63
0 COLÉGIO ESTADUAL ADÉLIA ROSSI ARNALDI - E F M PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO Paranavaí – Paraná

COLÉGIO ESTADUAL ADÉLIA ROSSI ARNALDI - E F M · 6 Em 1.965 foi instalado no mesmo prédio, o Ginásio Estadual de Sumaré, passando a ter duas escolas distintas: Grupo Escolar

Embed Size (px)

Citation preview

0

COLÉGIO ESTADUAL ADÉLIA ROSSI ARNALDI - E F M

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Paranavaí – Paraná

1

COLÉGIO ESTADUAL ADÉLIA ROSSI ARNALDI - E F M

Projeto Político Pedagógico encaminhado ao

Núcleo Regional de Educação do Município de Paranavaí

e a Secretaria de Estado da Educação onde se apresenta

as metas pedagógicas, políticas e administrativas da

instituição.

Paranavaí – Paraná

2

SUMÁRIO

I - APRESENTAÇÃO....................................................................................................................

II – INTRODUÇÃO......................................................................................................................

2.1 IDENTIFICAÇÃO...................................................................................................................

2.2 CARACTERIZAÇÃO GERAL................................................................................................

2.2-1 HISTÓRICO DO ESTABELECIMENTO.......................................................,....................

2.2-2 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO...............................................................................

2.2-3 OFERTA DE CURSOS E MODALIDADES.........................................................................

2.2-4 RECURSOS HUMANOS......................................................................................................

III – OBJETIVOS GERAIS...........................................................................................................

IV – MARCO SITUACIONAL......................................................................................................

V – MARCO CONCEITUAL.........................................................................................................

- Concepção de Homem..................................................................................................................

- Concepção de Mundo ..................................................................................................................

- Concepção de Sociedade..............................................................................................................

- Concepção de Educação...............................................................................................................

- Concepção de Escola....................................................................................................................

- Concepção de Cultura .................................................................................................................

- Concepção de Conhecimento.......................................................................................................

- Concepção de Ensino .................................................................................................................

- Concepção de Aprendizagem .....................................................................................................

- Concepção de Avaliação..............................................................................................................

- Concepção de Currículo...............................................................................................................

- Concepção de Estágio não Obrigatório........................................................................................

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR..................................................................................................

GESTÃO DEMOCRÁTICA..........................................................................................................

PRINCÍPIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA..............................................................................

VI – MARCO OPERACIONAL – Grandes Linhas de Ação...........................................................

FUNÇÃO ESPECÍFICA DE CADA SEGMENTO DA COMUNIDADE ESCOLAR.....................

Direção..........................................................................................................................................

Equipe Pedagógica.........................................................................................................................

Professores....................................................................................................................................

Equipe Administrativa (Secretária, Assistente de Execução, Bibliotecária, Serviços Gerais)..........

O PAPEL DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS.............................................................................

- Conselho Escolar.......................................................................................................................

- Conselho de Classe.....................................................................................................................

04

05

05

05

05

06

07

08

10

11

17

17

18

18

19

20

20

21

22

23

23

24

25

26

28

28

30

32

32

32

33

34

34

34

3

- APMF..........................................................................................................................................

- Grêmio Estudantil........................................................................................................................

Calendário Escolar.........................................................................................................................

Espaços Pedagógicos......................................................................................................................

Critérios de Organização de Turmas..............................................................................................

Formação Continuada dos Profissionais da Educação.....................................................................

Plano de Avaliação do Projeto Político Pedagógico.........................................................................

Plano de Ação................................................................................................................................

Referências ..................................................................................................................................

35

35

35

36

37

38

38

40

41

43

4

1 APRESENTAÇÃO

O Projeto Político-Pedagógico é elaborado com o objetivo de planejar a

organização da escola em busca da melhoria da qualidade de ensino.

Segundo Veiga (1995) o projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação

intencional com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente,

de acordo com os interesses reais da comunidade. Exige dos educadores,

funcionários, alunos e pais a definição clara do tipo de escola que almeja, a partir da

sociedade e do cidadão que pretendem formar. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 diz que entre

as incumbências de todas as escolas, está a de elaborar e executar sua proposta

pedagógica. Diante desta realidade a escola elaborou juntamente com os

segmentos e instâncias colegiadas o projeto visando constantemente a busca do

ideal da escola a partir do real.

A principal possibilidade de construção, avaliação e implementação do projeto

político-pedagógico passa pela relativa autonomia da escola, de sua capacidade de

delinear sua própria identidade. Isto significa resgatar a escola como espaço

público, lugar de debate, de diálogo, fundado na reflexão coletiva.

Para tanto juntamos esforços, repensamos a atuação, partimos de uma

reflexão conjunta sobre a qualidade do trabalho realizado na escola, discutindo

sobre a nossa formação, sobre a participação e envolvimento da comunidade no

alcance dos objetivos educacionais e principalmente sobre a função social da

escola.

Acreditamos no desenvolvimento de uma consciência crítica, democrática

adequada para enfrentar os desafios da vida aberta, para uma sociedade em

constante mudança, onde a escola terá aguçado seus sentidos para captar e intervir

nessas mudanças.

Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores. (Gadotti, 1994, p. 579).

5

2 INTRODUÇÃO

2.1 Identificação

COLÉGIO ESTADUAL ADÉLIA ROSSI ARNALDI - ENSINO FUNDAMENTAL E

MÉDIO.

CODIGO DO COLÉGIO: 0943

ENDEREÇO: RUA MARISTELA Nº 100

FONE (FAX): 044- 34242099

E-MAIL: [email protected]

DISTRITO DE SUMARÉ CEP: 87720-000

PARANAVAÍ - PARANÁ

MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná

2.2 Caracterização Geral

2.2.1 Histórico do Estabelecimento

Fundado em 1.953, por iniciativa do povo do Distrito de Sumaré com o

nome de "Casa Escolar Rui Barbosa", contando apenas com uma sala de aula e

tendo como professora Adélia Rossi Arnaldi.

Em 1.955, sob a jurisdição da Inspetoria Auxiliar de Alto Paraná, formou-

se mais duas salas de aula para atender a grande demanda em idade escolar, e

com isso em 1.962, passou a chamar-se Grupo Escolar Castro Alves, sob Decreto

nº. 7457/62, passando de Municipal a Estadual.

6

Em 1.965 foi instalado no mesmo prédio, o Ginásio Estadual de Sumaré,

passando a ter duas escolas distintas: Grupo Escolar Castro Alves e Ginásio

Estadual de Sumaré.

Em 30/12/66 através do Decreto n º 4546/66 finalmente o Ginásio de

Sumaré foi estadualizado.

A 26 de setembro de 1.970, em virtude do falecimento da Professora

pioneira Adélia Rossi Arnaldi, o Grupo Escolar Castro Alves, recebeu o nome de

Grupo Escolar Professora Adélia Rossi Arnaldi, aprovado pelo Decreto nº 22.083 de

30/12/70.

Em 13 de setembro de 1.977, ficou autorizado o funcionamento nos

termos da legislação vigente conforme Decreto nº. 3.892/77 a Escola Adélia Rossi

Arnaldi Ensino de 1º Grau, resultando da reorganização do Ginásio Estadual de

Sumaré e Grupo Escolar Professora Adélia Rossi Arnaldi, os quais passaram a

constituir-se em um único Estabelecimento de Ensino.

Em 1.983 o Estabelecimento passou a chamar-se Escola Estadual Adélia

Rossi Arnaldi - Ensino de 1º Grau pela Resolução nº 1.648/83 de 28/06/83.

Através do Decreto nº 275 de 29 de janeiro de 1998, os alunos da

Educação Infantil e Ensino Fundamental de 1ª à 4ª série passaram a ser atendidos

pelo município, criando-se a Escola Municipal de Sumaré - E I E F compartilhando o

mesmo prédio da Escola Estadual Adélia Rossi Arnaldi - E F.

Em janeiro de 2004 a Escola Municipal de Sumaré – E.I.E.F. transfere-se

para prédio próprio nesse distrito, passando a denominar-se Escola Municipal

Doutor José Vaz de Carvalho – E.I.E.F.

Conforme resolução nº 4.239/03 de 17 de dezembro de 2003, o curso de

Ensino Médio é autorizado a funcionar neste Estabelecimento de Ensino, passando

a denominar-se Colégio Estadual Adélia Rossi Arnaldi – E.F.M.

2.2.2 Organização do espaço físico

A escola está edificada em alvenaria, sendo que apenas duas salas de aula

são de madeira, possui dez salas de aulas, um salão para reuniões adaptado a

refeitório com 150m2, um banheiro feminino coletivo, um banheiro masculino coletivo

7

para uso dos alunos e um banheiro de uso geral dos professores e funcionários.

Uma sala para secretaria, uma sala para biblioteca, uma sala para os professores,

uma sala para equipe pedagógica, uma sala para direção/direção-auxilar, uma sala

para laboratório de Ciências, Física, Química e Biologia, dois almoxarifados, um

depósito construído com recursos da APMF, uma cozinha com depósito para

merenda, um pátio coberto, um pátio livre e um estacionamento.

Há uma casa de zelador com uma horta que atende a Proposta Pedagógica

da Atividade Complementar Curricular em Contraturno e uma área livre onde se

planeja a construção de uma quadra esportiva.

A Escola dispõe de diversos recursos pedagógicos como: Kit biblioteca,

Acervos de Temas Paranaenses, Coletânea de Ciências Humanas, Materiais

Cartográficos. Na área da linguagem há fantoches para criação de pequenos teatros

e para dramatização de textos em geral, há livros de fábulas e um grande acervo

bibliográfico literário e didático de todas as áreas das disciplinas. Há também jogos

educativos sendo eles: Perfil, Imagem e Ação, Lince, Batalha Naval, Tangram,

Dominó das Quatro Operações, Conjunto Dourado, Conjunto de Réguas Numéricas,

Conjunto de Sólidos Geométrico, e tantos outros; os quais são utilizados quando

necessário para o desenvolvimento das aulas no ensino regular, nas salas de apoio,

na sala de recursos e nos programas que a escola oferece, objetivando o

desenvolvimento cognitivo matemático e linguístico dos discentes.

O Colégio oferece também equipamentos tecnológicos como: laboratório de

informática com trinta e seis computadores com CPUs e com instalação de internet

ADSL, impressoras, televisores multimídia em todas as salas de aula, vídeo

cassete, data show, retroprojetor, projetor multimídia, televisor com aparelho

receptor, antena parabólica etc. e câmeras de circuito fechado para melhor

segurança de todos envolvidos no âmbito escolar.

2.2.3 Oferta de cursos e modalidades

O Colégio oferta o Ensino Fundamental regular nos períodos matutino,

vespertino e noturno e o Ensino Médio Organizado por Blocos de Disciplinas

Semestrais regular nos períodos matutino e noturno.

O período matutino tem início às 07h30min com término às 11h50min, o

período vespertino inicia-se às 13h20min com término às 17h40min e o período

8

noturno inicia-se às 19h com término às 23h, período de quatro horas conforme a

Lei de Diretrizes e Bases da Educação.

Quanto à distribuição de séries, o Colégio possui no período matutino cinco

turmas de Ensino Fundamental: um 6º ano, um 7º ano, um 8º ano, dois 9º anos e

cinco turmas de Ensino Médio: dois 1º anos, dois 2º anos, um 3º ano. No período

vespertino sete turmas de Ensino Fundamental: um 6º ano, dois 7º anos, dois 8ª

anos e dois 9º anos. No período noturno possui uma turma de Ensino Fundamental:

9º ano e três de Ensino Médio 1º, 2º, 3º ano.

Ofertamos também três turmas de Sala de Apoio à Aprendizagem nas

disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, duas no período matutino que

atende os alunos matriculados no 6º e 9º ano do período vespertino, uma no

período vespertino que atende os alunos do 9º ano que estudam no período

matutino. No período matutino o 6º ano é atendido na quarta-feira e na sexta-feira;

das 07h30min às 09h10min com a disciplina de Língua Portuguesa e das 09h10min

às 11h05min com a disciplina de Matemática. O 9º ano é atendido de terça-feira e

quinta-feira; das 07h30min às 09h10min com a disciplina de Matemática e das

09h10min às 11h05min com a disciplina de Língua Portuguesa. O 9º ano do período

matutino é atendido na terça-feira e na quinta-feira; das 14h10min às 15h50min com

a disciplina de Matemática e das 16h05min às 17h40min com a disciplina de Língua

Portuguesa.

Duas SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAL TIPO I, na Educação

Básica – anos finais e ensino médio na área de Deficiência Intelectual e Transtornos

Funcionais Específicos, uma no período matutino que atende os alunos do período

vespertino e outra no período vespertino que atende os alunos do período matutino.

Há a oferta do CELEM – Centro de Ensino de Línguas Estrangeiras Moderna,

com a disciplina de Espanhol dando a oportunidade para os alunos do Ensino

Fundamental, Ensino Médio e comunidade de conhecerem mais uma língua

estrangeira, uma vez que a matriz curricular oferta a Língua Inglesa. Funciona no

período vespertino, na segunda-feira e na quarta-feira, o primeiro ano das 13h20min

às 15h00min e o segundo ano das 15h00min às 16h55min, no período noturno um

primeiro ano na terça-feira e na quinta-feira das 19h00min às 20h50min, com 4

(quatro) aulas semanais para cada ano.

9

No período noturno são ofertados três cursos técnicos profissionalizantes à

distância em parceria com o ETC Brasil, são eles: Eventos, Logística e Reabilitação

de Dependentes Químicos.

O Colégio oferta o Programa de Atividade Complementar Curricular em

Contraturno. É organizada a partir do Macrocampo: Cultura e Arte; oferta-se: Artes

Visuais com 4 (quatro) aulas semanais, duas aulas na 5ª feira das 13h20min às

15h00min e na 6ª feira das 16h05min às 17h40min.

Com a participação da Instituição de Ensino Superior - FAFIPA – Faculdade

Estadual de Educação Ciências e Letras de Paranavaí que implantou o Programa

Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID – e desenvolve o projeto com

o título: Integração entre Educação Superior e Educação Básica para a Melhoria na

Qualidade do Ensino-Aprendizagem que tem como objetivo geral o incentivo aos

acadêmicos que estão se preparando para a profissão docente, de terem uma

participação no processo ensino-aprendizagem nas escolas públicas, com isso os

nossos alunos têm a oportunidade de participar no contraturno de duas aulas

semanais nas licenciaturas de Ciências (Física e Química), Geografia, Letras-

Português.

2.2.4 Recursos Humanos

01 Direção

Formação: Pós-Graduação e PDE

01 Direção Auxiliar

Formação: Pós-Graduação

02 Pedagogos

Formação: Pós-Graduação e PDE

Discentes

Nº Docentes

QPM

Nº Docentes

PSS

Administrativo

Nº Apoio

E.F.= 334

E.M.= 188

36

16

04

10

10

Nível de Formação

Função Ens. Fund.

Ens. Médio

Ens. Superior

Pós-Graduação

Mestrado Doutorado

Docentes _____ ______ 52 52 02 0

Administrativo 04 04 02 0 0 0

Apoio 02 06 0 0 0 0

11

3 OBJETIVOS GERAIS

• Cumprir a legislação vigente que determina a todas as instituições escolares

elaborar seu Projeto Político Pedagógico.

• Favorecer a participação da comunidade na gestão democrática da escola,

integrando os diversos órgãos colegiados (APMF, Conselho Escolar, Grêmio

Estudantil, entre outros), buscando caminhos para resoluções de problemas.

• Definir o tipo de escola que se almeja, bem como o tipo de sociedade, de cultura,

de mundo, de homem e o tipo de cidadão que se pretende formar.

• Organizar a escola a fim de que possa ser um espaço de formação do cidadão

participativo para um determinado tipo de sociedade.

• Resgatar a intencionalidade da ação educativa no processo de transmissão do

conhecimento historicamente produzido, superando o caráter fragmentado das

práticas educativas, garantindo a aprendizagem de todos os alunos.

• Fortalecer o grupo para enfrentar os conflitos e contradições.

• Construir a participação de todos numa gestão democrática.

• Contribuir para a construção de uma sociedade justa, democrática, fraterna e

sustentável.

12

4 MARCO SITUACIONAL

A educação brasileira é fruto de todo um contexto histórico. Todas as

transformações sofridas foram geradas pela necessidade política, econômica e

social e neste momento mais uma vez a sociedade revela, com nitidez, a

necessidade de se mudar a realidade da educação no Brasil. Deparamos-nos com a

questão do analfabetismo, com o grau de escolaridade baixo, desigualdade social,

desemprego, violência, miséria, fome, marginalização e exclusão social. Essa

realidade provoca em muitas pessoas e grupos, sentimentos, sensações e desejos

contraditórios, ao mesmo tempo de insegurança e medo, de apatia e conformismo,

destruindo, em alguns casos, o sonho das pessoas, no que tange a sua participação

no processo de construção de uma sociedade brasileira mais justa e democrática,

como também sentimentos de novidade e esperança, mobilizadores das melhores

energias e criatividade para a construção de um mundo diferente, mais humano e

solidário.

Globalização, multiculturalismo, pós-modernidade, questões de gênero e de

raça, novas formas de comunicação, informatização, manifestações culturais e

religiosas, diversas formas de violência e exclusão social configuram novos e

diferenciados cenários sociais, políticos e culturais.

A escola não pode ignorar esta realidade. O impacto destes processos no

cotidiano escolar é cada vez maior. A problemática atual das escolas de educação

básica, particularmente as das grandes cidades, onde se multiplicam uma série de

tensões e conflitos, não pode ser reduzida aos aspectos relativos à estruturação

interna da cultura escolar e esta necessita ser repensada para incorporar na sua

própria estruturação estas questões e novas realidades sociais e culturais. Estamos

diante de uma nova revolução, baseada na informática e nas tecnologias de ponta.

Testemunhamos uma mudança profunda na sociedade, que exige apoio de um

sistema educacional eficiente e criativo principalmente no que diz respeito a inclusão

de alunos na escola, no trabalho e nos espaços sociais em geral, preocupação que

tem-se propagado rapidamente entre educadores, familiares, líderes e dirigentes

políticos, nas entidades, nos meios de comunicação e etc.

13

Os elementos constitutivos da realidade brasileira: a situação de uma

sociedade em transição, a persistência de uma mentalidade acrítica e a inexistência

democrática demonstram que o país precisa buscar a democratização da cultura,

como marco geral de uma democratização fundamental. Um dos sintomas da

inexperiência democrática é a dificuldade que grande parte da população encontra

ao tentar reconhecer os temas e as tarefas inerentes aos atores sociais.

Freire enfatiza a inserção do homem na sociedade para poder transformá-la:

O homem brasileiro precisa descobrir-se "autor" do mundo, criador da cultura e integrante ativo da rede sistêmica universal, sendo que a democratização da cultura - o amplo acesso à informação - é a via de acesso para que ele realize verdadeiramente sua vocação ontológica: a de inserir-se na construção da sociedade, em busca das transformações sociais; substituindo assim, a captação e compreensão mágica da realidade por uma cada vez mais crítica (Paulo Freire, 1997, p. 89).

O Brasil em sua diversidade regional vive realidades diferentes. A educação

na região Sul apresenta índices mais representativos em relação ao

desenvolvimento ensino-aprendizagem e índices menores em evasão e repetência.

Em todo o país há programas de desenvolvimento educacional e erradicação

do analfabetismo, como o Brasil Alfabetizado, Pró-Uni, ENEM, cotas para alunos de

escolas públicas e afro-descendentes em universidades, medidas tomadas para

melhorias na educação.

No município de Paranavaí contamos com escolas municipais que ofertam

Educação Infantil e Ensino Fundamental do 1º ao 5º ano, escolas particulares que

ofertam Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, escolas estaduais de

Ensino Fundamental do 6º ao 9ª ano, Ensino Médio Regular e Profissionalizante,

uma APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, uma universidade

pública, duas particulares e um Instituto Federal Tecnológico.

A realidade de nossa escola não é diferente da realidade educacional

brasileira. Os alunos não veem a escola como espaço de promoção do

conhecimento e da cultura, faltam as aulas e muitos se evadem mesmo sendo

orientados, deixando de frequentar a escola e aumentando os índices de evasão.

O processo de inclusão dos alunos com deficiência e dos que necessitam

serem incluídos no processo de ensino aprendizagem não se efetiva na prática. Os

14

professores ressaltam, entre outros fatores, a dura realidade das condições de

trabalho e os limites da formação profissional, o número elevado de alunos por

turma, a rede física inadequada, o despreparo para ensinar "alunos especiais" ou

diferentes.

Temos dificuldade na estrutura física, onde não há um refeitório adequado,

causando transtornos para a distribuição da merenda, alimentação, manuseio dos

pratos, canecas e talheres com a devida higiene, etc. O salão de reuniões foi

adaptado como refeitório, onde foi colocado mesas e bancos, mas mesmo assim

concluímos que não atende com qualidade a distribuição da merenda e dificulta o

uso do mesmo para reuniões.

Não há uma sala apropriada para o laboratório de informática. O espaço

físico disponível é uma sala de aula que sofreu adaptações para esta instalação e

por ser pequena causa desconforto aos alunos, professores e funcionários. A

biblioteca também como um espaço educativo, é pequena para a demanda de

alunos e acervo. A construção de um bloco administrativo se faz necessário, já que

a atual administração funciona em salas mal estruturadas e desconfortáveis. Nos

últimos anos o aumento no número de alunos exige a construção de mais salas de

aulas.

A escola não possui quadra esportiva, usamos um ginásio de esporte

existente ao lado da escola, o qual pertence ao município, ficando este

estabelecimento sujeito aos horários pré-estabelecidos para as aulas de Educação

Física. Precisaríamos da construção de uma quadra no terreno escolar para que a

escola pudesse desenvolver com mais autonomia as atividades curriculares e

extraclasses.

Há em cada sala de aula uma TV Multimídia e o colégio dispõe de dois

DVD`s e de um Data-Show que são utilizados através de agendamento conforme

necessidade de uso. Porém, não há disponibilidade de um funcionário para a

instalação destes equipamentos nas salas, o que muitas vezes causa danos e

prejuízos à escola, comprometendo também o desenvolvimento das atividades.

Possuímos um pátio coberto e um pátio livre. O pátio livre é pequeno por isso

conta com pouco espaço para alunos, alguns bancos e duas mesas de tênis,

havendo a necessidade de serem construídos mais bancos. O pátio coberto era

área livre e foi coberto para resolver o problema de sol e chuva, porém ficou um

15

ambiente escuro, necessitando de reformas para que se torne um espaço educativo

mais arejado.

As salas de aula possuem carteiras, cadeiras e mesas para os professores,

algumas de acordo com a necessidade possuem armários.

Os banheiros foram reformados, mas são insuficientes para os alunos,

professores e funcionários e precisam ser ampliados.

Sabemos que a organização da nossa escola precisa ser repensada,

principalmente nos conflitos das relações professor-aluno, aluno-escola, escola-pais,

escola-comunidade para que possamos desenvolver uma escola mais democrática.

A nossa grande possibilidade é que aqui não há falta de vagas para os alunos da

comunidade.

Atendemos uma parcela diferenciada de educandos do Ensino Fundamental

e Ensino Médio que moram em conjuntos habitacionais, bairros novos, em sítios,

vilas rurais e no próprio distrito, e por essa demanda de alunos em 2012 a escola

passou a ser denominada de Escola de Campo, pela referência à identidade, cultura

e os valores relacionados à vida na terra, fator marcante na comunidade onde se

encontram assalariados rurais, bóias-frias, arrendatários, vileiros rurais, pequenos

proprietários, sitiantes. Destacando que por estar situada em um Distrito ainda há

um entrosamento melhor entre as famílias e a comunidade.

Como em outros locais da cidade a comunidade sofre com a falta de

emprego, de moradia, de lazer e de cultura, contando apenas com uma quadra de

esporte e uma praça. A religião é bem valorizada pelas famílias, há uma igreja

católica e quatro evangélicas. Há um Distrito Industrial com várias empresas o que

gerou muitos empregos no distrito, porém o não suficiente para a demanda local,

muitas famílias trabalham e sobrevivem das lavouras da região.

Muitos alunos pertencem a famílias com baixo nível sócio-econômico e

participam dos Programas Sociais do governo Federal. Por este motivo se faz

necessário uma atuação mais presente da escola para que se possa assegurar a

aprendizagem e a frequência dos mesmos em sala de aula. A maioria dos pais não

concluiu o Ensino Fundamental tendo dificuldades em acompanhar tarefas

escolares, atividades extraclasses e ainda por motivos econômicos, sociais e

emocionais não conseguem assegurar um desenvolvimento adequado aos seus

filhos, acarretando assim problemas de aprendizagem e indisciplinar.

16

O Colégio adota a política da inclusão, na quebra de preconceitos e na

valorização das diferenças, promovendo palestras, seminários, grupos de estudo,

dinâmicas de grupo e o incentivo dos alunos em atividades extracurriculares.

A escola é um espaço democrático, significativo e singular para trabalhar com

a diversidade humana, respeitando as limitações, percebendo as potencialidades

para a aprendizagem e considerando as especificidades de cada educando, a favor

da inclusão de todos. Nesse contexto, a escola precisa adequar melhor o espaço

físico para atender os alunos e a comunidade. Sentimos também a necessidade de

uma formação continuada aos professores, equipe pedagógica e funcionários, salas

de apoio pedagógico especializado, entre outros.

Possibilita-se também a troca de experiências entre os professores na

efetivação da hora-atividade e reuniões pedagógicas.

A organização das atividades favorece o trabalho em grupo, tais como:

desenvolvimento de atividades interdisciplinares, gincana cultural e recreativa,

torneios, vídeos, laboratório, biblioteca e outros locais que contribuem à

aprendizagem.

A convivência escolar ocorre com conflitos inerentes ao ambiente escolar:

dificuldades de aprendizagem na leitura, na escrita, na interpretação, no raciocínio

lógico, dificuldades no exercício da função docente, desentendimentos entre os

alunos, entre alunos e professores, repetência, evasão, reclamações dos pais que

não entendem normas práticas da escola. Procuramos resolvê-los de forma

participativa, democrática e proporcionando uma convivência produtiva e solidária,

aberta aos anseios da comunidade.

Na escola constata-se que no período matutino e vespertino o índice de

evasão e repetência é menor que no período noturno, e que isso se deve às

diferenças nas características do aluno do diurno com os do noturno que possuem

uma carga horária de trabalho, dificultando a frequência e o aproveitamento escolar.

Isso reflete também nos percentuais apresentados pela escola. A primeira nota da

escola no Ideb de 2007 foi 3,8 e a meta era 3,6; em 2009 o índice abaixou para 3,6

quando a meta era 3,8.

As famílias de maneira geral esperam da escola uma aprendizagem de

qualidade, que além de transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade,

os filhos aprendam também a ter uma boa convivência na família, na escola e na

sociedade. Há pais que esperam que após a conclusão do Ensino Médio os filhos

17

possam arrumar um emprego no período diurno e fazer um curso superior noturno,

outros, que os filhos possam continuar os estudos durante o dia numa boa

universidade.

Consideramos o combate a evasão e repetência questões relevantes para o

processo ensino-aprendizagem e para isso mantemos contato frequente com os

pais através de bilhetes, telefonemas, aconselhamento aos alunos e aos pais e com

o Conselho Tutelar através do Programa FICA e da Ficha de Comunicação do Aluno

Ausente e da Patrulha Escolar. Há também um controle das faltas dos alunos que

participam dos Programas Sociais do Governo Federal.

Na comunidade em que a escola está inserida há problemas de violência e

drogadição, que refletem no cotidiano escolar.

Precisamos repensar os conteúdos planejados, uma vez que a opção de

currículo é disciplinar em alguns momentos os conteúdos se tornam estanques não

havendo uma prática constante de interdisciplinaridade, dificultando a totalidade do

conhecimento pelo aluno. A interdisciplinaridade poderia ser melhor trabalhada na

formação continuada e nos horários em que o professor tem destinado à hora

atividade, porém as atividades inerentes ao professor que trabalha em mais de uma

escola e com diversas turmas inviabiliza essa prática.

O relacionamento colégio/aluno/colégio/pais mesmo com os conflitos já

mencionados ocorre num processo participativo onde se objetiva manter um

ambiente saudável e harmonioso, buscando assim a contribuição de todos para

proporcionar uma disciplina ideal onde possa se desenvolver uma efetiva

aprendizagem.

Muitas das obras e aquisições realizadas pela escola é através do Fundo

Rotativo, Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e recursos próprios de

parceria com a APMF (Associação de Pais, Mestres e Funcionários) e comunidade

local, recursos estes adquiridos com a realização de promoções e rifas.

O laboratório de física, química, biologia e ciências necessitam de um

profissional qualificado para o atendimento dos professores e alunos, reagentes

para realização das aulas práticas, propiciando melhores condições de trabalho ao

professor e efetiva aprendizagem aos alunos.

As instalações do colégio são limpas, favorecendo um ambiente propício à

aprendizagem.

18

É importante destacar que a gestão dos recursos financeiros ocorre de

maneira transparente e democrática. As aquisições vêm de encontro com as

necessidades da escola para com os alunos.

19

5 MARCO CONCEITUAL

5.1 Concepção de Homem

O homem é um ser natural e social, ele age na natureza transformando-a

segundo suas necessidades e para além delas. Nesse processo de transformação,

ele envolve múltiplas relações em determinado momento histórico, assim acumula

experiências e em decorrência destas, ele produz conhecimentos. Sua ação e

intenção são planejadas, mediada pelo trabalho, produzindo bens materiais e não-

materiais que são apropriados de diferentes formas pelo homem, conforme Saviani

(1992, p. 19) “o homem necessita produzir continuamente sua própria existência.

Para tanto, em lugar de se adaptar a natureza, ele tem que adaptar a natureza a si,

isto é, transformá-la pelo trabalho”.

Partindo do pressuposto que o homem constitui-se um ser histórico, faz-se

necessário compreendê-lo em suas relações inerentes a natureza humana. O

homem é, antes de tudo, um ser de vontade, um ser que pronuncia sobre a

realidade.

O ser humano é um ser de práxis, da ação e da reflexão, portanto um sujeito cognoscente a propósito do objeto a ser conhecido. Portanto o ser humano é um corpo consciente, capaz de conhecer a realidade, interagindo com os seus iguais. Neste contexto, inteligência significará muito mais que um ato solitário. Implica cada um tornar-se melhor, contudo em nome de propósitos cada vez mais solidários e criativos (FREIRE, 1997, p. 89).

Todo esforço no sentido da manipulação do homem para que simplesmente

saiba fazer determinada função, sem reflexão deve ser combatida, pois saber sem

reflexão, sem o resgate de valores e atitudes sugere a existência de uma realidade

sem evolução, o que significa subtrair do homem a sua possibilidade de ser criativo,

inovador, com direito de transformar o já existente para algo bem melhor, achando

soluções para eventuais problemas e saber tomar decisões frente às diversas

situações que terão que ser enfrentadas no mundo do trabalho.

20

5.2 Concepção de Mundo

Segundo Saviani (1992) o mundo enquanto uma dimensão histórica - cultural

e, portanto inacabado, encontra-se em uma relação permanente com o ser humano,

igualmente inacabado, que transformando o mundo, sofre os efeitos de sua própria

transformação.

O que importa, é a problematização do mundo do trabalho, das obras, dos

produtos, das ideias, das convicções, das aspirações, dos mitos, da arte, da ciência,

enfim o mundo da cultura e da história que resultando das relações do ser humano,

do mundo, desafia o próprio ser humano a rever constantemente suas ações sobre

a realidade na perspectiva de humanizá-la.

É preciso desenvolver no mundo uma posição de engajamento, compromisso

e participação que o sensibilize para a sua dimensão humana.

5.3 Concepção de Sociedade

Segundo Demerval Saviani, o entendimento do modo como funciona a

sociedade não pode se limitar as aparências. É necessário compreender as leis que

regem o desenvolvimento da sociedade. Que não se trata aqui de leis naturais, mas

sim de leis históricas, ou seja, de leis que se constitui historicamente.

A sociedade é um agrupamento tecido por uma série de relações diferenciadas e diferenciadoras. É configurada pelas experiências individuais do homem, havendo uma interdependência em todas as formas da atividade humana, desenvolvendo relações, instaurando estruturas sociais, instituições sociais e produzindo bens, garantindo a base econômica. (SEVERINO,1998, p. 47).

Portanto, o processo de conscientização sempre se realiza em seres

humanos concretos, inseridos em estruturas sociais, políticas e econômicas.

A sociedade privilegia alguns princípios e ideias que nos desafiam a

constantemente refletir e repensar o cotidiano. Contudo, a escola tem uma efetiva

participação na medida em que inclui, em seus conteúdos curriculares a dimensão

21

humanística, técnica científica e político-social, colabora também quando se

preocupa em desenvolver no aluno uma liderança mais criativa e solidária, inserindo

este aluno no mundo real e complexo, fazendo-o compreender que as mudanças

estruturais também necessitam da participação deles.

Diante das mudanças na sociedade, queremos enquanto escola que nossos

educandos tenham uma ampla visão de mundo, que os alunos sejam capazes de

superar os preconceitos sociais, eliminando rótulos e preconceitos numa sociedade

em que todos tenham os mesmos direitos e deveres.

5.4 Concepção de Educação

A educação é uma prática social, uma atividade especifica dos homens

situando-os dentro da história, ela não muda o mundo, mas o mundo pode ser

mudado pela sua ação na sociedade e nas suas relações de trabalho.

Segundo Saviani (1992 p. 19) a “educação é fenômeno próprio dos seres

humanos, significa afirmar que ela é, ao mesmo tempo, uma exigência do e para o

processo de trabalho, bem como é ela própria, um processo de trabalho”. E continua

“a educação centrada na apropriação do saber elaborado como instrumento de luta

social e da compreensão da realidade social”. “A educação e a escola devem servir

para formar sujeitos conscientes de sua ação transformadora na construção de uma

sociedade mais justa, à construção de uma nova ordem social”.

Para Saviani, à educação caberia desempenhar, então, "o papel de

reforçamento dos laços sociais, na medida em que for capaz de sistematizar a

tendência à inovação", o que só seria possível "voltando-se para as formas de

convivência que se desenvolvem no seio dos diversos grupos sociais estimulando-

os na sua originalidade e promovendo o intercâmbio entre eles" (SAVIANI, 1986, p.

131).

Paulo Freire considera que

“a educação deve se constituir em processo político e, superar as etapas iniciais da alfabetização; deve ser direta e realmente ligada à democratização da cultura, ou seja, construída pelo professor e pelo aluno numa relação dialógica, e que, por isso, afasta qualquer hipótese de torná-la, um ato puramente mecânico” (FREIRE, 2000, p. 27).

22

5.5 Concepção de Escola

Segundo Saviani (2008, p. 101) “a escola é uma instituição cujo papel

consiste na socialização do saber sistematizado”. E à exigência de apropriação do

conhecimento sistematizado por parte das novas gerações que se torna necessária

a existência da escola, e escola existe, pois, para proporcionar a aquisição dos

instrumentos que possibilitem o acesso ao saber elaborado (ciência) bem como o

próprio acesso aos rudimentos desse saber. As atividades da escola deve se

organizar a partir dessa questão.

Dentro da Gestão Democrática o papel do diretor, professores, alunos,

agentes educacionais, equipe pedagógica, pais ou responsáveis é fortalecer o

trabalho coletivo no intuito de organizar uma escola voltada ao processo de ensino e

aprendizagem e combater, a cada dia, dentro e fora da escola, a visão fragmentada

de escola e sociedade.

Neste sentido:

O ‘coletivo’ é um ‘organismo social vivo’ colocado, ao mesmo tempo, como meio e fim da educação. É um conjunto finalizado de indivíduos ‘ligados entre si’ mediante a comum responsabilidade sobre o trabalho e a comum participação no trabalho coletivo. (CAMBI, 1999, p.560).

5.5 Concepção de Cultura

A cultura é resultado de toda a produção humana e segundo Saviani (2008),

“para sobreviver o homem necessita extrair da natureza, ativa e intencionalmente,

os meios de sua subsistência”. “Ao fazer isso ele inicia o processo de transformação

da natureza, criando um mundo da cultura”.

Pode-se considerar que,

[...] de um ponto de vista antropológico, cultura é tudo o que elabora, e elaborou o ser humano, desde a mais sublime música ou obra literária até as formas de destruir-se a si mesmo e as técnicas de tortura, a arte, a ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as instituições sociais, as crenças, as religiões, as formas de trabalho”. (SACRISTAN, 2001, p.105).

23

Todo conhecimento, na medida em que se constitui num sistema de

significação, é cultural.

Toda a organização curricular, por sua natureza e especificidade precisa

completar várias dimensões da ação humana, entre elas a concepção de cultura. Na

escola, em sua prática há a necessidade da consciência de tais diversidades

culturais, especialmente da sua função de trabalhar as culturas populares de forma

a levá-los a produção de uma cultura erudita, como afirma Saviani: “a mediação da

escola, instituição especializada para operar a passagem do saber espontâneo ao

saber sistematizado, da cultura popular a cultura erudita; assume um papel político

fundamental”. (Saviani, apud, Frigotto, 1994 p. 189).

Respeitando a diversidade cultural e valorizando a cultura popular e erudita

cabe a escola aproveitar essa diversidade, existente, para fazer dela um espaço

motivador, aberto e democrático.

5.6 Concepção de Conhecimento

Conhecimento é uma atividade humana que busca explicitar as relações

entre os homens e a natureza. Desta forma, o conhecimento é produzido nas

relações sociais mediadas pelo trabalho.

O conhecimento é uma produção histórico-social, histórico é, portanto, tudo

que dizendo respeito aos homens, é por eles produzido na forma de relações

humanas, ou seja, sociais.

Para Leonardo Boff (2000, p.82) “o ato de conhecer, portanto, representa um

caminho privilegiado para compreensão da realidade, o conhecimento sozinho não

transforma a realidade; transforma a realidade somente a conversão do

conhecimento em ação”.

A construção do conhecimento está diretamente vinculada ao processo de

ação-reflexão sobre a práxis social, a partir de sua problematização, da análise e

compreensão teórica dos elementos e suas inter-relações. A produção de novos

conhecimentos pressupõe a superação dos anteriores.

“O conhecimento escolar é dinâmico e não uma mera simplificação do conhecimento científico, que se adequaria a faixa etária e aos interesses

24

dos alunos”. Dessa forma, o conhecimento escolar é resultado de fatos, conceitos, generalizações, sendo, portanto, o objeto de trabalho do professor “(Veiga, 1995, p, 27).

Saviani (1992 pág. 22) define assim “A escola diz respeito ao conhecimento

elaborado e não ao conhecimento espontâneo, ao saber sistematizado e não ao

saber fragmentado; à cultura erudita e não à cultura popular”.

5.7 Concepção de Ensino

Sua finalidade é promover a interação entre aluno e conhecimento, de modo

a possibilitar o acesso e a incorporação de elementos culturais essenciais a sua

transformação enquanto síntese das múltiplas relações sociais (SAVIANI, 2008).

É um processo sistemático de contínuas e cumulativas mediações culturais.

No Ensino as atividades devem promover a reflexão-ação sobre a realidade,

possibilitando um processo mais significativo de apropriação-socialização-produção

do saber tendo por base seus aspectos essenciais e como objetivo final, uma

tomada de decisão que direcione o aprendizado e, conseqüentemente, o

desenvolvimento do educando.

O trabalho docente é atividade que dá unidade ao binômio ensino-aprendizagem, pelo processo de transmissão-assimilação ativa de conhecimentos, realizando a tarefa de mediação na relação cognitiva entre o aluno e as matérias de estudo. (LIBÂNEO,1994, p. 88)

Portanto, a atuação do professor deve ser a de mediador dos conhecimentos

escolares. Por meio de suas mediações o desenvolvimento do ensino passa a ser

um processo ativo, nele o professor tem a consciência de que ensinar não é

somente transmitir conhecimento, com a sua ação pedagógica promove uma ação-

reflexão-ação sobre os conhecimentos construídos e elaborados pela humanidade

a fim de contribuir para formar cidadãos críticos, reflexivos, autônomos, conscientes

de seus direitos e deveres, capazes de compreender a realidade em que vivem,

25

preparados para participar da vida econômica, social e política e para a construção

de uma sociedade mais justa.

5.8 Concepção de Aprendizagem

Processo dinâmico, cumulativo e permanente de subjetivação do mundo

objetivo produzido cultural e historicamente.

Processo contínuo de apropriação do mundo pelo sujeito, por meio de suas

múltiplas interações.

Processo intra-subjetivo de apropriação de saberes-objeto, de domínio de

atividades "engajadas" no mundo e de regulação de suas relações com os outros e

consigo mesmo.

Ocorre no / pelo processo de interação e mediação entre sujeitos numa

construção coletiva do conhecimento.

5.9 Concepção de Avaliação

Avaliação consiste em atribuir aspectos relevantes de conhecimento e da

aprendizagem do aluno, visando uma tomada de decisão. A avaliação da

aprendizagem orienta a situação didática que envolve o educando e professor, com

a pretensão de servir de base para a reflexão e tomada de consciência sobre a

prática educativa.

A Avaliação subsidia decisões a respeito da aprendizagem dos educandos

tendo em vista garantir a qualidade do resultado que estamos construindo. Deve ser

praticada como uma atribuição de qualidade aos resultados da aprendizagem dos

educandos, tendo por base seus aspectos essenciais, e como objetivo final, uma

tomada de decisão que direcione o aprendizado e, consequentemente o

desenvolvimento do educando. Diagnosticando, a avaliação permite a tomada de

decisão mais adequada, tendo em vista desenvolvimento e o auxílio externo para

esse processo de auto desenvolvimento.

26

Assim sendo, a avaliação da aprendizagem escolar auxilia os educadores e o

educando na sua viagem comum de crescimento e a escola na sua

responsabilidade social. A avaliação deve ser democrática, favorecendo o

desenvolvimento da capacidade do educando em aprimorar-se de conhecimentos

científicos, sociais e tecnológicos produzidos historicamente.

Portanto, a avaliação do rendimento escolar será pautada numa concepção

diagnóstica.

5.10 Concepção de Currículo

[...] O currículo também produz e organiza identidades culturais, de gênero, identidades raciais, sexuais. Dessa perspectiva, o currículo não pode ser visto simplesmente como um espaço de transmissão de conhecimentos. O currículo está centralmente envolvido naquilo que somos, naquilo que nos tornamos, naquilo que nos tornaremos. O currículo produz, o currículo nos produz. (SILVA, 1999b, p.27).

Numa perspectiva transformadora e democrática, o currículo é:

- Eixo articulador do trabalho pedagógico;

- Tem função organizadora;

- Articula os elementos e sujeitos do trabalho pedagógico, promovendo a

unidade teórico-prática;

- É o elemento norteador da organização do trabalho pedagógico no cotidiano

escolar.

O Currículo deve respeitar as diferenças sendo um campo aberto à produção

de significados, permitindo a criatividade, a inovação, abrindo espaços para a

pluralidade de saberes e expressões culturais.

5.11 Concepção Estágio não Obrigatório

Segundo Lei nº 11.788 de 25 de setembro de 2008, Art. 1º, “Estágio é ato

educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à

preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o

27

ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de

ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na

modalidade profissional de jovens e adultos”.

O estágio poderá ser obrigatório ou não obrigatório, conforme determinação

das diretrizes curriculares da etapa, modalidade e área de ensino e da proposta

pedagógica do curso. O estágio obrigatório tem definida carga horária e requisito

para aprovação e obtenção de diploma. O estágio não-obrigatório é atividade

opcional, acrescida à carga horária regular e obrigatória.

Os conhecimentos escolares buscam uma educação que possibilite a

compreensão dos princípios científicos-tecnológicos e históricos da produção

moderna, de modo a orientar os estagiários a desenvolverem as ações no ambiente

de trabalho relacionado aos conhecimentos universais necessários para

compreendê-los a partir das relações de trabalho. Formar para o mundo do trabalho,

portanto, requer o acesso aos conhecimentos produzidos historicamente pelo

conjunto da humanidade, a fim de possibilitar ao futuro trabalhador se apropriar das

etapas do processo de forma conceitual e operacional. Isto implica em ir para além

de uma formação técnica que secundariza o conhecimento, necessário para se

compreender o processo de produção em sua totalidade.

5.12 Concepção de Trabalho

O trabalho é uma atividade que está “na base de todas as relações humanas,

condicionando e determinando a vida. E (...) uma atividade humana intencional que

envolve forma de organização, objetivando a produção dos bens necessários a vida”

(Andery, 1998, p, 13).

Nesta perspectiva, é preciso entender o trabalho como ação intencional, o

homem em suas relações sociais, dentro da sociedade capitalista, na produção de

bens. Porem, é preciso compreender que o trabalho não acontece de forma

tranquila, está determinado pelas relações de poder.

Quando produz bens, estes são classificados em materiais ou não materiais.

Os bens materiais são produzidos para posterior consumo, gerando o comércio. Já

os bens não-materiais, produção e consumo acontecem simultaneamente.

28

No trabalho educativo o fazer e o pensar entrelaçam-se dialeticamente e

nesta dimensão que está posta a formação do homem. Ao consideramos o trabalho

uma práxis humana, é importante o entendimento de que o processo educativo é

um trabalho não material, uma atividade intencional que envolve formas de

organização necessária para a formação do ser humano.

O conhecimento como construção histórica e matéria-prima (objeto de

estudo) do professor e do aluno, que indagando sobre o mesmo produz novos

conhecimentos, dando-lhes condições de entender o viver, propondo modificações

para a sociedade em que vive, permitindo “ao cidadão-produtor chegar ao domínio

intelectual do técnico e das formas de organização social sendo, portanto capaz de

criar soluções originais para problemas novos que exigem criatividade, a partir do

domínio do conhecimento”. (Kuenzer, 1985, p, 33 e 35).

5.13 Concepção de Cidadania

Para o educador brasileiro Demerval Saviani, ser cidadão significa ser sujeito

de direitos e deveres: “Cidadão é, pois, aquele que está capacitado a participar da

vida da cidade e, extensivamente, da vida da sociedade”.

A cidadania é exercida pelos cidadãos. Cidadão é um indivíduo que tem

consciência de seus direitos e deveres e participa ativamente de todas as questões

da sociedade. A idéia de cidadania ativa é ser alguém que cobra, propõe e

pressiona.

Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade

perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis. É também participar do destino da

sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos.

A cidadania é a possibilidade de sermos sujeitos atuantes, com direitos e

deveres, os quais requerem inclusão social.

No espaço escolar o aluno deve ter a oportunidade de se tornar um cidadão

ativo e participativo e os conteúdos disciplinares são pertinentes e favorecem um

diálogo crítico.

Levar os alunos a refletirem sobre a importância de exercerem seus direitos e

deveres é papel de todos aqueles que fazem parte da comunidade escolar, visando

29

à conscientização para que sua cidadania efetivamente ocorra através da luta e

reivindicações, da ação concreta dos indivíduos.

Isso requer, portanto, a consciência clara sobre o papel da educação e as

novas exigências colocadas para a escola que, como instituição educacional é o

local apropriado de construção da cidadania.

5.14 Concepção de Tecnologia

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 ao propor a

formação tecnológica como eixo do currículo assume, segundo KUERGER (2000), a

concepção que a aponta como a síntese, entre o conhecimento geral e o especifico,

determinando novas formas de selecionar, organizar e tratar metodologicamente os

conteúdos.

A tecnologia deve ser entendida como uma ferramenta sofisticada e

alternativa no contexto educacional, pois a mesma pode contribuir para o aumento

das desigualdades, ou para inserção social se vista como uma forma de estabelecer

mediações entre o aluno e o conhecimento em todas as áreas. “Urge, pois

continuar a lutar pela escolarização como um bem público contra a domesticação

política que tem inflamado o debate educativo contribuindo para que a educação em

geral e o currículo, em particular, se constitua numa efetiva base para que os mais

desfavorecidos tenham, tomem e transformem a própria concepção de poder”.

(Paraskeva, 2001).

Assim, fica claro, que ter no currículo, uma concepção de educação

tecnológica não será suficiente para o acesso de todos, da Escola Publica, sem que

haja uma vontade e ação política que possibilite investimento para que esses

recursos tecnológicos (elementares e sofisticados) existam e possam ser ferramenta

que contribua para o desenvolvimento do pensar, sendo um meio de estabelecer

relações entre o conhecimento científico, tecnológico e sócio histórico, possibilitando

articular ação, teoria e pratica. A tecnologia tem um impacto significativo não só na produção de bens e

serviços, mas também no conjunto das relações sociais e nos padrões culturais

vigentes.

30

5.15 Concepção de Letramento

Letramento é ensinar a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e

a leitura tenham sentido e façam parte da vida do aluno. Do ponto de vista social, o

letramento é um fenômeno cultural relativo às atividades que envolvem a língua

escrita. A ênfase recai nos “usos, funções e propósitos da língua escrita no contexto

social” (SOARES, 2006).

Já não basta aprender a ler e escrever, é necessário mais que isso para ir

além da alfabetização funcional (denominação dada às pessoas que foram

alfabetizadas, mas não sabem fazer uso da leitura e da escrita). O sentido ampliado

da alfabetização, o letramento, de acordo com Magda, designa práticas de leitura e

escrita. A entrada da pessoa no mundo da escrita se dá pela aprendizagem de toda

a complexa tecnologia envolvida no aprendizado do ato de ler e escrever.

Letramento é “... entendido como o desenvolvimento de comportamentos e

habilidades de uso competente da leitura e da escrita em práticas sociais”

(SOARES, 2004).

O aluno precisa saber fazer uso e envolver-se nas atividades de leitura e

escrita. Ou seja, para entrar nesse universo do letramento, ele precisa apropriar-se

do hábito de buscar diversos tipos de leituras e com esse convívio efetivo com a

leitura, apropriar-se do sistema de escrita.

A professora defende ainda que, para a adaptação adequada ao ato de ler e

escrever, “é preciso compreender, inserir-se, avaliar, apreciar a escrita e a leitura”. O

letramento compreende tanto a apropriação das técnicas para a alfabetização

quanto esse aspecto de convívio e hábito de utilização da leitura e da escrita.

O letramento não é só de responsabilidade do professor de língua

portuguesa, mas de todos os educadores que trabalham com leitura e escrita.

Alunos lêem e escrevem nos livros didáticos. Isso é um letramento específico de

cada área de conhecimento. Cada professor, portanto, é responsável pelo

letramento em sua área oferecendo oportunidades de acesso a cultura escrita e

ampliando as capacidades e as experiências dos educandos de modo que eles

possam ler e escrever com autonomia.

31

5.16 Concepção de Inclusão

A educação inclusiva é um processo em que se amplia a participação de

todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma

reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de

modo que estas respondam a diversidade de alunos. É uma abordagem

humanística, democrática, que percebe o sujeito e suas singularidades, tendo como

objetivo o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos.

A Educação Inclusiva atenta a diversidade inerente a espécie humana, busca

perceber e atender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-

alunos, em salas de aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a

promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos.

Pratica pedagógica coletiva, multifacetada, dinâmica e flexível requer

mudanças significativas na estrutura e no funcionamento das escolas, na formação

humana dos professores e nas relações família-escola. Com força transformadora, a

educação inclusiva aponta para uma sociedade inclusiva.

O ensino inclusivo não deve ser confundido com educação especial, a qual se

apresenta numa grande variedade de formas incluindo escolas especiais, unidades

pequenas e a integração das crianças com apoio especializado. O ensino especial

desde sua origem é um sistema separado de educação das crianças com

deficiência, fora do ensino regular, baseado na crença de que as necessidades das

crianças com deficiência não podem ser supridas nas escolas regulares. Existe

ensino especial em todo o mundo sejam em escolas de frequência diária, internatos

ou pequenas unidades ligadas à escola de ensino regular.

5.17 Concepção de Educação do Campo

A concepção de campo tem o seu sentido cunhado pelos movimentos sociais

no final do século XX, em referência à identidade e cultura dos povos do campo,

valorizando-os como sujeitos que possuem laços culturais e valores relacionados à

vida na terra. Trata-se do campo como lugar de trabalho, de cultura, da produção de

conhecimento na sua relação de existência e sobrevivência.

32

O que caracteriza os povos do campo é o jeito peculiar de se relacionarem

com a natureza, o trabalho na terra, a organização das atividades produtivas,

mediante mão-de-obra dos membros da família, cultura e valores que enfatizam as

relações familiares e de vizinhança, que valorizam as festas comunitárias e de

celebração da colheita, o vínculo com uma rotina de trabalho que nem sempre

segue o relógio mecânico. A identidade dos povos do campo comporta categorias

sociais como posseiros, bóias-frias, ribeirinhos, ilhéus, atingidos por barragens,

assentados, acampados, arrendatários, pequenos proprietários ou colonos ou

sitiantes – dependendo da região do Brasil em que estejam – caboclos dos faxinais,

comunidades negras rurais, quilombolas e, também, as etnias indígenas.

Entender o campo como um modo de vida social contribui para auto-afirmar a

identidade dos povos do campo, para valorizar o seu trabalho, a sua história, o seu

jeito de ser, os seus conhecimentos, a sua relação com a natureza e como ser da

natureza. Trata-se de uma valorização que deve se dar pelos próprios povos do

campo, numa atitude de recriação da história. O campo retrata uma diversidade

sociocultural, que se dá a partir dos povos que nele habitam: assalariados rurais

temporários, posseiros, meeiros, arrendatários, acampados, assentados,

reassentados atingidos por barragens, pequenos proprietários, vileiros rurais, povos

das florestas, etnias indígenas, comunidades negras rurais, quilombos, pescadores,

ribeirinhos e outros mais. Entre estes, há os que estão vinculados a alguma forma

de organização popular, outros não. São diferentes gerações, etnias, gêneros,

crenças e diferentes modos de trabalhar, de viver, de se organizar, de resolver os

problemas, de lutar, de ver o mundo e de resistir no campo.

Entre as características da educação do campo que se pretende construir,

estão:

- concepção de mundo: o ser humano é sujeito da história, não está “colocado” no

mundo, mas ele é o mundo, faz o mundo, faz cultura. O homem do campo não é

atrasado e submisso; antes, possui um jeito de ser peculiar; pode desenvolver suas

atividades pelo controle do relógio mecânico ou do relógio “observado” no

movimento da Terra, manifesto no posicionamento do Sol. Ele pode estar

organizado em movimentos sociais, em associações ou atuar de forma isolada, mas

o seu vínculo com a terra é fecundo. Ele cria alternativas de sobrevivência

econômica num mundo de relações capitalistas selvagens;

33

- concepção de escola: local de apropriação de conhecimentos científicos

construídos historicamente pela humanidade e local de produção de conhecimentos

em relações que se dão entre o mundo da ciência e o mundo da vida cotidiana. Os

povos do campo querem que a escola seja o local que possibilite a ampliação dos

conhecimentos; portanto, os aspectos da realidade podem ser pontos de partida do

processo pedagógico, mas nunca o ponto de chegada. O desafio é lançado ao

professor, a quem compete definir os conhecimentos locais e aqueles

historicamente acumulados que devem ser trabalhados nos diferentes momentos

pedagógicos. Os povos do campo estão inseridos nas relações sociais do mundo

capitalista e elas precisam ser desveladas na escola;

- concepção de conteúdos e metodologias de ensino : conteúdos escolares são

selecionados a partir do significado que têm para determinada comunidade escolar.

Tal seleção requer procedimentos de investigação por parte do professor, de forma

que possa determinar quais conteúdos contribuem nos diversos momentos

pedagógicos para a ampliação dos conhecimentos dos educandos. Estratégias

metodológicas dialógicas, nas quais a indagação seja freqüente, exigem do

professor muito estudo, preparo das aulas e possibilitam relacionar os conteúdos

científicos aos do mundo da vida que os educandos trazem para a sala de aula;

- concepção de avaliação : processo contínuo e realizado em função dos objetivos

propostos para cada momento pedagógico seja bimestral, semestral ou anual. Pode

ser feita de diversas maneiras: trabalhos individuais, atividades em grupos,

trabalhos de campo, elaboração de textos, criação de atividades que possam ser um

“diagnóstico” do processo pedagógico em desenvolvimento. Muito mais do que uma

verificação para fins de notas, a avaliação é um diagnóstico do processo

pedagógico, do ponto de vista dos conteúdos trabalhados, dos objetivos, e da

apropriação e produção de conhecimentos. É um diagnóstico que faz emergir os

aspectos que precisam ser modificados na prática pedagógica. Um desafio está posto à educação do campo: considerar a cultura dos povos

do campo em sua dimensão empírica e fortalecer a educação escolar como

processo de apropriação e elaboração de novos conhecimentos.

34

Centro de Línguas Estrangeira Moderna - CELEM

O Centro de Línguas Estrangeiras Modernas (CELEM), criado no ano de

1986 pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED-PR), integra o

Departamento de Educação Básica (DEB) e tem por objetivo ofertar o ensino

gratuito de idiomas aos alunos da Rede Estadual de Educação Básica matriculados

no Ensino Fundamental (anos finais), no Ensino Médio, na Educação Profissional e

na Educação de Jovens e Adultos (EJA), aos professores e funcionários que

estejam no efetivo exercício de suas funções na rede estadual e também à

comunidade.

O CELEM, além de promover o conhecimento do idioma das etnias

formadoras do povo paranaense contribui para o aperfeiçoamento cultural e

profissional de seus alunos.

A Resolução n. 3.904/2008 - SEED, que regulamenta o funcionamento do

CELEM, considera "a importância que a aprendizagem de Línguas Estrangeiras

Modernas (LEM) têm no desenvolvimento do ser humano quanto a compreensão de

valores sociais e a aquisição de conhecimento sobre outras culturas".

Atualmente, o CELEM oferta nove idiomas: alemão, espanhol, francês, inglês,

italiano, japonês, mandarim, polonês e ucraniano, em duas modalidades de cursos:

- Curso Básico: 2 (dois) anos de duração (320h), 4 (quatro) horas/aula semanais,

exceção dos cursos de Língua Japonesa, Ucraniana e Mandarim que tem 3 (três)

anos de duração (480h) e também 4 (quatro) horas/aula semanais.

- Curso de Aprimoramento: o CELEM tem ofertado desde o ano de 2004 o Curso de

Aprimoramento para alunos que concluíram o Curso Básico. O referido curso tem 1

(um) ano de duração, com um total de 160 horas/aula em 4 (quatro) horas/aula

semanais.

Os interessados poderão cursar até dois idiomas, tendo disponibilidade e

compatibilidade de horários. Para isso, deverão entrar em contato diretamente com

o(s) estabelecimento(s) de ensino que oferta(m) o(s) idioma(s) de seu interesse para

as devidas providências.

O funcionamento dos CELEM é acompanhado pelos Núcleos Regionais de

Educação (NRE), os quais atendem as orientações definidas pela Coordenação do

CELEM/SEED.

35

Programa de Atividades Complementares Curriculares em

Contraturno

É um programa da Secretaria de Estado da Educação que tem como objetivo

o empoderamento educacional dos sujeitos envolvidos através do contato com os

conhecimentos, equipamentos sociais e culturais existentes na escola ou no

território em que está situada, através da ampliação de tempos, espaços e

oportunidades educativas.

O programa constitui-se de atividades integradas ao Currículo Escolar, que

oportunizam a aprendizagem e visam ampliar a formação do aluno. O atendimento

do programa é para alunos que se encontram em situação de vulnerabilidade social,

bem como para as necessidades socioeducacionais, considerando o contexto social

descrito no Projeto Político-Pedagógico da Escola e o baixo IDEB.

As Atividades Complementares Curriculares em Contraturno estão

organizadas nas áreas do conhecimento, articuladas aos componentes curriculares,

nos seguintes Macrocampos: Aprofundamento da Aprendizagem, Experimentação e

Iniciação Científica, Cultura e Arte, Esporte e Lazer, Tecnologias da Informação, da

Comunicação e uso de Mídias, Meio Ambiente, Direitos Humanos, Promoção da

Saúde, Mundo do Trabalho e Geração de Rendas.

Sua finalidade é:

• promover a melhoria da qualidade do ensino por meio da ampliação de

tempos, espaços e oportunidades educativas em contraturno, na escola ou no

território em que ela está situada, a fim de atender às necessidades

socioeducacionais dos alunos;

• ofertar atividades complementares ao currículo escolar vinculadas ao

Projeto Político-Pedagógico da Escola, respondendo às demandas educacionais e

aos anseios da comunidade;

• possibilitar maior integração entre alunos, escola e comunidade,

democratizando o acesso ao conhecimento e aos bens culturais.

36

Organização Curricular

A escola tem uma organização curricular composta por disciplinas do núcleo

comum e parte diversificada. As disciplinas do núcleo comum são: Arte, Biologia,

Ciências, Educação Física, Ensino Religioso, Filosofia, Física, Geografia, História,

Língua Portuguesa, Matemática, Química, Sociologia e uma disciplina da parte

diversificada: Língua Estrangeira Moderna: Inglês.

O ano letivo é composto de 200 dias letivos e a organização do tempo escolar

no Ensino Fundamental é por série e o Ensino Médio organizado por Blocos de

Disciplinas Semestrais.

A metodologia utilizada é a expositiva, dialógica buscando desenvolver um

trabalho interdisciplinar e contextualizado centrada numa teoria progressista, numa

linha Histórico-Crítica.

A avaliação é uma prática pedagógica intrínseca ao processo ensino e

aprendizagem, com a função de diagnosticar o nível de apropriação do

conhecimento pelo aluno. Faz parte do processo ensino-aprendizagem sendo,

portanto contínua, cumulativa, processual, diagnóstica, e qualitativa, serve como

direcionamento e ao professor como diagnóstico na retomada de suas decisões e

reflexões. Deve ser realizada em função dos conteúdos e ser coerente com os

pressupostos e metodologias da disciplina.

Os instrumentos de avaliação são diversificados através de provas escritas,

orais, pesquisas, trabalhos, seminários, experiências e realização das atividades

escolares e domiciliares.

A oferta da recuperação de estudos é de forma permanente e concomitante

ao processo ensino e aprendizagem, através de retomada paralela de conteúdos,

trabalhos e pesquisas. Depois de realizado os instrumentos de avaliação da

aprendizagem os resultados são os registrados em notas expressos em uma escala

de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero).

Para os alunos do 6º ano e do 9º ano há o professor da Sala de Apoio que

trabalha com conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática o que tem propiciado

uma recuperação de estudos e um melhor desenvolvimento nas outras disciplinas.

Para os alunos do 6º ao 9º ano a Sala de Recursos também tem contribuído

para a recuperação do desenvolvimento escolar dos alunos.

37

Os conteúdos trabalhados e a avaliação em notas são registrados no

Registro de Classe do professor, nos boletins, no Sistema SERE e no histórico

escolar do aluno.

Os resultados da avaliação são comunicados aos pais, no conselho de

classe, nas reuniões bimestrais e trimestrais através de boletins, e sempre que a

direção, equipe pedagógica e professores acham necessário que os pais tomem

conhecimento do rendimento escolar dos filhos.

38

GESTÃO DEMOCRÁTICA

A escola se constrói na sua relação com a sociedade, sendo um reflexo das

necessidades sócio-culturais de cada época. A atualidade tem apresentado um

ritmo acelerado de transformações, com a sociedade vivendo uma dinâmica muito

acentuada de alterações, num processo frenético. Mais do que nunca, são exigidas

dos sujeitos uma participação intensa e efetiva, transparência em objetivos das

decisões.

Na gestão democrática, todos são chamados a pensar, avaliar e agir

coletivamente, diante das necessidades apontadas pelas relações educativas,

percorrendo um caminho que se estrutura com base no diagnóstico das

possibilidades e necessidades.

Assim, a equipe de profissionais vai traçando os objetivos que nortearão a

construção das ações cotidianas, encontrando sua forma original de trabalho. Essa

travessia permite a cada escola a construção coletiva de sua identidade.

Nesse contexto, papel importante desempenha as instâncias de decisões

coletivas atuando em sintonia para viabilizar o Projeto Político-Pedagógico:

Associação de Pais, Mestres e Funcionários, Grêmio Estudantil, Conselhos de

Classe, representação de turmas, reuniões pedagógicas, etc são fundamentais e o

diretor da escola deverá pautar seu trabalho pelas discussões e pelos

encaminhamentos definidos por elas.

Na escola contamos com a participação da APMF, CONSELHO ESCOLAR,

GRÊMIO ESTUDANTIL, CONSELHO DE CLASSE que acontece bimestralmente,

trimestralmente e sempre que se faz necessário.

39

Princípios da Gestão Democrática

Para uma prática educativa social e transformadora devemos ter instituídos

constitucionalmente os princípios:

• Igualdade de condições para acesso e permanência no processo educativo.

• Gestão democrática, administrativa, pedagógica e financeira.

• Valorização do Magistério.

• Liberdade.

• Autonomia administrativa, jurídica, financeira e pedagógica.

40

6 MARCO OPERACIONAL

Sabemos que as mudanças na educação em nosso Colégio precisam ser

mais significativas. Precisamos delinear e reorganizar o nosso trabalho pedagógico

com ações que levem todos a compreender a importância da escola para

construção da cidadania. Estamos estudando, nos capacitando, melhorando a

qualidade de nossas aulas com projeção de uma sociedade idealizada pelos

princípios da igualdade, liberdade e justiça.

As práticas pedagógicas produzem normas, valores, visão de mundo e

atitudes que definem posições. As dimensões políticas e pedagógicas se

evidenciam nas opções curriculares e por isso estamos inevitavelmente

comprometidos com o que propomos e colocamos em prática no âmbito da escola.

6.1 Grandes linhas de ação

Definidos os aspectos conceituais que regem nossa prática, a escola propõe

ações para a concretização de suas concepções.

As grandes linhas de ação estão de acordo com os eixos norteadores do

plano de ação do diretor sendo:

6.1.1 Gestão Democrática

- Que haja maior participação da comunidade na escola, bem como maior

compreensão da importância dessa participação na vida escolar de seus filhos.

- Que a escola organize atividades que favoreçam o envolvimento de todos.

41

- Que as instâncias colegiadas pautem seu trabalho numa gestão democrática e

participativa.

- Que o relacionamento entre os segmentos e instâncias colegiadas ocorra num

processo democrático e participativo.

6.1.2 Proposta Pedagógica

- Que a proposta pedagógica da escola seja trabalhada de acordo com as Diretrizes

Curriculares Estaduais.

- Que o Conselho de Classe seja realizado com o propósito de refletir, avaliar e

propor ações pedagógicas que garantam a aprendizagem de todos os alunos.

- Que os conteúdos sejam trabalhos numa prática constante de interdisciplinaridade

visando a totalidade do conhecimento pelo aluno.

6.1.3 Formação Continuada

- Que a formação continuada seja organizada de forma a atender os anseios dos

profissionais da educação bem como as necessidades da escola.

6.1.4 Especificidades Locais

- Que as ações sejam efetivadas com a participação de todos os segmentos e

instâncias colegiadas.

- Que a escola organize e incentive a participação de todos em campanhas,

concursos e em todas as atividades que priorize temas relevantes para uma efetiva

construção da cidadania.

42

- Que a escola incentive e acompanhe estágios não obrigatórios, efetivados pelos

alunos e desenvolvidos em ambiente de trabalho, que vise à preparação para o

trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando regulamente a escola,

de acordo com a legislação em vigência.

6.1.5 Qualificação dos espaços e dos equipamentos d a Escola

- Que a escola busque junto a mantenedora recursos para construção, reforma e

adequação de seus espaços físicos, bem como equipamentos e materiais

necessários para desenvolver suas atividades pedagógicas.

Função específica de cada segmento da comunidade es colar

Para efetivação do Projeto Político Pedagógico na escola contamos com uma

organização interna onde cada segmento possui sua função específica, mas

articulada, onde as relações entre os aspectos pedagógicos e administrativos estão

embasados em princípios da gestão democrática.

Direção

A direção é o órgão que preside o funcionamento dos serviços escolares no

sentido de garantir o alcance dos objetivos educacionais pedagógicos e

administrativos do Estabelecimento de Ensino bem como na efetivação do Projeto

Político Pedagógico.

Equipe Pedagógica

A Equipe Pedagógica desenvolve dentro da sua especificidade a organização

do trabalho escolar. Organização esta, que requer um trabalho de qualidade voltado

para aspectos inovadores, buscando estratégias de aprendizagem. Portanto,

criando condições favoráveis para que os professores desenvolvam com plenitude

as finalidades, os objetivos e as metas de qualidade que ajudem o aluno a enfrentar

43

o mundo atual como cidadão participativo, reflexivo e autônomo, conhecedor de

seus direitos e deveres.

Desenvolve-se em um serviço organizado na escola, onde especialista, em

cooperação e interação com a direção, professores, e outros membros do corpo

técnico-administrativo oferecem recursos para que os alunos possam resolver suas

dificuldades no âmbito da aprendizagem, do relacionamento interpessoal e da

integração escolar e social, as quais se evidenciam na medida em que os alunos,

identificando suas capacidades e necessidades, desenvolvem as e passam a fazer

uso adequado das mesmas.

O trabalho da Equipe Pedagógica é de assessoria ao processo ensino-

aprendizagem, desenvolvido na relação professor-aluno, assegurando a efetivação

do Projeto Político Pedagógico. Requer, portanto, o conhecimento não apenas dos

alunos, mas também das condições concretas, pessoais e profissionais dos

professores. Este conhecimento implica na compreensão de que professor e equipe

pedagógica têm tarefas diferentes numa luta comum.

As atribuições com o estágio não obrigatório:

- acompanhar as práticas de estágio não obrigatório desenvolvidas pelo

aluno;

- manter os professors das turmas, cujos os alunos desenvolvem atividade

de estágio, informados sobre as atividades desenvolvidas, de modo que estes

possam conttribuir para esta relação prática;

- orientar e receber relatórios períodicos do estagiário;

- elaborar normas complemetares e instrumentos de avaliação dos estágios

de seus educandos;

- zelar pelo cumprimento do termo de compromisso com o educando, com a

parte concedente e o estabelecimento.

Professores

Conforme a LDB 9.394/96 os docentes incumbir-se ão de:

- Participar na elaboração da Proposta Pedagógica do estabelecimento de ensino.

- Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do

estabelecimento de ensino.

44

- Zelar pela aprendizagem dos alunos.

- Estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento.

- Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar

integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação, ás reuniões e

ao desenvolvimento profissional.

- Colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a

comunidade.

Equipe Administrativa

A Equipe Administrativa é o setor que serve de suporte ao funcionamento de

todos os setores do Estabelecimento de Ensino, proporcionando condições para

que os mesmos supram suas reais funções. A Equipe Administrativa é composta por

Agente Educacional I e Agente Educacional II.

Secretaria: é o setor que tem a seu encargo todo o serviço de escrituração escolar

e correspondência do estabelecimento.

Serviços Gerais : tem a seu encargo o serviço de manutenção, preservação,

segurança e merenda escolar do Estabelecimento de Ensino, sendo coordenado e

supervisionado pela Direção.

Bibliotecário: O serviço do Bibliotecário é de garantir o acesso à informação, é

ensinar o aluno a buscar, localizar, selecionar, confrontar, estabelecer nexos e com

isso o aluno ser capaz de produzir o seu próprio discurso. O objetivo é criar leitores

autônomos mostrando que a biblioteca faz parte de seu dia-a-dia. A biblioteca deve

ser o espaço de informação e de educação para a informação.

Como parte das mudanças sociais, exige-se de todos os profissionais da

educação uma prática voltada para o respeito às diferenças, para o saber conviver

com a diversidade de culturas e para a construção de práticas de uma gestão

democrática.

45

O papel das Instâncias Colegiadas

Conselho Escolar : tem por finalidade efetivar a gestão escolar, na forma de

colegiado, promovendo a articulação entre os segmentos da comunidade escolar e

os setores da escola constituindo-se um órgão auxiliar da direção do

estabelecimento de ensino. Composto por representantes da comunidade escolar e

local, que têm como atribuição deliberar sobre questões políticos-pedagógicas,

administrativas, financeiras, no âmbito da escola.

Conselho de Classe : É um órgão colegiado presente na organização da escola, em

que os professores das diversas disciplinas juntamente com a equipe pedagógica e

direção reúne-se para refletir e avaliar o desempenho pedagógico dos alunos por

série e turma. Esta reunião se dá bimestralmente, trimestralmente e sempre que se

fizer necessário.

APMF: É um órgão de representação dos pais, mestres, e funcionários do

estabelecimento de ensino, não tendo caráter político partidário, religioso, racial e

nem fins lucrativos e com objetivos de discutir sobre ações de assistência ao

educando, de aprimoramento do ensino e integração família-escola-comunidade,

prestando assistência a professores e funcionários, assegurando-lhes melhores

condições de eficiência escolar em consonância com a proposta pedagógica do

colégio.

Grêmio Estudantil: O grêmio estudantil é uma representação do corpo discente da

escola. Ele deve ser visto como uma expressão da vontade coletiva dos estudantes.

46

É de fundamental importância esta representação escolar no debate da escola para

sua democratização e evolução. O grêmio é uma organização sem fins lucrativos

que representa o interesse dos estudantes e que tem fins cívicos, culturais,

educacionais, desportivos e sociais. É o órgão máximo de representação dos

estudantes da escola.

Calendário escolar

O Calendário Escolar é elaborado anualmente conforme normas

emanadas da SEED apreciado e aprovado pelo Conselho Escolar, obedecendo à

legislação vigente de forma a assegurar as condições necessárias à oferta da

Educação Básica com qualidade, com base no que determina a LDB 9394/96, a

qual estabelece o mínimo de 800h (oitocentas horas) distribuídas por um mínimo

de 200 dias letivos de efetivo trabalho escolar. Após, enviado ao órgão

competente para análise e homologação, ao final de cada ano letivo anterior à sua

vigência.

O Calendário Escolar fixa:

I – Início e término do período letivo;

ll - Formação Continuada;

IIl – Dias para encontros pedagógicos;

IV – Dias para reunião de conselho de classe;

V – Recesso;

Vl – Feriados oficiais;

VIl – Férias do Professor;

Cabe a escola estabelecer os feriados municipais e recessos.

As complementações de carga horária do período noturno são realizadas aos

sábados.

Há reposições de aulas e realização de atividades extraclasses aos sábados

para cumprimento dos duzentos dias letivos.

47

Espaços Pedagógicos

Na escola contamos com os espaços educativos: biblioteca, laboratório de

informática, laboratório de Ciências, Física, Química e Biologia, refeitório, sala dos

professores, pátio e uma quadra de esportes que contribuem para o processo

ensino-aprendizagem.

A biblioteca é um espaço pedagógico democrático com acervo bibliográfico à

disposição de toda a comunidade e está à disposição dos alunos, professores,

funcionários e comunidade para pesquisas, leituras, trabalhos individuais, trabalho

em grupos e empréstimos de livros para leitura em sala de aula e domiciliar,

podendo o aluno permanecer com o livro durante sete dias.

O laboratório de Ciências, Física, Química e Biologia é um espaço

pedagógico para uso dos professores e alunos, que tem por finalidade auxiliar a

compreensão dos conteúdos trabalhados nas disciplinas, na realização de aulas

práticas, sendo necessário fazer o agendamento.

A quadra de esportes utilizada para as aulas de Educação Física, treinamento

de Handebol e Futsal e em atividades extraclasses culturais e recreativas

desenvolvidas pela escola durante o ano letivo.

O pátio é mais um local onde os alunos têm momentos de descontração, bate

papo, mantem um relacionamento de amizade, cooperatividade e liderança. Quando

necessário é utilizado para ensaios de danças, atividades recreativas e culturais, e

as duas mesas de tênis nas aulas de Educação Física.

A sala dos professores é o local da realização da hora atividade, estudos e

espera no intervalo entre aulas.

O laboratório de Informática é um espaço pedagógico para uso dos

professores e alunos, que tem por finalidade auxiliar a compreensão de conteúdos

trabalhados nas diferentes disciplinas do Ensino Fundamental e Médio, como uma

alternativa metodológica diferenciada.

48

Critérios de organização das turmas

A organização de turmas do ensino regular é de acordo com o número de

matrículas, vagas disponibilizadas e o número de salas de aulas da escola. O

Ensino Médio é autorizado para funcionamento nos períodos matutino e noturno e,

portanto distribuímos nestes períodos turmas de cada série.

Atende-se a necessidade das famílias que moram na zona rural e depende

do transporte escolar com horário fixo para o período matutino formando uma turma

de cada série do Ensino Fundamental e Médio neste período.

Nos período vespertino e noturno as turmas de Ensino Fundamental – 6º a 9º

anos também são distribuídas de acordo com o número de matrículas, vagas

disponibilizadas e número de salas de aulas existentes na escola.

De acordo com instrução da Secretaria de Estado da Educação os alunos

com matrícula efetiva no ensino regular no ano em curso têm a vaga garantida no

turno em que estudou. Para os alunos que ingressam no 6º ano há uma instrução

normativa com critérios específicos.

É distribuída uma Sala de Recursos no período matutino e vespertino para

atender alunos do Ensino Fundamental. Os alunos do período matutino freqüentam

a Sala de Recursos no período vespertino e os alunos do período vespertino

freqüentam a Sala de Recursos no período matutino. Os alunos do período noturno

também são atendidos na Sala de Recursos de acordo com a disponibilidade de

horários.

O Programa Salas de Apoio à Aprendizagem em contraturno para o 6º ano e

9º ano, para os alunos com dificuldades de aprendizagem no que se refere aos

conteúdos considerados básicos para as séries contempladas são selecionados

pelos professores regentes, equipe pedagógica e direção. Organizadas em turmas

de no máximo 20 (vinte) alunos para cada uma das disciplinas – Língua Portuguesa

e Matemática são de 04 horas-aula semanais, em aulas geminadas, em dias não

subsequentes.

49

O CELEM – Centro de Ensino de Línguas Estrangeiras Moderna, com a

disciplina de Espanhol, as turmas são formadas para atender a demanda da escola

e o interesse dos alunos e da comunidade em participarem das aulas.

Na Atividade Complementar Curricular em Contraturno Periódica – Artes

Visuais é distribuída uma turma para todos os alunos interessados em fazer a

atividade, priorizando os que se encontram em situação de vulnerabilidade social,

bem como para as necessidades socioeducacionais, com quatro aulas semanais

distribuídas em duas vezes na semana.

50

Formação Continuada dos Profissionais da Educação

A formação para ingressar na carreira é obrigatória O aprimoramento dos

profissionais da educação uma necessidade, por isso um plano de formação

continuada é essencial para garantir um processo de ensino e aprendizagem de

qualidade.

A organização da formação continuada dos profissionais da educação e

componentes das instâncias colegiadas é ofertada pela SEED em eventos

distribuídos por área do conhecimento e atuação, como seminários, simpósios,

jornadas pedagógicas. Cabe a escola também desenvolver uma formação

continuada de acordo com as suas necessidades. Portanto, será realizada por meio

de reuniões pedagógicas, grupos de estudos, palestras, horas atividades por área

de conhecimento, trocas de experiências, grupos de implementação - PDE -

Programa de Desenvolvimento Educacional, entre outros. A direção e a equipe

pedagógica incentiva a participação em eventos como: Grupo de Trabalho em Rede

– GTR e outros cursos oferecidos pela SEED e pelo NRE na modalidade presencial

ou a Distância para aprimoramento teórico-metodológico.

Durante todo o ano letivo a Direção e Equipe Pedagógica desenvolvem uma

formação continuada dentro da escola, além das reuniões pedagógicas existentes

no calendário, o conselho de classe se torna um espaço de reflexão do trabalho

escolar e outros momentos que se faz necessário orientar os professores como nas

instruções da SEED e do N.R.E.

Articulação Anos Iniciais e Anos Finais do Ensino F undamental de Nove anos

Na passagem dos anos iniciais para os anos finais do ensino fundamental

deve ser dada uma atenção especial aos alunos que vêem transferidos da rede

51

municipal de ensino a fim de que possam melhor organizar as suas atividades

diante das diversas situações que enfrentarão nesta fase.

Para isso, a escola se organizará criando possibilidades e encaminhamentos

para articulação entre os anos iniciais e anos finais do Ensino Fundamental, tais

como:

• Conhecer os documentos de orientações pedagógicas utilizadas pelas

redes municipais de ensino;

• Conhecer a Proposta Pedagógica dos anos iniciais;

• Observar as concepções (infância, desenvolvimento humano,

alfabetização e letramento, tempo e espaço) e os encaminhamentos que

norteiam o processo ensino-aprendizagem nos anos iniciais;

Avaliação

O professor faz o seu Plano de Trabalho Docente de acordo as Diretrizes

Curriculares. Cada disciplina tem os seus conteúdos Estruturantes e Básicos. Ao

montar o seu Plano de Trabalho Docente o professor organiza-o de acordo com as

especificidades da disciplina.

A avaliação será trimestral, no Ensino Fundamental e bimestral no Ensino

Médio Organizado por Blocos de Disciplinas Semestrais, sendo composta pela

somatória das notas obtidas pelo aluno em cada conteúdo específico e/ou bloco de

conteúdos afins, atendendo as especificidades de cada disciplina.

A recuperação de estudos será concomitante ao processo educativo a todos

os alunos, independente do nível de apropriação dos conhecimentos, garantindo a

todos nova oportunidade de aprendizagem e avaliação.

O professor realizará tantas avaliações quantas forem necessárias, a fim de

garantir a aprendizagem de todos os alunos.

Tanto para a avaliação como para a recuperação de estudos o professor

utilizará de instrumentos diversificados de avaliação: provas, trabalhos, debates,

exposições orais, trabalhos escritos, relatórios escritos e orais etc., oportunizando a

todos os alunos diferentes formas de exposição do conhecimento.

A avaliação é de todo o processo: do trabalho do professor, do aprendizado

dos alunos e dos documentos que norteiam o trabalho pedagógico.

52

Adaptação, Classificação, Reclassificação e Regular ização da vida

escolar e Progressão Parcial

A adaptação de estudos de disciplinas é atividade didático-pedagógica

desenvolvida sem prejuízo das atividades previstas na Proposta Pedagógica

Curricular, para que o aluno possa seguir o novo currículo.

A efetivação do processo de adaptação será de responsabilidade da equipe

pedagógica e docente, que deve especificar as adaptações a que o aluno está

sujeito, elaborando um plano próprio, flexível e adequado ao aluno.

A classificação no Ensino Fundamental e Médio é o procedimento que o

estabelecimento de ensino adota para posicionar o aluno na etapa de estudos

compatível com a idade, experiência e desenvolvimento adquirido por meios formais

ou informais.

A reclassificação é o processo pelo qual o estabelecimento de ensino avalia

o grau de experiência do aluno matriculado, preferencialmente no início do ano,

levando em conta as normas curriculares gerais, a fim de encaminhá-lo à etapa de

estudos compatíveis com sua experiência e desenvolvimento, independentemente

do que registre o seu Histórico Escolar.

O processo de regularização de vida escolar é de responsabilidade do diretor

do estabelecimento de ensino, sob a supervisão do Núcleo Regional de Educação,

conforme normas do Sistema Estadual de Ensino. Constatada a irregularidade a

Direção e o Núcleo Regional de Educação acompanharão o processo pedagógico e

administrativo, desde a comunicação do fato até a sua conclusão.

O processo de adaptação, classificação, reclassificação e regularização da

vida escolar têm caráter pedagógico centrado na aprendizagem, exigindo ações

para resguardar os direitos dos alunos, das escolas e dos profissionais. Tais ações

encontram-se normatizadas no Regimento Escolar.

A matrícula com Progressão Parcial é aquela por meio da qual o aluno, não

obtendo aprovação final em até 3 (três) disciplinas em regime seriado, poderá cursá-

las subseqüente e concomitantemente as séries seguintes. Até a presente data e de

acordo com o Regimento Escolar o estabelecimento de ensino não oferta aos

alunos matrícula com Progressão Parcial e as transferências recebidas de alunos

53

com dependências em até três disciplinas serão aceitas e deverão ser cumpridas

mediante plano especial de estudos.

Inclusão

A inclusão na sociedade é um grande desafio. Possui entraves que dificulta e

até mesmo exclui os alunos com necessidades especiais das escolas regulares,

seja pela falta de estrutura física ou principalmente pelo preconceito que ainda

impera no interior das pessoas. A inclusão é o ir além, é trazer para perto, é

acolhimento à diversidade humana e aceitação das diferenças individuais.

É imprescindível dominarmos bem os conceitos inclusivistas para que

possamos ser ativos na construção de uma sociedade que seja realmente para

todos, independentemente da cor, da idade, do gênero, do tipo de necessidade

especial e qualquer outro atributo pessoal. “As escolas inclusivas são escolas para

todos, implicando um sistema educacional que reconheça e atenda às diferenças

individuais, respeitando as necessidades de qualquer dos alunos” (CARVALHO,

2004, p. 26).

O processo de Inclusão Educacional deve acontecer de maneira satisfatória,

envolvendo tanto os alunos como os profissionais da escola. O atendimento

pedagógico para alunos com necessidades especiais e dificuldade de aprendizagem

é fator essencial para que se desenvolvam superando seus limites. Na escola a

inclusão desenvolve nos estudantes a apreciação pela diversidade individual e um

aprendizado cooperativo.

Assim, é um processo que contribui para a construção de uma sociedade que

garante espaços a todos, fortalecendo as atitudes de aceitação das diferenças

individuais e de valorização da diversidade humana enfatizando a importância do

pertencer, da convivência, da cooperação para construção da solidariedade, da

justiça.

De acordo com a Secretaria de Estado da Educação deve ser uma política

denominada de inclusão responsável . O desafio da inclusão escolar é enfrentado

como nova forma de repensar e reestruturar políticas e estratégias educativas, de

maneira a criar oportunidades efetivas de acesso para crianças e adolescentes com

54

necessidades educacionais especiais, e, sobretudo, garantir condições

indispensáveis para que possam manter-se na escola e aprender.

Diversidade

O acesso e permanência na escola com qualidade no processo educacional é

direito de todos. Entende-se como “todos”, as populações do campo, agricultores

familiares, trabalhadores rurais temporários, acampados, assentados, negras e

negros, povos indígenas, pessoas lésbicas, gays, travestis e transexuais. A escola

trabalha na perspectiva de assegurar o atendimento sem discriminação ou

preconceito desta população, bem como sempre que possível trazer a discussão a

problemática que envolve este assunto.

A partir de 2008 foi formada a Equipe Multidisciplinar, que tem como objetivo,

elaborar ações na perspectiva de contribuir para que o aluno negro e indígena mire-

se positivamente pela valorização da historia de seu povo, da cultura, da

contribuição para o país e para a humanidade.

O trabalho com a diversidade envolve o atendimento a todos os sujeitos que,

historicamente, encontravam-se excluídos do processo de escolarização e/ou da

pauta das políticas educacionais, tais como: as populações do campo, faxinalenses,

agricultores familiares, trabalhadores rurais temporários, quilombolas, acampados,

assentados, ribeirinhos, ilhéus, negros e negras, povos indígenas, jovens, adultos e

idosos não alfabetizados, pessoas lésbicas, gays, travestis e transexuais.

Diante disto a escola deve assumir o compromisso político e social de garantir

a todos e a todas o direito ao acesso à escolarização e ao saber sistematizado

historicamente.

Compreender esta dinâmica possibilita identificar e reconhecer os diferentes

sujeitos (educadores e educandos) e os condicionantes sociais que determinam o

sucesso ou o fracasso escolar, visando criar mecanismo de enfrentamento aos

diversos preconceitos existentes para que possa garantir o direito ao acesso e a

permanência com qualidade no processo educacional.

O governo federal sancionou, em março de 2003, a lei nº 10639/03-MEC, que

instituiu a obrigatoriedade do ensino da História da África e dos Africanos no

currículo escolar do ensino fundamental e médio. Estabeleceu também as Diretrizes

55

Curriculares para a implementação da mesma. Esta decisão resgata historicamente

a contribuição dos negros na construção e formação da sociedade brasileira.

Desafios Educacionais Contemporâneos

A escola volta-se para a promoção de ação coletiva voltada para a inclusão e

a diversidade, possibilitando assim a formação de pessoas críticas capazes de

mobilizarem-se na sociedade de forma a garantir o reconhecimento de sua

cidadania e formação para o mundo do trabalho.

Nesta perspectiva a escola trabalha no sentido de reparar males das novas

configurações do capital (inclusão, sustentabilidade, cidadania, meio ambiente,

drogadição, bullying).

Alguns Desafios Educacionais Contemporâneos inseridos na escola e nas

políticas educacionais, hoje são marcos legal, que tem seus princípios e história

determinada pela cobrança da sociedade civil organizada e, mais pontualmente, dos

movimentos sociais. Sendo assim, tais leis e lutas históricas e coletivas da

humanidade não serão negadas pela escola, mas são chamadas ao currículo

quando fazem parte da totalidade de um conteúdo nele presente, portanto, fazendo

parte do recorte do conteúdo e como necessidade para explicação de fatos sociais,

seja por questões da violência, das relações étnico-raciais, da educação ambiental,

do uso indevido de drogas ou dos direitos humanos, bullying e educação fiscal.

Equipe Multidisciplinar

É uma instância de organização do trabalho escolar, preferencialmente

coordenada pela equipe pedagógica, e instituída por instrução da SUED / SEED, de

acordo com no disposto no art. 8° da Deliberação n° 04/ 06 – CEE/PR, com a

finalidade de orientar e auxiliar o desenvolvimento das ações relativas à educação

das Relações Étnico-Raciais e ao Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira,

Africana e Indígena, ao longo do período letivo.

56

As equipes multidisciplinares se constituem por meio da articulação das

disciplinas da Base Nacional Comum, em consonância com as Diretrizes

Curriculares Estaduais da Educação Básica e Diretrizes Curriculares Nacionais para

Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de Historia e Cultura Afro-

Brasileira e Africana, com vistas a tratar da Historia e Cultura da África, dos

Africanos, Afrodescendentes e Indígenas no Brasil, na perspectiva de contribuir para

que o aluno negro e indígena mire-se positivamente, pela valorização da historia de

seu povo, da cultura, da contribuição para o país e para a humanidade.

É formada por representantes da equipe pedagógica, dos professores, dos

agentes educacionais I e II e pela direção escolar.

57

Plano de Avaliação do Projeto Político Pedagógico

A autonomia da escola na construção coletiva do Projeto Político-Pedagógico

concede-lhe o direito e o dever de avaliá-lo em todas as suas dimensões e de

divulgar os resultados a todos os interessados.

A avaliação de todo o processo e de todos os envolvidos pelos que dele

participaram é uma ação fundamental para a garantia de êxito do projeto e para as

decisões significativas a serem tomadas, daí a importância da própria escola avaliar

seu trabalho e apresentar à comundade os resultados obtidos, assim como suas

necessidades, dificuldades e metas futuras.

A avaliação interna e sistemática é essencial para a definição, correção e

aprimoramento de rumos e neste contexto direção, equipe pedagógica, professores,

agentes educacionais I e II, alunos, representantes das instâncias colegiadas farão

a avaliação do Projeto Político-Pedagógico anualmente, tendo como ponto de

partida uma análise crítica da realidade – diagnóstico, buscando explicar e

compreender criticamente as causas da existência de problemas, bem como suas

relações, suas mudanças e proposição de metas, ações e soluções alternativas.

O diagnóstico será por meio de questionários, reuniões gerais, análise dos

resultados da escola, reuniões por segmentos e nas capacitações de acordo com o

calendário escolar. O Projeto é dinâmico e passivel de reformulações constantes,

por isso, a avaliação e implementação dar-se-á diante da necessidade de

mudanças e (re) encaminhamentos, contando sempre com a participação do

coletivo escolar.

58

PLANO DE AÇÃO

- Leitura, análise e discussão do Projeto Político Pedagógico e Regimento

Escolar com todos os segmentos da escola.

- Envolver as instâncias colegiadas: Grêmio Estudantil, APMF e Conselho

Escolar nos eventos previstos em calendário escolar e outros encontros que se fizer

necessário.

- Eleição dos alunos representantes de turma - monitores

- Orientação e acompanhamento da atuação dos alunos representantes de

turma.

- Execução do programa FICA

- Escolha pela equipe pedagógica e professores do Professor Orientador de

turma.

- Elaboração de plano de reposição de aulas nos bimestres, trimestres

obedecendo aos critérios de contra turno e troca de horário com outro professor.

- Acompanhamento do Plano de Trabalho Docente, com atendimento aos

professores durante a hora-atividade.

- Viabilizar encontros de Grupo de Estudos com a participação da Direção,

Equipe Pedagógica e Professores.

- Realizar o Pré- Conselho com professores, durante a hora atividade.

- Realizar os Conselhos de Classe, bimestralmente e trimestralmente

priorizando a discussão coletiva sobre o processo de ensino e de aprendizagem.

- Elaboração de Relatórios bimestrais, individual do aluno, para

preenchimento por parte de todos os professores, em suas respectivas disciplinas,

com a finalidade de informar aos responsáveis sobre o desempenho do aluno.

- Proporcionar reuniões de pais e ou responsáveis para conscientização do

seu compromisso e responsabilidade quanto ao acesso, permanência e o

aproveitamento de seus filhos na escola.

- Encaminhamento e acompanhamento dos alunos nas salas de Recursos,

dos professores e Equipe pedagógica.

- Eleição a cada dois anos do Grêmio Estudantil.

- Colaborar, articulando ideias e recursos, na execução das Atividades

Curriculares Complementares, acompanhando a execução das mesmas.

59

- Atualização permanente do acervo da Biblioteca, com aquisição de novos

exemplares.

- Aquisição de material didático pedagógico, com recursos do PDDE e Fundo

Rotativo.

- Continuidade ao Curso de Língua Espanhola (CELEM) no período vespertino

e noturno.

- Oportunizar a todos os alunos atividades extraclasses.

- Oferecer aos funcionários da escola, material de expediente necessário para

o desempenho de suas atividades.

- Favorecer a todos os funcionários, momentos de participação nas reuniões e

decisões da escola.

- Promover e viabilizar os projetos encaminhados pela Secretaria de Estado e

Educação (SEED).

- Coordenar o uso correto da Tecnologia de Informação e Comunicação – TIC´s.

- Adequar a infra-estrutura da escola no que se refere ao acesso e permanência

de alunos e servidores com necessidades especiais.

- Incentivar os professores da Instituição a planejarem suas atividades em

conjunto, buscando a interação das disciplinas.

- Reduzir índices de evasão e repetência.

- Melhorar a infra-estrutura física, estudando e viabilizando a construções de

ambientes de aprendizagem (salas de aula, quadra de esportes, refeitório, ala

administrativa, auditórios, etc.).

- Alcançar a meta 4.0 estipulada para 2011 no IDEB.

- Implantação de ficha diária de acompanhamento aula a aula pelo representante

de turma repassada à equipe pedagógica.

60

6 Referências

BOFF, Leonardo. Cidadania, com-cidadania, cidadania nacional e cidadania territorial. In: Depois de 500 anos: que Brasil queremos? Leonardo Boff. Petrópolis, RJ. Vozes. 2000. p. 51-84 CAMBI, Franco. História da pedagogia. São Paulo: Editora UNESP, 1999. DALBEN, Ângelo I. L. de Freitas. O que é Conselho de Classe? In: Conselho de Classe e Avaliação : perspectivas na gestão pedagógica da escola. Campinas, SP. Papirus, 2004, p. 31-39. ___________.Gestão escolar democrática e o lugar dos conselhos de classe. In: Conselho de Classe e Avaliação : perspectivas na gestão pedagógica da escola. Campinas, SP. Papirus, 2004, p. 55-68. EDLER CARVALHO, Rosita. Educação inclusiva: com os pingos nos is. Porto Alegre: Mediação, 2004. FREIRE. Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática educativa. Coleção Leituras. São Paulo: Paz e Terra, 1996. ___________. Pedagogia do Oprimido. 14ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1983. GADOTTI. Moacir. Escola Cidadã . 4ª edição. Coleção Questões de Nossa Época; v.24. São Paulo: Cortez, 1997. KRAMER. Sônia. Propostas Pedagógicas ou Curriculares: Subsídios para uma leitura crítica. In: Currículo : Políticas e práticas / Antonio Flávio Barbosa Moreira (org.) Campinas, SP: Papirus, 1999, p. 165-183. LIBÂNEO, J. C. Didática . 1. ed. São Paulo: Cortez, 1994. LUCKESI. Cipriano Carlos. Avaliação do aluno: a favor ou contra a democratização do ensino? In: Avaliação da aprendizagem escolar : estudos e proposições, 15ª edição. SP: Cortez, 2003, p. 60-84.

61

_________. Verificação ou avaliação: O que pratica a escola? _________. In: Avaliação da Aprendizagem escolar : estudos e proposições. 15ª edição, SP: Cortez, 2003, p.85-101. _________. Avaliação da Aprendizagem escolar : estudos e proposições. 15ª edição, SP, Cortez, 2003, p. 168-180. PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação do Campo . Curitiba: SEED-PR, 2006. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a Construção de Currículos I nclusivos. Curitiba, SEED/SUED/DEE: 2006. MOREIRA. Antonio Flávio; SILVA, Tomaz Tadeu da. (Org.) Currículo, Cultura e Sociedade . 2ª edição. São Paulo: Cortez. 1997. _________. Currículos e Programas no Brasil. Campinas: Papirus, 1990. PINTO, Álvaro Vieira. Conceito de Educação. Forma e conteúdo da educação e as concepções ingênua e crítica da educação. In: Sete lições sobre educação de adultos / Álvaro Vieira Pinto. São Paulo: Cortez, 1994. RODRIGUES. Neidson. Lições do Príncipe e outras lições . 16ª edição, Coleção Questões de Nossa Época; v. 15 São Paulo: Cortez, 1995. SAUL. Ana Maria. Para mudar a prática de avaliação do processo de ensino-aprendizagem. In: BICUDO. Maria Aparecida V.; SILVA JÚNIOR, Celestino da. (Orgs.) Formação do educador e avaliação educacional : conferências e mesas-redondas. SP. Editora UNESP, 1999, p.101-110, (Seminarios e debates, v.1) SAVIANI. Demerval. Escola e democracia . Coleção Polêmicas do Nosso Tempo. 40. ed. Campinas: Autores Associados, 2008. ______. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. Campinas: Autores Associados, 2008.

62

_______ Sobre a natureza e especificidade da Educação, Pedagogia Histórica - crítica : primeiras aproximações. 3ª ed. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1992. p. 19-30. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Fundamental. Algumas reflexões sobre o Acompanhamento da Avaliaç ão da aprendizagem . Revendo a Deliberação 007/99. SEVERINO. Antonio Joaquim: O Projeto Político Pedagógico: a saída para a escola. Revista da AEC. Brasília, V. 27, nº 107, p. 81-91, abril/junho, 1998. SOARES, Magda. Alfabetização e letramento . São Paulo: Contexto, 2003. VEIGA. Ilma Passos A. e FONSECA. Marília (Orgs.). As Dimensões do Projeto Político Pedagógico . Campinas: Papirus. 2001. ______. Projeto Político Pedagógico da escola : Uma construção possível. Campinas: Papirus, 1995.