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Sede: SCRS 505 bloco C 3º andar • Cep 70350-530 • Brasília – DF • Tel/Fax: (61) 2101-6000 Escritório: Rua Marcílio Dias nº 574 – Bairro Menino de Deus • Cep 90130-000 • Porto Alegre – RS • Tel/Fax: (51) 3232-3330 NOTA SOBRE O VETO AO PROJETO DOS ROYALTIES A Confederação Nacional de Municípios (CNM) lamenta a decisão da presidente da República, Dilma Rousseff, de vetar a regra que garantia a distribuição de royalties para todo o Brasil. Os motivos que justificam esta posição são: 1. O projeto agora vetado nasceu de um amplo acordo envolvendo representantes do governo federal, os presidentes da Câmara e do Senado, líderes partidários e representação da sociedade civil. Este acordo foi construído para evitar a apreciação do veto que o ex-presidente Lula fez ao projeto aprovado pelo Congresso Nacional em 2010. A CNM não compreende a mudança de posição do governo federal, que descumpre o acordo firmado em outubro de 2011. 2. A justificativa do veto, fundamentada no argumento de quebra de contratos, é um verdadeiro absurdo, uma vez que os instrumentos celebrados entre as empresas e a Agência Nacional de Petróleo (ANP), não sofreriam qualquer tipo de alteração. As alterações propostas pelo projeto vetado mudavam a forma de distribuição das receitas de royalties entre a União, Estados e Municípios. Por sinal, alterações com estas já aconteceram quatro vezes desde o início da exploração. 3. O veto manterá o privilégio injustificado de 2 Estados e 30 Municípios, que receberão até o final da década, R$ 201 bilhões, enquanto que o restante do país, ou seja, 170 milhões de brasileiros, receberão apenas R$ 17 bilhões. É, portanto, inaceitável, a perpetuação deste modelo que promove tamanha concentração de recursos. 4. A decisão tomada significa, na prática, um veto à educação, pois, a regra mantida com o veto não possibilita investimentos na área. Da forma como decidiu o governo federal, o Brasil terá de esperar mais de 10 anos para poder realizar investimentos em Educação, já que, o regime de partilha só gerará recursos neste prazo. De acordo com estimativas da Agência Nacional de Petróleo (ANP), serão cerca de R$ 400 bilhões fora da Educação. Diante disto, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) convoca todos os gestores municipais e os 170 milhões brasileiros que foram excluídos da distribuição dos royalties para mobilizarem-se desde já pela derrubada do veto pelo Congresso Nacional. Brasília, 30 de novembro de 2012. Paulo Ziulkoski Presidente da CNM

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Sede: SCRS 505 bloco C 3º andar • Cep 70350-530 • Brasíl ia – DF • Tel/Fax: (61) 2101-6000 Escritório: Rua Marcílio Dias nº 574 – Bairro Menino de Deus • Cep 90130-000 • Porto Alegre – RS • Tel/Fax: (51) 3232-3330

NOTA SOBRE O VETO AO PROJETO DOS ROYALTIES

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) lamenta a decisão da presidente da República, Dilma

Rousseff, de vetar a regra que garantia a distribuição de royalties para todo o Brasil. Os motivos que justificam

esta posição são:

1. O projeto agora vetado nasceu de um amplo acordo envolvendo representantes do governo federal,

os presidentes da Câmara e do Senado, líderes partidários e representação da sociedade civil. Este acordo foi

construído para evitar a apreciação do veto que o ex-presidente Lula fez ao projeto aprovado pelo Congresso

Nacional em 2010. A CNM não compreende a mudança de posição do governo federal, que descumpre o

acordo firmado em outubro de 2011.

2. A justificativa do veto, fundamentada no argumento de quebra de contratos, é um verdadeiro absurdo,

uma vez que os instrumentos celebrados entre as empresas e a Agência Nacional de Petróleo (ANP), não

sofreriam qualquer tipo de alteração. As alterações propostas pelo projeto vetado mudavam a forma de

distribuição das receitas de royalties entre a União, Estados e Municípios. Por sinal, alterações com estas já

aconteceram quatro vezes desde o início da exploração.

3. O veto manterá o privilégio injustificado de 2 Estados e 30 Municípios, que receberão até o final da

década, R$ 201 bilhões, enquanto que o restante do país, ou seja, 170 milhões de brasileiros, receberão

apenas R$ 17 bilhões. É, portanto, inaceitável, a perpetuação deste modelo que promove tamanha

concentração de recursos.

4. A decisão tomada significa, na prática, um veto à educação, pois, a regra mantida com o veto não

possibilita investimentos na área. Da forma como decidiu o governo federal, o Brasil terá de esperar mais de

10 anos para poder realizar investimentos em Educação, já que, o regime de partilha só gerará recursos neste

prazo. De acordo com estimativas da Agência Nacional de Petróleo (ANP), serão cerca de R$ 400 bilhões fora

da Educação.

Diante disto, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) convoca todos os gestores municipais e

os 170 milhões brasileiros que foram excluídos da distribuição dos royalties para mobilizarem-se desde já pela

derrubada do veto pelo Congresso Nacional.

Brasília, 30 de novembro de 2012.

Paulo Ziulkoski

Presidente da CNM