2
Edição Nº 801 08/02/2017 Com exportações em alta, preços do suíno beiram recorde nominal Pela segunda vez na história, o preço do quilo do suíno vivo ultrapassa os cinco reais, em média, na maioria das regiões pesquisadas pelo Cepea. Alguns negócios já são realizados próximos dos R$ 5,30/kg, valor nominal ve- rificado em novembro de 2014 e o mais elevado da sé- rie histórica do Cepea, que começou em 2004. O moti- vo principal são as exportações de carne suína, que fo- ram recordes para um mês de janeiro, enxugando a oferta doméstica do produto. Dados da Secex referentes aos primeiros dias de feve- reiro indicam bons volumes sendo exportados, sinali- zando a possibilidade de fechamento do mês com quan- tidade nunca antes embarcada. Além disso, a oferta de animais prontos para abate, que já vinha reduzida, torna -se ainda mais insuficiente diante da demanda aquecida. Neste início de fevereiro, os aumentos mais expressivos nos preços do vivo no mercado doméstico foram obser- vados nas regiões paulistas e mineiras que, apesar de menos representativas nas exportações, refletem mais condições de oferta e demanda no mercado independen- te. Na terça-feira, 7, a cotação do suíno vivo foi de R$ 5,13/kg em Belo Horizonte (MG) e de R$ 5,03/kg na região de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracica- ba, São Paulo e Sorocaba), com altas de 18,7% e de 11,9%, respectivamente, no acumulado deste mês (entre 31 de janeiro e 7 de fevereiro). Vale lembrar, ainda, que nas regiões paulistas, a mudança na alíquota do ICMS tem aumentado a procura do segmento varejista dentro do estado, reforçando o movimento de alta. Quanto aos preços no mercado independente do Sul, em fevereiro, a valorização já é de 10,9% no Sudoeste Pa- ranaense, de 11,7% no Oeste Catarinense e de 8% na Serra Gaúcha – nessas regiões, o quilo do animal pas- sou para as médias de R$ 4,51/kg, R$ 4,35/kg e R$ 4,21/kg nessa terça. Segundo colaboradores do Cepea, o crescimento nas exportações ocorreu em momento no qual o estoque dos grandes frigoríficos era enxuto, fa- zendo com que as integradoras buscassem animais no mercado independente. Em janeiro, foram embarcadas 63,4 mil toneladas de car- ne suína, aumento de 26% frente às 50,3 mil toneladas de dezembro e de 40,5% em relação às 45,1 mil toneladas de janeiro do ano passado – segundo dados da Secex. O incremento veio especialmente da Rússia, que comprou 22 mil toneladas a mais que em janeiro/16 e 8,8 mil a mais que dezembro/16. Apesar de a intensificação nas compras russas estar aci- ma do normal, é comum nessa época do ano. Levando-se em consideração a estratégia declarada do país na busca pela autossuficiência em carne suína, elevações consis- tentes nas importações do produto brasileiro não eram esperadas. Porém, na última terça, o governo russo anun- ciou visitas técnicas ao Brasil em março com o intuito de habilitar novas plantas para exportação. Caso a habilita- ção se concretize, as vendas externas de carne suína po- dem crescer ainda mais para quem, hoje, é o principal destino da carne suína nacional. De todo modo, o crescimento em janeiro já consolida o otimismo do setor com o mercado externo em 2017. A tendência é de que as vendas cresçam nos próximos me- ses para todos os países, já que, historicamente, janeiro apresenta um dos menores volumes exportados do ano. Para fevereiro, os dados da primeira semana confirmam o bom prognóstico, com recorde na média diária de em- barques, de 3,8 mil toneladas de carne suína in natura – informações da Secex. Se o ritmo permanecer, podem ser embarcadas até 67,9 mil toneladas do produto ao longo dos 18 dias úteis do mês. INSUMOS Entre 31 de janeiro e 7 de fevereiro, o pre- ço da saca de 60 quilos de milho recuou 1,1%, passando para a média de R$ 35,55 nessa terça-feira, 7. Em Cha- pecó (SC), o valor médio ficou praticamente estável, a R$ 31,82/sc. Quanto ao farelo de soja, a tonelada foi ne- gociada a R$ 1.015,96 na região paulista e a R$ 1.054,06 na catarinense no dia 7, com estabilidade em ambas as regiões.

Com exportações em alta, preços do suíno beiram recorde ......qual o estoque dos grandes frigoríficos era enxuto, fa-zendo com que as integradoras buscassem animais no mercado

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Com exportações em alta, preços do suíno beiram recorde ......qual o estoque dos grandes frigoríficos era enxuto, fa-zendo com que as integradoras buscassem animais no mercado

Edição Nº 801 08/02/2017

Com exportações em alta, preços do suíno beiram recorde nominal

Pela segunda vez na história, o preço do quilo do suíno vivo ultrapassa os cinco reais, em média, na maioria das regiões pesquisadas pelo Cepea. Alguns negócios já são realizados próximos dos R$ 5,30/kg, valor nominal ve-rificado em novembro de 2014 e o mais elevado da sé-rie histórica do Cepea, que começou em 2004. O moti-vo principal são as exportações de carne suína, que fo-ram recordes para um mês de janeiro, enxugando a oferta doméstica do produto. Dados da Secex referentes aos primeiros dias de feve-reiro indicam bons volumes sendo exportados, sinali-zando a possibilidade de fechamento do mês com quan-tidade nunca antes embarcada. Além disso, a oferta de animais prontos para abate, que já vinha reduzida, torna-se ainda mais insuficiente diante da demanda aquecida. Neste início de fevereiro, os aumentos mais expressivos nos preços do vivo no mercado doméstico foram obser-vados nas regiões paulistas e mineiras que, apesar de menos representativas nas exportações, refletem mais condições de oferta e demanda no mercado independen-te. Na terça-feira, 7, a cotação do suíno vivo foi de R$ 5,13/kg em Belo Horizonte (MG) e de R$ 5,03/kg na região de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracica-ba, São Paulo e Sorocaba), com altas de 18,7% e de 11,9%, respectivamente, no acumulado deste mês (entre 31 de janeiro e 7 de fevereiro). Vale lembrar, ainda, que nas regiões paulistas, a mudança na alíquota do ICMS tem aumentado a procura do segmento varejista dentro do estado, reforçando o movimento de alta. Quanto aos preços no mercado independente do Sul, em fevereiro, a valorização já é de 10,9% no Sudoeste Pa-ranaense, de 11,7% no Oeste Catarinense e de 8% na Serra Gaúcha – nessas regiões, o quilo do animal pas-sou para as médias de R$ 4,51/kg, R$ 4,35/kg e R$ 4,21/kg nessa terça. Segundo colaboradores do Cepea, o crescimento nas exportações ocorreu em momento no qual o estoque dos grandes frigoríficos era enxuto, fa-zendo com que as integradoras buscassem animais no

mercado independente. Em janeiro, foram embarcadas 63,4 mil toneladas de car-ne suína, aumento de 26% frente às 50,3 mil toneladas de dezembro e de 40,5% em relação às 45,1 mil toneladas de janeiro do ano passado – segundo dados da Secex. O incremento veio especialmente da Rússia, que comprou 22 mil toneladas a mais que em janeiro/16 e 8,8 mil a mais que dezembro/16. Apesar de a intensificação nas compras russas estar aci-ma do normal, é comum nessa época do ano. Levando-se em consideração a estratégia declarada do país na busca pela autossuficiência em carne suína, elevações consis-tentes nas importações do produto brasileiro não eram esperadas. Porém, na última terça, o governo russo anun-ciou visitas técnicas ao Brasil em março com o intuito de habilitar novas plantas para exportação. Caso a habilita-ção se concretize, as vendas externas de carne suína po-dem crescer ainda mais para quem, hoje, é o principal destino da carne suína nacional. De todo modo, o crescimento em janeiro já consolida o otimismo do setor com o mercado externo em 2017. A tendência é de que as vendas cresçam nos próximos me-ses para todos os países, já que, historicamente, janeiro apresenta um dos menores volumes exportados do ano. Para fevereiro, os dados da primeira semana confirmam o bom prognóstico, com recorde na média diária de em-barques, de 3,8 mil toneladas de carne suína in natura – informações da Secex. Se o ritmo permanecer, podem ser embarcadas até 67,9 mil toneladas do produto ao longo dos 18 dias úteis do mês. INSUMOS – Entre 31 de janeiro e 7 de fevereiro, o pre-ço da saca de 60 quilos de milho recuou 1,1%, passando para a média de R$ 35,55 nessa terça-feira, 7. Em Cha-pecó (SC), o valor médio ficou praticamente estável, a R$ 31,82/sc. Quanto ao farelo de soja, a tonelada foi ne-gociada a R$ 1.015,96 na região paulista e a R$ 1.054,06 na catarinense no dia 7, com estabilidade em ambas as regiões.

Page 2: Com exportações em alta, preços do suíno beiram recorde ......qual o estoque dos grandes frigoríficos era enxuto, fa-zendo com que as integradoras buscassem animais no mercado

Página 2

Preços médios das carcaças e dos cortes de suíno no Ata-

cado de São Paulo (R$/kg - à vista)

Preço médio regional pago ao produtor pelo suíno vivo —

posto frigorífico (R$/kg vivo - à vista)

Indicadores do Suíno Vivo CEPEA/ESALQ (R$/kg vivo- à

vista)

Fonte: Cepea/Esalq

Fonte: Cepea/Esalq

Fonte: Cepea/Esalq

Edição Nº 801

Relação Suíno Vivo (Indicador SP) x Carcaça Comum e

Especial (Atacado SP) - R$/kg

Cortes de Carne Suína no Atacado (Estado de São Paulo) -

R$/kg

Relação de Troca Suíno/Milho e Farelo de Soja - kg

Carnes Concorrentes (c. casada de boi, c. especial suína e

frango resfriado) no Atacado SP - R$/kg

Fonte: Cepea/Esalq

Fonte: Cepea/Esalq

Fonte: Cepea/Esalq

Fonte: Cepea/Esalq

08/02/2017

01/fev 02/fev 03/fev 06/fev 07/fev

MG (Posto) 4,76 4,75 4,75 4,75 5,00

SP (Posto) 4,47 4,48 4,53 4,75 4,92

PR (Retirar) 3,98 4,00 4,01 4,23 4,26

SC (Retirar) 3,77 3,78 3,78 3,84 3,96

RS (Retirar) 3,62 3,63 3,63 3,70 3,80

Preço Médio (R$/kg)

Fechamento do dia

Avaré/Fartura SP 4,77 5,9% 4,77 4,77

São Paulo - 5 SP 5,03 11,9% 4,87 5,18

São José do Rio Preto SP 4,80 12,7% 4,80 4,80

Belo Horizonte MG 5,13 11,5% 5,07 5,20

Patos de Minas MG 4,95 5,0% 4,87 5,01

Ponte Nova MG 5,03 18,7% 5,00 5,07

Sul de MG MG 5,01 2,2% 4,91 5,20

Arapoti PR 4,44 10,4% 4,42 4,45

Sudoeste Paranaense PR 4,51 10,9% 4,22 4,80

Norte Paranaense PR 4,34 7,6% 4,34 4,34

Braço do Norte SC 3,89 3,8% 3,89 3,89

Oeste Catarinense SC 4,35 11,7% 4,30 4,40

Erechim RS 4,07 5,3% 3,93 4,25

Santa Rosa RS 4,14 5,0% 4,14 4,14

Serra Gaúcha RS 4,21 8,0% 4,19 4,26

Vale do Taquari RS 4,00 2,3% 3,91 4,08

Rondonópolis MT 3,75 2,6% 3,66 3,85

Sorriso MT 3,25 -0,1% 3,25 3,25

Goiânia GO 4,96 15,8% 4,91 5,01

Preço

Máximo

Preço

Médio

Variação

Semanal

Preço

Mínimo

Fechamento do diaPreço

Médio

Variação

Semanal

Preço

Mínimo

Preço

Máximo

Carcaça Comum 7,16 12,0% 6,87 7,50

Carcaça Especial 7,70 15,3% 7,40 8,00

Lombo 11,17 4,2% 9,60 13,25

Pernil 7,45 7,1% 6,38 8,68

Costela 11,07 4,8% 10,13 12,05

Carré 7,34 2,8% 6,38 8,10

Paleta 7,75 3,1% 10,13 12,05

3,50

4,00

4,50

5,00

5,50

6,00

6,50

7,00

7,50

8,00

6-n

ov

16-n

ov

26-n

ov

6-d

ez

16-d

ez

26-d

ez

5-ja

n

15-jan

25-jan

4-fe

v

14-fev

Indicador SP

C. Comum

C. Especial

6,00

6,50

7,00

7,50

8,00

8,50

9,00

9,50

10,00

10,50

11,00

11,50

12,00

12,50

13,00

6-nov

16-nov

26-nov

6-dez

16-dez

26-dez

5-jan

15-jan

25-jan

4-fev

14-fev

Lombo

Pernil

Costela

Carré

Paleta

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

8,00

9,00

6-no

v

16-no

v

26-no

v

6-dez

16-dez

26-dez

5-jan

15-jan

25-jan

4-fev

14-fev

SP -Suíno/Milho

SP -Suíno/Farelo

SC -Suíno/Milho

SC -Suíno/Farelo

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

8,00

9,00

10,00

11,00

12,00

6-nov

16-nov

26-nov

6-dez

16-dez

26-dez

5-jan

15-jan

25-jan

4-fev

14-fev

C. Casada deBoi

C. EspecialSuína

FrangoResfriado