78
PROCURO: ESTUDO E DESENVOLVIMENTO DE UMA COLEÇÃO DE ESTAMPAS PARA ECHARPES Juliana Coelho Martins Curitiba, 2013 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANá

Coleção Procuro

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Procuro é uma coleção de echarpes. Motivada pela curiosidade quanto à criação de estampas têxteis, a pesquisa fundamenta-se em princípios de Design de Superfície e propõe a articulação de diálogo estético entre 3 artistas contemporâneos (Adriana Tabalipa, Albano Afonso e Gertrud Goldschmidt) selecionados como referência para as composições e tendências para estamparia 2013 (Hybrid Imagery e Digital Scenery)

Citation preview

Page 1: Coleção Procuro

Procuro: estudo e desenvolvimento de uma coleção de estamPas Para echarPes

Juliana Coelho Martins

Curitiba, 2013

universidade federal do paraná

Page 2: Coleção Procuro

Procuro: estudo e desenvolvimento de uma coleção de estamPas Para echarPes

Curitiba, 2013

Juliana Coelho Martins

TerMo de aprovaÇÃo

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em design - Habilitação em design Gráfico, da universidade federal do paraná.

Orientador: Prof. Marcel Pereira PaulukCo-orientadora: Juliana Teixeira Lima

Page 3: Coleção Procuro

Curitiba, 15 de março de 2013

TerMo de aprovaÇÃo

Juliana Coelho Martins

Procuro: estudo e desenvolvimento de uma coleção de estamPas Para echarPes

Trabalho de Graduação aprovado como requisito parcial para obtenção do grau do Curso de design com habilitação em design Gráfico, do setor de artes, Comunicação e design da universidade federal do paraná, pela banca composta pelos seguintes professores:

prof. Marcel pereira paulukDepartamento de Design

prof. daniella MunhozDepartamento de Design

prof. rita solieri BrandtDepartamento de Design

orientador

Page 4: Coleção Procuro

Mãe, Clélia, pela confiança com relação às minhas escolhas e empreitadas durante a graduação; pelo

incentivo e valorização das minhas conquistas, bem como toda a minha família.

pauluk, orientador, pelos direcionamentos e por

topar a orientação em um projeto de estamparia.

Ju Teixeira, co-orientadora, por compartilhar sua paixão por superfície.

luque, pelo constante auxílio e incentivo; e por estar presente em todas as etapas do projeto.

Carol Zane, lucas Queiroz, deco, Macuco, pavão,

luque e luan, pela ajuda nas fotos e vídeo.

rita solieri e daniella Munhoz, professores da banca, pelas dicas, confiança no meu trabalho e

interesse pelo projeto.

aos amigos que responderam à pesquisa.

e aos que se interessaram pela pesquisa, me ajudando a confiar na força do projeto.

obrigada,

Page 5: Coleção Procuro

resumo

de cunho exploratório, este trabalho tem por intuito

compreender as variáveis que compõem a criação

de estampas para tecido, expressadas em uma

coleção de echarpes. a pesquisa fundamenta-se

em princípios de design de superfície, compara

técnicas de estamparia e propõe diálogo estético

entre tendências para estamparia outono/inverno

2013, 3 artistas contemporâneos selecionados

como referência para composições de estampas

sem encaixe e o perfil do público-alvo.

Page 6: Coleção Procuro

abstract

With an exploratory nature, this study aimes to

understand the variables that compose the creation

of prints fabric, expressed in a collection of scarves.

The research is founded on principles of surface

design, compares printing techniques and proposes

dialogue between trends for printing autumn/winter

2013, 3 contemporany artists selected as reference

for print’s compositions without rapport and the

profile of the target public.

Page 7: Coleção Procuro

lista de figuras

1. fashion design process. fonte: ‹http://design.iub.edu/fdcg/cycle.shtml›, 2012.

2. processo de design inicial. fonte: criação da autora, 2012.

3. processo de design revisado. fonte: criação da autora, 2013.

4. Cachecól. fonte: ‹http://www.doctorwhoscarf.com/etc.html›, 2012.

5. echarpe. fonte: ‹http://apeacetreaty.com/›, 2012.

6. lenço. fonte: ‹http://www.thesartorialist.com/›, 2012.

7. Ânfora grega (850-750 a.C.). fonte: ‹http://lib.haifa.ac.il/collections/art/gr/geometric/geometric_pottery.html›, 2012.

8. Crianças trabalhando na indústria têxtil inglesa (séc. XiX). fonte: ‹http://www.authentichistory.com/1898-1913/2-progressivism/3-laborreform/2-hine/index.html›, 2012.

9. azulejo optical (Calu fontes). fonte: ‹http://www.flickr.com/photos/azulejoscalufontes›, 2012.

10. azulejo otto (Calu fontes). fonte: ‹http://www.flickr.com/photos/azulejoscalufontes›, 2012.

11. azulejo Mandala india (Calu fontes). fonte: ‹http://www.flickr.com/photos/azulejoscalufontes›, 2012.

12. Módulo. fonte: acerto pessoal, 2012.

13. Translação. fonte: acerto pessoal, 2012.

14. rotação. fonte: acerto pessoal, 2012.

15. reflexão.fonte: acerto pessoal, 2012.

16. studio mk27, Casa Cobogó, 2011. fonte: ‹http://www.herancacultural.com/blog/2012/10/a-casa-cobogo-marcio-kogancasa-cobogo-marcio-kogan/›, 2012.

17. sistema não-alinhado + Translação. fonte: acerto pessoal, 2012.

18. Marian Mahler, Mobiles, 1952. fonte: ‹http://www.wertco.com/blog/page/43/›,

2012.

19. athos bulcão, Museu nacional de gemas, Brasília, df. fonte: ‹http://www.

fundathos.org.br/abreGaleria.php?idgal=99›, 2012.

20. slit Tapestry red-Green, de Gunta stölzl, 1927/1928. fonte: ‹http://www.

guntastolzl.org/›, 2012.

21.estampa de Moniquilla, 2012. fonte: ‹http://masmoniquilla.blogspot.com.es/›, 2012.

22.estampa de Moniquilla, 2012. fonte: ‹http://masmoniquilla.blogspot.com.es/›, 2012.

23.fotografia do site The sartorialist. fonte: ‹http://www.thesartorialist.com/›, 2012.

24.fotografia do site The sartorialist. fonte: ‹http://www.thesartorialist.com/›, 2012.

25. exemplo de Hybrid imagery da matéria sobre tendências do site Home Build life. fonte: ‹http://homebuildlife.wgsn.com/›, 2012.

26. exemplo de Hybrid imagery da matéria sobre tendências do site Home Build life. fonte: ‹http://homebuildlife.wgsn.com/›, 2012.

28. exemplo de Hybrid imagery. fonte: ‹http://christianjoycostumes.tumblr.com/›, 2012.

28. exemplo de Hybrid imagery. fonte: ‹http://www.bassoandbrooke.com/›, 2012.

29. exemplo de Hybrid imagery. fonte: ‹http://louisegraylondon.com/›, 2012.

30. exemplo de digital scenery da matéria sobre tendências do site Home Build life. fonte: ‹http://homebuildlife.wgsn›, 2012.

31. exemplo de digital scenery da matéria sobre tendências do site Home Build life fonte: ‹http://homebuildlife.wgsn›, 2012.

32. exemplo de digital scenery. fonte: ‹https://www.kenzo.com/›, 2012.

Page 8: Coleção Procuro

33. exemplo de digital scenery. fonte: ‹http://www.mashareva.com/› 2012.

34. Kahani. fonte: ‹http://kahani.goodsie.com/›, 2012.

35. a peace Treaty. fonte: ‹http://apeacetreaty.com/›, 2012.

36. Coleção Mulher rendeira, lupi. fonte: ‹http://lupidesign.com/›, 2012.

37. lenço Carranca, scarf Me. fonte: ‹http://www.scarfme.com.br/›, 2012.

38. nature of oz, Jenny Kee. fonte: ‹http://www.jennykee.com/›, 2012.

39. Hermès. fonte: ‹http://www.parismonami.com/›, 2012.

40. Camiseta tingida por Tie-dye. fonte: ‹http://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Tie-dye›, 2012.

41.Tecido preparado para ser tingido. fonte: ‹http://capricho.abril.com.br/blogs/blogdagalera/aprenda-a-fazer-uma-camiseta-tie-dye/›, 2012.

42. Molde de estêncil. fonte: ‹http://www.apartmenttherapy.com/good-questions-387-86738›, 2012.

43. estêncil de Banksy. fonte: ‹http://forbiddenplanet.co.uk/blog/2008/official-banksy/›, 2012.

44. aplicação da tinta. acervo pessoal, 2009.

45. resultado final. acervo pessoal, 2009.

46. Bloco e impressões. fonte: ‹http://www.theindianweddingblog.com/›, 2012.

47. Gravação de um bloco de madeira. fonte: ‹http://www.stylebubble.co.uk/›, 2012.

48. Cilindros de Madeira. fonte: ‹http://www.eba.ufrj.br/estamparia/block-printing-processo.html ›, 2012.

49. rolo artesanal de madeira. fonte: ‹http://www.apartmenttherapy.com/diy-idea-printed-walls-the-painted-house-179662›, 2012.

50. Máquina de impressão digital. fonte: ‹http://www.flickr.com/photos/rvalentim›, 2012.

51. prensa pequena. fonte: ‹http://www.sefa.fr/gb/t-shirt-presses-clamshell-design-manual-clam-press-40x50-.htm›, 2012.

52. prensa para grandes formatos. fonte: ‹http://www.metalnext.com.br/index.php?route=product/product&product_id=58›, 2012.

53. esquematização da estampa recortada com relação à área da chapa de sublimação do fornecedor produtor dos protótipos. fonte: acervo pessoa, 2013. 54. Cura-dores, 1998 - 2012. Blisters de medicamento sobre madeira. adriana Tabalipa. fonte: ‹http://www.adrianatabalipa.com/›, 2012.

55. Chelê - chulé - chuá, 199 - 2012. sabões, sabonetes e tintas tipográfica. adriana Tapalipa. fonte: ‹http://www.adrianatabalipa.com/›, 2012.

56. Courbet e mecenas, série auto-retrato com artistas, 2007. albano afonso. fonte: ‹http://www.albanoafonso.com.br/›, 2012.

57. auto-retrato com renoir, série auto-retrato com artistas, 2004. albano afonso. fonte: ‹http://artebrasileiraatual.blogspot.com.br/2007/12/albano-afonso.html ›, 2012.

58. Gertrud Goldschmidt. foto do trabalho exposto da 30ª Bienal de são paulo, acervo pessoal, 2012.

59. Gertrud Goldschmidt. foto do trabalho exposto da 30ª Bienal de são paulo, acervo pessoal, 2012.

60. Teste de impressão com carimbo de batata. fonte: acervo pessoal, 2012.

61. Teste de rapport com palitos. fonte: acervo pessoal, 2012.

62. teste de intercalação de imagens. fonte: acervo pessoal, 2012.

63. teste de intercalação de imagens. fonte: acervo pessoal, 2012.

64. teste de intercalação de imagens. fonte: acervo pessoal, 2012.

65. Moodboard: universal, social e pessoal. fonte: acervo pessoal, 2012.

66. referências para o eixo universal: crenças. fonte: acervo pessoal, 2012.

Page 9: Coleção Procuro

67. Testes com recortes de Hamsá.fonte: acervo pessoal, 2012.

68. Testes digitais. fonte: acervo pessoal, 2012.

69. desenvolvimento da alternativa orgânico do eixo universal. fonte: acervo pessoal, 2013.

70. Grafismos orgânicos. fonte: acervo pessoal, 2013.

71. Grafismo fractal. fonte: acervo pessoal, 2013.

72. echarpe orgânico - eixo universal. fonte: acervo pessoal, 2013.

73. echarpe fractal - eixo universal. fonte: acervo pessoal, 2013.

74. rascunho para geração de alternativas. fonte: acervo pessoal, 2012.

75. Colagem para geração de alternativas. fonte: acervo pessoal, 2012.

76. Colagem para desenvolvimento da alternativa. fonte: acervo pessoal, 2012.

77. estudo de grid. fonte: acervo pessoal, 2012.

78. Teste digital com inserção de imagens. fonte: acervo pessoal, 2012.

79. Colagem manual testando blocos. fonte: acervo pessoal, 2012.

80. Grid final. fonte: acervo pessoal, 2013.

81. echarpe Contraste. fonte: acervo pessoal, 2013.

82. echarpe Harmônico. fonte: acervo pessoal, 2013.

83. seleção de imagens para o echarpe Bucólico, do eixo pessoal. fonte: acervo pessoal, 2012.

84. imagens sobre grafismos. fonte: acervo pessoal, 2012.

85. Testes de grafismos. fonte: acervo pessoal, 2012.

86. screen shot da tela durante desenvolvimento da alternativa. fonte: acervo pessoal, 2013.

87. desenvolvimento da alternativa. fonte: acervo pessoal, 2013.

88. desenvolvimento da alternativa com faixa preta. fonte: acervo pessoal, 2013.

89. desenvolvimento da alternativa com equilíbrio de manchas gráficas. fonte: acervo

pessoal, 2013.

90. Grafismos à nanquim. fonte: acervo pessoal, 2013.

91. echarpe Bucólico. fonte: acervo pessoal, 2013.

92. echarpe instrumental. fonte: acervo pessoal, 2013.

93. fotos da Coleção. fonte: acervo pessoal, 2013.

Page 10: Coleção Procuro

sumário

01 introdução1.1 introdução

1.2.1 objetivos do projeto1.2 processo de design

02 conteXto2.1 lenços, echarpes e cachecóis2.2 design de superfície

2.2.1 fundamentos do design de superfície2.3 Tendências2.4 público-alvo

2.4.1 pesquisa de perfil e Hábitos de uso2.5 similares

2.5.1 primeira análise2.5.2 segunda análise

2.6 produção2.6.1 estamparia2.6.2 fibras têxteis2.6.3 protótipo

03 insPiração e eXPerimentos3.1 artes plásticas e estamparia3.2 experimentações iniciais

04 coleção4.1 Coleção procuro

4.1.1 posicionamento Cromático4.2 desenvolvimento gráfico 4.3 fotos da Coleção

05 consideraçÕes finais

aneXos

referências

020304

08101116191921212224242728

3033

36383954

56

57

66

Page 11: Coleção Procuro

2

01 // introdução

Que a importância esteja no teu olhar, não naquilo que olhas.André Gide

este é um projeto transdisciplinar, que parte do design gráfico para o design de superfície, se inspirando na arte contemporânea e tendo por resultado um objeto de uso pertencente ao universo da moda: uma coleção de echarpes.

o objetivo geral do projeto é compreender as variáveis que compõem a criação de estampas para tecido e utilizar este aprendizado na realização de uma coleção de echarpes.

o processo utilizado para o desenvolvimento da coleção é um processo de moda, e deste mesmo universo, por uma perspectiva de mercado, se extrai a identificação de tendências para estamparia outono/inverno 2013 que se adequaram ao projeto: Hybrid Imagery e Digital Scenery.

para o estabelecimento de referenciais compositivos, o projeto fundamenta-se em princípios de design de superfície, optando pelo uso de composições sem encaixe.

este projeto se aproveita do contexto atual do design de superfície, onde novos meios de produção e uso de técnicas mistas abrem novas possibilidades compositivas para o designer.

em inspiração para a criação de composições sem encaixe e com o intuito de estabelecer ritmo nos desenhos das estampas foram escolhidas obras de 3 artistas contemporâneos com composições cujos elementos conferemritmo sem trabalhar com a repetição de elementos idênticos: adriana Tabalipa, albano afonso e Gertrud Goldschmidt.

para complementar a pesquisa identificaram-se produtores atuais de lenços, echarpes e cachecóis, compreendendo seus contextos e conhecendo as características de suas produções; e foram analisadas técnicas de estamparia, para a identificação da mais adequada ao projeto, tendo sido escolhida a impressão digital, relativamente atual (1980 no Brasil) se comparada às primeiras técnicas como os blocos de madeira, que existem desde o séc. v., por estar em sintonia com as tendências para estamparia escolhidas como referência para o projeto.

o designer gráfico, como exímio conhecedor e manipulador de recursos gráficos e comunicação visual, tem muito a oferecer e a aprender com áreas correlatas, como o design de superfície, o design de moda e a arte contemporânea, como se ensaiou neste projeto.

espera-se com essa pesquisa contribuir para a transdisciplinaridade dentro do curso de design Gráfico da ufpr e em outras instâncias acadêmicas, tanto numa tentativa de inserir o designer gráfico no contexto da estamparia e da moda, quanto trazer o design de superfície e as propostas estéticas da arte para uma maneira de pensar composições visuais.

Page 12: Coleção Procuro

3

1.1 // objetivos do trabalho

esta pesquisa tem como objetivo geral compreeender as variáveis do processo de criação de uma estampa para tecido e aplicar em uma coleção de echarpes.

para atingir a finalidade enunciada, o trabalho buscou alcançar os seguintes objetivos específicos:

- encontrar suporte teórico em design de superfície para extrair princípios e posicionamento;

- compreender as características das técnicas de estamparia em tecido e limitações têxteis;

- estabelecer diálogo estético entre tendências e o perfil do público-alvo.

Page 13: Coleção Procuro

4

1.2 // Processo de design

na intenção de estruturar os objetivos do projeto segundo plano metodológico, foi utilizado como base o processo de design de Moda do departamento de artigos de Moda e design de interiores da universidade de indiana.

o processo original propõe 6 fases: 1: definição do projeto; definição do cliente2: exploração do projeto; pesquisa de precedentes3: descrição dos elementos, materiais e qualidades do projeto4: desenvolvimento do conceito através de inspiração e idealização5: integração dos conceitos através de sckeths e análise de soluções de design6: desenvolvimento, implementação e documentação da melhor solução de design7: apresentação, crítica e avaliação dos resultados do projeto

o esquema do processo:

a adaptação deste processo foi proposta para orientar o andamento do projeto assim que o objetivo geral e os objetivos específicos foram definidos. dentro de cada macro-etapa, foram definidos sub-temas para investigação/definição para cumprimento dos objetivos pretendidos (figura 2).

a primeira etapa se manteve como definição do projeto, acrescentando uma caracterização do produto, neste contexto uma definição do objeto que seria desenvolvido, o echarpe, somado à uma definição dos utilizadores (público-alvo).

a segunda etapa, relativa à exploração do projeto e pesquisa de precedentes, previa a pesquisa de similares, a pesquisa de tendências, pesquisa sobre técnicas de estamparia e limitações têxteis, pesquisa cromática, inícios das experimentações e uma revisão da caracterização do objeto.

1

1. fashion design process

Page 14: Coleção Procuro

5

a terceira, referente à descrição dos elementos, materiais e qualidades do projeto continha a definição dos requisitos desejados, a criação de um painel atmosférico e a conceituação da coleção de estampas para echarpes, a definição do tecido, da técnica de estamparia a ser utilizada e da paleta cromática.

a quarta fase relativa ao desenvolvimento do conceito, já previa o início da geração de alternativas.

a quinta, relativa à integração dos conceitos e análise dos resultados propôs a prototipagem das estampas em tecido e a revisão dos resultados com relação aos requisitos e conceituação da coleção.

a sexta fase, relacionada à implementação e apresentação do resultado, era relativa à apresentação do design final.

a sétima etapa foi retirada.

2

foi prevista uma ordem para as etapas, mas não existiu a necessidade da completa finalização de uma para que outra se inicia-se, ocorrendo etapas de pesquisa simultâneamente e conforme avanços e descobertas de cada sub-etapa as subsequentes se modificaram. Também foram pesquisados outros tópicos não previstos durante a realização da adaptação do processo.

ao fim do projeto, em uma reflexão acerca das pesquisas realizadas e do modo como ocorreram em comparação com o processo adaptado no início do desenvolvimento do trabalho, se faz necessária uma revisão do processo (figura 2) para uma a auto-reflexão acerca do percurso realizado para a concretização dos objetivos projetuais e para que este processo possa servir de auxílio a projetos futuros similares.

Conforme ocorreu o presente trabalho, o processo revisado após experiência contaria com seguintes etapas:

1: definição do projeto. objetivos com relação ao projeto (por parte do designer, ou cliente quando houver) e definição do objeto/suporte ou interface.

2. processo de design inicial.

Page 15: Coleção Procuro

6

3

2: exploração do projeto, contexto do objeto/suporte ou interface e precedentes. aqui a pesquisa se amplia para a compreensão do contexto em que o objeto se insere, processos produtivos pelos quais pode ser produzido, precedentes e abordagens teóricas. esta etapa é relativa à fundamentação teórica.3: descrição de qualidades do projeto. Tomada de posicionamento com relação às pesquisas realizadas na etapa anterior, definição de requisitos desejados.4: formulação da conceituação do projeto, através de inspiração e idealização. Conta-se com o repertório e conclusões das etapas anteriores para esta conceituação. 5: integração dos conceitos através de sckeths e análises: gerações de alternativas, desenvolvimento e filtragem.6: implementação do design final.7: Crítica e avaliação com relação ao design final e ao processo de desenvolvimento.

a revisão do processo retomou o sétimo ítem retirado na primeira adaptação, relativo à crítica e avaliação do design final. a reflexão acerca do processo e dos resultados que ele direciona, no contexto acadêmico, se mostrou rico de aprendizado para a realização de novos projetos.

a adaptação do processo estabelece os passos por onde traçar a pesquisa, auxilia no cruzamentos destes resultados e justifica as escolhas projetuais, mas em contra-ponto não se demostrou incentivador de projetos inovadores, na medida em que pressupõe uma série de etapas necessárias, não explora o cruzamento de áreas diferentes das pesquisadas e não incentiva a implementação de novas tecnologias ou processos.

para resultados mais inovadores, recomenda-se o uso deste processo de forma livre e consultiva, e não como um trajeto fechado e literal a ser seguido.

as etapas 1, 2 e 3 do processo encontram-se na seção Contexto deste documento, primeiro as definições e na sequência as pesquisas e suas respectivas conclusões. as etapas 4 e 5 se iniciam na seção inspiração e experimentos, concluindo-se na seção Coleção, com a etapa 6.

a etapa 7 se inicia reflexão nesta seção, processo de design, e se finaliza na seção Considerações finais.

3. processo de design revisado.

definição do projeto

exploração do projeto & contexto

definição de qualidades desejadas

idealização & conceituação

Geração & desenvolv

implement Crítica

1 2 3 4 5 6 7

Page 16: Coleção Procuro

02 // conteXto

esTa eTaPa faLa sObre O que se esTá PrOJeTandO;COnTexTuaLiza O PrOJeTO nuMa área dO COnheCiMenTO;insere TendênCias saziOnais dO MerCadO de MOda;se aPrOxiMa dOs eCharPes PrOduzidOs hOJe; aPresenTa Para queM esTe PrOJeTO é feiTO; e exPLiCa COMO issO se MaTeriaLiza

Page 17: Coleção Procuro

8

2.1 // cachecóis, echarpes e lenços

podemos pontuar algumas origens dos cachecóis, echarpes e lenços, todas elas tendo em comum o pertencimento ao universo da indumentária de guerra masculina.1

o primeiro registro se encontra na roma antiga. Chamado de “focale”, os soldados romanos o usavam húmido em torno do pescoço ou amarrado a sua cintura nos dias mais quentes, com o intuito de se refrescar. logo as mulheres começaram a usar, mas eram feitos de pano e não de lã ou de seda, e desde então o lenço passou a ser moda entre as mulheres.

outro uso identificado por historiadores ocorreu durante o reinado do imperador chinês Cheng (51 a.C – 7 a.C), onde lenços de tecido eram usados para identificar os agentes ou o posto de guerreiros chineses.

Mais tarde, por volta do século Xvii na Croácia, lenços também foram usados por soldados de todas as patentes e a diferença hierárquica acompanhava o material de composição: os oficiais tinham os lenços de seda e as outras patentes usavam de algodão. o termo dado em croata foi “kravata”, sendo este também um possível precursor da gravata.

o uso de um tecido ao redor do pescoço foi se ampliando desde então, e tornou-se um acessório de moda para homens e mulheres que se mantém independente das oscilações de tendência no mercado de moda.

existem classificações para as variantes deste acessório, que se desdobram em inúmeras com relação ao tamanho, proporção altura versus largura, material, uso e função.

no ocidente, os mais comuns são os cachecóis, os lenços e os echarpes, que podem ser caracterizados da seguinte maneira2:

CaCHeCol: echarpe longa e estreita, de lã ou outro tecido mole, que se usa ao redor do pescoço para se proteger do frio ou por motivos estéticos.

eCHarpes: pedaço de tecido usado ao redor do pescoço, dos ombros e às vezes da cabeça para aquecimento, enfeite, por motivos religiosos ou para manter os cabelos limpos e ajeitados. em geral longas e estreitas, embora também haja versões quadradas ou triangulares, as echarpes podem ser lisas ou estampadas, leves ou pesadas. podem ainda ser tricotadas, tecidas, de crochê ou feltro, a partir de diversas fibras. são usadas às vezes para denotar participação em um grupo social, p. ex. em apoio a um time esportivo. alguns tipos: babuska, cachenê, dupatta, lenço de cabeça, hijab, estola e cachecol.

lenÇo: pedaço de tecido, em geral de formato quadrado, utilizado para cobrir a cabeça ou enfeitar o pescoço (quando pode ser chamado de “lenço de pescoço”), e protegê-lo do sol, da chuva etc.

1 fonte:

‹http://wikipedia.org/wiki/scarf›

‹http://karlakachecois.wordpress.com/historia-dos-cachecois/›

‹http://bomsera.com.br/historia/271-a-historia-do-cachecol-um-item-essencial-no-guarda-roupa-do-ouro-pretano.html›

2 neWMan, alex. dicionário

ilustrado de Moda de a a Z, 2011.

Page 18: Coleção Procuro

9

exemplos:

pode-se considerar echarpe o termo mais geral que descreve um pedaço de tecido para se usar ao redor do pescoço, sendo cachecol um tipo de echarpe que se caracteriza por ser estreito e longo, usualmente de lã; ao passo que lenço é quadrado e geralmente de seda.

o que se projeta com esta coleção melhor se define como echarpe por seu formato retangular e ter por fibra o algodão.3

É uma coleção de echarpes para o público masculino e femino, projetada para o outono/inverno 2013, com o objetivo de trazer referências visuais de artistas contemporâneos e de estabelecer diálogo com as tendências para estamparia da estação em que se propõe a fazer parte, como será detalhado no decorrer do documento.

3 ver Fibras Têxteis (pág. 30)

4. Cachecól 5. echarpe 6. lenço

Page 19: Coleção Procuro

10

2.2 // design de superfície

o projeto se apropria de estudos e definições relacionados a design de superfície — ds —, pois é uma área de conhecimento que engloba a estamparia têxtil, e trata da ocupação da superfície de objetos de vida cotidiana como suporte para expressões com significados, além de seu desempenho funcional.4

segundo evelise anicet rüthschilling, as superfícies configuram-se como um campo do design em que a dimensão artística e cultural são largamente exploradas e os projetos se apropriam “da liberdade dos processos criativos da arte, a linguagem visual, a história da arte para potencializar o projeto de produto, artesanal ou industrial”.

Considerando os antepassados da área, a autora menciona como seus embriões, o gosto das civilizações antigas pela decoração de superfícies, manifestando-se a princípio na arquitetura e interiores como em cerâmicos e na tecelagem e posteriomente na estamparia e na azulejaria.

4

rüTHsCHillinG, 2008, p. 21.

7. Ânfora grega(850-750 a.C.)

7

Mas enquanto atividade projetual, com funções formais, funcionais, simbólicas e finalidades comerciais, tratando do ds em têxteis, pode-se considerar sua gênese – e também a do personagem designer – por desdobramentos da revolução industrial, que colocou em etapas distintas o projeto da execução, isolando a atividade do desenho de estampas da gravação de blocos.

a indústria apresentava uma necessidade crescente de desenhos para este novo mercado, abrindo espaço para diversos artistas realizarem padrões e projetos têxteis.

8. Crianças trabalhando na indústria têxtil inglesa (séc. XiX)

8

Page 20: Coleção Procuro

11

2.2.1 // fundamentos do design de superfície

Como princípios clássicos herdados do design têxtil e cerâmico temos a noção de módulo e a noção de repetição.8

Módulo é a unidade mínima de uma padronagem que inclui todos os elementos visuais que compõe o desenho final.

8

rüTHsCHillinG, 2008, p. 63.

Caracterizando o campo, ada raquel schwartz especifica ds como uma atividade projetual que atribui características perceptivas expressivas à superfície dos objetos, pela configuração de sua aparência, onde tais características devem estar relacionadas às estéticas, simbólicas e práticas (funcionais e estruturais) dos artefatos das quais fazem parte.6 e podemos acrescentar ainda, que um projeto de superfície deve adequar-se ao contexto sócio-cultural e às diferentes necessidades e processos produtivos.7

6 sCHWarTZ, 2008, p.146.

7 rüTHsCHillinG, 2008, p. 21.

9. azulejo optical (Calu fontes) 10. azulejo otto (Calu fontes) 11. azulejo Mandala india (Calu fontes)

no Brasil, a primeira aparição do termo design de superfície veio com a tradução da expressão Surface Design, pela designer renata rubim, na década de 1980.5 e o campo abrange várias áreas de especialidade, como o design têxtil, design cerâmico, projetos de papelaria ou revestimento.

5 Kinas, 2011, p. 13.

109 11

segundo rüthschilling (2008) a composição visual dá-se em dois níveis: depende da organização dos elementos ou motivos do módulo e de sua articulação entre os módulos, gerando o padrão, de acordo com a estrutura preestabelecida de repetição, ou rapport.

a noção de encaixe citada pela autora seria regida por dois princípios: continuidade, neste contexto compreendida como a seqüencia ordenada e ininterrupta de elementos visuais dispostos sobre uma superfície; e contigüidade que diz respeito à harmonia visual na visinhança dos módulos, onde o sucesso é verificado na medida em que a imagem do módulo desaparece, dando lugar à percepção da imagem contínua, revelando outras relações entre figura e fundo.

12. Módulo

12

Page 21: Coleção Procuro

12

r r

rr

r r

rr

r r

rr

r r

rr

r r

rr

r

r r

r

r

r r

r

r r

rr

r r

rrrr

r r

rr

r r

rr

r r

a maneira pela qual um módulo vai se repetir a intervalos constantes é chamado sistema de repetição.9 os sistemas podem ser alinhados, não-alinhados e progressivos.

os sistemas alinhados podem funcionar por translação, onde de modo geral o módulo se desloca sobre um eixo, mantendo a mesmo sentido; rotação, onde o módulo rotaciona com relação ao próprio eixo original; e reflexão, onde existe uma relação de espelhamento entre os módulos. exemplos de sua lógica:

9

fonte: ‹http://www.nds.ufrgs.br/novo/principiosbasicos.html?muda=575›

13. Translação 14. rotação 15. reflexão

Citando um exemplo de sistema alinhado por translação, temos a fachada da Casa Cobogó, em são paulo, onde os módulos são tridimensionais.

16. studio mk27, Casa Cobogó, 2011

os sistemas não-alinhados se caracterizam pelo deslocamentos dos módulos; e os sistemas progressivos encerram uma mudança gradual no tamanho das células, como exemplo os fractais.

Page 22: Coleção Procuro

13

nesta composição de athos Bulcão notam-se multimódulos que se repetem. se mantém uma mesma configuração externa, o formato do azulejo, mas não há um sistema de repetição presente.

19

19. athos bulcão, Museu nacional de gemas, Brasília, df

as possibilidades de encaixe são muitas e podem ser utilizadas combinações entre elas ou ainda, como comenta evelise anicet10 quanto aos fundamentos de design de superfície, as composições podem ser sem encaixe. o designer de superfície pode optar pela ausência de alguns elementos em detrimento de outros, pois domina os elementos compositivos e suas relações operacionais.

10 rüTHsCHillinG, 2008, p. 70.

17. sistema não-alinhado + Translação

r r

rrrr

r r

rr

r r

rr

r r

Como exemplo do sistema-não alinhado aplicado, um padrão da designer têxtil Marian Mahler, Mobiles, de 1952.

18. Marian Mahler, Mobiles, 1952

Page 23: Coleção Procuro

14

20. slit Tapestry red-Green, de Gunta stölzl, 1927/1928

20

Citando outros exemplos de composições sem encaixe, temos a tapeçaria de Gunta stölzl, artista têxtil que teve passagem pela Bauhaus, tendo sido além de aluna, diretora do atelier de tecelagem. 11 11

fonte: ‹http://en.wikipedia.org/wiki/Gunta_st%C3%B6lzl›

Moniquilla realiza projetos de estamparia para têxteis e papelaria.

21 22

21 e 22. estampas de Moniquilla, 2012

a compreensão da lógica de módulo e repetição, geridos pelos princípios de continuidade e contigüidade, orienta e fornece métodos de composição para a formação de desenhos com ritmo, mas este projeto opata pela utilização de composições sem encaixe, explorando um novo contexto da área.

Page 24: Coleção Procuro

15

a criação e desenvolvimento de projetos de constituição e/ou tratamento de superfícies, passa por um momento de revisão em função das mudanças nos processos de fabricação, que sempre atuaram como limitantes da criação. Hoje, com o avanço de tecnologias digitais e híbridas, aumentaram as possibilidades expressivas, conferindo maior liberdade de criação para o designer.

Como salienta evelise anicet, os princípios básicos de design de superfície, que são a noção de módulos e a noção de repetição, perdem sua condição necessária para projetos em ds em meios eletrônicos, mas permanecem enquanto conhecimento fundamental da área.12

esta fala da autora nos faz retomar as conexões entre a estética e os meios de produção vigentes. as construções de superfície que se utilizam de sistemas de repetição ainda tem espaço em vários meios produtivos e principalmente no nosso repertório visual. um projeto em superfície pressupões conhecimento da área, mas em meios de reprodução digitais não são exigência produtiva.

Com a opção por composições sem encaixe, as referências para as composições vem de 3 artistas contemporâneos, que se encontram na etapa inspiração e experimentações13 deste documento. são eles adriana Tabalipa, albano afonso e Gertrud Goldschmidt.

12 rüTHsCHillinG, 2008, p. 63.

13 ver Artes plásticas e

estamparia (p. 30)

Page 25: Coleção Procuro

16

2.3 // tendências

dario Caldas (2004)14 afirma que tendência é um indicativo para onde as coisas estão caminhando. diz ainda que, para trabalhar com tendências, é preciso analisar os cenários e identificar, através de comportamentos, gestos e atitudes, compreendendo as pessoas e seus anseios.

Tendência pode ser encarado em aspectos amplos, como tendências econômicas, culturais ou tecnológicos, mas neste tópico seguiremos em específico com as tendências em moda, onde primeiramente firmou-se o termo. segundo erner (2004)15, é no séc. XX que isto acontece, principalmente nos anos 1930 com Coco Chanel e logo após ao final da guerra com Christian dior. isto porque, os grandes costureiros eram os que ditavam as tendências, que pouco a pouco se convertiam em moda nas ruas da cidade.

Mas a prática das pesquisas de tendências de moda surgiu nos anos 1950, quando os elos da cadeia têxtil começam a apresentar a necessidade de unificar seus desenvolvimentos, para que trouxessem uma carga de informações capaz de orientar a indústria.16

segundo Caldas17 isto se dá na medida em que haveria a certeza de que as cores produzidas com antecedência seriam aceitas por indústrias de fios e tecidos; que os tecidos seriam adotados pelos confeccionistas; e que as formas, cores e tecidos das roupas seriam apontados como tendência pela imprensa de moda e exibidos nas vitrines das lojas.

esse sistema se mantém e podemos considerar alguns fatores que coloboram. na indústria da moda, há ainda pouca proteção de propriedade intelectual. Há proteção de marca registrada, mas não de direito autoral, nem produção de patente; significa que legalmente uma peça pode ser copiada e vendida como se outra pessoa tivesse feito, mas a etiqueta não pode ser copiada. isso se dá pois, por decisão da justiça, o vestuário é considerado muito utilitário para se qualificar na proteção de direito autoral.18

um grande beneficiado desta lógica são as lojas fast fashion ou lojas âncora, conhecidos por copiar os lançamentos do mercado de luxo e venderem a preços mais baratos, o que acaba por acarretar uma democratização da moda, mas também uma repetição de certos tipos de formato de roupas, cores, estampas. Johanna Blakely, comenta ser um efeito colateral de uma cultura de copirar o estabelecimento de tendências.

as tendências alimentam um ciclo de novidade no mercado, pois sazionalmente, novos produtos vem para substituir os anteriores, o que incentiva uma cadeia de consumo incessante.

seguir o fluxo das tendências não é caminho obrigatório para a realização de uma coleção de moda ou acessórios. Mas é um caminho possível para direcionar o projeto dentro dos hábitos de consumo e de linguagem que certos perfils de público-alvo se enquadram, como é o caso deste projeto em que o público-alvo se caracteriza pela curiosidade com relação à moda, e pelas propostas desenvolvidas pelas marcas.19

uma das principais fontes de referência para este público são os sites e blogs de moda, que hoje são também referência para as marcas. Como exemplo temos The sartorialist20, do pioneiro criador do estilo de fotografia Street Style (moda urbana) scott schuman.

14 apud in senai/CeTiQT.

sudsiloWsKy; CaMpelo; MonTeiro, 2012, p. 157.

15 apud in JayMe, 2009, p. 59.

16 levinBooK, 2008, p. 60.

17 apud in levinBooK, 2008, p.60.

18 Johanna Blakely, Ted’s Talk

‹http://www.ted.com/talks/johanna_blakley_lessons_from_fashion_s_free_culture.html›

19 ver Público-alvo (p. 21).

20 fonte: ‹http://www.

thesartorialist.com/›

Page 26: Coleção Procuro

17

além dos blogs de Street Style existem os que se propõem a dar dicas de moda e combinações, os especializados em moda masculina e que os pesquisam tendências, entre outros.

Mas existem também algumas companhias que pesquisam e vendem suas pesquisas de tendência, como é o caso do site Home Build Life21, da WGsn - site referência em pesquisa de tendências para designers de moda, interiores e comerciantes.

para integrar o projeto às tendências de mercado, foram selecionadas duas tendências para têxteis em estampa outono/inverno 2013, como diretrizes compositiva da Coleção, que sincronizaram com outros objetivos do projeto, como os artistas escolhidos como referência22 e os interesses do público alvo. estas tendências foram apropriadas do site acima comentado, e são: Hybrid Imagery e Digital Scenery.23

Hybrid Imagery designa a fusão de estampas contrastantes resultado de processos digitais, pois o método permite um uso mais sofisticado de cores, elevando o nível de estímulo visual.

Digital Scenery compõe-se em representações hiperrealistas de cenários e paisagens naturais.

estas duas tendências tem relação direta com as características do meios digitais de impressão24; o sistema por quadricromia amplia a paleta de cores com relação aos sistemas tradicionais de estamparia, possibilitando a mistura de imagens; e permite a impressão de representações fotográficas, característico de ambas.

23 reportagem completa em anexo

22 ver Artes Plásticas e

estamparia (p. 33)

24 ver Estamparia (p. 27)

23 24

23 e 24. fotografias do site The sartorialist

21 fonte: ‹www.homebuildlife.

wgsn.com›

25. Hybrid Imagery 26. Hybrid Imagery

25 e 26. exemplos da matéria sobre tendências do site Home Build Life

Page 27: Coleção Procuro

18

30 e 31. exemplos da matéria sobre tendências do site Home Build Life

27. Hybrid Imagery

30. Digital Scenery

32. Digital Scenery 33. Digital Scenery

31. Digital Scenery

28. Hybrid Imagery 29. Hybrid Imagery

as tendências funcionam como diretrizes projetuais mas não precisam ser seguidas rigidamente, nem ser o único fator influenciador na construção de uma coleção; entram em um projeto de moda como uma etapa da pesquisa que se integra a outros objetivos projetuais.

Page 28: Coleção Procuro

19

2.4 // Público–alvo

o perfil do público utilizador é urbano, trabalha em grandes centros, consome cinema e apresentações musicais, se interessa por cultura, objetos de design e arte. são visuais, se preocupam com a própria imagem, gostam de pensar como se vestem, os acessórios que utilizam e os objetos que consomem.

estas pessoas se utilizam da internet como fonte de lazer e pesquisa diária. Tem redes sociais e estão sempre conectados. a par de novas tecnologias, estão também em contato com referências culturais e estéticas globais. se inspiram e se interessam pelo mundo (viajando e em pesquisa on e offline) estando assim imersos na cultura visual contemporânea, principalmente ocidental.

É um público que não se classifica pela idade e sim pelos interesses e valores em comum.

2.4.1 // Pesquisa de perfil e hábitos de uso

para entender melhor o perfil deste usuário, realizou-se uma pesquisa que auxiliasse a geração de ideias e identificasse expectativas.

a pesquisa foi realizada com dezesseis usuários selecionados entre pessoas que apresentam o perfil escolhido — oito mulheres e oito homens.

este levantamento de informações foi realizado através do Google forms, onde as perguntas são abertas ou objetivas com possibilidade de marcar múltiplas opções.25

a pesquisa objetivou ter acesso às referências visuais do público-alvo, identificando suas preferências e personalidade, para melhor direcionar o projeto. as perguntas pretendiam descobrir:

- sites e blogs que visita, - músicas que ouve, - lugares que gostaria de conhecer, - acessórios que utiliza, - lugares de onde vem suas roupas - identificar critérios de escolha de uma estampa, - combinações de roupa com cachecóis, lenços e echarpes- contexto de uso de cachecóis, lenços e echarpes

Quanto às atividades paralelas do usuário, a de maior incidência é ficar na internet, como comentado ser uma das características deste público-alvo, apontada por 14 dos 16 entrevistados; seguida de ler, com 11 ocorrências.

os sites que visitam são sobre música, moda, design, audiovisual, fotografia, arte urbana, piercings e tatuagens; vários tipos de redes sociais e serviços da Google como Google Translate, scholar e Gmail.

durante a pesquisa, foi pedido que comentassem 3 lugares que gostariam de conhecer. foram mencionados 23 países distintos de todo o globo, destacando Índia e Japão com 3 incidências; 8 cidades com destaque para londres (4 incidências) e nova iorque com 2. Também foram citadas duas ilhas, o Museu do louvre, e dois estados brasileiros com duas incidências

25 resultados completos

em anexo

Page 29: Coleção Procuro

20

no piauí. Mesmo pedindo por 3 opções, alguns usuários deram mais lugares e respostas efusivas com exclamações e letras maiúsculas, confirmando o interesse dos usuários por conhecer outros lugares.

a pesquisa confirma o uso de acessórios, metade dos usuários tem piercing e junto com óculos de sol são os acessórios mais usados; em uma lista de 11 ítens26, os meninos usam em média 3 e as meninas 4.

Quanto aos locais onde o público entrevistado poderia adquirir suas roupas, foram dadas as seguintes opções do mercado de lojas tradicional: lojas Âncora (p. ex. C&a e renner); roupas de marca (p. ex. armani e louis vuitton); marcas esportivas; Herign ou similar e marcas independentes; também havia a possibilidade de compras on line; brechós; feiras; alfaiate e costureira; roupas ganhadas; e ainda a possibilidade de indicar outro local.

vários locais poderiam ser marcados e houve ao menos 3 incidências em cada. os de maior incidência de aquisição (12 dos 16 usuários) são lojas Âncora e marcas independentes. pode-se observar que não é um público que valoriza roupas de marca e constrói seu guarda-roupa com fontes diversas.

Quanto à combinação de roupas com o acessório pesquisado, os entrevistados costumam utilizar uma roupa neutra dando destaque ao cachecól; levam em consideração harmonia cromática com o resto da composição e alguns dizem não ter critério compositivo.

Com relação ao material houve manifestação de interesse entre os entrevistados quanto ao uso de materiais sintéticos; algum material que fosse nem muito fino e nem muito quente e preocupação quanto à textura: que não incomodasse a região do colo.

o contexto de uso apontou leve tendência quanto ao uso em dias muito frios ou levemente frios, mas também aponta incidência por simples uso de um acessório e para completar a composição do look.

os critérios de escolha de uma estampa foram variados: conhecer o motivo da imagem se for figurativa, identificação, gostar da composição, da padronagem, que possua algum diferencial, qualidade da impressão, cor, estilo e técnica usada na estampa.

26 acessórios da lista:

anel; brinco; alargador; colar; maxicolar; boné; gorro (touca); pulseira; relógio de pulso; óculos de sol; piercing

Page 30: Coleção Procuro

21

em paralelo ao estudo dos echarpes produzidos por técnicas artesanais, outras etapas da pesquisa para o desenvolvimento da coleção se encaminhavam — compreensão das características das técnicas de estamparia, tendências para estampas, pesquisa de perfil do público-alvo e experimentações gráficas — até que os objetivos do projeto de desprenderam dos processos artesais e deram espaço à impressão digital e uma necessidade de conhecer outros echarpes disponíveis no mercado despontou.

2.5 // similares

a análise de similares teve por objetivo encontrar marcas produtoras de lenços, echarpes e cachecóis ao redor do mundo e entender seus respectivos contextos e a maneira que estes interferem nos produtos finais.

2.5.1// Primeira análise

foram realizadas duas análises. a primeira e mais breve ocorreu logo no início do projeto, momento onde a intenção era utilizar métodos artesanais de estamparia — como o estêncil, ou a impressão por carimbos ou blocos — então foram identificadas duas marcas que se utilizavam de sistemas artesais para a compreensão das características dos echarpes produzidos por elas: Kahani27 e a peace Treaty.28 27

fonte: ‹http://kahani.goodsie.com/shop›28

fonte: ‹http://apeacetreaty.com/›

34. Kahani35. a peace Treaty

34

35

precisamente o método de produção utilizado por ambas é o ponto forte de construção da identidade das marcas. elas trabalham em sistemas comprometidos sócio e ambientalmente, com artesãos locais criando peças únicas e limitadas, resgatando técnicas tradicionais.

Page 31: Coleção Procuro

22

36. Coleção Mulher rendeira, lupi

37. lenço Carranca, scarf Me

36 37 38

38. nature of oz, Jenny Kee

39. Hermès

39

2.5.2 // segunda análise

a segunda análise teve por objetivo a aproximação para com os cachecóis, lenços e echarpes comercializados atualmente para uma reflexão acerca deste mercado e de como as marcas selecionadas se posicionam, através da caracterização de cada uma.

o grupo foco é composto por concorrentes diretos, que são as marcas especialistas: lupi design, escolhida por ser produzida em Curitiba; scarf Me, marca paulista que vem conquistando o mercado internacional; Jenny Kee por ser uma designer reconhecida mundialmente; e Hermès, marca tradicional francesa referência em lenços.

exemplos das marcas da amostra:

foi descartada a análise dos lenços vendidos em redes como a C&a e a Zara por trabalharem com revenda de outras marcas.

os parâmetros de caracterização são com relação ao local de origem, tempo de existência, processo produtivo, tecido utilizado, público-alvo com relação à gênero e locias de venda.

a lupi design29 é curitibana, fundada em 2011 por uma designer gráfica e uma estilista, trabalham com echarpes, lenços e twillys voltados ao público feminino. a lupi lançou três coleções: Coleção pachamama, Coleção Mulher rendeira e Coleção História de pescador. são estampados por processos digitais, em tecido de fibra artificial. É uma marca independente com vendas on line para todo o Brasil.

a scarf Me30 é especializada em lenços, echarpes e pashminas. realiza suas vendas através de mini-boutiques em são paulo, rio de Janeiro, porto alegre, Curitiba e Brasília além de vendas on line em território nacional. igualmente fundada em 2011, trabalham em seda, poliéster e viscose; somente para o público femino e estampados por processos digitais.

Jenny Kee31 é uma artista australiana e começou a trabalhar com moda em 1974, mas seus trabalhos tiveram destaque quando começou a pintar, em 1976, e passou a inserir suas pinturas em seus projetos. Hoje é uma designer de moda conhecida mundialmente por suas cores vibrantes. faz lenços e echarpes femininos em seda, também por processos digitais. seus produtos podem ser encontrados em lojas da austrália que realizam a revenda e também on line.

29 fonte: ‹https://www.

lupidesign.com/›

30 fonte: ‹http://www.

lupidesign.com/›

31 fonte: ‹http://www.

jennykee.com/›

Page 32: Coleção Procuro

23

as quatro marcas tem perfils bastante distintos, trabalham com públicos diferentes e a linguagem gráfica de suas produções tem características bastante peculiares, mas podemos notar algumas similaridades. Costumam trabalhar com o público feminino, a temática e estilo dos lenços tem a ver diretamente com os designers ou a identidade da marca e se utilizam de processos digitais de impressão.

scarf Me, Jenny Kee e Hermès possuem lenços mais caros em comparação aos da lupi e são em seda, ou parte da produção em seda. Mas o valor não está só no material, está também no espaço que elas conquistaram no mercado.

não é simples identificar um padrão estético que perpasse todas as quatro, pois a quantidade de lenços produzidos por elas é bastante vasto, mas nota-se, quanto à produção atual destas (que pode ser encontrada em seus sites) ser comum a utilização de cores saturadas em uma paleta cromática complexa, com representações mistas entre abstratas e representativas e uma grande variedade de combinação de cores conforme a coleção.

a análise contribui para a compreensão de como outros criadores se manifestam com relação a seus contextos, sendo a identidade de cada um marcada pelas estampas que produz. identifica semelhanças e diferenças da coleção que proponho com cada um e visualiza brechas de mercado: a escassa oferta de estampas em echarpes para o público masculino.

a coleção se propõe à produção de lenços sem direcionar os produtos à um gênero específico.

e por fim Hermès32, marca francesa referência em lenços no ocidente, conhecida pela elegância e tradição. o atellier foi aberto em 1837 por Thierry Hermès, onde produzia acessórios de montaria em couro. os negócios continuaram na família com uma expansão dos artigos que produzem, hoje entre acessórios de moda como lenços e cintos, bolsas e malas, jóias, perfumes e ainda mantendo produtos de selaria. Contam com uma equipe de criação e artesãos que desenvolve a linha de produtos. os lenços são para o público feminino e cachecóis para o masculino. possuem lojas em todos os continentes do globo e também vendem on line.

32 fonte: ‹http://www.

hermes.com/›

Page 33: Coleção Procuro

24

2.6 // Produção

a etapa produção é a parte prática do projeto, o método e o material a ser impresso, através dos quais a coleção se materializa.

2.6.1 // estamparia

inicianço pelo processo, foram investigadas as técnicas de estamparia existentes. estampar consiste no processo de aplicação de elementos gráficos na superfície do tecido através de pigmentos e corantes, entre outros.

para a escolha de qual processo de estamparia utilizar, Tatiana laschuk em seu livro Design Têxtil: da estrutura à superfície, assinala que o designer têxtil deve levar em consideração os custos, a utilização final do produto, bem como questões relacionadas a exclusividade do tecido.

Começamos por caracterizar os métodos mais utilizados na impressãode tecidos, que poderiam ser usados para a fabricação de cachecóis, lenços ou echarpes, para posterior escolha da técnica para a coleção.

tie-dyeMétodo antigo e artesanal de tingimento de tecido, produz efeitos de manchas de tingimento. várias cores podem ser usar para a realização de manchas mescladas. Consegue-se desenhos através de amarrações no tecido, que impedem a aderência da tinta.

40. Camiseta tingida por tie-dye. 41.Tecido preparado para ser tingido

estêncilMétodo também antigo e artesanal, consiste em moldes vazados feitos de papel, plástico ou outros materiais, cortados nas formas em que se deseja imprimir. É criado um molde para cada cor.

42. Molde de estêncil43. a técnica pode ser utilizada para vários fins, este foi estampado numa parede. autoria: Banksy.

40 41

42 43

Page 34: Coleção Procuro

25

serigrafiautilizado no oriente desde o século viii é ainda utilizado em larga escala,33 consiste na gravação de uma tela de tecido muito fina, por um processo fotosensível: aplica-se uma emulsão em toda a tela, sendo a área do desenho a região onde a luz queimará. durante a estampagem, a tinta pegará somente na área correspondente ao desenho. neste processo cada quadro corresponde à uma cor de tinta.se o processo de gravação e entintamento for realizado por terceiros, geralmente exige-se uma quantia mínima de peças.

33 Kinas, 2008, p. 28.

44

45

44. aplicação da tinta 45. resultado final

blocosinicialmente os blocos eram esculpidos em baixo relevo sobre madeira e utilizados como método de estamparia desde o século v.34 Também pode ser feito em outros materiais como borrachas e metais e funcionam como um carimbo.

34 Kinas, 2008, p. 26.

46 47

46. Bloco e impressões 47. Gravação de um bloco de madeira

rolo de madeiraCriado no século Xviii para substituir o bloco, transferindo o motivopara uma superfície cilíndrica gravada e colorizada por outro rolo, num processo mecânico onde pode receber outras cores por outros cilindros subsequentes. predecessor do cilindro de cobre, este método ainda é utilizado em técnicas artesanais.35 35

Kinas, 2008, p. 27.

48 4948. Cilindros de Madeira 49. rolo artesanal de madeira

Page 35: Coleção Procuro

26

estamparia digitalÉ um processo que se utiliza do sistema de impressão por quadricormia (cartuchos CMyK: ciano, magenta, amarelo e preto), originalmente para papel. o termo “impressão digital” diz respeito aos métodos de impressão em que se transfere uma figura digitalizada para um substrato, não necessitando de quadros ou cilindros. a impressão digital funciona em qualquer tipo de fibra têxtil, conforme as características do pigmento que se utiliza.

sublimação entendida como um tipo de estamparia digital, a sublimação funciona por um processo de termotransferência. primeiro ocorre a impressão do desenho sobre papel e em seguida a transferência da tinta do papel para o tecido por calor (entre 180ºC e 200ºC). essa transferência ocorre através de uma prensa que pode ter tamanhos variados. a sublimação exige que a fibra têxtil36 tenha em sua composição de ao menos 60% de fibra sintética.

36 ver Fibras têxteis (p. 30)

50

50. Máquina de impressão digital

51 52

51. prensa pequena 52. prensa para grandes formatos

após a aproximação com as técnicas, observamos que tie-dye proporciona manchas, e não reproduz desenho, sendo inadequados para os propósitos do projeto. estêncil e serigrafia limitam a quantidade de cores, na medida em que cada cor é uma tela, deixando-o muito complexo e caro, não sendo o objetivo do projeto a produção de peças inaplicáveis mercadologicamente. Blocos ou rolos de madeira, assim como os outros método citados anteriormente, não reproduzem imagens fotográficas.

portanto será utilizada a impressão digital, por possibilitar a impressão em pequena quantidade, e por utilizar quadricromia como sistema de impressão, permitindo a prática das tendências selecionadas. por não exigir tiragem mínima, a impressão digital também é interessante para a impressão de peças piloto. os protótipos se realizaram por sublimação, mas com o objetivo de realizar as peças para comercialização por impressão digital direto em tecido, em algodão.

Page 36: Coleção Procuro

27

2.6.2 // fibras têxteis

este tópico se atem à compreensão das limitações das fibras têxteis, pois são o suporte para a superfície que se desenvolve.

os tecidos são classificados com relação à natureza de origem das fibras, que são a matéria-prima de composição do tecido. as fribras dão origem aos fios que depois serão tramados; elas podem ser de origem natural ou artificial.

as fibras naturais vem de fontes orgânicas (animais e vegetais), como exemplos os tecidos de algodão, seda, lã e linho.

Já as fibras artificias são formadas por polímeros, e em específico as fibras sintéticas vem da indústria petroquímica, como exemplo o nylon e o poliéster.

alguns processos de estamparia pressupõem certas características da fibra, como é o caso do processo de impressão digital por sublimação. este processo ocorre por termotransferência, submetendo o tecido a até 200ºC, exigindo resistência da fibra têxtil, e a fibra indicada neste caso é a sintética.

o processo sublimático exige uma trama no mínimo 60% sintética, sendo quão maior a porcentagem de fibra sintética, mais vivas as cores e melhor o tecido recebe a tinta.

o processo de impressão digital direto em tecido não tem restrição por fibra, mas dependendo do local produtor, as tintas utilizadas funcionam somente em fibra natural, sendo importante investigar as características de produção do fornecedor escolhido para a adequação do tecido.

neste projeto, o processo de impressão escolhido é a impressão digital direto em tecido, e em fibra de algodão, por absorverem bem a tinta e serem resistentes a lavagem, mantendo os desenhos mais tempo; ter uma textura suave com relação ao toque e ser fosco, — em comparação com a seda que é reflexiva — aumentando a aceitação do tecido pelo público masculino, cujos echarpes costumam ser de materias pouco ou nada reflexivos.

Page 37: Coleção Procuro

28

2.6.3 // Protótipo

a intenção é que a produção final dos echarpes seja em algodão mas os protótipos produzidos se realizam por sublimação com a utilização de fibra sintética em malha fiada de poliéster, onde já se pode observar as estampas na proporção real em tecido.

a chapa sublimática do fornecedor possui a proporção de 150 x 100 cm. Como os echarpes são retangulares e alongados e para melhor aproveitamento da área de impressão, o desenho foi dividido ao meio onde se une depois de impresso com uma costura. o formato final dos echarpes é 65 x 1,75 cm.

53. esquematização da estampa recortada com relação à área da chapa de sublimação do fornecedor produtor dos protótipos.

53

Page 38: Coleção Procuro

03 // insPiração e eXPerimentos

esTa eTaPa faLa sObre as arTes PLásTiCas e a indúsTria TêxTiL;arTisTas COnTeMPOrâneOs que insPiraM O PrOJeTO e exPeriMenTOs gráfiCOs dO iníCiO da Pesquisa

Page 39: Coleção Procuro

30

3.1 // artes plásticas e estamparia

podemos observar a influência direta das artes plásticas sobre as transformações da linguagem na estamparia têxtil com relação aos motivos retratados, principalmente durante o século vinte, onde as transformações nas artes plásticas, combinada à inovações na indústria e tecnologias, mudanças na sociedade e economia, aconteceram mais rápido neste período do que em qualquer outro momento da história.

segundo June fish (2005) no design têxtil em particular, notam-se períodos chaves durante o século vinte, marcados pela influência das artes abstratas, quebrando com a tradição floral dos têxteis durante os anos 30, 40 e 50.

Como designer de superfície, é interessante observar períodos chave e suas inovações estilísticas, o modo como cada período estabelece sua estética e cores, sempre refletindo as circunstâncias, e as inovações de um pequeno número de artistas e designers, pois assim foram construídos os fundamentos do design de hoje.

Toda a produção estética está conectada a seu tempo, e muitas vezes são as artes plásticas que trazem as vanguardas, o mercado e a indústria absorvem e transformam essas linguagens, e as pessoas passam a usá-la em objetos de vida cotidiana e a vestí-la.

Como também observou deian sudjic sobre esta relação, também moda é buscar uma transfusão de sangue extraído da energia da arte contemporânea, e para aproximar o projeto desta foram selecionados algumas obras de 3 artistas contemporâneos com exposisões no ano de 2012 no Brasil, em que tive contato e que agora utilizo como referência estética para a estampas: adriana Tabalipa, albano afonso e Gertrud Goldschmidt.

esses artistas foram selecionados como referência pela estrutura compositiva de suas obras. pela organização dos elementos que conferem ritmo sem trabalhar com a repetição de elementos idênticos, e sim por semelhança. o senso de repetição ocorre e o que existe é certa característica, certos elementos, que por serem similares e se estruturarem de forma homogênia dentro da composição conforme organização do artista dão o ritmo e o comentado senso de repetição. Mas esta não é automática, os elementos organizados não se repetem. a harmonia compositiva se dá pela continuidade da semelhança entre eles. o que de novo eles trazem são os detalhes, as pequenas diferenças entre as partes que conferem um ritmo orgânico, ondulações visuais, surpresas. Compreende-se melhor observando os trabalhos, encontrados na sequência.

Tabalipa, nos dois trabalhos selecionados para análise, trabalha com objetos que funcionam como módulos organizados em uma estrutura contínua. Tanto no trabalho com sabonetes, quanto no com blisters, cada elemento possui uma forma única mas estão unidos por fazer parte de uma mesma macro organização e função, como “sabonetes” e “blisters”, e também pela semelhança estética.

Page 40: Coleção Procuro

31

adriana tabalipa: artista visual e gravadora (Curitiba pr 1972)exposição individual adriana Tabalipa: The end factory project,aconteceu entre 11 de abril e 10 de junho de 2012, na Caixa Cultura Curitiba

54 55

em sua série de auto-retratos com artistas, albano afonso mescla suas fotos com pinturas, atráves de máscaras circulares, onde interagem harmonica e simultaneamente, sobrepostas. Cromaticamente, as imagens interagem se complementando, e um ritmo é criado pela constante presença do formato circular das máscaras que se mantem por toda extensão da obra.

albano afonso: artista visual (são paulo sp 1964)exposição coletiva 1911-2011 arte Brasileira e depois, da Coleção do itaúaconteceu entre 26 de abril e 19 de agosto de 2012 no Museu oscar niemeyer

56 57

Gertrud Goldschmidt interpela imagens de modo semelhante a albano afonso. as partes da imagem estão como que entrelaçadas, mas não de maneira automática. Há brechas e descontinuidades.

Page 41: Coleção Procuro

32

gertrud goldschmidt (gego): artista e escultora (venezuela 1912 – 1994)exposição coletiva Trigésima Bienal de são paulo: a iminência das poéticasaconteceu entre 7 de setembro e 9 de dezembro de 2012 no ibirapuera (são paulo, sp)

as estruturas compositivas dos artistas entram no projeto como inspiração para a coleção junto com as diretrizes de tendência, se aproveitando do contexto atual do design de superfície que não mais pressupõe a repetição; e do processo de impressão digital, que faz ser possível a fabricação de uma estampa sem rapport além da reprodução de imagens fotográficas.

58 59

Page 42: Coleção Procuro

33

3.2 // experimentações iniciais

as experimentações aconteceram em paralelo à pesquisa teórica, como um reflexo das etapas estudadas e uma forma de expressão do material coletado. elas ocorreram até a conceituação final da coleção, quando se iniciaram as gerações de alternativa que aí então aplicaram todas as etapas pesquisadas.

no início da pesquisa foram testados métodos de impressão manuais, como uma maneira de experenciar os limites das técnicas.

o primeiro teste foi realizado com carimbos de batata, feitos manualmente (imagem 60) e a segundo para testes de construção de rapports com palitos (imagem 61).

60 61

apesar das características positivas desta primeira etapa de experimentos, como a expressividade e autentisidade de cada marca deixada por esse tipo de impressão, a imprecisão das técnicas e principalmente o avanço da pesquisa de tendências e a entrada de artistas referência, e o melhor entendimento das mesmas técnicas e suas possibilidades, direcionaram os experimentos para outro caminho, partindo para uma segunda etapa com colagens manuais, para que fosse possível a inserção de imagens fotográficas, mais coerente com as tendências Hybrid Imagery e Digital Cenary.

nota-se claramente a influência das tendências em todas elas (imagens 62, 63 e 64) e na última a influência da artista plástica Gego, quanto ao intercalamento das imagens (imagens 64)

62

63

Page 43: Coleção Procuro

34

64

essa segunda rodada de experimentos foi guiada pelo eixo-temático lugares, tema de interesses do público-alvo, mesclado com imagens abstratas.

a inserção de imagem digitais conectou o projeto às tendências, mas o eixo-temático estava ainda pouco claro e definido e a identidade da coleção não estava ainda completamente formada.

esta identidade foi concluída e então foi possível o início das gerações de alternativas que englobavam todos os aspectos da pesquisa.

Page 44: Coleção Procuro

04 // a coleção

COnCeiTua a COLeçãO;define O PainéL aTMOsfériCO (MOOd bOard);se POsiCiOna quanTO à COr e O desCreve O PrOCessO de Cada eixO TeMáTiCO e eCharPe

Page 45: Coleção Procuro

36

4.1 // coleção Procuro

para o entendimento da construção da coleção, começamos por saber a significação do termo coleção. em pensando sobre coleção37, Gisela C. Monteiro caracteriza a expressão como um conjunto de partes com algo em comum, podendo ser o fator aglutinante de natureza concreta ou abstrata. no campo da moda, a palavra coleção representa um conjunto de peças projetados para determinada temporada, com conceitos e características específicas, segundo o dicionário da moda.38

a construção desta coleção de echarpes se dá com a soma das diretrizes encontradas em todas as etapas pesquisadas, presentes nas duas primeiras macro-etapas do documento — contexto e inspiração — e se soma às inteções da coleção procuro.

procuro é o nome escolhido para esta coleção de echarpes, onde a intenção foi encontrar cenários. primeiro, perguntando ao público-alvo sobre os lugares que gosta de ir e os que gostaria de conhecer e num segundo momento estruturando em três eixos: o universal, que engloba todos espaços; o social, relativo aos espaços de convívio; e o pessoal, relativo aos cenários pessoais.

para retomar os posicionamentos das primeiras macro-etapas, primeiramente com relação à composição, temos a libertação do uso de módulos idênticos e da repetição exata, proporcionado pela impressão digital, e a opção pela construção de composições sem encaixe e da utilização do ritmo na superfície por semelhança entre as partes, inspirada pelos sistemas de composição de 3 artistas: adriana Tabalipa, albano afonso e Gertrud Goldschmidt.

a identificação da tendência Hibrid Imagery apoia o uso da mistura de imagens fotográficas com outros elementos na construção das estampas e Digital Scenery comtempla a representação de cenários, vindo de encontro aos objetivos da coleção, no contexto do projeto utilizando imagens fotográficas para a representação destes.

além de estruturar três eixos a coleção se propôs a seguir algumas características de estilo para a criação de uma identidade.

estas características foram extraídas de donis a. dondis em seu capítulo sobre estilo em a sintaxe da linguagem visual39 onde categoriza 5 grandes áreas de estilo visual e caracteriza cada uma delas40.

as características desejadas são variação e fragmentação; e as não desejadas são exatidão e estabilidade.

a coleção se contrói pela soma:

37 senai/CeTiQT.

MonTeiro, 2012, p. 97.

38 fonte: ‹http://www.

cataguases.com.br/pagina.aspx?7›

39 dondis, 2003, p. 161.

40 áreas e características

em anexo

TendÊnCias 2013 + idenTidade proCuro + CoMposiÇÕes dos arTisTas seleCionados = ColeÇÃo proCuro

Page 46: Coleção Procuro

37

para uma representação imagética da identidade da Coleção procuro, foi realizado um painél atmosférico (Mood Board).

esse painél congrui conceitualmente os 3 eixos (imagem 65).

CoLEção ProCuro

Ao redor de tudo, sendo tudo, o universo. A escuridão e a luz. Dentro dele, nossas casas. As luzes para quando o sol se vai, as paredes, os vizinhos. A vida social, o cotiano, a organização dos dias. E dentro das casas, nós, que vemos além das casas, além das paredes e dos dias. Que vemos (ou tentamos ver) o universo.

após o fechamento da conceituação da coleção, partimos para o desenvolvimento gráfico, por eixos conceituais.

65

Page 47: Coleção Procuro

38

estabelecer as cores de acordo com o painel imagético elaborado para o projeto, a definição da paleta de cores pode ser feita através da observação das tonalidades recorrentes nas imagens ou em elementos e motivos significantes presentes nas fotos.

esse tipo de abordagem para extração da paleta combina com o perfil estético do projeto, que utiliza combinação de imagens e processo de impressão por quadricromia (CMyK) e permite a variação cromática sem implicar no aumento do custo do produto, mas a paleta não só é retirada das cores presentes nas fotos, como as fotos são utilizadas como parte da composição das estampas.

outro estudo, que considera a dinâmica de consumo e produção visual da contemporaneidade, as autoras Carolina C. lenz-Cesar e paloma o. de Carvalho santos42 propõe uma diretriz para a escolha das cores na estamparia, levando em conta a adequação à identidade de uma marca.

o estudo se baseia no processo criativo de uma marca de roupas, onde em cada estação é elaborado um tema (uma narrativa, um assunto) que dá origem a um conceito visual, que se desdobra em eixos cada um com sua respectiva paleta.

Considerando estes dois estudos para aplicação no projeto e posicionamento de cor, as paletas se constrõem com relação à imagens fotográficas presentes em cada eixo, definidos pela temática relativa à cada eixo (universal, social e pessoal) que caracterizam a identidade da coleção.

42 lenZ-Cesar; sanTos.

2012, p. 69.

41 senai/CeTiQT.

sudsiloWsKy; CaMpelo; MonTeiro, 2012, p. 163.

4.1.1 // Posicionamento cromático

Quando uma coleção é criada para que as peças estampadas sejam usadas em conjunto, essas estampas são consideradas coordenadas.41

estampas coordenadas bem-sucedidas, segundo sudsilowsky, Campelo e Monteiro (2012), devem apresentar harmonia e unidade visual. Geralmente essas estampas são trabalhadas dentro de uma mesma paleta cromática pré-estabelecida.

no caso deste projeto as estampas não são coordenadas, pois os lenços não são projetados para serem utilizados em conjunto uns com os outros, não pressupondo a definição de uma paleta única para toda a coleção.

Quanto à definição da cartela de cores para a fabricação de estampas, segundo sudsilowsky, Campelo e Monteiro (2012), o designer pode

Page 48: Coleção Procuro

39

4.2 // desenvolvimento gráfico

Cada eixo temático desenvolveu sua própria dinâmica a partir dos parâmetros selecionados na pesquisa, mas tem em comum o uso de representações fotográficas que interagem com grafismos.

Todo o desenvolvimento se deu à mão, com desenho à lápis e nanquin, eventualmente colagens manuais e posteriormente finalizados digitalmente, no photoshop.

as imagens utilizadas foram pegas de bancos de imagens on line, como Google Images e Stock.XCHNG.

universaL

o eixo universal considera a soma dos cenários, um espaço total onde todos coabitam. inicialmente este eixo foi pensado de modo abstrato, como um todo invisível que permeia tudo. neste sentido foram pesquisadas referências imagéticas de religiões e crenças, ainda sem um objetivo compositivo, somente a título de criação de repertório.

durante essa pesquisa, intencionando estruturar uma composição, foi escolhido um símbolo para ser trabalhado como uma espécie de módulo, seguindo a influência da lógica construtiva de adriana Tapalipa43.

o símbolo escolhido foi uma Hamsá, usado como um talismã com a aparência da palma da mão com cinco dedos estendidos, usado por praticantes do Judaísmo e do islão como um amuleto contra mau-olhado.

foram selecionadas 20 Hamsá distintas para testes de composição. as primeiras tentativas foram com desenhos impressos, encaixando as mãos e testando estruturas. num segundo momento todas as Hamsá foram colocadas em preto, e outras composições foram testadas digitalmente.

43 ver Artes plásticas e

estamparia (p. 33)

66

66. referências para o eixo universal: crenças.

Page 49: Coleção Procuro

40

as Hamsá fizeram parte de uma geração de alternativas preliminar, não tendo se desenvolvido. o que ficou desta geração foi o fato de um mesmo símbolo ser trabalhado dentro da composição, com representações diferentes.

repensando sobre o universo, uma outra geração se iniciou, substituindo a Hamsá por planetas, numa representação de universo no sentido de espaço e galáxias (imagem 69).

seguindo o desenvolvimento desta ideia, foram pesquisados grafismos que entrariam no desenho para completar a composição, como ocorre em todos os eixos: representações fotográficas que interagem com grafismos.

67. Testes com recortes de Hamsá

68. Testes digitais

67

68

69

Page 50: Coleção Procuro

41

assim se compõe o eixo universal, com o par orgânico (imagem 72) e fractal (imagem 73), de planetas e grafismos.

70. Grafismos orgânicos

71. Grafismo fractal

70

71

foram criadas duas propostas de grafismos para o par de echarpes deste eixo. o primeiro, orgânico, é uma máscara onde as imagens entram preenchendo o espaço e o outro, fractal, reto e delicado, desenvolve uma sequência de linhas de maneira fractal.

Page 51: Coleção Procuro

42

orgânico fractal

Page 52: Coleção Procuro

43

soCial

este eixo diz respeito ao social, à vida cotidiana, urbana. as alternativas se iniciaram com representações de cenários urbanos, por perspectivas aéreas. na imagem 74, a inteção era que ocorresse o preenchimento das áreas compreendidas pelas linhas com fotos que eventualmente se cruzavam, junto com um grafismo representando carros.

a alternativa foi se desenvolvendo onde os blocos preenchidos por imagens não mais se intercalavam e sim formavam quadras onde o espaço livre entre elas seriam as ruas de circulação dos carros.

74

75

Page 53: Coleção Procuro

44

em um próximo passo (imagem 76) correu o aumento da quantidade de quadras, e a inserção de cor independente das fornecidas pelas imagens inseridas, selecionadas por se relacionarem à vida social urbana.

o desenvolvimento desta alternativa caminhava para uma estrutura, um grid, onde as imagens entraram em suas brechas, similar às composições de albano afonso onde as máscaras são circulares e de Gego, onde o grid é tramado.44

a construção desta estrutura, a priori aérea e constante, se modificou para um grid de perspectivas múltiplas (imagem 77), representando construções interligadas.

44 ver Artes plásticas e

estamparia (p. 33)

76

77

Page 54: Coleção Procuro

45

o teste com a inserção de imagens sobre o grid com várias perspectivas alcançou os objetivos desejados. Mesclava imagens e representava a cidade, em uma estrutura rítmica, com continuidade porém sem repetição.

78. Teste digital com inserção de imagens

79. Colagem manual testando blocos de cor

a partir delas iniciou-se o refinamento já na proporção final. foram feitos 3 desenhos em a3 unidos digitalmente.

80. Grid final sem inserção de imagens

Page 55: Coleção Procuro

46

o par de echarpes deste eixo se desdobrou com relação à maneira que o preenchimento das áres se daria. o desdobramento contraste utilizou como preenchimento imagens abstratas, plantas arquitetônicas, mapas e blocos de cor, onde os blocos de cor com nível de luminosidade distintas, ao se encontrarem lado a lado, marcam as áreas que ocupam por contraste. o outro, harmônico, se preencheu somente com fotograficas de paredes e muros se mantendo numa paleta de cores análogas (amarelo, laranja e vermelho). no Harmônico se trabalha a fluidez entre os recortes criados pelo grid, se oponto ao contraste dos recortes do outro echarpe deste eixo.

Page 56: Coleção Procuro

47

contraste harmônico

Page 57: Coleção Procuro

48

pessoal

o terceiro eixo diz respeito ao cenários pessoais. se desdobra em dois, o bucólico, que se refere à atividades contemplativas e à natureza e o instrumental, relativo a momentos de atividade que envolvem objetos, retirados das atividades de lazer apresentadas pelo usuário, como ler, andar de bicicleta e fotografar.

este eixo se iniciou com uma coleta e seleção de imagens relativas a natureza: aves, frutos e flores, ainda sem uma estrutura ou proposta de composição (imagem 83).

em um ensaio na busca de compor as imagens coletadas em uma estrutura, foi proposta a sopreposição das imagens sobre um grafismo (imagem 84).

83

84

seguindo o propósito de criar uma estrutura, iniciou-se uma fase de geração de grafismos que pudessem ser combinados com as imagens de natureza selecionadas anteriormente (imagem 85).

Page 58: Coleção Procuro

49

explorados alguns grafismos que trabalham a repetição de elementos, retornou-se ao digital, para o inicio das mesclagens.

a composição se inicia com vários elementos das imagens selecionadas, e um princípio de grafismo (as linhas pretas) mas ainda não indicava estrutura.

na sequência do desenvolvimento as imagens foram cedendo lugar aos grafismos para que ocupassem o espaço indicando uma organização, uma estrutura.

85. Testes de grafismos

85

86

86. Screen Shot da tela durante desenvolvimento da alternativa.

87

Page 59: Coleção Procuro

50

a estrutura começava a aparecer, e os ajustes foram ocorrendo já durante o processo. as três faixas pretas na parte superior (imagem 88)eram elementos de muito peso, que impediam um fluxo livre dentro da composição. foram então retiradas e os grafismos inseridos apartir de então teriam sempre um peso, com relação à mancha gráfica que geravam, semelhante (imagem 89).

o desenvolvimento dava continuidade, com gravismos à mão (imagem 90) e outros produzidos digitalmente.

90. Grafismos à nanquim

88

89

90

Page 60: Coleção Procuro

51

a composição segue a tendência Hibrid Imagery. a mistura imagética se dá pelos diferentes grafismos em preto e branco, organizados de modo a cobrir a área do echarpe com diferentes estruturas.

os grafismos em preto preencheram toda a área e as imagens foram incluídas estabelecendo contra-pontos e inserindo cor à dinâmica monocromática.

Page 61: Coleção Procuro

52

bucólico instrumental

Page 62: Coleção Procuro

53

4.1.1 // fotos da coleção

Page 63: Coleção Procuro

54

Page 64: Coleção Procuro

05 // consideraçÕes finais

Page 65: Coleção Procuro

56

em um posicionamento franco e pessoal sobre processo de pesquisa, com relação ao objetivo geral — compreeender as variáveis do processo de criação de uma estampa para tecido — que me levaram a realizar o projeto, sinto tê-lo cumprido no sentido de ter iniciado um processo de aprendizado na área de estamparia e design de superfíe, pontuados como objetivos específicos.

o processo de realização de um projeto de graduação, considerando a minha experiência, possibilitou que em um tempo determinado eu pesquisasse e chegasse a conclusões que eu não chegaria por nenhum outro processo. por caminhos não traçados na graduação, o desafio de realizar um projeto gráfico no contexto de um projeto de graduação exigiu um ferramental ainda não praticado: a pesquisa e a escrita acadêmicas.

por um lado, em um ano foi possível descobrir uma área do conhecimento até então obscura, porém espiada com curiosidade — design de superfície —; foi possível compreender as técnicas tradicionais de estamparia e descobrir novas possibilidades; observar os lenços, echarpes e cachecóis de um modo novo, não só como acessórios que protegem minha voz no inverno, mas como objeto de design gráfico, moda e superfície e foi possível utilizar como referência gráfica artistas que me marcaram por suas composições, e me fizeram pensar as barreiras entre as áreas que trabalham com representações visuais: artes plásticas, design gráfico, design de moda e design de superfície. só sinto que faltou um estudo mais aprofundado e prático sobre tecido e caimento .

em muitos momentos o processo acadêmico me pareceu obscuro e escrever sobre tudo o que pesquisava não refletia o aprendizado que estava tendo. Compreender a linguagem de disertações a ponto de fazer como tal me foi o maior desafio, que se mantém até a escrita da última palavra e que pretendo continuar praticando por ainda achar que consigo fazer melhor.

o tempo de maturação necessário para o desenvolvimento demorou um pouco a acontecer e como muitas áreas de pesquisa do projeto eram até então novas para mim, muito conteúdo precisava ser encontrado, fazendo todo o processo de realização cheio de novos desafios.

o que percebo hoje é que só consegui realizar bem o projeto até o final pelo meu interesse pelas áreas que cercavam o objetivo geral e por respeitar e compreender meu processo de desenvolvimento projetual.

os resultados gráficos finais só foram obtidos pelo direcionamento racional da pesquisa de tendências, da seleção dos artistas e do estudo do público-alvo. são resultados interessantes e justificáveis, mas pensando de um modo mais amplo e prático, o desenvolvimento gráfico poderia ter sido feito conforme as mesmas pesquisas, mas se não estivesse em um contexto acadêmico, acredito que os resultados poderiam se realizar de modo mais espontâneo, trazendo resultados mais inovadores, se utilizando da pesquisa somente como ponto de partida e inserindo referências de modo livre. Considero a realização deste projeto um aprendizado pessoal sobre o processo de realização de um projeto complexo em território desconhecido, mais do que uma maneira de encontrar um resultado gráfico.

Page 66: Coleção Procuro

57

A/W 13/14: L.A. Textile show trend analysis

By Catherine Belgiano, WGSN, 30 October 2012

Metallics drive colour this season, drawing inspiration from the elements with bronze and copper tonesas well as lustrous finishes.

Click HERE for our pick of the best mills from this season's show.

OverviewSee below for our checklist of key colours, textures and print & finishes set to drive the season.

SHORTCUT

Colour: Neon renewal – Elemental metallics – Black & whiteTexture: Primary shapes – Ethereal knits – Embossed surfaces – Contemporary quilting – BrushedsoftnessPrint & finish: Hybrid imagery – Surface sheen – Baroque decadence – Digital scenery – Trompe l’oeil

©WGSN 2012

Pattern & finish

Hybrid imagery

Hybrid imagery fuses contrasting prints and patterns through the use of digital inkjet printing. Thismethod allows for a more sophisticated use of colour, elevating prints to a higher level of visualstimulation.

Surface sheen

Exuding radiance and luxury, natural fabrics adopt sheen coatings layered on texture. This season thereis a focus on crinkle effects with foil finishes.

Silk Safari at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Textile Secrets International Inc. at LA Textile Showautumn/winter 2013/14

Universal Textile Mills at LA Textile Showautumn/winter 2013/14

Silk Safari at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Deveaux at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Deveaux at LA Textile Show autumn/winter 2013/14

©WGSN 2012

aneXoTendênCias Para TêxTeis - Wgsn

Page 67: Coleção Procuro

58

Pattern & finish

Hybrid imagery

Hybrid imagery fuses contrasting prints and patterns through the use of digital inkjet printing. Thismethod allows for a more sophisticated use of colour, elevating prints to a higher level of visualstimulation.

Surface sheen

Exuding radiance and luxury, natural fabrics adopt sheen coatings layered on texture. This season thereis a focus on crinkle effects with foil finishes.

Silk Safari at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Textile Secrets International Inc. at LA Textile Showautumn/winter 2013/14

Universal Textile Mills at LA Textile Showautumn/winter 2013/14

Silk Safari at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Deveaux at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Deveaux at LA Textile Show autumn/winter 2013/14

©WGSN 2012

Baroque decadence

Developing the autumn/winter 2012/13 catwalks, Baroque motifs gain momentum and are translated forthe mass market. Luxe variations of this theme are presented in velvets and brocades as well asrejuvenated coloured prints.

Shiyo Textile Inc. at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Tiss & Teint at LA Textile Show autumn/winter2013/14

United Leather at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Pizval SRL at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Silk Safari at LA Textile Show autumn/winter2013/14

United Leather at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Silk Safari at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Deveaux at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Silk Safari at LA Textile Show autumn/winter 2013/14

©WGSN 2012

Page 68: Coleção Procuro

59

Baroque decadence

Developing the autumn/winter 2012/13 catwalks, Baroque motifs gain momentum and are translated forthe mass market. Luxe variations of this theme are presented in velvets and brocades as well asrejuvenated coloured prints.

Shiyo Textile Inc. at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Tiss & Teint at LA Textile Show autumn/winter2013/14

United Leather at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Pizval SRL at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Silk Safari at LA Textile Show autumn/winter2013/14

United Leather at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Silk Safari at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Deveaux at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Silk Safari at LA Textile Show autumn/winter 2013/14

©WGSN 2012

Digital scenery

Hyper-real depictions of natural landscapes and scenery perfectly tap into our Living Design macro trend,as our connection with nature is heightened through technological augmentation.

Trompe l’oeil

Inspired by our Hacktivate trend, computerised printing enables smooth surfaced fabrics to convey the

Pontetorto S.P.A. at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Malhia Kent at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Deveaux at LA Textile Show autumn/winter 2013/14

Shiyo Textile Inc. at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Textile Secrets International Inc. at LA Textile Showautumn/winter 2013/14

Deveaux at LA Textile Show autumn/winter 2013/14

Adishakti Industries PVT. LTD. at LA Textile Showautumn/winter 2013/14

Deveaux at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Textile Secrets International Inc. at LA Textile Showautumn/winter 2013/14

©WGSN 2012

Page 69: Coleção Procuro

60

Digital scenery

Hyper-real depictions of natural landscapes and scenery perfectly tap into our Living Design macro trend,as our connection with nature is heightened through technological augmentation.

Trompe l’oeil

Inspired by our Hacktivate trend, computerised printing enables smooth surfaced fabrics to convey the

Pontetorto S.P.A. at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Malhia Kent at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Deveaux at LA Textile Show autumn/winter 2013/14

Shiyo Textile Inc. at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Textile Secrets International Inc. at LA Textile Showautumn/winter 2013/14

Deveaux at LA Textile Show autumn/winter 2013/14

Adishakti Industries PVT. LTD. at LA Textile Showautumn/winter 2013/14

Deveaux at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Textile Secrets International Inc. at LA Textile Showautumn/winter 2013/14

©WGSN 2012

illusion of a third dimension. Previously embellished looks, such as sequins and studding, feature in 2Don silk crepe de chine and jersey knits.

Deveaux at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Deveaux at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Universal Textile Mills at LA Textile Showautumn/winter 2013/14

©WGSN 2012

Digital scenery

Hyper-real depictions of natural landscapes and scenery perfectly tap into our Living Design macro trend,as our connection with nature is heightened through technological augmentation.

Trompe l’oeil

Inspired by our Hacktivate trend, computerised printing enables smooth surfaced fabrics to convey the

Pontetorto S.P.A. at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Malhia Kent at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Deveaux at LA Textile Show autumn/winter 2013/14

Shiyo Textile Inc. at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Textile Secrets International Inc. at LA Textile Showautumn/winter 2013/14

Deveaux at LA Textile Show autumn/winter 2013/14

Adishakti Industries PVT. LTD. at LA Textile Showautumn/winter 2013/14

Deveaux at LA Textile Show autumn/winter2013/14

Textile Secrets International Inc. at LA Textile Showautumn/winter 2013/14

©WGSN 2012

Page 70: Coleção Procuro

61

16 respostas

Resumo Ver as respostas completas

prazer, Ju

e como você se chama?

Luque Luan Marina Nathalia camargo Gustavo Oenning Gabriel Rezende Tiê Coelho Todão Carolina Zanelatto Wormsbecher,

prazer! Julianna Thais Adhy Marília Camila Yumi Daniel Gabriel Ary

sou menino 8 50%

sou menina 8 50%

Atividades paralelasfotografar 7 44%

cozinhar 8 50%

caminhar 8 50%

praticar esportes 2 13%

andar de bicicleta 6 38%

tocar algum instrumento 4 25%

ler 11 69%

ficar à toa na internet 14 88%

jogos virtuais 0 0%

dançar 8 50%

desenhar 7 44%

costurar 3 19%

As pessoas podem marcar mais de uma caixa deseleção, então a soma das percentagens podeultrapassar 100%.

Poderia me dizer 3 lugares que gostaria de conhecer?

caminho de santiago, o japão e o chile México, Índia e Marrocos. Oriente Médio ( Síria, Jordânia, Israel e Líbano) Leste Europeu Uma Ilha

paradisíaca Dublin, londres (quero voltar) e a bahia! Berlim, Índia e outra galáxia. Cordilheira dos Andes, Londres, Nova York. Itália,

Hawaii, Estados Unidos. As históricas de Minas Gerais e São Raimundo Nonato, no Piauí Os interiores da América Latina, A estranheza do

Leste Europeu, (ai, foi 4, desculpa!) Índia Nova Zelândia Ouro Preto!!!! - Alemanha, mais especificamente alguns vilarejos no interior; -

Thailandia; - Sicília. qro conhecer a HOLANDA s2, a Espanha ...

aneXoresuMO de resPOsTas - Pesquisa COM usuáriO

Page 71: Coleção Procuro

62

06/11/12 Editar formulário - [ Hábitos ] - Google Docs

2/4https://docs.google.com/spreadsheet/gform?key=0AmQpDzW4RCX8dDNtNUhLbW94UldYa09DVGR…

Qual o blog/site que você visita com mais frequência?

http://piercingsandink.tumblr.com/ http://bbricks.tumblr.com/ e http://www.baubauhaus.com/ The Hype BR TrendCoffee Face Hunter Michelle

Filomeno Youtube Vimeo Models.com behance.net folha.com Como eu me sinto quando Design on the rocks graphic-exchange.com

flipboard (um aplicativo na verdade, que reuni tudo em uma coisa só) Eu não visito muitos blogs e sites, mais uns que eu visito são : Flickr,

tumblr ( não sei se são sites de redes sociais ) e alguns sites de artistas como : http://www.banksy.co.uk/ http://www.lost.art.br/osgemeos.htm

http://leejeffries.500px.com/homeless/ (tô bem fraquin ...

O que você tem ouvido?

nina becker, wado e kanaku y el tigre Capullo Lana Del Rey Damien Rice Beirut Kings of convenience Ed sheeran Caribou - Sun uma

mistura de eletrônico com batidas naturais (sons orgânicos) em uma atmosfera que não consigo definir com palavras. Mas é

esperançoso. Radiohead, Cat Power... Rock alternativo, folk, mpb... Chuck Berry, Jimi Hendrix, Buddy Miles, Elza Soares, Tim Maia e muito

mais. Mutantes, Casa das máquinas, Perfume azul do Sol (ultimamente só velharia pscicodélica :) (Dica de música: Perfume azul do Sol -

Calça Velha) Nina Simone - Still Love Boris Yeltsin (só uma ?) Bat for Lashes - Gl ...

Me diga um lugar que gosta de ir

itanhandu Bapka Paulista Barba Praça do Atlético (pode ser qq lugar que contenha árvores, se tiver lago melhor ainda). isolado no

meu quarto Brasil - Ubatuba. qualquer lugar com sol, mato e grama (: torto T ...

vestir-se

Quais acessórios você usa?anel 5 33%

brinco 7 47%

alargador 2 13%

colar 7 47%

maxicolar 3 20%

pulseira 5 33%

relógio de pulso 2 13%

boné 4 27%

gorro (touca) 5 33%

óculos de sol 9 60%

piercing 8 53%

Other 2 13%

As pessoas podem marcar mais de uma caixa deseleção, então a soma das percentagens podeultrapassar 100%.

De onde vem as roupas que você veste?lojas âncora (ex.: C&A, Renner, Marisa) 11 69%

roupas de marca (ex.: Lacoste, Farm, Chanel) 5 31%

Marcas esportivas (ex.: Nike, Puma) 3 19%

Hering ou similar 10 63%

lojas menos conhecidas (marcas independentes) 12 75%

internet: lojas estrangeiras 3 19%

internet: marcas independentes 3 19%

Page 72: Coleção Procuro

63

06/11/12 Editar formulário - [ Hábitos ] - Google Docs

3/4https://docs.google.com/spreadsheet/gform?key=0AmQpDzW4RCX8dDNtNUhLbW94UldYa09DVGR…

internet: marcas independentes 3 19%

brechós 8 50%

feiras 5 31%

costureira/alfaiate 3 19%

alguém dá 6 38%

Other 5 31%

As pessoas podem marcar mais de uma caixa de seleção,então a soma das percentagens pode ultrapassar 100%.

Das suas roupas, qual a que você mais gosta?

um casaco de lã azul que minha avó fez; porque minha vó que o fez. uma calça verde de gancho (estilo aldeão) saruel, gosto da referência e

do corte diferente. camisas estampadas manda curta, pois gosto da referência brega e pequena ousadia que elas trazem. Vestido...è a

melhor maneira de se vestir bem, sem pensar muito em todas as combinações de roupa que eu posso fazer Gosto de peças basicas e

zara Uma jaqueta verde limão de uma marca esportiva. Gosto porque o material é quente o suficiente para dias frios, e frio o suficiente para

dias quentes. E ainda é impermeável (curitiba chove muito). jea ...

Em que contexto você usa cachecól/ lenço?

quando esfria um pouco 10 63%

quando está muito frio 11 69%

quanto quero usar algum acessório direrente 7 44%

numa situação formal 2 13%

para completar a composição com algumas peças específicas 6 38%

não tenho critério 3 19%

Other 5 31%

As pessoas podem marcar mais de uma caixa de seleção, então a somadas percentagens pode ultrapassar 100%.

Você tem algum critério de combinação do cachecól com o resto da composição?

meus cachecois são cinzas, como grande parte das minhas outras roupas, consigo usar ele com qualquer outra roupa. não Não sei se é

por ser inverno, mas costumo usar muito cachecol como uma peça em constraste a minha roupa toda preta ou escura, que uso

bastante Nao mas gosto de usar o basico com um lenço ou cachecol mais diferente Componho meu look levando em consideração a

composição dos materiais e as cores (de forma a combinar). evito a "descomposição" com outras texturas das peças de roupa. Cachecol

xadrez -> roupa lisa. Não. No geral, ele deve se alinhar ao resto da roupa, fazendo parte da comp ...

Com que frequência você usa/compra roupas estampadas?1 - raramente 2 13%

2 4 25%

3 4 25%

4 6 38%

06/11/12 Editar formulário - [ Hábitos ] - Google Docs

2/4https://docs.google.com/spreadsheet/gform?key=0AmQpDzW4RCX8dDNtNUhLbW94UldYa09DVGR…

Qual o blog/site que você visita com mais frequência?

http://piercingsandink.tumblr.com/ http://bbricks.tumblr.com/ e http://www.baubauhaus.com/ The Hype BR TrendCoffee Face Hunter Michelle

Filomeno Youtube Vimeo Models.com behance.net folha.com Como eu me sinto quando Design on the rocks graphic-exchange.com

flipboard (um aplicativo na verdade, que reuni tudo em uma coisa só) Eu não visito muitos blogs e sites, mais uns que eu visito são : Flickr,

tumblr ( não sei se são sites de redes sociais ) e alguns sites de artistas como : http://www.banksy.co.uk/ http://www.lost.art.br/osgemeos.htm

http://leejeffries.500px.com/homeless/ (tô bem fraquin ...

O que você tem ouvido?

nina becker, wado e kanaku y el tigre Capullo Lana Del Rey Damien Rice Beirut Kings of convenience Ed sheeran Caribou - Sun uma

mistura de eletrônico com batidas naturais (sons orgânicos) em uma atmosfera que não consigo definir com palavras. Mas é

esperançoso. Radiohead, Cat Power... Rock alternativo, folk, mpb... Chuck Berry, Jimi Hendrix, Buddy Miles, Elza Soares, Tim Maia e muito

mais. Mutantes, Casa das máquinas, Perfume azul do Sol (ultimamente só velharia pscicodélica :) (Dica de música: Perfume azul do Sol -

Calça Velha) Nina Simone - Still Love Boris Yeltsin (só uma ?) Bat for Lashes - Gl ...

Me diga um lugar que gosta de ir

itanhandu Bapka Paulista Barba Praça do Atlético (pode ser qq lugar que contenha árvores, se tiver lago melhor ainda). isolado no

meu quarto Brasil - Ubatuba. qualquer lugar com sol, mato e grama (: torto T ...

vestir-se

Quais acessórios você usa?anel 5 33%

brinco 7 47%

alargador 2 13%

colar 7 47%

maxicolar 3 20%

pulseira 5 33%

relógio de pulso 2 13%

boné 4 27%

gorro (touca) 5 33%

óculos de sol 9 60%

piercing 8 53%

Other 2 13%

As pessoas podem marcar mais de uma caixa deseleção, então a soma das percentagens podeultrapassar 100%.

De onde vem as roupas que você veste?lojas âncora (ex.: C&A, Renner, Marisa) 11 69%

roupas de marca (ex.: Lacoste, Farm, Chanel) 5 31%

Marcas esportivas (ex.: Nike, Puma) 3 19%

Hering ou similar 10 63%

lojas menos conhecidas (marcas independentes) 12 75%

internet: lojas estrangeiras 3 19%

internet: marcas independentes 3 19%

Page 73: Coleção Procuro

64

06/11/12 Editar formulário - [ Hábitos ] - Google Docs

3/4https://docs.google.com/spreadsheet/gform?key=0AmQpDzW4RCX8dDNtNUhLbW94UldYa09DVGR…

internet: marcas independentes 3 19%

brechós 8 50%

feiras 5 31%

costureira/alfaiate 3 19%

alguém dá 6 38%

Other 5 31%

As pessoas podem marcar mais de uma caixa de seleção,então a soma das percentagens pode ultrapassar 100%.

Das suas roupas, qual a que você mais gosta?

um casaco de lã azul que minha avó fez; porque minha vó que o fez. uma calça verde de gancho (estilo aldeão) saruel, gosto da referência e

do corte diferente. camisas estampadas manda curta, pois gosto da referência brega e pequena ousadia que elas trazem. Vestido...è a

melhor maneira de se vestir bem, sem pensar muito em todas as combinações de roupa que eu posso fazer Gosto de peças basicas e

zara Uma jaqueta verde limão de uma marca esportiva. Gosto porque o material é quente o suficiente para dias frios, e frio o suficiente para

dias quentes. E ainda é impermeável (curitiba chove muito). jea ...

Em que contexto você usa cachecól/ lenço?quando esfria um pouco 10 63%

quando está muito frio 11 69%

quanto quero usar algum acessório direrente 7 44%

numa situação formal 2 13%

para completar a composição com algumas peças específicas 6 38%

não tenho critério 3 19%

Other 5 31%

As pessoas podem marcar mais de uma caixa de seleção, então a somadas percentagens pode ultrapass ar 100%.

Você tem algum critério de combinação do cachecól com o resto da composição?

meus cachecois são cinzas, como grande parte das minhas outras roupas, consigo usar ele com qualquer outra roupa. não Não sei se é

por ser inverno, mas costumo usar muito cachecol como uma peça em constraste a minha roupa toda preta ou escura, que uso

bastante Nao mas gosto de usar o basico com um lenço ou cachecol mais diferente Componho meu look levando em consideração a

composição dos materiais e as cores (de forma a combinar). evito a "descomposição" com outras texturas das peças de roupa. Cachecol

xadrez -> roupa lisa. Não. No geral, ele deve se alinhar ao resto da roupa, fazendo parte da comp ...

Com que frequência você usa/compra roupas estampadas?1 - raramente 2 13%

2 4 25%

3 4 25%

4 6 38%

06/11/12 Editar formulário - [ Hábitos ] - Google Docs

4/4https://docs.google.com/spreadsheet/gform?key=0AmQpDzW4RCX8dDNtNUhLbW94UldYa09DVGR…

raramente sempre

4 6 38%

5 - sempre 0 0%

O que te faz escolher uma peça com estampa?

cores da estampa e, principalmente se for figurativa, conhecer o motivo da imagem. cores desenho composição peça em si Gostar da

padronagem Bonita Diferente Inusitada Desenhos diferentes (gosto de uma pegada étnica, que é difícil de encontrar por aí) a estética e

a qualidade de impressão. Se a estampa tem a ver comigo, se é bonita, se ela quer dizer algo para mim e etc ... O padrão da estampa -

ele precisa ser lindo! nenhum A composição e a figura em si Cor, se é "bonito" (ok, a gente é dezainer, realmente dá uma analisadinha

se a composição é harmônica ou dinâmica etc, rs) e se, no caso de estampa im ...

Diga o que quiser

QUERO UM PROJETO BEM LEGAL, TIPO MUITO LEGAL MESMO. Não to curtindo a faculdade esse semestre não, tá bem ruim. O clima tá

bem melhor, pois tá calor e eu gosto de calor. Gosto de estampas bregas, faz uma pra mim! Quero ver mais ousadia nos tccs. Minha mãe que

curte me ver de chachecol pois dai não fico doente no frio. Beijo Vou sentir falta de usar mais cachecol mas sp me espera (: Cachecois

devem ser passíveis de uso em dias quentes. Gostaria de comprar alguns que fossem de materiais alternativos, sintéticos, experimentais.

Variações de tamanhos são bem vindas (tenho um que uso como coberto ...

Deseja saber o resultado final da coleção, ou participar de outras pesquisas para o projeto?sim! 16 100%

não, obrigado. 0 0%

Número de respostas diárias

Page 74: Coleção Procuro

65

Primitivoexageroespontaneidadeatividade simplicidadedistorçãoplanurairregularidaderotundidade Colorismo

expressionismoexageroespontaneidadeatividade Complexidaderotundidadeousadiavariaçãodistorção irregularidadeJustaposiçãoverticalidade

classicismoHarmoniasimplicidade exatiçãosimetria agudezaMonocromatismoprofundidadeestabilidadeestaseunidade

ornamentalComplexidadeprofusãoexagerorotundidadeousadiafragmentaçãovariaçãoColorismo atividadeBrilho

funcionalsimplicidadesimetria angularidadeprevisibilidadeestabilidadesequencialidadeunidade repetiçãoeconomiasutilezaplanuraregularidadeagudezaMonocromatismoMecanicidade

aneXo5 grandes áreas de esTiLO visuaL a sinTaxe da LinguageM visuaL - dOnis a. dOndis

Page 75: Coleção Procuro

66

referências

a Peacy treary. disponível em: ‹http://apeacetreaty.com/›. acesso em junho de 2012.

fashion design process. department of apparel Merchandising & interior design da indiana university. disponível em: ‹http://design.iub.edu/fdcg/cycle.shtml›. acesso em junho de 2012.

BarTHes, roland. o sistema da moda. são paulo: Companhia editora nacional, 1979.

BorGes, sandra. a alquimia da cor. disponível em: ‹http://aalquimiadacor.blogspot.com›. acesso em janeiro de 2013.

Bro Wn, Claudia. viC Ker y, Jessie Whipple. Pathern design and beyonde: an insider’s guide to creating and managing your own surface design career. pattern people llC . 2011

CHaTaiGnier, Gilda. fio a fio: tecidos, moda e linguagem. são paulo: estação das letras editora ltda, 2006.

dicionário da moda: guia de referência de termos do mercado têxitil e moda Cataguases, MG: instituto francisca de souza peixoto, 2002. disponível em: ‹http://www.cataguases.com.br/pagina.aspx?7›. acesso em janeiro de 2013.

department of apparel merchandising & interior design. disponível em: ‹http://design.iub.edu/fdcg/cycle.shtml›. acesso em julho de 2012.

dondis, donis a. sintaxe da linguagem visual/donis a. dondis; [tradução Jefferson luiz Camargo]. são paulo: Martins fontes, 2003.

fisH, June. designing and Printing textiles. singapore: Craft print international ltd, 2005.

google images. disponível em: ‹http://images.google.com/›. acesso em janeiro de 2013.

hermès. disponível em: ‹http://www.hermes.com/›. acesso em agosto de 2012.

JayMe, Maria emília Mendes. tendências: recomendação para seu uso na gestão do design nas Mpex produtoras de louça de mesa de Campo largo - pr. dissertação (Mestrado design) - universidade federal do paraná, Curitiba, 2009.

Jenny Kee. disponível em: ‹http://www.jennykee.com/›. acesso em janeiro de 2012.

Kahani. disponível em: ‹http://kahani.goodsie.com/›. acesso em junho de 2012.

Kinas, Marina Kurth. estamparia digital e o design de superfície: múltiplas possibilidades. Trabalho de Conclusão de Curso em design, Habilitação design Gráfico. universidade do estado de santa Catarina. Centro de artes, florianópolis, 2011.

lasCHuK, Tatiana. design têxtil: da estrutura à superfície. porto alegre: editora uniritter, 2009.

Page 76: Coleção Procuro

67

levinBooK, Miriam. design de superfície: Técnicas e processos em estamparia Têxtil para produção industrial. dissertação (Mestrado design) – universidade anhembi Morumbi, são paulo, 2008.

lupi design. disponível em: ‹http://lupidesign.com/›. acesso em novembro de 2012.

neira, luz García. impressão digital, estética artesanal. rediGe, rio de Janeiro, v.3, n.3, apr. 2012. disponível em: ‹http://www.cetiqt.senai.br/ead/redige/index.php/redige/article/view/56›. acesso em janeiro de 2013.

neWMan, alex. sHariff, Zakee. dicionário da moda de a a Z. são paulo: publifolha, 2011.

núcleo de design de superfície ufrGs. disponível em: ‹http://www.nds.ufrgs.br/novo/index.html›. acesso em julho de 2012.

oliveira, Bruno fernandes de. ToKuTsune, fernanda suzuki. linha de relódios para jovens. Trabalho de conclusão de curso em design de produto - ufpr. Curitiba. 2011.

pereira, priscila Zavadil. rüTHsCHillinG, evelise anicet. silva, régio pierre. design de superfície: cultura iconográfica como referência para a estamparia têxtil. 9º Congresso Brasileiro de pesquisa e desenvolvimento em design. são paulo, 2010.

renata rubim design & cores. disponível em: ‹http://www.renatarubim.com.br/›. acesso em maio de 2012.

rinaldi, ricardo Mendonça. a contribuição da comunicação visual para o design de superfície. bauru: universidade estadual paulista, 2009. 141p. dissertação (Mestrado) - programa de pós-Graduação em design da faculdade de arquitetura, artes e Comunicação, Bauru, 2009.

rodriGues, anna paula feitosa. coleção de estampas sobre a diversidade cultural paranaense. Curitiba, 2007. 70 f. Monografia. Curso de design Gráfico do setor de Ciências Humanas, letras e artes, ufpr, Curitiba.

Humanas, letras e artes, ufpr, Curitiba.rüTHsCHillinG, evelise anicet. design de superfície. porto alegre: editora da ufrGs, 2008.

sanTos, paloma o. de Carvalho; lenZ-Cesar, Carolina Coelho. uma diretriz para a escolha das cores na estamparia: a adequação à identidade de uma marca. rediGe, rio de Janeiro, v.3, n.3, apr. 2012. disponível em: ‹http://www.cetiqt.senai.br/ead/redige/index.php/redige/article/view/133/212›. acesso em janeiro de 2013.

sCHWarTZ, ada raquel doederlein. design de superfície: por uma visão projetual geométrica e tridimensional. dissertação (Mestrado faculdade de arquitetura, artes e Comunicação) – universidade estadual paulista, Bauru, 2008.

senai/CeTiQT. inovação, estudos e pesquisas: reflexões para o universo têxtil e de confecção/ organizador flávio sabrá. são paulo: estação das letras e Cores, 2012.

surface design association. Creative exploration of fiber & fabric. disponível em: ‹http://www.surfacedesign.org/›. acesso em agosto de 2012.

sTallyBrass, peter. o casaco de marx: roupas, memória, dor. Belo Horizonte: autêntica editora, 2000.

Page 77: Coleção Procuro

68

sudJiC, deyan. a linguagem das coisas. rio de Janeiro: editora intrínseca ltda, 2010.

stock.Xchng. disponível em: ‹http://www.sxc.hu/›. acesso em janeiro de 2013.

Ted’s Talk. alexandre sequeira: reencontra o sentido da fotografia. disponível em: ‹http://www.tedxamazonia.com.br/tedtalk/alexandre-sequeira›. acesso em abril de 2012.

Ted’s Talk. Johanna Blakely: lessons from fashion’s free culture. disponível em: ‹http://www.ted.com/talks/johanna_blakley_lessons_from_fashion_s_free_culture.html›. acesso em novembro de 2012.

the sartorialist. disponível em: ‹http://www.thesartorialist.com/›. acesso em maio de 2012.

things organized neatly. disponível em: ‹http://thingsorganizedneatly.tumblr.com/›. acesso em janeiro de 2013.

Page 78: Coleção Procuro