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1
UNIVERSIDADE VALE DO ITAJAÍ
DÉBORA CORSO
COLEÇÃO DE CALÇADOS PARA MULHERES
COM HIPER-HIDROSE
BALNEÁRIO CAMBORIÚ
2008.1
2
UNIVERSIDADE VALE DO ITAJAÍ
DEBORA CORSO
COLEÇÃO DE CALÇADOS PARA MULHERES
COM HIPER-HIDROSE
Trabalho apresentado como requisito parcial para o trabalho de graduação interdisciplinar do curso de Design de Moda da Universidade do Vale do Itajaí, sob a orientação da professora Taíza Kalinowski.
BALNEÁRIO CAMBORIÚ
2008.1
3
RESUMO
O mercado da calçados se encontra em pleno crescimento, porém são poucas
as empresas que trabalham fortemente o diferencial em suas linhas, principalmente
quando se trata da união do conforto e estética em um produto. O presente projeto visa
desenvolver uma coleção de calçados que possam ser usadas por mulheres que
sofrem de hiper-hidrose, com o intuito de suprir esta necessidade de mercado. Para a
concretização do propósito, foram usadas metodologias de pesquisa e de projeto, onde
a autora pode estabelecer as técnicas trabalhadas como levantamento de dados,
criatividade e ferramentas de avaliação da pesquisa de campo. Como resultados das
pesquisas foram geradas cinco linhas diferenciadas, inspiradas na temática Bahia, para
serem usadas no dia-a-dia. Por fim o projeto é avaliado comercialmente, onde são
estipulados estratégias de marketing e funções dos produtos confeccionados.
Palavras-chave: Hiper-hidrose, conforto, estética.
4
ABSTRACT
The shoe sales market is found to be in a steep increase, however there are few
companies that are working strongly on its lines and styles differentials, especially when
uniting confort and the product's esthetic. This project aims the development of a
collection of shoes that may be worn by women suffering from Hyper-Hidrose, and the
goal is to furnish the necessities of the market. For the purpose of its realization, project
and research methodologies were used, where the author could establish the worked
tecniques as database acquisition, creativity and field research evaluation tools. As the
result of the researches, five differentiated lines were generated, inspired on the Bahia
Theme, to be worn daily.Lastly, the project is evaluated commercially, where market
strategies and manufactured product functions are stipulated.
Word-keys: Hiper-hidrose, confort, esthetic.
5
LISTA DE FIGURAS Figura 1 Metodologia de projeto ..................................................................................... 21 Figura 2 Hiper-hidrose.................................................................................................... 26 Figura 3 Ceratólise com depressões .............................................................................. 27 Figura 4 Falta de segurança ao caminhar....................................................................... 28 Figura 5 Retenção da sujeira.......................................................................................... 29 Figura 6 Calçado molhado e sujo ................................................................................... 29 Figura 7 Problemas com o uso do salto.......................................................................... 29 Figura 8 Desequilíbrio..................................................................................................... 30 Figura 9 Trabalho ........................................................................................................... 31 Figura 10 Estudo .............................................................................................................. 31 Figura 11 Vaidade ............................................................................................................ 31 Figura 12 Preocupação com a saúde ............................................................................... 31 Figura 13 Lazer ................................................................................................................ 32 Figura 14 De bem com a vida........................................................................................... 32 Figura 15 Painel semântico do público-alvo...................................................................... 32 Figura 16 O pé ................................................................................................................. 39 Figura 17 Antepé.............................................................................................................. 39 Figura 18 Retropé............................................................................................................. 39 Figura 19 Mediopé............................................................................................................ 39 Figura 20 Arcos longitudinais dos pés .............................................................................. 40 Figura 21 Arcos transversais dos pés............................................................................... 40 Figura 22 Músculos .......................................................................................................... 41 Figura 23 Ligamentos....................................................................................................... 41 Figura 24 Tendões ........................................................................................................... 42 Figura 25 Tipos de pés quanto ao formato dos dedos ...................................................... 42 Figura 26 Pé normal......................................................................................................... 43 Figura 27 Pé arqueado..................................................................................................... 43 Figura 28 Pé chato ........................................................................................................... 43 Figura 29 Comprimento do pé .......................................................................................... 43 Figura 30 Largura do pé ................................................................................................... 44 Figura 31 Altura................................................................................................................ 44 Figura 32 Perímetro.......................................................................................................... 45 Figura 33 Contraforte ....................................................................................................... 46 Figura 34 Velcro ............................................................................................................... 47 Figura 35 Zíper................................................................................................................. 47 Figura 36 Botão de pressão ............................................................................................. 47 Figura 37 Fivela................................................................................................................ 47 Figura 38 Miçanga............................................................................................................ 47 Figura 39 Corrente de metal............................................................................................. 47 Figura 40 Laço de metal................................................................................................... 47 Figura 41 Fivela plástica................................................................................................... 47 Figura 42 Solas ................................................................................................................ 48 Figura 43 Palmilha de montagem..................................................................................... 48 Figura 44 Saltos ............................................................................................................... 49 Figura 45 Tacões.............................................................................................................. 49 Figura 46 Palmilha interna................................................................................................ 50
6
Figura 47 Região inferior da forma ................................................................................... 53 Figura 48 Região superior da forma ................................................................................. 53 Figura 49 Forma sem chapa............................................................................................. 54 Figura 50 Forma com chapa de metal .............................................................................. 54 Figura 51 Forma inteiriça.................................................................................................. 55 Figura 52 Forma com cunha............................................................................................. 55 Figura 53 Forma com articulação Califórnia ..................................................................... 55 Figura 54 Forma com articulação em "V".......................................................................... 56 Figura 55 Planificação da palmilha ................................................................................... 57 Figura 56 Marcações da palmilha..................................................................................... 58 Figura 57 Forrando a parte superior da forma .................................................................. 58 Figura 58 Comparando os lados interno e externo ........................................................... 59 Figura 59 Marcação de pontos ......................................................................................... 60 Figura 60 Biomecânica..................................................................................................... 61 Figura 61 Descalço........................................................................................................... 61 Figura 62 Salto dois centímetros ...................................................................................... 61 Figura 63 Salto quatro centímetros................................................................................... 62 Figura 64 Salto seis centímetros ...................................................................................... 62 Figura 65 Mais de dez centímetros de salto ..................................................................... 62 Figura 66 Articulações do pé ............................................................................................ 63 Figura 67 Cadência do apoio do pé durante a marcha ..................................................... 65 Figura 68 Rasteira Geox................................................................................................... 68 Figura 69 Sapatilha Geox................................................................................................. 68 Figura 70 Sapato Geox .................................................................................................... 69 Figura 71 Rasteirinha Geox.............................................................................................. 69 Figura 72 Sandália Geox.................................................................................................. 69 Figura 73 Scarpin Geox.................................................................................................... 69 Figura 74 Membrana Geox............................................................................................... 70 Figura 75 Sola de borracha impermeável Geox................................................................ 70 Figura 76 Tênis Kidy......................................................................................................... 71 Figura 77 Material DryShoe.............................................................................................. 71 Figura 78 Calçados Arezzo .............................................................................................. 73 Figura 79 Calçados Dumond ............................................................................................ 73 Figura 80 Calçados Carmen Steffens............................................................................... 73 Figura 81 Calçados Luiza Barcelos .................................................................................. 74 Figura 82 Calçados Para Raio.......................................................................................... 74 Figura 83 Calçados Balenciaga........................................................................................ 75 Figura 84 Calçados Prada................................................................................................ 76 Figura 85 Calçados Pierre Hardy...................................................................................... 76 Figura 86 Calçados Chanel .............................................................................................. 76 Figura 87 Linhas metalizadas para costura e bordado ..................................................... 77 Figura 88 Enfeites ............................................................................................................ 78 Figura 89 Meias-patas...................................................................................................... 78 Figura 90 Saltos médios................................................................................................... 79 Figura 91 Enfeites metálicos com cristais......................................................................... 79 Figura 92 Correntes metálicas e de acrílico...................................................................... 79 Figura 93 Cadarços .......................................................................................................... 80 Figura 94 Tiras de fios tramados ...................................................................................... 80 Figura 95 Tacões.............................................................................................................. 80 Figura 96 Materiais para forro de salto ............................................................................. 80 Figura 97 Ecoline Bis Bugatti Lem.................................................................................... 81
7
Figura 98 Testes Ecoline Bis Bugatti Lem ........................................................................ 81 Figura 99 Sandália fechada.............................................................................................. 82 Figura 100 Peep Toe.......................................................................................................... 82 Figura 101 Muitas tiras sobre o peito do pé........................................................................ 82 Figura 102 Amarrações no tornozelo.................................................................................. 82 Figura 103 Salto grosso ..................................................................................................... 83 Figura 104 Salto Anabela ................................................................................................... 83 Figura 105 Sandália Rasteira ............................................................................................. 83 Figura 106 Meia-pata ......................................................................................................... 83 Figura 107 Bico fino............................................................................................................ 83 Figura 108 Bico levemente arredondado............................................................................ 83 Figura 109 Bico fino curto................................................................................................... 83 Figura 110 Bico quadrado .................................................................................................. 83 Figura 111 Couro com estampa de crocodilo ..................................................................... 84 Figura 112 Couro liso com couro estampado ..................................................................... 84 Figura 113 Mistura de couro e tecido ................................................................................. 84 Figura 114 Tramas diferenciadas ....................................................................................... 84 Figura 115 Calçado fechado com zíper .............................................................................. 84 Figura 116 Tiras transpassadas nos cabedais.................................................................... 84 Figura 117 Maxi-enfeites de metal...................................................................................... 85 Figura 118 Flores grandes no cabedal ............................................................................... 85 Figura 119 Pedrarias coloridas........................................................................................... 85 Figura 120 Enfeites em couro............................................................................................. 85 Figura 121 Meia-pata Arezzo ............................................................................................. 86 Figura 122 Rasteira Arezzo................................................................................................ 86 Figura 123 Rasteira Dumond.............................................................................................. 86 Figura 124 Sandália Dumond ............................................................................................. 86 Figura 125 Sandália marrom Schutz .................................................................................. 87 Figura 126 Sandália preta Schutz....................................................................................... 87 Figura 127 Sapato Geox .................................................................................................... 87 Figura 128 Rasteira Geox................................................................................................... 87 Figura 129 Tamanco Piccadilly........................................................................................... 88 Figura 130 Sandália Piccadilly............................................................................................ 88 Figura 131 Sandália bege Usaflex...................................................................................... 88 Figura 132 Sandália marrom Usaflex.................................................................................. 88 Figura 133 Painel semântico da temática........................................................................... 92 Figura 134 Salvador ........................................................................................................... 94 Figura 135 Rua de Salvador............................................................................................... 94 Figura 136 Carnaval de Salvador ....................................................................................... 94 Figura 137 Pesca da Bahia ................................................................................................ 94 Figura 138 Igreja Ordem Terceira de São Francisco .......................................................... 95 Figura 139 Igreja São Francisco......................................................................................... 95 Figura 140 Festa do Senhor do Bonfim .............................................................................. 95 Figura 141 Pelourinho ........................................................................................................ 95 Figura 142 Blocos de trio.................................................................................................... 95 Figura 143 Micaretas.......................................................................................................... 96 Figura 144 Circuito batatinha.............................................................................................. 97 Figura 145 Circuito Dodô.................................................................................................... 98 Figura 146 Capoeira........................................................................................................... 99 Figura 147 Bumba-meu-boi .............................................................................................. 100 Figura 148 A arte de Maragogipinho ................................................................................ 101
8
Figura 149 Praia do mangue seco.................................................................................... 102 Figura 150 Ilha das Graças e Ilha de Atalaia .................................................................... 103 Figura 151 Painel semântico de conceito ......................................................................... 104 Figura 152 Cartela de cores ............................................................................................. 105 Figura 153 Combinação das cores ................................................................................... 106 Figura 154 Cartela de materiais........................................................................................ 107 Figura 155 Cartela de aviamentos.................................................................................... 108 Figura 156 Construção da parte inferior da rasteira simples............................................. 110 Figura 157 Construção da parte inferior da rasteira anatômica......................................... 111 Figura 158 Construção da parte inferior da linha anabela................................................. 112 Figura 159 Construção da parte inferior da linha salto grosso .......................................... 113 Figura 160 Construção da parte inferior da linha meia-pata ............................................. 114 Figura 161 Coleção .......................................................................................................... 116 Figura 162 Linha Bumba-meu-boi .................................................................................... 116 Figura 163 Alternativa 1 da geração de idéias.................................................................. 117 Figura 164 Alternativa 2 da geração de idéias.................................................................. 117 Figura 165 Alternativa 3 da geração de idéias.................................................................. 118 Figura 166 Linha circuito batatinha................................................................................... 118 Figura 167 Alternativa 4 da geração de idéias.................................................................. 119 Figura 168 Alternativa 5 da geração de idéias.................................................................. 119 Figura 169 Alternativa 6 da geração de idéias.................................................................. 120 Figura 170 Linha blocos de trio......................................................................................... 120 Figura 171 Alternativa 7 da geração de idéias.................................................................. 121 Figura 172 Alternativa 8 da geração de idéias.................................................................. 121 Figura 173 Alternativa 9 da geração de idéias.................................................................. 122 Figura 174 Linha Senhor do Bonfim ................................................................................. 122 Figura 175 Alternativa 10 da geração de idéias................................................................ 123 Figura 176 Alternativa 11 da geração de idéias................................................................ 123 Figura 177 Alternativa 12 da geração de idéias................................................................ 124 Figura 178 Linha Micaretas .............................................................................................. 124 Figura 179 Alternativa 13 da geração de idéias................................................................ 125 Figura 180 Alternativa 14 da geração de idéias................................................................ 125 Figura 181 Alternativa 15 da geração de idéias................................................................ 126 Figura 182 Alternativas escolhidas ................................................................................... 126 Figura 183 Peça-piloto cetim ............................................................................................ 129 Figura 184 Peça-piloto cetim e couro ............................................................................... 129 Figura 185 Seqüência das peças-piloto............................................................................ 130 Figura 186 Peça piloto modelo salto grosso ..................................................................... 131 Figura 187 Peça piloto salto grosso.................................................................................. 131 Figura 188 Estética do modelo de saltoo grosso .............................................................. 142 Figura 189 Estética do modelo de rasteira anatômica ...................................................... 142 Figura 190 Uso do salto grosso........................................................................................ 143 Figura 191 Uso da rasteira anatômica.............................................................................. 143 Figura 192 Cabedal rasteira anatômica............................................................................ 145 Figura 193 Cabedal salto grosso...................................................................................... 145 Figura 194 Calçando a rasteira ergonômica ..................................................................... 146 Figura 195 Amarrações da rasteira ergonômica ............................................................... 146 Figura 196 Calçando o modelo de salto grosso................................................................ 146 Figura 197 Fechando o modelo de salto grosso............................................................... 146 Figura 198 Logo da marca Débora Corso......................................................................... 148 Figura 199 Frente do cartão ............................................................................................. 149
9
Figura 200 Verso do cartão .............................................................................................. 149 Figura 201 Bloco de anotações ........................................................................................ 150 Figura 202 Tag ................................................................................................................. 151 Figura 203 Caixa .............................................................................................................. 152 Figura 204 Etiqueta da caixa............................................................................................ 152 Figura 205 Sacola ............................................................................................................ 153 Figura 206 Saquinho ........................................................................................................ 153 Figura 207 Outdoor .......................................................................................................... 154 Figura 208 Revista ........................................................................................................... 155 Figura 209 Catálogo......................................................................................................... 155 Figura 210 Site ................................................................................................................. 156
10
LISTA DE TABELAS Tabela 1 Ferramenta PFFOA .......................................................................................... 97
11
LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Questão dois do questionário ........................................................................... 42 Gráfico 2 Questão três do questionário............................................................................ 42 Gráfico 3 Questão quatro do questionário........................................................................ 43 Gráfico 4 Questão cinco do questionário ......................................................................... 43 Gráfico 5 Questão sete do questionário ........................................................................... 44
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 15 1.1 Objetivo Geral ................................ ......................................................................... 16
1.2 Objetivos Específicos .......................... .................................................................. 16 1.3 Problema....................................... .......................................................................... 16
2 PLANEJAMENTO DE SOLUÇÃO............................ ....................................................... 12 2.1 Metodologia de pesquisa.......................................................................................... 18 2.1.1 Método de Pesquisa Bibliográfica.............................................................................. 18 2.1.2 Método de Pesquisa de Campo................................................................................. 19 2.1.2.1 Método quantitativo ................................................................................................... 19 2.2 Metodologia de projeto ............................................................................................. 20 2.3 Ténicas de criatividade............................................................................................. 22 2.4 Ferramentas projetuais............................................................................................. 23
3 LEVANTAMENTO DE DADOS.............................. .......................................................... 25 3.1 Hiper-hidrose ........................................................................................................... 25 3.1.1 Tratamentos ............................................................................................................. 27 3.1.2 Problemas encontrados por mulheres com o uso do calçado................................... 28 3.2 Público ..................................................................................................................... 30 3.3 Pesquisa de campo - questionário............................................................................ 33 3.3.1 Apresentação dos resultados do questionário .......................................................... 33 3.3.2 Análise geral da pesquisa de campo ........................................................................ 37 3.4 O pé humano............................................................................................................ 38 3.4.1 Tipos de pés............................................................................................................. 42 3.4.2 Nomenclatura das medidas dos pés......................................................................... 43 3.5 O calçado .................................................................................................................. 45 3.5.1 Componentes do calçado ........................................................................................ 45 3.6 Ergonomia................................................................................................................ 50 3.6.1 Antropometria........................................................................................................... 51 3.6.1.1 A forma para calçados.............................................................................................. 52 3.6.1.2 Nomenclatura das partes da forma .......................................................................... 52 3.6.1.3 Tipos de formas........................................................................................................ 54 3.6.1.4 Matéria-prima ........................................................................................................... 56 3.6.1.5 Modelagem de calçado ............................................................................................ 56 3.6.2 Biomecânica............................................................................................................. 61 3.6.2.1 Articulações do pé.................................................................................................... 62 3.6.2.2 A marcha humana .................................................................................................... 63 3.6.3 O conforto em um calçado........................................................................................ 65 3.7 Estado de design....................................................................................................... 67 3.7.1 Calçados Geox.......................................................................................................... 68 3.7.2 Tênis Kidy ................................................................................................................ 71 3.7.3 Material DryShoe...................................................................................................... 71 3.7.4 Pesquisa de vitrina nacional ..................................................................................... 72 3.7.5 Pesquisa de vitrina internacional .............................................................................. 75 3.7.6 Pesquisa de campo - Vistita ténica à Fimec ............................................................ 77 3.8 Tendências............................................................................................................... 82 3.9 Concorrentes............................................................................................................. 85 3.9.1 Arezzo...................................................................................................................... 85
13
3.9.2 Dumond.................................................................................................................... 86 3.9.3 Schutz ...................................................................................................................... 87 3.9.4 Geox ........................................................................................................................ 87 3.9.5 Piccadilly .................................................................................................................. 88 3.9.6 Usaflex ..................................................................................................................... 88 3.9.7 Aplicação da ferramenta PFFOA.............................................................................. 89 3.9.8 Análise da ferramenta PFFOA.................................................................................. 89 3.10 Briefing textual.......................................................................................................... 90
4 PLANEJAMENTO DE COLEÇÃO............................ ....................................................... 92 4.1 Temática....................................... ........................................................................... 92 4.1.1 Bahia........................................................................................................................ 93 4.1.2 Religião .................................................................................................................... 94 4.1.3 Blocos de trio............................................................................................................ 95 4.1.4 Micaretas.................................................................................................................. 96 4.1.5 Os circuitos de Salvador........................................................................................... 97 4.1.5.1 Circiuito Batatinha .................................................................................................... 97 4.1.5.2 Circuito Dodô............................................................................................................ 98 4.1.6 Capoeira................................................................................................................... 99 4.1.7 Bumba-meu-boi...................................................................................................... 100 4.1.8 A arte de Maragogipinho ........................................................................................ 101 4.1.9 Praia de Mangue Seco ........................................................................................... 102 4.1.10 Ilha das Graças e Ilha de Atalaia ............................................................................ 103 4.1.11 Justificativa da escolhda da temática...................................................................... 103 4.2 Conceito ................................................................................................................. 104 4.3 Cartela de cores ..................................................................................................... 105 4.4 Cartela de materiais ............................................................................................... 106 4.5 Cartela de aviamentos............................................................................................ 107
5 GERAÇÃO DE IDÉIAS ................................ .................................................................. 109 5.1 Linha 1 - Rasteiras simples .................................................................................... 109 5.2 Linha 2 - Rasteiras anatômicas .............................................................................. 110 5.3 Linha 3 - Anabela ................................................................................................... 111 5.4 Linha 4 - Salto grosso............................................................................................. 113 5.5 Linha 5 - Meia-pata................................................................................................. 114 5.6 Linha Bumba-meu-boi ............................................................................................ 116 5.7 Linha circuito batatinha........................................................................................... 118 5.8 Linha blocos de trio ................................................................................................ 120 5.9 Linha Senhor do Bonfim ......................................................................................... 122 5.10 Linha micaretas ...................................................................................................... 124 5.11 Alternativas escolhidas........................................................................................... 126
6 SOLUÇÃO DE IDÉIA................................... .................................................................. 128 6.1 Modelagem............................................................................................................. 128 6.2 Peças-piloto............................................................................................................ 128 6.3 Fichas técnicas....................................................................................................... 132 6.4 Função estético formal ........................................................................................... 142 6.5 Função de uso........................................................................................................ 143 6.6 Função ergonômica................................................................................................ 144 6.7 Função técnica....................................................................................................... 145 6.8 Função operacional................................................................................................ 145 6.9 Processo produtivo................................................................................................. 146
7 COMPOSTO MERCADOLÓGICO........................... ....................................................... 148 7.1 Aplicação gráfica .................................................................................................... 148
14
7.1.1 Cartão de visita ...................................................................................................... 149 7.1.2 Bloco de anotações................................................................................................ 149 7.2 Função informacional .............................................................................................. 150 7.2.1 Tag......................................................................................................................... 150 7.2.2 Embalagem ............................................................................................................ 152 7.2.3 Sacola .................................................................................................................... 153 7.3 Função de marketing .............................................................................................. 154 7.3.1 Outdoor ................................................................................................................... 154 7.3.2 Revista ................................................................................................................... 154 7.3.3 Catálogo................................................................................................................. 155 7.3.4 Site......................................................................................................................... 156 7.3.5 Outras formas de divulgação.................................................................................. 156
8 CONCLUSÃO.......................................... ...................................................................... 157 9 REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 158 APÊNDICE A - Cronograma ............................ .................................................................... 161 APÊNDICE B - Questionário.......................... ...................................................................... 162 APÊNDICE C - Geração de idéias de construção ....... ....................................................... 163 APÊNDICE D - Geração de idéias de cabedal .......... .......................................................... 164
15
1 INTRODUÇÃO
O projeto proposto à categoria de calçados aborda a relação dos mesmos com a
hiper-hidrose. É de grande importância o desenvolvimento de calçados específicos com
preocupação relativa à sudação excessiva, pois esta causa imenso desconforto e
impede o uso de alguns modelos confeccionados com materiais inadequados.
O público alvo o qual procura-se atingir com o desenvolvimento desta coleção
são mulheres, independentes, que apreciam produtos diferenciados, estão sempre
atentas às tendências de moda e apresentam hiper-hidrose plantar.
Segundo Villaça (2008), a hiper-hidrose atinge aproximadamente 1% da
população. Pode estar ligada ao sistema emocional ou a estímulos dos centros
reguladores de temperatura do corpo ao apresentar sensibilidade elevada. Esta possui
alguns tipos de tratamento e cirurgia, porém não proporcionam resultados eficazes,
podendo ocasionar a hiper-hidrose compensada em outra região do corpo.
Em pesquisas realizadas durante o desenvolvimento do projeto, notou-se que
uma das maiores deficiências que o mercado calçadista possui em relação ao público
alvo em questão é a falta de conforto em calçados de grande apelo visual e a
desagradável estética que os calçados ergonômicos possuem, ou seja, dificilmente há a
união entre conforto e estética.
Através de pesquisas, busca-se identificar as principais necessidades e as
principais falhas do mercado, para confeccionar produtos direcionados especificamente
para este nicho.
Em relação a estética, será utilizado no desenvolvimento da coleção, a temática
“Bahia”, trazendo para os calçados cores vibrantes, inspiradas no carnaval, festas
religiosas e na diversificada cultura trazida pelos diferentes imigrantes que chegaram no
estado na época do descobrimento do Brasil.
16
1.1 Objetivo Geral
Desenvolver uma coleção de calçados primavera - verão 2008/2009 para o uso
do dia-a-dia para mulheres e que sofrem de hiper-hidrose inspirada na temática “Bahia”.
1.2 Objetivos Específicos
• Identificar as principais características e problemas das pessoas que têm hiper-
hidrose plantar.
• Propor uma coleção que proporcione conforto, funcionalidade e estética.
• Utilizar materiais adequados de acordo com o público na coleção de calçados.
• Desenvolver modelos de calçados que atendam às necessidades do público.
1.3 Problema
Há, no mercado calçadista feminino uma grande diversidade de modelos e
materiais utilizados nos mesmos. Este mercado possui duas divisões: os de grande
apelo estético e os que se preocupam com o conforto e saúde dos pés, dificilmente há
a união dos dois. Esta se torna uma dificuldade para as mulheres que sofrem de hiper-
hidrose, as quais procuram ambas as características em apenas um modelo de
calçado. Sendo assim, a maior dificuldade encontrada para a realização deste projeto é
desenvolver uma coleção de calçados para mulheres que sofrem de hiper-hidrose
proporcionando-lhes conforto, segurança e proteção unidos à estética. Os maiores
problemas que estas têm ligados à hiper-hidrose estão relacionados a calçados de salto
alto, o qual faz com que as mulheres em questão tenham seus pés impulsionados para
fora dos mesmos. Há, também, calçados que mesmo não possuindo salto alto, acabam
proporcionando o mesmo desconforto aos seus usuários, quando seus pés são
deslizados para as laterais dos mesmos. Neste projeto, busca-se solucionar este
problema através de materiais que permitam a transpiração dos pés, auxiliem na
17
absorção do suor. Com os mesmos materiais busca-se agregar ao produto design
diferenciado aliado a modelagem adequada dos calçados.
18
2 PLANEJAMENTO DE SOLUÇÃO
Este capítulo aponta as etapas para desenvolver-se a pesquisa e o método
utilizado para auxílio na resolução dos problemas do projeto.
2.1 Metodologia de Pesquisa
Segundo Gil (1991, p. 19) a pesquisa é um procedimento utilizado quando não
se dispõe de informações suficientes sobre determinado assunto, ou seja, é a busca de
conhecimento e esta busca pode ser utilizada através de inúmeros meios, como livros,
periódicos, entre outros.
Para Carvalho (1989, p. 100), pesquisa é o sinônimo de busca, e, esta busca
pode ser feita tanto através de documentos escritos por conversas e entrevistas a fim
de obter respostas. Carvalho ainda diz que o estudo como forma de pesquisa necessita
de fontes e métodos para se chegar a informações seguras.
Há pesquisas que pedem embasamento em documentos que tragam
informações verdadeiras como é o caso da pesquisa científica. Segundo Ruiz (1996, p.
48) a pesquisa científica é utilizada por universitários de qualquer área. Esta pesquisa
consiste em investigar, planejar, desenvolver e redigir o estudo de acordo com as
normas metodológicas.
Nos itens a seguir foram definidas e explicadas as modalidades de investigação
a serem trabalhadas no projeto.
2.1.1 Método de Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica segundo Carvalho (1989, p. 100) é a consulta de fontes
diversas de informação escritas a fim de coletar dados de um determinado tema.
Para Marconi e Lakatos (1996, p.48), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a
partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.
19
Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza,
há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas”.
Conforme Lima (2004), a origem da palavra grega “bibliografia” – biblio que
significa livro e grafia que significa escrita – sugere que a pesquisa realizada através de
textos impressos como: livros, jornais, dicionários, enciclopédias, artigos publicados em
periódicos, resenhas, monografias entre outros.
Neste projeto, serão utilizados como fontes de pesquisa bibliográfica: livros,
revistas e sites, relacionados com o tema do mesmo. No contexto de pesquisa
acadêmica, os textos teóricos assumem grande importância, favorecendo tanto o
entendimento da escolha dos temas a serem trabalhados, quanto à criação dos
produtos.
2.1.2 Método de Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo, conforme Ruiz (1996, p. 50), consiste na coleta de dados,
observação de fatos e no registro das variáveis como entrevistas e questionários.
Para Lima (2004) os projetos podem ser atribuídos de duas formas de recursos
metodológicos, os quantitativos e qualitativos, ambos objetivam coletar os materiais de
forma sistematizada. Estes devem ser registrados, selecionados e organizados sem
qualquer tipo de manipulação.
A fim de obter informações mais específicas de acordo com o público alvo em
questão, o método a ser utilizado na pesquisa de campo é o quantitativo.
2.1.2.1 Método quantitativo
As pesquisas quantitativas são mais adequadas para apurar opiniões e atitudes
explícitas e conscientes dos entrevistados, pois utilizam instrumentos estruturados.
Devem ser representativas de um determinado universo de modo que seus dados
possam ser generalizados e projetados para aquele universo. Seu objetivo é mensurar
20
e permitir o teste de hipóteses, já que os resultados são mais concretos e,
conseqüentemente, menos passíveis de erros de interpretação.
Segundo Lima (2004, p.26) “[...] as técnicas de coleta de materiais
tradicionalmente utilizadas na pesquisa de campo de caráter quantitativo envolvem a
utilização da observação direta extensiva, realizada por meio da aplicação de
questionários e/ou formulários”.
No presente projeto serão aplicados questionários com o objetivo de melhor
conhecer o público alvo e conhecer suas dificuldades, necessidades e preferências,
para que seja desenvolvida uma coleção de acordo com o desejo do mesmo.
2.2 Metodologia de Projeto
Conforme Munari (1998), uma metodologia não serve de receita de bolo, porém,
ajuda o projetista na resolução de problemas de projeto. O método auxilia a traçar uma
série de operações necessárias, dispostas de forma lógica, ditadas pela experiência,
para que o designer atinja seu objetivo com um melhor resultado e pouco esforço.
Segundo Baxter (1998) a atividade de desenvolvimento de um novo produto
requer pesquisa, planejamento cuidadoso, controle meticuloso e, mais importante, o
uso de métodos sistemáticos. Os métodos sistemáticos de projeto exigem uma
abordagem interdisciplinar, abrangendo métodos de marketing, engenharia de métodos
e aplicação de conhecimentos sobre estética e estilo.
Para Treptow (2003) apoud Gomes (1992) “coleção é a reunião ou conjunto de
peças e/ou acessórios que possuam alguma relação entre si.
A metodologia foi criada com base nos autores Munari (1998) e Baxter (1999) e
complementada com o planejamento de coleção de Treptow (2007). Estas
metodologias apresentam um processo basicamente linear.
Primeiramente, nota-se um “problema”. Logo após é feito o “planejamento da
solução”. A etapa seguinte chama-se “levantamento de dados” que é seguida do
“planejamento de coleção”. Depois aparece a etapa “geração de idéias” que é
desmembrada em duas novas etapas: a “geração para construção” e “geração para
21
cabedal”. Em seqüência, aparece a “solução de idéias” que é seguida do “composto
mercadológico”, a seguir a representação da metodologia através de um fluxograma.
PROBLEMA
PLANEJAMENTO DA SOLUÇÃO
PLANEJAMENTO DE COLEÇÃO
GERAÇÃO DE IDÉIAS BrainstormingBrainwriting
LEVANTAMENTO DE DADOS
Técnicas e Ferramentas
Desdobramento
PFFOABriefingPainéis Semânticos
SOLUÇÃO DE IDÉIA
COMPOSTO MERCADOLÓGICO
IDÉIAS DE CONSTRUÇÕESIDÉIAS DE CABEDAIS
Cronograma
MétodoLEGENDA
Figura 1: Metodologia de projeto.
Fonte: Arquivo do autor.
A seguir será apresentada cada etapa da metodologia com sua devida função:
PLANEJAMENTO DA SOLUÇÃO - Fase onde são planejadas as etapas para
resolver o problema. Define-se também que técnicas e ferramentas que serão utilizadas
para ajudar a solucionar o mesmo.
LEVANTAMENTO DE DADOS - Etapa a qual são levantadas informações sobre
o problema para transformá-las em dados concretos para o projeto. São feitas análises
22
de cada informação, então apontam-se as que devem ser utilizadas para solucionar o
problema.
PLANEJAMENTO DE COLEÇÃO – Nesta etapa define-se como será trabalhada
a coleção. A quantidade de linhas e quantos modelos terá cada linha.
GERAÇÃO DE IDÉIAS – Momento o qual reúne-se o material que se tem para
trabalhar na geração de alternativas. Avaliam-se as propostas apresentadas e escolhe-
se a mais adequada de acordo com as informações obtidas na etapa anterior. A etapa
“Geração de idéias” divide-se em duas novas etapas. Na etapa “IDÉIAS DE
CONSTRUÇÃO” são geradas alternativas para as construções, as quais definem as
linhas da coleção. Já na fase “IDÉIAS DE CABEDAL” as alternativas para cabedais são
geradas de acordo com cada construção.
SOLUÇÃO DE IDÉIAS – Após a conclusão dos modelos, estes passam por um
processo de avaliação e modificação, se necessário. Nesta etapa ainda é elaborado o
memorial descritivo.
COMPOSTO MERCADOLÓGICO – Define-se como os produtos irão para o
mercado. Como serão vendidos, encontrados, distribuídos.
2.3 Técnicas de Criatividade
Conforme Baxter (1998, p. 51) “a criatividade é uma das mais misteriosas
habilidades humanas. Nas últimas décadas surgiram vários métodos para estimular a
criatividade, prometendo desbloquear as mais obstruídas pessoas e organizações.”
King (1999) afirma que “a quantidade e a variedade de conhecimento,
experiência e conjuntos de habilidades que os participantes da equipe têm afetará o
potencial da equipe para gerar resultados criativos”.
A fim de quebrar a barreira do pensamento criativo e produzir idéias e
perspectivas diferentes, foram desenvolvidas técnicas de criatividade. Com a intenção
de produzir idéias inovadoras para este projeto na etapa “Geração de idéias”, três
técnicas de criatividade serão utilizadas: o brainstorming e o brainwriting.
23
Segundo King (1999, p. 26), “esta ferramenta permite que os membros da equipe
partilhem seu conhecimento e criatividade em um ambiente aberto e não-crítico”.
Para Baxter (1998, p. 72) brainwriting é uma evolução do brainstorming,
procurando conservar as suas vantagens e reduzir as desvantagens.
Durante a sessão do brainstorming, o líder explica qual é o problema para o
restante do grupo. As idéias são ditas e discutidas pelos participantes. As sessões de
brainstorming são gravadas ou alguém anota as idéias.
No brainstorming, ao invés de as idéias serem ditas, elas são escritas em um
pedaço de papel. “Todos escrevem suas idéias sem mostrar para os outros, para não
influenciá-los” (Baxter, 1998. P. 72).
King (1999, p. 56) declara que esta ferramenta encoraja as contribuições dos
indivíduos que podem se sentir tímidos na participação oral e ajuda as pessoas a se
sentirem mais a vontade para propor suas idéias, uma vez que a possibilidade de suas
contribuições serem criticadas ou desencorajadas é mínima.
Geralmente, tanto o brainstorming quanto o brainwriting são técnicas de
criatividade realizadas em equipe. Como o projeto não é realizado em grupo, ambas
serão aplicadas individualmente.
As alternativas de construções, as quais definem o número de linhas que a
coleção terá serão geradas utilizando a técnica brainstorming. Após selecionar os
modelos de construção, serão desenvolvidas as alternativas de cabedal, utilizando a
técnica brainwriting.
2.4 Ferramentas projetuais
A fim de auxiliar na execução das etapas deste projeto, serão utilizadas algumas
ferramentas projetuais, como: o cronograma, o briefing e os painéis semânticos.
O cronograma serve para demonstrar todas as etapas do projeto graficamente,
dentro das faixas de tempo previamente determinadas, possibilitando acompanhar e
controlar a execução planejada.
24
O cronograma disponível no apêndice “A” será utilizado cumprir as atividades
nas datas estabelecidas.
Para organizar corretamente o projeto, esclarecendo as primeiras especificações
do produto em questão é utilizado o briefing textual.
Já o painel semântico é composto de imagens referentes a um determinado
assunto, as imagens devem expressar, sem a necessidade do uso de palavras, as
idéias referentes ao mesmo. O painel semântico denota organização visual e ajuda a
expor idéias referentes ao público, estado de design, materiais, temática, conceito,
tendências entre outros.
Segundo Baxter (1998), o painel semântico ou de expressão do produto,
representa a emoção que o produto transmite ao primeiro olhar.
Observa-se que uma empresa obtém sucesso quando ela sabe o caminho o qual
segue e como se faz para chegar lá. “Uma empresa que tenha uma estratégia bem
definida procura ativamente as oportunidades que contribuem para alcançar seus
objetivos.” (Baxter, 1998, p. 110)
A fim de avaliar as oportunidades que vai ter o produto a ser desenvolvido neste
projeto, será utilizada a ferramenta PFFOA.
A análise dos pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças serve para
verificar a posição estratégica a qual está a empresa.
Segundo Baxter (1998, p.111) “forças e fraquezas são determinadas pela
posição social atual da empresa e se relacionam sempre aos fatos internos.
Oportunidades e ameaças são antecipações do futuro e quase sempre se relacionam
aos fatores externos”.
“A análise PFFOA só será bem feita se for realista e honesta”. (Baxter, 1998. p.
111). Esta será aplicada na etapa “concorrentes”.
Finalizada a etapa “planejamento de solução”, dá-se início a fase “levantamento
de dados”.
25
3 LEVANTAMENTO DE DADOS
Neste capítulo serão apresentadas todas as informações sobre o público alvo em
questão neste projeto, e sobre o mercado calçadista.
3.1 Hiper-hidrose
A transpiração em excesso é chamada de hiper-hidrose. A sudação varia de
pessoa para pessoa, independente de idade, raça e é influenciada por fatores
endógenos e exógenos. que são originados no interior do organismo A sudorese pode
exalar um odor desagradável, a brimose1 e a alteração da cor, a cromidose2. A hiper-
hidrose pode ser local ou generalizada. Segundo Sampaio e Rivitti (2001, p.307), nos
dias atuais, consideram-se três formas de hiper-hidrose: uma por estímulos da córtex,
outra devida a estímulos que chegam ao hipotálamo e finalmente, um terceiro tipo, por
lesões medulares, de troncos e fibras nervosas ou das próprias glândulas sudoríparas
A hiper-hidrose é um quadro agravado ou despertado por fatores ou estados
emocionais. Para Sampaio e Rivitti (2001, p. 307), “as glândulas sudoríparas são
normais e não há alteração da colinesterase”.
Impulsos provenientes da córtex liberam excessiva quantidade de acetilcolina e,
então, o aumento da sudorese. A hiper-hidrose cortical obtém melhoria durante o sono,
o que é explicado pela diminuição dos impulsos nervosos. Além disso, não tem
alterações em ambientes quentes, o que demonstra não existir influência de estímulos
termo-sensíveis (Sampaio e Rivitti, 2001).
Conforme Bechelli (1998, p. 583), “as regiões acometidas com maior freqüência
são as de maior riqueza de glândulas sudoríparas: axilas, regiões palmo-plantares,
ínguino-crural e perinial. A intensidade do processo varia, a eliminação do suor é, às
vezes, em tão grande quantidade, que danifica peças de vestuário, calçados e objetos
em contato com a região que há hiper-hidrose”.
1 Brimose – Odor desagradável o qual o suor pode apresentar. 2 Cromidose – Alteração de cor do suor.
26
De maior interesse são as hiper-hidroses axilares e palmo-plantares, cujas
intensidades podem causar desgosto constante, prejudicar o trabalho e alterar o
comportamento psicossocial do indivíduo.
A hiper-hidrose plantar possui substrato para o aparecimento de infecções
fúngicas e de dermatite de contato por sapatos. Segundo Sampaio e Rivitti (2001,
p.307) “favorece o aparecimento de infecções produtoras no quadro de hiper-hidrose
plantar sulcada. Nas mãos e pés, a hiper-hidrose pode estar ligada com disidrose e,
tanto os pés e mão, pela evaporação do suor, encontram-se na maioria das vezes frios,
o que estimula, também o sistema nervoso simpático, agravando a hiper-hidrose”.
Na hiper-hidrose das palmas e plantas, o excesso de suor é óbvio e pode ser
visto pingando no chão, literalmente.
Figura 2: Hiper-hidrose.
Fonte: Vivier, 1997.
27
Em pacientes que têm considerável hiper-hidrose nos pés, pode ocorrer um
distúrbio chamado de ceratólise com depressões. Este é ocasionado pelo uso de
calçados oclusivos, que fazem com que a pele fique úmida e embebida. Segundo Vivier
(1997, p.22.16) a camada da córnea macerada é invadida por organismos. Espécies
bactérias são encontradas nas escavações, estas digerem a pele deixando-a
esburacada.
Figura 3: Ceratólise com depressões
Fonte: Vivier, 1997.
3.1.1 Tratamentos
Muitas formas de tratamento e cirurgia já foram realizados em pessoas que
sofrem de hiper-hidrose para tentar diminuir o fluxo de suor ou rompê-lo definitivamente.
O tratamento chamado de iontoforese é feito com a introdução de uma
substância ionizada através da pele por uma corrente contínua. É de grande utilidade
para a hiper-hidrose palmar/plantar. Substâncias como antropina, formaldeído e drogas
anticolinérgicas foram introduzidas por esta técnica, mas a água isoladamente é efetiva.
Se desconhece os motivo pelo qual as glândulas sudoríparas se fecham. Foi sugerido
que as glândulas sudoríparas ficam bloqueadas, ou que há algum gradiente elétrico que
controla o movimento do suor ao longo do canal sudoríparo, o qual sofre a interferência
da iontoforese. Segundo Vivier (1997, p. 22.16), o método “envolve colocar uma mão
28
em uma bacia com água com um eletrodo conectado a um gerador galvânico
fornecendo corrente contínua. Um pé é emerso em uma outra bacia com água e
eletrodo para contemplar o circuito.” Ainda com o pensamento de Vivier (1997), este
tratamento é feito, geralmente sob supervisão em hospitais, mas há muitas unidades
disponíveis para uso domiciliar.
Conforme o aperfeiçoamento das técnicas de simpatectomia (cirurgia), esta se
tornou uma operação muito mais efetiva e segura, porém está indicada apenas para
pessoas com doença grave, pois pode haver efeito colateral incapacitante de secura
permanente, escamação e fissuração das palmas e plantas, secundariamente ao
desligamento total das glândulas sudoríparas. Pode resultar hiper-hidrose
compensadora no corpo.
O uso de anticolinérgicos orais pode parecer um tratamento lógico, porém os
efeitos oculares e intestinais são tais que o tornam difícil de obedecer.
Tranqüilizantes são remédios que levam o indivíduo à sonolência são
relativamente efetivos para reduzir os desencadeantes emocionais, porém, os efeitos
colaterais inibem seu uso.
3.1.2 Problemas encontrados por mulheres com o uso do calçado
Escolher um calçado, confortável e de estética agradável é muito difícil, esta
tarefa se torna ainda mais complicada quando o consumidor sofre de hiper-hidrose. A
sudação dos pés impede a mulher de comprar certos calçados pelo seu modelo ou
pelos materiais que nele são utilizados.
Figura 4: Falta de segurança ao caminhar - o calçado não é preso nos pés.
Fonte: Arquivo do autor.
29
Calçados que não são bem presos nos pés por pessoas que têm hiper-hidrose,
fazem com que estes escorreguem para os lados, o que causa grande desconforto.
Além da dificuldade que se tem de caminhar, os pés, muitas vezes, encostam no chão,
retendo nele a sujeira nele encontrada. Pode ocorrer também de o calçado arrebentar
com a força gerada no escorregão.
Figura 5: Retenção da sujeira – com a sudação, a sujeira do chão é fixada nos pés.
Fonte: Arquivo do autor.
Figura 6: Calçado molhado e sujo - através da hiper-hidrose e da sujeira retida pelos pés.
Fonte: Arquivo do autor.
O salto alto em modelos tipo sandália é uma das maiores dificuldades para quem
tem hiper-hidrose. O uso do salto faz com que os pés fiquem inclinados para frente e
para baixo. Com os pés molhados do suor, os mesmos são empurrados para frente a
ponto de os dedos ficarem para fora do calçado.
Figura 7: Problemas com o uso do salto – os pés escorregam para frente.
Fonte: Arquivo do autor.
30
Outro problema relacionado à hiper-hidrose é o uso de alguns tipos de materiais
na fabricação de calçados. Além de não absorverem o suor, faz com que este apareça
em quantidade ainda maior. Alguns materiais, em contato com o suor, trazem um cheiro
nada agradável.
Muitos calçados possuem cabedal suficiente para segurar os pés, porém estes
não têm modelagem adequada para isso. Ficam largos em algumas regiões do pé e
extremamente apertados em outras, causando dor e desequilíbrio ao mesmo tempo.
Da mesma forma que é difícil encontrar um calçado adequado para mulheres
que suam excessivamente nos pés, algumas ações do corpo são, de certa forma,
limitadas. Andar sobre uma superfície inclinada ou correr com os pés suados são atos
muito complicados. O desequilíbrio pode gerar escorregões, que podem resultar em
acidentes ainda mais graves.
Há, no mercado calçadista para pessoas que sofrem de hiper-hidrose, muitos
consumidores e poucos produtos que atendam às suas necessidades.
3.2 Público
Atualmente a moda está dividida em grupos, podendo ser estes sociológicos,
ideológicos ou simplesmente adeptos às tendências atuais. A moda se dirige
Figura 8: Desequilíbrio – ocasionado pela sudação excessiva e material inadequado.
Fonte: Arquivo do autor.
31
individualmente a cada público, por meio de pesquisas comportamentais, financeiras e
sociais.
Dentre estas características e atividades, busca-se conhecer o comportamento
do público, suas preferências e necessidades relacionadas à hiper-hidrose para o
desenvolvimento de uma coleção de calçados.
Figura 9: Trabalho.
Fonte: Revista Nova. Ano 36, Fevereiro 2008. Figura 10: Estudo.
Fonte: www.gettyimages.com.br
O público o qual este projeto está direcionado é o feminino, que sofre de hiper-
hidrose. Mulheres que, no dia-a-dia tem como principal atividade trabalhar ou estudar,
porém também freqüentam bares e boates, cinema, além de cursos de línguas
estrangeiras.
Figura 11: Vaidade
Fonte: Revista Nova. Ano 36, Fevereiro 2008. Figura 12: Preocupação com o corpo e saúde. Fonte: Revista Nova. Ano 35, Outubro 2007.
32
Estas mulheres em questão são vaidosas e têm certa preocupação com a saúde
e com o corpo, para manterem-se elegantes costumam freqüentar academias. Para
sentirem-se de bem com a vida buscam energias através da religiosidade ou lugares
mais calmos como, por exemplo, a praia.
Figura 13: Lazer.
Fonte: Revista Nova. Ano 36, janeiro 2008. Figura 14: De bem com a vida.
Fonte: Revista Elle. Ano 20, janeiro 2008.
Com a intenção de expor as idéias referentes ao público alvo em questão, foi
feito um painel semântico, conforme a figura 15, utilizando imagens que representam o
mesmo. Este realizou-se através dos resultados obtidos nas pesquisas relativas ao
público.
Figura 15: Painel semântico do público-alvo.
Fonte: Arquivo do autor.
33
3.3 Pesquisa de Campo - Questionário
Com o intuito de conhecer um pouco mais sobre o público e suas necessidades
quanto ao uso de calçados, foi realizada uma pesquisa de campo, através da aplicação
de questionário.
O questionário foi aplicado com 50 mulheres entre 16 e 26 anos de todo o Brasil,
algumas mulheres de Balneário Camboriú e região e outras que foram selecionadas
através de comunidades que tratam do assunto hiper-hidrose no site do Orkut. Esta
pesquisa foi realizada entre os dias 14 e 20 de abril de 2008.
O questionário do presente projeto é composto por oito questões, sendo duas
semi-abertas e seis abertas, com finalidade de identificar as principais dificuldades
relacionadas a hiperidrose que as mulheres têm com o calçado. O modelo do
questionário aplicado está no apêndice “B”.
A seguir serão apresentados o resultado da pesquisa e a análise das
informações coletadas.
3.3.1 Apresentação dos resultados do questionário
Foram entrevistadas 50 mulheres, com idade aproximada entre 16 e 26 anos,
entre elas: estudantes, nutricionistas, comerciantes, funcionárias públicas, psicólogas,
biólogas, publicitárias, enfermeiras, etc. Em relação às atividades que as mulheres em
questão fazem no dia a dia:
• 62% das entrevistadas estuda.
• 16% vai à praia no dia-a-dia.
• 48% trabalha.
• 22% vai ao cinema.
• 44% freqüenta shoppings.
• 32% costuma sair à noite no dia-a-dia.
• 20% vai à igreja
• 10% faz academia.
34
• 04% estuda línguas estrangeiras.
Com relação ao tempo que as entrevistadas apresentam a hiper-hidrose, a maioria
lembra ter hiper-hidrose desde a infância, apenas 24% adquiriu o problema na
adolescência, como pode ser percebido no gráfico a seguir:
Desde a infância Desde a adolescência
24%
76%
Gráfico 1: Questão dois do questionário.
Fonte: Arquivo do autor.
Foi questionado também que regiões do corpo estas mulheres sofrem com essa
doença, 70% tem hiper-hidrose palmo-plantar, enquanto 30% tem nas axilas, mãos e
pés. Veja no gráfico que se segue.
Axilas, mãos e pés. Mãos e pés
30%
70%
Gráfico 2: Questão três do questionário.
Fonte: Arquivo do autor.
35
Em relação os motivos que levam estas mulheres as transpirar excessivamente,
a maioria das entrevistadas tem sudação excessiva relacionadas ao sistema nervoso,
ou seja, transpiram em momentos de nervosismo, irritação, etc. Enquanto 21% é
relacionado ao calor, transpiram por causa da temperatura alta no ambiente em que se
encontram e 32% em razão dos dois fatores juntos.
Foi questionado também a estas mesmas pessoas se estas conheciam os
métodos existentes para o tratamento e/ou cirurgia de hiper-hidrose e que motivos as
levaram a não realizá-los. A grande maioria das mulheres em questão não realiza a
cirurgia por medo de que a hiper-hidrose seja compensada em outra região do corpo.
Falta de informaçõesFalta de tempoInsuf iciência financeiraMedo de hiper-hidrose compensatória
78%
10%
4%8%
Gráfico 4: Questão cinco do questionário.
Fonte: Arquivo do autor.
Calor Calor e emocional Emocional
47%
21%
32%
Gráfico 3: Questão quatro do questionário.
Fonte: Arquivo do autor.
36
Foi solicitado que estas mulheres enumerassem quais os problemas
relacionados ao calçado que lhes causam mais desconforto. Veja o resultado a seguir:
• 1º - Os pés escorregarem para frente ao usar salto.
• 2º - A poeira retida nos pés, causando aspecto de sujeira.
• 3º - Falta de segurança ao caminhar.
• 4º - Materiais que não permitem a transpiração.
• 5º - Calçados que não se adaptam aos pés (modelagem inadequada).
• 6º - Calos e inchaços.
• 7º - Odor desagradável (chulé).
• 8º - Dificuldade de andar em superfícies inclinadas.
Com relação a dificuldade de encontrar calçados ideais para mulheres que
sofrem de hiper-hidrose, apenas 8% das entrevistadas encontra com facilidade
calçados que se adaptam às suas necessidades.
Sim Não
8%92%
Gráfico 5: Questão sete do questionário.
Fonte: Arquivo do autor.
Foi questionado também como seria e o que deveria ter um calçado ideal para
mulheres que sofrem de hiper-hidrose, confira as respostas a seguir:
37
• 1º - De material que absorva o suor.
• 2º - Que seja fixo nos pés.
• 3º - Aberto, de forma que a ventilação passe pelos pés.
• 4º - Confortável.
• 5º - De salto alto.
• 6º - De salto baixo ou rasteiro.
3.3.2 Análise geral da pesquisa de campo
Foram aplicados 50 questionários com mulheres de idade na faixa de 16 e 36
anos, que estudam e/ou trabalham. No dia-a-dia, os lugares que estas mais freqüentam
são colégio, faculdade, local de trabalho e shopping.
Para algumas destas, os sintomas da sudação excessiva apareceram na
adolescência, porém a maioria delas afirma tê-los desde que nasceram. Muitas delas
relatam ter tido problemas ao engatinhar quando eram bebês, por conseqüência da
hiper-hidrose.
Em grande parte das mulheres entrevistadas, além dos pés, o problema de
sudação acontece quase com a mesma freqüência nas mãos e em alguns casos nas
axilas.
Segundo as entrevistadas, a sudação tem grande ligação com o sistema
nervoso. Ao se sentirem nervosas e/ou ansiosas, a transpiração aparece de forma
excessiva. Porém, algumas vezes, o mesmo acontece quando sentem calor.
A maior parte das mulheres que responderam o questionário conhece a forma a
qual a cirurgia é feita e também sabe como são realizados os tratamentos. Algumas
delas já tentaram diversos tipos de tratamento com cremes e loções manipuladas,
homeopatia e acupuntura, porém não obtiveram bons resultados. Quanto à cirurgia, o
maior motivo que leva estas mulheres à não realizá-la é o medo de que a sudação seja
compensada em outra parte do corpo. Como já estão acostumadas a conviver com a
doença nos pés, preferem não passar por um novo período de adaptação, o da
sudorese em um novo local. Poucas citaram problemas financeiros como motivo para
não realizar a cirurgia.
38
A maior dificuldade que estas mulheres têm é usar salto alto. Com os pés
molhados e a falta de apoio do calçado, os pés escorregam para frente. Outro grande
problema é a poeira que se fixa nos pés, quando úmidos, causando aspecto de sujos.
Além disso, muitas destas não usam calçados presos aos pés, em conseqüência disso,
os mesmos deslizam para os lados. Algumas afirmam que não encontram calçados
com materiais que permitam a transpiração dos pés, e por este motivo, suam ainda
mais. Houveram reclamações também quanto à modelagem dos calçados existentes no
mercado, geralmente apertam em algumas regiões do pé e ficam largas em outras.
Poucas sugeriram calos e inchaços como motivo de maior desconforto. Algumas ainda
citaram como problema o mau cheiro ocasionado pelo uso de alguns modelos de
calçados, a falta de durabilidade dos mesmos e a dificuldade de andar em lugares
inclinados.
Grande maioria das mulheres em questão afirma que é muito difícil encontrar
algum calçado que se adapte às necessidades de alguém que sofre de hiper-hidrose.
Afirmam que o material da palmilha é muito liso e não absorve a sudação liberada pelos
pés. Algumas delas, ao comprarem um novo calçado, procuram imediatamente um
sapateiro para colar algum material na palmilha, que elas dizem ser confortável, como
camurça e alguns tipos de tecido.
Quanto ao calçado ideal, as mesmas mulheres gostariam que ele segurasse
firmemente o pé, de material que permita a transpiração deste, que a palmilha seja de
cor mais escura, para que não apareça a poeira retida pelos mesmos. Gostariam que o
calçado não liberasse mau cheiro em contato com o suor e que tenha grande
durabilidade. Adorariam poder usar salto alto e que o mesmo calçado em questão fosse
bonito e estivesse na moda, apesar das exigências.
3.4 O pé humano
Segundo Schmidt (1995) “O pé é uma estrutura tridimensional variável, base do
mecanismo antigravitacional, que constitui uma peça fundamental para a posição
bípede e para a marcha humana”.
39
O pé possui 26 ossos, os quais são distribuídos em três regiões.
Figura 16: O pé. Fonte: SCHMIDT, 1995.
Na região anterior, o antepé é formado de uma alinhamento de 5 ossos
delgados, os quais formam raios justapostos horizontalmente. Cada raio faz parte de
um metatarso prolongado por falanges e, a partir do 2º dedo, 4 falanges.
Já na região posterior ou retropé, a estrutura do pé é formada por 7 ossos, que
são: tálus (que diz respeito à região do tornozelo, calcâneo (que corresponde a região
do calcanhar), navicular, cubóide e 3 ossos cuneiformes.
Na zona intermediária, o mediopé é constituído por 5 ossos metatarsianos.
Lateralmente se encontra o cubóide,em continuação ao calcâneo. Medialmente, se
encontra o navicular, em continuação ao tálus.
Figura 17: Antepé.
Fonte: SCHMIDT, 1995. Figura 18: Retropé.
Fonte: SCHMIDT, 1995. Figura 19: Mediopé.
Fonte: SCHMIDT, 1995.
A união de ossos forma os arcos longitudinais e transversais. Cinco arcos
longitudinais partem do calcâneo até a porção maior. Todos são convexos e sua altura
aumenta quanto mais internos forem. Cada arco corresponde a um metatarsiano.
40
Figura 20: Arcos longitudinais dos pés.
Fonte: SCHMIDT, 1995.
Figura 21: Arcos transversais dos pés.
Fonte: SCHMIDT, 1995.
Segundo Shmidt (1995), o pé possui 20 músculos, os quais são distribuídos em
quatro regiões: dorsal, plantar, plantar interna e plantar externa.
Ainda seguindo o pensamento de Schmidt (1995), os maiores músculos
contribuem para a manutenção da abóbada e são chamados de extrínsecos, sua base
muscular está na perna e a terminação tendinosa encontra-se na planta do pé ou nos
dedos. Os principais músculos longos são:
• Tríceps sural: é o principal músculo da panturrilha, que se insere no calcâneo
através do tendão de Aquiles, sendo o principal flexor plantar do pé;
• Tibial posterior, curto e longo: respectivamente os músculos inversivos e
eversos do pé;
• Longo flexor do hálux e flexor comum dos dedos: são supinadores do calcâneo
e flexionam os dedos;
• Tibial anterior: é o principal flexor dorsal do pé;
• Extensor longo do hálux e extensor comum dos dedos são extensores dos
dedos e ajudam na extensão do pé.
Os músculos que mais atuam na conservação dos arcos fisiológicos, tanto no
sentido longitudinal como no transversal são os mais curtos, os intrínsecos da planta do
41
pé. Estes proporcionam movimentos finos aos dedos do pé e estabilizam as
articulações dos mesmos. São os que mais atrofiam pela falta de ação, principalmente
em calçados rígidos e/ou apertados.
Figura 22: Músculos.
Fonte: SCHMIDT, 1995.
São formações fibroelásticas, cuja função é sustentar o sistema ósseo do pé e,
então ligar um osso ao outro. Os ligamentos mantêm a abóbada plantar. A seguir, serão
ilustrados os principais ligamentos do pé.
Figura 23: Ligamentos. Fonte: SCHMIDT, 1995.
Os tendões têm como função unir os músculos aos ossos, tornando-se
condutores da força e movimentação gerada pelos músculos. A seguir, está
caracterizado o tendão de Aquiles, localizado na parte posterior do pé.
42
Figura 24: Tendões.
Fonte: SCHMIDT, 1995.
3.4.1 Tipos de pés
Segundo Shmidt (1995), o pé pode ser classificado pelo formato dos dedos e
pelo arco longitudinal do mesmo.
De acordo com as extremidades dos dedos, três tipos foram classificados da
seguinte forma:
Figura 25: Tipos de pés quanto ao formato dos dedos.
Fonte: SCHMIDT, 1995.
• Pé grego: O segundo dedo é maior que o dedão.
• Pé quadrado: O dedão e o segundo dedo são do mesmo tamanho
• Pé egípcio: 1º >> 2º >> 3º >> 4º >> 5º.
43
Quanto ao arco interno do pé, este pode ser visto através da pegada. Uma pegada
plantar é normal quando a largura mínima da abóbada se encontra entre um terço e a
metade da largura máxima do antepé. Logo, os pés podem ser classificados como
normal, arqueado e chato. As imagens a seguir ilustram estas classificações.
Figura 26: Pé normal
Fonte: SCHMIDT, 1995. Figura 27: Pé arqueado Fonte: SCHMIDT, 1995.
Figura 28: Pé chato Fonte: SCHMIDT, 1995.
3.4.2 Nomenclatura das medidas do pé
Esta etapa apresenta a nomenclatura das medidas do pé, tais como:
comprimento, largura, altura e perímetro.
De acordo com Scmidt (1995), a determinação do comprimento ocorre a partir da
região mais saliente do calcanhar, como pode ser visto na imagem 30.
Figura 29: Comprimento do pé
Fonte: SCHMIDT, 1995.
• 1-27 = Comprimento do pé (de acordo com o dedo mais longo).
• 1-26 = Comprimento do calcanhar ao primeiro dedo. • 1-25 = Comprimento do calcanhar ao segundo dedo. • 1-24 = Comprimento do calcanhar ao terceiro dedo. • 1-23 = Comprimento do calcanhar ao quarto dedo. • 1-22 = Comprimento do calcanhar ao quinto dedo. • 1-20 = Comprimento do calcanhar à articulação
externa. • 1-14 = Comprimento do calcanhar à articulação
interna. • 1-13 = Comprimento do calcanhar à saliência dos
dedos. • 1-12 = Comprimento do calcanhar ao peito do pé. • 1-10 = Comprimento do calcanhar ao maléolo
externo. • 1-08 = Comprimento do calcanhar ao maléolo
interno. • 1-07 = Comprimento do calcanhar à entrada do pé.
44
A largura do pé é definida a partir de uma coordenada da parte mais proeminente
do calcanhar e lado interno, são definidas cinco medidas.
Figura 30: Largura do pé. Fonte: SCHMIDT, 1995.
• 2-3 = largura da cama do salto. • 8-8B = largura do maléolo interno – eixo
do pé. • 8-10 = largura dos maléolos. • 10-10A = largura do maléolo externo –
eixo do pé. • 14-20 = largura da articulação
metatarso – falangiana
Quanto a altura, todas as medidas são determinadas a partir do plano inferior do
pé. As principais alturas são descritas a seguir.
As medidas relacionadas ao perímetro são obtidas com o contorno da fita
métrica nas regiões a seguir.
Figura 31: Altura.
Fonte: SCHMIDT, 1995.
• 1 = altura do ponto traseiro ( mais saliente na
ponta do calcanhar). • 4 = altura debaixo do joelho. • 5 = altura da barriga da perna. • 6 = altura do tornozelo. • 8 = altura do maléolo interno. • 9 = altura sob o maléolo interno. • 10 = altura do maléolo externo. • 11 = altura sob o maléolo externo. • 12 = altura do peito do pé. • 16 = altura na extremidade do 1º dedo. • 17 = altura na articulação do 1º dedo. • 18 = altura máxima dos dedos (2º, 3º ou 4º). • 19 = altura do 5º dedo.
45
Figura 32: Perímetro. Fonte: SCHMIDT, 1995.
• P.A = Perímetro nas articulações metatarso-
falangianas. • P.R = Perímetro na zona de retenção do
calçado no pé. • P.C = Perímetro no peito do pé. • P.E = Perímetro na entrada do pé. • P.B = Perímetro no tornozelo. • P.M = Perímetro na barriga da perna. • P.G = Perímetro na região abaixo do joelho.
3.5 O calçado
Esta etapa apresenta os componentes que formam o calçado, de que forma são
colocados e os principais materiais utilizados para sua produção.
3.5.1 Componentes do calçado
Nesta etapa são apresentados os componentes da construção superior do
calçado os componentes da construção inferior do calçado.
A construção superior do calçado é formada pelo cabedal, couraça, contraforte,
forro, avesso, espumas sistemas de fechamento e enfeites.
Segundo Cipatex (2007), o cabedal cobre e protege a parte de cima dos pés.
Pode ser constituído de várias peças e de vários tipos de materiais. Para fabricar um
cabedal, pode-se utilizar materiais como: couro, materiais sintéticos, entre outros. A
divisão do cabedal pode ser feita pela gáspea (parte frontal), lateral (lado do calçado) e
traseiro (parte de trás).
46
A couraça serve para dar forma ao bico do calçado, mantendo esse formato
durante o uso. É colocada entre o forro e a gáspea.
O contraforte tem como finalidade dar forma ao traseiro do calçado e auxiliar na
fixação do pé ao caminhar. É colocado entre o cabedal e o forro, na parte de trás do
calçado.
Figura 33: Contraforte
Fonte: www.formax.com.br
De acordo com Cipatex (2007), o forro tem como função proporcionar
acabamento na parte interna do calçado, reforço, absorção de umidade e conforto,
entre outras finalidades. A utilização do forro no calçado pode ser considerada um
diferencial de qualidade, pois agrega valor ao calçado e auxilia na venda. O forro pode
cobrir todo o cabedal ou somente a região da gáspea e do calcanhar. Os materiais
utilizados para o forro são: laminados sintéticos, couros, materiais têxteis e outros.
O avesso é, geralmente, têxtil, de laminado sintético, couro ou outros materiais.
Protege o calcanhar, evita o deslizamento do mesmo durante o caminhar e o contato
direto com o contraforte.
As espumas são colocadas entre o forro e o cabedal para proporcionar mais
conforto. É mais utilizada em modelos tipo tênis. Os materiais utilizados são:
Poliuretano e o látex, entre outros.
O sistema de fechamento é o material utilizado para fechar o calçado,
proporciona a firmeza dos pés. Estes podem ser:
- Atacador/Cadarço (algodão, sintético, couro e outros).
- Fecho de contato (velcro).
47
- Fecho éclair (zíper metálico, plástico).
- Fecho de pressão.
- Fecho com fivela.
Figura 34: Velcro Fonte:
www.gpscity.com/g/gps/l/v/velcro.jpg
Figura 35: Zíper. Fonte:
www.gettyimages.com.br
Figura 36: Botão de pressão. Fonte:
www.daniel.com.br
Figura 37: Fivela. Fonte:
www.daniel.com.br
Os enfeites são utilizados nos calçados para embelezamento dos mesmos. Os
mais utilizados são: fivelas, ilhoses, rebites, botões, entre outros. Estes podem ser de
madeira, plástico, metal, osso, casca de coco e outros.
Figura 38: Miçanga.
Fonte: www.daniel.com.br
Figura 39: Corrente de metal. Fonte:
www.daniel.com.br
Figura 40: Laço de metal. Fonte:
www.daniel.com.br
Figura 41: Fivela plástica. Fonte:
www.daniel.com.br
A seguir, serão apresentados, mais detalhadamente, os componentes da
construção inferior do calçado.
48
Seguindo o pensamento de Cipatex (2007), a sola é o principal componente da
construção inferior e tem a função de proteger a parte de baixo dos pés, estando em
contato direto com o solo. De acordo com as formas e materiais utilizados na sola, esta
pode proporcionar leveza, durabilidade, flexibilidade, aderência ao solo, tração,
transpiração, aspectos e cores. A sola pode ser feita de PU, TPU, PVC, EVA, TR,
couro, borracha, e couro reconstituído.
Figura 42: Solas.
Fonte: www.multisaltos.ind.br
A palmilha de montagem é a base de montagem do cabedal, sendo composta
por diferentes partes, como planta, reforço, alma de aço e rebites. Tem a função de
estruturar a superfície interna do calçado, mantendo sua forma. Para produzir palmilhas
de montagem, são utilizados materiais como: celulose, nãotecidos ou couro, com
diferentes formatos, conformações e composição.
Figura 43: Palmilha de montagem. Fonte: www.sefax.com.br/imagens/sefaxdif.jpg
O salto é fixado na sola, na região do calcanhar e tem a finalidade de dar altura e
suporte ao calçado. Os saltos são fabricados em diversas formas, alturas e materiais.
Os materiais mais comuns são madeira, poliestireno, ABS e combinações.
49
Figura 44: Saltos.
Fonte: www.multisaltos.ind.br
O tacão é um componente utilizado para proteger o salto do desgaste sofrido
pelo atrito com o solo, absorve parte do impacto ao caminhar. Para produzi-lo, são
utilizados materiais de alta resistência ao desgaste como: TPU, PVC ou borracha para
tamanhos maiores.
Figura 45: Tacões.
Fonte: www.multisaltos.ind.br
A entressola é colocada entre o cabedal e a sola (em alguns calçados). Possui
função estética, pois permite que o solado se torne mais espesso, sem aumentar
proporcionalmente seu peso. É mais utilizada em modelos como tênis e oferece mais
conforto por meio do amortecimento de impacto. Pode ter variadas formas, cores e
aspectos. Os materiais mais utilizados são PU e EVA.
A vira tem função estética por proporcionar melhor acabamento. É colocado
sobre a sola. Pode ter diversas formas, aspectos e cores. Sua largura espessura e
desenho variam de acordo com o modelo do calçado. Na maioria das vezes, é
produzida com o mesmo material da sola.
A palmilha interna tem a finalidade de proporcionar melhor acabamento e
conforto através de combinações com espumas e outros materiais de amortecimento. É
50
colocado sobre alguns tipos de palmilha de montagem. É produzida em formas,
aspectos e cores variadas. Os materiais comumente utilizados para sua fabricação são:
o couro, o laminado sintético e os materiais têxteis.
Figura 46: Palmilha interna
Fonte: www.corpoperfeito.com.br
3.6 Ergonomia
Os calçados, utilizados para a proteção e segurança dos pés e pernas, são tão
antigos quanto à humanidade. Às funções primordiais foram-se agregando outras, ao
longo do tempo, em razão de contextos sociais diversos: vida mundana, atividades de
trabalho, práticas desportivas, artísticas, etc.
Há, nos calçados, incontáveis e distintos modelos traduzidos por enorme
variedade de padrões estético-formais, de qualidades técnicas, de materiais, de
resistência e durabilidade, de acabamentos, de uso de cores, e assim por diante.
Os calçados têm na antropometria sua principal interface com a ergonomia,
notadamente no que se refere aos estudos e pesquisas realizados sobre os variados
tamanhos de pernas, pés e dedos das pessoas e de suas especificidades e diferenças
básicas dimensionais, sempre considerando os biótipos dos indivíduos e as
diferenciações físicas e raciais de distintas populações. Segundo Gomes (2003) Os
calçados são configurados a partir de faixas dimensionais estabelecidas
ergonomicamente em razão de complexos dados estatísticos que contemplam medidas
de pernas, pés e dedos nos conjuntos de população, sobretudo para produção
industrial seriada em larga escala.
51
De acordo com Gomes (2003), apesar de todos esses estudos e da melhor
adequação antropométrica possível, muitos são os problemas ergonômicos de
desconforto que os calçados apresentam. Dentre estes problemas, os principais são:
• Inadequação física de acomodação dos pés e/ou pernas dentro do calçado;
• Inadequação pela própria configuração do modelo de calçado (bico fino, por
exemplo);
• Inadequação causada por materiais utilizados na confecção do calçado;
• Muitas vezes o usuário precisa trocar o par de calçados de sua predileção por
um outro porque a numeração não coincide com aquela adequada para seus
pés. Em outras, o usuário possui numeração quebrada, por exemplo 37,5 (a
maioria dos fabricantes trabalha com numeração redonda) e aí a alternativa é
escolher o número 38, naturalmente com folga, restando apenas a opção de usar
uma palmilha, que nem sempre é uma boa solução.
• Pouca disponibilidade de sortimento de modelos para usuários com pés grandes,
ou seja, calçados de tamanho superior ao número 42.
A contribuição da ergonomia no design de calçados é de fundamental
importância, sobretudo quanto aos aspectos da correta utilização dos dados
antropométricos disponíveis; quanto à modelagem em função dos ajustes que são
necessários na definição dos tamanhos dos calçados, quanto ao design adequado ao
modelo em função de utilização; quanto a uma maior variedade de opções de escolha
por parte do usuário e quanto a melhor adequação possível dos materiais utilizados na
configuração do calçado. Finalmente, deve ser considerada a grande variedade de
outros produtos, peças e acessórios utilizados no calçado com suas funções técnicas e
operacionais, ou, ainda, como função simplesmente de valor agregado à aparência
estética, simbólica e lúdica aspectos relacionados ao adorno, ornamentação,
diversificação de cores e acabamentos.
3.6.1 Antropometria
Esta etapa apresenta as características da forma, a modelagem e a marcação de
pontos.
52
3.6.1.1 A forma para calçados
A forma é um item utilizado na fabricação de calçados que representa as
medidas e o movimento dos pés. Através dela são produzidos os calçados, os quais
adquirem seu formato e padronização nos aspectos anatômicos, estéticos e técnicos.
Segundo Schmidt (1995), as principais funções da forma são reproduzir as
características e dimensões do pé humano, servir de base para o dimensionamento dos
itens que compõem o calçado, servir de base para a montagem e acabamento do
calçado e determinar o formato do calçado.
Antigamente tanto o calçado quanto a forma eram fabricados pelo sapateiro, pois
este era o único que entendia do assunto. Com o passar do tempo, o calçado passou a
ser produzido em série, e a forma se tornou mais um elemento indispensável para a
fabricação de calçados.
Para a confecção de formas, além da necessidade de conhecer o processo
produtivo do calçado, é fundamental conhecer a relação estreita entre a forma e o
calce. Além disso, a confecção destas deve ser feita a partir de medidas
antropométricas, que são obtidas por estudos ou pesquisas realizados com os pés da
população ou resultantes da prática de mercado, caracterizando com fidelidade os tipos
de pés que a forma deve representar.
3.6.1.2 Nomenclatura das partes da forma
A nomenclatura das partes da forma tem o objetivo de facilitar a troca de
informações entre técnicos, o que facilita a compreensão quanto à identificação das
regiões, pontos e linhas da forma.
A forma pode ser dividida em duas regiões: a região inferior e a superior. A
região inferior é chamada de planta da forma ou palmilha, esta é subdividida em quatro
outras sub-regiões. Veja na imagem a seguir.
53
Figura 47: Região inferior da forma
Fonte: SCHMIDT, 1995.
A região “a” é o calcanhar e corresponde à região do salto. A zona “b” diz
respeito ao enfranque, situa-se numa região intermediária entre o enfranque e a planta
e, geralmente não toca o solo. O apoio é representado pela letra “c” e é a região de
apoio e flexão do calçado. O “d” corresponde ao bico, que fica situado na parte anterior
da forma, aproximadamente 10% do seu comprimento. Este toca o solo somente na
última fase do passo.
Já a região superior diz respeito às laterais da forma e a região da chave. Toda
lateral interna ou externa da forma é chamada de corpo-de-forma. Observe a região
superior da forma na imagem que se segue.
Figura 48: Região superior da forma.
Fonte: SCHMIDT, 1995.
O couro de proteção tem como função proteger a forma contra impactos
causados pelas máquinas e o tubo para proteger a forma contra possíveis quebras e/ou
deformações, oferece a possibilidade de fixação da forma nos processos de montagem.
54
3.6.1.3 Tipos de formas
Há tipos de formas para todos os tipos de calçados, na escolha destas deve ser
considerado o sistema de montagem (colado, tachado, Califórnia ensacado, etc.) ou
pela linha do calçado (estilo, altura, etc.).
Em relação ao sistema de montagem, são utilizadas formas:
• Sem chapa: utilizadas na produção de calçados tipo tênis, mocassins e calçados
com montagem colada.
Figura 49: Forma sem chapa.
Fonte: SCHMIDT, 1995.
• Com chapa de metal: usadas para montagem do tipo tacheado. Este tipo de
forma a protege de deformações na região inferior.
Figura 50: Forma com chapa de metal.
Fonte: SCHMIDT, 1995.
De acordo com a linha do calçado, as formas podem ser do tipo:
• Inteiriça: usada em calçados que favorecem a liberação da forma após a
montagem. Indicada para a confecção de calçados com abertura no dorso do pé
ou parte posterior, pois facilita a desenformagem.
55
Figura 51: Forma inteiriça. Fonte: SCHMIDT, 1995.
• Com cunha: utilizada na fabricação de calçados fechados, com médio grau de
dificuldade na desenformagem, ocasionado pela altura do talão ou da gáspea.
Figura 52: Forma com cunha.
Fonte: SCHMIDT, 1995.
• Com articulação Califórnia: Utilizada na montagem de calçados delicados ou de
difícil desenformagem.
Figura 53: Forma com articulação Califórnia
Fonte: SCHMIDT, 1995.
56
• Com articulação em “V”: Usada na fabricação de calçados muito delicados e
sujeitos ao rompimento, principalmente na região da boca da gáspea.
Figura 54: Forma com articulação em “V”
Fonte: SCHMIDT, 1995.
3.6.1.4 Matéria-prima
Geralmente, as formas para calçados são feitas de três diferentes classes de
matérias-primas: a madeira, o plástico e o metal. A escolha do material é realizada de
acordo com as condições de produção do calçado.
As formas feitas de madeira são resistentes à abrasão e a altas temperaturas,
porém modificam-se com o decorrer do tempo e com a variação de temperatura e
umidade.
O plástico tem sido cada vez mais conveniente na fabricação das formas pois é
bastante resistente à abrasão, a altas temperaturas e à deformação.
As formas de metal apesar de não permitirem absoluta precisão em uma coleção
e nem acabamento muito aprimorado, são muito importantes na fabricação de calçados
tipo vulcanizado e injetado direto.
3.6.1.5 Modelagem de Calçado
A primeira etapa para se construir um calçado é a modelagem. Nela une-se o
design e as medidas tecnicamente corretas respeitando a fisiologia e anatomia do pé. É
57
necessário que o modelo esteja dentro da lei geométrica e da parte técnica, para que
seja cômodo e proteja o pé na função da marcha.
A primeira etapa é a planificação da palmilha. Coloca-se fita crepe no solado da
forma. A fita é colocada no comprimento da forma. As demais serão colocadas
sobrepondo-as umas as outras, no sentido da largura da forma. Concluído aparar as
rebarbas, utilizando-se o estilete, faca de corte ou uma lixa de unha. Retira-se a fita da
forma e cola-se no papel triplex (papel resistente). Recorta-se a palmilha com o estilete,
sem prejudicar as formas.
Figura 55: Planificação da palmilha
Fonte: KALINOWSKI, 1995.
A segunda etapa chama-se “marcações da palmilha”. No eixo da palmilha,
marca-se o meio das extremidades e traça-se uma reta. O eixo do salto fica
centralizado na região da cama do salto, ou seja, um quarto do comprimento real da
palmilha. (Ex: 23,31 ÷ 4 = 5,82 cm). Nos pontos do costado, colocam-se os lados
internos e externos da palmilha sobre uma base plana, com inclinação de 45º. Verifica-
se e marca-se qual é a parte que fica mais encostada na região do peito do pé. Traça-
se uma reta entre os dois pontos. No reforço, sobre a linha do eixo do salto, marca-se
uma reta com 62% da medida do comprimento da palmilha (Ex: 23,31 x 62% = 14,454
cm), traça-se uma reta perpendicular ao eixo até as laterais. Em seguida desce-se 0,5
cm do meio, traça-se uma curva entre os 2 pontos, copia-se para uma cartolina
somente o desenho do reforço.
58
Figura 56: Marcações da palmilha.
Fonte: KALINOWSKI, 1995.
Na etapa “corpo-de-forma médio”, cobre-se toda a forma com fita crepe (sem
rugas), iniciando com uma fita no meio da forma tanto na parte dianteira quanto na
traseira. Em seguida colocam-se as fitas sobrepondo-as no sentido da largura da forma,
como mostra a imagem 57.
Figura 57: Forrando a parte superior da forma.
Fonte: KALINOWSKI, 1995.
Aparam-se as rebarbas do solado e chave da forma com estilete. Com auxílio da
palmilha, marcam-se pontos extremos do solado e divide-e a chave ao meio. Conferem-
se as linhas e dividem-se com estilete as partes interna e externa. Retira-se e coloca-as
na cartolina, fixando pelo meio e dando piques próximo às pontas ou onde for
necessário abrir para planificar as peças.
Em um papel, contorna-se o desenho de um lado da forma, e sobrepõe-se o
desenho do outro lado, alinhando-os pelo bico e a parte superior traseira. Marca-se
uma linha no meio das partes que apresentaram desalinhamento. Esta linha média será
o desenho do corpo-de-forma médio.
59
Figura 58: Comparação dos lados interno e externo.
Fonte : KALINOWSKI, 1995.
Corta-se a peça por esta linha média, contorna-se novamente em um papel
deixando espaço abaixo para os aumentos.
Na etapa “aumento de montagem”, na região do salto, cálculo de aumento: 1,50
cm = margem montagem + 0,35 cm = espessura do reforço + 0,18 cm = espessura da
palmilha, total: 1,50 + 0,35 + 0,18 cm = 2,03 cm = 2 cm, marca-se esta medida na parte
inferior traseira. Parte da frente: 1,7 cm (medida sem a espessura do reforço), marca-se
esta medida na parte inferior da frente.
Obs: a parte da região do calcanhar sofrerá um ajuste para acompanhar a
anatomia do pé e evitar acúmulo de material.
Na “marcação dos pontos base”, cobre-se com fita crepe somente o lado externo
da forma. Marcam-se as linhas do meio (solado e chave), com o auxílio da palmilha. Em
seguida refila-se com estilete seguindo as linhas de contorno definidas. Marca-se o
comprimento real da palmilha na forma de acordo com a numeração da mesma e
transfere-se este ponto para cima da forma. Encontra-se o ponto do calcanhar (ponto
30) diminuindo 0,5 cm do número da forma, marca-se essa medida de baixo para cima,
no calcanhar:
• Ponto A: ponto de elevação, para achá-lo mede-se a lateral da forma, do ponto
do calcanhar até o ponto da frente da forma encontrado no item acima. Calcula-
se 2/3 o valor encontrado o valor encontrado e marca-se sobre a forma. A partir
desse ponto, em direção à linha superior central da gáspea, formando um ângulo
de 90º, marca-se o ponto A.
60
• Ponto B: ponto do alto do dorso do pé, para achá-lo deve-se partir do ponto A,
subir 60 mm marcando o ponto B, para o numero 35. Nos números acima deve-
se aumentar 0,2 cm para cara número, e para abaixo de 35, diminuir 0,2 cm.
• Ponto C: ponto do costado. Encosta-se o lado externo da forma numa superfície
plana. Marca-se e traça-se uma reta deste ponto até A.
• Ponto D: boca da gáspea. Este ponto equivale à metade de A-B, partindo de C.
• Ponto E: ponto auxiliar. Marca-se a mesma medida de A-B, partindo de C.
• Ponto F: corresponde a altura do calcanhar. Em calçados femininos soma-se ao
número da forma + 18 (ex: 35+18 = 5,3 cm). Em calçados masculinos, soma-se
ao número da forma + 20. (ex: 35+20 = 5,5 cm). Para achar o ponto medi-se da
base do calcanhar para cima.
• Ponto G: é a cama do salto, corresponde a ¼ do tamanho real da forma e pode
ser transferido da medida achada na palmilha. Este ponto deve ser transferido da
palmilha para a lateral da forma.
• Ponto H: é a parte mais alta da forma na parte da frente.
• Ponto I: é a parte mais avançada da forma (bico).
• Ponto J: altura do talão, na lateral. Para encontrar este ponto deve traçar uma
reta ligando D com F e outra ligando B com L.
• Ponto L: é a parte inferior do calcanhar.
Figura 59: Marcação de pontos.
Fonte: KALINOWSKI, 1995.
Somente com estes pontos é possível desenhar modelos elaborados,
obedecendo às características de conforto, diminuindo problemas com o calce.
61
3.6.2 Biomecânica
No apoio dos dois pés ou apenas um, o pé recebe metade ou toda carga
corporal, transmitida pela tíbia ao talo. Tal força divide-se em dois vetores: um que se
dirige para o calcâneo e outro que se direciona para as cabeças dos metatarsianos.
Observe na imagem que se segue.
Figura 60: Biomecânica Fonte: SCHMIDT, 1995.
Quando descalço, o calcâneo sofre uma carga de 57% e o metatarsiano, 43%.
Com um salto de dois centímetros, tais valores são equilibrados.
Figura 61: Descalço.
Fonte: SCHMIDT, 1995. Figura 62: Salto dois centímetros.
Fonte: SCHMIDT, 1995.
Ao utilizar um calçado com salto de quatro centímetros de altura, o calcâneo
sofre uma carga de 43%, enquanto o metatarso, 57% do peso. Utilizando um salto de
seis centímetros de altura, 25% é direcionado sobre o calcâneo e 75% sobre a cabeça
dos metatarsianos.
62
Figura 63: Salto quatro centímetros.
Fonte: SCHMIDT, 1995. Figura 64: Salto seis centímetros.
Fonte: SCHMIDT, 1995.
Em calçados com altura de 10 centímetros, praticamente todo o peso concentra-
se sobre os metatarsianos.
Figura 65: Mais de dez centímetros de salto.
Fonte: SCHMIDT, 1995.
3.6.2.1 Articulações do pé
Há uma certa diferença nas articulações do pé, uma relacionada ao movimento e
a outra com o apoio.
63
A articulação dos movimentos permite os mesmos, com a finalidade de
locomoção situada no tornozelo e nas articulações dos dedos. É de grande importância
no movimento de marcha.
As articulações de apoio são pequenos movimentos do pé, cuja principal função
é mantê-lo adaptado à terrenos irregulares e amortecer o choque do pé contra o solo na
marcha.
Através da articulação do tornozelo, pequenos movimentos de flexoextensão do
pé são realizados, básicos para a marcha e a posição na planta dos mesmos. Por conta
disso, são possíveis: a corrida, o salto e a dança.
Figura 66: Articulações do pé
Fonte: SCHMIDT, 1995.
3.6.2.2 A marcha humana
Conforme Schimidt (1995) a marcha é uma sucessão de passos ou um
movimento por sucessão alternante de apoio de pé de um ou de dois. É, também, o
movimento mais característico do ser humano.
64
As principais características da marcha são:
• Ciclo da marcha: intervalo compreendido entre dois choques sucessivos do
calcanhar de um mesmo pé contra o solo. Um ciclo consta de dois passos;
• Período de apoio: parte do ciclo em que o pé contata com o solo;
• Período de oscilação: parte do ciclo em que o pé não contata com o solo;
• Apoio duplo: parte do ciclo em que ambos os pés entram em contato
simultaneamente com o solo;
• Apoio unilateral: somente um pé contata com o solo;
• Velocidade da marcha: distância percorrida pelo corpo humano em uma unidade
de tempo;
• Cadência da marcha: é o número de passos por unidades de tempo;
• Comprimento do ciclo: distância entre dois choques consecutivos do calcâneo de
um mesmo pé;
• Comprimento do passo: distância entre ambos os pés quando contatam com o
solo;
• Calcâneo-solo: momento em que o calcanhar contata o solo, marcando o
princípio e o final do ciclo;
• Retirada do hálux: momento em que o hálux deixa de contatar o solo. Marca o
final do período de apoio e o princípio do período de oscilação.
Durante a marcha, o mecanismo de trabalho do pé acontece de acordo com os
seguintes tempos:
• Choque pelo calcanhar;
• Apoio de calcanhar e da cabeça de todos os metatarsos e, logo a seguir, apoio
na borda externa;
• Apoio das cabeças de todos os metatarsos e polpas dos dedos;
• Retirada, apoiando-se somente na ponta do hálux.
A seguir, a cadência do pé durante a marcha.
65
Figura 67: Cadência do apoio do pé durante a marcha.
Fonte: SCHMIDT, 1995.
3.6.3 O conforto em calçado
Geralmente, é confortável para os pés, tudo que contribui para o bem estar dos
mesmos. Porém, o conforto do calçado vai além disso, pois este está também
associado à segurança e a saúde dos usuários, evitando a sua exposição a
deformações e lesões.
Muitas vezes, um calçado pode parecer facilmente identificado pelo usuário, mas
a sensação inicial de conforto, muitas vezes, não é permanente, pois outros fatores
66
podem surgir com um tempo, como, por exemplo, o aumento excessivo da temperatura
dos pés durante o uso.
Confotme o IBTeC (Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçados e
Artefatos) (2007), alguns fatores que indicam o conforto em calçados são: bom calce;
manutenção da integridade do tecido epidérmico dos pés; liberdade dos dedos ao
caminhar; flexibilidade do cabedal; salto adequado; segurança e estabilidade no andar;
pouca umidade interna; boa distribuição da pressão plantar; pouco aumento da
temperatura dos pés dentro dos calçados; percentual de absorção d impacto; baixo
índice de vibração tibial e pouco atrito interno.
As avaliações qualitativa e quantitativa têm grande importância para a
determinação dos requisitos de conforto em um calçado. A percepção do usuário pode
ser usada qualitativamente alguns dos requisitos, e a avaliação quantitativa deve ser
realizada em laboratórios especializados, assim, profissionais avaliam os fatores que
caracterizam o conforto do calçado.
As variações de temperatura do pé, dentro do calçado, durante o caminhar são
medidas através dos requisitos da NBR 14837 Calçados – Determinação da
temperatura interna. Na avaliação das condições microclimáticas do pé utilizando o
calçado, destacam-se dois fatores: a temperatura interna e o controle da umidade
gerada pelo pé, calçado e meias. É muito importante que o contato dos pés com os
forros internos e as palmilhas proporcione bom índice de transpiração e absorção, não
elevando muito a temperatura dos pés e não os deixando úmidos (IBTeC, 2007).
As novas tecnologias relacionadas ao mercado calçadista vêm sendo
desenvolvidas em busca de melhoria de qualidade do produto, de sua durabilidade e,
também, para atender uma série de atributos característicos de cada aplicação, sendo
esportivo, casual, de trabalho, de proteção, de lazer, entre outros.
Conforme IBTeC, (2007), para isso a biomecânica utiliza tecnologia de ponta e
sistemas simultâneos, incluindo câmeras de vídeo de alta velocidade, plataformas de
força, palmilhas eletrônicas, eletromiógrafos, sensores térmicos, acelerômetros e
também termógrafos. Com esses equipamentos, consegue-se observar o
comportamento do corpo humano em diversas situações, para que se possa compor
um calçado adequado para cada situação.
67
Com esta tecnologia, a mesma tem permitido um acesso mais rápido, completo e
preciso às informações sobre os comportamentos de sistema locomotor e a interação
do usuário com o calçado.
Em calçados femininos, o foco está na busca do conforto com modelos de salto
alto, ou seja, melhores palmilhas para distribuir melhor o peso corporal e saltos com
sistema de amortecimento.
Já os calçados para pessoas que sofrem de hiper-hidrose, devem possuir
materiais que permitam a respiração dos pés e auxiliem na absorção do suor, para que
além dos pés não deslizarem sobre a palmilha, o material da mesma ajude na absorção
no momento de sudação. Os modelos de calçados para pessoas que sofrem desta
doença devem ser, de preferência, abertos, para que os pés não fiquem ainda mais
abafados, e que o ar possa ventilar dentro do calçado, evitando assim o aparecimento
de outras doenças, como, por exemplo, a ceratólise com depressões, já citada
anteriormente. Estes mesmos calçados devem ser bem presos nos pés, possuindo
então, tiras e amarrações que proporcionam ao usuário maior segurança contra
possíveis acidentes durante a marcha, assim como, escorregões que lançam os pés
para fora do calçado.
O calçado surgiu como uma necessidade de proteção do frio, calor e de certas
superfícies e com o passar do tempo passou a ser objeto de desejo, em função de sua
estética. Nos dias atuais, busca-se além de proteção e estética, agregar conforto aos
calçados, trabalhando com novas tecnologias e pesquisas relacionadas a materiais.
3.7 Estado de design
O mercado de moda é um dos mais ricos e influentes nos dias atuais. No Brasil e
no mundo, muito dinheiro é movimentado em
desfiles, exposições, lojas, fábricas, cinema, televisão, música, etc. As empresas do
país agora investem na criação e no desenvolvimento nacional ao invés de
simplesmente fabricar o que é desenhado nos EUA e Europa.
68
Conforme Sicoli, Werneck e Toth (2002), desde meados dos anos 80 a indústria
mundial de calçados vêm fazendo uma reformulação nos seus processos de produção
e organização de trabalho. Nos países mais desenvolvidos, novas tecnologias e
equipamentos são induzidos nas indústrias e máquinas para a melhor fabricação.
A indústria calçadista passou de apenas necessária e útil, para uma necessidade
mundial. É parte principal do vestuário e um dos ramos que mais vem crescendo nos
últimos anos no mercado mundial.
Nesta pesquisa, busca-se conhecer o que já existe no mercado calçadista
nacional e internacional, em relação aos modelos de calçados e materiais neles
utilizados. Esta é realizada através de sites internacionais de grandes estilistas, marcas
e revistas específicas de moda.
Buscou-se também conhecer os calçados existentes no mercado que de alguma
forma ajudem na absorção ou passagem do suor.
3.7.1 Calçados Geox
Segundo o site Geox (2008), esta é uma empresa que investe constantemente
em inovação, isso acontece desde sua fundação. Há uma sede com um laboratório de
investigação e desenvolvimento, onde trabalham 15 funcionários especializados, entre
eles: engenheiros, químicos e físicos. Os principais objetos de estudo são: o movimento
de calor humano e a transpiração. Graças aos testes laboratoriais, a Geox analisa os
materiais utilizados na construção do sapato, verificar a qualidade dos produtos no
mercado e, principalmente, estudando novas tecnologias e novos protótipos de calçado
ou de roupas.
Figura 68: Rasteira Geox. Fonte: www.geox.com
Figura 69: Sapatilha Geox. Fonte: www.geox.com
69
Figura 70: Sapato Geox. Fonte: www.geox.com
Figura 71: Rasteirinha Geox. Fonte: www.geox.com
Figura 72: Sandália Geox. Fonte: www.geox.com
Figura 73: Scarpin Geox. Fonte: www.geox.com
Para levar a cabo a investigação, a Geox criou e patenteou novos equipamentos que
permitem os estudos científicos jamais realizados anteriormente. Geox colabora com os
melhores centros de investigação e as universidades mais prestigiadas na Itália e no
exterior para testar novas tecnologias.
Para garantir um serviço preciso aos consumidores, a Geox torna constante o
controle sobre a qualidade dos produtos no mercado. As novas coleções são
submetidas a testes laboratoriais em Montebelluna. Posteriormente, a produção é
monitorada tanto a partir do site interno escritório na sede da Itália, tanto em instalações
de produção.
Geox tem resolvido o problema da sudorese simples com um sistema que é
reconhecido com uma patente internacional.
As solas de borracha criar uma caixa d'água ao redor do pé e do suor natural
produzido pela transpiração condensa no interior do sapato. Isto cria uma sensação
desagradável de pés molhados e mau cheiro. Geox tem colocado a uma série de
pequenos buracos nas solas de borracha, na maior concentração de glândulas de suor
do pé planta.
A molécula Vapor é 700 vezes menor do que uma gota de água. Os laboratórios
da empresa têm desenvolvido uma membrana, feita de um material microporoso. O
microporos são menores do que uma gota de água, mas maiores do que uma molécula
70
de vapor. Por isso, o vapor pode escapar, mas a água não consegue entrar no sapato
do pé e permanece seco.
Figura 74: Membrana Geox.
Fonte: www.geox.biz/inn_brevetti_gomma.asp
Juntamente com a membrana, os calçados Geox possuem o solado de borracha
perfurado na região do pé mais rica em glândulas sudoríparas, a planta, para ajudar no
processo da passagem do calor dos pés para fora do calçado.
Figura 75: Sola de borracha impermeável Geox. Fonte: www.geox.biz/inn_brevetti_gomma.asp
71
3.7.2 Tênis Kidy: Respira e mantém os pés secos
Figura 76: Tênis Kidy
Fonte: www.kidy.com.br
Segundo o site Kidy (2008), esta desenvolveu uma linha de tênis chamado Play,
que vem com saída de ar e palmilha com tecnologia Respi-tec, o que favorece a
circulação do ar durante a caminhada, deixando os pés secos e longe de fungos e
bactérias.
O sistema funciona da seguinte forma: a primeira camada, por ficar em contato
com o pé, é antimicrobiana e permite a passagem da umidade, o que resulta em
extrema sensação de conforto. Já a segunda camada, com sistema de absorção de
impacto, possui poros que deixam a umidade fluir para a terceira camada, que é
elaborada em material tratado, com alto poder de absorção.
Disponível nos tamanhos entre nº 23 ao 32, os tênis chegam em diversos
modelos para meninos de 3 a 7 anos e meio. Produzido com material sintético, tem
solado composto por uma borracha termoplástica e antiderrapante, garante assim mais
segurança para as crianças.
3.7.3 Material DryShoe
Figura 77: Material DryShoe
Fonte: http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=3683
72
Segundo o site Portal Fator Brasil (2007), A Cipatex, revolucionou o setor
calçadista com o lançamento do sistema DryShoe. Foram realizadas pesquisas pela
equipe do CTC (Centro Tecnológico Cipatex), as quais obtiveram um resultado inédito
no mercado mundial. A possibilidade de obter tanto cabedal como forro em PVC
transpiráveis e absorventes, sem recorrer a processos mecânicos (microperfuração e
espuma mecânica que apresentam sérias limitações), é o cerne desse processo que já
se encontra com patente requerida.
É o primeiro laminado à base de PVC que respira e absorve a transpiração. O
DryShoe é fabricado com alta estabilidade industrial, sua reprodutibilidade foi testada
em algumas dezenas de milhares de metros produzidos. Diferentemente do PVC
comum, o DryShoe é dotado de toque e maciez, transpirabilidade e transferência
térmica. A tecnologia induz à formação de microporos interligados, permitindo a
permeabilidade sem comprometer o visual e a performance do produto final.
Utilizado tanto na produção do forro, quanto na do cabedal, o DryShoe, torna-se
um grande aliado para empresas que procuram otimização de processos e de custos
em relação a outros laminados sintéticos. Além disso, como a Cipatex detém a
tecnologia, pode diferenciar o DryShoe de acordo com as necessidades de cada
cliente, podendo modificar características como textura, cor e espessura.
3.7.4 Pesquisa de vitrina nacional
Na pesquisa de vitrina nacional, foram observados e selecionados aspectos de
calçados encontrados em lojas e marcas locais. Seus modelos, saltos, cores e
características.
A Arezzo utiliza modelos de rasteiras com amarrações no tornozelo, que
proporcionam mais segurança ao usuário, assim como modelos de salto alto com o
cabedal fechado com diversas tiras de cores e texturas diferenciadas, além de modelos
de salto com o uso de meia-pata e anabela, que proporcionam maior estabilidade ao
usuário durante a marcha.
73
Figura 78: Calçados Arezzo. Fonte: www.arezzo.com.br.
A Dumond trabalha com modelos de calçados que possuem tiras entre os dedos
que auxiliam na segurança e estabilidade dos pés dentro dos mesmos, assim como as
tiras que são presas no tornozelo, evitando com que o usuário tenha seus pés lançados
para fora do calçado. Há mistura de vários materiais em um mesmo modelo de calçado,
assim como o uso de duas ou três cores em um único modelo.
Figura 79: Calçados Dumond. Fonte: www.dumond.com.br.
A marca Carmen Steffens possui modelos bastante abertos, característica que
auxilia na ventilação e passagem do ar dentro do calçado. Utiliza modelos de salto
como o salto grosso e o uso da meia-pata que proporcionam maior estabilidade ao
caminhar, assim como várias tiras sobre o peito do pé que fazem com que o mesmo
fique bem acomodado dentro do calçado e não corra o risco de resvalar e/ou
escorregar.
Figura 80: Calçados Carmen Steffens. Fonte: www.carmensteffens.com.br.
74
A Luíza Barcelos produz modelos de calçados sofisticados e diferenciados
utilizando mais de um tipo de material em um mesmo modelo, formas orgânicas e/ou
geométricas, além do cabedal composto por uma ou várias tiras grossas que melhor
acomodam os pés dentro do calçado, além da tira que prende o calçado no tornozelo.
As construções inferiores permitem maior estabilidade ao caminhar, pois seus modelos
são compostos por rasteiras e saltos mais grossos.
Figura 81: Calçados Luiza Barcelos Fonte: www.luizabarcelos.com.br
A marca Para Raio utiliza em seus modelos cores bastante vibrantes e modelos
que acomodam os pés dentro do calçado com maior segurança, utilizando tiras presas
ao tornozelo ou modelos de cabedal totalmente fechados na região do peito do pé. Os
saltos variam da rasteira ao salto grosso, o que disponibiliza à usuária opções
diversificadas.
Figura 82: Calçados Para Raio Fonte: www.pararaio.com
De acordo com os modelos selecionados, observa-se no mercado nacional,
modelos de calçados que proporcionam certo conforto ao usuário através de modelos
bem presos aos pés utilizando várias tiras, principalmente na região do tornozelo, há
também o uso de modelos de rasteira ou saltos mais grossos com meia pata que
75
proporcionam maior estabilidade e segurança durante o uso. Há formas e modelos
bastante diversificados tanto para saltos quanto para o cabedal, assim como cores
discretas e exuberantes e texturas diferenciadas. Estas marcas apenas pecam em
utilizar materiais como o verniz, que não permite a respiração dos pés e impede a
absorção do suor.
3.7.5 Pesquisa de vitrina internacional Para a pesquisa de vitrina internacional, alguns sites de estilistas internacionais
foram pesquisados. A seguir encontram-se calçados de Balenciaga, Prada, Chanel e
Pierre Hardy.
Os calçados da marca Balenciaga são composto por diversas cores, sendo estas
vibrantes e inclusas em uma única estampa ou por combinações de tiras variadas. São
fechados tanto nas laterais, quanto no peito do pé, proporcionado maior segurança
durante a marcha. Há também o uso de salto grosso, que proporciona maior
estabilidade ao usuário do calçado.
Figura 83: Calçados Balenciaga. Fonte: www.balenciaga.com.
Os calçados Prada possuem o cabedal aberto, que facilita a passagem do ar e
permite que os pés respirem. Pode possuir uma única cor, ou então combinações
delas, todas vibrantes. O salto é grosso e trabalhado, contribuindo na estética do
produto e na estabilidade para o usuário.
76
Figura 84: Calçados Prada. Fonte: www.prada.com.
Os calçados Pierre Hardy são trabalhados em linhas distintas, sendo elas
extremamente ousadas ou discretas. Ambas possuem diversas tiras no cabedal,
prendendo o calçado firmemente nos pés, principalmente na região do tornozelo.
Figura 85: Calçados Pierre Hardy. Fonte: Use Fashion, Ano 5, Nº 48.
Assim como a vestimenta feita em alta costura da grife Chanel, os calçados são
extremamente sofisticados. As cores são discretas, combinações em harmonia. Os
modelos são fechados na região do tornozelo e, alguns deles, possuem meia pata,
proporcionando maior segurança e estabilidade aos usuários.
Figura 86: Calçados Chanel. Fonte: www.chanel.com.
77
Através da pesquisa realizada, nota-se que no mercado internacional, os
calçados possuem cabedal composto de várias tiras, tanto grossas como finas e/ou
tiras transpassadas que acomodam melhor os pés dentro do calçado, proporcionando
maior segurança e evitando que os mesmos saiam das sandálias. Os saltos são altos,
grossos ou finos, com meia pata, diminuindo o risco de virar os pés. Os calçados
aparecem com muitas cores e estampas. Percebe-se também o uso de vários enfeites
como cristais, flores exageradas e componentes metálicos de variados tamanhos, que
contribuem para a estética do calçado.
3.7.6 Pesquisa de Campo – Visita técnica à Fimec
Com o intuito de conhecer o que há no mercado, nos dias atuais, em relação aos
materiais utilizados para a produção de calçados, foi realizada uma visita técnica à 32ª
FIMEC (Feira Internacional de Couros, Químicos, Componentes e Acessórios,
Equipamentos e Máquinas para Calçados e Curtumes) no dia 11 de abril de 2008, em
Novo Hamburgo – RS.
Foram encontradas linhas metalizadas para a costura ou bordado do calçado. A
linha de costura pode ser utilizada para dar um diferencial ao modelo ou então para
acompanhar a cor do material. Já as linhas para bordado são utilizadas para a
execução dos mesmos, aumentando assim, o apelo visual do calçado, contribuindo na
estética do mesmo.
Figura 87: Linhas metalizadas para costura e bordado.
Fonte: Arquivo do autor.
78
Além disso, observou-se diversos tipos de maquinários para a costura de
componentes do calçado, para o bordado, máquinas que auxiliam na produção de
alguns destes e até mesmo na montagem do calçado.
Foram vistos também muitos enfeites para o cabedal, principalmente para a
região da gáspea, sendo eles com diferentes materiais, formas e tamanhos.
Figura 88: Enfeites.
Fonte: Arquivo do autor.
Observou-se, na feira, grande variedade de possibilidades para se construir
calçados com o uso da meia-pata. Além de proporcionar maior estabilidade a quem
usa, a construção inferior formada de meia pata pode ser de uma infinidade de
materiais, acrílico, madeira, com salto de metal, contribuindo então, na estética do
produto.
Figura 89: Meias-patas. Fonte: Arquivo do autor.
Foram visualizadas muitas formas de saltos, sendo eles salto grosso, fino, médio
ou até mesmo anabela, além de fachetes feitos de diversas cores e formas, o que
contribui no aspecto visual do calçado.
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Figura 90: Saltos médios. Fonte: Arquivo do autor.
Observou-se grande variedade de composições para enfeites de cabedal do
calçado com o uso de metal, sendo estes com cristais, ou correntes com acrílico,
ambos auxiliando no apelo estético do produto o qual estes serão utilizados.
Figura 91: Enfeites metálicos com cristais. Fonte: Arquivo do autor.
Figura 92: Correntes metálicas e de acrílico. Fonte: Arquivo do autor.
Para quem sofre de hiper-hidrose, amarrações são de grande importância, pois
proporcionam que o usuário as regule da forma desejada. Na feira foram encontrados
cadarços com tramas diferenciadas, de cores vibrantes e materiais metalizados, tecidos
ou de palha. Além de tiras que podem ser utilizadas tanto como amarrações como para
a composição do cabedal. Possuem diferenciais estético e funcional.
80
Figura 93: Cadarços. Fonte: Arquivo do autor.
Figura 94: Tiras de fios tramados. Fonte: Arquivo do autor.
Para os calçados de salto, foram encontrados tacões de poliuretano de cores
vibrantes, podendo ser estes em uma única cor ou mesclados, além de cores mais
discretas. Para o forro de cepas, foi visto materiais de palha com as mais diversificadas
tramas, imitação de cortiça, ambas com brilho, aumentando o valor estético do produto.
Figura 95: Tacões. Fonte: Arquivo do autor.
Figura 96: Materiais para forro de salto.
Fonte: Arquivo do autor.
81
Além de todos os materiais e acessórios acima citados que contribuem
principalmente para a formação estética do calçado, foi encontrado um material para
forro de calçado da marca Intexco, chamado de Ecoline Bis Bugatti Lem, feito de PU
(poliuretano) atua com forte apelo no conforto.
Figura 97: Ecoline Bis Bugatti Lem.
Fonte: http://www.fenac.com.br/fimec2008/index.php?idiomas_id=1&acao=noticia&id=732.
Segundo o site Fimec (2008), este material é construído sobre um coagulado
especial, o qual possui dupla absorção e dupla transpirabilidade e também oferece
tratamento anti-bactericida. Estas características proporcionam aos pés dos
consumidores mais saúde, eliminando fungos e bactérias que provocam o mau cheiro.
Ainda seguindo a teoria do site Fimec, o Ecoline Bis Bugatti Lem é um material
construído sobre uma base de tecido-não-tecido em viscose impregnada e coagulada
em uma solução de PU, o que resulta em um forro que tanto a superfície quanto a parte
interna do produto da mesma cor.
Figura 98: Testes Ecoline Bis Bugatti Lem
Fonte: http://www.fenac.com.br/fimec2008/index.php?idiomas_id=1&acao=noticia&id=732.
82
Este suporte de cor é somente possível pois tanto as bases quanto o
acabamento final são feitos em uma mesma unidade fabril. Uma infra-estrutura
criteriosamente planejada que dispõe de ilimitado número de cores para atender a
multiplicidade de tons e gravações finais, assegurando a transpirabilidade e absorção
em todas as suas gamas.
3.8 Tendências
Este capítulo apresenta as tendências de formas e materiais para calçados do
verão 2009. Para a realização desta pesquisa foi utilizado o caderno “Fórum de
inspirações para calçados e artefatos verão 2009” do SENAI e a revista Use Fashion
ano 5, número 48.
Para o verão 2009 serão utilizados cabedais femininos com visual masculinizado,
sapatos fechados com gáspeas com aberturas, sapatos Peep Toe, sacarpins e
abotinados, sapato boneca com saltos baixos, médios e altos. Sapatilha
esportiva,muitas tiras finas e largas sobre o peito do pé, amarrações no tornozelo, botas
de cano curto e longo, botas de bico aberto, sandálias fechadas na lateral, tamancos
com saltos altos, sandálias rasteiras de dedo, sandálias de tiras finas com strass.
Figura 99: Sandália fechada.
Fonte: Brisa, 2008.
Figura 100: Peep Toe. Fonte: Brisa, 2008.
Figura 101: Muitas tiras sobre o peito do pé. Fonte: Brisa, 2008.
Figura 102: Amarrações no
tornozelo. Fonte: Brisa, 2008.
Salto de agulha de metal, saltos de acrílico, saltos grossos e quadrados, saltos
trabalhados e enfeitados com pedrarias, meia-pata e salto grosso, reto ou em forma de
cone, meia pata com saltos extremamente altos, Anabela em gomos de altura média,
83
plataformas altíssimas e forradas com juta, cepas de madeira, solados rasteiros.
Destacam-se as linhas geométricas para a construção dos saltos e solados, fazendo
combinação com a harmônica, pinturas metalizadas, saltos forrados com fachete de
couro construindo formas geométricas.
Figura 103: Salto grosso.
Fonte: Brisa, 2008.
Figura 104: Salto anabela.
Fonte: Brisa, 2008.
Figura 105: Sandália rasteira.
Fonte: Brisa, 2008.
Figura 106: Meia-pata. Fonte: Brisa, 2008.
Bicos finos, mais curtos e levemente arredondados para modelos abotinados,
bico fino curto, bicos finos e alongados levemente arredondados para sapatos, perfil de
forma altíssimo ou rasteiro, bicos longos levemente quadrados, bico quadrado.
Figura 107: Bico fino Fonte: Brisa, 2008.
Figura 108: Bico levemente arredondado.
Fonte: Brisa, 2008.
Figura 109: Bico fino curto.
Fonte: Brisa, 2008.
Figura 110: Bico quadrado.
Fonte: Brisa, 2008.
Materiais furadinhos tipo tela, mistura de couros lisos com couros estampados.
Mistura de couros, tecido e sintético com estampas variadas. Couro com estampa de
crocodilo, acabamentos manchados/stonados, mistura de cores, couros gravados e
com aspecto amassado. Tramas diferenciadas com materiais naturais como: algodão e
materiais metalizados. Materiais naturais: palha de bananeira, algodão, juta, PET
reciclada e fibra de coco.
84
Figura 111: Couro com estampa de crocodilo.
Fonte: Brisa, 2008.
Figura 112: Couro liso com couro estampado.
Fonte: Brisa, 2008.
Figura 113: Mistura de couro e tecido.
Fonte: Use Fashion, Ano 5, Nº 48.
Figura 114: Tramas diferenciadas.
Fonte: Brisa, 2008.
Traseiro fechado com detalhe de zíper, biqueiras ressaltadas de outra cor e/ou
material, biqueira de metal, atacador em verniz, laços no traseiro, passador com
ponteira de metal, laços na gáspea, passadores metalizados, tiras transpassadas nos
cabedais, fechamentos e tiras transpassadas.
Figura 115: Calçado fechado com zíper.
Fonte: Brisa, 2008.
Figura 116: Tiras transpassadas nos cabedais. Fonte: Use Fashion, Ano 5,
Nº 48.
Enfeites volumosos, enfeites de acrílico com aplicação em laser, enfeites de
frufru, plissados e rendinhas. Enfeites de barbicacho feitos de linha, maxi-enfeites de
metal, flores grandes no cabedal, enfeites com couro metalizado, tiras de elástico,
fivelas de variados tamanhos e formatos, metais com pedrarias coloridas, tiras com
aplicações e cortes a laser, enfeites que misturam o brilho com o natural (cristais x
madeira), botões pintados ou forrados.
85
Figura 117: Maxi-enfeites de metal.
Fonte: Use Fashion, Ano 5, Nº 48.
Figura 118: Flores grandes no cabedal.
Fonte: Use Fashion, Ano 5, Nº 48.
Figura 119: Pedrarias coloridas.
Fonte: Use Fashion, Ano 5, Nº 48.
Figura 120: Enfeites em couro.
Fonte: Brisa, 2008.
3.9 Concorrentes
O mercado de calçados para pessoas que sofrem de hiper-hidrose é, ainda,
pouco explorado. Não existe marca alguma que crie calçados exclusivamente para este
público. Há algumas que preocupam-se em usar materiais que não machuquem os pés
e tragam mais conforto, porém acabam esquecendo da estética de seus produtos,
enquanto outras preocupam-se somente com a beleza destes, deixando de lado a
ergonomia. Através disso, foram detectados alguns concorrentes indiretos de forte
apelo estético: Arezzo, Dumond e Schutz, que confeccionam calçados baseados em
pesquisas de tendências internacionais de moda, buscando agregar muito valor
estético em seus produtos, enquanto que as marcas Geox, Piccadilly e Usaflex
preocupam-se mais com a saúde dos pés, mas não investem tanto na estética de seus
calçados.
3.9.1 Arezzo
Fundada em 1972 pelos irmãos empreendedores Anderson e Jefferson Birman,
a Arezzo é uma marca de varejo de calçados femininos fashion que reúne em seus
produtos conceito, alta qualidade e design contemporâneo.
A marca Arezzo trabalha com quatro focos: tecnologia de ponta, pesquisa,
design e satisfação do consumidor.
86
Figura 121: Meia-pata Arezzo
Fonte: www.arezzo.com.br Figura 122: Rasteira Arezzo Fonte: www.arezzo.com.br
3.9.2 Dumond
Criada em 1997, em Sapiranga (RS), é resultado da experiência e da tecnologia
acumuladas pelo grupo Paquetá durante 60 anos de história, como um dos maiores
produtores e exportadores de calçados do mundo.
Marca que tem suas coleções inspiradas nas melhores tendências de moda
internacional, se faz presente em mais de 50 países. Investe em pesquisa e tecnologia
para garantir produtos diferenciados e de qualidade.
Figura 123: Rasteira Dumond. Fonte: www.dumond.com.br
Figura 124: Sandália Dumond. Fonte: www.dumond.com.br
87
3.9.3 Schutz
A empresa nasceu em 1995, na cidade de Matozinhos – MG, com o intuito de
mudar e ampliar o conceito de moda. Procura satisfazer seus clientes através de
coleções inovadoras e arrojadas, buscando o diferencial. Suas coleções são inspiradas
no que há de mais novo no mundo da moda, utilizando materiais inovadores e de
grande qualidade.
Figura 125: Sandália marrom Schutz. Fonte: www.schutz.com
Figura 126: Sandália preta Schutz. Fonte: www.schutz.com
3.9.4 Geox
A marca Geox investe muito em pesquisas e novas tecnologias para que seus
produtos permitam a respiração e saúde dos pés, têm resolvido o problema da
sudorese simples.
Figura 127: Sapato Geox.
Fonte: www.geox.com Figura 128: Rasteira Geox.
Fonte: www.geox.com
88
3.9.5 Piccadilly
Com a sede na cidade de Igrejinha – RS, a A.Grings, fabricante da marca
Piccadilly, é hoje um nome bastante conhecido no mercado calçadista brasileiro.
A Piccadilly possui um sistema de informação chamado de UCP – Universidade
de Conforto Piccadilly, que surgiu a partir da necessidade de mostrar aos lojistas e
vendedores todos os diferenciais que um calçado Piccadilly oferece. Através dela, o
vendedor terá todas as informações sobre seus produtos e benefícios que os mesmos
proporcionam para os pés.
Figura 129: Tamanco Piccadilly Fonte: www.piccadilly.com.br
Figura 130: Sandália Piccadilly Fonte: www.piccadilly.com.br
3.9.6 Usaflex
A marca Usaflex possui sua matriz em Igrejinha – RS junto ao pólo calçadista do
Vale dos Sinos. Há mais de 15 anos de atuação a empresa vem conquistando
confiabilidade e tradição com sua marca que cativa um público fiel.
A Usaflex tem como objetivo atender as mais diversas consumidoras: mulheres
jovens que gostam de conforto, design e moda.
Figura 131: Sandália bege Usaflex Fonte: www.usaflex.com.br
Figura 132: Sandália marrom Usaflex Fonte: www.usaflex.com.br
89
3.9.7 Aplicação da ferramenta PFFOA
Com a intenção de avaliar os pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças
que um calçado específico para mulheres que sofrem de hiper-hidrose teria no mercado
em relação aos seus concorrentes indiretos, foi aplicada a ferramenta PFFOA. As
análises se baseiam em sucessos e deficiências do mercado, onde estas geram
oportunidades e/ou ameaças que dizem respeito à criação e inserção da coleção
pertinente a este projeto. Veja na tabela a seguir o resultado da aplicação da
ferramenta.
Pontos Fortes Pontos Fracos
* Não há concorrentes diretos
* Há muita busca por esse produto
* Interação com a vestimenta
* Acessório bastante consumido
* Inovação de materiais e modelos
* Feito para ser utilizado em vários
ambientes
* Alto investimento financeiro
* Concorrentes indiretos trabalham com
o mesmo tipo de material
* Concorrentes indiretos possuem
clientes fiéis
Oportunidades Ameaças
* Conquista de mercado
* Expandir o público
* Tecnologia a favor da ergonomia
* Disponibilidade ilimitada de criação
* Disponibilidade grande de geração
* Produto desconhecido no mercado
* Rejeição
* Custo elevado de acesso à tecnologia
* Marcas conceituadas no quesito
ergonomia
Tabela 1: Ferramenta PFFOA.
Fonte: Arquivo pessoal.
3.9.8 Análise da ferramenta PFFOA
Com a aplicação da ferramenta PFFOA, observa-se que o calçado é um produto
bastante consumido e tem interação com a vestimenta. Há muita procura em relação a
90
um produto específico para mulheres que sofrem de hiperidrose. Como este é um
produto desconhecido no mercado, pode haver rejeição. Marcas como Arezzo, Dumond
e Schutz direcionam suas pesquisas em tendências internacionais e possuem design
diferenciado, mas não resolvem o problema da hiper-hidrose. Já as marcas Piccadilly,
Usaflex e Geox procuram satisfazer seus clientes através de produtos que tragam mais
conforto para os mesmos. A empresa Geox tem resolvido o problema da sudorese
simples, mas o da hiper-hidrose, o que faz da Geox ser outro concorrente indireto.
Como o principal objetivo deste projeto é desenvolver um produto de conforto aliado à
estética para mulheres que sofrem de hiper-hidrose, nenhum dos concorrentes acima
citados se encaixa nesta proposta, pois deixam a desejar em algum ponto: ou no
conforto, ou na estética de seus produtos.
3.10 Briefing Textual
Uma vez escolhidas as soluções do caminho criativo, parte-se para o briefing,
elaborado a partir do conceito do produto e das soluções anteriormente mencionadas.
Esta ferramenta de projeto de citar as características que a coleção irá apresentar.
Informações sobre o Produto
- Marca: Débora Corso.
- Coleção: Bahia.
- Categoria: Calçado.
- Ocasião de Uso: Dia a dia, informal.
- Formas de Uso: Nos pés
- Composição Industrial / Matéria Prima: Couro, tecido, cristais e materiais
alternativos.
- Principais Pontos Positivos: Produto específico marca local, fácil acesso, não
possui concorrentes diretos, produto bastante procurado.
91
- Principais Pontos Negativos: Alto custo, competição de mercado, aceitação,
pontos de venda fracos.
Informações sobre o Consumidor
- Sexo: Feminino.
- Classe Social: Média alta.
- Faixa Etária: sem restrições.
Informações sobre o Mercado e Distribuição
- Tamanho do Mercado: 5 lojas, caixas diferenciadas, de 150,00 a 300,00 reais o
par.
- Concorrência Direta e Indireta: Lojas locais e marcas já conceituadas no
mercado.
- Principais Mercados: Lojas multimarcas nacionais e internacionais.
- Participação do Produto neste Mercado: pouco volume inicial, cerca de 30
pares para cada loja.
- Comercialização do Produto: através de fretes particulares.
92
4. PLANEJAMENTO DE COLEÇÃO
Nesta fase, apresentam-se as etapas necessárias para planejar-se uma coleção
de calçados. Para dar início ao planejamento de coleção deve-se unir todas as
informações coletadas na etapa de levantamento de dados buscando as principais
informações para solucionar o problema da hiper-hidrose plantar, agregando valor
estético no calçado.
4.1 Temática
No presente projeto, o tema a ser utilizado como inspiração para a criação da
coleção de calçados para mulheres que sofrem de hiper-hidrose é “Bahia”.
Segundo Treptow, uma marca de moda é mais ou menos como uma Escola de
Samba: a cada coleção traz um novo samba enredo, uma nova história a contar, mas
mantém as características que são atributo da marca, ou seja, o seu estilo.
No presente projeto, o tema a ser utilizado como inspiração para a criação da
coleção de calçados para mulheres que sofrem de hiperidrose é “Bahia”.
Figura 133: Painel semântico da temática.
Fonte: Arquivo do autor.
93
4.1.1 Bahia
Segundo Civita (1999), a Bahia foi o local de chegada dos primeiros portugueses
ao Brasil, em 22 de abril de 1500, descobrindo oficialmente o Brasil. A baía de Todos os
Santos só foi descoberta em 1501, por Américo Vespúcio. No início do século XIV, a
Bahia só era visitada pelos portugueses que buscavam o pau-brasil. Porém, em 1511,
já existia uma feitoria na baía de Todos os Santos; alguns degradados, desertores e
náufragos juntaram-se às índias e originaram as primeiras famílias baianas. Um desses
náufragos chamava-se Diogo Álvares, conhecido como Caramuru. O pau-brasil atraiu,
também, contrabandistas vindos da França, que conseguiram a confiança dos índios.
Somente no ano de 1534, a Bahia começou a ser povoada oficialmente.
Nos dias atuais, a Bahia é o quarto estado brasileiro em população, porém, seu
crescimento demográfico tem permanecido abaixo da média do país. O fluxo de
migrantes para outras regiões do Brasil, ainda é intenso, principalmente para as
cidades industriais do sudeste e para as zonas de expansão agrícola.
Conforme o site Bahia (2008), cerca de 50% da população vive nas cidades;
além de Salvador, destacam-se Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itabuna, Ilhéus,
Juazeiro e Jequié. As atividades agropecuárias empregam aproximadamente 70% da
mão de obra: o estado é o maior produtor brasileiro de cacau, mamona, sisal, feijão,
coco-da-baía e mandioca. É também o terceiro produtor de algodão. A Bahia é ainda o
maior produtor brasileiro de piaçava e dendê, ambos extraídos no litoral. O estado é um
dos maiores centros pecuários do Brasil, com o primeiro rebanho caprino, o segundo
ovino e o sexto bovino do país. Os estabelecimentos de pequeno porte, ligados aos
ramos mais tradicionais da indústria (alimentícia, têxtil, fumo) desempenham papel
significativo.
Para Civiti (1999), em Camaçari, foi criado um importante centro petroquímico,
tornando a região metropolitana de Salvador o principal pólo industrial de todo o
nordeste. Com um subsolo rico em recursos minerais, a Bahia é o primeiro produtor de
chumbo, cobre, cromo e barita, e o segundo de amianto e magnetiza.
94
O turismo tem gerado rendas crescentes. Salvador, com as praias próximas, e
Porto Seguro são os principais atrativos. Bom Jesus da Lapa, às margens do São
Francisco, recebe romarias de todo o nordeste.
Figura 134: Salvador
Fonte: www.fotosearch.com.br Figura 135: Rua de Salvador
Fonte: www.fotosearch.com.br
Figura 136: Carnaval Salvador Fonte: www.fotosearch.com.br
Figura 137: Pesca da Bahia Fonte: www.fotosearch.com.br
4.1.2 Religião
Segundo o site Bahia (2008), existem mais de 365 igrejas católicas em Salvador,
há também muitos terreiros de famosos pais e mães-de-santo; ambos convivem em
plena harmonia de crenças e ritos. Os santos são motivos de fé e adoração cultuados
nas missas e feriados cristãos, festejados nas ruas e largos em celebrações que
misturam o sagrado e o profano.
A arquitetura portuguesa nas basílicas, do barroco ao neoclássico, e as
coreografias marcadas nos terreiros de candomblé são atrações à parte, que dão o tom
da inabalável fé do baiano neste verdadeiro caldeirão religioso.
95
Figura 138: Igreja Ordem Terceira de São
Francisco Fonte: www.fotosearch.com.br
Figura 139: Igreja São Francisco Fonte: www.baixaki.ig.com.br
Figura 140: Festa do senhor do Bonfim
Fonte: www.gettyimages.com Figura 141: Pelourinho
Fonte: www.gettyimages.com
4.1.3 Blocos de Trio
Figura 142: Blocos de Trio Fonte: www.bahia.com.br
96
Segundo o site Bahia (2008), Antigamente, já muito animado, o carnaval da
Bahia tinha como destaque as bandinhas de fanfarra, que tocavam as tradicionais
marchinhas embalando o folião nos clubes e em alguns largos da cidade. O tempo se
passou e a história foi modificada, quando os pioneiros Dodô e Osmar inventaram a
fubica, uma espécie de carro amplificado, que já na época, provocava grande rebuliço
por onde passava.
A evolução dos tempos, no entanto, fez com que aquele carro estranho fosse
remodelado, ganhando cada vez mais potência, formando o que chamamos nos dias
atuais de trios elétricos.
Os blocos que eram pequenos, em função do baixo alcance do som, se tornaram
grandes aglomerados de alegria, reunindo, em alguns casos, mais de quatro mil foliões.
São eles os maiores responsáveis pela fama internacional do carnaval baiano, que com
esse ganho de milhares de decibéis, se fez escutar em todos os cantos do mundo.
Sobre os trios elétricos e puxando seus blocos, os grandes expoentes das
músicas no estilo axé conseguem com as mesmas, tocadas em alto e bom som,
movimentar as engrenagens desta grande fabrica de sonhos, chamada Carnaval.
4.1.4 Micaretas
Figura 143: Micaretas
Fonte: www.bahia.com.br
Para o site Bahia (2008), grande notoriedade que o estado da Bahia conquistou
em todo o mundo se deve, principalmente, à singularidade do seu carnaval. Nesta
97
época, embora apresente roteiros alternativos para o turista, o estado concentra todas
suas atenções na folia que acontece em Salvador.
Como a Bahia é bastante grande, e a energia de seu povo custa a terminar,
outras cidades do interior resolveram promover, em diferentes épocas, suas próprias
festas, apresentando animação e alto astral, em doses bem parecidas as da folia da
capital. Surgiu, então, a micareta.
4.1.5 Os Circuitos de Salvador
Para o site Bahia (2008), a maior festa popular do planeta, o carnaval de
Salvador cresceu tanto, que nos dias atuais se distribui simultaneamente em três
circuitos da cidade. Para aqueles que preferem mais tranqüilidade e para os mais
saudosos, o circuito Batatinha, no Pelourinho, é a melhor pedida. Já o carnaval no
trecho Barra-Ondina (circuito Dodô) e no centro(Osmar) apresenta emoções diferentes
e muito agito, com as apresentações dos grandes nomes de música estilo axé.
4.1.5.1 Circuito Batatinha
Figura 144: Circuito Batatinha
Fonte: www.bahia.com.br
Tendo como principais palcos, as praças: Municipal e da Sé, além do famoso
Pelourinho, o carnaval do centro histórico, a cada ano, apresenta-se mais bonito, alegre
e estruturado. A iniciativa de revitalizar a folia neste ponto da cidade surgiu com o
98
Projeto Pelourinho Dia e Noite, que em parceria com a Secretaria de Cultura e Turismo
do Estado, é também o responsável pela maioria dos eventos realizados no local,
durante todo o ano.
Conforme o site Bahia (2008), No carnaval, em meio a casarões coloniais, ruas
bem pitorescas e um astral todo especial, bandas e charangas percorrem os caminhos
do Pelourinho, tocando antigas e saudosas marchinhas, que arrastam uma multidão
eufórica. Por apresentar uma programação mais tranqüila, o Circuito Batatinha é muito
procurado por famílias, que preferem um carnaval mais calmo, longe do agito do eixo
tradicional. Na Praça Municipal, o palco armado em frente à sede da Prefeitura já se
tornou famoso pelos desfiles e concursos de fantasia.
4.1.5.2 Circuito Dodô
Figura 145: Circuito Dodô Fonte: www.bahia.com.br
Segundo o site Bahia (2008), para a maioria das pessoas que gosta do carnaval
baiano, o surgimento do Circuito Dodô representou para a festa, uma verdadeira
revolução em termos de infra-estrutura e conforto. A folia adquiriu, com o passar dos
anos, o status de maior festa popular do planeta, fazendo com que o circuito tradicional
(Campo Grande), se tornasse pequeno para um número cada vez maior de turistas e
foliões.
Este trajeto liga as belas praias da Barra e Ondina, em um percurso de
aproximadamente 4 km, marcado em quase toda a sua extensão, por uma vista
estonteante da Baía de Todos os Santos. Blocos uniformizados, cada um com sua
99
atração, iniciam no Farol da Barra uma jornada, que somente depois de 6 horas,
termina na Praia de Ondina.
Os últimos anos marcaram o surgimento de camarotes, alguns inclusive,
assinados por personalidades baianas e artistas famosos. Suas instalações incluem
buffet de alto nível, acesso privativo à praia, pista de dança e shows entre a passagem
dos trios.
Na avenida, e fora dos blocos, a maioria do foliões, conhecida como pipoca,
promove grande uma grande festa.
4.1.6 Capoeira
Figura 146: Capoeira
Fonte: www.bahia.com.br
Para o site Bahia (2008), mistura de dança com luta, a capoeira tem sua origem
na África, trazida ao Brasil através de escravos como forma de defesa. Ao som ritmado
e bem marcado do berimbau de barriga, caxixi, atabaque, pandeiro e reco-reco, dois
participantes ensaiam coreografias sincronizadas, gingadas de perna, braços, mãos,
pés, cabeça e ombros.
A roda de capoeira se divide entre lutadores e os instrumentistas, responsáveis
pelo tom e marcação dos capoeiristas. O berimbau é alma da batucada, entoando e
guiando o ritmo da apresentação.
A mais popular manifestação folclórica do estado encontra eco no mundo inteiro.
A capoeira é prática difundida por todos os cantos; atraente para os “gringos” e
dominada com maestria pelo baiano.
100
Segundo o site Bahia (2008), a manifestação é mais forte em Salvador,
Cachoeira, Mata de São João, Santo Amaro, São Félix, Feira de Santana, Maragogipe
e Nazaré.
4.1.7 Bumba-meu-boi
Figura 147: Bumba-meu-boi
Fonte: www.bahia.com.br
Para o site Bahia (2008), a origem do auto do bumba-meu-boi aconteceu no
século XVIII, auge do ciclo de gado. Encenada em tons de sátira e de tragédia, a dança
do boi e do homem simboliza o contraste entre a inteligência e a força bruta, com
personagens alegóricos, enfeitados de adereços e em incidentes cômicos e dramáticos,
mas de desfechos alegres. A dança é uma invocação crítica aos desníveis sócio-
econômicos entre vaqueiro e patrão e tem influência das culturas indígena, africana e
portuguesa.
A principal atração é o boi. Consiste em uma armação de madeira em forma de
touro, coberta por veludo bordado e cuja armação é presa a uma saia de tecido
colorido. É conduzido por uma pessoa, denominada de miolo do boi. O bailado,
marcado por tambores, pandeiro, zabumba e maracás e entoado por cantigas, encanta
também pela riqueza de cores e indumentárias.
Também chamado de Boi Janeiro, Boi Estrela do Mar, Dromedário e Mulinha-de-
Ouro, a encenação conta uma história que se passa em uma fazenda, no interior do
101
país. Um negro vaqueiro, sua mulher cabocla e um homem branco, dono da fazenda e,
portanto, do estimado boi de raça, são as personagens fixas, acompanhadas,
normalmente, pelo Virgulino, o Caipora, o Gigante, o Capataz, o Caboclo Real, o
Capitão, o Caçador e o Padre. O Negro Chico, desesperado porque sua esposa grávida
sente desejo de comer a língua do estimado boi, resolve roubar o animal. Em uma das
versões, o Pai Chico é capturado com o boi adoecido que, após ser curado pelo pajé,
revive e começa a dançar. Tudo termina em festa e o vaqueiro é perdoado. Na outra
versão, o boi morre e seu corpo é partilhado.
Com base no site Bahia (2008) a tradição no interior do estado, a Festa do
Bumba-meu-boi preenche os festejos natalinos e, em menor incidência, o carnaval e
outras festas locais, com duração de cerca de três dias. Cachoeira, Camamu,
Canavieiras, Conde, Cruz das Almas, Ibotirama, Juazeiro, Inhambupe, Jequié, Monte
Santo, Santo Antônio de Jesus, São Félix, Prado, Jiquiriçá, Itacaré, Nova Viçosa e
Porto Seguro mantém viva a herança secular de louvação ao boi.
4.1.8 A Arte de Maragogipinho
Figura 148: A arte de Maragogipinho
Fonte: www.bahia.com.br
Segundo o site Bahia (2008), o artesanato é o ponto forte deste pequeno vilarejo,
distrito do município vizinho de Aratuípe. A produção de cerâmica, conhecida como das
mais bonitas da região, chega a 700 a 1.200 caxixis - cestos entrelaçados, preenchidos
102
com pequenas contas, conchas, pedras ou feijões – por dia. Louças diversas e objetos
de decoração, feitas em torno manual e assadas em forno, também artesanal, mantêm
viva a tradição de confeccionar peças em barro.
4.1.9 Praia de Mangue Seco
Figura 149: Praia do mangue seco
Fonte: www.bahia.com.br
Com base no site Bahia (2008), A história do Mangue Seco começou em 1548,
quando alguns padres se salvaram de um naufrágio, e deram ao lugar, o primeiro nome
de Vila de Santa Cruz da Bela Vista. Com o passar do tempo, as construções do
período se tornaram ruínas históricas, e suas belezas naturais, a transformaram num
dos mais concorridos destinos da belíssima Costa dos Coqueiros.
Em seus quase 30 km de extensão, as areias finas contornam um mar de
características singulares. Durante a vazante apresenta águas tranqüilas, o que a torna
muito boa para banho. O mesmo não acontece na maré cheia, quando ondas fortes
quebram em toda a sua extensão. Há também o passeio de bugre é um dos seus mais
fortes atrativos, já que, com ele, o visitante pode contornar as belas e famosas dunas,
além de conhecer os encantos das praias vizinhas.
Para o site Bahia (2008), a região é cortada por inúmeros rios, que permitem não
só banhos refrescantes, mas também a pesca de várias espécies de peixes. No Rio
Fundo, os visitantes, poderão avistar o ameaçado peixe-boi, num fenômeno somente
visto no Rio Amazonas. Seu acesso é dos mais difíceis, fazendo com que o clima
pitoresco e rústico de Mangue Seco continue a fascinar aqueles que a conhecem.
103
4.1.10 Ilha das Garças e Ilha de Atalaia
Figura 150: Ilha das Graças e Ilha de Atalaia
Fonte: www.bahia.com.br
Segundo o site Bahia (2008), os 17 km de praias, coqueirais, reservas de Mata
Atlântica e manguezais ao longo de Canavieiras são cercados pelas ilhas fluviais do Rio
Pardo e por sete ilhas marítimas, dentre as quais se destaca a Ilha das Garças e a Ilha
do Atalaia.
Santuário ecológico, reduto das garças brancas que recortam o céu azul ao pôr
do sol – daí seu nome – a ilha atrai grande número de visitantes em busca da famosa
lama negra medicinal, de propriedades terapêuticas.
Paraíso do surfe e da pesca, a ilha do Atalaia conta com uma infra-estrutura
completa de hotéis, pousadas, bares e restaurantes. Está ligado ao município pela
ponte Antônio Carlos Magalhães.
4.1.11 Justificativa da escolha da temática
A temática “Bahia” foi escolhida para o desenvolvimento desta coleção por ser
um estado que apresenta riqueza em sua cultura. Durante a colonização do Brasil,
vários imigrantes de diversos países levaram para a Bahia um pouco de cada cultura. É
um estado alegre e que pode contribuir com cores vibrantes, formas tanto geométricas,
quanto orgânicas retiradas dos pontos principais da temática afim de enriquecer as
alternativas na etapa “geração de idéias”.
104
4.2 Conceito
Com a intenção de se desenvolver uma coleção de calçados específicos para
mulheres que sofrem de hiper-hidrose, busca-se solucionar alguns dos problemas
encontrados através das pesquisas realizadas e unir alguns critérios relacionados ao
conforto e saúde dos pés. Os principais conceitos propostos para o desenvolvimento
desta coleção são: elegância, contemporaneidade, segurança e conforto.
Em relação à elegância e contemporaneidade, procura-se unir materiais e formas
à modelos de calçados que tenham grande apelo visual, para que as mulheres em
questão não percam a feminilidade.
Busca-se também aliar o conforto à segurança através do uso de materiais
corretos e modelagem que se adapte aos pés, dificultando possíveis acidentes e
sensações.
Para ter-se uma melhor visualização das idéias relativas ao conceito do produto
em questão, foi desenvolvido um painel semântico com imagens que denotam o
mesmo. Veja o painel a seguir.
Figura 151: Painel semântico de conceito.
Fonte: Arquivo do autor.
105
4.3 Cartela de cores
Figura 152: Cartela de cores.
Fonte: Arquivo do autor.
Segundo Treptow (2003), “a cartela de cores de uma coleção deve ser composta
por todas as cores que serão utilizadas, incluindo preto e branco. A cartela deve
reportar ao tema escolhido para a coleção”. As cores da cartela foram definidas de
acordo com a temática em questão neste projeto em união às tendências pesquisadas
para o verão 2009. Foi desenvolvida também a cartela de “combinação das cores” para
auxiliar na seleção de cores durante a etapa de criação dos calçados.
106
Figura 153: Combinação das cores. Fonte: Arquivo do autor.
4.4 Cartela de materiais
Para o desenvolvimento da cartela de materiais foram selecionados materiais
que podem auxiliar no processo de absorção do suor liberado pelos pés, assim como
materiais de preferência do público alvo descritos na etapa “pesquisa de campo –
questionário”, como: tecidos e materiais para forro de palmilha que deixem o pé firme
sobre o calçado, entre eles: camurça, couro e P.U.
107
Figura 154: Cartela de Materiais.
Fonte: Arquivo do autor.
4.5 Cartela de aviamentos
No desenvolvimento de acessórios o uso de aviamentos para a composição do
mesmo é essencial, tanto de forma decorativa, quanto funcional. Para o
desenvolvimento da coleção serão utilizados aviamentos como: componentes metálicos
em geral, chatons, cordas, tranças de palha, além dos tradicionais aviamentos como:
linhas, agulha, etc.
108
Figura 155: Cartela de Aviamentos. Fonte: Arquivo do autor.
Com o término da escolha da temática de cores, materiais e aviamentos e da
conceituação da coleção a ser desenvolvida neste projeto, encerra-se esta etapa e dá-
se início a etapa “Geração de idéias”.
109
5 GERAÇÃO DE IDÉIAS
A geração de idéias foi realizada em duas etapas, a “geração de idéias de
construção” e a “geração de idéias de cabedal”, utilizando duas técnicas de criatividade:
o brainstorming e o brainwriting.
Na fase “geração de idéias para a construção” foi utilizada a técnica
brainstorming. Foram geradas 10 alternativas de saltos e solados que lembrassem a
temática proposta para esta coleção e ao mesmo tempo propusessem conforto. Da
temática foram utilizadas as cores, formas vistas na arquitetura baiana e a utilização de
materiais como a madeira que lembra o pau-brasil, madeira explorada na época da
colonização do Brasil.
Em relação ao conforto foram desenhadas rasteiras e saltos que dariam mais
segurança e equilíbrio aos futuros usuários.
A escolha das alternativas de construção foi feita com base nas informações
obtidas nos questionários, os quais revelaram que o público alvo em questão neste
projeto ficou dividido em relação a preferência de rasteiras ou salto alto para se usar no
dia-a-dia. Devido a isso, foram escolhidos cinco modelos de construção para formar a
coleção, entre eles, dois modelos de rasteira: um simples e outro anatômico, um salto
médio anabela e dois modelos de salto alto: um salto grosso e um meia pata.
Todas as linhas possuem uma palmilha perfurada de poliuretano (PU) que
proporciona mais conforto, além de ajudar na absorção do suor.
Acompanhe nas imagens a seguir a construção e os materiais utilizados em cada
linha desta coleção. As construções geradas nesta etapa, as quais foram descartadas,
encontram-se no apêncice “C”.
5.1 Linha 1 – Rasteiras simples
A linha de rasteiras simples possui o solado de couroplack e a palmilha forrada
de couro, ambos possuem formato fino na frente para que o pé não escorregue. Todos
os modelos são presos no tornozelo para proporcionar maior segurança. É a linha de
rasteira mais sofisticada, que pode ser usada em diversas ocasiões, tanto durante o
110
dia, quanto à noite. Possui palmilha de PU perfurada que proporciona maior conforto e
ajuda na absorção do suor.
SALTO
SOLA
PALMILHA DE MONTAGEM
PALMILHA DE CONFORTO
FORRO DA PALMILHA
TALONEIRA
TALONEIRA
Figura 156: Construção da parte inferior da rasteira simples.
Fonte: Arquivo do autor.
5.2 Linha 2 – Rasteiras Anatômicas
A linha de rasteiras anatômicas é composta por soleta de TR, sola de EVA
expandido forrada de camurça. Também possui palmilha de conforto e absorção de PU.
111
É a linha de rasteira de conforto da coleção, possui a sola mais larga para que o pé seja
comportado dentro da mesma.
SOLETA
SOLA
PALMILHA DE CONFORTO
FORRO DA PALMILHA
TALONEIRA
Figura 157: Construção da parte inferior da rasteira anatômica. Fonte: Arquivo do autor.
5.3 Linha 3 – Anabela
A linha anabela é a intermediária da coleção, destinada à mulheres que não
apreciam saltos altos demais, mas também não gostam de sandálias rasteiras. Possui
palmilha de absorção e conforto, de PU. Sua sola é de EVA expandido, forrada com
tranças de palha, enquanto que a soleta é feita de TR. Na imagem a seguir, será
apresentada a construção da parte inferior da linha anabela.
112
SOLETA
SOLA
PALMILHA DE MONTAGEM
PALMILHA DE CONFORTO
FORRO DA PALMILHA
TALONEIRA
TALONEIRA
REFORÇO DA PALMILJA
ALMA DE AÇO
TACHAS
Figura 158: Construção da parte inferior da linha anabela.
Fonte: Arquivo do autor.
113
5.4 Linha 4 – Salto grosso
A linha de salto grosso possui o salto feito de madeira, com formato não tão alto
e não tão estreito para proporcionar mais segurança aos usuários. A soleta é de
couroplack, que proporciona mais sofisticação à linha. Assim como as demais linhas,
possui palmilha de conforto e absorção do suor, de poliuretano.
ALMA DE AÇO
TACHAS
TACÃO
SALTO
PALMILA DE MONTAGEM
REFORÇO DA PALMILHA
PALMILA DE CONFORTO
FORRO DA PALMILHA
TALONEIRA
TALONEIRA
Figura 159: Construção da parte inferior da linha salto grosso.
Fonte: Arquivo do autor.
114
5.5 Linha 5 – Meia pata
A linha meia pata foi desenvolvida para mulheres que gostam de saltos altos, a
escolha de fazer um salto não tão fino com meia pata se deu para que as mulheres em
questão neste projeto tenham mais conforto e segurança ao caminhar. Soleta feita de
couroplack e palmilha de conforto de poliuretano.
PALMILHA DE MONTAGEM
TACÃO
SALTO
SOLA
TACHAS
ALMA DE AÇO
REFORÇO DA PALMILHA
PALMILHA DE CONFORTO
FORRO DA PALMILHA
TALONEIRA
TALONEIRA
MEIA PATA
Figura 160: Contrução da parte inferior da linha meia pata.
Fonte: Arquivo do autor.
115
Definidas as construções, foram geradas alternativas para cabedais utilizando a
técnica brainwriting. Palavras que remetessem a temática, como cores e formas foram
escritas em um papel, assim como alternativas de cabedais que propusessem mais
conforto e segurança.
• Dourado = igreja do Pelourinho
• Fitas do senhor do bonfim = amarrações
• Cores vivas = Carnaval
• Babados = Saias das baianas
• Medalhinhas com imagens de santos = pingentes
• Branco = cor da indumentária utilizada na festa do senhor do bonfim
• Várias tiras sobre o peito do pé
• Tiras grossas
• Tiras de diferentes larguras em um mesmo calçado
• Proteção nas laterais
• Tornozelo preso com amarrações
• Tornozelo preso com várias tiras
• Tira entre os dedos
• Regulagem nos fechos
• Tiras nas laterais
• Cabedal fechado
• Pingentes lembrando amuletos de sorte
• Preto lembrando misticismo
Ao término do uso da técnica, foram avaliadas as idéias que mais pudessem
contribuir para o desenvolvimento da coleção conforme a idéia principal do projeto: unir
o conforto e a estética em um calçado para mulheres que sofrem de hiper-hidrose.
Então foram geradas 45 alternativas de cabedais, 9 para cada linha. Dentre estes 45
modelos de cabedal, foram selecionados 3 para cada linha, formando uma coleção de
15 modelos. Os 30 modelos restantes, os quais não foram utilizados para formar a
coleção encontram-se no apêndice “D”.
116
Figura 161: Coleção
Fonte: Arquivo do autor.
5.6 Linha Bumba-meu-boi
Figura 162: Linha Bumba-meu-boi
Fonte: Arquivo do autor.
117
Alternativa 1 – Este modelo de rasteira tem as cores inspiradas no carnaval, as
amarrações no tornozelo lembram as fitas do Senhor do Bonfim.
Alternativa 2 – Os trançados das tiras de cetim e o trabalhado da fivela lembram
as formas orgânicas vistas nas igrejas, assim como as cores lembram o carnaval. O nó
presente na parte da frente do cabedal lembra a amarração de uma fira de lembrança
do Senhor do Bonfim.
Figura 164: Alternativa 2 da geração de idéias.
Fonte: Arquivo do autor.
Figura 163: Alternativa 1 da geração de idéias.
Fonte: Arquivo do autor.
118
Alternativa 3 – Os babados do traseiro da rasteira lembram as saias das baianas
invertidas, os trançados do cabedal lembram fitas do Senhor do Bonfim, os enfeites
localizados na parte superior do cabedal lembram medalhas com imagens de santos.
Figura 165: Alternativa 3 da geração de idéias.
Fonte: Arquivo do autor. 5.7 Linha circuito batatinha
Figura 166: Linha circuito batatinha
Fonte: Arquivo do autor.
119
Alternativa 4 – Cores inspiradas no carnaval, dourado na igreja do pelourinho.
Enfeite na tira que separa os dedos lembra medalhinhas com imagens de santos.
Figura 167: Alternativa 4 da geração de idéias.
Fonte: Arquivo do autor.
Alternativa 5 – A rasteira de número 5 tem suas cores inspiradas na indumentária
da baiana e seu cabedal lembra uma fita do Senhor do Bonfim.
Figura 168: Alternativa 5 da geração de idéias.
Fonte: Arquivo do autor.
120
Alternativa 6 – Rasteira com cores inspiradas no misticismo, o babado da parte
traseira da rasteira lembra a saia da baiana. Os cordões correspondem às fitinhas do
Senhor do Bonfim enquanto que o enfeite da parte da frente do cabedal lembra
medalha com imagens de santos.
Figura 169: Alternativa 6 da geração de idéias.
Fonte: Arquivo do autor. 5.8 Linha blocos de trio
Figura 170: Linha blocos de trio.
Fonte: Arquivo do autor.
121
Alternativa 7 – A anabela de número 7 tem as cores inspiradas no misticismo
baiano, possui amuletos de sorte como aviamentos. Cabedal fechado com duas tiras no
tornozelo que proporcionam maior segurança.
Figura 171: Alternativa 7 da geração de idéias.
Fonte: Arquivo do autor.
Alternativa 8 – Este modelo de anabela tem como inspiração o carnaval, possui
várias tiras parte da frente para proporcionar maior segurança. O enfeite localizado em
cima destas tiras lembra medalhas que carregam nelas imagens de santos.
Figura 172: Alternativa 8 da geração de idéias.
Fonte: Arquivo do autor.
122
Alternativa 9 – Modelo de cores inspiradas na indumentária das baianas, o
cabedal na região da frente é mais fechado, o que evita que os pés escorreguem para
frente. As amarrações no tornozelo, inspiradas em fitas do Senhor do Bonfim,
proporcionam que o usuário as regule conforme sua preferência.
Figura 173: Alternativa 9 da geração de idéias.
Fonte: Arquivo do autor. 5.9 Linha Senhor do Bonfim
Figura 174: Linha Senhor do Bonfim
Fonte: Arquivo do autor.
123
Alternativa 10 – Alternativa que tem como inspiração o misticismo, possui
cabedal composto com várias tiras, o que traz mais conforto e segurança para seus
usuários.
Figura 175: Alternativa 10 da geração de idéias.
Fonte: Arquivo do autor.
Alternativa 11 – Este modelo tem como inspiração o carnaval da Bahia, os
babados da parte traseira lembram as formas da saia da baiana, enquanto que as
amarrações lembram fitas do Benhor do Bonfim.
Figura 176: Alternativa 11 da geração de idéias.
Fonte: Arquivo do autor.
124
Alternativa 12 – Este modelo possui tiras grossas para proporcionar ao usuário,
mais segurança durante o movimento da marcha. Tem como inspiração a indumentária
das baianas. O enfeite remete a lembrança de uma medalha com imagem de santo.
Figura 177: Alternativa 12 da geração de idéias.
Fonte: Arquivo do autor.
Alternativa 13 – Modelo de cores inspiradas no carnaval, amarração no tornozelo
lembra fita do Senhor do Bonfim enquanto que as medalhas lembram as mesmas com
imagens de santo.
5.10 Linha Micaretas
Figura 178: Linha micaretas.
Fonte: Arquivo do autor.
125
Alternativa 13 – Meia para inspirada nas cores da indumentária utilizada para pular
carnaval do bloco de trio chamado: Muquiranas.
Alternativa 14 – Meia pata inspirada na crença e no misticismo da Bahia, tranças
com aspecto de inacabadas fazem parecer fitas do senhor do bonfim entrelaçadas,
enquanto que o enfeite da parte da frente do cabedal, dá a impressão de ser uma
medalha a qual carrega imagem de santo.
Figura 180: Alternativa 14 da geração de idéias.
Fonte: Arquivo do autor.
Figura 179: Alternativa 13 da geração de idéias.
Fonte: Arquivo do autor.
126
Alternativa 15 – Este modelo de meia pata é inspirado no misticismo, na crença
baiana. Enfeites remetem a idéia de medalhas com imagens de santo.
Figura 181: Alternativa 15 da geração de idéias.
Fonte: Arquivo do autor.
5.11 Alternativas escolhidas
Figura 182: Alternativas escolhidas.
Fonte: Arquivo do autor.
Ao término da geração de idéias, foram selecionadas para passar pela próxima
etapa, “solução de idéias”, apenas duas, as quais se encaixaram mais com os objetivos
127
propostos para este projeto: união do conforto e estética em um calçado para mulheres
que sofrem de hiper-hidrose.
Após serem escolhidas as alternativas, a etapa “geração de idéias é encerrada”
e dá-se início a etapa “solução de idéias”.
128
6. SOLUÇÃO DE IDÉIA
Nesta etapa, além da modelagem, peça piloto e processo de produção das
alternativas escolhidas na etapa anterior, é elaborado o memorial descritivo
6.1 Modelagem
Antes de uma confecção está a sua modelagem, em uma produção esta servirá
como um gabarito a ser seguido. (JONES, 2005). Para dar início ao processo de
modelagem, foram selecionadas formas com formato semelhante aos gerados na etapa
anterior, para que, no fim do processo, ter o resultado mais próximo do planejado.
Foram escolhidas duas formas tamanho 35: uma para fazer a rasteira anatômica e
outra de salto 7,5 para confeccionar o modelo de salto grosso. Abaixo seguem as fases
da modelagem do modelo rasteira anatômica:
⇒ 1ª fase: planificou-se a palmilha;
⇒ 2ª fase: determinaram-se os eixos da palmilha;
⇒ 3ª fase: confeccionou-se o corpo de forma médio;
⇒ 4ª fase: encapou-se a forma com fita crepe;
⇒ 5ª fase: determinaram-se os pontos e linhas básicas;
⇒ 6ª fase: desenhou-se a sandália;
⇒ 7ª fase: marcaram-se as posições da tira e peças na palmilha;
⇒ 8ª fase: planificou-se o corpo-de-forma;
⇒ 9ª fase: destacaram-se as peças;
⇒ 10ª fase: identificaram-se as peças
6.2 Peças-piloto
Diante da complexidade da montagem de um calçado, foram executadas peças
piloto, para possíveis modificações e ajustes. A idéia inicial da construção da gáspea da
129
rasteira era que ela fosse somente de cetim, porém não obteve o resultado esperado.
Foi feita uma nova peça com o cabedal de cetim e o forro de couro. O cetim foi colado e
franzido à mão para obter o resultado desejado.
Figura 183: Peça-piloto cetim.
Fonte: Arquivo do autor. Figura 184: Peça-piloto cetim e couro.
Fonte: Arquivo do autor.
No caso da parte traseria da rasteira, várias modelagens foram confeccionadas
para se chegar no resultado mais próximo do proposto. Inicialmente foi feita a
modelagem de uma sandália-bota com o corte reto, a qual seria franzida somente por
um cadarço, mas não alcançou o objetivo do desenho do babado proposto. No segundo
modelo o traseiro foi dividido em duas partes para que o babado pudesse ser mais
trabalhado, porém a modelagem ficou larga e o babado volumoso demais. Tentou-se
diminuir o mesmo modelo para que este ficasse mais justo, e então o cadarço seria
apenas um adorno, mas este ficou impossível de se calçar.
Foi desenvolvido também um modelo que futuramente teria ilhoses, mas o
resultado não obteve sucesso, pois franziu demais a parte debaixo.
No quinto e último modelo, foi utilizada praticamente a mesma modelagem da
primeira tentativa, apenas alargou-se a parte dos babados para que ficassem mais
volumosos. Para que estes franzissem, foi colocada uma tira elástica entre o cabedal e
o forro. O cadarço também entre o cabedal e o forro passa abaixo da tira elástica,
formando um laço na parte externa do traseiro.
130
Figura 185: Seqüência das peças-piloto.
Fonte: Arquivo do autor.
Finalizadas as peças pilotos do modelo de rasteira anatômica, inicia-se o mesmo
processo com o modelo de salto grosso. Abaixo seguem as fases da modelagem do
modelo de salto grosso:
⇒ 1ª fase: planificou-se a palmilha;
⇒ 2ª fase: determinaram-se os eixos da palmilha;
⇒ 3ª fase: confeccionou-se o corpo de forma médio;
⇒ 4ª fase: encapou-se a forma com fita crepe;
⇒ 5ª fase: determinaram-se os pontos e linhas básicas;
⇒ 6ª fase: desenhou-se a sandália;
⇒ 7ª fase: marcaram-se as posições da tira e peças na palmilha;
⇒ 8ª fase: planificou-se o corpo-de-forma;
⇒ 9ª fase: destacaram-se as peças;
⇒ 10ª fase: identificaram-se as peças
131
Este modelo teve a parte de adaptação mais simples, as únicas alterações
necessárias para esta sandália foram: a tira da gáspea que não comportava o dedo
mínimo, o salto que não tinha o formato desejado e a cor da palmilha.
Figura 186: Peça-piloto modelo salto grosso. Fonte: Arquivo do autor.
Figura 187: Peça-piloto salto grosso. Fonte: Arquivo do autor.
Elaboradas todas as modificações necessárias, serão feitas a seguir as fichas
técnicas dos produtos, com intenção de descrever as etapas realizadas na produção
dos calçados, a mesmas deverão conter imagens técnicas das peças e material
utilizado, entre outras informações necessárias.
132
6.3 Fichas técnicas
Ficha Técnica
Empresa: Débora Corso Ref. KI013
Modelo: Rasteira anatômica cano alto.
Descrição do Modelo: Rasteira anatômica de cano alto preto com amarrações no mesmo.
Fechamento com amarrações na traseira. Tira franzida de cetim na gáspea, enfeite na parte superior.
Forma: SJ5388 Kunz Numeração: 35 CROQUI COM MEDIDAS
6 cm
20 cm
0,8
cm
0,8 cm
2,8 cm
7,5 cm
9 cm
5 cm
14 c
m
13
cm
6,5 cm
133
25 cm
6,5 cm
14 cm
3 cm2 cm
Cabedal
Peças Material Composição Fornecedor Quantidade/par Preço/par Cabedal (gáspea)
Cetim dublado
100% poliamida
BHZ 10 cm R$ 4,00
Forro (gáspea)
Couro Napa vestuário Couro Itália 10 cm R$ 6,00
Cabedal (traseiro)
Couro Napa vestuário Couro Itália 25 cm R$ 10,00
Forro traseiro
Algodão 100% algodão Ella tecidos 25 cm R$ 5,00
TOTAL R$ 25,00
134
Aviamentos
Peças Material Composição Fornecedor Quantidade/par Preço/par Enfeite Metal ---x--- Mondelli 2 R$ 4,80 Elástico Elástico Elastano Peter Pan 0,50 m R$ 0,90 Terminal Metal Latão Mondelli 4 R$ 0,70
Butuca Metal Latão LLV 4 R$ 0, 80 Cadarço Algodão 100%
algodão Maria
Chiquinha 2 m R$ 2,00
Linha Nylon 100% poliamida
Balester 10 m R$ 0,80
TOTAL R$ 10,00
Seqüência Operacional 1º Corte dos materiais para o cabedal
2º O material foi chanfrado
3º Preparação para costura
4º Conformação
5º Montagem
6º Colagem
7º Limpeza e acabamento Palmilha Partes Material Fornecedor Quantidade/par Preço/par
Palmilha Palmilha Dublada – Couro e PU
Super Sola Palmilhas
2 R$ 13,00
Forro Couro Couro Itália 20 cm R$ 3,00 TOTAL
R$ 16,00
135
Seqüência Operacional 1º Desenho do modelo
2º Corte e conformação da palmilha de acordo com a forma
3º Colagem da palmilha para ficar dublada
4º Compressão dos materiais
5º Conformação da palmilha na forma
6º Limpeza e acabamento
Solado Partes Material Composição Fornecedor Quantidade/pa r Preço/par
Taloneira Cetim dublado
Poliéster BHZ 2 R$ 0,80
Sola PU Poliuretano Anna Lara Calçados
2 R$ 4,00
Soleta Couro Couro bovino ----x---- 2 R$ 4,00 Forro lateral soleta
Camurça
Couro
Couro Itália
10 cm
R$ 5,50
TOTAL R$ 14,30
TOTAL DA
PEÇA R$ 65,30
Seqüência Operacional 1º aplicação da vida na sola de couro
2° Corte da Sola a facão
3º a sola foi lixada
4º cortado o salto
5º lixado o salto
6º Fixação do salto na sola
7° Montagem junto ao cabedal
136
Planificação dos moldes
Costura
Tira
inte
rna
pass
agem
do
cada
rço
(4x1
par
)
Traseiro
Corte e forro
(8x1 par)
Cos
tura
Uni
r tira
pas
sage
m d
o ca
darç
o pa
ra o
cor
te
Espuma taloneira(2x1 par)
Forro Solaparte superior(2x1 par)
For
ro s
ola
late
ral (
2x1
par)
Costura
GáspeaCorte e Forro(8x1 par)
Palmilhade conforto(2x1 par)
137
Forma: SJ7682 Kunz Numeração: 35 CROQUI COM MEDIDAS
5,5 cm
2,25 cm
3 cm
4 cm
5,5 cm
4 cm
2,25
cm
1 cm
2,5 cm
5 cm
6 cm
Ficha Técnica
Empresa: Débora Corso Ref. WN007
Modelo: Sandália salto grosso.
Descrição do Modelo: Sandália de couro verde com tiras de cetim prata sobre o peito do pé.
Fechamento com fivelas presas na tira do tornozelo, a qual é feita de couro. Enfeite passador na tira de cetim, sobre o peito do pé.
138
3 cm
4 cm
4 cm
0,5 cm
2,5 cm
Cabedal
Peças Material Composição Fornecedor Quantidade/par Preço/par Cabedal (gáspea,
tornozelo e gambalete)
Couro
Napa
Couro Itália
20 cm
R$ 8,50
Forro (gáspea,
tornozelo e gambalete)
Couro
Napa
Couro Itália
20 cm
R$ 8,50
Cabedal (peito do
pé)
Cetim dublado
100% poliamida
BHZ 30 cm R$ 11,00
TOTAL R$ 20,00
139
Aviamentos
Peças Material Composição Fornecedor Quantidade/par Preço/par Enfeite Metal ---x--- Mondelli 2 R$ 5,00 Fivela Metal ---x--- Mondelli 2 R$ 1,20
Linha Nylon 100% poliamida
Balester 10 m R$ 0,80
TOTAL R$ 7,00
Seqüência Operacional 1º Corte dos materiais para o cabedal
2º O material foi chanfrado
3º Preparação para costura
4º Conformação
5º Montagem
6º Colagem
7º Limpeza e acabamento Palmilha
Partes Material Fornecedor Quantidade/par Preço/par Palmilha Palmilha Dublada
– Couro e PU Super Sola Palmilhas
2 R$ 13,00
Forro Couro Couro Itália 20 cm R$ 3,00 TOTAL
R$ 16,00 Seqüência Operacional 1º Desenho do modelo
2º Corte e conformação da palmilha de acordo com a forma
3º Colagem da palmilha para ficar dublada
4º Compressão dos materiais
5º Conformação da palmilha na forma
6º Limpeza e acabamento
140
Solado Partes Material Composição Fornecedor Quantidade/pa r Preço/par
Taloneira Cetim dublado
Poliéster BHZ 2 R$ 0,80
Soleta e tacão
Couro Couro Bovino Anna Lara Calçados
2 R$ 4,50
Salto Madeira Couro Couro Itália Anna Lara Calçados
R$ 4,00
Pintura salto
Tinta madeira
---x--- Anna Lara Calçados
---x--- R$ 0,50
TOTAL R$ 11,30
TOTAL DA
PEÇA R$ 54,30
Seqüência Operacional 1º aplicação da vida na sola de couro
2° Corte da Sola a facão
3º a sola foi lixada
4º cortado o salto
5º lixado o salto
6º Fixação do salto na sola
7° Montagem junto ao cabedal
141
Planificação dos moldes
Soleta(2x1 par)
Dob
rar
Dob
rar
Tira tornozelo(2x1 par)
Tira gáspea(2x1 par)
Do
bra
Dob
ra
Forro palmilha(2x1 par)
Au
men
to d
e m
nta
gem
Palmilha de conforto
(2x1 par)
Do
brar
Cos
tura
Co
stur
a
Tira peito do pé(4x1 par)
Espumataloneira(2x1 par)
Gambalete (4x1par)
142
6.4 Função estético formal
A função estético formal está relacionada com a parte externa do produto.
A coleção proposta neste projeto apresenta linhas mistas, busca certo equilíbrio
e dosagem na forma, utilizando tanto formas geométricas como formas orgânicas,
tendo como referência a temática Bahia.
As cores vibrantes do cabedal contrastam com as cores neutras do forro e
taloneira, proporcionando equilíbrio. As cores da palmilha são desenvolvidas em tons
mais escuros, para que a marca do suor não fique destacada na palmilha.
Os materiais do forro e cabedal possuem textura lisa ou aveludada, varia
conforme a linha, cor opaca, assim como a cor da etiqueta. A maioria dos modelos
possui enfeites sobre o cabedal, como: metais e pedrarias que proporcionam aos
produtos design diferenciado.
O modelo de rasteira anatômica é forrado com camurça, que proporciona mais
elegância ao produto, assim como os modelos de salto, que são feitos de madeira,
pintados com tinta fosca.
Todos os modelos possuem o mesmo formato de taloneira com o nome da
marca.
Figura 188: Estética do modelo de salto grosso.
Fonte: Arquivo do autor. Figura 189: Estética do modelo de rasteira
anatômica. Fonte: Arquivo do autor.
143
6.5 Função de uso
As características de um produto devem ser destinadas ao seu tipo de atividade.
Segundo Löbach (2000, p. 58), “o objetivo principal do desenvolvimento de produtos é
criar funções práticas e adequadas para que mediante seu uso satisfazer necessidades
do usuário”.
A coleção de calçados é destinada para mulheres que sofrem de hiper-hidrose.
Esta tem como função proporcionar aos usuários conforto aliado à estética em modelos
para serem utilizados no dia-a-dia: trabalho, local de trabalho, estudo ou lazer.
Para isso foram desenvolvidos modelos com design diferenciado, mas que ao
mesmo tempo proporcionam conforto através de seus materiais e modelagem.
Figura 190: Uso do salto grosso.
Fonte: Arquivo do autor. Figura 191: Uso da rasteira anatômica.
Fonte: Arquivo do autor.
144
6.6 Função Ergonômica
A coleção proposta para o desenvolvimento deste projeto é baseada na união da
estética e do conforto para mulheres que sofrem com o problema da hiper-hidrose.
Através disso buscou-se trabalhar com materiais e modelagem que atingissem esse
objetivo.
A coleção divide-se em cinco linhas, dois modelos de rasteira, um salto médio e
dois outros modelos de salto alto. Todas as linhas possuem juntamente com a palmilha
de montagem, uma palmilha de conforto de poliuretano, que além de proporcionar uma
sensação mais agradável ao usuário, ajuda na absorção do suor.
Os modelos de salto alto, possuem os mesmos de formato largo, o que
proporciona maior estabilidade ao caminhar. Como nos modelos de salto alto, o corpo é
projetado para frente, fazendo com que o peso do corpo seja transferido, em grande
maioria, para o ante-pé, para proporcionar maior conforto, a palmilha de poliuretano é
desenvolvida com espessura maior nesta região.
Todas as linhas da coleção trabalham com a soleta e o tacão com espessura
mais larga para obter maior absorção de impacto.
Os materiais escolhidos para serem trabalhados no desenvolvimento desta
coleção, como couro e sintético PU, permitem a respiração dos pés e ajudam na
absorção do suor liberado pelos mesmos. Além disso, possuem grande durabilidade,
resistência e são de fácil manutenção.
Para que os modelos tivessem bom calce, liberdade dos dedos ao caminhar e
evitar que o tecido epidérmico fosse machucado, estes foram desenhados na forma
com o auxílio da marcação de pontos, pois a mesma reproduz as dimensões reais do
pé.
No desenvolvimento do cabedal foram geradas alternativas que
proporcionassem mais segurança, principalmente no caso da hiper-hidrose. Procurou-
se desenvolver modelos fechados na parte da gáspea e nas laterais, para que os pés
não deslizassem para fora do calçado, com exceção do modelo anatômico, que
comporta os pés dentro da sola. Os modelos são, também, presos no tornozelo para
proporcionar mais segurança e estabilidade ao andar.
145
Figura 192: Cabedal rasteira ergonômica –
cabedal fechado nas laterais e tira entre os dedos dificultam o deslize dos pés para fora do calçado.
Fonte: Arquivo do autor.
Figura 193: Cabedal salto grosso – tiras sobre o peito do pé proporcionam maior segurança ao
usuário. Fonte: Arquivo do autor.
6.7 Função técnica
Todos os produtos serão feitos de couro ou material sintético de poliuretano, os
quais permitem a respiração e auxiliam na absorção do suor. Antes dos calçados serem
confeccionados, o material a ser utilizado passa por alguns processos para obter
qualidade e proporcionar conforto ao usuário. São utilizadas várias máquinas no
processo de fabricação, cada uma para determinado processo. Para o corte do forro
existe máquina a laser, ou prensa com navalha, que cortam o material formando a
peça. A chanfradeira retira o grosso, afina o couro para proporcionar melhor
acabamento do calçado. Máquina de rebate traseiro coloca uma fita para dar
sustentação, para a costura ficar uniforme. O salto é grampeado para dar segurança e
estabilidade ao usuário. Depois dos sapatos prontos, estes passam por um processo de
limpeza para retirar restos de cola, por exemplo, e por uma revisão.
6.8 Função operacional
Essa função se refere à todo tipo de dispositivo que faz o produto ou sistema
funcionar. A função operacional documenta os dispositivos referentes ao produto, no
146
caso dos calçados, estes são compostos por reguladores de elásticos, que
proporcionam melhor ajuste do produto nos pés. Como sistema de fechamento dos
caçados, tem-se fivelas e amarrações no tornozelo feitas com tecidos e cadarços, que
proporcionam ao usuário o ajuste desejado.
Figura 194: Calçando a rasteira ergonômica.
Fonte: Arquivo do autor Figura 195: Amarrações da rasteira ergonômica.
Fonte: Arquivo do autor
O modelo de salto grosso é facilmente calçado, e assim como a rasteira, a fivela
permite a opção de ajuste da tira no tornozelo.
Figura 196: Calçando o modelo salto grosso.
Fonte: Arquivo do autor Figura 197: Fechando o modelo salto grosso.
Fonte: Arquivo do autor
6.9 Processo de produção
Inicialmente foram selecionadas duas alternativas a serem produzidas. Primeiro
foram escolhidas as formas conforme as formas e tamanho desejado para a confecção
147
dos produtos. As formas foram encapadas e marcou-se os pontos para auxiliar no
desenho dos modelos. Após desenhados, foram destacado os moldes nos materiais, e
então estes foram cortados, assim como o forro da palmilha, palmilha de conforto e
soleta. No caso do modelo de rasteira ergonômica, a sola foi encapada com fita crepe
para obter as medidas necessárias para a forração. Os materiais já cortados foram
virados, unidos e costurados, e então colados e prensados. Finalizando a etapa de
montagem, os modelos passaram pelo processo de limpeza para retirar o excesso de
cola e obter melhor acabamento.
148
7. COMPOSTO MERCADOLÓGICO
Nesta etapa do projeto, a escolha do nome da designer como marca ocorreu
para que esta não tivesse aparência de calçado especial para uma certa doença, no
caso, a hiper-hidrose. Após essa decisão, foram selecionadas fontes que passassem a
idéia do público alvo em questão: elegante, vaidosa, de bem com a vida, e, então foi
selecionada apenas uma, para gerar a logo da marca.
Figura 198: Logo da marca Débora Corso.
Fonte: Arquivo do autor.
7. 1 Aplicação gráfica
Para melhor divulgar e fixar uma marca e seu logotipo se faz necessário a
execução de cartões de visita e em algumas vezes, confeccionar itens como: blocos de
anotação, adesivos, canetas, chaveiros, entre outros itens promocionais. A seguir serão
dispostos os modelos confeccionados para a marca Débora Corso:
149
7.1.1 Cartão de visita
O cartão de visita é a chave do reconhecimento do seu trabalho. O cartão
contém na frente o nome da marca e no verso as informações para contato.
Figura 199: Frente do cartão.
Fonte: Arquivo do autor.
Figura 200: Verso do cartão.
Fonte: Arquivo do autor.
7.1.2 Bloco de anotações
Os blocos de anotações são lembranças ou brindes fornecidos pela empresa, os
quais servem como agrado ao cliente, além de divulgar a marca quando utilizados pelos
mesmos, objetos com a logo da marca e o contato para facilitam a lembrança.
150
Figura 201: Bloco de anotações.
Fonte: Arquivo do autor.
7.2 Função informacional
Para que o consumidor conheça melhor as informações relativas ao produto e a
coleção, serão elaborados tags explicativos e etiquetas de instrução. A função
informacional não se restringe somente ao consumidor, mas também as lojistas, para
facilitar o estoque e armazenamento das peças, serão executadas etiquetas com
códigos de barras e informação do produto que contêm dentro das embalagens,
evitando assim a abertura com freqüência destas que poderia resultar em seu
desgaste.
7.2.1 Tag
O tag tem como objetivo informar de maneira clara e objetiva os cuidados que se
deve ter com a peça, também constarão informações sobre a coleção atual. As
informações do tag serão contidas na parte interna da tampa da caixa do calçado.
151
VOCÊ ACABA DE ADQUIRIR UM PRODUTO FEITOESPECIALMENTE PARA MULHERES QUE SOFREM DE
HIPER-HIDROSE. A UTILIZA MATERIAIS
QUE PERMITEM A RESPIRAÇÃO DOS PÉS E AUXILIAM NA ABSORÇÃO DO SUOR.
Débora Corso
CUIDADOS COM CALÇADO DE COURO
- Pa r a m a n tê - lo lim p o e co m a p a r ê n cia d e n o vo , p a sse so m e n teu m p a n o u m e d e cid o e m á g u a , e m se g u id a u m a fla n e la se ca p a r a
lu str a r.
RECOMENDAÇÕES COMUNS
- Nu n ca u se e sco va d e la va r r o u p a , p o is su a s ce r d a s g r o ssa s e d u r a s d a n ifica m o co u r o e o u tr o s m a te r ia is.
- Ja m a is u se q u a lq u e r p r o d u to q u ím ico e m se u ca lça d o , a p e n a s sa b ã o
n e u tr o , se n e ce ssá r io .- Q u a n d o n ã o e stive r u tiliza n d o se u ca lça d o , g u a r d e - o e m lu g a r a r e ja d o e se co .
CONDIÇÕES DE TROCA
As tr o ca s so m e n te se r ã o e fe tu a d a s q u a n d o co m p r o va d a s fa lh a s d e p r o d u çã o o u d e q u a lid a d e d o s m a te r ia is. A a n á lise é fe ita p o r té cn ico s
e sp e cia liza d o s d a p r ó p r ia .
Da n o s a o p r o d u to , p r o vo ca d o s p o r m á u tiliza çã o , n ã o se r ã o r e ssa r cid o s.
Pa r a q u a lq u e r r e cla m a çã o , vo lte à lo ja q u e co m p r o u . Pa r a fa cilita r le ve a n o ta fisca l d o p r o d u to e , se p o ssíve l, a e tiq u e ta d e có d ig o d e b a r r a s,e xiste n te n a fr e n te d a e m b a la g e m .
Débora Corso
DEBORA CORSO CALÇADOS LTDA.
INDÚSTRIA BRASILEIRA
CEP: 88330-000 - Balneário Camboriú - SC Fone/Fax: 3333-3333 e-mail: [email protected] www.deboracorso.com.br
Figura 202: Tag.
Fonte: Arquivo do autor.
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7.2.2 Embalagem
Segundo Treptow (2003), a embalagem é importante pois dá vida ao produto. É
ela que traz informações a seu respeito, que protege, vende e promove. A embalagem
funciona como um vendedor silencioso, e a logomarca como assinatura, elemento de
reconhecimento visual imediato para o consumidor.
A embalagem principal será a caixa, desenvolvida com papel de grande
resistência, que possuirá a logo da marca na parte externa, juntamente com a etiqueta
que descreve o modelo e o tamanho do calçado que a mesma comporta.
Figura 203: Caixa.
Fonte: Arquivo do autor.
Figura 204: Etiqueta da caixa.
Fonte: Arquivo do autor.
153
7.2.3 Sacola Fundamental a uma marca é sua sacola, quando bem elaborada muitas vezes é
usada com outros fins, divulgando a longo prazo o nome, telefone e afins dispostos na
mesma. O calçado será armazenado dentro da caixa em um saquinho, o qual servirá
para protegê-lo. Além destas duas embalagens,o mesmo será carregado em uma
sacola, esta terá as alças longas para que possam ser usadas no ombro, já que a
maioria das pessoas que sofrem de hiper-hidrose nos pés, tem o mesmo problema nas
mãos.
Figura 205: Sacola.
Fonte: Arquivo do autor.
Figura 206: Saquinho.
Fonte: Arquivo do autor.
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7. 3 Função de marketing
Pertinentes ao marketing estão as propagandas impressas e de mídia, o evento
de lançamento das linhas primavera/verão, tais como desfile e coquetel e os brindes
referentes à coleção atual.
7.3.1 Outdoor Para a divulgação imediata da coleção será utilizado outdoor no seu sentido mais
específico, o cartaz essencialmente urbano, constituído da colagem de folhas de papel,
com o anúncio previamente impresso, em uma estrutura de madeira de três metros de
altura e nove de comprimento, sua circulação será de quinze dias.
Figura 207: Outdoor.
Fonte: Arquivo do autor.
7.3.2 Revista
Para divulgação da marca Débora Corso e sua coleção, foi escolhida a mídia
impressa de revistas de moda, devido sua circulação mensal ou semanal, o que
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possibilita um maior tempo de giro. Será anunciada uma página inteira, em um período
de quatro meses, relativo à duração da coleção.
Figura 208: Revista.
Fonte: Arquivo do autor.
7.3.3 Catálogo
O catálogo desenvolvido para a coleção será introduzido no mercado a fim de
promover o conhecimento dos produtos, gerando uma maior venda e divulgação da
marca.
Figura 209: Catálogo.
Fonte: Arquivo do autor.
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7.3.4 Site
Visando que a publicidade on-line está disponível ao acesso dos usuários vinte e
quatro horas por dia, será criado um site onde estarão dispostas informações sobre a
marca, imagens da coleção tais como suas linhas, uma central de atendimento ao
consumidor e entretenimentos. Abaixo encontra-se a pagina inicial do site referente a
coleção.
Figura 210: Site.
Fonte: Arquivo do autor.
7.3.5 Outras formas de divulgação
A marca Débora Corso confecciona produtos de moda que ao mesmo tempo
proporcionam conforto à mulheres que sofrem de hiper-hidrose. Por este motivo, além
de divulgar a coleção em meios publicitários de moda, está será divulgada também em
feiras e em congressos médicos.
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CONCLUSÃO
Conclui-se que o projeto mostrou-se eficaz quanto à solução dos problemas
apresentados em relação aos calçados para mulheres que sofrem de hiper-hidrose,
conseguindo um resultado bastante satisfatório. Os objetivos específicos foram
atingidos, buscou-se identificar as principais características de pessoas que sofrem de
hiper-hidrose para conhecer mais a fundo suas dificuldades em relação à própria
doença para solucioná-las através de um calçado. Foi feita uma coleção de calçados
que proporciona conforto através de seus materiais e modelagem, funcionalidade
através de seus modelos e estética inspirada na temática “Bahia”. Foram desenvolvidos
dois modelos, os quais mostraram ter materiais, modelagem e linguagem adequadas às
mulheres que sofrem de hiper-hidrose e buscam um calçado específico para o seu
público.
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APÊNCICE A - Cronograma
MARÇO ABRIL MAIO JUNHO
DIAS DO MÊS 07 14 21 28 04 11 18 25 02 09 16 23 30 06 13 20 27 30
Desenvolvimento da Met/Cronograma
x
Planejamento do Projeto e da pesquisa; definição do tema e do público alvo
x
Pesquisa de campo (estado do design)
x x x
Análise dos dados da pesquisa e finalização do relatório
x x
Defesa da pesquisa e entrega do relatório parcial
x
Conceituação x
Ilustração (técnicas) x
Geração de Alternativas x
Desenvolvimento Técnico-Ergonomia
x
Desenvolvimento Técnico-Materiais
x
Desenvolvimento Técnico e Orientações
x
Desenvolvimento da coleção
x x x x x
Banca Defesa Final e Entrega do Book da Coleção
x
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APÊNDICE B - Questionário
Idade: Profissão: 1) Que locais você costuma freqüentar no dia-a-dia? ( ) Colégio/ faculdade ( ) Praia ( ) Trabalho ( ) Cinema
( ) Shopping ( ) Bar/ boate ( ) Igreja ( ) Outro. Qual? __________________.
2) Há quanto tempo você lembra ter hiper-hidrose? 3) Quais regiões do corpo você tem problema com a transpiração? 4) Que motivos levam você a transpirar excessivamente? 5) Você conhece os métodos existentes para o tratamento e/ou cirurgia de hiper-hidrose? Que motivos levam você a não fazê-los? 6) Enumere em ordem crescente quais os problemas que mais lhe causam desconforto ao utilizar um calçado. (Ex: 1º, 2º, 3º,..) ( ) Materiais que não permitem a transpiração ( ) Falta de segurança ao caminhar ( ) Os pés escorregarem pra frente ao usar salto alto ( ) Calos e inchaços ( ) Calçados que não se adaptam aos pés (modelagem inadequada) ( ) A poeira retida nos pés, causando aspecto de sujeira ( ) Outro. Qual? _________________________. 7) Você encontra com facilidade calçados que se adaptam às suas necessidades? 8) Como você imagina um calçado adequado para mulheres que sofrem de hiper-hidrose?
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APÊNDICE C – Geração de idéias de construção
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APÊNDICE D – Geração de idéias de cabedal
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