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1 UNIVERSIDADE VALE DO ITAJAÍ DÉBORA CORSO COLEÇÃO DE CALÇADOS PARA MULHERES COM HIPER-HIDROSE BALNEÁRIO CAMBORIÚ 2008.1

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UNIVERSIDADE VALE DO ITAJAÍ

DÉBORA CORSO

COLEÇÃO DE CALÇADOS PARA MULHERES

COM HIPER-HIDROSE

BALNEÁRIO CAMBORIÚ

2008.1

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UNIVERSIDADE VALE DO ITAJAÍ

DEBORA CORSO

COLEÇÃO DE CALÇADOS PARA MULHERES

COM HIPER-HIDROSE

Trabalho apresentado como requisito parcial para o trabalho de graduação interdisciplinar do curso de Design de Moda da Universidade do Vale do Itajaí, sob a orientação da professora Taíza Kalinowski.

BALNEÁRIO CAMBORIÚ

2008.1

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RESUMO

O mercado da calçados se encontra em pleno crescimento, porém são poucas

as empresas que trabalham fortemente o diferencial em suas linhas, principalmente

quando se trata da união do conforto e estética em um produto. O presente projeto visa

desenvolver uma coleção de calçados que possam ser usadas por mulheres que

sofrem de hiper-hidrose, com o intuito de suprir esta necessidade de mercado. Para a

concretização do propósito, foram usadas metodologias de pesquisa e de projeto, onde

a autora pode estabelecer as técnicas trabalhadas como levantamento de dados,

criatividade e ferramentas de avaliação da pesquisa de campo. Como resultados das

pesquisas foram geradas cinco linhas diferenciadas, inspiradas na temática Bahia, para

serem usadas no dia-a-dia. Por fim o projeto é avaliado comercialmente, onde são

estipulados estratégias de marketing e funções dos produtos confeccionados.

Palavras-chave: Hiper-hidrose, conforto, estética.

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ABSTRACT

The shoe sales market is found to be in a steep increase, however there are few

companies that are working strongly on its lines and styles differentials, especially when

uniting confort and the product's esthetic. This project aims the development of a

collection of shoes that may be worn by women suffering from Hyper-Hidrose, and the

goal is to furnish the necessities of the market. For the purpose of its realization, project

and research methodologies were used, where the author could establish the worked

tecniques as database acquisition, creativity and field research evaluation tools. As the

result of the researches, five differentiated lines were generated, inspired on the Bahia

Theme, to be worn daily.Lastly, the project is evaluated commercially, where market

strategies and manufactured product functions are stipulated.

Word-keys: Hiper-hidrose, confort, esthetic.

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 Metodologia de projeto ..................................................................................... 21 Figura 2 Hiper-hidrose.................................................................................................... 26 Figura 3 Ceratólise com depressões .............................................................................. 27 Figura 4 Falta de segurança ao caminhar....................................................................... 28 Figura 5 Retenção da sujeira.......................................................................................... 29 Figura 6 Calçado molhado e sujo ................................................................................... 29 Figura 7 Problemas com o uso do salto.......................................................................... 29 Figura 8 Desequilíbrio..................................................................................................... 30 Figura 9 Trabalho ........................................................................................................... 31 Figura 10 Estudo .............................................................................................................. 31 Figura 11 Vaidade ............................................................................................................ 31 Figura 12 Preocupação com a saúde ............................................................................... 31 Figura 13 Lazer ................................................................................................................ 32 Figura 14 De bem com a vida........................................................................................... 32 Figura 15 Painel semântico do público-alvo...................................................................... 32 Figura 16 O pé ................................................................................................................. 39 Figura 17 Antepé.............................................................................................................. 39 Figura 18 Retropé............................................................................................................. 39 Figura 19 Mediopé............................................................................................................ 39 Figura 20 Arcos longitudinais dos pés .............................................................................. 40 Figura 21 Arcos transversais dos pés............................................................................... 40 Figura 22 Músculos .......................................................................................................... 41 Figura 23 Ligamentos....................................................................................................... 41 Figura 24 Tendões ........................................................................................................... 42 Figura 25 Tipos de pés quanto ao formato dos dedos ...................................................... 42 Figura 26 Pé normal......................................................................................................... 43 Figura 27 Pé arqueado..................................................................................................... 43 Figura 28 Pé chato ........................................................................................................... 43 Figura 29 Comprimento do pé .......................................................................................... 43 Figura 30 Largura do pé ................................................................................................... 44 Figura 31 Altura................................................................................................................ 44 Figura 32 Perímetro.......................................................................................................... 45 Figura 33 Contraforte ....................................................................................................... 46 Figura 34 Velcro ............................................................................................................... 47 Figura 35 Zíper................................................................................................................. 47 Figura 36 Botão de pressão ............................................................................................. 47 Figura 37 Fivela................................................................................................................ 47 Figura 38 Miçanga............................................................................................................ 47 Figura 39 Corrente de metal............................................................................................. 47 Figura 40 Laço de metal................................................................................................... 47 Figura 41 Fivela plástica................................................................................................... 47 Figura 42 Solas ................................................................................................................ 48 Figura 43 Palmilha de montagem..................................................................................... 48 Figura 44 Saltos ............................................................................................................... 49 Figura 45 Tacões.............................................................................................................. 49 Figura 46 Palmilha interna................................................................................................ 50

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Figura 47 Região inferior da forma ................................................................................... 53 Figura 48 Região superior da forma ................................................................................. 53 Figura 49 Forma sem chapa............................................................................................. 54 Figura 50 Forma com chapa de metal .............................................................................. 54 Figura 51 Forma inteiriça.................................................................................................. 55 Figura 52 Forma com cunha............................................................................................. 55 Figura 53 Forma com articulação Califórnia ..................................................................... 55 Figura 54 Forma com articulação em "V".......................................................................... 56 Figura 55 Planificação da palmilha ................................................................................... 57 Figura 56 Marcações da palmilha..................................................................................... 58 Figura 57 Forrando a parte superior da forma .................................................................. 58 Figura 58 Comparando os lados interno e externo ........................................................... 59 Figura 59 Marcação de pontos ......................................................................................... 60 Figura 60 Biomecânica..................................................................................................... 61 Figura 61 Descalço........................................................................................................... 61 Figura 62 Salto dois centímetros ...................................................................................... 61 Figura 63 Salto quatro centímetros................................................................................... 62 Figura 64 Salto seis centímetros ...................................................................................... 62 Figura 65 Mais de dez centímetros de salto ..................................................................... 62 Figura 66 Articulações do pé ............................................................................................ 63 Figura 67 Cadência do apoio do pé durante a marcha ..................................................... 65 Figura 68 Rasteira Geox................................................................................................... 68 Figura 69 Sapatilha Geox................................................................................................. 68 Figura 70 Sapato Geox .................................................................................................... 69 Figura 71 Rasteirinha Geox.............................................................................................. 69 Figura 72 Sandália Geox.................................................................................................. 69 Figura 73 Scarpin Geox.................................................................................................... 69 Figura 74 Membrana Geox............................................................................................... 70 Figura 75 Sola de borracha impermeável Geox................................................................ 70 Figura 76 Tênis Kidy......................................................................................................... 71 Figura 77 Material DryShoe.............................................................................................. 71 Figura 78 Calçados Arezzo .............................................................................................. 73 Figura 79 Calçados Dumond ............................................................................................ 73 Figura 80 Calçados Carmen Steffens............................................................................... 73 Figura 81 Calçados Luiza Barcelos .................................................................................. 74 Figura 82 Calçados Para Raio.......................................................................................... 74 Figura 83 Calçados Balenciaga........................................................................................ 75 Figura 84 Calçados Prada................................................................................................ 76 Figura 85 Calçados Pierre Hardy...................................................................................... 76 Figura 86 Calçados Chanel .............................................................................................. 76 Figura 87 Linhas metalizadas para costura e bordado ..................................................... 77 Figura 88 Enfeites ............................................................................................................ 78 Figura 89 Meias-patas...................................................................................................... 78 Figura 90 Saltos médios................................................................................................... 79 Figura 91 Enfeites metálicos com cristais......................................................................... 79 Figura 92 Correntes metálicas e de acrílico...................................................................... 79 Figura 93 Cadarços .......................................................................................................... 80 Figura 94 Tiras de fios tramados ...................................................................................... 80 Figura 95 Tacões.............................................................................................................. 80 Figura 96 Materiais para forro de salto ............................................................................. 80 Figura 97 Ecoline Bis Bugatti Lem.................................................................................... 81

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Figura 98 Testes Ecoline Bis Bugatti Lem ........................................................................ 81 Figura 99 Sandália fechada.............................................................................................. 82 Figura 100 Peep Toe.......................................................................................................... 82 Figura 101 Muitas tiras sobre o peito do pé........................................................................ 82 Figura 102 Amarrações no tornozelo.................................................................................. 82 Figura 103 Salto grosso ..................................................................................................... 83 Figura 104 Salto Anabela ................................................................................................... 83 Figura 105 Sandália Rasteira ............................................................................................. 83 Figura 106 Meia-pata ......................................................................................................... 83 Figura 107 Bico fino............................................................................................................ 83 Figura 108 Bico levemente arredondado............................................................................ 83 Figura 109 Bico fino curto................................................................................................... 83 Figura 110 Bico quadrado .................................................................................................. 83 Figura 111 Couro com estampa de crocodilo ..................................................................... 84 Figura 112 Couro liso com couro estampado ..................................................................... 84 Figura 113 Mistura de couro e tecido ................................................................................. 84 Figura 114 Tramas diferenciadas ....................................................................................... 84 Figura 115 Calçado fechado com zíper .............................................................................. 84 Figura 116 Tiras transpassadas nos cabedais.................................................................... 84 Figura 117 Maxi-enfeites de metal...................................................................................... 85 Figura 118 Flores grandes no cabedal ............................................................................... 85 Figura 119 Pedrarias coloridas........................................................................................... 85 Figura 120 Enfeites em couro............................................................................................. 85 Figura 121 Meia-pata Arezzo ............................................................................................. 86 Figura 122 Rasteira Arezzo................................................................................................ 86 Figura 123 Rasteira Dumond.............................................................................................. 86 Figura 124 Sandália Dumond ............................................................................................. 86 Figura 125 Sandália marrom Schutz .................................................................................. 87 Figura 126 Sandália preta Schutz....................................................................................... 87 Figura 127 Sapato Geox .................................................................................................... 87 Figura 128 Rasteira Geox................................................................................................... 87 Figura 129 Tamanco Piccadilly........................................................................................... 88 Figura 130 Sandália Piccadilly............................................................................................ 88 Figura 131 Sandália bege Usaflex...................................................................................... 88 Figura 132 Sandália marrom Usaflex.................................................................................. 88 Figura 133 Painel semântico da temática........................................................................... 92 Figura 134 Salvador ........................................................................................................... 94 Figura 135 Rua de Salvador............................................................................................... 94 Figura 136 Carnaval de Salvador ....................................................................................... 94 Figura 137 Pesca da Bahia ................................................................................................ 94 Figura 138 Igreja Ordem Terceira de São Francisco .......................................................... 95 Figura 139 Igreja São Francisco......................................................................................... 95 Figura 140 Festa do Senhor do Bonfim .............................................................................. 95 Figura 141 Pelourinho ........................................................................................................ 95 Figura 142 Blocos de trio.................................................................................................... 95 Figura 143 Micaretas.......................................................................................................... 96 Figura 144 Circuito batatinha.............................................................................................. 97 Figura 145 Circuito Dodô.................................................................................................... 98 Figura 146 Capoeira........................................................................................................... 99 Figura 147 Bumba-meu-boi .............................................................................................. 100 Figura 148 A arte de Maragogipinho ................................................................................ 101

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Figura 149 Praia do mangue seco.................................................................................... 102 Figura 150 Ilha das Graças e Ilha de Atalaia .................................................................... 103 Figura 151 Painel semântico de conceito ......................................................................... 104 Figura 152 Cartela de cores ............................................................................................. 105 Figura 153 Combinação das cores ................................................................................... 106 Figura 154 Cartela de materiais........................................................................................ 107 Figura 155 Cartela de aviamentos.................................................................................... 108 Figura 156 Construção da parte inferior da rasteira simples............................................. 110 Figura 157 Construção da parte inferior da rasteira anatômica......................................... 111 Figura 158 Construção da parte inferior da linha anabela................................................. 112 Figura 159 Construção da parte inferior da linha salto grosso .......................................... 113 Figura 160 Construção da parte inferior da linha meia-pata ............................................. 114 Figura 161 Coleção .......................................................................................................... 116 Figura 162 Linha Bumba-meu-boi .................................................................................... 116 Figura 163 Alternativa 1 da geração de idéias.................................................................. 117 Figura 164 Alternativa 2 da geração de idéias.................................................................. 117 Figura 165 Alternativa 3 da geração de idéias.................................................................. 118 Figura 166 Linha circuito batatinha................................................................................... 118 Figura 167 Alternativa 4 da geração de idéias.................................................................. 119 Figura 168 Alternativa 5 da geração de idéias.................................................................. 119 Figura 169 Alternativa 6 da geração de idéias.................................................................. 120 Figura 170 Linha blocos de trio......................................................................................... 120 Figura 171 Alternativa 7 da geração de idéias.................................................................. 121 Figura 172 Alternativa 8 da geração de idéias.................................................................. 121 Figura 173 Alternativa 9 da geração de idéias.................................................................. 122 Figura 174 Linha Senhor do Bonfim ................................................................................. 122 Figura 175 Alternativa 10 da geração de idéias................................................................ 123 Figura 176 Alternativa 11 da geração de idéias................................................................ 123 Figura 177 Alternativa 12 da geração de idéias................................................................ 124 Figura 178 Linha Micaretas .............................................................................................. 124 Figura 179 Alternativa 13 da geração de idéias................................................................ 125 Figura 180 Alternativa 14 da geração de idéias................................................................ 125 Figura 181 Alternativa 15 da geração de idéias................................................................ 126 Figura 182 Alternativas escolhidas ................................................................................... 126 Figura 183 Peça-piloto cetim ............................................................................................ 129 Figura 184 Peça-piloto cetim e couro ............................................................................... 129 Figura 185 Seqüência das peças-piloto............................................................................ 130 Figura 186 Peça piloto modelo salto grosso ..................................................................... 131 Figura 187 Peça piloto salto grosso.................................................................................. 131 Figura 188 Estética do modelo de saltoo grosso .............................................................. 142 Figura 189 Estética do modelo de rasteira anatômica ...................................................... 142 Figura 190 Uso do salto grosso........................................................................................ 143 Figura 191 Uso da rasteira anatômica.............................................................................. 143 Figura 192 Cabedal rasteira anatômica............................................................................ 145 Figura 193 Cabedal salto grosso...................................................................................... 145 Figura 194 Calçando a rasteira ergonômica ..................................................................... 146 Figura 195 Amarrações da rasteira ergonômica ............................................................... 146 Figura 196 Calçando o modelo de salto grosso................................................................ 146 Figura 197 Fechando o modelo de salto grosso............................................................... 146 Figura 198 Logo da marca Débora Corso......................................................................... 148 Figura 199 Frente do cartão ............................................................................................. 149

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Figura 200 Verso do cartão .............................................................................................. 149 Figura 201 Bloco de anotações ........................................................................................ 150 Figura 202 Tag ................................................................................................................. 151 Figura 203 Caixa .............................................................................................................. 152 Figura 204 Etiqueta da caixa............................................................................................ 152 Figura 205 Sacola ............................................................................................................ 153 Figura 206 Saquinho ........................................................................................................ 153 Figura 207 Outdoor .......................................................................................................... 154 Figura 208 Revista ........................................................................................................... 155 Figura 209 Catálogo......................................................................................................... 155 Figura 210 Site ................................................................................................................. 156

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LISTA DE TABELAS Tabela 1 Ferramenta PFFOA .......................................................................................... 97

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LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Questão dois do questionário ........................................................................... 42 Gráfico 2 Questão três do questionário............................................................................ 42 Gráfico 3 Questão quatro do questionário........................................................................ 43 Gráfico 4 Questão cinco do questionário ......................................................................... 43 Gráfico 5 Questão sete do questionário ........................................................................... 44

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 15 1.1 Objetivo Geral ................................ ......................................................................... 16

1.2 Objetivos Específicos .......................... .................................................................. 16 1.3 Problema....................................... .......................................................................... 16

2 PLANEJAMENTO DE SOLUÇÃO............................ ....................................................... 12 2.1 Metodologia de pesquisa.......................................................................................... 18 2.1.1 Método de Pesquisa Bibliográfica.............................................................................. 18 2.1.2 Método de Pesquisa de Campo................................................................................. 19 2.1.2.1 Método quantitativo ................................................................................................... 19 2.2 Metodologia de projeto ............................................................................................. 20 2.3 Ténicas de criatividade............................................................................................. 22 2.4 Ferramentas projetuais............................................................................................. 23

3 LEVANTAMENTO DE DADOS.............................. .......................................................... 25 3.1 Hiper-hidrose ........................................................................................................... 25 3.1.1 Tratamentos ............................................................................................................. 27 3.1.2 Problemas encontrados por mulheres com o uso do calçado................................... 28 3.2 Público ..................................................................................................................... 30 3.3 Pesquisa de campo - questionário............................................................................ 33 3.3.1 Apresentação dos resultados do questionário .......................................................... 33 3.3.2 Análise geral da pesquisa de campo ........................................................................ 37 3.4 O pé humano............................................................................................................ 38 3.4.1 Tipos de pés............................................................................................................. 42 3.4.2 Nomenclatura das medidas dos pés......................................................................... 43 3.5 O calçado .................................................................................................................. 45 3.5.1 Componentes do calçado ........................................................................................ 45 3.6 Ergonomia................................................................................................................ 50 3.6.1 Antropometria........................................................................................................... 51 3.6.1.1 A forma para calçados.............................................................................................. 52 3.6.1.2 Nomenclatura das partes da forma .......................................................................... 52 3.6.1.3 Tipos de formas........................................................................................................ 54 3.6.1.4 Matéria-prima ........................................................................................................... 56 3.6.1.5 Modelagem de calçado ............................................................................................ 56 3.6.2 Biomecânica............................................................................................................. 61 3.6.2.1 Articulações do pé.................................................................................................... 62 3.6.2.2 A marcha humana .................................................................................................... 63 3.6.3 O conforto em um calçado........................................................................................ 65 3.7 Estado de design....................................................................................................... 67 3.7.1 Calçados Geox.......................................................................................................... 68 3.7.2 Tênis Kidy ................................................................................................................ 71 3.7.3 Material DryShoe...................................................................................................... 71 3.7.4 Pesquisa de vitrina nacional ..................................................................................... 72 3.7.5 Pesquisa de vitrina internacional .............................................................................. 75 3.7.6 Pesquisa de campo - Vistita ténica à Fimec ............................................................ 77 3.8 Tendências............................................................................................................... 82 3.9 Concorrentes............................................................................................................. 85 3.9.1 Arezzo...................................................................................................................... 85

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3.9.2 Dumond.................................................................................................................... 86 3.9.3 Schutz ...................................................................................................................... 87 3.9.4 Geox ........................................................................................................................ 87 3.9.5 Piccadilly .................................................................................................................. 88 3.9.6 Usaflex ..................................................................................................................... 88 3.9.7 Aplicação da ferramenta PFFOA.............................................................................. 89 3.9.8 Análise da ferramenta PFFOA.................................................................................. 89 3.10 Briefing textual.......................................................................................................... 90

4 PLANEJAMENTO DE COLEÇÃO............................ ....................................................... 92 4.1 Temática....................................... ........................................................................... 92 4.1.1 Bahia........................................................................................................................ 93 4.1.2 Religião .................................................................................................................... 94 4.1.3 Blocos de trio............................................................................................................ 95 4.1.4 Micaretas.................................................................................................................. 96 4.1.5 Os circuitos de Salvador........................................................................................... 97 4.1.5.1 Circiuito Batatinha .................................................................................................... 97 4.1.5.2 Circuito Dodô............................................................................................................ 98 4.1.6 Capoeira................................................................................................................... 99 4.1.7 Bumba-meu-boi...................................................................................................... 100 4.1.8 A arte de Maragogipinho ........................................................................................ 101 4.1.9 Praia de Mangue Seco ........................................................................................... 102 4.1.10 Ilha das Graças e Ilha de Atalaia ............................................................................ 103 4.1.11 Justificativa da escolhda da temática...................................................................... 103 4.2 Conceito ................................................................................................................. 104 4.3 Cartela de cores ..................................................................................................... 105 4.4 Cartela de materiais ............................................................................................... 106 4.5 Cartela de aviamentos............................................................................................ 107

5 GERAÇÃO DE IDÉIAS ................................ .................................................................. 109 5.1 Linha 1 - Rasteiras simples .................................................................................... 109 5.2 Linha 2 - Rasteiras anatômicas .............................................................................. 110 5.3 Linha 3 - Anabela ................................................................................................... 111 5.4 Linha 4 - Salto grosso............................................................................................. 113 5.5 Linha 5 - Meia-pata................................................................................................. 114 5.6 Linha Bumba-meu-boi ............................................................................................ 116 5.7 Linha circuito batatinha........................................................................................... 118 5.8 Linha blocos de trio ................................................................................................ 120 5.9 Linha Senhor do Bonfim ......................................................................................... 122 5.10 Linha micaretas ...................................................................................................... 124 5.11 Alternativas escolhidas........................................................................................... 126

6 SOLUÇÃO DE IDÉIA................................... .................................................................. 128 6.1 Modelagem............................................................................................................. 128 6.2 Peças-piloto............................................................................................................ 128 6.3 Fichas técnicas....................................................................................................... 132 6.4 Função estético formal ........................................................................................... 142 6.5 Função de uso........................................................................................................ 143 6.6 Função ergonômica................................................................................................ 144 6.7 Função técnica....................................................................................................... 145 6.8 Função operacional................................................................................................ 145 6.9 Processo produtivo................................................................................................. 146

7 COMPOSTO MERCADOLÓGICO........................... ....................................................... 148 7.1 Aplicação gráfica .................................................................................................... 148

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7.1.1 Cartão de visita ...................................................................................................... 149 7.1.2 Bloco de anotações................................................................................................ 149 7.2 Função informacional .............................................................................................. 150 7.2.1 Tag......................................................................................................................... 150 7.2.2 Embalagem ............................................................................................................ 152 7.2.3 Sacola .................................................................................................................... 153 7.3 Função de marketing .............................................................................................. 154 7.3.1 Outdoor ................................................................................................................... 154 7.3.2 Revista ................................................................................................................... 154 7.3.3 Catálogo................................................................................................................. 155 7.3.4 Site......................................................................................................................... 156 7.3.5 Outras formas de divulgação.................................................................................. 156

8 CONCLUSÃO.......................................... ...................................................................... 157 9 REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 158 APÊNDICE A - Cronograma ............................ .................................................................... 161 APÊNDICE B - Questionário.......................... ...................................................................... 162 APÊNDICE C - Geração de idéias de construção ....... ....................................................... 163 APÊNDICE D - Geração de idéias de cabedal .......... .......................................................... 164

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1 INTRODUÇÃO

O projeto proposto à categoria de calçados aborda a relação dos mesmos com a

hiper-hidrose. É de grande importância o desenvolvimento de calçados específicos com

preocupação relativa à sudação excessiva, pois esta causa imenso desconforto e

impede o uso de alguns modelos confeccionados com materiais inadequados.

O público alvo o qual procura-se atingir com o desenvolvimento desta coleção

são mulheres, independentes, que apreciam produtos diferenciados, estão sempre

atentas às tendências de moda e apresentam hiper-hidrose plantar.

Segundo Villaça (2008), a hiper-hidrose atinge aproximadamente 1% da

população. Pode estar ligada ao sistema emocional ou a estímulos dos centros

reguladores de temperatura do corpo ao apresentar sensibilidade elevada. Esta possui

alguns tipos de tratamento e cirurgia, porém não proporcionam resultados eficazes,

podendo ocasionar a hiper-hidrose compensada em outra região do corpo.

Em pesquisas realizadas durante o desenvolvimento do projeto, notou-se que

uma das maiores deficiências que o mercado calçadista possui em relação ao público

alvo em questão é a falta de conforto em calçados de grande apelo visual e a

desagradável estética que os calçados ergonômicos possuem, ou seja, dificilmente há a

união entre conforto e estética.

Através de pesquisas, busca-se identificar as principais necessidades e as

principais falhas do mercado, para confeccionar produtos direcionados especificamente

para este nicho.

Em relação a estética, será utilizado no desenvolvimento da coleção, a temática

“Bahia”, trazendo para os calçados cores vibrantes, inspiradas no carnaval, festas

religiosas e na diversificada cultura trazida pelos diferentes imigrantes que chegaram no

estado na época do descobrimento do Brasil.

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1.1 Objetivo Geral

Desenvolver uma coleção de calçados primavera - verão 2008/2009 para o uso

do dia-a-dia para mulheres e que sofrem de hiper-hidrose inspirada na temática “Bahia”.

1.2 Objetivos Específicos

• Identificar as principais características e problemas das pessoas que têm hiper-

hidrose plantar.

• Propor uma coleção que proporcione conforto, funcionalidade e estética.

• Utilizar materiais adequados de acordo com o público na coleção de calçados.

• Desenvolver modelos de calçados que atendam às necessidades do público.

1.3 Problema

Há, no mercado calçadista feminino uma grande diversidade de modelos e

materiais utilizados nos mesmos. Este mercado possui duas divisões: os de grande

apelo estético e os que se preocupam com o conforto e saúde dos pés, dificilmente há

a união dos dois. Esta se torna uma dificuldade para as mulheres que sofrem de hiper-

hidrose, as quais procuram ambas as características em apenas um modelo de

calçado. Sendo assim, a maior dificuldade encontrada para a realização deste projeto é

desenvolver uma coleção de calçados para mulheres que sofrem de hiper-hidrose

proporcionando-lhes conforto, segurança e proteção unidos à estética. Os maiores

problemas que estas têm ligados à hiper-hidrose estão relacionados a calçados de salto

alto, o qual faz com que as mulheres em questão tenham seus pés impulsionados para

fora dos mesmos. Há, também, calçados que mesmo não possuindo salto alto, acabam

proporcionando o mesmo desconforto aos seus usuários, quando seus pés são

deslizados para as laterais dos mesmos. Neste projeto, busca-se solucionar este

problema através de materiais que permitam a transpiração dos pés, auxiliem na

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absorção do suor. Com os mesmos materiais busca-se agregar ao produto design

diferenciado aliado a modelagem adequada dos calçados.

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2 PLANEJAMENTO DE SOLUÇÃO

Este capítulo aponta as etapas para desenvolver-se a pesquisa e o método

utilizado para auxílio na resolução dos problemas do projeto.

2.1 Metodologia de Pesquisa

Segundo Gil (1991, p. 19) a pesquisa é um procedimento utilizado quando não

se dispõe de informações suficientes sobre determinado assunto, ou seja, é a busca de

conhecimento e esta busca pode ser utilizada através de inúmeros meios, como livros,

periódicos, entre outros.

Para Carvalho (1989, p. 100), pesquisa é o sinônimo de busca, e, esta busca

pode ser feita tanto através de documentos escritos por conversas e entrevistas a fim

de obter respostas. Carvalho ainda diz que o estudo como forma de pesquisa necessita

de fontes e métodos para se chegar a informações seguras.

Há pesquisas que pedem embasamento em documentos que tragam

informações verdadeiras como é o caso da pesquisa científica. Segundo Ruiz (1996, p.

48) a pesquisa científica é utilizada por universitários de qualquer área. Esta pesquisa

consiste em investigar, planejar, desenvolver e redigir o estudo de acordo com as

normas metodológicas.

Nos itens a seguir foram definidas e explicadas as modalidades de investigação

a serem trabalhadas no projeto.

2.1.1 Método de Pesquisa Bibliográfica

A pesquisa bibliográfica segundo Carvalho (1989, p. 100) é a consulta de fontes

diversas de informação escritas a fim de coletar dados de um determinado tema.

Para Marconi e Lakatos (1996, p.48), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a

partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.

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Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza,

há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas”.

Conforme Lima (2004), a origem da palavra grega “bibliografia” – biblio que

significa livro e grafia que significa escrita – sugere que a pesquisa realizada através de

textos impressos como: livros, jornais, dicionários, enciclopédias, artigos publicados em

periódicos, resenhas, monografias entre outros.

Neste projeto, serão utilizados como fontes de pesquisa bibliográfica: livros,

revistas e sites, relacionados com o tema do mesmo. No contexto de pesquisa

acadêmica, os textos teóricos assumem grande importância, favorecendo tanto o

entendimento da escolha dos temas a serem trabalhados, quanto à criação dos

produtos.

2.1.2 Método de Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo, conforme Ruiz (1996, p. 50), consiste na coleta de dados,

observação de fatos e no registro das variáveis como entrevistas e questionários.

Para Lima (2004) os projetos podem ser atribuídos de duas formas de recursos

metodológicos, os quantitativos e qualitativos, ambos objetivam coletar os materiais de

forma sistematizada. Estes devem ser registrados, selecionados e organizados sem

qualquer tipo de manipulação.

A fim de obter informações mais específicas de acordo com o público alvo em

questão, o método a ser utilizado na pesquisa de campo é o quantitativo.

2.1.2.1 Método quantitativo

As pesquisas quantitativas são mais adequadas para apurar opiniões e atitudes

explícitas e conscientes dos entrevistados, pois utilizam instrumentos estruturados.

Devem ser representativas de um determinado universo de modo que seus dados

possam ser generalizados e projetados para aquele universo. Seu objetivo é mensurar

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e permitir o teste de hipóteses, já que os resultados são mais concretos e,

conseqüentemente, menos passíveis de erros de interpretação.

Segundo Lima (2004, p.26) “[...] as técnicas de coleta de materiais

tradicionalmente utilizadas na pesquisa de campo de caráter quantitativo envolvem a

utilização da observação direta extensiva, realizada por meio da aplicação de

questionários e/ou formulários”.

No presente projeto serão aplicados questionários com o objetivo de melhor

conhecer o público alvo e conhecer suas dificuldades, necessidades e preferências,

para que seja desenvolvida uma coleção de acordo com o desejo do mesmo.

2.2 Metodologia de Projeto

Conforme Munari (1998), uma metodologia não serve de receita de bolo, porém,

ajuda o projetista na resolução de problemas de projeto. O método auxilia a traçar uma

série de operações necessárias, dispostas de forma lógica, ditadas pela experiência,

para que o designer atinja seu objetivo com um melhor resultado e pouco esforço.

Segundo Baxter (1998) a atividade de desenvolvimento de um novo produto

requer pesquisa, planejamento cuidadoso, controle meticuloso e, mais importante, o

uso de métodos sistemáticos. Os métodos sistemáticos de projeto exigem uma

abordagem interdisciplinar, abrangendo métodos de marketing, engenharia de métodos

e aplicação de conhecimentos sobre estética e estilo.

Para Treptow (2003) apoud Gomes (1992) “coleção é a reunião ou conjunto de

peças e/ou acessórios que possuam alguma relação entre si.

A metodologia foi criada com base nos autores Munari (1998) e Baxter (1999) e

complementada com o planejamento de coleção de Treptow (2007). Estas

metodologias apresentam um processo basicamente linear.

Primeiramente, nota-se um “problema”. Logo após é feito o “planejamento da

solução”. A etapa seguinte chama-se “levantamento de dados” que é seguida do

“planejamento de coleção”. Depois aparece a etapa “geração de idéias” que é

desmembrada em duas novas etapas: a “geração para construção” e “geração para

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cabedal”. Em seqüência, aparece a “solução de idéias” que é seguida do “composto

mercadológico”, a seguir a representação da metodologia através de um fluxograma.

PROBLEMA

PLANEJAMENTO DA SOLUÇÃO

PLANEJAMENTO DE COLEÇÃO

GERAÇÃO DE IDÉIAS BrainstormingBrainwriting

LEVANTAMENTO DE DADOS

Técnicas e Ferramentas

Desdobramento

PFFOABriefingPainéis Semânticos

SOLUÇÃO DE IDÉIA

COMPOSTO MERCADOLÓGICO

IDÉIAS DE CONSTRUÇÕESIDÉIAS DE CABEDAIS

Cronograma

MétodoLEGENDA

Figura 1: Metodologia de projeto.

Fonte: Arquivo do autor.

A seguir será apresentada cada etapa da metodologia com sua devida função:

PLANEJAMENTO DA SOLUÇÃO - Fase onde são planejadas as etapas para

resolver o problema. Define-se também que técnicas e ferramentas que serão utilizadas

para ajudar a solucionar o mesmo.

LEVANTAMENTO DE DADOS - Etapa a qual são levantadas informações sobre

o problema para transformá-las em dados concretos para o projeto. São feitas análises

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de cada informação, então apontam-se as que devem ser utilizadas para solucionar o

problema.

PLANEJAMENTO DE COLEÇÃO – Nesta etapa define-se como será trabalhada

a coleção. A quantidade de linhas e quantos modelos terá cada linha.

GERAÇÃO DE IDÉIAS – Momento o qual reúne-se o material que se tem para

trabalhar na geração de alternativas. Avaliam-se as propostas apresentadas e escolhe-

se a mais adequada de acordo com as informações obtidas na etapa anterior. A etapa

“Geração de idéias” divide-se em duas novas etapas. Na etapa “IDÉIAS DE

CONSTRUÇÃO” são geradas alternativas para as construções, as quais definem as

linhas da coleção. Já na fase “IDÉIAS DE CABEDAL” as alternativas para cabedais são

geradas de acordo com cada construção.

SOLUÇÃO DE IDÉIAS – Após a conclusão dos modelos, estes passam por um

processo de avaliação e modificação, se necessário. Nesta etapa ainda é elaborado o

memorial descritivo.

COMPOSTO MERCADOLÓGICO – Define-se como os produtos irão para o

mercado. Como serão vendidos, encontrados, distribuídos.

2.3 Técnicas de Criatividade

Conforme Baxter (1998, p. 51) “a criatividade é uma das mais misteriosas

habilidades humanas. Nas últimas décadas surgiram vários métodos para estimular a

criatividade, prometendo desbloquear as mais obstruídas pessoas e organizações.”

King (1999) afirma que “a quantidade e a variedade de conhecimento,

experiência e conjuntos de habilidades que os participantes da equipe têm afetará o

potencial da equipe para gerar resultados criativos”.

A fim de quebrar a barreira do pensamento criativo e produzir idéias e

perspectivas diferentes, foram desenvolvidas técnicas de criatividade. Com a intenção

de produzir idéias inovadoras para este projeto na etapa “Geração de idéias”, três

técnicas de criatividade serão utilizadas: o brainstorming e o brainwriting.

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Segundo King (1999, p. 26), “esta ferramenta permite que os membros da equipe

partilhem seu conhecimento e criatividade em um ambiente aberto e não-crítico”.

Para Baxter (1998, p. 72) brainwriting é uma evolução do brainstorming,

procurando conservar as suas vantagens e reduzir as desvantagens.

Durante a sessão do brainstorming, o líder explica qual é o problema para o

restante do grupo. As idéias são ditas e discutidas pelos participantes. As sessões de

brainstorming são gravadas ou alguém anota as idéias.

No brainstorming, ao invés de as idéias serem ditas, elas são escritas em um

pedaço de papel. “Todos escrevem suas idéias sem mostrar para os outros, para não

influenciá-los” (Baxter, 1998. P. 72).

King (1999, p. 56) declara que esta ferramenta encoraja as contribuições dos

indivíduos que podem se sentir tímidos na participação oral e ajuda as pessoas a se

sentirem mais a vontade para propor suas idéias, uma vez que a possibilidade de suas

contribuições serem criticadas ou desencorajadas é mínima.

Geralmente, tanto o brainstorming quanto o brainwriting são técnicas de

criatividade realizadas em equipe. Como o projeto não é realizado em grupo, ambas

serão aplicadas individualmente.

As alternativas de construções, as quais definem o número de linhas que a

coleção terá serão geradas utilizando a técnica brainstorming. Após selecionar os

modelos de construção, serão desenvolvidas as alternativas de cabedal, utilizando a

técnica brainwriting.

2.4 Ferramentas projetuais

A fim de auxiliar na execução das etapas deste projeto, serão utilizadas algumas

ferramentas projetuais, como: o cronograma, o briefing e os painéis semânticos.

O cronograma serve para demonstrar todas as etapas do projeto graficamente,

dentro das faixas de tempo previamente determinadas, possibilitando acompanhar e

controlar a execução planejada.

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O cronograma disponível no apêndice “A” será utilizado cumprir as atividades

nas datas estabelecidas.

Para organizar corretamente o projeto, esclarecendo as primeiras especificações

do produto em questão é utilizado o briefing textual.

Já o painel semântico é composto de imagens referentes a um determinado

assunto, as imagens devem expressar, sem a necessidade do uso de palavras, as

idéias referentes ao mesmo. O painel semântico denota organização visual e ajuda a

expor idéias referentes ao público, estado de design, materiais, temática, conceito,

tendências entre outros.

Segundo Baxter (1998), o painel semântico ou de expressão do produto,

representa a emoção que o produto transmite ao primeiro olhar.

Observa-se que uma empresa obtém sucesso quando ela sabe o caminho o qual

segue e como se faz para chegar lá. “Uma empresa que tenha uma estratégia bem

definida procura ativamente as oportunidades que contribuem para alcançar seus

objetivos.” (Baxter, 1998, p. 110)

A fim de avaliar as oportunidades que vai ter o produto a ser desenvolvido neste

projeto, será utilizada a ferramenta PFFOA.

A análise dos pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças serve para

verificar a posição estratégica a qual está a empresa.

Segundo Baxter (1998, p.111) “forças e fraquezas são determinadas pela

posição social atual da empresa e se relacionam sempre aos fatos internos.

Oportunidades e ameaças são antecipações do futuro e quase sempre se relacionam

aos fatores externos”.

“A análise PFFOA só será bem feita se for realista e honesta”. (Baxter, 1998. p.

111). Esta será aplicada na etapa “concorrentes”.

Finalizada a etapa “planejamento de solução”, dá-se início a fase “levantamento

de dados”.

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3 LEVANTAMENTO DE DADOS

Neste capítulo serão apresentadas todas as informações sobre o público alvo em

questão neste projeto, e sobre o mercado calçadista.

3.1 Hiper-hidrose

A transpiração em excesso é chamada de hiper-hidrose. A sudação varia de

pessoa para pessoa, independente de idade, raça e é influenciada por fatores

endógenos e exógenos. que são originados no interior do organismo A sudorese pode

exalar um odor desagradável, a brimose1 e a alteração da cor, a cromidose2. A hiper-

hidrose pode ser local ou generalizada. Segundo Sampaio e Rivitti (2001, p.307), nos

dias atuais, consideram-se três formas de hiper-hidrose: uma por estímulos da córtex,

outra devida a estímulos que chegam ao hipotálamo e finalmente, um terceiro tipo, por

lesões medulares, de troncos e fibras nervosas ou das próprias glândulas sudoríparas

A hiper-hidrose é um quadro agravado ou despertado por fatores ou estados

emocionais. Para Sampaio e Rivitti (2001, p. 307), “as glândulas sudoríparas são

normais e não há alteração da colinesterase”.

Impulsos provenientes da córtex liberam excessiva quantidade de acetilcolina e,

então, o aumento da sudorese. A hiper-hidrose cortical obtém melhoria durante o sono,

o que é explicado pela diminuição dos impulsos nervosos. Além disso, não tem

alterações em ambientes quentes, o que demonstra não existir influência de estímulos

termo-sensíveis (Sampaio e Rivitti, 2001).

Conforme Bechelli (1998, p. 583), “as regiões acometidas com maior freqüência

são as de maior riqueza de glândulas sudoríparas: axilas, regiões palmo-plantares,

ínguino-crural e perinial. A intensidade do processo varia, a eliminação do suor é, às

vezes, em tão grande quantidade, que danifica peças de vestuário, calçados e objetos

em contato com a região que há hiper-hidrose”.

1 Brimose – Odor desagradável o qual o suor pode apresentar. 2 Cromidose – Alteração de cor do suor.

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De maior interesse são as hiper-hidroses axilares e palmo-plantares, cujas

intensidades podem causar desgosto constante, prejudicar o trabalho e alterar o

comportamento psicossocial do indivíduo.

A hiper-hidrose plantar possui substrato para o aparecimento de infecções

fúngicas e de dermatite de contato por sapatos. Segundo Sampaio e Rivitti (2001,

p.307) “favorece o aparecimento de infecções produtoras no quadro de hiper-hidrose

plantar sulcada. Nas mãos e pés, a hiper-hidrose pode estar ligada com disidrose e,

tanto os pés e mão, pela evaporação do suor, encontram-se na maioria das vezes frios,

o que estimula, também o sistema nervoso simpático, agravando a hiper-hidrose”.

Na hiper-hidrose das palmas e plantas, o excesso de suor é óbvio e pode ser

visto pingando no chão, literalmente.

Figura 2: Hiper-hidrose.

Fonte: Vivier, 1997.

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Em pacientes que têm considerável hiper-hidrose nos pés, pode ocorrer um

distúrbio chamado de ceratólise com depressões. Este é ocasionado pelo uso de

calçados oclusivos, que fazem com que a pele fique úmida e embebida. Segundo Vivier

(1997, p.22.16) a camada da córnea macerada é invadida por organismos. Espécies

bactérias são encontradas nas escavações, estas digerem a pele deixando-a

esburacada.

Figura 3: Ceratólise com depressões

Fonte: Vivier, 1997.

3.1.1 Tratamentos

Muitas formas de tratamento e cirurgia já foram realizados em pessoas que

sofrem de hiper-hidrose para tentar diminuir o fluxo de suor ou rompê-lo definitivamente.

O tratamento chamado de iontoforese é feito com a introdução de uma

substância ionizada através da pele por uma corrente contínua. É de grande utilidade

para a hiper-hidrose palmar/plantar. Substâncias como antropina, formaldeído e drogas

anticolinérgicas foram introduzidas por esta técnica, mas a água isoladamente é efetiva.

Se desconhece os motivo pelo qual as glândulas sudoríparas se fecham. Foi sugerido

que as glândulas sudoríparas ficam bloqueadas, ou que há algum gradiente elétrico que

controla o movimento do suor ao longo do canal sudoríparo, o qual sofre a interferência

da iontoforese. Segundo Vivier (1997, p. 22.16), o método “envolve colocar uma mão

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em uma bacia com água com um eletrodo conectado a um gerador galvânico

fornecendo corrente contínua. Um pé é emerso em uma outra bacia com água e

eletrodo para contemplar o circuito.” Ainda com o pensamento de Vivier (1997), este

tratamento é feito, geralmente sob supervisão em hospitais, mas há muitas unidades

disponíveis para uso domiciliar.

Conforme o aperfeiçoamento das técnicas de simpatectomia (cirurgia), esta se

tornou uma operação muito mais efetiva e segura, porém está indicada apenas para

pessoas com doença grave, pois pode haver efeito colateral incapacitante de secura

permanente, escamação e fissuração das palmas e plantas, secundariamente ao

desligamento total das glândulas sudoríparas. Pode resultar hiper-hidrose

compensadora no corpo.

O uso de anticolinérgicos orais pode parecer um tratamento lógico, porém os

efeitos oculares e intestinais são tais que o tornam difícil de obedecer.

Tranqüilizantes são remédios que levam o indivíduo à sonolência são

relativamente efetivos para reduzir os desencadeantes emocionais, porém, os efeitos

colaterais inibem seu uso.

3.1.2 Problemas encontrados por mulheres com o uso do calçado

Escolher um calçado, confortável e de estética agradável é muito difícil, esta

tarefa se torna ainda mais complicada quando o consumidor sofre de hiper-hidrose. A

sudação dos pés impede a mulher de comprar certos calçados pelo seu modelo ou

pelos materiais que nele são utilizados.

Figura 4: Falta de segurança ao caminhar - o calçado não é preso nos pés.

Fonte: Arquivo do autor.

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Calçados que não são bem presos nos pés por pessoas que têm hiper-hidrose,

fazem com que estes escorreguem para os lados, o que causa grande desconforto.

Além da dificuldade que se tem de caminhar, os pés, muitas vezes, encostam no chão,

retendo nele a sujeira nele encontrada. Pode ocorrer também de o calçado arrebentar

com a força gerada no escorregão.

Figura 5: Retenção da sujeira – com a sudação, a sujeira do chão é fixada nos pés.

Fonte: Arquivo do autor.

Figura 6: Calçado molhado e sujo - através da hiper-hidrose e da sujeira retida pelos pés.

Fonte: Arquivo do autor.

O salto alto em modelos tipo sandália é uma das maiores dificuldades para quem

tem hiper-hidrose. O uso do salto faz com que os pés fiquem inclinados para frente e

para baixo. Com os pés molhados do suor, os mesmos são empurrados para frente a

ponto de os dedos ficarem para fora do calçado.

Figura 7: Problemas com o uso do salto – os pés escorregam para frente.

Fonte: Arquivo do autor.

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Outro problema relacionado à hiper-hidrose é o uso de alguns tipos de materiais

na fabricação de calçados. Além de não absorverem o suor, faz com que este apareça

em quantidade ainda maior. Alguns materiais, em contato com o suor, trazem um cheiro

nada agradável.

Muitos calçados possuem cabedal suficiente para segurar os pés, porém estes

não têm modelagem adequada para isso. Ficam largos em algumas regiões do pé e

extremamente apertados em outras, causando dor e desequilíbrio ao mesmo tempo.

Da mesma forma que é difícil encontrar um calçado adequado para mulheres

que suam excessivamente nos pés, algumas ações do corpo são, de certa forma,

limitadas. Andar sobre uma superfície inclinada ou correr com os pés suados são atos

muito complicados. O desequilíbrio pode gerar escorregões, que podem resultar em

acidentes ainda mais graves.

Há, no mercado calçadista para pessoas que sofrem de hiper-hidrose, muitos

consumidores e poucos produtos que atendam às suas necessidades.

3.2 Público

Atualmente a moda está dividida em grupos, podendo ser estes sociológicos,

ideológicos ou simplesmente adeptos às tendências atuais. A moda se dirige

Figura 8: Desequilíbrio – ocasionado pela sudação excessiva e material inadequado.

Fonte: Arquivo do autor.

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individualmente a cada público, por meio de pesquisas comportamentais, financeiras e

sociais.

Dentre estas características e atividades, busca-se conhecer o comportamento

do público, suas preferências e necessidades relacionadas à hiper-hidrose para o

desenvolvimento de uma coleção de calçados.

Figura 9: Trabalho.

Fonte: Revista Nova. Ano 36, Fevereiro 2008. Figura 10: Estudo.

Fonte: www.gettyimages.com.br

O público o qual este projeto está direcionado é o feminino, que sofre de hiper-

hidrose. Mulheres que, no dia-a-dia tem como principal atividade trabalhar ou estudar,

porém também freqüentam bares e boates, cinema, além de cursos de línguas

estrangeiras.

Figura 11: Vaidade

Fonte: Revista Nova. Ano 36, Fevereiro 2008. Figura 12: Preocupação com o corpo e saúde. Fonte: Revista Nova. Ano 35, Outubro 2007.

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Estas mulheres em questão são vaidosas e têm certa preocupação com a saúde

e com o corpo, para manterem-se elegantes costumam freqüentar academias. Para

sentirem-se de bem com a vida buscam energias através da religiosidade ou lugares

mais calmos como, por exemplo, a praia.

Figura 13: Lazer.

Fonte: Revista Nova. Ano 36, janeiro 2008. Figura 14: De bem com a vida.

Fonte: Revista Elle. Ano 20, janeiro 2008.

Com a intenção de expor as idéias referentes ao público alvo em questão, foi

feito um painel semântico, conforme a figura 15, utilizando imagens que representam o

mesmo. Este realizou-se através dos resultados obtidos nas pesquisas relativas ao

público.

Figura 15: Painel semântico do público-alvo.

Fonte: Arquivo do autor.

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3.3 Pesquisa de Campo - Questionário

Com o intuito de conhecer um pouco mais sobre o público e suas necessidades

quanto ao uso de calçados, foi realizada uma pesquisa de campo, através da aplicação

de questionário.

O questionário foi aplicado com 50 mulheres entre 16 e 26 anos de todo o Brasil,

algumas mulheres de Balneário Camboriú e região e outras que foram selecionadas

através de comunidades que tratam do assunto hiper-hidrose no site do Orkut. Esta

pesquisa foi realizada entre os dias 14 e 20 de abril de 2008.

O questionário do presente projeto é composto por oito questões, sendo duas

semi-abertas e seis abertas, com finalidade de identificar as principais dificuldades

relacionadas a hiperidrose que as mulheres têm com o calçado. O modelo do

questionário aplicado está no apêndice “B”.

A seguir serão apresentados o resultado da pesquisa e a análise das

informações coletadas.

3.3.1 Apresentação dos resultados do questionário

Foram entrevistadas 50 mulheres, com idade aproximada entre 16 e 26 anos,

entre elas: estudantes, nutricionistas, comerciantes, funcionárias públicas, psicólogas,

biólogas, publicitárias, enfermeiras, etc. Em relação às atividades que as mulheres em

questão fazem no dia a dia:

• 62% das entrevistadas estuda.

• 16% vai à praia no dia-a-dia.

• 48% trabalha.

• 22% vai ao cinema.

• 44% freqüenta shoppings.

• 32% costuma sair à noite no dia-a-dia.

• 20% vai à igreja

• 10% faz academia.

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• 04% estuda línguas estrangeiras.

Com relação ao tempo que as entrevistadas apresentam a hiper-hidrose, a maioria

lembra ter hiper-hidrose desde a infância, apenas 24% adquiriu o problema na

adolescência, como pode ser percebido no gráfico a seguir:

Desde a infância Desde a adolescência

24%

76%

Gráfico 1: Questão dois do questionário.

Fonte: Arquivo do autor.

Foi questionado também que regiões do corpo estas mulheres sofrem com essa

doença, 70% tem hiper-hidrose palmo-plantar, enquanto 30% tem nas axilas, mãos e

pés. Veja no gráfico que se segue.

Axilas, mãos e pés. Mãos e pés

30%

70%

Gráfico 2: Questão três do questionário.

Fonte: Arquivo do autor.

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Em relação os motivos que levam estas mulheres as transpirar excessivamente,

a maioria das entrevistadas tem sudação excessiva relacionadas ao sistema nervoso,

ou seja, transpiram em momentos de nervosismo, irritação, etc. Enquanto 21% é

relacionado ao calor, transpiram por causa da temperatura alta no ambiente em que se

encontram e 32% em razão dos dois fatores juntos.

Foi questionado também a estas mesmas pessoas se estas conheciam os

métodos existentes para o tratamento e/ou cirurgia de hiper-hidrose e que motivos as

levaram a não realizá-los. A grande maioria das mulheres em questão não realiza a

cirurgia por medo de que a hiper-hidrose seja compensada em outra região do corpo.

Falta de informaçõesFalta de tempoInsuf iciência financeiraMedo de hiper-hidrose compensatória

78%

10%

4%8%

Gráfico 4: Questão cinco do questionário.

Fonte: Arquivo do autor.

Calor Calor e emocional Emocional

47%

21%

32%

Gráfico 3: Questão quatro do questionário.

Fonte: Arquivo do autor.

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Foi solicitado que estas mulheres enumerassem quais os problemas

relacionados ao calçado que lhes causam mais desconforto. Veja o resultado a seguir:

• 1º - Os pés escorregarem para frente ao usar salto.

• 2º - A poeira retida nos pés, causando aspecto de sujeira.

• 3º - Falta de segurança ao caminhar.

• 4º - Materiais que não permitem a transpiração.

• 5º - Calçados que não se adaptam aos pés (modelagem inadequada).

• 6º - Calos e inchaços.

• 7º - Odor desagradável (chulé).

• 8º - Dificuldade de andar em superfícies inclinadas.

Com relação a dificuldade de encontrar calçados ideais para mulheres que

sofrem de hiper-hidrose, apenas 8% das entrevistadas encontra com facilidade

calçados que se adaptam às suas necessidades.

Sim Não

8%92%

Gráfico 5: Questão sete do questionário.

Fonte: Arquivo do autor.

Foi questionado também como seria e o que deveria ter um calçado ideal para

mulheres que sofrem de hiper-hidrose, confira as respostas a seguir:

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• 1º - De material que absorva o suor.

• 2º - Que seja fixo nos pés.

• 3º - Aberto, de forma que a ventilação passe pelos pés.

• 4º - Confortável.

• 5º - De salto alto.

• 6º - De salto baixo ou rasteiro.

3.3.2 Análise geral da pesquisa de campo

Foram aplicados 50 questionários com mulheres de idade na faixa de 16 e 36

anos, que estudam e/ou trabalham. No dia-a-dia, os lugares que estas mais freqüentam

são colégio, faculdade, local de trabalho e shopping.

Para algumas destas, os sintomas da sudação excessiva apareceram na

adolescência, porém a maioria delas afirma tê-los desde que nasceram. Muitas delas

relatam ter tido problemas ao engatinhar quando eram bebês, por conseqüência da

hiper-hidrose.

Em grande parte das mulheres entrevistadas, além dos pés, o problema de

sudação acontece quase com a mesma freqüência nas mãos e em alguns casos nas

axilas.

Segundo as entrevistadas, a sudação tem grande ligação com o sistema

nervoso. Ao se sentirem nervosas e/ou ansiosas, a transpiração aparece de forma

excessiva. Porém, algumas vezes, o mesmo acontece quando sentem calor.

A maior parte das mulheres que responderam o questionário conhece a forma a

qual a cirurgia é feita e também sabe como são realizados os tratamentos. Algumas

delas já tentaram diversos tipos de tratamento com cremes e loções manipuladas,

homeopatia e acupuntura, porém não obtiveram bons resultados. Quanto à cirurgia, o

maior motivo que leva estas mulheres à não realizá-la é o medo de que a sudação seja

compensada em outra parte do corpo. Como já estão acostumadas a conviver com a

doença nos pés, preferem não passar por um novo período de adaptação, o da

sudorese em um novo local. Poucas citaram problemas financeiros como motivo para

não realizar a cirurgia.

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A maior dificuldade que estas mulheres têm é usar salto alto. Com os pés

molhados e a falta de apoio do calçado, os pés escorregam para frente. Outro grande

problema é a poeira que se fixa nos pés, quando úmidos, causando aspecto de sujos.

Além disso, muitas destas não usam calçados presos aos pés, em conseqüência disso,

os mesmos deslizam para os lados. Algumas afirmam que não encontram calçados

com materiais que permitam a transpiração dos pés, e por este motivo, suam ainda

mais. Houveram reclamações também quanto à modelagem dos calçados existentes no

mercado, geralmente apertam em algumas regiões do pé e ficam largas em outras.

Poucas sugeriram calos e inchaços como motivo de maior desconforto. Algumas ainda

citaram como problema o mau cheiro ocasionado pelo uso de alguns modelos de

calçados, a falta de durabilidade dos mesmos e a dificuldade de andar em lugares

inclinados.

Grande maioria das mulheres em questão afirma que é muito difícil encontrar

algum calçado que se adapte às necessidades de alguém que sofre de hiper-hidrose.

Afirmam que o material da palmilha é muito liso e não absorve a sudação liberada pelos

pés. Algumas delas, ao comprarem um novo calçado, procuram imediatamente um

sapateiro para colar algum material na palmilha, que elas dizem ser confortável, como

camurça e alguns tipos de tecido.

Quanto ao calçado ideal, as mesmas mulheres gostariam que ele segurasse

firmemente o pé, de material que permita a transpiração deste, que a palmilha seja de

cor mais escura, para que não apareça a poeira retida pelos mesmos. Gostariam que o

calçado não liberasse mau cheiro em contato com o suor e que tenha grande

durabilidade. Adorariam poder usar salto alto e que o mesmo calçado em questão fosse

bonito e estivesse na moda, apesar das exigências.

3.4 O pé humano

Segundo Schmidt (1995) “O pé é uma estrutura tridimensional variável, base do

mecanismo antigravitacional, que constitui uma peça fundamental para a posição

bípede e para a marcha humana”.

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O pé possui 26 ossos, os quais são distribuídos em três regiões.

Figura 16: O pé. Fonte: SCHMIDT, 1995.

Na região anterior, o antepé é formado de uma alinhamento de 5 ossos

delgados, os quais formam raios justapostos horizontalmente. Cada raio faz parte de

um metatarso prolongado por falanges e, a partir do 2º dedo, 4 falanges.

Já na região posterior ou retropé, a estrutura do pé é formada por 7 ossos, que

são: tálus (que diz respeito à região do tornozelo, calcâneo (que corresponde a região

do calcanhar), navicular, cubóide e 3 ossos cuneiformes.

Na zona intermediária, o mediopé é constituído por 5 ossos metatarsianos.

Lateralmente se encontra o cubóide,em continuação ao calcâneo. Medialmente, se

encontra o navicular, em continuação ao tálus.

Figura 17: Antepé.

Fonte: SCHMIDT, 1995. Figura 18: Retropé.

Fonte: SCHMIDT, 1995. Figura 19: Mediopé.

Fonte: SCHMIDT, 1995.

A união de ossos forma os arcos longitudinais e transversais. Cinco arcos

longitudinais partem do calcâneo até a porção maior. Todos são convexos e sua altura

aumenta quanto mais internos forem. Cada arco corresponde a um metatarsiano.

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Figura 20: Arcos longitudinais dos pés.

Fonte: SCHMIDT, 1995.

Figura 21: Arcos transversais dos pés.

Fonte: SCHMIDT, 1995.

Segundo Shmidt (1995), o pé possui 20 músculos, os quais são distribuídos em

quatro regiões: dorsal, plantar, plantar interna e plantar externa.

Ainda seguindo o pensamento de Schmidt (1995), os maiores músculos

contribuem para a manutenção da abóbada e são chamados de extrínsecos, sua base

muscular está na perna e a terminação tendinosa encontra-se na planta do pé ou nos

dedos. Os principais músculos longos são:

• Tríceps sural: é o principal músculo da panturrilha, que se insere no calcâneo

através do tendão de Aquiles, sendo o principal flexor plantar do pé;

• Tibial posterior, curto e longo: respectivamente os músculos inversivos e

eversos do pé;

• Longo flexor do hálux e flexor comum dos dedos: são supinadores do calcâneo

e flexionam os dedos;

• Tibial anterior: é o principal flexor dorsal do pé;

• Extensor longo do hálux e extensor comum dos dedos são extensores dos

dedos e ajudam na extensão do pé.

Os músculos que mais atuam na conservação dos arcos fisiológicos, tanto no

sentido longitudinal como no transversal são os mais curtos, os intrínsecos da planta do

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pé. Estes proporcionam movimentos finos aos dedos do pé e estabilizam as

articulações dos mesmos. São os que mais atrofiam pela falta de ação, principalmente

em calçados rígidos e/ou apertados.

Figura 22: Músculos.

Fonte: SCHMIDT, 1995.

São formações fibroelásticas, cuja função é sustentar o sistema ósseo do pé e,

então ligar um osso ao outro. Os ligamentos mantêm a abóbada plantar. A seguir, serão

ilustrados os principais ligamentos do pé.

Figura 23: Ligamentos. Fonte: SCHMIDT, 1995.

Os tendões têm como função unir os músculos aos ossos, tornando-se

condutores da força e movimentação gerada pelos músculos. A seguir, está

caracterizado o tendão de Aquiles, localizado na parte posterior do pé.

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Figura 24: Tendões.

Fonte: SCHMIDT, 1995.

3.4.1 Tipos de pés

Segundo Shmidt (1995), o pé pode ser classificado pelo formato dos dedos e

pelo arco longitudinal do mesmo.

De acordo com as extremidades dos dedos, três tipos foram classificados da

seguinte forma:

Figura 25: Tipos de pés quanto ao formato dos dedos.

Fonte: SCHMIDT, 1995.

• Pé grego: O segundo dedo é maior que o dedão.

• Pé quadrado: O dedão e o segundo dedo são do mesmo tamanho

• Pé egípcio: 1º >> 2º >> 3º >> 4º >> 5º.

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Quanto ao arco interno do pé, este pode ser visto através da pegada. Uma pegada

plantar é normal quando a largura mínima da abóbada se encontra entre um terço e a

metade da largura máxima do antepé. Logo, os pés podem ser classificados como

normal, arqueado e chato. As imagens a seguir ilustram estas classificações.

Figura 26: Pé normal

Fonte: SCHMIDT, 1995. Figura 27: Pé arqueado Fonte: SCHMIDT, 1995.

Figura 28: Pé chato Fonte: SCHMIDT, 1995.

3.4.2 Nomenclatura das medidas do pé

Esta etapa apresenta a nomenclatura das medidas do pé, tais como:

comprimento, largura, altura e perímetro.

De acordo com Scmidt (1995), a determinação do comprimento ocorre a partir da

região mais saliente do calcanhar, como pode ser visto na imagem 30.

Figura 29: Comprimento do pé

Fonte: SCHMIDT, 1995.

• 1-27 = Comprimento do pé (de acordo com o dedo mais longo).

• 1-26 = Comprimento do calcanhar ao primeiro dedo. • 1-25 = Comprimento do calcanhar ao segundo dedo. • 1-24 = Comprimento do calcanhar ao terceiro dedo. • 1-23 = Comprimento do calcanhar ao quarto dedo. • 1-22 = Comprimento do calcanhar ao quinto dedo. • 1-20 = Comprimento do calcanhar à articulação

externa. • 1-14 = Comprimento do calcanhar à articulação

interna. • 1-13 = Comprimento do calcanhar à saliência dos

dedos. • 1-12 = Comprimento do calcanhar ao peito do pé. • 1-10 = Comprimento do calcanhar ao maléolo

externo. • 1-08 = Comprimento do calcanhar ao maléolo

interno. • 1-07 = Comprimento do calcanhar à entrada do pé.

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A largura do pé é definida a partir de uma coordenada da parte mais proeminente

do calcanhar e lado interno, são definidas cinco medidas.

Figura 30: Largura do pé. Fonte: SCHMIDT, 1995.

• 2-3 = largura da cama do salto. • 8-8B = largura do maléolo interno – eixo

do pé. • 8-10 = largura dos maléolos. • 10-10A = largura do maléolo externo –

eixo do pé. • 14-20 = largura da articulação

metatarso – falangiana

Quanto a altura, todas as medidas são determinadas a partir do plano inferior do

pé. As principais alturas são descritas a seguir.

As medidas relacionadas ao perímetro são obtidas com o contorno da fita

métrica nas regiões a seguir.

Figura 31: Altura.

Fonte: SCHMIDT, 1995.

• 1 = altura do ponto traseiro ( mais saliente na

ponta do calcanhar). • 4 = altura debaixo do joelho. • 5 = altura da barriga da perna. • 6 = altura do tornozelo. • 8 = altura do maléolo interno. • 9 = altura sob o maléolo interno. • 10 = altura do maléolo externo. • 11 = altura sob o maléolo externo. • 12 = altura do peito do pé. • 16 = altura na extremidade do 1º dedo. • 17 = altura na articulação do 1º dedo. • 18 = altura máxima dos dedos (2º, 3º ou 4º). • 19 = altura do 5º dedo.

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Figura 32: Perímetro. Fonte: SCHMIDT, 1995.

• P.A = Perímetro nas articulações metatarso-

falangianas. • P.R = Perímetro na zona de retenção do

calçado no pé. • P.C = Perímetro no peito do pé. • P.E = Perímetro na entrada do pé. • P.B = Perímetro no tornozelo. • P.M = Perímetro na barriga da perna. • P.G = Perímetro na região abaixo do joelho.

3.5 O calçado

Esta etapa apresenta os componentes que formam o calçado, de que forma são

colocados e os principais materiais utilizados para sua produção.

3.5.1 Componentes do calçado

Nesta etapa são apresentados os componentes da construção superior do

calçado os componentes da construção inferior do calçado.

A construção superior do calçado é formada pelo cabedal, couraça, contraforte,

forro, avesso, espumas sistemas de fechamento e enfeites.

Segundo Cipatex (2007), o cabedal cobre e protege a parte de cima dos pés.

Pode ser constituído de várias peças e de vários tipos de materiais. Para fabricar um

cabedal, pode-se utilizar materiais como: couro, materiais sintéticos, entre outros. A

divisão do cabedal pode ser feita pela gáspea (parte frontal), lateral (lado do calçado) e

traseiro (parte de trás).

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A couraça serve para dar forma ao bico do calçado, mantendo esse formato

durante o uso. É colocada entre o forro e a gáspea.

O contraforte tem como finalidade dar forma ao traseiro do calçado e auxiliar na

fixação do pé ao caminhar. É colocado entre o cabedal e o forro, na parte de trás do

calçado.

Figura 33: Contraforte

Fonte: www.formax.com.br

De acordo com Cipatex (2007), o forro tem como função proporcionar

acabamento na parte interna do calçado, reforço, absorção de umidade e conforto,

entre outras finalidades. A utilização do forro no calçado pode ser considerada um

diferencial de qualidade, pois agrega valor ao calçado e auxilia na venda. O forro pode

cobrir todo o cabedal ou somente a região da gáspea e do calcanhar. Os materiais

utilizados para o forro são: laminados sintéticos, couros, materiais têxteis e outros.

O avesso é, geralmente, têxtil, de laminado sintético, couro ou outros materiais.

Protege o calcanhar, evita o deslizamento do mesmo durante o caminhar e o contato

direto com o contraforte.

As espumas são colocadas entre o forro e o cabedal para proporcionar mais

conforto. É mais utilizada em modelos tipo tênis. Os materiais utilizados são:

Poliuretano e o látex, entre outros.

O sistema de fechamento é o material utilizado para fechar o calçado,

proporciona a firmeza dos pés. Estes podem ser:

- Atacador/Cadarço (algodão, sintético, couro e outros).

- Fecho de contato (velcro).

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- Fecho éclair (zíper metálico, plástico).

- Fecho de pressão.

- Fecho com fivela.

Figura 34: Velcro Fonte:

www.gpscity.com/g/gps/l/v/velcro.jpg

Figura 35: Zíper. Fonte:

www.gettyimages.com.br

Figura 36: Botão de pressão. Fonte:

www.daniel.com.br

Figura 37: Fivela. Fonte:

www.daniel.com.br

Os enfeites são utilizados nos calçados para embelezamento dos mesmos. Os

mais utilizados são: fivelas, ilhoses, rebites, botões, entre outros. Estes podem ser de

madeira, plástico, metal, osso, casca de coco e outros.

Figura 38: Miçanga.

Fonte: www.daniel.com.br

Figura 39: Corrente de metal. Fonte:

www.daniel.com.br

Figura 40: Laço de metal. Fonte:

www.daniel.com.br

Figura 41: Fivela plástica. Fonte:

www.daniel.com.br

A seguir, serão apresentados, mais detalhadamente, os componentes da

construção inferior do calçado.

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Seguindo o pensamento de Cipatex (2007), a sola é o principal componente da

construção inferior e tem a função de proteger a parte de baixo dos pés, estando em

contato direto com o solo. De acordo com as formas e materiais utilizados na sola, esta

pode proporcionar leveza, durabilidade, flexibilidade, aderência ao solo, tração,

transpiração, aspectos e cores. A sola pode ser feita de PU, TPU, PVC, EVA, TR,

couro, borracha, e couro reconstituído.

Figura 42: Solas.

Fonte: www.multisaltos.ind.br

A palmilha de montagem é a base de montagem do cabedal, sendo composta

por diferentes partes, como planta, reforço, alma de aço e rebites. Tem a função de

estruturar a superfície interna do calçado, mantendo sua forma. Para produzir palmilhas

de montagem, são utilizados materiais como: celulose, nãotecidos ou couro, com

diferentes formatos, conformações e composição.

Figura 43: Palmilha de montagem. Fonte: www.sefax.com.br/imagens/sefaxdif.jpg

O salto é fixado na sola, na região do calcanhar e tem a finalidade de dar altura e

suporte ao calçado. Os saltos são fabricados em diversas formas, alturas e materiais.

Os materiais mais comuns são madeira, poliestireno, ABS e combinações.

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Figura 44: Saltos.

Fonte: www.multisaltos.ind.br

O tacão é um componente utilizado para proteger o salto do desgaste sofrido

pelo atrito com o solo, absorve parte do impacto ao caminhar. Para produzi-lo, são

utilizados materiais de alta resistência ao desgaste como: TPU, PVC ou borracha para

tamanhos maiores.

Figura 45: Tacões.

Fonte: www.multisaltos.ind.br

A entressola é colocada entre o cabedal e a sola (em alguns calçados). Possui

função estética, pois permite que o solado se torne mais espesso, sem aumentar

proporcionalmente seu peso. É mais utilizada em modelos como tênis e oferece mais

conforto por meio do amortecimento de impacto. Pode ter variadas formas, cores e

aspectos. Os materiais mais utilizados são PU e EVA.

A vira tem função estética por proporcionar melhor acabamento. É colocado

sobre a sola. Pode ter diversas formas, aspectos e cores. Sua largura espessura e

desenho variam de acordo com o modelo do calçado. Na maioria das vezes, é

produzida com o mesmo material da sola.

A palmilha interna tem a finalidade de proporcionar melhor acabamento e

conforto através de combinações com espumas e outros materiais de amortecimento. É

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colocado sobre alguns tipos de palmilha de montagem. É produzida em formas,

aspectos e cores variadas. Os materiais comumente utilizados para sua fabricação são:

o couro, o laminado sintético e os materiais têxteis.

Figura 46: Palmilha interna

Fonte: www.corpoperfeito.com.br

3.6 Ergonomia

Os calçados, utilizados para a proteção e segurança dos pés e pernas, são tão

antigos quanto à humanidade. Às funções primordiais foram-se agregando outras, ao

longo do tempo, em razão de contextos sociais diversos: vida mundana, atividades de

trabalho, práticas desportivas, artísticas, etc.

Há, nos calçados, incontáveis e distintos modelos traduzidos por enorme

variedade de padrões estético-formais, de qualidades técnicas, de materiais, de

resistência e durabilidade, de acabamentos, de uso de cores, e assim por diante.

Os calçados têm na antropometria sua principal interface com a ergonomia,

notadamente no que se refere aos estudos e pesquisas realizados sobre os variados

tamanhos de pernas, pés e dedos das pessoas e de suas especificidades e diferenças

básicas dimensionais, sempre considerando os biótipos dos indivíduos e as

diferenciações físicas e raciais de distintas populações. Segundo Gomes (2003) Os

calçados são configurados a partir de faixas dimensionais estabelecidas

ergonomicamente em razão de complexos dados estatísticos que contemplam medidas

de pernas, pés e dedos nos conjuntos de população, sobretudo para produção

industrial seriada em larga escala.

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De acordo com Gomes (2003), apesar de todos esses estudos e da melhor

adequação antropométrica possível, muitos são os problemas ergonômicos de

desconforto que os calçados apresentam. Dentre estes problemas, os principais são:

• Inadequação física de acomodação dos pés e/ou pernas dentro do calçado;

• Inadequação pela própria configuração do modelo de calçado (bico fino, por

exemplo);

• Inadequação causada por materiais utilizados na confecção do calçado;

• Muitas vezes o usuário precisa trocar o par de calçados de sua predileção por

um outro porque a numeração não coincide com aquela adequada para seus

pés. Em outras, o usuário possui numeração quebrada, por exemplo 37,5 (a

maioria dos fabricantes trabalha com numeração redonda) e aí a alternativa é

escolher o número 38, naturalmente com folga, restando apenas a opção de usar

uma palmilha, que nem sempre é uma boa solução.

• Pouca disponibilidade de sortimento de modelos para usuários com pés grandes,

ou seja, calçados de tamanho superior ao número 42.

A contribuição da ergonomia no design de calçados é de fundamental

importância, sobretudo quanto aos aspectos da correta utilização dos dados

antropométricos disponíveis; quanto à modelagem em função dos ajustes que são

necessários na definição dos tamanhos dos calçados, quanto ao design adequado ao

modelo em função de utilização; quanto a uma maior variedade de opções de escolha

por parte do usuário e quanto a melhor adequação possível dos materiais utilizados na

configuração do calçado. Finalmente, deve ser considerada a grande variedade de

outros produtos, peças e acessórios utilizados no calçado com suas funções técnicas e

operacionais, ou, ainda, como função simplesmente de valor agregado à aparência

estética, simbólica e lúdica aspectos relacionados ao adorno, ornamentação,

diversificação de cores e acabamentos.

3.6.1 Antropometria

Esta etapa apresenta as características da forma, a modelagem e a marcação de

pontos.

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3.6.1.1 A forma para calçados

A forma é um item utilizado na fabricação de calçados que representa as

medidas e o movimento dos pés. Através dela são produzidos os calçados, os quais

adquirem seu formato e padronização nos aspectos anatômicos, estéticos e técnicos.

Segundo Schmidt (1995), as principais funções da forma são reproduzir as

características e dimensões do pé humano, servir de base para o dimensionamento dos

itens que compõem o calçado, servir de base para a montagem e acabamento do

calçado e determinar o formato do calçado.

Antigamente tanto o calçado quanto a forma eram fabricados pelo sapateiro, pois

este era o único que entendia do assunto. Com o passar do tempo, o calçado passou a

ser produzido em série, e a forma se tornou mais um elemento indispensável para a

fabricação de calçados.

Para a confecção de formas, além da necessidade de conhecer o processo

produtivo do calçado, é fundamental conhecer a relação estreita entre a forma e o

calce. Além disso, a confecção destas deve ser feita a partir de medidas

antropométricas, que são obtidas por estudos ou pesquisas realizados com os pés da

população ou resultantes da prática de mercado, caracterizando com fidelidade os tipos

de pés que a forma deve representar.

3.6.1.2 Nomenclatura das partes da forma

A nomenclatura das partes da forma tem o objetivo de facilitar a troca de

informações entre técnicos, o que facilita a compreensão quanto à identificação das

regiões, pontos e linhas da forma.

A forma pode ser dividida em duas regiões: a região inferior e a superior. A

região inferior é chamada de planta da forma ou palmilha, esta é subdividida em quatro

outras sub-regiões. Veja na imagem a seguir.

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Figura 47: Região inferior da forma

Fonte: SCHMIDT, 1995.

A região “a” é o calcanhar e corresponde à região do salto. A zona “b” diz

respeito ao enfranque, situa-se numa região intermediária entre o enfranque e a planta

e, geralmente não toca o solo. O apoio é representado pela letra “c” e é a região de

apoio e flexão do calçado. O “d” corresponde ao bico, que fica situado na parte anterior

da forma, aproximadamente 10% do seu comprimento. Este toca o solo somente na

última fase do passo.

Já a região superior diz respeito às laterais da forma e a região da chave. Toda

lateral interna ou externa da forma é chamada de corpo-de-forma. Observe a região

superior da forma na imagem que se segue.

Figura 48: Região superior da forma.

Fonte: SCHMIDT, 1995.

O couro de proteção tem como função proteger a forma contra impactos

causados pelas máquinas e o tubo para proteger a forma contra possíveis quebras e/ou

deformações, oferece a possibilidade de fixação da forma nos processos de montagem.

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3.6.1.3 Tipos de formas

Há tipos de formas para todos os tipos de calçados, na escolha destas deve ser

considerado o sistema de montagem (colado, tachado, Califórnia ensacado, etc.) ou

pela linha do calçado (estilo, altura, etc.).

Em relação ao sistema de montagem, são utilizadas formas:

• Sem chapa: utilizadas na produção de calçados tipo tênis, mocassins e calçados

com montagem colada.

Figura 49: Forma sem chapa.

Fonte: SCHMIDT, 1995.

• Com chapa de metal: usadas para montagem do tipo tacheado. Este tipo de

forma a protege de deformações na região inferior.

Figura 50: Forma com chapa de metal.

Fonte: SCHMIDT, 1995.

De acordo com a linha do calçado, as formas podem ser do tipo:

• Inteiriça: usada em calçados que favorecem a liberação da forma após a

montagem. Indicada para a confecção de calçados com abertura no dorso do pé

ou parte posterior, pois facilita a desenformagem.

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Figura 51: Forma inteiriça. Fonte: SCHMIDT, 1995.

• Com cunha: utilizada na fabricação de calçados fechados, com médio grau de

dificuldade na desenformagem, ocasionado pela altura do talão ou da gáspea.

Figura 52: Forma com cunha.

Fonte: SCHMIDT, 1995.

• Com articulação Califórnia: Utilizada na montagem de calçados delicados ou de

difícil desenformagem.

Figura 53: Forma com articulação Califórnia

Fonte: SCHMIDT, 1995.

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• Com articulação em “V”: Usada na fabricação de calçados muito delicados e

sujeitos ao rompimento, principalmente na região da boca da gáspea.

Figura 54: Forma com articulação em “V”

Fonte: SCHMIDT, 1995.

3.6.1.4 Matéria-prima

Geralmente, as formas para calçados são feitas de três diferentes classes de

matérias-primas: a madeira, o plástico e o metal. A escolha do material é realizada de

acordo com as condições de produção do calçado.

As formas feitas de madeira são resistentes à abrasão e a altas temperaturas,

porém modificam-se com o decorrer do tempo e com a variação de temperatura e

umidade.

O plástico tem sido cada vez mais conveniente na fabricação das formas pois é

bastante resistente à abrasão, a altas temperaturas e à deformação.

As formas de metal apesar de não permitirem absoluta precisão em uma coleção

e nem acabamento muito aprimorado, são muito importantes na fabricação de calçados

tipo vulcanizado e injetado direto.

3.6.1.5 Modelagem de Calçado

A primeira etapa para se construir um calçado é a modelagem. Nela une-se o

design e as medidas tecnicamente corretas respeitando a fisiologia e anatomia do pé. É

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necessário que o modelo esteja dentro da lei geométrica e da parte técnica, para que

seja cômodo e proteja o pé na função da marcha.

A primeira etapa é a planificação da palmilha. Coloca-se fita crepe no solado da

forma. A fita é colocada no comprimento da forma. As demais serão colocadas

sobrepondo-as umas as outras, no sentido da largura da forma. Concluído aparar as

rebarbas, utilizando-se o estilete, faca de corte ou uma lixa de unha. Retira-se a fita da

forma e cola-se no papel triplex (papel resistente). Recorta-se a palmilha com o estilete,

sem prejudicar as formas.

Figura 55: Planificação da palmilha

Fonte: KALINOWSKI, 1995.

A segunda etapa chama-se “marcações da palmilha”. No eixo da palmilha,

marca-se o meio das extremidades e traça-se uma reta. O eixo do salto fica

centralizado na região da cama do salto, ou seja, um quarto do comprimento real da

palmilha. (Ex: 23,31 ÷ 4 = 5,82 cm). Nos pontos do costado, colocam-se os lados

internos e externos da palmilha sobre uma base plana, com inclinação de 45º. Verifica-

se e marca-se qual é a parte que fica mais encostada na região do peito do pé. Traça-

se uma reta entre os dois pontos. No reforço, sobre a linha do eixo do salto, marca-se

uma reta com 62% da medida do comprimento da palmilha (Ex: 23,31 x 62% = 14,454

cm), traça-se uma reta perpendicular ao eixo até as laterais. Em seguida desce-se 0,5

cm do meio, traça-se uma curva entre os 2 pontos, copia-se para uma cartolina

somente o desenho do reforço.

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Figura 56: Marcações da palmilha.

Fonte: KALINOWSKI, 1995.

Na etapa “corpo-de-forma médio”, cobre-se toda a forma com fita crepe (sem

rugas), iniciando com uma fita no meio da forma tanto na parte dianteira quanto na

traseira. Em seguida colocam-se as fitas sobrepondo-as no sentido da largura da forma,

como mostra a imagem 57.

Figura 57: Forrando a parte superior da forma.

Fonte: KALINOWSKI, 1995.

Aparam-se as rebarbas do solado e chave da forma com estilete. Com auxílio da

palmilha, marcam-se pontos extremos do solado e divide-e a chave ao meio. Conferem-

se as linhas e dividem-se com estilete as partes interna e externa. Retira-se e coloca-as

na cartolina, fixando pelo meio e dando piques próximo às pontas ou onde for

necessário abrir para planificar as peças.

Em um papel, contorna-se o desenho de um lado da forma, e sobrepõe-se o

desenho do outro lado, alinhando-os pelo bico e a parte superior traseira. Marca-se

uma linha no meio das partes que apresentaram desalinhamento. Esta linha média será

o desenho do corpo-de-forma médio.

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Figura 58: Comparação dos lados interno e externo.

Fonte : KALINOWSKI, 1995.

Corta-se a peça por esta linha média, contorna-se novamente em um papel

deixando espaço abaixo para os aumentos.

Na etapa “aumento de montagem”, na região do salto, cálculo de aumento: 1,50

cm = margem montagem + 0,35 cm = espessura do reforço + 0,18 cm = espessura da

palmilha, total: 1,50 + 0,35 + 0,18 cm = 2,03 cm = 2 cm, marca-se esta medida na parte

inferior traseira. Parte da frente: 1,7 cm (medida sem a espessura do reforço), marca-se

esta medida na parte inferior da frente.

Obs: a parte da região do calcanhar sofrerá um ajuste para acompanhar a

anatomia do pé e evitar acúmulo de material.

Na “marcação dos pontos base”, cobre-se com fita crepe somente o lado externo

da forma. Marcam-se as linhas do meio (solado e chave), com o auxílio da palmilha. Em

seguida refila-se com estilete seguindo as linhas de contorno definidas. Marca-se o

comprimento real da palmilha na forma de acordo com a numeração da mesma e

transfere-se este ponto para cima da forma. Encontra-se o ponto do calcanhar (ponto

30) diminuindo 0,5 cm do número da forma, marca-se essa medida de baixo para cima,

no calcanhar:

• Ponto A: ponto de elevação, para achá-lo mede-se a lateral da forma, do ponto

do calcanhar até o ponto da frente da forma encontrado no item acima. Calcula-

se 2/3 o valor encontrado o valor encontrado e marca-se sobre a forma. A partir

desse ponto, em direção à linha superior central da gáspea, formando um ângulo

de 90º, marca-se o ponto A.

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• Ponto B: ponto do alto do dorso do pé, para achá-lo deve-se partir do ponto A,

subir 60 mm marcando o ponto B, para o numero 35. Nos números acima deve-

se aumentar 0,2 cm para cara número, e para abaixo de 35, diminuir 0,2 cm.

• Ponto C: ponto do costado. Encosta-se o lado externo da forma numa superfície

plana. Marca-se e traça-se uma reta deste ponto até A.

• Ponto D: boca da gáspea. Este ponto equivale à metade de A-B, partindo de C.

• Ponto E: ponto auxiliar. Marca-se a mesma medida de A-B, partindo de C.

• Ponto F: corresponde a altura do calcanhar. Em calçados femininos soma-se ao

número da forma + 18 (ex: 35+18 = 5,3 cm). Em calçados masculinos, soma-se

ao número da forma + 20. (ex: 35+20 = 5,5 cm). Para achar o ponto medi-se da

base do calcanhar para cima.

• Ponto G: é a cama do salto, corresponde a ¼ do tamanho real da forma e pode

ser transferido da medida achada na palmilha. Este ponto deve ser transferido da

palmilha para a lateral da forma.

• Ponto H: é a parte mais alta da forma na parte da frente.

• Ponto I: é a parte mais avançada da forma (bico).

• Ponto J: altura do talão, na lateral. Para encontrar este ponto deve traçar uma

reta ligando D com F e outra ligando B com L.

• Ponto L: é a parte inferior do calcanhar.

Figura 59: Marcação de pontos.

Fonte: KALINOWSKI, 1995.

Somente com estes pontos é possível desenhar modelos elaborados,

obedecendo às características de conforto, diminuindo problemas com o calce.

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3.6.2 Biomecânica

No apoio dos dois pés ou apenas um, o pé recebe metade ou toda carga

corporal, transmitida pela tíbia ao talo. Tal força divide-se em dois vetores: um que se

dirige para o calcâneo e outro que se direciona para as cabeças dos metatarsianos.

Observe na imagem que se segue.

Figura 60: Biomecânica Fonte: SCHMIDT, 1995.

Quando descalço, o calcâneo sofre uma carga de 57% e o metatarsiano, 43%.

Com um salto de dois centímetros, tais valores são equilibrados.

Figura 61: Descalço.

Fonte: SCHMIDT, 1995. Figura 62: Salto dois centímetros.

Fonte: SCHMIDT, 1995.

Ao utilizar um calçado com salto de quatro centímetros de altura, o calcâneo

sofre uma carga de 43%, enquanto o metatarso, 57% do peso. Utilizando um salto de

seis centímetros de altura, 25% é direcionado sobre o calcâneo e 75% sobre a cabeça

dos metatarsianos.

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Figura 63: Salto quatro centímetros.

Fonte: SCHMIDT, 1995. Figura 64: Salto seis centímetros.

Fonte: SCHMIDT, 1995.

Em calçados com altura de 10 centímetros, praticamente todo o peso concentra-

se sobre os metatarsianos.

Figura 65: Mais de dez centímetros de salto.

Fonte: SCHMIDT, 1995.

3.6.2.1 Articulações do pé

Há uma certa diferença nas articulações do pé, uma relacionada ao movimento e

a outra com o apoio.

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A articulação dos movimentos permite os mesmos, com a finalidade de

locomoção situada no tornozelo e nas articulações dos dedos. É de grande importância

no movimento de marcha.

As articulações de apoio são pequenos movimentos do pé, cuja principal função

é mantê-lo adaptado à terrenos irregulares e amortecer o choque do pé contra o solo na

marcha.

Através da articulação do tornozelo, pequenos movimentos de flexoextensão do

pé são realizados, básicos para a marcha e a posição na planta dos mesmos. Por conta

disso, são possíveis: a corrida, o salto e a dança.

Figura 66: Articulações do pé

Fonte: SCHMIDT, 1995.

3.6.2.2 A marcha humana

Conforme Schimidt (1995) a marcha é uma sucessão de passos ou um

movimento por sucessão alternante de apoio de pé de um ou de dois. É, também, o

movimento mais característico do ser humano.

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As principais características da marcha são:

• Ciclo da marcha: intervalo compreendido entre dois choques sucessivos do

calcanhar de um mesmo pé contra o solo. Um ciclo consta de dois passos;

• Período de apoio: parte do ciclo em que o pé contata com o solo;

• Período de oscilação: parte do ciclo em que o pé não contata com o solo;

• Apoio duplo: parte do ciclo em que ambos os pés entram em contato

simultaneamente com o solo;

• Apoio unilateral: somente um pé contata com o solo;

• Velocidade da marcha: distância percorrida pelo corpo humano em uma unidade

de tempo;

• Cadência da marcha: é o número de passos por unidades de tempo;

• Comprimento do ciclo: distância entre dois choques consecutivos do calcâneo de

um mesmo pé;

• Comprimento do passo: distância entre ambos os pés quando contatam com o

solo;

• Calcâneo-solo: momento em que o calcanhar contata o solo, marcando o

princípio e o final do ciclo;

• Retirada do hálux: momento em que o hálux deixa de contatar o solo. Marca o

final do período de apoio e o princípio do período de oscilação.

Durante a marcha, o mecanismo de trabalho do pé acontece de acordo com os

seguintes tempos:

• Choque pelo calcanhar;

• Apoio de calcanhar e da cabeça de todos os metatarsos e, logo a seguir, apoio

na borda externa;

• Apoio das cabeças de todos os metatarsos e polpas dos dedos;

• Retirada, apoiando-se somente na ponta do hálux.

A seguir, a cadência do pé durante a marcha.

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Figura 67: Cadência do apoio do pé durante a marcha.

Fonte: SCHMIDT, 1995.

3.6.3 O conforto em calçado

Geralmente, é confortável para os pés, tudo que contribui para o bem estar dos

mesmos. Porém, o conforto do calçado vai além disso, pois este está também

associado à segurança e a saúde dos usuários, evitando a sua exposição a

deformações e lesões.

Muitas vezes, um calçado pode parecer facilmente identificado pelo usuário, mas

a sensação inicial de conforto, muitas vezes, não é permanente, pois outros fatores

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podem surgir com um tempo, como, por exemplo, o aumento excessivo da temperatura

dos pés durante o uso.

Confotme o IBTeC (Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçados e

Artefatos) (2007), alguns fatores que indicam o conforto em calçados são: bom calce;

manutenção da integridade do tecido epidérmico dos pés; liberdade dos dedos ao

caminhar; flexibilidade do cabedal; salto adequado; segurança e estabilidade no andar;

pouca umidade interna; boa distribuição da pressão plantar; pouco aumento da

temperatura dos pés dentro dos calçados; percentual de absorção d impacto; baixo

índice de vibração tibial e pouco atrito interno.

As avaliações qualitativa e quantitativa têm grande importância para a

determinação dos requisitos de conforto em um calçado. A percepção do usuário pode

ser usada qualitativamente alguns dos requisitos, e a avaliação quantitativa deve ser

realizada em laboratórios especializados, assim, profissionais avaliam os fatores que

caracterizam o conforto do calçado.

As variações de temperatura do pé, dentro do calçado, durante o caminhar são

medidas através dos requisitos da NBR 14837 Calçados – Determinação da

temperatura interna. Na avaliação das condições microclimáticas do pé utilizando o

calçado, destacam-se dois fatores: a temperatura interna e o controle da umidade

gerada pelo pé, calçado e meias. É muito importante que o contato dos pés com os

forros internos e as palmilhas proporcione bom índice de transpiração e absorção, não

elevando muito a temperatura dos pés e não os deixando úmidos (IBTeC, 2007).

As novas tecnologias relacionadas ao mercado calçadista vêm sendo

desenvolvidas em busca de melhoria de qualidade do produto, de sua durabilidade e,

também, para atender uma série de atributos característicos de cada aplicação, sendo

esportivo, casual, de trabalho, de proteção, de lazer, entre outros.

Conforme IBTeC, (2007), para isso a biomecânica utiliza tecnologia de ponta e

sistemas simultâneos, incluindo câmeras de vídeo de alta velocidade, plataformas de

força, palmilhas eletrônicas, eletromiógrafos, sensores térmicos, acelerômetros e

também termógrafos. Com esses equipamentos, consegue-se observar o

comportamento do corpo humano em diversas situações, para que se possa compor

um calçado adequado para cada situação.

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Com esta tecnologia, a mesma tem permitido um acesso mais rápido, completo e

preciso às informações sobre os comportamentos de sistema locomotor e a interação

do usuário com o calçado.

Em calçados femininos, o foco está na busca do conforto com modelos de salto

alto, ou seja, melhores palmilhas para distribuir melhor o peso corporal e saltos com

sistema de amortecimento.

Já os calçados para pessoas que sofrem de hiper-hidrose, devem possuir

materiais que permitam a respiração dos pés e auxiliem na absorção do suor, para que

além dos pés não deslizarem sobre a palmilha, o material da mesma ajude na absorção

no momento de sudação. Os modelos de calçados para pessoas que sofrem desta

doença devem ser, de preferência, abertos, para que os pés não fiquem ainda mais

abafados, e que o ar possa ventilar dentro do calçado, evitando assim o aparecimento

de outras doenças, como, por exemplo, a ceratólise com depressões, já citada

anteriormente. Estes mesmos calçados devem ser bem presos nos pés, possuindo

então, tiras e amarrações que proporcionam ao usuário maior segurança contra

possíveis acidentes durante a marcha, assim como, escorregões que lançam os pés

para fora do calçado.

O calçado surgiu como uma necessidade de proteção do frio, calor e de certas

superfícies e com o passar do tempo passou a ser objeto de desejo, em função de sua

estética. Nos dias atuais, busca-se além de proteção e estética, agregar conforto aos

calçados, trabalhando com novas tecnologias e pesquisas relacionadas a materiais.

3.7 Estado de design

O mercado de moda é um dos mais ricos e influentes nos dias atuais. No Brasil e

no mundo, muito dinheiro é movimentado em

desfiles, exposições, lojas, fábricas, cinema, televisão, música, etc. As empresas do

país agora investem na criação e no desenvolvimento nacional ao invés de

simplesmente fabricar o que é desenhado nos EUA e Europa.

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Conforme Sicoli, Werneck e Toth (2002), desde meados dos anos 80 a indústria

mundial de calçados vêm fazendo uma reformulação nos seus processos de produção

e organização de trabalho. Nos países mais desenvolvidos, novas tecnologias e

equipamentos são induzidos nas indústrias e máquinas para a melhor fabricação.

A indústria calçadista passou de apenas necessária e útil, para uma necessidade

mundial. É parte principal do vestuário e um dos ramos que mais vem crescendo nos

últimos anos no mercado mundial.

Nesta pesquisa, busca-se conhecer o que já existe no mercado calçadista

nacional e internacional, em relação aos modelos de calçados e materiais neles

utilizados. Esta é realizada através de sites internacionais de grandes estilistas, marcas

e revistas específicas de moda.

Buscou-se também conhecer os calçados existentes no mercado que de alguma

forma ajudem na absorção ou passagem do suor.

3.7.1 Calçados Geox

Segundo o site Geox (2008), esta é uma empresa que investe constantemente

em inovação, isso acontece desde sua fundação. Há uma sede com um laboratório de

investigação e desenvolvimento, onde trabalham 15 funcionários especializados, entre

eles: engenheiros, químicos e físicos. Os principais objetos de estudo são: o movimento

de calor humano e a transpiração. Graças aos testes laboratoriais, a Geox analisa os

materiais utilizados na construção do sapato, verificar a qualidade dos produtos no

mercado e, principalmente, estudando novas tecnologias e novos protótipos de calçado

ou de roupas.

Figura 68: Rasteira Geox. Fonte: www.geox.com

Figura 69: Sapatilha Geox. Fonte: www.geox.com

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Figura 70: Sapato Geox. Fonte: www.geox.com

Figura 71: Rasteirinha Geox. Fonte: www.geox.com

Figura 72: Sandália Geox. Fonte: www.geox.com

Figura 73: Scarpin Geox. Fonte: www.geox.com

Para levar a cabo a investigação, a Geox criou e patenteou novos equipamentos que

permitem os estudos científicos jamais realizados anteriormente. Geox colabora com os

melhores centros de investigação e as universidades mais prestigiadas na Itália e no

exterior para testar novas tecnologias.

Para garantir um serviço preciso aos consumidores, a Geox torna constante o

controle sobre a qualidade dos produtos no mercado. As novas coleções são

submetidas a testes laboratoriais em Montebelluna. Posteriormente, a produção é

monitorada tanto a partir do site interno escritório na sede da Itália, tanto em instalações

de produção.

Geox tem resolvido o problema da sudorese simples com um sistema que é

reconhecido com uma patente internacional.

As solas de borracha criar uma caixa d'água ao redor do pé e do suor natural

produzido pela transpiração condensa no interior do sapato. Isto cria uma sensação

desagradável de pés molhados e mau cheiro. Geox tem colocado a uma série de

pequenos buracos nas solas de borracha, na maior concentração de glândulas de suor

do pé planta.

A molécula Vapor é 700 vezes menor do que uma gota de água. Os laboratórios

da empresa têm desenvolvido uma membrana, feita de um material microporoso. O

microporos são menores do que uma gota de água, mas maiores do que uma molécula

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de vapor. Por isso, o vapor pode escapar, mas a água não consegue entrar no sapato

do pé e permanece seco.

Figura 74: Membrana Geox.

Fonte: www.geox.biz/inn_brevetti_gomma.asp

Juntamente com a membrana, os calçados Geox possuem o solado de borracha

perfurado na região do pé mais rica em glândulas sudoríparas, a planta, para ajudar no

processo da passagem do calor dos pés para fora do calçado.

Figura 75: Sola de borracha impermeável Geox. Fonte: www.geox.biz/inn_brevetti_gomma.asp

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3.7.2 Tênis Kidy: Respira e mantém os pés secos

Figura 76: Tênis Kidy

Fonte: www.kidy.com.br

Segundo o site Kidy (2008), esta desenvolveu uma linha de tênis chamado Play,

que vem com saída de ar e palmilha com tecnologia Respi-tec, o que favorece a

circulação do ar durante a caminhada, deixando os pés secos e longe de fungos e

bactérias.

O sistema funciona da seguinte forma: a primeira camada, por ficar em contato

com o pé, é antimicrobiana e permite a passagem da umidade, o que resulta em

extrema sensação de conforto. Já a segunda camada, com sistema de absorção de

impacto, possui poros que deixam a umidade fluir para a terceira camada, que é

elaborada em material tratado, com alto poder de absorção.

Disponível nos tamanhos entre nº 23 ao 32, os tênis chegam em diversos

modelos para meninos de 3 a 7 anos e meio. Produzido com material sintético, tem

solado composto por uma borracha termoplástica e antiderrapante, garante assim mais

segurança para as crianças.

3.7.3 Material DryShoe

Figura 77: Material DryShoe

Fonte: http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=3683

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Segundo o site Portal Fator Brasil (2007), A Cipatex, revolucionou o setor

calçadista com o lançamento do sistema DryShoe. Foram realizadas pesquisas pela

equipe do CTC (Centro Tecnológico Cipatex), as quais obtiveram um resultado inédito

no mercado mundial. A possibilidade de obter tanto cabedal como forro em PVC

transpiráveis e absorventes, sem recorrer a processos mecânicos (microperfuração e

espuma mecânica que apresentam sérias limitações), é o cerne desse processo que já

se encontra com patente requerida.

É o primeiro laminado à base de PVC que respira e absorve a transpiração. O

DryShoe é fabricado com alta estabilidade industrial, sua reprodutibilidade foi testada

em algumas dezenas de milhares de metros produzidos. Diferentemente do PVC

comum, o DryShoe é dotado de toque e maciez, transpirabilidade e transferência

térmica. A tecnologia induz à formação de microporos interligados, permitindo a

permeabilidade sem comprometer o visual e a performance do produto final.

Utilizado tanto na produção do forro, quanto na do cabedal, o DryShoe, torna-se

um grande aliado para empresas que procuram otimização de processos e de custos

em relação a outros laminados sintéticos. Além disso, como a Cipatex detém a

tecnologia, pode diferenciar o DryShoe de acordo com as necessidades de cada

cliente, podendo modificar características como textura, cor e espessura.

3.7.4 Pesquisa de vitrina nacional

Na pesquisa de vitrina nacional, foram observados e selecionados aspectos de

calçados encontrados em lojas e marcas locais. Seus modelos, saltos, cores e

características.

A Arezzo utiliza modelos de rasteiras com amarrações no tornozelo, que

proporcionam mais segurança ao usuário, assim como modelos de salto alto com o

cabedal fechado com diversas tiras de cores e texturas diferenciadas, além de modelos

de salto com o uso de meia-pata e anabela, que proporcionam maior estabilidade ao

usuário durante a marcha.

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Figura 78: Calçados Arezzo. Fonte: www.arezzo.com.br.

A Dumond trabalha com modelos de calçados que possuem tiras entre os dedos

que auxiliam na segurança e estabilidade dos pés dentro dos mesmos, assim como as

tiras que são presas no tornozelo, evitando com que o usuário tenha seus pés lançados

para fora do calçado. Há mistura de vários materiais em um mesmo modelo de calçado,

assim como o uso de duas ou três cores em um único modelo.

Figura 79: Calçados Dumond. Fonte: www.dumond.com.br.

A marca Carmen Steffens possui modelos bastante abertos, característica que

auxilia na ventilação e passagem do ar dentro do calçado. Utiliza modelos de salto

como o salto grosso e o uso da meia-pata que proporcionam maior estabilidade ao

caminhar, assim como várias tiras sobre o peito do pé que fazem com que o mesmo

fique bem acomodado dentro do calçado e não corra o risco de resvalar e/ou

escorregar.

Figura 80: Calçados Carmen Steffens. Fonte: www.carmensteffens.com.br.

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A Luíza Barcelos produz modelos de calçados sofisticados e diferenciados

utilizando mais de um tipo de material em um mesmo modelo, formas orgânicas e/ou

geométricas, além do cabedal composto por uma ou várias tiras grossas que melhor

acomodam os pés dentro do calçado, além da tira que prende o calçado no tornozelo.

As construções inferiores permitem maior estabilidade ao caminhar, pois seus modelos

são compostos por rasteiras e saltos mais grossos.

Figura 81: Calçados Luiza Barcelos Fonte: www.luizabarcelos.com.br

A marca Para Raio utiliza em seus modelos cores bastante vibrantes e modelos

que acomodam os pés dentro do calçado com maior segurança, utilizando tiras presas

ao tornozelo ou modelos de cabedal totalmente fechados na região do peito do pé. Os

saltos variam da rasteira ao salto grosso, o que disponibiliza à usuária opções

diversificadas.

Figura 82: Calçados Para Raio Fonte: www.pararaio.com

De acordo com os modelos selecionados, observa-se no mercado nacional,

modelos de calçados que proporcionam certo conforto ao usuário através de modelos

bem presos aos pés utilizando várias tiras, principalmente na região do tornozelo, há

também o uso de modelos de rasteira ou saltos mais grossos com meia pata que

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proporcionam maior estabilidade e segurança durante o uso. Há formas e modelos

bastante diversificados tanto para saltos quanto para o cabedal, assim como cores

discretas e exuberantes e texturas diferenciadas. Estas marcas apenas pecam em

utilizar materiais como o verniz, que não permite a respiração dos pés e impede a

absorção do suor.

3.7.5 Pesquisa de vitrina internacional Para a pesquisa de vitrina internacional, alguns sites de estilistas internacionais

foram pesquisados. A seguir encontram-se calçados de Balenciaga, Prada, Chanel e

Pierre Hardy.

Os calçados da marca Balenciaga são composto por diversas cores, sendo estas

vibrantes e inclusas em uma única estampa ou por combinações de tiras variadas. São

fechados tanto nas laterais, quanto no peito do pé, proporcionado maior segurança

durante a marcha. Há também o uso de salto grosso, que proporciona maior

estabilidade ao usuário do calçado.

Figura 83: Calçados Balenciaga. Fonte: www.balenciaga.com.

Os calçados Prada possuem o cabedal aberto, que facilita a passagem do ar e

permite que os pés respirem. Pode possuir uma única cor, ou então combinações

delas, todas vibrantes. O salto é grosso e trabalhado, contribuindo na estética do

produto e na estabilidade para o usuário.

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Figura 84: Calçados Prada. Fonte: www.prada.com.

Os calçados Pierre Hardy são trabalhados em linhas distintas, sendo elas

extremamente ousadas ou discretas. Ambas possuem diversas tiras no cabedal,

prendendo o calçado firmemente nos pés, principalmente na região do tornozelo.

Figura 85: Calçados Pierre Hardy. Fonte: Use Fashion, Ano 5, Nº 48.

Assim como a vestimenta feita em alta costura da grife Chanel, os calçados são

extremamente sofisticados. As cores são discretas, combinações em harmonia. Os

modelos são fechados na região do tornozelo e, alguns deles, possuem meia pata,

proporcionando maior segurança e estabilidade aos usuários.

Figura 86: Calçados Chanel. Fonte: www.chanel.com.

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Através da pesquisa realizada, nota-se que no mercado internacional, os

calçados possuem cabedal composto de várias tiras, tanto grossas como finas e/ou

tiras transpassadas que acomodam melhor os pés dentro do calçado, proporcionando

maior segurança e evitando que os mesmos saiam das sandálias. Os saltos são altos,

grossos ou finos, com meia pata, diminuindo o risco de virar os pés. Os calçados

aparecem com muitas cores e estampas. Percebe-se também o uso de vários enfeites

como cristais, flores exageradas e componentes metálicos de variados tamanhos, que

contribuem para a estética do calçado.

3.7.6 Pesquisa de Campo – Visita técnica à Fimec

Com o intuito de conhecer o que há no mercado, nos dias atuais, em relação aos

materiais utilizados para a produção de calçados, foi realizada uma visita técnica à 32ª

FIMEC (Feira Internacional de Couros, Químicos, Componentes e Acessórios,

Equipamentos e Máquinas para Calçados e Curtumes) no dia 11 de abril de 2008, em

Novo Hamburgo – RS.

Foram encontradas linhas metalizadas para a costura ou bordado do calçado. A

linha de costura pode ser utilizada para dar um diferencial ao modelo ou então para

acompanhar a cor do material. Já as linhas para bordado são utilizadas para a

execução dos mesmos, aumentando assim, o apelo visual do calçado, contribuindo na

estética do mesmo.

Figura 87: Linhas metalizadas para costura e bordado.

Fonte: Arquivo do autor.

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Além disso, observou-se diversos tipos de maquinários para a costura de

componentes do calçado, para o bordado, máquinas que auxiliam na produção de

alguns destes e até mesmo na montagem do calçado.

Foram vistos também muitos enfeites para o cabedal, principalmente para a

região da gáspea, sendo eles com diferentes materiais, formas e tamanhos.

Figura 88: Enfeites.

Fonte: Arquivo do autor.

Observou-se, na feira, grande variedade de possibilidades para se construir

calçados com o uso da meia-pata. Além de proporcionar maior estabilidade a quem

usa, a construção inferior formada de meia pata pode ser de uma infinidade de

materiais, acrílico, madeira, com salto de metal, contribuindo então, na estética do

produto.

Figura 89: Meias-patas. Fonte: Arquivo do autor.

Foram visualizadas muitas formas de saltos, sendo eles salto grosso, fino, médio

ou até mesmo anabela, além de fachetes feitos de diversas cores e formas, o que

contribui no aspecto visual do calçado.

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Figura 90: Saltos médios. Fonte: Arquivo do autor.

Observou-se grande variedade de composições para enfeites de cabedal do

calçado com o uso de metal, sendo estes com cristais, ou correntes com acrílico,

ambos auxiliando no apelo estético do produto o qual estes serão utilizados.

Figura 91: Enfeites metálicos com cristais. Fonte: Arquivo do autor.

Figura 92: Correntes metálicas e de acrílico. Fonte: Arquivo do autor.

Para quem sofre de hiper-hidrose, amarrações são de grande importância, pois

proporcionam que o usuário as regule da forma desejada. Na feira foram encontrados

cadarços com tramas diferenciadas, de cores vibrantes e materiais metalizados, tecidos

ou de palha. Além de tiras que podem ser utilizadas tanto como amarrações como para

a composição do cabedal. Possuem diferenciais estético e funcional.

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Figura 93: Cadarços. Fonte: Arquivo do autor.

Figura 94: Tiras de fios tramados. Fonte: Arquivo do autor.

Para os calçados de salto, foram encontrados tacões de poliuretano de cores

vibrantes, podendo ser estes em uma única cor ou mesclados, além de cores mais

discretas. Para o forro de cepas, foi visto materiais de palha com as mais diversificadas

tramas, imitação de cortiça, ambas com brilho, aumentando o valor estético do produto.

Figura 95: Tacões. Fonte: Arquivo do autor.

Figura 96: Materiais para forro de salto.

Fonte: Arquivo do autor.

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Além de todos os materiais e acessórios acima citados que contribuem

principalmente para a formação estética do calçado, foi encontrado um material para

forro de calçado da marca Intexco, chamado de Ecoline Bis Bugatti Lem, feito de PU

(poliuretano) atua com forte apelo no conforto.

Figura 97: Ecoline Bis Bugatti Lem.

Fonte: http://www.fenac.com.br/fimec2008/index.php?idiomas_id=1&acao=noticia&id=732.

Segundo o site Fimec (2008), este material é construído sobre um coagulado

especial, o qual possui dupla absorção e dupla transpirabilidade e também oferece

tratamento anti-bactericida. Estas características proporcionam aos pés dos

consumidores mais saúde, eliminando fungos e bactérias que provocam o mau cheiro.

Ainda seguindo a teoria do site Fimec, o Ecoline Bis Bugatti Lem é um material

construído sobre uma base de tecido-não-tecido em viscose impregnada e coagulada

em uma solução de PU, o que resulta em um forro que tanto a superfície quanto a parte

interna do produto da mesma cor.

Figura 98: Testes Ecoline Bis Bugatti Lem

Fonte: http://www.fenac.com.br/fimec2008/index.php?idiomas_id=1&acao=noticia&id=732.

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Este suporte de cor é somente possível pois tanto as bases quanto o

acabamento final são feitos em uma mesma unidade fabril. Uma infra-estrutura

criteriosamente planejada que dispõe de ilimitado número de cores para atender a

multiplicidade de tons e gravações finais, assegurando a transpirabilidade e absorção

em todas as suas gamas.

3.8 Tendências

Este capítulo apresenta as tendências de formas e materiais para calçados do

verão 2009. Para a realização desta pesquisa foi utilizado o caderno “Fórum de

inspirações para calçados e artefatos verão 2009” do SENAI e a revista Use Fashion

ano 5, número 48.

Para o verão 2009 serão utilizados cabedais femininos com visual masculinizado,

sapatos fechados com gáspeas com aberturas, sapatos Peep Toe, sacarpins e

abotinados, sapato boneca com saltos baixos, médios e altos. Sapatilha

esportiva,muitas tiras finas e largas sobre o peito do pé, amarrações no tornozelo, botas

de cano curto e longo, botas de bico aberto, sandálias fechadas na lateral, tamancos

com saltos altos, sandálias rasteiras de dedo, sandálias de tiras finas com strass.

Figura 99: Sandália fechada.

Fonte: Brisa, 2008.

Figura 100: Peep Toe. Fonte: Brisa, 2008.

Figura 101: Muitas tiras sobre o peito do pé. Fonte: Brisa, 2008.

Figura 102: Amarrações no

tornozelo. Fonte: Brisa, 2008.

Salto de agulha de metal, saltos de acrílico, saltos grossos e quadrados, saltos

trabalhados e enfeitados com pedrarias, meia-pata e salto grosso, reto ou em forma de

cone, meia pata com saltos extremamente altos, Anabela em gomos de altura média,

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plataformas altíssimas e forradas com juta, cepas de madeira, solados rasteiros.

Destacam-se as linhas geométricas para a construção dos saltos e solados, fazendo

combinação com a harmônica, pinturas metalizadas, saltos forrados com fachete de

couro construindo formas geométricas.

Figura 103: Salto grosso.

Fonte: Brisa, 2008.

Figura 104: Salto anabela.

Fonte: Brisa, 2008.

Figura 105: Sandália rasteira.

Fonte: Brisa, 2008.

Figura 106: Meia-pata. Fonte: Brisa, 2008.

Bicos finos, mais curtos e levemente arredondados para modelos abotinados,

bico fino curto, bicos finos e alongados levemente arredondados para sapatos, perfil de

forma altíssimo ou rasteiro, bicos longos levemente quadrados, bico quadrado.

Figura 107: Bico fino Fonte: Brisa, 2008.

Figura 108: Bico levemente arredondado.

Fonte: Brisa, 2008.

Figura 109: Bico fino curto.

Fonte: Brisa, 2008.

Figura 110: Bico quadrado.

Fonte: Brisa, 2008.

Materiais furadinhos tipo tela, mistura de couros lisos com couros estampados.

Mistura de couros, tecido e sintético com estampas variadas. Couro com estampa de

crocodilo, acabamentos manchados/stonados, mistura de cores, couros gravados e

com aspecto amassado. Tramas diferenciadas com materiais naturais como: algodão e

materiais metalizados. Materiais naturais: palha de bananeira, algodão, juta, PET

reciclada e fibra de coco.

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Figura 111: Couro com estampa de crocodilo.

Fonte: Brisa, 2008.

Figura 112: Couro liso com couro estampado.

Fonte: Brisa, 2008.

Figura 113: Mistura de couro e tecido.

Fonte: Use Fashion, Ano 5, Nº 48.

Figura 114: Tramas diferenciadas.

Fonte: Brisa, 2008.

Traseiro fechado com detalhe de zíper, biqueiras ressaltadas de outra cor e/ou

material, biqueira de metal, atacador em verniz, laços no traseiro, passador com

ponteira de metal, laços na gáspea, passadores metalizados, tiras transpassadas nos

cabedais, fechamentos e tiras transpassadas.

Figura 115: Calçado fechado com zíper.

Fonte: Brisa, 2008.

Figura 116: Tiras transpassadas nos cabedais. Fonte: Use Fashion, Ano 5,

Nº 48.

Enfeites volumosos, enfeites de acrílico com aplicação em laser, enfeites de

frufru, plissados e rendinhas. Enfeites de barbicacho feitos de linha, maxi-enfeites de

metal, flores grandes no cabedal, enfeites com couro metalizado, tiras de elástico,

fivelas de variados tamanhos e formatos, metais com pedrarias coloridas, tiras com

aplicações e cortes a laser, enfeites que misturam o brilho com o natural (cristais x

madeira), botões pintados ou forrados.

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Figura 117: Maxi-enfeites de metal.

Fonte: Use Fashion, Ano 5, Nº 48.

Figura 118: Flores grandes no cabedal.

Fonte: Use Fashion, Ano 5, Nº 48.

Figura 119: Pedrarias coloridas.

Fonte: Use Fashion, Ano 5, Nº 48.

Figura 120: Enfeites em couro.

Fonte: Brisa, 2008.

3.9 Concorrentes

O mercado de calçados para pessoas que sofrem de hiper-hidrose é, ainda,

pouco explorado. Não existe marca alguma que crie calçados exclusivamente para este

público. Há algumas que preocupam-se em usar materiais que não machuquem os pés

e tragam mais conforto, porém acabam esquecendo da estética de seus produtos,

enquanto outras preocupam-se somente com a beleza destes, deixando de lado a

ergonomia. Através disso, foram detectados alguns concorrentes indiretos de forte

apelo estético: Arezzo, Dumond e Schutz, que confeccionam calçados baseados em

pesquisas de tendências internacionais de moda, buscando agregar muito valor

estético em seus produtos, enquanto que as marcas Geox, Piccadilly e Usaflex

preocupam-se mais com a saúde dos pés, mas não investem tanto na estética de seus

calçados.

3.9.1 Arezzo

Fundada em 1972 pelos irmãos empreendedores Anderson e Jefferson Birman,

a Arezzo é uma marca de varejo de calçados femininos fashion que reúne em seus

produtos conceito, alta qualidade e design contemporâneo.

A marca Arezzo trabalha com quatro focos: tecnologia de ponta, pesquisa,

design e satisfação do consumidor.

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Figura 121: Meia-pata Arezzo

Fonte: www.arezzo.com.br Figura 122: Rasteira Arezzo Fonte: www.arezzo.com.br

3.9.2 Dumond

Criada em 1997, em Sapiranga (RS), é resultado da experiência e da tecnologia

acumuladas pelo grupo Paquetá durante 60 anos de história, como um dos maiores

produtores e exportadores de calçados do mundo.

Marca que tem suas coleções inspiradas nas melhores tendências de moda

internacional, se faz presente em mais de 50 países. Investe em pesquisa e tecnologia

para garantir produtos diferenciados e de qualidade.

Figura 123: Rasteira Dumond. Fonte: www.dumond.com.br

Figura 124: Sandália Dumond. Fonte: www.dumond.com.br

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3.9.3 Schutz

A empresa nasceu em 1995, na cidade de Matozinhos – MG, com o intuito de

mudar e ampliar o conceito de moda. Procura satisfazer seus clientes através de

coleções inovadoras e arrojadas, buscando o diferencial. Suas coleções são inspiradas

no que há de mais novo no mundo da moda, utilizando materiais inovadores e de

grande qualidade.

Figura 125: Sandália marrom Schutz. Fonte: www.schutz.com

Figura 126: Sandália preta Schutz. Fonte: www.schutz.com

3.9.4 Geox

A marca Geox investe muito em pesquisas e novas tecnologias para que seus

produtos permitam a respiração e saúde dos pés, têm resolvido o problema da

sudorese simples.

Figura 127: Sapato Geox.

Fonte: www.geox.com Figura 128: Rasteira Geox.

Fonte: www.geox.com

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3.9.5 Piccadilly

Com a sede na cidade de Igrejinha – RS, a A.Grings, fabricante da marca

Piccadilly, é hoje um nome bastante conhecido no mercado calçadista brasileiro.

A Piccadilly possui um sistema de informação chamado de UCP – Universidade

de Conforto Piccadilly, que surgiu a partir da necessidade de mostrar aos lojistas e

vendedores todos os diferenciais que um calçado Piccadilly oferece. Através dela, o

vendedor terá todas as informações sobre seus produtos e benefícios que os mesmos

proporcionam para os pés.

Figura 129: Tamanco Piccadilly Fonte: www.piccadilly.com.br

Figura 130: Sandália Piccadilly Fonte: www.piccadilly.com.br

3.9.6 Usaflex

A marca Usaflex possui sua matriz em Igrejinha – RS junto ao pólo calçadista do

Vale dos Sinos. Há mais de 15 anos de atuação a empresa vem conquistando

confiabilidade e tradição com sua marca que cativa um público fiel.

A Usaflex tem como objetivo atender as mais diversas consumidoras: mulheres

jovens que gostam de conforto, design e moda.

Figura 131: Sandália bege Usaflex Fonte: www.usaflex.com.br

Figura 132: Sandália marrom Usaflex Fonte: www.usaflex.com.br

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3.9.7 Aplicação da ferramenta PFFOA

Com a intenção de avaliar os pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças

que um calçado específico para mulheres que sofrem de hiper-hidrose teria no mercado

em relação aos seus concorrentes indiretos, foi aplicada a ferramenta PFFOA. As

análises se baseiam em sucessos e deficiências do mercado, onde estas geram

oportunidades e/ou ameaças que dizem respeito à criação e inserção da coleção

pertinente a este projeto. Veja na tabela a seguir o resultado da aplicação da

ferramenta.

Pontos Fortes Pontos Fracos

* Não há concorrentes diretos

* Há muita busca por esse produto

* Interação com a vestimenta

* Acessório bastante consumido

* Inovação de materiais e modelos

* Feito para ser utilizado em vários

ambientes

* Alto investimento financeiro

* Concorrentes indiretos trabalham com

o mesmo tipo de material

* Concorrentes indiretos possuem

clientes fiéis

Oportunidades Ameaças

* Conquista de mercado

* Expandir o público

* Tecnologia a favor da ergonomia

* Disponibilidade ilimitada de criação

* Disponibilidade grande de geração

* Produto desconhecido no mercado

* Rejeição

* Custo elevado de acesso à tecnologia

* Marcas conceituadas no quesito

ergonomia

Tabela 1: Ferramenta PFFOA.

Fonte: Arquivo pessoal.

3.9.8 Análise da ferramenta PFFOA

Com a aplicação da ferramenta PFFOA, observa-se que o calçado é um produto

bastante consumido e tem interação com a vestimenta. Há muita procura em relação a

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um produto específico para mulheres que sofrem de hiperidrose. Como este é um

produto desconhecido no mercado, pode haver rejeição. Marcas como Arezzo, Dumond

e Schutz direcionam suas pesquisas em tendências internacionais e possuem design

diferenciado, mas não resolvem o problema da hiper-hidrose. Já as marcas Piccadilly,

Usaflex e Geox procuram satisfazer seus clientes através de produtos que tragam mais

conforto para os mesmos. A empresa Geox tem resolvido o problema da sudorese

simples, mas o da hiper-hidrose, o que faz da Geox ser outro concorrente indireto.

Como o principal objetivo deste projeto é desenvolver um produto de conforto aliado à

estética para mulheres que sofrem de hiper-hidrose, nenhum dos concorrentes acima

citados se encaixa nesta proposta, pois deixam a desejar em algum ponto: ou no

conforto, ou na estética de seus produtos.

3.10 Briefing Textual

Uma vez escolhidas as soluções do caminho criativo, parte-se para o briefing,

elaborado a partir do conceito do produto e das soluções anteriormente mencionadas.

Esta ferramenta de projeto de citar as características que a coleção irá apresentar.

Informações sobre o Produto

- Marca: Débora Corso.

- Coleção: Bahia.

- Categoria: Calçado.

- Ocasião de Uso: Dia a dia, informal.

- Formas de Uso: Nos pés

- Composição Industrial / Matéria Prima: Couro, tecido, cristais e materiais

alternativos.

- Principais Pontos Positivos: Produto específico marca local, fácil acesso, não

possui concorrentes diretos, produto bastante procurado.

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- Principais Pontos Negativos: Alto custo, competição de mercado, aceitação,

pontos de venda fracos.

Informações sobre o Consumidor

- Sexo: Feminino.

- Classe Social: Média alta.

- Faixa Etária: sem restrições.

Informações sobre o Mercado e Distribuição

- Tamanho do Mercado: 5 lojas, caixas diferenciadas, de 150,00 a 300,00 reais o

par.

- Concorrência Direta e Indireta: Lojas locais e marcas já conceituadas no

mercado.

- Principais Mercados: Lojas multimarcas nacionais e internacionais.

- Participação do Produto neste Mercado: pouco volume inicial, cerca de 30

pares para cada loja.

- Comercialização do Produto: através de fretes particulares.

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4. PLANEJAMENTO DE COLEÇÃO

Nesta fase, apresentam-se as etapas necessárias para planejar-se uma coleção

de calçados. Para dar início ao planejamento de coleção deve-se unir todas as

informações coletadas na etapa de levantamento de dados buscando as principais

informações para solucionar o problema da hiper-hidrose plantar, agregando valor

estético no calçado.

4.1 Temática

No presente projeto, o tema a ser utilizado como inspiração para a criação da

coleção de calçados para mulheres que sofrem de hiper-hidrose é “Bahia”.

Segundo Treptow, uma marca de moda é mais ou menos como uma Escola de

Samba: a cada coleção traz um novo samba enredo, uma nova história a contar, mas

mantém as características que são atributo da marca, ou seja, o seu estilo.

No presente projeto, o tema a ser utilizado como inspiração para a criação da

coleção de calçados para mulheres que sofrem de hiperidrose é “Bahia”.

Figura 133: Painel semântico da temática.

Fonte: Arquivo do autor.

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4.1.1 Bahia

Segundo Civita (1999), a Bahia foi o local de chegada dos primeiros portugueses

ao Brasil, em 22 de abril de 1500, descobrindo oficialmente o Brasil. A baía de Todos os

Santos só foi descoberta em 1501, por Américo Vespúcio. No início do século XIV, a

Bahia só era visitada pelos portugueses que buscavam o pau-brasil. Porém, em 1511,

já existia uma feitoria na baía de Todos os Santos; alguns degradados, desertores e

náufragos juntaram-se às índias e originaram as primeiras famílias baianas. Um desses

náufragos chamava-se Diogo Álvares, conhecido como Caramuru. O pau-brasil atraiu,

também, contrabandistas vindos da França, que conseguiram a confiança dos índios.

Somente no ano de 1534, a Bahia começou a ser povoada oficialmente.

Nos dias atuais, a Bahia é o quarto estado brasileiro em população, porém, seu

crescimento demográfico tem permanecido abaixo da média do país. O fluxo de

migrantes para outras regiões do Brasil, ainda é intenso, principalmente para as

cidades industriais do sudeste e para as zonas de expansão agrícola.

Conforme o site Bahia (2008), cerca de 50% da população vive nas cidades;

além de Salvador, destacam-se Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itabuna, Ilhéus,

Juazeiro e Jequié. As atividades agropecuárias empregam aproximadamente 70% da

mão de obra: o estado é o maior produtor brasileiro de cacau, mamona, sisal, feijão,

coco-da-baía e mandioca. É também o terceiro produtor de algodão. A Bahia é ainda o

maior produtor brasileiro de piaçava e dendê, ambos extraídos no litoral. O estado é um

dos maiores centros pecuários do Brasil, com o primeiro rebanho caprino, o segundo

ovino e o sexto bovino do país. Os estabelecimentos de pequeno porte, ligados aos

ramos mais tradicionais da indústria (alimentícia, têxtil, fumo) desempenham papel

significativo.

Para Civiti (1999), em Camaçari, foi criado um importante centro petroquímico,

tornando a região metropolitana de Salvador o principal pólo industrial de todo o

nordeste. Com um subsolo rico em recursos minerais, a Bahia é o primeiro produtor de

chumbo, cobre, cromo e barita, e o segundo de amianto e magnetiza.

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O turismo tem gerado rendas crescentes. Salvador, com as praias próximas, e

Porto Seguro são os principais atrativos. Bom Jesus da Lapa, às margens do São

Francisco, recebe romarias de todo o nordeste.

Figura 134: Salvador

Fonte: www.fotosearch.com.br Figura 135: Rua de Salvador

Fonte: www.fotosearch.com.br

Figura 136: Carnaval Salvador Fonte: www.fotosearch.com.br

Figura 137: Pesca da Bahia Fonte: www.fotosearch.com.br

4.1.2 Religião

Segundo o site Bahia (2008), existem mais de 365 igrejas católicas em Salvador,

há também muitos terreiros de famosos pais e mães-de-santo; ambos convivem em

plena harmonia de crenças e ritos. Os santos são motivos de fé e adoração cultuados

nas missas e feriados cristãos, festejados nas ruas e largos em celebrações que

misturam o sagrado e o profano.

A arquitetura portuguesa nas basílicas, do barroco ao neoclássico, e as

coreografias marcadas nos terreiros de candomblé são atrações à parte, que dão o tom

da inabalável fé do baiano neste verdadeiro caldeirão religioso.

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Figura 138: Igreja Ordem Terceira de São

Francisco Fonte: www.fotosearch.com.br

Figura 139: Igreja São Francisco Fonte: www.baixaki.ig.com.br

Figura 140: Festa do senhor do Bonfim

Fonte: www.gettyimages.com Figura 141: Pelourinho

Fonte: www.gettyimages.com

4.1.3 Blocos de Trio

Figura 142: Blocos de Trio Fonte: www.bahia.com.br

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Segundo o site Bahia (2008), Antigamente, já muito animado, o carnaval da

Bahia tinha como destaque as bandinhas de fanfarra, que tocavam as tradicionais

marchinhas embalando o folião nos clubes e em alguns largos da cidade. O tempo se

passou e a história foi modificada, quando os pioneiros Dodô e Osmar inventaram a

fubica, uma espécie de carro amplificado, que já na época, provocava grande rebuliço

por onde passava.

A evolução dos tempos, no entanto, fez com que aquele carro estranho fosse

remodelado, ganhando cada vez mais potência, formando o que chamamos nos dias

atuais de trios elétricos.

Os blocos que eram pequenos, em função do baixo alcance do som, se tornaram

grandes aglomerados de alegria, reunindo, em alguns casos, mais de quatro mil foliões.

São eles os maiores responsáveis pela fama internacional do carnaval baiano, que com

esse ganho de milhares de decibéis, se fez escutar em todos os cantos do mundo.

Sobre os trios elétricos e puxando seus blocos, os grandes expoentes das

músicas no estilo axé conseguem com as mesmas, tocadas em alto e bom som,

movimentar as engrenagens desta grande fabrica de sonhos, chamada Carnaval.

4.1.4 Micaretas

Figura 143: Micaretas

Fonte: www.bahia.com.br

Para o site Bahia (2008), grande notoriedade que o estado da Bahia conquistou

em todo o mundo se deve, principalmente, à singularidade do seu carnaval. Nesta

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época, embora apresente roteiros alternativos para o turista, o estado concentra todas

suas atenções na folia que acontece em Salvador.

Como a Bahia é bastante grande, e a energia de seu povo custa a terminar,

outras cidades do interior resolveram promover, em diferentes épocas, suas próprias

festas, apresentando animação e alto astral, em doses bem parecidas as da folia da

capital. Surgiu, então, a micareta.

4.1.5 Os Circuitos de Salvador

Para o site Bahia (2008), a maior festa popular do planeta, o carnaval de

Salvador cresceu tanto, que nos dias atuais se distribui simultaneamente em três

circuitos da cidade. Para aqueles que preferem mais tranqüilidade e para os mais

saudosos, o circuito Batatinha, no Pelourinho, é a melhor pedida. Já o carnaval no

trecho Barra-Ondina (circuito Dodô) e no centro(Osmar) apresenta emoções diferentes

e muito agito, com as apresentações dos grandes nomes de música estilo axé.

4.1.5.1 Circuito Batatinha

Figura 144: Circuito Batatinha

Fonte: www.bahia.com.br

Tendo como principais palcos, as praças: Municipal e da Sé, além do famoso

Pelourinho, o carnaval do centro histórico, a cada ano, apresenta-se mais bonito, alegre

e estruturado. A iniciativa de revitalizar a folia neste ponto da cidade surgiu com o

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Projeto Pelourinho Dia e Noite, que em parceria com a Secretaria de Cultura e Turismo

do Estado, é também o responsável pela maioria dos eventos realizados no local,

durante todo o ano.

Conforme o site Bahia (2008), No carnaval, em meio a casarões coloniais, ruas

bem pitorescas e um astral todo especial, bandas e charangas percorrem os caminhos

do Pelourinho, tocando antigas e saudosas marchinhas, que arrastam uma multidão

eufórica. Por apresentar uma programação mais tranqüila, o Circuito Batatinha é muito

procurado por famílias, que preferem um carnaval mais calmo, longe do agito do eixo

tradicional. Na Praça Municipal, o palco armado em frente à sede da Prefeitura já se

tornou famoso pelos desfiles e concursos de fantasia.

4.1.5.2 Circuito Dodô

Figura 145: Circuito Dodô Fonte: www.bahia.com.br

Segundo o site Bahia (2008), para a maioria das pessoas que gosta do carnaval

baiano, o surgimento do Circuito Dodô representou para a festa, uma verdadeira

revolução em termos de infra-estrutura e conforto. A folia adquiriu, com o passar dos

anos, o status de maior festa popular do planeta, fazendo com que o circuito tradicional

(Campo Grande), se tornasse pequeno para um número cada vez maior de turistas e

foliões.

Este trajeto liga as belas praias da Barra e Ondina, em um percurso de

aproximadamente 4 km, marcado em quase toda a sua extensão, por uma vista

estonteante da Baía de Todos os Santos. Blocos uniformizados, cada um com sua

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atração, iniciam no Farol da Barra uma jornada, que somente depois de 6 horas,

termina na Praia de Ondina.

Os últimos anos marcaram o surgimento de camarotes, alguns inclusive,

assinados por personalidades baianas e artistas famosos. Suas instalações incluem

buffet de alto nível, acesso privativo à praia, pista de dança e shows entre a passagem

dos trios.

Na avenida, e fora dos blocos, a maioria do foliões, conhecida como pipoca,

promove grande uma grande festa.

4.1.6 Capoeira

Figura 146: Capoeira

Fonte: www.bahia.com.br

Para o site Bahia (2008), mistura de dança com luta, a capoeira tem sua origem

na África, trazida ao Brasil através de escravos como forma de defesa. Ao som ritmado

e bem marcado do berimbau de barriga, caxixi, atabaque, pandeiro e reco-reco, dois

participantes ensaiam coreografias sincronizadas, gingadas de perna, braços, mãos,

pés, cabeça e ombros.

A roda de capoeira se divide entre lutadores e os instrumentistas, responsáveis

pelo tom e marcação dos capoeiristas. O berimbau é alma da batucada, entoando e

guiando o ritmo da apresentação.

A mais popular manifestação folclórica do estado encontra eco no mundo inteiro.

A capoeira é prática difundida por todos os cantos; atraente para os “gringos” e

dominada com maestria pelo baiano.

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Segundo o site Bahia (2008), a manifestação é mais forte em Salvador,

Cachoeira, Mata de São João, Santo Amaro, São Félix, Feira de Santana, Maragogipe

e Nazaré.

4.1.7 Bumba-meu-boi

Figura 147: Bumba-meu-boi

Fonte: www.bahia.com.br

Para o site Bahia (2008), a origem do auto do bumba-meu-boi aconteceu no

século XVIII, auge do ciclo de gado. Encenada em tons de sátira e de tragédia, a dança

do boi e do homem simboliza o contraste entre a inteligência e a força bruta, com

personagens alegóricos, enfeitados de adereços e em incidentes cômicos e dramáticos,

mas de desfechos alegres. A dança é uma invocação crítica aos desníveis sócio-

econômicos entre vaqueiro e patrão e tem influência das culturas indígena, africana e

portuguesa.

A principal atração é o boi. Consiste em uma armação de madeira em forma de

touro, coberta por veludo bordado e cuja armação é presa a uma saia de tecido

colorido. É conduzido por uma pessoa, denominada de miolo do boi. O bailado,

marcado por tambores, pandeiro, zabumba e maracás e entoado por cantigas, encanta

também pela riqueza de cores e indumentárias.

Também chamado de Boi Janeiro, Boi Estrela do Mar, Dromedário e Mulinha-de-

Ouro, a encenação conta uma história que se passa em uma fazenda, no interior do

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país. Um negro vaqueiro, sua mulher cabocla e um homem branco, dono da fazenda e,

portanto, do estimado boi de raça, são as personagens fixas, acompanhadas,

normalmente, pelo Virgulino, o Caipora, o Gigante, o Capataz, o Caboclo Real, o

Capitão, o Caçador e o Padre. O Negro Chico, desesperado porque sua esposa grávida

sente desejo de comer a língua do estimado boi, resolve roubar o animal. Em uma das

versões, o Pai Chico é capturado com o boi adoecido que, após ser curado pelo pajé,

revive e começa a dançar. Tudo termina em festa e o vaqueiro é perdoado. Na outra

versão, o boi morre e seu corpo é partilhado.

Com base no site Bahia (2008) a tradição no interior do estado, a Festa do

Bumba-meu-boi preenche os festejos natalinos e, em menor incidência, o carnaval e

outras festas locais, com duração de cerca de três dias. Cachoeira, Camamu,

Canavieiras, Conde, Cruz das Almas, Ibotirama, Juazeiro, Inhambupe, Jequié, Monte

Santo, Santo Antônio de Jesus, São Félix, Prado, Jiquiriçá, Itacaré, Nova Viçosa e

Porto Seguro mantém viva a herança secular de louvação ao boi.

4.1.8 A Arte de Maragogipinho

Figura 148: A arte de Maragogipinho

Fonte: www.bahia.com.br

Segundo o site Bahia (2008), o artesanato é o ponto forte deste pequeno vilarejo,

distrito do município vizinho de Aratuípe. A produção de cerâmica, conhecida como das

mais bonitas da região, chega a 700 a 1.200 caxixis - cestos entrelaçados, preenchidos

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com pequenas contas, conchas, pedras ou feijões – por dia. Louças diversas e objetos

de decoração, feitas em torno manual e assadas em forno, também artesanal, mantêm

viva a tradição de confeccionar peças em barro.

4.1.9 Praia de Mangue Seco

Figura 149: Praia do mangue seco

Fonte: www.bahia.com.br

Com base no site Bahia (2008), A história do Mangue Seco começou em 1548,

quando alguns padres se salvaram de um naufrágio, e deram ao lugar, o primeiro nome

de Vila de Santa Cruz da Bela Vista. Com o passar do tempo, as construções do

período se tornaram ruínas históricas, e suas belezas naturais, a transformaram num

dos mais concorridos destinos da belíssima Costa dos Coqueiros.

Em seus quase 30 km de extensão, as areias finas contornam um mar de

características singulares. Durante a vazante apresenta águas tranqüilas, o que a torna

muito boa para banho. O mesmo não acontece na maré cheia, quando ondas fortes

quebram em toda a sua extensão. Há também o passeio de bugre é um dos seus mais

fortes atrativos, já que, com ele, o visitante pode contornar as belas e famosas dunas,

além de conhecer os encantos das praias vizinhas.

Para o site Bahia (2008), a região é cortada por inúmeros rios, que permitem não

só banhos refrescantes, mas também a pesca de várias espécies de peixes. No Rio

Fundo, os visitantes, poderão avistar o ameaçado peixe-boi, num fenômeno somente

visto no Rio Amazonas. Seu acesso é dos mais difíceis, fazendo com que o clima

pitoresco e rústico de Mangue Seco continue a fascinar aqueles que a conhecem.

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4.1.10 Ilha das Garças e Ilha de Atalaia

Figura 150: Ilha das Graças e Ilha de Atalaia

Fonte: www.bahia.com.br

Segundo o site Bahia (2008), os 17 km de praias, coqueirais, reservas de Mata

Atlântica e manguezais ao longo de Canavieiras são cercados pelas ilhas fluviais do Rio

Pardo e por sete ilhas marítimas, dentre as quais se destaca a Ilha das Garças e a Ilha

do Atalaia.

Santuário ecológico, reduto das garças brancas que recortam o céu azul ao pôr

do sol – daí seu nome – a ilha atrai grande número de visitantes em busca da famosa

lama negra medicinal, de propriedades terapêuticas.

Paraíso do surfe e da pesca, a ilha do Atalaia conta com uma infra-estrutura

completa de hotéis, pousadas, bares e restaurantes. Está ligado ao município pela

ponte Antônio Carlos Magalhães.

4.1.11 Justificativa da escolha da temática

A temática “Bahia” foi escolhida para o desenvolvimento desta coleção por ser

um estado que apresenta riqueza em sua cultura. Durante a colonização do Brasil,

vários imigrantes de diversos países levaram para a Bahia um pouco de cada cultura. É

um estado alegre e que pode contribuir com cores vibrantes, formas tanto geométricas,

quanto orgânicas retiradas dos pontos principais da temática afim de enriquecer as

alternativas na etapa “geração de idéias”.

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4.2 Conceito

Com a intenção de se desenvolver uma coleção de calçados específicos para

mulheres que sofrem de hiper-hidrose, busca-se solucionar alguns dos problemas

encontrados através das pesquisas realizadas e unir alguns critérios relacionados ao

conforto e saúde dos pés. Os principais conceitos propostos para o desenvolvimento

desta coleção são: elegância, contemporaneidade, segurança e conforto.

Em relação à elegância e contemporaneidade, procura-se unir materiais e formas

à modelos de calçados que tenham grande apelo visual, para que as mulheres em

questão não percam a feminilidade.

Busca-se também aliar o conforto à segurança através do uso de materiais

corretos e modelagem que se adapte aos pés, dificultando possíveis acidentes e

sensações.

Para ter-se uma melhor visualização das idéias relativas ao conceito do produto

em questão, foi desenvolvido um painel semântico com imagens que denotam o

mesmo. Veja o painel a seguir.

Figura 151: Painel semântico de conceito.

Fonte: Arquivo do autor.

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4.3 Cartela de cores

Figura 152: Cartela de cores.

Fonte: Arquivo do autor.

Segundo Treptow (2003), “a cartela de cores de uma coleção deve ser composta

por todas as cores que serão utilizadas, incluindo preto e branco. A cartela deve

reportar ao tema escolhido para a coleção”. As cores da cartela foram definidas de

acordo com a temática em questão neste projeto em união às tendências pesquisadas

para o verão 2009. Foi desenvolvida também a cartela de “combinação das cores” para

auxiliar na seleção de cores durante a etapa de criação dos calçados.

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Figura 153: Combinação das cores. Fonte: Arquivo do autor.

4.4 Cartela de materiais

Para o desenvolvimento da cartela de materiais foram selecionados materiais

que podem auxiliar no processo de absorção do suor liberado pelos pés, assim como

materiais de preferência do público alvo descritos na etapa “pesquisa de campo –

questionário”, como: tecidos e materiais para forro de palmilha que deixem o pé firme

sobre o calçado, entre eles: camurça, couro e P.U.

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Figura 154: Cartela de Materiais.

Fonte: Arquivo do autor.

4.5 Cartela de aviamentos

No desenvolvimento de acessórios o uso de aviamentos para a composição do

mesmo é essencial, tanto de forma decorativa, quanto funcional. Para o

desenvolvimento da coleção serão utilizados aviamentos como: componentes metálicos

em geral, chatons, cordas, tranças de palha, além dos tradicionais aviamentos como:

linhas, agulha, etc.

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Figura 155: Cartela de Aviamentos. Fonte: Arquivo do autor.

Com o término da escolha da temática de cores, materiais e aviamentos e da

conceituação da coleção a ser desenvolvida neste projeto, encerra-se esta etapa e dá-

se início a etapa “Geração de idéias”.

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5 GERAÇÃO DE IDÉIAS

A geração de idéias foi realizada em duas etapas, a “geração de idéias de

construção” e a “geração de idéias de cabedal”, utilizando duas técnicas de criatividade:

o brainstorming e o brainwriting.

Na fase “geração de idéias para a construção” foi utilizada a técnica

brainstorming. Foram geradas 10 alternativas de saltos e solados que lembrassem a

temática proposta para esta coleção e ao mesmo tempo propusessem conforto. Da

temática foram utilizadas as cores, formas vistas na arquitetura baiana e a utilização de

materiais como a madeira que lembra o pau-brasil, madeira explorada na época da

colonização do Brasil.

Em relação ao conforto foram desenhadas rasteiras e saltos que dariam mais

segurança e equilíbrio aos futuros usuários.

A escolha das alternativas de construção foi feita com base nas informações

obtidas nos questionários, os quais revelaram que o público alvo em questão neste

projeto ficou dividido em relação a preferência de rasteiras ou salto alto para se usar no

dia-a-dia. Devido a isso, foram escolhidos cinco modelos de construção para formar a

coleção, entre eles, dois modelos de rasteira: um simples e outro anatômico, um salto

médio anabela e dois modelos de salto alto: um salto grosso e um meia pata.

Todas as linhas possuem uma palmilha perfurada de poliuretano (PU) que

proporciona mais conforto, além de ajudar na absorção do suor.

Acompanhe nas imagens a seguir a construção e os materiais utilizados em cada

linha desta coleção. As construções geradas nesta etapa, as quais foram descartadas,

encontram-se no apêncice “C”.

5.1 Linha 1 – Rasteiras simples

A linha de rasteiras simples possui o solado de couroplack e a palmilha forrada

de couro, ambos possuem formato fino na frente para que o pé não escorregue. Todos

os modelos são presos no tornozelo para proporcionar maior segurança. É a linha de

rasteira mais sofisticada, que pode ser usada em diversas ocasiões, tanto durante o

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dia, quanto à noite. Possui palmilha de PU perfurada que proporciona maior conforto e

ajuda na absorção do suor.

SALTO

SOLA

PALMILHA DE MONTAGEM

PALMILHA DE CONFORTO

FORRO DA PALMILHA

TALONEIRA

TALONEIRA

Figura 156: Construção da parte inferior da rasteira simples.

Fonte: Arquivo do autor.

5.2 Linha 2 – Rasteiras Anatômicas

A linha de rasteiras anatômicas é composta por soleta de TR, sola de EVA

expandido forrada de camurça. Também possui palmilha de conforto e absorção de PU.

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É a linha de rasteira de conforto da coleção, possui a sola mais larga para que o pé seja

comportado dentro da mesma.

SOLETA

SOLA

PALMILHA DE CONFORTO

FORRO DA PALMILHA

TALONEIRA

Figura 157: Construção da parte inferior da rasteira anatômica. Fonte: Arquivo do autor.

5.3 Linha 3 – Anabela

A linha anabela é a intermediária da coleção, destinada à mulheres que não

apreciam saltos altos demais, mas também não gostam de sandálias rasteiras. Possui

palmilha de absorção e conforto, de PU. Sua sola é de EVA expandido, forrada com

tranças de palha, enquanto que a soleta é feita de TR. Na imagem a seguir, será

apresentada a construção da parte inferior da linha anabela.

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SOLETA

SOLA

PALMILHA DE MONTAGEM

PALMILHA DE CONFORTO

FORRO DA PALMILHA

TALONEIRA

TALONEIRA

REFORÇO DA PALMILJA

ALMA DE AÇO

TACHAS

Figura 158: Construção da parte inferior da linha anabela.

Fonte: Arquivo do autor.

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5.4 Linha 4 – Salto grosso

A linha de salto grosso possui o salto feito de madeira, com formato não tão alto

e não tão estreito para proporcionar mais segurança aos usuários. A soleta é de

couroplack, que proporciona mais sofisticação à linha. Assim como as demais linhas,

possui palmilha de conforto e absorção do suor, de poliuretano.

ALMA DE AÇO

TACHAS

TACÃO

SALTO

PALMILA DE MONTAGEM

REFORÇO DA PALMILHA

PALMILA DE CONFORTO

FORRO DA PALMILHA

TALONEIRA

TALONEIRA

Figura 159: Construção da parte inferior da linha salto grosso.

Fonte: Arquivo do autor.

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5.5 Linha 5 – Meia pata

A linha meia pata foi desenvolvida para mulheres que gostam de saltos altos, a

escolha de fazer um salto não tão fino com meia pata se deu para que as mulheres em

questão neste projeto tenham mais conforto e segurança ao caminhar. Soleta feita de

couroplack e palmilha de conforto de poliuretano.

PALMILHA DE MONTAGEM

TACÃO

SALTO

SOLA

TACHAS

ALMA DE AÇO

REFORÇO DA PALMILHA

PALMILHA DE CONFORTO

FORRO DA PALMILHA

TALONEIRA

TALONEIRA

MEIA PATA

Figura 160: Contrução da parte inferior da linha meia pata.

Fonte: Arquivo do autor.

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Definidas as construções, foram geradas alternativas para cabedais utilizando a

técnica brainwriting. Palavras que remetessem a temática, como cores e formas foram

escritas em um papel, assim como alternativas de cabedais que propusessem mais

conforto e segurança.

• Dourado = igreja do Pelourinho

• Fitas do senhor do bonfim = amarrações

• Cores vivas = Carnaval

• Babados = Saias das baianas

• Medalhinhas com imagens de santos = pingentes

• Branco = cor da indumentária utilizada na festa do senhor do bonfim

• Várias tiras sobre o peito do pé

• Tiras grossas

• Tiras de diferentes larguras em um mesmo calçado

• Proteção nas laterais

• Tornozelo preso com amarrações

• Tornozelo preso com várias tiras

• Tira entre os dedos

• Regulagem nos fechos

• Tiras nas laterais

• Cabedal fechado

• Pingentes lembrando amuletos de sorte

• Preto lembrando misticismo

Ao término do uso da técnica, foram avaliadas as idéias que mais pudessem

contribuir para o desenvolvimento da coleção conforme a idéia principal do projeto: unir

o conforto e a estética em um calçado para mulheres que sofrem de hiper-hidrose.

Então foram geradas 45 alternativas de cabedais, 9 para cada linha. Dentre estes 45

modelos de cabedal, foram selecionados 3 para cada linha, formando uma coleção de

15 modelos. Os 30 modelos restantes, os quais não foram utilizados para formar a

coleção encontram-se no apêndice “D”.

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Figura 161: Coleção

Fonte: Arquivo do autor.

5.6 Linha Bumba-meu-boi

Figura 162: Linha Bumba-meu-boi

Fonte: Arquivo do autor.

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Alternativa 1 – Este modelo de rasteira tem as cores inspiradas no carnaval, as

amarrações no tornozelo lembram as fitas do Senhor do Bonfim.

Alternativa 2 – Os trançados das tiras de cetim e o trabalhado da fivela lembram

as formas orgânicas vistas nas igrejas, assim como as cores lembram o carnaval. O nó

presente na parte da frente do cabedal lembra a amarração de uma fira de lembrança

do Senhor do Bonfim.

Figura 164: Alternativa 2 da geração de idéias.

Fonte: Arquivo do autor.

Figura 163: Alternativa 1 da geração de idéias.

Fonte: Arquivo do autor.

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Alternativa 3 – Os babados do traseiro da rasteira lembram as saias das baianas

invertidas, os trançados do cabedal lembram fitas do Senhor do Bonfim, os enfeites

localizados na parte superior do cabedal lembram medalhas com imagens de santos.

Figura 165: Alternativa 3 da geração de idéias.

Fonte: Arquivo do autor. 5.7 Linha circuito batatinha

Figura 166: Linha circuito batatinha

Fonte: Arquivo do autor.

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Alternativa 4 – Cores inspiradas no carnaval, dourado na igreja do pelourinho.

Enfeite na tira que separa os dedos lembra medalhinhas com imagens de santos.

Figura 167: Alternativa 4 da geração de idéias.

Fonte: Arquivo do autor.

Alternativa 5 – A rasteira de número 5 tem suas cores inspiradas na indumentária

da baiana e seu cabedal lembra uma fita do Senhor do Bonfim.

Figura 168: Alternativa 5 da geração de idéias.

Fonte: Arquivo do autor.

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Alternativa 6 – Rasteira com cores inspiradas no misticismo, o babado da parte

traseira da rasteira lembra a saia da baiana. Os cordões correspondem às fitinhas do

Senhor do Bonfim enquanto que o enfeite da parte da frente do cabedal lembra

medalha com imagens de santos.

Figura 169: Alternativa 6 da geração de idéias.

Fonte: Arquivo do autor. 5.8 Linha blocos de trio

Figura 170: Linha blocos de trio.

Fonte: Arquivo do autor.

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Alternativa 7 – A anabela de número 7 tem as cores inspiradas no misticismo

baiano, possui amuletos de sorte como aviamentos. Cabedal fechado com duas tiras no

tornozelo que proporcionam maior segurança.

Figura 171: Alternativa 7 da geração de idéias.

Fonte: Arquivo do autor.

Alternativa 8 – Este modelo de anabela tem como inspiração o carnaval, possui

várias tiras parte da frente para proporcionar maior segurança. O enfeite localizado em

cima destas tiras lembra medalhas que carregam nelas imagens de santos.

Figura 172: Alternativa 8 da geração de idéias.

Fonte: Arquivo do autor.

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Alternativa 9 – Modelo de cores inspiradas na indumentária das baianas, o

cabedal na região da frente é mais fechado, o que evita que os pés escorreguem para

frente. As amarrações no tornozelo, inspiradas em fitas do Senhor do Bonfim,

proporcionam que o usuário as regule conforme sua preferência.

Figura 173: Alternativa 9 da geração de idéias.

Fonte: Arquivo do autor. 5.9 Linha Senhor do Bonfim

Figura 174: Linha Senhor do Bonfim

Fonte: Arquivo do autor.

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Alternativa 10 – Alternativa que tem como inspiração o misticismo, possui

cabedal composto com várias tiras, o que traz mais conforto e segurança para seus

usuários.

Figura 175: Alternativa 10 da geração de idéias.

Fonte: Arquivo do autor.

Alternativa 11 – Este modelo tem como inspiração o carnaval da Bahia, os

babados da parte traseira lembram as formas da saia da baiana, enquanto que as

amarrações lembram fitas do Benhor do Bonfim.

Figura 176: Alternativa 11 da geração de idéias.

Fonte: Arquivo do autor.

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Alternativa 12 – Este modelo possui tiras grossas para proporcionar ao usuário,

mais segurança durante o movimento da marcha. Tem como inspiração a indumentária

das baianas. O enfeite remete a lembrança de uma medalha com imagem de santo.

Figura 177: Alternativa 12 da geração de idéias.

Fonte: Arquivo do autor.

Alternativa 13 – Modelo de cores inspiradas no carnaval, amarração no tornozelo

lembra fita do Senhor do Bonfim enquanto que as medalhas lembram as mesmas com

imagens de santo.

5.10 Linha Micaretas

Figura 178: Linha micaretas.

Fonte: Arquivo do autor.

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Alternativa 13 – Meia para inspirada nas cores da indumentária utilizada para pular

carnaval do bloco de trio chamado: Muquiranas.

Alternativa 14 – Meia pata inspirada na crença e no misticismo da Bahia, tranças

com aspecto de inacabadas fazem parecer fitas do senhor do bonfim entrelaçadas,

enquanto que o enfeite da parte da frente do cabedal, dá a impressão de ser uma

medalha a qual carrega imagem de santo.

Figura 180: Alternativa 14 da geração de idéias.

Fonte: Arquivo do autor.

Figura 179: Alternativa 13 da geração de idéias.

Fonte: Arquivo do autor.

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Alternativa 15 – Este modelo de meia pata é inspirado no misticismo, na crença

baiana. Enfeites remetem a idéia de medalhas com imagens de santo.

Figura 181: Alternativa 15 da geração de idéias.

Fonte: Arquivo do autor.

5.11 Alternativas escolhidas

Figura 182: Alternativas escolhidas.

Fonte: Arquivo do autor.

Ao término da geração de idéias, foram selecionadas para passar pela próxima

etapa, “solução de idéias”, apenas duas, as quais se encaixaram mais com os objetivos

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propostos para este projeto: união do conforto e estética em um calçado para mulheres

que sofrem de hiper-hidrose.

Após serem escolhidas as alternativas, a etapa “geração de idéias é encerrada”

e dá-se início a etapa “solução de idéias”.

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6. SOLUÇÃO DE IDÉIA

Nesta etapa, além da modelagem, peça piloto e processo de produção das

alternativas escolhidas na etapa anterior, é elaborado o memorial descritivo

6.1 Modelagem

Antes de uma confecção está a sua modelagem, em uma produção esta servirá

como um gabarito a ser seguido. (JONES, 2005). Para dar início ao processo de

modelagem, foram selecionadas formas com formato semelhante aos gerados na etapa

anterior, para que, no fim do processo, ter o resultado mais próximo do planejado.

Foram escolhidas duas formas tamanho 35: uma para fazer a rasteira anatômica e

outra de salto 7,5 para confeccionar o modelo de salto grosso. Abaixo seguem as fases

da modelagem do modelo rasteira anatômica:

⇒ 1ª fase: planificou-se a palmilha;

⇒ 2ª fase: determinaram-se os eixos da palmilha;

⇒ 3ª fase: confeccionou-se o corpo de forma médio;

⇒ 4ª fase: encapou-se a forma com fita crepe;

⇒ 5ª fase: determinaram-se os pontos e linhas básicas;

⇒ 6ª fase: desenhou-se a sandália;

⇒ 7ª fase: marcaram-se as posições da tira e peças na palmilha;

⇒ 8ª fase: planificou-se o corpo-de-forma;

⇒ 9ª fase: destacaram-se as peças;

⇒ 10ª fase: identificaram-se as peças

6.2 Peças-piloto

Diante da complexidade da montagem de um calçado, foram executadas peças

piloto, para possíveis modificações e ajustes. A idéia inicial da construção da gáspea da

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rasteira era que ela fosse somente de cetim, porém não obteve o resultado esperado.

Foi feita uma nova peça com o cabedal de cetim e o forro de couro. O cetim foi colado e

franzido à mão para obter o resultado desejado.

Figura 183: Peça-piloto cetim.

Fonte: Arquivo do autor. Figura 184: Peça-piloto cetim e couro.

Fonte: Arquivo do autor.

No caso da parte traseria da rasteira, várias modelagens foram confeccionadas

para se chegar no resultado mais próximo do proposto. Inicialmente foi feita a

modelagem de uma sandália-bota com o corte reto, a qual seria franzida somente por

um cadarço, mas não alcançou o objetivo do desenho do babado proposto. No segundo

modelo o traseiro foi dividido em duas partes para que o babado pudesse ser mais

trabalhado, porém a modelagem ficou larga e o babado volumoso demais. Tentou-se

diminuir o mesmo modelo para que este ficasse mais justo, e então o cadarço seria

apenas um adorno, mas este ficou impossível de se calçar.

Foi desenvolvido também um modelo que futuramente teria ilhoses, mas o

resultado não obteve sucesso, pois franziu demais a parte debaixo.

No quinto e último modelo, foi utilizada praticamente a mesma modelagem da

primeira tentativa, apenas alargou-se a parte dos babados para que ficassem mais

volumosos. Para que estes franzissem, foi colocada uma tira elástica entre o cabedal e

o forro. O cadarço também entre o cabedal e o forro passa abaixo da tira elástica,

formando um laço na parte externa do traseiro.

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Figura 185: Seqüência das peças-piloto.

Fonte: Arquivo do autor.

Finalizadas as peças pilotos do modelo de rasteira anatômica, inicia-se o mesmo

processo com o modelo de salto grosso. Abaixo seguem as fases da modelagem do

modelo de salto grosso:

⇒ 1ª fase: planificou-se a palmilha;

⇒ 2ª fase: determinaram-se os eixos da palmilha;

⇒ 3ª fase: confeccionou-se o corpo de forma médio;

⇒ 4ª fase: encapou-se a forma com fita crepe;

⇒ 5ª fase: determinaram-se os pontos e linhas básicas;

⇒ 6ª fase: desenhou-se a sandália;

⇒ 7ª fase: marcaram-se as posições da tira e peças na palmilha;

⇒ 8ª fase: planificou-se o corpo-de-forma;

⇒ 9ª fase: destacaram-se as peças;

⇒ 10ª fase: identificaram-se as peças

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Este modelo teve a parte de adaptação mais simples, as únicas alterações

necessárias para esta sandália foram: a tira da gáspea que não comportava o dedo

mínimo, o salto que não tinha o formato desejado e a cor da palmilha.

Figura 186: Peça-piloto modelo salto grosso. Fonte: Arquivo do autor.

Figura 187: Peça-piloto salto grosso. Fonte: Arquivo do autor.

Elaboradas todas as modificações necessárias, serão feitas a seguir as fichas

técnicas dos produtos, com intenção de descrever as etapas realizadas na produção

dos calçados, a mesmas deverão conter imagens técnicas das peças e material

utilizado, entre outras informações necessárias.

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6.3 Fichas técnicas

Ficha Técnica

Empresa: Débora Corso Ref. KI013

Modelo: Rasteira anatômica cano alto.

Descrição do Modelo: Rasteira anatômica de cano alto preto com amarrações no mesmo.

Fechamento com amarrações na traseira. Tira franzida de cetim na gáspea, enfeite na parte superior.

Forma: SJ5388 Kunz Numeração: 35 CROQUI COM MEDIDAS

6 cm

20 cm

0,8

cm

0,8 cm

2,8 cm

7,5 cm

9 cm

5 cm

14 c

m

13

cm

6,5 cm

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25 cm

6,5 cm

14 cm

3 cm2 cm

Cabedal

Peças Material Composição Fornecedor Quantidade/par Preço/par Cabedal (gáspea)

Cetim dublado

100% poliamida

BHZ 10 cm R$ 4,00

Forro (gáspea)

Couro Napa vestuário Couro Itália 10 cm R$ 6,00

Cabedal (traseiro)

Couro Napa vestuário Couro Itália 25 cm R$ 10,00

Forro traseiro

Algodão 100% algodão Ella tecidos 25 cm R$ 5,00

TOTAL R$ 25,00

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Aviamentos

Peças Material Composição Fornecedor Quantidade/par Preço/par Enfeite Metal ---x--- Mondelli 2 R$ 4,80 Elástico Elástico Elastano Peter Pan 0,50 m R$ 0,90 Terminal Metal Latão Mondelli 4 R$ 0,70

Butuca Metal Latão LLV 4 R$ 0, 80 Cadarço Algodão 100%

algodão Maria

Chiquinha 2 m R$ 2,00

Linha Nylon 100% poliamida

Balester 10 m R$ 0,80

TOTAL R$ 10,00

Seqüência Operacional 1º Corte dos materiais para o cabedal

2º O material foi chanfrado

3º Preparação para costura

4º Conformação

5º Montagem

6º Colagem

7º Limpeza e acabamento Palmilha Partes Material Fornecedor Quantidade/par Preço/par

Palmilha Palmilha Dublada – Couro e PU

Super Sola Palmilhas

2 R$ 13,00

Forro Couro Couro Itália 20 cm R$ 3,00 TOTAL

R$ 16,00

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Seqüência Operacional 1º Desenho do modelo

2º Corte e conformação da palmilha de acordo com a forma

3º Colagem da palmilha para ficar dublada

4º Compressão dos materiais

5º Conformação da palmilha na forma

6º Limpeza e acabamento

Solado Partes Material Composição Fornecedor Quantidade/pa r Preço/par

Taloneira Cetim dublado

Poliéster BHZ 2 R$ 0,80

Sola PU Poliuretano Anna Lara Calçados

2 R$ 4,00

Soleta Couro Couro bovino ----x---- 2 R$ 4,00 Forro lateral soleta

Camurça

Couro

Couro Itália

10 cm

R$ 5,50

TOTAL R$ 14,30

TOTAL DA

PEÇA R$ 65,30

Seqüência Operacional 1º aplicação da vida na sola de couro

2° Corte da Sola a facão

3º a sola foi lixada

4º cortado o salto

5º lixado o salto

6º Fixação do salto na sola

7° Montagem junto ao cabedal

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Planificação dos moldes

Costura

Tira

inte

rna

pass

agem

do

cada

rço

(4x1

par

)

Traseiro

Corte e forro

(8x1 par)

Cos

tura

Uni

r tira

pas

sage

m d

o ca

darç

o pa

ra o

cor

te

Espuma taloneira(2x1 par)

Forro Solaparte superior(2x1 par)

For

ro s

ola

late

ral (

2x1

par)

Costura

GáspeaCorte e Forro(8x1 par)

Palmilhade conforto(2x1 par)

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Forma: SJ7682 Kunz Numeração: 35 CROQUI COM MEDIDAS

5,5 cm

2,25 cm

3 cm

4 cm

5,5 cm

4 cm

2,25

cm

1 cm

2,5 cm

5 cm

6 cm

Ficha Técnica

Empresa: Débora Corso Ref. WN007

Modelo: Sandália salto grosso.

Descrição do Modelo: Sandália de couro verde com tiras de cetim prata sobre o peito do pé.

Fechamento com fivelas presas na tira do tornozelo, a qual é feita de couro. Enfeite passador na tira de cetim, sobre o peito do pé.

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3 cm

4 cm

4 cm

0,5 cm

2,5 cm

Cabedal

Peças Material Composição Fornecedor Quantidade/par Preço/par Cabedal (gáspea,

tornozelo e gambalete)

Couro

Napa

Couro Itália

20 cm

R$ 8,50

Forro (gáspea,

tornozelo e gambalete)

Couro

Napa

Couro Itália

20 cm

R$ 8,50

Cabedal (peito do

pé)

Cetim dublado

100% poliamida

BHZ 30 cm R$ 11,00

TOTAL R$ 20,00

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Aviamentos

Peças Material Composição Fornecedor Quantidade/par Preço/par Enfeite Metal ---x--- Mondelli 2 R$ 5,00 Fivela Metal ---x--- Mondelli 2 R$ 1,20

Linha Nylon 100% poliamida

Balester 10 m R$ 0,80

TOTAL R$ 7,00

Seqüência Operacional 1º Corte dos materiais para o cabedal

2º O material foi chanfrado

3º Preparação para costura

4º Conformação

5º Montagem

6º Colagem

7º Limpeza e acabamento Palmilha

Partes Material Fornecedor Quantidade/par Preço/par Palmilha Palmilha Dublada

– Couro e PU Super Sola Palmilhas

2 R$ 13,00

Forro Couro Couro Itália 20 cm R$ 3,00 TOTAL

R$ 16,00 Seqüência Operacional 1º Desenho do modelo

2º Corte e conformação da palmilha de acordo com a forma

3º Colagem da palmilha para ficar dublada

4º Compressão dos materiais

5º Conformação da palmilha na forma

6º Limpeza e acabamento

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Solado Partes Material Composição Fornecedor Quantidade/pa r Preço/par

Taloneira Cetim dublado

Poliéster BHZ 2 R$ 0,80

Soleta e tacão

Couro Couro Bovino Anna Lara Calçados

2 R$ 4,50

Salto Madeira Couro Couro Itália Anna Lara Calçados

R$ 4,00

Pintura salto

Tinta madeira

---x--- Anna Lara Calçados

---x--- R$ 0,50

TOTAL R$ 11,30

TOTAL DA

PEÇA R$ 54,30

Seqüência Operacional 1º aplicação da vida na sola de couro

2° Corte da Sola a facão

3º a sola foi lixada

4º cortado o salto

5º lixado o salto

6º Fixação do salto na sola

7° Montagem junto ao cabedal

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Planificação dos moldes

Soleta(2x1 par)

Dob

rar

Dob

rar

Tira tornozelo(2x1 par)

Tira gáspea(2x1 par)

Do

bra

Dob

ra

Forro palmilha(2x1 par)

Au

men

to d

e m

nta

gem

Palmilha de conforto

(2x1 par)

Do

brar

Cos

tura

Co

stur

a

Tira peito do pé(4x1 par)

Espumataloneira(2x1 par)

Gambalete (4x1par)

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6.4 Função estético formal

A função estético formal está relacionada com a parte externa do produto.

A coleção proposta neste projeto apresenta linhas mistas, busca certo equilíbrio

e dosagem na forma, utilizando tanto formas geométricas como formas orgânicas,

tendo como referência a temática Bahia.

As cores vibrantes do cabedal contrastam com as cores neutras do forro e

taloneira, proporcionando equilíbrio. As cores da palmilha são desenvolvidas em tons

mais escuros, para que a marca do suor não fique destacada na palmilha.

Os materiais do forro e cabedal possuem textura lisa ou aveludada, varia

conforme a linha, cor opaca, assim como a cor da etiqueta. A maioria dos modelos

possui enfeites sobre o cabedal, como: metais e pedrarias que proporcionam aos

produtos design diferenciado.

O modelo de rasteira anatômica é forrado com camurça, que proporciona mais

elegância ao produto, assim como os modelos de salto, que são feitos de madeira,

pintados com tinta fosca.

Todos os modelos possuem o mesmo formato de taloneira com o nome da

marca.

Figura 188: Estética do modelo de salto grosso.

Fonte: Arquivo do autor. Figura 189: Estética do modelo de rasteira

anatômica. Fonte: Arquivo do autor.

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6.5 Função de uso

As características de um produto devem ser destinadas ao seu tipo de atividade.

Segundo Löbach (2000, p. 58), “o objetivo principal do desenvolvimento de produtos é

criar funções práticas e adequadas para que mediante seu uso satisfazer necessidades

do usuário”.

A coleção de calçados é destinada para mulheres que sofrem de hiper-hidrose.

Esta tem como função proporcionar aos usuários conforto aliado à estética em modelos

para serem utilizados no dia-a-dia: trabalho, local de trabalho, estudo ou lazer.

Para isso foram desenvolvidos modelos com design diferenciado, mas que ao

mesmo tempo proporcionam conforto através de seus materiais e modelagem.

Figura 190: Uso do salto grosso.

Fonte: Arquivo do autor. Figura 191: Uso da rasteira anatômica.

Fonte: Arquivo do autor.

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6.6 Função Ergonômica

A coleção proposta para o desenvolvimento deste projeto é baseada na união da

estética e do conforto para mulheres que sofrem com o problema da hiper-hidrose.

Através disso buscou-se trabalhar com materiais e modelagem que atingissem esse

objetivo.

A coleção divide-se em cinco linhas, dois modelos de rasteira, um salto médio e

dois outros modelos de salto alto. Todas as linhas possuem juntamente com a palmilha

de montagem, uma palmilha de conforto de poliuretano, que além de proporcionar uma

sensação mais agradável ao usuário, ajuda na absorção do suor.

Os modelos de salto alto, possuem os mesmos de formato largo, o que

proporciona maior estabilidade ao caminhar. Como nos modelos de salto alto, o corpo é

projetado para frente, fazendo com que o peso do corpo seja transferido, em grande

maioria, para o ante-pé, para proporcionar maior conforto, a palmilha de poliuretano é

desenvolvida com espessura maior nesta região.

Todas as linhas da coleção trabalham com a soleta e o tacão com espessura

mais larga para obter maior absorção de impacto.

Os materiais escolhidos para serem trabalhados no desenvolvimento desta

coleção, como couro e sintético PU, permitem a respiração dos pés e ajudam na

absorção do suor liberado pelos mesmos. Além disso, possuem grande durabilidade,

resistência e são de fácil manutenção.

Para que os modelos tivessem bom calce, liberdade dos dedos ao caminhar e

evitar que o tecido epidérmico fosse machucado, estes foram desenhados na forma

com o auxílio da marcação de pontos, pois a mesma reproduz as dimensões reais do

pé.

No desenvolvimento do cabedal foram geradas alternativas que

proporcionassem mais segurança, principalmente no caso da hiper-hidrose. Procurou-

se desenvolver modelos fechados na parte da gáspea e nas laterais, para que os pés

não deslizassem para fora do calçado, com exceção do modelo anatômico, que

comporta os pés dentro da sola. Os modelos são, também, presos no tornozelo para

proporcionar mais segurança e estabilidade ao andar.

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Figura 192: Cabedal rasteira ergonômica –

cabedal fechado nas laterais e tira entre os dedos dificultam o deslize dos pés para fora do calçado.

Fonte: Arquivo do autor.

Figura 193: Cabedal salto grosso – tiras sobre o peito do pé proporcionam maior segurança ao

usuário. Fonte: Arquivo do autor.

6.7 Função técnica

Todos os produtos serão feitos de couro ou material sintético de poliuretano, os

quais permitem a respiração e auxiliam na absorção do suor. Antes dos calçados serem

confeccionados, o material a ser utilizado passa por alguns processos para obter

qualidade e proporcionar conforto ao usuário. São utilizadas várias máquinas no

processo de fabricação, cada uma para determinado processo. Para o corte do forro

existe máquina a laser, ou prensa com navalha, que cortam o material formando a

peça. A chanfradeira retira o grosso, afina o couro para proporcionar melhor

acabamento do calçado. Máquina de rebate traseiro coloca uma fita para dar

sustentação, para a costura ficar uniforme. O salto é grampeado para dar segurança e

estabilidade ao usuário. Depois dos sapatos prontos, estes passam por um processo de

limpeza para retirar restos de cola, por exemplo, e por uma revisão.

6.8 Função operacional

Essa função se refere à todo tipo de dispositivo que faz o produto ou sistema

funcionar. A função operacional documenta os dispositivos referentes ao produto, no

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caso dos calçados, estes são compostos por reguladores de elásticos, que

proporcionam melhor ajuste do produto nos pés. Como sistema de fechamento dos

caçados, tem-se fivelas e amarrações no tornozelo feitas com tecidos e cadarços, que

proporcionam ao usuário o ajuste desejado.

Figura 194: Calçando a rasteira ergonômica.

Fonte: Arquivo do autor Figura 195: Amarrações da rasteira ergonômica.

Fonte: Arquivo do autor

O modelo de salto grosso é facilmente calçado, e assim como a rasteira, a fivela

permite a opção de ajuste da tira no tornozelo.

Figura 196: Calçando o modelo salto grosso.

Fonte: Arquivo do autor Figura 197: Fechando o modelo salto grosso.

Fonte: Arquivo do autor

6.9 Processo de produção

Inicialmente foram selecionadas duas alternativas a serem produzidas. Primeiro

foram escolhidas as formas conforme as formas e tamanho desejado para a confecção

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dos produtos. As formas foram encapadas e marcou-se os pontos para auxiliar no

desenho dos modelos. Após desenhados, foram destacado os moldes nos materiais, e

então estes foram cortados, assim como o forro da palmilha, palmilha de conforto e

soleta. No caso do modelo de rasteira ergonômica, a sola foi encapada com fita crepe

para obter as medidas necessárias para a forração. Os materiais já cortados foram

virados, unidos e costurados, e então colados e prensados. Finalizando a etapa de

montagem, os modelos passaram pelo processo de limpeza para retirar o excesso de

cola e obter melhor acabamento.

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7. COMPOSTO MERCADOLÓGICO

Nesta etapa do projeto, a escolha do nome da designer como marca ocorreu

para que esta não tivesse aparência de calçado especial para uma certa doença, no

caso, a hiper-hidrose. Após essa decisão, foram selecionadas fontes que passassem a

idéia do público alvo em questão: elegante, vaidosa, de bem com a vida, e, então foi

selecionada apenas uma, para gerar a logo da marca.

Figura 198: Logo da marca Débora Corso.

Fonte: Arquivo do autor.

7. 1 Aplicação gráfica

Para melhor divulgar e fixar uma marca e seu logotipo se faz necessário a

execução de cartões de visita e em algumas vezes, confeccionar itens como: blocos de

anotação, adesivos, canetas, chaveiros, entre outros itens promocionais. A seguir serão

dispostos os modelos confeccionados para a marca Débora Corso:

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7.1.1 Cartão de visita

O cartão de visita é a chave do reconhecimento do seu trabalho. O cartão

contém na frente o nome da marca e no verso as informações para contato.

Figura 199: Frente do cartão.

Fonte: Arquivo do autor.

Figura 200: Verso do cartão.

Fonte: Arquivo do autor.

7.1.2 Bloco de anotações

Os blocos de anotações são lembranças ou brindes fornecidos pela empresa, os

quais servem como agrado ao cliente, além de divulgar a marca quando utilizados pelos

mesmos, objetos com a logo da marca e o contato para facilitam a lembrança.

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Figura 201: Bloco de anotações.

Fonte: Arquivo do autor.

7.2 Função informacional

Para que o consumidor conheça melhor as informações relativas ao produto e a

coleção, serão elaborados tags explicativos e etiquetas de instrução. A função

informacional não se restringe somente ao consumidor, mas também as lojistas, para

facilitar o estoque e armazenamento das peças, serão executadas etiquetas com

códigos de barras e informação do produto que contêm dentro das embalagens,

evitando assim a abertura com freqüência destas que poderia resultar em seu

desgaste.

7.2.1 Tag

O tag tem como objetivo informar de maneira clara e objetiva os cuidados que se

deve ter com a peça, também constarão informações sobre a coleção atual. As

informações do tag serão contidas na parte interna da tampa da caixa do calçado.

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VOCÊ ACABA DE ADQUIRIR UM PRODUTO FEITOESPECIALMENTE PARA MULHERES QUE SOFREM DE

HIPER-HIDROSE. A UTILIZA MATERIAIS

QUE PERMITEM A RESPIRAÇÃO DOS PÉS E AUXILIAM NA ABSORÇÃO DO SUOR.

Débora Corso

CUIDADOS COM CALÇADO DE COURO

- Pa r a m a n tê - lo lim p o e co m a p a r ê n cia d e n o vo , p a sse so m e n teu m p a n o u m e d e cid o e m á g u a , e m se g u id a u m a fla n e la se ca p a r a

lu str a r.

RECOMENDAÇÕES COMUNS

- Nu n ca u se e sco va d e la va r r o u p a , p o is su a s ce r d a s g r o ssa s e d u r a s d a n ifica m o co u r o e o u tr o s m a te r ia is.

- Ja m a is u se q u a lq u e r p r o d u to q u ím ico e m se u ca lça d o , a p e n a s sa b ã o

n e u tr o , se n e ce ssá r io .- Q u a n d o n ã o e stive r u tiliza n d o se u ca lça d o , g u a r d e - o e m lu g a r a r e ja d o e se co .

CONDIÇÕES DE TROCA

As tr o ca s so m e n te se r ã o e fe tu a d a s q u a n d o co m p r o va d a s fa lh a s d e p r o d u çã o o u d e q u a lid a d e d o s m a te r ia is. A a n á lise é fe ita p o r té cn ico s

e sp e cia liza d o s d a p r ó p r ia .

Da n o s a o p r o d u to , p r o vo ca d o s p o r m á u tiliza çã o , n ã o se r ã o r e ssa r cid o s.

Pa r a q u a lq u e r r e cla m a çã o , vo lte à lo ja q u e co m p r o u . Pa r a fa cilita r le ve a n o ta fisca l d o p r o d u to e , se p o ssíve l, a e tiq u e ta d e có d ig o d e b a r r a s,e xiste n te n a fr e n te d a e m b a la g e m .

Débora Corso

DEBORA CORSO CALÇADOS LTDA.

INDÚSTRIA BRASILEIRA

CEP: 88330-000 - Balneário Camboriú - SC Fone/Fax: 3333-3333 e-mail: [email protected] www.deboracorso.com.br

Figura 202: Tag.

Fonte: Arquivo do autor.

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7.2.2 Embalagem

Segundo Treptow (2003), a embalagem é importante pois dá vida ao produto. É

ela que traz informações a seu respeito, que protege, vende e promove. A embalagem

funciona como um vendedor silencioso, e a logomarca como assinatura, elemento de

reconhecimento visual imediato para o consumidor.

A embalagem principal será a caixa, desenvolvida com papel de grande

resistência, que possuirá a logo da marca na parte externa, juntamente com a etiqueta

que descreve o modelo e o tamanho do calçado que a mesma comporta.

Figura 203: Caixa.

Fonte: Arquivo do autor.

Figura 204: Etiqueta da caixa.

Fonte: Arquivo do autor.

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7.2.3 Sacola Fundamental a uma marca é sua sacola, quando bem elaborada muitas vezes é

usada com outros fins, divulgando a longo prazo o nome, telefone e afins dispostos na

mesma. O calçado será armazenado dentro da caixa em um saquinho, o qual servirá

para protegê-lo. Além destas duas embalagens,o mesmo será carregado em uma

sacola, esta terá as alças longas para que possam ser usadas no ombro, já que a

maioria das pessoas que sofrem de hiper-hidrose nos pés, tem o mesmo problema nas

mãos.

Figura 205: Sacola.

Fonte: Arquivo do autor.

Figura 206: Saquinho.

Fonte: Arquivo do autor.

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7. 3 Função de marketing

Pertinentes ao marketing estão as propagandas impressas e de mídia, o evento

de lançamento das linhas primavera/verão, tais como desfile e coquetel e os brindes

referentes à coleção atual.

7.3.1 Outdoor Para a divulgação imediata da coleção será utilizado outdoor no seu sentido mais

específico, o cartaz essencialmente urbano, constituído da colagem de folhas de papel,

com o anúncio previamente impresso, em uma estrutura de madeira de três metros de

altura e nove de comprimento, sua circulação será de quinze dias.

Figura 207: Outdoor.

Fonte: Arquivo do autor.

7.3.2 Revista

Para divulgação da marca Débora Corso e sua coleção, foi escolhida a mídia

impressa de revistas de moda, devido sua circulação mensal ou semanal, o que

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possibilita um maior tempo de giro. Será anunciada uma página inteira, em um período

de quatro meses, relativo à duração da coleção.

Figura 208: Revista.

Fonte: Arquivo do autor.

7.3.3 Catálogo

O catálogo desenvolvido para a coleção será introduzido no mercado a fim de

promover o conhecimento dos produtos, gerando uma maior venda e divulgação da

marca.

Figura 209: Catálogo.

Fonte: Arquivo do autor.

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7.3.4 Site

Visando que a publicidade on-line está disponível ao acesso dos usuários vinte e

quatro horas por dia, será criado um site onde estarão dispostas informações sobre a

marca, imagens da coleção tais como suas linhas, uma central de atendimento ao

consumidor e entretenimentos. Abaixo encontra-se a pagina inicial do site referente a

coleção.

Figura 210: Site.

Fonte: Arquivo do autor.

7.3.5 Outras formas de divulgação

A marca Débora Corso confecciona produtos de moda que ao mesmo tempo

proporcionam conforto à mulheres que sofrem de hiper-hidrose. Por este motivo, além

de divulgar a coleção em meios publicitários de moda, está será divulgada também em

feiras e em congressos médicos.

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CONCLUSÃO

Conclui-se que o projeto mostrou-se eficaz quanto à solução dos problemas

apresentados em relação aos calçados para mulheres que sofrem de hiper-hidrose,

conseguindo um resultado bastante satisfatório. Os objetivos específicos foram

atingidos, buscou-se identificar as principais características de pessoas que sofrem de

hiper-hidrose para conhecer mais a fundo suas dificuldades em relação à própria

doença para solucioná-las através de um calçado. Foi feita uma coleção de calçados

que proporciona conforto através de seus materiais e modelagem, funcionalidade

através de seus modelos e estética inspirada na temática “Bahia”. Foram desenvolvidos

dois modelos, os quais mostraram ter materiais, modelagem e linguagem adequadas às

mulheres que sofrem de hiper-hidrose e buscam um calçado específico para o seu

público.

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APÊNCICE A - Cronograma

MARÇO ABRIL MAIO JUNHO

DIAS DO MÊS 07 14 21 28 04 11 18 25 02 09 16 23 30 06 13 20 27 30

Desenvolvimento da Met/Cronograma

x

Planejamento do Projeto e da pesquisa; definição do tema e do público alvo

x

Pesquisa de campo (estado do design)

x x x

Análise dos dados da pesquisa e finalização do relatório

x x

Defesa da pesquisa e entrega do relatório parcial

x

Conceituação x

Ilustração (técnicas) x

Geração de Alternativas x

Desenvolvimento Técnico-Ergonomia

x

Desenvolvimento Técnico-Materiais

x

Desenvolvimento Técnico e Orientações

x

Desenvolvimento da coleção

x x x x x

Banca Defesa Final e Entrega do Book da Coleção

x

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APÊNDICE B - Questionário

Idade: Profissão: 1) Que locais você costuma freqüentar no dia-a-dia? ( ) Colégio/ faculdade ( ) Praia ( ) Trabalho ( ) Cinema

( ) Shopping ( ) Bar/ boate ( ) Igreja ( ) Outro. Qual? __________________.

2) Há quanto tempo você lembra ter hiper-hidrose? 3) Quais regiões do corpo você tem problema com a transpiração? 4) Que motivos levam você a transpirar excessivamente? 5) Você conhece os métodos existentes para o tratamento e/ou cirurgia de hiper-hidrose? Que motivos levam você a não fazê-los? 6) Enumere em ordem crescente quais os problemas que mais lhe causam desconforto ao utilizar um calçado. (Ex: 1º, 2º, 3º,..) ( ) Materiais que não permitem a transpiração ( ) Falta de segurança ao caminhar ( ) Os pés escorregarem pra frente ao usar salto alto ( ) Calos e inchaços ( ) Calçados que não se adaptam aos pés (modelagem inadequada) ( ) A poeira retida nos pés, causando aspecto de sujeira ( ) Outro. Qual? _________________________. 7) Você encontra com facilidade calçados que se adaptam às suas necessidades? 8) Como você imagina um calçado adequado para mulheres que sofrem de hiper-hidrose?

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APÊNDICE C – Geração de idéias de construção

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APÊNDICE D – Geração de idéias de cabedal

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