a um trem em alta velocidade que, para ser contido, necessita de muitos freios ou de um grande acidente. A crise na economia norte-americana não será tão grave a ponto de diminuir, consideravelmente, o ritmo chinês, especialmente porque seu crescimento econômico se alimenta, cada vez mais, do mercado interno. A China é como um trem desgovernado, cuja velocidade se auto-alimenta".

Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC), faz apontamentos que chancelam a opinião do diplomata. "A China começou sua expansão econômica apoiada na exportação. Atualmente, entretanto, os motores da economia são, além das vendas externas, os investimentos e o mercado consumidor interno. Nas últimas duas décadas, foram incluídos na economia 400 milhões de chineses. Há um boom econômico no centro e oeste do país. Vive-se por lá, a interiorização do desenvolvimento que precisa incluir, ainda, dois terços da população. O potencial de crescimento é imenso", disse.

Para o representante do Itamaraty, a continuidade do crescimento chinês é muito importante para a economia brasileira. "Ainda que a China cresça um pouco menos em 2008, continuará a demandar por muitos produtos primários, levando a reboque as economias dos países que têm vantagens comparativas em relação a estes produtos, como o Brasil", destacou, acrescentando que os efeitos benéficos ao comércio exterior brasileiro, entretanto, não são diretos. "Os chineses compram apenas uma parte das commodities no Brasil. A grande demanda chinesa, no entanto, decorre em aumento de precificação internacional, ajudando todos os países que possuem pauta de exportações voltadas a esta classe de produtos".

Conforme a mesma fonte, graças a esta circunstância, não podemos esperar que o valor das perdas relativas à diminuição das exportações aos Estados Unidos, relacionada à crise, seja compensada diretamente com ganhos na balança comercial com os chineses. "Nossa relação com os norte-americanos é antiga. Nosso comércio com eles totaliza valores que representam o dobro do que temos com os chineses. Compensaremos as perdas com vendas de commodities dirigidas a muitos mercados, inclusive aos próprios norte-americanos".

Tang esclarece também que apenas 11% das exportações chinesas são direcionadas aos EUA. "Ainda que a China perca 25% das vendas no mercado norte-americano, não será grave. O governo quer mesmo reduzir o crescimento, que vem causando inflação. De todo modo, o impacto da recessão nos EUA na economia da China será bastante limitado".

Oportunidade nos EUA

O diretor executivo da Interaction Times - Consultoria em Relações Internacionais, Marcus Peçanha, acredita que "a aproximação do Brasil com a China, a Índia e a África do Sul é inevitável. Não pode, entretanto, estar relacionada à recessão norte-americana, que não deve ter uma longa duração".

O consultor vislumbra, ainda, uma oportunidade breve aos exportadores brasileiros nos EUA. "Os gastos com a guerra no Iraque, e a necessidade de reduzir o déficit em geral, associado à necessidade de fazer investimentos sociais, como o direcionado à saúde pública, obrigarão o próximo governo norte-americano a fazer um ajuste fiscal, no máximo dentro de um ano e meio. Este ajuste deverá incluir

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consideráveis reduções nos subsídios agrícolas. Será, então, uma excelente oportunidade para incrementar as exportações brasileiras", frisou.

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CIVIL

Comentários ao Código Civil de 2002(Correio Braziliense – 17.03.2008)

Parte GeralLivro III – Dos Fatos Jurídicos Título V – Da Prova VII (arts. 212 a 232)

Requisitos da confissão (poder da pessoa confitente de dispor do direito alcançado pela confissão) — Como requisito da confissão, destaca-se aquele segundo o qual se exige do confitente a capacidade de dispor do direito a que se refere o fato jurídico, reconhecido como verdadeiro. Dispor do direito significa o poder de exercício, de fato e de direito, para construir ato ou negócio jurídico relacionado ao bem jurídico, destinado a servir a vontade que aprouver à pessoa, observados os limites da legalidade e da eticidade, sob pena de ilicitude. (1).

A regra exige a capacidade da pessoa para exprimir a vontade e confessar, mas também requer que, mesmo capaz, possa dispor do direito de que trata o fato confessado. O direito, armazenado no patrimônio material ou imaterial da pessoa que partejou, por si ou por outrem, a confissão, tem que ser disponível, de tal sorte que possa, livremente, migrar para outro titular, sem censura ou interdição da lei. A rigor, o correto é analisar o direito sob a perspectiva da disponibilidade, como caráter de transmissibilidade — direito que se pode transferir a outro sujeito — ou de intransmissibilidade, direito que não se pode diferir a outro sujeito.

O titular do direito disponível pode promover-lhe a transferência patrimonial ou renunciá-lo, sem embargo da lei, razão por que goza de legitimidade para confessar. Assim é que, na hipótese de direito indisponível, descabe a confissão (2). Se o direito for disponível, admite-se que ocorra a confissão pelo próprio titular ou pelo representante convencional, devidamente munido de poderes. Mas, se o direito for indisponível, recusa-se a confissão, venha pelo titular ou pelo seu procurador habilitado.

A disponibilidade do direito, como requisito da confissão, não se limita à constatação de titularidade do sujeito que confessa, por si ou por outrem. Em certos casos, a disponibilidade há de ser de ordem ética ou moral, premissa que supera a idéia de que, para a confissão, basta que o direito se interne no patrimônio do confitente.

A regra contida no art.351 do Código de Processo Civil, segundo a qual “não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis”, requer análise modelada pelo senso da razoabilidade, para poupar a construção radical e absurda de que, nas ações de estado, alvejados

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direitos não-patrimoniais, se esvazia a eficácia da manifestação ou declaração relativa ao reconhecimento de fato jurídico concernente a direito que estaria sob a guarda da indisponibilidade.

Ora, um fato jurídico pode, perfeitamente, ser reconhecido ou admitido como verdadeiro pela parte, mesmo quando contrário ao seu interesse e em matéria de direito pessoal, sem que o juiz possa se desinteressar pela sua existência, sob o simples e linear argumento de que se cuida de direito indisponível. A rejeição dogmática contraria o princípio da afirmação da verdade do fato jurídico, indispensável para a solução e distribuição da justiça, razão do direito.

Seria incivilizado à supremacia dos direitos fundamentais, de fundo pessoal, que a parte admitisse ou declarasse, em juízo ou fora dele, o fato jurídico em que se fundeia a paternidade ou estado de filiação (3), mas a confissão fosse sufocada pela invalidade, em prejuízo dos direitos consectários e subjacentes a que a pessoa beneficiada pelo confitente faz jus, em campo tão caro à dignidade do ser humano.

Extremar a regra que restringe a eficácia da confissão, principalmente quando colhida em ambiente arejado, sem máculas, se presta, na verdade, a tolher o exercício de certos direitos personalíssimos, muitas vezes vitimados à falta de fruição plena. Deve-se abandonar o absolutismo da regra que prescreve a solução de invalidar a confissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis, urdida no teorema jurídico que se divorcia das necessidades existenciais da pessoa humana, já carente de efetividade da justiça.

Justifica-se, por conseguinte, a absorção de modelo capaz de mitigar a imponência da vedação, conforme a situação concreta, de convivência com o mundo que renuncia à colateralidade da norma com o fato jurídico, que encharca a pessoa de existência real (4).

Requisitos da confissão (a determinação do fato jurídico, objeto da confissão — Exige-se que a confissão entronize o fato jurídico como acontecimento verossímil, suficientemente determinado e precisado, sob o aspecto dos elementos necessários à formação do juízo de cognição. Certeza e determinabilidade são atributos que se impõe à confissão (5) para que o fato jurídico mereça credibilidade, razão por que a tergiversação e a insegurança retiram-lhe a força probante, sempre vulnerada pela vicissitude da memória, ambiente psíquico onde se guarda a capacidade de trazer o passado para o presente.

A fragilidade da memória do confitente pode contribuir para enfraquecer ou desacreditar a força existencial do fato jurídico, situação que exige do juiz trabalho intelectivo que se ponha a conjugar os elementos informativos à formação do convencimento, num exercício de valoração do acervo das provas.

(1) Diz o art. 187 do Código Civil: “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”. (2) Diz o art.351 do CPC: “Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis”. (3) O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) estabelece, no art. 27, que “O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de justiça”. (4) Ora, é perfeitamente possível que o reconhecimento do estado de filiação, como direito personalíssimo e indisponível, se faça sem o exercício da jurisdição, fato em que subjaz a idéia de confissão extrajudicial. Em sendo assim, por que dificultar a confissão judicial de fato relativo a direito indisponível? (5) Na confissão ficta ou tácita, decorrente inércia da parte contrária em combater a edificação da verdade alegada sobre a existência de um fato jurídico em que se baseia o dissídio, impõe-se, também, que o fato narrado seja determinado e preciso.

Luís Carlos Alcoforado

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Advogado, ex-examinador em Direito Civil do Exame de Ordem da ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Distrito Federal, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros, Seção do Distrito [email protected]

http://www2.correioweb.com.br/cbonline/direitojustica/sup_dej_71.htm?

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Dever de cuidar: Segurado pode ser indenizado por recusa de cobertura(ConJur – 17.03.2008)

por Maria Fernanda ErdelyiO Superior Tribunal de Justiça segue firmando jurisprudência no sentido de punir com pagamento de indenização por danos morais o plano de saúde que recuse injustamente cobertura ao segurado. Em julgamento nesta terça-feira (11/3) a 3ª Turma do STJ condenou a Unimed Natal — Sociedade Cooperativa de Trabalho Médico, do Rio Grande do Norte — ao pagamento de R$ 20 mil por danos morais a um segurado por se negar a cobrir os custos de uma implantação de “stent” cardíaco (tela de aço inoxidável aplicada para desobstruir vasos sangüíneos).

Esta não é a primeira decisão da Corte neste sentido. As Turmas e a Seção de Direito Privado do Tribunal vem se pronunciando reiteradamente neste sentido. “A jurisprudência desta Corte vem reconhecendo o direito ao ressarcimento dos danos morais advindos da injusta recusa de cobertura de seguro saúde, pois tal fato agrava a situação de aflição psicológica e de angústia no espírito do segurado”, afirmou a ministra relatora, Nancy Andrighi.

A Unimed Natal recorreu ao STJ contra acórdão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte que a condenou ao pagamento de R$ 5 mil de indenização por danos morais para o segurado Wilson de Souza Gomes. De acordo com o processo, o segurado propôs ação contra a empresa alegando que desde 1993 pagava em dia as mensalidade de seu plano de saúde mas, em maio de 2005, quando se submeteu em regime de urgência a cateterismo cardíaco e a angioplastia, a empresa negou-se a cobrir os custos para implantação de “stent” cardíaco. Gomes só pôde se submeter ao procedimento depois que sua família cobriu os custos para a implantação.

A 3ª Turma do STJ não só rejeitou o recurso da Unimed como também aumento o valor da indenização devida atendendo a pedido do segurado. “Com efeito, ao avaliar o transtorno sofrido por pacientes que, submetidos a procedimentos cirúrgicos, têm sua assistência securitária indevidamente negada, esta Corte tem fixado os danos morais em patamares substancialmente superiores”, afirmou Nancy Andrighi, concordando em majorar o valor da indenização.

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Negativação indevida: Itaú é condenado por sujar nome de quem não era cliente(ConJur – 17.03.2008)

por Marina ItoPor incluir indevidamente o nome de uma pessoa no cadastro restritivo de crédito, o Banco Itaú foi condenado pela 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro a pagar R$ 50 mil de indenização por danos morais. O banco havia recorrido da decisão de primeira instância, que estipulou o valor da reparação em R$ 30 mil. O autor também recorreu, mas para aumentar a indenização. Os desembargadores entenderam que, no caso, a indenização deveria ser majorada. Cabe recurso.

Em uma sessão um pouco tumultuada, o relator, desembargador Binato de Castro, ia votar pela manutenção da indenização no valor de R$ 30 mil. Mas os desembargadores resolveram aumentar a reparação. A dúvida era saber em quanto. Quando foi sugerido o valor de R$ 50 mil por um dos desembargadores, Binato, Nanci Mahfuz e Siro Darlan não tiveram muita dúvida. “Por mim, eu dava R$ 100 mil”, afirmou Binato.

Em um julgamento anterior, no mesmo dia da sessão, o desembargador, que também preside a Câmara, expressou sua insatisfação em relação aos valores das condenações. No entendimento de Binato, as condenações acabam sendo ineficazes devido aos baixos valores. O advogado Jorge Passarelli, que representa o autor, saiu da sala de julgamento sob cumprimentos das pessoas que assistiam à sessão. O valor assustou até os advogados que estavam presentes.

PeculiaridadesApesar de a ação ter sido motivada pela inclusão do nome do autor em cadastros restritivos de crédito, a situação tem suas peculiaridades. É que, segundo Passarelli, é a terceira vez que o banco negativa o CPF de seu cliente, que este nunca teve conta no Itaú. Além disso, o nome da pessoa inadimplente é de uma mulher e, de acordo com o advogado, o CPF é completamente diferente.

Passarelli informou à Consultor Jurídico que seu cliente, um pequeno comerciante, acabou quebrando, devido às negativações de seu CPF junto aos cadastros restritivos de crédito. “Ele não tinha mais cheques, não podia fazer mais transações bancárias, foi obrigado a fechar sua papelaria”, afirmou. Segundo o advogado, esses dados foram juntados aos autos, além de ter relatado o histórico das ações movidas contra o banco.

Apesar de nunca ter visto uma indenização elevada em casos de inclusão indevida em cadastro restritivo, o advogado achou que os desembargadores foram comedidos. “Se fosse em um outro país, a indenização poderia até quebrar o banco”, constatou, fazendo referência ao que a instituição financeira teria causado a seu cliente.

Em primeira instância, o banco alegou que a culpa era da Receita Federal, que havia emitido CPFs em duplicidade. Informações da Receita jogaram por terra os argumentos da defesa da instituição. O banco também argumentou que a ação era idêntica a outras duas.

“Verifica-se, portanto, que embora sejam idênticas as partes que litigaram em todos os processos, e coincidentes os pedidos indenizatórios, os fundamentos das pretensões diferem quanto ao evento desencadeador dos danos morais”, escreveu a juíza Françoise Picot.

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Segundo Passarelli, o autor já entrou com outras duas ações, uma no Juizado Especial em que o banco foi condenado a pagar R$ 2,5 mil ao comerciante e outra na 30ª Vara Cível. Mas o advogado informou que as ações se devem a negativações distintas.

Processo 2006.001.52.874

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Corpo estranho: Mcdonald's é condenado por vender batata com formiga(ConJur – 17.03.2008)

por Gláucia MilicioNuma ação de indenização, além da ação ou omissão, há que se apurar se houve dolo ou culpa do agente no evento danoso, bem como se houve relação de causalidade entre o ato e o prejuízo sofrido pela vítima. O entendimento foi usado pelo juiz Yale Sabo Mendes, do Juizado Especial Cível de Cuiabá (MT), para condenar o MC Donald's a pagar R$ 10 mil de indenização a uma consumidora que encontrou uma formiga grudada na batata frita (leia a decisão). Cabe recurso.

Para o juiz, o sentimento de repugnância e o nojo experimentado pela cliente, ao deparar com um inseto, geraram os danos morais alegados por ela. Mendes destacou que houve também “violação ao princípio da confiança, outro norte a ser perseguido nas relações de consumo”.

A consumidora contou que, ao começar a comer, encontrou um corpo estranho grudado na batata e, logo depois, constatou que era uma formiga. Depois do ocorrido, procurou o gerente da loja para reclamar. Como nada foi feito, tirou uma foto e recorreu à Justiça. No pedido, alegou que tal situação, criou um grande constrangimento de natureza moral. O MC Donald's, para se defender, alegou que o Juizado não poderia processar a questão porque necessitada de prova pericial e que tal requisito se torna incompatível com a Lei 9.099/95, que dispõe sobre a competência dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais.

O MC Donald's alegou, ainda, que não existe a menor possibilidade de haver qualquer tipo de corpo estranho nos lanches da empresa e que não há de se falar em qualquer tipo de indenização.

O juiz Yale Sabo Mendes não aceitou os argumentos. Para ele, “não há falar da prova do dano moral no caso, uma vez que este não se comprova através dos mesmos meios utilizados para verificação do dano material. Basta, para tanto, apenas a prova da existência do ato ilícito”, finalizou.

Barata no hambúrguerEm outra ocasião, o McDonald's se livrou de pagar 500 salários mínimos para a consumidora Dayane Almeida Santos, que diz ter encontrado uma barata no cheeseburger. O juiz José Tadeu Picolo Zanoni, de São Paulo, entendeu que a consumidora não provou as alegações “de forma minimamente aceitável” e rejeitou o pedido de indenização por danos morais.

A garota, representada pelos pais na ação, contou que percebeu algo diferente no recheio do lanche e suspeitou que fosse uma barata. O fato foi comunicado ao gerente. O avô da consumidora levou o lanche ao Instituto Biológico para análise científica. Ficou comprovado que realmente havia um pedaço de barata no cheeseburger. Entretanto, o Instituto afirmou que “não é possível afirmar quando este tinha sido introduzido no alimento”.

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O McDonald's alegou que seu padrão de higiene é rigoroso e que é “objeto de fiscalização das autoridades”. Também argumentou que “não existia prova de nexo causal”. O juiz aceitou o argumento e o isentou da culpa.

Outros casosUm supermercado de Pelotas, no Rio Grande do Sul, não teve a mesma sorte. A 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Sul o condenou a pagar R$ 3 mil de indenização a um cliente que encontrou uma barata no pão. Para os desembargadores, a empresa que não apresenta produto com qualidade e segurança tem de indenizar o consumidor por eventuais danos sofridos.

Em Minas Gerais, uma cooperativa de produtos rurais foi obrigada a indenizar uma família em R$ 5 mil por vender leite contaminado com restos de ratos mortos. A decisão foi da 3ª Vara Cível de Belo Horizonte. Para fixar o valor da indenização, o juiz considerou as peculiaridades do caso, sua conseqüência e a situação financeira dos envolvidos.

A Coca-Cola também já foi condenada por falta de higiene. A Renosa, uma subsidiária da empresa em Mato Grosso, teve de pagar R$ 1 mil de indenização por danos morais a um casal que encontrou um corpo estranho em uma Coca-Cola. A decisão foi da 5ª Vara de Cáceres (MT). O casal comprou duas garrafas de refrigerantes e no dia seguinte, durante almoço com amigos e parentes, foram alertados por um de seus convidados sobre a existência de uma substância estranha, o que causou constrangimento no casal. Eles pediram R$ 14 mil de indenização, mas o juiz Brenno Cruz Mascarenhas Filho, fixou a indenização em R$ 1mil porque o casal não ingeriu o produto.

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COMÉRCIO EXTERIOR

Novo impulso - País já soma US$ 160 bi em aportes no exterior. Provável compra da Xstrata pela Vale ampliará ainda mais a internacionalização da economia.

(DCI 17.03.2008 A-3 Política Econômica)

O Brasil tem caminhado a passos largos com o seu processo de internacionalização, nos últimos anos. Prova disso é que entre 2001 e 2007, os ativos externos do País cresceram 230% - de US$ 68,5 bilhões para US$ 160 bilhões. As empresas respondem por cerca US$ 120 bilhões. No confronto com Índia e China - países que compõem os Bric - o Brasil aparece como o maior investidor externo, atrás apenas da Rússia (leia matéria ao lado). Em 2008, segundo analistas, o País deve ampliar em mais alguns bilhões seu estoque de capital no exterior.

Boa parte dessa estimativa será facilitada pela possível concretização da compra da mineradora suíça Xstrata, a quinta maior do mundo, pela Vale do Rio do Doce, o que causará uma reviravolta nas contas externas do País, com um incremento de até US$ 90 bilhões dos investimentos brasileiros diretos no exterior (IBD), que tem rubrica negativa na conta financeira do balanço de pagamentos.

Uma vez fechado, o negócio vai permitir que, pela segunda vez na história, a saída de dinheiro para o exterior supere os investimentos estrangeiros diretos (IED) no País. Em 2006, também graças a Vale, que comprou a mineradora canadense Inco por cerca de US$ 18 bilhões, o IBD atingiu US$ 28,2 bilhões,

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enquanto a aplicação de recursos por parte de estrangeiros em território nacional foi de US$ 18,8 bilhões. No ano passado, o fluxo de capital nacional no estrangeiro alcançou US$ 7 bilhões, quase cinco vezes menos que o verificado na conta IED, que registrou US$ 34,5 bilhões.

Outras empresas que ajudaram na formação do estoque brasileiro de investimentos no exterior são Gerdau e Votorantim, que fizeram aquisições nos Estados Unidos e em países latino-americanos no ano passado.

Segundo Pedro Vartanian, professor de economia internacional da Trevisan Escola de Negócios, a transação entre Vale e Xstrata tem inicialmente impacto negativo sobre o balanço de pagamentos, instrumento padrão de contabilidade que descreve as relações comerciais de um país com o resto do mundo. "Num primeiro momento o negócio tem impacto negativo, porque vamos assistir a US$ 90 bilhões deixar o País e aumentar a riqueza da Suíça, mas já a partir do ano que vem parte desse montante começará a voltar em forma de lucros e dividendos e ajudar as contas externas do País", explica Vartanian.

Especialistas dizem que o retorno total do investimento feito no exterior pode levar até cinco anos, dependendo da conjuntura econômica e da atividade da empresa em questão. Graças ao aumento do preço do minério no mercado internacional, a Vale conseguirá recuperar o que pagou pela Inco em menos de dois anos, de acordo com estimativas da própria companhia. Em 2007, a Inco gerou US$ 7 bilhões de caixa, dos quais US$ 2,2 bilhões foram remetidos ao Brasil em forma de dividendos.

Risco-País

Para Pedro Vartanian a presença de capital no exterior contribui para melhorar o desempenho do risco-País, além de atrair investimentos para o País. "É uma indicação de garantia ao investidor estrangeiro, já que os ativos e negócios de uma companhia fora do Brasil ficam à disposição da Justiça internacional em caso de não cumprimento de acordos ou até em caso de calotes em transações internas", destaca.

O especialista lembra ainda que países em desenvolvimento, geralmente, tem problemas no balanço de pagamentos por conta da enorme distância entre IBD e IED. "O Brasil começa a diminuir essa distância. Países com menor taxa de crescimento econômico têm presença maciça de multinacionais, que produzem, geram riqueza e remetem boa parte do lucro ao exterior gerando saldo positivo no balanço de pagamentos dos países desenvolvidos. Agora, o processo de internacionalização das empresas permite a equalização desse quadro", avalia.

Ranking de empresas

Estudo da Fundação Dom Cabral, que acompanha o desempenho de companhias transnacionais, lista as 32 empresas brasileiras com maior presença no exterior. A Gerdau está no topo do ranking, seguida pela Vale, Sabó (fábrica de autopeças), Marcopolo (fábrica de ônibus), Odebrecht e Embraer. Faturamento, valor dos ativos e número de empregados foram os principais critérios empregados na pesquisa.

Para Vartanian, as empresas se expandem por vários motivos: "Em parte porque o mercado interno está saturado e a única alternativa é a internacionalização; o câmbio barato nos últimos anos favoreceu bastante esse movimento; os empresários também buscam um meio de driblar burocracias e altas taxas tributárias, que ainda são cobradas no País".

A busca por lucros também pesa na decisão de ampliar a produção para o exterior. "Houve uma mudança generalizada de cultura no ambiente de negócios. Chegou um momento que os empresários perceberam que só vão elevar os rendimentos com a internacionalização", conclui.

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O Brasil amplia seu processo de internacionalização com o investimento externo de empresas. Prova disso é que entre 2001 e 2007, os ativos externos do País cresceram 230% - de US$ 68,5 bi para US$ 160 bi.

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Dumping - Óculos da China não serão sobretaxados(Gazeta Mercantil 17.03.2008 A-4 Nacional)

Os óculos de sol da Chilli Beans continuarão à venda no mercado brasileiro a preços baixos. A empresa, que comercializa 1,5 milhão de produtos, entre óculos e relógios, em 200 pontos-de-venda, está livre do risco de desabastecimento e de aumento de preços. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) deu por encerrado o processo contra as importações de produtos da República Popular da China sem aplicação de sobretaxa. A Secex concluiu que, de fato, o dumping existe mas, nesse caso, ele não causa dano à indústria brasileira. A decisão consta da circular nº 1, assinada elo secretário Welber Barral, publicada no Diário Oficial da União. Ela encerra o processo aberto pelo Sindicato Interestadual da Industria de Óptica do Estado de São Paulo (Siniop) que exigiu cerca de um ano de análise das importações chinesas realizada pela empresa brasileira. A Secex considerou que a aplicação de sobretaxas sobre as compras externas não afetaria a indústria nacional, informa Andrea Weiss Balassiano, sócia do escritório Noronha Advogados, responsável pela defesa da Chilli Beans. Para Vanessa Rincon, diretora de logística e suprimentos da Chilli Beans, a deliberação da Secex tranquiliza a empresa. Na opinião de Rincon, se houvesse sobretaxa, o dano acabaria recaindo sobre o consumidor final. "A Chilli Beans trabalha em um nicho de mercado em que a margem m é reduzida. A gente trabalha com volume de venda", assinala. A empresa atua no varejo com venda de óculos de sol a preço acessível e comercializa cerca de 1,2 milhão de unidades por ano, sendo 10% produzidos por industrias brasileiras terceirizadas, 5% fabricados na Argentina e os 85% importados de fornecedores da China e Taiwan. A base para a deliberação da secretaria é o próprio mercado interno que consumiu 52,5 milhões de óculos de sol de julho de 2005 a julho de 2006, sendo 40,3 milhões de unidades importadas da China. A produção nacional, neste mesmo período ficou em 3,55 milhões de unidades. Segundo Andrea, ficou demonstrado que "mesmo que usasse toda a capacidade instalada, a industria não poderia suprir o mercado", De acordo com a advogada Carolina Monteiro de Carvalho, sócia da Noronha, "desde 2005 o Brasil não encerrava um processo contra a China sem aplicação de medidas". Segundo Carvalho, houve uma mudança de comportamento do consumidor brasileiro que passou a comprar uma quantidade maior deste tipo de produto, e a indústria não acompanhou o crescimento deste mercado. Bento Alcoforado, presidente da Abiótica, entidade que representa 95% das fabricantes, distribuidores e importadores, concorda que a questão não é apenas proteção ou reserva de mercado. Existe a necessidade de se modernizar o parque industrial para tentar competir. A sobretaxa proposta para os produtos, de US$ 10 por unidade, provocaria o colapso do mercado. A fixação de um preço médio de US$ 2 para importação, equilibrou o mercado que operava com importações de produtos chineses a US$ 0,40, em média. A circular da Secex menciona os indicadores da indústria como pontos importantes para sua conclusão. As empresas operam com vendas em alta, produção crescente, aumento no número de empregados e de massa salarial e custo de produção constante.

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CONCORRENTES

Gestão - Sucessão na Dedini expõe diferenças entre os herdeiros. Com a morte de Dovílio Ometto, controle mudou de mãos por duas vezes e IPO foi cancelado.

(Valor Econômico 17.03.2008 B-6 Empresas/Indpustria)

Vanessa Adachi e Monica Scaramuzzo, de São Paulo

Referência no Brasil e no mundo na fabricação de usinas de açúcar e álcool, a Dedini Indústrias de Base, de Piracicaba, interior de São Paulo, vive uma espécie de guerra fria entre seus herdeiros desde a morte do controlador, Dovílio Ometto, aos 89 anos, em agosto de 2007. Antigas diferenças familiares vieram à tona na disputa pelo comando de uma empresa que, embora ainda careça de modernização, é cobiçada pelo excepcional potencial do setor de etanol.

A empresa responde por mais da metade do fornecimento de equipamento para usinas de açúcar e álcool no mercado doméstico, com faturamento de R$ 1,6 bilhão no ano passado. E apenas começou a explorar o mercado internacional, com exportações principalmente para o Caribe.

Não há uma contenda aberta entre os herdeiros de Dovílio, mas os caminhos sucessórios indicados pelo empresário alimentaram insatisfações e criaram incertezas sobre os rumos da empresa. Uma polarização que já existia ficou ainda mais evidente: de um lado, a família de sua filha Juliana Dedini Ometto, de outro, a do filho Mario Dedini Ometto. Mario estava afastado da empresa e do convívio familiar mais íntimo há alguns anos por conta de desavenças com o pai e a irmã, mas dividia com Juliana a maior parte do capital da holding Doado, que controla a Dedini com cerca de 52% de suas ações. Dovílio mantinha uma fração residual de ações, que lhe deixavam na posição de fiel da balança. Pelo menos, era o que se acreditava.

Um processo no Fórum de Piracicaba mostra que menos de vinte e quatro horas após a morte de Dovílio, Mario solicitou a abertura do inventário do pai, reivindicando para si o papel de inventariante. Segundo pessoas próximas a Mario, ele acreditava que, como filho mais velho, lhe cabia tomar a dianteira e passar a clientes e fornecedores a mensagem de que não haveria uma descontinuidade no grupo. Para uma pessoa ligada a sua irmã Juliana, Mario desejava mais do que isso. "Tudo leva a crer que ele pensava que assumiria o controle da empresa e por isso tentou acelerar o processo de sucessão. Mas não foi o que aconteceu."

Mario foi surpreendido por uma decisão tomada em segredo por Dovílio e da qual Juliana tinha conhecimento. Ainda vivo, o empresário transferiu para a filha ações que lhe deram uma fatia majoritária na holding Doado. E foi além, nomeou Juliana - e não Mario - responsável por conduzir o seu inventário. As relações entre pai e filho andavam estremecidas havia alguns anos e o patriarca deixou clara a intenção de beneficiar a filha. Mas sua decisão só se tornou conhecida por todos com a abertura do testamento, que listava apenas alguns poucos bens não transferidos em vida. A situação de Mario dentro da Doado permaneceu inalterada, com pouco menos da metade das ações da holding. Cláudia, outra dos três filhos, tem participação residual na Doado.

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O que já se desenhava como um caso de sucessão conturbado, se complicou ainda mais com a morte prematura da herdeira Juliana, em 28 de janeiro deste ano, aos 57 anos. Pouco tempo depois da morte do pai, a filha descobriu uma doença fulminante.

Foi assim que o filho mais velho de Juliana, Giuliano Dedini Ometto Duarte, um arquiteto de 40 anos e que morou na Itália para estudar desenho industrial na Scuola Politecnica di Design em Milão, ascendeu ao controle. Sentou-se também na cadeira da presidência do conselho da Dedini.

Com morte da irmã, Mario assumiu finalmente o papel de inventariante. Nessa posição, pode agora contestar ou não as decisões do pai. Outra possibilidade é que busque entrar em acordo com os herdeiros da irmã Juliana em relação à governança da Dedini. Até agora não esboçou reação.

Mas, segundo uma pessoa próxima, Mario deverá reivindicar um papel mais ativo no grupo. "Hoje ele não está presente em nenhum dos conselhos de administração, das holdings ou da empresa. Mas a Dedini é um patrimônio importante, do qual ele não vai descuidar", diz essa pessoa. O Valor tentou ouvir o acionista, sem sucesso. Foram deixados recados em sua residência, em Piracicaba, e também houve tentativa de contato por meio de seu representante legal, o respeitado advogado da área de contencioso, Celso Mori, do escritório Pinheiro Neto.

Os herdeiros de Juliana são representados pelo escritório Mattos Filho, que já advoga para a família há anos. Especificamente no tema da sucessão de Dovílio, o advogado contratado por Juliana foi Arnoldo Wald, importante nome do direito brasileiro. Ele a representava no inventário do pai e agora é o advogado do seu próprio espólio.

Nessa disputa velada entre os herdeiros de Dovílio, em que cada um observa qual será o próximo movimento do outro, algum apoio poderá ser buscado nos outros ramos da família que, reunidos nas holdings AD e Nidar, detêm 49% da Dedini. O advogado Mário Sérgio Duarte Garcia, que representa a Nidar, diz que seus clientes nada têm a ver com a disputa em curso. "É apenas dentro da Doado que se fará a sucessão do senhor Dovílio. Nossa posição é apenas de aguardar os acontecimentos."

Pessoas próximas ao processo sucessório especulam que Mario poderia tentar comprar parte das ações pertencentes a AD e Nidar e, com isso, fortalecer-se como acionista. Conta a seu favor o fato de estar com o bolso recheado pela venda, no ano passado, da Dedini Agro ao grupo espanhol Abengoa, por 200 milhões de euros em dinheiro (fora dívidas assumidas). Mario e seu filho Adriano compraram as ações dos demais familiares na Dedini Agro há alguns anos por um preço muito inferior, separando-a do restante do grupo.

Ciente do risco de ver sua posição de controlador tornar-se menos confortável, Giuliano executou dois claros movimentos de aproximação dos minoritários. Convidou o tio Mario Dresselt Dedini, da holding AD, para ocupar a vice-presidência do conselho de duas holdings da companhia. E ofereceu a Adriana Dedini Ricardi, da holding Nidar, a presidência da Fundação Mario Dedini, antes ocupada por Juliana.

A escassa experiência empresarial de Giuliano é motivo de preocupação para executivos e acionistas da Dedini, apurou o Valor. Há uma apreensão acerca dos rumos que pretende dar à empresa. Uma de suas primeiras medidas até agora foi cancelar, ainda no ano passado, quando a mãe já se afastara do dia-a-dia da empresa, os planos de ida à bolsa, um sonho de seu avô. A decisão foi tomada bem antes da crise financeira que levou à suspensão de outras tantas aberturas de capital. "Eu, minha mãe, AD e Nidar chegamos à conclusão de que ainda não era o momento oportuno. Teríamos algumas medidas administrativas a serem tomadas antes de qualquer decisão de capitalização", afirma Giuliano, sem entrar em detalhes.

Uma das justificativas usadas internamente para suspender os planos de ida à bolsa, segundo o Valor apurou, é a qualidade do balanço da empresa. A Dedini acumula uma dívida fiscal superior a R$ 600 milhões, resultante do não recolhimento de PIS, Cofins e INSS em seus anos difíceis. A última linha do balanço estava negativa até 2006. O primeiro lucro em muitos anos só foi registrado no ano passado.

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Esse quadro levava alguns membros independentes do conselho da empresa a defender o adiamento da abertura de capital.

Mas, na interpretação de um ex-executivo, a dívida não comprometia a abertura de capital, uma vez que todo o passivo tributário está inscrito no Refis III, programa de parcelamento especial do governo, para pagamento em dez anos. De acordo com essa fonte, o IPO naufragou por falta de definição estratégica do controlador.

Durante os últimos 30 anos, Dovílio, genro do fundador Mario Dedini, dirigiu a empresa com mão de ferro. Mesmo com a idade avançada e ocupando a presidência do conselho, ainda dava as cartas na empresa. Embora os cargos executivos não fossem ocupados por pessoas da família, estavam entregues a pessoas da inteira confiança de Dovílio e a interferência familiar se fazia sentir. Com a sua morte, houve uma espécie de vácuo de liderança.

Com Giuliano à frente, uma vez que sua mãe já estava doente, ao menos dois executivos da cúpula saíram no segundo semestre de 2007. Tarcísio Mascarim, que ocupara a presidência, passara a vice-presidente e estava próximo do limite de idade permitido pela empresa, teria sido afastado. Alexandre Dinkelmann, ex-Pactual, contratado para a diretoria financeira, deixou a empresa depois que o projeto do IPO foi engavetado.

Ainda é cedo para especular sobre o futuro do grupo, que sofreu uma reorganização societária inesperada forçada pelos dois falecimentos consecutivos. O potencial de negócios é inegável e sua estréia na bolsa era esperada com ansiedade. "Não é interessante para nenhum dos acionistas que se estabeleça um racha capaz de destruir o valor da companhia. Todos querem se beneficiar do crescimento", afirma um advogado. Ninguém discorda que, quanto mais harmônica for a relação entre os acionistas, mais a companhia poderá crescer e se valorizar. O inverso também é valido.

Passada a crise, grupo busca internacionalização De São Paulo

Depois de quase sucumbir nos anos 90, abatida pela crise do açúcar e do álcool, a Dedini voltou a fechar no azul no ano passado. O resultado positivo reflete a forte demanda por equipamentos de açúcar e álcool e também um processo de reestruturação financeira conduzido pela empresa.

Sérgio Leme, vice-presidente executivo da empresa e que agora também acumula o cargo de diretor financeiro e relações com o mercado, afirmou ao Valor que o grupo busca a internacionalização. "Temos projetos fora do país e também buscamos parcerias em novas tecnologias." Em 2007, o grupo encerrou com faturamento de R$ 1,6 bilhão, dos quais 10% representam exportações para América Central, EUA e África.

"Nos últimos anos a empresa vem registrando melhora em seu desempenho. Em 2007, voltou a registrar lucro, depois de cinco anos consecutivos de prejuízos", disse, sem detalhar o balanço. Segundo Leme, os prejuízos nos últimos anos não são operacionais, mas refletem o alto passivo tributário acumulado. No ano passado, o lajida (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 160 milhões, com um crescimento de 78% sobre 2006. O balanço de 2007 do grupo está sendo auditado pelo Deloitte .

Se por um lado a empresa é reconhecida por sua excelência técnica, por outro ainda carece de uma gestão mais dinâmica. Um movimento neste sentido foi dado quando o grupo decidiu abrir o capital, com a inclusão de membros independentes em seu conselho e a contratação de um executivo de banco para modernizar sua área financeira. A ida à bolsa, com a novidade da prestação de contas aos minoritários, certamente teria contribuído para acelerar esse processo. "A empresa precisa de um profundo trabalho de gestão, pois a família, embora esteja no conselho, ainda exerce influência diária", diz uma pessoa próxima da companhia.

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Assim como boa parte das usinas sucroalcooleiras do país, a Dedini foi fortemente atingida pela crise do setor nos anos 90. Àquela época, teve que se reposicionar para não fechar suas portas. Especializada em equipamentos para açúcar e álcool, entrou no segmento de cervejarias, que vivia seu boom de expansão, e também passou a abastecer as indústrias de mineração, petroquímica e papel e celulose. A retomada de crescimento do setor, sobretudo do etanol, a partir dos últimos cinco anos, colaborou para colocar as contas da Dedini nos eixos. (MS e VA)

Dovílio definiu a sucessão em 2003, conta herdeiro De São Paulo

Giuliano Dedini Ometto Duarte, 40 anos, assumiu a presidência do conselho de administração da Dedini neste ano. Neto do controlador Dovílio, morto em agosto, ele concedeu a seguinte entrevista ao Valor, por e-mail, acerca da sucessão no grupo.

Valor: Como fica a situação societária da companhia?

Giuliano: Meu saudoso avô Dovilio já havia definido que minha mãe seria sua sucessora, desde 2003, por testamento. Esta posição foi ratificada em 2005, quando foram feitos instrumentos de doação que confirmavam minha mãe como controladora. O falecimento dele não alterou aquilo que já havia sido cuidadosamente planejado. Agora, meu irmão Stephano e eu nos tornamos controladores. Os irmãos de minha mãe, Claudia e Mario, têm uma participação minoritária na Doado e as holdings AD e Nidar permanecem inalteradas.

Valor: Há desentendimentos entre ramos da família. O foco de tensão estaria entre a sua família e a de seu tio Mario Dedini Ometto, irmão de sua mãe. O senhor confirma?

Giuliano: Os entendimentos com as holdings AD e Nidar são os melhores possíveis. Acabei de convidar meu tio Mario Dresselt Dedini, que pertence à AD, para vice-presidente do conselho das holdings DDP e DDN. E a Adriana Dedini Ricciardi, da Nidar, para presidir a Fundação Mario Dedini, em substituição à minha querida mãe. Fica difícil de lembrar algum assunto que não tenhamos aprovado por unanimidade. O contato com meus outros primos e tios é social, há anos eles não participam mais dos assuntos da empresa.

Valor: Como foi feita a cisão que levou à separação da Dedini Agro no passado?

Giuliano: Acredito que tenha sido um negócio comercial como qualquer outro, onde AD, Nidar e Doado decidiram permanecer atuando em bens de capital e a família de Mario Dedini Ometto decidiu ficar com a Dedini Agro. Claudia decidiu sair de ambos os negócios, mas voltou a ser sócia como herdeira de meu avô.

Valor: Em que estágio está o inventário de seu avô e o que foi determinado por ele em testamento?

Giuliano: Minha mãe, mesmo doente, conseguiu entregar as primeiras declarações como inventariante às vésperas de seu falecimento. Agora, a inventariança passaria ao Mario, seu irmão, mas este fato não alterará em nada o controle da Doado.

Valor: Na gestão da empresa, o caminho é de uma administração familiar ou de profissionalização?

Giuliano: O caminho continuará sempre sendo o da profissionalização. Há anos os acionistas não participam diretamente da operação. Essa sempre foi uma vontade de meu avô e de minha mãe e eu pretendo dar prosseguimento a esta linha porque acho que este seja um caminho condizente com uma empresa que tem o objetivo de crescer e se manter competitiva. O senhor Tarcisio Mascarim saiu por determinação do estatuto, que define 70 anos como limite de idade, mas continua prestando consultoria para a Dedini e nos representa na Fiesp e na Ciesp. O senhor Cassio Daltrini, presidente da empresa

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desde 2003, completará 70 anos este ano e ele certamente já está preparando seu sucessor, que será alguém do quadro da empresa.

Valor: Por que a Dedini desistiu de lançar ações em bolsa?

Giuliano: Este foi um sonho de meu avô, mas minha mãe e eu, bem como AD e Nidar, concluímos que ainda não era o momento oportuno. Temos medidas administrativas a serem tomadas antes de qualquer decisão de capitalização. Temos consciência de que, para crescer, precisamos de investimentos, mas a abertura de capital é apenas uma das várias alternativas de capitalização disponíveis.

Valor: Como ficou a composição do conselho de administração?

Giuliano: O conselho de administração da Dedini Indústrias de Base é composto pelos senhores Hermann Wever, Antonio Muller, Ernesto Muller, Basilio, Sergio Leme e Cassio Daltrini, além de mim. Eu substitui minha mãe, que havia substituído seu pai.

Valor: É sua intenção continuar na presidência do conselho de administração no futuro?

Giuliano: Continuarei na presidência até quando me considerar capacitado e for bem aceito por meus pares.

Valor: Qual a sua formação? O senhor já tinha contato com a empresa antes da morte de seu avô?

Giuliano: Sou arquiteto de formação, pela universidade Mackenzie e tenho pós-graduação em desenho industrial pela Scuola Politecnica di Design em Milão, onde residi e trabalhei por 7 anos. De volta ao Brasil, em 1997, fiz mestrado pelo IPT, pós-graduação em administração na FGV e MBA pela ESAMC, em Piracicaba. Desde 1997 tive contato com a empresa, no começo por trabalhos relacionados à área imobiliária. A partir de 2000, a convite de meu avô, comecei a participar dos negócios relacionados ao core business da empresa, começando pela exportação. Em 2003, ingressei no conselho das holdings, onde cheguei à vice-presidência e, desde 2005, passei a ser suplente do conselho da Dedini Indústrias de Base.

Valor: Seu irmão tem participação na gestão da empresa?

Giuliano: Meu irmão Stephano vai completar 21 anos e minha filha Chloe, 20, e ainda não participam da empresa. Ele deve começar a estagiar aqui este ano. Um consultor os orienta quanto à formação e plano de carreira.

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Novo código de auto-regulação da ANBID para ofertas públicas de distribuição e aquisição de valores mobiliários

(Migalhas – 17.03.2008)

Daniela P. Anversa Sampaio Doria*Alexandre Carvalho Pinto Rios*Entrou em vigor, no dia 1º de janeiro do corrente ano, o novo Código de Auto-Regulação da ANBID para as Ofertas Públicas de Distribuição e Aquisição de Valores Mobiliários (o "Código"), cujo principal objetivo é propiciar maior transparência e informações acerca de ofertas públicas de valores mobiliários e da companhia emissora.

O Código que deve ser observado por todas as instituições associadas à ANBID, traz poucas, mas importantes inovações para proteção do mercado. Entre essas inovações, destacamos a inclusão de um novo capítulo, dispondo sobre a prática de empréstimos vinculados às ofertas públicas.

Ao tratar dos empréstimos vinculados às ofertas públicas, o Código exige, em seu artigo 15, que os coordenadores da oferta explicitem de forma clara, compreensível, fidedigna e detalhada, em seção específica no prospecto denominada "Operações Vinculadas à Oferta", a existência de empréstimos em aberto, concedidos por qualquer dos coordenadores aos ofertantes dos valores mobiliários, seus acionistas controladores e sociedades controladas, bem como à companhia emissora, detalhando os termos e condições de cada empréstimo. Na referida seção deverá ser informada a intenção de uso dos recursos captados, seja no todo ou em parte, para amortizar o saldo devedor do empréstimo, a intenção visada pelo coordenador da oferta ao conceder o empréstimo, bem como os benefícios por ele recebidos decorrentes do empréstimo concedido. Por fim, será necessário informar a existência de conflito de interesses decorrente da concessão do empréstimo, com remissão expressa à seção de fatores de risco do prospecto.

Essa regra visa esclarecer aos investidores uma prática freqüentemente utilizada por coordenadores das ofertas e ofertantes de valores mobiliários, mas ainda pouco transparente para o mercado: a alavancagem pré-IPO. Com o intuito de crescer antes de realizar uma emissão pública de ações, muitas companhias tomam empréstimos dos bancos contratados para realizar a distribuição pública de suas ações. Tal prática amplia a receita obtida pelo banco coordenador envolvido na operação, sendo que muitas vezes, a remuneração inclui uma opção de compra de ações ou um instrumento patrimonial referenciado uma opção de compra de ações (tais empréstimos, mais especificamente, recebem o nome de "equity kickers").

A FINRA (Financial Industry Regulatory Authority), entidade de auto-regulação dos bancos e corretoras dos EUA, considera as opções de compra de ações advindas dos equity kickers como remuneração pelos serviços relacionados com as ofertas públicas, definindo como underwriting compensation qualquer "common or preferred stock, options, warrants, and other equity securities, including debt securities convertible to or exchangeable for equity securities, received (...) for providing or arranging a loan, credit facility, merger or acquisition services, or any other service for the issuer." Nos EUA, a existência do equity kicker é obrigatoriamente descrito no prospecto, geralmente nas seções

(i) "Análise e Discussão da Administração sobre a Situação Financeira e os Resultados Operacionais" (no item "Liquidez e Fontes de Recursos") onde os termos gerais do financiamento é detalhado; (ii) "Capitalização", através do qual se demonstra os efeitos da contratação do financiamento, bem como os efeitos de seu pagamento com os recursos da oferta pública em coluna ajustada no balanço patrimonial da companhia emissora; e (iii) "Destinação dos Recursos", que aborda a intenção da companhia emissora de repagar a dívida com os recursos da oferta pública.

No caso do equity kicker ser concedido ao acionista da companhia emissora, é comum que o prospecto discorra no capítulo "Análise e Discussão da Administração sobre a Situação Financeira e os Resultados

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Operacionais" o fato de que a companhia emissora recebeu contribuições de capital do acionista previamente à realização da oferta pública, os quais foram financiados pelo coordenador da oferta.

A nova exigência do Código permite ao investidor identificar, com maior facilidade, o relacionamento entre os coordenadores e a companhia emissora e a existência de tais empréstimos, calculando quais os ganhos dos coordenadores com a emissão. Trata-se de informação relevante, pois, de posse desses números, o investidor sabe qual a receita efetivamente recebida pela companhia emissora para investir em seu crescimento e, por conseguinte, quanto está disposto a pagar por suas ações.

Adicionalmente, com o detalhamento exigido pelo Código, outra importante informação que passa a ser acessível ao investidor é a possibilidade de ser diluído econômica ou societariamente, caso decida adquirir as ações de uma companhia alavancada por meio de um equity kicker cujas opções sejam outorgadas pela própria companhia.

A exigência da ANBID, entretanto, não é novidade. A Comissão de Valores Mobiliários ("CVM") já exigia a inclusão, no prospecto, de informações acerca da relação existente entre as instituições intermediárias da operação e as companhias emissoras. Contudo, com a nova requisição do Código, passou a ser necessária a elaboração de seção específica no prospecto, detalhando a existência de empréstimos e facilitando o acesso à informação pelo investidor.

A atualização do Código reflete a necessidade de sua adequação a um mercado em constante desenvolvimento. Os bancos de investimento e demais integrantes do sistema de distribuição, ao atuarem como coordenadores de ofertas públicas de valores mobiliários necessitam de credibilidade perante os investidores, item fundamental para o estímulo do mercado de capitais brasileiro. A ANBID, com seu conhecimento sobre os serviços prestados pelos bancos coordenadores, e grande interessada na ampliação do mercado de capitais do Brasil, deve exercer cada vez mais seu papel de regulação no mercado.

*Advogados do escritório Pinheiro Neto Advogados.

http://www.migalhas.com.br/mostra_noticia_articuladas.aspx?cod=56392

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CONSTITUCIONAL

Editoriais - Os limites das MPs(Jornal do Commercio 17.03.2008 A-20 Opinião)

O trancamento da pauta da Câmara dos Deputados por medidas provisórias com prazo de análise e votação vencidos, como volta a ocorrer esta semana, recoloca a questão, ainda com mais intensidade, em debate, sobretudo por suas repercussões no andamento dos trabalhos parlamentares que se pretende, não sem razão, agilizar nesta primeira fase da sessão legislativa, tendo em vista as interferências previsíveis, nesses trabalhos, das eleições municipais no segundo semestre e da campanha que as precederá, atraindo os congressistas, como sempre ocorre, às respectivas bases eleitorais.

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Nesta segunda-feira, são duas as MPs (385/07 e 405/07), às quais se soma amanhã a medida provisória 406/07. A de número 385, que trata da aposentadoria por idade a agricultor eventual, estava com a tramitação suspensa, retornando, entretanto, à pauta, em vista da rejeição, pelo Senado, de outra MP (397/07), que a revogava. As demais tratam de crédito extraordinário para ministérios e Presidência da República.

A rejeição da medida revogatória provocou, aliás, protestos dos partidos de oposição, os quais prometeram endurecer a obstrução de medidas provisórias, tanto na Câmara quanto no Senado, até que o governo negocie a limitação de sua edição neste ano.

Enquanto isso, a comissão especial que trata das regras para a tramitação das medidas provisórias (PEC 511/06, do Senado), marcou para 3 de abril a votação do relatório final do deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), cujo relatório preliminar foi apresentado na última terça-feira, arrolando sete sugestões, a principal delas relativa ao fim do trancamento de pauta pelas referidas medidas. O presidente da comissão, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), prevê que a proposta será votada pelo plenário da Câmara, em primeiro turno, já durante o mês de abril, acreditando-se na possibilidade de um acordo sobre a matéria até o início do próximo mês.

O relator propõe que, caso a medida provisória não seja votada em 45 dias, ela entre em pauta com urgência regimental, mas sem obstruir os trabalhos, e se não for votada em 120 dias, deve perder a validade. "Acredito que com essa regra - disse ele - e com o risco de as medidas provisórias caducarem, o Executivo venha a ter mais comedimento em sua edição, fazendo-o tão só quando sejam necessárias, relevantes e urgentes".

É aí, afinal, e na conformidade das próprias normas que regem sua edição, que o debate está focado, de forma a evitar-se a utilização abusiva e assegurar a prevalência dos critérios de relevância e urgência que justificam esse instrumento, considerado necessário à governabilidade. A par disso, revitalizar-se-á a função legislativa, que ao Congresso, afinal de contas, cumpre fundamentalmente exercer.

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Pressão por mudanças nas MPs. Relatório preliminar prevê que medidas provisórias não mais trancarão pauta de votações

(O Globo 17.03.2008 p. 3 O País)

Isabel Braga e Adriana Vasconcelos

O debate no Congresso em torno de mudanças nas regras de tramitação das medidas provisórias ganha força nas próximas semanas, por determinação dos presidentes das duas Casas e por causa da ameaça da oposição de não votar mais qualquer MP, como parte da estratégia de obstrução. O relatório preliminar sobre o tema que será apresentado esta semana pelo deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), no entanto, já preocupa o Planalto. O ministro da Articulação Política, José Múcio Monteiro, se reúne hoje com técnicos para analisar o relatório, mas adianta suas restrições a um dos principais pontos: o que estabelece que as MPs não mais trancarão as pautas da Câmara e do Senado.

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Múcio alega que se o trancamento de pauta cair, será preciso garantir outros mecanismos que não inviabilizem o uso de MPs como instrumento de governo.

- A Câmara tem razão. Vamos ter de mexer nas regras das MPs. Não se pode legislar apenas por MP. Vamos aproveitar essa crise para consertar. Mas fico preocupado com a idéia de as MPs não trancarem mais a pauta - admitiu Múcio, ontem.

A apresentação e votação do relatório de Picciani na comissão especial está marcada para o dia 3 de abril, mas foi Arlindo Chinaglia (PT-SP), presidente da Câmara, que pediu ao relator um parecer preliminar para antecipar o debate. A expectativa no Congresso é de que, com boa vontade de todos, a emenda poderá ser aprovada nas duas casas até o fim de abril. Uma das estratégias é já negociar com os senadores o texto da emenda constitucional que será aprovada na Câmara, para que não sofra mudança, o que forçaria nova apreciação pelos deputados.

- O desafio é fazer uma proposta que atenda aos anseios do Congresso, de ser dono de sua própria agenda, mas que não impeça o Poder Executivo de fazer uso das MPs - reconhece Picciani.

Garibaldi critica excesso de MPs

O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), também tem incentivado o debate ao fazer severas críticas ao excesso de MPs editadas pelo governo. Para os líderes, há hoje no Congresso disposição de todos os partidos para acabar com a "ditadura das MPs". Com o trancamento de pauta, elas dominam a agenda de votação da Câmara e do Senado.

- A proposta não é ruim, mas tem de incluir uma limitação sobre os assuntos que o governo pode tratar por MP, como temas tributários. Também seria necessário pôr um freio às MPs sobre créditos extraordinários - sugere o líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES).

Já o líder do Democratas, senador José Agripino (RN), considera fundamental que o texto estabeleça que as MPs só entrem em vigor depois que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara ou do Senado, der o veredito sobre sua constitucionalidade.

- Confio nas conversas dos líderes com os presidentes das duas casas para tratarmos, de fato, da autonomia do Legislativo. Mas tenho dúvidas sobre as intenções do governo (de levar adiante as mudanças). O que vamos defender é que a MP só entre em vigor após o julgamento da constitucionalidade, urgência e relevância - disse Agripino.

Além de acabar com o trancamento da pauta, o pré-relatório de Picciani manterá o prazo de vigência de 120 dias das MPs, sem direito a reedição. Para minimizar a preocupação do governo com a nova regra, Picciani tem uma solução: após um prazo inicial de tramitação na CCJ, ainda a ser decidido, as MPs entrariam como primeiro item da pauta do plenário para serem apreciadas, podendo ser retiradas da preferência se não houver acordo para votação.

E para atender à principal queixa dos senadores, de que têm pouco tempo para discutir o mérito das matérias - as MPs sempre chegam no Senado quando o prazo de caducidade está próximo - a proposta do relator é fixar prazos de tramitação: 60 dias na Câmara, 45 dias no Senado e mais 15 dias para que a Câmara vote eventuais alterações feitas pelos senadores.

- Pretendo fazer um texto bastante enxuto, sem descer a detalhes do rito. Minha idéia é manter os 120 dias de vigência, sem trancamento, dividindo o prazo com o Senado. Eles têm reclamado muito que a Câmara gasta todo o tempo de apreciação. Vou apresentar um pré-relatório na próxima semana para que todos analisem e façam novas sugestões - disse Picciani.

O relator manteve a previsão constitucional de as MPs começarem a tramitar sempre pela Câmara. Mas estuda uma proposta para evitar que a apreciação pelos deputados ultrapasse o prazo de 60 dias. Por

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esta proposta, se isso acontecer, a MP vai automaticamente para o Senado, retornaria à Câmara, mas a palavra final seria dos senadores.

O relatório acaba com a criação de uma comissão mista para analisar a admissibilidade da MP, que hoje na prática não funciona. A admissibilidade, ou constitucionalidade, será analisada pelas Comissões de Constituição e Justiça de cada Casa. Se elas não votarem em tempo hábil - o prazo ainda será decidido - o projeto segue para o plenário.

A mudança na regras para edição e tramitação das MPs terá que ser feita por meio de emenda constitucional, o que exige quórum de votação elevado (três quintos dos votos, 308 votos na Câmara). A oposição quer aproveitar a insatisfação de parte da base governista e o apoio dos presidentes das duas Casas para tentar garantir a aprovação dessa nova regulamentação.

- A oposição só não pode transformar essa bandeira num novo embate com o governo. Se o tema for discutido com bom senso, se chegarmos a uma proposta factível, que não engesse o governo, é possível que a nova regulamentação das MPs ganhe o apoio de 100% dos líderes partidários, porque é o Congresso que está em xeque - prevê Casagrande.

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CONSUMIDOR

Transportes - Ação coletiva contra o serviço das barcas(Jornal do Commercio 17.03.2008 A-16 Rio de Janeiro)

DA REDAÇÃO

A Comissão de Defesa do Consumidor da Assembléia Legislativa (Alerj) entrou com ação coletiva de consumo contra a empresa Barcas S/A em função do que considera descaso com os usuários do serviço. A comissão quer que sejam disponibilizados mais guichês e funcionários para a venda dos bilhetes, a fim de acabar com o caos e os tumultos que se tornaram freqüentes nas estações.

Além disso, a ação - que tramita na 1ª Vara de Fazenda Pública - pede que a concessionária cumpra com rigor os horários de chegada e saída das embarcações, afixando-os em local visível, para que o usuário possa ter a certeza de que serão respeitados.

Outra exigência que consta da ação da Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj é a instalação de postos de atendimento médico 24 horas em cada estação sob a administração da Barcas S/A. Eles devem ser equipados para o atendimento emergencial, em função da enorme quantidade de pessoas transportadas diariamente.

"Além do grande número de reclamações que estamos recebendo na comissão quanto ao precário serviço prestado pela empresa Barcas S/A, temos visto quase que diariamente no noticiário provas desse descaso com o usuário de transporte aquaviário. É preciso melhorar consideravelmente o atendimento", disse a presidente da comissão, deputada Cidinha Campos (PDT).

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Proposta permite acúmulo de minutos não usados em conta(Câmara - 14.03.2008)

A Comissão de Legislação Participativa apresentou projeto de lei que permite ao consumidor acumular pulsos ou minutos de sua franquia mensal para telefonia fixa. O objetivo é oferecer opção aos usuários para posterior aproveitamento do tempo não utilizado no mês faturado.

O PL 2722/07 é resultado de sugestão apresentada pela Associação Comunitária de Chonin de Cima (MG) e recebeu parecer favorável do relator da matéria na comissão, deputado Eduardo Amorim (PSC-SE). Na avaliação do parlamentar, "a proposta é convergente com os anseios dos usuários de serviços de telefonia". Entretanto, o relator fez alterações no texto sugerido, a fim de estender a possibilidade aos pacotes oferecidos pelas operadoras de telefonia celular.

Telefonia atualO relator também sugere modificações para adequar o texto à situação atual da telefonia, que passou a operar apenas com o sistema de minutos e não mais de pulsos, extintos em julho de 2007.

Segundo a proposta, a cobrança da assinatura básica do usuário ficará suspensa enquanto o saldo de minutos acumulados for igual ou superior ao estabelecido na franquia mensal.

TramitaçãoA proposta, que tramita em regime de prioridade, será analisada pelas comissões de Defesa do Consumidor; de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ser votada pelo Plenário.

Íntegra da proposta:- PL-2722/2007http://www2.camara.gov.br/internet/homeagencia/materias.html?pk=118734

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Demora na redução do preço de combustível poderá dar multa(Câmara - 14.03.2008)

Tramita na Câmara o Projeto de Lei 2643/07, apresentado pelo deputado Carlos Alberto Canuto (PMDB-AL), que prevê multa de R$ 100 mil a R$ 5 milhões para a empresa que demorar a repassar as reduções de preços dos combustíveis para o consumidor. A multa será aplicada, de acordo com a proposta, ao empresário que "deixar de repassar para os consumidores finais, nomínimo intervalo de tempo, as reduções de preços nos produtores e demais agentes da cadeia econômica da indústria de combustíveis".

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O autor argumenta que, entre os meses de abril e maio de 2007, o preço do álcool hidratado no produtor caiu 26,6% (de R$ 0,94 para R$ 0,69). No entanto, o preço médio ao consumidor permaneceu o mesmo (R$ 1,50) até junho, quando foi registrada uma queda de apenas 10%.

Canuto observa que, enquanto o repasse do aumento para os consumidores ocorre quase de imediato, a redução de preço é muito lenta. "Muitas distribuidoras, para aumentarem seus lucros inescrupulosamente, repassam de imediato o aumento de preços nos produtores e demoram a repassar a redução", protesta.

TramitaçãoO projeto tramita em caráter conclusivo e será examinado pelas comissões de Defesa do Consumidor; de Minas e Energia; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:- PL-2643/2007http://www2.camara.gov.br/internet/homeagencia/materias.html?pk=118731

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Clientes da Gradiente pedem dinheiro de volta em juizados(IOB Jurídico On- line 14.03.2008)

Isabel Cristina Ramos da Cunha é moradora do Jardim Nelia, Zona Leste da capital paulista, e dona de um aparelho de DVD Gradiente defeituoso que lhe rendeu a experiência de ir pela primeira vez a um Juizado Especial. Na última quarta-feira, Dona Isabel teve seu processo julgado e obteve uma vitória: a empresa terá que lhe devolver os R$ 160,00 pagos pelo aparelho. Mas Isabel não sabe bem como fazer agora para devolver o aparelho estragado e receber seu dinheiro de volta. Nenhum representante da Gradiente compareceu ao julgamento.

Talvez Dona Isabel e outra centena de consumidores, que entraram com ações contra a empresa nos juizados da cidade de São Paulo, somente neste ano, não recebam seus reais no prazo determinado pela Justiça. Isto porque os esforços da Gradiente no momento estão centrados em prorrogar prazos.

A primeira preocupação da empresa tem sido tentar obter mais prazo para pagar sua dívida, que beira os R$ 300 milhões. Nelson Bastos, executivo que chegou à Gradiente no ano passado para recuperá-la, está na labuta para fechar um acordo de recuperação com os principais credores e vender parte da empresa para investidores - que segundo Bastos existem. O primeiro plano foi apresentado há cinco meses e os credores não aceitaram muito bem a proposta. Um novo plano foi apresentado neste ano e alguns grandes bancos e fornecedores já sinalizam seu aval para a recuperação, mas que passa necessariamente pela venda de parte da empresa.

Até agora Bastos têm conseguido evitar que os grandes credores executem suas dívidas na Justiça e encaminhem forçosamente a empresa para uma recuperação judicial ou até mesmo à falência. Muitos apostam que a solução será uma recuperação extrajudicial, em que a companhia obtém a aprovação de três quintos dos credores e com a homologação da Justiça os outros dois quintos são obrigados a aceitar o plano de recuperação.

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Mas os órgãos de defesa do consumidor não estão tão confiantes e vislumbram uma possível bancarrota. No caso da Gradiente, o Procon recomenda que os donos de aparelhos defeituosos formalizem uma reclamação e, assim, possam obter um título executivo contra a empresa. A Pro Teste Associação de Consumidores aconselha seus associados que ajuizem ações nos juizados especiais. São as duas formas possíveis de os consumidores fazerem parte de uma eventual massa falida da empresa.

Na sua relação com os consumidores, a empresa tenta jogar o problema para mais adiante. No Procon São Paulo, por exemplo, a empresa pede 180 dias para resolver conflitos com donos de aparelhos defeituosos. De acordo com o diretor de atendimento do Procon SP, Evandro Zuliani, houve um retrocesso no relacionamento. "Antes eles (representantes da Gradiente) apareciam na audiência de conciliação e a empresa trocava aparelhos defeituosos em 30 dias, que é o prazo estabelecido por lei", diz Zuliani. "Depois foram pedindo mais prazo, 60, 90 dias, e agora pedem 180 dias".

A despeito de sua grave crise financeira, a Gradiente não figura entre as campeãs de reclamação dos consumidores. Nem sequer tem mais processos do que seus concorrentes, segundo dados do Procon. Mas em compensação, nenhum processo administrativo tem sido resolvido e como a empresa parou de operar no final do ano passado, os dados podem ocultar a realidade. De acordo com Nelson Bastos, entretanto, o índice de reclamação de seus consumidores é de apenas 1,5% , ou seja, muito próximo do nível de seus concorrentes. Bastos diz que de fato há um problema sério com aparelhos de DVD, mas que boa parte dos defeitos tem como vilão os DVDs piratas.

Mas os casos vão além dos aparelhos de DVD. Como aconteceu com o procurador estadual aposentado, Daniel Carajelescov, que em março do ano passado comprou uma TV de Plasma Gradiente de 42 polegadas e desde então começou sua peregrinação nos serviços de assistência técnica. Carajelescov diz que a placa de som e imagem estava com defeito e que foi para o concerto três vezes, sem que o produto voltasse a funcionar. "Os técnicos me disseram que não adiantava porque o produto já veio com defeito da China", diz o procurador. O próprio diagnóstico feito por Bastos, quando entrou na empresa de Eugênio Staub, revelou que os produtos defeituosos que vieram da China geraram um grande número de assistências técnicas e problemas no Procon.

Carajelescov entrou neste mês com um processo contra a empresa no Juizado Especial da Lapa, em uma ação de quase R$ 7 mil. A loja que vendeu o produto, o Extra, também está sendo acionado, por responsabilidade solidária. E tem sido comum, as lojas pagarem pelo prejuízo. E não só em São Paulo. Em Criciúma, cidade de Santa Catarina, Rafael de Oliveira conseguiu de volta da loja o dinheiro que pagou por uma TV de LCD de 20 polegadas com um home theater. Com um documento da assistência técnica em mãos, que dizia que depois de 30 dias não foi possível concertar o defeito, o Procon determinou a devolução do dinheiro. Oliveira agora tem uma TV de LCD da Samsung.

Fonte: Valor Econômico

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TJMT - Adulteração de relógio de medição de consumo gera indenização(IOB on line - 14.03.2008)

Um consumidor do município de Marcelândia deverá pagar R$ 9.626,47 às Centrais Elétricas Mato-grossenses S/A por adulterar equipamento de medição de consumo (relógio de medição), conforme dispõe o artigo 72 da Resolução nº 45/2000 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A decisão é do Juiz Anderson Candiotto, que determinou ainda que, sob o valor a ser pago, deverá incidir correção monetária e juros a partir da data da distribuição.

A Ação de Cobrança (no. 52/2006) foi ajuizada pela Rede Cemat. Conforme consta nos autos, ao fazer uma inspeção na unidade consumidora do requerido, foi constatado que havia irregularidades no equipamento de medição do consumo de energia elétrica. Uma perícia técnica foi realizada e comprovou que o equipamento de medição sofreu interferência manual em desgaste de 60% dos dentes da engrenagem do registrador numérico. O que acarretou o registro inferior da energia consumida.

Em sua defesa, o apelado pleiteou pela improcedência da ação, argumentando que a diminuição do consumo de energia se deu em razão da crise que assolou a região. Ele advertiu também que os desgastes no disco de medição deu-se fase o grande lapso temporal de consumo sem qualquer manutenção e refutou as provas carreadas pela Rede Cemat, informando que não sabia da realização da perícia no disco de mediação.

Para o Magistrado a questão levantada pela defesa que o proprietário da residência não pode ser responsabilizado pelo ocorrido, não é cabível. "A responsabilidade pelo pagamento do consumo indevido, é do consumidor que ele se aproveitou, nos termos do artigo 105 da resolução encimada". O artigo 105 da Resolução da Aneel dispõe que o "consumidor será responsável, na qualidade de depositária a título gratuito, pela custódia dos equipamentos de mediação da concessionária quando instalados no interior da unidade consumidora, ou, se por solicitação formal do consumidor, os equipamentos forem instalados em área exterior da mesma".

O Juiz explicou ainda que a perícia foi realizada pela Coordenadoria de Criminalística da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Estado de Mato Grosso, assim, se trata de documento público e como tal goza de veracidade. Além disso, o artigo 72 da Resolução nº 456/2000 da Aneel estabelece que constatada a ocorrência de qualquer procedimento irregular cuja responsabilidade não lhe seja atribuível e que tenha provocado faturamento inferior ao correto, ou no caso de não ter havido qualquer faturamento, a concessionária adotará alguns procedimentos. Entre eles está a solicitação de "perícia técnica do órgão competente vinculado à segurança e/ou órgão metrológico oficial, este quando se fizer necessária a verificação do medidor e/ou equipamentos de medição". Processo: 52/2006

Fonte: Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso

http://200.160.251.54:8080/sinteseNet/template.htm?view=noticiaJuridica&id=85235&tipo=2

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STJ - Construtora é condenada por não entregar imóvel na data contratada(STJ - 14.03.2008)

Uma construtora que não entregou o imóvel dentro do prazo estipulado em contrato terá que devolver todas as parcelas pagas pelo comprador com correção monetária e juros moratórios de 0,5% ao mês. Motivo da condenação: terminado o prazo para a entrega do apartamento, a obra sequer tinha sido iniciada.

A ação de rescisão de contrato de promessa de compra e venda de imóvel por atraso na obra foi movida por Cornélio Pinheiro de Faria Junior contra a empresa Aguiar Villela Engenharia e Construções Ltda. O Tribunal de Alçada de Minas Gerais julgou a ação procedente e determinou a restituição integral das quantias pagas pelo comprador devidamente corrigidas.

A construtora recorreu ao Superior Tribunal de Justiça para modificar o acórdão da Justiça mineira, sustentando que, da mesma forma que o Código de Defesa do Consumidor favorece o comprador impedindo a retenção total das parcelas pagas em caso de inadimplemento, sua devolução integral também seria inadmissível.

Alegou, ainda, que, como o comprador não havia quitado todas as parcelas devidas, não poderia exigir o cumprimento da obrigação sem antes cumprir sua parte. Segundo os autos, o comprador vinha pagando pontualmente as prestações contratadas e só interrompeu o pagamento um mês depois do prazo fixado para a entrega da obra.

Por unanimidade, a Quarta Turma do STJ, acompanhando o voto do relator, Ministro Aldir Passarinho Junior, manteve a decisão do tribunal mineiro. Segundo o Ministro, a alegação da construtora é despropositada e não tem qualquer amparo: “na verdade, a recorrente pretende transformar uma regra protetiva do consumidor no contrário, o que refoge ao comando legal”.

Quanto à alegada inadimplência por parte do comprador, o ministro ressaltou, em seu voto, que o fato de ele ter interrompido o pagamento das prestações dois dias antes de ajuizar a ação não caracteriza descumprimento do contrato. Para o Ministro, ficou claro que a inadimplência foi exclusivamente da construtora. Processo: (Resp) 476481

Fonte: Superior Tribunal de Justiça

http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=86813

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Poupador que não recorreu à Justiça para recuperar dinheiro do Plano Bresser ainda tem chance(Correio Forense – 17.03.2008)

Rio - Quem tinha caderneta de poupança em julho de 1987 e ainda não entrou na Justiça para pedir as perdas causadas pelo Plano Bresser ainda pode ganhar a correção. A Anacont (Associação Nacional de Assistência ao Consumidor e Trabalhador), e as defensorias públicas Estadual e Federal propuseram ações civis públicas aos tribunais e, se o juiz der sentença favorável, todos que conseguirem provar as perdas poderão receber correções.

"A pessoa só precisará pedir a liquidação da sentença quando sair a decisão. Basta ter cópia da sentença e comprovação de que tinha conta", ensina Lincoln Lamellas, do Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública do Estado do Rio.

O vice-presidente da Anacont, José Roberto de Oliveira Jr, lembra que a associação entrou com o processo em 1998 e a sentença não deve demorar a sair. "Com a decisão, mesmo quem não entrou na Justiça poderá ganhar", frisa. Ele lembra que, no caso de os titulares das cadernetas de poupança terem morrido, herdeiros podem pedir as perdas.

Para conseguir receber, é essencial ter os extratos da época. Se o poupador não os tiver guardado, deve solicitá-los aos bancos em que tinham conta. Ontem, quando revelou que os bancos já dão como certo o pagamento de R$ 4 bilhões aos poupadores que entraram com ação, O DIA publicou um modelo básico de formulário para fazer a requisição. "Não é preciso esperar a sentença sair para fazer o requerimento dos extratos. Quanto antes o requerimento for feito, melhor. O ideal é pedir os extratos relativos a todos os planos econômicos de uma vez. Ele é o principal documento para garantir o recebimento das perdas", aconselha Marcus Vinícius Barros de Novaes, advogado especializado em processo civil e direito bancário.

Ele ressalta que, no caso de não haver extrato, é necessário reunir provas da existência da conta, como os comprovantes enviados pelos bancos para a declaração de Imposto de Renda. Com isso, é possível exigir, na Justiça, os extratos, caso os bancos estejam se recusando a dar. "Já há jurisprudência determinando que a apresentação do extrato é responsabilidade do banco. Mas se o poupador não tiver nenhuma prova da existência da conta, é complicado", complementa a advogada Zenaide Alves, lembrando que os bancos são obrigados a guardar os extratos por 20 anos. Deve-se pedir os extratos de junho e julho de 1987, janeiro e fevereiro de 1989, março a maio de 1990 e fevereiro e março de 1991 de todas as contas encontradas.

Recuperação pode incluir juros até hoje Além das perdas do período, é possível pedir na Justiça a correção monetária e os juros, de 0,5% ao mês, da época do plano até hoje, sobre o valor que foi perdido na época. O montante a receber sobe quando o juiz reconhece que o poupador poderia estar tendo rendimentos sobre o que foi perdido.

De acordo com simulações feitas pelo advogado Marcus Vinícius Barros de Novaes, considerando o Plano Bresser, é possível ganhar, a cada 1.000 cruzeiros de saldo na conta à época, R$ 28,73. No Verão, a cada 1.000 cruzados novos, pode-se receber R$ 2.758,66. "Esses valores são para que qualquer pessoa possa ter noção de quanto ganhará se entrar com ação", explica.

De acordo com o advogado, o 0,5% é privilégio garantido de todo poupador, pois é oriundo do contrato da poupança. "Juros contratuais não podem ser confundidos com juros de mora. O primeiro é fruto do

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próprio contrato de poupança e o outro, de 1% ao mês a partir da citação do banco pelo juiz, é resultado do atraso no pagamento que é devido em toda ação judicial", explica.

Se os juros contratuais não forem citados pelo juiz, poupadores, através do advogado, podem pedir o embargo da decisão para que a sentença reconheça o direito ou, dependendo do caso, recorrer da decisão: "É um direito e faz diferença".

Plano Verão tem prazo até dezembro O Plano Verão, que completa 18 anos este ano, é a bola da vez. Quem tinha poupança em fevereiro de 1989 cuja caderneta aniversariava entre os dias 1º e 15 deve pedir as perdas nos Tribunais. Prazo vai até dezembro.

As ações estão levando, na maioria dos casos, menos de dois anos para serem julgadas. Os bancos costumam propor acordo, oferecendo de 60% a 80% do valor devido, quando há extratos. Mas se o poupador não estiver precisando do dinheiro, o melhor a fazer é esperar a sentença e embolsar todo o dinheiro. Quem entrou com ação pelo Plano Bresser até 31 de maio de 2007 e teve o processo extinto pela falta do extrato, poderá ingressar de novo, desde que apresente cópia dos comprovantes.

Se o banco não fornecer cópias dos extratos — em 2007, segundo consta no balanço da Caixa, esse foi o principal motivo de reclamações, com 5.500 ocorrências —, o poupador pode fazer reclamação formal no site do Banco Central. É possível pedir o extrato na Justiça.

Quem quiser entrar com ação e comprovar que não pode pagar honorários de advogados deve procurar a Defensoria Pública do Estado, na Avenida Marechal Câmara 314, no Centro. O telefone é 2299-2299.

http://www.correioforense.com.br/noticias/noticia_na_integra.jsp?idNoticia=29313

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DIVERSOS

Justiça suspende transporte gratuito (Valor Econômico 17.03.2008 E-1 Legislação & Tributos)

Alessandro Cristo, de São Paulo

Depois de 16 anos de gratuidade garantida, passageiros com mais de 65 anos de 30 cidades do noroeste paulista podem voltar a pagar pelo transporte público intermunicipal. Pelo menos os que utilizam as dez linhas da empresa Transporte Coletivo Celico, que opera na região de São José do Rio Preto. A empresa conseguiu, na Justiça, uma sentença que a desobriga de manter a gratuidade para idosos, prevista na legislação estadual desde 1992.

Além da Lei Complementar paulista nº 666, de 1991, regulamentada pelo Decreto nº 34.753, de 1992, a gratuidade para maiores de 65 anos no transporte público também está prevista no Estatuto do Idoso - a Lei federal nº 10.741, de 2003. Nenhuma das normas, no entanto, obriga o Estado a reembolsar as empresas pelas tarifas não pagas, segundo o advogado da Celico, Ricardo Volpon, do Laure, Volpon, Defina e Franco.

De acordo com João Baptista Clenith, um dos sócios da empresa, o prejuízo anual chega a quase R$ 1 milhão. O empresário afirma que mais de um terço dos 48 mil passageiros transportados por mês são

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idosos. Para o advogado Ricardo Volpon, estes valores mostram o desequilíbrio econômico que as leis causaram aos contratos de concessão das linhas, alguns assinados há 47 anos.

O juiz substituto Ângelo Márcio de Siqueira Pace, da Vara da Fazenda Pública de São José do Rio Preto, afirma na sentença, proferida em fevereiro, que a lei estadual afronta os artigos 5º e 37º da Constituição Federal, que preservam o direito adquirido e o equilíbrio financeiro em contratos de concessão de serviços públicos. A decisão desobrigou a empresa de manter a gratuidade até que o governo reveja os contratos de concessão.

O Pleno Supremo Tribunal Federal (STF), em uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra o Estatuto do Idoso, julgada em setembro do ano passado, não aceitou os mesmos argumentos usados pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, como afirma o advogado Ulisses Penachio, do Navarro Advogados. O Supremo, segundo ele, entende que a proteção ao idoso deve prevalecer sobre o equilíbrio dos contratos. O Supremo, porém, entendeu também que as empresas têm direito a renegociar tarifas ou pedir reembolsos ao Estado.

A Procuradoria-Geral do Estado vai recorrer da sentença e a empresa Celico não vai cobrar as passagens dos idosos, segundo Clenith, até que o Tribunal Justiça se pronuncie.

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Receita barra imposto maior para cigarro . Projeto de forte aumento no preço dos maços é defendido pelo Ministério da Saúde como forma de reduzir o consumo

(Folha de São Paulo 17.03.2008 C-1 Cotidiamo)

No país, enquanto o Instituto Nacional de Câncer quer o maço a cerca de R$ 5, a Receita defende um valor bem menor -de R$ 1,74

MARIO CESAR CARVALHOENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O projeto do Ministério da Saúde de aumentar o preço do cigarro para reduzir o consumo bateu numa barreira. A Receita Federal não quer abrir mão de seu papel de criador da política tributária. A Receita acredita que um aumento forte de preços, da ordem de 100%, por exemplo, elevaria ainda mais o mercado ilícito de cigarros.Há um abismo a separar os preços que a Receita e a área de saúde querem. Enquanto o Inca (Instituto Nacional de Câncer) quer o maço a R$ 4, R$ 5, a Receita defende um valor bem menor -R$ 1,74.No ano passado, o Brasil consumiu cerca de 150 milhões de cigarros. Cerca de 40% desse volume não pagou impostos: 39 milhões foram cigarros contrabandeados e 20 milhões foram produzidos por empresas brasileiras que não pagam impostos, segundo a Receita.Aumento de preços é a forma mais simples e eficaz de reduzir o consumo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Uma elevação de 10% nos preços provoca uma queda de 8% no consumo em países como o Brasil, segundo o órgão.

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As doenças relacionadas ao fumo matam cerca de 200 mil pessoas por ano no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. O número equivale a quatro vezes as vítimas de homicídio.O preço de cigarro no Brasil é um dos mais baratos do mundo. O preço do Marlboro brasileiro em 2001 era o segundo mais barato do mundo num levantamento feito em 87 países e territórios pela Economist Intelligence Unit. Custava o equivalente a US$ 1,23. Só perdia para a Indonésia: US$ 1,08.Até no Mercosul o preço do cigarro brasileiro está na rabeira da tabela, segundo estudo feito pelo economista Roberto Iglesias para o Banco Mundial. Só Paraguai e Bolívia têm preços mais baixos. Em 2005, um maço de uma marca popular no Brasil custava o equivalente a US$ 0,78. No Chile, valia US$ 1,42. No Paraguai e na Bolívia, custavam US$ 0,61 e US$ 0,33.O preço baixo do cigarro é conseqüência da redução de impostos a partir de 2000, segundo Iglesias. A redução ocorreu no mesmo momento em que o então ministro da Saúde, José Serra, impunha restrições ao fumo no país. Em 1999, o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) equivalia a 42,5% do preço do maço. Em 2007, representava de 20% a 25% desse valor.A Receita reduziu o IPI do cigarro com o objetivo de combater o contrabando, que à época correspondia a 37% do mercado. Atualmente, o contrabando caiu para cerca de 25%, mas a ilegalidade é até maior do que em 1999. Cerca de 18% dos cigarros produzidos no país não pagam impostos, diz a Receita.

LiminaresAs fábricas funcionam com liminares da Justiça. A soma do contrabando e dos que são acusados de sonegação atinge 40% -três pontos percentuais acima do índice que a Receita pretendia abaixar com a redução dos impostos."O Brasil foi o único país do mundo que conheço a baixar impostos de cigarros e a redução não serviu para combater a ilegalidade", diz Iglesias, professor de economia da PUC-RJ.Estudo feito pela Fipecafi, fundação formada por professores da USP de contabilidade, estima que o país perdeu R$ 18 bilhões com a redução do IPI entre 2000 e 2007. Nesse período, segundo Iglesias, o imposto foi corrigido sempre abaixo da inflação.A própria Receita defende mudanças no atual sistema de tributação. O principal problema hoje na visão da Receita são as fábricas que não recolhem impostos. São as que mais crescem. Elas respondem por 18% da produção nacional.São essas empresas que produzem marcas que são vendidas a R$ 0,68 -"uma confissão de sonegação", diz Marcelo Fisch, coordenador da Receita.

SaúdeEsse valor é visto com ceticismo na área da Saúde. "R$ 1,74 não faz nem cócegas no bolso do consumidor. É um preço muito baixo num cenário econômico em que o consumo está aumentando. É preciso um preço que desestimule o consumo de cigarro", diz Tânia Cavalcanti, chefe da divisão de controle de tabagismo do Inca.Paula Johns, da ACT (Aliança de Controle ao Tabagismo), diz que o argumento da Receita de que o aumento de preço estimula o contrabando é um mito. "Em nenhum país foi comprovada essa relação."

Arrecadação alta mostra sucesso, diz Receita A arrecadação do setor cresceu R$ 676 milhões em 2007, dos quais R$ 176 milhões foram pagos pelos fabricantes pequenos

Segundo a Receita Federal, algumas fábricas pequenas, que foram pressionadas, começaram a pagar impostos pela primeira vez

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

A Receita diz que não faz sentido a acusação de que a legislação tributária sobre tabaco seja um equívoco, como classificam o Inca (Instituto Nacional de Câncer) e a ACT (Aliança de Controle do Tabagismo).A maior evidência de que há acertos nessa política, segundo o órgão, é o aumento de arrecadação entre 2006 e 2007. O ano passado, de acordo com a Receita, teve um evento histórico: algumas fábricas pequenas começaram a pagar impostos pela primeira vez.

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Em julho do ano passado, o IPI (Imposto sobre Produtos Industriais) teve um aumento de 30% -ou seja, o impacto previsto para a arrecadação anual seria de 15%, já que o aumento vigorou apenas no segundo semestre. A arrecadação de IPI no ano passado, porém, cresceu acima desse índice. O aumento foi de 19%. Os impostos federais arrecadados cresceram de R$ 3,5 bilhões em 2006 para R$ 4,3 bilhões no ano passado.Marcelo Fisch, coordenador de fiscalização da Receita, diz que era esperada uma arrecadação de R$ 500 milhões a mais com o aumento de 30% no IPI. Porém, a arrecadação cresceu R$ 676 milhões. Os R$ 176 milhões a mais foram pagos pelos fabricantes pequenos, diz.Esse aumento é resultado do aumento de pressão da Receita sobre essas fábricas. Entre o ano passado e o começo deste ano, foram fechadas três fábricas das empresas acusadas de sonegação: duas da American Virginia e uma da Sudamax.Neste ano, pela primeira vez, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) cancelou o registro de uma fábrica de cigarros. Sem essa autorização, a fábrica não pode funcionar.A Receita não comenta a dívida dessas empresas, mas a Folha apurou que o valor gira em torno de R$ 5 bilhões e não há a menor perspectiva de que esse valor venha a ser recolhido nos cofres públicos algum dia. O Sindifumo, sindicato que reúne os pequenos fabricantes, considera a legislação de IPI injusta.Outra novidade que a Receita implantou é um sistema on-line de controle de produção. Chamado de Scorpios, ele permite que o governo controle cada linha de produção das fábricas no momento em que o cigarro está sendo fabricado.Com o selo adotado pelo sistema, a Receita pode pegar um maço de cigarro num bar e saber quando ele foi fabricado, em que fábrica e para quem foi vendido. A partir de abril, todas as fábricas de cigarro terão de usar notas fiscais eletrônicas.(MARIO CESAR CARVALHO)

Para economista, imposto alto não eleva contrabando DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

A economista norte-americana Hana Ross é uma ave rara entre seus pares: ela estuda o impacto das políticas de saúde sobre fumo nas finanças para a American Cancer Society e para o Banco Mundial. Sua tese de doutorado foi sobre o efeito do preço do cigarro e das políticas de saúde entre os jovens fumantes de Chicago. Para Ross, não há evidências científicas de que o aumento de impostos eleve o contrabando, como ela conta a seguir. (MCC)

FOLHA - A Receita Federal brasileira, que cuida de tributos, diz que um aumento forte do cigarro elevaria o contrabando. Isso é verdade? HANA ROS - Não há evidências de que isso seja certo. Contrabando não é resultado de impostos. Ele está mais relacionado com outros fenômenos, como corrupção política, falta de controle nas fronteiras, falta de legislação que puna os contrabandistas com rigor.

FOLHA - Não seria caro demais para um país com tantos pobres como o Brasil controlar todas as fronteiras e eliminar a corrupção policial? ROS - Pode custar caro, mas o investimento se paga a curto. Isso aconteceu na Inglaterra. O governo gastou alguns milhões de libras em medidas repressivas. O que foi arrecadado com a redução da sonegação pagou o investimento em três anos. Em 1996, o cigarro contrabandeado ocupava 15% do mercado inglês. Em 2006, esse índice caiu para 2%.

FOLHA - Há algum país no mundo em que o aumento de preço não tenha sido acompanhado de queda de consumo? ROS - Não conheço nenhum caso de aumento de preço do cigarro sem redução de consumo. Há casos em que a elevação da taxa é tão baixa que o consumo não se altera. É por isso que o aumento de impostos tem que ser alto.

FOLHA - É possível estabelecer um preço de cigarro para que seja certo que haverá redução de consumo?

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ROS - Essa equação não existe, infelizmente. O que sabemos é que o preço tem de ser alto o suficiente para a pessoa pensar nas conseqüências maléficas que o fumo fará no seu bolso e na sua saúde. Só assim você consegue desestimular os setores mais frágeis que aderem ao tabaco: os mais pobres e os mais jovens.

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Após 10 anos, Câmara reinicia debate sobre Lei de Imprensa. Há 28 projetos em tramitação na Casa; o principal está engavetado desde 1997

(Folha de São Paulo 16.03.2008 A-12 Brasil)

Ação de Miro Teixeira (PDT) pedindo a revogação da lei provocou a derrubada de 20 de seus 77 artigos pelo STF; mérito ainda será julgado

RANIER BRAGONDA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A possibilidade de o STF (Supremo Tribunal Federal) anular ainda neste ano os 77 artigos da Lei de Imprensa reacendeu no Congresso um debate sepultado havia mais de dez anos.Deputados começam a discutir três opções: um grupo quer criar uma nova lei de imprensa, moderna; outro defende que não há necessidade de lei; já um terceiro quer aproveitar a chance para aprovar uma lei de acesso a informações públicas.O debate surgiu depois que o STF suspendeu, em fevereiro, 20 dos 77 artigos da lei 5.250, sancionada em 1967 por Castello Branco, o primeiro presidente do regime militar (1964-1985). A decisão atendeu a ação movida pelo deputado Miro Teixeira (RJ), em nome do PDT. A Lei de Imprensa permitia, entre outras coisas, apreensão de publicações sem decisão judicial, penas de prisão mais duras para jornalistas que as previstas no Código Penal e blindagem de autoridades contra as quais não se poderia provar a veracidade de reportagem apontada como falsa.Em seis meses, o STF definirá o que continua a valer. A tendência é de derrubada na maior parte dos artigos.No dia 5 de março, o assunto foi tema de debate na Câmara. O presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), informou que havia acordado com o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), a aprovação de uma nova lei de imprensa. "Uma lei democrática tanto para a sociedade quanto para a própria imprensa."Há 28 projetos sobre o tema tramitando na Câmara, sendo que o principal está engavetado desde agosto de 1997 aguardando inclusão na pauta de votações. Trata-se do projeto de lei 3.232/1992, cujo texto é de responsabilidade do ex-deputado Vilmar Rocha (DEM-GO).Se a Lei de Imprensa prevê penas de prisão mais duras para jornalistas condenados por crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria), o projeto 3.232 estabelece o oposto. Ele troca a prisão por trabalhos comunitários e multa de R$ 2.000 a R$ 150 mil (a detenção só se daria caso o jornalista se recusasse a prestar os serviços). Pelo Código Penal, qualquer pessoa condenada por crime contra a honra está sujeita a pena de prisão de até quatro anos.O projeto também não fixa limites para pagamento de indenização por danos morais, determinando apenas que o juiz leve em conta a "solvabilidade" (capacidade de pagar a dívida) do réu. As empresas de comunicação defendem limites, sob o argumento de que a falta deles estimula a "indústria da indenização". A Lei de Imprensa estabeleceu teto de 200 salários mínimos, mas o STF já decidiu que a Constituição não prevê limite para indenização.

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O projeto define que o foro competente para ações judiciais é a sede da empresa ou sucursais. Isso inibiria atitudes como as de fiéis da Igreja Universal, que ajuizaram em várias cidades do interior 74 ações contra a Folha. As 15 sentenças proferidas até agora são favoráveis ao jornal.Em artigo publicado na Folha no dia 11, o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior e o advogado René Ariel Dotti defendem uma lei substituta. "Não se pode pretender que o universo da informação jornalística fique limitado ao campo do Código Penal, pois a liberdade de crítica será prejudicada."Miro se diz contra uma nova lei. Ao lado de outros deputados, como Fernando Gabeira (PV-RJ), defende idéia constante do projeto do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), desde 2004 pronto para votação, que obriga órgãos públicos a fornecer em 15 dias documentos pedidos por cidadãos.O projeto é inspirado na Freedom of Information Act (Lei de Liberdade de Informação), de 1966, que permite o acesso à maioria dos documentos federais produzidos pelas autoridades nos EUA. A Constituição define que "todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo e geral, que serão prestadas no prazo da lei". A lei, porém, ainda não foi aprovada.Em 2004, foi criado o Fórum de Direito de Acesso a Informações Públicas. "O morador de cidade do interior que tenha interesse em saber como foi a licitação para a coleta de lixo encontrará dificuldade para obter esse dado", diz o site do fórum (www.informacaopublica.org.br), que reúne 20 entidades, como OAB, Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e ANJ (Associação Nacional de Jornais).

Maior parte das democracias tem lei específicaDA REPORTAGEM LOCAL

A maior parte das democracias tem lei de imprensa. A Folha conversou com quatro especialistas sobre as principais leis pelo mundo."De 191 países da ONU, a grande maioria tem algum tipo de lei sobre a imprensa", diz o advogado José Paulo Cavalcanti. "É preciso lei especial em função das peculiaridades que tem o universo da informação", completa o jurista René Ariel Dotti.Na Itália, a primeira lei é de 1948 e sofreu modificações. Ela trata desde o direito de resposta e retificação, publicação de sentenças, até o direito de sigilo da fonte. Define ainda penas, referindo-se ao Código Penal.É ali que está definida a difamação, que, quando se dá por meio da imprensa, tem multa nunca inferior a 500 e pena de seis meses a três anos de prisão. Diretores e editores também podem ser responsabilizados por isso.A nova lei de Portugal, de 2007, diz que crimes cometidos pela imprensa têm penas elevadas em um terço. "Mas as leis também prevêem punição a tentativas de solapamento da imprensa", diz o advogado Miguel Reale Jr. Em Portugal, quem "atentar contra a liberdade de imprensa" é punido com pena de prisão de até dois anos ou multa. Se a pessoa pertencer ao Estado, a punição é maior."Leis internacionais levam em consideração que o jornalista tem um dia-a-dia que o coloca mais em risco de ser processado", diz Victor Gabriel Rodríguez, doutor em direito penal. Na Espanha, a lei é de 1966, mas artigos foram declarados inconstitucionais ou revogados.Ainda há definições sobre infrações muito graves (publicação de documentos oficiais que tenham caráter reservado), graves (intenção manifestada de deformar a opinião pública) ou leves.Há artigos considerados fundamentais no Código Penal espanhol. "Se quem escreveu a reportagem é responsabilizado, todos os outros não serão, como editor, diretor etc.", diz Rodríguez.Na França, a lei é de 1881, mas houve várias mudanças, uma em 2007. Em caso de difamação e injúria, a multa é de 12 mil. Em casos de discriminação, a multa sobe para 45 mil para difamação, com prisão de um ano; e 22,5 mil para injúria, com prisão de seis meses.No país, quando a imprensa se refere a personalidades públicas, abre-se a possibilidade de provar o que foi publicado na Justiça, com exceção de dois casos: se o texto se referiu à vida privada da pessoa ou tratou de algo ocorrido há mais de dez anos.José Paulo Cavalcanti diz que uma lei norte-americana em discussão desde a década de 1980 representa "uma nova geração de lei de imprensa". "Ela faz distinção entre informação e opinião. Se discute que opinião é livre e que pode dizer que fulano de tal é ladrão. O jornal não pode."

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Hoje, diz, os EUA têm três grupos de regulação. "A legislação penal trata de calúnias; instâncias reguladoras limitam quem pode ter meio de comunicação; e o Judiciário é muito presente, tratando de ações de indenização. Já a liberdade de imprensa é garantida na Constituição."(FERNANDO BARROS DE MELLO)

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Comentários de sucesso: Código de Processo Civil de Negrão chega a 40ª Edição(ConJur – 17.03.2008)

Oito anos após sua morte, o conhecimento e as minuciosas explicações de Theotonio Negrão continuam em alta para estudantes e profissionais de Direito. Prova disso são dois recentes lançamentos da editora Saraiva: o Código de Processo Civil e legislação processual em vigor, que chegou à 40ª edição em 2008; e o Código Civil e legislação civil em vigor, em sua 27ª edição.

A edição de 40 anos do Código de Processo Civil — elaborada em parceria com José Roberto Ferreira Gouveia e com colaboração de Luis Guilherme Aidar Bondioli — é especial. Traz manifestações acerca das leis que integram a terceira etapa da Reforma do Código de Processo Civil. A obra apresenta a doutrina, indicações bibliográficas e jurisprudenciais mais recentes. Além dos detalhados comentários, índice alfabético-remissivo sobre as subdivisões de cada instituto do Direito Processual Civil e um calendário permanente com os principais prazos para o advogado.

Todo o conteúdo desta edição comemorativa é disponibilizado online aos seus compradores (Clique aqui e aqui para comprar na loja online da ConJur). O acesso é de até 500 conexões ou até o dia 14 de fevereiro de 2009.

Para o ministro Celso de Mello, decano do Supremo, “trata-se de obra de referência que se qualifica como marco relevante no campo da pesquisa sistemática de doutrina e de jurisprudência. A excelência e a alta precisão e responsabilidade intelectual com que esta obra tão notável tem sido executada, sob a permanente inspiração do saudoso advogado paulista Theotonio Negrão, são atestadas pelas sucessivas edições anuais desta publicação essencial aos que militam na área jurídica”.

O sucesso das obras de Theontonio Negrão se deve ao didatismo e à dedicação ao Direito do seu principal autor durante toda a sua carreira. Negrão atuou durante 60 anos como advogado. Entre os ensinamentos mais conceituados no país, estão os dois códigos comentados e também o Dicionário da Legislação Federal, também de Negrão.

O respeitado jurista nasceu na cidade de Piraju, no interior de São Paulo. Morou em Juiz de Fora (MG) até os 17 anos, quando decidiu que queria prestar Engenharia Química. Mas, por influência do pai — serventuário da Justiça — se sentiu na obrigação de estudar Direito. No mesmo ano, foi aprovado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, na USP.

Tomou gosto. Já no terceiro ano do curso, começou a trabalhar no escritório do professor Noé Azevedo. Negrão foi membro da comissão de reforma do Código Civil da Secretaria da Justiça de São Paulo e juiz titular do Tribunal Regional Eleitoral paulista (1979-1982). Um dos fundadores da Associação dos Advogados de São Paulo (Aasp), presidiu a entidade de 1959 a 1960.

Em 1961, escreveu o Dicionário da Legislação Federal, editado pela Companhia Nacional de Material de Ensino, do Ministério da Educação, com tiragem de 35 mil exemplares. Sete anos mais tarde, em parceria com a Editora Saraiva, lançou o Código de Processo Civil. Com a colaboração do advogado

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José Roberto Ferreira Gouvêa desde os anos 90, foram publicadas 32 edições de seu Código de Processo Civil e vinte de seu Código Civil. Morreu aos 85 anos.

http://conjur.estadao.com.br/static/text/64703,1Retornar ao índice de assunto

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Tabaco - OMS quer fim de lobby tabagista no governo - Código de conduta proibiria campanhas financiadas por fabricantes de cigarros e presentes

(IDEC – 17.03.2008)

Integrantes da Convenção-Quadro do Tabaco preparam um código de conduta para nortear a relação entre indústria do cigarro e governantes. A idéia é blindar representantes de governos do assédio comum e crescente da indústria para tentar dificultar a adoção das diretrizes firmadas na convenção.

Na lista que começa a ser preparada, autoridades ficam proibidas, por exemplo, de ter suas campanhas financiadas pelos fabricantes de cigarros. Não serão permitidos presentes e ofertas de viagens. Também ficariam proibidos convênios ou acordos com as indústrias, assim como ações sob o selo de "responsabilidade social".

"Pode parecer algo exagerado, mas é considerado por representantes dos países como essencial para o sucesso da Convenção-Quadro", afirma Tânia Cavalcanti, do Instituto Nacional do Câncer (Inca). "A indústria do fumo não pode ser considerada como uma indústria qualquer. Comprovadamente, o produto faz mal à saúde e há uma farta documentação indicando a forma como tais fabricantes agem para dificultar as medidas antitabagistas."

Em vigor desde fevereiro de 2005, a Convenção-Quadro do Tabaco traz uma série de regras para reduzir e prevenir o consumo mundial de cigarro. Países que ratificaram o acordo se comprometeram, por exemplo, a banir a propaganda, aumentar o preço dos cigarros e criar ambientes livres de fumo. "De forma inocente ou não, governantes muitas vezes aceitam os discursos da indústria e adotam medidas que acabam dificultando a luta antitabagista", afirma a consultora da Organização Mundial da Saúde, Vera da Costa e Silva.

A primeira versão do "manual de conduta" foi redigida numa reunião realizada semana passada em Brasília, preparatória da 3ª Conferência das Partes. As propostas agora serão analisadas pelos governos dos países que ratificaram a convenção. Em novembro, durante a conferência, o documento deverá ser votado.

Desde que a convenção entrou em vigor, o mundo coleciona exemplos de interferências da indústria do cigarro na luta antitabagista. No México, um acordo foi firmado entre governo e indústria - depois desfeito.

No Brasil não faltam histórias de interferências indevidas. "Há ainda um pouco de confusão, como ministros que recebem integrantes da indústria em audiências particulares", afirma Paula Johns, presidente da Aliança do Controle do Tabagismo. Para a consultora, porém, o fato mais grave é a presença da indústria na Câmara Setorial do Tabaco, que funciona no Ministério da Agricultura. "É sabido que a associação de produtores é patrocinada pela indústria. Aí temos um exemplo patente desse conflito de interesses."

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ENCONTROS DOCUMENTADOSPara antitabagistas, a relação entre governantes brasileiros e a indústria do fumo poderia ser muito mais transparente. Eles reivindicam, por exemplo, que encontros entre representantes da indústria e governo sejam abertos ou documentados, prática já adotada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Adoraria saber o que é dito num encontro entre a indústria do fumo e a Receita Federal", completa Paula.

http://www.idec.org.br/noticia.asp?id=9787

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ENERGIA, PETRÓLEO E GÁS

ETH Bioenergia - Odebrecht compra mais uma usina. Controladora do grupo para a área de açucar, etanol e energia elétrica assume controle da Eldorado, no Mato Grosso do Sul.

(Jornal do Commercio 17.03.2008 B-5 Empresas)

Eduardo MagossiDa agência estado

A ETH Bioenergia, empresa da Organização Odebrecht, adquiriu a Usina Eldorado, localizada no município de Rio Brilhante (MS), que atua na produção de açúcar, etanol e energia elétrica. A informação foi divulgada nesta sexta feira pelo diretor estratégico da ETH, Eduardo Pereira de Carvalho. "A usina já irá processar 2,2 milhões de toneladas nesta safra devendo aumentar este total para 5 milhões de toneladas até a safra 2012", disse ele.

O investimento total, incluindo a ampliação da capacidade de moagem para 5 milhões de toneladas, esta estimado em US$ 350 milhões.

Segundo Carvalho, a Usina Eldorado tem capacidade instalada de produção de 132 mil toneladas de açúcar e 110 milhões de litros de etanol etílico hidratado combustível, e gera 12 megawatts (MW) de energia, potencial que no plano de expansão deverá saltar em três anos para 130 MW.

Seu perfil e sua localização respeitam o modelo de negócio da ETH, que é estruturado em pólos, ou seja, núcleos concentrados de produção e de instalação de usinas.

A outra usina adquirida pela ETH é a Alcídia, localizada no pólo do Pontal do Paranapanema, em São Paulo, que deverá moer 1,6 milhões de toneladas de cana na próxima safra.

O terceiro pólo da empresa é localizado em Goiás. Além das duas empresas, o grupo está investindo em nove projetos greenfields, distribuídos por estes três pólos. Carvalho explica que os investimentos nos projetos "greenfields" estão divididos em três etapas. Na primeira etapa, cerca de US$ 1 bilhão está sendo investido na construção de três novas usinas, uma em cada pólo.

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Novo investimento de US$ 1 bilhão será feito em cerca de seis meses na segunda fase do projeto, também para construção de três novas usinas, uma em cada pólo. Uma nova etapa de investimentos em mais três usinas será realizada no próximo ano, totalizando nove unidades.

As primeiras três usinas devem entrar em operação na safra 2012. A meta da empresa, fundada em 2007, é estar entre os líderes do mercado em dez anos com onze usinas em mais de 600 mil hectares de área, com capacidade total de moagem de 50 milhões de toneladas de cana por safra. A produção prevista é de 3,1 bilhões de litros de etanol e 1,9 milhão de toneladas de açúcar por ano e co-geração de energia de 1.300 MW/ano.

Para a próxima safra de 2008/2009, as duas usinas em operação do grupo - Alcídia e Eldorado - devem processar juntas cerca de 3,8 milhões de toneladas de cana, volume que deve ser ampliado para 8 milhões em 2009/2010, com o início de operação de mais três usinas.

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Energia - Grupo Rede quer investir em etanol e co-geração. Estudo prevê dois projetos em MS com aportes de R$ 1,4 bilhão.

(Valor Econômico 17.03.2008 B-1 Empresas & Tecnologia)

Maurício Capela, de São Paulo

O grupo Rede, holding que controla ativos de geração, distribuição e comercialização de energia no Norte, Centro-Oeste e Sudeste, está na fase final de estudos de um projeto que, além de diversificar sua matriz energética, vai ampliar também sua capacidade geradora. De acordo com o estudo, previsto para ser concluído em abril, a Rede e potenciais parceiros estão dispostos a investir R$ 1,4 bilhão para erguer duas usinas produtoras de etanol, cujo bagaço de cana-de-açúcar seria usado para gerar 200 megawatts (MW). É principalmente na geração da energia da cana que o grupo está de olho.

Hoje, o grupo tem capacidade instalada de 564 megawatts (MW). É dona da PCH Juruena de 6,1 MW, detém 53,6% dos 902,5 MW da hidrelétrica de Lajeado e outros 61,7% da holding que controla a usina de Guaporé, de 120 MW. Além das geradoras, a companhia controla as distribuidoras do Pará (Celpa), a mato-grossense (Cemat) e a de Tocantins (Celtins). O grupo controla ainda distribuidoras paulistas Caiuá, Nacional, Bragantina e Vale Paranapanema e a paranaense Cia. Força e Luz do Oeste.

Carmem Campos Pereira, presidente do grupo Rede, disse ao Valor que está aberta a associações com usinas de álcool e investidores financeiros para viabilizar os projetos. Dos R$ 1,4 bilhão, 30% deverão ser desembolsados pelo grupo e seus sócios. Para a maior parte, ela conta com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de outras instituições do mercado.

"Estamos nos ajustes finais. E teremos alguma decisão em abril deste ano", declarou Carmem. Companhia de capital nacional, o grupo Rede é controlado por Jorge Queiroz de Moraes Júnior, atual presidente do conselho de administração. Moraes Júnior exerce o controle por meio da Empresa de

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Energia Vale do Paranapanema e da Denerge, que juntas detêm 77,57% do capital total. O BNDES tem 20,3% e o restante está nas mãos do mercado. Em 2006, inclusive, a companhia tinha a intenção de fazer um aumento de capital no nível 2 de Governança Corporativa da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Mas as condições de mercado, disse a executiva, impediram o andamento da operação.

Segundo o escopo dos novos projetos de geração da Rede, cada usina responderia por um investimento de R$ 700 milhões e ambas seriam instaladas no Estado do Mato Grosso do Sul. Carmem explica também que, no auge, as duas operações demandariam 5 milhões de toneladas de cana da uma e produziriam 450 milhões de litros por ano de etanol. Cada uma teria energia disponível para venda no mercado de 100 MW.

Os locais já estão definidos: os municípios de Campo Grande e Sidrolândia. A empresa já fez aquisição de áreas onde poderão ser instaladas as usinas e para plantio. A idéia é trabalhar com boa parte de arrendamento e compra de cana de terceiros.

"O grupo já investiu R$ 8 milhões nos estudos. Mas esse número pode atingir R$ 20 milhões", revelou Carmem, que conta com as usinas operando a partir de 2010 e com auge de produção em 2012.

Apesar da iniciativa em direção à energia de bagaço de cana, Carmem explica que seus planos não param por aí. A executiva refutou, categoricamente, a instalação sequer de um megawatt de térmicas a carvão ou a gás natural. E reafirma que a aposta do grupo na área de geração se concentra em hidroeletricidade e biomassa.

No ano passado, o grupo alocou R$ 1,04 bilhão no seu parque elétrico. Desse montante, R$ 620 milhões foram injetados por diversas instituições, funcionando como uma espécie de subsídio, já que neste valor há repasses do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e recursos do programa do governo federal, por meio da Eletrobrás (Luz para Todos e substituição de térmicas a óleo). Neste ano, a previsão é elevar os investimentos em 20%, sempre com participação dos subsídios do governo federal e outras instituições.

Dona de uma receita líquida de R$ 3,3 bilhões em 2007, com alta de 13,8% em relação a 2006 (e lucro de R$ 168 milhões - queda de 45%), o grupo Rede passou por um duro processo de reestruturação financeira nos últimos anos para ajustar seu pesado endividamento. Depois de uma série de operações financeiras, inclusive com lançamentos de debêntures perpétuas, sua dívida líquida fechou em R$ 2,8 bilhões em 2007. Ainda ficou 25,6% maior que em 2006.

Apesar do incremento, a dívida líquida é relativamente confortável quando comparada ao Lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Lajida). No ano passado, o Lajida foi de R$ 1,1 bilhão, 22% maior que 2006.

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Commodities - Petróleo fecha com leve baixa após superar US$ 112 (Valor Econômico 17.03.2008 B-9 Empresas/Infra-estrutura)

Valor Online, de São Paulo

Após quatro sessões seguidas de alta e uma nova marca recorde ao longo da jornada, os preços do petróleo fecharam com ligeiro ajuste de baixa, justificado pela redução da confiança dos consumidores nos Estados Unidos.

O contrato de tipo WTI negociado para o mês de abril em Nova York fechou com queda de US$ 0,12, para US$ 110,21. Na semana, esse contrato teve valorização de US$ 5,06. O vencimento para o mês seguinte encerrou a US$ 108,74, com baixa de US$ 0,43. Em Londres, o barril do tipo Brent para o próximo mês fechou estável, com alta de US$ 0,01, para US$ 107,55. O contrato para maio terminou cotado a US$ 106,20, com desvalorização de US$ 0,25.

A commodity chegou a superar a marca de US$ 112 por barril em Nova York pela manhã. Os analistas do segmento falam em um novo topo alcançado pelo produto, o que pode conduzir os preços para uma acomodação por alguns dias. Além disso, com o forte ganho das últimas semanas, os investidores aproveitam para embolsar os ganhos de curto prazo.

Entre as ponderações do dia, os agentes citaram a nova baixa do nível de confiança dos consumidores americanos, cujo índice passou de 70,8 para 70,5 pontos em fevereiro. Essa sinalização poderia vir a afetar a demanda no maior consumidor global de óleo cru.

Seja como for, esse mercado não vem sendo movimentado por fundamentos, mas por negociações especulativas devido à queda do preço do dólar. A moeda, aliás, continuou se desvalorizando hoje, o que impulsionou a elevação dos preços do barril pela manhã.

A cotação do cobre registraram alta na Bolsa de Mercadorias de Nova York por conta dos baixos estoques mundiais da commodity. Desde o começo do ano, os níveis já caíram 37% e os estoques estão em 125,2 mil toneladas. O cobre com entrega em abril fechou cotado a US$ 3,8 por libra-peso, alta de 0,3%. (Com agências internacionais)

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Conta de luz subsidia desperdício de R$5 bi. Aneel denuncia que Eletrobrás paga 30% mais à BR por combustível para térmicas do Norte. Estatais rebatem

(O Globo 16.03.2008 p. 32 Economia)

Ramona Ordoñez

A Eletrobrás está pagando caro demais pelo combustível que alimenta as usinas termelétricas que geram energia para a Região Norte, uma das mais pobres do país. A denúncia é da Agência Nacional de

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Energia Elétrica (Aneel), que acusa a Eletrobrás de pagar cerca de 30% mais - em relação ao que é cobrado por empresas locais - pelo combustível que recebe da Petrobras Distribuidora (BR) para movimentar essas usinas. Pelas contas da Aneel, nos últimos cinco anos, o gasto adicional teria sido de R$5 bilhões.

Esses recursos não saem do caixa da Eletrobrás, apesar de ela administrar o dinheiro. Vêm de um rateio de toda a sociedade. Como o custo da geração de energia elétrica na Região Norte é muito elevado, a legislação do setor prevê um subsídio que é bancado por todos os consumidores de energia do país. Esse valor é cobrado na conta de luz: é a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), que representa 3,2% do valor da conta. É com esse dinheiro que é comprado o diesel e o óleo combustível para as usinas.

O diretor-geral da Aneel, Jerson Kelman, disse ao GLOBO que, no último dia 27 de fevereiro, encaminhou ofício ao Ministério de Minas e Energia para retirar a gestão da CCC da Eletrobrás. Kelman argumenta conflito de interesses, uma vez que a Eletrobrás é a gestora da CCC e também é controladora de diversas outras empresas que geram e distribuem a energia no Norte - as beneficiadas dos recursos da conta.

Questão não é só de preço, defende-se a Eletrobrás

A Eletrobrás, por sua vez, defende-se. Diz, por meio de nota, que só administra os recursos da CCC mas não é a compradora do combustível. Essa tarefa ficaria a cargo de cada distribuidora de energia. A Aneel rebate e diz que a Eletrobrás emite as ordens de compra em nome das distribuidoras de energia para a BR.

A Eletrobrás argumenta ainda que não é possível analisar a questão só sob o ponto de vista do preço: o combustível é "vital para os habitantes da Região Norte" e fundamental para a geração de energia na região, destaca a nota.

Além disso, a Eletrobrás, no seu texto, não poupa elogios à BR e ao seu sistema de logística de entrega do produto. Fala abertamente da "confiabilidade" da BR na entrega dos combustíveis a regiões distantes na Amazônia. Segundo a Eletrobrás, é necessária uma infra-estrutura que outras concorrentes da BR não dispõem.

"Uma eventual interrupção no suprimento pode colocar em risco o atendimento a Manaus, a maior cidade do Sistema Isolado. Manaus tem hoje o quarto maior PIB do Brasil", argumenta a Eletrobrás.

Também por meio de nota, a BR informa que o Tribunal de Contas da União (TCU) já realizou uma auditoria no ano passado e concluiu que, como não há controle de preços, a distribuidora (a própria BR) tem o direito de vender seus produtos e fixar seus preços "independentemente de quem seja o comprador".

A Aneel não pensa assim e já multou a Eletrobrás em R$12 milhões em agosto de 2006 por má gestão da CCC. Até o momento, não viu a cor do dinheiro porque a Eletrobrás recorreu.

Segundo levantamento da Aneel, só no ano passado, a Manaus Energia (Mesa), subsidiária da Eletrobrás, pagou pelo óleo combustível o preço médio de R$1,36 o quilo do óleo combustível, contra o preço médio de R$0,80 cobrados no mercado local, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

- Como nada aconteceu desde a autuação em 2006, quando aplicamos a multa à Eletrobrás, vamos também iniciar uma profunda fiscalização nos gastos da CCC - disse Kelman ao lembrar que, em fevereiro do ano passado, já tinha solicitado a retirada da Eletrobrás da administração da conta.

Pelas contas da Abradee, desperdício é de 70%

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As divergências entre Aneel e Eletrobrás não são só sobre preço, mas também sobre tamanho do mercado. A Aneel estima que o consumo de energia na Região Norte deve crescer cerca de 6,8% este ano. Para atender a esse crescimento, serão necessários R$3 bilhões de arrecadação na CCC. A Eletrobrás, no entanto, calcula que o crescimento do consumo será de 12,7% e portanto serão necessários R$3,8 bilhões.

O diretor da Aneel vai mais longe: se a compra dos combustíveis fosse feita de forma mais competitiva, os gastos deste ano poderiam cair de R$3 bilhões para R$2 bilhões.

- Não nos conformamos, como fiscais e defensores dos consumidores. Para quem compra quantidades gigantescas de diesel e óleo combustível haveria oportunidade de comprar a granel, mais barato - destacou Kelman.

O diretor de Regulação da Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), Fernando Maia, por sua vez, destaca que o subsídio tem que ser mantido para não prejudicar a população da Região Norte, mais pobre. Maia, no entanto, defende que seria preciso estimular o aumento da eficiência das térmicas. Atualmente, diz ele, do combustível usado nas usinas, só 30% geram efetivamente energia. O resto é desperdiçado porque as usinas têm equipamentos ineficientes.

- O ideal seria uma eficiência da ordem de 50% - diz o diretor da Abradee ao calcular que o aumento da eficiência das térmicas aliado à compra de combustíveis a preços menores poderia reduzir os gastos deste ano à metade, de R$3 bilhões para R$1,5 bilhão. Se fosse assim, o valor pago na conta de luz seria bem menor.

Para tentar reduzir os custos, a Eletrobrás informa que a Eletronorte, sua subsidiária, vai realizar, em abril, licitação para compra de combustíveis para atender a Região Norte. No entanto, como a Eletrobrás estima que, para este ano, seriam necessários R$3,8 bilhões na CCC (a Aneel prevê R$3 bilhões), deve haver déficit. Neste caso, a estatal arcaria com a diferença.

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Quem vai pagar a conta de Angra 3? (Folha de São Paulo 17.03.2008 A-3 Opinião)

BEATRIZ CARVALHO G. SANTOS

--------------------------------------------------------------------------------Construir uma usina nuclear no Brasil será um verdadeiro saque aos cofres públicos; se criada, Angra 3 gerará pouca energia e vários problemas -------------------------------------------------------------------------------- EM RECENTE artigo publicado nesta Folha ("Uma folga para são Pedro", "Tendências/Debates", 13/2/08), Ronaldo Fabrício, da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares, defendeu a construção da usina nuclear Angra 3. Para justificar a opção atômica, listou argumentos sobre a suposta viabilidade econômica do empreendimento, em detrimento de alternativas como a energia eólica.

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Construir uma usina nuclear no Brasil só será possível por meio de um verdadeiro saque aos cofres públicos. Se for instalada, Angra 3 vai gerar pouca energia -apenas 1.350 MW- e diversos problemas sem solução, como lixo radioativo e risco permanente de acidentes. E, apesar do marketing para posicionar a geração atômica como resposta ao aquecimento global, sabe-se que o ciclo de vida da energia nuclear, incluindo a fabricação do combustível a partir do urânio, consome energia e gera emissões indiretas de gases estufa. Tais emissões indiretas podem, em alguns casos, equiparar-se à poluição de termelétricas fósseis. Orçamentos estourados e problemas de cronograma são típicos da indústria nuclear, que registra uma média mundial de quatro anos de atraso na conclusão das obras. O caso de Angra 2 é emblemático: fruto do tratado Brasil-Alemanha firmado em 1975, a usina custou mais de R$ 20 bilhões e entrou em operação apenas em 2000. A construção de Olkiluoto 3, na Fin lândia, está 18 meses atrasada em relação ao cronograma original e acumula perdas de quase US$ 1 bilhão. O cronograma oficial de Angra 3 prevê que as obras da usina sejam iniciadas em 2008 -improvável, já que as licenças ambientais nem sequer foram concedidas- e terminem em 2014. Se a média de quatro anos de atraso for mantida, a usina ficará pronta só em 2018. Quanto maior o tempo de construção, maior o ônus financeiro por conta dos juros sobre o capital imobilizado para a obra. A Eletronuclear informa que o empreendimento custará R$ 7,2 bilhões, sendo que 70% do financiamento virão de recursos do BNDES e fontes estatais, e os outros 30% de investidores internacionais, entre eles a gigante francesa Areva. As condições do financiamento são controversas. A Eletronuclear assumiu uma taxa de retorno para o investimento entre 8% e 10% -muito abaixo das praticadas pelo mercado, que variam de 12% a 18%. Somente uma taxa de retorno tão baixa pode viabilizar a tarifa de R$ 138 MW/h anunciada pelo governo federal para Angra 3 e emprestar um verniz de competitividade ao empreendimento. A título de comparação, a energia da hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, foi negociada a uma tarifa de R$ 78,87 MW/h. A operação a baixas taxas de juros revela o subsídio estatal à construção da usina, uma vez que o investimento público não será integralmente recuperado. Os subsídios governamentais ocultos no projeto da usina nuclear Angra 3 são perversos, porque estão disfarçados nas contas de luz dos consumidores. O Greenpeace não se opõe ao aporte de recursos públicos para setores estratégicos ao desenvolvimento do país, mas condena a falta de transparência sobre os custos reais das suas opções energéticas, impedindo que a sociedade saiba, e se manifeste, sobre como e onde seu dinheiro está sendo investido. Em um horizonte mais amplo, o desvio de recursos públicos para a opção nuclear é um verdadeiro obstáculo ao estabelecimento de um mercado de energias renováveis no Brasil. Com os R$ 7,2 bilhões alocados para Angra 3, seria possível construir um parque eólico com o dobro da capacidade da usina nuclear em apenas dois anos sem lixo radioativo ou risco de acidentes. Dados do Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica), do governo federal, mostram que cada R$ 1 bilhão empregado em programas de eficiência energética resulta em uma economia de 7.400 MW, o equivalente a 5,5 vezes a potência de Angra 3. Se uma usina nuclear custa mais de R$ 7 bilhões, pode-se concluir que cada R$ 1 bilhão investido em eficiência pode evitar investimentos de até R$ 40 bilhões para gerar a mesma eletricidade a partir de plantas nucleares. Os custos econômicos, ambientais e sociais de Angra 3 são altíssimos. Apenas as verdadeiras ambições políticas e econômicas do Programa Nuclear Brasileiro -leia-se: aumento da exploração de urânio, o mercado de combustível nuclear e finalidades militares- podem explicar tal insistência com projeto tão desnecessário para o Brasil e tão ineficaz em termos de energia.

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Aneel quer que tarifa da CPFL caia 14%; empresa propõe aumento (Folha de São Paulo 17.03.2008 B-2 Dinheiro)

A Aneel está analisando se a CPFL pode ou não repassar aos consumidores um novo aumento no preço da energia. A proposta inicial da agência para a distribuidora é que a tarifa caia 14,02%. A CPFL defende que haja aumento da tarifa.A Aneel pediu um parecer jurídico para a Procuradoria Federal que atua dentro do órgão sobre o impasse e deve decidir a questão em reunião de diretoria no dia 25 deste mês.De acordo com a distribuidora, o aumento na tarifa é necessário porque ela precisou fazer uma sobrecompra de energia e o fez pelo preço negociado a curto prazo. A CPFL diz que a medida foi necessária para dar segurança ao mercado cativo.A energia a curto prazo custava, em janeiro do ano passado, R$ 17,59 por MWh e terminou o ano em R$ 212,20 por MWh. Em janeiro deste ano, o preço a curto prazo atingiu o teto determinado pela Aneel, de R$ 569,59 por MWh.De acordo com as regras do mercado, as distribuidoras podem fazer sobrecompras, ou seja, adquirir um montante de energia superior ao que é necessário para atender a sua carga. O repasse dos custos de aquisição de energia é legal.O que a Aneel analisa, porém, é a forma como a CPFL comprou energia e quer repassar o valor pago -que foi mais alto que o valor que era praticado no mercado- ao consumidor."Cabe destacar que a sobrecontratação da CPFL Paulista para 2007 vem sendo analisada e comparada com as dos anos de 2005 e 2006. Nessa análise, foram constatados indícios de que a CPFL Paulista vem sazonalizando a energia adquirida da CPFL Brasil no ano de 2007, no que se refere ao contrato CPFL Brasil Competitivo L.P., de forma atípica e causando um ônus desnecessário aos seus consumidores", afirma a agência em nota técnica.A decisão da Aneel faz parte do segundo ciclo de revisão tarifária. A previsão é que a correção da tarifa deva entrar em vigor no dia 8 de abril.Segundo a distribuidora, a CPFL Paulista apresentou uma "sobrecontratação de energia em 2007 de aproximadamente 1,5%, portanto, dentro dos limites estabelecidos em lei".A CPFL diz que os indícios de ônus desnecessários aos consumidores aos quais a Aneel se refere "não se confirmam se for entendido o processo em toda a sua complexidade".Sobre o repasse dessas comercializações para o ciclo de revisão tarifária, a CPFL Paulista informa que esse processo está sendo coordenado pela Aneel, que ainda não se posicionou definitivamente sobre a questão.

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Cesp vai a leilão em meio a incertezas. Há pendências trabalhistas, passivos ambientais e risco na renovação das concessões das duas usinas mais importantes

(Folha de São Paulo 17.03.2008 B-8 Dinheiro)

Com potencial de mudar a concorrência no setor elétrico, interessados fazem lobby pesado para baixar preço da empresa no leilão

TONI SCIARRETTADA REPORTAGEM LOCAL

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A Cesp (Companhia Energética de São Paulo) vai a leilão no dia 26 com um preço-mínimo de R$ 6,6 bilhões mesmo em meio a pendências trabalhistas pesadas, passivos ambientais ainda desconhecidos e incertezas quanto à renovação das concessões de duas de suas usinas mais importantes -Jupiá e Ilha Solteira, que somam mais de 60% do parque gerador.Apesar das dúvidas, o leilão tende a levantar um preço considerado elevado pelos participantes -acima inclusive das avaliações feitas pelos bancos contratados, que teriam indicado um valor 10% menor.O motivo é que a Cesp representa uma oportunidade única para os maiores "players" do setor ganharem escala num mercado estratégico, com preços ascendentes e no coração econômico do país. Para o Estado, a venda possibilita sair de um setor arriscado, que trouxe prejuízos aos cofres públicos, e de fazer caixa para investimentos em infra-estrutura de transporte, habitação e saúde.Os interessados fazem lobby pesado para baixar o valor da Cesp, inclusive negociando a formação de um único consórcio ou até fazendo um acordo para ninguém aparecer no dia do leilão. Para a corretora Ativa, dificilmente o leilão encalhará porque nenhum interessado se apresentou. A corretora, no entanto, acredita que a Cesp pode sair sem ágio ou com valor próximo do mínimo.Na visão do mercado, as pendências trabalhistas e as obrigações da Cesp com o fundo de pensão dos funcionários já são conhecidas -os novos donos da Cesp terão de manter o plano de previdência compatível com as regras atuais.Os passivos ambientais, porém, podem no futuro se tornar maiores devido ao aperto na política do Ibama e a demandas judiciais das cidades prejudicadas pelas inundações. A prefeitura de Anaurilândia (MS), por exemplo, reivindica o reconhecimento de que 35% de seu território foi inundado pela represa da usina de Porto Primavera.Por outro lado, as empresas do setor elétrico têm experiência em avaliar esse riscos e negociar com os ambientalistas.

Limbo regulatórioCom usinas hidrelétricas antigas, construídas nos anos 60 e 70, época da ditadura militar, as concessões da Cesp que vencem em 2015 entraram em uma espécie de "limbo regulatório", que não gozou do benefício de ter os prazos das licenças zerados após a privatização.De acordo com a lei das concessões, de 1995, as licenças de hidrelétricas têm duração de 35 anos, renováveis por mais 20, apenas uma vez. Se não houver nada mais específico expresso no contrato de concessão, os 35 anos começam a contar da data de início de operação da usina.Há dúvidas jurídicas se a lei retrocederia para as usinas de Jupiá e de Ilha Solteira, que entraram em operação em abril de 1969 e julho de 1973, respectivamente, e já tiveram suas concessões renovadas.A renovação da concessão é uma decisão do governo federal. A Aneel faz a análise técnica do pedido e envia sua sugestão ao Ministério de Minas e Energia, que toma a decisão política.Para pedir a renovação, o concessionário deve, em um prazo de até 36 meses, encaminhar o pedido à Aneel. A agência reguladora analisa a situação e leva em consideração, principalmente, dois aspectos: 1) se o investimento feito pelo empreendedor já está amortizado (ou seja, se a usina já se pagou) e 2) se as tarifas cobradas pela energia vendida são consideradas módicas. Depois, a Aneel envia parecer ao Ministério de Minas e Energia.No mercado, a possibilidade das usinas não terem suas concessões renovadas é vista hoje como pequena. Isso porque, além da Cesp, a Cemig e a Eletrobrás terão o mesmo problema de renovação em 2015."A Cesp se encaixa como uma luva na nossa operação. Mas o risco [de não renovação] é importante e a decisão é muito difícil para ser tomada nesse prazo", disse Manoel Zaroni Torres, presidente-executivo da Tractebel.Quando os investimentos feitos em uma usina não estão amortizados, o Estado é obrigado a ressarcir o seu dono caso não opte pela renovação da concessão. No caso da usina de Porto Primavera, um cálculo inicial da Aneel indicava a necessidade de indenização de R$ 12 bilhões. O fato de o novo dono da Cesp pagar R$ 6,6 bilhões pela empresa e poder levar, meses depois, uma indenização de R$ 12 bilhões foi alegado pelo Sindicato dos Engenheiros de São Paulo para contestar o preço mínimo.

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Governo eleva mistura de biodiesel ao diesel comum. Em julho, índice sobe de 2% para 3%; demanda crescerá 420 mi de litros/ano

(Folha de São Paulo 15.03.2008 B-11 Dinheiro)

Para distribuidores de combustível, decisão deve levar a pequeno aumento de preço; governo diz que não haverá falta de produto

HUMBERTO MEDINADA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo decidiu aumentar de 2% para 3% a quantidade de biodiesel misturada ao diesel comum a partir de julho. Para distribuidores de combustível, a medida poderá levar a um pequeno aumento de preço.Com a decisão, a demanda atual de biodiesel deverá subir cerca de 420 milhões de litros por ano. Hoje, a necessidade de biodiesel no mercado para atender à mistura de 2% é de aproximadamente 840 milhões de litros por ano.Os distribuidores de combustível acreditam que haverá biodiesel para atender ao aumento da mistura, mas estão preocupados com o preço. "Tendo preço, tem produto. Como ele é compulsório, paga-se. Mas vai encarecer um pouco mais o diesel", disse Alíseo Vaz, vice-presidente-executivo do Sindicom (Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes).De acordo com Vaz, nos leilões de novembro o biodiesel estava sendo comprado por cerca de R$ 1,90 o litro. Com a alta do óleo de soja (principal matéria-prima usada para produção do combustível renovável), o custo do biodiesel deverá subir para cerca de R$ 2,50. O diesel comum de petróleo produzido pela Petrobras custa R$ 1,13 o litro (sem tributos).O preço do biodiesel é fortemente influenciado pela cotação do óleo de soja. Em novembro de 2007, o produto estava cotado a US$ 1.037,26 por tonelada no porto de Paranaguá (PR). Em janeiro deste ano, já tinha subido para US$ 1.150,80.A medida do governo é mais um passo para antecipar, de 2013 para 2010, a obrigatoriedade de misturar 5% de biodiesel ao diesel comum. O biodiesel que será usado para cumprir a exigência de misturar 3% ao diesel comum será adquirido por meio de leilão a ser realizado em abril.Na avaliação do governo, não há risco de falta do produto. "A Petrobras está entrando no processo produtivo. Todas as providências estavam sendo tomadas para que não haja o risco de desabastecimento", disse o ministro Edison Lobão (Minas e Energia).Entre as vantagens citadas pelo ministro para justificar o aumento do percentual de mistura, estão a geração de empregos e a melhoria da balança comercial, uma vez que o país é importador de diesel. Com a mistura de biodiesel, a necessidade de importação cai na mesma proporção.Na avaliação do ministro, a mistura de biodiesel ao diesel comum pode ter efeito benéfico para o consumidor, pois o preço do petróleo no mercado externo está disparando. A Petrobras, no entanto, não reajusta o óleo diesel no mercado interno desde setembro de 2005.

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Planalto estende concessão de usina da Cesp. Hidrelétrica de Porto Primavera terá prorrogação por mais 20 anos, o que ajuda governo de SP a obter preço maior em privatização

(Folha de São Paulo 15.03.2008 B-19 Dinheiro)

Ministro diz que ainda busca saída jurídica para renovar concessões de Jupiá e Ilha Solteira até a data do leilão da Cesp, no dia 26

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo decidiu prorrogar por mais 20 anos a concessão da usina hidrelétrica de Porto Primavera, da Cesp (Companhia Energética de São Paulo). A concessão venceria no final de maio. Sua renovação já havia sido pedida pela empresa e obtido parecer favorável da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). A decisão, tomada pelo Ministério de Minas e Energia, deverá ser formalizada na próxima semana. Além de anunciar a renovação da concessão de Porto Primavera (1.540 megawatts), o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) disse que o governo federal tentará dar um jeito de contornar o impedimento legal para prorrogar as concessões de outras duas hidrelétricas da Cesp: Jupiá (1.551 MW) e Ilha Solteira (3.444 MW, a maior usina da estatal paulista). "Os nossos advogados estão examinando se a lei tem alguma brecha que possibilite mais uma renovação. O governo federal tem boa vontade com o governo do Estado de São Paulo", disse o ministro Edison Lobão (Minas e Energia). De acordo com a legislação do setor, as concessões só podem ser prorrogadas uma vez, por período de 20 anos. No caso das usinas de Jupiá e Ilha Solteira, já houve a prorrogação e, a princípio, a legislação não permite outra. "Tudo o quanto for possível fazer nós faremos. Se do ponto de vista legal isso for possível", disse o ministro. A prorrogação da concessão das usinas é questão crucial para o sucesso do leilão de privatização da Cesp, marcado para o dia 26. Sem Jupiá e Ilha Solteira, a Cesp perde 67% de sua capacidade de geração. Isso tem reflexo direto no valor do ágio que os interessados pela estatal estariam dispostos a pagar. Anteontem, Serra esteve com o presidente Lula e pediu a a extensão do prazo de concessão de usinas que pertencem à Cesp. Ontem, o ministro Lobão disse que dará uma resposta em relação a Jupiá e Ilha Solteira até a data do leilão. Em Araraquara (SP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou a decisão do governo sobre Porto Primavera. "O governador José Serra [PSDB-SP] esteve conversando comigo ontem [anteontem]. Ele pediu apenas que a gente providenciasse a renovação da [usina] de Porto Primavera, e isso já está pronto. O resto o Ministério de Minas e Energia vai estudar." A Cesp vai a leilão pelo preço mínimo de R$ 6,6 bilhões.

Ações da estatal voltam a subir na Bovespa DA REPORTAGEM LOCAL

Em queda desde o início da semana, as ações da Cesp voltaram a reagir ontem com a sinalização do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, de que o governo federal busca uma forma de alterar a regra que impede a renovação das concessões das licenças das hidrelétricas da empresa, que vencem em 2015. No mesmo ano, também enfrentarão o problema de renovação de concessão usinas da Cemig e da Eletrobrás.

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Os papéis PNB da geradora paulista tiveram alta de 1,15% e voltaram a R$ 44 cada um -no leilão de privatização, marcado para o dia 26, serão vendidos ao preço mínimo de R$ 49,75. Na semana, essas ações amargaram perdas de 7,27% com a expectativa de apetite menor pelo leilão e até da desistência dos participantes.Ontem, a Bovespa pré-qualificou todos os cincos interessados que entregaram documentos até a última segunda-feira para participar da privatização.Na disputa pela geradora estão a franco-belga Suez/Tractebel, dona da antiga Gerasul, e a CPFL, distribuidora de eletricidade no interior de São Paulo. Também foram pré-qualificadas a Neoenergia/Iberdrola, a portuguesa EDP e a americana Alcoa, maior produtora de alumínio do mundo, que negociam a adesão em um dos consórcios.(TONI SCIARRETTA)

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Petróleo - ANP quer elevar taxação sobre megacampos(Folha de São Paulo 15.03.2008 B-19 Dinheiro)

DA SUCURSAL DO RIO

A ANP (Agência Nacional do Petróleo) deve entregar em dois meses ao Ministério de Minas e Energia uma proposta de aumento da taxação sobre campos gigantes de petróleo. A idéia de rever a legislação para a cobrança em cima da produção de campos começou a ser discutida após a descoberta do megacampo de Tupi, pela Petrobras, no ano passado.O diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, anunciou que está em estudo a possibilidade de aumentar o percentual das alíquotas da participação especial, taxa que incide sobre a produção de grandes campos. Atualmente, o valor fixado é da ordem de 10% a 40% sobre a receita.Segundo o diretor, a idéia é alterar também o perfil de cobrança. Ao invés de incidir só sobre o volume da produção, a participação seria cobrada também sobre a rentabilidade. As medidas têm como premissa o cenário de preços em alta, com o barril acima dos US$ 100.Segundo Lima, o Brasil foi o único país entre os produtores de petróleo a manter a alíquota desde a abertura do setor. Quando as regras atuais foram definidas, o barril custava cerca de US$ 16.

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Complexo madeira - Linha de energia de Jirau a São Paulo será licitada até o final de maio(DCI 17.03.2008 A-8 Indústria)

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, declarou durante encontro com engenheiros em Ribeirão Preto (SP), na última sexta-feira, que o governo deverá licitar até maio 2,4 mil quilômetros de linha de transmissão de energia da usina hidroelétrica de Jirau, a segunda do Complexo do Rio Madeira, em Rondônia, até Araraquara, no interior de São Paulo. A capacidade de transmissão será de 750 kilovolts (kV), com investimento de R$ 3,6 bilhões, e a linha deverá estar em operação entre dois e três anos.

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Bernardo destacou que a linha de transmissão da usina Santo Antônio, a primeira do complexo, já foi licitada e a da usina Jirau está sendo providenciada. "Serão duas grandes hidroelétricas, que, juntas, vão gerar quase 6,5 mil megawatts (MW) essa energia tem que ter distribuição, por isso estamos licitando a linha de transmissão de Porto Velho até Araraquara", disse o ministro. Assim, a transmissão de energia elétrica estaria interligada em várias regiões do País. Bernardo lembrou que o investimento da linha de transmissão será feito pela iniciativa privada sob concessão do governo.

Eletrosul

A Eletrosul espera as diretrizes que serão determinadas pela nova diretoria da Eletrobrás para decidir como será sua atuação na disputa por Jirau. Segundo o presidente da estatal, Ronaldo Custódio, a empresa pode programar uma reunião para os próximos dias para fazer uma avaliação do atual cenário e decidir qual será a estratégia de atuação.

A tendência, segundo ele, é que haja a repetição da parceria com a Suez, com quem participou da disputa por Santo Antônio. A disputa daquele empreendimento, arrematado pelo consórcio Furnas-Odebrecht, teve a entrada das demais subsidiárias da Eletrobrás para assegurar a competição. O plano do governo com relação à Eletrobrás para a geração será investir em energia nova.

Na sexta, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgou os estudos de otimização de Jirau na fase de viabilidade, apresentados na quinta aos interessados em participar da licitação. A usina terá 44 turbinas bulbo, com 75 MW cada.

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Geração - Tractebel quer ter 100 mw de fonte alternativa ainda este ano(DCI 17.03.2008 A-8 Indústria)

A Tractebel Energia, que é a maior geradora de energia privada do País, e a quinta no total, ficando apenas atrás de estatais, estipulou a meta de entrar no mercado de fontes alternativas e conseguir, até o final deste ano, ter 100 megawatts (MW) em desenvolvimento. Atualmente, a empresa, que irá disputar o leilão da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), possui 6.094 MW, o equivalente a 6,1% da capacidade total do país. Hoje,

a geração da empresa está dividida entre grandes hidroelétricas e térmicas a gás natural e carvão mineral.

Foco

Com as fontes alternativas, o principal foco da empresa será a co-geração com bagaço de cana-de-açúcar com vistas ao leilão de reserva, marcado para o dia 30 de abril.

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De acordo com o presidente da companhia, Manoel Zaroni, há negócios em fase final para a entrada no certame em consórcio com quatro ou cinco empreendimentos. Sem dar mais detalhes, o executivo afirmou que os projetos ficam em São Paulo e Goiás.

"Os contratos estão quase fechados com grandes empresas do setor de açúcar e álcool. Eles vão fornecer o bagaço e nós vamos produzir a energia", explicou o presidente da Tractebel Energia na última quinta-feira, dia 13, após apresentação dos resultados financeiros da empresa, na Apimec do Rio de Janeiro.

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Consumo - Mercado livre de gás deve ser criado até abril(DCI 17.03.2008 A-8 Indústria)

A criação do mercado livre na área de gás natural deve ocorrer até o final de abril, afirmou o gerente da Câmara Técnica de Política Econômica e Tarifária (Capet), Alexandre Guedes, na última sexta-feira. Na última reunião da semana, a câmara destacou a exclusividade das concessionárias de gás natural na distribuição no Estado do Rio e encaminhou parecer sobre o tema para apreciação da conselheira Darcília da Silva Leite.

No texto, Guedes lembrou que a Constituição Federal, a Lei do Petróleo e os contratos de concessão garantem a exclusividade na distribuição do gás canalizado. Na nota, o gerente da Capet sugere que o preço a ser pago pelos consumidores livres às concessionárias deve ser equivalente à tarifa cobrada dos consumidores industriais, descontados os impostos e o custo de aquisição do gás. "Este custo será negociado diretamente pelo consumidor livre com o supridor, que hoje é a Petrobras".

A nota sugere a inclusão das tarifas para consumidores livres dentro do processo de revisão qüinqüenal das duas concessões (CEG e Ceg-Rio), que devem ser até julho.

Na revisão seria discutido o pagamento por capacidade de distribuição contratada, não previsto nos contratos de concessão, mas incluído nas propostas das concessionárias. Com isso, os consumidores livres pagariam pagar pelo uso dos dutos, o que, para Guedes, faria as empresas investirem em manutenção e expansão do sistema de distribuição.

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Sucroalcooleiro - ETH, da Odebrecht, compra Usina Eldorado e aporte soma US$ 350 mi(DCI 17.03.2008 B-2 Agronegócios)

A ETH Bioenergia, empresa da Organização Odebrecht que atua na produção de açúcar, etanol e energia elétrica, comprou na última sexta-feira a Usina Eldorado, localizada em Rio Brilhante (MS). O investimento total da empresa, incluindo o valor da aquisição mais a ampliação de capacidade da usina, é de US$ 350 milhões. A ETH quer ampliar a capacidade de moagem dos atuais 2,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para 5 milhões de toneladas por safra. A usina tem capacidade instalada

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de produção de 132 mil toneladas de açúcar e 110 milhões de litros de etanol etílico hidratado combustível

Segundo o diretor estratégico da empresa, Eduardo Pereira de Carvalho, a usina é um reforço no estado e completa o conceito do pólo na região. "Essa usina nos chamou a atenção por ter um nível excelente de automação em todos os segmentos do processo. Ela é uma das cinco mais eficientes do país", afirma.

Além da ampliação da moagem, a ETH irá ampliar a co-geração de energia. A Eldorado produz hoje 12 MW e em três anos esse valor deve passar para 130 MW. "Vamos ampliar a co-geração para atender as nossas necessidades, mas também para exportar energia. Acredito que teremos excedente de 70 MW para comercializar", disse Carvalho.

Metas

Com essa aquisição, a ETH passa a contar com duas usinas em operação e nove projetos de construção distribuídos em três pólos - São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. A meta da empresa, fundada no ano passado, é estar entre os líderes do mercado em dez anos com 11 usinas em mais de 600 mil hectares de área, com capacidade total de moagem de 50 milhões de toneladas de cana por safra e produção 3,1 bilhões de litros de etanol e 1,9 milhão de toneladas de açúcar por ano e co-geração de energia de 1.300 MW/ano. Para a próxima safra de 2008/2009, as duas usinas em operação do grupo - Alcídia e Eldorado - devem processar juntas cerca de 3,8 milhões de toneladas de cana, volume que deve ser ampliado para 8 milhões em 2009/2010, com o início de operação de mais três usinas.

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O futuro pertence ao veículo elétrico híbrido (HEV)? A maioria das montadoras já tem programas para essa nova tecnologia

(Gazeta Mercantil 17.03.2008 A-3 Opinião)

Os veículos que utilizamos nos nossos dias de hoje, carros, caminhões, navios, aviões, etc., foram criados, projetados e fabricados para serem propelidos por energia térmica, produzida por derivados de petróleo, carvão, álcool, gás ou mesmo biomassa. Em outras palavras, através de ciclos termodinâmicos, transformam calor em força mecânica. Embora, como equipamentos mecânicos, sejam práticos e de largo uso, há um geral reconhecimento que são energeticamente muito ineficientes. As descobertas que levaram ao petróleo e às técnicas para dele extrair seus inúmeros derivados foram estudadas sob a finalidade básica de produzir a mobilidade, tal como conhecemos na atualidade. Antes da entrada dos derivados do petróleo no mercado geral de consumo, a grande massa de energia vinha de combustíveis sólidos, cuja manipulação, salvo casos especiais, nunca foram tão práticas quanto os líquidos combustíveis correntemente empregados. Assim, não foi surpresa a grande evolução no uso dos energéticos líquidos que permitiram se chegar a veículos práticos, o suficiente para ganhar a preferência dos consumidores em todo o mundo. O quanto isto está custando, em termos de meio ambiente e em preocupação quanto ao futuro da vida na Terra, nós o sabemos! Estima-se que mais de 70 milhões de barris de petróleo na atualidade estão sendo extraídos do subsolo todos os dias e bombeados na atmosfera provocando todos os problemas e

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preocupações, relativos à poluição atmosférica, efeito estufa, etc. Muitas equipes de técnicos, em todo o mundo, estão debruçadas sobre o problema para consagrar equipamentos e mecanismos de propulsão diferentes, os quais possam privilegiar as decisões de compra e uso dos motoristas. Há convencimento geral de que há fundamentais razões para quebrar os atuais paradigmas, crenças e costumes. Todavia, como muitas vezes acontece, cada um propõe sua solução como a melhor. Em que pesem as discordâncias, há unanimidades nas cabeças dos que estão discutindo o futuro: o petróleo precisa ser trocado como fonte primária de energia mecânica, mas ainda se reconhece que os veículos atuais simplesmente não podem ser substituídos por algo diferente, sem que novas soluções melhores e mais acessíveis sejam aplicadas. Grandes quantidades de recursos financeiros têm sido levadas para pesquisas e testes na busca de outras formas de propulsão, pois todos concordam que a vida dos atuais motores a pistão está claramente com seu final de linha estabelecido. Apenas não se sabe quando as novas alternativas poderiam chegar aos mercados consumidores. A maioria dos estudos está se concentrando nos veículos elétricos. Não há dúvidas sobre a flexibilidade, a eficiência, as vantagens gerais da eletricidade como fonte primária de energia. Nossas casas são o exemplo vivo das características fantásticas dessa alternativa de múltiplos usos. Essa, sem nenhuma dúvida, é a melhor forma de energia descoberta pelo homem até agora. Limpa, eficiente, prática, mas difícil de ser armazenada. As atuais soluções, através de baterias, têm-se mostrado pobres, limitadas e mesmo dispendiosas, e está no domínio das discussões o que se encontrou como possibilidade de suprimento de eletricidade em quantidade e em qualidade suficiente e criar, do ponto de vista de utilização, algo como os atuais veículos. Uma possibilidade inicial, que está sendo objetivada por muitas produtoras de veículos em vários países, seria um projeto intermediário, o dos chamados carros híbridos. Esta alternativa poderá ser utilizada enquanto as pesquisas científicas e tecnológicas, que buscam o aperfeiçoamento das células combustíveis, tenham êxito e produzam dispositivos capazes de produzir eletricidade nos próprios veículos, na quantidade e qualidade necessárias. O veículo elétrico híbrido (HEV) combina tudo o que é necessário para um carro elétrico. A eletricidade vem de baterias que podem ser recarregadas através de um motor convencional a combustão interna, que pode usar gasolina, álcool e gás. Um sistema de reversão funcionará permitindo que a energia cinética de movimento do carro, por exemplo na descida de rampas, também gere eletricidade contribuinte para a carga das baterias. As vantagens desta solução, enquanto outras não estiverem disponíveis, se alinham a uma apreciável economia de combustíveis, redução do ruído e das emissões carreadas pela exaustão dos gases de escapamento, além de acumular experiência para o futuro do carro totalmente elétrico. As unidades experimentais, já em fase de testes, estão demonstrando a viabilidade da solução em nada comprometendo a confiabilidade e a durabilidade do veículo que se iguala e mesmo supera tais características dos atuais automóveis em serviço. A maioria das empresas produtoras de veículos em todo o mundo já lançou programas que abraçam as mais diferentes tecnologias para a produção de HEVs e prevêem que as primeiras unidades comerciais, vendidas em escala global, estejam no mercado em 2008 ou logo em seguida. Em resumo, vamos ficar nas expectativas e preparados, pois, em futuro muito mais próximo do que imaginamos, estaremos regularmente usando carros elétricos de vários tipos e modelos.

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Energia nuclear - Setor privado mais perto do urânio no País(Gazeta Mercantil 17.03.2008 C-4 Infra-estrutura)

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A iniciativa privada quer entrar no negócio de exploração de urânio - atualmente monopólio da União - e conta com o apoio do legislativo, onde tramita um Projeto de Emenda Constitucional (PEC). Segundo fontes do mercado, o posicionamento do governo também é favorável a flexibilização. Mas o Planalto não confirma essa disposição, apenas informa que o executivo está formando um grupo interministerial para tratar do programa nuclear brasileiro. Segundo a Casa Civil, o governo "está retomando a atualização do programa nuclear brasileiro como um todo". A mesma informação vem da Eletronuclear, que é a representante do Ministério de Minas e Energia na formação do grupo interministerial para debater o tema dentro do governo. Esse grupo deve ser integrado, pelo menos, pela Casa Civil, Ministério da Defesa, Ministério de Minas e Energia e o Ministério de Ciência e Tecnologia. O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Paulo Camillo Penna, quer a flexibilização do monopólio para a exploração do urânio, combustível usado como fonte energética a partir da fissão nuclear. Na visão dele, a iniciativa privada poderia participar da identificação de novas reservas do mineral e da lavra, enquanto o beneficiamento do insumo continuaria com o estado, por questões de segurança. "O importante é ter investimentos de capital de risco para explorar o potencial do País", defende Penna. Segundo dados do Ibram, o Brasil tem mapeado apenas 30% dos locais onde estão as atuais reservas de urânio em solo brasileiro. As reservas de urânio no País alcançam 309 mil toneladas, ou 7% do que existe no planeta (4,41 milhões de toneladas), o que coloca o Brasil como o sexto maior em reservas no mundo. "Com investimentos privados, poderíamos saltar para o terceiro posto com facilidade", projeta Penna. Hoje a terceira posição no ranking das maiores reservas de urânio é ocupada pela África do Sul, que tem 369 mil toneladas. As maiores reservas estão no Casaquistão, com 957 mil toneladas, e na Austrália (910 mil toneladas). Estados Unidos e Canadá também se destacam, com 355 mil e 332 mil toneladas, respectivamente. O que atrai as empresas do setor privado é o preço do insumo, que não pára de subir. Nesta década, a libra do urânio, algo próximo a 0,5 quilogramas, passou de US$ 7 em 2001 para US$ 110 em 2007. A expectativa dos empresários do setor é que, com a liberação da pesquisa e da lavra, o Brasil poderia exportar 100 mil toneladas de urânio por ano, com um retorno de cerca de US$ 60 bilhões anuais. O tema sobre a flexibilização na exploração do urânio está tramitando no Congresso Nacional. Nesta semana, o parecer do relator da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Felipe Maia (DEM-RN), deve ser protocolado na CCJ. O parecer trata da constitucionalidade da permissão para a pesquisa e a lavra do urânio pela iniciativa privada. O texto é favorável a essa abertura, mas mantém o beneficiamento exclusivamente com o estado. Se o relatório for aprovado na CCJ, será criada uma Comissão Especial para discutir o mérito da questão que teria que ser aprovada por lei complementar. "Restrinjo o meu parecer a constitucionalidade da matéria", informou Maia. Segundo ele, os parlamentares do governo, com os quais discutiu o assunto, são favoráveis ao parecer, "inclusive quanto ao mérito", reforça ele.

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CNPE eleva de 2% para 3% percentual de mistura obrigatória de biodiesel ao óleo diesel (MME - 14.03.2008)

Medida começa a valer a partir de 1º de julho de 2008 O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) publicou no Diário Oficial da União de hoje, a Resolução nº 2 que eleva de 2% (dois por cento) para 3% (três por cento) o percentual de mistura

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obrigatória de biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor final em qualquer parte do território nacional a partir do dia 1º de julho de 2008.

A adição de 3% de biodiesel ao diesel não exigirá alteração nos motores. Os veículos que passarem a utilizar o biodiesel misturado nesta proporção têm garantia de fábrica assegurada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA). Com isso, garante-se também maior segurança para os consumidores.

Sob a perspectiva econômica, um maior uso de biodiesel favorece a agregação de valor às matérias-primas oleaginosas de origem nacional e o desenvolvimento da indústria nacional de bens e serviços, o que possibilita a redução da importação de diesel de petróleo, com efetivos ganhos na balança comercial.

Em termos ambientais, a ampliação do uso do biodiesel reduzirá a participação do óleo diesel na matriz energética, um combustível eminentemente fóssil, e significará a diminuição das principais emissões veiculares.

O aumento do uso do biodiesel contribuirá para ampliação da geração de emprego e renda em sua cadeia produtiva, com um caráter nitidamente social, voltado à inclusão da agricultura familiar.

A elevação para 3% da adição de biodiesel ao diesel sintetiza o sucesso do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, uma vez que estamos antecipando metas, e mostra que o Brasil tem condições de continuar sendo líder na produção e no uso em larga escala de energia de fontes renováveis. http://www.mme.gov.br/site/news/detail.do;jsessionid=C1D53B346941974DED537132EE67951E?newsId=15332

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Álcool sobe pela 5ª semana seguida nas usinas paulistas(A Tarde – 17.03.2008)

Agencia Estado O preço médio do álcool combustível (hidratado) subiu pela quinta semana consecutiva nas usinas paulistas, mas em menor porcentual do que os reajustes anteriores. De acordo com o levantamento divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), o litro do hidratado aumentou 0,42% na última semana, ante a semana anterior, de R$ 0,75552, em média, para R$ 0,75871.

Já o álcool anidro fechou a última semana praticamente estável, cotado a R$ 0,83959 o litro, em média, alta de 0,05% sobre os R$ 0,83917 o litro da semana anterior. Os preços divulgados dos dois combustíveis são sem impostos.

Algumas usinas do Paraná já começam a moer a safra 2008/2009 e, até o final do mês, usinas paulistas também prevêem iniciar o processamento da cana-de-açúcar, o que pode levar os preços do álcool para baixo. O combustível normalmente tem o principal destino da cana processada no início da safra em detrimento do açúcar.

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http://www.atarde.com.br/economia/noticia.jsf?id=852944

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ESTRANGEIRO

Reciprocidade não é vingança: Crise entre Brasil e Espanha não é lei de talião disfarçada(ConJur – 17.03.2008)

por Cezar Britto[Artigo publicado no Tendências e Debates, da Folha de S.Paulo, deste sábado, 15 de março de 2008].O princípio da reciprocidade, recém-invocado na crise dos vistos entre Espanha e Brasil, tem sido historicamente praxe nas relações diplomáticas entre países. Não se trata, como alguns supõem, de uma lei de talião disfarçada. Reciprocidade não é vingança. É a adoção de procedimentos equânimes entre as partes, de modo a levá-las a uma reflexão justa e comum a respeito de suas relações.

Se a devolução insensata de visitantes incomodou a Espanha, foi, no entanto, a maneira mais convincente que o governo brasileiro, que já vinha sendo alvo desse método há anos, encontrou de levá-la à mesa de negociações.

De lá emergirá, sem dúvida, fórmula mais sensata e civilizada de tratar as questões que geraram o contencioso. Nada mais democrático, nada mais objetivo. As autoridades espanholas argumentam que parte expressiva dos migrantes brasileiros chega ao país sem eira nem beira, para engrossar o exército de desempregados no país, gerando danos sociais.

Também as autoridades brasileiras constatam que há um grande contingente de espanhóis entre os que aliciam no Brasil jovens para a indústria do lenocínio. Lá como cá, não há oferta sem procura. Aqui, fala-se em "máfia espanhola" —e os repórteres de polícia de ambos os países conhecem essa história em detalhes.

Em nenhum dos dois casos, há reclamações formais por parte das respectivas chancelarias, mas sabe-se que o cenário existe, embora não justifique o estremecimento de relações. Ao contrário, deve constituir motivo para estreitamento de relações e estabelecimento de mútua cooperação. O princípio se estende a toda a União Européia, matriz do rigor que resulta em sucessivos atos discricionários. Registre-se que os atos que geraram o recente contencioso não se restringem à Espanha. Também França e Alemanha têm sido pródigas em praticá-los.

O argumento espanhol sobre a qualidade moral dos que migram do Brasil fragiliza-se quando se constata que, entre os visitantes devolvidos, após humilhações e maus-tratos, estavam dois mestrandos de uma universidade carioca, plenamente documentados e credenciados e que nem na Espanha iriam ficar: dirigiam-se a um congresso em Lisboa, onde defenderiam teses.

As autoridades aduaneiras espanholas desprezaram a documentação exibida — minuciosa e incontestável. Havia uma cota de devolução de brasileiros a ser cumprida, independentemente de qualquer documentação, segundo se constatou. Nesses termos, convenhamos, não há boa-fé que resista. Permeia esse procedimento antigo preconceito contra a população das antigas colônias européias nas Américas. Se se tratasse apenas de triagem ou estabelecimento de cotas para imigrantes, não haveria problemas. Só que não era — e não é.

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Em busca de assegurar direitos recíprocos, decidi reunir-me, em Lisboa, com o presidente do Conselho Geral da Advocacia Espanhola, Carlos Carnicer Díez. Acordamos a criação de uma rede de solidariedade e defesa de cidadãos ameaçados no seu ir e vir. As ordens estarão em contato a partir de agora e divulgarão esses serviços aos que sofrerem esse tipo de coerção. Mais: decidimos promover encontro com todos os presidentes de ordens de países ex-colônias de Portugal e Espanha para que, juntos, possamos resolver esse grave problema, que não ocorre apenas na Europa.

Há estrangeiros presos no Brasil e em países de América do Sul e África, sem contato com suas embaixadas e famílias. São exemplos que fortalecem a necessidade de reciprocidade no direito de defesa de todos os cidadãos do mundo. Esse tema, inclusive, será objeto de fórum que faremos no Brasil em novembro, em Natal.

O Brasil é fruto da colonização ibérica. Tem sangue espanhol, já que, ainda no século de sua descoberta, foi governado por Madri, durante o período (1580-1640) em que Portugal esteve subjugado à Espanha. A família real espanhola descende da antiga família imperial brasileira. Tudo induz à convergência e ao entendimento. A rejeição recíproca, além de incompatível com fundamentos básicos do processo civilizatório, é paradoxo insustentável que a boa vontade diplomática há de superar. Reciprocidade, então, voltará a soar como a doce palavra que é.

http://conjur.estadao.com.br/static/text/64716,1

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IMOBILIÁRIO

Palavra do gestor - Fundos imobiliários, vantagens e desafios com novas regras (Valor Econômico 17.03.2008 D-2 Eu & Investimentos)

Luiz E. J. Figueiredo

Todos conhecemos alguém que possui parte relevante de seu patrimônio aplicado em imóveis para locação a terceiros. Em geral, estas pessoas não possuem grande apetite para a tomada de grandes riscos e preferem investir em ativos reais que possam "ver" e que lhes garantam um rendimento fixo mensal, sem necessariamente ter relação com o valor do investimento realizado. Conhecemos também muitas empresas que ainda carregam em seus balanços grande volume de imóveis, em vez de concentrar seu capital em suas atividades-fim.

Neste sentido, se analisamos objetivamente, muitas vezes a equação risco-retorno do imóvel não demonstra compensar a manutenção do investimento. O proprietário do imóvel está sujeito aos riscos de inadimplência e de vacância de forma concentrada, além de ter que pagar parte dos rendimentos de tais imóveis às imobiliárias ou administradoras de imóveis, sem mencionar o pagamento do respectivo imposto de renda que, no caso das pessoas físicas, chega a 27,5% sobre o total dos rendimentos.

Hoje, cada vez mais, os investidores pessoa física estão descobrindo os fundos de investimento imobiliários (FIIs) como a alternativa mais inteligente para se investir em imóveis.

Os FIIs são administrados por instituições financeiras, fiscalizadas pelo Banco Central, e regulados e supervisionados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Eles são constituídos sob a forma de condomínio fechado, ou seja, o resgate das cotas somente é permitido após o término do prazo de

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duração do fundo. O que significa que, para fundos com prazo de duração indeterminado, a única saída do investimento é a venda das cotas a terceiros. Assim sendo, a fim de estimular este mercado, foram criadas regras especiais que incentivam o registro das cotas dos fundos para negociação em bolsa de valores ou mercado de balcão organizado.

O fundo deve distribuir, no mínimo, semestralmente, 95% dos rendimentos oriundos de seus ativos (os rendimentos de aluguel, por exemplo), os quais são tributados na fonte à alíquota de 20% no momento da distribuição. Entretanto, na hipótese de um fundo de investimento imobiliário possuir mais do que 50 cotistas, ter suas cotas admitidas única e exclusivamente à negociação em bolsa de valores ou mercado de balcão organizado, o cotista pessoa física, detentor de até 10% de suas cotas, será isento de tributação.

Desta maneira, o investidor pessoa física, ao investir em cotas de um fundo de investimento imobiliário, estaria diluindo seu risco, obtendo um benefício tributário imediato, além de contar com a liquidez do seu ativo. Quantas vezes um proprietário, necessitando de uma liquidez de R$ 100 mil, por exemplo, tem que vender um imóvel que vale cinco vezes mais? Além disso, o processo de venda pode levar meses ou anos, e o vendedor ainda tem que pensar como reinvestir o saldo remanescente.

Neste momento, a CVM estuda flexibilizar as características e a operação dos FIIs. Dentre estas mudanças propostas, mencionamos a possibilidade dos fundos investirem em valores mobiliários e outros ativos ligados ao setor imobiliário (deixando de se restringirem apenas a imóveis), a agilização do processo de constituição e registro na CVM, a criação de procedimentos mais flexíveis para fundos restritos a investidores qualificados, etc. Entendemos que essas alterações farão bem ao mercado e sugerimos à CVM algumas inclusões, exclusões ou ajustes à minuta da nova instrução, cuja audiência pública termina hoje, como resultado de reuniões no âmbito da Anbid, ANDIMA e Bovespa.

Entretanto, uma das propostas nos preocupa. A CVM estabeleceu que a assembléia de cotistas de um FII pode aprovar operações que representem conflito de interesses entre o fundo e o administrador. Atualmente estas operações são vedadas, e entendemos que devem permanecer assim, mesmo em situações onde haja tão somente um "indício de conflito de interesses", para o bem da indústria como um todo.

Nos Estados Unidos, os REITs (versão americana dos nossos FIIs) alcançam um volume de mais de US$ 400 bilhões (R$ 680 bilhões), enquanto, no Brasil, tal volume chega a apenas R$ 3 bilhões. Acreditamos que os FIIs possuem bastante potencial de crescimento e, em momentos como agora, em que há uma certa desconfiança por parte do mercado, tendo em vista a recente crise americana, este pode ser um investimento ideal para pessoas físicas, fundos de pensão ou mesmo investidores institucionais que desejam diversificar seus investimentos. (Colaboraram Martim Fass e Cláudio de Araújo Ferreira)

Luiz Eugenio Junqueira Figueiredo é diretor da Rio Bravo Investimentos

E-mail: [email protected]

Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

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Eike Batista compra hotel Glória por R$ 80 mi - Empresário manterá prédio fechado por dois anos para reformas

(Zero Hora – 17.03.2008)

O empresário Eike Batista concluiu, por R$ 80 milhões, a compra do Hotel Glória, um dos mais tradicionais do Rio de Janeiro, administrado pela família Tapajós desde a década de 1920. O executivo, que já atua nos setores de mineração, petróleo, gás, energia e logística, agora consolida sua entrada no ramo hoteleiro. O hotel deve passar por uma ampla reforma, que se estenderá por cerca de dois anos, período em que permanecerá fechado.

— Queremos restaurar o charme dos anos 20 do hotel — disse Batista, adiantando que cerca de 20% do edifício servirá como sede das empresas do grupo: — O restante vai ser um super hotel.

O empresário pretende abrir uma concorrência entre escritórios de arquitetura para escolher o que comandará a reforma. Porém, já garantiu que será um escritório carioca, "só para matar os paulistas de inveja", brincou.

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Economia&newsID=a1796516.xml

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Taxas de manutenção em loteamentos(Última Instância – 17.03.2008)

Daphnis Citti de Lauro A 4ª Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu, recentemente, que o adquirente de imóvel em loteamento fechado, cujos serviços essenciais são mantidos por associação, mediante cobrança de taxa de todos os proprietários, ainda que não tenha aderido formalmente às normas estatuárias, está obrigado ao pagamento das contribuições.

Esta importante decisão, publicada no site do STJ em 20 de fevereiro de 2008 e exarada no Recurso Especial 443305, vem corroborar entendimento majoritário da jurisprudência. Nesse acórdão, o relator, ministro Aldir Passarinho Junior, afirma que o proprietário não pode se negar a pagar a taxa de manutenção, “em favor de uma pseudo-individualidade que sequer poderá exercer, na medida em que não tem como se afastar da comunidade.”

É preciso ter em mente que as associações que mantêm loteamentos são criadas por ocasião do lançamento dos loteamentos ou posteriormente, para suprir deficiência de atendimento do setor público, seja quanto à segurança, fornecimento de água, etc.

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Assim, o proprietário do lote não tem como se eximir da cobrança da taxa de manutenção, porque lhe será impossível, por exemplo, entrar no loteamento sem passar pela portaria.

De outro lado, é inegável que o fechamento do loteamento ou a instalação de portaria, serviço de vigilância, bem como a prestação de vários outros serviços essenciais, acarreta inevitavelmente a valorização dos lotes. Assim, o não pagamento das despesas de manutenção, provoca o enriquecimento ilícito, que é vedado por lei.

Normalmente, os proprietários que se recusam a pagar as despesas de manutenção, se escudam no artigo 5º, inciso 20 da Constituição Federal, que diz que “ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado”.

Mas a questão não é a obrigação de associar-se ou não. Independentemente da condição de associado, o proprietário do lote está obrigado a pagar as despesas de manutenção. Essas despesas de manutenção, ou taxas de manutenção, diferem da taxa associativa, que as pessoas pagam por pertencer à associação. São bem distintas uma da outra.

Importante esclarecer, ainda, que essas associações, que na sua grande maioria são sérias e dirigidas por pessoas de bem, honestas, não estão substituindo o Poder Público. Estão prestando serviços que, infelizmente, o Poder Público não presta.

E elas têm o direito, sim, de cobrar as despesas de manutenção dos loteamentos, não como tributos, mas sim como retribuição pelo serviço prestado, pela valorização dos lotes.

Assim, a decisão da 4ª Turma do STJ serve, também, para contribuir no combate ao egoísmo, ao pseudo-individualismo (como afirma o ministro Aldir Passarinho), que infelizmente ainda é bastante disseminado na nossa sociedade.

http://ultimainstancia.uol.com.br/artigos/ler_noticia.php?idNoticia=48688Retornar ao índice de assunto

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INTERNACIONAL

Eleições - Nos EUA, novo governo deve rever política ambiental. Condidatos prometem reviravolta com limite de emissões.

(Valor Econômico 17.03.2008 A-10 Internacional)

Alan Murray, The Wall Street Journal

As cassandras do aquecimento global acusam o presidente americano, George W. Bush, de fazer um governo baseado na fé e não na ciência. Mas, ao abraçar a luta contra o aquecimento global, o sucessor de Bush é quem terá de ter o maior lampejo de fé.

Todos os três candidatos viáveis à Presidência dos Estados Unidos - os senadores John McCain, Hillary Clinton e Barack Obama - endossaram um sistema de limite e troca de emissões de carbono.

Isso não é só uma reviravolta em relação à política do governo atual; é também o início da maior iniciativa de regulamentação a ser adotada em décadas pelos EUA.

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A idéia é a resposta a fortes dados científicos que mostram que as emissões de dióxido de carbono contribuem para o aquecimento da Terra. No entanto, não há ciência que possa prever com exatidão quanta dor vai ser causada na economia como resultado das propostas dos candidatos. Análise publicada na sexta-feira pelo governo americano conclui que as emissões de carbono podem ser reduzidas sem afetar significativamente o crescimento econômico do país ao longo das próximas duas décadas, mas não sem causar fortes altas no preço da energia elétrica e da gasolina.

Os três presidenciáveis prometem reduzir as emissões a um determinado nível. Qualquer um que queira emitir mais do que tal nível teria de comprar permissão de poluição de outro que emita menos. O número total de permissões diminuiria ao longo do tempo. Tanto Hillary Clinton quanto Barack Obama afirmaram que vão cortar as emissões em 80% até o ano 2050. O senador McCain tem um alvo um pouco menor, de 65%.

Se essas metas podem ser atingidas sem luxações econômicas horrorosas é questão de conjectura.

Na semana passada, na conferência Eco:nomics, do "Wall Street Journal", o otimismo era grande. A maioria dos empresários e analistas de política econômica, reunidos durante dois dias em Santa Bárbara, na Califórnia, acreditava que novas tecnologias podem tornar essa tarefa relativamente indolor. Setenta e cinco por cento dos participantes disseram que as metas dos candidatos são "viáveis"; apenas 25% disseram que não.

O consenso era que o sistema de "limites e comércio" traria inovações, no que John Doerr, investidor de capital de risco do Vale do Silício, considerou "a maior oportunidade econômica do século 21".

Os otimistas podem estar certos. Mas é prudente considerar a possibilidade de eles estarem errados.

Vamos falar claro: um sistema de limite e comércio é de fato apenas um imposto, de tamanho indeterminado, com um nome diferente. Na verdade, ele taxa os emissores de carbono na medida em que for necessário para alcançar a meta de emissões.

Hillary e Obama rejeitaram pedidos de empresas de energia e de outros setores para "alocar" os direitos iniciais de poluir com base no nível atual de emissão da empresa. Em vez disso, eles querem leiloar todos os direitos de poluição e fazer com que os piores poluidores paguem muito mais só para continuarem funcionando. O republicano McCain não é tão claro sobre esse ponto.

O diretor-presidente da Duke Energy, James Rogers, que foi um dos primeiros no seu setor a apoiar leis de limites e comércio, reclamou que, para uma empresa movida a carvão, como a dele, o leilão seria o equivalente a começar nu um jogo de pôquer onde quem perde vai tirando a roupa.

No fim, é claro, o consumidor vai pagar essa conta, já que as empresas repassam os custos. O resultado pode ser mais uma carga pesada em cima de quem já sente a dor de salários estagnados e do aumento do petróleo.

Por enquanto, essa dor pode parecer muito hipotética para a maioria dos eleitores. Eles estão dispostos a aplaudir os candidatos que levem o aquecimento global a sério. Ao mesmo tempo, os candidatos querem usar os bilhões de dólares que esperam arrecadar com o leilão de permissões para financiar, hipoteticamente, outras custosas propostas de campanha.

É um truque limpo, mas provavelmente não prudente. Todo dinheiro obtido com o leilão de direitos de emissão tem de ser investido em soluções do problema de energia, para estimular a pesquisa básica e diminuir as conseqüências de desemprego e prejuízo aos consumidores.

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Existe alternativa para o que os candidatos estão propondo? Se você acredita que o futuro da Terra está seriamente em perigo, provavelmente não. Com certeza o status quo não é muito satisfatório, já que as emissões de dióxido de carbono continuam crescendo em níveis surpreendentes.

Na conferência, o diretor-presidente da General Electric, Jeff Immelt, disse que a atual política do governo americano, com subsídios sem foco e políticas estaduais e federal contraditórias, é um "certo tipo de inferno". Outros participantes compartilharam esse sentimento dele.

Mas agora, com um possível limite para as emissões, provavelmente será a hora de cada um ser mais honesto sobre seus custos e riscos para a economia. Jason Grumet, conselheiro de Obama, chegou mais perto disso quando disse aos participantes: "Isso vai exigir um tipo de compromisso social que não vemos neste país desde a Segunda Guerra Mundial."

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JUDICIÁRIO

Teoria do desestímulo - Parece que juízes trabalham para prejudicar o povo(ConJur – 17.03.2008)

por Miguel Vinícius SantosComo sempre faço, quando posso e tenho tempo, liguei o aparelho de televisão no canal 13, da TV Cultura, para assistir ao bom jornal de amplitude nacional.

Ao fazer isto, aumentei o volume do aparelho, visto que uma celebridade jurídica estava ali para conceder uma entrevista. Ela falou, justamente, sobre assunto que eu, como advogado, já havia comentado com vários colegas advogados e com magistrados mais próximos.

A entrevista versava sobre danos morais. Assunto palpitante, assunto do dia.

Fiquei empolgado em saber que a mídia estava interessada pelo assunto e, mais ainda, porque naquele dia, havia concluído a leitura do livro “Programa de Responsabilidade Civil”, assinado pelo desembargador, jurista e professor Sérgio Cavalieri Filho, o mesmo que estava sendo entrevistado.

O repórter, antes mesmo de iniciar a entrevista, fez uma observação no sentido de que está havendo um esmorecimento dos profissionais advogados em ajuizar ações de danos morais uma vez que os valores das condenações, isto quando a sentença é proferida neste sentido, são ínfimos, humilhantes e desestimuladores.

Entrementes, ao ouvir a resposta do professor tomei um susto; imaginei que, na realidade, estava tendo um pesadelo, mas, não, estava acordado!

É que a resposta de Cavalieri, ao repórter, foi a mais conservadora e simplista que já vi.

Um homem da envergadura jurídica do renomado desembargador jamais poderia prestar uma declaração daquela. Foi, em minha opinião, um desserviço à Justiça; um incentivo à procrastinação e um tiro de misericórdia em quem, ainda, acredita no preguiçoso Poder Judiciário brasileiro.

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Ao afirmar, categoricamente, que os valores das condenações das ações em danos morais têm valores humilhantes para se evitar a indústria do dano moral, como se o povo fosse responsável pelas mazelas das telefônicas, dos bancos e das seguradoras, o nosso culto jurista optou pelo comodismo e por punir os mais fracos.

Fiquei atônito com a singeleza da resposta de sua excelência, com o conformismo dele em optar por concordar e até incentivar condenações de valores irrisórios e até humilhantes em ações em danos morais, tudo porque o falido Poder Judiciário brasileiro não venha a ser congestionado de processos cujo conteúdo fosse danos morais.

Aí me lembrei de uma aula dada em um curso de pós-graduação em Direito Civil, onde o professor, cujo nome mantenho em sigilo, por questão de ética, já que ele é renomadíssimo juiz federal, enfatizou de que a Justiça brasileira é conservadora.

Porém, nunca esperava ouvir de um ilustrado jurista do conceito de Cavalieri tal resposta. Logo ele que consegue arrancar meus aplausos. Um homem que escreve fácil, que fala fácil, que é detentor de um conhecimento jurídico invejável e que ocupa um posto importantíssimo na Justiça dos cariocas. Logo ele, formador de opinião!

Lamento muito, prezado professor, mas vossa excelência pisou na bola. Com certeza, naquele dia, o honrado jurista saiu de casa com o pé esquerdo ou estava brigado com o mundo, porque, pelo que entendi o desembargador, professor e jurista, nos disse, nas entrelinhas, que evitemos ajuizar ações de danos morais e que continuemos sofrendo nas mãos dos grandes grupos econômicos.

Infelizmente, a palavra do citado desembargador é a regra na Justiça brasileira. Até parece que a maioria dos juízes do Brasil pertence aos quadros de funcionários das empresas que prejudicam o povo, principalmente as teles, os bancos e as seguradoras. Na minha humilde experiência já tive casos em que achei que o magistrado era advogado da requerida, porque ele condenou uma empresa de energia elétrica que interrompeu fornecimento de energia ao consumidor, com conta paga(a religação ocorreu depois de oito dias) em exatos R$138.

Existe no Direito brasileiro uma teoria chamada de “Teoria do Desestímulo”, que é aplicada pelo magistrado para punir quem comete erros contínuos, visando que o condenado, da próxima vez, tenha mais cuidado com seus negócios para evitar prejuízos às pessoas, ou seja, a punição servirá de advertência ao infrator. Mas isto somente ocorreu quando de ambos os lados têm partes iguais, quando o autor ou autora tem alguma influência.

Na opinião de Cavalieri e de quase todos os juízes de Direito do Brasil, a punição tem que ser em desfavor das vítimas, já que, quando uma pessoa tem seu nome lançado no rol dos maus pagadores pelas teles ou pelos bancos, a punição é tão irrisória que o autor da ação fica mais indignado com a sentença do juiz do que propriamente com quem sujou seu nome.

Não sei se vocês perceberam, mas o que quero dizer aqui é que a nossa Justiça é tão conservadora que demonstra ter interesse pessoal com o poder econômico, ao ponto de aplicar a Teoria do Desestímulo em desfavor do povo, incentivado as empresas irresponsáveis a continuarem manchando o nome do povo na Serasa, no SPC, etc e tal.

Cavalieri deveria fazer uma reflexão sobre o que disse, mudar sua opinião e oxigenar a vida dos que sofrem nas mãos do poder econômico e que achavam que poderiam contar com o Poder Judiciário. A Justiça não merece isto!

http://conjur.estadao.com.br/static/text/64707,1

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CNJ vai normatizar sistema de penhora on-line(Última Instância – 16.03.2008)

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) vai editar uma resolução para normatizar o sistema de penhora on-line de contas bancárias, o Bacen Jud, criado por meio de convênio entre o Banco Central do Brasil e o Poder Judiciário.

A decisão, unânime, ocorreu no julgamento do Pedido de Providências 200710000014784, em que o relator, conselheiro Antonio Umberto de Souza Júnior, esclareceu que a medida visa evitar problemas como o bloqueio de diversas contas do devedor.

O pedido foi feito por empresas do Grupo Pão de Açúcar, devido a penhora múltipla realizada pelo sistema Bacen Jud em contas da companhia e de seus diretores. Segundo os requerentes, “faltam critérios transparentes nesse tipo de penhora”. O Grupo Pão de Açúcar reclamou que teve dez contas bloqueadas, para a cobrança de uma dívida de apenas R$ 28 mil.

Segundo informações do CNJ, as mudanças devem permitir que as empresas informem uma única conta para o bloqueio. Medida que pode vir a surtir pouco efeito já que, com a recente atualização do Bacen Jud permite a magistrados o acesso livre ao saldo e extrato de devedores, conforme adiantou Última Instância. Além disso, se a conta não contiver valor suficiente, o bloqueio poderá ser estendido às demais existentes. http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/48526.shtml

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Prazos processuais estarão suspensos por três dias nos tribunais superiores(Última Instância – 17.03.2008)

Esta semana será mais curta para as atividades do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e dos demais tribunais superiores. Não haverá expediente nos dias 19, 20 e 21 de março, conforme disposto na Lei nº 5.010/66 e no artigo 81 do Regimento Interno do STJ.

Segundo informa o tribunal, os trabalhos estarão suspensos devido à celebração da Semana Santa. Portanto os prazos processuais que se iniciam ou se completam nesse período serão automaticamente prorrogados para o dia 24 de março, segunda-feira.

http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/48755.shtml

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MARÍTIMO

Transportes - Ação coletiva contra o serviço das barcas(Jornal do Commercio 17.03.2008 A-16 Rio de Janeiro)

DA REDAÇÃO

A Comissão de Defesa do Consumidor da Assembléia Legislativa (Alerj) entrou com ação coletiva de consumo contra a empresa Barcas S/A em função do que considera descaso com os usuários do serviço. A comissão quer que sejam disponibilizados mais guichês e funcionários para a venda dos bilhetes, a fim de acabar com o caos e os tumultos que se tornaram freqüentes nas estações.

Além disso, a ação - que tramita na 1ª Vara de Fazenda Pública - pede que a concessionária cumpra com rigor os horários de chegada e saída das embarcações, afixando-os em local visível, para que o usuário possa ter a certeza de que serão respeitados.

Outra exigência que consta da ação da Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj é a instalação de postos de atendimento médico 24 horas em cada estação sob a administração da Barcas S/A. Eles devem ser equipados para o atendimento emergencial, em função da enorme quantidade de pessoas transportadas diariamente.

"Além do grande número de reclamações que estamos recebendo na comissão quanto ao precário serviço prestado pela empresa Barcas S/A, temos visto quase que diariamente no noticiário provas desse descaso com o usuário de transporte aquaviário. É preciso melhorar consideravelmente o atendimento", disse a presidente da comissão, deputada Cidinha Campos (PDT).

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Portos - Suape investirá R$ 1 bi para receber indústrias. Estaleiro, refinaria e petroquímica estimulam obras até 2010.

(Valor Econômico 17.03.2008 B-9 Empresas/Infra-estrutura)

Carolina Mandl, do Recife e de Ipojuca (PE)

Depois de receber ao longo de 2007 a confirmação da construção do estaleiro Atlântico Sul, da refinaria Abreu e Lima e da Petroquímica Suape, o complexo industrial

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portuário de Suape prepara-se para realizar as obras de infra-estrutura que darão suporte à chegada desses novos empreendimentos.

Cálculos da secretaria de desenvolvimento econômico de Pernambuco estimam que o porto demandará cerca de R$ 1 bilhão em obras até 2010 para receber as indústrias. Em 2007, passaram por Suape 7 milhões de toneladas de carga, montante 30% superior ao total de 2006.

Para 2008, quando a refinaria já estiver em operação, estudos do governo pernambucano apontam que a movimentação deve subir para 40 milhões de toneladas por ano. O volume é superior àquele que passou pelo porto de Paranaguá, sexto maior do país segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários, que movimentou em 2007 38,2 milhões de toneladas.

"Daqui a três ou quatro anos, Suape será um porto de importância nacional", avalia Fernando Bezerra Coelho, secretário de desenvolvimento econômico de Pernambuco e presidente do porto.

Nem todos os recursos para a ampliação e obras de melhoria de Suape, entretanto, já estão assegurados. Para este ano, o orçamento estadual separou R$ 140 milhões para o porto, mas o Estado pretende aplicar R$ 324,6 milhões por ano até 2010.

A expectativa de Coelho é que parte disso venha de operações financeiras de antecipação de receitas portuárias pagas pelas empresas. Na programação de obras está, por exemplo, a construção de mais seis cais para o porto até 2009, que hoje opera com quatro cais.

As duas principais obras em andamento no porto são o estaleiro Atlântico Sul, da Camargo Corrêa e da Queiroz Galvão, e a refinaria Abreu e Lima, da Petrobras. Também estão em implantação a Petroquímica Suape e a Citepe, fábrica de POY, matéria-prima do poliéster. Juntos, esses projetos demandam investimentos privados de US$ 5,6 bilhões e devem gerar 8 mil empregos diretos. São volumes de investimento e de empregos que superam o que foi movimentado nos 30 anos de existência de Suape. Hoje há 6 mil empregados no complexo, que recebeu cerca de US$ 2,2 bilhões de recursos privados. Outros 13 projetos também estão em andamento, como o moinho de trigo da Bunge e a fábrica de bebidas da Campari.

Para projetar os novos rumos de Suape - que agora batalha pela vinda de uma montadora - o governo está em fase de contratação de novo plano diretor para o complexo. O objetivo é que ele norteie o crescimento do porto até 2030.

O complexo industrial portuário de Suape encerrou 2007 com lucro líquido de R$ 2,2 milhões ante prejuízo de R$ 3,4 milhões no ano anterior. A reversão do resultado negativo se deveu à combinação de aumento da receita e redução das despesas. Com maior movimentação de cargas, o faturamento líquido cresceu 20%, para R$ 33 milhões em 2007. De outro lado, as despesas operacionais foram de R$ 30,3 milhões, uma queda de cerca de 7% na comparação com 2006.

A chegada de novos empreendimentos a Suape deve mudar a paisagem de cinco cidades ao redor do porto: Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos Guararapes, Moreno e Escada. Segundo estimativas do governo de Pernambuco, o desenvolvimento industrial deverá atrair 110 mil moradores para a região até 2015, o que representa um crescimento de mais 11% na população atual.

"Calculamos a necessidade de 25 mil novas casas numa região que já tem déficit de 40 mil moradias e nem aterro sanitário possui", diz Luiz Quental Coutinho, presidente da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco.

O pólo industrial que se desenvolveu em Suape fez da região uma das mais ricas do Estado. Enquanto a renda per capita dos pernambucanos é de R$ 5.931, para quem vive nos cinco municípios em volta do porto a média é de R$ 10.881.

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Mas isso não significou, até agora, mais qualidade de vida para a população. Cerca de 37% dos moradores de Ipojuca - cidade onde fica a maior parte do porto de Suape - com 25 anos ou mais é analfabeta.

"Temos um município rico com uma população pobre", diz Simone Osias, secretária de desenvolvimento econômico de Ipojuca. "O desafio é conseguir inserir as pessoas com baixa taxa de escolaridade nos empregos que estão surgindo", explica.

Para absorver parcela dos moradores da região, o estaleiro Atlântico Sul investiu R$ 3,6 milhões em dois centros de treinamento, que estão formando os primeiros funcionários. Agora avalia a construção de 2 mil casas e um hospital.

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Portos - Santos Brasil fica com terminal catarinense(Gazeta Mercantil 17.03.2008 A-7 Nacional)

A Santos Brasil Participações, por meio da sua subsidiária Wedelia Participações, venceu, por R$ 120 milhões, a licitação da Companhia Docas de Imbituba para arrendar o terminal por 25 anos, renovável por igual período. A aquisição do terminal de contêineres no Estado de Santa Catarina visa ampliar a liderança da companhia no segmento ao estabelecer uma nova base de operações no Sul do País, diz o comunicado enviado pela Santos Brasil à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), na última sexta-feira. Entre os pontos levados em consideração para ofertar os R$ 120 milhões, a Santos Participações destacou a localização geográfica do porto - 95 quilômetros de Florianópolis, 380 de Porto Alegre e 396 de Curitiba. "Esta localização nos permite atendimento aos estados do Sul do País, segunda maior economia brasileira, responsável por 17% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Além disso, acrescenta o comunicado, o porto tem um bom nível de integração com os países do Mercosul." Outro fator que pesou na hora da elaboração da proposta comercial vencedora do processo licitatório foi ser o Porto de Imbituba sem limitações físicas para receber navios de grande porte, em alinhamento com a tendência para a América do Sul nos anos à frente, diz o comunicado. A capacidade para expandir do Porto pode chegar a 950.000 TEU/ano no longo prazo. Em 2007, o Porto movimentou 18.000 TEU. Os principais itens de exportação por Imbituba são produtos de madeira, fumo, cerâmica e frango congelado. A operação está sujeita a aprovação das autoridades competentes, incluindo o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A Santos Brasil é líder de movimentação de contêineres na costa brasileira. Sua base está concentrada no porto de Santos, onde opera o maior terminal de contêineres do Brasil. O objetivo é chegar a capacidade de 2,4 milhões de TEU em 2008 com otimização no porto santista. Desde o ano passado, a empresa intensifica investimentos. Neste ano, adquiu 75% do capital da Convicon, empresa arrendatária de área portuária no Pará. Em 2007, comprou por R$ 95 milhões a Mesquista S.A. Transportes e Serviços, com a qual ampliou a sua atuação na movimentação de cargas conteinerizadas. A empresa estuda também construir seus próprios portos.

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MINERAÇÃO

Vale-Xstrata - Com a benção das gigantes. Arcelor Mittal, Thyssenkrupp e Usiminas não temem negociações mais duras em torno dos reajustes anuais do minério de ferro por conta da

aproximação das duas fornecedoras.(Jornal do Commercio 17.03.2008 A-3 Economia)

DANIELE CARVALHODO JORNAL DO COMMERCIO

Os principais grupos siderúrgicos nacionais e internacionais avaliam como positiva a possível compra da mineradora Xstrata pela brasileira Vale. Na opinião de executivos do setor de aço, a consolidação das duas empresas, que criaria a maior mineradora do planeta, não representa risco às negociações em torno de futuros reajustes de preço do minério de ferro. A Vale, que já é a maior produtora global do insumo, aumentaria ainda mais seu poderio nesta área, uma vez que a Xstrata detém importantes ativos de minério de ferro em seu portfólio.

"As negociações em torno do reajuste do preço do minério de ferro não podem ficar mais duras do que já estão hoje. Há anos temos tido reajustes muito pesados, muito mais elevados do que qualquer um poderia imaginar há dez anos. Isto já é resultado da consolidação do mercado de minério de ferro: as três maiores mineradoras detêm 79% do mercado transoceânico do minério de ferro. Eu não acho que as negociações vão ficar mais difíceis. Nós estamos no mesmo barco. Nós (siderúrgicas) dependemos deles (Vale ) como fornecedores e eles dependem da gente como consumidores", afirmou o membro do Conselho Executivo da siderúrgica alemã ThyssenKrupp, Hans-Urich Lindenberg

De opinião similar é o presidente da ArcelorMittal Brasil, José Armando Campos, que não acredita em mudanças prejudiciais ao setor caso a compra seja concluída. "Esta é uma tendência normal. Acho que se a Vale comprar a Xstrata teremos o fortalecimento de uma empresa brasileira, o que é bom para nós. Este movimento é o que estamos buscando também no setor siderúrgico, uma consolidação que permite a sair da volatilidade de ciclos maus e bons. A consolidação permite se projetar um crescimento mais em linha com a demanda", defende.

OFERTA E DEMANDA. Para o presidente da Usiminas, Rinaldo Campos Soares, a causa das duras negociações em torno do reajuste do insumo também é o desequilíbrio entre oferta e demanda e não a consolidação do setor. "Isso aí é um desenvolvimento da Vale. A empresa já é global e faz muito bem em buscar o crescimento. Acho que não afeta nada. Acho que o problema é demanda e oferta. É isso que regula o mercado. Se a demanda cair, ela vai baixar preço, não tem dúvida. É por isso que tem essa tendência da siderurgia de ficar perto da matéria-prima", avalia.

Apesar de não considerar a consolidação da exploração de minério de ferro um risco, as siderúrgicas tentam acabar com a dependência das mineradoras. A nova palavra-de-ordem do setor é buscar minas para o próprio consumo. Isto é o que fez a Usiminas no início deste ano, quando venceu, por US$ 925 milhões, a concorrência para adquirir a mina de J. Mendes (MG).

"A mina atenderá à produção da Usiminas e da Cosipa, que hoje produzem 9 milhões de toneladas, consumindo 13 milhões de toneladas de minério de ferro. No ano que vem, a mina já vai estar atendendo a esta demanda. Até 2012, estas unidades vão expandir a produção para 15 milhões de toneladas , exigindo 21 milhões de toneladas de minério. Nesta ocasião, a mina vai estar produzindo 29 milhões de toneladas, ou seja, teremos um excedente de, pelo menos 7 milhões de toneladas para exportar", explica Soares.

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A mesma estratégia já é utilizada pela ArcelorMittal Brasil, que explora a Mina do Andrade (MG), que abastece as atividades da Belgo-Mineira. A duplicação da produção siderúrgica da unidade, para 2,7 milhões de toneladas, só será possível por conta da possibilidade de ampliação do volume explorado na mina.

"Essa é a nossa prioridade para a produção de longos da Belgo. Já para os planos, não é nossa prioridade. Se oportunidades surgirem, iremos buscá-las. Até agora as que apareceram não foram interessantes: ou eram caras ou tinham problemas de logística. No caso da CST, estamos do lado do porto de Tubarão, pertencente à Vale, o que nos permite obter minério e pelotas com grande facilidade. Por isto, neste caso, a busca de uma mina não seria prioridade", acrescenta o presidente da ArcelorMittal Brasil.

Em relação ao atual método de bench mark (preço de referência), o executivo da ThyssenKrupp mostra-se favorável a sua manutenção. "Desta maneira, sabemos que o reajuste é igual para todos. Sei que todos os meus concorrentes terão o mesmo aumento de custos", argumenta.

ARCELORMITTAL. O presidente da ArcelorMittal, José Armando Campos, adiantou na sexta-feira que a ArcelorMittal Belgo mais do que duplicará a produção de João Monlevade em dois anos e meio, passando dos atuais 1,2 milhão de toneladas para 2,7 milhões de toneladas. O anúncio oficial, segundo o executivo, será feito esta semana. "O fornecimento do minério de ferro será totalmente atentado pela Mina do Andrade, que vai ampliar sua produção dos atuais 1,5 milhão de toneladas para cerca de 4 milhões de toneladas", explica.

Executivo da Xstrata deixa o País sem acordoMÔNICA CIARELLIDA AGÊNCIA ESTADO

Nem a vinda ao Brasil dos presidentes da Glencore, Ivan Glasenberg, e da Xstrata, Mick Davis, facilitou as negociações da Vale para a compra da mineradora anglo-suíça. Depois de longas reuniões, os executivos das três companhias não conseguiram aparar todas as arestas. Com isso, Glasenberg e Davis deixaram o País sem levar na bagagem nenhum acordo fechado. Mas, segundo fontes, as negociações continuam e a Glencore já se mostra um pouco menos "gulosa" em suas reivindicações.

Mesmo convalescendo de uma fratura no pé, o presidente da Vale, Roger Agnelli, fez questão de comandar pessoalmente os encontros. Durante toda a semana, o mercado financeiro especulou sobre o desfecho da maior oferta de compra já feita por uma empresa brasileira. O negócio, estimado entre US$ 80 bilhões e US$ 90 bilhões, levaria a Vale para a liderança do ranking mundial das mineradoras.

Os rumores de que a Vale e a Glencore, principal acionista da Xstrata, teriam chegado a um acordo fizeram as ações ordinárias da companhia brasileira subirem mais de 2% na última sexta-feira, na contramão do índice da Bolsa de Valores de São Paulo, que amargou perda de 0,46%. Segundo fontes, os entraves da compra não se limitam ao preço. A Glencore, uma tradicional trading, estaria lutando para conseguir obter na operação um aval da Vale para comandar a comercialização de parte de seus produtos.

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Aço - Siderúrgicas vão manter lucros altos este ano(Jornal do Commercio 17.03.2008 A-3 Economia)

DANIEL CÚRIODO JORNAL DO COMMERCIO

Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Usiminas, Gerdau e ArcelorMittal Brasil devem manter altas taxas de lucro este ano, apesar do cenário de elevação no preço do minério de ferro, segundo a Fitch Ratings. Para a agência, as siderúrgicas brasileiras desfrutam de importantes vantagens competitivas, incluindo as modernas instalações de produção, a proximidade das fontes de minério de ferro e de um mercado doméstico concentrado, o que limita a concorrência baseada em preços.

Além disso, a indústria siderúrgica brasileira é beneficiada de barreiras à entrada de aço importado devido a desafios logísticos de transporte de aço no Brasil, bem como os produtores brasileiros de aço possuem ou têm acesso privilegiado aos grandes distribuidores de aço.

"O abastecimento de matérias-primas estratégicas serve como uma vantagem competitiva para a siderurgia no atual ambiente de altas incomuns dos preços das commodities, e os produtores brasileiros de aço estão particularmente bem posicionado nesta matéria", disse a diretora da Fitch para a América Latina, Anita Saha.

De acordo com o relatório, os produtores que não estão ligados a carvão ou minério de ferro estão enfrentando pressão este ano, enquanto os preços de carvão e minério de ferro devem aumentar em quase 100% e 65%, respectivamente. Estes insumos representam mais de um terço do custo das mercadorias vendidas das siderúrgicas integradas.

Os produtores de aço não-integrados também estão sob pressão devido ao custo elevado dos preços da energia e dos insumos metálicos. Globalmente, os produtores de aço contam com alta demanda de produtos siderúrgicos e baixos níveis de inventário, que lhes permitam passar os aumentos dos preços para os clientes, a fim de manter as margens de lucro.

Segundo o Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), o consumo de aço no Brasil deve crescer de 10% a 15% este ano, alcançando o patamar de 23 milhões de toneladas, apoiado por forte demanda dos setores de construção civil, automóveis e eletrodomésticos.

CRESCIMENTO. Este nível de crescimento é equivalente às expectativas da Fitch de que o crescimento econômico no Brasil será superior a 4% durante 2008 e 2009. Além disso, os produtores de aço no Brasil já obtiveram ou estão negociando aumento de cerca de 10% para as vendas no mercado interno.

Em relação a outros produtores de aço no Brasil e em todo o mundo, a CSN está empenhada em ter um ano recorde devido à seqüência na alta dos preços do aço e ganhos maiores com as vendas de minério de ferro. A CSN é auto-suficiente em minério de ferro, devido à propriedade da mina Casa de Pedra, uma das maiores do mundo em minério de ferro de alta qualidade.

A CSN investe aproximadamente US$ 2,8 bilhões para expandir a sua capacidade de produção de minério de ferro para 75 milhões de toneladas em 2012 e 85 milhões de toneladas em 2013. Atualmente a companhia produz cerca de 20 milhões de toneladas e o incremento a tornaria um dos maiores produtores de minério de ferro do mundo.

A Usiminas, produtora de aço plano, seguiu o exemplo da CSN em minério de ferro. A empresa chegou a um acordo em fevereiro deste ano para comprar a J. Mendes por até US$ 1,9 bilhão, dependendo do tamanho e da qualidade das minas.

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No curto prazo, a Usiminas vai ainda repassar parte do aumento do custo do minério de ferro para seus consumidores. Mas em médio prazo, a empresa se beneficiará da elevação dos preços, quando a aquisição da J. Mendes permitir que a Usiminas se torne auto-suficiente e menos dependentes de custo mais altos de terceiros. Além disso, a J. Mendes produz cerca de 6 milhões de toneladas de minério de ferro, que continuarão a ser vendidas sob contratos existentes para terceiros.

Os planos da companhia de investir cerca de US$ 750 milhões para desenvolver infra-estruturas de transporte e aumentar a produção nas minas da J. Mendes para 29 milhões de toneladas de minério de ferro até 2013 vão garantir à Usiminas provisão de todas as suas necessidades de minério de ferro.

Ainda assim, a unidade de Ipatinga continuará a comprar minério da Vale, devido à sua localização em Minas Gerais e dificuldades no transporte. As exportações de minério da Usiminas vão compensar o custo dos insumos adquiridos a partir desta fonte local.

Produção. A Gerdau produz tanto aço plano quanto longo através do uma pequena usina siderúrgica, que utiliza principalmente sucata para a produção de aço. A empresa desfruta de acesso privilegiado a vários fornecedores de sucata, mas também continua dependente de várias fontes de terceiros para a maior parte dos seus fornecimentos de minério de ferro. Diferente de outras grandes usinas siderúrgicas brasileiras, a usina integrada da Gerdau, Ouro Branco, não é totalmente dependente da Vale para o seu abastecimento de minério.

As minas da Paraibuna reforçam e diversificam a cadeia de abastecimento de minério da Gerdau, já que estão perto de Ouro Branco. Atualmente, cerca de 2,5 milhões de toneladas por ano, ou 30% do minério de ferro consumido em Ouro Branco, provêm de fontes internas.

Este ano, as minas da Gerdau devem abastecer 45% do minério de ferro consumido por Ouro Branco e, com investimentos de US$ 120 milhões. O volume pode subir para 80% até 2011. Assim como as outras siderúrgicas brasileiras, a Gerdau continua bem posicionada em relação a seus concorrentes globais.

A ArcelorMittal Brasil também produz aço plano e longo em suas subsidiárias ArcelorMittal Tubarão e ArcelorMittal Belgo, respectivamente. Ao contrário dos outros grandes produtores brasileiros de aço, Tubarão não possui minas e utiliza fontes de terceiros, principalmente da Vale, para seu abastecimento. Esta dependência é em parte compensada pela vantagem de estar muito próxima a fornecedores de minério.

Tubarão e Belgo beneficiam-se de conhecimentos técnicos e recursos financeiros da empresa-mãe indiana ArcelorMittal, o maior produtor de aço do mundo, e provavelmente também irá manter elevadas margens de lucro contra seus pares globais este ano.

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Negociação da Xstrata terá mais uma rodada (Valor Econômico 17.03.2008 B-7 Empresas/Indústria)

Vera Saavedra Durão, do Rio

Um novo encontro está previsto para as próximas duas semanas entre os principais executivos da Vale, da Glencore e da mineradora anglo-suíça Xstrata.

Na quinta-feira passada, Roger Agnelli, presidente-executivo da Vale, Mick Davis, da Xstrata, e Ivan Glasenberg, da trading Glencore, reuniram-se no Rio, quando Vale e Glencore acertaram elaborar novas propostas sobre direitos de comercialização, a serem discutidas em mais uma rodada de negociações.

Além deste entrave no negócio, há informações de que a questão do preço a ser pago pela Xstrata ainda está em aberto. "O pacote ainda não está completo", disse uma fonte próxima das negociações. As conversas entre Agnelli, Davis e Glasenberg não tiveram grandes progressos e continuaram indefinidas para os princípios negociais da Vale e da Glencore, segundo o interlocutor.

Na sexta-feira, as ações da Xstrata voltaram a subir na Bolsa de Londres, com alta de 0,43%, cotada a 39,38 libras. Na semana, o papel subiu 0,05% e, no ano, 10,93%. Já as ações ordinárias da Vale valorizaram-se em 2,25%, cotadas a R$ 58,90, encerrando a semana com alta acumulada de 5,4% e queda de 0,69% no ano. As ações preferenciais do tipo A (PNAs) subiram 0,12% fechando a R$ 48,61, fechando a semana com elevação de 1,38% e recuando 4,22% no acumulado do ano.

O comportamento distinto das ações das duas companhias no ano revela que os papéis da Vale continuam perdendo terreno. Essa diferença pode ser mais um entrave no desenho final da operação, já que a Vale pretende pagar parte da compra com a emissão de ações PNA para os acionistas da Xstrata.

O analista Eduardo Roche, do Modal Asset, considera que essas diferenças decorrem, em grande parte, da incerteza em torno da operação de compra da Xstrata. "As expectativas [dos acionistas] sobre o negócio estavam adormecidas e voltaram com força nos últimos dias com a vinda do presidente da Glencore ao Brasil. Mas, nada foi resolvido."

Segundo Roche, fala-se agora não só da criação de uma estrutura de trading para comercialização de produtos da Vale, mas também há divergências em torno de preço. "Se sai por 50 libras a ação da Xstrata o papel da Vale vai sentir um pouco, pois o mercado vai entender que para fechar a compra da empresa ela aceitou pagar um preço maior do que estava disposta anteriormente", disse. O analista acha que esse seria um prêmio muito "salgado" pelo ativo e que o mercado já havia apreçado o mesmo em 45 libras por ação, reduzindo a incerteza sobre o potencial endividamento da Vale com a aquisição. "Graças a essa indefinição, até agora a ação da Vale não capturou o ganho pela alta do preço do minério de ferro", observou.

A alta do papel da Xstrata na quinta e na sexta-feira da semana passada - que culminou com o preço da ação subindo para 39,38 libras na Bolsa de Londres na sexta-feira, depois de ter caído para até 37,42 libras na terça-feira -, foi atribuída a notícias vindas de Nova York, de que o negócio estava para sair. No mesmo dia da reunião dos três executivos das empresas envolvidas na operação, no Rio, a Xstrata participou de uma conferência para investidores em Nova York, organizada pelo Goldman Sachs.

Caso expire o prazo de 60 dias para a Vale fazer a oferta final da Xstrata, ela poderá negociar com o TakeOver Panel, do Reino Unido, um prazo de mais 30 dias.

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ArcelorMittal duplicará usina em MG (Valor Econômico 17.03.2008 B-8 Empresas/Indústria)

Ivana Moreira e Rafael Rosas*, de Belo Horizonte e RioSergio Zacchi / Valor José Campos, presidente no Brasil, detalha o novo investimento, em João Monlevade, amanhã na capital mineira O grupo Arcelor Mittal, líder mundial na produção de aço, vai ampliar a capacidade de produção da sua usina de aços longos em João Monlevade (MG) dos atuais 1,2 milhão de toneladas por ano para 2,7 milhões de toneladas por ano. A obra deverá estar concluída num prazo de até 30 meses. O detalhamento do investimento será apresentado amanhã, em Belo Horizonte, onde está a sede da Arcelor Mittal Brasil.

O projeto para duplicação da usina de Monlevade é antigo e sofreu vários ajustes nos últimos anos. A ampliação foi finalmente aprovada pelo conselho de administração da Arcelor Mittal no fim do ano passado. Segundo o presidente da Arcelor Mittal Brasil, José Armando Campos, a forte demanda atual do mercado doméstico garante receita para as siderúrgicas e justifica investimentos apesar do câmbio desfavorável às exportações.

No Rio de Janeiro, onde participou na sexta feira da 14ª Conferência Mundial de Siderurgia, o executivo informou que a siderúrgica está exportando apenas 25% da sua produção, patamar inferior à sua média histórica. Se dependessem do mercado externo, analisou Campos, as siderúrgicas brasileiras estariam "liquidadas". "Exportando com o câmbio atual, estariam chorando."

De acordo com o executivo, o aumento da produção de aços longos em João Monlevade exigirá também expansão da produção de minério de ferro da Mina de Andrade. A mina, que abastece a siderúrgica, terá sua capacidade ampliada dos atuais 1,8 milhão de toneladas para 4 milhões de toneladas por ano.

"A mina do Andrade vai suportar a expansão de Monlevade", informou Campos. "Mesmo depois da expansão, a nossa relação de autoconsumo vai se manter, com 100% de produção própria para aços longos e 100% de minério de terceiros para aços planos." Atualmente, essa mina está arrendada à Vale do Rio Doce.

A expansão da usina em João Monlevade não é o único investimento do grupo no Brasil com foco no mercado doméstico. O grupo está investindo na instalação de uma linha de laminação a quente na ArcelorMittal Tubarão (CST), que elevará a produção da unidade para 4 milhões de toneladas por ano. Na Vega do Sul, em São Francisco do Sul (SC), será instalada uma segunda linha de galvanização para atender também o mercado interno.

A produção do grupo no país neste ano deverá somar 13,5 milhões de toneladas. Para 2012, a meta é de 20 milhões de toneladas. (*Valor On Line)

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Minério de ferro deve render 61% mais. Com 70% do total, produto puxa embarque de commodities minerais a quase US$ 25 bilhões, indica projeção para 2008

(Folha de São Paulo 16.03.2008 B-4 Dinheiro)

Mesmo com importações 33,7% maiores neste ano, saldo da balança comercial do segmento tende a crescer 23,5%, para US$ 11,7 bi

DA REDAÇÃO

A perspectiva de mais um período de demanda aquecida desenha 2008 como um novo ano de quebra de recordes das commodities minerais, um mercado de oferta contida e estoques historicamente baixos.As exportações devem disparar 40% em relação ao ano passado, para US$ 24,457 bilhões. As importações prometem aumentar 33,6%, para US$ 12,750 bilhões. Com isso, o saldo da balança comercial das commodities minerais deve fechar 2008 com US$ 11,707 bilhões, crescimento de 47,3% em relação ao ano passado.Essas são as conclusões de levantamento feito a pedido da Folha a especialistas e analistas de mercado. As projeções não incluíram dados pormenorizados sobre a entrada em produção de novos projetos minerais no país.As exportações são puxadas pelo minério de ferro, responsável por 70% dos embarques de commodities minerais do país. Projeções conservadoras apontam para receita de US$ 17 bilhões no ano, 61% mais que o obtido em 2007. O volume deve crescer apenas 11%, para algo em torno de 300 milhões de toneladas. O aumento da receita vem do preço em alta. As mineradoras têm obtido reajustes na faixa de 65% a 70% para este ano na comparação com as cotações praticadas em 2007. Para o próximo ano, as primeiras previsões apontam novas elevações, de 15% a 30%, no reajuste do minério.O apetite das siderúrgicas explica também parte do crescimento das importações projetadas para este ano. As empresas brasileiras devem importar 15% mais carvão mineral no ano, chegando a 21,1 milhões de toneladas.Os gastos tendem a "explodir" até US$ 3 bilhões, alta de 63% em relação ao ano passado. O preço deve ser reajustado de 80% a 100% até a metade do ano, em linha com a oferta mais modesta, a começar da China. O frio intenso no começo de 2008 prejudicou a logística de extração nas principais minas do país.A outra parte das importações maiores se deve ao campo. A exemplo do carvão mineral, o Brasil é importador dos insumos para a produção de fertilizantes. A balança comercial dos compostos químicos de fosfatos tende a ser deficitária em US$ 2,430 bilhões, aumento de 35% em relação a 2007. Com potássio, os gastos devem bater em US$ 2,3 bilhões, 52% mais. Com enxofre, US$ 286 milhões, 66% mais.Esses impactos nos custos devem ser compensados pelos resultados das cadeias da agricultura e do aço, que repassam os reajustes desses insumos.Para os especialistas, os aumentos do ferro e do carvão serão assimilados pelo aquecimento que se prevê para a construção civil e a indústria automobilística.O cobre lidera as importações minerais do país. Os gastos tendem a chegar a US$ 3,250 bilhões em 2008, em material semi-elaborado e refinado. O Brasil também exporta o produto, mas na forma de concentrados. Neste ano os embarques devem chegar à receita de US$ 2,1 bilhões. O déficit de US$ 1,150 bilhão praticamente repete o desempenho de 2007. "A expectativa é que, até 2010-2012, essa conta esteja zerada, com a extração nas novas minas da Vale", diz Mathias Heider, especialista em recursos minerais do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) do Ministério de Minas e Energia.

Extração maiorO Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) também aguarda aumentos expressivos na extração de zinco e níquel, o que deve deixar o Brasil em situação mais confortável nesses produtos. Para este ano, o déficit de zinco deve chegar a US$ 250 milhões, praticamente o mesmo valor de 2007.Para o níquel, a previsão é superávit de US$ 420 milhões. No ano passado, o Brasil teve 3% de participação no mercado mundial de níquel. Para 2018, a expectativa é que fique com 11%, atrás apenas da Austrália (14%) e da Rússia (12%).

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O mercado internacional neste mês prosseguiu cravando novas cotações recordes. Em Londres, a tonelada do cobre ensaia superar os US$ 9.000 a tonelada métrica. Pela primeira vez, o preço do ouro passou os US$ 1.000 a onça (31,1 gramas) em Nova York. O preço do alumínio ultrapassou US$ 3.200 a tonelada métrica, com problemas na extração da África do Sul e da China.Os exemplos de preços elevados se multiplicam: chumbo rumo a US$ 3.000 a tonelada; níquel a US$ 30 mil -depois de alcançar o recorde de US$ 55 mil no ano passado-; estanho a US$ 18 mil e zinco também mirando R$ 3.000.Levantamento do DNPM, do Ministério de Minas e Energia, divulgado no começo do mês, mostra que a tonelada dos metais custava, em média, apenas US$ 1.000 em 2002. Seis anos mais tarde, esse valor passou a US$ 4.000.

Ação dos fundosO boom mineral deve se estender ao menos até 2010. Mesmo reconhecendo que os fundos de investimento desempenham papel primordial para as cotações em alta, analistas consideram ser remota a chance de esse movimento ser apenas mais uma "bolha" financeira. O mercado estima que esses fundos movimentem cerca de US$ 2 trilhões em negócios com petróleo, minerais e alimentos. Prova disso são os negócios à vista, que também registram sucessivos recordes.Sustenta o preço das commodities minerais a demanda mundial aquecida a um ponto muito além da possibilidade de expansão da indústria. Do começo da década até fevereiro passado a cotação do ferro subiu 374%; do cobre, 440%; do níquel, 372%; do chumbo, 480%; e do zinco, 178%.Ao divulgar os resultados do ano passado, a Vale, principal empresa na extração de minérios do país, avaliou que "o dinamismo das maiores economias emergentes, como China e Índia, concorra para compensar parcialmente o efeito da contração do crescimento das economias desenvolvidas" -EUA, Europa e Japão. A expectativa de mercado doméstico firme no Brasil também contribui para a sustentabilidade das empresas com base no país.A demanda chinesa calça a análise da Vale. No ano passado, a China respondeu por 49% do consumo mundial de minério de ferro, 33% do de alumínio, 26% do de cobre e 24% do de níquel.(GITÂNIO FORTES)

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Negócio entre Vale e Xstrata não afeta preço, diz siderurgia. Para o ThyssenKrupp, Vale faz um "excelente negócio"

(Folha de São Paulo 15.03.2008 B-11 Dinheiro)

CIRILO JUNIORDA FOLHA ONLINE, NO RIO

Diretores de empresas do setor siderúrgico consideram que a possível compra da Xstrata pela Vale não vai aumentar o preço do minério de ferro.O presidente do Conselho de Administração do grupo industrial alemão ThyssenKrupp, Hans-Ulrich Lindenberg, disse que a conclusão do negócio "não pode tornar as negociações [de minério de ferro] mais duras do que já são hoje"."A Vale está fazendo um excelente negócio com essa compra", disse Lindenberg, durante a 14ª Conferência Mundial do Aço, encerrada no Rio.Segundo ele, há anos os reajustes do minério de ferro têm sido ""difíceis". Lindenberg explicou que os preços estão mais altos do que qualquer um poderia imaginar há dez anos, e isso é resultado da consolidação do mercado de minério de ferro. As principais mineradoras -Vale, BHP Billiton, Rio Tinto e Xstrata- detêm 79% de participação, ressaltou.

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""A Vale tem feito um excelente trabalho nas negociações de preços. Estamos no mesmo barco, dependemos deles como fornecedores, e eles, de nós como compradores", disse. Em fevereiro, a Vale reajustou em 66% o preço do minério de ferro para a siderúrgica alemã, em uma rodada de aumento que foi feita também para empresas européias e asiáticas.O presidente da ArcelorMittal do Brasil, José Armando Campos, destacou que o negócio seria benéfico para o Brasil. Segundo Campos, o negócio entre Xstrata e Vale não afeta a questão dos preços do minério de ferro no mercado mundial. Para ele, os valores estão mais ligados ao balanço entre oferta e demanda. ""Se conseguir comprar, é o fortalecimento de uma empresa brasileira. É bom para nós [Brasil]", afirmou.As opiniões dos executivos foram compartilhadas pelo presidente da Usiminas, Reinaldo Campos Soares. Para ele, o negócio com a Xstrata é desenvolvimento da Vale.Ele disse ainda que, até o meio do ano, as siderúrgicas deverão fazer uma correção de preços, repassando o recente aumento do preço do minério de ferro. Em fevereiro, a Usiminas já fez o reajuste de 9%.Lindenberg também defendeu a manutenção do atual sistema de negociação de preços do minério de ferro, no qual as mineradoras negociam diretamente com as siderúrgicas.

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Consolidação - Aquisição não deve afetar preço do minério(Gazeta Mercantil 17.03.2008 A-8 Nacional)

A possível aquisição da mineradora suíça Xstrata pela Companhia Vale do Rio Doce deverá concentrar ainda mais o mercado minerador mundial, mas as siderúrgicas, principais clientes do setor, descartam maiores prejuízos caso a operação venha realmente a se concretizar. O presidente da subsidiária brasileira da siderúrgica ArcelorMittal, José Armando Campos, avalia que a compra seria até benéfica para o Brasil, que passaria a contar com a segunda maior mineradora do mundo. "Se conseguir comprar, é o fortalecimento de uma empresa brasileira. É bom para nós", afirmou Campos, que participou, na última sexta-feira, de um seminário, no Rio, com empresários do setor siderúrgico. O executivo justifica que, muito mais do que obedecer à concentração do setor, os preços do minério no mundo são o resultado do atual balanço entre oferta e demanda do produto. Por isso, avalia, as negociações entre mineradores e siderúrgicas teriam uma influência menor na formação dos preços do insumo. Como exemplo, Campos lembrou que, embora a Vale tenha fechado um reajuste de 70% com os clientes, o aumento acertado com a ArcelorMittal limitou-se a 65%. O executivo acrescentou que, ao se consolidar, o setor minerador contribui para reduzir a volatilidade dos preços durante os ciclos econômicos negativos. A mesma lógica, de acordo com Campos, vale para as siderúrgicas quando buscam a consolidação. "É o que perseguimos. Isso dá maior disciplina ao mercado. Permite que se projete com mais segurança o crescimento da oferta com a demanda", afirmou o executivo, ao lembrar que a indústria siderúrgica vive atualmente uma tendência de alta. "O que vai evitar um aumento maior é a consolidação na cadeia de valor e o mercado em si. Se o preço cair, vamos ver mudanças de patamar para baixo, mas não como antes." Em relação à desvalorização do dólar, que reduz a competitividade das exportações, o presidente da ArcelorMittal do Brasil afirmou que o crescimento do mercado interno tem compensado as perdas das siderúrgicas do País com o mercado externo. Se fosse há quatro anos, alertou, as siderúrgicas não teriam como agüentar o impacto da desvalorização da moeda americana. Já o presidente do Conselho de Administração do grupo industrial alemão ThyssenKrupp, Hans-Ulrich Lindenberg, avaliou que uma possível aquisição não vai alterar a conjuntura do setor minerador. O executivo acredita que o negócio não deverá tornar os entendimentos entre mineradoras e siderúrgicas

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mais complicadas do que já são. Lindenberg classificou a compra da Xstrata uma "excelente oportunidade para a Vale". Quanto aos preços do minério, o executivo da Thyssen lembrou que o atual patamar é mais alto do que o esperado por executivos do setor. Em fevereiro, a Gerdau SA anunciou que pesquisas confirmaram 1,8 bilhões de toneladas métricas de minério de ferro na quatro minas da companhia. Enquanto o presidente da empresa, Andre Gerdau Johannpeter, declinou em comentar especificamente o que a compra da Xstrata pela Vale-poderia significar, ele disse que a companhia está bem posicionada para qualquer cenário. "Gerdau acabou de anunciar uma grande reserva de minério de ferro, portanto temos a capacidade e logo iremos alcançar o índice de 80% de auto-fornecimento, então seremos meno afetados pela fusão ou qualquer outro impacto no mercado," disse Johannpeter. Enquanto isso, duas outras siderúrgicas brasileiras entrando no negócio de exportação de minério de ferro. A Usinas Siderurgicas de Minas Gerais SA(Usiminas) planeja exportar cerca de 1 milhão de toneladas métricas de minério de ferro este ano, disse o presidente da companhia, Rinaldo Campos Soares. Em fevereiro, a Usiminas completou a compra das mineradoras J.Mendes, Somisa Siderurgica Oeste de Minas e Global Mineração. O negócio custou à Usiminas um pagamento inicial de US$ 925 milhões, com pagamento a ser feito caso pesquisas de exploração confirmem o tamanho e a qualidade das reservas. A companhia espera alcançar uma produção de 6 milhões de toneladas de minério de ferro em 2008, com planos atingir entre 29 milhões de toneladas e 30 milhões de toneladas em 2013. A Usiminas usará cerca de 20 milhões de toneladas para expandir a produção de aço, o restante será destinado à exportações ou venda a terceiros. Já a Companhia Siderurgica Nacional (CSN) tem um perfil mais agressivo perfil na produção de minério de ferro, com plano de atingir uma capacidade de produção de 100 milhões de toneladas até 2012. Este ano, a CSN planeja exportar cerca de 25 milhões de toneladas métricas de minério de ferro, o que deverá gerar receita de US$2 bilhões para a companhia.

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Logística - Vale vai operar megatrem de 330 vagões(Gazeta Mercantil 17.03.2008 C-2 Transportes)

Já opera experimentalmente, para treinamento dos maquinistas, a composição ferroviária listada entre as maiores do mundo, dotada de 330 vagões e quatro locomotivas. Com 3,5 quilômetros de comprimento, o megatrem, que leva 34 mil toneladas de minério, a partir de maio entrará em ritmo normal de operação na linha de bitola larga da Estrada de Ferro Carajás (EFC), pertencente à Cia. Vale do Rio Doce (CVRD). A informação foi antecipada à Gazeta Mercantil pelo diretor de Planejamento e Desenvolvimento Logístico da Vale, Mauro Neves, para quem o salto de produtividade da ferrovia se insere no contexto de um sólido programa de crescimento orgânico da companhia, que prevê, para as reservas de Carajás, uma produção de 225 milhões de toneladas em 2012, mais do dobro em relação ao previsto para 2008, de 100 milhões de toneladas. Um lote de mil vagões está sendo incorporado à frota da EFC, comprado junto à Maxion. "Com essa aquisição - e outra, anterior, de 800 unidades - a frota de Carajás sobe para 11 mil vagões e ajuda a viabilizar a formação de trens de 330 vagões previstos em nosso plano de logística para dobrar o volume de ferrovia", disse o executivo. O megatrem, que fica perto do recorde mundial - que teria sido obtido por composição da BHP Billiton, da Austrália, com 336 vagões - vai superar dois recordes anteriores da Vale,

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o trem de 240 vagões da Estrada de Ferro Vitória Minas (EFVM), outra ferrovia da empresa, e a atual composição da EFC, de 220 vagões. Segundo Mauro Neves, o importante em linhas de grande capacidade como a EFC é se operar trens maiores com menos freqüências - o que ajuda a descongestionar a via e a aumentar a produtividade. "Estamos empenhados igualmente em reduzir o consumo de combustível e de poluentes", ressaltou, para exemplificar. "Nossas locomotivas, embora no momento operem com 2% de biodiesel, já estão preparadas para receber 20% do biocombustível, o que, aliás, já fizemos na prática com sucesso." Maquinistas treinados Os preparativos para operar a megacomposição de 330 vagões, puxada por quatro locomotivas (com motorização de 4 mil hp cada máquina) envolvem a capacitação dos operadores. "Estamos no processo de treinamento de 300 maquinistas. Para isso, temos operado experimentalmente", disse Mauro Neves. "Em paralelo, estamos empenhados em duplicar, até 2011, o leito da EFC". O impulso integra um projeto de apoio logístico ao programa de expansão programada na produção de minério de ferro da Vale. Nesse sentido, além do investimento para dotar a EFC de capacidade para transportar 225 milhões de toneladas, a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) está sendo preparada para movimentar 135 milhões de toneladas por ano. Simultaneamente, a Vale expande seus terminais marítimos, de Ponta da Madeira (MA), para embarcar 215 milhões de toneladas por ano (trazidas pela EFC), e de Tubarão (ES), para embarcar 120 milhões de toneladas do minério (pelos trilhos da Vitória Minas). A Vale também opera e embarca minério de ferro nos terminais marítimos da Ilha de Guaíba e Itaguaí, localizados no Rio. Para fazer frente à expansão, a Vale programou para 2008 investimentos em logística de US$ 1,87 bilhão em 2008, valor que representa 17% de todo o orçamento da empresa, de US$ 11 bilhões. Certamente o maior investidor em logística do País, a Vale, com a adição de US$ 1,87 bilhão, completa inversões de US$ 5,15 bilhões no período compreendido entre 2003 a 2008. Ano passado, dos investimentos públicos e privados em portos e ferrovias no Brasil, a empresa informa ter respondido por 65% do total. Renascimento da indústria No período de 2003 a 2007, outro exemplo do dinamismo da logística da empresa, seu investimento em vagões, de US$ 722 milhões, representou a compra de 16 mil unidades (92% fabricadas no Brasil). Isso representou mais da metade dos negócios com vagões. "Nossa atuação tem contribuído para o renascimento da indústria nacional de equipamentos ferroviários", enfatizou o diretor Mauro Neves. Além das ferrovias Carajás e Vitoria Minas, a Vale programou outros investimentos em trilhos. Na Ferrovia Norte-Sul (FNS), por exemplo, da qual obteve em outubro último sub-concessão de 720 quilômetros, adicionará 361 quilômetros à malha. A ferrovia tem como objetivo escoamento de carga geral para exportação, principalmente grãos. O total de investimento programado (concessão mais investimentos) ao longo de 30 anos é de US$ 2 bilhões. No trecho chamado de Litorânea Sul, a Vale prevê construção de 165 quilômetros de extensão para conexão da Vitoria Minas ao porto capixaba de Porto de Ubu. Trata-se de empreendimento descrito como alternativa de escoamento de produtos siderúrgicos e carga geral. O investimento programado é de US$ 500 milhões ao longo de 30 meses Receita de US$ 1,5 bilhão A Vale, embora não contabilize separadamente o transporte dos minérios como receita, considera a carga para terceiros, a chamada carga geral, como receita de logística. Essa carga, formada, entre outras, por produtos siderúrgicos, gusa, calcário, produtos agrícolas, cimento, celulose, produtos químicos, responderam em 2007 por uma receita bruta superior a US$ 1,5 bilhão - equivalente a 4,6% da receita bruta total da companhia, de US$ 33,115 bilhões. As ferrovias da Vale - que inclui ainda a FCA, privatizada no final da década de 90 - estão entre as mais bem operadas do mundo. O fato de transportar minério, produto historicamente de baixo valor, contribuiu sobremaneria para a afinação operacional, até porque, como gostava de repetir Eliezer Batista, um dos ex-presidentes da Vale, "minério sem logística é pedra".

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Energia nuclear - Setor privado mais perto do urânio no País(Gazeta Mercantil 17.03.2008 C-4 Infra-estrutura)

A iniciativa privada quer entrar no negócio de exploração de urânio - atualmente monopólio da União - e conta com o apoio do legislativo, onde tramita um Projeto de Emenda Constitucional (PEC). Segundo fontes do mercado, o posicionamento do governo também é favorável a flexibilização. Mas o Planalto não confirma essa disposição, apenas informa que o executivo está formando um grupo interministerial para tratar do programa nuclear brasileiro. Segundo a Casa Civil, o governo "está retomando a atualização do programa nuclear brasileiro como um todo". A mesma informação vem da Eletronuclear, que é a representante do Ministério de Minas e Energia na formação do grupo interministerial para debater o tema dentro do governo. Esse grupo deve ser integrado, pelo menos, pela Casa Civil, Ministério da Defesa, Ministério de Minas e Energia e o Ministério de Ciência e Tecnologia. O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Paulo Camillo Penna, quer a flexibilização do monopólio para a exploração do urânio, combustível usado como fonte energética a partir da fissão nuclear. Na visão dele, a iniciativa privada poderia participar da identificação de novas reservas do mineral e da lavra, enquanto o beneficiamento do insumo continuaria com o estado, por questões de segurança. "O importante é ter investimentos de capital de risco para explorar o potencial do País", defende Penna. Segundo dados do Ibram, o Brasil tem mapeado apenas 30% dos locais onde estão as atuais reservas de urânio em solo brasileiro. As reservas de urânio no País alcançam 309 mil toneladas, ou 7% do que existe no planeta (4,41 milhões de toneladas), o que coloca o Brasil como o sexto maior em reservas no mundo. "Com investimentos privados, poderíamos saltar para o terceiro posto com facilidade", projeta Penna. Hoje a terceira posição no ranking das maiores reservas de urânio é ocupada pela África do Sul, que tem 369 mil toneladas. As maiores reservas estão no Casaquistão, com 957 mil toneladas, e na Austrália (910 mil toneladas). Estados Unidos e Canadá também se destacam, com 355 mil e 332 mil toneladas, respectivamente. O que atrai as empresas do setor privado é o preço do insumo, que não pára de subir. Nesta década, a libra do urânio, algo próximo a 0,5 quilogramas, passou de US$ 7 em 2001 para US$ 110 em 2007. A expectativa dos empresários do setor é que, com a liberação da pesquisa e da lavra, o Brasil poderia exportar 100 mil toneladas de urânio por ano, com um retorno de cerca de US$ 60 bilhões anuais. O tema sobre a flexibilização na exploração do urânio está tramitando no Congresso Nacional. Nesta semana, o parecer do relator da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Felipe Maia (DEM-RN), deve ser protocolado na CCJ. O parecer trata da constitucionalidade da permissão para a pesquisa e a lavra do urânio pela iniciativa privada. O texto é favorável a essa abertura, mas mantém o beneficiamento exclusivamente com o estado. Se o relatório for aprovado na CCJ, será criada uma Comissão Especial para discutir o mérito da questão que teria que ser aprovada por lei complementar. "Restrinjo o meu parecer a constitucionalidade da matéria", informou Maia. Segundo ele, os parlamentares do governo, com os quais discutiu o assunto, são favoráveis ao parecer, "inclusive quanto ao mérito", reforça ele.

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PROCESSUAL

CNJ promove amplo debate sobre unificação das tabelas processuais(OAB/RJ – 17.03.2008)

Do site do CNJO Conselho Nacional de Justiça promove nas próximas segunda e terça-feiras (17 e 18/03) o 1º Encontro Nacional sobre as Tabelas Processuais Unificadas do Poder Judiciário. "O evento tem o objetivo de debater democraticamente o assunto e propiciar a troca de informações e experiências, o que deve facilitar a implantação", diz o juiz auxiliar da presidência do CNJ, Rubens Curado. As tabelas processuais unificadas foram criadas pela Resolução 46 do CNJ, unificam a linguagem do Poder Judiciário, e possibilitam o gerenciamento estratégico dos processos nos tribunais.

Além da experiência de diversos ramos da justiça, o evento prevê a apresentação de outros projetos-pilotos que poderão servir de modelo aos demais tribunais.

De acordo com a Resolução, os tribunais de todo o país têm até 30 de setembro deste ano para concluir a implantação das tabelas processuais unificadas. O grupo técnico composto por representantes de três ramos judiciários (trabalhista, federal e estadual) e coordenado pelo CNJ, disponibilizou em dezembro de 2007 as tabelas unificadas na página eletrônica do Conselho.

Os assuntos mais corriqueiros nos processos, as fases da tramitação em que ocorrem os "congestionamentos", os processos que são resolvidos com maior ou menor rapidez, aqueles que recebem mais recursos e como são esses dados se comparados a outros tribunais são alguns dos exemplos de informações que poderão ser obtidas depois da implantação das tabelas.

http://www.oab-rj.org.br/index.jsp?conteudo=5023

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PROPRIEDADE INTELECTUAL

Salinas recupera marca na Coréia do Sul (Valor Econômico 17.03.2008 E-1 Legislação & Tributos)

Luiza de Carvalho, de São Paulo

Ao decidir exportar sua moda praia para a Coréia do Sul, a empresa carioca MKT Licenciamentos, detentora da marca Salinas, descobriu que já havia, naquele país, um pedido de registro da marca e do logotipo idênticos aos seus. Somente depois de três anos, a empresa conseguiu anular o pedido por meio de uma impugnação administrativa no órgão coreano competente. Não é a primeira vez que o problema acontece - no México, a batalha judicial por motivo semelhante durou seis anos. Para advogados especialistas na área, as empresas brasileiras têm se deparado cada vez mais com situações como esta.

Em breve, o registro internacional de marcas deve ser facilitado às empresas exportadoras, tendo em vista a iminente adesão do Brasil ao Protocolo de Madri - acordo assinado por cerca de 80 países que permite um depósito único de marcas válido para todos os signatários. Por enquanto, as empresas

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precisam estabelecer um programa de registros no exterior. A marca de confecções Salinas, por exemplo, está registrada em cerca de 50 países e tenta, em média, dois novos registros por mês.

Mas, muitas vezes, esta não é uma tarefa fácil. Na Coréia do Sul, a MKT Licenciamentos constatou que o registro de sua marca já existia e foi feito por uma pessoa física, que inclusive já comercializava produtos com aquele logotipo. A empresa conseguiu recuperar a marca pela via administrativa em três anos, após provar que possuía o registro no Brasil desde 1985. Já quando decidiu exportar seus produtos para o México, em 2000, o problema teve que ser resolvido na Justiça porque a marca já havia sido concedida para outra empresa há um ano. Só em 2006 a Salinas conseguiu obter uma decisão favorável de segunda instância, que determinou a anulação do registro da empresa mexicana.

O advogado Luiz Edgard Montaury Pimenta, do escritório Montaury Pimenta, Machado & Lioce Advogados Associados, que defendeu a Salinas nos dois casos, acredita que, se antes era comum empresas brasileiras "piratearem" produtos importados, essa tendência se reverteu. A banca está atuando em dez casos de recuperação de marcas brasileiras no exterior, como, por exemplo, uma disputa judicial envolvendo a marca do restaurante Spoleto na Colômbia. "O foco da pirataria aos produtos brasileiros está em Portugal, Argentina e Paraguai", diz.

Segundo a advogada Patrícia Peck Pinheiros, do Patrícia Peck Pinheiros Advogados, que atua na defesa de marcas brasileiras no exterior, alguns casos são resolvidos por meio de arbitragem internacional e, em outros, a aquisição da marca copiada é mais vantajosa do que arcar com as despesas de um processo judicial. Para ela, a pior conseqüência da pirataria é o tempo que se perde para entrar em um novo mercado, possibilitando que empresas concorrentes o façam antes.

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Opinião Jurídica - Patentes, inovação e destruição criativa (Valor Econômico 17.03.2008 E-2 Legislação & Tributos)

Gustavo Piva de Andrade

Com a promulgação da Lei da Inovação - Lei nº 10.973, de 2004 - e da Lei do Bem - Lei nº 11.196, de 2005 - , o tema inovação definitivamente passou a ocupar um lugar de destaque no debate desenvolmentista nacional. Neste contexto, torna-se fundamental revisitar a obra de Joseph Schumpeter (1883-1950), o mais influente pensador que se debruçou sobre a matéria e quem melhor conseguiu explicar a lógica da dinâmica capitalista ao decretar que inovação é a principal força propulsora do desenvolvimento econômico e industrial.

Cunhou a extraordinária metáfora "destruição criativa" para designar o constante processo de transformação que fomenta o progresso por meio da eliminação de

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agentes e produtos defasados, em um cenário de seleção em que só os agentes inovadores se sobressaem e conseguem sobreviver. Esta é, segundo Schumpeter, a essência do capitalismo e ocorre, notadamente, através da introdução de um novo bem ou tecnologia no mercado ou da descoberta de um novo meio de produção ou de prestação de um serviço.

"Destruição criativa" na forma de inovação, portanto, se dá na substituição do "walkman" pelo "discman" e deste pelos modernos MP3 players; ou na substituição do telégrafo pelo telefone tradicional e deste pelo serviço de discagem gratuita via Internet. Não importa o mercado. Quando a empresa ou o produto inovador chega, a tendência é que eles simplesmente " destruam " seus concorrentes ou então os obriguem a inovar, sob pena de serem suplantados. Absolutamente justificável, pois, que uma empresa recém-criada como a Skype atraia tanta atenção ou que a Apple e o Google sejam freqüentemente citados como dois dos maiores ícones do capitalismo da atualidade.

Como inovação nada mais é do que a introdução de uma novidade ou aperfeiçoamento tecnológico no ambiente social ou produtivo, seu desenvolvimento encontra-se intrinsecamente ligado à possibilidade do inovador se apropriar e colher os frutos das suas criações. É exatamente aí que a propriedade intelectual se insere e o sistema de patentes passa a exercer um papel fundamental em qualquer economia de mercado.

Na ausência de patentes e de um sistema de proteção patentária eficiente, agentes inovadores não têm como proteger suas criações e ficam a mercê de usurpadores que, na ausência de impedimento legal, inexoravelmente copiarão a invenção ou o aperfeiçoamento. O resultado é um cenário em que o agente não inova ou prefere manter suas invenções secretas, privando a sociedade e o mercado de um produto inovador e de suas importantes informações técnicas.

--------------------------------------------------------------------------------O desestímulo ao empreendedorismo inovador no Brasil começa pela própria ineficiência do INPI-------------------------------------------------------------------------------- Diversos países já compreenderam isso e conferem ao sistema de proteção à propriedade intelectual status de verdadeira política de estado. Enquanto isso, no Brasil, a impressão que se tem é que o país se encontra na contra-mão deste processo, mergulhado na burocracia e num ambiente de considerável insegurança jurídica no que diz respeito à proteção de patentes e demais ativos intangíveis.

O desestímulo ao empreendedorismo inovador começa pela própria ineficiência do INPI, o qual, apesar de alguns avanços administrativos recentes, ainda leva, em média, nada menos que oito anos para examinar um pedido de patente. Também é impossível não destacar os inúmeros entraves burocráticos que agentes inovadores encontram para obter e licenciar seus direitos, como, por exemplo, a necessidade de anuência prévia da Anvisa para a concessão de patentes farmacêuticas, a legislação demasiadamente restritiva na área da biotecnologia e o grande atraso na análise e averbação de contratos de transferência de tecnologia e de assistência técnica.

Bastante prejudicial, outrossim, a interferência política sobre assuntos que deveriam ser examinados sob um enfoque exclusivamente técnico, tais como a patenteabilidade de polimorfos e a concessão de patentes de segundo uso na área médica. Isso sem contar que o governo brasileiro decretou o licenciamento compulsório da patente de um importante anti-retroviral, numa perigosa indicação de qual é a atual política governamental acerca do respeito aos direitos de empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento.

Por tudo isso, resta claro que, para criar um ambiente propício à inovação, o Brasil deve ir além dos marcos legislativos mencionados e implementar mudanças de cunho estrutural e ideológico, que façam com que direitos de propriedade intelectual efetivamente integrem a cultura e a política do país e não sejam apenas lembrados como instrumento de barganha quando da negociação de acordos de livre comércio.

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Sem um sistema de proteção à propriedade intelectual forte e eficiente, não há inovação. E sem inovação, não há desenvolvimento. Logo, caso o Brasil realmente pretenda se inserir na economia global e concorrer em nível de igualdade com seus competidores, faz-se necessária uma drástica mudança de rumos, sob pena de o país não promover a Destruição Criativa de Schumpeter e contradizer, em última análise, a própria essência do capitalismo.

Gustavo Piva de Andrade é advogado do escritório Dannemann Siemsen

Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações

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Artigos esportivos - Marcas acirram competição por mercado de roupas "inteligentes". Novatas como Kskins e Wacoal e múltis como Nike entram no segmento.

(Valor Econômico 17.03.2008 B-4 Empresas/Tendências&Consumo)

Roger O. Crockett, Business WeekCosta Anastasakis / Bloomberg News A Speedo reforça seu marketing com o recordista mundial Michael Phelps Com a aproximação das Olimpíadas de Verão, os fabricantes de roupas esportivas começam a concentrar esforços no marketing de suas novas peças, projetadas para aprimorar a força muscular e ajudar a circulação, entre outros benefícios. Algumas das promessas não resistem a provas médicas, mas o movimento já produz um efeito claro: pressiona a Under Armour, pioneira da tendência.

Adidas e Wacoal, uma fabricante japonesa de peças íntimas femininas, promovem roupas com bandas integradas ao tecido que incrementam o suporte muscular. Speedo e TYR Sport desenvolveram novos trajes de banho para ajudar os atletas olímpicos a disparar pela água. Em breve, a Nike apresentará uma nova linha de calças esportivas aderentes ao corpo. A Skins, uma empresa iniciante australiana, começará uma campanha de marketing nos Estados Unidos sustentando que suas roupas aceleram a recuperação muscular após esforços extremos. "Este é um segmento muito quente", diz o executivo-chefe da Skins, Jaime Fuller. "Todos estão entrando."

Há meses, as novas concorrentes vêm minando a liderança da Under Armour. A empresa tem 35% desse nicho de mercado nos EUA, que movimenta US$ 3 bilhões, segundo a Sports One Source. Poucos anos atrás, sua participação estava em 40%. Embora suas vendas continuem em alta, as margens de lucro diminuíram, assim como as suas ações. Recuaram de US$ 65, em setembro passado, para US$ 33.

À medida que as novatas desafiam a Under Armour em meio a uma economia em desaceleração, também promovem avanços tecnológicos, embora ponham em risco sua credibilidade ao garantir melhoras contínuas de desempenho. Vários dos avanços referem-se ao que se chama de "compressão dos músculos". Quando você se exercita, seus músculos expandem-se com sangue e outros fluidos,

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explica o médico Wayne Sebastianelli, diretor do centro de medicina esportiva da Penn State, a Universidade do Estado da Pensilvânia.

Tecidos ajustados ao corpo, pressionando os músculos, ajudam o escoamento de fluidos e facilitam a entrada de sangue novo. "Teoricamente, isso permite que você se sinta melhor, podendo gerar mais potência e melhorar seu desempenho", diz Sebastianelli. As conclusões são "em sua maior parte informais", ressalta, sem comprovação rigorosa mas, enquanto isso, as "pessoas gastam milhões de dólares nesse negócio".

Por anos, os médicos receitaram meias de compressão para casos de trombose venosa profunda, quando se desenvolvem coágulos de sangue nas veias. As peças, muitas vezes usadas em viagens de avião de longa distância, ajudam a empurrar o sangue pelas veias. O crédito por trazer a idéia ao mercado de massa é da Under Armour, que se tornou uma megamarca de US$ 606 milhões ao comercializar seus produtos como resposta instintiva às camisetas folgadas de algodão comuns na prática de esportes.

A Skins, com vendas previstas de US$ 35 milhões para este ano, é muito pequena em comparação à líder, portanto, precisa parecer bem sincera aos olhos do público. O site da empresa de Sydney lista vários estudos sobre recuperação muscular. Além da compressão, os produtos da Skins supostamente ajudam o corpo a se livrar de toxinas de diferentes grupos musculares. "Talvez parte (dos benefícios) seja psicológico", diz Jeff Keil, adepto dos produtos da Skins e triatleta, que ficou em 11º. entre os americanos na disputa do Ironman do ano passado. "Mas, realmente, acredito que as roupas reduzem a fadiga."

Pesquisas médicas recentes, contudo, colocam em dúvida o papel do ácido lático. Um estudo da Columbia University atribui a fadiga à perda de cálcio em tecidos cansados, o que estimula uma enzima corrosiva dos músculos. A médica Riva Rahl, diretora do programa de bem-estar da clínica Cooper, em Dallas (EUA), examinou alguns dos estudos citados pela Skins. É possível que os tecidos tenham alguma influência na recuperação muscular, diz ela, "mas não vi estudos bem concebidos" que comprovem isso. A diretora da Skins nos EUA, Patricia Babka, afirma que os estudos passam pela fiscalização de uma comissão de especialistas.

Outras empresas também alardeiam suas inovações em tecidos. A Wacoal vende calças esportivas justas que imitam a arte japonesa de passar fitas pelas pernas dos atletas. Com camadas de tecido que se estendem como fitas pelos tendões, nos quadris e joelhos, as calças são recomendadas pela empresa para corredores e esquiadores, que precisam de suporte na parte inferior do corpo. A Wacoal tem 15 patentes para proteger sua tecnologia.

Os trajes de banho estreitos para nadadores, por outro lado, buscam reduzir o atrito com a água. A TYR Sport, uma divisão da Swimwear Anywhere, possui uma nova peça com painéis suaves que cobrem músculos da cintura, nádegas e pernas para diminuir o atrito criado durante a pernada do nado no estilo peito. Também, supostamente, limita a fadiga muscular. O novo traje LZR, da Speedo, tem qualidades similares de redução do atrito, anunciadas pesadamente por vários atletas bem pagos. "Fico confiante em saber que estou usando o traje mais rápido", afirma o recordista mundial Michael Phelps, no site da Speedo.

A empresa recruta especialistas aeroespaciais, médicos e engenheiros para desenvolver os maiôs, mas nem todos os experts são persuadidos. "Phelps é um nadador de talento, mas está ganhando muito dinheiro pelo apoio", diz Sebastianelli, da Penn State. "Trata-se de um testemunho, não de uma prova científica."(Tradução de Sabino Ahumada)

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Moda - P&S planeja gerir oito marcas e ter 44 lojas (Valor Econômico 17.03.2008 B-5 Empresas/Tendências&Consumo)

Beth Koike, de São PauloDavilym Dourado / Valor Os sócios Rariton Pasquini (à esq.) e Hector Santos: temporada de compras Como um típico interiorano, o Grupo P&S, de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, vem discretamente formando um grupo de gestão de marcas de moda. Fundada em 1993 como uma camisaria, a empresa quer ter uma carteira com oito marcas e abrir 44 lojas nos próximos quatro anos. As aquisições estão sendo feitas com recursos próprios. "Somos muito cautelosos. Juntamos dinheiro nesses 15 anos e usaremos esse capital gerado pela empresa para comprar as marcas", diz Hector Santos, um dos três sócios do Grupo P&S. "Eles são bem capitalizados e já têm planejamento estratégico para os próximos cinco anos", conta Edson D'Aguano, sócio da Consultive, consultoria de moda.

A fase de aquisições começou no semestre passado, quando foram adquiridas duas marcas de moda jovem, a Zil e a Stereo. Com lojas nos Jardins e no shopping Villa-Lobos, em São Paulo, a Zil pertencia ao representante da Kipling no Brasil. "Estava em busca de pontos e acabei recebendo proposta da Zil. Paguei alguns milhões, mas não posso revelar a quantia", diz Santos.

Em fevereiro, a empresa lançou em parceria com a estilista Lila Colzani (ex-Colcci) a grife Stereo. "Convidamos a Lila para ser estilista do grupo, mas ao sabermos que ela estava em busca de um parceiro para lançar sua grife, decidimos entrar no negócio. Assim não corremos o risco de ela ir embora com o sucesso da Stereo, em que temos 50%", explica Rariton Pasquini, responsável pela área de criação. O terceiro sócio é Antonino Pasquini, do departamento financeiro.

As grifes Zil e Stereo receberão investimentos de R$ 3 milhões e R$ 5 milhões, respectivamente. O grupo também é dono das marcas Vicinal e Act, ambas criadas pelos sócios. Hoje, as quatro marcas respondem por uma produção anual de 1,2 milhão de peças e a expectativa é que com as novas aquisições salte para 3 milhões.

Eles não revelam o valor do faturamento do P&S, classificado como uma empresa de médio porte. "Em curto período, o faturamento deles deve saltar para três dígitos", diz D'Aguano.

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Crédito - Rede de combustíveis cria financeira ALECred. Empresa abre primeiras lojas em postos no segundo semestre.

(Valor Econômico 17.03.2008 C-4 Finanças)

Ivana Moreira, de Belo Horizonte

Sexta maior distribuidora de combustíveis do país, com 1,2 mil postos em sua rede, a ALE prepara-se para entrar no mercado financeiro. A empresa investiu R$ 10 milhões para iniciar as operações da ALECred, uma financeira que terá um mix variado de produtos, dos cartões ao crédito consignado. O plano de negócios da ALECred vem sendo desenvolvido por Carlos Donzelli, ex-diretor da Luíza Cred contratado pela distribuidora de combustíveis há nove meses. A meta é abrir as primeiras lojas da financeira, que funcionarão nos postos de combustível, no início de segundo semestre.

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Na empreitada, a rede de combustíveis terá como parceiro estratégico uma grande instituição financeira. A empresa não terá participação acionária na ALECred, mas terá direito à participação nos resultados. Da mesma forma, os revendedores - os donos dos postos - terão participação nos resultados financeiros do novo negócio.

"É um bom negócio também para os revendedores", afirma o vice-presidente da ALE, Jucelino Sousa. Segundo o executivo, os postos da rede têm localização estratégica no Sudeste e no Nordeste, incluindo em municípios não bancarizados. Como correspondente bancário, a ALECred receberá também pagamento de contas. "Isso vai aumentar o movimento nos postos."

O nome da instituição financeira parceira da ALE ainda é mantido sob sigilo. Segundo o vice-presidente, várias instituições foram consultadas. Até abril, a distribuidora espera assinar o contrato com a instituição escolhida.

Além da prestação de serviços à ALECred, essa instituição financeira será responsável por parte do funding para as operações da financeira, em cessões de crédito. "Outra parte do funding virá dos recursos próprios da ALE", explicou Sousa. A sede da financeira será em Belo Horizonte, onde já funciona a sede da distribuidora.

Numa primeira fase, as ações da ALECred serão focadas nos cartões de crédito. O objetivo é ter 300 mil plásticos ativos num prazo de dois anos. Segundo o vice-presidente, a financeira é uma nova aposta comercial do grupo mas também uma ferramenta importante na consolidação da marca ALE.

A distribuidora é resultado da fusão entre a mineira ALE e a potiguar SAT. As duas marcas foram mantidas num primeiro momento. Desde o fim do ano, porém, a empresa passou a trabalhar apenas com a marca ALE, acabando com a SAT, forte sobretudo no nordeste.

A ALE fechou 2007 com vendas 15% maiores que as registradas no ano anterior. O faturamento somou R$ 5,8 bilhões. Para 2008, a meta é crescer mais 10%. A empresa se prepara para abrir capital, mas ainda não definiu um cronograma. A expectativa do mercado é a oferta pública inicial de ações ocorra ainda neste ano.

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Marketing - Santander aposta em Pelé para ser líder(Gazeta Mercantil 17.03.2008 C-8 Comunicação)

Emilio Botín, presidente mundial do Santander, desembarcou em São Paulo na semana passada para apresentar publicamente Pelé como o novo garoto-propaganda da instituição financeira espanhola. Vestia calça preta, camisa azul clara e paletó vermelho. Com um tom cerimonioso, entregou um paletó idêntico ao Rei do Futebol. "Você é a única pessoa, além de mim, que tem um igual a esse", afirmou, destacando o privilégio de tal deferência. "Senhor Emilio, me orgulho muito de fazer parte da equipe Santander", agradeceu Pelé. O episódio serve como ponto de partida para se entender o tabuleiro dos negócios no qual o Santander está inserido. Escolhido como "embaixador" do banco na Copa Santander Libertadores, que pela

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primeira vez será patrocinada pelo banco, o Rei do Futebol é peça-chave de uma estratégia para fortalecer mundialmente a marca do banco, especialmente na Inglaterra, EUA e América Latina, com destaque para o Brasil. No caso do mercado nacional, há também a busca por alcançar a liderança do setor - ocupa hoje a terceira colocação entre os bancos privados depois de adquirir o ABN Amro Real. A avaliação dos espanhóis é que a marca Santander não é reconhecida na mesma proporção que a importância da companhia no contexto global dos negócios , com uma acelerada expansão nos últimos anos. Para dar uma idéia, o Santander é hoje a quinta instituição financeira por lucro no mundo, com receitas de €27 bilhões. Há 20 anos, ocupava a posição 142, segundo Botín. "Queremos ser o maior banco do mundo. Por isso é importantíssimo ter uma marca forte. É por essa razão que estamos com Pelé, que é o número um", afirmou. Foi essa mesma filosofia que levou Botín a escolher Fabio Barbosa, presidente do Banco Real, como o comandante da operação brasileira do Santander, contrariando o expediente comum em casos de aquisição de empresas. "O Fabio é o melhor executivo do Brasil", disse. Desafios Nos bastidores, sabe-se que também pesou na decisão o grande carisma de Barbosa perante o mercado e os funcionários. Nesse contexto, a lição de casa do executivo é trabalhar pela reputação da marca do banco espanhol de modo semelhante ao que fez no Real, com forte ênfase, por exemplo, em ações socialmente responsáveis, além do esporte. Hoje, a marca da instituição financeira espanhola não é associada a esses atributos. Ao se observar a atual estratégia de marketing desenvolvida , percebe-se a tentativa de associar a marca Santander a grandes eventos esportivos de forte apelo popular. Além de contar com Pelé para a Copa Santander Libertadores, a empresa também patrocina a escuderia de F1 McLaren." Somos o quinto maior banco do mundo, mas nossa marca não é tão conhecida no Brasil e EUA, por exemplo. Trabalharemos para que, em breve, ela esteja entre as cinco mais reconhecidas", diz Juan Manuel Cendoya, diretor de comunicação e estudos do Santander na Espanha. "Um dos caminhos para isso é o patrocínio a grandes eventos, como a Libertadores e F1", reforça. Segundo María Sánchez del Corral, diretora de marketing que também trabalha na matriz, a agência Ogilvy, detentora da conta da instituição financeira na Espanha, será a responsável por criar as estratégias e campanhas envolvendo Pelé. No Brasil, o Santander é atendido pela McCann Erickson.

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Direitos autorais - Proteção autoral do tradutor ainda não é respeitada(ConJur – 17.03.2008)

por Margarete de Toledo Ressurreição“Escritores constroem literatura nacional;tradutores, literatura mundial’’O verbo traduzir vem do latim “traducere” e segundo o dicionário Aurélio significa: conduzir além, transferir, transpor, trasladar de uma língua para outra, revelar, explicar, manifestar, explanar, transparecer, verter. São estas as tarefas do tradutor ao traduzir um texto da língua de partida para a língua de chegada. Tarefas estas árduas, que exigem honestidade, ética, cultura, sensibilidade, amor e respeito às culturas e aos idiomas. Os tradutores são os intermediários entre línguas e culturas e exercem este ofício por amor à literatura e às línguas.

Contudo, o trabalho do tradutor é muitas vezes invisível ao público, mas é inegável a importância do seu ofício — levar os conhecimentos científicos, literários e técnicos para todos indistintamente,

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transportando este saber para o idioma materno de um povo. Segundo estudos lingüísticos, por mais que se tenha conhecimento de um idioma estrangeiro, as sensações e significados jamais serão tão bem entendidos quanto no idioma materno.

Na maioria dos países, a importância do trabalho do tradutor é desconhecida pelo público, e seu trabalho não recebe a devida valorização e remuneração. Esta situação ensejou na Alemanha, país onde quase 50% das publicações são traduções, atenção especial por parte do ex-presidente alemão Roman Herzog (1994-1999) que se pronunciou em defesa da valorização do ofício do tradutor dizendo: “é simplesmente escandaloso, que membros de uma das mais importantes profissões intelectuais, geralmente encontrem dificuldades para sobreviver da própria profissão”.

Todavia, na maior parte dos países, a questão restringe-se à discussão acerca da modesta remuneração recebida pelos tradutores e à falta de reconhecimento público.

No Brasil, onde 80% da produção editorial do país é de livros traduzidos, a discussão ganhou destaque recentemente, quando a imprensa divulgou denúncias de plágio por parte de algumas editoras.1 Verificamos em nosso país, casos de omissão do nome do tradutor em artigos da imprensa, resenhas e mesmo livros, privando-o de sua devida valorização como criador intelectual, desrespeitando as determinações legais, além da questão da baixa remuneração.

Sendo o ofício do tradutor tão importante é de se indagar o motivo pelo qual este não é devidamente valorizado e, a legislação muitas vezes descumprida, deixando-se de atribuir os devidos créditos ao seu trabalho. O tradutor é autor de obra derivada, ou seja, ele é o autor de obra proveniente de uma obra primígena. Ele é autor do texto traduzido ou vertido para o idioma de chegada.

Isto porque não é possível, na maioria das vezes, fazer-se uma tradução literal do texto original. Nos idiomas, muitas vezes, não encontramos correspondências perfeitas entre palavras e expressões. A tarefa do tradutor é encontrar estas correspondências semânticas adaptando, recriando, sem alterar o conteúdo e o significado do texto original.

Por estas razões ao tradutor é dada proteção autoral. Seu trabalho é uma criação do espírito, “geistige Schöpfungen” dotada de criatividade e originalidade. Como autor de obra derivada, o tradutor detém dois tipos de direitos. O direito patrimonial e o direito moral. O direito patrimonial traduz-se no direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da obra literária, artística ou científica.

O direito moral do autor consiste no direito de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra; e no direito de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado, como sendo o do autor, na utilização de sua obra;

Na Alemanha, a lei de direitos autorais “Urheberrechtsgesetz” em seu artigo 3º reza que, as traduções e outras adaptações de obras que constituam criações intelectuais do adaptador, gozarão de proteção como obras independentes, sem prejuízo dos direitos autorais da obra adaptada2.

Assim também no Brasil, a tradução goza de direito autônomo. É o caso, por exemplo, da obra original estar em domínio público, mas sua tradução ainda gozar de proteção autoral.

Alguns tradutores literários brasileiros como Augusto de Campos e Haroldo de Campos, ao traduzirem poemas, o fazem com tamanha beleza e arte, que tais poemas tornam-se verdadeiras recriações do espírito autônomas, mas ainda assim, fiéis em sentido à obra original.

Deste modo, para que possa haver a utilização de uma obra traduzida que ainda não esteja em domínio público, é necessária a autorização do autor original e de seu tradutor.

A Convenção de Berna em seu artigo 3º estabelece que:

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“art. 3º. São protegidas como obras originais, sem prejuízo dos direitos do autor da obra original, as traduções, adaptações, arranjos de música e outras transformações de uma obra literária ou artística.”

No Brasil, a Lei 9.610/98 dispõe em seu artigo 7º, inciso XI:

Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como:

XI - as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais, apresentadas como criação intelectual nova;

O artigo 53, inciso II do mesmo dispositivo legal determina que, nas edições traduzidas, deve-se fazer constar o título original e o nome do tradutor.

As normas da ABNT para publicações, jornais e periódicos também estabelecem que, o nome do autor deve constar nas referências bibliográficas, ainda que não mencionando especificamente o tradutor. Todavia, sendo o tradutor o autor da obra derivada, não é necessária a repetição daquilo que já dispõe claramente a Lei 9.610/98, os tratados internacionais e legislações estrangeiras.

Portanto, cumpre a todos observar a legislação sobre os direitos autorais do tradutor, evitando desta forma, o desrespeito ao seu trabalho intelectual. Devemos dispensar ao tradutor o mesmo respeito que dispensamos a todos os criadores de obras intelectuais sejam eles, músicos, escritores, fotógrafos, artistas plásticos, etc.

É imperativa a atribuição dos créditos ao tradutor quando este exercer seu ofício traduzindo obras protegidas pelo direito autoral, ou seja, aquelas obras elencadas no artigo 7º da Lei 9.610/98.

Estão excluídos da proteção desta lei, os tradutores de manuais técnicos, esboços, métodos, e outros documentos de caráter técnico ou informativo discriminados no artigo 8º do mesmo diploma legal.

A lei vigente de proteção autoral do tradutor deve ser respeitada e os seus créditos devidamente atribuídos em livros, artigos de imprensa, resenhas literárias, conforme determina a legislação autoral e os Tratados Internacionais. Somente assim, poderemos garantir a qualidade e autenticidade da obra e do acervo cultural do país.

Notas de rodapé:1. Folha de São Paulo - Caderno Ilustrada de 04/11/2007 e 15/12/20072. UrhG § 3 Bearbeitungen — Übersetzungen und andere Bearbeitungen eines Werkes, die persönliche geistige. Schöpfungen des Bearbeiters sind, werden unbeschadet des Urheberrechts am bearbeiteten Werk wie selbständige Werke geschützt. Die nur unwesentliche Bearbeitung eines nicht geschützten Werkes der Musik wird nicht als selbständiges Werk geschützt.

http://conjur.estadao.com.br/static/text/64685,1

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Polícia apreende mais de 6 mil CD´S e DVD´S em Mato Grosso(ABPI – 14.03.2008 p.11)

Cerca de seis mil CD's e DVD's foram apreendidos em uma ação integradas da Polícia Civil dosmunicípios de São Félix do Araguaia e Alto da Boa Vista ( 1. 200 km a Noroeste e 730 km a Leste, respectivamente), com a Polícia Militar, de combate à pirataria e delitos contra a propriedade intelectual."Em São Félix do Araguaia, a polícia recebeu denúncias de que hóspedes estariam com a mercadoria falsificada para vender na cidade. Com um adolescente de 17 anos, foram encontrados quase dois mil produtos. Havia notícia que uma caminhonete S10, cor prata estava sendo usada para o transporte dos produtos. No entanto os cinco integrantes com a mercadoria fugiram antes da polícia localizá-los. O veículo foi interceptado pelas polícias Civil e Militar na cidade vizinha de Alto da Boa Vista. Dentro do carro foram apreendidos 4. 150 entre CD´S e DVD´S pirateados. Os cinco integrantes foram conduzidos à delegacia e prestaram depoimentos. Eles serão indiciados por crime de violação do direito autoral, previsto no artigo 184, parágrafo 2º, do Código Penal.

"Todo esse material possivelmente seria comercializado junto à população", disse o delegado Wilyney Santana Borges. Conforme o delegado o material apreendido será encaminhado à perícia e posteriormente destruído.

Investigações da Polícia Civil de Pontes e Lacerda (448 km a Oeste) levaram a prisão de um homem, de 27 anos, acusado de porte ilegal de arma de fogo. Ao dar cumprimento a um mandado de busca e apreensão nesta terça-feira, os policiais civis encontraram com o suspeito uma pistola calibre 6. 35 com oito munições intactas e mais de R$ 10 mil, em dinheiro.

O acusado alegou que o dinheiro é proveniente da venda de uma caminhonete, mas a polícia suspeita que ele esteja envolvido com o tráfico de entorpecentes.

A ordem judicial foi expedida pelo Juiz Hugo José Freitas da Silva da 1ª Vara de Pontes e Lacerdae o flagrante foi lavrado pelo delegado Adriano Bernard Cavalheri.

http://www.abpi.org.br/empauta/sexta/140308.pdf

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Um exército no combate à pirataria - Especialistas treinam policiais, fiscais e guardas para combater a venda de produtos falsificados

(ABPI – 14.03.2008 p.17)

ISABELA KIESELCDs, DVDs, brinquedos, óculos de sol, softwares e medicamentos estão entre os produtos pirateados que mais preocupam as autoridades nacionais e locais engajadas em combater este tipo de crime. Para ensinar a identificar os produtos falsificados e promover campanhas contra a pirataria, especialistas do Ministério da Justiça e de associações nacionais ligadas ao tema estiveram ontem em Blumenau para

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capacitar policiais militares, civis, rodoviários federais, guardas, fiscais e órgãos de criminalística do município.Blumenau é referência nacional no combate à pirataria, segundo Antônio Borges Filho, diretor-geral da Associação Antipirataria Cinema e Música (APCM) e ex-delegado da Polícia Federal. O município criou em setembro do ano passado o primeiro conselho de combate à pirataria do Brasil, através de uma parceria entre os setores público e privado. - A pirataria é um crime. E crime não acaba. Mas ele pode ser diminuído. E a criação de um conselho é um exemplo que Blumenau tem que dar ao Brasil – adianta Borges.O treinamento que ocorreu ontem começou, em âmbito nacional, ano passado, quando a equipe percorreu 27 municípios. Este ano,em Santa Catarina, o curso ocorrerá também em Florianópolis e Joinville. De acordo com Emilio Munaro, coordenador do Grupo de Trabalho Antipirataria da Associação Brasileira das Empresas de Software ( Abes) , dos 36 milhões de CDs e DVDs piratas apreendidos no Brasil no ano passado, 60% foram encontrados no Estado.

http://www.abpi.org.br/empauta/sexta/140308.pdf

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Jornais exigem de Google respeito a direito autoral(ABPI – 14.03.2008 p.23)

ECONOMIAA Associação Mundial de Jornais ( WAN, na sigla em inglês) vai exigir que agregadores de notícias como o Google adotem o novo padrão para alertar os usuários sobre textos sujeitos à cobrança de direitos autorais. Ron Jonas, executivo europeu do Google, disse que a companhia, a maior empresa de buscas de agregação de conteúdo na internet, estava satisfeita com o atual status que, o qual "oferece tudo o editores precisam".O atual padrão, chamado robots. txt, permite que os editores aceitem ou rejeitem o mecanismo de busca de conteúdos para que sejam republicados em sites como o Google News. Mas não dá qualquer outra opção a não ser "sim" e "não". O novo padrão Acap, sigla de Protocolo Automatizado de Acesso a Conteúdos, desenvolvido por um consórcio de grupos editoriais e associações ligadas à comunicação de todo o mundo, entre os quais aWAP, oferece mais alternativas aos editores, permitindo salvaguardar os direitos de autor.- É particularmente estranho para o Google ser advertido pelos editores de todo o mundo, de todos os setores, já que a empresa sabe claramente que discordamos do padrão robots. txt. Se as razões do Google para, aparentemente, não suportar o Acap decorrem de seus próprios interesses comerciais, então eles deveriam dizer isso, e não espalhar inverdades - disse Gavin OReilly, presidente da Associação Mundial de Jornais.Os editores pediram ao Google respeito os direitos dos criadores de conteúdo. Os editores de jornais começam a implementar o Acap, já feito pelos sites de jornais de 16 países. Mais detalhes sobre o Acap e como implementá-lo podem ser encontrados em www.the-acap.org.

http://www.abpi.org.br/empauta/sexta/140308.pdf

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Marca - Consumidor invade a propaganda. Agências buscam a espontaneidade dos clientes para transmitir credibilidade aos produtos

(Estado de São Paulo - 17/03/2008 B-12 Negócios)

Marili Ribeiro

A autenticidade é a chave para reter a atenção na atual safra de anúncios que apela aos depoimentos de usuários de uma marca. A ferramenta, recorrente na publicidade desde a década de 40, surgiu com o sabão em pó Omo convocando donas de casa a falar das vantagens de lavar com o produto. No momento, estão no ar pelo menos quatro campanhas apostando no recurso: da Fiat, do Banco Real, da empresa de radiocomunicação Nextel e da operadora de telefonia Brasil Telecom.

“Delegar ao consumidor o texto da peça publicitária, antes produzido pela própria agência, é um avanço na categoria”, diz Adilson Xavier, presidente e diretor de criação da Giovanni+DraftFCB, a agência responsável pela campanha de varejo da Fiat. “Apesar de ser uma campanha para estimular vendas, a referência a isso surge apenas no final do comercial, depois que o dono do carro contou sua própria história com a assinatura: Esse Fiat é meu.”

A proposta de usar o depoimento filmado no carro do consumidor é resultado de um longo trabalho. Começa com uma seleção a partir do banco de dados da companhia. Para o teste, no caso, foram contatados 30 proprietários de diferentes modelos da montadora. A partir do relato inicial de cada um deles, foram eleitas as 11 melhores histórias para serem rodadas.

O Banco Real, por meio da agência Lew, Lara/ TBWA, recorre ao expediente desde 2000 e já levou mais de 50 clientes às gravações de seus comerciais para a TV. A propaganda que está agora em cartaz também fugiu de um roteiro previamente acertado. Apostou na emoção da escolhida, a jornalista Claudia Fontoura, ao ver fotos de família. Fotos que ela havia escolhido sem saber para quê, e que foram ampliadas com mais de cinco metros de altura e expostas em um galpão.

“Todo mundo hoje em dia tem uma relação mais estreita com a comunicação e vê a propaganda mais criticamente, a gente detecta isso em pesquisas”, diz André Laurentino, vice-presidente de criação da Lew,Lara/TBWA. “Os testemunhais produzidos na base dos elogios, como se fazia na época das campanhas do Omo, não funcionam mais. Tudo deve ter um toque de espontaneidade para produzir vibração e soar natural.”

A busca de elo efetivo entre o usuário e a marca levou Celso Loducca, presidente da agência Loducca, a convencer o cineasta Fernando Meirelles, que produziu a campanha da Nextel repleta de depoimentos, a também se tornar um usuário do produto. Ele comprou e acabou dando seu testemunho em uma versão de anúncio impresso da campanha onde se registra: cliente desde 2008.

Entre os clientes-personagens da Nextel estão figuras conhecidas, embora sem caráter de celebridade, segundo Loducca. São os casos da atriz Camila Morgado, usuária desde 2001, e do chef de cozinha Alex Atala, cliente desde 2003. “A escolha deles está relacionada com o atual momento da Nextel, que quer ir além do mundo corporativo, que foi o foco do negócio até momento”, diz Loducca.

A veracidade do que é falado também é explorada na campanha da Brasil Telecom, que usa depoimentos de usuários como um marceneiro, um motorista e uma estudante. Todos contam suas vivências com os serviços da empresa. “Foram mais de 150 entrevistas, que geraram 40 escolhidos, dos quais 15 terão seus depoimentos gravados até final de ano”, diz o vice-presidente de criação da Leo Burnett, Ruy Lindenberg.

Para José Borghi, presidente da agência Borghierh/Lowe, sem nenhuma campanha do gênero em veiculação no momento, há um grande desgaste do uso de celebridades dizendo que usam determinado

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produto - que, em alguns casos não usam. “Com o advento da internet, onde o consumidor tem voz ativa, tudo se desmascara e acaba por enfraquecer esse tipo de apelo.”

FRASE

André LaurentinoVice-presidente de criação da Lew,Lara/TBWA

“Os testemunhais produzidosna base dos elogios, como se fazia na época das campanhas do Omo, não funcionam mais. Tudo deve ter um toque de espontaneidade para produzir vibração e soar natural”

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SEGUROS

Levantamento - Perda das seguradoras supera às do Katrina(DCI 17.03.2008 A-10 Internacional)

O colapso do mercado de crédito imobiliário de alto risco (subprime) vai ocasionar prejuízos recorde para as seguradoras, superando os gerados pelo furacão Katrina, a maior catástrofe natural da história dos Estados Unidos.

O valor das baixas contábeis de ativos e dos prejuízos com crédito não quitado registrados pelo setor alcançou pelo menos US$ 38 bilhões, pouco menos que os US$ 41,1 bilhões em pedidos de cobertura decorrentes do furacão Katrina, que matou mais de 1.500 pessoas e deixou mais de metade da população de Nova Orleans desabrigada em 2005, segundo dados reunidos pela Bloomberg.

O American International Group Inc. (AIG), a maior seguradora do mundo, contabilizou o maior prejuízo trimestral de seus 89 anos de história devido à queda dos investimentos vinculados a contratos de crédito imobiliário. Seu principal executivo, Martin Sullivan, disse aos acionistas que é possível que a empresa contabilize ainda mais prejuízos em meio à maior depreciação do mercado norte-americano de imóveis residenciais dos últimos 25 anos.

"Esse acontecimento é maior que o Katrina", disse Robert Haines, analista de seguros da CreditSights Inc. "Ele é muito mais sem precedentes", acrescenta.

A AIG, a Ambac Financial Group Inc. e a MBIA Inc. foram as empresas que registraram os maiores prejuízos vinculados aos mercados de crédito imobiliário.

A AIG encabeçou a lista, com US$ 6,7 bilhões em prejuízos causados por títulos lastreados em crédito imobiliário residencial. A Ambac, a segunda maior seguradora de bônus, realizou US$ 6 bilhões em baixas contábeis com a deterioração dos mercados de crédito. A MBIA, a maior seguradora do país, sofreu mais de US$ 3 bilhões em prejuízos.

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Seguros - Allianz estuda mudanças em sua unidade bancária(DCI 17.03.2008 A-13 Finanças)

A Allianz SE, maior seguradora da Europa, vai dividir o seu não lucrativo banco de investimento e considerar uma fusão para a unidade de varejo, como forma de compensar os US$ 36,8 bilhões referentes à aquisição do Dresdner Bank há sete anos. O banco será separado entre uma unidade para clientes de atacado e gestão de fortunas (private) e outra que consistirá nos negócios de títulos do Dresdner Kleinwort, disse Martin Halusa, porta-voz da companhia.

O plano habilitará o banco a atuar como uma "parte ativa" no processo de consolidação bancária no mercado alemão, acrescentou ele na sexta-feira.

Os ganhos da Allianz vêm sendo corroídos pelo Dresdner desde a compra em 2001. A divisão bancária reportou no ano passado perdas de cerca de 1,3 bilhão de euros (US$ 2 bilhões) relacionadas ao colapso no mercado de crédito imobiliário de alto risco nos Estados Unidos (subprime).

A Allianz chegou a negar repetidas vezes que deveria vender ou fundir partes do banco com rivais como o Deutsche Postbank AG. Para o analista Konrad Becker, da Merck Finck & Co., a seguradora agora pode "sair da área de banco de investimento, estabelecer uma fusão com o Postbank, ou até mesmo vender o braço de banco de varejo".

As ações da Allianz caíram 0,1% para 111,61 euros na bolsa eletrônica de Frankfurt na sexta-feira. Os papéis já declinaram 25% este ano, dando à companhia um valor de mercado de 50 bilhões de euros.

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Seguros - Subprime aumenta pedidos de pagamento de apólice de má gestão(Gazeta Mercantil 17.03.2008 B-3 Governança Corporativa)

A crise americana com créditos hipotecários de alto risco, conhecida como subprime, já traz efeitos para o seguro de responsabilidade civil de executivos, conhecido como Directors & Officers (D&O). Segundo Enrico Nanni, diretor-executivo da divisão Aon Network Solutions, do grupo Aon, dono de uma das maiores consultoras de seguros do mundo, 47 empresas avisaram que acionistas questionam judicialmente a responsabilidade dos executivos diante das milionárias perdas divulgadas até agora, superiores a US$ 200 bilhões. "Acredito que haverá uma pressão para a subida do preço nos próximos meses mas, para empresas fora do mercado financeiro, essa tendência não deverá se consolidar, permanecendo o ciclo de taxas decrescentes", disse Nanni, durante a 10ª Conferência Latino Americana de Seguros em Energia, promovida entre 10 e 12 deste mês, em Buenos Aires. Eduardo Pitombeira, responsável pelos seguros financeiros da Zurich na América Latina, as instituições financeiras já encontram dificuldades para negociar suas apólices de responsabilidade civil do executivos, onde investidores questionam a perda de rentabilidade; de D&O, contra ações de acionistas; e de fraude, onde a beneficiária é a instituição financeira. "Além da crise do subprime, temos o choque de credibilidade que veio à tona com a fraude do Société Générale. As várias leis internacionais exigidas pelos órgãos reguladores para controlar riscos de gestão se mostraram frágeis e isso pode gerar uma revisão no cálculo do preço do seguro com o agravamento do risco. Se um grupo do porte do SocGen

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registrou perdas de US$ 4,9 bilhões, outros podem estar oferecendo o mesmo risco para o setor de seguros", explica Pitombeira. A situação fica ainda mais grave com as perspectivas de que o prejuízo com o subprime pode chegar a US$ 600 bilhões, segundo divulgou a agência Fitch. Entre as seguradas que já reportaram avisos que seus executivos foram intimados pela Justiça, 25 são do mercado financeiro. Além de cobrir o valor indenizatório determinado pela Justiça, desde que o executivo não tenha agido de ma fé, o seguro de D&O cobre custas judiciais e adianta valores financeiros para que o empresário possa ter dinheiro para as contas cotidianas caso seus bens sejam apreendidos. Nanni, da Aon, informou em sua palestra que a crise do subprime ainda deve trazer mais acionamentos nos Estados Unidos. "Esse movimento não deverá agravar os preços do seguro em países da América Latina, onde México e Brasil são os maiores compradores do produto, pois há muita oferta de capacidade", disse. Segundo o executivo, é possível achar com facilidade no mercado de resseguros capacidade de US$ 300 milhões por risco a um preço razoável. O temor das seguradoras é ter um ano como no início do século 21. As maiores perdas em D&O foram iniciadas com a quebra da Enron, que gerou acordos com acionistas de US$ 7,1 bilhões. A WorldCom é a vice líder em indenizações, com US$ 6,1 bilhões. A Cedant gerou indenizações de US$ 3,5 bilhões. As empresas que mais contratam o seguro de D&O são aquelas que negociam seus papéis no mercado acionário. Os Estados Unidos são os campeões em compra de D&O nas Américas. As empresas latinas que negociam ADR na bolsa de valores americana ocupam a segunda colocação no ranking do segmento. "Tem sido uma carteira tranqüila, com pouquíssimos acionamentos em países da America Latina. E por isso, acredito que o preço continuará com margens para negociação", aposta Nanni, da Aon. No Brasil, que até o momento não tem qualquer reflexo das crises, a procura pelos seguros tem crescido nos últimos anos. Principalmente agora que o Banco Mundial passou a reduzir significativamente a taxa de juros em empréstimos às instituições que têm essas apólices", diz. Marcelo Neves, diretor da OCS, corretora de seguros cativa do grupo Odebrecht, aposta na tendência de baixa das taxas. "Não há subprime no Brasil e por isso não há porque pagarmos a mais por um risco que não oferecemos", argumenta o dono de uma das maiores apólices de seguros do Brasil. Segundo dados da Susep organizados pela consultoria Siscorp, o seguro de D&O movimentou prêmios de R$ 96,4 milhões em 2007, alta de 9,3% em relação a 2006. A Unibanco AIG é a maior do Brasil, com prêmios de R$ 42,4 milhões. A Chubb é a segunda maior, com R$ 12,3 milhões, seguida pela ACE (R$ 11,6 milhões), SulAmérica (R$ 10,5 milhões), e Itaú XL (R$ 8,4 milhões).

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Proposta regula a venda de seguros de viagem(Câmara - 14.03.2008)

O Projeto de Lei 2640/07, do deputado Barbosa Neto (PDT-PR), estabelece requisitos para a comercialização de seguro facultativo complementar de viagem no transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros. Entre outros aspectos, a proposta prevê que a empresa deve desvincular a aquisição da passagem do seguro, e assegurar liberdade de contratação.

Os seguros coletivos poderão ser comercializados pela própria empresa de transporte, ou por entidade representante dos usuários desse serviço.

Liberdade de contratação

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De acordo com Barbosa Neto, uma resolução recente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) regula a comercialização de seguro facultativo. Para ele, a medida foi "bastante positiva, pois permitirá aos usuários optar por um nível maior de cobertura em suas viagens". No entanto, o parlamentar avalia que a resolução fere a liberdade de contratação, ao prever que os seguros coletivos só serão comercializados por representante dos usuários de serviços de transporte rodoviário.

Segundo ele, as empresas do setor deveriam negociar condições melhores com as corretoras e seguradoras, com base na livre concorrência, resultando em benefício para o usuário final.

Tramitação O projeto terá análise em caráter conclusivo nas comissões de Viação e Transportes; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:- PL-2640/2007

http://www2.camara.gov.br/internet/homeagencia/materias.html?pk=118738Retornar ao índice de assunto

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TJMT - Seguro só pode ser pago a beneficiário que figura em apólice(IOB - on line - 14.03.2008)

Não tem legitimidade e interesse processual para postular indenização securitária o descendente que não figura na apólice como beneficiário. Porém, em caso de falecimento deste o valor do seguro passa a ser transmitido aos herdeiros. Com esse entendimento a Sexta Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso manteve decisão que reconheceu como único beneficiário de uma apólice de seguro o marido da vítima, conforme estabelecia o contrato com a seguradora. As filhas do casal ajuizaram uma ação para que fossem reconhecidas como beneficiárias, já que o benefício não era prevista no contrato assinado pela própria mãe. Entretanto, no decorrer do processo em Primeira Instância, o beneficiário do seguro (pai) também faleceu.

Com isso, a apólice passou a fazer parte do espólio e as filhas passaram a ter direito sobre o seguro de vida. Mesmo diante dessa situação, conforme os autos, a Companhia de Seguros Aliança do Brasil alegou o não pagamento da apólice porque a segurada, ao preencher a proposta, não declarou doença preexistente, hipertensão, que, segundo a empresa, foi a causa da morte. A companhia pleiteou também a não aplicação da correção monetária sob a quantia a ser paga a partir da data do óbito da segurada.

Conforme o relator do recurso, Desembargador Juracy Persiani, o pleito da seguradora quanto à incidência da aplicação da correção monetária é sem razão, já que não é considerada majoração da condenação, mas, recomposição do valor aquisitivo da moeda em função da inflação e que deve ser aplicada a partir da data do sinistro. Para o Magistrado, não há como falar em recusa em pagar a indenização securitária com fundamento em doença preexistente se a segurada não exigiu o exame médico ao contratar. "Senão terá beneficiado da própria torpeza ao omitir-se na garantia da inexistência do mal e se locupletar com o recebimento dos prêmios que seriam indevidos, porque não poderia ter contratado", afirmou.

Quanto ao pagamento da apólice o relator ressaltou que como o marido da segurada era o único beneficiário, com o seu falecimento "o crédito pela indenização objeto da lide passou a integrar o espólio,

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o acervo dos bens deixados pelo finado". O que está previsto nos termos do artigo 1.788 do Código Civil, "morrendo a pessoa sem testamento, transmite-se a herança aos herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo".

Participaram da votação o Desembargador José Ferreira Leite (Revisor) e o Juiz Substituto de Segundo Grau Marcelo Souza de Barros (Vogal). (Os dados do processo não foram fornecidos pela fonte).

http://200.160.251.54:8080/sinteseNet/template.htm?view=noticiaJuridica&id=85236&tipo=2

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Planos de saúde entram na Justiça nesta semana contra ANS(Última Instância – 17.03.2008)

A Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo) deve entrar na próxima semana com uma ação questionando a Resolução Normativa nº167 da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), que estabelece um novo rol de procedimentos a serem cobertos pelas operadoras de planos de saúde.

A resolução, publicada em janeiro de 2008, estabelece que a partir de 2 de abril deste ano todas as operadoras de planos de saúde terão que oferecer aos beneficiários contratados a partir de janeiro de 1999 os procedimentos e eventos em saúde previstos no novo rol.

Na ação, a associação —que representa cerca de 300 empresas— deve contestar a retroatividade da norma da ANS. Para os afiliados ao Sinamge (Sindicato Nacional das Empresas de Medicina de Grupo) e ao Sinog (Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo), não permitir o reajuste dos contratos pode causar grave risco ao equilíbrio econômico-financeiro.

Entre os procedimentos que passarão a ter cobertura obrigatória estão o fornecimento de métodos anticoncepcionais (como cirurgias de laqueadura, vasectomia e implante de DIU) e o atendimento por paramédicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.

O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) se manifestou contra a resolução, pois há avaliação de que nele “não constam diversos procedimentos necessários para diagnóstico e manutenção da saúde do paciente”.

De acordo com artigo publicado por Daniela Trettel advogada do Idec e membro do Conselho Nacional de Saúde em Última Instância, muitos consumidores já têm acessado os novos procedimentos através do Poder Judiciário.

“A luta do Idec em defesa do consumidor de planos de saúde continua. Permanecem de fora do rol de cobertura obrigatória muitos procedimentos necessários para a garantia da saúde do consumidor, dentre eles transplantes halogênios de medula óssea (quando a medula transplantada é doada por terceiro), outros transplantes (coração, fígado, pâncreas, pulmão, etc) e procedimentos de diagnóstico, como o pet scan (largamente utilizado para o diagnóstico do câncer)”, afirmou a advogada.

http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/48640.shtml

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Saldo de consórcio com seguro deve ser quitado em caso de morte(Correio Forense – 17.03.2008)

Nos contratos de consórcio em que há cobrança de seguro prestamista junto com a prestação mensal, fica assegurada a quitação do saldo devedor junto à empresa de consórcio em caso de morte do consumidor. Neste sentido, a Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça improveu recurso interposto pelo Consórcio Nacional LTDA (CNF) e pela Itaú Seguros S/A, e manteve decisão que determinou à Itaú Seguros o pagamento de R$ 23.990,20 ao sócio do segurado falecido, referente ao valor para quitação do contrato de adesão ao grupo de consórcio. A empresa de consórcio, por sua vez, deve devolver os R$ 16.418,88 pagos indevidamente após a morte do cliente. A decisão foi unânime.

O segurado que morreu durante a vigência do consórcio era sócio da empresa Distribuidora de Gás Safana LTDA, de Sinop. A decisão proferida no recurso de apelação cível número 63672/2007 também proibiu a inscrição do nome da empresa distribuidora de gás nos serviços de proteção ao crédito. A empresa havia aderido ao grupo de consórcio, mas não havia conseguido obter a quitação do veículo após a morte do sócio da empresa, pois lhe foi negada a liquidação do saldo devedor sob alegação de atraso das parcelas referentes aos prêmios do seguro prestamista.

O seguro prestamista tem por objetivo garantir a liquidação do saldo devedor do segurado (consumidor) junto ao beneficiário (empresa de consórcio), caso ocorra eventos contratualmente previstos, como morte, invalidez ou perda de renda.

Segundo o relator do recurso, desembargador Sebastião de Moraes Filho, a decisão proferida em Primeira Instância equacionou e apreciou a questão de forma serena e justa, e não merece reparos. "O seguro foi quitado dois dias antes do falecimento do sócio da empresa e esta, por outro lado, não foi constituída em mora". No contrato de adesão ao grupo de consórcio, havia previsão de pagamento de prêmio de seguro cobrado juntamente com a prestação mensal. Das 80 parcelas devidas, a empresa pagou metade.

O magistrado destacou que, se foi a empresa de consórcio (a CNF), quem supostamente recebeu o que lhe não era devido, ela fica obrigada a restituir. Da mesma forma, cabe à seguradora, neste caso a Itaú Seguros, cobrir as parcelas do contrato.

"Aparentemente, as parcelas do consórcio e, conjuntamente do prêmio do seguro, foram pagas em 17/11/04 e 02/12/2004, portanto, quando da morte do sócio da empresa autora, estava adimplido o prêmio do seguro. Ainda que a autora estivesse em atraso com referência a duas parcelas, mesmo assim o contrato de seguro estaria vigente, sendo devida a indenização, posto que a autora deveria ser constituída em mora", destacou o relator.

Ele explicou ainda que a cláusula que estipula o não pagamento da indenização em razão da falta de pagamento de duas parcelas, sem constituição em mora do devedor, deve ser considerada abusiva, como estabelece o Código de Defesa do Consumidor. "O inadimplemento de duas das parcelas do prêmio, por si só, não dá ensejo ao não-pagamento da indenização devida, porque a seguradora sequer notificou o consumidor, constituindo-o em mora e o intimando para purgação".

Os desembargadores Carlos Alberto Alves da Rocha (revisor) e Leônidas Duarte Monteiro (vogal) também participaram do julgamento.

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Seguro só pode ser pago a beneficiário que figura em apólice(Correio Forense – 17.03.2008)

Não tem legitimidade e interesse processual para postular indenização securitária o descendente que não figura na apólice como beneficiário. Porém, em caso de falecimento deste o valor do seguro passa a ser transmitido aos herdeiros. Com esse entendimento a Sexta Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso manteve decisão que reconheceu como único beneficiário de uma apólice de seguro o marido da vítima, conforme estabelecia o contrato com a seguradora. As filhas do casal ajuizaram uma ação para que fossem reconhecidas como beneficiárias, já que o benefício não era prevista no contrato assinado pela própria mãe. Entretanto, no decorrer do processo em Primeira Instância, o beneficiário do seguro (pai) também faleceu.

Com isso, a apólice passou a fazer parte do espólio e as filhas passaram a ter direito sobre o seguro de vida. Mesmo diante dessa situação, conforme os autos, a Companhia de Seguros Aliança do Brasil alegou o não pagamento da apólice porque a segurada, ao preencher a proposta, não declarou doença preexistente, hipertensão, que, segundo a empresa, foi a causa da morte. A companhia pleiteou também a não aplicação da correção monetária sob a quantia a ser paga a partir da data do óbito da segurada.

Conforme o relator do recurso, desembargador Juracy Persiani, o pleito da seguradora quanto à incidência da aplicação da correção monetária é sem razão, já que não é considerada majoração da condenação, mas, recomposição do valor aquisitivo da moeda em função da inflação e que deve ser aplicada a partir da data do sinistro. Para o magistrado, não há como falar em recusa em pagar a indenização securitária com fundamento em doença preexistente se a segurada não exigiu o exame médico ao contratar. "Senão terá beneficiado da própria torpeza ao omitir-se na garantia da inexistência do mal e se locupletar com o recebimento dos prêmios que seriam indevidos, porque não poderia ter contratado", afirmou.

Quanto ao pagamento da apólice o relator ressaltou que como o marido da segurada era o único beneficiário, com o seu falecimento "o crédito pela indenização objeto da lide passou a integrar o espólio, o acervo dos bens deixados pelo finado". O que está previsto nos termos do artigo 1.788 do Código Civil, "morrendo a pessoa sem testamento, transmite-se a herança aos herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo".

Participaram da votação o desembargador José Ferreira Leite (Revisor) e o juiz Substituto de Segundo Grau Marcelo Souza de Barros (Vogal).

http://www.correioforense.com.br/noticias/noticia_na_integra.jsp?idNoticia=29283

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SOCIETÁRIO

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Mercado de Capitais - Auto-regulação ganha espaço com respaldo da CVM. Habilidade para fiscalizar e punir são os temores meiores do avanço desse processo.

(Valor Econômico 17.03.2008 B-3 Empresas/S.A.)

Graziella Valenti, de São PauloLeo Pinheiro Maria Helena Santana, da CVM: "A auto-regulação é um dos pilares do boom que o mercado de capitais brasileiro viveu" Colocar a raposa para cuidar do galinheiro pode não parecer a melhor solução, mas a experiência mostra que pode ajudar a manter as galinhas ciscando no seu devido lugar. No mercado de capitais brasileiro, a prática da auto-regulação vem se sofisticando cada dia mais.

Os participantes do mercado vêm criando novos e cada vez mais complexos mecanismos de organização. Uma das mais recentes iniciativas de peso nesse sentido, que deve ser implantada a partir de julho deste ano, evidencia a ampliação dos limites da auto-regulação e o respaldo que ela conquistou do próprio regulador.

Conforme antecipado pelo Valor, a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) fará um convênio com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para analisar as ofertas públicas de títulos mobiliários. A idéia é que todo o material pertinente chegue já avaliado na autarquia. Luiz Fernando Resende, vice-presidente da Anbid, explica que, primeiramente, a associação avaliará as emissões de títulos de dívida. Depois, iniciará o acompanhamento das distribuições públicas de ações de companhias já listadas na Bovespa. Só então é que passará a analisar as ofertas inicias, de companhias que abrirão capital.

Na prática, esse convênio significa que os agentes do mercado alcançaram um grau tal de confiança que poderão fazer uma parte do trabalho que, até então, era feito pela CVM. "A auto-regulação não é nova no Brasil. Vem de um ciclo longo, iniciado em 1998. É um dos pilares do 'boom' que o mercado de capitais brasileiro viveu", diz Maria Helena Santana, presidente da autarquia.

A expansão citada pela presidente da CVM são as aberturas de capital ocorridas a partir de 2004. O Novo Mercado e os níveis de governança da Bovespa, também iniciativas de auto-regulação, são parte importante da explicação desse sucesso. O espaço tido como de excelência em governança da bolsa paulista conta hoje com 93 participantes. No Nível 1 há outros 44 e no Nível 2, mais 20.

Em 1998, ano citado por Maria Helena, foi lançado o código Anbid. As regras criadas pela organização, mais tarde, vieram a balizar a instrução 400 da CVM, que regula ofertas de títulos de dívida e ações.

Ser fonte de inspiração para o regulador e a capacidade de ser mais ágil são justamente os pontos da auto-regulação mais citados como positivos pelos especialistas. Gilberto Mifano, diretor-geral da Bovespa, destaca que iniciativas adotadas pelo mercado costumam ser seguidas, mais à frente, pelo regulador. "Antes, as exigências do Nível 1 tinham uma diferença maior sobre as regras obrigatórias a todos do que hoje", diz.

Além disso, complementa Mauro Cunha, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), a auto-regulação tem um custo muito mais baixo. Essa economia é enfatizada também por Maria Helena. "A auto-regulação libera recursos do regulador para outras questões. E também dá conforto a respeito do cumprimento das regras", diz ela.

Mas a capacidade (ou a falta de) dos agentes auto-reguladores para fiscalizar e punir com o empenho necessário é o que mais causa preocupação no avanço desse processo. A história recente do mercado de capitais mais desenvolvido do mundo, o americano, mostra que a raposa pode sim cair em tentação. Por isso, ela também precisa de um fiscalizador.

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Até as fraudes contábeis do começo da década, as auditorias não eram reguladas nos Estados Unidos. Depois dos escândalos que destruíram nomes como Enron e WorldCom, o país decidiu criar um órgão para fiscalizar os auditores.

Por isso, Edison Garcia, superintendente da Associação dos Investidores do Mercado de Capitais (Amec), diz que o sucesso da auto-regulação depende da maturidade dos participantes do mercado. "É um processo de construção de credibilidade em que os agentes admitem que seus pares submetam penas e multas. Assim, adere-se às regras para participar de um grupo."

A avaliação, em dado momento, pode ser que as regras precisam ser mais rígidas para que a credibilidade no sistema aumente. Ser mais exigente com seu próprio grupo pode trazer ganhos para o mercado como um todo.

Além da Anbid, outras associações têm iniciativas de auto-regulação. A Associação Brasileira das Companhias de Capital Aberto (Abrasca) fornece regras, por exemplo, para a política de comunicação de fatos relevantes das empresas registradas na CVM. O Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), por sua vez, prepara um processo de certificação da política das companhias de relacionamento com o mercado. Segundo João Nogueira Batista, presidente do conselho de administração, a idéia é desenvolver as bases do processo neste ano para aplicar em 2009.

A contabilidade também avança no terreno da auto-regulação. Hoje as regras são conjuntamente decididas entre a CVM e o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), órgão que reúne seis entidades de mercado, das companhias abertas aos analistas de investimentos.

Há outras iniciativas de criação de códigos e parâmetros de conduta que não têm a mesma capacidade punitiva, mas que se multiplicam velozmente. Hoje, praticamente todas as grandes companhias regulam por meio de códigos de conduta e ética o comportamento de seus executivos. Os temas tratados em tais documentos vão desde o cuidado com informações sigilosas a questões ambientais e negociação com ações da empresa.

"Essas iniciativas são muito importantes pelo caráter preventivo", destaca Maria Helena. Porém, para que funcionem é preciso seriedade na adoção dos códigos de conduta pelas empresas e pelos executivos. "Não podem ser apenas instrumentos de marketing."

Na semana passada, José Guimarães Monforte, presidente do IBGC, explicou porque as medidas de auto-regulação estão mais complexas, ao lançar a primeira carta diretriz do instituto (que trata sobre independência do conselho de administração). Segundo ele, o Brasil já começa a apresentar questões e dilemas de um país com um mercado desenvolvido. Por isso, precisa que os participantes passem a discutir e debater assuntos polêmicos em profundidade. "Passamos anos divulgando melhores práticas para companhias. Agora, temos de ir além."

Não por acaso os próximos temas a serem avaliados pelo IBGC são as chamadas "pílulas de veneno", aquelas cláusulas nos estatutos das companhias que visam impedir ou dificultar tomadas hostis de controle, e os laudos de avaliação, documentos que balizam preço ou as relações de trocas de ações em casos de incorporação, cisão ou aquisição.

Resende, da Anbid, acredita que a auto-regulação do mercado brasileiro está mais avançada e à frente da organização apresentada até mesmo em países desenvolvidos. Para Monforte, do IBGC, um dos destaques do país é a coesão entre as organizações e os participantes de mercado. "As diversas associações se auxiliam no processo de formulação das regras e mesmo na fiscalização."

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Contabilidade - Padrão nacional terá novos conceitos básicos (Valor Econômico 17.03.2008 B-3 Empresas/S.A.)

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), em conjunto com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), emitiu o documento que apresenta os conceitos básicos que deverão estar por trás da elaboração dos balanços a partir adoção da lei aprovada no final do ano passado, a 11.638.

Seguindo o objetivo da convergência global da apresentação dos números, o documento emitido na sexta-feira pelo CPC é tradução do material análogo produzido pelo órgão que cuida do padrão internacional IFRS, o Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb). Traz os conceitos dos principais elementos de um balanço e as características qualitativas que as demonstrações devem apresentar.

José Carlos Bezerra, gerente de normas contáveis da CVM, explica que o Pronunciamento Conceitual Básico - nome oficial do material - será a base para elaboração dos demais pronunciamentos a serem feitos pelo CPC e das normas da autarquia. Porém, ainda será complementado por novos textos, para conter toda a base necessária para a nova contabilidade nacional.

"O pronunciamento é absolutamente conceitual", explica Eliseu Martins, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) e vice-coordenador técnico do CPC. "Por isso, ele nem tem um número, como os outros tem, e nem leva a palavra 'técnico' em seu nome."

Logo na introdução, o documento lista as suas diversas finalidades, o que ajuda a entender sua relevância, a despeito de se tratar apenas de conceitos. Entre elas estão: dar suporte na elaboração dos balanços e no desenvolvimento dos próximos pronunciamentos técnicos e auxiliar os auditores independentes a formar sua opinião sobre a aplicação do padrão no preparo das demonstrações financeiras.

Para os balanços anuais de 2008, quando deverá ser adotada a nova lei contábil brasileira, o novo pronunciamento substituirá o documento anteriormente vigente, emitido pelo Instituto dos Auditores Independentes (Ibracon), em 1986, e aprovado pela CVM por meio da deliberação 29. A deliberação CVM que aprovou o novo texto é a 539.

De acordo com Martins, a principal diferença entre os documentos é que o novo, por ser uma tradução o material do Iasb e visar à convergência, enfatiza a primazia da "essência sobre a forma". A expressão vem sendo amplamente utilizada nos debates sobre o novo cenário contábil nacional. Significa que neste novo ambiente é mais importante que o balanço da companhia transmita a realidade econômica do negócio, no lugar do usual "fora da realidade, mas dentro das regras". O IFRS, inspiração e objetivo das novas normas contábeis brasileira, é formado por princípios gerais e não regras específicas.

Além do pronunciamento conceitual, o CPC e a CVM colocaram em audiência pública as regras para a demonstração de fluxo de caixa, cuja obrigatoriedade foi inserida pela lei 11.638. O material substituirá a demonstração de origem e aplicação de recursos (Doar). Novamente, trata-se de uma tradução do conteúdo do Iasb, a IAS 7.

Existem apenas duas diferenças frente ao original, explica Bezerra, da CVM. A primeira é a necessidade de uma reconciliação entre o lucro e o fluxo de caixa. A segunda é o impedimento de que a companhia publique o fluxo de caixa por ação. "Esse documento novo tem outro objetivo, o de demonstrar a liquidez da companhia. O que melhor explica o desempenho do negócio ainda é o lucro por ação. Só confundiria o investidor." (GV)

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Mercado de Capitais - Lucro das corretoras cresce 672% (Valor Econômico 17.03.2008 C-1 Finanças)

Altamiro Silva Junior, de São Paulo

As corretoras nunca ganharam tanto dinheiro como em 2007. O lucro líquido do setor subiu 672% para R$ 1,83 bilhão, segundo levantamento elaborado pelo Valor Data com base no balanço de 24 corretoras que já divulgaram resultado. Capitalizadas, as corretoras resolveram colocar em prática vários projetos. A Link, da família Mendonça de Barros, vai abrir um banco de investimento. A Souza Barros está instalando um escritório nos Estados Unidos e a Concórdia, do grupo Sadia, está abrindo uma área internacional para operar com estrangeiros.

Boa parte dos lucros das corretoras em 2007 veio da venda de ações da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Por conta disso, o resultado não operacional das corretoras aumentou de R$ 945 mil em 2006 para R$ 2 bilhões no ano passado.

Estas instituições tinham títulos patrimoniais que davam direito a negociar nas bolsas. Na abertura de capital, estes títulos foram convertidos em ações e parte delas foi oferecida ao mercado. Parte ainda está com as corretoras, o que sinaliza elas ainda têm um "tesouro" guardado em seus cofres, que pode vir a ser fonte de novos ganhos.

Na compra da Ágora, o Bradesco pagou R$ 830 milhões, dos quais R$ 500 milhões pela corretora e R$ 330 milhões pelas ações da Bovespa e BM&F que ela ainda tem em carteira. No Banco Fator, por causa dos títulos da sua corretora, há um lucro não realizado de R$ 320 milhões, considerando os preços dos papéis das bolsas de dezembro de 2007. "O ano passado foi um dos melhores da história para nossa corretora", diz Manoel Horácio Francisco da Silva, presidente do Banco Fator. A rentabilidade patrimonial saiu de 14,5% para 117% e o lucro cresceu incríveis 1.352%.

Mas não foi só o lançamento de ações das bolsas que impulsionou os lucros. Em um ano de recorde de operações tanto na BM&F como na Bovespa, as corretoras fizeram negócios como nunca. A receita com prestação de serviços subiu 75%, para quase R$ 1 bilhão, segundo o levantamento do Valor Data, que inclui corretoras do Bradesco, Credit Suisse, ABN Amro e HSBC.

Na Bovespa, o volume total negociado cresceu nada menos que 100% em 2007, atingindo R$ 1,2 trilhão. Além disso, foram mais de setenta ofertas de ações, entre operações primárias (emissões de novos papéis) e secundárias (ações já existentes), que movimentaram de R$ 75 bilhões. Já a BM&F, movimentou 426,3 milhões de contratos, com alta de 50,4% em relação ao ano de 2006. A média diária de negócios ficou em 1,74 milhão de contratos, com elevação de 51%.

Daniel Mendonça de Barros, sócio-diretor da Link Investimentos, conta que a corretora já vinha se preparando para este movimento. Investiu R$ 8 milhões para criar um centro de dados em Alphavile, em São Paulo, que funciona como um "escritório reserva". Qualquer problema técnico ou operacional, a unidade entra em operação e a operação é realizada normalmente.

Agora, a Link se prepara para um aumento ainda maior dos negócios, que pode vir quando o Brasil atingir a nota grau de investimento e os estrangeiros aumentarem as aplicações aqui. A corretora acaba de pedir autorização ao Banco Central para abrir um banco de investimento. Na prática, a instituição vai funcionar como um banco para a liquidação das operações dos clientes da Link.

Por ser corretora, ela não pode ir ao mercado tomar recursos para financiar a liquidação de seus clientes. Com o banco, a corretora honra a operação com a bolsa, mas financia o cliente que liquida em seu banco. "O banco vai dar mais agilidade e permitir volume maior de operações", conta Mendonça de Barros. A Link, que começou a operar com Bovespa em 2004, já é uma das dez maiores da bolsa.

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A Spinelli também se preparou. Mudou sua sede do centro velho de São Paulo para a região nobre da Faria Lima. Agora, está reforçando sua área de análise. Contratou Jayme Soares Alves Neto para o cargo de analista de investimentos, área que conta com cinco executivos. Sem falar em novos projetos, Manuel Lois, diretor de novos negócios da corretora, diz que a Spinelli trabalha para ser "um player importante" no mercado.

Embora 2008 tenha começado nervoso, com a bolsa muito volátil, os corretores consultados pelo Valor dizem que os negócios continuam acontecendo. "Apesar da crise externa, o volume de negócios não tem caído", afirma Marcelo Canguçú de Almeida, diretor da Concórdia. "Temos notado vários estrangeiros visitando o país. O Brasil virou a bola da vez", afirma Mendonça de Barros, da Link.

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Crédito - Rede de combustíveis cria financeira ALECred. Empresa abre primeiras lojas em postos no segundo semestre.

(Valor Econômico 17.03.2008 C-4 Finanças)

Ivana Moreira, de Belo Horizonte

Sexta maior distribuidora de combustíveis do país, com 1,2 mil postos em sua rede, a ALE prepara-se para entrar no mercado financeiro. A empresa investiu R$ 10 milhões para iniciar as operações da ALECred, uma financeira que terá um mix variado de produtos, dos cartões ao crédito consignado. O plano de negócios da ALECred vem sendo desenvolvido por Carlos Donzelli, ex-diretor da Luíza Cred contratado pela distribuidora de combustíveis há nove meses. A meta é abrir as primeiras lojas da financeira, que funcionarão nos postos de combustível, no início de segundo semestre.

Na empreitada, a rede de combustíveis terá como parceiro estratégico uma grande instituição financeira. A empresa não terá participação acionária na ALECred, mas terá direito à participação nos resultados. Da mesma forma, os revendedores - os donos dos postos - terão participação nos resultados financeiros do novo negócio.

"É um bom negócio também para os revendedores", afirma o vice-presidente da ALE, Jucelino Sousa. Segundo o executivo, os postos da rede têm localização estratégica no Sudeste e no Nordeste, incluindo em municípios não bancarizados. Como correspondente bancário, a ALECred receberá também pagamento de contas. "Isso vai aumentar o movimento nos postos."

O nome da instituição financeira parceira da ALE ainda é mantido sob sigilo. Segundo o vice-presidente, várias instituições foram consultadas. Até abril, a distribuidora espera assinar o contrato com a instituição escolhida.

Além da prestação de serviços à ALECred, essa instituição financeira será responsável por parte do funding para as operações da financeira, em cessões de crédito. "Outra parte do funding virá dos recursos próprios da ALE", explicou Sousa. A sede da financeira será em Belo Horizonte, onde já funciona a sede da distribuidora.

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Numa primeira fase, as ações da ALECred serão focadas nos cartões de crédito. O objetivo é ter 300 mil plásticos ativos num prazo de dois anos. Segundo o vice-presidente, a financeira é uma nova aposta comercial do grupo mas também uma ferramenta importante na consolidação da marca ALE.

A distribuidora é resultado da fusão entre a mineira ALE e a potiguar SAT. As duas marcas foram mantidas num primeiro momento. Desde o fim do ano, porém, a empresa passou a trabalhar apenas com a marca ALE, acabando com a SAT, forte sobretudo no nordeste.

A ALE fechou 2007 com vendas 15% maiores que as registradas no ano anterior. O faturamento somou R$ 5,8 bilhões. Para 2008, a meta é crescer mais 10%. A empresa se prepara para abrir capital, mas ainda não definiu um cronograma. A expectativa do mercado é a oferta pública inicial de ações ocorra ainda neste ano.

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Crédito - Usiminas capta US$ 1,3 bi em meio à crise. Transação começou em US$ 1,2 bilhão, mas teve excesso de oferta de linhas dos bancos.

(Valor Econômico 17.03.2008 C-14 Finanças)

Cristiane Perini Lucchesi, de São Paulo

Em meio à crise de solvência no sistema financeiro americano, a Usiminas acaba de conseguir empréstimo de US$ 1,3 bilhão, US$ 100 milhões acima do previsto inicialmente, de um total de 23 bancos em operação liderada pelo HSBC. Os recursos serão utilizados para comprar a mineradora mineira J. Mendes.

Desde janeiro, o HSBC colocou US$ 1,5 bilhão disponível para a empresa. Ficou com US$ 300 milhões nos seus livros e resolveu distribuir US$ 1,2 bilhão no mercado externo aos bancos. Apesar do agravamento da crise de crédito internacional, a Usiminas não teve dificuldades em obter US$ 100 milhões a mais do que o previsto, segundo Alexei Reminov, responsável pela área de mercado de capitais do HSBC.

"Para as empresas brasileiras de menor risco de crédito, há dinheiro disponível", afirma o executivo. A Usiminas informa que é a única siderúrgica brasileira considerada grau de investimento - espécie de selo de investimento não-especulativo - pelas três principais agências de classificação de risco de crédito: a Moody's, a Standard & Poor's e a Fitch Ratings.

"Nesses momentos difíceis do mercado, é preciso definir preços de forma correta, de forma a evitar que a transação acabe não saindo, o que prejudicaria a empresa e o mercado como um todo", afirma Reminov. "Não adianta querer apertar muito o preço diante de toda essa instabilidade que não dá certo", diz ele.

O empréstimo foi feito em três parcelas. A primeira foi um pré-pagamento à exportação de total de US$ 300 milhões e prazo de vencimento em cinco anos que vai pagar 1,10% ao ano sobre a Libor, a taxa interbancária de Londres. A segunda parcela foi um pré-pagamento à exportação de US$ 300 milhões com prazo de vencimento em sete anos e que vai pagar 1,35% sobre a Libor.

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A terceira e maior parcela é de US$ 700 milhões, tem vencimento em dois anos e trata-se de uma linha chamada de "revolver". Como um empréstimo "stand-by", um "revolver" ou crédito rotativo fica disponível para a empresa por um período pré-determinado com uma taxa prefixada. Mas, o "revolver" é mais flexível. Um crédito "stand-by", depois de sacado e quitado, não pode ser tomado de novo. O "revolver" permite que a empresa saque os recursos, pague e depois saque de novo desde que dentro do prazo preestabelecido, no caso da Usiminas os dois anos. Se a Usiminas sacar os recursos, vai pagar Libor mais 0,75% ao ano. Se a empresa não sacar o dinheiro, vai pagar 0,3375% para ficar com a linha disponível para saque.

A Usiminas optou por esse empréstimo "revolver", pois ele é o que mais se ajusta ao fluxo de pagamento da aquisição. A empresa poderá pagar mais pela J. Mendes depois que avaliar as reservas de minério de ferro da empresa. A compra foi anunciada em fevereiro e o pagamento inicial de US$ 925 milhões já foi feito. Segundo a Usiminas, desembolsos complementares poderão ser realizados até o valor máximo de US$ 1,9 bilhão, caso as reservas alcancem 1,4 bilhão de toneladas de minério nas quatro minas, com teor de ferro médio de 47%. Se as reservas passarem esse objetivo, nenhum pagamento adicional será feito.

Na fase de atacado da distribuição do empréstimo, a fase na qual os bancos participam com as maiores fatias de crédito, apenas um banco americano participou: o JPMorgan. Outros participantes dessa fase são os japoneses Sumitomo Mitsui, o Mizuho e o Tóquio-Mitsubishi, os espanhóis BBVA e Santander, os franceses Société Générale e BNP Paribas, o ABN Amro (agora do consórcio formado pelo espanhol Santander, pelo belga-holandês Fortis e pelo britânico Royal Bank of Scotland) e o holandês ING.

Para comparação, o Grupo Votorantim pagou prêmios menores em operação fechada no início de fevereiro, de US$ 1,3 bilhão. A parcela de US$ 300 milhões para capital de giro de prazo de três anos pagou 0,55% ao ano sobre a Libor. O pré-pagamento à exportação de prazo de cinco anos de US$ 500 milhões pagou 0,725% e o de US$ 500 milhões com prazo de vencimento em sete anos pagou 0,825%.

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Entre no clima. Fundos com apelo socioambiental crescem e banco lança carteira que distribuirá ao cotista créditos de carbono.

(Valor Econômico 17.03.2008 D-1 Eu & Investimentos)

Por Luciana Monteiro, de São Paulo

Dinheiro também dá em árvore, como mostra o crescente número de fundos de investimento com apelos ambientais ou sociais. Praticamente todos os grandes bancos de varejo do país já contam com esse tipo de aplicação, que soma 19 carteiras e um patrimônio de R$ 2,8 bilhões, segundo dados do site Fortuna. As opções vão muito além das carteiras de ações que seguem o Índice de Sustentabilidade (ISE), formado pelas empresas que atendem a um padrão de comportamento responsável. Há também fundos de renda fixa que destinam parte da taxa de administração do banco para projetos sociais ou programas que visam a redução do aquecimento global. A última novidade é um fundo que distribuirá aos cotistas créditos de carbono.

Pioneiro do setor com o ABN Amro Ethical, primeiro fundo de ações de empresas socialmente responsáveis, em 2001, o Banco Real lança hoje o fundo Floresta Real, uma carteira de renda fixa que, além de sua rentabilidade, dará ao cotista créditos de carbono. Com aplicação mínima de R$ 25 mil e

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taxa de administração de 1% ao ano, a carteira funciona da seguinte maneira: o investidor aplica os recursos no Floresta Real e este comprará cotas de um outro fundo do banco, o Renda Fixa Plus. Para cada R$ 25 mil aplicados, o investidor receberá um crédito de carbono. Se o investidor permanecer por mais de três anos na aplicação, ele receberá em conta corrente o valor referente ao total de créditos de carbono que possui.

Por exemplo, para um investimento de R$ 100 mil, o cotista terá direito a quatro certificados que, após três anos, serão vendidos pelo próprio banco e o valor creditado na conta corrente do cliente. Se resgatar antes dos três anos, o investidor abrirá mão dos créditos e terá também de pagar uma taxa decrescente de saída, que começa em 0,75% e cai 0,25 ponto percentual a cada ano. Após três anos, a taxa é zerada. Os cotistas terão um site específico para acompanhar o valor dos papéis a que têm direito.

Os créditos de carbono serão provenientes do projeto Floresta Real 1, que tem 84 hectares e fará o plantio de 126 mil mudas no Vale do Ribeirão da Mota, no município paulista de Registro. Serão plantadas 86 mil mudas de espécies nativas da região e 40 mil de palmito-juçara, que está em extinção. "É um projeto que também tem um caráter social, já que as mudas serão compradas da própria comunidade local", diz Victo Hugo Kamphorst, consultor socioambiental do Banco Real. Do palmito, serão colhidos somente os frutos, que são parecidos com o açaí. Dos recursos obtidos com a venda dos frutos, 15% serão destinados à Pastoral da Criança.

A opção por estruturar um fundo como esse nos moldes de um renda fixa, que poderá investir em títulos prefixados, se deve ao cenário de queda de juros no longo prazo, diz Luciane Ribeiro, diretora executiva da ABN Amro Asset Management. Segundo a executiva, a idéia é, mais à frente, lançar uma família de carteiras nesses mesmos moldes. O fundo receberá recursos até 1º de agosto, mas poderá fechar para captação antes caso atinja o patrimônio de R$ 250 milhões.

O HSBC é outro que deve criar no segundo semestre um fundo com cunho ambiental. O banco terá um analista especializado em questões socioambientais que visitará as empresas com freqüência. Esse novo fundo não será composto simplesmente das empresas que fazem parte do ISE, podendo investir em ações de qualquer companhia com projetos socialmente responsáveis. Serão acompanhadas entre 50 e 60 empresas com programas do tipo. Atualmente, o banco conta com duas carteiras com apelo socioambiental. Uma delas é um a HSBC Sustentabilidade Empresarial, um fundo de ações que segue ISE. O outro é o HSBC Referenciado DI Ação Social, no qual 50% da taxa de administração, de 1% ao ano, é repassado para entidades sociais apoiadas pelo banco.

Embora esse tipo de aplicação tenha crescido nos últimos anos no Brasil, ela ainda representa uma gota no oceano do setor de fundos de investimento, que conta com R$ 1,2 trilhão, diz Alexandre Zakia, diretor de produtos de investimento do Itaú. "Mas as novas gerações são muito mais preocupadas com as questões socioambientais e, quando elas estiverem maduras e com mais dinheiro para investir, certamente esses fundos ganharão mais mercado", diz.

O Itaú tem duas famílias de fundos. O primeiro é o Excelência Social, de ações, no qual metade dos custos com administração, de 3% para o investidor de varejo, são destinados a projetos sociais. Em fevereiro deste ano, R$ 3,3 milhões foram destinados a 20 organizações não-governamentais (ONGs) da área de educação. O segundo grupo de fundos do Itaú é o Ecomudança, de renda fixa, que repassa 30% da taxa de administração, de 3,5% ao ano no varejo, para financiar programas com foco na redução dos efeitos das mudanças climáticas por meio da compensação de emissões de carbono.

No BB Referenciado DI Social, do Banco do Brasil, o investidor poderá ajudar entidades sociais mesmo com pouco dinheiro, já que o fundo tem aplicação mínima de R$ 200,00. A carteira doa 50% do valor arrecadado com a taxa de administração para programas sociais por meio da Fundação Banco do Brasil. Fazer o bem, no entanto, pode custar caro, já que a taxa cobrada é de 4,5% ao ano, o que faz com que o ganho, descontado o imposto de renda, seja inferior ao da caderneta de poupança. "O banco vem lançando carteiras com taxas menores e isso poderá acontecer também com esse fundo", diz Rodrigo

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Ayub, gerente de Fundos de Investimento do Banco do Brasil. Segundo ele, a instituição estuda a criação de outros fundos com um cunho socioambiental. Além dessa carteira, o banco tem em sua prateleira um fundo que procura seguir o ISE.

O Bradesco oferece até o momento apenas um fundo atrelado ao ISE. "Mas o índice tem 65% de concentração em apenas dois setores, Petrobras e bancos, e estamos avaliando outro fundo de ações que poderá aplicar em outros papéis de empresas sustentáveis", diz Herculano Aníbal Alves, superintendente executivo de Renda Variável da Bradesco Asset Management (BRAM).

Investidor deve recusar abrir mão de retorno De São Paulo

Ao decidir aplicar em um fundo com apelo socioambiental, o investidor deve analisá-lo como qualquer outra aplicação para se certificar que ele rende o mesmo que os outros fundos da mesma categoria, avalia Rogerio Betti, sócio do escritório de aconselhamento financeiro Beta Advisors. "Se a idéia é fazer um investimento que também tem um caráter social, o aplicador não pode abrir mão de rentabilidade", diz. "Doação não tem preço, mas se a intenção é fazer um investimento com cunho social, o retorno da carteira é importante."

Os custos também devem ser analisados com cuidado. "É muito importante avaliar as taxas de administração, que não podem ser abusivas, e observar para quais entidades os recursos são doados", diz. "O fundo não pode cobrar mais simplesmente porque tem um cunho social."

Na visão do executivo, se o ganho da aplicação é boa, ótimo. Caso contrário, é melhor o investidor fazer ele mesmo uma doação. "Se render menos que os fundos da mesma categoria, pode valer a pena fazer uma doação por conta própria, já que é possível abater o valor do imposto de renda", diz Betti. (LM)

Projeto Floresta Real irá restaurar Mata Atlântica De São Paulo

Desde 2004, o Banco Real faz um inventário das emissões de gases poluentes emitidos por sua frota de veículos, geradores, helicópteros, compra de energia elétrica, viagens aéreas nacionais e internacionais, além de resíduos orgânicos de seus funcionários.

Para compensar essas emissões, o banco criou o projeto Floresta Real 1, realizado em cinco propriedades da comunidade do Vale do Ribeirão da Mota, em Registro. Com o programa, esses terrenos se tornarão Reservas Particulares do Patrimônio Nacional e não poderão ser desmatadas. Será aplicada a metodologia do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), cuja proposta é que cada tonelada de CO2 não emitida ou retirada da atmosfera por um país em desenvolvimento poderá ser negociada.

Uma vez financiada, essa redução ou vantagem irá gerar créditos negociáveis, chamados de Certificados de Emissões Reduzidas (CER). Eles servem para compensar ou quitar obrigações de redução do Protocolo de Kyoto - compromisso para a redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa. (LM)

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Mercado de trabalho - Auditorias antecipam programas de trainees. Nova lei das SAs impulsiona demanda nas grandes companhias, acirrando a disputa por talentos.

(Valor Econômico 17.03.2008 D-2 Eu & Carreira)

Por Andrea Giardino, de São PauloEd Viggiani / Valor Roberto Promenzio largou o emprego na Dell e foi para a Ernst & Young, de olho nas novas oportunidades de carreira que estão surgindo no mercado de auditoria Nos últimos quatro anos, a disputa por talentos nas auditorias se intensificou tanto que as grandes firmas passaram a antecipar seus processos de seleção de trainees. A estratégia das "big four" - como ficaram conhecidas -, tem sido sair à frente da concorrência na "caça" aos melhores e prepará-los para atender a demanda de projetos, que ganhou um componente extra: as modificações nos critérios contábeis vigentes no Brasil das Sociedades por Ações (SAs), aprovadas em dezembro de 2007 e válidas desde janeiro.

A Ernst & Young, por exemplo, começou em fevereiro a recrutar recém-formados do país inteiro. Nesta etapa serão escolhidas 130 profissionais, em início de carreira, que atuarão, exclusivamente, nas práticas de auditoria. Antes, a empresa só abria inscrições em maio e mantinha um programa único, bem mais amplo, destinado a preencher vagas em todas as áreas. "Agora, pretendemos manter dois programas anuais, com a meta de contratar um total de 250 trainees", diz Sérgio Citeroni, sócio da Ernst & Young Brasil.

De acordo com o executivo, a idéia de antecipar o processo de seleção nasceu com o objetivo de acelerar a formação de profissionais sem experiência que num curto espaço de tempo irão reforçar as equipes da empresa. "Evitando, assim, a falta de mão-de-obra qualificada no momento em que as novas demandas começarem a estourar", ressalta Citeroni. O 'gap' de profissionais, aliás, é um velho conhecido das auditorias, reflexo do aumento de projetos ligados a lei Sarbanes-Oxley.

Mas de acordo com Julio Sergio Cardozo, presidente da Julio Sergio Cardozo & Associados e professor do programa de mestrado em contabilidade da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), essa demanda só explodiu de fato no ano passado, com o boom de IPOs ( oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês ). E agora deve alavancar ainda mais com a nova lei das SAs. "As empresas, sobretudo as nacionais, se viram obrigadas a contratar firmas de auditoria para ajustar seus balanços ao padrão internacional IFRS até 2010", observa.

Exigência que se aplica a companhias com receita bruta acima de R$ 300 milhões e ativos superior a R$ 240 milhões. Vale ressaltar que as multinacionais européias instaladas no país já vinham reportando suas demonstrações contábeis em IRFS, por ser o modelo adotado em toda a Europa.

"Esse dinamismo do mercado vem dificultando cada vez mais o preenchimento das vagas nas auditorias", analisa Cardozo. Por essa razão, explica, elas apostam forte na formação de quem está saindo da faculdade. Segundo o consultor, as "big four" investem entre US$ 10 mil e US$ 15 mil com treinamento, por pessoa. Na Ernst & Young, esse valor representa cerca de 3% do faturamento da empresa, segundo Citeroni.

De olho nas perspectivas de carreira que se abrem na área de auditoria, Roberto Promenzio, 23 anos, decidiu arrumar as malas e voltar para São Paulo - há cinco anos, ele tinha se mudado para Porto Alegre para fazer o curso de graduação em economia, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Promenzio largou o emprego na Dell - onde trabalhava na área de planejamento financeiro - e decidiu participar do processo de seleção da Ernst & Young, concorrendo com aproximadamente 20 mil candidatos.

Na sua opinião, a ascensão dos profissionais nas auditorias é muito mais rápida se comparada com outras indústrias, tornando-se um dos atrativos para quem planeja ingressar na área. "As novas

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exigências dos órgãos reguladores norte-americanos esquentaram esse mercado que se tornou bastante promissor", afirma. Promenzio destaca a rotina nada usual de atividades que o trainee já se depara logo quando entra na firma.

"Em apenas cinco meses na Ernst & Young pude circular por várias áreas", diz Promenzio. Além de constantemente entrar no avião para conhecer clientes de outras regiões. "Temos uma carga de trabalho que ultrapassa 160 horas". Realidade muito parecida com a vivida por profissionais mais seniores. Hoje, ele cursa a faculdade de contabilidade, com 100% de subsídio da empresa, para complementar sua formação e estar mais próximo do trabalho que a auditoria exige.

Na PricewaterhouseCoopers, há três edições anuais do programa de trainees, com o primeiro processo de seleção iniciado em janeiro. "Até 2006, o programa começava a partir de maio, mas por conta da demanda gerada pela Sarbanes-Oxley, antecipamos para maio", revela João César Lima, sócio responsável pela área de RH da Price no Brasil. No entanto, com as mudanças nos critérios contabéis, a empresa pretende ampliar o volume de contratações de jovens.

A expectativa é de que só este ano, cerca de 500 novos trainees sejam recrutados. Um número bem superior a 2007, quando entraram na companhia 350 trainees. "As mudanças na lei das SAs impactou de forma direta nossa demanda", conta Lima. "O leque de empresas a serem auditadas aumentou e há um mercado novo que precisa ser suprido". Segundo o sócio da Price, o mercado em ebulição acabou contribuindo para um maior interesse dos jovens pelas firmas de auditoria.

"Apesar de nossos processos de seleção envolverem vagas para diversas áreas, 60% dos selecionados vão atuar nas práticas de auditoria", explica. Entretanto, a Price não se restringe a buscar talentos apenas nas faculdades de contabilidade. A empresa também procura recém-formados nos cursos de economia e administração. "Nem sempre encontramos profissionais qualificados nas faculdades de contabilidade, por isso absorvemos gente com o perfil desejado em outros cursos", afirma Lima.

Para evitar um "gap" de profissionais, a Deloitte quis formar cedo seus futuros profissionais. Há três anos, optou por ter dois programas de formação de trainee, um no primeiro semestre e outro no segundo. "Não queremos ser pegos de surpresa e queremos preparar com antecedência os talentos, antes que faltem profissionais em momentos de pico", explica Edimar Facco, sócio de auditoria da Deloitte. Este ano, a empresa estima contratar 380 recém-formados em razão da nova lei das SAs.

Diante de um cenário aquecido, essa guerra por talentos está apenas no começo. Resta saber se as "big four" estão preparadas para reter esses jovens ou em breve sofrerão do problema que hoje atinge os auditores seniores, amplamente disputados por concorrentes. "Este é um desafio das grandes firmas, porque elas ainda não sabem como segurar os talentos", dispara Cardozo. "Todas ainda desconhecem as aspirações de seus profissionais e ignoram as diferenças entre as gerações".

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Bear Stearns recebe aporte e JPMorgan vê chance de fusão(DCI 17.03.2008 A-10 Internacional)

A crise dos mercados externos prossegue com seu efeito dominó. Na última sexta-feira, o quinto maior banco de investimentos dos Estados Unidos, Bear Stearns, recorreu à ajuda do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) para obter um financiamento de emergência, depois que sua liquidez evaporou com a intensificação dos boatos de falência. No domingo, a imprensa internacional noticiou que o JPMorgan, banco que intermediou o aporte de recursos ao Bear Stearns, estaria negociando adquirir a instituição financeira.

De acordo com as publicações, executivos dos dois bancos estavam reunidos desde sexta-feira para chegar a um acordo para a venda do Bear Stearns. Fontes próximas à negociação afirmaram ao Financial Times que, com a queda das ações do Bear nos últimos dias devido às dúvidas em relação à liquidez do banco, o JPMorgan deve pagar barato pela instituição. O valor de mercado do Bear caiu de US$ 20 bilhões em janeiro de 2007 para apenas US$ 3,5 bilhões nos últimos dias.

Segundo o jornal, a negociação está sendo dificultada pelo fato de o JPMorgan ter interesse em alguns negócios do Bear, tais como hipotecas e corretora, e não na divisão de banco de investimento.

Já o Wall Street Journal informou que as duas partes estariam interessadas em fechar a negociação "o mais rápido possível" e que o banco será vendido por um valor próximo a US$ 2,2 bilhões..

Ajuda do Fed

Os recursos direcionados na sexta-feira ao Bear Stearns, cujo valor não foi divulgado, serão concedidos pelo banco do Federal Reserve de Nova York - intermediário entre o banco central e os mercados - ao JPMorgan, que o emprestará por sua vez ao Bear Stearns. O Federal Reserve assumiu o risco das garantias.

O Conselho do Fed geralmente delega a autoridade da concessão de empréstimos de liquidez segundo a taxa de redesconto para suas sucursais regionais quando a questão se relaciona a empréstimos a bancos. O Fed invocou uma legislação pouco usada que lhe permite conceder empréstimos a corporações e parcerias privadas, cuja aprovação exige votação do Conselho, segundo funcionários da entidade.

Na sexta-feira, as ações do Bear Stearns caíram 53% após a divulgação da operação de salvamento. As ações tinham recuado US$ 22,62, ou 39,7%, para US$ 34,38, durante pregão composto de Nova York, após perderem até US$ 26,85 no início da sexta-feira. Os papéis caíram 60% este ano.

"O Bear Stearns foi o sujeito de uma grande quantidade de rumores no mercado com relação a nossa liquidez", disse o presidente do Bear, Alan Schwartz, em comunicado. "Nós tentamos enfrentar e dispersar estes rumores e separar o fato da ficção. No entanto, em meio à especulação do mercado, nossa posição de liquidez nas últimas 24 horas se deteriorou de forma significativa".

O Bear Stearns é o menor dos cinco maiores bancos de investimento independentes, mas se tornou um dos maiores empacotadores e vendedores de títulos atrelados a hipotecas residenciais nos EUA e tem registrado, assim como outros bancos, baixas contábeis de bilhões de dólares por conta desses ativos.

"A questão agora é saber se os clientes do Bear Stearns vão permanecer no banco", disse Bruce Foerster, presidente da South Beach Capital Markets e ex-executivo de Wall Street. "Outros passaram pelo mesmo tipo de problema e tiveram de fechar as portas ou ser vendidos."

O secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, defendeu no domingo a decisão do Fed de fornecer financiamento ao Bear Stearns para ajudá-lo a superar seus problemas de liquidez e evitar que entre em

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uma crise ainda maior. "O Fed está trabalhando com os atores do mercado para minimizar as turbulências".

Lehman

O Lehman Brothers Holdings Inc. obteve uma linha de crédito de três anos de US$ 2 bilhões com 40 bancos. A linha não garantida substitui uma linha de crédito existente, segundo informou o Lehman, sediado em Nova York. O JPMorgan Chase & Co. e o Citigroup Inc. lideraram a concessão. As ações do Lehman tiveram queda de US$ 5,29, ou 11,5%, a US$ 40,70.

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Audiencia pública - Minuta da CVM define nova norma para o fluxo de caixa(DCI 17.03.2008 A-14 Finanças)

São Paulo - Em informe ao mercado, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) colocou em audiência pública uma minuta de deliberação sobre a "Demonstração de Fluxos de Caixa". Com essa decisão serão estabelecidas as diretrizes para a elaboração das informações contábeis relativas às variações históricas de caixa e equivalentes de caixa das empresas, através de uma demonstração que classifique os fluxos de caixa provenientes das atividades operacionais, de investimento e de financiamento.

A CVM também divulgou a Deliberação nº 539/08 que aprova o Pronunciamento do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) sobre a "Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis", estabelecendo as bases para a apresentação das informações contábeis necessárias aos investidores.

Essa minuta é uma das várias normas que serão emitidas pela CVM, em conjunto com o CPC, no curso de 2008, em função das alterações produzidas na Lei Societária através da Lei Contábil nº 11.638/07

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Bolsa de valores - Bovespa Holding implanta o seu Código de Conduta(DCI 17.03.2008 A-14 Finanças)

São Paulo - A Bovespa Holding está implantando o Código de Conduta Bovespa, que reafirma seu compromisso de atuar com base nos princípios de transparência, respeito à igualdade de direitos e à diversidade e prestação de contas. As regras aplicam-se a todos os conselheiros e colaboradores do grupo e seus valores éticos servem aos demais públicos de relacionamento da companhia, que devem considerá-los como referência nas atividades e decisões relativas à Bovespa.

O código define orientações de como agir de acordo com os princípios adotados pela companhia. O documento foi instituído pelos Conselhos de Administração e diretorias da Bovespa Holding S.A. e da

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Bovespa Supervisão de Mercados, e se aplica a todas as empresas do grupo - a Bolsa de Valores de São Paulo S.A. e a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia -, e ao Instituto Bovespa de Responsabilidade Social e Ambiental.

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Concordata - Colapso da Parmalat teve contribuição de bancos, diz promotor(DCI 17.03.2008 B-12 Legislação)

Os bancos que trabalhavam para a multinacional do setor de alimentos e bebidas Parmalat SpA contribuíram para o colapso da fabricante de alimentos em 2003, no maior caso de concordata já registrado na Itália, disse o chefe da Promotoria Pública da cidade de Parma.

"O comportamento dos bancos contribuiu para a inadimplência da Parmalat", declarou o promotor-chefe Gerardo Laguardia no início do julgamento criminal referente à concordata da empresa, realizado na cidade próxima à sede da Parmalat, que é a maior fabricante de laticínios da Itália.

Calisto Tanzi, fundador da multinacional alimentícia, e outros ex-executivos da empresa estão entre as 54 pessoas sendo julgadas por acusações de concordata fraudulenta, que ocorreu após a Parmalat não ter conseguido honrar cerca de 14 bilhões de euros (o equivalente a US$ 21,8 bilhões) em dívidas em dezembro de 2003.

O colapso da fabricante dos sucos Santal e do leite Longa Vida, entre outros produtos famosos, fez evaporar as economias de pouco mais de 100 mil investidores italianos.

Tanzi, que tem 69 anos, e os réus são acusados de ocultar mais de 14 bilhões de euros em dívidas dos investidores, valor cerca de oito vezes superior ao informado ao público. Tanzi e Fausto Tonna, ex-diretor financeiro da empresa, não compareceram à sessão de abertura do julgamento, realizada no final da semana passada no Auditório Paganini, em Parma, e assistida por cerca de 200 pessoas, em sua maior parte advogados de defesa.

"Foi graças aos bancos que a inadimplência da Parmalat inchou para 14 bilhões de euros, a partir dos 7 bilhões de euros de 1998", declarou Laguardia.

Ele está investigando o papel desempenhado por bancos como o Bank of America Corp., o Morgan Stanley e o UBS AG, apesar de essas instituições não terem sido acusadas no processo que tramita em Parma.

As instituições Morgan Stanley, Deutsche Bank AG, UBS e Citigroup Inc. estão sendo julgados em Milão por terem supostamente ocultado a deterioração da situação financeira da multinacional italiana, enquanto continuavam levantando dinheiro para a empresa antes de seu colapso.

Laguardia informou ainda que poderá chamar 250 testemunhas para prestarem depoimento no caso. Além disso, ele se opôs a um pedido dos advogados de Tanzi para que cinco processos diferentes que tramitam em Parma fossem combinados em uma única ação.

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Aquisição - Gerdau obtém vitória na Justiça dos EUA(DCI 17.03.2008 B-12 Legislação)

O grupo siderúrgico norte-americano Quanex, que fez acordo para vender sua unidade de produtos automotivos para a brasileira Gerdau, informou na última sexta-feira que um tribunal do Estado norte-americano do Texas negou o pedido de uma empresa de investimentos para suspender temporariamente o acordo.

De acordo com comunicado emitido na última sexta-feira pela Quanex, que fabrica produtos de aço e alumínio para as indústrias automotivas e de construção, um tribunal distrital do condado de Harris, também nos Estados Unidos, negou pedido da empresa Momentum Partners para interrupção temporária do acordo da companhia com uma das subsidiárias da Gerdau.

A companhia informou em novembro do ano passado que seu conselho aprovou a separação de sua divisão de produtos para construção.

Depois dessa separação, a Gerdau te que pagar cerca de US$ 39,20 por ação da unidade automotiva.

Quanto o acordo foi anunciado, no penúltimo mês do ano passado, o preço da venda indicava um valor total de cerca de US$ 1,67 bilhão para a divisão automotiva.

Na sexta, após obter a decisão favorável, as ações da Gerdau operavam em alta de 0,88% às 14h26, em horário de Brasília, cotada R$ 57. No mesmo instante, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o Ibovespa, apresentava uma redução de 1,08% .

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Consolidação - Aquisição não deve afetar preço do minério(Gazeta Mercantil 17.03.2008 A-8 Nacional)

A possível aquisição da mineradora suíça Xstrata pela Companhia Vale do Rio Doce deverá concentrar ainda mais o mercado minerador mundial, mas as siderúrgicas, principais clientes do setor, descartam maiores prejuízos caso a operação venha realmente a se concretizar. O presidente da subsidiária brasileira da siderúrgica ArcelorMittal, José Armando Campos, avalia que a compra seria até benéfica para o Brasil, que passaria a contar com a segunda maior mineradora do mundo. "Se conseguir comprar, é o fortalecimento de uma empresa brasileira. É bom para nós", afirmou Campos, que participou, na última sexta-feira, de um seminário, no Rio, com empresários do setor siderúrgico. O executivo justifica que, muito mais do que obedecer à concentração do setor, os preços do minério no mundo são o resultado do atual balanço entre oferta e demanda do produto. Por isso, avalia, as negociações entre mineradores e siderúrgicas teriam uma influência menor na formação dos preços do insumo. Como exemplo, Campos lembrou que, embora a Vale tenha fechado um reajuste de 70% com os clientes, o aumento acertado com a ArcelorMittal limitou-se a 65%. O executivo acrescentou que, ao se consolidar, o setor minerador contribui para reduzir a volatilidade dos preços durante os ciclos econômicos negativos. A mesma lógica, de acordo com Campos, vale para as siderúrgicas quando buscam a consolidação. "É o que perseguimos. Isso dá maior disciplina ao mercado. Permite que se projete com mais segurança o crescimento da oferta com a demanda", afirmou o executivo, ao lembrar que a indústria siderúrgica vive atualmente uma tendência de alta. "O que vai

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evitar um aumento maior é a consolidação na cadeia de valor e o mercado em si. Se o preço cair, vamos ver mudanças de patamar para baixo, mas não como antes." Em relação à desvalorização do dólar, que reduz a competitividade das exportações, o presidente da ArcelorMittal do Brasil afirmou que o crescimento do mercado interno tem compensado as perdas das siderúrgicas do País com o mercado externo. Se fosse há quatro anos, alertou, as siderúrgicas não teriam como agüentar o impacto da desvalorização da moeda americana. Já o presidente do Conselho de Administração do grupo industrial alemão ThyssenKrupp, Hans-Ulrich Lindenberg, avaliou que uma possível aquisição não vai alterar a conjuntura do setor minerador. O executivo acredita que o negócio não deverá tornar os entendimentos entre mineradoras e siderúrgicas mais complicadas do que já são. Lindenberg classificou a compra da Xstrata uma "excelente oportunidade para a Vale". Quanto aos preços do minério, o executivo da Thyssen lembrou que o atual patamar é mais alto do que o esperado por executivos do setor. Em fevereiro, a Gerdau SA anunciou que pesquisas confirmaram 1,8 bilhões de toneladas métricas de minério de ferro na quatro minas da companhia. Enquanto o presidente da empresa, Andre Gerdau Johannpeter, declinou em comentar especificamente o que a compra da Xstrata pela Vale-poderia significar, ele disse que a companhia está bem posicionada para qualquer cenário. "Gerdau acabou de anunciar uma grande reserva de minério de ferro, portanto temos a capacidade e logo iremos alcançar o índice de 80% de auto-fornecimento, então seremos meno afetados pela fusão ou qualquer outro impacto no mercado," disse Johannpeter. Enquanto isso, duas outras siderúrgicas brasileiras entrando no negócio de exportação de minério de ferro. A Usinas Siderurgicas de Minas Gerais SA(Usiminas) planeja exportar cerca de 1 milhão de toneladas métricas de minério de ferro este ano, disse o presidente da companhia, Rinaldo Campos Soares. Em fevereiro, a Usiminas completou a compra das mineradoras J.Mendes, Somisa Siderurgica Oeste de Minas e Global Mineração. O negócio custou à Usiminas um pagamento inicial de US$ 925 milhões, com pagamento a ser feito caso pesquisas de exploração confirmem o tamanho e a qualidade das reservas. A companhia espera alcançar uma produção de 6 milhões de toneladas de minério de ferro em 2008, com planos atingir entre 29 milhões de toneladas e 30 milhões de toneladas em 2013. A Usiminas usará cerca de 20 milhões de toneladas para expandir a produção de aço, o restante será destinado à exportações ou venda a terceiros. Já a Companhia Siderurgica Nacional (CSN) tem um perfil mais agressivo perfil na produção de minério de ferro, com plano de atingir uma capacidade de produção de 100 milhões de toneladas até 2012. Este ano, a CSN planeja exportar cerca de 25 milhões de toneladas métricas de minério de ferro, o que deverá gerar receita de US$2 bilhões para a companhia.

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Capital Aberto - Normas de adequação ao IFRS entram em audiência pública(Gazeta Mercantil 17.03.2008 B-2 Finanças)

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) divulgou, na sexta-feira, o documento que contém o conjunto de normas gerais sobre o novo modelo contábil internacional. Terão de enquadrar-se às regras do IFRS (International Financial Reporting Standards) companhias de capital aberto ou aquelas consideradas de grande porte. Esse último grupo inclui aquelas empresas com ativos totais de valor superior a R$ 240 milhões ou cuja receita bruta anual supere os R$ 300 milhões. "Trata-se do arcabouço legal necessário para implantar a lei e também dirimir algumas dúvidas ainda existentes", afirma o vice-coordenador técnico do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábil), Eliseu Martins. Em sua opinião, a nova legislação junta-se à deliberação 29, que estabelece , desde 1986, os

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parâmetros conceituais básicos da contabilidade das companhias abertas que operam no País. "Ela tem aspectos muito bem resolvidos que devem ser agregados aos princípios introduzidos pelo IFRS", afirma. Ao longo deste ano, o órgão que regula o mercado de capitais brasileiro e o CPC, que centraliza a divulgação das normas, devem divulgar uma série de documentos sobre matéria contábil. Eles serão colocados em período de audiência pública, em que podem receber sugestões. O objetivo do CPC, no entanto, é modificar o menos possível o conteúdo original do IFRS. "É importante manter os princípios da nova regra. O ideal é implantar o IFRS zero, ou seja, mais próximo possível do que foi publicado", explica Martins, que também é professor da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), que tem sido uma das instituições acadêmicas mais envolvidas durante o processo de alinhamento contábil no País. Fluxo de caixa O terceiro pronunciamento colocado em audiência pública tratará sobre as demonstrações de fluxo de caixa das empresas. Sua minuta já está nas páginas do CPC e da CVM na internet e ficará até o dia 15 de abril disponível para sugestões. A principal modificação diz respeito à demonstração dos fluxos de geração de caixa das companhias locais. Hoje, ela é facultativa. "Há empresas que adotam o procedimento, como melhores práticas", diz José ´Carlos Bezerra, da área de normas contábeis da CVM.

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Entrevista//Genésio de Carvalho - País será centro financeiro da América Latina(Gazeta Mercantil 17.03.2008 B-3 Governança Corporativa)

A fusão entre a Bovespa e a BM&F contribuirá para que o Brasil se torne um centro financeiro da América Latina. É o que acredita o professor Genésio de Carvalho, autor do livro "Introdução às Finanças Internacionais", lançado no ano passado pela Pearson Educação do Brasil. Com uma experiência de 30 anos na área financeira, Carvalho, que atualmente faz parte do quadro de professores da Profins Business School, diz que as finanças internacionais são o grande tema da atualidade, mas a maioria das universidades no Brasil ainda refletem o caldo cultural de temas da luta contra a inflação e administração de capital de giro. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista: Gazeta Mercantil - A insolvência anunciada na última semana pelo Carlyle, um dos maiores fundos de investimentos do mundo, foi uma surpresa ou podia ser esperada, diante da crise do subprime ? Foi um grande susto, mas a alavancagem do fundo do Carlyle de 33 vezes o valor dos recursos próprios superou todas as estatísticas financeiras, nem as trading companies operam com este nível de alavancagem (relação entre recursos próprios e recursos de terceiros representados por empréstimos). Quando o fundo foi lançado em 2006, seu patrimônio era de US$ 670 milhões. Em 2007, sua carteira era de US$ 22,7 bilhões de ativos , na sua maioria ativos atrelados a financiamentos das operações estruturadas. Com a deterioração da crise do subprime, os preços dos ativos das carteiras despencou, os bancos realizaram as garantias, e a insolvência chegou ao fundo. Gazeta Mercantil - Na sua opinião, a crise do subprime está no começo, no meio ou no fim? É difícil prever o seu fim na medida da linearidade. Na globalização financeira existe a multipolaridade, são muitos vetores na equação .O que podemos dizer com base na minha experiência de 30 anos de trabalho em bancos é que crises de carteira nunca foram solucionadas no curto prazo. A crise do subprime é na sua origem uma crise de carteiras, contaminada pela tecnologia da informação, nas mesas de global tradings, garantidas por seguros de crédito, hospedadas em SIVs (Special Investmets Vehicles). Acredito que nem os grandes bancos centrais do G-7 poderiam responder onde está o começo, o meio e o fim. O professor Nouriel Roubini, criador do "RGE Monitor", estima a duração da crise do subprime em seis trimestres e alerta que "ações compensatórias de política monetárias no restante do mundo seriam poucas e demasiado tardias". Cigdem Akin e M.Ayhan Kose, do FMI,

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destacam que pode ocorrer simultaneamente um desacoplamento da extensão dos efeitos da crise do subprime e ao mesmo tempo uma globalização dos efeitos. Gazeta Mercantil - Depois de terem negado veementemente, Bovespa e BM&F anunciaram a negociação de uma fusão. A decisão foi divulgada pouco antes da Bolsa de Chicago anunciar a compra da Bolsa de Mercadorias de Nova York. A fusão pode ter sido uma maneira de evitar uma aquisição hostil, como uma oferta de compra da Bolsa de Chicago pela BM&F, por exemplo? Não existe aquisição hostil de bolsas de valores. Os governos as regulam, autorizando e desautorizando suas operações. A decisão estratégica de fundir e combinar bolsas de valores e de futuros tem como objetivo racionalizar custos de transações , e aumentar a liquidez pelo aumento do volume das operações e sua escala maior. A fusão entre a Bovespa e a BM&F vai criar uma bolsa maior, mais rica e de maior liquidez. Gazeta Mercantil - Qual é o impacto da fusão para o mercado de capitais brasileiro? A fusão da Bovespa com a BM&F vai alavancar a cidade de São Paulo como importante centro financeiro da América Latina. As bolsas de valores são as âncoras das cidades de Londres e New York. São Paulo já é um centro financeiro muito importante. A infra-estrutura da Bovespa e da BM&F , como a tecnologia da informação, são modernas e suas administrações são elogiadas no mundo inteiro. Gazeta Mercantil - Qual a importância de ser um centro financeiro? Ser um centro financeiro contribui para a geração de empregos diretos e receitas com imposto, por exemplo. A fusão da Bovespa e BM&F poderá no médio prazo agregar mais empregos nas atividades dos serviços financeiros, aumentando a participação dos intermediários não bancários. O centro financeiro é o "hospedeiro" da liquidez. Outro ponto a destacar é que o setor financeiro é um bom contribuinte para a Receita Federal (Imposto de Renda) e Municipais (Imposto sobre Serviços). As atividades financeiras da Bolsa de Nova York contribuem com 14,8% do PIB da cidade, estimado em US$ 15,5 bilhões e com 480 mil empregos diretos. Em Londres, a contribuição é de aproximadamente 340 mil empregos diretos e uma participação percentual no PIB da ordem de 7,5%. São Paulo deve ter hoje cerca de 200 mil empregos diretos nas atividades de serviços financeiros. Os três maiores bancos brasileiros respondem por aproximadamente dois terços disso. Corretoras, distribuidoras, e serviços complementares (jurídicos, auditorias, consultorias jurídicas e de tecnologia da informação) podem gerar o outro terço. O discurso contra os lucros dos bancos com a globalização tornou-se anacrônico. Gazeta Mercantil - Em seu livro, o sr. diz que os bancos universais já são uma realidade. O Brasil tem algum banco com esse perfil? Sim , já temos bancos universais. Bradesco, Itaú (mais especificamente o Itaú BBA) e Banco do Brasil, podem ser considerados bancos universais. O Banco Central, quando modelou "o banco múltiplo", seguiu um pouco a definição de banco universal. O Itaú BBA tem um escritório na China. O Bradesco, por exemplo, a partir do ano passado fortaleceu suas atividades de banco de investimento pela sua corretora nos Estados Unidos (Bradesco Securities) e abriu um escritório-corretora em Londres. O Banco do Brasil, foi o pioneiro das atividades de banco universal, com a abertura do BB-Londres, na década de 1980 (gestor dos arranjos da renegociação da dívida externa). Gazeta Mercantil - Qual é o conceito de banco universal? Os bancos universais são os bancos que desenvolvem operações de bancos comerciais (com ênfase nas operações de financiamento de comércio exterior, inclusive câmbio), e bancos de investimento (operações de estruturação e distribuição de títulos nos mercados de capitais) de forma global, com presença nas praças dos principais centros financeiros: Londres, Nova York, Paris, Tóquio e, mais recentemente, Hong Kong e Xangai. Os exemplos internacionais são o Citigroup, o HSBC e o Deutsche Bank. Gazeta Mercantil - Entre os mercados emergentes do grupo dos Brics, qual está em condições de obter primeiro o status de país desenvolvido? O primeiro do grupo dos Brics (Brasil, Rússia, China e Índia) que pode obter o status de país desenvolvido (liberar o acrônimo emergente) sem dúvida é a China. O Brasil é segundo. A Índia ainda precisa fazer grandes reformas que estão estagnadas e a Rússia precisa corrigir os seus espaços geográficos (grande desequilíbrio de infra-estrutura nas áreas rurais) e reduzir sua dependência da matriz energética petróleo e gás nas operações de suas ETNs (Empresas Transnacionais Emergentes). A China pelo seu volume e peso na economia mundial já espalha pelo mundo suas ETNs: State Power, China National Petroleum, Sinopec, China Telecommunications, Ind.& Comm.Bank of China, China Móbile Communications, China Construction Bank, Cofco, e Bank of China são suas ETNs mais

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expressivas. O Brasil tem grandes ETNs: Vale, Embraer, Petrobras e Gerdau. Mas também tem empresas de engenharia e construção civil (Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão) internacionais.

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Orientações gerais sobre procedimentos a serem observados pelas companhias abertas(Res. Notícias Fiscais – 17.03.2008)

ASSUNTO: Orientações gerais sobre procedimentos a serem observados pelas companhias abertasSenhor Diretor de Relações com Investidores,Os Ofícios-Circulares emitidos pela Superintendência de Relações com Empresas (SEP) têm como objetivo principal orientar as companhias abertas sobre aspectos procedimentais que devem ser observados quando do encaminhamento das informações periódicas e eventuais, dentre outros assuntos.

Por meio deste expediente, a SEP pretende fomentar a divulgação das informações societárias de forma coerente com as melhores práticas de governança corporativa, visando à transparência e à eqüidade no relacionamento com os investidores e o mercado, bem como minimizar eventuais desvios e, conseqüentemente, reduzir a necessidade de formulação de exigências e aplicação de multas cominatórias e de penalidades.

O presente instrumento, através das recomendações contidas nos itens a seguir relacionados, efetua a consolidação dos Ofícios-Circulares anteriormente emitidos pela SEP, não dispensando a leitura das normas aplicáveis, devendo ser observada a atualização da legislação societária e da regulamentação da CVM, em especial as ocorridas após a presente data.

http://www.noticiasfiscais.com.br/contabeis1.asp?preview=17162&data=17/3/2008Retornar ao índice de assunto

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Micro e pequenos empresários são favoráveis à Lei Geral(Planeta Seguro – 17.03.2008)

De acordo com pesquisa, a maior parte dos proprietários de empresas de pequenos porte enxerga benefícios na Lei.

Segundo a pesquisa nacional Os Impactos da Lei Geral nas Micro e Pequenas Empresas do Brasil, realizada pelo Observatório das Micro e Pequenas Empresas do Sebrae em São Paulo, 75% dos pequenos empresários brasileiros são favoráveis à Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, 72% optaram pelo Simples Nacional ou Supersimples, como é mais conhecido, e 85% afirmam ter

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conhecimento sobre a nova legislação que dirige os pequenos negócios no País. A Lei Geral entrou em vigor em dezembro de 2006 e o Supersimples em julho de 2007.

A intenção do estudo foi levantar informações sobre o conhecimento e a opinião dos proprietários de empresas de micro e pequeno porte (MPE) sobre a Lei Geral (Lei Complementar 123/2006) e identificar as possíveis alternativas para o aperfeiçoamento e sua efetiva implantação.

Para a ACEB – Associação Comercial e Empresarial do Brasil – o que está deixando micro e pequenos empresários satisfeitos são as facilidades trazidas pela lei, seja no momento de pagar impostos ou na hora de fazer investimentos. “A unificação de impostos e a diminuição na carga tributária das empresas são as vantagens mais lembradas pelos beneficiados. Mas a lei traz outros benefícios, como a facilidade na formalização das empresas, acesso a crédito, à tecnologia e a um consórcio especial, todos eles muito importantes no desenvolvimento do setor”, lembra Irineu de Ascenção, diretor de relações institucionais da ACEB.

Para o diretor, a grande quantidade de informações sobre a Lei Geral que encontram-se disponíveis, principalmente por meio da internet, auxilia os empresários a ficarem por dentro de seus direitos e dos benefícios a eles garantidos. “Há sites que, além de explicar a Lei Geral e tirar as dúvidas dos internautas, também oferecem palestras online para os micro e pequenos empresários interessados em se aprofundar no assunto”, informa Ascenção.

A pesquisa foi realizada entre outubro de 2007 e janeiro de 2008 com 3.097 empresas da indústria, comércio e serviços, de todos os 26 estados e no Distrito Federal. As entrevistas foram feitas por telefone.

Para quem quiser mais detalhes sobre a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, acesse www.leigeral.com.br

Sobre a ACEB A ACEB – Associação Comercial e empresarial do Brasil – é uma organização sem fins lucrativos e apolítica que tem como missão contribuir com o crescimento e o desenvolvimento de seus associados por meio de orientação administrativa, serviços prestados com qualidade e responsabilidade social. Seu foco é trabalhar com micro e pequenas empresas e atuar em todo o Brasil.

A Associação visa tornar-se uma porta de entrada e referência nacional, no que tange a área comercial e empresarial, com propostas que possam suprir as necessidades de seus associados em consultorias de diversos setores, entre eles marketing, recursos humanos, contabilidade, etc. A Aceb tem ainda o intuito de ser fonte de informações para a imprensa, no que diz respeito a negócios e o empresariado de pequeno porte.

http://www.planetaseguro.com.br/view_noticia.asp?Id_Noticia=8530 Retornar ao índice de assunto

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BC e juro aqui, nervosismo nos EUA (O Estado de São Paulo - 16.03.2008 B-12 Economia)

Alberto Tamer

Enquanto lá fora o mercado financeiro se agitava com mais um grande banco, o Bear Stearns, sendo socorrido pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano), via JP Morgan, aqui o problema era outro, a inflação. Como estava previsto, o Banco Central (BC) endureceu seu discurso. O presidente do banco, Henrique Meirelles, deixou claro na reunião do Comitê de Política Monetária que é cada vez mais iminente o risco de aumento da taxa de juro para conter o aumento dos preços provocado pelo aquecimento da demanda.

O BC até havia considerado essa opção na reunião da semana passada. Esta coluna já havia indicado que isso poderia acontecer, pois eram esses os sinais velados que constavam dos pronunciamentos cada vez mais ousados de Meirelles, ele mesmo o único na equipe econômica a preocupar-se seriamente com o desenrolar dos acontecimentos externos.

MAIS JUROS, NÃO!

A notícia provocou um deus-nos-acuda no governo. Mantega não acha necessário aumentar o juro, Miguel Jorge afirma que houve exagero do BC e outros economistas falaram até em “terrorismo”. Parece que, para dar o tom oficial, Lula saiu em defesa indireta de Meirelles, afirmando que não podemos cair de novo “nesta desgraça da inflação”. Para ele, não se pode consumir mais do que se produz. Como produzir mais demora mais do que consumir, a saída é consumir menos para que os preços não aumentem muito, corroendo o poder de compra dos que têm menos.

A conclusão sem graça é que consumir mais e viver melhor custa mais caro porque todo mundo, que agora tem maior renda, também quer isso...

AFINAL, HÁ INFLAÇÃO OU NÃO?

Todos falam de tudo, usam as bases de cálculo mais diversas, para mostrar que a alta dos preços está nos limites fixados pelo BC. Será? Para mim, o economista Dionisio Dias Carneiro fez a análise correta. Em artigo publicado no Estado de sexta-feira, Realidades embaraçosas, ele analisou a inflação não dos dois últimos trimestres, mas a de 12 meses e concluiu: “A inflação anualizada dos últimos três trimestres móveis é superior a 6%. Os preços dos ativos também estão inflados: terras, residências, muitas ações.”

INFLAÇÃO, MAIS POR QUÊ?

Dionisio Dias Carneiro responde com os dados oficiais do IBGE de 2007:

1 - O PIB se expandiu a um ritmo de 6,4% no quarto trimestre. Nos últimos três trimestres, cresceu ainda mais, 6,7% anualizados.

2 - Causas: maior demanda provocada pela aumento real da massa salarial de 3,6% ao ano e crescimento do crédito das pessoas físicas, eu e você, de nada menos que 28,8%. Isso supera a capacidade de produção, apesar dos investimentos.

Conclusão: parece que a inflação está aí, sim, mesmo porque o consumo continuou crescendo nos dois primeiros meses do ano. E daí o grito do presidente: tudo, menos a inflação, esta “desgraçada” que sempre atinge mais os pobres, que não têm como se defender. Não aplicam no mercado financeiro.

E MAIS SUSTO NOS EUA

A necessidade de um grande socorro do Fed ao Bear Stearns, devido a perdas com hipotecas, agravou a crise e aumentou a tensão no mercado financeiro. Fragilizada, a bolsa tentava equilibrar-se com a

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injeção de US$ 248 bilhões do Fed no início da semana. Não foi uma sexta-feira negra, mas foi sombria. Os índices das bolsas americanas despencaram quase 3% na primeira parte do dia, recuperaram-se a partir das 15 horas e fecharam entre 1,5% e 2,2%. Não chega a ser um desastre. A S&P tem perda de 9,9% no ano.

Diante desse novo acontecimento, que foi precedido pelas perdas da Carlyle Capital, aumentava a expectativa de que o governo americano terá de vir a socorrer com dinheiro público, assumindo os detentores de hipotecas ameaçados de execução. Parece que não há muita saída: se eles as passarem para diante ou venderem seus imóveis, não conseguirão sequer cobrir suas dívidas porque os preços das propriedades se desvalorizaram há quase oito meses.

AGORA, DINHEIRO PÚBLICO

Essa proposta ganhava corpo na sexta-feira, quando o ex-secretário do Tesouro, Robert Rubin, que fez um excelente trabalho nos anos áureos de crescimento do governo Clinton, afirmou que “os riscos são suficientemente sérios para uma ação adicional, provavelmente com recursos públicos”. O suporte de liquidez do Fed pode não ser suficiente. É preciso resolver o caso das hipotecas insolventes e sua rede de operações que se interligam, desde o primeiro comprador até o banco ou o fundo que ficou com elas, tomador de última instância.

BERNANKE MUDA O TOM

O próprio Bernanke mudou um pouco o tom dos pronunciamentos, afirmando, na sexta-feira, que é preciso ajudar a pôr um fim às execuções das dívidas hipotecárias, que se espalham, atingindo mais e mais pessoas. Ele criticou a “falta de responsabilidade e prudência e, em alguns casos, a existência de abusos e insistiu que é preciso evitar que as execuções aumentem, pois podem ser resolvidas de de outra forma. E, pela primeira vez, levantou a idéia de que é necessário encontrar novas moradias para os que estão perdendo imóveis. Bernanke falou mesmo na idéia de um plano para dispor de imóveis de aluguel para os perdedores.

O tom do seu pronunciamento foi esse: é preciso impedir que a crise das hipotecas atinja os consumidores e as comunidades. E será essa a meta agora, ao mesmo tempo em que se reforça a liquidez e se ataca o problema na raiz, a do primeiro detentor da hipoteca que se transformou num ativo financeiro, percorrendo todo o sistema, de baixo a alto, até se esfarelar.

No fim da tarde de sexta-feira o mercado parecia ter absorvido o choque, terminou a semana ferido, mas sem sangue, esperando por novos golpes.

JURO MENOR, MAS...

Na terça-feira, o Fed reúne-se para avaliar a situação e certamente reduzir a taxa básica de juros. Ma parece que, nessa nova situação, a medida não deverá ter o efeito que antes se esperava; o consumidor está assustado e não deve ser atraído por melhor condição de crédito.

*Email - [email protected]

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Novo código de auto-regulação da ANBID para ofertas públicas de distribuição e aquisição de valores mobiliários

(Migalhas – 17.03.2008)

Daniela P. Anversa Sampaio Doria*Alexandre Carvalho Pinto Rios*Entrou em vigor, no dia 1º de janeiro do corrente ano, o novo Código de Auto-Regulação da ANBID para as Ofertas Públicas de Distribuição e Aquisição de Valores Mobiliários (o "Código"), cujo principal objetivo é propiciar maior transparência e informações acerca de ofertas públicas de valores mobiliários e da companhia emissora.

O Código que deve ser observado por todas as instituições associadas à ANBID, traz poucas, mas importantes inovações para proteção do mercado. Entre essas inovações, destacamos a inclusão de um novo capítulo, dispondo sobre a prática de empréstimos vinculados às ofertas públicas.

Ao tratar dos empréstimos vinculados às ofertas públicas, o Código exige, em seu artigo 15, que os coordenadores da oferta explicitem de forma clara, compreensível, fidedigna e detalhada, em seção específica no prospecto denominada "Operações Vinculadas à Oferta", a existência de empréstimos em aberto, concedidos por qualquer dos coordenadores aos ofertantes dos valores mobiliários, seus acionistas controladores e sociedades controladas, bem como à companhia emissora, detalhando os termos e condições de cada empréstimo. Na referida seção deverá ser informada a intenção de uso dos recursos captados, seja no todo ou em parte, para amortizar o saldo devedor do empréstimo, a intenção visada pelo coordenador da oferta ao conceder o empréstimo, bem como os benefícios por ele recebidos decorrentes do empréstimo concedido. Por fim, será necessário informar a existência de conflito de interesses decorrente da concessão do empréstimo, com remissão expressa à seção de fatores de risco do prospecto.

Essa regra visa esclarecer aos investidores uma prática freqüentemente utilizada por coordenadores das ofertas e ofertantes de valores mobiliários, mas ainda pouco transparente para o mercado: a alavancagem pré-IPO. Com o intuito de crescer antes de realizar uma emissão pública de ações, muitas companhias tomam empréstimos dos bancos contratados para realizar a distribuição pública de suas ações. Tal prática amplia a receita obtida pelo banco coordenador envolvido na operação, sendo que muitas vezes, a remuneração inclui uma opção de compra de ações ou um instrumento patrimonial referenciado uma opção de compra de ações (tais empréstimos, mais especificamente, recebem o nome de "equity kickers").

A FINRA (Financial Industry Regulatory Authority), entidade de auto-regulação dos bancos e corretoras dos EUA, considera as opções de compra de ações advindas dos equity kickers como remuneração pelos serviços relacionados com as ofertas públicas, definindo como underwriting compensation qualquer "common or preferred stock, options, warrants, and other equity securities, including debt securities convertible to or exchangeable for equity securities, received (...) for providing or arranging a loan, credit facility, merger or acquisition services, or any other service for the issuer." Nos EUA, a existência do equity kicker é obrigatoriamente descrito no prospecto, geralmente nas seções

(i) "Análise e Discussão da Administração sobre a Situação Financeira e os Resultados Operacionais" (no item "Liquidez e Fontes de Recursos") onde os termos gerais do financiamento é detalhado; (ii) "Capitalização", através do qual se demonstra os efeitos da contratação do financiamento, bem como os efeitos de seu pagamento com os recursos da oferta pública em coluna ajustada no balanço patrimonial da companhia emissora; e (iii) "Destinação dos Recursos", que aborda a intenção da companhia emissora de repagar a dívida com os recursos da oferta pública.

No caso do equity kicker ser concedido ao acionista da companhia emissora, é comum que o prospecto discorra no capítulo "Análise e Discussão da Administração sobre a Situação Financeira e os Resultados

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Operacionais" o fato de que a companhia emissora recebeu contribuições de capital do acionista previamente à realização da oferta pública, os quais foram financiados pelo coordenador da oferta.

A nova exigência do Código permite ao investidor identificar, com maior facilidade, o relacionamento entre os coordenadores e a companhia emissora e a existência de tais empréstimos, calculando quais os ganhos dos coordenadores com a emissão. Trata-se de informação relevante, pois, de posse desses números, o investidor sabe qual a receita efetivamente recebida pela companhia emissora para investir em seu crescimento e, por conseguinte, quanto está disposto a pagar por suas ações.

Adicionalmente, com o detalhamento exigido pelo Código, outra importante informação que passa a ser acessível ao investidor é a possibilidade de ser diluído econômica ou societariamente, caso decida adquirir as ações de uma companhia alavancada por meio de um equity kicker cujas opções sejam outorgadas pela própria companhia.

A exigência da ANBID, entretanto, não é novidade. A Comissão de Valores Mobiliários ("CVM") já exigia a inclusão, no prospecto, de informações acerca da relação existente entre as instituições intermediárias da operação e as companhias emissoras. Contudo, com a nova requisição do Código, passou a ser necessária a elaboração de seção específica no prospecto, detalhando a existência de empréstimos e facilitando o acesso à informação pelo investidor.

A atualização do Código reflete a necessidade de sua adequação a um mercado em constante desenvolvimento. Os bancos de investimento e demais integrantes do sistema de distribuição, ao atuarem como coordenadores de ofertas públicas de valores mobiliários necessitam de credibilidade perante os investidores, item fundamental para o estímulo do mercado de capitais brasileiro. A ANBID, com seu conhecimento sobre os serviços prestados pelos bancos coordenadores, e grande interessada na ampliação do mercado de capitais do Brasil, deve exercer cada vez mais seu papel de regulação no mercado.

*Advogados do escritório Pinheiro Neto Advogados.

http://www.migalhas.com.br/mostra_noticia_articuladas.aspx?cod=56392Retornar ao índice de assunto

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TECNOLOGIA

Estratégia - Com iPhone, Apple agora quer vestir terno. Histiricamente voltada ao mercado de consumo, companhia sai em busca das vendas empresariais.

(Valor Econômico 17.03.2008 B-2 Empresas/Tecnologia&Telecomunicações)

Peter Burrows, BusinessWeek, de San FranciscoTony Avelar / Bloomberg News Jobs, executivo-chefe da Apple: com vendas mais lentas do iPod, esforço para encontrar nova fonte de crescimento Steve Jobs nunca foi muito ligado em ternos, seja para usá-los ou para vender algo a quem os usa. Em termos de moda, seu gosto está mais para os jeans e as camisetas de gola olímpica, e quase todos os produtos criados pela Apple desde seu retorno à companhia, uma década atrás, são voltados para os consumidores.

Mas, agora, Jobs quer entrar no mundo empresarial. Há duas semanas, em seu campus de Cupertino, na Califórnia, a Apple anunciou uma estratégia para usar o aparelho iPhone como uma

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forma de chegar aos escritórios. A Apple vai desenvolver mais programas para o telefone, melhorar a segurança do aparelho e torná-lo compatível com sistemas populares de e-mail, como o onipresente Outlook, da Microsoft. Essas medidas poderão aumentar a disposição das empresas em aprovar o uso do iPhone por seus funcionários. As iniciativas colocarão a Apple em concorrência direta com a Research In Motion (RIM), cujo BlackBerry hoje domina o mercado de e-mail sem fio.

O esforço na área empresarial ocorre no momento em que a Apple necessita muito de uma nova fonte de crescimento. As ações da companhia acumulam desvalorização de 35% no ano, por causa da redução no ritmo de vendas do tocador de música iPod e da diminuição dos gastos do consumidor americano. O iPhone poderá muito bem representar a melhor chance da Apple em anos para entrar no mercado empresarial. Com a ajuda de suas empresas, os trabalhadores poderão contar com recursos para pagar o preço salgado do aparelho (US$ 400, nos Estados Unidos). Muitos já desejam alternativas mais úteis e atuais ao BlackBerry e outros aparelhos existentes. "O próximo grande campo de batalha é o mercado de telefonia sem fio para corporações", afirma Rich Nespola, executivo-chefe e presidente do conselho de administração da Management Network Group, uma consultoria especializada no setor de telecomunicações.

Mas Jobs enfrentará uma infinidade de novos desafios. A Apple precisa ganhar a credibilidade dos responsáveis pelas compras nas empresas, depois de passar anos ignorando esse consumidor. A companhia poderá ter de mudar seu modelo de negócios para atender às necessidades das empresas e terá que se abrir mais a parceiros, para que criadores de software independentes possam desenvolver aplicativos para o iPhone desejados pelas companhias. Até mesmo o teclado do iPhone poderá ter de ser repensado. Enquanto o BlackBerry possui um teclado tátil, que permite a digitação fácil com dois polegares, o iPhone exige que o usuário digite em uma tela sensível ao toque, normalmente com um único dedo, o que muitos acham desajeitado e lento. William Markey, presidente da consultoria RelevantC, é cético em relação às perspectivas da Apple. "Qual é o conceito do iPhone? Ouvir música no celular que você usa para trabalhar?"

As pessoas que Jobs terá de conquistar são os diretores de tecnologia, os caras que decidem as tecnologias que serão compradas pelas empresas. A maioria dos diretores financeiros quer arcar com o menor número possível de aparelhos, em nome da simplicidade e dos custos, e muitos deles já investiram na tecnologia da RIM - nos aparelhos BlackBerry e nos servidores da RIM, que garantem a atualização dos e-mails e sua proteção contra olhares bisbilhoteiros. A RIM tornou-se líder de mercado, com 12 milhões de usuários, ao recorrer aos diretores de tecnologia e outros altos executivos.

Especialistas afirmam que para enfrentar a RIM, a Apple terá que desenvolver uma tecnologia de servidores bem mais complexa que a atual. Uma vez que uma companhia adote o iPhone, ela precisará ter certeza de que seu software estará sempre atualizado, seguro, e funcionando livre de falhas com outras tecnologias móveis. Políticas complexas terão que ser desenvolvidas, incluindo maneiras de desabilitar o iPhone no momento em que um executivo perder o seu. E em vez de centros que funcionam das 9 às 17 horas, os grandes clientes empresariais vão exigir um suporte 24 horas por dia, sete dias por semana.

O próprio Jobs vem afirmando que é quase impossível para uma companhia de tecnologia ser bem-sucedida vendendo para o setor empresarial e para o o de consumo. As margens de lucro são diferentes, assim como as estruturas de custos. E as diferenças vão além das questões financeiras. Enquanto os principais executivos dos fornecedores empresariais passam a maior parte de seu tempo em trânsito, atraindo clientes, os das companhias de consumo tendem a se concentrar no planejamento de grandes produtos em seus próprios escritórios. Hoje, Jobs está livre para passar o tempo que quiser na sede da Apple, em Cupertino, orientando sua equipe no aperfeiçoamento do próximo produto.

Depois, há o problema das parcerias. A Apple sempre foi uma sócia difícil, na melhor das hipóteses. Tome por exemplo o iPhone. Em vez de deixar alguém elaborar o software para o aparelho, a Apple forneceu informações suficientes apenas para que os programadores da internet criassem aplicativos generalizados disponíveis por meio do programa de navegação do iPhone. Os programas pré-

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carregados no aparelho foram resultado de uma colaboração próxima com um punhado de líderes de mercado, como o Google, na criação de uma versão do (serviço de localização) Google Maps.

Brian Bogosian, executivo-chefe e presidente do conselho de administração da Visto, uma empresa focada em e-mail móvel, percebeu o quanto Jobs não gosta que gente de fora fique maculando os produtos da Apple. No terceiro trimestre do ano passado, horas depois de a Visto anunciar um sistema de e-mail que permitia ao iPhone trabalhar com o Outlook e outros sistemas de e-mail, Jobs ligou para Bogosian, irado . "Ele estava possesso", lembra o executivo. Depois de convencer Jobs que a Visto não havia pirateado o dispositivo, Bogosian tentou convencer a Apple a dar apoio ao software da Visto, que agora está sendo usado por 3 mil empresas. Jobs não deu retorno.

Não há dúvidas de que a Apple agora está mudando sua postura em relação ao software do iPhone. Um dos principais pontos do evento de duas semanas atrás foi um kit para desenvolvimento de software que qualquer programador pode usar para criar programas compatíveis com o iPhone. Mas no setor já corre um boato de que a Apple poderá manter uma "rédea curta" na maneira como os programas resultantes poderão ser distribuídos e vendidos. Uma possibilidade: em vez de deixar qualquer um vender seu próprio software para o iPhone, a Apple poderá insistir que ele seja vendido somente através de um programa do tipo iTunes, administrado pela Apple. Isso certamente vai desapontar muitos programadores, mas poderá provocar uma resposta emocional dos grandes compradores de tecnologia nas empresas, uma vez que ajudaria a manter fora de circulação programas mal desenvolvidos e infestados de vírus.

De fato, o grande apelo do iPhone para os compradores empresariais poderá ser o fato de que ele é basicamente um minúsculo computador Mac, com capacidade de rodar uma grande variedade de programas. Com sua interface baseada exclusivamente em uma tela sensível a toque e seus comandos simples, o aparelho é basicamente um espaço aberto para qualquer aplicativo que uma companhia quiser rodar. Uma possibilidade seria levar o software de videoconferências iChat, da Apple, para o iPhone; outra, seria criar programas simples para que vendedores possam obter as últimas informações sobre cada cliente que eles vão visitar num determinado dia.

Em todos os desafios que a Apple enfrenta, conta-se sempre com Jobs. Porta-vozes da General Electric (GE), Texas Instruments e New York Life Insurance afirmam que embora não apóiem o iPhone, estão estudando com cuidado sua evolução. E se compradores empresariais mostrarem interesse, muitas empresas de desenvolvimento de software comercial atenderão esse público com satisfação. "Se a Apple tornar o iPhone mais fácil para as empresas, posso garantir que seríamos um dos primeiros a dar suporte ao produto", diz William Hurley, arquiteto-chefe da estratégia de código aberto da BMC Software.

Isso é um sinal de até onde a Apple chegou na última década. Regis McKenna, pioneiro em marketing tecnológico que trabalhou na Apple nas décadas de 1980 e 1990, lembra de ter dito aos ex-executivos-chefe John Sculley e Michael Spindler que a Apple precisava decidir se queria ser a Sony ou a IBM. Sua opinião: melhor seria ir atrás da Sony no mercado de consumo, do que confrontar a IBM. "Na época, a Apple não tinha os recursos, a credibilidade ou os produtos", diz ele. Mas, agora, é diferente, acrescenta McKenna. "Acho que eles podem se dar bem." (Tradução de Mário Zamarian)

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Banda larga puxa TV por assinatura, que cresce 13% em 2007. Número de clientes com acesso à internet de alta velocidade via operadoras teve alta de 47% no mesmo comparativo

(Folha de São Paulo 16.03.2008 B-11 Dinheiro)

Estratégia das empresas de TV paga para disputar consumidores com as teles fixas é oferecer desconto em pacotes de serviços

TATIANA RESENDEDA REDAÇÃO

O acesso à internet de alta velocidade mais uma vez puxou o crescimento da TV paga no país, que chegou a 5,3 milhões de assinantes no final de 2007, com alta de 13% sobre 2006. Uma das estratégias das operadoras para expandir a base de clientes tem sido oferecer um pacote de serviços, que pode incluir também telefone fixo.Outro fator que alavancou as vendas foi o aumento real na renda da população, principalmente da classe C, onde vem crescendo a penetração da TV paga, segundo Alexandre Annemberg, presidente da ABTA (associação do setor).Os dados divulgados pela entidade mostram que, de 2006 para 2007, a quantidade de assinantes de banda larga cresceu 47%, para 1,8 milhão de clientes. A expansão contribuiu para um aumento de 22% no faturamento bruto, que fechou o ano em R$ 6,7 bilhões.A Net Serviços, que detém quase metade dos assinantes de TV paga do país, aumentou em 16% a base de clientes em 2007 e em 65% a de banda larga. Na esteira do "triple play", o Net Fone via Embratel teve expansão de 212%. Ambas as empresas têm como acionista o mexicano Carlos Slim.Por enquanto, para oferecer pacotes semelhantes, a Sky tem parceria com Oi, Brasil Telecom e TIM, e a TVA, com a Telefônica. No mês passado, a Net lançou uma campanha ofensiva com um "combo popular" que inclui telefone, banda larga e recepção só de emissoras abertas pelo cabo por R$ 39,90, preço similar ao cobrado pela assinatura da telefonia fixa.O avanço das operadoras no mercado de internet rápida, diz Annemberg, é o que está fazendo as teles se sentirem ameaçadas e de olho nesse nicho.A Sky, segunda maior empresa de TV paga do país, pediu à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) que recomendasse ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) a rejeição da aquisição da TVA -terceira no ranking- pela Telefônica. O órgão, que já aprovou o negócio do ponto de vista regulatório, ainda não se pronunciou sobre o efeito na concorrência."As empresas de TV por assinatura tiveram 15 anos de monopólio sozinhas e em 15 anos conseguiram ter 5 milhões de assinantes", ironiza José Fernandes Pauletti, presidente da Abrafix (Associação Brasileira das Concessionárias de Telefonia Fixa Comutada)."Não cresceram, não investiram. Agora vamos entrar nesse mercado não pelo mercado em si, mas para fazer uma oferta conjunta de serviços." Para ele, as operadoras de TV paga querem o monopólio para concentrar esforços nos grandes centros. "Só querem ir no filé." As TVs a cabo e com transmissão por rádio estão em 479 dos cerca de 5.500 municípios do país.Na opinião de Annemberg, as companhias telefônicas poderiam começar a operar nas cidades em que não há TV a cabo, mas, nas demais, seria preciso criar uma regra de transição.Eduardo Tude, presidente da Teleco, consultoria especializada em telecomunicações, destaca a vantagem financeira para o cliente, que tem desconto ao adquirir dois ou três produtos, mas argumenta que a consolidação dos serviços só vai ser realmente benéfica se os grandes grupos passarem a concorrer nacionalmente, e não apenas continuarem a ter monopólios regionais.Outra preocupação das TVs por assinatura neste ano é o projeto em discussão na Câmara que cria cotas obrigatórias para a programação nacional, o que, segundo as operadoras, vai encarecer a mensalidade.Sobre o fim do pagamento mensal pelo ponto extra, quando a manutenção do equipamento não for feita pela operadora, Annemberg reitera que a norma foi mal redigida e nada muda em junho. Questionada, a Anatel confirmou que a cobrança será mesmo proibida. Se isso acontecer, as operadoras também ameaçam aumentar a mensalidade para diluir o custo com todos os assinantes.

Conexões de internet em alta velocidade já superam acessos por linha discada

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DA REDAÇÃO

No ano passado, pela primeira vez, o número de lares brasileiros com conexões em banda larga -50% dos que têm internet- foi maior do que aqueles com acesso por linha discada (42%). Os 8% restantes não souberam responder à pesquisa realizada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação em 17 mil domicílios, divulgada na semana passada.Em 2006, 40% tinham internet rápida. O levantamento mostrou ainda que a proporção de domicílios com conexão de ambos os tipos subiu de 14% para 17% do total de lares.Rogério Santana, membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil, destaca que a presença das TVs por assinatura nesse segmento estimula a competição, mas ressalta que ainda há poucos produtos destinados às classes mais baixas.Na análise por faixa salarial, o estudo mostra que, nas classes D e E, 39% dos entrevistados afirmaram ter banda larga, e 37%, acesso por linha discada. Entretanto, 24% nem souberam responder à pergunta.Além da renda, há ainda mais três variáveis, segundo Santana, que influenciam na aquisição do serviço: nível educacional, idade e local onde o consumidor mora, já que é comum haver restrições à oferta em bairros da mesma cidade.A falta de disponibilidade na área, aliás, foi o motivo apontado por 15% dos entrevistados para não ter uma conexão mais veloz. O custo elevado foi citado por outros 32%. A maior parte (43%), no entanto, respondeu que não tinha interesse no serviço.O presidente da Abranet (Associação Brasileira dos Provedores de Internet), Eduardo Parajo, lembra que um grande passo rumo à democratização foi dado com a redução da carga tributária na venda de micros, dentro do programa Computador para Todos. A queda no preço também foi impulsionada pela desvalorização do dólar ante o real. "Mas o computador ainda é caro", avalia.

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TELECOMUNICAÇÃO

Grã-Bretanha - Acordo coloca Napster no celular(Jornal do Commercio 17.03.2008 B-10 Tecnologia)

ALEX ARMITAGEDA AGÊNCIA BLOOMBERG

A operadora de telefonia celular O2, da Telefónica, e o Napster permitirão que os clientes da O2 na Grã-Bretanha acessem as 5 milhões de canções disponíveis no Napster e as baixem em celulares e computadores pessoais. A Ericsson, a maior fabricante mundial de redes sem fio, gerenciará o conteúdo, informou a empresa.

A O2 está tentando aproveitar o interesse dos consumidores por aparelhos que combinam celular, downloads de músicas e serviços de internet. As fabricantes de telefones celulares e as operadoras de telefonia móvel estão incorporando novos serviços, num momento em que o crescimento dos assinantes de linhas celulares desacelera em alguns países.

O serviço do Napster ficará acessível para mais de 30 modelos de aparelhos. A Sony BMG Music Entertainment fornecerá canções para o serviço.

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Por que trocar a TV paga pela digital. Vários canais por assinatura vendem horário para empresas de televendas

(Gazeta Mercantil 17.03.2008 A-2 Editoriais)

O brasileiro tem paixão por televisão. Quando a tecnologia não nos oferecia recursos como os de hoje, recorríamos até a palhas de aço na ponta de antenas para tentar melhorar o sinal das emissoras. No início das transmissões coloridas, no começo da década de 70, quem não tinha dinheiro para trocar seu televisor preto-e-branco contentava-se em instalar sobre a tela do aparelho uma película plástica com estampa semelhante a um arco-íris. Difícil era fazer coincidir a cor do plástico com a da pele de qualquer ser humano que figurasse na telinha, principalmente quando a pessoa se movia de um lado a outro. Vinte anos mais tarde, quase todo lar brasileiro dispunha de pelo menos um televisor em cores, mas a qualidade da recepção da imagem ainda era um problema. Foi mais ou menos nessa época que a televisão por assinatura começou a ganhar corpo comercialmente no País, embora a ABTA - a associação que reúne as empresas do setor - informe em seu site que o serviço começou há mais de quarenta anos em razão da necessidade de resolver um problema puramente técnico: fazer com que o sinal das emissoras de televisão localizadas no município do Rio de Janeiro chegasse às cidades de Petrópolis, Teresópolis, Friburgo, entre outras situadas na Serra do Mar, com boa qualidade de som e de imagem. As cidades serranas passaram a ser servidas por uma rede de cabos coaxiais que transportavam os sinais até as residências depois de recebidos por antenas instaladas no alto da serra. Os usuários que desejassem o serviço pagavam uma taxa mensal, a exemplo do que ocorre hoje. As projeções econômicas que se faziam para a TV por assinatura eram de crescimento exponencial. Algo como 10 milhões de clientes alguns anos após o seu lançamento. Hoje, quase 20 anos depois, as empresas do setor contabilizam apenas um pouco mais da metade da quantidade de usuários que se esperava, conforme dados oficiais da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Muita gente se frustrou com a qualidade da programação dos canais e se considerou enganada quando as operadoras começaram a cobrar uma taxa extra pela exibição de jogos de futebol. Ainda hoje, vários canais pagos vendem horário para empresas de televendas. O telespectador que se dispôs a desembolsar dinheiro imaginando que assistiria a um programa ou filme diferente constata que pagou para ver a mesma coisa que, muito provavelmente, o aborrece na televisão aberta. É difícil quantificar, mas muita gente ainda paga uma assinatura de televisão somente para melhorar o sinal das emissoras abertas. Um pacote com os canais convencionais e um ou outro de filme ou esportes não sai por menos de R$ 70 em qualquer operadora. No ano, são R$ 840. É mais do que se cobra por um decodificador de sinais analógicos para digitais (set top box, no jargão do setor), não o apregoado pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, que ainda acredita que seja possível produzir e vender o aparelho por bem menos que isso. É provável que as operadoras de televisão paga já tenham feito essa conta. Se não a fizeram, é possível que assistam a uma reprise dos prejuízos que quase levaram à bancarrota a Net e a TVA e os grupos que as controlavam (Globo e Abril) quando os telespectadores perceberem essa aritmética, sobretudo os de baixo poder aquisitivo, aqueles que quase todas as empresas parecem ter descoberto nos últimos anos e sempre foram negligenciados. Dependendo dos recursos que a TV digital oferecer, talvez até mesmo os clientes mais abonados questionem a validade de continuar pagando para assistir a uma programação que pouco difere da convencional e cujo provedor tortura seus clientes ao telefone quando eles necessitam de assistência técnica ou precisam resolver problemas de cobrança.

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Consolidação das teles - Processos criminais atravancam venda da Brasil Telecom à Oi(Gazeta Mercantil 17.03.2008 C-3 TI & Telecom)

As queixas criminais levadas à Justiça contra os controladores da operadora telefônica Brasil Telecom constituem-se no principal entrave aos acordos societários que devem necessariamente anteceder a compra da companhia pela Oi, sob pena de este negócio nunca ser concretizado. De acordo com a negociação que vem ocorrendo entre as partes, todas as pendências judiciais deverão ser solucionadas antes de a aquisição ocorrer. "Trata-se de condição sine qua non - todos os acionistas devem abrir mão dos processos judiciais que têm marcado o imbróglio societário da Brasil Telecom", afirmou executivo próximo às partes. A telefônica do Centro-Oeste e Sul possui estrutura societária complexa e em algum momento todos os componentes do quadro societário já moveram ações contra os demais. O próprio Citigroup, que agora deseja efetivamente deixar o bloco de controle, restituir o investimento para reduzir seus problemas de liquidez enfrentados nos Estados Unidos, tem ações contra o Opportunity de Daniel Dantas, bem como contra a Brasil Telecom e diversos fundos de pensão. Uma delas, inclusive, que corre na corte de Nova York e envolve cerca de US$ 300 milhões, conquistou algumas vitórias e tem levado o grupo financeiro a se portar de forma hesitante diante da iminência de suspender as pendências para vender o ativo. Há tantos acordos a serem costurados que a fusão pode ser adiada ou mesmo fracassar. "Todo mundo brigou com todo mundo em dado momento mas agora o interesse em construir a paz é unânime para tornar viável a venda da empresa para a Oi", afirmou executivo do setor sem se identificar. Não houvesse questões criminais em trâmite na Justiça, não haveria impedimentos em suspender as ações. "Mas a lei não permite que se retirem queixas que envolvem crimes", afirmou a fonte. "Elas passam a ser questão de Estado, ainda que o queixante desista de sua apresentação", argumentou advogado ligado às empresas do bloco de controle. Os processos que só envolvem perdas financeiras não impedem o acordo de ser fechado porque são suscetíveis à suspensão em qualquer tempo. Enquanto houver pendências, porém, os vários acionistas de ambas as companhias se negam a concluir o contrato que monta à elevada cifra de R$ 5 bilhões e que cria, afinal, a megatele de capital nacional capaz de enfrentar as duas gigantes do setor que atuam na América Latina: Telefónica e Telmex. A fusão ainda não está fora de questão, mas os acionistas vão ter de ser mais flexíveis e tentar contornar a realidade.

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Telecomunicações - Citi e Opportunity mais perto de um acordo. Briga judicial entre os dois grupos vem emperrando a compra da Brasil Telecom pela Oi

Estado de são Paulo - 15/03/2008 B-23 Tecnologia)

Irany Tereza e Nilson Brandão Junior

Opportunity e Citigroup - os dois componentes ainda fora de sintonia nas reestruturações acionárias da Oi e da Brasil Telecom (BrT) para a formatação de uma nova operadora de telefonia - estariam perto de um alinhamento, segundo fontes que acompanham as negociações. Mesmo assim, o fechamento de um acordo para o processo judicial que corre na Justiça dos EUA levará ainda algum tempo, não apenas por causa de definições financeiras, mas também pela demora no cumprimento de ritos jurídicos em vários tribunais internacionais.

Todos os outros detalhes da operação que daria origem ao que está sendo chamado de “supertele” - a operadora de telefonia com controle nacional resultante da compra da BrT pela Oi -, já estão definidos. Na segunda-feira, acionistas controladores das duas companhias deverão se reunir para avaliar o quadro das negociações.

O negócio já deveria ter sido fechado desde o fim de janeiro, mas sofreu sucessivos atrasos. Uma fonte que participa das conversas explica que o processo emperrou, basicamente, na questão das divergências societárias e disputas judiciais envolvendo o Opportunity, o Citibank e os fundos de pensão.

“Gostaria de achar que isso pode ser resolvido logo, mas não é possível garantir”, comentou a fonte. De formal geral, há consenso entre os principais pontos de governança corporativa e a formação do conselho de administração da nova empresa, que buscará refletir as participações dos acionistas.

Os fundos de pensão Previ, Funcef e Petros, embora saiam do bloco majoritário - que terá 51% e passará a ser integrado pela Andrade Gutierrez, La Fonte (Carlos Jereissati) e Fundação Atlântico -, continuarão a ter poder decisório na estratégia comercial da companhia. Segundo outra fonte, também já foi batido o martelo na escolha do executivo que presidirá a nova empresa: Luiz Eduardo Falco, atual presidente da Oi.

Os acionistas descartam a possibilidade de fechamento de um acordo parcial, que envolvesse apenas a reestruturação da Oi, de onde querem sair os sócios GP Investimentos, Citi e Opportunity. A facilitação de um acordo desse nível, que contará com a participação do BNDES - como agente financiador da compra, pela dupla Andrade-Jereissati, da participação dos sócios vendedores - só se efetivará no caso de uma operação completa e simultânea entre as operadoras.

O banco concorda em vender parte dos 25% que detém na Oi, baixando sua fatia para algo em torno de 16%, e emprestar R$ 800 milhões para o fechamento do acordo entre os demais sócios. No total, isso representaria um apoio do BNDES em torno de R$ 2,5 bilhões.

Agora, tudo depende de Citi e Opportunity acertarem os ponteiros, especialmente no processo que tramita na Corte de Nova York, no qual o Citi cobra cerca de US$ 300 milhões do Opportunity, seu antigo gestor na operadora de telefonia. As negociações entre os dois grupos estão sendo conduzidas em paralelo, sem a participação direta dos demais sócios.

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Portugal Telecom reafirma interesse na Vivo(Monitor Mercantil - 15.03.3008 Financeiro p.3)

O presidente da Portugal Telecom, Henrique Granadeiro, reiterou a intenção da empresa de comprar a participação da Telefónica na Vivo. De acordo com o executivo, se for possível, a PT comprará 50% da participação da espanhola na joint venture que as operadoras ibéricas controlam no Brasil."Temos como objetivo manter e fortalecer a liderança. Se for possível, comprar", disse o diretor, que disse que a gestão das operações da Vivo exigirão "um fortíssimo acompanhamento". Granadeiro reconhece que a Telefónica se pronunciou a respeito de comprar, por sua vez, a participação da Portugal Telecom, mas esclarecer que essa postura é considerada cada vez menos certa pelos diretores da companhia espanhola.

"Houve um momento em que sempre falavam disso, mas a Telefónica nunca colocou preço na Vivo", afirma o executivo. Granadeiro reconhece, no entanto, que as relações entre as duas operadoras "caminham em um sentido de maturidade"

Operadora global

Segundo Granadeiro a PT deve participar da criação de um grande operador global de telecomunicações em língua portuguesa.

A empresa e a Telefónica controlam 50% da Vivo, mas o apoio da empresa espanhola à oferta de compra lançada pela Sonaecom deteriorou as relações entre as duas. A Telefónica é o segundo maior acionista da PT com 93,9 milhões de ações, que garantem à espanhola 9,16% do capital da companhia.

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TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO

Aposentadoria - Em prol da ampliação da compulsória. Presidente da Andes acredita que medida visa atender melhor o jurisdicionado.

(Jornal do Commercio 17.03.2008 B-9 Direito & Justiça)

GISELLE SOUZADO JORNAL DO COMMERCIO

O presidente da Associação Nacional dos Desembargadores (Andes), desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) Manoel Carpena Amorim, defendeu com veemência, na sexta-feira passada, a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional nº 457. A proposição prevê a ampliação da idade limite para a aposentadoria compulsória dos servidores públicos de 70 para 75 anos. O projeto tem provocado polêmica entre as entidades de classe.

De acordo com Carpena Amorim a proposta vem sendo debatida com enfoque em apenas um ponto de vista. "A questão que vem sendo posta é sempre a do prejuízo que o fato (a ampliação da idade)

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acarretaria para a carreira da magistratura. Esse é o grande fundamento. Imagino que tudo se resume no desculpável interesse pessoal. Os juízes querem chegar logo aos tribunais, e os desembargadores querem ficar por mais cinco anos no serviço ativo. Ponto final. Acredito que não deva ser assim", disse o desembargador, destacando que a prestação jurisdicional deve ser o aspecto a ser levado em consideração.

Na avaliação de Carpena Amorim, não adianta debater a ampliação do limite da aposentadoria compulsória apenas do ponto de vista do que é melhor para um grupo ou outro. "Não me parece que seja assim que a questão será resolvida", ressaltou o desembargador, destacando que a aposentadoria por tempo de serviço, em outros setores, tem se sido estendida consideravelmente nos últimos anos.

"Está quase empatando com essa compulsória aos 70 anos, segundo as emendas constitucionais 20 e 41. E eu não vi ninguém dizer, por ocasião da edição delas, que elas majoraram sensivelmente prazos e condições para a aposentadoria voluntária, que as novas regras estariam em desacordo com os interesses pessoais dos funcionários públicos. Ali preponderava, como é óbvio, o interesse público em torno dos novos limites estabelecidos em razão da crise do sistema", acrescentou.

Segundo afirmou, o magistrado, aos 70 anos, atingiu a "plenitude de sua capacidade". "A magistratura exige experiência de vida. O juiz é como o vinho, vai amadurecendo e se tornando cada vez melhor. No entanto, quando estamos no apogeu da capacidade produzir, vem o Estado e coloca a gente para fora. Isso não faz sentido. Não há país no mundo que se dê o luxo de fazer uma loucura dessas: desprezar uma mão-de-obra dessa magnitude e qualificação", afirmou.

Carpena Amorim explicou que a medida acaba por trazer prejuízos financeiros ao Estado. "É uma mão-de-obra absolutamente gratuita, porque estamos no pleno exercício da profissão. Nossa saída implica sempre na admissão de outros juízes, o que onera sensivelmente o Fisco. Além disso, é do interesse do jurisdicionado que haja uma Justiça amadurecida, mais reflexiva e mais criadora", destacou.

O presidente da Andes esclareceu que a medida não visa a desprestigiar os juízes de primeira instância. "Quero firmar, desde logo, a posição da Andes. Queremos muito bem aos nossos jovens juízes. Eles são as forças da magistratura, nossa estrutura mais importante. Estamos inteiramente com eles, com a magistratura. A única coisa que não podemos é trabalhar contra os nossos interesses. Isso não é possível", ressaltou.

RELATORIA. A PEC está tramitando na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, onde aguarda pela designação de um relator. De autoria do senador Pedro Simon (PMDB-RS), a proposição visa justamente à modificação de uma norma que vem sendo mantida nas últimas Constituições. De acordo com o parlamentar, a proposta tem como objetivo atualizar a Carta Magna em relação às mudanças da sociedade, entre elas o aumento da expectativa de vida do brasileiro.

"Para nós, é estranho que renomados juristas com mais de 70 anos, que foram exemplares e eficientes servidores públicos, ou até mesmo ex-ministros do Supremo Tribunal Federal, possam ser contratados para elaborar caríssimos pareceres jurídicos para a administração pública e sejam proibidos de atuar como integrantes das instituições públicas", argumentou o senador na justificação da PEC.

Na opinião de Simon, o aumento da expectativa de vida do brasileiro vem alterando o perfil etário da população e formando uma classe média com melhores condições educacionais. Por essa razão, o parlamentar acredita que a sociedade teria a ganhar com o aumento da idade limite da aposentadoria dos magistrados, principalmente os que ocupam cargo nos tribunais superiores. "Nada mais apropriado à atividade jurisdicional que esta seja exercida por julgadores calejados e experimentados, pois sabemos que a letra inerme da lei nem sempre é suficiente para estabelecer uma decisão ou sentenças justas", afirma.

No início do mês, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que representa quase 15 mil juízes em todo o País, realizou um protesto no Congresso contra a aprovação do texto. O presidente da

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entidade, Mozart Valadares, entregou manifesto no qual repudia a proposta ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia e aos líderes do PT, Maurício Rands; do PSDB, José Aníbal; e do DEM, ACM Neto. Na ocasião, os deputados receberam ainda o estudo, produzido pela entidade, que detalha os pontos de discordância da associação em relação à proposta.

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Equívocos sobre o piso previdenciário (Valor Econômico 17.03.2008 A-15 Opinião)

"Convicções são inimigos mais perigosos da verdade do que mentiras" - Nietzsche

Em 2004, ano no qual o reajuste do salário mínimo (SM) foi modesto, certa vez tomei o elevador no trabalho e o ascensorista estava se referindo ao presidente Lula em termos impublicáveis, por conta do reajuste da variável - julgado por ele como irrisório. O curioso é que, pelas características do lugar, apostaria que ele não tinha uma remuneração de um SM, já que provavelmente recebia um salário maior do que esse parâmetro.

O fato é emblemático acerca da relevância que o SM tem na sociedade brasileira aos olhos da população: ele não é importante "apenas" porque aproximadamente 25 milhões de pessoas têm uma remuneração regulada institucionalmente pelo valor do SM, mas também porque, para a grande maioria dos brasileiros, é a expressão por excelência do comprometimento do governo com os mais pobres. Quem pertence ao "andar de baixo" (na feliz classificação sociológica do jornalista Élio Gaspari) se sente beneficiado pela política de aumentos do SM e quem pertence ao "andar de cima" acredita que assim a pobreza está sendo eficazmente combatida e que por isso o Brasil está caminhando na direção de se tornar um país menos injusto. Como o SM é o indexador de dois de cada três benefícios previdenciários, exatamente iguais agora a R$ 415, a pressão social em favor do aumento do mínimo se traduz na prática em maiores incrementos das aposentadorias.

--------------------------------------------------------------------------------A idéia de que incorporando esses aumentos às aposentadorias está se melhorando a situação das pessoas mais pobres do país, é simplesmente errada --------------------------------------------------------------------------------

O problema de tais crenças é que, parodiando a frase de Nietzsche citada em epígrafe, elas se baseiam em convicções tão firmes quanto equivocadas. O Brasil deveria continuar mantendo a política de elevações graduais do SM para aqueles que participam do mercado de trabalho, porque dessa forma estaria se dando uma sinalização fundamental para o mercado e contribuindo para a melhoria dos rendimentos de uma parte importante da população com rendimentos baixos. Entretanto, a idéia de que incorporando esses aumentos às aposentadorias, seguindo o preceito constitucional que vincula o piso previdenciário ao SM, está se melhorando a situação das pessoas mais pobres do país, é simplesmente errada.

Há uma vantagem, para os governos, em aumentar o SM, comparativamente a outras políticas: seu baixo custo operacional. Enquanto que instrumentos como Bolsa Família envolvem cadastros, sistemas complexos de controle etc, aumentar o SM depende apenas de uma decisão de quem ocupa o poder. Essa é parte da explicação de por que a variável aumentou tanto depois da estabilização.

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É preciso, porém, ter respeito por "Sua Excelência, o fato". E o fato, neste caso, é o rigor dos números. Vamos a eles. No artigo "O esgotamento do papel do salário mínimo como mecanismo de combate à pobreza extrema", publicado como Texto para Discussão número 1290, do Ipea, em 2007, em co-autoria com Samuel Franco - programador da equipe de Ricardo Paes de Barros - mostramos a perda de eficácia do instrumento do SM como fator de redução da pobreza extrema. Com a publicação da Pnad de 2006, a meu pedido, Samuel gentilmente atualizou aquele trabalho. Alguns dos dados do texto são mostrados na tabela.

A tabela, baseada em dados da Pnad, mostra a distribuição dos aposentados e pensionistas com rendimento exatamente igual a um salário mínimo, por décimo da distribuição de renda per capita, em 2006. Para que o leitor entenda o significado da tabela, pense em duas situações extremas, ambas associadas a aposentados com remuneração de um SM. Por um lado, uma idosa que no Nordeste sustenta quatro netos vivendo com ela sob o mesmo teto, porque a mãe das crianças migrou para ser empregada no Sudeste. Se essa pessoa é aposentada, a renda familiar per capita será hoje de R$ 415/5 = R$ 83. Por outro, tem-se um médico muito bem sucedido de 55 anos que tem uma renda da ordem de R$ 20 mil por mês, mas que para efeitos legais começou a pagar como autônomo para o INSS há 35 anos sobre um salário mínimo e acaba de se aposentar por tempo de contribuição. É claro que são situações extremas, mas o que a tabela mostra é que os aumentos das aposentadorias e pensões de um SM beneficiam mais a metade superior que a metade inferior dos rendimentos (só 34 % dos aposentados e pensionistas com rendimento exatamente igual a um salário mínimo estão entre os 50 % mais pobres).

Não é difícil pensar em alguns exemplos de pessoas que recebem benefício de um SM, mas que têm outra fonte de renda, como I) uma servidora pública de 50 anos com salário de R$ 1.000, viúva de um trabalhador que contribuía sobre um SM e deixou uma pensão; II) um motorista de táxi que consegue ter uma renda líquida mensal de R$ 800 a R$ 900 com o veículo, mas que tem uma aposentadoria do INSS; III) um comerciante com uma renda mensal em torno de R$ 4.500, aposentado por tempo de contribuição etc. Em todos os casos, são trabalhadores honrados, mas o fato é que não estão entre as pessoas mais pobres do país. A tabela é clara e mostra que: a) apenas 11 de cada 100 aposentados e pensionistas que recebem SM localiza-se entre os 30 % mais pobres do país; e b) 66 de cada 100 aposentados e pensionistas que recebem um SM localizam-se no grupo de renda 50 % superior. A realidade é clara. Quando o Brasil gasta bilhões aumentando o piso previdenciário, julgando que está combatendo a pobreza extrema, pratica uma política social ineficiente. Ela é cara e gera benefícios sociais modestos.

Fabio Giambiagi, economista, co-organizador do livro "Economia Brasileira Contemporânea: 1945/2004" (Editora Campus), escreve mensalmente às segundas-feiras.

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Pente-fino nas ações contra INSS. Previdência vai mapear sentenças judiciais indevidas e pode cobrar dinheiro de volta

(O Globo 17.03.2008 p. 16 Economia)

Geralda Doca

O Ministério da Previdência Social decidiu passar um pente-fino nas sentenças judiciais acima de R$300 mil contra o INSS. A ordem é questionar na Justiça todos os valores considerados exorbitantes, pagar somente o que for devido e cobrar a devolução do que já foi pago a mais. A Procuradoria Federal Especializada (PFE) junto ao órgão tem pronta um lista com 211 nomes de segurados que apresentam algum tipo de irregularidade no valor da aposentadoria ou pensão. Serão os primeiros a cair nesta espécie de malha fina previdenciária montada para pegar fraudes que são responsáveis por boa parte do aumento, desde 2003, de 415,1% no pagamento de precatórios pela Previdência.

Entre os casos já mapeados, há pessoas que ganharam ações em instâncias inferiores, perderam posteriormente após recursos apresentados pelo órgão, mas inexplicavelmente receberam do INSS. Existem também situações em que os beneficiários recebem em duplicidade, pois entraram com as mesmas ações em localidades diferentes e foram incorporando os ganhos ao longo do tempo. Sem falar em indenizações abusivas.

Gastos na Justiça quintuplicaram

Quando o Tesouro Nacional já tiver feito o repasse à Justiça, serão disparadas ações para bloquear os pagamentos abusivos. Quem já está recebendo o valor incorreto poderá ter de devolver dinheiro ao INSS.

- O INSS sempre foi réu. Sempre foi pontual no pagamento dos precatórios, muitas vezes sem questionar os valores. Agora, passaremos a ser autores e vamos entrar com ações regressivas para receber o que foi pago indevidamente - afirmou o procurador-chefe da PFE, Ricardo Panquestor Nogueira.

De acordo com o ministério, o valor do desembolso da Previdência com sentenças judiciais saiu de R$1 bilhão em 2003 para R$5,2 bilhões em 2007. Só no ano passado, a despesa subiu 13,9%, no caso das ações na Justiça Federal, e 22,1% nas disputas na esfera estadual. A explosão pode ser vista também por outro indicador: os precatórios, que representavam 3,6% do déficit do INSS cinco anos atrás, fecharam dezembro a 11,5%.

Para 2008, há uma previsão preliminar de gastos com sentenças de R$4 bilhões. A cada mês, ingressam na Justiça 50 mil processos contra o INSS, de trabalhadores de forma geral e de servidores da Previdência.

O procurador disse não ter condições de estimar os prejuízos que as sentenças judiciais indevidas estão causando à Previdência Social. Mas ele reconhece que este é um dos males que impedem a redução do descasamento entre receitas e pagamento de benefícios. O mapeamento ainda está em andamento, e estão sendo detalhados particularmente os últimos oito anos, mas Nogueira crava:

- Sem dúvida, faremos uma boa economia.

Há um grupo de trabalho formado por procuradores e contadores que está avaliando os processos suspeitos na sede do INSS, em Brasília. Para evitar ameaças, os participantes de outros estados foram deslocados à capital federal, contou o procurador, deixando claro que a força-tarefa espera se deparar com máfias especializadas em fraudes ao instituto.

Segundo Nogueira, já é possível afirmar que não há parâmetros nos valores que a Justiça manda o INSS pagar. Num único processo, o órgão foi condenado a pagar R$1,3 bilhão. Entre os exemplos, há também

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um processo movido pelo Sindicato dos Aposentados do Rio Grande do Norte, em que, só em honorários, o advogado pediu R$44 milhões, quando o valor devido é de apenas R$10 mil. Os procuradores conseguiram bloquear o pagamento na Justiça.

Em vez de reforma, caça às fraudes

Existe ainda um processo do Maranhão com pedido de indenização por morte de R$2,4 milhões, mas os novos cálculos apontam que a dívida é de apenas R$271 mil. Em causa semelhante no mesmo estado, os procuradores estimam que uma dívida de R$1,2 milhão não passa, na verdade, de R$160 mil.

A operação de caça às fraudes com amparo judicial é parte da política de atacar deficiências administrativas e irregularidades nos órgãos ligados à Previdência Social. E visa a recuperar e economizar recursos, substituindo, na avaliação do Executivo, uma Reforma Previdenciária.

A estratégia ficou particularmente clara após a ida de Luiz Marinho para o comando do ministério, há um ano. Apesar de estar instituído o Fórum da Previdência, que pretendia debater a reforma com a sociedade e listar as alterações de consenso, Marinho dedicou-se preferencialmente à elaboração de medidas administrativas, algumas delas adiantadas pelo GLOBO. O problema é que parte delas não vai adiante.

Por exemplo, em março do ano passado, o ministério anunciou um recadastramento com o objetivo de rever as aposentadorias por invalidez de 2,6 milhões de segurados, com o objetivo de economizar R$11,3 bilhões. Também pretendia tornar mais rígida a classificação de invalidez. Nada disso foi implementado. Ministério faz acordos em causas de derrota certa. Previdência busca negociação principalmente nos processos de aposentadoria rural e benefícios para idosos de baixa renda Geralda Doca

BRASÍLIA. Enquanto avança no combate às sentenças indevidas, em outra frente a Previdência Social decidiu procurar o Judiciário para fechar acordos nas causas em que a perda da ação é praticamente certa. Nessa primeira fase, os acordos estão valendo para processos envolvendo aposentadoria rural e o benefício da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) - concedido a idosos e deficientes de baixa renda - para processos que tramitem há cinco anos. A proposta é incluir outras causas no futuro.

O primeiro acordo foi fechado na semana passada com o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, que abrange 13 estados (entre eles Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso e Piauí), além do Distrito Federal. A proposta é ampliar a iniciativa para todo o país, sobretudo Rio e São Paulo, onde o volume de processos é gigantesco.

O acordo do INSS prevê um deságio de 20% sobre o valor solicitado (depois de checagem dos cálculos). Em contrapartida, o trabalhador poderá receber o valor pleiteado em até 60 dias, se não for superior a 60 salários mínimos. Os montantes superiores entram na fila dos precatórios.

Para tocar as negociações, a Previdência irá montar salas próprias nas dependências dos TRFs, com equipe especializada, composta por procuradores e servidores administrativos. O contato é feito entre o INSS e os advogados dos trabalhadores.

Segundo o procurador-chefe da Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS, Ricardo Panquestor Nogueira, tudo indica que os acordos terão boa adesão. Ele disse que, dos 70 processos previamente selecionados em Brasília, 50 caminharam nesse sentido. A estimativa é que as negociações durem apenas três meses. Hoje, há ações que tramitam por mais de cinco anos.

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Só no âmbito da Justiça Federal, há mais de dez milhões de processos questionando a Previdência. Dos 71 mil processos correndo no TRF da 1ª Região, já em grau de recurso, 45 mil são relativos a benefícios rurais e LOAS, cujos segurados encontram dificuldades para reunir provas para a concessão do benefício. Por isso, a primeira fase de acordos está centrada nesta categoria.

- O nosso foco nessa ação é o beneficiário - disse o procurador.

Ele informou ainda que baixou uma circular para orientar os procuradores a não recorrerem em 15 situações envolvendo LOAS e aposentadoria rural, para facilitar o fechamento dos acordos. Por exemplo, o brasileiro pode solicitar o benefício como segurado especial mesmo que o tempo de trabalho não seja contínuo. Se o segurado especial deixou de contribuir porque ficou doente, independentemente do tempo, também não perde mais a condição de beneficiário.

Além disso, contou o procurador-chefe, o ministro da Previdência, Luiz Marinho, determinou a revisão das normas de todos os demais procedimentos utilizados pelos procuradores para recorrer em processos de outras categorias, no sentido de facilitar os entendimentos.

- Nos casos em que o Judiciário bate com razão, vamos reavaliar nossa postura. Agora, quando tivermos razão, vamos brigar até o fim - disse o procurador.

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Sindicalismo esperto(Folha de São Paulo 17.03.2008 A-2 Opinião)

COMO PREVISTO , a Câmara dos Deputados voltou atrás e decidiu recriar o chamado imposto sindical, a contribuição compulsória correspondente a um dia de salário por ano cobrada de todos os trabalhadores com carteira assinada. Ela irriga os sindicatos com uma verba anual da ordem de R$ 1 bilhão.O tributo chegou a ser extinto em projeto de lei aprovado na Câmara em outubro passado, mas, após forte pressão de sindicatos e do governo, o dispositivo foi fulminado primeiro pelos senadores e agora pelos deputados.Até aqui, apenas se desperdiçou uma excelente oportunidade de fazer avançar o sindicalismo brasileiro, livrando-o da tutela do Estado -medida que, vale registrar, contava com o apoio da CUT até sua ascensão às proximidades do poder. Só que o duvidoso consórcio entre governo, parlamentares e sindicalistas ameaça ir além e já ultima um novo projeto de lei que investe contra o bolso do trabalhador.O logro atende pelo nome de "contribuição negocial", que pretende unificar o imposto sindical e a taxa assistencial. A primeira esparrela está no fato de que a taxa assistencial, ao contrário da contribuição sindical, não é obrigatória, podendo o trabalhador recusar-se a pagá-la. Na unificação, ao menos para efeitos práticos, a obrigatoriedade seria estendida a ambas.E não é só. Pelo que se discute, o valor da contribuição negocial seria definido em assembléias das categorias -que são controladas pelos sindicatos-, mas pago por todos os trabalhadores, sindicalizados ou não.Sindicatos saudáveis se constroem longe da sombra do Estado e de benesses paraoficiais oferecidas a lideranças que rapidamente se encastelam na máquina sindical e passam a representar muito mais seus próprios interesses do que os da categoria.

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Governo quer lançar "carteira eletrônica". Cartão magnético com informações trabalhistas substituirá versão em papel; mudança deve começar em maio em 6 Estados

(Folha de São Paulo 17.03.2008 B-1 Dinheiro)

Troca será gradual, pois há quase 30 milhões de pessoas com carteira assinada; foco é combater fraudes e cortar despesas com benefícios

CLAUDIA ROLLIFÁTIMA FERNANDES DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério do Trabalho planeja lançar em 1º de maio o cartão eletrônico que substituirá a carteira profissional de trabalho em papel -que completa 76 anos neste mês. A idéia é apresentar o cartão durante as festas comemorativas pelo Dia do Trabalho das principais centrais sindicais do país.O projeto, ainda em elaboração na área técnica do ministério, prevê a substituição gradual das carteiras em papel. O governo já sabe que não há como trocar de uma só vez os documentos de pelo menos 29 milhões de brasileiros com carteira assinada no país que constam na base de dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do ministério. Sem falar que cada trabalhador pode ter mais de uma carteira, o que eleva para mais de 60 milhões o número de carteiras de trabalho emitidas.Os cartões eletrônicos devem ser inicialmente implementados em seis Estados (SP, RJ, MG e mais três das regiões Norte e Nordeste) em substituição a parte dos 6 milhões de novos documentos emitidos a cada ano, segundo estima o ministério. Só no Estado de São Paulo foi emitido 1,129 milhão de carteiras no ano passado."A carteira é um documento simbólico, que já foi inclusive usada como atestado de bons antecedentes. Mas hoje traz problemas. O trabalhador precisa entregar o documento original para a Previdência Social, por exemplo, ao pedir a contagem do tempo para aposentadoria. E corre o risco de perder o documento. Seria um avanço conseguir reunir a base de dados do Ministério do Trabalho e da Previdência", diz Luis Carlos Moro, advogado trabalhista.O que está em estudo, por enquanto, é que a carteira reúna informações só da área trabalhista -como dados de admissão e demissão, tempo de serviço, abono salarial e seguro-desemprego. Com o cartão, o governo quer atualizar informações dos trabalhadores com mais agilidade para aperfeiçoar o pagamento de benefícios e, assim, economizar recursos.Hoje, as informações do Caged são atualizadas no prazo de 37 dias -porque a lei determina que as empresas informem dados referentes a contratações e demissões até o dia 7 do mês subseqüente. Esse prazo dificulta, por exemplo, saber se um trabalhador que foi demitido e tem direito ao seguro-desemprego já retornou ao mercado de trabalho e deveria, portanto, ter o benefício suspenso.No ano passado, o governo gastou R$ 12,49 bilhões só com o pagamento de seguro-desemprego -21% a mais do que em 2006. A previsão para este ano é gastar cerca de R$ 15 bilhões.

Agilidade"Com o cartão, pode haver desburocratização e agilidade nos serviços, o que é positivo. É preciso, entretanto, discutir a inclusão de dados previdenciários nesse novo documento. Vamos pedir uma reunião das centrais com o governo para discutir isso", diz Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)."O que não pode haver é custo para o trabalhador", afirma Wagner Gomes, presidente da CTB (Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), central recém-criada. Armando Monteiro Neto, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), diz não ver barreiras à modernização. "As empresas poderão se adaptar."Empresas de tecnologia de informação dizem que, do ponto de vista tecnológico, não é complicado criar o cartão eletrônico, mas requer tempo para as empresas adaptarem seus sistemas. "Vejo mais problemas na logística. O país terá de conviver com dois modelos -o eletrônico e o papel- por um tempo", diz Luis Marques de Azevedo, sócio da Hint Consultoria. Para ele, o governo poderia embutir no novo cartão dados pessoais do trabalhador, como os do título de eleitor e até mesmo de saúde. Nos

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países nórdicos, afirma, os trabalhadores possuem um cartão que reúne dados dos sistemas previdenciário e de saúde.A Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de SP) avalia que um dos benefícios será o combate a fraudes. "Casos como os de falsas carteiras e desvio de valores do FGTS e outras contribuições poderiam ser detectados rapidamente. O trabalhador passaria a ser um fiscal de seus direitos", diz Luis Antonio Flora, diretor da assessoria jurídica da entidade.

Centrais dizem que projeto gera disputa política DA REPORTAGEM LOCAL

Sindicalistas afirmam que o projeto de modernização da carteira de trabalho gerou uma disputa entre o Ministério do Trabalho, comandado por Carlos Lupi, e Marcílio Marques Moreira, integrante da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, que deixou o cargo de presidente no final do mês passado. Marques Moreira questionava o fato de Lupi acumular dois cargos -o de ministro e o de presidente nacional do PDT.Há quatro meses a comissão recomendou ao presidente Lula a remoção de Lupi do ministério ou sua saída da presidência do PDT, por entender que havia conflito de interesses. O ministro deixou o comando do partido no início deste mês.Em apoio a Lupi, quatro centrais sindicais (Força Sindical, UGT, CGTB e Nova Central) divulgaram nota em dezembro em que questionavam o fato de Marques Moreira pertencer ao conselho da American Banknote, empresa que fez carteiras em papel para o ministério."Não faz o menor sentido. Pertenço ao conselho da empresa desde 1994, mas o conselho não toma conhecimento dos pequenos negócios da empresa. Só de grandes negócios, como aquisições e fusões", afirma Marques Moreira. "O contrato foi ganho em pregão eletrônico. Nem sabia que havia esse contrato. O valor não chega a 2% do faturamento da empresa."Carlos Affonso D'Albuquerque, diretor de relações com investidores da American Banknote, diz que a empresa fabricou somente um lote de 2,5 milhões de unidades em um contrato de R$ 5,1 milhões. "A empresa venceu uma concorrência. Esse é nosso "business". E se houver concorrência para produzir o cartão magnético, a empresa também irá participar."O ministério não informou quando deverá ser aberta a licitação para o cartão eletrônico, que deve substituir a carteira, porque o projeto de modernização ainda está em fase de elaboração. (CR e FF)

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Editorial: O mal de um anacronismo (Jornal do Brasil 17.03.2008 A-8 Opinião)

Numa semana turvada pela vitória do lobby das centrais sindicais contra a liberdade de escolha dos trabalhadores, acendeu-se uma luz de alento diante da notícia de que o Supremo Tribunal Federal pode tornar opcional a cobrança do Imposto Sindical. Para tanto, basta que os ministros da mais alta Corte do país decidam se os artigos da Consolidação da Leis do Trabalho (CLT), criada por decreto-lei de 1943, foram ou não "recepcionados" pela Constituição de 1988 - conforme explicou reportagem de Luiz Orlando Carneiro na edição de ontem do Jornal do Brasil.

O STF analisará a Ação de Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental, ajuizada pelo PPS, cujo objetivo é declarar inconstitucional a cobrança obrigatória do Imposto Sindical, criado em plena ditadura de Getúlio Vargas. Se assim o fizer, o Supremo corrigirá, por via indireta, o que deputados não ousaram fazer na semana passada: pôr fim a uma herança ditatorial e anacrônica.

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Com as regras que prevaleciam até agora, o imposto é recolhido compulsoriamente de empregadores e trabalhadores. Em seguida, o governo redistribui a maior parte pelas organizações sindicais, com 60% para os sindicatos, 15% para as federações e 5% para as confederações, apropriando-se dos 20% restantes. Do dinheiro que retém, o governo destina a maior parte à formação do Fundo de Amparo ao Trabalhador, o FAT. A divisão costuma rechear a conta bancária das entidades. No ano passado, a arrecadação com o recolhimento chegou a gerar quase R$ 1,5 bilhão de caixa.

Em outubro, a Câmara dos Deputados acabou com o caráter compulsório da contribuição sindical na folha de pagamento. Em cinco meses e muito lobby das centrais e de entidades patronais - que temiam o fim da obrigatoriedade também da cobrança de contribuição semelhante - o Senado derrubou a decisão, o projeto voltou para a Câmara e deu no que deu: os deputados mudaram de opinião.

Na semana passada, os parlamentares restituíram de uma vez só o imposto compulsório e legalizaram as centrais sindicais - que, assim, terão direito à metade da fatia que antes cabia ao governo, ou 10% do produto total do imposto. Trata-se de uma fatia de R$ 130 milhões, despejada em seus cofres automaticamente.

Os maiores perdedores do recuo do Congresso são os trabalhadores, sindicalizados ou não, posto que continuarão obrigados a recolher para o governo o equivalente a um dia de salário. Tal caráter compulsório está na raiz do histórico peleguismo - o sindicalismo comandado pelo Ministério do Trabalho, em que o poder sindical confunde-se com o poder político, e contra o qual o então sindicalista Lula da Silva, numa já distante década de 1970, parecia ter lutado.

Nesse peleguismo misturam-se desafortunadamente sindicalistas sérios, preocupados com as condições de trabalho dos sindicalizados, e outros cujo interesse maior é satisfazer os próprios apetites políticos e pessoais. Sublinhe-se que, em tese, as centrais sindicais surgiram na década de 80 para segurar a dependência dos sindicatos em relação ao governo. Agora, aceitam de bom grado o combustível adicional para as suas finanças.

Com a remissão dos pecados do antigo peleguismo, perdem os trabalhadores e perde a liberdade de escolha, preceito elementar dos tempos democráticos. Se o Supremo acatar a ação do PPS, aqueles que desejarem permitirão o desconto. Em contrapartida, as entidades terão de ser capazes de atrair seus representados para a filiação e tornar mais eficiente seus mecanismos de cobrança da contribuição anual. Resta esperar - e torcer - para o que dirão os ministros do Supremo.

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Rede Corporativa já integra quase 90% da Justiça do Trabalho (TST - 14.03.2008)

Já está em fase de conclusão a implantação da Rede Corporativa de Longa Distância da Justiça do Trabalho, uma das metas do Conselho Superior da Justiça do Trabalho para a área de informatização de todo o Judiciário Trabalhista. Até o final de março, mais de 90% dos 24 Tribunais Regionais do Trabalho estarão interligados a suas respectivas varas e outras unidades administrativas remotas, através da nova rede, por onde trafegarão dados e voz. Em meados de abril, segundo o cronograma informado pela Embratel, a implantação estará concluída.

A operadora já concluiu a ativação de quatro segmentos: TRT da 4ª (RS), 10ª (DF), 18ª (GO), 19 ( AL), 21ª (RN), 23ª (MT) e 24ª (MS) Regiões. O TRT da 4ª Região emitiu o aceite provisório no dia 4 de março

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e, desde então, sua rede encontra-se em pleno funcionamento. Os outros Regionais devem fazer o mesmo nos próximos dias. Foi previsto um período de funcionamento experimental de 90 dias, logo após o aceite provisório, para que a operadora corrija todos os problemas que porventura ocorram antes do aceite definitivo.

Para que a topologia da Rede Corporativa esteja completa, resta a implantação do chamado “backbone principal”, que interligará o Tribunal Superior do Trabalho às sedes dos TRTs. A rede será o meio pelo qual trafegarão os serviços de vídeo-conferência e de transmissão de dados e voz, e os sistemas e-Doc, Carta Precatória Eletrônica, SUAP (acompanhamento processual), Ensino à Distância e os demais sistemas de gestão integrada da informação da Justiça do Trabalho. A ordem de fornecimento do “backbone principal deverá ser emitida em breve.

Emancipação e economia

A entrada em operação da rede corporativa no Rio Grande do Sul permitiu ao TRT da 4ª Região (RS) extinguir o contrato que mantinha com a Embratel em nível local. O contrato nacional possibilita a transmissão de voz e imagens digitais através da rede própria da Justiça do Trabalho, o que reduzirá significativamente os custos das comunicações entre a sede do TRT, em Porto Alegre, e os fóruns e Varas do Trabalho em mais de 60 municípios do interior do Estado. Correio eletrônico, ligações telefônicas e envio de matérias para o diário oficial serão cobrados por tarifa única e local, independentemente do número de transmissões ou de serem ou não interurbanas.

Projeto técnico

A criação de uma rede corporativa para a interligação de todos os órgãos da Justiça do Trabalho no País começou a tomar forma em 2005, quando foi elaborado o projeto técnico. Em novembro de 2006, a Embratel venceu a licitação realizada pelo TST para a implantação, e, em agosto de 2007, o contrato foi assinado. O projeto prevê a implantação de 25 redes ao todo. O ambiente de teste que está em fase de conclusão abrange as 24 redes ou backbones regionais, que atenderão aos 24 TRTs e suas Varas do Trabalho. A execução do projeto coube a um grupo de trabalho composto pelos TRTs da 2ª (SP), 4ª (RS), 5ª (BA), 14ª (RO), 15ª (Campinas) e 23ª (MT) Regiões, sob a coordenação do TST.

(Carmem Feijó)

http://ext02.tst.gov.br/pls/no01/no_noticias.Exibe_Noticia?p_cod_noticia=8374&p_cod_area_noticia=ASCS

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Acordo coletivo não pode subtrair direitos assegurados por lei (TST - 14.03.2008)

Com o entendimento de que direitos assegurados por lei não podem ser subtraídos por meio de acordo coletivo de trabalho, a Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S. A. – Usiminas contra a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª

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Região (MG) que condenou a empresa a pagar a um empregado as verbas relativas a minutos excedentes da sua jornada.

Em abril de 2004, o empregado reclamou na 3ª Vara do Trabalho de Coronel Fabriciano (MG) que, em média, iniciava seu trabalho 25 minutos antes do horário formal e o encerrava 30 minutos após o fim do expediente. Alegou que desde a contratação, em 1981, na função de eletricista de manutenção e liderança, até ser dispensado sem justa causa, em 2003, não recebeu os valores correspondentes a esse tempo extraordinário.

Com a decisão favorável em parte ao empregado, ambas as partes recorreram. O TRT/MG decidiu acrescentar à condenação o pagamento das verbas relativas aos minutos excedentes, durante todo o período não prescrito, e negou recurso adesivo da empresa, mas aceitou seus embargos para determinar que, na apuração dos minutos devidos ao empregado, fosse observado o limite de 55 minutos diários.

Não conformando com a decisão regional, a Usiminas recorreu ao TST pedindo a exclusão da condenação das parcelas das horas extras. Alegou que os minutos anteriores e posteriores à jornada, para efeito de horas extras, deveriam ser desconsiderados nos moldes do que fora estabelecido em acordo coletivo. Segundo a Usiminas, “a negociação coletiva foi uma alternativa legal para se resolver o problema, uma vez que os empregados sempre entravam ou saíam do pátio da empresa fora do horário normal, a fim de se utilizarem de serviços dentro do complexo industrial como lanchonete, posto médico, posto telefônico, postos bancários e outros, todos à disposição dos trabalhadores”.

O relator do processo na Sexta Turma, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, destacou que “não há como se reconhecer a legalidade de cláusula de acordo coletivo prevendo tolerância de 45 minutos antes e 30 depois do horário de trabalho, para marcação de ponto, pois não se pode dar prevalência a negociação que subtraia direitos assegurados por lei, ainda que celebrada coletivamente, sobretudo quando esta se contrapõe a norma mais benéfica (artigos 4º e 58, § 1º, da CLT)”.

Observou o relator que a jurisprudência do Tribunal, fundamentada na sua Súmula 366, estabelece que “não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal”. A Súmula leva em conta que o empregado necessita de um tempo razoável não só para a troca de uniforme como também para a anotação de entrada e saída em registro manual, mecânico ou eletrônico. “Os cinco minutos”, esclareceu o ministro, “são tolerados diante da impossibilidade de todos os empregados registrarem o ponto mecânico ao mesmo tempo”.

Segundo o ministro Aloysio Veiga, o fato de a norma coletiva prever um limite de tolerância maior não altera esse raciocínio, pois a Constituição, ao mesmo tempo em que garante a eficácia das convenções e acordos coletivos, assegura condições mínimas de trabalho ao empregado. “A flexibilização atribuída à norma coletiva serviu para ampliar, por via transversa, a jornada de trabalho, não considerando como hora extraordinária o tempo em que o trabalhador ficou à disposição da empresa”, concluiu. (RR-430/2004-089-03-00.2)

(Mário Correia)

http://ext02.tst.gov.br/pls/no01/no_noticias.Exibe_Noticia?p_cod_noticia=8375&p_cod_area_noticia=ASCS

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Equiparação salarial não é devida em caso de substituição (TST - 14.03.2008)

Não há previsão legal de pagamento do mesmo salário quando um trabalhador é promovido para substituir outro que foi demitido. Com este fundamento, a Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho, em processo relatado pelo ministro Ives Gandra Martins Filho, manteve decisão da Justiça do Trabalho da 4ª Região (RS) que negou pedido de equiparação salarial a uma empregada da empresa de laticínios MUMU Alimentos Ltda.

Contratada em 1998 como auxiliar de fábrica, a trabalhadora exerceu outras funções até sua demissão, ocorrida em 2002. A empregada ajuizou então reclamação na Vara do Trabalho de Viamão (RS), alegando ter sido promovida à função de supervisora de laticínios/acabamento sem, porém, receber remuneração equivalente à empregada que a antecedeu na função.

A Vara do Trabalho de Viamão negou a equiparação pretendida. A sentença foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), ao verificar que a auxiliar foi promovida justamente devido à dispensa da supervisora apresentada como paradigma, para substituí-la. O Regional considerou não ter sido preenchido um dos requisitos para a equiparação salarial, que é a simultaneidade na prestação de serviços entre o paradigma e o trabalhador que requer equiparação. Nessa circunstância, considerou não haver o direito a receber o mesmo salário da empregada dispensada.

Ao recorrer, a trabalhadora insistiu no direito às diferenças, pois preenchia o requisito necessário à equiparação: desempenho da mesma função do paradigma com diferença de tempo de serviço não superior a dois anos, conforme o artigo 461, parágrafo 1º, da CLT.

O ministro Ives Gandra observou que a tese do TRT da necessidade de simultaneidade no exercício das funções “traduz interpretação razoável da legislação apontada como violada”. O artigo 461, parágrafo 1º da CLT “não endossa ou rejeita a tese da simultaneidade. “Não havendo quadro de carreira na empresa, não há obrigação legal de pagamento do mesmo salário para o substituto que sucede o empregado dispensado”, concluiu. (RR-673/2004-411-04-00.6)

(Lourdes Côrtes) http://ext02.tst.gov.br/pls/no01/no_noticias.Exibe_Noticia?p_cod_noticia=8376&p_cod_area_noticia=ASCS

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Projeto que amplia licença-maternidade é aprovado em comissão da Câmara

(Senado - 14.03.2008)

Aprovada em novembro pelo Senado, a proposta que amplia - em caráter facultativo - de quatro para seis meses a licença-maternidade das mulheres que trabalham em empresas privadas (desde que essas empresas tenham aderido ao Programa Empresa Cidadã) avança na Câmara dos Deputados. A matéria recebeu, na quarta-feira (12), parecer favorável da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

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A autora desse projeto de lei, que tramitou no Senado como PLS 281/05 e, na Câmara, está sendo analisado sob a forma do PL 2.513/07, é a senadora Patrícia Saboya (PDT-CE).

Para ser aprovada na Câmara, a proposição ainda tem de ser analisada em mais três comissões daquela Casa: a de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

O projeto de Patrícia Saboya institui o Programa Empresa Cidadã, que permite às trabalhadoras de empresas privadas ampliar sua licença-maternidade de 120 dias para 180 dias (em caráter facultativo). Em troca, as empresas que aderirem ao programa receberão incentivos fiscais. De acordo com a senadora, as empresas poderão descontar dos impostos federais, na íntegra, o valor dos salários pagos durante os dois meses adicionais da licença.

Segundo Patrícia Saboya, dados da Sociedade Brasileira de Pediatria indicam que a amamentação regular por seis meses reduz em 17 vezes as chances de uma criança contrair pneumonia, em 5,4 vezes a possibilidade de contrair anemia e em 2,5 vezes o risco de crises de diarréia. Ela destaca que a Sociedade Brasileira de Pediatria é autora do anteprojeto que deu origem a sua proposta.

"O objetivo do projeto é fortalecer o vínculo afetivo entre mãe e filho, propiciando, assim, um desenvolvimento mais saudável do ponto de vista físico, mental e emocional", argumenta a senadora.

Ricardo Koiti Koshimizu / Agência Senado

http://www.senado.gov.br/agencia/verNoticia.aspx?codNoticia=72692&codAplicativo=2

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FAT poderá contribuir para desempregado se aposentar(Câmara - 14.03.2008)

A Câmara analisa o Projeto de Lei 2624/07, do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que permite ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) financiar a contribuição previdenciária do trabalhador desempregado que esteja a três anos da aposentadoria. A proposta altera a Lei 7.998/90, que institui o FAT.

Conforme o projeto, para ter direito a esse financiamento, o trabalhador precisará autorizar o FAT a descontar o empréstimo das futuras parcelas da aposentadoria. Para Júlio Delgado, a medida é vantajosa para o trabalhador desempregado e para a Previdência Social, que terá um aumento na sua receita. Além disso, explica o deputado, o governo federal terá menos dependentes de benefícios assistenciais mantidos pela União.

Delgado argumenta que as chances de um desempregado com mais de 50 anos retornar ao mercado de trabalho são muito pequenas. Sem emprego, ressalta o deputado, não há renda para pagar a contribuição mensal da Previdência Social. "E só tem direito ao benefício da aposentadoria aquele que paga a contribuição em dia", lembra o autor da proposta.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2006 havia 534 mil desempregados com 50 anos ou mais.

Tramitação

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O projeto, que tramita em caráter conclusivo, nas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; Seguridade Social e Família; Finanças e Tributação e Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:- PL-2624/2007

http://www2.camara.gov.br/internet/homeagencia/materias.html?pk=118714

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Alteração na CLT proíbe exigência de experiência superior a 6 meses (TRT SP - 14.03.2008)

Confira a íntegra da alteração conferida à CLT pela Lei 11.644/2008 (comprovação de experiência prévia):

LEI Nº 11.644, DE 10 DE MARÇO DE 2008

Publicada no DOU de 11.03.2008

Acrescenta art. 442-A à Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, impedindo a exigência de comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º A Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 442-A:

“Art. 442-A. Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de atividade.”

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 10 de março de 2008; 187º da Independência e 120º da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Tarso genro

José Antônio Dias Toffoli

Fonte: Serviço de Jurisprudência e Divulgação http://lx-sed-dwp.srv.trt02.gov.br/internet/noticia.php?cod_noticia=1594

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Crédito trabalhista tem preferência sobre Fisco(TRT MG - 14.03.2008)

Decisão recente da 8ª Turma do TRT-MG determinou a penhora sobre veículos que já se encontravam penhorados em execução fiscal. Quem explica é a desembargadora relatora, Cleube de Freitas Pereira: “Na disputa entre credores fiscal e trabalhista, em que a garantia dos créditos tenha recaído sobre o mesmo bem penhorado, ressalta a preferência do crédito trabalhista, a teor do artigo 186, do Código Tributário Nacional. É que o crédito trabalhista possui natureza alimentar e detém privilégio especialíssimo, sobrepondo-se inclusive ao de natureza tributária”.

O juiz da Vara Trabalhista havia desconstituído a penhora por considerar que a constrição determinada pelo credor tributário havia sido anterior à do juízo trabalhista. Mas a desembargadora entende que a regra do artigo 711, do CPC - pela qual, havendo várias penhoras sobre um mesmo bem, a preferência será de quem primeiro tiver iniciado a execução - também obedece à ordem dos créditos estabelecida no artigo 186 do CTN. Ou seja, só é aplicada quando inexistem direitos preferenciais, como determina a segunda parte do mesmo artigo 711.

Segundo salienta a relatora, a doutrina é pacífica no sentido de que o crédito tributário tem preferência sobre qualquer outro, à exceção daqueles decorrentes da legislação do trabalho. “Este aspecto alcança maior relevância e enfatiza a legitimidade da execução, tal como se processa, pois o crédito de natureza fiscal é menos privilegiado que o trabalhista, daí porque deve ceder frente a este” – conclui, dando provimento ao agravo de petição do reclamante para manter a penhora sobre os veículos em questão.

( AP nº 00358-2007-064-03-00-0 )

http://as1.trt3.jus.br/pls/noticias/no_noticias.Exibe_Noticia?p_cod_area_noticia=ACS&p_cod_noticia=1549

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Em caso de falência fraudulenta, execução prossegue na própria JT(TRT MG - 14.03.2008)

Pelo teor de decisão expressa da 3ª Turma do TRT-MG, não se determina a habilitação do crédito trabalhista no juízo falimentar quando se verifica que a falência decretada foi fruto de fraude perpetrada pelos sócios. Nesse caso, aplica-se a teoria da despersonalização da pessoa jurídica e a execução prossegue na própria Justiça do Trabalho, investindo contra o patrimônio particular dos sócios.

“É certo que ao juízo da falência devem concorrer todos os credores do devedor comum (art. 23 do DL-7661/45), conquanto se tratar de legítima decretação de falência, o que não restou demonstrado na hipótese dos autos” – frisa o desembargador César Pereira da Silva Machado Júnior, relator do agravo de petição interposto pelo reclamante.

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No caso, após inúmeras tentativas frustradas de cumprimento da execução, o ex-empregado entrou com pedido para que a execução se voltasse contra os sócios de empresas constituídas em conluio com os sócios das executadas. Logo em seguida, a Massa Falida da empresa executada apresentou cópia da falência decretada pela 22ª Vara Cível de São Paulo, requerendo a habilitação dos créditos do reclamante junto ao juízo falimentar.

Ocorre que o Ministério Público do Rio de Janeiro, com fundamento em Inquérito Civil Público, ajuizou Ação Civil Pública contra as empresas executadas, seus sócios comuns e outras empresas do mesmo grupo, tendo sido apurado que os proprietários de todas essas empresas são os mesmos, com evidentes laços de parentesco, sendo que algumas funcionavam apenas como fachada, sem qualquer maquinário, com o objetivo único de ocultar o patrimônio da ré e dificultar a ação dos credores e da fiscalização. O Ministério Público concluiu, então, que “não se tratou de mera transferência de patrimônio entre empresas de mesmos sócios, mas de insolvência planejada, a fim de frustrar os direitos dos credores da 1ª Ré”.

“É de se estranhar que, em uma execução iniciada em 1993, somente nos idos de 2007 venha a executada alegar a falência decretada em 2004” – destaca o relator, concluindo pela evidência de fraude e determinando o prosseguimento da execução contra os bens dos sócios das empresas envolvidas.

( AP nº 01488-1993-018-03-00-2 ) http://as1.trt3.jus.br/pls/noticias/no_noticias.Exibe_Noticia?p_cod_area_noticia=ACS&p_cod_noticia=1548

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Descumprimento de normas de segurança obriga empresa a indenizar(TRT RS - 14.03.2008)

“Na medida em que a infração às normas de segurança acarretou dano ao empregado, este já é o fator que desencadeia a responsabilidade civil, pois cria a presunção de culpa, incumbindo ao réu, e não ao autor, como pretende a recorrente, o ônus da prova em sentido contrário”. Assim votou a Juíza Laís Helena Jaeger Nicotti, quando convocada para atuar na 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS), no ano passado, ao relatar recurso ordinário interposto por indústria farmacêutica contra decisão da Vara do Trabalho de Viamão, que havia estipulado indenização por danos morais e estéticos, além de pensão vitalícia, a trabalhador que perdeu movimentos do braço esquerdo ao sofrer queda enquanto trocava lâmpada. Em suas razões recursais, a empresa argumentou que suas atividades não expunham a risco o trabalhador, devendo, assim, ser afastada a responsabilidade objetiva (independente de culpa), configurada no art. 927 do Código Civil. Defendeu, por conseguinte, a aplicação ao caso dos autos da teoria subjetiva, na qual cabe ao empregado evidenciar a culpa da empregadora. A julgadora infere dos documentos dos autos que a empresa não definiu ordens de serviço que identificassem os riscos inerentes à atividade do autor, bem como não estabeleceu os procedimentos normativos adequados a essa atividade, nem forneceu equipamentos de proteção individual. Assim sendo, ao contrariar diferentes normas regulamentadoras da Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego, restou evidente que a conduta negligente da empresa foi fator preponderante para o acidente, afirma a Magistrada. Ainda observa que “ao descumprir com as normas de segurança a que estava obrigada por lei, a reclamada incorreu num ato ilícito, portanto incide na hipótese a regra do caput” (aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo) “e não a do parágrafo único” (haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em

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lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem) “do artigo 927 do Diploma Civil”, não devendo cogitar-se a hipótese de pertinência da Teoria do Risco (responsabilidade objetiva).Quanto à inconformidade da indústria farmacêutica em relação aos valores estipulados para as indenizações por danos morais e estéticos, a Juíza Laís destacou a propriedade da decisão de 1º grau, que levou em conta a legislação concernente e o fato de a vítima ter ficado inválida para a sua profissão, mas não para o exercício de outras atividades. Sobre a alegação da Reclamada de que o acidentado se trata de alguém com especialização técnica para a troca de uma lâmpada, e que, portanto, teria agido com imprudência, a Relatora nota que a profissão do reclamante era de mecânico de manutenção, deste modo diversa à atividade que causou o acidente. Acrescenta, ainda, a Magistrada que a empresa foi imprudente ao permitir que seus funcionários utilizassem escada “sem observância mínima das normas de segurança, que, tão logo vitimou o autor, foi incinerada para que sequer fosse possibilitada a perícia na hipótese de ocorrência do evento morte”.O recurso da empregadora abrange também a pensão vitalícia, e, para a Juíza Laís, “não procede a impugnação quando pretende ver a condenação limitada à data da aposentadoria”, pois assim estabelece o STF na súmula 229 (a indenização acidentária não exclui a do direito comum, em caso de dolo ou culpa grave do empregador). Em relação à quantificação, a Relatora entendeu que a sentença respeitou o princípio da razoabilidade definido nos arts. 402 e 405 do Código Civil (CC) (as perdas e danos devidas ao credor abrangem também as que ele deixou de lucrar, com juros contados desde a citação inicial) ao definir a parcela em 25% do salário, “exatamente o déficit constatado para a incapacidade laborativa do empregado”.Recorreu também a vítima pretendendo o aumento do valor da indenização por danos morais para 200 salários mínimos. Ainda que saliente a impropriedade do argumento que faz referência aos danos morais expostos na Lei 5.250/67, a qual diz respeito à violação ao direito de imagem, a magistrada avalia que a extensão da lesão dá margem para a majoração, e assim fixou o montante em R$ 20 mil. Por outro lado, o reclamante teve negada sua solicitação de ressarcimento das despesas com atendimento médico, pois “poderia ter-se submetido à cirurgia através do Sistema Único de Saúde”, não havendo nos autos qualquer explicação para a escolha pelo serviço particular, pondera a Julgadora. Por fim, no que diz respeito ao pedido de contagem dos juros a partir da data do fato, como estabelecido no art. 398 do CC, esclarece que, na Justiça do Trabalho, é aplicável a regra do art. 883 da Consolidação das Leis do Trabalho, bem como do art. 39, §1º, da Lei 8.177/91, e por isso devem os juros contar “da data em que foi ajuizada a reclamação inicial”.O julgamento ocorreu em 27/09/2007, e o voto da Relatora foi acompanhado à unanimidade pelos demais Julgadores. (RO 01940-2005-411-04-00-3)

http://www.trt4.gov.br/portal/page/portal/Internet/Home/Comunica%C3%A7%C3%A3o%20Social/Noticias/dNoticia?p_itemid=239613

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Hora extra: atenção a este adicional previsto em lei(MTE - 14.03.2008)

Esse dinheiro suado, ganho às custas de horas trabalhadas além do expediente, faz o salário aumentar e é muito bem vindo. Por isso, prestar atenção nas regras para o recebimento das horas extras é fundamental

Brasília, 14/03/2008 - A hora extra, que dá uma boa ajuda ao incrementar o salário do trabalhador no fim do mês, é considerada como o tempo trabalhado além da jornada diária estabelecida pela legislação, ou pelo contrato de trabalho. No Brasil, a prestação do trabalho extraordinário não pode exceder duas horas por dia. O direito a este adicional está previsto nos arts. 7º, XVI, da Constituição Federal de 1988 e 59 da CLT.

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Ultrapassar este limite só é permitido quando o empregador está sujeito a situação de força maior, serviço inadiável ou prejuízos iminentes.

Todo empregado que trabalhar em jornada ampliada, terá direito a perceber um adicional de no mínimo 50% sobre o valor da hora normal, caso o trabalho seja efetuado em dias da semana (de segunda a sábado), e de 100% aos domingos e feriados. Esses percentuais podem ser elevados por vontade do empregador, acordo entre as partes ou instrumentos normativos.

Atenção - Para saber quanto vale sua hora extra é preciso conhecer o valor da sua hora trabalhada, ou seja, qual é seu salário-hora. Supondo que você trabalhe oito horas diárias durante cinco dias da semana, e seu salário seja R$ 800. Por mês você trabalha 220 horas.

Para saber quanto você ganha por hora, divida seu salário mensal pelas horas trabalhadas. O resultado é o salário-hora. Em seguida, pegue seu salário-hora e acrescente 50% (percentual legal da hora extra). O resultado será o valor de uma hora extra. Por último, multiplique o valor de uma hora extra pelo número de horas trabalhadas a mais. A conta mostrará o total em dinheiro que você deverá receber pelas suas horas extras.

http://www.mte.gov.br/sgcnoticia.asp?IdConteudoNoticia=2544&PalavraChave=hora extra

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Justiça do Trabalho pode decretar hipoteca judiciária(TST – 17.03.2008)

A Justiça do Trabalho pode decretar a hipoteca judiciária de bens prevista no artigo 466 do Código de Processo Civil para garantir a execução de débito trabalhista em andamento, independente de solicitação das partes. Com esse entendimento, a Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho negou provimento a um recurso em que a Empresa Valadarense de Transportes Coletivos contesta o fato de o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG) ter determinado a hipoteca de imóveis de sua propriedade, para garantir a execução de valor correspondente à condenação que lhe fora imposta.

Em ação movida por um grupo de ex-empregados, por meio do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Governador Valadares, a empresa foi condenada ao pagamento de diferenças salariais, incluindo verbas referentes ao intervalo intrajornada e a honorários advocatícios. Após a interposição de recursos de ambas as partes, o TRT da 3ª Região, além de manter a condenação, decretou a hipoteca judiciária de imóveis da empresa, correspondentes ao valor da condenação, até o seu pagamento.

A empresa apelou contra essa decisão, em recurso de revista no TST. Alegou que a hipoteca judiciária apenas se justifica nos casos que o réu, ao sofrer a condenação, venha a dificultar, inviabilizar ou impossibilitar sua execução. Também sustentou a tese de que o artigo 466, do Código de Processo Civil, usado como fundamento para a decisão do TRT, não se aplicaria ao processo em questão, pois além de as verbas trabalhistas constituírem crédito privilegiado, em razão de sua natureza alimentar, a CLT possui norma específica para garantir seu pagamento. Outro argumento da empresa é que a hipoteca judiciária, sendo apenas um dos efeitos da sentença de primeiro grau, não poderia ser decretada em segunda instância (TRT). E finalizou argumentando que a hipoteca não poderia ter sido decretada, pois não foi requerida pela parte, na petição inicial.

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O relator da matéria, ministro Ives Gandra Martins Filho, iniciou seu voto analisando a aplicabilidade do artigo 466 do CPC, nos processos de execução em geral e, em particular, na Justiça do Trabalho. Segundo sua avaliação, “a própria sentença vale como título constitutivo da hipoteca judiciária e os bens com ela gravados ficam vinculados à dívida trabalhista, de forma que, mesmo se vendidos ou doados, podem ser retomados judicialmente para a satisfação do crédito do reclamante”. Assim, conclui o ministro, havendo condenação, automaticamente se constitui a hipoteca judiciária, que incidirá sobre os bens do devedor, até o seu pagamento.

Ives Gandra assegura que, sendo um instituto processual de ordem pública, cujo objetivo é impedir o dilapidamento dos bens do réu e garantir a execução do débito, a penhora pode ser decretada pelo juiz, independente de ter sido requerida pela parte. Para o ministro, esse mecanismo representa, sim, “um importante instituto processual para minimizar a frustração das execuções, mormente no caso da Justiça do Trabalho, em que os créditos resultantes das suas ações detêm natureza alimentar”. (RR-874/2006-099-03-00.7)

http://ext02.tst.gov.br/pls/no01/no_noticias.Exibe_Noticia?p_cod_noticia=8378&p_cod_area_noticia=ASCS

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Paraná: HSBC é condenado por não comunicar acidentes de trabalho(TST – 17.03.2008)

A Quinta Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR), em votação unânime, negou provimento a recurso ordinário interposto pelo HSBC Bank Brasil S.A. Banco Múltiplo, em ação civil pública (ACP), contra condenação no valor de R$ 500 mil em dano moral coletivo, imposta pela 7ª Vara do Trabalho de Curitiba. A ACP foi ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho da 9ª Região (PR) e pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e Financiários de Curitiba e Região diante do fato de que o HSBC se recusava a emitir Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) para os empregados acometidos ou com suspeita de LER/DORT. A decisão tem abrangência nacional.

Além da indenização e da obrigação de emitir as guias, a sentença determinou que o banco a suspenda a rescisão contratual e emita a CAT quando houver dúvida sobre a saúde do trabalhador, até que seja realizada perícia junto ao INSS para a verificação da incapacidade para o trabalho e o nexo causal. A documentação constante dos autos indica que diversos empregados foram demitidos com histórico de LER/DORT, e alguns deles conseguiram reintegração por via judicial.

Em seu recurso ao Tribunal Regional, o banco alegou existir “elevada carga política na demanda” e reclamou de expressões supostamente injuriosas utilizadas pelos autores da ACP, pedindo que fossem retiradas do processo. Sustentou que a LER/DORT é doença multicausal que requer investigação ampla dos hábitos pessoais e ocupacionais do paciente, e que não estaria legalmente obrigado a comunicar a doença em caso de mera suspeita ou quando não concordar com a sua existência. “Cabe ao empregador emitir a CAT apenas quando diagnosticada a doença ocupacional, e não cabe ao empregador firmar tal diagnóstico”, afirmam as razões recursais.

O relator do recurso ordinário, juiz Rubens Edgard Tiemann, destacou em seu voto a obrigatoriedade de a instituição bancária emitir a CAT em todos os casos de suspeita de LER/DORT. “A necessidade de comunicação do acidente do trabalho em situação de mera suspeita de doença decorre da dicção do art.

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169 da CLT”, observou. “Não cabe a restrição que o banco pretende dar a esse dispositivo legal, porque a melhor interpretação que se deve dar à norma é aquela que atende ao seu fim social e às exigências do bem comum, aqui consubstanciados na proteção à saúde do trabalhador e na garantia do benefício previdenciário.” Descartou também o argumento de que a emissão de CAT pela empresa presume o reconhecimento do nexo da doença com o trabalho, uma vez que o fato tem de ser atestado pelo perito previdenciário.

O juiz Rubens Tiemann lembrou, ainda, que a Lei nº 11.430/06 presume o nexo causal entre grande parte das doenças intituladas como LER/DORT e o trabalho em instituições bancárias, o que justificaria ainda mais a obrigatoriedade de emissão da CAT em caso de suspeita de doença ocupacional. A lei prevê também que é do empregador o ônus da prova quanto à não caracterização da enfermidade como tal.

Abrangência nacional A abrangência nacional dada pelo TRT/PR à decisão baseia-se na aplicação do art. 103 do Código de Defesa do Consumidor. Segundo o voto do relator, “entendimento contrário inibiria o objetivo principal do processo coletivo, voltado a proteger amplo número de pessoas que se enquadram ou venham a se enquadrar na situação sub judice, contribuindo para a realização do inegável interesse social envolvido pela lesão em massa, de forma a evitar a multiplicação de demandas individuais”.

Quanto ao dano moral coletivo, o juiz frisou que as condições adequadas de saúde no ambiente de trabalho, visando à prevenção de LER/DORT, assim como o direito ao benefício previdenciário são garantias de ordem pública asseguradas pela ordem jurídica a todos os trabalhadores. “Considerando a relevância desses bens e a amplitude coletiva das práticas ilícitas pelo empregador, é clara a lesão a interesses transindividuais pertencentes à coletividade dos trabalhadores, ultrapassando os interesses meramente individuais das pessoas lesadas”, afirmou. O dano moral se caracteriza também, no caso, pela “ofensa a outro valor caro à personalidade (honra subjetiva) dos trabalhadores, qual seja, a íntima expectativa de lealdade e tratamento justo pela dedicação devotada ao trabalho”. Para o relator, “não se pode desconsiderar o sentimento de menosprezo dos trabalhadores portadores de doença ocupacional que se vêem ‘descartados’ por não mais servirem aos interesses do empregador, especialmente quando o dano físico tem origem no trabalho em benefício deste”.

Sobre o valor da indenização, igualmente questionado pelo HSBC, o TRT/PR considerou-o adequado, ante o poder econômico do banco. “Além do aspecto ressarcitório, que fica satisfeito pela destinação dada ao valor objeto da condenação, a condenação tem caráter punitivo e o intuito de desestimular a reiteração da conduta”, concluiu o relator. A indenização, como ocorre nos casos de dano moral coletivo, reverterá ao Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT, vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego. (TRT-PR-RO-98905-2004-007-09-00-9).

http://ext02.tst.gov.br/pls/no01/no_noticias.Exibe_Noticia?p_cod_noticia=8377&p_cod_area_noticia=ASCS

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Plano de assistência para trabalhadores de usinas é obrigatório(Ed. Magister – 17.03.2008)

Sete usinas sucroalcooleiras da região de Araraquara/SP estão obrigadas a implementar um plano de assistência médica, hospitalar, farmacêutica e social aos trabalhadores industriais e agrícolas do setor. O

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chamado “Plano de Assistência Social”, PAS, deverá ser efetivado com relação à atual e às futuras safras do setor sucroalcooleiro.

A sentença é do juiz federal substituto da 1ª Vara Federal de Araraquara, José Maurício Lourenço, e foi proferida no dia 29/2. A ação civil pública foi proposta pelo Ministério Público Federal, em face da União Federal, Usina Santa Fé S/A, Açucareira Corona S/A (atualmente, Usina da Barra S/A – Açúcar e Álcool), Destilaria Irmãos Malosso LTDA., Usina Santa Luiza S/A, Usina Maringá Indústria e Comércio LTDA., Usina Zanin Açúcar e Álcool LTDA. e Usina Santa Cruz - Ometo Pavan S/A - Açúcar e Álcool.

O Plano de Assistência Social (PAS) está previsto nos artigos 35 e 36 da Lei nº 4.870, de 1º de dezembro de 1965, e obriga produtores de cana, açúcar e álcool a aplicarem uma porcentagem da receita em benefício dos trabalhadores.

Com a extinção do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), em 1990, pela Lei nº 8.029/90, a fiscalização quanto aos recolhimentos ou aplicações de tais contribuições deixou de ser realizada por parte dos fiscais do extinto IAA. Porém, o juiz afirma que a Lei 4.870/65 não foi revogada. “O que ocorreu com o advento da Lei nº 8.029/90 foi apenas a extinção do IAA, que por força do disposto no artigo 23 da referida lei, restou sucedida pela União Federal”.

Com base em pareceres e algumas decisões judiciais, as rés sustentaram que a contribuição ao PAS prevista no art. 36 da Lei nº 4.870/65 têm natureza tributária, e não social. José Maurício Lourenço, por sua vez, entendeu que, respeitados os posicionamentos adversos, “a obrigação disposta no referido artigo sempre possuiu nítido caráter de direito social, e assim foi recepcionado pela atual Constituição, em seu artigo 7º”.

As usinas invocaram, ainda, em seu favor, a liberdade econômica, a livre concorrência dos produtores de álcool e açúcar, em virtude da desregulação do mercado ocorrida no início dos anos noventa, além de algumas aduzirem que asseguram algum tipo de assistência a seus trabalhadores. Para o juiz, porém, estes princípios estariam em aparente conflito com o direito social dos seus trabalhadores industriais e agrícolas.

“A garantia dos direitos sociais e da assistência social a quem dela necessitar deve se sobrepor à aventada liberdade econômica dos usineiros e produtores do álcool. Ademais, não se trata aqui de inviabilizar ou impedir a prática econômica, mas apenas de adaptá-la aos ditames constitucionais no que tange à garantia dos direitos sociais dos trabalhadores que a ela se dedicam. Isto é, busca-se a coexistência do desenvolvimento econômico com a proteção aos trabalhadores da indústria canavieira, historicamente desvalidos e espoliados”, afirmou o juiz.

Por fim, a União Federal contestou sua fiscalização quanto ao cumprimento do PAS, em virtude de omissão legislativa ocorrida após a desregulamentação do setor sucroalcooleiro. Com relação a este ponto, José Maurício Lourenço afirmou que “é sim possível ao Poder Judiciário determinar ao Poder Executivo, na pessoa da ré União Federal, o cumprimento da obrigação legal de exercer o poder de polícia consistente na fiscalização do cumprimento da Lei nº 4.870/65”. (Ação Civil Pública nº 2006.61.20.001500-2)

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Acordo coletivo não pode subtrair direitos assegurados por lei(Correio Forense – 17.03.2008)

Com o entendimento de que direitos assegurados por lei não podem ser subtraídos por meio de acordo coletivo de trabalho, a Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S. A. – Usiminas contra a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG) que condenou a empresa a pagar a um empregado as verbas relativas a minutos excedentes da sua jornada.

Em abril de 2004, o empregado reclamou na 3ª Vara do Trabalho de Coronel Fabriciano (MG) que, em média, iniciava seu trabalho 25 minutos antes do horário formal e o encerrava 30 minutos após o fim do expediente. Alegou que desde a contratação, em 1981, na função de eletricista de manutenção e liderança, até ser dispensado sem justa causa, em 2003, não recebeu os valores correspondentes a esse tempo extraordinário.

Com a decisão favorável em parte ao empregado, ambas as partes recorreram. O TRT/MG decidiu acrescentar à condenação o pagamento das verbas relativas aos minutos excedentes, durante todo o período não prescrito, e negou recurso adesivo da empresa, mas aceitou seus embargos para determinar que, na apuração dos minutos devidos ao empregado, fosse observado o limite de 55 minutos diários.

Não conformando com a decisão regional, a Usiminas recorreu ao TST pedindo a exclusão da condenação das parcelas das horas extras. Alegou que os minutos anteriores e posteriores à jornada, para efeito de horas extras, deveriam ser desconsiderados nos moldes do que fora estabelecido em acordo coletivo. Segundo a Usiminas, “a negociação coletiva foi uma alternativa legal para se resolver o problema, uma vez que os empregados sempre entravam ou saíam do pátio da empresa fora do horário normal, a fim de se utilizarem de serviços dentro do complexo industrial como lanchonete, posto médico, posto telefônico, postos bancários e outros, todos à disposição dos trabalhadores”.

O relator do processo na Sexta Turma, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, destacou que “não há como se reconhecer a legalidade de cláusula de acordo coletivo prevendo tolerância de 45 minutos antes e 30 depois do horário de trabalho, para marcação de ponto, pois não se pode dar prevalência a negociação que subtraia direitos assegurados por lei, ainda que celebrada coletivamente, sobretudo quando esta se contrapõe a norma mais benéfica (artigos 4º e 58, § 1º, da CLT)”.

Observou o relator que a jurisprudência do Tribunal, fundamentada na sua Súmula 366, estabelece que “não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal”. A Súmula leva em conta que o empregado necessita de um tempo razoável não só para a troca de uniforme como também para a anotação de entrada e saída em registro manual, mecânico ou eletrônico. “Os cinco minutos”, esclareceu o ministro, “são tolerados diante da impossibilidade de todos os empregados registrarem o ponto mecânico ao mesmo tempo”.

Segundo o ministro Aloysio Veiga, o fato de a norma coletiva prever um limite de tolerância maior não altera esse raciocínio, pois a Constituição, ao mesmo tempo em que garante a eficácia das convenções e acordos coletivos, assegura condições mínimas de trabalho ao empregado. “A flexibilização atribuída à norma coletiva serviu para ampliar, por via transversa, a jornada de trabalho, não considerando como hora extraordinária o tempo em que o trabalhador ficou à disposição da empresa”, concluiu. (RR-430/2004-089-03-00.2)

http://www.correioforense.com.br/noticias/noticia_na_integra.jsp?idNoticia=29252

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Crédito trabalhista tem preferência sobre Fisco(Correio Forense – 17.03.2008)

Decisão recente da 8ª Turma do TRT-MG determinou a penhora sobre veículos que já se encontravam penhorados em execução fiscal. Quem explica é a desembargadora relatora, Cleube de Freitas Pereira: “Na disputa entre credores fiscal e trabalhista, em que a garantia dos créditos tenha recaído sobre o mesmo bem penhorado, ressalta a preferência do crédito trabalhista, a teor do artigo 186, do Código Tributário Nacional. É que o crédito trabalhista possui natureza alimentar e detém privilégio especialíssimo, sobrepondo-se inclusive ao de natureza tributária”.

O juiz da Vara Trabalhista havia desconstituído a penhora por considerar que a constrição determinada pelo credor tributário havia sido anterior à do juízo trabalhista. Mas a desembargadora entende que a regra do artigo 711, do CPC - pela qual, havendo várias penhoras sobre um mesmo bem, a preferência será de quem primeiro tiver iniciado a execução - também obedece à ordem dos créditos estabelecida no artigo 186 do CTN. Ou seja, só é aplicada quando inexistem direitos preferenciais, como determina a segunda parte do mesmo artigo 711.

Segundo salienta a relatora, a doutrina é pacífica no sentido de que o crédito tributário tem preferência sobre qualquer outro, à exceção daqueles decorrentes da legislação do trabalho. “Este aspecto alcança maior relevância e enfatiza a legitimidade da execução, tal como se processa, pois o crédito de natureza fiscal é menos privilegiado que o trabalhista, daí porque deve ceder frente a este” – conclui, dando provimento ao agravo de petição do reclamante para manter a penhora sobre os veículos em questão.

http://www.correioforense.com.br/noticias/noticia_na_integra.jsp?idNoticia=29285

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Concessão de auxílio-creche e auxílio-babá pelo empregador(Última Instância – 17.03.2008)

Aparecida Tokumi Hashimoto De acordo com o § 1º, do artigo 389, da Consolidação das Leis do Trabalho, “os estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 mulheres com mais de 16 anos de idade terão local apropriado onde seja permitido às empregadas guardar sob vigilância e assistência os seus filhos no período de amamentação”.

A obrigação de manter creche pode ser suprida por meio de creches distritais mantidas, diretamente ou mediante convênios, com outras entidades públicas ou privadas, pelas próprias empresas, em regime comunitário, ou a cargo do Sesi, do Sesc, da LBA ou de entidades sindicais (§ 2º, do artigo 389, da CLT).

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De preferência, a creche distrital deve estar situada nas proximidades da residência das empregadas ou dos estabelecimentos ou em vilas operárias (Portaria DNSHT 1/69, artigo 2º, I).

A exigência de manter creche pode ser substituída, ainda, pelo sistema de reembolso-creche, desde que estipulado em convenção ou acordo coletivo de trabalho, conforme Portaria 3.296, de 03/09/86, do Ministério do Trabalho e Emprego. O valor do benefício deve ser suficiente para cobrir integralmente as despesas das mães com o pagamento das creches até os seis meses de idade da criança.

Segundo Cláudia Salles Vilela Vianna, “na hipótese de a empresa optar pelo sistema do reembolso-creche, o benefício deverá se estender a toda empregada-mãe, independentemente do número de mulheres do estabelecimento, atentando-se que a implantação dependerá de prévia estipulação em acordo ou convenção coletiva (exceto aos órgãos e às instituições paraestatais mencionadas no artigo 566 da CLT), devendo ser comunicado à DRT (Delegacia Regional do Trabalho) e a ela remetida cópia do documento explicativo de seu funcionamento”. (Vianna, Cláudia Salles Vilela. Manual Prático das Relações Trabalhistas. 8ª edição, São Paulo. LTr, 2007. pág. 312).

Portanto, a obrigação do empregador de manter creches ou substituí-las por convênios ou reembolsos compreende apenas o período de amamentação, sendo devido às mães que trabalham em estabelecimentos com pelo menos 30 mulheres com idade superior a 16 anos. O período de amamentação assegurado pela lei é de seis meses (parágrafo único, do artigo 395, da CLT), podendo ser dilatado, a critério do médico do SUS ou da empresa ou do convênio.

O reembolso-creche concedido pelo empregador em conformidade com a legislação, isto é, mediante a apresentação do comprovante de pagamento emitido pela creche, não constitui verba de natureza salarial e não sofre incidência de INSS e FGTS. Se o empregador pagar auxílio-creche ao empregado sem comprovação do gasto efetuado, referido valor terá que integrar o salário-de-contribuição. Portanto, somente as despesas com creche devidamente comprovadas não são tributadas. A lei previdenciária, no entanto, limitou a isenção ao reembolso para filhos com idade máxima de seis anos.

O Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento de que o auxílio-creche tem natureza indenizatória, conforme se vê da Súmula 310 de 02/05/05 (DJ, pág. 371): “O auxílio-creche não integra o salário-de-contribuição”.

Há quem questione que a obrigatoriedade de manutenção da creche ou formas alternativas pelo empregador teria se estendido até os cinco anos de idade da criança, em face do artigo 7º, inciso XXX, da Constituição Federal, assegurar o direito à assistência gratuita aos filhos e dependentes, desde o nascimento até os cinco anos de idade em creches e pré-escolas (redação dada pela Emenda Constitucional 53, de 19/12/06).

Entretanto, o dever de proporcionar o benefício consagrado no artigo 7º, XXXV, da CF/88, é do Estado, e não do empregador, face ao que dispõe o artigo 208, IV, da CF/88.

Poderá o empregador, por ato de liberalidade, conceder auxílio-creche ou o respectivo reembolso em período superior ao que determina a CLT, hipótese em que o benefício incorpora-se ao contrato de trabalho como direito adquirido. O auxílio-creche ou reembolso-creche em período superior ao legal também poderá ser objeto de negociação coletiva, hipótese em que o empregador está obrigado a conceder o benefício, nos termos em que foi acordado na convenção coletiva.

Indaga-se, também, se o reembolso de gastos com babá de filhos de empregadas integra ou não a remuneração da empregada e se sofre incidência da contribuição previdenciária.

Entendemos que o reembolso de gastos com babá de filhos de empregadas com idade até seis anos não tem natureza salarial, por se tratar de benefício social e também em função de a Constituição Federal, a CLT e as normas internas do Ministério do Trabalho e Emprego disporem sobre assistência

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gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até os seis anos de idade em creches, podendo ser substituída por benefício similar.

O Decreto 3.049/99 (Regulamento da Previdência Social) regulamentou, no âmbito da Previdência Social, que o reembolso-babá não integra o salário-de-contribuição para fins de incidência da contribuição previdenciária, conforme artigo 214, § 9º, XXIX, a seguir.

“Não integram o salário-de-contribuição, exclusivamente:(...)– o reembolso-babá, limitado ao menor salário-de-contribuição mensal e condicionado à comprovação do registro da Carteira de Trabalho e Previdência Social da empregada, do pagamento da remuneração e do recolhimento da contribuição previdenciária, pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade da criança”.

http://ultimainstancia.uol.com.br/colunas/ler_noticia.php?idNoticia=48709

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Pressão no trabalho para cumprimento de metas não caracteriza assédio moral(Jornal Jurid – 17.03.2008)

A Primeira Turma do TRT de Goiás negou pedido de indenização por danos morais a gerente do Bancodo Brasil S.A. O empregado alegava ter sofrido assédio moral em razão de cobrança excessiva por parte de seus superiores hierárquicos, mas não obteve êxito no primeiro grau.

Ao analisar o caso, já no segundo grau, a juíza convocada Marilda Jungmann verificou que o autor não conseguiu provar a ofensa moral. Segundo ela, os depoimentos colhidos não foram suficientes para a caracterização do assédio moral ou de qualquer outra conduta lesiva por parte da reclamada.

Para a relatora, a imposição de metas de vendas constitui procedimento comum e necessário no mercado de consumo, competitivo por sua própria natureza, fazendo parte da dinâmica empresarial normal. “A moderna sociedade capitalista exige de todos os indivíduos uma postura mais efetiva, não havendo lugar para sensibilidades exacerbadas”, ressaltou.

Em seu voto, a magistrada argumentou ainda que as provas orais colhidas na instrução processual demonstraram que a pressão para alcance de metas era exercida sobre os demais gerentes do banco, “o que afasta eventual perseguição pessoal em face do autor”.

Assim, ao não vislumbrar a ilicitude no comportamento do banco quanto à busca de objetivos empresariais, nem tampouco o dano à honra ouàimagemdo reclamante,a PrimeiraTurma,por unanimidade, indeferiu pedido de danos morais decorrentes do alegado assédio moral.

RO01545-008-18-00-0 http://www.jurid.com.br/new/jengine.exe/cpag?p=jornaldetalhejornal&ID=45810

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Uma nova indústria brasileira - Indústria da indenização na Justiça do Trabalho(Jornal Jurid – 17.03.2008)

Valdinei Pereira Garcia O Brasil vive nos dias de hoje uma economia robusta, com sua indústria a todo vapor, importações e exportações batendo recordes, um acima do outro, como uma moeda forte, milhares de vagas criadas com carteira assinada, vem surgindo uma outra industria "á industria da indenização" como se fosse uma loteria onde só se ganha, onde o jogador "Reclamante" nunca perde.

A Justiça Brasileira sempre foi conhecida por sua morosidade, pelos seus anos e anos para decidir sobre um processo. Mas isso não é o que acontece na Justiça do Trabalho, onde os processos são sempre julgados a toque de caixa, claro levando sempre dando causa ao Reclamante.

Quando um "trabalhador" entra com uma reclamação trabalhista perante uma das varas da justiça do trabalho ele sempre é orientado por "advogado" que ganhará a ação, sem sobras de duvidas, pois a justiça do trabalho, é sempre á favor do trabalhador. Ora justiça tem como fundamento igualdade, nenhuma das partes será tida ou presumida como parte mais forte ou mais fraca, claro que isso não é levado em conta na justiça do trabalho, onde sempre é tido o trabalhador como parte mais fraca, e que esta parte deve ser sempre protegida.

Se em uma justiça uma das partes é claramente declarada protegida, como podemos entender isso como justiça, cadê a tal igualdade, meramente não podemos admitir que justiça só é feita quando se protege a parte mais fraca.

Temos inúmeras definições de justiça uma delas "justiça, de maneira simples, diz respeito à igualdade de todos os cidadãos. É o principio básico de um acordo que objetiva manter a ordem social através da preservação dos direitos em sua forma legal (constitucionalidade das leis) ou na sua aplicação a casos específicos (litígio)". O conceito de Igualdade "é a inexistência de diferenças entre dois elementos comparados, sejam objetos, indivíduos, idéias, conceitos ou quaisquer coisas que se comparem". Especificamente em Política, o conceito de Igualdade descreve a ausência de diferenças de direitos e deveres entre os membros de uma sociedade.

Em uma justiça onde existe Magistrados querendo fazer Politica Pública e Social em suas sentenças, como acontece com um grupo de magistrados da justiça do trabalho da 15ª Região, onde estão sentenciando empresas geradoras de riquesas para que o pais cresça, estes Magistrados estão querendo fazer as vezes do poder executivo, sentenciando a "parte" mais forte a pagar a parte mais fraca, indenizações acima do proprio pedido do reclamante, que justiça é essa se não a justiça alienigina . Magistrados não podem de maneira nenhuma querer fazer justiça sem dar justiça em suas sentenças.

Nesta Industria da Indenização existe até profissional, individuo que vive exclusivamente de reclamações trabalhistas, por saber que a justiça do trabalho tem o trabalhador como elo fraco e tem que ser protegido. Na justiça do trabalho existe caso de reclamações trabalhista de apenas um dia de trabalho , um único dia trabalhado.

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A justiça do trabalho deve ser submetida imediatamente a uma reformulação de ideais, de principios, acompnhando as mudanças que o planeta passa, não podemos deixar que esta industria venha a prevalecer, temos que reformular a justiça do trabalho para que a mesma possa ser de fato Justiça.

Referencias: Reportagem da Revista exame de 23/08/07 Matéria "O juiz Robin Hood"

http://www.jurid.com.br/new/jengine.exe/cpag?p=jornaldetalhedoutrina&ID=45809

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TRIBUTÁRIO

Desoneração - Medidas para a a infra-estrutura. Compra ou alguel de máquinas e equipamentos para a construção de portos deverão ficar livres da Cofins e da contribuição ao PIS.

(Jornal do Commercio 17.03.2008 A-5 Economia)

Lu Aiko OttaDa agência estado

O governo prepara medidas para ampliar a desoneração tributária sobre investimentos em infra-estrutura. Se elas forem implementadas, a compra ou aluguel de máquinas e equipamentos para a construção de portos privativos ficará livre da cobrança da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da contribuição ao Programa de Integração Social (PIS), pois esses empreendimentos serão incluídos no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infra-Estrutura (Reidi). Está em estudo também a possibilidade de o regime abranger um maior número de equipamentos e ser "destravado".

A informação é da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), que nos últimos seis meses trabalhou junto com a área técnica do governo para tentar aperfeiçoar do novo regime. "Boa parte dos nossos pleitos serão ajustados", disse o vice-presidente executivo da entidade, Ralph Lima Terra. Ele espera o anúncio das medidas para os próximos dias.

Lançado em janeiro do ano passado como um dos principais instrumentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para os investimentos privados, o Reidi suspende a cobrança do PIS e da Cofins na compra de máquinas e equipamentos novos, material de construção e serviços relacionados com obras de infra-estrutura. Para ter acesso a esse benefício, porém, o projeto tem de ser inscrito no Reidi, o que depende da aprovação do ministério relacionado.

Aí está o principal nó do programa. A falta de entrosamento entre a Receita Federal e os diversos ministérios, a falta de regulamentação e o excesso de burocracia dificultaram o acesso das empresas. Em um ano e dois meses de existência, o Reidi só conseguiu beneficiar cinco projetos na área de energia: as usinas térmicas de Iacanga, São Martinho e Sykué I, a pequena central elétrica de Bocaiúva e os aproveitamentos hidrelétricos de Caçu e Barra dos Coqueiros.

Transportes. Na área de transportes, porém, o regime não está sequer regulamentado. Por isso, nenhum projeto foi aceito, embora as concessionárias da Fernão Dias e da Régis Bittencourt, por exemplo, tenham levado em conta os benefícios do Reidi para calcular o preço do pedágio. Para a Abdib, foram detectados dez pontos críticos no funcionamento do programa. "A partir do decreto que sairá nos

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próximos dias, cada ministério terá de cumprir uma série de etapas administrativas", comentou Terra. "Nem todos os problemas serão resolvidos, mas vai melhorar."

Além de admitir a inscrição de portos privados e ser "destravado", o Reidi deverá ter uma modificação de prazos que, na prática, ampliará seu alcance. Hoje, a suspensão de PIS e Cofins vale por cinco anos a partir da inscrição do projeto no Reidi. A idéia é que o prazo passe a contar da aquisição do equipamento. "Como está hoje, uma usina hidrelétrica que leve sete anos para ser construída ficará parcialmente fora", disse o vice-presidente da Abdib. Ele considera essa uma das alterações mais importantes.

O fim da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF) reduziu a arrecadação federal em cerca de R$ 38 bilhões e levou o governo a suspender planos de novas reduções tributárias Nos últimos dias, porém, são vários os sinais que esses planos foram retomados. O governo vai eliminar, nesta semana, a taxação de 0,38% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre as exportações, que havia sido adotada para compensar o fim da CPMF Além disso, deverá ser anunciada nos próximos dias a nova política industrial, que conterá outras medidas de corte tributário.

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Tributário - Procuradoria fará perfil da dívida fiscal na capital. Objetivo é priorizar ações de repercussão para o Estado.

(Valor Econômico 17.03.2008 E-1 Legislação & Tributos)

Zínia Baeta, de São Paulo

A Procuradoria Fiscal do Estado de São Paulo fará um levantamento do perfil da dívida tributária de seus credores. Ao conhecer melhor seus devedores e os créditos recuperáveis, o órgão pretende realizar um trabalho que permita aumentar a arrecadação. Atualmente, há 430 mil execuções fiscais em trâmite na Justiça somente na capital e mais de um milhão no Estado. O número dessas ações, porém, pode cair em razão do Programa de Parcelamento Incentivado (PPI), cujo prazo de adesão termina no dia 31 deste mês.

Para colocar em prática este plano, a procuradoria publica hoje uma portaria interna que cria o setor de inteligência jurídica e fiscal, dividido em duas áreas: Serviço de Apoio Técnico (SAT) de Pesquisa e de Biblioteca.

A área de pesquisa será responsável pela análise das dívidas fiscais. Neste caso, serão levantados os débitos de empresas que estão em atividade e que ainda possuam patrimônio penhorável na capital. A partir destes dados, terão prioridade de acompanhamento os casos de maior repercussão econômico-jurídica. "Não adianta ir atrás de uma dívida de R$ 15 milhões, se a empresa está falida", afirma o chefe da Procuradoria Fiscal, Eduardo José Fagundes. As metas e estratégias de trabalho, porém, não estão fechadas, pois depende ainda dos resultado do PPI. Segundo Fagundes, somente após finalizada a adesão ao parcelamento, será possível verificar quais as empresas não aderiram e que estão ainda em dívida com o Estado. Mas, já se sabe que o levantamento começará pelos maiores grupos econômicos: autopeças, atacadistas, distribuição de bebidas, telecomunicações. Além disto, a procuradoria pretende

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realizar convênios para a troca de informações com cartórios de registros de imóveis, junta comercial e Detran, por exemplo, o que facilitará a localização de bens.

A procuradoria pretende colocar em prática, por meio da chamada SAT Pesquisa, outra importante estratégia. O órgão pretende uniformizar as teses defendidas pelos procuradores. De acordo com Fagundes, procuradores com casos idênticos, muitas vezes, não trocam informação. As teses jurídicas da Fazenda do Estado de São Paulo, a partir deste trabalho, terão especificados os artigos e legislação aplicáveis que devem ser necessariamente questionados em todos os processos. Segundo Fagundes, isto facilitará a subida dos processos aos tribunais superiores. A primeira unificação de tese será aplicada às discussões sobre demanda contratada de energia. Neste casos, o debate é sobre a aplicação do ICMS apenas sobre o valor da energia consumida ou sobre o montante contratado.

A classificação do perfil das dívidas fiscais é uma tendência entre os Estados. O Rio de Janeiro, por exemplo, tem promovido um "rating" da dívida fiscal. Entre março e julho do ano passado, uma equipe de oito técnicos classificou 69 mil débitos de ICMS por níveis de dificuldade de recuperação que vão da letra A à letra F. Levou-se em conta na classificação o tempo de cobrança da dívida, a situação cadastral da empresa, o valor do débito e a apresentação de declarações pela empresa. O resultado da medida foi observado na arrecadação. A Procuradoria da Dívida Ativa do Rio aumentou em 62,28% a arrecadação dos débitos inscritos na dívida ativa entre janeiro e setembro de 2007 na comparação com 2006.

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Lanterna do IDH alto, no topo do Imposto de Renda. Alíquota da classe média no Brasil supera à de países desenvolvidos

(O Globo 16.03.2008 p. 29 Economia)

Luciana Rodrigues

O Brasil, apesar de ocupar o 70º e último lugar no ranking dos países de alto desenvolvimento humano elaborado pela ONU, tributa mais sua classe média do que nações ricas que estão no topo da lista, segundo levantamento da consultoria Ernst & Young. A pesquisa constatou que, no país, a alíquota nominal do Imposto de Renda aplicada à classe média (27,5%) é superior à fixada por seis dos sete países que lideram a lista dos maiores IDHs.

Na 70ª posição entre as nações de maior desenvolvimento humano, o Brasil tributa mais sua classe média do que países com indicadores de saúde, educação e renda bem superiores aos nossos. Levantamento feito pela consultoria Ernst & Young em 32 de seus escritórios pelo mundo constatou que, no Brasil, a alíquota nominal de Imposto de Renda (IR) aplicada à classe média - de 27,5% - é superior ao praticado em seis dos sete países que lideram a lista dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), entre eles Islândia, Canadá, Suécia e Suíça.

A partir de dados sobre educação, renda e saúde, o IDH mede a qualidade de vida por parâmetros que vão além da mera riqueza econômica. O Brasil entrou ano passado no seleto grupo de países com alto

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IDH, ao superar a pontuação de 0,80 neste índice. Mas, enquanto na elite do alto desenvolvimento humano ainda somos o último da fila, em pagamento de IR, estamos à frente.

Ao comparar a incidência do Imposto de Renda nas nações de alto IDH, a pesquisa da Ernst & Young levou em conta a cobrança federal (em alguns países a renda dos contribuintes também é tributada por estados e municípios). E considerou a alíquota aplicada à faixa de renda considerada de classe média em cada uma dessas economias.

- O IDH reflete a educação e a saúde. Nos países desenvolvidos, esses serviços públicos são de alto nível e proporcionam retorno, à sociedade, da tributação elevada. Aqui o imposto é alto mas este retorno não é visível - afirma Tatiana Ponte, sócia do Departamento de Capital Humano da Ernst & Young para a América do Sul.

Tributarista vê erro na calibragem do IR

Percepção semelhante tem o engenheiro Gustavo Badauy. Depois de fazer as contas e lançar todas as deduções possíveis em seu ajuste com a Receita, descobriu que terá um reembolso de apenas R$16,48 este ano. E sua mulher terá que pagar cerca de R$300 de IR. Isso após o casal ter sido descontado, ao longo do ano, em cerca de R$35 mil em seus salários.

- Sou obrigado a pagar um plano de saúde porque os hospitais públicos não funcionam. Pelo menos 20% de meu salário vão para um plano de previdência, porque não dá para confiar na aposentadoria pública. Não há escola pública decente, então tenho que pôr minha filha num colégio particular. E a dedução anual por dependente é de pouco mais de R$1.500. Como se desse para sustentar um filho com R$130 por mês - queixa-se.

Na Islândia, país que lidera o ranking mundial do IDH, há uma alíquota única de IR, de 23,75%. O analfabetismo entre jovens e adultos com mais de 15 anos é próximo de zero e a expectativa de vida de um islandês ao nascer é de 81,5 anos. A renda per capita supera US$35 mil. No Brasil, o rendimento médio é de US$8.402, mais de 10% dos jovens e adultos são analfabetos e a longevidade é de 71,7 anos. Mas, aqui, a alíquota de IR que incide sobre a classe média é de 27,5%.

A Receita Federal contesta o critério de alíquota nominal para comparar o IR da classe média em diferentes países. Segundo o Fisco, os 27,5% não refletem "o imposto efetivamente pago pelo contribuinte e não serve para afirmar que o contribuinte brasileiro paga mais ou menos em relação aos seus pares de outras nações".

A Receita diz que o IR no Brasil é progressivo. Ou seja, mesmo os contribuintes com renda superior a R$2.700 têm parte de sua renda isenta (na faixa até R$1.372,81 na tabela de 2008, ou R$1.313,69 pela tabela de 2007, referente ao ajuste anual de agora). Outra parcela da renda destes contribuintes paga 15% de IR. Com isso, segundo a Receita, no conjunto de contribuintes do Brasil, a alíquota efetiva média está em torno de 10%.

O economista Salvador Werneck, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), estima que um cidadão médio brasileiro pague uma alíquota efetiva em torno de 15%. Além da progressividade do IR, há possibilidades de deduções, diz Werneck.

- Na saúde, por exemplo não há limites para deduções.

Tatiana Ponte, da Ernst & Young, ressalta que como a maioria dos países com alto IDH também adota tabela progressiva, a comparação com base na alíquota nominal (e não na incidência efetiva do imposto) dá uma medida do peso do IR federal no Brasil frente a essas nações.

Gilberto Braga, professor de planejamento tributário do Ibmec, lembra que além de pagar por serviços públicos que não usa, a classe média brasileira ainda sofre com o que chama de "empréstimo

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compulsório ao governo". A maioria dos assalariados é descontado do Imposto de Renda na fonte e, no ajuste anual, recebe uma restituição, ou seja, um dinheiro que ficou "emprestado" ao governo federal.

- O número elevado de restituições mostra que há um erro na calibragem do Imposto de Renda para a classe média - afirma Braga.

Professor se queixa por pagar R$52 mil

O professor universitário José Ribas Vieira não sente os efeitos desse "empréstimo compulsório". Em compensação, ao acertar as contas com a Receita, percebe o peso do Leão. Como dá aulas em quatro universidades, seus contracheques são de valores baixos e incidência menor de imposto na fonte. Mas quando soma seus rendimentos anuais, entra nas alíquotas mais altas de IR e paga mais à Receita. Em 2007, foi descontado em R$20 mil de IR. E, agora, no ajuste anual, terá de arcar com outros R$32 mil.

- Exerço função educacional e sou punido pelo sistema tributário brasileiro. Pago plano de saúde, cursos dos filhos, sem contar meus instrumentos de trabalho. Compro livros importados caros e não dá para abater no IR - lamenta Vieira.

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Criação de novas alíquotas divide opinião de especialistas em tributos. Governo discute adoção de mais faixas de renda no Imposto de Renda

(O Globo 16.03.2008 p. 30 Economia)

Luciana Rodrigues

O prometido alívio no Imposto de Renda para pessoas físicas deve ficar só para o ano que vem ou mesmo 2010. O governo teme que uma redução na carga do IR leve a um aumento do consumo justamente num momento em que crescem as preocupações com a inflação. Paralelamente, o governo discute, dentro da proposta de reforma tributária, a ampliação do número de alíquotas do IR. Isso só deve ocorrer nos próximos anos, mas a idéia já divide a opinião de especialistas.

Para o economista Raul Velloso, um estudioso de finanças públicas, a criação de novas faixas de renda para incidência de IR vai na contramão da tendência mundial, que é de unificação de alíquotas:

- O sistema tributário tem que ser neutro na gestão financeira das pessoas. A tendência tem sido simplificar os procedimentos para os contribuintes.

Tendência mundial é de adotar menos alíquotas

Ele acrescenta que, se o objetivo do governo é fazer distribuição de renda - ou seja, tributar mais quem ganha mais - isso deve ser buscado por meio dos gastos públicos, e não da arrecadação de impostos:

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- A progressividade deve vir pelos gastos, sob a forma de políticas compensatórias.

Salvador Werneck, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), concorda que se trata de questão complexa. Mas apóia a discussão sobre mudanças no IR e acredita que há espaço para mais uma alíquota, entre 30% e 35%:

- Muitas alíquotas complicam o sistema. E alíquotas muito altas desestimulam o trabalhador a buscar ganhos de renda e incentivam a elisão fiscal. Mas, no Brasil, há espaço para mais uma alíquota marginal.

Na comparação feita pela Ernst & Young, enquanto alguns países de alto desenvolvimento humano, como a Islândia, têm apenas uma alíquota de IR; outros, como a Suíça, têm nove alíquotas, sendo a mais elevada de 13,20%. Na Austrália, são cinco alíquotas, chegando a 45%. Noruega e Canadá têm quatro alíquotas, e as mais altas são, respectivamente, 40% e 29%.

Mas, segundo Tatiana Ponte, sócia do Departamento de Capital Humano da Ernst & Young para a América do Sul, a tendência recente em diferentes países tem sido a redução no número de alíquotas.

- Um exemplo são os países da Europa Central e do Leste, que adotaram a alíquota única para atrair investimentos. A exceção na região é a Hungria, e não se sabe até quando o país vai resistir porque já há empresas indo instalar suas matrizes em países vizinhos - cita Tatiana.

Impostos sobre consumo são mais injustos, diz especialista

Gilberto Braga, professor de planejamento tributário do Ibmec, é contrário à adoção de mais alíquotas no IR. Ele afirma que, se fosse criada uma alíquota intermediária entre as atuais de 15% e 27,5%, haveria um alívio para o contribuinte de renda maior. Mas, na sua opinião, adotar alíquotas superiores a 27,5% não é adequado.

- É uma falácia querer usar o IR para fins redistributivos. O Brasil tem mais de 60 tributos, e a maioria é regressiva, com produtos da cesta básica muitas vezes pagando mais imposto do que outros bens. Na reforma tributária, a progressividade poderia vir nos impostos sobre consumo.

Raul Velloso também vê nos impostos sobre consumo o maior problema do sistema tributário brasileiro. Segundo ele, esses tributos são muito mais injustos do que o IR.

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Sindicalismo esperto(Folha de São Paulo 17.03.2008 A-2 Opinião)

COMO PREVISTO , a Câmara dos Deputados voltou atrás e decidiu recriar o chamado imposto sindical, a contribuição compulsória correspondente a um dia de salário por ano cobrada de todos os trabalhadores com carteira assinada. Ela irriga os sindicatos com uma verba anual da ordem de R$ 1 bilhão.O tributo chegou a ser extinto em projeto de lei aprovado na Câmara em outubro passado, mas, após forte pressão de sindicatos e do governo, o dispositivo foi fulminado primeiro pelos senadores e agora pelos deputados.Até aqui, apenas se desperdiçou uma excelente oportunidade de fazer avançar o sindicalismo brasileiro, livrando-o da tutela do Estado -medida que, vale registrar, contava com o apoio da CUT até sua

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ascensão às proximidades do poder. Só que o duvidoso consórcio entre governo, parlamentares e sindicalistas ameaça ir além e já ultima um novo projeto de lei que investe contra o bolso do trabalhador.O logro atende pelo nome de "contribuição negocial", que pretende unificar o imposto sindical e a taxa assistencial. A primeira esparrela está no fato de que a taxa assistencial, ao contrário da contribuição sindical, não é obrigatória, podendo o trabalhador recusar-se a pagá-la. Na unificação, ao menos para efeitos práticos, a obrigatoriedade seria estendida a ambas.E não é só. Pelo que se discute, o valor da contribuição negocial seria definido em assembléias das categorias -que são controladas pelos sindicatos-, mas pago por todos os trabalhadores, sindicalizados ou não.Sindicatos saudáveis se constroem longe da sombra do Estado e de benesses paraoficiais oferecidas a lideranças que rapidamente se encastelam na máquina sindical e passam a representar muito mais seus próprios interesses do que os da categoria.

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Aneel quer que tarifa da CPFL caia 14%; empresa propõe aumento (Folha de São Paulo 17.03.2008 B-2 Dinheiro)

A Aneel está analisando se a CPFL pode ou não repassar aos consumidores um novo aumento no preço da energia. A proposta inicial da agência para a distribuidora é que a tarifa caia 14,02%. A CPFL defende que haja aumento da tarifa.A Aneel pediu um parecer jurídico para a Procuradoria Federal que atua dentro do órgão sobre o impasse e deve decidir a questão em reunião de diretoria no dia 25 deste mês.De acordo com a distribuidora, o aumento na tarifa é necessário porque ela precisou fazer uma sobrecompra de energia e o fez pelo preço negociado a curto prazo. A CPFL diz que a medida foi necessária para dar segurança ao mercado cativo.A energia a curto prazo custava, em janeiro do ano passado, R$ 17,59 por MWh e terminou o ano em R$ 212,20 por MWh. Em janeiro deste ano, o preço a curto prazo atingiu o teto determinado pela Aneel, de R$ 569,59 por MWh.De acordo com as regras do mercado, as distribuidoras podem fazer sobrecompras, ou seja, adquirir um montante de energia superior ao que é necessário para atender a sua carga. O repasse dos custos de aquisição de energia é legal.O que a Aneel analisa, porém, é a forma como a CPFL comprou energia e quer repassar o valor pago -que foi mais alto que o valor que era praticado no mercado- ao consumidor."Cabe destacar que a sobrecontratação da CPFL Paulista para 2007 vem sendo analisada e comparada com as dos anos de 2005 e 2006. Nessa análise, foram constatados indícios de que a CPFL Paulista vem sazonalizando a energia adquirida da CPFL Brasil no ano de 2007, no que se refere ao contrato CPFL Brasil Competitivo L.P., de forma atípica e causando um ônus desnecessário aos seus consumidores", afirma a agência em nota técnica.A decisão da Aneel faz parte do segundo ciclo de revisão tarifária. A previsão é que a correção da tarifa deva entrar em vigor no dia 8 de abril.Segundo a distribuidora, a CPFL Paulista apresentou uma "sobrecontratação de energia em 2007 de aproximadamente 1,5%, portanto, dentro dos limites estabelecidos em lei".A CPFL diz que os indícios de ônus desnecessários aos consumidores aos quais a Aneel se refere "não se confirmam se for entendido o processo em toda a sua complexidade".

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Sobre o repasse dessas comercializações para o ciclo de revisão tarifária, a CPFL Paulista informa que esse processo está sendo coordenado pela Aneel, que ainda não se posicionou definitivamente sobre a questão.

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Receita barra imposto maior para cigarro . Projeto de forte aumento no preço dos maços é defendido pelo Ministério da Saúde como forma de reduzir o consumo

(Folha de São Paulo 17.03.2008 C-1 Cotidiamo)

No país, enquanto o Instituto Nacional de Câncer quer o maço a cerca de R$ 5, a Receita defende um valor bem menor -de R$ 1,74

MARIO CESAR CARVALHOENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O projeto do Ministério da Saúde de aumentar o preço do cigarro para reduzir o consumo bateu numa barreira. A Receita Federal não quer abrir mão de seu papel de criador da política tributária. A Receita acredita que um aumento forte de preços, da ordem de 100%, por exemplo, elevaria ainda mais o mercado ilícito de cigarros.Há um abismo a separar os preços que a Receita e a área de saúde querem. Enquanto o Inca (Instituto Nacional de Câncer) quer o maço a R$ 4, R$ 5, a Receita defende um valor bem menor -R$ 1,74.No ano passado, o Brasil consumiu cerca de 150 milhões de cigarros. Cerca de 40% desse volume não pagou impostos: 39 milhões foram cigarros contrabandeados e 20 milhões foram produzidos por empresas brasileiras que não pagam impostos, segundo a Receita.Aumento de preços é a forma mais simples e eficaz de reduzir o consumo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Uma elevação de 10% nos preços provoca uma queda de 8% no consumo em países como o Brasil, segundo o órgão.As doenças relacionadas ao fumo matam cerca de 200 mil pessoas por ano no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. O número equivale a quatro vezes as vítimas de homicídio.O preço de cigarro no Brasil é um dos mais baratos do mundo. O preço do Marlboro brasileiro em 2001 era o segundo mais barato do mundo num levantamento feito em 87 países e territórios pela Economist Intelligence Unit. Custava o equivalente a US$ 1,23. Só perdia para a Indonésia: US$ 1,08.Até no Mercosul o preço do cigarro brasileiro está na rabeira da tabela, segundo estudo feito pelo economista Roberto Iglesias para o Banco Mundial. Só Paraguai e Bolívia têm preços mais baixos. Em 2005, um maço de uma marca popular no Brasil custava o equivalente a US$ 0,78. No Chile, valia US$ 1,42. No Paraguai e na Bolívia, custavam US$ 0,61 e US$ 0,33.O preço baixo do cigarro é conseqüência da redução de impostos a partir de 2000, segundo Iglesias. A redução ocorreu no mesmo momento em que o então ministro da Saúde, José Serra, impunha restrições ao fumo no país. Em 1999, o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) equivalia a 42,5% do preço do maço. Em 2007, representava de 20% a 25% desse valor.A Receita reduziu o IPI do cigarro com o objetivo de combater o contrabando, que à época correspondia a 37% do mercado. Atualmente, o contrabando caiu para cerca de 25%, mas a ilegalidade é até maior do que em 1999. Cerca de 18% dos cigarros produzidos no país não pagam impostos, diz a Receita.

Liminares

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As fábricas funcionam com liminares da Justiça. A soma do contrabando e dos que são acusados de sonegação atinge 40% -três pontos percentuais acima do índice que a Receita pretendia abaixar com a redução dos impostos."O Brasil foi o único país do mundo que conheço a baixar impostos de cigarros e a redução não serviu para combater a ilegalidade", diz Iglesias, professor de economia da PUC-RJ.Estudo feito pela Fipecafi, fundação formada por professores da USP de contabilidade, estima que o país perdeu R$ 18 bilhões com a redução do IPI entre 2000 e 2007. Nesse período, segundo Iglesias, o imposto foi corrigido sempre abaixo da inflação.A própria Receita defende mudanças no atual sistema de tributação. O principal problema hoje na visão da Receita são as fábricas que não recolhem impostos. São as que mais crescem. Elas respondem por 18% da produção nacional.São essas empresas que produzem marcas que são vendidas a R$ 0,68 -"uma confissão de sonegação", diz Marcelo Fisch, coordenador da Receita.

SaúdeEsse valor é visto com ceticismo na área da Saúde. "R$ 1,74 não faz nem cócegas no bolso do consumidor. É um preço muito baixo num cenário econômico em que o consumo está aumentando. É preciso um preço que desestimule o consumo de cigarro", diz Tânia Cavalcanti, chefe da divisão de controle de tabagismo do Inca.Paula Johns, da ACT (Aliança de Controle ao Tabagismo), diz que o argumento da Receita de que o aumento de preço estimula o contrabando é um mito. "Em nenhum país foi comprovada essa relação."

Arrecadação alta mostra sucesso, diz Receita A arrecadação do setor cresceu R$ 676 milhões em 2007, dos quais R$ 176 milhões foram pagos pelos fabricantes pequenos

Segundo a Receita Federal, algumas fábricas pequenas, que foram pressionadas, começaram a pagar impostos pela primeira vez

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

A Receita diz que não faz sentido a acusação de que a legislação tributária sobre tabaco seja um equívoco, como classificam o Inca (Instituto Nacional de Câncer) e a ACT (Aliança de Controle do Tabagismo).A maior evidência de que há acertos nessa política, segundo o órgão, é o aumento de arrecadação entre 2006 e 2007. O ano passado, de acordo com a Receita, teve um evento histórico: algumas fábricas pequenas começaram a pagar impostos pela primeira vez.Em julho do ano passado, o IPI (Imposto sobre Produtos Industriais) teve um aumento de 30% -ou seja, o impacto previsto para a arrecadação anual seria de 15%, já que o aumento vigorou apenas no segundo semestre. A arrecadação de IPI no ano passado, porém, cresceu acima desse índice. O aumento foi de 19%. Os impostos federais arrecadados cresceram de R$ 3,5 bilhões em 2006 para R$ 4,3 bilhões no ano passado.Marcelo Fisch, coordenador de fiscalização da Receita, diz que era esperada uma arrecadação de R$ 500 milhões a mais com o aumento de 30% no IPI. Porém, a arrecadação cresceu R$ 676 milhões. Os R$ 176 milhões a mais foram pagos pelos fabricantes pequenos, diz.Esse aumento é resultado do aumento de pressão da Receita sobre essas fábricas. Entre o ano passado e o começo deste ano, foram fechadas três fábricas das empresas acusadas de sonegação: duas da American Virginia e uma da Sudamax.Neste ano, pela primeira vez, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) cancelou o registro de uma fábrica de cigarros. Sem essa autorização, a fábrica não pode funcionar.A Receita não comenta a dívida dessas empresas, mas a Folha apurou que o valor gira em torno de R$ 5 bilhões e não há a menor perspectiva de que esse valor venha a ser recolhido nos cofres públicos algum dia. O Sindifumo, sindicato que reúne os pequenos fabricantes, considera a legislação de IPI injusta.

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Outra novidade que a Receita implantou é um sistema on-line de controle de produção. Chamado de Scorpios, ele permite que o governo controle cada linha de produção das fábricas no momento em que o cigarro está sendo fabricado.Com o selo adotado pelo sistema, a Receita pode pegar um maço de cigarro num bar e saber quando ele foi fabricado, em que fábrica e para quem foi vendido. A partir de abril, todas as fábricas de cigarro terão de usar notas fiscais eletrônicas.(MARIO CESAR CARVALHO)

Para economista, imposto alto não eleva contrabando DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

A economista norte-americana Hana Ross é uma ave rara entre seus pares: ela estuda o impacto das políticas de saúde sobre fumo nas finanças para a American Cancer Society e para o Banco Mundial. Sua tese de doutorado foi sobre o efeito do preço do cigarro e das políticas de saúde entre os jovens fumantes de Chicago. Para Ross, não há evidências científicas de que o aumento de impostos eleve o contrabando, como ela conta a seguir. (MCC)

FOLHA - A Receita Federal brasileira, que cuida de tributos, diz que um aumento forte do cigarro elevaria o contrabando. Isso é verdade? HANA ROS - Não há evidências de que isso seja certo. Contrabando não é resultado de impostos. Ele está mais relacionado com outros fenômenos, como corrupção política, falta de controle nas fronteiras, falta de legislação que puna os contrabandistas com rigor.

FOLHA - Não seria caro demais para um país com tantos pobres como o Brasil controlar todas as fronteiras e eliminar a corrupção policial? ROS - Pode custar caro, mas o investimento se paga a curto. Isso aconteceu na Inglaterra. O governo gastou alguns milhões de libras em medidas repressivas. O que foi arrecadado com a redução da sonegação pagou o investimento em três anos. Em 1996, o cigarro contrabandeado ocupava 15% do mercado inglês. Em 2006, esse índice caiu para 2%.

FOLHA - Há algum país no mundo em que o aumento de preço não tenha sido acompanhado de queda de consumo? ROS - Não conheço nenhum caso de aumento de preço do cigarro sem redução de consumo. Há casos em que a elevação da taxa é tão baixa que o consumo não se altera. É por isso que o aumento de impostos tem que ser alto.

FOLHA - É possível estabelecer um preço de cigarro para que seja certo que haverá redução de consumo? ROS - Essa equação não existe, infelizmente. O que sabemos é que o preço tem de ser alto o suficiente para a pessoa pensar nas conseqüências maléficas que o fumo fará no seu bolso e na sua saúde. Só assim você consegue desestimular os setores mais frágeis que aderem ao tabaco: os mais pobres e os mais jovens.

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Mato Grosso divide com Justiça receita de tributos. Acordo, de 2003, dava 20% do valor de execuções fiscais convertidas em receita ao TJ

(Folha de São Paulo 16.03.2008 A-4 Brasil)

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Diante de questionamentos da Folha, tribunal anunciou na noite de sexta-feira cancelamento do acordo com o governo do Estado

RODRIGO VARGASDA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ

De cada R$ 100 que o governo de Mato Grosso arrecadou nos últimos dois anos em ações judiciais para a cobrança de tributos, R$ 20 foram para os cofres da própria Justiça.Um protocolo de intenções, assinado em 2003 pelo governador Blairo Maggi (PR) e o então presidente do TJ (Tribunal de Justiça), o desembargador José Ferreira Leite, estabeleceu uma participação de 20% sobre "o valor total das execuções efetivamente convertidas em receita aos cofres públicos".Às 20h35 de sexta-feira, a assessoria de imprensa do TJ avisou a reportagem que o acordo havia sido cancelado por iniciativa do atual presidente, o desembargador Paulo Lessa, e que uma nota sobre o assunto fora divulgada no portal do TJ na internet. A nota, sob o título "TJ cancela protocolo de intenções", foi publicada às 19h20. Por volta das 21h, o portal saiu do ar, com informação de que estava em manutenção.Um dos itens do protocolo previa que o TJ "orientasse" os juízes e servidores das comarcas a dar "máxima atenção possível" às ações movidas pelo governo contra os contribuintes, "especialmente nos executivos fiscais de maior valor".Durante a semana, o governo disse que o acerto foi colocado em prática. De acordo com o procurador-geral do Estado, João Virgílio do Nascimento, foi a maneira encontrada para custear o trabalho dos oficiais de Justiça em suas diligências.Segundo Nascimento, o Estado arrecada, em média, R$ 1 milhão por meio de ações judiciais de cobrança, a cada mês. Isso significaria algo em torno de R$ 200 mil mensais de repasses extras ao TJ. "Nosso território é muito grande e, por falta de recursos para as diligências, as ações estavam paralisadas. Este foi o mecanismo que encontramos para viabilizar o pagamento", disse.O dinheiro não tem o objetivo de interferir no resultado final das ações, afirmou Nascimento. "O TJ faz parte do Estado. E os recursos vão para o Poder Judiciário, não para os juízes. O repasse não compromete a independência das decisões."Nas ações de cobrança de tributos, o juiz analisa a defesa do contribuinte. Pode declarar nula a dívida ativa e extinguir a execução movida pelo Estado. Pode ainda reconhecer a prescrição da cobrança ou a inconstitucionalidade do tributo.Em novembro de 2007, a Corregedoria Geral de Justiça encaminhou aos juízes de Mato Grosso ofício circular no qual solicitava uma varredura nos processos de cobrança arquivados nos dois anos anteriores.O objetivo, segundo o documento, seria possibilitar a "cobrança dos valores a que o Judiciário tem direito". O ofício, assinado pelo desembargador Orlando de Almeida Perri, dizia: "Determino que seja informado, em um prazo de 60 dias, quais foram os valores recebidos pela Fazenda Pública Estadual , correspondentes a cada processo de execução fiscal".Em outro ofício aos juízes, também de novembro, Perri encaminhava a lista de ações de execução fiscal em andamento. O documento pedia que os processos listados fossem movimentados "rumo à solução final, qualquer que seja o resultado", e dava prazo de seis meses para que as comarcas informassem "em quantos deles houve pagamento ou parcelamento da(s) dívida (s), assim como os respectivos valores". À Folha, dias antes do cancelamento do acordo, Perri negou ter tentado exercer qualquer tipo de pressão sobre os juízes.Questionado, Nascimento disse não ter conseguido levantar, na Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda), os números exatos sobre os repasses mensais ao TJ. Mas ressaltou que o acordo seria desfeito em 2008.De acordo com dados da Sefaz, o governo arrecadou cerca de R$ 100 milhões de sua dívida ativa-estimada em R$ 3 bilhões-desde 2003. Nos últimos dois anos, foram R$ 34,4 milhões. A maior parte do valor foi obtida por meio de ações de execução fiscal.

OAB: "PROTOCOLO ENTRE GOVERNO E TJ É ABSURDO TOTAL", DIZ VICE-PRESIDENTE

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O advogado Vladimir Rossi Lourenço, vice-presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), disse que o protocolo de intenções assinado entre o governo e o TJ de Mato Grosso é "inusitado, inadequado e inconstitucional", além de comprometer a isenção do Judiciário do Estado. "Confesso que nunca imaginei que um dia pudesse ter acesso a um documento como este. É um absurdo total", disse. "Da forma como está, não tenho a menor dúvida de que põe sob suspeição genérica toda a magistratura do Estado."

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Sacoleiros, na surdina, fazem legalização andar. Projeto já está no Senado e não deve ter resistências.

(Jornal do Brasil 15.03.2008 A-4 País)

Márcio Falcão Priscila Machado

Os sacoleiros que costumam atravessar a fronteira com a cidade paraguaia de Ciudad del Este estão mais perto de receber do governo facilidades para legalizar as compras realizadas no país vizinho.

Chega na próxima semana ao Senado projeto de lei que estabelece o Regime de Tributação Unificada (RTU), um sistema que reduz a cobrança de impostos sobre a importação terrestre de mercadoria do Paraguai que entra por Foz do Iguaçu (PR). A contrapartida exigida pelo governo é que os interessados se tornem microempresários.

Agora, só poderão participar pequenas empresas com faturamento anual de R$ 240 mil. Para atrair a adesão dos sacoleiros, o projeto aposta na simplificação das contribuições federais sobre a importação. De acordo com a proposta aprovada, sem alarde, na última quinta-feira pela Câmara, haverá uma alíquota única de 42,25% sobre o preço de aquisição das mercadorias importadas - sendo 18% para o Imposto de Importação; 15% para o Imposto sobre Produtos Industrializados; 6,65% para a Cofins; e 1,65% para a contribuição do Programa de Integração Social.

Fim da competição

A tramitação do projeto no Senado não deve encontrar resistência. Governo e oposição têm interesse na matéria. O único ponto que pode motivar debates é o valor do teto de importações anuais do Paraguai, fixado em R$ 150 mil. Alguns setores defendem a ampliação para R$ 240 mil.

Esta matéria é interessante porque vai reduzir a competição desleal dos empresários com o comércio informal - afirma o senador Adelmir Santana (DEM-DF).

A proposta de um imposto único e um limite anual de importação legal de compras no Paraguai ainda surpreende os sacoleiros. Em Brasília, na Feira dos Importados - também conhecida como Feira do Paraguai - o sentimento entre boa parte dos 2.090 microempresários é de insegurança. Eles não sabem ao certo quais serão os benefícios práticos da mudança. Os empresários contam que há alguns anos o comércio no Paraguai perdeu força por causa dos riscos que representava o comércio ilegal.

A saída encontrada foi buscar os produtos em São Paulo. De acordo com Harley Valadares, da Associação da Feira dos Importados, atualmente, cerca de 20% dos comerciantes revendem produtos

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com origem paraguaia. Mas ele acredita que se a lei for aprovada, será um estímulo para que os feirantes de todo o país voltem a cruzar a Ponte da Amizade.

Com a nova lei, teremos uma redução de custo de cerca de 20%. O consumidor também será beneficiado, porque o feirante emitirá nota fiscal e dará garantia sem nenhum problema - disse Harley.

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Finanças Públicas - Sem imposto do cheque, carga tributária poderá cair em 2008(DCI 17.03.2008 A-3 Política Econômica)

A ausência dos recursos arrecadados com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) resultará na redução da carga tributária (CT) pela primeira vez em 17 anos - a CT registra aumento anual médio de 0,7 ponto percentual desde 1991.

Essa tendência, entretanto, só deve durar neste ano, quando será sentindo o fim do tributo do cheque, que tem peso de 1,4% sobre o Produto Interno Bruto (PIB), como explica o especialista em finanças públicas Amir Khair, ex-secretário municipal de Planejamento de São Paulo: "[A CT] só não vai crescer neste ano por causa da CPMF, mas a partir de 2009 ela retoma o movimento de alta, principalmente porque os lucros das empresas e o aumento da massa salarial, que crescem num ritmo maior que o do PIB, contribuem para um aumento de arrecadação mais consistente", comenta Khair. A CT é obtida pela divisão da arrecadação tributária da União, estados e municípios - PIB. "Assim, quanto mais alta a arrecadação e menor o PIB, maior é a CT", explica. De acordo com os cálculos de Khair, em 2007 a arrecadação no País representou 35,4% do PIB contra 34,6% registrado em 2006, aumento de 0,8 ponto percentual. A União foi responsável por 70,8% do total de impostos arrecadados no País; enquanto estados e municípios responderam por 25% e 4,2% do total da carga tributária, respectivamente.

Reforma tributária

Amir Khair lembra que a proposta de reforma tributária que tramita no Congresso Nacional não prevê redução da CT. "Tem pouca chance de ser aprovada, pois a principal alteração mexeria com o ICMS, e muitos governadores temem perder arrecadação e não abrem mão da guerra fiscal. Além disso, a proposta do Executivo sofrerá emendas para agradar a todos, o que pode gerar aumento da CT e tornar o sistema tributário mais complexo do que o atual".

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Câmara e senado - Reforma tributária e vetos presidenciais na agenda do Congresso(DCI 17.03.2008 A-5 Política)

A reforma tributária voltou a ser a bola da vez na pauta de discussões do Congresso Nacional, depois da aprovação do Orçamento 2008 e de medidas provisórias que se arrastavam sem votação, como a que cria a TV Brasil, emissora de televisão controlada pelo poder executivo.

Na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara, o relator da matéria, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), já anunciou que fará parecer favorável à admissibilidade da proposta. O documento será apresentado no próximo dia 25.

O parlamentar também se manifestou interessado em evitar perdas para os estados produtores. Por isso, disse que irá propor a inclusão das operações com petróleo e energia elétrica na regra de recolhimento de 2% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na origem. A proposta do governo exclui essas operações da regra.

Na terça-feira passada, na Câmara, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a União irá "bancar parte das perdas dos estados" com a mudança da cobrança do ICMS da origem para o destino. Na proposta encaminhada pelo governo, está prevista a instalação de uma câmara de compensação com a criação do Fundo de Equalização de Receitas (FER), formada por 1,8% da arrecadação dos impostos federais, para compensar eventuais perdas de receitas pelos governos estaduais.

Porém a insatisfação da oposição com o excesso de medidas provisórias (MPs) poderá dificultar a tramitação da proposta no Congresso, frustrando a ampliação do debate sobre o tema com todos os partidos pretendidos pelo ministro da Fazenda. Segundo ele, em breve estarão concluídos os estudos sobre os impactos da proposta sobre as receitas dos estados, o que poderá abrir a retomada das negociações com os oposicionistas.

Vetos presidenciais

Outros pontos prioritários da agenda legislativa devem ser a PEC 72/05, que muda o trâmite das medidas provisórias e a votação de vetos, ambas metas acertadas para este ano pelos presidentes do Senado, Garibaldi Alves Filho, e da Câmara, Arlindo Chinaglia. Duas medidas provisórias e quatro projetos de lei de conversão aguardam no momento deliberação no Senado, mas a previsão é que, simultaneamente a isso, o Congresso reúna-se nos próximos dias para votar 19 vetos presidenciais.

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Tributário - Bancos e financeiras fazem caça a precatórios federais(DCI 17.03.2008 B-12 Legislação)

Os bancos e investidores financeiros estão promovendo uma verdadeira caça a precatórios federais como forma de investimento. Segundo o advogado Nelson Lacerda, do Lacerda & Lacerda Advogados , já há uma alta demanda em busca destes precatórios não alimentares, que variam entre R$ 4 milhões e R$ 250 milhões em média , o que tem até valorizado a compra destes no mercado. De acordo com o

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especialista, estes precatórios poderiam ser comprados até o ano passado, por 45% a 50% do valor total. Por conta da procura, já estão sendo negociados este ano entre 60% e 70% do valor total.

O setor financeiro tem demonstrado um interesse maior neste tipo de investimento, segundo ele, já que o retorno é certo. "Diferentemente dos precatórios estaduais onde todos os pagamentos estão atrasados há mais de 10 anos, os precatórios federais têm sido pagos corretamente em todo início do ano", diz.

Assim os bancos ou investidores adiantam parte do dinheiro para o portador do precatório não alimentar e lucram quando ele é compensado por dinheiro em dez vezes, com parcelas pagas todo o início do ano. "São mais de 30% de lucro, mais a atualização monetária da taxa Selic em torno de 6%, o que é um bom negócio para empresas do setor financeiro", diz Lacerda.

Para efetivar a compra de um precatório, o advogado recomenda que seja feita uma pesquisa detalhada no processo judicial que resultou no precatório. A idéia é analisar se não houve eventuais falhas no processo, o que poderia acarretar em uma ação rescisória de anulação do processo. "Existem casos em que há conflitos entre os herdeiros ou entre os advogados, ou até mesmo erros de cálculo que podem colocar em risco a compra daquele precatório", diz.

Para que o negócio seja efetivamente seguro, os bancos e investidores só compram o precatório após dois anos em que ele foi efetivado, levando em consideração o prazo estabelecido para se entrar com uma ação rescisória.

Mais segurança

O governo também passou a tomar maiores providências para inibir fraudes ou erros em precatórios federais. No final do mês passado, a Procuradoria Geral Federal, órgão da Advocacia Geral da União, divulgou uma nova portaria que deverá dar ainda mais segurança para os investidores, segundo Lacerda.

A Portaria n° 203/08, que padronizou as normas a serem seguidas por todos os órgãos de execução da Procuradoria, instituiu que em todos os casos terão que ser esgotadas todas as instâncias de contestação jurídica. Também remete a análise de casos acima de R$ 100 mil para altos cargos da procuradoria. Os casos acima de R$ 1 milhão deverão ser encaminhados para o procurador-geral federal. Além disso, pressupõe o uso de ação rescisória em caso de irregularidade em todas as ações acima de R$ 1 mil.

De acordo com o advogado Nelson Lacerda, todos esses procedimentos deverão dar mais controle para o governo para inibir corrupção ou erros nos processo. Por outro lado, deve causar um certo congestionamento a medida que todos os processos passarão a ser analisados minuciosamente.

Precatórios estaduais

Já com relação a precatórios estaduais, as dívidas dos estados continuam grandes e sem previsão de pagamento. De acordo com estudo do escritório Lacerda & Lacerda, só em São Paulo, a dívida alegada é de R$ 33 bilhões em 2000, porém segundo estimativa do escritório, com correções monetárias e o acréscimo de novos precatórios, já seriam R$ 63 bilhões em dívidas. Isso porque o estado tem um acréscimo com novos precatórios de cerca de R$ 900 milhões por ano .

O mesmo ocorre no Rio Grande do Sul. A dívida alegada é de R$ 2,3 bilhões, o que segundo o escritório, já estaria no valor total de R$ 5,8 bilhões com correção. No estado são cerca de R$ 500 milhões de acréscimo com novos precatórios por ano. "O pior é que os estados pagam menos que a atualização anual", diz.

Os bancos e investidores financeiros estão promovendo uma verdadeira caçada a precatórios federais como forma de investimento. Segundo o advogado Nelson Lacerda, do Lacerda & Lacerda Advogados ,

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já há uma alta demanda em busca destes precatórios não alimentares, que variam entre R$ 4 milhões e R$ 250 milhões em média , o que tem valorizado a compra destes no mercado.

De acordo com o especialista, estes precatórios poderiam ser comprados até 2007, por 45% a 50% do valor total. Por conta da procura, são negociados este ano entre 60% a 70% do valor total. O setor financeiro tem demonstrado um interesse maior neste tipo de investimento, segundo ele, já que o retorno é certo.

"Diferentemente dos precatórios estaduais onde todos os pagamentos estão atrasados há mais de dez anos, os precatórios federais têm sido pagos corretamente em todo início do ano", diz.

Assim, os bancos ou investidores adiantam parte do dinheiro para o portador do precatório e lucram quando ele é compensado por dinheiro em dez vezes, com parcelas pagas todo o início do ano. "São mais de 30% de lucro", diz Lacerda.

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Entrevista// Wilber Kannekens - Redução de peso fiscal é tendência mundial(Gazeta Mercantil 17.03.2008 A-14 Direito Corporativo)

A pesquisa sobre o panorama de fusões e aquisições Brasil 2007 da KPMG, uma das quatro maiores empresas de auditoria no mundo, indicou que as operações de empresas nacionais adquirindo outras no exterior registraram um aumento de 40% e, segundo a auditoria, a perspectiva para 2008 é que esta movimentação continue aquecida. Isso faz com que os escritórios de advocacia invistam, com segurança, cada vez mais na área de direito societário. Uma das causas desse fenômeno é simples. Segundo o líder global de tributação internacional da KPMG, Wilbert Kannekens, na União Européia, a alíquota média de tributação sobre a renda é de 25%. "Olhando o Brasil de fora, certamente é um país com enormes possibilidades. Sempre atrairá negócios e investimento", disse o especialista na entrevista exclusiva à Gazeta Mercantil. Por outro lado, como resultado, os outros países têm olhado cada vez mais para os países emergentes, como o Brasil, como "global players", ou seja, concorrentes e não apenas jurisdições para investir. Veja a seguir a entrevista com o executivo. Gazeta Mercantil - Mesmo com a tributação e burocracia que existe hoje no Brasil, o País atrai investimentos estrangeiros. Qual a tendência na sua opinião? Olhando o Brasil de fora, certamente é um país com enormes possibilidades. Sempre atrairá negócios e investimento. Mas isso não significa que o Brasil não poderia atrair mais investimentos se a carga tributária fosse menor. Não vamos esquecer que como resultado da globalização o mundo está ficando mais transparente e negócios podem mais facilmente se mover de um país para outro. Então, se a carga tributária é excessivamente alta, ou se as normas não são claras, as empresas vão considerar outras opções de investimento. É apenas uma questão de tempo para que os países da América Latina comecem a competir entre si com relação à carga tributária, assim como aconteceu na Europa. Gazeta Mercantil - De 1 a 100, qual o peso da importância da tributação na decisão sobre investir ou não investir num determinado país? É difícil classificar a importância do imposto, mas posso afirmar que, de fato, é um elemento importante. Não obstante, o imposto não é o único elemento que desempenha um papel importante. Há muitos outros fatores cruciais, tais como: infra-estrutura, a estabilidade política e econômica, a localização geográfica e a mão-de-obra qualificada. Antes de investir em qualquer país, as empresas fazem análises econômicas detalhadas. A carga tributária é um fator importante nessa análise, muito mais do que a própria alíquota do imposto. Para as empresas é imprescindível que a regulamentação seja clara, não

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havendo espaço para incertezas. Assim, é importante para os investidores a certeza de que a legislação será aplicada de forma correta pela administração fiscal. Eu diria que de 1 a 100, seria: 90. Mas é diferente para cada empresa. Tenho visto empresas que cancelaram um investimento em um país, porque a percentagem do imposto era um pouco mais elevada e outros que não deram tanta importância para este fato. Gazeta Mercantil - É possível dizer que, no mundo, a tendência é de redução dos tributos corporativos? Como os países estrangeiros vêm agindo nesse sentido? Sim, é verdade que as alíquotas dos tributos sobre a renda estão diminuindo. Olhe, por exemplo, as alíquotas na União Européia. A alíquota média é de 25%, mas era muito maior há alguns anos. Os países estão agora reduzindo os tributos sobre a renda tão rapidamente que nós chamamos isso de "race to the bottom" . Isso tem sido freqüentemente criticado. Os governos têm necessidades orçamentárias e há um limite para o que é possível. Adicionalmente, fora da União Européia há uma tendência de redução dos tributos corporativos sobre a renda. De modo geral, você vê países maiores - como Estados Unidos, Inglaterra e Japão - com alíquotas mais elevadas. Eu preciso fazer uma importante observação aqui. Uma alíquota baixa pode parecer interessante, mas isso não significa necessariamente que a carga tributária efetiva é baixa. Freqüentemente, empresas não são autorizadas a fazer certas deduções para fins fiscais. Isso significa que a base de cálculo pode ser muito alta. Nesse caso, mesmo com uma alíquota baixa, as empresas acabam pagando muito imposto. Gazeta Mercantil - Quais os países mais atrativos em relação às cargas tributárias? Qual o peso dessas cargas? Há alguns países que, tradicionalmente, possuem carga tributária corporativa muito baixa, ou até mesmo sem qualquer tributação. Muitos desses países são o que chamamos de "paraísos fiscais". Freqüentemente, estes são os menores países ou aqueles com uma economia local pequena. Exemplos são Chipre, Bermudas e Panamá. Entretanto, isso não significa que os paraísos fiscais são automaticamente os países mais atraentes para as empresas. Há muitos Estados que possuem carga tributária elevada mas devido ao modo como a renda tributável é calculada, ou em decorrência de incentivos fiscais específicos, a carga tributária efetiva pode acabar sendo muito baixa. Apenas alguns exemplos de tais países são: Suíça, Holanda, México e Cingapura. O que torna um país atraente do ponto de vista tributário não é apenas a alíquota praticada. Um importante elemento a ser analisado é a existência de tratado para evitar a bitributação entre dois países. Com a inexistência de tal tratado, impostos adicionais sobre a renda podem ser devidos ou o país da empresa matriz pode tributar os lucros dos acionistas. Gazeta Mercantil - Então as tributações internacionais estão levando investimentos que poderiam ser aplicados no Brasil para o exterior? Com relação aos investimentos que as empresas brasileiras estão fazendo, deve-se considerar que apesar de estarmos gerando empregos, por exemplo, lá fora e não aqui, não há como ser um "global player" operando estritamente dentro do seu país. Ou seja, é preciso estar próximo ao mercado consumidor europeu, asiático ou americano para se conquistar essas economias. Esta decisão e processo, portanto, não são direcionados primeiramente por questões fiscais. Todavia, é claro que se pode concluir que é mais barato ter uma fábrica no México ou na China do que no Brasil quando o componente tributo é levado em conta. Assim, o nível de atividades que as multinacionais brasileiras deixam no Brasil ou transferem para o exterior pode sim ser influenciado pela carga tributária de cada país. Gazeta Mercantil - E em relação às multinacionais? No tocante às multinacionais estrangeiras, há, de fato, atualmente uma competição muito grande entre os países na atração de investimentos, os quais geram empregos, transferem tecnologia ao país, aumentam as reservas de moedas estrangeiras, etc. Vários países têm utilizado redução da alíquota do imposto de renda, maior número de tratados internacionais para evitar a dupla tributação, concessão de incentivos fiscais e maior proximidade e transparência na relação fisco-contribuinte para serem mais competitivos na atração de investimentos. Este último item, por exemplo, tem se mostrado muito eficiente, pois ao investir uma valor significativo em um determinado país, os investidores precisam ter mais clareza quanto às regras tributárias a que estarão sujeitos. Além disto, as empresas querem ter a possibilidade de participar de discussões relacionadas com reformas tributárias para que seus pleitos sejam considerados e, surpreendentemente, nem sempre o que se pede ou espera é uma redução drástica da carga tributária.

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Gazeta Mercantil - Quais as tendências mundiais em relação ao transfer pricing? Com as empresas realizando mais negócios em escala global, o número de transações entre empresas vinculadas aumentou rapidamente nos últimos 15 anos. As autoridades fiscais em todos os estados estão cada vez mais focadas nestas transações, a fim de se certificarem de que estão recebendo o que eles pensam ser a parcela correta dos lucros. Esta é a razão pela qual os preços de transferência estão se tornando tão importantes. Gazeta Mercantil - E quais são as tendências com relação aos preços de transferência? Primeiro, as empresas são solicitadas a documentarem o modo pelo qual elas organizaram e precificaram suas transações intragroup. Sem documentação, o ônus da prova pode mudar e recair sobre o contribuinte. Segundo, as autoridades fiscais ao redor do mundo começaram a aplicar regras comuns de preços de transferência, intercambiar informações e trabalhar juntas. Terceiro, há uma crescente divergência relacionada com os preços de transferência, sobretudo nos mercados emergentes, por exemplo na Índia, China e Brasil. E, finalmente, mais empresas estão celebrando "acordos prévios de preços de transferência" com as autoridades fiscais. Ao fazerem isso, as empresas têm a oportunidade de negociar diretamente com as autoridades fiscais quais serão os preços de transferência a serem adotados, o que gera muito mais confiança e segurança com partes relacionadas. Gazeta Mercantil - O Brasil deveria firmar um volume maior de tratados bi ou multilaterais relacionados à tributação? Os que já vigoram precisam ser reformulados? Certamente, o número de tratados firmados por um país é importante para identificar o quanto ele está aberto a negociações para incentivar investimentos. Todavia, é importante também avaliar o conteúdo do tratado e, mais ainda, como essas regras serão posteriormente aplicadas. Como o Brasil não é membro da OCDE, não é raro que os investidores brasileiros e estrangeiros assumam uma determinada carga tributária para seus investimentos levando em conta incentivos previstos no tratado que posteriormente não são confirmados pelas autoridades fiscais brasileiras. Isso ocorre, porque enquanto a maioria dos países seguem regras internacionais de interpretação dos tratados, a maioria discutidas e acordadas no âmbito da OCDE, o Brasil adota interpretações diferentes. Este foi, por exemplo, o motivo da denúncia (rescisão) do tratado Brasil-Alemanha.

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CAE pode votar isenção tributária à indústria editorial e livreiros(Senado - 14.03.2008)

Com nove itens na pauta, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza reunião extraordinária na próxima terça-feira (18), às 11h. Pode ser apreciado o projeto de lei (PLS 130/07 - Complementar) de autoria do senador Pedro Simon (PMDB-RS) que garante ao setor industrial editorial e aos livreiros as imunidades tributárias previstas na Constituição.

O projeto acrescenta dispositivo ao Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (instituído

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pela Lei Complementar nº123/06) para que se aplique às microempresas e empresas de pequeno porte do setor industrial editorial e aos livreiros o que dispõe o artigo 15º, inciso VI, alínea "d", da Constituição federal, que veda a instituição de impostos sobre "livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão". A matéria tem voto favorável do relator, Marconi Perillo (PSDB-GO).

Também pode ser apreciado, em decisão terminativa, o projeto que inclui os proprietários rurais de áreas inferiores a quatro módulos fiscais, denominados "parceiros outorgantes" em contratos agrários, como beneficiários do Fundo de Garantia-Safra. A proposta altera a lei que criou o fundo e instituiu o Seguro-Safra (Lei nº 10.420/02) para agricultores familiares da Região Nordeste, do semi-árido de Minas Gerais e do norte do Espírito Santo. Garante também a agricultores organizados em consórcios e condomínios o direito de contratarem o seguro-safra.

O projeto (PLS 266/03) é de autoria do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e foi aprovado na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) no início de 2007, nos termos de substitutivo apresentado pelo relator, senador Heráclito Fortes (DEM-PI). O substitutivo modifica a proposta original para que o parceiro outorgado não seja obrigado a dividir a cobertura do seguro-safra com o dono da área cultivada, e para que este, por seu lado, também tenha direito a indenização integral.

Na justificativa da proposta, Tasso Jereissati ressalta a "grande insegurança" para proprietários de terras e agricultores dos contratos de parcerias agropecuária. Segundo comentou, o risco para os parceiros outorgantes é de que os agricultores pleiteiem na Justiça o pagamento de direitos trabalhistas e sobre a posse da propriedade. Já no caso dos agricultores, o perigo seria de descumprimento de contratos, muitas vezes informais, devido ao poder político dos proprietários rurais.

Também pode ser apreciado o projeto de lei (PLS 23/03), de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), que permite ao trabalhador faltar ao serviço um dia, a cada 12 meses, para tratar de assuntos pessoais. O projeto acrescenta dispositivo ao artigo 473 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A relatora, Patrícia Saboya (PDT-CE), acolheu emenda de autoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR) para que o benefício tenha termos e condições fixadas por "acordo ou convenção coletiva de trabalho".

Na justificativa, Paim deixa claro o objetivo da matéria: "O trabalhador, como ser humano que é, tem todo o direito de tratar de seus assuntos mais íntimos sem a necessidade de se justificar perante seu chefe, ou qualquer outra autoridade constituída". Depois de votado pela CAE, o projeto seguirá para a Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde será apreciado em decisão terminativa.

http://www.senado.gov.br/agencia/verNoticia.aspx?codNoticia=72721&codAplicativo=2

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Países da América do Sul discutem redução de impostos na telefonia celular(MC - 14.03.2008)

Evento realizado nos EUA pelo Ministério das Comunicações busca melhores soluções para os usuários

Brasília – Nesta terça-feira (11/03), o Ministério das Comunicações promoveu o primeiro workshop sobre roaming internacional entre os países da América do Sul. O evento, realizado em Washington, nos Estados Unidos, discutiu sobre maneiras de ampliar a utilização do serviço de telefonia celular em chamadas internacionais, contribuindo para a integração da região. A redução de tributos em determinados serviços, especialmente os essenciais à população, é uma das bandeiras do ministro Hélio Costa.

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O workshop é realizado em parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e com a CITEL (Comissão Interamericana de Telecomunicações) – entidade da OEA (Organização dos Estados Americanos). Operadoras móveis, órgãos reguladores e representantes da comunidade acadêmica de diversos países americanos participam do evento. A realização do workshop faz parte da agenda de desenvolvimento proposta pela IIRSA (Iniciativa de Integração da Infra-estrutura da América do Sul). O tema do evento é um dos 31 projetos prioritários definidos pelos 12 presidentes da América do Sul na cidade de Cuzco, no Peru, em 2004, para serem implementados até 2010. Dentre eles estão dois do setor de telecomunicações: o roaming internacional e a exportação via remessas postais para pequenas e médias empresas. Ambos são gerenciados pelo MC. Os participantes discutiram, entre outros temas, a qualidade do serviço e a alta carga tributária que incide sobre ele. Estima-se que os preços cheguem a dobrar pela incidência de impostos, tornando o roaming internacional inviável para muitos consumidores. Os resultados do workshop foram levados como contribuições brasileiras à Comissão Consultiva Permanente da CITEL que trata de Serviços Públicos de Telecomunicações, e ainda servirão de base para estudos mais aprofundados sobre o tema.

http://www.mc.gov.br/003/00301099.asp?ttCD_CHAVE=19313Retornar ao índice de assunto

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Riscos à natureza: Reforma tributária é retrocesso sob a ótica ambiental(ConJur – 17.03.2008)

por Melissa Guimarães CastelloAnalisando a proposta de Reforma tributária sob uma ótica ambientalista, o que se vê é um retrocesso. Dentre os tributos extintos pela reforma está a Cide (Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico), que, por suas características de estímulo à proteção do meio ambiente, é considerada um tributo ambiental. A Cide tem parte de suas receitas destinadas ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás, e também é cobrada de forma seletiva, onerando mais os combustíveis mais nocivos ao meio ambiente.

Para simplificar a estrutura tributária, o projeto substitui quatro contribuições, dentre as quais a Cide, pelo imposto sobre o valor adicionado (IVA). Conceitualmente, impostos são diferentes de contribuições porque aqueles financiam o caixa geral do governo, enquanto estas financiam um setor específico. A Cide é usada para desenvolver projetos ambientais. O IVA, por outro lado, deveria financiar o caixa geral, já que é um imposto.

Contudo, para assegurar o equilíbrio na distribuição de receitas, o projeto de reforma prevê que as receitas do IVA e de outros impostos serão vinculadas às atividades financiadas pelas contribuições extintas. Assim, parte do IVA será destinada aos projetos ambientais. Essa destinação seria extremamente positiva, não fosse o fato de que cabe à lei complementar definir o percentual destinado. Para assegurar a proteção ambiental, o projeto deveria prever o percentual na Constituição.

O maior retrocesso, contudo, está na eliminação da seletividade. Tributos seletivos são aqueles cobrados de determinada atividade, para desestimulá-la. A Cide é cobrada sobre combustíveis, e é seletiva porque sua alíquota é graduada de acordo com, entre outros fatores, o potencial poluidor de cada combustível. Assim, a Cide é mais elevada sobre a gasolina do que sobre o álcool, contribuindo para tornar o álcool um combustível mais interessante para os consumidores. Para manter o mesmo

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nível de proteção ambiental, a reforma deveria criar um IVA seletivo, graduado de acordo com o impacto ambiental.

O afastamento da seletividade anda na contramão da experiência européia. Na Europa, a seletividade é utilizada para estimular consumidores a usar produtos menos nocivos ao meio ambiente. A seletividade norteia as reformas tributárias, conhecidas como “reformas tributárias verdes”, que substituem tributos sobre a folha de salários pelos que auxiliam na proteção ambiental.

A Inglaterra, por exemplo, reduziu a alíquota da contribuição previdenciária paga pelas empresas, substituindo-a por um “tributo da mudança climática”, incidente sobre o consumo de energia pelas indústrias. Uma reforma semelhante poderia ser feita no Brasil, utilizando-se o IVA não só para simplificar a estrutura tributária, mas também para proteger o meio ambiente.

http://conjur.estadao.com.br/static/text/64689,1Retornar ao índice de assunto

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Mais uma reforma tributária. Para que o modelo seja viável muitos obstáculos têm de ser superados.

(Estado de São Paulo - 17/03/2008 B-2 Economia)

Clóvis Panzarini*

Festeja-se mais uma tentativa de reforma tributária, a terceira do governo Lula. As duas primeiras - a de 2003 e a de 2007 - felizmente não vingaram, pois eram tecnicamente muito ruins. A atual proposta - ainda que não tenha a abrangência desejada, poderia excluir, também, o IPI e o ISS - promete importantes melhorias no sistema tributário com ganhos para o Fisco e contribuintes, mas a quantidade de conflitos a serem superados pode inviabilizá-la.

Busca-se a simplificação do sistema tributário, a eliminação de distorções que comprometem a competitividade da economia e o fim da 'guerra fiscal'. Além de alterações estruturais em alguns tributos, estão sendo promovidas importantes mudanças em dispositivos que definem base de cálculo e critérios de rateio de fundos constitucionais, como o Fundo de Participação dos Estados (FPE), o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e a cota-parte municipal do ICMS.

Na competência federal, prevê-se a substituição da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), a Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) por um Imposto sobre Valor Agregado Federal (IVA-F) e a extinção da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, que será fundida com o Imposto de Renda Pessoa Jurídica. A alíquota do IVA-F deverá repor, também, a arrecadação da contribuição do salário-educação (2,5% sobre a folha salarial das empresas), que será extinta. Como as contribuições a serem substituídas pelo IVA-F geraram R$ 144,2 bilhões em 2007, ele deverá ter porte quase igual ao do ICMS, cuja arrecadação, no ano passado, somou R$ 187,6 bilhões. O IVA-F incidirá 'sobre operações com bens e prestações de serviços', supostamente as mesmas bases atuais do ICMS e do ISS. Promoverá simplificação ao substituir tributos como o PIS e a Cofins, cujas regras confundem até os técnicos da Receita Federal, e sua alíquota deverá ser superior a 10% e 'integrará sua própria base de cálculo', ou seja, será calculado 'por dentro', como é hoje - e continuará sendo - o ICMS. Transparência zero... Ponto negativo para a proposta. Caso a alíquota seja única, implicará significativo aumento de carga tributária nas empresas prestadoras de serviços, hoje, em sua imensa maioria, sujeitas à alíquota cumulativa de 3,65% de PIS/Cofins.

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Também estão sendo propostas importantes mudanças no ICMS, entre elas a adoção do princípio de destino nas operações interestaduais - transfere a quase totalidade da receita do imposto para o Estado onde a mercadoria é consumida -, o que acaba com a guerra fiscal. Remanescerá para o Tesouro do Estado vendedor apenas 2% do valor da operação interestadual. O Senado definirá as alíquotas ('cestas vazias') do novo ICMS, que deverão ser homogêneas por mercadoria ou serviço e o enquadramento (o preenchimento das 'cestas') dos bens ou serviços em cada uma das alíquotas será feito pelo conselho de secretários da Fazenda dos Estados, o novo 'Confaz', que manterá a atual competência para definir qualquer benefício fiscal vinculado ao imposto. A desoneração dos bens de capital será feita via devolução à vista ao investidor - atualmente isso é feito em 48 meses - do ICMS incidente sobre eles, o que representará importante melhoria na competitividade da economia brasileira.

O Regulamento do ICMS, que define a forma como as obrigações tributárias devem ser cumpridas, será nacional, editado pelo novo 'Confaz'. Essa unificação da legislação do ICMS, principal elemento mercadológico da proposta - que encanta economistas, políticos e leigos em geral em administração tributária -, poderá resultar em enorme complexidade, pois, o Regulamento nacional, feito 'a 54 mãos', pelas 27 representações estaduais, tem tudo para se tornar verdadeira 'árvore de Natal', onde cada qual irá dependurar suas 'pérolas', exigências descabidas ou anacrônicas, anulando avanços e simplificações já conquistados. Homogeneizar-se-á nacionamente as complexidades locais. Para as corporações multiestaduais - e só para elas - essa troca talvez seja benéfica. Quem conhece os ritos decisórios do Confaz deve estar preocupado...

Serão criados dois fundos compensatórios, ambos alimentados com recursos da União. O primeiro, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR), será provisionado com 4,8% da atual arrecadação da União com o IPI e o Imposto de Renda, algo como R$ 9 bilhões por ano, destinado à aplicação nas áreas menos desenvolvidas, para compensar os efeitos do fim da guerra fiscal. O outro, mais modesto, o Fundo de Equalização de Receitas (FER), será abastecido com 1,8% da mesma base do FNDR - cerca de R$ 3,5 bilhões por ano - e se destina à compensação dos Estados perdedores de receita com o novo ICMS. O FER não implicará transferência adicional da União para os Estados, pois sua magnitude será semelhante aos repasses hoje atualmente feitos aos Estados, que serão extintos no novo modelo (fundo de exportação e 'repasses da Lei Kandir'). Os Estados exportadores líquidos - perdedores de receita com a reforma - entendem que a compensação será feita com moeda que já lhes pertence e começam a impor resistência à proposta. Também os Estados 'guerreiros', apesar da criação do FNDR, relutam em abrir mão do enorme poder político que representa sua capacidade de atrair indústrias para seu território com benesses tributárias ilegais.

Por fim, é de se registrar que o fim da guerra fiscal, que representa rebate tributário de R$ 15 bilhões por ano, implicará óbvio aumento da carga tributária de idêntica magnitude. Há muitos obstáculos a serem superados e travas de carga tributária a serem imaginadas para que o modelo, cuja vigência ocorrerá no oitavo ano subseqüente (antes tarde do que nunca...) ao da promulgação da emenda, seja melhorado e viabilizado politicamente.

*Clóvis Panzarini, economista, ex- coordenador tributário da Secretaria da Fazenda paulista, é sócio-diretor da CP Consultores Associados Ltda. Site: www.cpconsultores.com.br

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Tributação - Valor de imóvel no IR provoca dúvidas. Receita não permite atualizar valor há 12 anos. Benfeitoria é permitida

(Estado de São Paulo - 17/03/2008 B-10 Economia)

Rosangela Dolis

A possibilidade de atualizar valor de imóvel na declaração anual está entre as dúvidas mais comuns de contribuintes, nas consultas sobre a declaração de 2008 enviadas à coluna Imposto Renda, do Estado. A preocupação existe porque os valores de imóveis vêm sendo informados sem correção desde 1996 ou, nas compras a partir desse ano, pelo custo de aquisição. Com isso, na hora da venda, o lucro, que é a diferença entre valor de venda e custo de aquisição, fica elevado, gerando imposto alto nos casos em que o contribuinte não se encaixa em nenhuma das condições de isenção.

'Como faz 12 anos que a Receita não permite atualizar os valores de bens na declaração, há muita defasagem e, conseqüentemente, lucro elevado nessas operações', explica Juliana Ono, consultora tributária da editora FiscoSoft. O imposto sobre lucro imobiliário é de 15% e vence sempre no último dia útil do mês seguinte ao da venda.

A Receita autorizou a última atualização dos valores de imóveis a valor de mercado e também pela inflação em 31/12/1995. No caso de imóveis adquiridos após essa data, vale o preço de aquisição. No período de 1996 até fevereiro deste ano, a inflação foi de 117,71%, acumulada pelo IPCA, o índice utilizado pelo governo.

Roberto Barzellay, dono de dois imóveis, foi um dos que escreveram para o Estado perguntando se era possível fazer a atualização e, em caso positivo, por qual critério. Para um de seus imóveis o valor de mercado hoje é mais que o dobro do valor de aquisição declarado.

O editor Maurício Varallo vem se informando sobre imposto na venda de imóvel porque tem a intenção de vender este ano um terreno em Florinaópolis para adquirir um imóvel residencial em São Paulo. 'Minha dúvida é se terreno pode ser considerado imóvel residencial para fins de isenção de imposto na compra de imóvel residencial em prazo de 180 dias', ele pergunta em e-mail.

Conforme a legislação, terreno não se inclui nessa regra de isenção. A troca patrimonial com isenção só pode ser feita entre imóveis residenciais. Varallo, no entanto, vai poder vender o terreno sem recolher imposto sobre o lucro, pois se enquadra em outra regra de isenção: a de venda do único imóvel por valor inferior a R$ 440 mil.

BENFEITORIAS

Na prática, hoje, a única forma de elevar o valor do imóvel na declaração é gastando com benfeitorias e reformas. Nesse caso, para cálculo do lucro, a Receita permite que o gasto com materiais e mão-de-obra, arquiteto, etc., seja somado ao custo de aquisição. Em caso de venda, isso diminui o lucro e o imposto.

Para declarar benfeitorias e reformas, é preciso manter recibos e notas fiscais das despesas. Juliana explica que os gastos com imóveis adquiridos a partir de 1989 podem ser somados diretamente ao custo de aquisição do imóvel, no mesmo código. Mas as despesas referentes a obras em imóveis adquiridos até 31 de dezembro de 1988 devem ser relacionadas à parte na declaração, com o código 17 - em caso de venda, o contribuinte pode somar os dois valores (custo de aquisição e benfeitorias) para compor o novo custo de aquisição total.

Alguns contribuintes estão enxergando uma das regras de isenção de lucro imobiliário previstas pela Receita como oportunidade de atualização do valor do patrimônio. A regra isenta de imposto o lucro obtido com a venda de um ou mais imóveis residenciais, desde que o contribuinte, em 180 dias, adquira outros imóveis residenciais. 'O benefício pode ser usado uma vez a cada 5 anos', diz.

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O engenheiro Massimo Terracini é um dos que pretendem vender imóveis que estão com valor defasado, com isenção de lucro generoso, e adquirir outros que possam ser informados por valor de mercado. 'É uma estratégia legal de planejamento imobiliário, é legítimo', diz Juliana. Terracini tinha dúvida se essa isenção estendia-se à venda de mais de um imóvel. O benefício alcança, sim, a venda de mais de um imóvel. Juliana explica que, nesse caso, o prazo de 180 dias para compra de outro imóvel é contado da data venda do primeiro imóvel.

Imposto recai sobre o ganho de capital. Base de cálculo está na diferença entre o valor declarado e o valor de venda

Juliana Ono, consultora tributária da editora FiscoSoft, explica que toda vez que vende um imóvel com lucro - ou seja, com diferença positiva entre o preço de venda e o custo de aquisição constante na declaração - o contribuinte fica, a princípio, sujeito ao imposto sobre ganho de capital. 'Mas há situações que isentam o contribuinte do pagamento', diz. Há mais dois casos.

O primeiro é quando há alienação de bem de pequeno valor. 'Se o valor da venda de um ou mais imóveis for de até R$ 35 mil por mês, o contribuinte fica isento de imposto sobre o lucro obtido', diz Juliana. Nessa situação, na declaração, o contribuinte vai informar a diferença positiva entre o valor de venda e o custo de aquisição. Como está dispensado de preencher o demonstrativo de Ganho de Capital, o contribuinte deve abrir a ficha Rendimentos Isentos e Não Tributáveis, clicar sobre o espaço para indicação de valor da linha 04 e preencher a ficha que se abre ( Rendimentos Isentos/Não Tributáveis de Ganhos de Capital). Na coluna 'Informado pelo contribuinte', linha 'Bens de pequeno valor', informe o lucro.

Outra situação de isenção de lucro ocorre quando o contribuinte vende o único imóvel por valor de até R$ 440 mil, 'mas desde que não tenha feito nenhuma outra venda de imóvel nos últimos cinco anos', alerta Juliana. A forma de declarar segue a mesma regra explicada no item anterior.

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Nota Fiscal Eletrônica: aumentando os riscos de autuação fiscal(Correio Forense – 15.03.2008)

Tiziane Machado A internet tem sido, nos últimos anos, o meio de comunicação mais eficientemente utilizado entre as empresas que pretendem fazer com que seus ativos circulem com a rapidez exigida para a maximização de seus lucros.

Paralelamente, com o mesmo objetivo, ou seja, o de maximizar a arrecadação tributária, a União, Estados e Municípios estão, paulatinamente, passando a adotar a Nota Fiscal Eletrônica que, claramente, têm as seguintes finalidades:

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(i) Promover atuação integrada dos fiscos: com o compartilhamento da informação, será mais facilitado o acesso aos registros entre os diversos órgãos de arrecadação e fiscalização tributários, quer sejam da esfera federal, estadual ou municipal. (ii) Tornar mais célere a identificação de ilícitos tributários: com a recepção dos lançamentos contábeis da empresa e com o acesso facilitado de informações, serão naturais os cruzamentos entre as declarações e as informações entregues pelos contribuintes e sua contabilidade.

Essas medidas irão estreitar o poder coercitivo de fiscalização nos contribuintes e, consequentemente, proporcionar uma maximização da arrecadação tributária.

Aliás, não traz qualquer surpresa a implementação das notas fiscais eletrônicas para a troca de informações dos contribuintes entre os órgãos de arrecadação tributária, uma vez que esta medida só tornará mais ágil algumas práticas já adotadas hoje.

Entre os Municípios, São Paulo foi o precursor ao instituir, por meio da Lei 14.087/2005, a chamada Nota Fiscal Eletrônica de Serviços (NF-e), utilizada exclusivamente pelos contribuintes do ISS estabelecidos em seu território. Tornou, inclusive, os tomadores dos serviços coadjuvantes ativos no sistema de migração das notas fiscais de papel para a eletrônica instituindo conjuntamente o sistema de geração de créditos do ISS, que poderá ser utilizado para abatimento do valor do IPTU. Com isso, os tomadores de serviços (pessoas físicas e jurídicas) passaram a cobrar do prestador a utilização do sistema, já que somente o ISS registrado na NF-e gera crédito para o IPTU.

Entre os Estados, desde dezembro de 2005, através do CONFAZ, foi decidida a instituição de normas técnicas correspondentes à emissão da Nota Fiscal Eletrônica, do Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica - DANFE e dos Pedidos de Concessão de Uso, Cancelamento e Inutilização de NF-e.

Alguns Estados - como Bahia, Goiás, Maranhão, Rio Grande do Sul e São Paulo - já começaram a implementar em fase experimental com algumas empresas representativas de vários segmentos – o sistema, ajudando, inclusive, a divulgar entre o universo de Contribuintes os benefícios na adesão ao sistema eletrônico de nota fiscal.

Entre os benefícios para o emissor da NF-e, os Estados apontam a redução de custos de impressão, de aquisição de papel, de envio do documento fiscal, de armazenagem de documentos fiscais, simplificação de obrigações acessórias e até redução de tempo de parada de caminhões em Postos Fiscais de Fronteira, como atrativos para quem aderir ao sistema.

Como benefícios para o contribuinte/adquirente da mercadoria com NF-e, as principais vantagens apontadas são: a eliminação de digitação de notas fiscais na recepção de mercadorias; o planejamento de logística de entrega pela recepção antecipada da informação da NF-e; e a redução de erros de escrituração devido a erros de digitação de notas fiscais.

Inafastável que a utilização Nota Fiscal Eletrônica será compulsória em uma breve realidade para os contribuintes, começando a partir de 1º de abril de 2008 para os seguintes segmentos: fabricantes e distribuidores de cigarros; produtores, formuladores, importadores e distribuidores de combustíveis líquidos. Para os demais contribuintes, a estratégia de implantação nacional é que estes, voluntariamente e gradualmente, se interessem por ser emissores da Nota Fiscal Eletrônica.

Com a implementação da Nota Fiscal Eletrônica resta evidente que as fiscalizações tornar-se-ão mais eficientes, fazendo com que o planejamento tributário represente, cada vez mais, uma ferramenta imprescindível de gestão para as empresas que pretendem minimizar seus custos tributários de forma legal, sem riscos de comprometerem seu lucro para pagamento de vultosas autuações fiscais que, certamente, também se tornarão mais freqüentes.

http://www.correioforense.com.br/revista/coluna_na_integra.jsp?idColuna=871Retornar ao índice de assunto

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Do Imposto sobre o Consumo à Guerra Fiscal entre Estados(APET – 17.03.2008)

Rinaldo Maciel de Freitas O Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, previsto no artigo 155 da Constituição Federal de 1.988 e regulado pela Lei nº 87, de 13 de setembro de 1986 é a principal fonte de arrecadação dos Estados e do Distrito Federal, sua origem se dá no antigo Imposto sobre o Consumo. Em 1.891 a Constituição da República tocou no assunto vedando a criação de impostos pela União e pelos Estados “na passagem” de produtos por um Estado, ou, através dos Estados. Esta Constituição permitia a cobrança de imposto sobre a importação de mercadorias estrangeiras e destinadas ao consumo em seus próprios territórios.

Em 28 de janeiro de 1.808 o Príncipe Regente D. João havia promulgado o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas através de Carta Régia. Por esse diploma era autorizada a abertura dos portos do Brasil ao comércio com as nações amigas de Portugal, do que se beneficiou largamente o comércio britânico. Foi a primeira experiência liberal do mundo após a Revolução Industrial. O primeiro porto brasileiro a ser utilizado no comércio com outras nações foi o Porto de Santos. Nesta época o comércio era basicamente composto de comodities agrícolas, sendo o mercado relevante consumidor e exportador concentrado na região sudeste, principalmente nos Estados de Minas Gerais e São Paulo.

Na vigência da Constituição de 1.891 foi criada a Lei nº 641, de 14 de novembro de 1.899, que previa o imposto sobre o consumo de determinados produtos. O Imposto sobre a Circulação de Mercadorias somente apareceria mais tarde na Constituição de 1934 com a instituição de Impostos sobre o consumo de quaisquer mercadorias, sendo a regulamentação dada pelo Decreto nº 24.521 de 02 de julho de 1934; o Decreto nº 19.221 de 19 de julho de 1.945 aprovou o Regimento da Junta Consultiva do Imposto de Consumo - JCIC.

A Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1.964 que trata do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, na verdade dispõe sobre o “Imposto de Consumo”, porém, a separação do Imposto de Consumo entre um imposto de competência da União e outro dos Estados somente ocorre com a Constituição de 1.967, sendo o imposto instituído por meio de Decreto. A Junta Consultiva do Imposto de Consumo se tratava de uma espécie de Conselho de Contribuintes, de composição paritária que tratava os processos que lhe eram remetidos pelo Ministro da Fazenda, Diretor Geral da Fazenda Nacional e Diretor das Rendas Internas:

http://www.apet.org.br/artigos/ver.asp?art_id=551

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VEIRANO

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O jogo da renegociação - As principais condutas que fortalecem pequenas e médias empresas na hora de renegociar com bancos, clientes e fornecedores -- e o que deve ser evitado para não

estragar essa relação no longo prazo(Exame 12 – Mar./2008)

Durante a trajetória de uma pequena ou média empresa, é certo que, mais cedo ou mais tarde, será necessário enfrentar uma situação desagradável -- pedir para renegociar as cláusulas de um contrato. A demanda pode ser para rever a data de pagamento de um empréstimo no banco, alongar o prazo de entrega de um produto, reajustar o preço de uma matéria-prima de um fornecedor, entre outras razões. Como conseguir o que se pretende sem abalar essa relação? Para ganhar o jogo da renegociação sem perder a confiança, o empresário precisa estar preparado. EXAME PME entrevistou executivos de bancos, advogados e outros especialistas em renegociação para saber quais são os principais tópicos desse código de conduta não escrito. Também foram ouvidos donos de empresas que tiveram de lidar com renegociações (dado o caráter delicado do assunto, eles pediram que o nome de suas empresas não fosse citado). Veja a seguir o que ter em mente numa renegociação.

Não se sinta inferior ou culpadoPedir para mudar algo combinado e assinado significa, na visão da maioria dos pequenos e médios empresários, a desvalorização súbita de um de seus ativos mais preciosos -- sua palavra. Foi ao empenhá-la que, quando tudo o que se tinha era pouco mais do que uma idéia, o empreendedor conseguiu os primeiros empréstimos, contratou os primeiros funcionários e fechou os primeiros negócios. Assim, é normal que, diante da necessidade de renegociar um contrato, aflorem sentimentos de culpa. Se do outro lado da mesa estiver o representante de uma empresa ou instituição muito maior do que a dele, costuma aparecer também um sentimento de inferioridade. "Não se deve sentir culpa porque não foi possível manter uma promessa", afirma o americano Marc Freeman, autor do livro Renegotiate with Integrity ("Renegocie com integridade", sem tradução no Brasil). "Renegociar é inevitável porque muitas vezes os cenários mudam", diz. Segundo Freeman, a necessidade de rever aquilo que está no papel é mais comum do que se imagina -- e faz parte da realidade de companhias de todos os tamanhos. Em grandes empresas, solicitar alterações de contrato a um parceiro comercial é uma prática tão comum que muitas delas contam com profissionais especializados nisso. Por tudo isso, ao renegociar um contrato, o empresário deve ter em mente que essa é uma parte do jogo.

Estude a lógica de quem está do outro ladoUma regra essencial da renegociação é que, para cada tipo de relação, é preciso uma estratégia. Bancos, fornecedores e clientes seguem uma lógica própria, com necessidades e expectativas diferentes. Para o cliente que não vai mais poder contar com um produto dentro do prazo inicialmente previsto, o importante pode ser simplesmente uma previsão realista da nova data da entrega. Para um fornecedor que não vai mais receber seu pagamento no dia combinado, o que interessa pode ser o compromisso de que ele não será trocado por um concorrente. A lógica dos bancos anda de mãos dadas com o medo da inadimplência. "O maior temor de um banco não é o atraso de um pagamento na data prometida", diz o consultor Roberto Paschoali, ex-presidente da subsidiária brasileira do Lloyds Bank. "O grande risco é o de não haver pagamento em momento nenhum." Imaginar-se do outro lado e entender o que realmente está em jogo ajuda o pequeno ou médio empresário a aumentar sua chance de fechar uma boa renegociação. No caso dos bancos, por exemplo, é essencial demonstrar que um calote está fora de cogitação -- e que a própria renegociação vai ajudar a empresa a superar as dificuldades enfrentadas agora para que seja possível honrar os compromissos no futuro.

Pense duas vezes antes de chamar um advogado Seja transparente na medida certaA presença de um advogado muitas vezes é indispensável numa renegociação. Mas é preciso saber quando inseri-lo nas discussões. Depois que tudo já foi conversado e resolvido, pode ser bom que o advogado participe da redação do novo documento. Mas, se o advogado da empresa que solicita a renegociação entrar em cena logo no início do processo, isso pode ser interpretado pelo outro lado como um sinal de que a chance de um acordo amigável já se esgotou. "Muitas pessoas se sentem intimidadas ao negociar na presença de um advogado", diz um advogado especialista em negociações que não quis ter seu nome publicado. "Nesses casos, é natural que elas também queiram levar o advogado delas, e o

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que poderia ser resolvido na base do bom senso pode se transformar num impasse a ser resolvido na Justiça."

Peça, mas também tenha o que oferecerUm dos equívocos mais freqüentes numa renegociação é tratar quem está do outro lado como alguém que deve entender seu problema, e não como o representante de outra empresa que também possui regras e necessidades. Uma das formas de evitar que isso ocorra é fazer uma proposta na qual o representante do banco, fornecedor ou cliente não saia de mãos abanando. "A oferta pode não ser de grande valor em si, mas tem um peso simbólico importante, pois mostra que quem propõe a renegociação está bem-intencionado", afirma Paschoali. Se o que estiver na mesa for a alteração de um contrato por causa de oscilações no câmbio, por exemplo, a empresa que estiver perdendo dinheiro pode propor que, assim que a situação se inverter, os termos do contrato sejam novamente revistos para que o outro lado seja futuramente compensado.

Mostre o que você conseguiuAo fazer uma proposta de renegociação, o empresário terá maior chance de conseguir um acordo se valorizar o fato de que já cumpriu parte do que estava previsto no contrato original. Parece bastante óbvio -- e é, mas o nervosismo de quem pede a renegociação costuma ser tão grande que freqüentemente isso é totalmente esquecido. Uma coisa é implorar pela postergação de um prazo de cobrança com o semblante abatido de quem está há noites sem dormir. Outra coisa é começar a conversa com serenidade, evocando um histórico de bom pagador ou de empresa que faz suas entregas dentro do prazo -- e depois explicar que as mudanças na conjuntura fizeram com que, dessa vez, você precise da compreensão do parceiro. "Quem possui histórico de honrar seus compromissos tem um valor enorme", diz Ricardo Veirano, do escritório Veirano Advogados, que já participou de diversas renegociações. "É um valor intangível, que nunca deve ser desperdiçado."

Seja transparente na medida certaAbrir informações do negócio ao negociador que está do outro lado é um dos recursos que podem e devem ser usados durante uma renegociação. A lógica é que, ao ler balanços e relatórios da empresa que pediu a revisão de um contrato, o outro representante entenda claramente qual será o efeito se ele recusar o pedido de ajuda -- e até que ponto o resultado final poderá ser ruim para ambos no longo prazo. Mas é preciso saber quais livros devem ser abertos. "As informações têm de ser pertinentes ao que está sendo conversado, e não apenas um gesto de demonstração de boa-fé", diz Veirano. "Escancarar tudo só para mostrar transparência não costuma dar resultado", afirma o advogado. Se o problema for falta de caixa para quitar uma dívida com fornecedores, por exemplo, pode ser útil apresentar uma projeção de geração de caixa indicando quando será possível pagar a conta se o outro lado modificar os prazos. E mais nada. Se for um atraso na entrega de uma máquina ao cliente, uma idéia é mostrar apenas recibos que provem que as peças necessárias para fazê-la já foram compradas. Por fim, antes de entregar documentos ao oponente, a empresa deve avaliar a possibilidade de serem usados contra a empresa se algo vier a ser decidido na Justiça.

http://portalexame.abril.com.br/revista/pme/edicoes/0012/m0154239.htmlRetornar ao índice de assunto

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