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ORIENTAÇÕES
1. As respostas devem ser preenchidas EXCLUSIVAMENTE A CANETA (AZUL OU PRETA);
2. TODAS AS QUESTÕES OBJETIVAS devem conter justificativas;
3. Preencha a folha de respostas que está no final deste trabalho.
Questão 01 - (UNIFOR CE)
No quadrinho abaixo, observamos um
problema de comunicação entre os
personagens. Assinale a alternativa que
apresenta o elemento da comunicação que
levou a esse problema.
a) Canal.
b) Código.
c) Referente.
d) Mensagem.
e) Receptor.
Questão 02 - (UERJ)
Olho as minhas mãos Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas
Porque são minhas. Mas é tão esquisito distendê-las
Assim, lentamente, como essas anêmonas do
fundo do mar...
Fechá-las, de repente, 5Os dedos como pétalas carnívoras!
Só apanho, porém, com elas, esse alimento
impalpável do tempo,
Que me sustenta, e mata, e que vai secretando
o pensamento
Como tecem as teias as aranhas.
A que mundo 10Pertenço?
No mundo há pedras, baobás1 , panteras,
Águas cantarolantes, o vento ventando
E no alto as nuvens improvisando sem cessar.
Mas nada, disso tudo, diz: “existo”. 15Porque apenas existem...
Enquanto isto,
O tempo engendra a morte, e a morte gera os
deuses
E, cheios de esperança e medo,
Oficiamos rituais, inventamos 20Palavras mágicas,
Fazemos
COLÉGIO SHALOM
Ensino Médio – 1º ANO
Prof. Me. Clécio Oliveira – Língua Portuguesa
Aluno (a): _____________________________________
TRABALHO DE
RECUPERAÇÃO
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Poemas, pobres poemas
Que o vento
Mistura, confunde e dispersa no ar... 25Nem na estrela do céu nem na estrela do mar
Foi este o fim da Criação!
Mas, então,
Quem urde eternamente a trama de tão velhos
sonhos?
Quem faz – em mim – esta interrogação? (QUINTANA, Mário. Apontamentos de história sobrenatural.
Porto Alegre: Globo, 1984.) A metalinguagem pode ser percebida quando,
em uma mensagem, a linguagem passa a ser
o próprio objeto do discurso.
A metalinguagem não está presente na
seguinte alternativa:
a) “A que mundo / Pertenço?” (v. 9 -
10)
b) “Fazemos / Poemas, pobres poemas”
(v. 21 - 22)
c) “Foi este o fim da Criação!” (v. 26)
d) “Quem faz – em mim – esta
interrogação?” (v. 29)
Questão 03 - (ESCS DF)
BALADA DAS TRÊS MULHERES
DO SABONETE ARAXÁ Manuel Bandeira
As três mulheres do sabonete Araxá me invocam,
me
bouleversam, me hipnotizam.
Oh, as três mulheres do sabonete Araxá às 4 horas
da
tarde!
O meu reino pelas três mulheres do sabonete
Araxá.
Que outros, não eu, a pedra cortem
Para brutais vos adorarem,
Ó brancaranas azedas,
Mulatas cor da lua vêm saindo cor de prata
Ou celestes africanas:
Que eu vivo, padeço e morro só pelas três
mulheres
do sabonete Araxá!
São amigas, são irmãs, são amantes as três
mulheres
do sabonete Araxá?
São prostitutas, são declamadoras, são acrobatas?
São as três Marias?
Meu Deus, serão as três Marias?
A mais nua é doirada borboleta.
Se a segunda casasse, eu ficava safado da vida,
dava
pra beber e nunca mais telefonava.
Mas se a terceira morresse... Oh, então, nunca
mais a
minha vida outrora teria sido um festim!
Se me perguntassem: Queres ser estrela? Queres
ser
rei? Queres uma ilha no Pacífico? um bangalô em
Copacabana?
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Eu responderia: Não quero nada disso tetrarca. Eu
só quero as três mulheres do sabonete Araxá:
O meu reino pelas três mulheres do sabonete Araxá!
A função de linguagem, além da função poética,
que predomina no poema é:
a) emotiva;
b) fática;
c) metalinguística;
d) conativa;
e) referencial.
Questão 04 - (IBMEC SP)
O NAVIO NEGREIRO - Castro Alves
(fragmento)
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
Além da função poética, qual outra função da
linguagem prevalece no poema de Castro Alves?
a) metalinguística
b) referencial
c) apelativa
d) fática
e) emotiva
Questão 05 - (UNIFICADO RJ)
Os sonhos também envelhecem Os sonhos! Esses companheiros que movem a vida,
que vêm de mãos dadas à existência!
Sonhos que se realizam, sonhos possíveis,
impossíveis sonhos, fáceis e difíceis, alavanca de
cada dia. 5Sonhos dormidos, sonhos bem acordados.
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Li em algum lugar que os “sonhos são os
primeiros passos para as realizações”. Verdade,
porque se realiza o que se pensa, se pensa o que
se sonha. Engatinhamos em pensamento, damos
os primeiros passos, andamos 10rumo à vitória,
pelo menos deveria ser assim.
Estava pensando que os sonhos, assim como tudo,
ficam velhos. Feio isso, não é?
Sonhos velhos, velhos sonhos, que se cansaram de
sonhar, que enrugaram a cara, a esperança, a
vontade. 15Pergunto-me se os sonhos ficam velhos
ou se erramos nas projeções de realização.
Seguimos com tantos sonhos e vejo que alguns
passam do sonho ao desafio a si mesmo.
Muitas vezes, quando se chega ao pé do sonho, 20quando o temos nas mãos, não é mais
importante, apenas vencemos um desafio, não
alcançamos o sonho bonito, digladiamos com a
força de fazer, quer se queira ainda ou não.
A dialética da vida, essa pressa de mudar tudo, faz 25as óticas mudarem também. Muitas vezes não
percebemos e continuamos a trilhar na mesma
estrada, como se as árvores que a enfeitam não
fossem outras, à medida que se evolui... Como se
o tempo não passasse pela metamorfose de dia e
noite, de chuva e sol. 30Continuamos as mesmas velhas pessoas, com os
mesmos sonhos.
Os sonhos também envelhecem, mas podem
passar pela plástica da visão ampla e serem novos,
novos sonhos, com cara de menino, com cara de
vida, na nossa 35cara de vencedor...
Importante se faz tirar o véu que cobre a
jovialidade do sonho, identificar sua velhice, vê-
lo deitado e cansado de ser sonhado, interromper
o desafio, fazer renascer, melhor, moderno e
possível... LAGARES, Jane (adaptado).
Disponível em: http://prosaepoesia.com.br/cronicas/
sonhos_envelhecem.asp.
Acesso em: 12 nov. 2006. Em “Feio isso, não é?” (l. 12), a função da
linguagem existente no segmento destacado
é:
a) emotiva.
b) conativa.
c) metalinguística.
d) poética.
e) fática.
Questão 06 - (UNIRG TO) Overbook
Vivo com alguns amigos e com uns poucos
inimigos.
Todos necessários ou, pelo menos, inevitáveis.
São pessoas diferentes, com diferentes idades,
nomes e apelidos próprios.
Diferem também no jeito de encarar e sentir a
coisas.
Uns eu conheço bem, outros nem tanto.
Acordamos e dormimos juntos e, enquanto
escrevo esta coluna, estamos todos ocupando o
assento 4D de um avião.
Um em cima do outro, sobrepostos. Felizmente
pelo custo de uma única passagem.
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Somos eu, o Filho de meu pai, o Pai da minha
filha, o Marido de minha mulher, do Dono da
minha empresa, o Religioso, o
Gozador, o Boêmio, o Rebelde, o Civilizado...
contei uns 17.
Estamos todos a caminho de Londrina, a trabalho.
Nem todos querem viajar. Duas horas antes,
alguns não queriam fazer a barba.
Tudo é resolvido numa espécie de reunião de
condomínio. O prédio não tem síndico.
O avião se prepara para decolar: o Religioso reza
uma “avemaria”, enquanto o gozador pega o
gancho da “ave” e vai trocando a letra “ave,
Maria, cheia de garças, sabiá é convosco, bem-te-
vi entre nós...” enche a prece de passarinhos –
mesmo assim é uma prece. Ele acha que Deus é
humor.
O avião ainda nem saiu do chão e o passageiro da
frente deita a poltrona com violência. O Rebelde
tenta se livrar das cordas, sem sucesso – o Dono
da empresa e o Civilizado acham prudente
amarrá-lo quanto viajamos a negócios.
Nós de marinheiro.
Não conheço Londrina, mas ouvi muito sobre a
cidade na minha infância.
O Sobrinho do meu tio é o mais animado com a
viagem, começa a planejar programas,
atrapalhando a concentração do
Dono da minha empresa, que queria repassar os
tópicos da apresentação.
Os dois começam a discutir, para desespero do
Boêmio, que queria dormir.
A aeromoça passa oferecendo balas. O Neto do
meu avô enche a mão.
O colunista vai parando por aqui, porque o piloto
acaba de avisar que vamos entrar numa zona de
turbulência.
O comentário do Gozador é impublicável.
Que frase do texto demonstra um exercício
metalinguístico?
a) “Nem todos querem viajar.”
b) “Ele acha que Deus é humor.”
c) “O colunista vai parando por aqui.”
d) “O avião se prepara para decolar.”
Questão 07 - (IFRS)
Poema em linha reta 01 Nunca conheci quem tivesse levado
porrada.
02 Todos os meus conhecidos têm sido
campeões em tudo.
03 E eu, tantas vezes reles, tantas vezes
porco, tantas vezes vil,
04 Eu tantas vezes irrespondivelmente
parasita,
05 Indesculpavelmente sujo,
06 Eu, que tantas vezes não tenho tido
paciência para tomar banho,
07 Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo,
absurdo,
08 Que tenho enrolado os pés publicamente
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nos tapetes das etiquetas,
09 Que tenho sido grotesco, mesquinho,
submisso e arrogante,
10 Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
11 Que quando não tenho calado, tenho sido
mais ridículo ainda;
12 Eu, que tenho sido cômico às criadas de
hotel,
13 Eu, que tenho sentido o piscar de olhos
dos moços de fretes,
14 Eu, que tenho feito vergonhas
financeiras, pedido emprestado sem pagar,
15 Eu, que, quando a hora do soco surgiu,
me tenho agachado
16 Para fora da possibilidade do soco;
17 Eu, que tenho sofrido a angústia das
pequenas coisas ridículas,
18 Eu verifico que não tenho par nisto tudo
neste mundo.
19 Toda a gente que eu conheço e que fala
comigo
20 Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu
enxovalho,
21 Nunca foi senão príncipe - todos eles
príncipes - na vida...
[...]
22 Arre, estou farto de semideuses!
23 Onde é que há gente no mundo?
24 Então sou só eu que é vil e errôneo nesta
terra? […]
PESSOA, Fernando. Fernando Pessoa - Obra Poética.
Cia. José Aguilar Editora: Rio de Janeiro, 1972. p. 418. No texto, predomina a função de linguagem
a) apelativa, pois o poema procura
influenciar e orientar o comportamento do leitor,
por meio da utilização de verbos no modo
imperativo.
b) fática, porque o poema testa o
funcionamento do canal de comunicação.
c) emotiva, porque o poema está centrado
na expressão dos sentimentos, emoções e opiniões
do eu lírico.
d) referencial, porque a intenção principal
do autor é informar o leitor.
e) metalinguística, pois o código é posto em
destaque, ou seja, o poema reflete sobre a criação
poética.
Questão 08 - (UFT TO)
Leia a charge a seguir.
MACHADO, Dálcio. Jornal Correio Popular. Disponível em:
<https://www.facebook.com/CPopular/photos/pb.1865467680
78215.-
2207520000.1404670209./688749461191274/?type=3&theater
>.
Acesso em: 01 Jul. 2014.
Assinale a alternativa CORRETA correspondente
à função da linguagem predominante no excerto:
“Meu Deus!!”; “É o fim!! É o fim!!!”
a) Função poética, pois evidencia um modo
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não habitual de expressão e que comumente é
utilizado pelos jovens; trata-se de uma forma
rebuscada de transmitir a mensagem.
b) Função metalinguística, uma vez que a
personagem tem por objetivo explicar a fragilidade
de suas emoções ao receptor.
c) Função fática, haja vista que sua utilização
tem por finalidade predominante o estabelecimento
de um contato com o leitor.
d) Função conativa, pois ilustra um apelo da
personagem, cuja finalidade é influenciar o leitor
sobre a necessidade de haver uma relação mais
próxima entre pais e filhos.
e) Função emotiva, uma vez que sua
predominância é evidenciada pelas emoções
expressas na fala da personagem, as quais são
intensificadas pelo uso de exclamações.
Questão 09 - (UNIFOR CE) “Não queiras passar a ponte que se estende imensa,
silenciosa, sobre o mundo.
O amanhã é enigma. Não apreses o dia porque a
ponte pula o tempo.
Não pules o tempo”. (Gabriel José da Costa)
Com relação ao texto, de Gabriel José da Costa,
assinale a alternativa que traz a função da
linguagem predominante:
a) Emotiva.
b) Referencial.
c) Fática.
d) Metalinguística.
e) Apelativa.
Questão 10 - (IBMEC SP)
Palavras, palavras, palavras Um amigo erudito, que ocasionalmente vem visitar
meu enfisema, como não tem fundos para flores ou
presentes, me traz o prazer de sua presença e um
papo - monólogo ou preleção, a bem dizer - sobre
seu assunto favorito: vida, paixão e morte das
palavras.
Sabe que eu tenho o mesmo gosto por elas que ele,
embora indigno de beijar seus pés incalustres
(obsoleto, português do Brasil: livre de calos).
Sempre que posso tomo nota depois de pedir a
devida vênia (outro termo nosso em vias de
extinção) e fico por uns dias pesquisando e, que me
resta?, meditando.
Meu amigo, que ensina inglês para emigrantes lusos
e brasileiros recém-chegados à Grã-Bretanha (pois
é, nem todo mundo está indo embora), gosta de se
dizer poliglota, embora mais de uma vez tenha me
explicado, e eu sempre esquecendo, a contradição
existente na confecção do termo formado por poli +
glota. "Trata-se de um idiotismo lusitano
seiscentista", já me explicou e, tamanha sua verve
formal e presença avassaladora, que eu já me
esqueci. Em matéria de idiotismos minha cota já se
esgotou.
(...) Mas eu tenho minha forma de apoquentá-lo.
Como o dileto (Dileto não é seu verdadeiro nome) se
encontra fora do país natal, que é o mesmo meu,
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gosto de atazaná-lo, ou melhor, espicaçar sua
mente viva, com os neologismos que pesco aqui e
ali nas águas bravias do mare nostrum cibernético.
Já o pus frente a frente com brasileirismos atuais
que o deixaram rubro de vergonha ou ódio, pois ele
é difícil de distinguir quando se queima. Taquei-lhe
brasileirismos atuais como bullying, point, fashion
week, os irmãos Loxas e Lunda e vi-o deixar minha
casa falando sozinho entredentes, como se tivesse
sido assaltado pelo mundo.
(...)De certa feita, fui contra as regras do jogo e
deixei-o zonzo por desconhecer o significado de
biringaço, que, após revelar-me sua total
ignorância, danou-se quando eu expliquei tratar-se
de lusitanismo obsoleto significando, nas altas
camadas sociais do século 17, uma espécie de
guarda-costas alugado a preços de arrasar.
Palavras. Há nelas, embutida, uma tremenda luta
corporal. Urge dela participar, mesmo passando
rasteira (regionalismo, Brasil). (http://www1.folha.uol.com.br/bbc/1093251-ivan-lessa-palavras-
palavras-palavras.shtml)
Considerando-se a temática central explorada no
texto de Ivan Lessa, é possível identificar a
predominância da função
a) apelativa, já que destaca o receptor.
b) emotiva, já que destaca o emissor.
c) referencial, já que destaca a informação.
d) metalinguística, já que destaca o código.
e) poética, já que destaca a mensagem.
Questão 11 - (UNIFOR CE)
Asa Branca
Luíz Gonzaga/Humberto Teixeira
Quando “oiei” a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de “prantação”
Por farta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por farta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
“Intonce” eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
“Intonce” eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Hoje longe, muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão [...] Disponível em: < http://letras.mus.br/luizgonzaga/ 47081/ >.
Acesso em: 08/11/2012.
A poesia de Luiz Gonzaga apresenta a variação da
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norma padrão da língua no que se refere:
a) à sintaxe.
b) ao gênero.
c) à pronúncia.
d) ao vocabulário.
e) à semântica.
Questão 12 - (ESPM RS)
Um caso especial de variação de estilo é o que se
vê no tabu linguístico, quando os falantes evitam
determinados assuntos como um todo, ou certas
palavras em situações particulares (por exemplo,
na presença de estranhos, de membros do sexo
oposto, de crianças, de pessoas mais velhas etc).
Tanto quanto se sabe, esse fenômeno é encontrado
em todas as comunidades, embora o tipo de assunto
e de vocabulário, assim como as situações nas
quais os tabus operam, variem consideravelmente.
Na Inglaterra, nomes de divindades e palavras com
conotações religiosas (sem dúvida, relíquias de
atitudes mágicas mais antigas em relação à língua),
da mesma forma que palavras consideradas
obscenas, algumas vezes parecem aliviar os
sentimentos de tensão simplesmente ao serem
pronunciadas; mas, na maioria das situações, seu
uso é desaprovado como blasfêmia e outras
expressões são introduzidas. (R. H. Robins, Linguística Geral, Porto Alegre, Ed.Globo)
Para o autor, a Inglaterra:
a) simboliza um caso especial de variação de
estilo de falar.
b) apresenta-se como uma exceção linguística
ao usar nomes de divindades ou palavras religiosas.
c) observa regras de mágica religiosa em
situações de tensão no ato da fala.
d) constitui um exemplo de variação de estilo
de falar em decorrência de tabus linguísticos.
e) apresenta exemplos gritantes de
xingamentos em situações de tensão.
Questão 13 - (ENEM)
A substituição do haver por ter em construções
existenciais, no português do Brasil, corresponde a
um dos processos mais característicos da história da
língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em
relação a ampliação do domínio de ter na área
semântica de “posse”, no final da fase arcaica.
Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter
sobre haver e discute a emergência de ter
existencial, tomando por base a obra pedagógica de
João de Barros. Em textos escritos nos anos
quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se
evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”,
não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe
histórica, quanto de haver como verbo existencial
com concordância, lembrado por Ivo Castro, e
anotado como “novidade” no século XVIII por Said
Ali.
Como se vê, nada é categórico e um purismo
estreito só revela um conhecimento deficiente da
língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se
conceber uma norma única e prescritiva? É válido
confundir o bom uso e a norma com a própria
língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e
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hierarquizante de outros usos e, através deles, dos
usuários? Substitui-se uma norma por outra? CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito
linguístico:
do presente para o passado, In: Cadernos de Letras da UFF, n.°
36, 2008.
Disponível em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).
Para a autora, a substituição de “haver” por “ter”
em diferentes contextos evidencia que
a) o estabelecimento de uma norma prescinde
de uma pesquisa histórica.
b) os estudo clássicos de sintaxe histórica
enfatizam a variação e a mudança na língua.
c) a avaliação crítica e hierarquizante dos
usos da língua fundamenta a definição da norma.
d) a adoção de uma única norma revela uma
atitude adequada para os estudos linguísticos.
e) os comportamentos puristas são
prejudiciais à compreensão da constituição
linguística.
Questão 14- (ENEM)
Motivadas ou não historicamente, normas
prestigiadas ou estigmatizadas pela comunidade
sobrepõem-se ao longo do território, seja numa
relação de oposição, seja de complementaridade,
sem, contudo, anular a interseção de usos que
configuram uma norma nacional distinta da do
português europeu. Ao focalizar essa questão, que
opõe não só as normas do português de Portugal às
normas do português brasileiro, mas também as
chamadas normas cultas locais às populares ou
vernáculas, deve-se insistir na ideia de que essas
normas se consolidaram em diferentes momentos da
nossa história e que só a partir do século XVIII se
pode começar a pensar na bifurcação das variantes
continentais, ora em consequência de mudanças
ocorridas no Brasil, ora em Portugal, ora, ainda, em
ambos os territórios. CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.;
BRANDÃO, S. (orgs).
Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto,
2007 (adaptado).
O português do Brasil não é uma língua uniforme. A
variação linguística é um fenômeno natural, ao qual
todas as línguas estão sujeitas. Ao considerar as
variedades linguísticas, o texto mostra que as
normas podem ser aprovadas ou condenadas
socialmente, chamando a atenção do leitor para a
a) desconsideração da existência das normas
populares pelos falantes da norma culta.
b) difusão do português de Portugal em todas
as regiões do Brasil só a partir do século XVIII.
c) existência de usos da língua que
caracterizam uma norma nacional do Brasil, distinta
da de Portugal.
d) inexistência de normas cultas locais e
populares ou vernáculas em um determinado país.
e) necessidade de se rejeitar a ideia de que os
usos frequentes de uma língua devem ser aceitos.
Questão 15 - (UFMS)
Leia o excerto abaixo, extraído da obra “Os
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Subterrâneos da Liberdade: Agonia da Noite”, de
Jorge Amado.
Avô, mesmo que a gente morra, é melhor morrer de
repetição na mão, brigando com o coronel, que
morrer em cima da terra, debaixo de relho, sem
reagir. Mesmo que seja pra morrer nós deve dividir
essas terras, tomar elas pra gente. Mesmo que seja
um dia só que a gente tenha elas, paga a pena de
morrer.
Levando-se em conta a variação linguística,
assinale a(s) proposição(ões) correta(s) a respeito
da linguagem do texto lido.
01. Trata-se de uma variante coloquial.
02. Trata-se de uma variante popular.
04. O texto apresenta construções típicas dos
dialetos populares e, por isso, não previstas no
sistema linguístico do português.
08. O uso das expressões “nós deve” e “a
gente tenha elas” podem ocorrer em situações
informais.
16. O texto é um exemplo característico de
variantes inovadoras.
A soma que corresponde à(s) alternativa(s)
correta(s) é________.
Questão 16 - (ENEM)
Serafim da Silva Neto defendia a tese da unidade da
língua portuguesa no Brasil, entrevendo que no
Brasil as delimitações dialetais espaciais não eram
tão marcadas como as isoglossas*1 da România
Antiga. Mas Paul Teyssier, na sua História da
Língua Portuguesa, reconhece que na diversidade
socioletal essa pretensa unidade se desfaz. Diz
Teyssier:
“A realidade, porém, é que as divisões ‘dialetais’ no
Brasil são menos geográficas que socioculturais. As
diferenças na maneira de falar são maiores, num
determinado lugar, entre um homem culto e o
vizinho analfabeto que entre dois brasileiros do
mesmo nível cultural originários de duas regiões
distantes uma da outra.”
SILVA, R. V. M. O português brasileiro e o
português europeu
contemporâneo: alguns aspectos da diferença.
Disponível em:
www.uniroma.it. Acesso em: 23 jun. 2008.
*1 isoglossa – linha imaginária que, em um mapa,
une os pontos de ocorrência de traços e fenômenos
linguístico idênticos.
FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário Aurélio da
língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1986
De acordo com as informações presentes no texto,
os pontos de vista de Serafim da Silva Neto e de
Paul Teyssier convergem em relação
a) à influência dos aspectos socioculturais nas
diferenças dos falares entre indivíduos, pois ambos
consideram que pessoas de mesmo nível
sociocultural falam de forma semelhante.
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b) à delimitação dialetal no Brasil
assemelhar-se ao que ocorria na România Antiga,
pois ambos consideram a variação linguística no
Brasil como decorrente de aspectos geográficos.
c) à variação sociocultural entre brasileiros de
diferentes regiões, pois ambos consideram o fator
sociocultural de bastante peso na constituição das
variedades linguísticas no Brasil.
d) à diversidade da língua portuguesa na
România Antiga, que até hoje continua a existir,
manifestando- se nas variantes linguísticas do
português atual no Brasil.
e) à existência de delimitações dialetais
geográficas pouco marcadas no Brasil, embora cada
um enfatize aspectos diferentes da questão.
Questão 17 - (ENEM)
Compare os textos I e II a seguir, que tratam de
aspectos ligados a variedades da língua portuguesa
no mundo e no Brasil.
Texto I
Acompanhando os navegadores, colonizadores e
comerciantes portugueses em todas as suas incríveis
viagens, a partir do século XV, o português se
transformou na língua de um império. Nesse
processo, entrou em contato — forçado, o mais das
vezes; amigável, em alguns casos — com as mais
diversas línguas, passando por processos de
variação e de mudança linguística. Assim, contar a
história do português do Brasil é mergulhar na sua
história colonial e de país independente, já que as
línguas não são mecanismos desgarrados dos povos
que as utilizam. Nesse cenário, são muitos os
aspectos da estrutura linguística que não só
expressam a diferença entre Portugal e Brasil como
também definem, no Brasil, diferenças regionais e
sociais. PAGOTTO, E. P. Línguas do Brasil. Disponível em:
http://cienciaecultura.bvs.br.
Acesso em: 5 jul. 2009 (adaptado).
Texto II
Barbarismo é vício que se comete na escritura de
cada uma das partes da construção ou na
pronunciação. E em nenhuma parte da Terra se
comete mais essa figura da pronunciação que nestes
reinos, por causa das muitas nações que trouxemos
ao jugo do nosso serviço. Porque bem como os
Gregos e Romanos haviam por bárbaras todas as
outras nações estranhas a eles, por não poderem
formar sua linguagem, assim nós podemos dizer
que as nações de África, Guiné, Ásia, Brasil
barbarizam quando querem imitar a nossa. BARROS, J. Gramática da língua portuguesa. Porto: Porto
Editora, 1957 (adaptado).
Os textos abordam o contato da língua portuguesa
com outras línguas e processos de variação e de
mudança decorridos desse contato. Da comparação
entre os textos, conclui-se que a posição de João de
Barros (Texto II), em relação aos usos sociais da
linguagem, revela
a) atitude crítica do autor quanto à gramática
que as nações a serviço de Portugal possuíam e, ao
mesmo tempo, de benevolência quanto ao
conhecimento que os povos tinham de suas línguas.
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b) atitude preconceituosa relativa a vícios
culturais das nações sob domínio português, dado o
interesse dos falantes dessa línguas em copiar a
língua do império, o que implicou a falência do
idioma falado em Portugal.
c) o desejo de conservar, em Portugal, as
estruturas da variante padrão da língua grega — em
oposição às consideradas bárbaras —, em vista da
necessidade de preservação do padrão de correção
dessa língua à época.
d) adesão à concepção de língua como
entidade homogênea e invariável, e negação da
ideia de que a língua portuguesa pertence a outros
povos.
e) atitude crítica, que se estende à própria
língua portuguesa, por se tratar de sistema que não
disporia de elementos necessários para a plena
inserção sociocultural de falantes não nativos do
português.
Questão 18 - (UFF RJ)
Falar uma única língua num território de dimensões
continentais faz parte do imaginário de nossa
identidade nacional. Mas até que ponto resiste essa
unidade lingüística brasileira? (...)
Historicamente, as variações de pronúncia,
entonação e ritmo observados no Brasil espelham a
expansão heterogênea do português desde a
colonização do país. Tupi-guarani, ioruba, banto,
castelhano, holandês, francês, árabe, alemão,
italiano, inglês são alguns dos idiomas que
influenciaram a variação existente no português
daqui. Revista Língua, 2007
Assinale o fragmento de texto que apresenta, de
forma mais abrangente, o pluralismo étnico e
cultural na formação da sociedade brasileira.
a) A refavela
Batuque puro
De samba duro de marfim
Marfim da costa
De uma Nigéria
Miséria, roupa de cetim
Gilberto Gil
b) É negro, e branco, e nisei
É verde, é índio peladão
E mameluco, e cafuso, e confusão
Oh Pindorama quero seu Porto Seguro
Suas palmeiras, suas pêras, seu café
Suas riquezas, praias, cachoeiras
Quero ver o seu povo de cabeça em pé
Seu Jorge
c) Brasília tem o seu destaque
Na arte, na beleza e arquitetura
Feitiços de garoa pela serra
São Paulo engrandece a nossa terra
Do Leste por todo Centro-Oeste
Tudo é belo, e tem lindo matiz
Silas de Oliveira
d) Vanina linda, Vanina linda
Lisboa linda
E a Porto infinda
Luanda é linda, ô Vanina, ô Vanina
Também Cabinda
E lá Dili, Timor Leste
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Serás bem-vinda ou bem-ida
Maputo e fina, ô Vanina, ô Vanina
Martinho da Vila
e) Vim do Norte vim de longe
De um lugar que já não há
Vim dormindo pela estrada
Vim parar neste lugar
Meu cheiro é de cravo
Minha cor de canela
A minha bandeira
É verde-amarela
Tom Jobim
Questão 19 - (UNIMONTES MG)
Pérolas, porcos e patetas - Bia Abramo 1“Graças a Deus, nunca fui de ler livro.” A frase, definitiva,
é de uma das ilustres celebridades criadas no laboratório
do "BBB", um tal de Fernando.
É má política ficar indignado com aquilo que já
sabemos não ser digno de atenção, mas, ainda assim, por
vezes a estupidez dá tais sustos na gente que é difícil ficar
impassível. 5Neste caso, o mais intrigante não é, evidentemente, o
fato de o moço não ser de “ler livros”. A cultura escrita não
goza lá de muito prestígio entre nós, brasileiros, falando de
maneira bem genérica. Se consideramos o microcosmo do
“BBB” — gente jovem, considerada bonita, com pendores
exibicionistas, ambição de se tornar celebridade e propensa
a ganhar dinheiro fácil —, o índice deve tender a quase
zero.
O mais revelador é o alívio com que ele se expressa,
como a dizer: “Graças a Deus não fui 10amaldiçoado com
essa estranhíssima vontade, esse gosto bizarro, esse defeito
de caráter”. Qual é, exatamente, a ameaça que se pensa
haver nos livros, ficamos sem saber, mas o temor de
pertencer ao esquisito grupo daqueles que “são de ler
livro” fala por si só.
Por outro lado, é nesses momentos de espontaneidade
real que o “BBB” tem algum interesse. Embora aqueles
que chegaram ao programa não sejam, a rigor,
representativos de nada, nessas brechas 15escapa o que vai
na cabeça dessas moças e rapazes, de certa forma
parecidos com os que estão do lado de fora. O desprestígio
do conhecimento letrado é marca funda da sociedade
brasileira — e, quando é formulado com tanta veemência e
clareza, é preciso prestar atenção.
Enquanto isso, na universidade de Aguinaldo Silva, o
pau come. Na novela “Duas Caras”, a instituição de ensino
é palco de uma luta renhida entre aqueles que “querem
estudar” — para vencer na 20vida, não mais do que isso;
estudar aqui tem um valor de troca muito claro — e o
bando de baderneiros e oportunistas, identificados como
“de esquerda”, que querem tumultuar o projeto “eficiente”
do reitor, um ex-militante convertido ao ensino privado.
Todos estudam lá — as mulatas sestrosas da favela, as
patricinhas do condomínio, a mulher adulta que volta à
sala de aula. Só não se sabe, ao certo, o que se estuda —
embora haja gente empunhando livros e cadernos, não há
uma indicação sequer (nem nos diálogos, nem nas
trajetórias dos personagens) de que, em uma universidade,
ao contrário dos shoppings do ensino, deva se produzir
conhecimento e que o conhecimento de verdade é
transformador. Justamente o que deve temer o “brother”
Fernando. Folha de São Paulo, 3/2/2008
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Com base no que se sabe a respeito de Variação
Lingüística, de Níveis de Fala e Norma Culta, é
CORRETO afirmar a respeito da gíria “o pau come”,
usada nesse texto:
a) É totalmente inadequada, pois o restante do texto,
como é de se esperar num texto jornalístico, apresenta-se
num estilo inteiramente formal.
b) Embora aparentemente destoante e imprópria para um
texto jornalístico, reflete o tom de deboche com que a
autora trata a questão focalizada no fragmento em que se
encontra.
c) Trata-se de uma cochilo (=distração) do autor, que
deixou passar uma expressão não recomendável na
situação em que ela aparece, ou seja, num jornal marcado
pelo apuro da linguagem.
d) Nesse tipo de texto, é comum os autores fazerem uso
de uma linguagem informal, e até certo ponto desleixada,
para adequá-lo ao perfil do leitor a quem o mesmo se
destina.
Questão 20 - (UFPel RS)
O “internetês”, como popularmente é conhecida essa
linguagem, vem sendo uma variante da língua escrita
cada vez mais utilizada pelos internautas. Esse novo
modo de escrever, trazido no bojo das novas tecnologias,
utiliza-se de determinados recursos de modo a assegurar
uma comunicação mais rápida nos “chats”. O seguinte
diálogo, extraído de uma sessão de bate-papo via IRC –
software desenvolvido para comunicação virtual – ,
ilustra esse uso:
1<IrcLittleGirl> oie. c tae?
2<NLO_matrix> aham.
3<IrcLitteGirl> ☺ mas eh um virciado msm...
4 hehehehe. iaih como c vai?
5<NLO_matrix> bah, se eu so virciado, tu eh nerd...
6 hiahuahauaahua. td blz. tu?
7<IrcLittleGirl> + ou − :’(
8<NLO_matrix> tche, conta ae
9<IrcLittleGirl> melhor naum
10<NLO_matrix>:/
11<IrcLittleGirl>afff... tah bom. bombei de novu em
12 fisik. Pod issu? Fala seriu...
13<NLO_matrix> <o> psss mas me caiu os butiah
14 do bolso agora. Deu pra ti entaum?
15<IrcLittleGirl> nem tantu... tm mais um semestre
16 pela frent, ops bimestre mas tipow se eu rodar jag
17 era...Panico rulezzz...
18<NLO_matrix> ah meo tens q t enkrna, faze os
19 troçu em ksa, pegah aula particular
20<IrcLittleGirl> kra eu jah fiz td issu mas tipow na hr
21 da prova dah um tilt ta ligadu?
22<NLO_matrix> sei, sei... t deu um ctrl alt del no
23 cérebro. fico tri d kra qdo me dah uma dessa...
24<IrcLittleGirl> kkkkkk... peor. No stress.
25<NLO_matrix> flw. m xama no pvt.:*****
26<IrcLittleGirl> nem adoro tu entaum...; )
27 bjinhuxxxx
28<NLO_matrix> vlw. eu tb. Ah, manda um [ ] p
saulo. t+
30<IrcLittleGirl> pod cre. xauzinhu
I. Os erros presentes no texto possuem diferentes
motivos, dentre eles a redução de palavras (namo –
namorado), a supressão de vogais (qr – quer) ou até
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mesmo o empréstimo de palavras do inglês (pvt –
private – privado).
II. O termo ops (linha 16) está para uma expressão de
retificação, assim como aham (linha 2) está para uma
de confirmação, ao passo que tipow (linha 16) (variação
internética da gíria “tipo”) é uma partícula expletiva, ou
seja, pode ser retirada sem prejuízo de sentido.
III. Pelo texto, é correto depreender que o interlocutor
masculino possui mais marcas gaúchas em sua
linguagem, utilizando um nível entre o regionalista e o
coloquial.
IV. O símbolo :/ (linha 10), pelo contexto, poderia ser
corretamente substituído por: “Eu não acredito nisso
que me contaste... Que coisa desagradável!”
Estão corretas apenas as afirmativas
a) I e IV.
b) I e II.
c) II e III.
d) II e IV.
e) I, II e IV.
Questão 21
Observe a oração: "Fabiano ia SATISFEITO". O termo
em destaque assume a função de:
a) predicativo do sujeito
b) objeto direto
c) adjunto adverbial
d) adjunto adnominal
e) agente da passiva
Questão 22
Assinale a opção em que o predicado da oração é
verbo-nominal:
a) Por que andas, jovem rapaz, meio sorumbático?
b) Só na ficção infantil um sapo pode virar
príncipe.
c) O rato, após cruel assédio, foi devorado pelo
manhoso bichano.
d) Esse talentoso rapaz nasceu músico.
e) Continuo aqui. Que jeito!
Questão 23
Marte é o Futuro 1O pouso na Lua não foi só o ápice da corrida espacial.
Foi também o passo inicial do turbocapitalismo que 2dominaria as três décadas seguintes. Dependente, porém,
de matérias-primas do século 19: aço, carvão, 3óleo.
Lançar-se ao espaço implicava algum reconhecimento dos
limites da Terra. Ela era azul, mas finita. 4Com o império
da tecnociência, ascendeu também sua nêmese, o
movimento ambiental. Fixar Marte como 5objetivo para
dentro de 20 ou 30 anos, hoje, parece tão louco quanto
chegar à Lua em dez, como determinou 6John F. Kennedy.
Não há um imperialismo visionário como ele à vista, e
isso é bom. A ISS (estação espacial 7internacional)
representa a prova viva de que certas metas só podem ser
alcançadas pela humanidade como 8um todo, não por
nações forjadas no tempo das caravelas. Marte é o futuro
da humanidade. Ele nos fornecerá 9a experiência vívida e
a imagem perturbadora de um planeta devastado,
inabitável. Destino certo da Terra 10em vários milhões de
anos. Ou, mais provável, em poucas décadas, se
prosseguir o saque a descoberto da 11energia fóssil pelo
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hipercapitalismo globalizado, inflando a bolha ambiental. (Adaptado de: LEITE, M. Caderno Mais!. Folha de São Paulo.
São Paulo, domingo, 26 jul. 2009. p. 3.)
Quanto à predicação verbal, é correto afirmar:
a) Em “Lançar-se ao espaço implicava algum
reconhecimento” (ref. 3), o verbo implicar, nesse contexto,
é um verbo transitivo direto, por isso seu complemento não
exige preposição.
b) Em “Não há um imperialismo visionário como ele
à vista” (ref. 6), o verbo haver é considerado um verbo de
ligação, pois estabelece relação entre sujeito e seu
predicativo.
c) Em “A ISS (estação espacial internacional)
representa a prova viva” (refs. 5 e 7), o verbo representar é
intransitivo, portanto, não necessita complemento.
d) Em “Marte é o futuro da humanidade” (ref. 8), o
verbo ser é classificado como verbo transitivo direto e
indireto, ou seja, possui um complemento precedido de
preposição e outro não.
e) Em “Ele nos fornecerá a experiência vívida e a
imagem” (refs. 8 e 9), o verbo fornecer é classificado como
verbo defectivo, pois não apresenta a conjugação completa.
Questão 24
Trabalhar e sofrer 1“O trabalho enobrece” é uma dessas frases feitas
que a gente repete sem refletir no que significam, feito reza
automatizada. Outra é "A quem Deus ama, ele faz sofrer",
que fala de uma divindade cruel, fria, que não mereceria
uma vela acesa sequer. Sinto muito: nem sempre trabalhar
nos torna mais nobres, nem sempre a dor nos deixa mais
justos, mais generosos. O tempo para contemplação da arte
e da natureza, ou 5curtição dos afetos, por exemplo, deve
enobrecer bem mais. Ser feliz, viver com alguma
harmonia, há de nos tornar melhores do que a desgraça. A
ilusão de que o trabalho e o sofrimento nos aperfeiçoam é
uma ideia que deve ser reavaliada e certamente
desmascarada.
O trabalho tem de ser o primeiro dos nossos
valores, nos ensinaram, colocando à nossa frente cartazes
pintados que impedem que a gente enxergue além disso. Eu
prefiro a velha dama esquecida num 10canto feito uma mala
furada, que se chama ética. Palavra refinada para dizer o
que está ao alcance de qualquer um de nós: decência.
Prefiro, ao mito do trabalho como única salvação, e da dor
como cursinho de aperfeiçoamento pessoal, a realidade
possível dos amores e dos valores que nos tornariam mais
humanos. Para que se trabalhe com mais força e ímpeto e
se viva com mais esperança.
O trabalho que dá valor ao ser humano e algum
sentido à vida pode, por outro lado, deformar e 15destruir. O
desprezo pela alegria e pelo lazer espalha-se entre muitos
de nossos conceitos, e nos sentimos culpados se não
estamos em atividade, na cultura do corre-corre e da
competência pela competência, do poder pelo poder, por
mais tolo que ele seja.
Assim como o sofrimento pode nos tornar
amargos e até emocionalmente estéreis, o trabalho pode
aviltar, humilhar, explorar e solapar qualquer dignidade,
roubar nosso tempo, saúde e possibilidade de 20crescimento. Na verdade, o que enobrece é a
responsabilidade que os deveres, incluindo os de trabalho,
trazem consigo. O que nos pode tornar mais bondosos e
tolerantes, eventualmente, nasce do sofrimento suportado
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com dignidade, quem sabe com estoicismo. Mas um ser
humano decente é resultado de muito mais que isso: de
genética, da família, da sociedade em que está inserido, da
sorte ou do azar, e de escolhas pessoais (essas a gente
costuma esquecer: queixar-se é tão mais fácil). 25Quanto tempo o meu trabalho ⎯ se é que temos
escolha, pois a maioria de nós dá graças a Deus se
consegue trabalhar por um salário vil ⎯ me permite para
lazer, ou o que eu de verdade quero, se é que paro para
refletir sobre isso? Quanto tempo eu me dou para viver?
Quanto sobra para meu crescimento pessoal, para tentar
observar o mundo e descobrir meu lugar nele, por menor
que seja, ou para entender minha cultura e minha gente,
para amar minha família? 30E, se o luxo desse tempo existe, eu o emprego
para ser, para viver, ou para correr atrás de mais um
trabalho a fim de pagar dívidas nem sempre necessárias?
Ou apenas não me sinto bem ficando sem atividade, tenho
de me agitar sem vontade, rir sem alegria, gritar sem
entusiasmo, correr na esteira além do indispensável para
me manter sadio, vagar pelos shoppings quando nada tenho
a fazer ali e já comprei todo o possível ⎯ muito mais do
que preciso, no maior número de prestações que me
ofereceram? E, quando 35tenho momentos de alegria, curto
isso ou me preocupo: algo deve estar errado?
Servos de uma culpa generalizada, fabaricamos
caprichosamente cada elo do círculo infernal da nossa
infelicidade e alienação. Essas frases feitas, das quais aqui
citei só duas, podem parecer banais. Até rimos delas,
quando alguém nos leva a refletir a respeito. Mas na
verdade são instrumento de dominação de mentes: sofra e
não se queixe, não se poupe, não se dê folga, mate-se
trabalhando, seja humilde, seja pobre, 40sofrer é nosso
destino, darás à luz com dor ⎯ e todo o resto da tola e
desumana lavagem cerebral de muitos séculos, que a gente
em geral nem questiona mais.
Lya Luft, Veja, 20/1/2010
Na análise sintática da oração “Assim como o sofrimento
pode nos tornar amargos e emocionalmente estéreis...” (ref.
15), é INCORRETO afirmar que
a) “o sofrimento” é o termo a que se refere o
predicado.
b) o pronome oblíquo “nos” é complemento de “pode
tornar”.
c) “amargos” e “emocionalmente estéreis” se referem
a “nos”.
d) o predicado dessa oração se classifica como
nominal.
Questão 25
O Homem que se endereçou
Apanhou o envelope e na sua letra cuidadosa subscritou
a si mesmo: Narciso, rua Treze, nº 21.
Passou cola nas bordas do papel, mergulhou no
envelope e fechou-se. Horas mais tarde a empregada
colocou-o no correio. Um dia depois sentiu-se na mala do
carteiro. Diante de uma casa, percebeu que o funcionário
tinha parado indeciso, consultara o envelope e prosseguira.
Voltou ao DCT, foi colocado numa prateleira.Dias depois,
um novo carteiro procurou seu endereço. Não achou, devia
ter saído algo errado. A carta voltou à prateleira, no meio de
muitas outras, amareladas, empoeiradas. Sentiu, então, com
terror, que a carta se extraviara. E Narciso nunca mais
encontrou a si mesmo.
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BRANDÃO, Ignácio de Loyola. O homem com o furo na
mão e
outras histórias. São Paulo: Editora Ática, 1998
Há um caso de predicado verbo-nominal na alternativa:
a) ...o funcionário tinha parado indeciso
b) ...consultara o envelope e prosseguira
c) ... a empregada colocou-o no correio
d) Narciso nunca mais encontrou a si mesmo
e) A carta voltou à prateleira
Questão 26
Leia a letra da canção “Garota de Ipanema”, de Vinicius de
Moraes e Tom Jobim.
Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
Num doce balanço
A caminho do mar
Moça do corpo dourado
Do sol de lpanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar
Ah, por que estou tão sozinho?
Ah, por que tudo é tão triste?
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha
Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor
(www.viniciusdemoraes.com.br)
O predicativo do sujeito atribui uma característica ao
sujeito de uma oração.
A alternativa que traz destacado um predicativo do sujeito
é:
a) “Moça do corpo dourado / Do sol de Ipanema”
b) “Num doce balanço / A caminho do mar”
c) “O seu balançado é mais que um poema”
d) “O mundo inteirinho se enche de graça”
e) “E fica mais lindo / Por causa do amor”
Questão 27
A mais grácil criatura
Adão vivia nu e feliz no jardim do Éden. Um dia,
Adão sentiu-se muito macambúzio e sorumbático e
não sabia por quê. Inopinadamente a moedinha caiu –
Plink! Adão notou que cada bichinho tinha o par de
cada bichinho: o jacaré tinha a jacaroa; o veado tinha
a veada; o antílope tinha a antílopa e assim por diante,
mas Adão não tinha a companheira de Adão. Adão
decidiu, portanto, pedir a Deus que confeccionasse
uma companheira para Adão.
- Ó Deus! Por que Adão não tem uma companheira
para Adão? Deus disse tonitruantemente como é do
estilo de Deus:
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- Farei para Adão, ó Adão, a mais bela, a mais grácil,
a mais desejável criatura cujos delicados pezinhos já
pisaram a relva macia. Mas a confecção da criatura
custará a
Adão um olho, um braço e uma perna!
Ao que Adão respondeu:
- Ah, pega leve, Deus. Vê aí o que dá pra fazer com
uma costela.
Disponível em: www.fotolog.com/virtus/1516903. Acesso
em: 10 mar. 2015.
Pela leitura, você deve ter percebido que o texto não
está escrito de acordo com a norma culta da língua,
dando a impressão de que quem o escreveu o fez
propositalmente.
Leia, analise as frases que seguem e indique com S os
períodos simples e, com C, os períodos compostos.
I. “Adão vivia nu e feliz no jardim do Éden.”
II. “Um dia, Adão sentiu-se muito macambúzio e
sorumbático e não sabia por quê.”
III. “Por que Adão não tem uma companheira para
Adão?”
IV. “Deus disse tonitruantemente como é do estilo
de Deus.”
V. “Vê aí o que dá pra fazer com uma costela...”
Assinale a alternativa CORRETA que contempla a
sequência dos períodos I a V, respectivamente.
a) C, C, S, C, S
b) S, C, S, C, C
c) S, S, C, C, C
d) C, S. C, S. C
e) C, S, S, C, S
Questão 28
Leia a charge.
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Nas falas, predominam orações com predicado
a) nominal, pois se descrevem sentimentos.
b) verbal, pois se enfatizam ações realizadas.
c) nominal, pois se comentam transformações.
d) verbal, pois se caracterizam as personagens.
Questão 29
O leão fugido
O leão fugido do circo vinha correndo pela rua
quando viu um senhor à sua frente. Aí caminhou pé
ante pé, bateu delicadamente nas costas do senhor e
disse disfarçando a voz leonina o mais possível:
“Cavalheiro, tenha cuidado e muita calma: acabei de
ouvir dizer que um macaco fugiu do circo agora
mesmo”. O cavalheiro, ouvindo o aviso, voltou-se,
viu o leão e morreu de um ataque do coração. O leão
então murmurou tristemente: “Não adianta nada. É
tal a nossa fama de ferocidade que matamos, mesmo
quando queremos agir em favor do próximo”.
Moral: A quem nasce feroz não importa o tom de
voz.
(Millôr Fernandes, Fábulas Fabulosas)
Observe as passagens do texto:
• ... um macaco fugiu do circo agora mesmo.
• ... e morreu de um ataque do coração.
Quanto ao tipo de predicado das orações e à
circunstância estabelecida pelas expressões “do
circo” e “de um ataque do coração”, é correto
afirmar que são, respectivamente:
a) nominal; de modo e de causa.
b) verbal; de lugar e de consequência.
c) nominal; de tempo e de modo.
d) verbal; de lugar e de causa.
Questão 29
O leão fugido
O leão fugido do circo vinha correndo pela rua
quando viu um senhor à sua frente. Aí caminhou pé
ante pé, bateu delicadamente nas costas do senhor e
disse disfarçando a voz leonina o mais possível:
“Cavalheiro, tenha cuidado e muita calma: acabei de
ouvir dizer que um macaco fugiu do circo agora
mesmo”. O cavalheiro, ouvindo o aviso, voltou-se,
viu o leão e morreu de um ataque do coração. O leão
então murmurou tristemente: “Não adianta nada. É
tal a nossa fama de ferocidade que matamos, mesmo
quando queremos agir em favor do próximo”.
Moral: A quem nasce feroz não importa o tom de
voz.
(Millôr Fernandes, Fábulas Fabulosas)
Observe as passagens do texto:
• ... um macaco fugiu do circo agora mesmo.
• ... e morreu de um ataque do coração.
Quanto ao tipo de predicado das orações e à
circunstância estabelecida pelas expressões “do
circo” e “de um ataque do coração”, é correto
afirmar que são, respectivamente:
a) nominal; de modo e de causa.
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b) verbal; de lugar e de consequência.
c) nominal; de tempo e de modo.
d) verbal; de lugar e de causa.
Questão 30
Filhos
Daqui escutei
quando eles
chegaram rindo
e correndo
na sala
e logo
invadiram também
o escritório
(onde eu trabalhava)
num alvoroço
e rindo e correndo
se foram com sua alegria
se foram
só então
me perguntei
por que
não lhes dera
maior
atenção
se há tantos
e tantos
anos
não os via
crianças
já que
agora
estão os três
com mais
de trinta anos
(Ferreira Gullar, Muitas vozes)
Nos versos – e logo / invadiram também / o escritório –, o verbo em destaque tem a mesma predicação que o destacado
em:
a) quando eles / chegaram rindo
b) (onde eu trabalhava)
c) se foram com sua alegria
d) não os via / crianças
“O qual nos tirou da potestade das trevas, e
nos transportou para o reino do Filho do seu
amor” (Col 1:13)
Bom trabalho!
Prof. Clécio Oliveira
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